5ª Edição JUNHO/2022

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MOSSOROENSE

DIREITOS LGBTQIA+ É DESTAQUE EM DEBATE

NA UERN

“Rompendo Grilhões, Ocupando Espaços” A I Semana do orgulho aconteceu entre os dias 27 e 01 de junho, organizada pelo Centro Acadêmico de Direito Rui Barbosa da Uern (Carb).

CAPS REALIZA AÇÃO SUSTENTÁVEL

Projeto descarte é promovido pelo centro de atenção psicosocial na coleta responsável de dicamentos inutilizados

Resenha crítica de série com protagonismo lésbico marca o mês do orgulho

www.issuu.com/correiomossoroense CORREIO JUNHO DE 2022 | ª EDIÇÃO Textos ou sugestões? mossoroensecorreio@gmail.com
FOTO: : Instagram CARB UERN/Divulgação
PÁGINA 5 VISIBILIDADE LGBTQIAP+ CULTURA PÁGINA 6 MEIO AMBIENTE PÁGINA 4 ACERVO DO PROJETO FOTO: Internet

A edição do Correio Mossoroense do mês de junho traz reportagens que abordam diversos temas que tiveram destaque nesse período, com editoriais sobre sociedade, cultura, tecnologia.

O mês em questão é marcado pela visibilidade da comunidade LGBTQIAPN+, a matéria de editoria sociedade aborda o assunto “Rompendo os grilhões, ocupando os espaços”, tema que foi discutido no movimento estudantil na UERN.

O material discorre sobre o debate público nos últimos anos, pautado na luta que contempla esse segmento da população. Após dois anos, em razão da pandemia, o Centro Acadêmico Rui Barbosa (CARB), da Faculdade de Direito (FAD), voltou a organizar eventos de forma presencial.

A I Semana do Orgulho

aconteceu entre os dias 27 de junho e 01 de julho. Ainda com ênfase na visibilidade LGBTQIAPN+, a editoria de cultura traz para os interessados em seriados uma crítica acerca da trama vampiresca: “First Kill”. Marcada pelo romance de protagonismo sáfico, a série conta a história best-seller da autora Victoria. V. E Schwab. Nessa mais nova versão shakespeariana o enredo conta o amor proibido vivido por Juliette (Sarah Catherine Hook), uma vampira diurna de linhagem nobre, e Calliope (Imani Lewis), uma caçadora de monstros. A matéria articula ao leitor motivos para assistir, ou não a obra, assim como, opiniões sobre a trama, trilha sonora, atuação, roteiro e mais.

A edição contou também com uma reflexão sobre golpes digitais,

Expediente

Editora-chefe

Laís Falcão

Editores

Alessandro Dantas

Alice Kelly

Ariverton Oliveira

Clara Fonseca

Estela Vieira

Maeli Rocha

Monalisa Teixeira

Suzana Barreto

Opinião

pela editoria de tecnologia, com a reportagem: “Criminosos usam o golpe de falso emprego na internet”. A discussão é voltada para aqueles antenados às tecnologias, assim como, a todos que se preocupam com segurança financeira.

Desenvolve reflexões acerca de como esses golpes acontecem, quem é o público alvo e ainda chama atenção para quais cuidados tomar para que não seja uma eventual vítima dessa armadilha financeira e digital.

O projeto de descarte consciente e sustentável de medicamentos foi um plano desenvolvido pelo CAPS, realizado na cidade de Mossoró, que deu origem a um ponto de coleta baseado em práticas positivas para o meio ambiente, orientando os cidadãos com ação educativa para realizar o

Diagramadores

Alice Kelly

Bianca Mires

Monalisa Teixeira

Karina Souza

despejo corretamente.

Pensando nessas questões, a matéria: “CAPS realiza ação para o descarte sustentável de medicamentos” desenvolve o assunto que agrega para aqueles interessados na discussão.

Ainda na proposta opinativa a matéria “A ditadura do assédio sexual nos bastidores do mundo corporativo” vem dialogar de maneira séria e embasada em instrumentos factuais, como o código penal, sobre a importância de se falar do assédio sexual sofrido por mulheres no ambiente de trabalho. Ressaltando os números de 2020, que registraram cerca de 204 denúncias de assédio, por mês, no ambiente, transformando o espaço profissional em um local perigoso para mulheres. O material utiliza ainda o caso ocorrido neste mês, em

Repórteres

Alessandro Dantas

Ariverton Oliveira

Maeli Rocha

Suzana Barreto

que a Caixa Econômica Federal se viu diante de um escândalo envolvendo seu nome.

