TRIBUNA FEIRENSE SETEMBRO 2019

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Feira de Santana-Bahia, Setembro de 2019

para Feira, dizem produtores e gestores culturais Foto: Silvio Tito

De acordo com Edson Borges, secretário Municipal de Cultura, o projeto de restauro do casarão colonial localizado no terreno doado ao Sesc, pela Prefeitura, está pronto e as obras deverão começar em breve ruínas, inclusive condenado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O investimento para restaurar um imóvel como aquele é muito alto e, diante da crise que se apresentava, a primeira opção foi fazer o equipamento novo, para, posteriormente, dar início à outra parte”, explicou. Brito disse ainda que o Governo Municipal tem cobrado as obras de restauro, mas enfatizou que é preciso ter compreensão, uma vez que a instituição deu à cidade um espaço que custou R$ 30 milhões. “Se dependesse da Prefei-

tura, não poderíamos ter um local como aquele. No próximo ano, o Sesc deve começar a restauração, até porque precisa concretizar essa ação, já que o acordo está registrado em contrato. E há implicações legais. A Prefeitura pode acionar a instituição, na Justiça, mas estamos certos de que isso não será necessário”, ponderou. De fato, o Sesc assegura que a restauração do casarão será mesmo realizada. A entidade informa que já executou o primeiro e mais importante passo para garantir a estabilidade da estrutura do imóvel. Foto: Reprodução

“Contratamos o serviço de escoramento e cobertura provisória da edificação, bem como realizamos a recomposição de algumas paredes, que se encontravam em colapso, evitando o seu desmoronamento. Também alteramos algumas áreas externas, que apresentavam muita umidade, condição não favorável à manutenção. Tivemos algumas dificuldades na execução do projeto, pelo arquiteto contratado, mas já estamos providenciando a assessoria técnica necessária à continuidade do empreendimento”, esclarece a assessoria, mas salientando que ainda não há uma data definida para o início das obras.

PRODUTORES CULTURAIS

“É muito mais do que um teatro. É um espaço para ser ocupado, em esferas um pouco maiores”, comemora a produtora cultural Lorena Porto

Aloma Galeano, produtora cultural, destaca que o teatro construído pelo Sesc é um dos mais bem estruturados da cidade, sobretudo no que diz respeito à sonorização e à iluminação. “A capacidade só não é maior do que o Amélio Amorim, mas chega próximo. Ele vem para se juntar a outros espaços da cidade que demonstram um uso fluido, pela população e classe artística. Se procurarmos pauta, não encontraremos. Temos um porte suficiente para acomodar vários espaços culturais”, observa. Para Aloma, o novo centro cultural supre a antiga carência de palcos, o que, conforme salienta, significa que se está realizando mais ações culturais e consumindo mais manifestações culturais de caráter local. “Encaro isso como um desenvolvimento para a cidade, tanto para os fazedores culturais, agentes envolvidos e toda a cadeia produtiva da cultura, quanto para parte da população, que está sendo formada e vem frequentando, cada vez mais,

esses espaços”, afirma. A ativista cultural Juliana Oliveira, idealizadora e produtora do projeto JAM na Cuca, também comemora a iniciativa de construção de um teatro desse porte, em Feira. “Quando soube da inauguração, fiquei muito feliz e empolgada, pela cidade, porque sei que os centros culturais do Sesc são muito ativos e ricos, em condições culturais, tanto para projetos de fora, quanto locais”, enfatiza. Lorena Porto, cofundadora do Coletivo Culturasss, também destaca a importância do equipamento no fomento à cultura. “O Sesc chega com um outro grau de aproximação com a comunidade. A instituição procura ter um relacionamento estreito com a comunidade artística. E esse equipamento vai muito além de um centro cultural. Acho que é o único, na regional Bahia, que integra tanto o restaurante quanto o complexo cultural. É muito mais do que um teatro. É um espaço para ser ocupado, em esferas um pouco maiores”, ressalta. Ela destaca, no entanto, que os processos administrativos do Sesc são bastante detalhados e têm prazos que precisam ser cumpridos. “E nem todos os gestores de cultura e produtores da região estão preparados para cumprir esses trâmites. Entendo que isso acaba fazendo com que a comunidade artística, para poder acessar e ocupar esse espaço, tenha uma maior preocupação em se qualificar”, observa. Em função disso, Lorena Porto sugere que o Sesc que promova ações informativas, a fim de preparar a comunidade para esse acesso. “Tem que ser uma via de mão dupla. Vejo uma diversidade de oportunidades para a comunidade desfrutar”, avalia a produtora independente, que foi a primeira a ter um espetáculo apresentado no local, a obra Frida Kahlo, que, segundo ela, foi o maior público que o Sesc teve até hoje.

Dom Itamar Vian

di.vianfs@ig.com.br

Luzes no Caminho

LER É UM PRAZER Nesta semana, acontece, na Praça Padre Ovídio, em Feira de Santana, a Feira do Livro. Pretende destacar a importância da leitura, popularizar o livro, escritores e artistas, fomentar a formação de leitores e oportunizar uma visão mais crítica da sociedade. É um evento para todos. A FEIRA do Livro – Festival Literário e Cultural de Feira de Santana – FLIFS - nasceu da necessidade de despertar dirigentes de instâncias públicas, privadas e filantrópicas para a importância de implementar políticas públicas do livro e da leitura na sociedade, e assim possibilitar o acesso de pessoas das diversas esferas sociais ao universo da leitura e das realizações culturais. O GRANDE perigo, hoje, é ver crianças, adolescentes e jovens “seqüestrados” intelectualmente pela internet. Por isso, é difícil formar leitores porque é mais fácil ficar navegando nas redes sociais. Os defensores da informática dizem que o verdadeiro analfabeto é o desconectado. Em parte isso é real. Mas, é bom lembrar que a verdadeira cultura ainda depende dos livros. Todos temos um papel muito importante na formação do hábito da leitura. Ler é fundamental para conhecer o mundo da cultura e saber escrever. É PRECISO ler sempre. Se queremos que os filhos leiam, os pais tenham o hábito da leitura. Se queremos que os alunos leiam, os professores demonstrem conhecimentos novos e críticos a partir da leitura. Portanto, a leitura não é uma obrigação impositiva dos pais para os filhos e dos professores para os alunos. É um incentivo prazeroso, uma busca contínua, uma conquista permanente. Ler deve ser é um prazer. PARA justificar a importância da leitura veja o que afirmam algumas personalidades: “Mostre-me uma família de leitores e lhe mostrarei o povo que dirigirá o mundo” (Napoleão Bonaparte (1769-1821). “Ler é crescer, acreditar e modificar. Leia mais para ser mais” (Huberto Rohden (1893-1981). “Meus filhos terão computadores, mas antes terão livros. Sem livros e leitura, nossos filhos serão incapazes de escrever” (Bill Gates o criador da Microsoft). “Um país se faz com homens e livros” (Monteiro Lobato (1882-1948). NESTA semana, milhares de livros estão disponíveis na Feira do Livro, oferecendo maravilhosos tesouros. Assim como vamos às feiras de frutas e hortaliças, busquemos, na Praça Padre Ovídio, sacolas e cestos de livros. “Bendito aquele que semeia livros, à mão cheia e manda o povo pensar” (Castro Alves).


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