Vícios - Agosto/2018

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EDIÇÃO 14 - ANO 3 - Nº 14 AGO/2018


Índice

EDIÇÃO 14 - ANO 3 - Nº 14 - AGO/2018

02 Biografia 03 O ardor natural de nossos corações 04 Diversão ou Fuga? 04 Entretenimento 05 Meef Responde

Editor Matheus Vieira Peres Revisão Geral Alfredo Henrique C. de Paula Colaboradores Amanda Le cia Amaral Souto Iasmin da Silva Brito João Amaral Marco Túlio Simões Pontes Montagem Matheus Vieira Peres Revisão da Montagem Abraão Brito Elias

Esta é uma revista confeccionada e produzida pela Mocidade Espírita Eurydes Ferreira (MEEF) do Centro Espírita e Ins tuição Caminho da Luz (CEICAL), de circulação interna, sem fins lucra vos e de distribuição gratuita.

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EDIÇÃO 14 - ANO 3 - Nº 14 - AGO/2018


Biografia

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Antônio Luiz Sayão

ntônio Luiz Sayão, natural do Rio de Janeiro, nascido no dia 12 de abril de 1829, foi um advogado e espírita brasileiro.

ao Grupo dos Humildes, futuro Grupo Ismael, o qual foi determinante na estruturação da Federação Espírita Brasileira.

Sua aproximação do Espiri smo ocorreu no ano de 1878, em virtude da doença de sua esposa. O próprio Sayão, em carta disponível no site da Federação Espírita Brasileira, conta detalhes do ocorrido:

A vida de Sayão foi um exemplo de amor e trabalho. Foi um protetor dos escravos, aos quais considerava como irmãos e autor da obra Estudos Evangélicos, posteriormente reeditada com o tulo de Elucidações Evangélicas.

“Corria o ano de 1878, para mim triste, cheio de aflições e amarguras, que só me dava leni vo o verter das lágrimas. Eu não cessava de implorar a misericórdia divina, crença que ao despertar da razão achei implantada em meu ser. Ao mesmo tempo, aprontava-me para, logo depois do dia fatal, que esperava, re rar-me para a Europa com meu filho, então de treze anos de idade, em busca de resignação. Os sofrimentos de minha mulher, que, mais ou menos, datavam de seis anos, haviam se agravado ao ponto de seu médico assistente afirmar-me que o termo fatal se aproximava. Igual juízo e prognós co fez o meu ín mo amigo Dr. Geraldo Mo a.”

Antônio Luís Sayão retornou à Espiritualidade na mesma data da desencarnação de Allan Kardec, 31 de março, quando estava próximo de completar 74 anos.

Vendo o sofrimento de Sayão, um funcionário do fórum insistentemente o induziu a recorrer ao Espiri smo. Pediu assim uma receita aos Espíritos e a homeopa a indicada, após extenso tratamento, logrou a recuperação e cura da paciente.

Referências: h p://biografias.netsaber.com.br/biografia4003/biografia-de-antonio-luiz-sayao h ps://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Lu%C 3%ADs_Say%C3%A3o h p://www.febnet.org.br/wpcontent/uploads/2012/06/Antonio-Luis-Saiao.pdfGabriella Alvares Guimarães Silv

Após abraçar a Doutrina Espírita, Sayão militou ao lado de Francisco Leite de Bi encourt Sampaio na Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade, que deu origem

