6ª Edição JULHO/2022

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MOSSOROENSE

CULTURA

POPULAÇÃO MOSSOROENSE PARTICIPA DE FEIRA CULTURAL E GASTONÔMICA

A primeira edição da Feira Bangalô contou com mais de 20 expositores, com o objetivo de exaltar a cultura local, reunindo arte, gastronomia, música, estúdio de tatuagem e moda.

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DIÁRIO DE VIAGEM NO FAMOSO ARQUIPELOGO BRASILEIRO: FERNANDO DE NORONHA

BRASIL REGISTRA AUMENTO NA

VENDA DE MEDICAMENTOS

Uma entrevista com dois farmacêuticos revela que após a pandemia cresceu a procura por medicamentos de controle especial nas farmáicas locais.

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JULHO DE 2022 | 6ª EDIÇÃO
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TURISMO
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SAÚDE PÁGINA 3
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Editorial

Esta edição do Correio Mossoroense informa aos leitores os principais acontecimentos deste mês. Para isso, fizemos uma pesquisa com relação a estes assuntos, trazendo os mais impactantes nas diferentes áreas, a saber: saúde, cultura, turismo. Diante do cenário pandêmico causado pela Covid-19, a venda e o uso indiscriminado de medicamentos controlados têm aumentado substancialmente nas farmácias. Para descobrir as principais doenças surgidas neste período, quais são os medicamentos mais vendidos, seus efeitos e potenciais riscos quando não administrados

corretamente, entrevistamos farmacêuticos que trabalham nestes espaços. Os entrevistados são Carlos Eduardo Oliveira Santana e Alana Maria Pontes Borges. A descriminalização das drogas é um tema recorrente na sociedade contemporânea, dividindo diferentes pontos de vista em torno das esferas da saúde e da segurança pública. Pensando nessas questões, para além das usuais polêmicas que envolvem o debate, o artigo de opinião: “Por uma nova política de drogas” desenvolve o assunto em uma matéria opinativa que agrega para aqueles interessados na discus-

são, e para aqueles que desejam apenas conhecer um pouco acerca do assunto, uma visão baseada em fatos e interpretações, tendo em vista que se trata de uma problemática de interesse geral voltada ao debate de saúde pública. A representação de personagens femininos no universo dos games é discutida em uma matéria da editoria de cultura pop, e começa fazendo uma crítica de como a protagonista do jogo Tomb Rider, Lara Croft é hipersexualizada para atender os desejos e expectativas dos homens. E aponta que na década atual existem várias personagens de

jogos que a aparência e gestos são construídas mais próximas da realidade de suas histórias. Mesmo que ainda haja comentários embasados em misoginia sobre elas, principalmente na internet, a história dessas personagens nos games está sendo reescrita. Quando se quer saber para onde viajar, certamente é bom ter uma referência, e nada melhor que uma matéria envolvendo turismo para ajudar as pessoas a terem uma ideia para qual lugar podem ir. A matéria sobre Fernando de Noronha apresenta esse arquipélago que pertence a Pernambuco e apresenta dicas importantes

Opinião Por uma nova política de drogas

A descriminalização das drogas é um tema recorrente na sociedade contemporânea, dividindo diferentes pontos de vista em torno das esferas da saúde e da segurança pública. Pensando nessas questões, para além das usuais polêmicas que envolvem o debate, descriminalizar envolve, inicialmente, em pensar sobre as tradicionais estruturas que construíram a sociedade brasileira - em seus definidos recortes de classe, raça e gênero. Diante de um cenário de desinformação e preconceitos, usuários de drogas, antiproibicionistas e a so-

ciedade civil pró-descriminalização travam lutas históricas pelo avanço jurídico na área e pela democratização social.

Sabe-se que, historicamente, as drogas estão presentes na dinâmica formativa de diferentes sociedades. Além de envolverem grupos por seu caráter alucinógeno e/ou inebriante, as drogas também exerciam funções religiosas, socioculturais, políticas e econômicas diversas.

Com os avanços estruturais do corpo social e, consequentemente, com a diversificação das identidades dos diferentes grupos humanos existentes, estas substâncias assumiram, também, novas representações e significados.

