TRIBUNA FEIRENSE

Page 1

www.tribunafeirense.com.br

FEIRA DE SANTANA, QUARTA-FEIRA 20 DE DEZEMBRO DE 2017

ANO XVI - Nº 2.600

R$ 1

ATENDIMENTO (75)3225-7500

O som da cidade

3

A criatividade, a diferença de ritmos e a existência de grandes músicos são características marcantes do atual cenário artístico de Feira de Santana. O jornal Tribuna Feirense traz, nessa edição, um registro dos diversos estilos musicais que dão o tom dessa cidade

Educação encerra 2017 com saldo positivo em Feira

7

Mais de seis mil reclamações contra poluição sonora em 2017 6 Esporte amador avançou, mas ainda precisa de apoio 2


2

Feira de Santana-Bahia, quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Mesmo com avanços, Esporte Amador ainda precisa de apoio Karoliny Dias

Em uma cidade como Feira de Santana, em que não há muitas opções de lazer para os jovens, é de suma importância o incentivo à prática esportiva, seja ela profissional ou amadora. O esporte é uma importante arma social para evitar que crianças e adolescentes tomem um rumo errado. Sem contar os benefícios que traz ao corpo e à mente. A prática esportiva é imprescindível também para os idosos, principalmente com a mudança do perfil da população brasileira. Dados do Ministério da Saúde informam que, em 2050, a população idosa do país será superior a de jovens de 0 a 15 anos. O cuidado com a saúde na terceira idade faz com que o idoso viva mais. E as práticas esportivas têm sido de grande importância nesse processo de aumento de expectativa de vida dos brasileiros. Quanto mais atividade física o idoso realiza, maiores são os benefícios para sua saúde. Em Feira de Santana, há um departamento exclusivamente voltado ao esporte. Ele faz parte da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) e tem como finalidade fomentar o desenvolvimento do esporte na cidade. Aqui, o esporte amador é mais forte. Campeonatos amadores de futebol, inclusive, chegam a ter um público superior ao dos jogos do Fluminense de Feira. Em 2017, segundo o Departamento de Esportes, foram realizados seis eventos de grande porte. A Super Copa Feira de Santana de Futebol Sub 15 foi um evento realizado com escolinhas de futebol da cidade. Houve ainda os Jogos da Diversidade Paralímpico, rea-

Valdenir Lima

Segundo a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, foram realizados seis eventos esportivos de grande porte em

2017 lizados em parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e com associações de amparo aos deficientes físicos das cidades de Feira de Santana, Salvador, Camaçari e Itabuna. Já os Jogos da Cidadania foram divididos em dois campeonatos: a Copa de Bairros, disputada por 54 times oriundos de bairros de Feira de Santana; e a Copa Interdistrital, com campeonatos realizados entre as seleções dos oito distritos da cidade. A Olimpíada Estudantil de Feira de Santana contou com a participação de 80 escolas estaduais, municipais e particulares. O evento conseguiu reunir 4.500 alunos. Os Jogos Abertos englobaram várias competições nas modalidades de basquete, vôlei, futsal, handebol, natação e atletismo. A Corrida de Verão contou com a participação de atletas de alto rendimento, praticantes desse esporte em diversos grupos de corrida; de cinquenta crianças autistas, que correram acompanhadas de seus pais; de idosos e de

VAMOS SALVAR A LAGOA SALGADA ANTES QUE OS INVASORES A OCUPEM

crianças que participaram pela primeira vez de uma corrida de rua. Outros campeonatos de futebol também contam com a ajuda do Departamento de Esportes da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer. O próprio Campeonato Baiano é um deles. Há ainda os Campeonatos de Futebol da Rua Nova, Estação Nova, Feira V, Feira VI, Sítio Matias e Kalilândia e dos distritos de Maria Quitéria, Jaíba, Matinha, Tiquaruçu, Humildes, Ipuaçu, Bonfim de Feira e Jaguara. Rafael Alves, presidente da Associação Desportiva Fênix/Lendários, voltada à prática do futebol de salão, destacou que, nessa modalidade, não há muitas competições na cidade. “Houve uma inovação por parte da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, que tomou a frente e fez um belo torneio, o Aberto Feira de Santana de Futsal, no qual nossa equipe se sagrou campeã. Mas, no ano de 2017, essa foi a única competição de futsal”, observa.

