Índice
EDIÇÃO 15 - ANO 3 - Nº 15 - OUT/2018
02 Preservação Ambiental e o Mundo de Regeneração 03 Planeta ou seres de Regeneração? 04 Vergel 05 Editorial
Editor Matheus Vieira Peres Revisão Geral Alfredo Henrique C. de Paula Colaboradores Amanda Le cia Amaral Souto Ana Luisa Ferreira Maria Fernanda Ferreira Matheus Vieira Peres Montagem Matheus Vieira Peres Revisão da Montagem Abraão Brito Elias
Esta é uma revista confeccionada e produzida pela Mocidade Espírita Eurydes Ferreira (MEEF) do Centro Espírita e Ins tuição Caminho da Luz (CEICAL), de circulação interna, sem fins lucra vos e de distribuição gratuita.
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EDIÇÃO 15 - ANO 3 - Nº 15 - OUT/2018
Ar go Preservação Ambiental e o Mundo de Regeneração
A
visão destes dois temas juntos, a muitos, pode causar certa estranheza. Será que existe relação entre o mundo de regeneração e a preservação ambiental? Mas já parou para pensar em um mundo de regeneração onde as pessoas ainda cul vam a insustentabilidade e a degradação do meio ambiente?
Aqueles que, desmatam, poluem e esgotam nascentes de água e degradam o solo e a atmosfera, u lizando-se, muitas vezes, de vitrines nobres como suprir a fome mundial ou trazer renda e prosperidade à terra, nada mais fazem do que mascarar seu egoísmo e ambição, esquecendo-se das leis de amor que regem os mundos.
Nosso planeta é único e finito. Se fosse mais próximo ou distante do sol, ou não possuísse tão belo campo magné co que nos protege de objetos de alta velocidade, nosso processo encarnatório seria comprome do, já que a vida orgânica não prosperaria aqui.
Em outra pergunta, de número 735, acerca das leis de destruição e conservação o codificador indaga o que se pensar da destruição que ultrapassa os limites das necessidades e da segurança. A espiritualidade, por sua vez, nos diz que é a predominância da bes alidade sobre a natureza espiritual. Toda destruição que ultrapassa os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus. Os animais não destroem mais do que necessitam mas o homem, que tem livre arbítrio, destrói sem necessidade. Prestará contas do abuso de liberdade que lhe foi concedida, pois nesses casos ele cede aos maus ins ntos.
Assim como é necessário cuidar de nosso corpo, que é morada para o Espírito, é preciso zelar do planeta, que é a morada e escola. Imagine-se vivendo em uma casa suja, bagunçada e danificada; o caos se instala e prejudica a paz e qualidade de vida. Ainda que você não se importe, as outras pessoas com quem você divide o lar se importam. Analogamente, o mesmo acontece nas nossas encarnações aqui na Terra. Quando desmatamos, exploramos, e aniquilamos visando apenas o lucro e a sa sfação da nossa vontade, quebramos o equilíbrio planetário e consequentemente a ngindo toda a teia da vida. Nesse quesito, nos comportamos pior que animais. Esses, guiados puramente pelo ins nto, não proporcionam, sem interferência antrópica, qualquer desequilíbrio ambiental, enquanto o homem, que por ser racional, devia compreender e proteger sua linda casa, acaba por degradá-la seja através do desmatamento, poluição hídrica ou introdução de espécimes em ambientes inadequados, contribuindo, a curto ou longo prazo, para o desequilíbrio planetário. Em se tratando da codificação espírita, Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, ao perguntar na questão 705, por que a terra nem sempre produz o bastante para fornecer o n e c e s s á r i o a o h o m e m , o b t é m c o m o re s p o s ta d a espiritualidade amiga o seguinte: A terra produziria sempre o necessário se o homem soubesse contentar-se. Se ela não cumpre a todas as necessidades é porque o homem emprega no supérfluo o que se des na ao necessário. Vede como o árabe no deserto encontra sempre do que viver porque não cria necessidades fic cias. Mas quando metade dos produtos é desperdiçada na sa sfação de fantasias, deve o homem se admirar de nada encontrar no dia seguinte e tem razão de se las mar por se achar desprevenido quando chega o tempo de escassez? Na verdade eu vos digo que não é a natureza a imprevidente, é o homem que não sabe regular-se.