Com a sistematização da divisão racial brasileira, ainda no século XX, o povo negro passou a ser alvo da legislação que pensa a segurança pública no país. Ao mesmo tempo, com o aumento no uso de ilícitos, inclusive, entre jovens

e adolescentes, a saúde mental e física desses indivíduos se coloca como uma pauta necessária e urgente. Há, de certa forma, duas visões que divergem no entendimento desta questão. Tomando como base o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD), instituído via Lei Nº 11.343 (2006), sabe-se que as regulações legais existentes possuem um perfil punitivista e a problemática da descriminalização não se delineia através de uma simples liberação das drogas, como muitos afirmam. No contexto de mediação e fomento de políticas públicas por parte do governo federal e demais instâncias locais, colocar em discussão os dados referentes à violência e à criminalidade no Brasil, por exemplo, só nos demonstra como o assunto requer outras demandas: uma ampliação de medidas educativas que alertem e eduquem sobre a composição e os

possíveis efeitos causados pelo consumo de substâncias ilícitas seria um caminho viável. Retomando a essa discussão, dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022 demonstram como a questão da descriminalização das drogas envolve, direta e indiretamente, os usuais recortes de classe, raça e gênero já citados anteriormente. Entre os anos de 2005 e 2021, a evolução da população carcerária negra - em sua maioria por posse, uso ou tráfico de entorpecentes - cresceu 9,1%. Na mesma perspectiva, quando se olha para o índice de pessoas brancas na mesma situação, o número cai, no mesmo período, em 10,8%. Tais análises se aprofundam ao se pensar o panorama das mulheres encarceradas e, também, os próprios parâmetros machistas enraizados no imaginário brasileiro. Ademais, nas entrelinhas dos discursos que tratam sobre

como se planejar antecipadamente, onde ficar hospedado, como economizar na alimentação, passeios, entre outras. Por fim, também procuramos retratar nesta edição, na editoria de cultura, os benefícios provenientes da 1ª Feira cultural Bangalô realizada em Mossoró, criada pela artesã e empresária Jéssica Mendes, retratando sua importância na economia e no compartilhamento da cultura local com os visitantes deste evento. Além disso, possibilita aos artistas terem visibilidade e reconhecimento dos seus trabalhos, além de reunir as pessoas para confraternizarem.

o tema, a criminalização do povo periférico se insere nos níveis comprovados das desigualdades socioeconômicas que dividem o país. Esses apontamentos nos demonstram como os discursos a nível da descriminalização envolvem diferentes perspectivas de abordagem e, concomitantemente, incluem diferentes aspectos sociais da realidade vivenciada no Brasil. Sendo assim, é fundamental compreender que, na nossa realidade atual, apesar dos avanços jurídicos sobre o tema, ainda há muitas barreiras a serem superadas - especialmente, no contexto dos pontos de vista da população em relação ao assunto e seus impactos gerais. Isso enfatiza que para além das problemáticas abordadas, a aplicação prática da legislação ainda encobre a garantia efetiva dos direitos humanos em um viés repressor, portanto, invisibilizando pessoas e suas vivências.

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Para além das usuais polêmicas travadas, a discussão sobre a criminalização das drogas segue dividindo opiniões entre as áreas da saúde e segurança pública brasileira.

Saúde

Venda de remédios controlados aumenta durante a pandemia

Farmacêuticos explicam as especialidades desses medicamentos, efeitos e seu controle especial de venda e compra.

Devido ao adoecimento psicológico causado pela pandemia e pelo isolamento social, cresce a procura por medicamentos de controle especial nas farmácias locais. Isso é o que apontam os estudos. Por causa do aumento das vendas de medicamentos controlados na pandemia, entrevistamos dois farmacêuticos de nome Alana Maria Pontes Borges e Carlos Eduardo Oliveira Santana, recentemente formado na área, em farmácias/drogarias distintas em Mossoró, no sábado (09). Buscando saber o máximo possível sobre o controle desses medicamentos, seus efeitos, sua liberação, etc, no intuito de informar a população sobre a utilização desses medicamentos.