Ele considera que a Diretoria de Esportes é de fundamental importância no processo de apoio ao esporte amador. “Eles fomentam e criam competições, a fim de manter o esporte amador sempre em movimento. Esse último campeonato, por exemplo, serviu para resgatar o futsal, que estava esquecido na nossa cidade”, avalia. Rafael Alves lamenta que a organização de campeonatos não aconteça de forma mais profissional. Como principais problemas, ele cita a falta de segurança, a falta de equipes médicas durante os jogos, a pouca estrutura e os horários. “Muita coisa precisa ser melhorada, mas, felizmente, o primeiro passo já foi dado. O último evento serviu de aprendizado para o ano de 2018 e creio que os mesmos problemas não irão ocorrer novamente”, espera. Outra grande dificuldade para os praticantes do esporte amador, na opinião de Rafael Alves, é a falta de apoio, parcerias e investimentos nos

Uma campanha da

TRIBUNA FEIRENSE

times, principalmente por parte das empresas da cidade. A equipe Fênix/ Lendários, da qual ele faz parte, disputa competições fora de Feira de Santana e tem conseguido bons resultados, inclusive uma vaga no Campeonato Baiano. “Em 2018, pretendemos continuar participando de competições fora da cidade, mas, para isso, precisamos de patrocínio. Temos custos com viagem e material. Se as empresas se dispuserem a ajudar, esse já será um grande passo”, explica. Antonio Carlos Rocha é professor de Educação Física e trabalha na Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, desempenhando a função de Chefe de Atividades Esportivas. Ele defende o atletismo desde os 14 anos de idade, quando começou a praticar o esporte. Antonio Carlos também é dirigente da Associação Feirense de Atletas Corredores (AFAC) e diz que a entidade participa de campeonatos regionais, estaduais e até mesmo internacionais. Na Secel, Rocha disse que ajuda a desenvolver

vários eventos esportivos. Na área de atletismo, ele destaca que foi realizada a Corrida de Verão de Feira de Santana, no dia 10 de dezembro. A competição aconteceu na Avenida Noide Cerqueira e contou com o apoio da Prefeitura Municipal. Uma segunda edição será realizada no dia 25 de fevereiro do próximo ano. “Já estamos projetando novos eventos para 2018”, informa. Antonio Carlos Rocha afirma que o esporte amador tem um grande público em Feira. “Uma copa de bairro, por exemplo, chega a ter um público de 5 mil pessoas”, enfatiza, salientando ainda que o Departamento de Esportes, em 2017, cumpriu rigorosamente a introdução do Marco Regulatório, uma norma Federal para captação de recursos e fomentação das atividades esportivas. “Em função desse relatório, os eventos foram realizados no segundo semestre, mas sem prejuízos para a execução dos mesmos. Todos foram realizados com muito sucesso”, esclarece.


3

Feira de Santana-Bahia, quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Feira: som, ritmo e diversidade Jaime Sampaio

Roberta Costa

Feira de Santana é sim uma cidade musical. Artistas de diversos segmentos se destacam nos barzinhos e eventos da cidade. No entanto, todos concordam em uma coisa: é preciso uma maior valorização dos músicos “da terra”. “O cenário artístico de Feira é um dos melhores do país. A música tem evoluído bastante, os músicos estão se profissionalizando, mas falta muito ainda para tudo ficar como almejamos“, diz o músico Asa Filho, que criou, na cidade, um espaço dedicado à valorização da cultura nordestina. “A Cidade da Cultura valoriza o que é Nordeste, Sertão, Feira de Santana. É uma cidade dentro de uma cidade que não valoriza suas raízes e está perdendo sua ‘sertanidade’. É mais do que um simples espaço de convivência musical e cultural, é um ponto turístico, é o reflexo da nossa esperança por dias melhores”, define. Esperança que o artista Nilton Rasta já perdeu. Segundo ele, o cenário musical feirense está em uma “situação precária e cada dia pior”. O músico afirma que a população não acolhe os artistas da cidade. “Temos que sair daqui para sermos valorizados. Foi isso que aconteceu com a Paula Sanffer, que só foi reconhecida após participar de um programa de TV. Eu mesmo tenho mais trabalhos em São Paulo do que aqui. É cultural, o povo de Feira não tem o hábito de valorizar o que é nosso”, lamenta. VALORIZAÇÃO FINANCEIRA

O cachê baixo, em comparação aos pagos a músicos de outras cidades, é a principal reclamação da cantora Thalita Costa. “Em 32 anos, nunca vi um cenário musical tão rico. São artistas de todos os estilos: MPB, Sertanejo, Arrocha, Axé, instrumental. Tudo é feito com qualidade. É muita gente boa, mas ainda não há uma valorização. Um artista de fora recebe até R$ 3 mil para tocar. Quem é daqui, no entanto, recebe, em média, R$ 600. Não dá pra pagar nada. Tudo aumenta: gasolina, alimentação, menos o cachê do músico”, reclama. Thalita, que faz dupla com Kamila e toca sertanejo, vai lançar um CD em 2018. “Temos duas músicas de Cas-

Grupo Quaternária no Festival Bahia Jazz, evento realizado pela Cúpula do Som, em Feira de Santana

sio Sampaio, que é um grande compositor de nossa cidade. Buscamos profissionalizar o trabalho, ter músicas autorais, para mostrar a riqueza cultural da nossa cidade. Tem muita gente com trabalhos bons, então temos que nos valorizar. Do contrário, ninguém vai fazer isso”, salienta. MÍDIA