Para aqueles que se encantam pelos assuntos do mundo pop, a editoria deste mês, se encarrega em trazer a matéria: “Anitta, Luísa Sonza e Miley Cyrus contra o machismo na indústria musical”, o texto em questão trata-se de uma reflexão sobre os variados abusos, dando ênfase no machismo, sofridos pelas cantoras envoltas no mundo pop. O artigo utiliza-se de grandes nomes que estão em alta atualmente, como os das cantoras Anitta, Luísa Sonsa e Miley Cyrus, para exemplificar da melhor maneira como o machismo presente na indústria musical pode ser prejudicial a carreira e a vida pessoal. das mulheres envolvidas no meio.

Crítica

Alice Kelly

Monalisa Teixeira

Articulisatas

Clara Fonseca

Estela Vieira

A ditadura do assédio sexual nos bastidores do mundo corporatvo

Em 2020, foram registradas cerca de 204 denúncias de assédio, por mês, no ambiente de trabalho, transformando o espaço profissional em um local perigoso para mulheres. Conforme o Art. 216 do Código Penal, o assédio sexual caracteriza-se por constrangimentos e ameaças, com a in- tenção de obter vanta- gens e favorecimento sexual, conservando a condição de superioridade hierárquica do assediador. Segundo dados apresentados

pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), no ano de 2021, foram processados mais de 3 mil casos de assédio sexual no Brasil. Este mês, a Caixa Econômica Federal se viu diante de um escândalo envolvendo seu nome. Pedro Duarte Guimarães, o então presidente do banco, e seus subordinados, foram denunciados por funcionárias por alicia- mento e assédio moral. Quando o alvo escolhi- do por Guimarães recusava as investidas, a vítima sofria rebaixamento de função e chegava “carimbada” no novo setor, o que signi- ficava que os novos chefes tinham permissão para praticar assédio moral como forma de “punição”, instituindo-se, assim, um modelo de gestão autoritário baseado em um esquema de assédio e transformando o espaço profissional em um local perigoso, especialmente para mulheres. Um dia após as denúncias virem a públi-

co, Pedro enviou um pedido de demissão ao Presidente da República. No entanto, pouco antes da sua exoneração ser pu- blicada, Pedro Guimarães divulgou uma carta na qual se decla- ra inocente e diz que as acusações afetaram sua família e seu casamento de 18 anos. De acordo com três ex-funcionários do banco, o comando da Cai- xa Econômica Federal sabia dos crimes e os acobertou em troca do oferecimento de promoções e da obtenção de outras vantagens. As acusações começa- ram a surgir logo após Guimarães assumir a presidência da empresa em 2019. O Ministério Público do Trabalho irá investigar se a cúpula da instituição financeira encobriu as denúncias de assédio.

No período entre janeiro de 2015 e ja- neiro de 2021, foram registrados 26 mil processos de casos de assédio sexual no ambiente de traba-

lho, com uma média de 204 casos por mês em 2020, aproximadamen- te sete casos por dia, segundo dados do TST. Já a pesquisa realiza- da pelo LinkedIn e pela consultoria de inovações sociais, Think Eva, mostra que, das entrevistadas que relataram ter sofrido assédio sexual ou moral, 52% são mulheres negras, 49% recebem até dois salários mínimos e apenas 8% recebem mais que seis salários mínimos. Esses dados evidenciam o quanto a depen- dência do emprego e a vulnerabilidade social são fatores que contri- buem para a exposição dessas mulheres a situações de risco, uma vez que o assediador sabe dessa vulnerabilidade e se aproveita dela. O caso da Caixa Econômica Federal ensina que os crimes de assédio sexual e/ou moral, ocorridos princi- palmente no ambiente de trabalho, raramente se tratam de uma situação isolada causada por apenas uma pessoa.