Quais são os principais medicamentos controlados?

Alana: Nós temos uma gama de medicamentos, que vão agir em determinadas patologias e seu uso é restrito à receita médica. Mas podemos citar a RTC344/38 e ela fala da portaria dos medicamentos sujeitos a controle especial, aí então entramos nos ansiolíticos, que hoje em dia são bastante utilizados pelos psicólogos, junto com os psicotrópicos, medicamentos tarjados e de controle especial.

Houve um aumento substancial na venda desses medicamentos durante o período da pandemia da Covid-19?

Alana: Na minha experiência, posso relatar que sim, porque as pessoas passaram a ficar mais em casa, elas passaram a ficar mais aflitas em relação a toda

essa pandemia, todo esse quadro em que a gente se encontra e isso gerou um consumo maior desses medicamentos, fazendo com que os ansiolíticos entrem no ranking de vendas nesse período.

“Com relação à venda desses medicamentos, ela só pode ocorrer mediante receita médica.”

Há algum critério para a sua obtenção além da prescrição do médico?

Alana: Com relação à venda desses medicamentos, ela só pode ocorrer mediante receita médica e nessas receitas temos que ver algumas informações que precisam estar contempladas. Precisamos ver a validade, se tem carimbo médico, se a posologia está correta, se a quantidade de medicamentos é permitida. Por isso temos que analisar a receita em si para poder fazer a dispensação segura.

Quais são as principais especialidades desses medicamentos? Quais são os seus principais efeitos no corpo humano?

Alana: Podemos citar os entorpecentes, psicotrópicos anorexígenos, psicotrópicos em geral e imunossupressores. Eles podem resultar em diversos efeitos, variando de paciente para paciente e de medicamento para medicamento. No entanto, podemos citar como principais efeitos: náusea, vômito, sonolência, anorexia, aumento do peso, diminuição da libido, alto risco de ficar mais ansioso dependendo da dose ingerida. Esses efeitos podem ir dos mais raros até os mais comuns.

“Podemos citar como principais efeitos: náusea, vômito, sonolência, anorexia, aumento do peso, diminuição da libido, alto risco de ficar mais ansioso dependendo da dose ingerida.”

Carlos Eduardo: A questão é bem ampla. Se você pegar um ansiolítico, ele vai ter que reduzir e atuar por diversos mecanismos de ação diferentes, por isso temos várias classes, temos barbitúricos, benzodiazepínicos, por exemplo: clonazepam e Diazepam. Eles vão atuar de uma maneira no corpo humano enquanto os barbitúricos irão atuar de outra. Se você tomar um antidepressivo, ele vai impedir a degradação da serotonina, o que acaba por possibilitar maior estabilidade no humor do paciente.

Para os farmacêuticos conseguirem acesso a esses medicamentos, há alguma requisiçãoparaseteracesso?

Alana: Precisa passar pelo processo de autorização da Anvisa, do alvará da Autorização Especial (AE). Apenas depois da liberação desses documentos é que a comercialização dos me-

dicamentos pode começar.

Carlos Eduardo: Tem que cumprir todas as regras sanitárias, controle de temperatura, e entre outras características que a farmácia precisa estar enquadrada para fazer o pedido as distribuidoras que vendem os medicamentos controlados. E assim que chegam nas drogarias, são colocados em um armário, para o farmacêutico ter acesso Como ocorre o controle especial dos medicamentos?

Alana: Para a liberação e controle de medicamentos especiais, vamos precisar ter o diagnóstico de doenças específicas, o receituário junto com a declaração médica para confirmar a necessidade do uso do medicamento.

Carlos Eduardo: Tem que dar entrada no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), assim que o produto estiver com a nota fiscal. Dando sinal à Anvisa no sistema que recebeu o produto juntamente com a quantidade que foi solicitada.

“A principal dificuldade das pessoas ao se moverem com isso, muitas vezes é o uso indiscriminado, o uso irracional deste medicamento.”

Quais são as principais dificuldades das pessoas ao adquirirem os medicamentos?