O jornalista Elsimar Pondé define a música produzida em Feira como “muito rica e próspera”. “Se a gente considerar trabalhos lançados nos últimos anos, principalmente autorais, fica claro que vivemos um momento especial. Eventos como o Feira Noise Festival e o Festival de Jazz são a prova disso”, observa. Para ele, os artistas da cidade estão se destacando em outros locais. “É um dos melhores cenários do país. A música tem evoluído bastante e vem se profissionalizando, principalmente com o curso de música da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs)”, ressalta. Flaviano Gallo, Santini & Trio, Fabrício Barreto, Marcel Torres, Clube de Patifes e Juliana Greyce são alguns dos artistas apontados por Pondé como destaques da cidade. “Tem muita coisa boa acontecendo, gente competente fazendo não só música, mas produzindo audiovisual, profissionalizando-se e investindo nas redes sociais, tendo espaço nas mídias tradicionais, mas não podemos esquecer que

a valorização ainda é aquém do ideal. A média dos cachês é baixa, os espaços são restritos. Poucos são os artistas que ganharam espaço com o Festival Vozes da Terra, por exemplo. É preciso uma política pública de valorização desses artistas”, critica. O radialista Tanúrio Brito parafraseou o maestro Carlos Prazeres, que se apresentou domingo (17) no Natal Encantado, para citar a importância da cultura feirense em todo o país. “Ele perguntou: ‘será que o povo de Feira é afinado? Eu acho que é, pois tenho visto trabalhos excelentes sendo produzidos aqui’. Eu, Tanúrio, estou em Feira há quase 40 anos e vejo trabalhos impressionantes sendo desenvolvidos. A apresentação das Divas, também no domingo, foi excelente. A gente tem que bater na mesma tecla sempre: falta uma produção para divulgar o trabalho nacionalmente. Talento só não resolve. É preciso apoio”, enfatiza. Tanúrio também questiona o “tratamento diferenciado” que os artistas de fora recebem. “Os equipamentos são diferentes, o palco é inferior, a luz e o som também. É o palco 2, e não o palco 1. Temos que apostar mais nos diamantes da nossa cidade, eles precisam ser lapidados. Cultura não pode ficar em terceiro plano, é prioridade”, opina. Sobre esse questionamento, o secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer (SECEL), Edson Borges, res-

pondeu que “os palcos do Natal Encantado possuem a mesma qualidade. As orquestras ficam com o palco maior por questão de logística. A cantora Joana, por exemplo, vai se apresentar, na última noite do evento (22), no palco 2. Isso é bobagem”, ressalva.

lorização do artista. “Através do edital, o processo de seleção será diferente. Não será por indicação e, consequentemente, os artistas que possuem um bom trabalho irão se destacar”, acredita.

POLÍTICAS PÚBLICAS

O cantor Roberto Kuelho pondera que o artista também precisa melhorar para ganhar maior visibilidade. “Temos uma das cidades mais importantes do país, musicalmente falando. É preciso que os artistas fortaleçam isso. Quem faz precisa evoluir, melhorar o trabalho. Mesmo pequeno, tem que pensar grande. Buscar a mídia, trabalhar redes sociais e Marketing Pessoal. Existe uma lacuna entre quem faz e quem contrata. Por exemplo, no Natal Encantado, anunciam ‘grandes artistas e muito mais’. Não existe muito mais, tem que citar todas as atrações, colocar imagem, para gerar vínculo com o público”, recomenda. Apostando nas redes sociais, a cantora Gabriela Moraes criou, há seis meses, a “Live Sertaneja”, apresentada toda terça-feira, às 8h30, através do Instagram (@gabrielamoraescantora). “Tem espaço para todo mundo e todos os estilos. Feira vem crescendo e muitas bandas de fora querem tocar aqui. Eu percebo uma mudança no espaço, com o surgimento de novos compositores. Por vezes chegamos a outras cidades e já conhecem nosso trabalho. É preciso mudar a mente do

O Plano Municipal de Cultura de Feira de Santana foi sancionado no dia 24 de novembro de 2016, pelo prefeito José Ronaldo, e permite a realização de projetos junto ao Ministério da Cultura e a outras organizações a nível nacional e internacional. O Plano é acompanhado pelo Conselho Municipal de Cultura (CMC) e sua execução coordenada pela SECEL. “Temos uma política de cultura. Ainda não é ideal, porque é preciso uma maior valorização do poder público, em geral. Feira é uma cidade muito cultural, tem muita qualidade musical, os artistas se empenham e se profissionalizam”, diz o secretário Edson Borges. O músico Dionorina acredita que pequenas ações podem contribuir para a valorização dos artistas feirenses. “Não posso dizer que não somos valorizados, só que é preciso melhorar. Por exemplo: na Micareta, eu toco, mas não estou no cartaz de divulgação. As pessoas sabem que eu toco, pois gravo e tiro fotos, mas não há uma divulgação oficial”, afirma, acrescentando que o Plano Municipal de Cultura é um passo importante para a va-

