Liberdade - Abril/2017

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EDIÇÃO 7 - ANO 2 - Nº 7 MAR/2017


Índice

EDIÇÃO 7 - ANO 2 - Nº 7 - MAR/2017

Entrevistas com

Vanessa Santos e Denis Soares 05

Biografia de 09 Herculano Pires

02 Sobre essa tal Liberdade 03 Liberdade e Privações 04 Liberdade: Uma Questão Moral 05 MEEF Indica: Entrevista com Vanessa Santos 06 MEEF Indica: Entrevista com Denis Soares 07 Biografia 09 Entretenimento

Esta é uma revista confeccionada e produzida pela Mocidade Espírita Eurydes Ferreira (MEEF) do Centro Espírita e Ins tuição Caminho da Luz (CEICAL), de circulação interna, sem fins lucra vos e de distribuição gratuita.

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EDIÇÃO 7 - ANO 2 - Nº 7 - MAR/2017

Editor: Revisor Geral: Revisor Grama cal: Colaboradores:

Matheus Vieira Peres Alfredo Henrique C. de Paula Inácio José de Paula Amanda Le cia Amaral Souto Áurea Mizzi Castro Solino Eugênio Gabriel Custódio Solino João Victor Amaral Cruz Lívia Maria Teran Cavalcan Matheus Vieira Peres Impressão: Murillo Toledo Montagem: Matheus Vieira Peres


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Sobre essa tal Liberdade

eria verdade afirmar a nós mesmos que podemos chegar ao estado de um ser liberto? Seria verdade que em determinado ponto haverá ausência de submissão em nossas vidas? Seria verdade que podemos ser autônomos e viver completamente sozinhos? A liberdade absoluta é um estado utópico do ser. Estamos acorrentados com grossas algemas, estamos presos em um cárcere material, somos o efeito de uma causa maior, somos atores figurantes no palco da vida. Neste mundo material em que estamos encarnados, é notório que não vivemos isolados e solitários, não correspondemos plenamente a nosso desejos e vontades mesmo que nós ajamos em razão de uma necessidade interior. A todo momento, estamos submissos a respeitar os direitos de nossos irmãos, portanto não mais teríamos uma liberdade absoluta. Nem mesmo em nossos pensamentos e s t a m o s sozinhos. Deus, e apenas Deus, t e m a capacidade de nos conhecer através de n o s s a consciência. É fato que através de nossos pensamentos podemos gozar de uma liberdade absoluta e sem limites, porém, mesmo nesses momentos nunca estamos sozinhos - Deus sempre está presente.

Somos libertadores (?). Libertamos a nós mesmos de vivermos na infelicidade, através de nossas escolhas podemos nos libertar para o bem ou nos aprisionar e viver no mal. Estamos presos (?). O que seria de nós sem regras, deveres e direitos? Sem leis, diretrizes e normas? Caos, essa é a resposta. Somos aprisionados (?). Nossas paixões e desejos carnais aprisionam nosso ser, nos tornam dependentes de coisas inúteis, desnecessárias, falsas.

Deus, pai misericordioso, nos dá o direito de escolha. Tornase, então, nossa responsabilidade contornar nossas imperfeições, e juntamente com nossa “liberdade” t ra ç a r u m caminho para vencer esta missão, na qual lutamos todos os dias, para, enfim, conquistar o tão precioso obje vo: nossa evolução!

Deus nos agraciou com o livre-arbítrio, tornando nossas vontades possíveis através de nossas ações. Entretanto, assim como Isaac Newton afirmou na 3º Lei dos comportamentos está cos, “toda ação acarretará em uma reação”, ou seja, nossos incontroláveis impulsos a fim de realizar nossas mais impuras vontades trarão como consequência uma nega va para nós, Espíritos, e retardamento para nossa evolução. Libertatem. Liberty. Libertad. Liberté. Libertá. Liberdade. Estamos libertados (?). Deus nos deu o poder de livre pensamento e livre-arbítrio, todavia, liberdade implica responsabilidade.