Assim como Pedro Guimarães, há tantos outros homens ocupando cargos hierárquicos e impondo seus modelos de gestão, utilizan- do-se de gestos, atos e palavras para constranger suas vítimas em benefício próprio. Dispor de um canal para para acolher as acusações não é o su- ficiente. É fundamental que haja uma área específica para a gestão das relações humanas dentro da instituição. É preciso que a direção da organização persiga a justiça e implemen- te políticas internas que sejam eficazes na proteção e defesa das vítimas, garantindo estabilidade no emprego e o afastamento do ambiente de agressão. Combater o assédio sexual dentro do ambiente de trabalho vai muito além de denúncias. É necessária a desconstrução de um sistema de opressão que vai desde o machismo, enraizado na sociedade patriarcal, ao racismo estrutural.

Editorial
Clara
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CORREIO MOSSOROENSE 2 | EDITORIAL E OPINIÃO | JUNHO DE 2022

Opinião

Anitta, Luísa Sonza e Miley Cyrus contra o machismo na indústria musical

suais de suas canções.

Os Anitters, fãs da cantora, muitas vezes entram na linha de frente em defesa ao trabalho da ídola, mas Anitta também costuma se posicionar e exaltar seu trabalho e o de outras colegas da indústria. “Se eu canto que vou em festas e que sou louca, eu quero seguir tendo respeito”, defendeu-se em seu Twitter.

A indústria pop de música nos entrega muitos produtos de alta qualidade: clipes, canções, apresentações em shows... A lista é extensa e deixa os amantes desse tipo de conteúdo maravilhados. No entanto, desde que o pop entrou nas grandes paradas, as artistas mulheres sofrem com diversos tipos de abusos contra sua arte. Desde um público machista a produtores que tentam colocar seus trabalhos em caixas, as cantoras desse estilo musical têm trabalhado incansavelmente para colocarem suas músicas no topo dos principais charts mundiais.

Apesar de vivermos em um país extremamente machista, o preconceito contra as mulheres da música pop é um problema que ronda o mundo inteiro.

“As mulheres têm que ser livres para fazer o que quiserem com seus corpos e com suas vidas”, desabafou a cantora brasileira Anitta, em seu Twitter. A artista é a dona do hit “Envolver”, que em março deste ano alcançou o primeiro lugar no Spotify Global, o principal chart de uma das maiores plataformas de streaming do mundo.

Anitta é uma das principais artistas da música pop brasileira da contemporaneidade, isso porque ela produz conteúdos não só para o mercado nacional. Ela também fala com o público estrangeiro, e tem alcançado muito respeito no exterior. Apesar do notável sucesso, desde o início de sua carreira a cantora ouve comentários que reduzem sua arte a uma dança sexy e as letras mais sen-

Mas o machismo, como dito anteriormente, não vem somente do público, muito menos fica restrito aos brasileiros. Durante as gravações do Video Music Awards 2020 (VMA), a cantora Miley Cyrus foi vítima de um comentário machista vindo de um dos diretores do evento, e relatou a experiência no podcast Joe Rogan Experience.

De acordo com a cantora, a discussão aconteceu depois que o diretor disse que ela quer ser tratada como um cara, mas se fosse um homem, eles não precisariam lidar com alguns problemas que estavam acontecendo nos bastidores. “Um cara não faria isso porque ele não deixaria o seu show sexy como vou deixar. E eu estou ciente disso. Eu sei sobre os direitos das mulheres”, respondeu a cantora.

As histórias de Cyrus e Anitta se encontram uma vez que as duas mulheres recebem tratamentos diferentes do que os que são dados aos homens da mesma indústria. Apesar de todo o glamour existente, todas as fotos em tapetes vermelhos e

exaltação de milhares de fãs, as mulheres da música pop sofrem segregação em muitos aspectos. Luísa Sonza, por exemplo, chegou a falar sobre o machismo dentro da indústria em seu Twitter. Na rede social, a cantora escreveu “Bizarro como o cenário musical brasileiro desvaloriza as artistas femininas. A gente faz TUDO, entrega TUDO e mesmo assim a desvalorização é clara. Que nojo. Valorizem a gente, frequentem os shows, questionem sim quando tiver pouca ou pior, nenhuma mulher nos shows, eventos e premiações. Vocês não têm noção do que a gente passa desse lado ‘pra’ ser reconhecida e valorizada”.

Em uma indústria ainda monopolizada pelos homens, as mulheres precisam lutar cada vez mais para conquistar um pouco de espaço. Apesar da democracia existente em diversos países ao redor do mundo, nesses mesmos territórios as mulheres, são deixadas às margens de diversos eventos, e suas músicas são, por vezes, derrubadas em plataformas de streaming, ou mesmo em festivais, por exemplo. Cyrus, Sonza e Anitta representam fielmente as cantoras de música pop que, ao redor do mundo, buscam conquistar a atenção e o espaço merecido.