PROFISSIONALIZAÇÃO E INTERNET

povo e valorizar nossos artistas”, ressalta. Ela salienta que não tinha noção da dimensão que o projeto tomaria. “É um projeto muito abençoado, que está unindo os artistas da cidade e recebendo músicos de fora. Isso faz com que a gente cresça”, observa. Com um ano de carreira, o sertanejo Lucas Queiroz também espera mais valorização da população. “A galera tem que tirar os olhos de fora e voltá-los para nossa cidade. Tem gente boa demais aqui, com valor musical. Temos que enxergar isso. É preciso buscar nossa identidade, nosso diferencial, trabalhar bastante e profissionalizar nossa música, para crescermos e agregarmos valor ao nosso trabalho”, enfatiza. JAZZ

Nos dias 14, 15 e 16 de dezembro, músicos de Feira, Salvador, Chile, Itiruçu e outras regiões se reuniram no Festival Bahia Jazz, realizado pela Cúpula do Som, reconhecido espaço de diversão e arte em Feira. “Eu não me lembro de ter ido ou sabido de nenhum evento na cidade com esse nível de excelência musical. O Festival entrou para a história já na sua primeira edição”, diz Lorena Porto, cantora da banda Baiana Bossa, que fez parte da grade de atrações. O evento buscou valorizar a experimentação, a liberdade musical e trouxe nomes que alcançaram expressão nacional e internacional em suas experiências musicais, inclusive de autoria própria, como Aiace Felix, vocalista do grupo Sertanília, acompanhada do violonista chileno Jorge Solovera. O grupo Santini & Trio subiu ao palco com Rony Santini (guitarra), Anderson Silva (contrabaixo), Flaviano Gallo (bateria), Rogério Ferrer (piano) e mostrou porque foram dignos do Prêmio Caymmi 2017. “Feira de Santana sediou um evento inesquecível, que lotou a Cúpula do Som com admiradores da música. A produção musical e cultural da Bahia ferve e reuniu na cidade atrações de expressão nacional e internacional. Foi emocionante ver tanta gente completamente atenta e conectada a tudo que rolava em nosso palco”, destaca Marcos Sampaio, músico e produtor do Festival.

Proteja seus rins: dose a sua creatinina! Uma campanha


4

Feira de Santana-Bahia, quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

aldeias@uol.com.br Foto: Jorge Magalhães

Natal Encantado

Espécie de oásis lírico em meio à rasura musical que habita os ouvidos, especialmente nordestinos, o Natal Encantado volta a ganhar força, depois de uma breve desidratação e oferece ao cidadão feirense, ou visitante, um feriado para a alma, com singeleza, encantamento e música elaborada. A beleza das luzes e dos sons segue fazendo sua mágica, cada vez mais necessária em nossos tempos de fragilidade emocional.

Lava-Jato

Foi um ano de ação, algumas desastradas, como a delação de Joesley, da JBS, o “notório bandido”, o La Fontaine da Friboi, mas, ainda assim, a Operação continua um marco da ação da lei no país. E o juiz Sérgio Moro, apesar de todo tipo de ofensa, ataque, combate, segue como o maior responsável pela mudança do imaginário do brasileiro, que viu presos empresários e políticos antes inimputáveis. Continua sendo um feito extraordinário.

Congresso

Com a maioria de seus membros investigados em processos, é natural que o Congresso mantenha-se totalmente dissociado da sociedade civil e atacando em bandos os cofres públicos, negociando a permanência de Temer e recusando-se a ouvir os anseios da população por Justiça. Como já disse, nenhum bando de lobos irá criar legislação que os impeça de comer as ovelhas. Em 2018, a população terá de ir para um tudo ou nada.

Herança

Ao que parece, os grandes problemas de Feira – mobilidade, ocupação desordenada e louca do centro, transporte público e clandestino, Centro de Abastecimento e Shopping Popular – são jacas a serem herdadas por Colbert Martins, já que o prefeito atual tem manifesta intenção de ser candidato a Senador.

Saúde

Foi um ano de intensa e necessária ampliação da Rede de Saúde Estadual, promovida pelo governador Rui Costa, com a inauguração de Policlínicas, Hospitais e uma maternidade em Feira. O custo de manutenção será alto e esperamos que o Estado consiga manter seu custeio, mas a criação já é um impacto muito positivo.

Mulher do ano

Professora Helley Abreu Batista, de 43 anos, de Janaúba, que morreu queimada para salvar crianças em um incêndio criminoso, em uma creche. A memória dela resgata o melhor do humano, que sempre fez a existência ter algum sentido. Não, não foi Anita.