por João Amaral EDIÇÃO 7 - ANO 2 - Nº 7 - MAR/2017

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Liberdade e Privações

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abe aqueles dias em que ao olhar ao redor temos a impressão de que a vida de todos é feliz e mesmo os problemas sofridos por eles tem soluções e os nossos não? Que é fácil sentir-se como um prisioneiro sem respostas do porquê você se encontra nesta cela fria e triste enquanto outros gozam da liberdade da forma como querem? Que os esforços para ter uma alimentação saudável, fazer atividade física, boas leituras, estar em prece e ter boas ações não nos fazem sentir felizes ao ver que algumas pessoas não fazem nada dessa forma e conseguem resultados iguais ou até melhores? Resultante da evolução das pessoas que habitam mundos de provas e expiações como a Terra, os conceitos de liberdade e felicidade ainda são mal compreendidos pela maioria. A liberdade é decorrência de um processo de aprendizagem. Se comparada a liberdade conquistada na juventude ou na idade adulta e a liberdade no início da encarnação, é simples entender por que encontramos restrições em alguns atos e o porquê de todos os nossos atos terem consequências.

no caminho podem ser porque ainda não estamos preparados para utilizar nossa liberdade devidamente ou por razões de nos ter sido confiado um tesouro que não soubemos utilizar em outra oportunidade. De qualquer forma, a privação ou a liberdade sempre são instrumentos a nosso favor, ajudando no nosso aprendizado e crescimento. Cabe a nós aproveitar essas oportunidades postas em nosso processo evolutivo. “Estejamos alertas no mundo de nós mesmos, procurando aprender e servir, nas bases do amor puro e da humildade, de vez que todos nós, à luz do discernimento, dispomos de liberdade para cumprir as obrigações que nos cabem perante a Lei, plasmando o direito ao Céu, a começar de nós, ou para cultivar a rebeldia sistemática, pelo qual arrasamos os talentos divinos, gerando em nossas almas os agentes do desequilíbrio que equivale na vida o martírio infernal.”¹

Quando uma criança já tem liberdade de ir brincar com os amigos na rua sozinho, é porque já aprendeu os riscos e as vantagens que aquele m o m e n t o p o d e p r o p o r c i o n a r. A p a r t i r d e determinada idade, os pais não precisam mais se preocupar em ajudar o filho a comer ou a vestir roupa porque seu filho já aprendeu como se alimentar da forma mais correta e a vestir-se sem esquecer de tampar nada. Deus, como pai que nos ama e que sempre sabe o que é melhor para gente, nos concede a liberdade de acordo com o que mostramos ter aprendido. A liberdade que uns encontram com maior facilidade, como por exemplo a liberdade de ter uma boa condição financeira, liberdade de ter uma boa saúde, existe ou porque o Pai de sabedoria está confiando em seu filho, que está aprendendo aos poucos, ou porque ele já aprendeu e já sabe o que fazer com a sua liberdade. Por outro lado, as privações encontradas no 3

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por Amanda Le cia Amaral Souto


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Liberdade: Uma questão moral

ão é novidade alguma a citação da frase de Paulo de Tarso quando a questão em pauta é liberdade: Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém.

De fato, nada mais sintetiza o olhar da Doutrina acerca dessa questão tão delicada entre os encarnados que é a liberdade. Aliás, não tanto delicada, mas com uma multiplicidade de significados. Contudo, para os fins desse artigo, tomemos a definição de liberdade por “nível de independência absoluto e legal de um indivíduo [...]” para que se facilite o entendimento. Certamente há toda uma discussão históricofilosófica sobre o que seria, de fato, liberdade, por exemplo, desde os contratualistas como Hobbes, Rousseau e Locke até os dias de hoje. É notória a existência de um senso geral sobre o que significaria “ser livre”, como também há, desde os germes reflexivos acerca dessa questão, uma noção de que a liberdade não é irrestrita. A própria Constituição brasileira não define um conceito próprio de liberdade, mas assegura-se de defendê-la como direito fundamental, o que além de instigar uma reflexão acerca da maleabilidade do significado de liberdade, promove a ideia de que ela é algo que todo e qualquer indivíduo possui, pelo menos, desde o seu nascimento. Com a Lei Divina, não é diferente. É sabido que nascemos todos de uma homogeneidade de ignorância e simplismo e, além disso, Deus nos presenteia com o chamado livre-arbítrio. É possível estabelecer um paralelo simples entre liberdade/Constituição e livre-arbítrio/Lei Divina em que se nota uma restrição, daquilo que seria a ideia de ser livre e do desejo de se fazer o que bem entender. De fato, o indivíduo/espírito pode tomar as próprias decisões e consequentemente arcar com as devidas consequências, porém, sua liberdade individual jamais deverá interferir na liberdade de outro. Tanto que, quando não apto para o controle de seu próprio livre-arbítrio, o espírito em questão não só pode como certamente receberá auxílio em seu processo evolutivo. O cerne da questão é: liberdade e liberdade absoluta são coisas diferentes. A partir do momento em que o Pai maior nos concede o livre-arbítrio não podemos nos olvidar de que estamos todos submetidos à sua lei, ao seu ordenamento, e sobretudo, ao princípio de causa e efeito. Uma vez subordinados às leis divinas, não teremos como fugir de suas consequências, sejam elas boas ou ruins. Liberdade absoluta, no caso, seria a ideia de uma liberdade sem quaisquer limites, o que, há muito

