TRIBUNA FEIRENSE OUTUBRO 2019

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FEIRA DE SANTANA-BAHIA, OUTUBRO DE 2019

ANO XX- Nº 2.620

R$ 1

ATENDIMENTO (75)99151-1623

Medicina: uma radiografia da saúde brasileira

Foto: www.simep.com.br/ Reprodução

Apesar de todos os avanços científicos, a medicina, sobretudo no Brasil, ainda não alcança a totalidade da população, com a eficiência e a qualidade devidas. Muitos fatores contribuem para a não prestação de um serviço médico de excelência, tanto na esfera pública quanto na privada. As limitações são distintas, em cada um desses setores. No âmbito público, Governo Federal, estados e municípios permitem que a medicina entrave na burocracia, no sucateamento, na escassez de serviços, de profissionais e de unidades de saúde e nas verbas subestimadas e congeladas por longos períodos. No privado, a proliferação descontrolada de escolas médicas particulares, sobretudo nos últimos anos, vem formando profissionais nem sempre capacitados, já que oriundos, muitas vezes, de ensino deficiente e à margem de uma fiscalização mais rigorosa, por parte dos órgãos competentes.

Somado a isso, muitas unidades privadas visam o lucro, em detrimento de um atendimento médico altamente qualificado. Além disso, submetem os profissionais a uma carga horária exaustiva, ao invés de investirem na contratação de número suficiente de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Com a crise econômica, tudo se agravou: a máquina pública enxuga, cada vez mais, o orçamento, nos três Níveis de Atenção à Saúde: Primário ou Básico, que, apesar do contingenciamento, ainda funciona razoavelmente; Secundário ou Especializado, que, atualmente, é o mais problemático, principalmente em cidades do interior, como é o caso de Feira de Santana; e o Terciário ou de Alta Complexidade, que não chega a ser precário, como o Atendimento de Média Complexidade, mas que ainda tem gargalos, sobretudo no que diz respeito à Regulação. A medicina suplementar ou privada, por sua vez, perde usuá-

rios de planos de saúde vertiginosamente, o que enfraquece a oferta de serviços e sobrecarrega ainda mais as unidades de saúde públicas. Nesse dia do Médico, o jornal Tribuna Feirense traz uma série de reportagens sobre o serviço de saúde, em nível nacional, estadual e local. Um dos destaques dessa edição é a matéria sobre o Ambulatório da Universidade Estadual de Feira Santana (Uefs), pronto desde 2016, mas que continua sem funcionar, por causa de ínfimas barreiras burocráticas. A abertura desta unidade de Tratamento Especializado tem muito a contribuir para suprir a imensa carência de Atendimento de Média Complexidade que a população feirense enfrenta. Trazemos, também, uma reportagem sobre o funcionamento do Serviço Móvel de Urgência de Feira de Santana. De abrangência regional, o Samu ganhou, recentemente, mais uma base descentralizada, que tem contribuí-

do para diminuir o tempo de resposta às chamadas, possibilitando a manutenção de mais vidas. E mostramos os números da Saúde Suplementar e a realidade do Atendimento

Secundário, em Feira de Santana. No caderno Tribuna Cultural, destaque para a matéria sobre o novo livro do artista plástico e arquiteto Juraci Dórea. In-

titulada Feira de Santana: memória e remanescentes da arquitetura eclética, a obra é um documento monumental sobre a destruição do patrimônio arquitetônico feirense.


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Feira de Santana-Bahia, Outubro de 2019

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência Foto: Raylle Ketlly/ Secom (PMFS)

Lana Mattos

É de conhecimento geral da população de Feira de Santana e região circunvizinha que, em caso de emergência médica, deve-se, imediatamente, discar 192, telefone do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Gratuito, o programa é um componente fundamental da Política Nacional de Atenção à Urgência e Emergência (PNAU), do Ministério da Saúde (MS), que fortalece os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). Em nível local, o Samu é desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em parceria com o Governo do Estado e com o MS. Nessa reportagem, o jornal Tribuna Feirense traz um balanço do serviço, no município. Há 15 anos, em setembro de 2004, era inaugurado o Samu, na Avenida João Durval Carneiro, bairro Estação Nova, para atender a população feirense. Em julho de 2016, sua abrangência passa a ser regional e seu alcance se estende às cidades de Conceição do Jacuípe, Irará e Santo Estevão. Em setembro do ano passado, o programa ganhou sua primeira base de operações descentralizada, instalada no estacionamento do Paço Municipal Maria Quitéria, no Centro de Feira de Santana. Recentemente, no dia 27 de setembro, o Samu também contou com a inauguração da Base Norte, instalada no Complexo Poliesportivo Oyama Pinto, no bairro Campo Limpo. Essas novas unidades reduziram o tempo de resposta às

chamadas, possibilitando maior rapidez e eficiência nos atendimentos das imediações e, portanto, salvando mais vidas. Desde que seja uma situação de urgência ou emergência, o Samu atende, no menor tempo possível, ocorrências de qualquer natureza: clínica, traumática, obstétrica, psiquiátrica, pediátrica, neonatal e geriátrica. Uma equipe de saúde remove o paciente, com segurança e da maneira correta, até a unidade de saúde mais próxima. A ambulância vai ao cidadão “onde ele estiver: em casa, no trabalho, na escola, no comércio, no trânsito, em rodovias federal e estadual, na zona urbana ou rural”, de acordo com Maiza Ribeiro Macedo, coordenadora geral do Samu, em Feira de Santana. A maior parte das ocorrências, segundo a gestora, são as urgências clínicas, como desmaio, infarto agudo do miocárdio, hipoglicemia, insuficiência respiratória, edema agudo de pulmão, emergência hipertensiva, crise convulsiva, den-