STF

Foi um ano decepcionante para o Judiciário e para a Presidência da fraca e indecisa Carmem Lúcia, educada demais para o enfrentamento com os tubarões que compõem a Corte. Além de nada resolver dos processos da Lava-Jato, que completam um ano engavetados, passou pelo desastrado aval de Fachin a delação da JBS e encerra-se o período com as acusações em todos os jornais e revistas das relações do Ministro Gilmar Mendes que converteu-se em um caso de Polícia, já sem condições morais de ocupar a Suprema Corte. Foi a maior decepção institucional do país. Pois, dele, espera-se muito mais.

Retrospectiva

Teve Joesley&Janot e a delação mais premiada do mundo; teve o procurador Muller, que fez uma “lambança”; Fiuk tentando atuar; e a “cura gay”. Teve Gilmar&Barata; as malas da famiglia Geddel escondidas no lavabo; Huck como opção real de Presidente, achando que o Brasil é uma Lata-Velha; e a agressividade dos Bolsominions, que atacam a todos que ousam discordar do vazio do candidato. Teve o ladrão de medalhas da CBF; Marin, preso; e o fim do namoro, de novo, de Neymar e Marquezine. Teve o veto à exibição do filme de Olavo de Carvalho em uma Universidade COM Partido; o cavalo de Tróia da ideologia de gênero; pedalinho em sítio sem dono; e Triplex-brinde. Teve a patética Ministra-escrava de salário milionário e o maior número de mortes violentas do mundo. Teve digital influencer; Pablo Vittar achando que opção sexual é talento musical; o aumento do gás; e Caetano, lembrado por tirar virgindade de menina de 13 anos; e o gemidão do Zap. Teve o time do Flamengo recusando medalha e a torcida (?) barbarizando; Aécio virando pó; e o STF se desmilinguido. Teve assédio em Hollywood, atentados, multiculturalismo suicida e, para não dizer que não falei das flores, teve Antonio do Lajedinho lançando livro aos 91 anos, um novo filme Jedi e o jornal Tribuna Feirense na luta.

Tuiter: cesaroliveira10 @O PSDB sempre foi uma espécie de camareira de motel: vive arrumando a cama pro PT deitar. @O princípio da responsabilidade individual é questão essencial e nenhum relativismo deve ser aceito para que este princípio seja negado. A lei de terceirização não incluiu suas culpas. @Nenhum povo, de nenhuma nação, passa pelo marxismo e sai ileso. @Dinheiro de estatal é como mesa de doce em festa de aniversário: é só tirar o olho que alguém mete a mão antes da hora. @Sobre nossos socialistas, podemos afirmar que são aqueles que se resumem a dizer como dividir o dinheiro alheio com todos enquanto acumula sua própria grana. @FHC disse que está enojado do país. É o Tiririca do PSDB.

Pra não dizer que não falei das flores Lançamento do CD “Reino dos Encourados”, do grupo Matita Perê, do chargista Borega. Natal Encantado e sua magia. Ampliação da Rede Estadual de Saúde. Criação da Universidade do Meio Ambiente, em Feira. Administração do governo Temer: educacional, trabalhista, teto de gastos, queda dos juros e da inflação, fim do imposto sindical.

Por um Hospital Universitário para a UEFS “Precisamos formar médicos maximamente eficientes e minimamente invasivos à integridade física, econômica e afetiva do paciente” Professor César Oliveira


Feira de Santana-Bahia, quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

5


6

Feira de Santana-Bahia, quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Feira de Santana registrou mais de seis mil reclamações contra poluição sonora em 2017 Ed Santos/ Acorda Cidade

Mila Melo

Equipamentos de som apreendidos em operações da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente sendo destruídos, no dia 10 de dezembro

ÍNDICES DE POLUIÇÃO SONORA 1.323

677

219

196

POLUIÇÃO SONORA POLUIÇÃO SONORA RESIDENCIAL

POLUIÇÃO SONORA POLUIÇÃO SONORA BARES

barulho causado por bares, igrejas, residências e estabelecimentos comerciais, o volume alto dos aparelhos de som dos veículos também gerou muitas reclamações na central de atendimento 156. Em 2017, foram 3.547 queixas. Os bairros Tomba (303), Campo VEÍCULOS “BARULHENTOS” Limpo (203) e MangabeiAlém do excesso de ra (198) também lideram

a lista. Outras localidades com reclamações foram Caseb (182), Queimadinha (151), Muchila (110), Parque Ipê (101) e Centro (100). Os níveis máximos de sons e ruídos em Feira de Santana, determinados por lei municipal, são de 60 decibéis, entre 22h e 7h, e de 70 decibéis, entre 7h e 22h. Bares,

Fundado em 10.04.1999 www.tribunafeirense.com.br / redacao@tribunafeirense.com.br Fundadores: Valdomiro Silva - Batista Cruz - Denivaldo Santos - Gildarte Ramos Diretor - César Oliveira Editora - Ísis Moraes Editoração eletrônica - Maria da Prosperidade dos Santos

POLUIÇÃO SONORA POLUIÇÃO SONORA COMERCIAL ( LOJAS E CASA DE EVENTO)