se sabe, é inexistente, sobretudo à luz da Doutrina Espírita em que existe uma pluralidade de existências. Sendo assim, devemos nos atentar para a seguinte questão, se a liberdade é limitada, o que, afinal, podemos fazer? E mais uma vez, a máxima de Paulo anteriormente citada deve ser trazida à luz da discussão. A própria Doutrina enfatiza nos mais diversos aspectos a nossa liberdade individual e intransferível de escolha. Um exemplo da mais absoluta clareza acerca desse ideário de escolha se encontra no livro “Conduta Espírita”, que apesar do nome invocador de um suposto ar imperativo e dogmático, o próprio autor, André Luiz, deixa em forma de nota inicial a seguinte fala: “Amigo: Não temos aqui um compêndio à guisa de código para boas maneiras, tendo em vista a etiqueta e a cerimônia dos protocolos sociais. […] Sabemos que a liberdade espiritual é o mais precioso característico de nosso movimento. Entretanto, se somos independentes para ver a luz e interpretá-la não podemos esquecer que o exemplo digno é a base para a nossa verdadeira união em qualquer realização respeitável.” Ou seja, mesmo num livro “de conduta” ao espírita, não existe qualquer desrespeito ao direito de escolha do indivíduo. Sendo assim, há de se pensar na liberdade agora não só como direito ou dádiva divina (ainda que limitada), e sim como um princípio de moralidade. Até que ponto eu decido optar por um caminho afastado da Lei Divina? Até que ponto eu, como ser livre que sou, opto pelos longos e tortuosos caminhos da aprendizagem pela dor? Até que ponto minhas escolhas trazem bons ou maus frutos para mim e aqueles que cerco? Existe, afinal, uma série de questionamentos que poderiam ser feitos a partir de uma reflexão íntima e sincera sobre o que decidimos fazer com a nossa liberdade, com o nosso livre-arbítrio. Ora, se certas coisas não nos convêm apesar da licença para fazê-las, o que nos impede de trilhar o caminho do bem senão nossa própria vontade? Claro, somos seres imperfeitos e estamos sujeitos às nossas próprias falhas, contudo, não podemos nos isentar da escolha do afastamento da Lei EDIÇÃO 7 - ANO 2 - Nº 7 - MAR/2017

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Ar go Divina, nos esconder atrás da máscara da pequenez para justificar nossos erros ou mesmo, nossa falta de perseverança para fazer o bom uso de nossa liberdade. Quantas vezes optamos por jogar um papel qualquer no meio da rua em vez de guardamos conosco até encontrarmos o local adequado para o descarte? É uma questão de escolha jogar o papel no chão ou não, temos a liberdade para fazermos o que quiser. No entanto, o que nos leva a optar tão facilmente pelo caminho da poluição? O exemplo em si é simplista, mas que pode ser facilmente ampliado para questões das mais diversas sortes e, com a devida reflexão, pode vir a explicar uma série de infortúnios pelos quais passamos. Ainda, se expandirmos a essência do exemplo em questão para encarnações passadas, poderemos pensar sobre todo o acúmulo de decisões já feitas por nós, sejam elas boas ou não. Logo, depreende-se do verdadeiro cargo de responsabilidade que é a nossa liberdade, e mais: sua verdadeira carga moral.