Em outras palavras, a nossa significa va contribuição para o aquecimento global, a degradação da camada de ozônio, o crescente extra vismo agressivo, pautado no lucro e no consumismo exacerbado, não foge à lei de ação e reação. Muito em breve, todos os que contribuímos para esses danos, de uma forma ou de outra, responderemos por nossas a tudes. Podemos observar também a preocupação da espiritualidade acerca do tema em uma parte da obra Conduta Espírita, quando o benfeitor André Luiz, baseado na frase de Paulo de Tarso, “pois somos cooperadores de Deus", recomenda: Proteger, o quanto possível, todos os seres e todas as coisas. Preservar a pureza das fontes e a fer lidade do solo. Ampliar pomares, tanto quanto auxiliar a arborização e o reflorestamento. Prevenir-se contra a destruição e o esbanjamento das riquezas da terra em explorações abusivas. Não reter improdu vamente qualquer extensão de terra sem cul vo ou sem aplicação para fins elevados. Aplicar as forças naturais como auxiliares terapêu cos na cura das variadas doenças, principalmente o magne smo puro do campo e das praias, o ar livre e as águas medicinais. Furtar-se de mercadejar criminosamente com os recursos da natureza encontrados nas faixas de terra pelas quais se responsabilize. A consciência inicia o despertar da boa nova e nos chama ao trabalho. São evidentes as melhorias e o EDIÇÃO 15 - ANO 3 - Nº 15 - OUT/2018
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Ar go A consciência inicia o despertar da boa nova e nos chama ao trabalho. São evidentes as melhorias e o surgimento das preocupações ambientais nos úl mos anos, com a ascensão do mercado voltado para a sustentabilidade e o aumento de mecanismos e demandas sociais voltados à proteção do meio ambiente. Ou seja, a vida na Terra está evoluindo e melhorando para todos nós, mas podemos ficar de fora se não acompanharmos o ritmo.
É tempo de transição planetária, nosso governador espiritual, Jesus, o Cristo, há 2000 anos, humildemente nos chamou ao cumprimento do dever. A mudança seleciona os afins: aqueles que não se mostrarem apto à vida em um mundo de regeneração não permanecerão em nosso planeta amado. Então, assim como nos esforçamos diariamente para adequar nossos comportamentos e más tendências, não podemos de forma alguma ignorar o apelo da Terra, que grita por ajuda e proteção. por Maria Eduarda Ferreira
Ar go
Planeta ou seres de regeneração?
A
pluralidade dos mundos habitados é um dos princípios básicos da Doutrina Espírita. Como tudo no Universo, os planetas também progridem. Dentro da infinidade de globos habitados, a Terra se enquadra, no processo evolu vo, como de provas e expiações. A caracterís ca desses é a predominância do mal sobre o bem, significando que o egoísmo e o orgulho - prevalentes entre os habitantes do planeta – cons tuem os maiores obstáculos para o progresso¹. Muitas pessoas esperam que a Terra mude para melhor por conta própria. Porém, Allan Kardec destaca que os indícios das mudanças não estarão nem no Sol, nem nas estrelas, mas no estado social e nos fenômenos mais de ordem moral do que sicos e que, em parte, se podem deduzir das suas alusões². O ditado popular diz que “quem faz a escola é o aluno”, de forma semelhante quem faz o planeta são seus habitantes. Sabemos que a Terra é uma escola onde cada um deve fazer seu esforço pessoal para conseguir aproveitar ao máximo o tempo para que sua bagagem espiritual seja maior do que quando iniciou o processo de aprendizado. O método seguro para conseguirmos nos melhorar nessa vida e resis r a atração do mal é o autoconhecimento³. Entender quais são nossos potenciais, nossas más inclinações, o que nos afeta, quais são os sen mentos inferiores que ainda nos conduzem aos mesmos erros. Além disso, imprescindível refle r quais são as referências u lizadas para buscar nossa felicidade individual e cole va. Afinal, o processo de regeneração da terra é tanto individual quanto cole vo, pois Deus fez o homem para viver em sociedade4, para que possam todos concorrer para o progresso, auxiliando-se mutuamente5. Ou seja, nenhum Espírito é totalmente independente, necessitando estar na presença de outros Espíritos para que possa aprender,vivenciar 3
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e auxiliar, já que um único ser humano é incapaz de deter todo o conhecimento, cultura e experiência em todas as áreas no nível em que estamos. Os Espíritos nos revelaram que Jesus é o po mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem para servir-nos de modelo e guia6, mas em um mundo onde o materialismo ainda predomina, nós elegemos outros guias. Indivíduos que conseguem obter status, fortuna, seguidores ou se encaixar em padrões “perfeitos” têm se tornado modelo de felicidade. Essas referências, entretanto, têm conduzido o homem à ansiedade, depressão, sensação de solidão, de falta de rumo e consequentemente distanciamento da felicidade e do progresso. Elas apenas reforçam o narcisismo e o egoísmo. Para que o planeta Terra saia da fase de provas e expiações e torne-se planeta de