com ou sem apoio da “motolância” (motocicleta usada como suporte); com ou sem apoio de serviços complementares, como a Superintendência Municipal de Trânsito (SMT), a Polícia Militar (PM), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Defesa Civil e a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba). As equipes de profissionais do órgão são formadas, de modo geral, por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e condutores socorristas. O maior problema enfrentado pelas equipes de suporte básico e avançado, conforme Maiza Macedo, diz respeito à rede de atenção às urgências. Geralmente, as equipes do Samu permanecem muito tempo nessas unidades de saúde, aguardando o acolhimento do paciente. Além disso, há a retenção de equipamentos do Serviço Móvel, principalmente de macas, o que inviabiliza a utilização das ambulâncias. Em consequência, a coordenadora diz que “outras pessoas ficam sem o atendimento dessas equipes”. pessoa). Como integrante da A ligação é remetida rede de urgência do Muao médico regulador, que nicípio, o Samu também avalia a queixa e decide intermedeia, “através da o melhor a ser feito, de central de regulação méacordo com a gravidade dica das urgências, a reda situação: ele pode apemoção dos pacientes do nas orientar o interlocutor pré-hospitalar fixo para a dar o socorro necessário o hospital, como transfeou pode, além de orientárências inter-hospitalares -lo, disponibilizar recurso de pacientes graves”, para esse atendimento. A segundo consta no site equipe destinada à presda Prefeitura Municipal tação de socorro pode (feiradesantana.ba.gov. ser uma Unidade de Subr/samu192). porte Básico (USB) ou uma Unidade de Suporte NÚMEROS Avançado (USA), esta A verba de custeio última uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Samu é prevista na móvel, que, a depender PNAU de maneira tripardo caso, pode ir ao local tite: com as esferas fede-

Segundo Maiza Macedo, coordenadora geral do Samu, desde que se enquadrem em situações de emergência, o órgão atende, no menor tempo possível, ocorrências de qualquer natureza: clínica, traumática, obstétrica, psiquiátrica, pediátrica, neonatal e geriátrica tre outras. Em seguida, vêm as urgências traumáticas, a exemplo de ferimento por arma de fogo, ferimento por arma branca, atropelamento, colisão entre veículos e acidentes de moto. “As urgências traumáticas causam maior impacto à família, à sociedade e à rede de serviços de saúde”, observa, salientando que, dentre elas, “a maior incidência refere-se aos acidentes envolvendo motos”. O serviço acessado pelo número 192 funciona 24 horas, todos os dias da semana. A ligação é gratuita e pode ser feita

a partir de qualquer aparelho telefônico, fixo ou móvel. Conforme Maiza Macedo, é importante enfatizar que “a pessoa que liga para esse número de emergência deve estar ao lado da vítima que carece de socorro, no momento do contato com o Samu”. Do outro lado da linha, o técnico auxiliar da regulação solicita as seguintes informações: nome do interlocutor (não é necessário falar o nome da vítima), motivo da ligação, endereço (com ponto de referência) e número de vítimas (em caso de acidentes envolvendo mais de uma

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Feira de Santana-Bahia, Outubro de 2019

recebe cerca de 3 mil chamados, por mês, em Feira Foto: Secom (PMFS)

Dom Itamar Vian di.vianfs@ig.com.br

Luzes no Caminho

HERANÇA DE IRMÃ DULCE A canonização da Irmã Dulce dos Pobres será no dia 13 de outubro, às 10h (horário de Roma e às 5h – horário de Brasília), na Praça São Pedro, no Vaticano, presidida pelo Papa Francisco e a missa de ação de graças, pela canonização, está confirmada para o dia 20 de outubro, às 17 horas, na Arena Fonte Nova.

ral (50%), estadual (25%) e municipal (25%), conforme explica a coordenadora. “O parâmetro previsto, nas portarias do Ministério da Saúde, não é compatível com o custo real do serviço. O repasse, muitas vezes, atrasa, sobrecarregando ainda mais o Município”, esclarece. A Central de Regulação de Urgência (CRU) do Samu, ainda conforme Maiza Macedo, recebe em torno de 3 mil chamados por mês. Desse total, cerca de 20% é

dicos. Eles dispõem de oito ambulâncias, das quais sete são USB e uma é USA, além de uma “motolância”. Esses números, no entanto, não são suficientes para atender à demanda do município, conforme a coordenadora do órgão. Ela explica que, embora o número de profissionais seja “compatível com a atendimento no local da estrutura atual”, em caso de aumento do número ocorrência. Atualmente, o Samu, de ambulâncias – o que em Feira de Santana, considera necessário –, conta com 197 funcio- será “preciso ampliar o nários, incluindo 44 mé- número de pessoal”.

Base Norte do Samu foi inaugurada, recentemente, no Complexo Poliesportivo Oyama Pinto trote. Uma média de 55% dos chamados é resolvida com orientação médica via telefone. Os demais casos demandam equipes de intervenção, para

Foto: Lana Mattos

QUE HERANÇA Irmã Dulce nos deixou? Ela nos deixou uma importante Obra Social e deixou à Igreja uma nova congregação de irmãs religiosas. Creio, contudo, que sua maior herança consiste na motivação que orientou a sua vida, que a levou a fazer as escolhas que fez e que determinou a direção dos seus passos. Essa motivação tem o nome e o rosto de Jesus. PARA QUEM Irmã Dulce deixou sua herança? Ela deixou para todos nós. Além de sermos responsáveis pela continuidade de sua Obra Social, somos herdeiros das motivações que orientaram e deram vida a seus passos. Contudo, não nos esqueçamos: será necessário, irmos ao encontro daqueles que foram a razão de ser dos trabalhos de Irmã Dulce: os indefesos, os necessitados, as crianças, os idosos e os doentes. IRMÃ DULCE não nos deixou apenas uma Obra Social para cuidar dos pobres. Deixou-nos, uma missão: a de colocar esses nossos irmãos e irmãs que sofrem em contato com Jesus Cristo, para que tenham um encontro pessoal com Ele e possam, segui-lo. Fazendo isso, estaremos demonstrando ter compreendido e acolhido a rica herança que a Santa Dulce dos Pobres nos deixou. NOS POBRES que Irmã Dulce acolhia, nos doentes que abraçava, nas crianças que encontrava abandonadas, tinha a capacidade de ver o rosto de Jesus. Por isso, não lhe era difícil socorrê-los. Era, uma oportunidade de demonstrar ao seu grande amigo Jesus o quanto lhe queria bem. Ela mesma testemunhou isso: “Não há maior alegria neste mundo que entregar-se totalmente a Deus, servindo-o na pessoa de nosso irmão mais necessitado, mais sofredor”.