Pode ser um exercício doloroso, mas necessário. Lembremos que não é papel do cristianismo nos julgar pelo bom ou mau uso de nossa liberdade, mas, se almejamos um crescimento espiritual ou mesmo, melhora de ser à curto prazo, essa reflexão deve ser feita e refeita inúmeras vezes. A beleza do exercício em si é que, por sermos tão livres, teremos a abertura para decidir mudar determinada conduta, rever a própria moral ou mesmo, desistir de toda a reflexão e seguir com a encarnação como bem entender. No entanto, novamente: se nos intitulamos cristãos e almejamos a evolução, esse exercício de questionamentos internos sobre o uso de nossa liberdade deve ser feito e, gradativamente, conseguiremos nos adequar à moral que aspiramos e assim, nos tornaremos seres cada vez mais evoluídos e traremos cada vez mais bons frutos não só para nós mesmos como para aqueles irmãos de jornada que estão conosco, encarnados ou não, e nossa liberdade será a mais livre possível: aquela liberdade em que optamos pelo bem.

A liberdade é, antes de mais nada, uma questão moral, em que optamos por agir de acordo com a Lei Divina, ou não. Jamais seremos julgados por nossas escolhas, porém, estamos sujeitos às suas consequências tal é a lei. Sendo assim, há de se prestar contas íntimas: qual é minha moral?

MEEF Indica Entrevista com Vanessa Santos MC: Como você entrou para a arte espírita? VS: Bom, eu conheci a arte espírita através do grupo espírita que eu frequento até hoje, que é o Grupo Espírita Consolador. Lá a gente sempre cantou muito, início de reunião, durante o passe, então sempre cantamos. No princípio, não havia muitas composições espíritas, quase todo mundo vinha da Igreja Católica, cantávamos um pouco de música católica. Aí o Gladston Lage, que é o presidente lá da casa, sempre muito inspirado, começou a escrever algumas letras, alguns poemas e pediu para o meu irmão, o Tim, musicar porque lá em belo Horizonte, como em vários estados do Brasil, aconteciam encontros de mocidades, nesta época era o EMEPRE, no qual houve um concurso para música tema. Então, o Gladston falou que tinha escrito um poema e perguntou se o Tim não queria musicar. O Tim sempre foi músico, mas no início ele achou 5

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por Lívia Maria Teran Cavalcan

achou estranho essa ideia de fazer música. Depois de ler tudo, ele musicou, e isso ocorreu ano após ano, conhecemos outros compositores como o Júlio Conradi, do SER, e aí foi acontecendo. Antes era aquela coisa muito dispersa, não tinha aquela divulgação. Mas então a gente começou a cantar e deu no que deu. MC: Quando surgiu a ideia de formar uma dupla mesmo? VS: Na verdade não aconteceu bem assim, como a gente sempre cantava na Casa Espírita, algumas pessoas que iam visitar o grupo falavam: “nossa que música bacana!”. Então eles sugeriram gravar uma fita, fita cassete na época, para aprenderem a cantar nas Casas Espíritas que eles frequentavam. Na época estava surgindo o CD, ainda era muito caro, mas com a ajuda de amigos nós conseguimos gravar. Aconteceu também que o Centro Espírita estava precisando de uma reforma urgente, porque além de ser antigo, o Centro fica numa vila. Então pensamos: “Se


MEEF Indica conseguirmos patrocinador, com o dinheiro nós faremos as duas coisas. Arrumamos a Casa e fazemos o CD!” Então fizemos. E tivemos a surpresa que o CD vendeu mais do que esperávamos, e então colocamos o nosso nome Tim e Vanessa mesmo, e ficou.

da doutrina. Muitas vezes as pessoas são levadas a reflexão através da música e a gente viu que era bom. Foram surgindo vários grupos em Belo Horizonte e a gente foi se apoiando. Então a arte é isso, é nossa ferramenta, é nossa tarefa na casa. MC: Para fechar, tem previsão de sair mais algum CD?