Alana: A interpretação de receitas, podendo fazer uma administração errada, uma dispensação errada, risco da alta ou baixa dose. Esses são alguns riscos que podem dificultar a aquisição desses medicamentos. Isto sem contar a automedicação, que é algo muito comum na sociedade, e é por isso que exigem esses medicamentos ter um controle especial.

CE: A principal dificuldade muitas vezes é o uso indiscriminado, o uso irracional deste medicamento. Muitas drogarias vendem sem controle e burlam a fiscalização, vendendo para qualquer pessoa que está precisando, o que acaba por trazer diversas reações no corpo humano, podendo variar do tempo de uso juntamente com a quantidade ingerida.

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Emanuel Aparecido Foto: Adri Junges/Agência Central Sul de Notícias

Cultura

1ª Feira cultural Bangalô é realizada em Mossoró

Criação da artesã e empresária Jéssica Mendes, a Feira Bangalô ocorreu na primeira metade do mês de julho

Bianca Mires e Karina Souza

Aconteceu no sábado (9), a primeira edição da Feira Bangalô. O evento foi realizado na Cervejaria Cabocla, um bar especializado em cerveja artesanal, próximo ao centro da cidade. A realização contou com mais de 20 expositores, com o objetivo de exaltar a cultura local, reunindo arte, gastronomia, música, estúdio de tatuagem e moda. Segundo a criadora do evento, Jéssica Mendes:

“A exposição surgiu diante da necessidade de mais mostras para divulgar o trabalho de artesãos. Assim sendo, fomos visando também a proposta cultural que é tão pouco valorizada em nossa cidade, assim criando um dia de imersão à cultura de forma geral, uma tarde para toda a família, diante dessa linha de pensamento surgiu a feira bangalô”.

O ato trouxe participação da banda mossoroense Toca-Fita de Corcel do gênero indie rock, apresentação do grupo de teatro O Pessoal do Tarará, além de diversas interações sobre empreendedoris-

mo. As diversas barracas presentes no local expunham objetos artesanais, e comidas que também estavam disponíveis para compra. A ideia da exibição gerou satisfação entre os expositores locais, que aproveitaram o movimento do público para divulgar e vender seus produtos.

“A feira está sendo incrível, eu meio que participei do processo de criação com os meninos, porque eu já tinha participado de outras feiras, aí uma amiga me chamou. Muito projeto massa, muito projeto autoral. A galera aqui se garante muito.”

Pedro Souza, empreendedor da Trigo Kitchen.

“No meu ateliê, o Janela Amarela, eu vendo produtos feitos com algodãozinho e pinos. Eu faço artes à mão também, faço lettering e a gente opta sempre por tentar fazer tipo, puxando para o mais natural possível, para aquele ecológico.”

Isabel Brito, proprietária do ateliê Janela Amarela.

Expediente

Editora-chefe

Laís Falcão

Editores

Bianca Mires

Emanuel Aparecido

Franciélio Gomes

Gabriela Lima

Geovanna Coelho

Karina Souza

Diagramadores

Alessandro Dantas

Gabriela Cardoso

Repórteres

Bianca Mires

Emanuel Aparecido

Franciélio Gomes

Gabriela Lima

Karina Souza

“Está muito bom, o movimento está muito bom”, conta a jovem empresária sobre o público do evento. A idealizadora Jéssica Mendes contou surpresa:

“A feira acabou sendo ainda maior do que imaginávamos. Todos estávamos focados em divulgar suas lojas, ser uma janela aberta ali. Acabou sendo a porta

Articulisatas

Geovanna Coelho

porque além de ganhar muita visibilidade, os expositores também venderam muito bem no dia, gerou retorno financeiro bem legal, e foi muito bacana poder saber que Mossoró realmente é muito carente, mas que tem uma galera disposta a fazer essa cena acontecer”.

Ainda segundo Jéssica a iniciativa reuniu mais de 500 visitan-

tes, proporcionando um impacto positivo na economia local, sendo assim um sucesso em sua primeira edição. Para acompanhar a programação de outros eventos realizados pela feira bangâlo basta acessar as redes sociais pelo Código QR.