Inaugurado em 2004, o Samu 192 passou a ter abrangência regional em 2016, estendendo seu alcance às cidades de Conceição do Jacuípe, Irará e Santo Estevão

ORAÇÃO. Senhor nosso Deus, lembrados de vossa filha, Santa Dulce dos Pobres, cujo coração ardia de amor por vós e pelos irmãos, particularmente os pobres e excluídos, nós vos pedimos: dai-nos idêntico amor pelos necessitados; renovai nossa fé e nossa esperança e concedei-nos, a exemplo desta vossa filha, viver como irmãos, buscando diariamente a santidade, para sermos autênticos discípulos missionários de vosso filho Jesus. Amém.


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Feira de Santana-Bahia, Outubro de 2019

Números da Saúde Suplementar no Brasil: país registra Foto: Reprodução

Karoliny Dias A Saúde Suplementar é considerada um importante setor da economia brasileira. Vinculada ao Ministério da Saúde (MS), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) regula o mercado de planos privados de saúde, por determinação da Lei n° 9.656, de 3 de junho de 1998. A autarquia é responsável pela promoção da defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, além de regular as operadoras setoriais, a relação entre prestadoras e consumidores e contribuir para o desenvolvimento das ações de saúde, no país. Dados atualizados da ANS dão conta de que, no mês de setembro de 2019, o setor contabilizou, em todo o país, 47.112.323 beneficiários em planos de assistência médica e

Segundo o Cremeb, Bahia tem 24,3 mil médicos registrados atuando no interior; Feira de Santana tem nove hospitais particulares atendendo de forma privada e por plano de saúde 25.139.419 em planos, exclusivamente, odontológicos. Ainda segundo a agência reguladora, houve um leve aumento na segmentação médica, em comparação ao ano anterior, o que mantém a tendência de estabilidade. Entre agosto de 2018 e agosto de 2019, a ANS registrou um crescimento de beneficiários, em planos de assistência médica, em 15 estados. Minas Gerais, Goiás e Espírito Santo são os líderes em números absolutos. No entanto, esses números podem sofrer modificações retroativas, em

função das revisões efetuadas, mensalmente, pelas operadoras. Em setembro desse ano, a Saúde Suplementar foi alvo de debate, em Brasília. Chefe de Gabinete da ANS, Lenise Secchin falou sobre o contexto histórico da Saúde Suplementar e sobre os principais avanços da regulamentação do setor. Ela explicou que, há 20 anos, havia limite de dias de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). “Avançamos, em termos de garantias e direitos do consumidor, mas ainda temos muito a

avançar, como a mudança de cultura de assistência e gestão da saúde, com a ampliação dos programas de promoção e prevenção, a integração entre os setores público e privado e o foco no valor em saúde, nos resultados importantes para o paciente”, considerou.

MÉDICOS EM ATIVIDADE Segundo dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), os registros indicam que há 347 mil médicos em atividade. Desse total, 160 mil médicos atuam na

Saúde Suplementar, atendendo usuários de planos e de seguros de saúde. Por ano, os médicos realizam, por meio dos planos de saúde, em torno de 223 milhões de consultas e acompanham 4,8 milhões de internações. Ainda de acordo com o CFM, os médicos atendem, em média, em seus consultórios, oito planos ou seguros saúde. Cada usuário de plano de saúde vai ao médico, com o objetivo de se consultar, pelo menos, cinco vezes por ano. O Brasil tem uma população em franco processo de envelhecimento. Mas, apesar disso, conforme o diretor executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) e ex-superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), José Cechin, o país não está investindo em saúde como deveria e na mesma proporção

que outros. “No Brasil, nós envelhecemos, mas não fazemos isso bem. Mas há como melhorar”, salientou. O mesmo pensa o diretor-adjunto da ANS, Mauricio Nunes. Ele destacou a mudança do perfil no Brasil, com queda de fecundidade e o crescimento da expectativa de vida. “O aumento dos custos em saúde e o envelhecimento da população exigem mudanças urgentes. Temos conhecido importantes iniciativas de operadoras na coordenação de cuidado, com melhoria de qualidade de vida e custos mais baixos. Esses casos precisam ser multiplicados”, observou.

BAHIA

O órgão realizou ainda, aqui, na Bahia, em agosto desse ano, a 3ª edição do Diálogo de Saúde Suplementar: o Desafio da Coordenação


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Feira de Santana-Bahia, Outubro de 2019

queda na quantidade de usuários de convênios médicos do Cuidado nos Planos Coletivos Empresariais. O evento foi realizado em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi) e reuniu 86 participantes, entre representantes de operadoras e de empresas contratantes de planos de saúde, prestadores e corretores. De acordo com Lívia Aragão, do Centro de Inovação Sesi, área de Prevenção da Incapacidade, 30% dos vínculos de planos coletivos empresariais estão na indústria. Segundo ela, a Saúde Suplementar já representa o segundo elemento de custo para os contratantes, abaixo apenas da folha de pagamento. O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) afirmou que os planos de saúde registraram um aumento de 0,4% de beneficiários, em agosto de 2019. Esse foi o melhor saldo mensal desde outubro de 2017. Os dados estão registrados na Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB). Com esse avanço de 0,4%, o saldo, para o mês, contabiliza mais de 190 mil novos vínculos. José Cechin explica que o resultado está relacionado com o desempenho do mercado de trabalho nacional. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram que, em agosto, a produção da indústria brasileira encerrou três meses de perdas e registrou o melhor resultado em cinco anos, com alta de 0,8%, em relação a julho. Ainda assim, mais de 133 mil vínculos a planos de saúde médico-hospitalares foram rompidos, entre julho de 2018 e julho de 2019. Com essa queda de 0,3%, o setor passou a atender 46,99 milhões de beneficiários.

Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados

Na opinião de José Cechin, diretor executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), o Brasil não está investindo em saúde como deveria e na mesma proporção que outros países “Esta é a primeira vez, desde março de 2012, que as carteiras das Operadoras de Planos de Saúde contam com menos de 47 milhões de vínculos”, afirmou Cechin. Na Bahia, em 2018, conforme a Agência Nacional de Saúde Suplementar, houve uma redução do número de beneficiados em planos de saúde. No ano passado, ao todo, 1.584.262 pessoas tinham convênios médicos privados. Já em 2019, esse número caiu para 1.576.746 usuários. O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) informou que há 24,3 mil médicos ativos atuando, no estado. Questionada sobre a quantidade de profissionais que trabalha no interior, a entidade explicou que não tem como afirmar quantos médicos exercem a medicina fora da capital, uma vez que os profissionais não estão obrigados a informar

seus postos de trabalho ao Cremeb. “Entretanto há, aproximadamente, 11 mil médicos ativos, registrados no Conselho, que possuem endereço residencial no interior do estado”, explica. Sobre quantos são sediados em Feira de Santana, o Cremeb salientou que 1.232 médicos ativos registrados possuem endereço residencial no município. “Ainda assim, o Conselho não tem como assegurar que estes profissionais estejam atuando na referida cidade”, observa a entidade. Segundo o Cremeb, também não é possível saber quantos planos de saúde atuam aqui. O Conselho informou apenas que, ao todo, Feira de Santana conta com nove hospitais particulares ativos, que oferecem atendimento privado e por plano de saúde.

Foto: Correio Braziliense/ Reprodução

Lenise Secchin, Chefe de Gabinete da ANS, sobre planos de saúde: “Avançamos, em termos de garantias e direitos do consumidor, mas ainda temos muito a avançar, como a mudança de cultura de assistência e gestão da saúde”


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Feira de Santana-Bahia, Outubro de 2019

César Oliveira

Bodega do Legozza

aldeias@uol.com.br

SAÚDE 1

O processo de formação médica começou em Feira, por volta dos anos 1990, no HGCA com a criação do Programa de Residênci Médica, que completará 30 anos, em 2020 com significativo número de profissionai formados. E com a Uefs, em 2003, com criação do Curso de Medicina, que se torno um marco na história da Saúde, no município Ambos são projetos educacionais de sucesso que impactam, decisivamente, na assistência saúde, na cidade.

SAÚDE 2

É evidente que Feira tem uma terrível li mitação na Saúde, sobretudo na Assistência d Média Complexidade, por conta da carênci de especialistas, na rede pública; da remune ração inadequada; e da escassez de serviço credenciados. Quem quiser que tente fazer um cirurgia de próstata, um tratamento de doenç reumatológica, uma cirurgia eletiva, em um unidade de saúde pública... É profundament lamentável que o Ambulatório de Medicin da Uefs continue sem sua complementaçã (móveis e climatização), para entrar em fun cionamento, porque contribuiria, sobremanei ra, para a redução do gargalo na Assistênci Especializada.


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Feira de Santana-Bahia, Outubro de 2019

César Oliveira

Bodega do Legozza

aldeias@uol.com.br Foto: Vicen Ferreres

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SAÚDE 3

SAÚDE 4

A ampliação da rede hospitalar, com o Hospital Estadual da Criança (HEC), o A crise econômica congelou a tabela do Sistema Úninovo Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA 2) e a Unidade de Pronto Atendi- co de Saúde (SUS), o que tem inviabilizado a abertura de mento (UPA) 24 horas, representa um avanço significativo para a saúde, em Feira. novos serviços e a manutenção dos já existentes.


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Feira de Santana-Bahia, Outubro de 2019

População feirense tem dificuldade de conseguir Foto: Ana Carolina Rêgo/ Assessoria parlamentar

Daniela Oliveira

O atendimento à saúde passa por diversos níveis, sendo um deles o Secundário, também chamado de Tratamento Especializado ou de Média Complexidade. Em Feira de Santana, consultas e exames com especialistas são sinônimos de dificuldade, para os pacientes que necessitam de atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), são ofertados alguns atendimentos, com cirurgiões das seguintes especialidades: cabeça e pescoço, geral, neuropediatra, plástico, proctologista, cardiovascular, pediátrico, bucomaxilofacial. Pequenos procedimentos cirúrgicos também são realizados. Na área de consultas, são oferecidas, mensalmente, vagas para reumatologista, oftalmologista, neuropediatra, neurocirurgia, fisioterapeuta, fisioterapeuta neurológico, nutricionista, fonoaudiólogo, psicólogo clínico, pediatra, ginecologista, sexólogo, obstetra climatério, infectologista, nefrologista, neurologista, angiologista, cardiologista, pneumologista, psiquiatra, dermatologista, endocrinologista e metabologista, gastroenterologista, geriatra, hematologista, mastologista, ortopedista e traumatologista, otorrinolaringologista, coloproctologista, urologista e anestesiologista. Em termos de especialidades pediátricas, a SMS diz oferecer: cardiologista, pneumologista, endocrinologista, gastroenterologista, he-

matologista, ortopedista, nefrologista, dermatologista e psiquiatra. A população, no entanto, reclama da demora em conseguir esses atendimentos especializados. A Secretaria Municipal de Saúde, por sua vez, admite as dificuldades, mas alega que o principal problema é encontrar profissionais disponíveis para determinadas áreas. A de reumatologia, por exemplo, é um problema, na cidade. Em junho desse ano, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) acionou o Município, obrigando-o a oferecer consultas, em um prazo máximo de 30 dias. De acordo com a SMS, foi difícil encontrar um profissional dessa área, mas o órgão diz já ter contratado um e que o mesmo está atuando. Outras áreas apontadas como críticas, pelo próprio órgão, são: neurologia, cirurgias ortopédicas, exames cardiológicos, neurocirurgia e endocrinologia. Dentre as especialidades com maior demanda estão: a endocrinologia, a cardiologia e a angiologia.