MC: Vanessa, para você o que seria a arte espírita? Você que já está na estrada há mais tempo, como você percebe a arte espírita? VS: A gente gosta de dizer que a gente é tarefeiro, dentro do movimento, dentro do que a gente sabe fazer, dentro do que a gente fazia antes, apenas agregamos ao que já tinha, o que já se cantava, já se tocava. Algumas pessoas tem o dom da fala, outra tem habilidades para a sopa, e por aí vai. Nós tivemos a oportunidade de conhecermos o Gladston, que é um compositor e tanto. Depois do lançamento do primeiro CD, que foi uma coisa muito prazerosa, falamos: “Vamos trabalhar!”. É uma ferramenta importante que o Gladston trazia para a gente, muitas das músicas são derivadas de reuniões nossas que o Gladston levava ao estudo, a reflexão dele virava um poema. O Tim ainda tem muitos manuscritos do Gladston que não viraram música, são várias canções, canções feitas depois de leituras de alguns livros. Nós não vemos aquela obrigação de fazer tantas músicas para fazer um CD. O primeiro CD foi gravado do modo que cantávamos na Casa Espírita. Então, o movimento da arte espírita para gente é isso, é essa oportunidade de divulgação

Entrevista com Denis Soares MC: Como você entrou para a arte espírita? DS: Olha, eu acho que às vezes agente depende muito de uma condição, que nos apresente isso como uma possibilidade. A casa espírita que eu frequentava em Denis Soares Belo Horizonte, o Grupo da Fraternidade Irmã Ló, tem certa ligação com a arte, principalmente através dos antigos corais que interpretavam músicas do João Cabete. No comecinho da década de 80 teve um caso que os adultos cantaram meio desafinados e a turma decidiu fazer um coral para as crianças. Assim, quando eu era bem jovem, criança, já existia esse coral no centro espírita, então foi uma coisa bem natural. MC: Então já existia um trabalho montado e você só desenvolveu? DS: Sim, já tinha uma coisa acontecendo, as minhas irmãs mais velhas já participavam, a mocidade era muito envolvida com o coral. Já havia uma cultura na casa. Por exemplo, esse coral cantava na reunião pública, ia para as tarefas

VS: Sim, gravamos em setembro do ano passado [2016], gravamos Cântaro, gravamos CD e DVD, então esse ano provavelmente deve sair!

Para mais informações sobre Tim e Vanessa: mevanessa.com.br

Tim e Vanessa

por Áurea Mizzi Castro Solino e Eugênio Gabriel Custódio Solino assistenciais. Eu vejo muitos amigos que sofrem dificuldades para implantar a música na casa espírita, mas para mim não houve nenhuma. MC: Em relação ao nome Viajante do Universo, você assume como um nome artístico ou é somente o nome do CD que você gravou? DS: Interessante, essa pergunta! Algumas coisas que você vê depois parece até que foram planejadas, mas não foi nada disso. Ainda lá no Grupo Ló, no final da década de 90, eu tinha meus amigos de mocidade, um deles - o Jonatas - que infelizmente já desencarnou, gostava de escrever letras. Um dia ele cismou que eu iria fazer música, e eu não achava isso, achei um absurdo e tal. Então, uma das letras que ele me trouxe, que eu acabei musicando depois, chamava-se Viajante do Universo. Mas para te falar a verdade, eu entendo o que a música quer dizer, mesmo ele nunca tendo me dito o que havia pensado quando escreveu, e nós nunca conversamos sobre isso. Após isso, eu fiz um CD só para o pessoal da mocidade, algo experimental, gravando umas músicas antigas e o pessoal gostou dessa música, então eu coloquei o nome dela como Viajante do Universo. Depois em 2007, quando eu fui gravar o CD Viajante do Universo, que ficou pronto em 2008, eu tinha uma compreensão EDIÇÃO 7 - ANO 2 - Nº 7 - MAR/2017

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MEEF Indica diferente, eu vi que essa música, a ideia do viajante do universo, de alguma maneira, materializava uma filosofia do trabalho. Então não foi planejado assim, mas depois eu comecei a perceber. No CD tem um desenho, que outro companheiro fez.

