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Editorial - Revista UBC #38

REVISTA UBC #38

A Revista UBC é uma publicação da União Brasileira de Compositores, uma sociedade sem fins lucrativos que tem como objetivos a defesa e a distribuição dos rendimentos de direitos autorais e o desenvolvimento cultural.

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Diretoria:

Paulo Sérgio Valle (Presidente), Abel Silva, Antonio Cicero, Aloysio Reis, Ronaldo Bastos, Sandra de Sá, Manoel Nenzinho Pinto

Conselho Fiscal:

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Assistente de coordenação editorial:

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Projeto gráfico e diagramação:

Crama design estratégico

Editor:

Alessandro Soler (MTB 26293)

Textos:

Alessandro Soler (Madri), Geraldo Vianna (Quito), Kamille Viola (Garanhuns, PE, e Rio de Janeiro), Luciano Matos (Salvador), Matheus Passos Beck (Porto Alegre), Ricardo Silva (São Paulo) e Roberto de Oliveira (Rio de Janeiro)

Fotos:

Imagens cedidas pelos artistas.

Créditos nas respectivas páginas, ao longo da edição.

Tiragem:

8.500 exemplares/Distribuicão gratuita

Rua do Rosário, 1/13º andar, Centro

Rio de Janeiro - RJ, CEP: 20041-003

Tel.: (21) 2223-3233

atendimento@ubc.org.br

Editorial

por_ Manoel Pinto

Sertanejo, samba, MPB, forró, carimbó, funk. Não há gênero ruim. O que há é música boa e ruim. O levantamento que a UBC publica nesta edição, com os estilos mais populares de Norte a Sul do Brasil, só comprova algo que nós, que trabalhamos com música, já sabíamos: que as fronteiras regionais desaparecem, tornando alguns estilos fenômenos nacionais.

O sertanejo é o principal deles. Antes menosprezado por uma certa elite intelectual — e até por meios de comunicação preconceituosos —, esse gênero que é um verdadeiro estilo de vida bebe na fonte nobre das modas de viola, da música de raiz que inspirou João Mineiro e Marciano, Chitãozinho e Xororó, João Paulo e Daniel, Zezé Di Camargo e Luciano, Rick e Renner e tantas outras grandes duplas. Como produtor e editor de música há 48 anos só na Peermusic, lancei alguns deles e acompanhei de perto a transformação da música sertaneja.

Hoje, ele é muito diferente daquele que a grande Inezita Barroso apresentou em “Viola, Minha Viola”, da TV Cultura, até o seu último dia de vida. Virou uma balada romântica com pitadas de forró e outros estilos, e talvez more aí o seu sucesso: todo mundo se sente identificado. Essa é sua maior transformação.

Sem se esquecer do papel da mídia, e incluem-se aí os serviços de streaming, no sucesso de uns e no ostracismo de outros, talvez o que explique a universalização de um estilo seja mesmo tocar o que cada um de nós tem de próprio, de particular. Outros ritmos que ignoram regionalismos, como o pop, o funk ou o pagode, também souberam dialogar com as diferenças culturais e sociais dos brasileiros, tornando-se elementos de união. Uma bonita união através da música.