POLUIÇÃO SONORA POLUIÇÃO SONORA IGREJAS

PERTUBAÇÃO SONORA

448

IGREJAS

1.350 1.300 1.250 1.200 1.150 1.100 1.050 1.000 950 900 850 800 750 700 650 600 550 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0

COMERCIAL

jas de Feira de Santana também gerou reclamações. Em 2017, foram 219 queixas contra os espaços religiosos. Os moradores dos bairros Tomba e Campo Limpo foram os mais prejudicados com o barulho. No Tomba, foram registradas 28 reclamações (23 foram atendidas) e, no Campo Limpo, 24 (11 atendidas). Completam a lista os bairros Rua Nova (11), Mangabeira (10), Sobradinho (9), Brasília (9), Feira IX (7), Feira X (7), Parque Ipê (7) e Jardim Cruzeiro (7). Já em bairros como Aviário, Chácara São Cosme, Feira VII, George Américo e Muchila I, a Secretaria de Meio Ambiente registrou somente uma solicitação em cada um deles.

BARES

Gado, Muchila II e Sítio Matias ocupam as últimas posições da lista, com apenas uma reclamação cada um. Outro problema enfrentado pelos feirenses é o excesso de ruídos provocado pelos estabelecimentos comerciais, como lojas e casas de eventos. O bairro Centro é o mais prejudicado e lidera o ranking de reclamações. De um total de 452 queixas, 114 são do Centro, seguidas de 33 do bairro Conceição, 22 do Campo Limpo, 20 da Santa Mônica, 17 do Capuchinhos e 17 da Mangabeira. Segundo os dados da Secretaria de Meio Ambiente, do total de solicitações, 374 foram atendidas, total ou parcialmente, o que representa mais de 82% das chamadas contra os estabelecimentos comerciais. O som alto das igre-

RESIDENCIAL

O som alto que as pessoas escutam em casas, bares, restaurantes e igrejas, além de afetar a saúde, incomoda quem mora ou trabalha perto desses locais. Em 2017, foram registradas em Feira de Santana quase 3 mil reclamações de poluição sonora contra estes estabelecimentos na central de denúncia acionada através do número 156. Os dados são da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e apontam ainda que a lista dos bairros com mais denúncias é liderada pelo Campo Limpo (185), Tomba (178) e Mangabeira (140). A maioria das 2.683 reclamações refere-se ao excesso de barulho proveniente das residências. De 1º de janeiro a 6 de dezembro desse ano, contra as moradias somaram 1.334 queixas. Os locais que mais registraram ruídos foram os bairros Tomba (102), Campo Limpo (100), Mangabeira (78), Conceição (66), Muchila (46), Jardim Cruzeiro (43) e Parque Ipê (36). Do total, 710 solicitações foram atendidas, total ou parcialmente, pela Secretaria de Meio Ambiente. No bairro Caseb, o som alto vindo dos bares foi o principal problema. A Central de Atendimento registrou 678 queixas e o Caseb ocupou o topo da tabela com 46 solicitações. Em seguida, vieram Campo Limpo, com 39 reclamações; Mangabeira e Tomba, com 35 cada; Brasília, com 34; e Centro e Chácara São Cosme, com 31, cada. Já bairros como Aviário, Campo do

PERTUBAÇÃO SONORA PERTUBAÇÃO SONORA

igrejas, residências, estabelecimentos comerciais e veículos que forem flagrados ultrapassando estes níveis podem sofrer sanções, como notificação, advertência, multa e apreensão dos equipamentos sonoros. As reclamações contra poluição sonora podem ser feitas através do número 156.

OS TEXTOS ASSINADOS NESTE JORNAL SÃO DE RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES.

Av. Senhor dos Passos, 407 Sala 05


7

Feira de Santana-Bahia, quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Educação encerra 2017 com saldo positivo Jorge Magalhães

A Escola Municipal Antônio Antunes dos Santos, localizada na comunidade de Terra Dura, foi inaugurada em abril desse ano e contempla alunos da educação infantil, do ensino fundamental I e do 6º ano

Vanessa Testa “Apesar das dificuldades, principalmente financeira, nós avaliamos esse ano de forma positiva”. É assim que a secretária municipal de Educação, Jayana Ribeiro, analisa o ano de 2017 em Feira de Santana. A Secretaria Municipal de Educação (Seduc) é responsável por 217 escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental I e II, distribuídas pelos bairros e distritos da cidade. A rede atende, aproximadamente, a 50 mil alunos. De acordo com a secretária Jayana Ribeiro, as propostas que foram feitas para esse ano foram cumpridas. Foram investidos, até o dia 15 deste mês, mais de 230 milhões de reais na educação municipal. Deste valor, mais de 80 milhões são provenientes de recursos próprios, 148 milhões do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e mais de 1 milhão veio do Governo Federal. Todo esse montante foi revertido em benefícios para o aprendizado dos alunos. 12 escolas foram construídas e entregues, 12 estão em reforma e outras 101 passaram por serviços de revisão elétrica, hidráulica e estrutural, dentre outros reparos. Parte do valor investido foi destinado ao Projeto Reequipar, cujo objetivo é oferecer novos itens para as escolas, de