Portanto, o que podemos fazer quanto sociedade para ajudá-las, obviamente, é ouvir suas obras, divulgar incansavelmente e abrir nossas mentes para uma luta que é de todas nós.

É papel não só das mulheres, mas também dos homens garantir essa reparação. São tristes os relatos de jovens que são abusadas de diversas formas ao iniciar a carreira na indústria. Elas são como os homens, realizam o mesmo trabalho de entreter e levar cultura aos quatro cantos do mundo, mas sofrem agressões físicas e verbais, são controladas diuturnamente por seus empresários e/ ou agentes, são elas que sofrem com a rejeição brutal e os julgamentos incessantes do público. O machismo afeta quem busca levar alegria e diversão para nossos lares, o machismo afetou Amy Winehouse, afetou Britney Spears, entre muitas outras. Esse fenômeno tão doentio desenvolvido pelo patriarcado tira vidas, liberdades e encerra, muito precocemente, carreiras de mulheres, que poderiam ser grandes nomes. Ainda muito jovem na indústria da música pop, mas demonstrando um grande talento, a cantora Billie Eilish fez diversos desabafos em seu novo álbum, Happier Than Ever (Mais Feliz do que Nunca), sobre como o sistema por trás do que vemos nas plataformas é abusivo. Na canção Your Power, Eilish retrata o abuso de poder que as mulheres sofrem por seus superiores. Como elas confiam naqueles homens de terno e gravata, e como entregam a eles seus sonhos de se tornarem grandes nomes da arte. Billie mostra,

em partes, aquilo que foi vivido por Miley Cyrus, enquanto Hannah Montana, e por Britney Spears, enquanto era uma jovem menina que, dia a dia, conquistava multidões, e logo teve toda sua liberdade tomada por homens que tinham interesse exclusivamente em seu dinheiro. Apesar de tudo o que vivemos e vemos no pop, o que podemos fazer para amenizar seus impactos é ouvir o que essas mulheres têm a dizer, e garantir que mais pessoas possam ouvir seus gritos, muitas vezes silenciados. O machismo é um problema social que cerca a sociedade do mundo há milênios. Engana-se totalmente quem acredita que essa é uma questão exclusivamente brasileira.

As mulheres devem ter seus lugares respeitados, suas vozes devem ser ouvidas e seus momentos devem ser exaltados. É sempre muito fácil apontar o dedo e xingar alguma cantora. É sempre simples dizer que seu trabalho não é tão bom, e comparar com o de algum homem que cante músicas do mesmo gênero. Apesar da facilidade em fazer tudo isso, devemos, antes de condenar, refletir sobre o quão difícil foi para ela chegar até aquele palco. As mulheres da música pop não só precisam, como merecem e devem ser respeitadas. A luta feminista não é apenas de grupo A ou B, mas sim de todas nós, e jamais devemos deixar que o machismo continue ganhando força e enfraquecendo sonhos.

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Cantora Anitta Foto: Reprodução/Pedro Gomes/Redferns/Getty Images Cantora de 24 anos, Luísa Sonza Foto: Reprodução/Instagram Cantora Miley Cyrus LollaPalooza Brasil 2022 Foto: Reprodução/Instagram

Meio Ambiente

CAPS realiza ação para o descarte sustentável de medicamentos

Projeto desenvolveu ponto de coleta e orientou usuários e familiares sobre os cuidados com o Meio Ambiente

O Centro de Atenção Psicossocial Enfermeira Mariana Neumann Vidal realizou, neste mês, ação educativa para conscientizar os pacientes a realizar o descarte correto de medicamentos em desuso ou fora do prazo de validade, contribuindo para promoção à saúde e a preservação do meio ambiente.

O Centro de Atenção Psicossocial Enfermeira Mariana Neumann Vidal realizou, neste mês, ação educativa para conscientizar os pacientes a realizar o descarte correto de medicamentos em desuso ou fora do prazo de validade, contribuindo para promoção à saúde e a preservação do meio ambiente.