A vereadora Neinha acredita que a grande demanda na área de ortopedia se deve ao número elevado de acidentes de trânsito; edil reclama da falta de estrutura para procedimentos especializados GOVERNO DO ESTADO

No que diz respeito ao atendimento de média complexidade disponibilizado pelo Governo do Estado, podemos citar a Policlínica Regional. Segundo informações apontadas no site do Governo, a unidade possui 12 consultórios, oferecendo especialidades como: angiologia, otorrinolaringologia, ginecologia e obstetrícia, mastologia e urologia. Ainda conforme a página, podem ser realizados os seguintes exames: Ressonância Magnética (com e sem contraste), Tomografia (com e sem contraste), Mamografia, Ultrassonografia com doppler, Ecocardiografia, Ergometria, Mapa, Hol-

ter, Eletroencefalograma, Eletromiografia, Raio-x de 500 Am, Eletrocardiograma, Endoscopia, Colonoscopia, Nasolaringoscopia, Colposcopia, dentre outros ligados às especialidades da área de oftalmologia. Normalmente, o atendimento feito pela Policlínica se dá por meio de encaminhamento das unidades municipais de saúde, isto é, via Regulação.

de Saúde e do Fórum Popular de Saúde de Feira de Santana. Ele salienta que o número de reclamações recebidas, em função do número limitado de vagas para atendimento especializado, é grande. “De início, vale dizer que algo em torno de 60% dos recursos da saúde do município vai para esse setor. Isso não é diferente no resto do país. No Conselho Municipal de CONSELHO MUNICIPAL Saúde, chegam constanDE SAÚDE tes reclamações sobre o Enfermeiro, profes- número limitado de cotas sor da Universidade Esta- para os serviços especiadual de Feira de Santana lizados. Tais reclamações (Uefs), com Especiali- ouvimos também por zação em Saúde Públi- meio da imprensa”, inca, o professor Adroaldo forma. Oliveira é membro do O professor enfatiza Conselho Municipal que “basta ir a uma Uni-

dade de Atenção Primária de Saúde (APS) – Unidade de Saúde da Família ou Unidade Básica de Saúde Tradicional –, no início de cada mês, para ver as imensas filas de pessoas à procura de serviços especializados. E, invariavelmente, não são reguladas, devido à procura ser maior que a oferta”, lamenta. Para Adroaldo Oliveira, os altos custos desse tipo de serviço podem ser a causa da baixa oferta, mesmo diante de tão grande procura. “Tal situação acontece, também, em relação a alguns exames, especialmente, procedimentos de alta tecnologia e custo, como ressonâncias magnéticas e outros. Isso se dá, em parte, em função da falta de uma rede própria de serviços, mas também devido ao fato de as práticas/procedimentos médicos serem bastante caros e de alta tecnologia. É a chamada indústria médica impulsionada pelo capital, para os lucros do setor privado da saúde”, avalia. Adroaldo Oliveira enfatiza ainda que isso não acontece apenas na esfera municipal. Segundo ele, as consequências da terceirização, nas unidades de atenção primária, UPAS e policlínicas, é impactante, tanto em termos de serviços quanto na política de pessoal, “tamanha é a precarização a que os seus funcionários estão sujeitos, por não terem direitos trabalhistas”. Ele ressalta que isso também acontece em âmbito estadual. “É o caso do Hospital Estadual da Criança (HEC). E há outras áreas críticas, sobretudo no campo das doen-

Por um Hospital Universitário para a UEFS “Precisamos formar médicos maximamente eficientes e minimamente invasivos à integridade física, econômica e afetiva do paciente” César Oliveira


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Feira de Santana-Bahia, Outubro de 2019

Atendimento Especializado, de Média Complexidade Foto: Ascom/ Câmara Municipal

Vice-presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Feira de Santana, o vereador Luiz da Feira diz ser de grande necessidade um hospital municipal destinado a atender as demandas acumuladas pelo HGCA ças reemergentes, como a dengue, o sarampo, além do acesso a serviços de especialidades e outros procedimentos. Alguns casos de problemas com fornecedores também são preocupantes, porque levam à falta de materiais para procedimentos, como os de odontologia, frutos do subfinanciamento da saúde, uma vez que o repasse federal tem sido insignificante perante às necessidades do município. Isso se dá, mas, recentemente, pela aprovação da EC 95/16, que congela os recursos da saúde até 2036”, critica. De acordo com Adroaldo, o Conselho Municipal de Saúde tem

se debruçado sobre diversas questões. “O Conselho tem pautado e discutido os temas referentes ao financiamento, terceirização, dengue e outros problemas e ações que dizem respeito às demandas da saúde, no Município, no Estado e na União”, observa, ressaltando que a entidade se reúne nas primeiras quintas-feiras de cada mês, às 14 horas, no auditório da Secretaria Municipal de Saúde.

COMISSÃO DE SAÚDE

O vice-presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Feira de Santana, vereador Luiz da Feira (PC do B), apontou a ortopedia

como uma das maiores demandas do município. “Se for fratura exposta, faz no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA). Se não for, o paciente roda todos os atendimentos de Feira e não consegue fazer a cirurgia. Aí a única opção é ir para Salvador. Lá, pedem comprovante de residência e, por causa disso, os pacientes acabam retornando sem atendimento. Muitas vezes, os ossos fraturados até ‘colam’ sozinhos, tamanha a espera, e a cirurgia não é feita”, denuncia. A vereadora Aldney Bastos, mais conhecida como Neinha (PTB), é da mesma opinião. Para ela,