debater. Minha opinião é um pouco diferente da maioria, para mim a arte espírita é o seguinte: Não existe sociedade sem arte, isso não é segredo para ninguém, e a partir do momento que a gente se reúne em torno de certa filosofia, passar essa filosofia para formas de expressão artística é uma coisa meio que inevitável, vai acontecer. Fazer a arte para mim é um exercício de desobsessão, eu não tenho o objetivo de divulgar, eu acho que eu não tenho essa capacidade, acho que a melhor divulgação é a vida da gente e eu sei das minhas limitações, eu CD ‘‘Viajantes do Universo’’ não tenho o objetivo de passar uma mensagem, mas eu sei que MC: O desenho parece o Pequeno Príncipe! isso acontece. São efeitos colaterais, mas eles não são meu DS: Muita gente fala isso, perguntam se é CD infantil, e na objetivo. Eu faço porque eu gosto de cantar, porque a gente se verdade era só para dar cara a esse personagem, e nos reúne em torno de ideais, de filosofia de vida, objetivos que a lembrar de que nós somos espíritos em uma grande viagem. gente tem, e aí é natural que a gente registre isso na arte. Na arte Então, no desenho ele tem só uma mochilinha e uma estrela não dá para forçar a barra, por exemplo, essa casa espírita não no peito, para simbolizar que ele tem uma bagagem que é usa arte, então vamos levar a arte pra lá! Tem que ser tudo com muito pouca coisa, ele não está preso a lugar nenhum e o muita calma, para não violentar também, gente que às vezes mais importante está dentro dele que é não vai entrar em uma sintonia boa como aquele brilho, o espírito. De alguma aquela que a gente entra. Então, para mim a maneira eu tenho visto que isso deu uma arte, como todas as outras oportunidades de cara ao trabalho, que tem muita relação ‘‘Para mim a arte, como trabalho, é válida, da mesma forma que a com o que o Espiritismo fala, com o que todas as outras pessoa faz a palestra, limpa o Centro, mas é Jesus fala. E acabou ficando, então eu dei claro que a arte mexe um pouco mais com o oportunidades de esse nome ao CD e eu gosto desta trabalho, é válida, da sentimento. Então, eu vejo a Arte como uma identificação, mais do que qualquer outra. dessas ferramentas e uma que eu tenho tido mesma forma que a oportunidade de trabalhar. Acho que ela tem pessoa faz a palestra, um papel importantíssimo na autodesobsessão MC: Aproveitando que estamos falando do CD, ainda há CDs em estoque? limpa o Centro’’ e eu faço por isso, então eu faço muitos amigos, Porque pela Internet nós sentimos compartilho com gente que sente de uma dificuldades em encontrar! maneira parecida e muitas outras coisas legais acontecem. DS: Mas é isso mesmo, eu não gosto de vender. Acho isso meio chato! Na época não tinha essa facilidade para ouvir a MC: E um novo CD? Tem pretensão de lançar? música, apesar de já existir o MP3. Então, no dia que o CD ficou pronto, nós pegamos o MP3 e colocamos no site. Mas DS: É engraçado, porque para fazer o primeiro CD eu muita gente gosta de comprar nos eventos que a gente vai, comecei a fazer as músicas em 97, 98 e só em 2008 por isso fizemos uma gravação e isso acabou nos ajudando a concretizamos. Sempre foi uma coisa plausível, mas nunca financiar parte dos custos. Depois fizemos outra, e ainda tem um desejo de fazer um CD. À medida que as músicas foram lá, mas eu não levo em lugar nenhum, sou um pouco tendo uma aceitação natural, as próprias pessoas começaram rebelde. De vez em quando eu converso com um amigo e a me dar um retorno, pedindo gravação das músicas e amigos marcamos de vender em alguns locais, então eu aviso a se envolveram, foi uma coisa sem pressa, para não violentar galera, porque há muita gente que ainda quer comprar. Mas, a inspiração. Além disso, por eu ter tido a oportunidade de é possível encontrar no Spotify, tem na loja da Apple, dá fazer com gente que é do meio espírita foi especial. Então para ouvir de graça, dá pra comprar o MP3, tenho também quando eu fiz o CD eu tive uma preocupação em não tirar canal lá no Youtube, que eu sempre coloco vídeos novos. aquele clima de mocidade, porque as músicas existem para Existem todas essas opções para acompanhar o nosso isso. Então, depois que eu fiz o CD, vieram algumas trabalho! parcerias com amigos, e o pessoal sempre perguntando, mas MC: Como você vê a Arte Espírita? O que seria a Arte Espírita? DS: Eu estou sempre filosofando, conversando sobre isso com amigos da arte, gente que está sempre preocupado em 7