acordo com a necessidade de cada uma delas. Brinquedotecas, frigobares, geladeiras, micro-ondas, fogões, batedeiras, liquidificadores, panelas, mesas, estantes, armários, carteiras, móveis para auditório, utensílios para cozinha (pratos, copos, talheres, vasilhas, etc), ou seja, todos os equipamentos necessários para o funcionamento de uma unidade de ensino são trocados, quando preciso, pelo Projeto. Jayana Ribeiro diz ainda que se uma escola é construída, todos os equipamentos da mesma são novos, assim como os das unidades que são reformadas. “Durante as visitas, vemos o que precisa ser trocados. Além das substituições do Reequipar, vemos também alguns itens que as escolas não tinham e que precisamos adquirir. Quando assumimos, tínhamos cerca de 600 itens. Hoje,

Mais de

230 milhões de reais foram investidos na educação municipal até dezembro desse ano, de acordo com a secretária Jayana Ribeiro

temos mais de 4 mil”, explica a secretária. CAPACITAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS

Os funcionários da Seduc participam de programas de formação continuada, que consistem em cursos de capacitação frequentes, para a melhoria de seus respectivos serviços. Através do Projeto Escolas em Rede, onde as unidades de ensino municipais são divididas em 11 polos, fora os distritos, é feita uma aproximação da Secretaria com as unidades de ensino. Em encontros realizados periodicamente nas escolas agrupadas em cada um deles, os funcionários passam para a pasta as demandas que têm, planejam, junto à equipe, as ações a serem feitas, e também trocam experiências uns com os outros. “Além de ter um espaço de formação, os funcionários têm também uma troca de experiências das melhores ações entre os professores. A gente vem, ao longo desses anos, realizando formações continuadas frequentes, seja nas áreas de educação inclusiva, quilombola, de jovens e adultos, do campo, para os anos finais do ensino fundamental, áreas específicas, como língua portuguesa, matemática, e até as creches, onde também fazemos formações”, explica. De acordo com a secretária, não só os educadores são capacitados, mas também funcionários em geral. “Com as merendeiras, por exemplo, fazemos formações para melhorar a qualidade

Silvio Tito

A Creche Escola Arthur Martins da Silva, localizada no bairro da Pedra Ferrada, atende a 500 alunos e foi totalmente reformada e entregue à população em junho desse ano

da merenda. Criamos estratégias para os cardápios, pensamos em como ter mais criatividade na montagem dos pratos. É assim que trabalhamos com todo mundo”, pontua Jayana. RENOVAÇÃO DE GESTORES Esse mês, 125 diretores e 81 vice-diretores, escolhidos por votação democrática, foram empossados para o novo mandato 2017-2021. Com 40% do quadro de gestores municipais renovado, há a necessidade de esses profissionais passarem por programas de formação, a fim de que realizem o seu trabalho da melhor forma possível. Os gestores recebem os recursos a serem gastos nas escolas e são responsáveis pela administração e prestação de contas dos mesmos. PROGRAMA MÚSICA NA ESCOLA 2.500 alunos, de 80 escolas, fazem parte do Música na Escola, um programa que tem por objetivo apresentar esta forma de arte aos estudantes da rede, além de contribuir para o crescimento pessoal e cultural dos alunos. Instrumentos como violão, acordeon, flauta doce e teclado são alguns dos que integram as aulas de música. Além dos instrumentos, o programa contempla também outras aulas de canto coral, fanfarras e orquestras. Crianças a partir de seis anos frequentam as aulas, aprendem a tocar os mais variados instrumentos e conhecem um

pouco mais da arte da música durante o ano letivo. Em 2018, alunos de creches também poderão participar do Música na Escola, que ampliará suas atividades e deve atender o dobro de jovens e de escolas.

das sempre que possível. “Todos os anos a gente concede aumento aos professores. Eles pediram reserva de carga horária e, mesmo com dificuldades, conseguimos fazer de forma gradativa. Também oferecemos formação continuada, ou seja, tudo que eles pedem, mesmo com dificuldades, buscamos conceder”, ressalta. Para a secretária, o desafio é fazer com que o professor melhore as práticas em sala de aula, a metodologia utilizada, para que, assim, os alunos sejam alfabetizados corretamente e tenham prazer em estudar. “Os professores agora têm que chegar mais próximo dos alunos, para ver quais são as suas angústias, seus problemas, no sentido de poder auxiliar para que o aluno avance e consiga aprender”, ressalta Jayana Ribeiro.