Antônio Luiz Sayão

por Iasmin da Silva Brito EDIÇÃO 14 - ANO 3 - Nº 14 - AGO/2018

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Ar go

O ardor natural de nossos corações

D

esde pequenos, rodeados por nossos familiares e amigos, somos instruídos a optar pelo bem, pelo melhor e pelo certo, sem tubear. Nossa criação, crenças e costumes sociais sempre enaltecem o caminho correto e esperado. Em contraposição, tudo aquilo que destoa do esperado é massivamente repreendido pelos enraizados padrões tradicionais. Entretanto, normalmente associamos o “bem”, o “melhor” e o “certo” com o prazer e, por isso, pautamos nossas vidas com uma busca incessante pelo prazer e como torná-lo mais duradouro. É um ins nto quiçá animalesco, uma sensação pulsante, uma adrenalina que corre pelo sangue. E talvez seja por essa razão que o errado, o perigoso e o proibido tanto nos atraem. Aí que mora o real perigo. Tornamo-nos escravos de nossas próprias paixões e adentramos um círculo vicioso em que fomentamos os excessivos desejos de “viver intensamente”. Com o abuso que fazemos das paixões, surge o mal e do mal¹ nascem os vícios. Mas, não se engane: ser viciado em algo não se restringe ao mundo das drogas, sejam elas ilícitas ou não. Ser um workaholic (indivíduos viciados em trabalhar), ser um consumidor compulsivo por roupas, relógios, bolsas, sapatos ou qualquer outro po de produto e até mesmo ser viciado em jogos de videogames ou em redes sociais são alguns exemplos dos mais variados pos de vícios. O que eles possuem em comum? Todos afetam profundamente a vida daqueles que deles sofrem, aprisionando-os em for ficadas jaulas e excluindo-os das maravilhas de uma vida equilibrada².

Alimentamos nossos vícios no intuito de ocupar o vazio causado pela falta de autoconhecimento. Queremos mais, consumimos mais, bebemos mais, beijamos mais, mais e mais, loucos em saciar nossa falta de nós mesmos. Como dependentes químicos, procuramos a alegria na fu lidade. Carentes de afeto, recorremos às mesas de bar, às festas regadas ao álcool e baladas redutos de bala. Sedentos por aceitação, men mos, dissimulamos personalidades superficiais, concordamos com o incoerente, em ressonância à nossa escancarada falta de autoaceitação. Contudo, da resistência a nossas más tendências e exageradas paixões pode brotar a mudança. Se pra carmos a mais louvável das virtudes – a caridade –, as qualidades morais podem se desenvolver em nós como o ouro após um toque de Midas a uma bruta pedra. Alicerçados no bom uso da razão para a prá ca do bem, tal esforço tornar-se-á um hábito e seremos guiados à caridade desinteressada pelo ardor natural de nossos corações4.

¹ Resposta à questão 907 de O Livro dos Espíritos. ² Na resposta à questão 712 de O Livro dos Espíritos, lemos o seguinte: “[...]o homem é insaciável. Por meio da organização que lhe deu, a Natureza lhe traçou o limite das necessidades; porém, os vícios lhe alteraram a cons tuição e lhe criaram necessidades que não são reais.” ³ Na resposta de Paulo de Tarso à questão 1009 de O Livro dos Espíritos ele afirma que o sofrimento é um instrumento para ajudar o homem a “desgostar de suas deformidades”. 4 Questões 893, 895, 897, letras “a” e “b”, todas de O Livro dos Espíritos.

Cul vamos prá cas as quais corroem nossa integridade, cegamo-nos para nossas falhas, ignoramos nossos erros. O ser humano possui certo crush pela imperfeição³. Admiramos obras pitorescas, ar stas rebeldes, filmes de guerra, o caos e a destruição, afinal we want to break free à Fred Mercury, somos exagerados como Cazuza, e se nossas ambições não forem alcançadas mandamos tudo para o inferno como fizeram Roberto, Erasmo e Caetano nos tempos da brilhan na. Baby boomers, Geração Y, X ou Z, temos todos, independentes de nossas décadas, múl plas referências para sermos rebeldes e revolucionários, ''foras da caixinha'', ligados a ações que nos viciam, além de sermos viciados em ter manias viciantes. Todavia, nutrir tais comportamentos são na verdade afrontas à liberdade individual, pois tornamo-nos carcereiros de nossas obs nações. 3

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por João Amaral


Ar go

Diversão ou Fuga?

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o planeta de provas e expiações, o Espírito, quando encarnado, encontra diversas situações di ceis que colocam em prova sua resistência sica, emocional e espiritual. Muitos – para conseguirem aliviar a tensão de viver em um planeta que ainda apresenta guerras, doenças, violência e desigualdade – buscam mecanismos que são conhecidos como meios de “diversão”, como bebidas, drogas, sexos desregrado, gula, etc. Recursos que provocam alívio por pouquíssimo tempo, representando uma fuga que, posteriormente, pode tornar-se um problema. Indubitavelmente a sociedade incen va esse ato de fuga interna, ao ponto de a busca por elementos externos ser considerada normal. Apenas situações extremas, como roubar objetos da própria casa para usar drogas, são rotuladas preocupantes. Porém, situações aceitáveis socialmente também merecem ser objetos de atenção e ques onamento: não seriam elas formas de autodestruição? Adquirir um vício é reflexo de desequilíbrio interior¹. Através do abuso, o indivíduo procura se sen r melhor. Meditar sobre a causa originária desse desequilíbrio é o meio mais eficaz de resis r à atração do mal e conseguir melhorar-se². É necessário buscar entender quais acontecimentos e sen mentos fizeram com que se precipitasse no abismo dos vícios. São obje vos da encarnação dos Espíritos o aprendizado e superação das próprias imperfeições para chegar à felicidade³. Compreendendo isso, o Espírito