CORREIO MOSSOROENSE JULHO DE 2022 | CULTURA | 4
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Mesa expositora de Trigo / Foto: Karina Souza
Charge de Marília Marz publicada na edição impressa da folha Em 9 de julho de 2022.
Mesa expositora do Janela Amarela / Foto: Karina Souza

Os novos protagonismos na indústria dos games

A representatividade que hoje é possível e presente seria totalmente fora de cogitação há algumas décadas.

A indústria dos jogos eletrônicos desde os consoles, arcades até os jogos online sempre foi um mundo de possibilidades para a imaginação de muitas crianças, porém, quem sempre consumiu e se viu representado dentro dessas mídias tem uma cor e gênero definido. Assim como em outros tipos de mídia, como quadrinhos, cinema entre outros, o protagonismo mais expressivo é o de homens brancos e o que contribui para a cena gamer ser conhecida como misógina e racista é justamente na afirmação que esse grupo é “a norma”.

A chegada de personagens femininas nos jogos não é uma novidade, mas o local que essas personagens ocupam que mudou de acordo com o tempo, um exemplo disso é a protagonista do jogo Tomb Rider, a Lara Croft

A personagem principal está ambientada em um jogo de de ação-

-aventura e plataforma desenvolvido pela Core Design e lançado em 1996. Lara é uma das primeiras lembranças de mulheres introduzidas nos jogos na comunidade e sua participação é muito importante mas ao mesmo tempo controversa. Mesmo o gênero do jogo sendo algo casual a imagem de Lara foi algo explorado sob a lente de um olhar masculino, o chamado malegaze.

O termo em inglês significa o ato de retratar mulheres nas artes, no cinema, nos livros e no mundo a partir de uma perspectiva masculina e héterossexual, ou seja, a construção dessa personagem seria feita com base nos desejos e expectativas dos homens e algo diferente disso seria desconsiderado.

Já nessa nova era dos games o que se nota é uma construção de personagens muito mais realista e até mesmo interessante, condizente com o contexto retratado no enredo do jogo, porém, a base na qual surgiu muitos precon-

ceitos ainda é algo forte e enraizado. A mesma personagem, foi retratada em uma mesma situação em duas décadas diferentes, os live actions de Tomb Rider em 2001 e 2003, tendo como atriz que daria vida a Lara Crof a Angelina Joelie, sexy symbol dos anos 2000. Mais tarde, em 2018, seria a vez da atriz Alicia Vikander que por sua vez recebeu uma enxurrada de críticas negativas, mas não quanto ao filme e sim sobre seu corpo, embasadas em como ele era muito diferente da “Lara

original” principalmente por ter um busto menos que Angelina. Lara Crof sempre foi um ícone da cultura pop nos games desde sua chegada e arrasta fãs de muitos anos tanto homens quanto mulheres, porém os comentários acerca de suas representações sempre foram voltados ao quanto ela seria atraente para um certo público ou não. Produtoras como a Riot e a Dontnot ousam fazer um design mais condizente com a expectativa de todos os públicos que consomem

suas produções, como Max em Life is Strange e as personagens femininas de League of Legends na produção mais recente, Arcane, ou até mesmo no jogo Valorant, com mais diversidade de personagens femininas incluindo uma que é brasileira e negra, a Raze. Na década atual, as representações femininas estão muito mais bem construídas e perto da realidade, mesmo que ainda haja comentários embasados em misoginia a história de personagens femininas nos games está sendo reescrita.

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Cultura
Foto: Reprodução Foto: Reprodução
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Turismo

Noronha: um destino encantador, que desconecta você do mundo

Uma das viagens mais desejadas pelos brasileiros, que para muitos é taxada de caro, você vai aprender a conhecer Noronha e gastar pouco

Fernando de Noronha é um arquipélago brasileiro do estado de Pernambuco, um dos destinos do Brasil mais desejados pela população brasileira. Quem nunca sonhou em ter uma lua de mel em Noronha? Considerada um Patrimônio Mundial pela UNESCO, a ilha é preservada e possui um ecossistema ímpar, um dos mais bonitos que já vi. E posso afirmar: pertence ao governo do Pernambuco, embora sua localização esteja mais próxima do estado do Rio Grande do Norte. Para chegar em Noronha, existem voos diariamente saindo de Recife.