Uma pesquisa realizada em 2019, pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), em parceria com o Instituto Datafolha, realizada com 2.074 pessoas em todas as regiões do país, apurou que 76% dos entrevistados realizam o descarte de resíduos medicamentosos de forma incorreta, cerca de dois terços dos ouvidos descartam os medicamentos no lixo comum. O estudo mostrou que aproximadamente 10% dos entrevistados jo-

gam os restos no esgoto doméstico (pias, vaso sanitário, tanque etc.). Nesse contexto, diante da estatística alarmante que evidenciou que a população brasileira tem o hábito de descartar os medicamentos de forma equivocada, a equipe planejou executar a ação em conjunto com os pacientes. Segundo o farmacêutico, Dr. Ivanilson Borges, responsável técnico pelo setor de farmácia, a ação teve iniciativa a partir da necessidade de educar os pacientes acerca da conscientização do descarte correto de medicamentos, para o profissional, o projeto tem por finalidade “a erradicação da cultura que a população têm em desprezar os medicamentos

vencidos no lixo comum ou sistema de esgoto sanitário, levando ao prejuízo do meio ambiente”. Através de palestras, ministradas pelo farmacêutico responsável, os pacientes foram orientados sobre os diferentes tipos de medicamentos que são comercializados, e os principais riscos que podem trazer ao meio ambiente diante do descarte incorreto, como a contaminação do lençol freático, levando a intoxicação crônica e o surgimento de problemas de saúde na população afetada. A iniciativa teve um resultado satisfatório e foi bem recebida entre os pacientes. Segundo Maria Auxiliadora, 47 anos, que frequenta o CAPS há mais de 8 anos, o projeto

Tecnologia

contribuiu positivamente com a preservação do meio ambiente, indicando os locais de coleta adequados, como as Unidades Básicas de Saúde (UBS). Ela declarou que antes da ação descartava os medicamentos no lixo comum, pois nunca foi

orientada como o descarte deveria ser feito de maneira sustentável. A atividade contou ainda com a realização de rodas de conversas, exposição de cartazes informativos, e preparou uma caixa com o propósito de servir como ponto para coleta dos medicamentos. No final da atividade a equipe avaliou o projeto de forma positiva, premiando com brindes os colaboradores. Foi coletado quantidade significativa de medicamentos vencidos ou em desuso que foram encaminhados para o setor de Coordenação Farmacêutica, da Secretaria Municipal de Saúde e posteriormente recolhidos ao aterro sanitário. Por fim, espera-se que o ponto de coleta instalado se consolide e a ação se espalhe por toda cidade.

Criminosos usam o golpe de falso emprego na internet

Golpistas oferecem falsas vagas de trabalho home office nas redes sociais para roubar

Maeli Rocha

Suzana Barreto

A falsa oferta de emprego home office, acontece de forma inusitada e de repente, existe diversos casos e formas de serem aplicados esses golpes, que geralmente são praticados por meio de men-

sagem via WhatsApp ou SMS. Domingo (14), conversamos com a estudante Luana Hilário, de 19 anos, através de um formulário via Google forms, a nossa conversa durou 20 minutos.

Luana foi vítima do golpe. Segundo a jovem, o golpista se apresentou como gerente

comercial da Amazon e propôs uma vaga de emprego home office, meio período, com o salário de R$ 5.000 até R$ 10.000. O recrutador enviou para ela também um link que encaminhava para outra conversa no WhatsApp com outra pessoa, alegando que seria o responsá-

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Alessandro Dantas
Imagem Ilustrativa Foto: Reprodução/Internet
Profissional especializado repassando informações Foto: Acervo do projeto Caixa para coleta dos medicamentos Foto: Acervo do projeto

vel por coletar dados para a vaga de emprego. Com a chegada da pandemia, muitos brasileiros tiveram que adotar o trabalho home office, mas há uma preocupação em meio a tantas ofertas, para que o indivíduo não caia em um golpe. Normalmente, o criminoso se identifica como gerente de empresa, fala que está recrutando uma equipe de meio período, os recém-chegados, ganham de

imediato R$ 50. Salário diário de R$ 500 - 1500 e que esse trabalho exige pelo menos 20 anos.