consciente aproveita as oportunidades e vigia-se para não ser desviado de seu obje vo maior por ilusões de felicidade temporária e, consequentemente, consegue vencer a vasta legião de inimigos que povoam o mundo de nós mesmos4. Em boa lógica, quem sustenta o vício, encarcera-se nele5 e encontra dificuldades de fazer brilhar sua luz divina, a qual cria e desenvolve, nutre e transforma6. O corpo sico é um recurso oferecido temporariamente por Deus para que possamos expandir nossos conhecimentos morais e intelectuais por meio de boas ações. Ele nos serve na Terra como uma moradia de aluguel, a qual nos cabe cuidar para que quando vermos de devolver e prestar contas de seu uso, não sejamos responsabilizados por descumprir com nossos deveres. Afinal, a cada um de nós será dado, conforme as nossas próprias obras.

¹ O Espírito André Luiz nos afirma que “o uso é moderação, o abuso é o desequilíbrio” (Estude e Viva, cap. 14). ² Q. 919 do L. dos Espíritos ³ Q. 132 do L. dos Espíritos 4 André Luiz, Nos domínios da mediunidade, cap. 3. 5 André Luiz, Agenda Cristã, cap. 36 6 André Luiz, Nos Domínios da Mediunidade; Cap. 1 por Amanda Amaral

Entretenimento

Tirinha re rada do blog espi rinhas.com.br

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Meef Responde 1 – O que o Espiri smo diz sobre as drogas? Quem faz uso de álcool e outras drogas com frequência m o d i fi ca s e u p a d rã o d e p e n s a m e nto s q u a s e q u e instantaneamente quando se droga. Os desencarnados passam a acompanhar seus “amigos” encarnados quando estes fazem uso de drogas. Es mulam, neles, o uso cada vez mais con nuo e em maiores doses. O uso de drogas facilita o desprendimento do corpo perispirtual. O usuário passa a ter um contato maior com o plano astral, embora não perceba. E esse contato, nestas condições, não é bom. Nunca estamos sós. Somos acompanhados, onde quer que estejamos, por espíritos desencarnados que se sintonizam conosco. 2 – Devemos estudar os vícios dos outros? Devemos sim, desde que os estudemos para auxiliálos, e não para cri car, chantagear ou contar para os outros, visto que todos nós, espíritos, temos ou já vemos vícios. Além disso, o estudo dos vícios dos outros pode nos ajudar a reparar o mal que trazemos dentro de nós. 3 – Há algum problema em querer ser rico? Na vida terrena, o Criador nos coloca em teste. A situação financeira serve para cada um de maneira diferente. Então, não devemos pensar que Deus privilegia apenas alguns. Pois, se isso fosse verdade, todos os ricos seriam felizes e todos os pobres seriam infelizes. Quando se vive no luxo, certos

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valores morais são testados, e o mesmo acontece na miséria. O Espiri smo não acredita que as pessoas estão fadadas a viver defini vamente na pobreza. Por isso, não é errado ter vontade de obter recursos materiais, desde que ao obtê-los não nos apeguemos de maneira exagerada a eles e que eles não sirvam para diminuir nossas forças morais. 4 – Como saber se algo já não me faz bem? Algo passa a não fazer mais bem quando nos vemos cada vez mais ligados sem limite. É no abuso que está o problema. É importante tomar cuidado com as coisas que ram nossa atenção ou mudem o nosso foco dos afazeres do co diano. Cabe a nós mesmos policiarmos nossos atos. Ao percebermos que estamos totalmente vidrados ou que não conseguimos nos desligar de alguma coisa, devemos procurar nos controlar ou, até mesmo, procurar ajuda profissional. por Marco Tulio


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