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agora em 2017 algumas coisas começaram a andar. Eu acredito que em breve a gente deve concretizar alguma coisa. Para mais informações sobre Denis e suas músicas: youtube.com/user/denisarroba

por Áurea Mizzi Castro Solino e Eugênio Gabriel Custódio Solino


Biografia

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Herculano Pires

osé Herculano Pires reencarnou no dia 25 de setembro de 1914 na cidade de Avaré, São Paulo. Era filho de um farmacêutico e de uma pianista. Desde pequeno sempre tendeu para a literatura, e já aos 9 anos escreveu seu primeiro soneto. Mais tarde com 16 e 18 anos, publicou seus primeiros livros. Um era de contos e o outro era de poemas e sonetos. Foi também, um dos fundadores da União Artística do Interior (UAI). Era católico, porém converteu-se ao Espiritismo aos 22 ano, logo após ter entrado em contato com O Livro dos Espíritos. No movimento espírita, Herculano destacouse por ter escrito mais de 80 livros sobre os mais variados temas, como filosofia, psicologia, pedagogia, ensaios, entre outros. Algumas de suas obras possuíam a parceria de Chico Xavier. Uma característica em comum entre todos eles, é que sempre foram dedicados à divulgação e ao estudo da Doutrina Espírita. Herculano dizia sofrer de grafomania (hábito ou prática de escrever em grande quantidade), pois passava dias e noites escrevendo constantemente. No entanto, não seguia nenhuma escola literária. Para ele, o seu principal e único objetivo era comunicar o necessário da melhor maneira possível. Aos 26 anos, mudou-se para Marília em São Paulo, onde dirigiu o “Diário Paulista” por seis anos. Em 1946, mudou-se novamente. Desta vez para São Paulo, onde lançou seu primeiro romance, "O Caminho do Meio”. Mais tarde, em 1958, Heculano se formou em Filosofia na USP. Na área de filosofia e psicologia, exerceu diversos cargos e lecionou inúmeras aulas. Também foi presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais em São Paulo, por dois anos no fim da década de 1950. Herculano também fazia parte da União Brasileira de Escritores, onde exerceu o cargo de Diretor e Membro do Conselho no ano de 1964.

Herculano Pires

Durante a maior parte de sua vida, Herculano dedicou-se ao extremo para divulgar e enaltecer o Espiritismo codificado por Allan

Kardec das mais diferentes maneiras. Por 20 anos, manteve uma coluna diária de Espiritismo nos Diários Associados com o pseudônimo de Irmão Saulo. No mesmo jornal, teve por quatro anos uma coluna em parceria com Chico Xavier. O título era “Chico Xavier Pede Licença” Herculano Pires também fundou a revista "Educação Espírita", publicada pela Edicel. Em 1954 publicou “Barrabás”, que recebeu um prêmio do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, constituindo o primeiro volume da Trilogia “Caminhos do Espírito”. Publicou, em 1975, “Lázaro” e com o romance “Madalena” concluiu a Trilogia. Traduziu para o português as obras da Codificação Kardequiana. Um destaque de suas traduções eram as notas explicativas que ele adicionou nos rodapés dos livros. Essas traduções foram doadas para editoras espíritas do Brasil, de Portugal, da Argentina e Espanha. Também trabalhou na tradução da Revista Espírita ao lado do Dr. Júlio Abreu Filho. Antes de desencarnar em São Paulo, em 09 de março de 1979, deixou vários textos originais, que vêm sendo publicados pela Editora Paideia, contribuindo para o importante legado que deixou para a Doutrina Espírita.

Informações adaptadas e retiradas de: https://www.herculanopires100anos.com.br/quemsomos/herculano-pires/biografia.html

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Entretenimento

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