Missão Salvatoriana (Jan/Fev/Mar) 2022

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Por uma vida salvatoriana plenamente Sinodal: Somar todas as forças para serem sinais de salvação! Papa Francisco, ao convocar a XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos para, concomitantemente, refletir e realizar uma profunda experiência concreta justamente sobre a sinodalidade como nota fundamental do ser Igreja no mundo de hoje, faz um importante chamado a todos nós. Convoca-nos a discernir sobre o modelo de Igreja que Jesus Salvador quer que sejamos neste momento de nossa história, confrontando-o conscientemente com os modelos que estamos testemunhando em nossa forma de ser e de agir concretos. Trata-se de uma convocação para entrarmos em um amplo e não simples processo de conversão eclesiológica, superando um modelo de corte mais piramidal para assumir uma expressão de Igreja onde todos são convocados a caminhar juntos, como sujeitos de plena cidadania eclesial em sua dinâmica interna e em sua projeção missionária. O propósito da reflexão a que nos propomos neste artigo é de iniciarmos a pensar se existe um paralelo que possamos traçar entre esta proposta de busca por uma maior radicalidade do modelo sinodal, como expressão do ser Igreja potencializada pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, com o carisma herdado de Francisco Jordan. Assim sendo, trata-se de iniciarmos a refletir sobre o modelo eclesiológico que nasce da inspiração carismática recebida, bem como de suas implicações apostólicas, certos de que a mesma é dom do Espírito para colaborar com o corpo místico de Cristo em sua missão de ser Povo de Deus que peregrina pelos caminhos do mundo até a parusia, ou seja, o encontro definitivo com o único e verdadeiro Deus revelado em Jesus Cristo. Ousaria dizer que este tema da sinodalidade evoca a mesma essência de nosso carisma, convocandonos a uma radical conversão carismático-apostólica. Estas breves linhas não permitem uma reflexão mais

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R E V I S TA M I S S Ã O S A LV AT O R I A N A

aprofundada da questão, mas certamente podem servir como um apelo para não deixarmos passar esta oportunidade para abraçarmos um verdadeiro processo de discernimento comunitário sobre o que hoje somos chamados/as a ser para melhor correspondermos ao dom recebido. Sendo convocados pelo Espírito do ressuscitado para sermos sinais viventes da revelação do único e verdadeiro Deus, desde a experiência profunda de seguimento ao seu Filho encarnado na história, cada salvatoriano/a deve refletir, em sua forma de ser e de agir, o modo próprio de ser desta imagem de Deus desvelada em Jesus: o Deus trindade, comunhão profunda de amor. A comunhão trinitária em Deus nos faz perceber que cada pessoa se reconhece no sair de si para o encontro relacional com o outro. Assim, por sua vez, é na profunda relação entre comunhão-diferença, que gera complementaridade, que descobrimos o rosto humano que é criado à imagem e semelhança do Deus uno e trino. Cada um de nós, no encontro existencial-experiencial com o Deus uno e trino revelado em Jesus, o Filho eterno do Pai, se reconhece filho/a por adoção e, portanto, irmão e irmã de caminho, fazendo parte, pelo Batismo, do Povo de Deus que vive na dinâmica do seguimento, desde a especificidade da vocação assumida. Guiados pelo Espírito do Ressuscitado, empreendemos a árdua tarefa de ser comunidade na diferença, tendo como modelo os apóstolos e as primeiras comunidades cristãs. Esta comunidade recebe a liberdade operativa de poder usar de todos os modos e meios possíveis, desde que inspirados pelo amor que é Deus em si mesmo. Assim, é evidente que somente poderemos cumprir plenamente esta missão na harmonia entre sinergia das forças e o constante discernimento comunitário da melhor metodologia a ser empregada. Não existe outra


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