O recrutador se apresenta também através de trabalho falso, pessoa falsa, no intuito de coletar dados do usuário. Os golpistas usam mecanismos digitais e conseguem invadir redes sociais, contas bancárias, clonagem de cartões e diversas formas de golpes, como também, com o pro-

pósito de extorquir dinheiro das vítimas. Conversamos nesta quarta-feira (20) com o chefe de investigação da Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações em Mossoró (DEFD). Segundo Eraldo Alves, os estelionatários se apresentam como advogados, médicos e empresários, que conseguem ludibriar e, ainda, conforme o chefe, esses estelionatários pedem que as vítimas

Sociedade

Após dois anos em razão da pandemia, o Centro Acadêmico Rui Barbosa (CARB), da Faculdade de Direito (FAD), voltou a organizar eventos de forma presencial.

A I Semana do Orgulho aconteceu entre os dias 27 de junho e 01 de julho.

O movimento LGBTQIA+ ganhou visibilidade no debate público nos últimos anos, na luta por direitos que contemplem esse segmento da população. Dentro da universidade, a pauta tem ganhado cada vez mais espaço através do movimento estudantil.

“O movimento estudantil é a força dos estudantes enquanto protagonista da universidade. E nós temos que entender que quem compõe a universidade somos nós.

E se nós somos plurais, a universidade tem que ser plural como nós”, destaca o Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão do CARB/UERN, Guilherme Sousa Medeiros da Silva, estudante do 2º período do curso de Direito.

O evento contou com mesa de debate que tinha como tema: “Rompendo os grilhões, ocupando os espaços”, onde contou com a participação da comunidade estudantil e convidados como o vereador de Mossoró, Pablo Aires (PSB), a jornalista egressa da UERN, Larissa Maciel, o discente de Direito Henrique Brito, a advogada e professora, Fernanda Abreu e Luh Vieira, discente do curso de Letras Inglês, com a mediação de Guilherme Souza, membro da gestão “Re-

nascer” do CARB/UERN.

“A gente quis frisar nessa questão de trazer a participação do movimento LGBT para dentro do movimento estudantil aqui da universidade, que é uma pauta que fica um pouco apagada, mesmo tendo em vista que existem inúmeras pessoas LGBTs dentro da universidade e isso tem que ser pautado”, aponta Guilherme Sousa.

Durante a I Semana do Orgulho, também foram realizadas oficinas para a elaboração do mural da Diversidade, feita pelos estudantes LGBTs do curso. “A gente vê que, infelizmente, o curso de Direito é conservador. E um ato como esse demonstra muita coragem e muita resistência, principalmente, por fazer um mural no meio do corredor onde todos os dias passam inúmeras pesso-

façam um Pix ou boleto bancário para dar o golpe do falso emprego. O criminoso também envia um link para o usuário fazer o cadastro da empresa falsa. Ao clicar, a vítima pode estar entrando diretamente em contado com o bandido ou pode ter seu dispositivo infectado por um vírus. Outra forma do indivíduo entrar em contato com o golpista é adicionando o contato

do próprio golpista, ao entrar na conversa com o recrutador. Imediatamente, esse agente apresenta uma proposta de emprego falso e solicita que o indivíduo faça um Pix, deposite uma quantidade de dinheiro ou parcele no boleto bancário, para o indivíduo poder começar a trabalhar e ganhar muito dinheiro com o falso trabalho home office esses os criminosos recebem a quantia e depois somem.

as por ali no nosso bloco e que são conservadoras”, conta Ygor Anuar Melo Granjeiro, estudante do 2º período do curso de Direito e Diretor de Marketing e Comunicação do CARB. O aluno diz ainda que há muitas barreiras que são

impostas dentro da própria faculdade e a importância de provocar esse debate na UERN, para além de Junho, mês do Orgulho LGBTQIA+. “Foi um momento muito relevante. A Faculdade de Direito não quer romper os

grilhões. É uma barreira. E a gente querer rompê-la é de muita proatividade nossa. Nós estamos aqui para romper os grilhões e não ser barrados por ele, algo que é muitas vezes imposto por membros”, desabafa Igor Melo.

Ariverton Oliveira
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Auditório da FAFIC no momento da realização do evento Foto: Diogo Hermano/Divulgação
“Rompendo os grilhões, ocupando os espaços” é tema de mesa de debate LGBTQIA+ na UERN
Momento da realização do evento Foto: Diogo Hermano I Semana do Orgulho aconteceu entre os dias 27 e 01 de julho, organzada pelo Centro Acadêmico de Direito Rui Barbosa da UERN (CARB).