que também é membro de Saúde Santana dá um ortopedia é grande, mas da Comissão de Saúde, suporte, mas não opera há outras especialidades a grande quantidade de tudo. Não tem estrutura, com problemas, como é o acidentes de trânsito tem hoje, em Feira de Santa- caso da cardiologia. Hoje, gerado essa problemática na, se não for no Cléris- muitos têm ido a óbito, por conta de infartos. na ortopedia. “Hoje, Fei- ton Andrade”, lamenta. O vereador Luiz da Precisamos sentar com ra de Santana virou uma máquina de acidentes, Feira salienta que vem o nosso prefeito e com principalmente de moto. buscando, enquanto Co- os secretários, para falar A demanda maior é, sem missão de Saúde, junto às sobre o assunto. Temos dúvida, na área de ortope- autoridades competentes, quase meio milhão de dia. Os acidentes de moto providências para melho- orçamento para a saúde, costumam gerar fraturas rar esse tipo de atendimen- mas precisamos discutir graves e situações de to. “Por isso estou aqui, essa situação, porque o emergência e, nesses ti- clamando. Como membro povo está sofrendo”, frisa. pos de caso, os pacientes da Comissão de Saúde, Luiz da Feira ressalta são atendidos, no HGCA, peço ao nosso prefeito, ao ainda que está tentando de portas abertas. Mas se nosso secretário do Estado uma reunião com o secreo paciente tiver alta e sair e à nossa secretária do tário Estadual de Saúde, de lá, onde vai ser ope- Município que busquem Fábio Villas Boas, a fim de rado? Saúde é direito de fazer algo para melhorar discutir o tema, no âmbito todos e dever do Estado. esse atendimento, para a do Estado. Ele também diz Fraturas de fêmur e bacia nossa população”, almeja. Conforme o edil, ou- ser de grande necessidade demandam uma espera de 90 a 120 dias, até a opera- tras especialidades, como um hospital municipal Governo do Estado da Bahia destinado a àsatender essas Emissão: 07/08/2019 16:48h da Segurança a Pública cardiologia, também têm ção. Então estáSecretaria tudo bem? Unidade de Emissão: DELEGACIA DIGITAL Polícia Civil SIGIP - Sistema de Informação e Gestão Integrada Policial na demandas acumuladas Não, não está. Onde vai atendimento precário,Gerado por: PAULO HENRIQUE CONCEIÇÃO Clériston Andrade. Governo do Estado da Bahia “A demanda de pelo operar ortopedia? A Casa cidade. CERTIDÃO Emissão: 07/08/2019 às 16:48h Secretaria da Segurança Pública Unidade de Emissão: DELEGACIA DIGITAL SIGIP - Sistema de Informação e Gestão Integrada Policial

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do Estado da Bahia BoletimGoverno de Ocorrência Secretaria da Segurança Pública Número: DRFR FEIRA-BO-19-07960 Polícia Civil

Emissão: 07/08/2019 às 16:48h Gerado por: PAULO HENRIQUE CONCEIÇÃO

Data:Unidade 07/08/2019 15:52h DIGITAL de Emissão: às DELEGACIA Unidade: DRFR - FEIRA DE SANTANA CERTIDÃOSIGIP - Sistema de Informação e Gestão Integrada Policial

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Responsável Pelo Registro Boletim de Ocorrência CERTIDÃO Unidade: DIGITAL Número: DELEGACIA DRFR FEIRA-BO-19-07960 Data: 07/08/2019 às 15:52h Servidor: DRFR 204796493 - PAULO HENRIQUE CONCEIÇÃO Unidade: - FEIRA DE SANTANA Boletim de Ocorrência Número: DRFR FEIRA-BO-19-07960 Data: 07/08/2019 às 15:52h Dados do FatoPelo Registro Responsável Unidade: DRFR - FEIRA DE SANTANA Tipo: Perda ou extravio Classificação: Perda e extravio Unidade: DELEGACIA DIGITAL Data: às 10:00h CONCEIÇÃO Servidor: 204796493 07/08/2019 - PAULO HENRIQUE Responsável Pelo Registro Histórico: Unidade: DELEGACIA Informado o(a) comunicanteDIGITAL perda/extravio de documento(s). Dados Fato Servidor: 204796493 R. - PAULO HENRIQUE Endereço Principal: Pássaro Vermelho, CONCEIÇÃO Lagoa Salgada, FEIRA DE SANTANA, BA - BR Tipo: Perda ou extravio Classificação: Perda e extravio Governo do CEP: Estado 44082-400 da Bahia Data: 07/08/2019 às 10:00h Emissão: 07/08/2019 às 16:48h Dados do Fato da Segurança Pública Histórico: Secretaria Unidade de Emissão: DELEGACIA DIGITAL Polícia Civil Perda ou extravio Tipo: Classificação: Perda e extravio SIGIP - Sistema de Informação e Gestão Integrada Policial Pessoas Envolvidas Informa o(a) comunicante perda/extravio de documento(s). Data: 07/08/2019 às 10:00h Pessoa Física Envolvimento Endereço Principal: R. Pássaro Vermelho, Lagoa Salgada, FEIRA DEPAULO SANTANA, BA - BR Gerado por: HENRIQUE CONCEIÇÃO Histórico: Comunicante 44082-400 LAYZ COSTA MATOS CEP: VIEIRA, Nome Social: Vieira, Carteira de Identidade: Informa o(a) comunicante perda/extravio de CERTIDÃO documento(s). 12865097-42 SSP/BA, Sexo Feminino, Mãe: JUSSARA MARIA DA COSTA S Endereço Principal: R. Pássaro Vermelho, Lagoa Salgada, FEIRA DE SANTANA, BA - BR MATOS, Nascido em: 03/02/1989, Civil, Endereco: R. PÁSSARO VERMELHO, Pessoas Envolvidas Boletim de Ocorrência CEP: 44082-400 CONDOMINIO DAS CORES, Nº 333 , CASA 40, LAGOA Pessoa Física PARQUE Número: DRFR FEIRA-BO-19-07960 Data: 07/08/2019 àsEnvolvimento 15:52h SALGADA, FEIRA DE SANTANA, BA -Social: BR CEP: 44082-400, Celular: Comunicante DRFR -VIEIRA, FEIRA DE SANTANA LAYZ Unidade: COSTA MATOS Nome Vieira, Carteira Telefone de Identidade: Pessoas Envolvidas (75)9216-4308, E-mail: Sexo LAYZCOSTA@HOTMAIL.COM 12865097-42 SSP/BA, Feminino, Mãe: JUSSARA MARIA DA COSTA S Pessoa Física Envolvimento MATOS, Nascido em: 03/02/1989, Civil, Endereco: R. PÁSSARO VERMELHO, LAYZ COSTA MATOS NomedaSocial: Vieira, Carteira de Identidade: Comunicante Codigo de VIEIRA, autenticidade certidão: 3e2b6c95-9aaf-4780-ad0f-8380fa1d3e1e Objetos Envolvidos CONDOMINIO PARQUE DAS CORES, Nº 333 , CASA 40, LAGOA 12865097-42 SSP/BA, Sexo Para Feminino, Mãe:autenticidade JUSSARA MARIA DA COSTA S verificar desta certidão Descrição SALGADA, FEIRA DE SANTANA, BA - BRa CEP: 44082-400, Telefone Celular: Envolvimento acesse : https://www.delegaciadigital.ssp.ba.gov.br/ MATOS, Nascido em: 03/02/1989, Civil, Endereco: R. PÁSSARO VERMELHO, (75)9216-4308, E-mail: LAYZCOSTA@HOTMAIL.COM Perdido DOC-19-167910 - Documento: Diploma de Graduação em licenciatura em CONDOMINIO PARQUE DAS CORES, Nº 333 , CASA 40, LAGOA letras vernáculas expedido pela UEFS (Universidade Estadual de Feira de SALGADA, FEIRA DE SANTANA, BA - BR CEP: 44082-400, Telefone Celular: Santana), Diploma, País: Brasil Objetos Envolvidos (75)9216-4308, E-mail: LAYZCOSTA@HOTMAIL.COM Perdido DOC-19-167909 - Documento: Diploma de Mestrado em Estudos Literários Descrição Envolvimento expedido pela UEFS (Universidade Estadual de Feira de Diploma, Perdido DOC-19-167910 - Documento: Diploma de Graduação emSantana), licenciatura em Objetos Envolvidos País: letras Brasil vernáculas expedido pela UEFS (Universidade Estadual de Feira de Descrição Envolvimento Santana), Diploma, País: Brasil DOC-19-167910 - Documento: Diploma de Graduação em licenciatura em Perdido Perdido DOC-19-167909 - Documento: Diploma de Mestrado em Estudos Literários letras vernáculas expedido pela UEFS (Universidade Estadual de Feira de expedido pela UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana), Diploma, Santana), Diploma, País: Brasil País: Brasil DOC-19-167909 - Documento: Diploma de Mestrado em Estudos Literários Perdido Responsável: ____________________________________________________ expedido pela UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana), Diploma, PAULO HENRIQUE CONCEIÇÃO País: Brasil Responsável: ____________________________________________________ PAULO HENRIQUE CONCEIÇÃO