regeneração, o entendimento da con nuidade da vida, da busca pela felicidade real e destruição do materialismo7 devem ser alcançados por meio do crescimento do amor, da paz e da caridade no coração dos homens. Como vivenciou Jesus e nos explicaram posteriormente os Espíritos: perdão das ofensas, indulgência para com as imperfeições alheias e benevolência para com todos. Só assim esses corações serão capazes de semear a felicidade futura, tornando a Terra um planeta celeste, onde todos serão chamados de servidores do Cristo. ¹Questão 785 de O Livro dos Espíritos ²Cap. XVIII de A Gênese ³Questão 919 de O Livro dos Espíritos 4Questão 766 de O Livro dos Espíritos 5Questão 767 de O Livro dos Espíritos 6Questão 625 de O Livro dos Espíritos 7Questão 799 de O Livro dos Espíritos
por Amanda Le cia Amaral Souto
Poema
Vergel Que fazes irmão, que não ras este véu? Que encobre tua luz e realça o réu. Véu esse que te impede de enxergar o céu, Com um Sol de mel e uma lua láctea. Mostra irmão, que por trás deste fel, existe um espaço onde borboletas voariam num troféu de cores. Que adorariam livrar-te das dores; E levar-te num corcel alado para onde haja flores. Disseram-me uma vez que o segredo para ser feliz é ser simplesmente grato. Agradecer o que tem na mesa, mesmo que só o prato. E se for, de fato, agradeça por não serem ratos a trazer-te doenças. O simples fato de estar agradecido, já tem sido um bom refrigério à alma nestes tempos tão ingratos. Onde homens e ratos par lham A mesma vileza: O desejo insano por mais. Se se fizer necessário, Derrama lágrimas todo dia. Não precisam elas Ser de alegria... Já que as mesmas, raramente vem com o erro. Conta-as maioria das vezes e então, quando es verem transbordando, despeja, con nua despejando, na terra infér l, onde elas se afundarão. E conforme o tempo vai cedendo, alguma coisa mida e não notada vai brotando.
Ninguém nota, senão ela mesma. Algo meio desbotada, fraca, opaca e sem borboletas em volta... Ela talvez vai murchar, mas lágrimas a alimentam devagar, até que a fonte seca. Ela vai ter que se virar. E se a olhares mais firme, Vê-la-á colorar-se. Quisera ouvir seu risinho, quando no desenrolar do crescer perdeu o véu da sequidão e ganhou vida com sen do. Não é de ver que já parece flor! Agora, alguns anos depois, seu débil perfume me visita. Veio de tão longe, quando um passado obsoleto prometeu a algumas lágrimas arrependidas, que se elas não fossem perdidas, uma pequena flor nasceria. E a flor não morreu, ela apenas cresceu. Encheu-se e enfim apareceu, gritou para o mundo: - Esta flor rota sou eu! E com meu sol, borboletas envoltas, pratos vazios, ratos, homens frios a me atropelarem e com suas lágrimas, a rolarem sobre mim. Enfim eu surgi e com a beleza de Orfeu, tocarei esta lira Para um mundo que não é meu, despertar a sensibilidade De tornar-se (quem sabe?) um pouquinho mais vergel. A esperança é a úl ma que morre, E a minha não se deu!
por Ana Luisa Ferreira EDIÇÃO 15 - ANO 3 - Nº 15 - OUT/2018
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Editorial
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O Fim de um Ciclo
ruto de um projeto idealizado pela Mocidade Espírita Eurydes Ferreira (MEEF), a Revista Mundo CEICAL surgiu com o intuito de divulgar a Doutrina Espírita e trazer esclarecimentos sobre os mais diversos temas e assuntos. Jovens que par ciparam da primeira edição, e na época faziam parte da Mocidade, transicionaram nesse período para se tornarem evangelizadores do Caminho da Luz, servindo como pontapé para contribuir com a difusão do espiri smo para o próximo, ensinando a quem quer que seja, o caminho do bem e de Jesus. Durante os três anos de trabalho, cada edição auxiliou não apenas os leitores, mas também os jovens que a escreviam. Eles pesquisaram, leram, aprenderam e por fim compar lharam o ensinamento que o espiri smo traz e revela. Através das biografias, presentes em todas as edições, foi possível conhecer personalidades espíritas extremamente importantes que às vezes passam despercebidas no meio espírita.
Pelas entrevistas, conseguimos conhecer ainda mais sobre projetos, personalidades e a visão espírita sobre alguns assuntos tão importantes para nós na busca do aperfeiçoamento espiritual. Pudemos também relembrar a trajetória de Eurydes Ferreira na idealização e construção do centro, passando por cada etapa e cada passo avançado. Acompanhando a transformação do projeto espiritual na edificação sica que proporciona um banquete espiritual todas as semanas para qualquer um que queira conhecer mais um pouco sobre a Doutrina. Sendo esta a úl ma edição da Revista Mundo Ceical, pode-se concluir o quão proveitoso foram todas essas quinze edições. Aqui, um ciclo se encerra, com alegria e agradecimentos, mas ao mesmo tempo, dando oportunidade para novos ciclos se iniciarem, novos projetos e novas ideias, com jovens engajados na amplificação da Doutrina Espírita, nunca se esquecendo dos ensinamentos de Cristo, sempre em busca de um bem maior.
por Matheus Vieira Peres
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