DESAFIOS Para a secretária Jayana Ribeiro, o maior desafio da sua pasta é melhorar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de Feira de Santana. “No último Ideb, não atingimos a meta, mas crescemos como nunca na história de Feira. O nosso crescimento era de 0,2 e, na última avaliação, subimos para 0,6. Saímos de uma queda para um avanço. Se a gente tiver esse mesmo crescimento no próximo Ideb, conseguiremos superar até a meta. Mas a gente ainda precisa desse compromisso da rede com a educação”, pontua. Segundo Jayana, as condições de trabalho dos educadores são melhora-

PLANOS PRA 2018 Jayana diz que tudo que deu certo em 2017 deve ser ampliado e melhorado em 2018. A secretária afirma que a parceria entre município e Instituto Ayrton Sena será mantida: “Tivemos excelentes resultados e, por isso, por mais dois anos, manteremos a parceria com o Instituto, que busca trabalhar com os alunos em defasagem, para que a gente regularize o fluxo e eles possam avançar na escolarização”, explica. “Vamos lançar também uma proposta de política de alfabetização, que eu acredito que vai proporcionar um salto importantíssimo para a nossa rede nos próximos anos”, informa a secretária.

2.500 alunos, de 80 escolas, fazem parte do projeto Música na Escola. Em 2018, alunos de creches também poderão participar


8

Feira de Santana-Bahia, quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

André Pomponet

Economia em crônica

Futuro do País será decidido em 2018 2018 se aproxima e promete ser ainda mais dramático que os tumultuados anos anteriores. Nele acontecerão as eleições presidenciais que, em tese, deverão restabelecer no país a normalidade democrática interrompida pelo controverso impeachment que removeu o petismo do poder e, nele, instalou Michel Temer (PMDB-SP), acusado pela Polícia Federal de chefiar um “quadrilhão” composto por próceres do emedebismo. Ao invés de sinalizar para a estabilidade, o jogo eleitoral é, ele mesmo, fator de intensas inquietações no momento. Lula, o líder das pes-

quisas até aqui, já foi presidente duas vezes, elegeu e reelegeu sua sucessora – na trágica aventura que resultou no impedimento – mas, mesmo assim, pretende voltar ao poder mais uma vez. Tudo indica que não conseguirá: às voltas com o judiciário, tende à condenação em segunda instância, à inelegibilidade e a uma eventual prisão. O segundo colocado nas pesquisas é Jair Bolsonaro. Defensor da ditadura militar, da “carta branca” para as polícias saírem matando e ácido opositor dos movimentos feminista, negro e das minorias sexuais, tem nítidas disposições autoritárias, como atestam suas frequentes declarações.

Caso eleito – nada pode ser descartado – provavelmente levaria o País aos caos sem subterfúgios. Isso se não fosse impedido antes. Ocorre que Lula e Bolsonaro dificilmente chegarão à presidência da República. Hoje, a orquestração é para viabilizar um nome simpático ao “deus mercado”, que assuma o rótulo da moderação, do “centro”, do reformismo que penaliza pobres e trabalhadores. É claro que falta combinar com os eleitores, visivelmente descontentes com Michel Temer e sua agenda de contrarreformas. Até aqui, nenhum daqueles que tentam empunhar a bandeira do reformismo

redentor se sobressai nas tenebrosas em discussão: Gilmar Mendes, o conpesquisas. troverso ministro do SuAlternativas premo Tribunal Federal De uma forma geral, (STF), costura com Mios candidatos – incluindo chel Temer, o mandatário aí aqueles já menciona- de Tietê, a adoção do pardos prosélitos do “deus lamentarismo. Isso sem mercado” – não parecem consultar a sociedade, estar à altura do terrível sem debate público, sem momento que o Brasil plebiscito, nada. Decisão atravessa. Faltam-lhes unilateral da plutocracia. credenciais para pacificar O que está ruim sempre o País. A eles e também pode piorar: lá adiante, aos partidos. Não é à o País pode se tornar toa que a “intervenção integralmente refém dos militar” – na verdade, impulsos fisiológicos e um golpe enrustido – clientelistas do “centrão”. Ambas as alternaarrebanha tantos entusiastas, inconsequentes, tivas tangenciam a deBrasil afora. Para alguns, mocracia e flertam com a tutela e a força sempre o abismo. E sinalizam parecem ser a solução para mais instabilidades mais fácil, mais cômoda, políticas no longo prazo. Com ela, tudo indica que menos trabalhosa. Mas há, também, al- a economia vai seguir ternativas igualmente claudicando, porque a

repisada “retomada”, até aqui, não passou de discurso de pré-candidato. Para descortinar esse cenário, 2018 e as eleições presidenciais – caso ocorram – serão determinantes. O quadro é desanimador. Hoje, parece que o otimismo em relação ao futuro do Brasil no curto prazo flerta com a insensatez. Não falta quem enxergue o País em direção à desagregação, a exemplo do que já acontece no Rio de Janeiro. As próximas eleições presidenciais – que deveriam resgatar a estabilidade, conforme realçado anteriormente – apontam para o acirramento do ódio, da cisão e das soluções autoritárias.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.