Responsável: ____________________________________________________Página 1 de 2 Número: DRFR FEIRA-BO-19-07960 PAULO HENRIQUE CONCEIÇÃO

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Feira de Santana-Bahia, Outubro de 2019

Ambulatório da Uefs está pronto e tem tudo Vanessa Testa

O Ambulatório de Saúde da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) é uma estrutura pouco conhecida, pela população feirense, porque, até o momento, ainda não foi totalmente viabilizado. Está pronto e já poderia estar funcionando plenamente, mas continua sem ser inaugurado. Com prazo de seis meses de conclusão, a construção da unidade foi iniciada em 2014, no Centro Social Urbano (CSU), localizado na Rua Tostão, bairro Cidade Nova. A obra extrapolou o prazo estipulado e só ficou pronta em 2016. Porém os problemas não pararam por aí. O Ambulatório, que deveria – e poderia – funcionar todos os dias, mantém uma rotina ínfima de serviços, que não atendem o principal objetivo da estrutura. A abertura do Ambulatório beneficiaria, principalmente, o curso de Medicina da Uefs, mas também seria utilizado por estudantes de Enfermagem, Psicologia, Farmácia e Educação Física. A principal função do Ambulatório é servir como campo de prática, como espaço para os discentes aplicarem a teoria que aprendem em sala de aula. Supervisionados pelos professores, os estudantes de Medicina, por exemplo, poderiam atender a população, realizar pequenos procedimentos, disponibilizar consultas, além de desenvolver diversas habilidades, através do contato direto com os pacientes. Em contrapartida, a comunidade também seria beneficiada, visto que teria o Ambulatório como mais

Foto: Vanessa Testa

um espaço de promoção da saúde e qualidade de vida. De extrema necessidade para Feira de Santana, o Ambulatório, além de oferecer um serviço de ponta, já que os médicos responsáveis pela supervisão dos alunos são todos professores do curso de Medicina da Uefs, ampliaria também a Pesquisa Científica, por permitir melhorar o ensino médico e suas práticas. Outro ponto que torna a unidade essencial é a prestação de um serviço médico especializado, uma vez que o Ambulatório se enquadra no chamado Nível Secundário de Atenção à Saúde. Sendo assim, ofereceria atendimento de média complexidade, garantindo o acesso a clínicas de pediatria, cardiologia, ortopedia, neurologia, psiquiatria, ginecologia, nefrologia e de outras especialidades que, em Feira de

Consultórios do Ambulatório já estão equipados com macas, pias, cadeiras e mesas; Uefs diz que falta apenas a climatização do espaço Santana e região circunvizinha, ou inexistem ou são extremamente limitadas, no serviço público. Pronto desde 2016, a estrutura não corresponde às expectativas dos estudantes de Medicina da Uefs, que, há pelo menos dois anos, cobram o funcionamento do Ambulatório. Ao longo do tempo, diversos grupos de discentes promoveram manifestações, tanto na Universidade, para chamar

a atenção da reitoria e de toda a comunidade acadêmica, quanto nas redes sociais, para tentar sensibilizar o Governo do Estado frente aos problemas enfrentados durante a Graduação.