O arquipélago é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que faz uma administração regrada e controlada, impedindo o uso de plásticos na ilha, e o controle de visitantes diariamente. Mas quanto seria passar alguns dias nesse paraíso? Iremos mostrar nesse texto dicas e preços para a realização do sonho, e deixar você mais próximo daquela foto no seu feed com a legenda “Noronhando”.

Noronha é considerada um destino caro, por isso a primeira dica é planejar sua viagem bem antes. O planejamento antecipado é importantíssimo para o barateamento dos custos, e optar pelos meses de baixa estação, que são de abril a junho. Quando você chega em Noronha, é obrigatório pagar a taxa de preservação am-

biental, que é cobrada de acordo com os dias em que você permanecer na ilha, os valores começam em R$87,71 por dia. Sobre a hospedagem, a indicação é escolher ficar em um hostel, além do preço mais baixo, é possível a interação e conhecer outras pessoas principalmente para quem está viajando sozinho. Se tratando de alimentação o hostel permite você cozinhar, e com isso, você poderá levar alimentos que não estragam fácil, essa dica é importante, porque os alimentos nos mercadinhos que tem na ilha, são também muito caros.

Com praias sem igual e águas quentes, calmas onde você pode-

rá encontrar golfinhos, tartarugas e até tubarões, existem na ilha empresas que realizam passeios, e para isso vai outra dica: optar pelos passeios em grupos, e pedir um bom desconto no pagamento à vista. Vale lembrar que em alguns passeios tem guias que te levam para os restaurantes mais caros, para claro eles ganharem comissões, então é bom, você antes de começar o passeio, avisar ao guia onde prefere almoçar.

Para quem curte trilhas, em Noronha não vai faltar! Existem na ilha diversas trilhas ecológicas como: Jardim Elizabeth, da Costa Esmeralda ou da Baía do Sancho, mas antes

de realizar os passeios. É necessário pagar a taxa do Parque Nacional Marinho (PARNAMAR), que possibilita você entrar na área do parque. É nesta área que possui as tartarugas, golfinhos, e várias espécies de animais marinhos. No momento a taxa está custando R$330,00 para o público geral, mas brasileiros têm desconto de 50%, ficando o valor de R$165,00, e tem a validade é 10 dias nos dois casos. Vale lembrar que, se você quiser ir para outras praias que estejam fora do parque, não é preciso pagar nada. E as noitadas em Noronha? Aqui como dica é o Bar do Cachorro, muito atrativo, todos

os dias a programação é diferente, e sem falar no pôr do sol que visto de lá fica mais especial. O bar fica pertinho da praia do cachorro, é um atrativo que se você for em Noronha, é um ponto que não pode faltar em seu roteiro. Falando de vestimentas, o destino te permite ser livre, estar em paz e com harmonia em sua viagem, então é indicado você levar roupas leves, poucas roupas, e claro moda praia, pé no chão para sentir a vibe tranquila do destino. Para você transitar na ilha, existem táxis, e um ônibus que circula pela única BR do arquipélago. É indicado pegar o ônibus, que custa apenas R$ 5,00, e deixa você nas praias principais.

Fernando de Noronha proporciona boas energias e momentos inesquecíveis em um dos lugares mais bonitos desse mundo, com sua tranquilidade, e preservação, deixa o destino mais encantador. Para quem precisa se desconectar do mundo, o destino é ideal, até porque sinal de operadora telefônica é complicado, são contados os lugares que pega, então a dica que dou é, curta o momento, aproveite sua estadia, sinta a vibe que Noronha tem a te oferecer, e volta renovado, carregando somente saudades. Viajar permite a você conhecer um mundo de ideias, pessoas, histórias, e quando chegar de viagem, é só postar aquela foto belíssima no morro Dois Irmãos com a legenda: “Fui feliz em Noronha”.

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Franciélio Gomes Morro Dois Irmãos, visto da trilha da Praia do Sancho / Foto: Franciélio Gomes
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