Cultura

Firs Kill: a primeira morte é difícil de esquec-

Imagina crescer tendo que aprender a matar quem um dia possivelmente viria a ser o seu primeiro amor ou ter que reprimir seus instintos mais naturais... Esse é o dilema que cerca a trama das personagens principais da mais nova série adolescente e fantasiosa da Netflix: Primeira Morte, (First Kill - título em inglês), que estreou na plataforma na sexta-feira (10).

A série conta a história best-seller da autora Victoria “V. E.” Schwab. Nessa, digamos, mais nova versão “shakespeariana”, o enredo se baseia no amor proibido vivido por Juliette (Sarah Catherine Hook), uma vampira diurna de linhagem nobre e Calliope (Imani Lewis), uma caçadora de monstros. As protagonistas lutam diariamente para entenderem quem são e o que devem fazer. Elas vivem em mundos completamente opostos e deveriam ser rivais, Fairmont vs. Burns. Tudo isso enquanto tentam sobreviver a uma das mais complexas fases da vida: a adolescência.

A família de Juliette, os Fairmont, descende de vampiros diurnos imaculados, a linhagem

mais digna e poderosa existente, que data desde o jardim do Éden, sendo sua matriarca a Lilith. Enquanto os Burns, a família de Calliope, tem origem em uma linhagem de caçadores de monstros. Juliette já tem idade para fazer a sua primeira morte, fase crucial na vida de uma vampira para que seja considerada e estabeleça seu lugar na hierarquia da família. Para isso, ela deve escolher a sua primeira vítima.

Calliope, passa por uma situação parecida, ela deve matar o seu primeiro monstro, para ter a sua iniciação no clã. Porém, o destino resolve pregar uma peça, elas acabam se apaixonando e, ironicamente, ambas ficam

encarregadas de matar uma à outra. E no meio de tudo isso, a cidade volta a ser assombrada por diferentes monstros que não perturbavam Savannah há mais de 20 anos.

A série é mais um clichê água com açúcar sim. Porém, conta com um diferencial que fez com que a produção fosse bastante comentada entre os jovens e atraísse a atenção especialmente do público LGBTQIA+. Ela se destaca ao apresentar romance de protagonismo sáfico, e por contar com muita representatividade entre o elenco, mas o que difere realmente de outras produções, é a maneira em que estas questões são abordadas, sem que sejam o foco principal da série,

ou encaixadas em um local que constantemente produções de romances LGBTQIA+ são colocadas, nos famosos estereótipos. O romance acontece de maneira natural, não se torna uma questão, e o casal apresenta uma química incrível, que inclusive não é hiper sexualizada. O enredo apostou em mostrar a força que a mulher tem, com personagens femininas independentes, fortes e confiantes, ficando nítida a questão matriarcal. As atuações de todo o elenco, juntamente com a trilha sonora - que envolve mais ainda o telespectador na temática supranaturalcomo a música de abertura: The Zombie Song, de Stephanie Mabey, são o forte da trama. A produção tinha tudo para dar certo, se não fossem os efeitos bizarros que surgem nas cenas, quebrando todo o ritmo e imersão em que o telespectador está envolto. Este é com certeza o ponto baixo da série, em certos momentos é possível esquecer que se trata de uma produção original Netflix. Efeitos claramente falsos: os ferimentos, o sangue, tudo é de baixa qualidade, nitidamente produzidos com baixo orçamento, ponto já relatado pelos produtores da série.

Não sejamos ingênuos de não saber o porquê disso e da pouca divulgação, a questão é que se trata de uma produção de protagonista sáfico com muita representatividade racial. Para encerrar, First Kill é uma trama vampiresca que peca na imersão sobrenatural, mas encanta com a abordagem do romance. Para aqueles que procuram um diferencial na abordagem de temáticas representativas, a série é uma boa pedida, mas para quem procura um bom produto de horror, infelizmente não encontrará. A produção tem tudo para virar um sucesso, mas necessita de um maior investimento para que não seja cancelada precocemente.

Avaliação: 6,5/10

“Para aqueles que procuram um romance leve, com um diferencial na abordagem de tenáticas representativas, a série é uma boa pedida, mas para quem procura um bom produto de horror, infelizmente não encontrará em First Kill.”

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A esquerda, corte de cena da série. Na direita, o casal principal da série First Kill em lados opostos, Casal principal em cena de tensão Foto: Internet onde Juliette está mostrando suas presas
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