CSU

Para José Rocha, diretor do Centro Social Urbano (CSU), onde o Ambulatório está situado, o local tem uma estrutura mais que adequada para o atendimento à população. “O meu

sonho é que funcione. A população dessa região é carente de atendimento. Os postos de saúde daqui não suprem, não têm uma estrutura tão boa quanto essa do Ambulatório. Na hora que o povo souber que tem gente atendendo aqui, não vai parar de vir. O Ambulatório era pra funcionar 24 horas, mas nunca aconteceu isso. O que existe, aqui, é uma atividade dos estudantes de Psicologia da Uefs, que atendem pessoas três vezes por semana, mas apenas isso”, lamenta. Rocha salienta que a Uefs tem uma concessão de uso do prédio e que, até então, o único funcionamento do local é, realmente, do curso de Psicologia, que realiza atividades desde o ano passado.

que a Universidade e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Feira de Santana buscavam soluções para viabilizar o funcionamento do Ambulatório. O texto diz que, no local, poderiam ser realizados mais de 2 mil atendimentos mensais. Por telefone, a secretária Municipal de Saúde, Denise Mascarenhas, afirmou que a Prefeitura está aberta ao diálogo, mas que não tem informações sobre o funcionamento do local. “Não fechamos nada com o Ambulatório, mas a Prefeitura sempre estará por perto”, enfatiza.

UEFS

As instalações do Ambulatório da Uefs compreendem sete consultórios, sala de esterilização, de utilidades, de lavagem/ desinfecção, MUNICÍPIO de curativo, farmácia, No site da Uefs, há sala de coleta, de ultrasa notícia, datada de 2 som, copa, almoxarifade maio de 2017, de do, sala de utilidades,


Feira de Santana-Bahia, Outubro de 2019

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para funcionar plenamente, mas segue fechado de reuniões, recepção, além de sanitários e espaços para arquivos e materiais gráficos. Além disso, o espaço já está equipado com macas e cadeiras, ou seja, o necessário para o atendimento está pronto. Por telefone, a professora Silvia da Silva Santos Passos, diretora do Departamento de Saúde da Uefs, disse que a Universidade já possui quase todos os equipamentos necessários à abertura da unidade. Ela explicou que faltam, apenas, os aparelhos de ar condicionado. A climatização do Ambulatório é, então, o grande X da questão. Segundo a professora Silvia, a licitação para a instalação dos equipamentos está prevista para ser lançada no próximo dia 22 de outubro, informação

que foi confirmada pela reitoria da Uefs, através da Assessoria de Comunicação (Ascom). Questionada sobre o motivo de tanta demora na conclusão do Ambulatório e início de suas atividades, a gestora disse que o entrave se deu por causa de trâmites burocráticos e mudanças nas políticas públicas. Com burocracia ou não, a real situação é que o Ambulatório de Saúde da Uefs está pronto para funcionamento, mas não funciona. Aguardemos, então, a abertura da licitação e a instalação dos equipamentos para a climatização do espaço. O que não faltam são estudantes prontos para atuar em seus campos de estágio e, principalmente, pacientes a serem atendidos.

Foto: Vanessa Testa

A área externa do Ambulatório já precisa de pequenos reparos, apesar de a unidade ainda não ter sido inaugurada


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Feira de Santana-Bahia, Outubro de 2019

O aumento desenfreado das escolas de medicina e os desafios do profissional médico Foto: André Almeida/Reprodução

César Oliveira

Há muito, a profissão médica vem deixando o panteão que ocupava no imaginário, por motivos diversos: aumento explosivo de escolas de medicina, formação deficiente e avanços tecnológicos. O aumento desenfreado de unidades de ensino médico ocorreu no governo do PT, com objetivo ideológico e atendendo a uma lógica empresarial para a formação de mão de obra vasta, que reduzisse custos para os serviços públicos e medicina suplementar. Os relatos de um balcão de negócios para a liberação de autorizações tornou o Brasil o segundo país com mais escolas médicas (339), no mundo, ficando atrás, apenas, da Índia, que tem 400, sendo 58% delas, privadas. Como critério de comparação, a China tem 150 escolas médicas, para 1,39 bilhão de habitantes. Os Estados Unidos, por sua vez, tem 131, para pouco mais de 300 milhões de habitantes. A expansão sem controle e sem exigências específicas de funcionamento levou, como consequência, a graves e letais falhas na formação profissional. E essa formação deficiente ocorre porque a maioria das escolas não tem campos de estágios ou os tem em situação de precariedade. Além disso, muitas instituições usam professores com baixa formação pedagógica, um mal que afeta significativa parte dos docentes médicos. A verdade é que não basta ser médico para ser professor. Há exigência de domínio de técnicas de ensino e formação pedagogia para lidar com um processo complexo, como é o caso da formação médica, que tem vasto conteúdo e a maior carga horária de todos os cursos de nível superior (6 anos).

O país, sabidamente, não tem professores com formação acadêmica adequada para suprir esse processo voraz de expansão. Consequentemente, temos cada vez mais erros médicos e desgaste profissional. Além disso, os avanços tecnológicos e suas múltiplas intervenções têm impactado, drasticamente, o exercício profissional, reduzindo o espaço de trabalho, automatizando funções e sinalizando, inclusive, para o desaparecimento, no futuro, de algumas especialidades, que serão completamente substituídas pela inteligência artificial.

Esses três fatores, combinados, têm impacto no exercício profissional e vêm aliar-se à mudança no mercado de saúde suplementar, com sua irreversível tendência de tornar o médico não um profissional liberal de ação direta, mas o produto de uma corporação ou empresa que financia a obra. Agora, os médicos têm diante de si o desafio de readequação profissional e reinvenção de suas práticas médicas, para que a profissão não perca o olhar de admiração e respeito que a população sempre lhe concedeu.

I U N E . C O M . B R

Bem mais que parabenizar, nós queremos agradecer a você por execer a arte de cuidar da vida com repeito, amor e dignidade. 18 de Outubro • Dia do Médico

75 2101.4949 Av. Senhor dos Passos, 407 • Centro Feira de Santana - BA


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