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Pe. Jordan

Diário Espiritual do bem-aventurado Francisco Jordan

O Diário Espiritual de Pe. Francisco Maria da Cruz Jordan não é um diário comum.

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Nele, o autor costumava anotar “o que se passou entre mim e o bom Deus”.

Por isso, ele o considerava como precioso ‘vademecum’, um companheiro inseparável. Costumava levá-lo sempre consigo para onde quer que fosse, anotando algum propósito e recordando os propósitos feitos. Não queria que ele caísse nas mãos de outros, razão pela qual, durante a enfermidade fi nal, o confi ou ao Irmão que o acompanhava, com a recomendação de queimá-lo.

O texto original foi escrito durante um período de 43 anos, de 1º de julho de 1875 a 14 de abril de 1918. A maior parte das anotações remonta ao tempo em que ele estudava no Seminário Maior, em Fraiburgo, na Floresta Negra. A última anotação foi feita em 14 de abril de 1918, cerca de 5 (cinco) meses antes de seu falecimento.

O documento original do Diário Espiritual compõese de quatro cadernetas manuscritas. A primeira delas, a mais volumosa, possui 213 páginas, e foi escrita durante 20 anos (1875-1894). A segunda parte conta com 123 páginas, e abrange os anos de 1894 a 1909. A terceira conta com 37 páginas, e abrange os anos de 1909 a 1915. E, fi nalmente, a quarta caderneta, de 39 páginas, abrange os últimos 4 anos de vida (19151918).

O texto original já foi traduzido em mais de quatorze idiomas; entre eles: alemão, árabe, espanhol, francês, grego, hebraico, inglês, italiano, latim, neerlandês, polonês, português, russo e sírio. A tradução para o português foi publicada, pela primeira vez, em 1977. Hoje, o Diário Espiritual de Pe. Jordan já existe traduzido em todos os idiomas falados pelos membros da SDS.

Quanto aos temas contemplados encontrados no Diário Espiritual, alguns voltam à tona nos dias atuais. Entre outros, a vida de oração e a confiança em Deus; o apostolado e a salvação das almas; a observância religiosa e a humildade; assim como a universalidade, o amor e a paz; Maria, a santidade e a vontade de Deus; a vida de oração; a cruz, o sofrimento e a morte; tal como a universalidade dos modos e meios. Estas palavras-chave refletem os conceitos do pensamento salvatoriano. Através deles, chegase a uma profunda compreensão do carisma de Pe. Jordan e também do carisma dos membros da Família Salvatoriana.

Em 1940, por ocasião da abertura do processo de beatificação de Pe. Jordan, o texto do Diário Espiritual foi transcrito do original manuscrito pelo Pe. Pancrácio Pfeiffer SDS (1892-1945). Somente em 1958 foi publicada, na América do Norte, a primeira edição do Diário Espiritual pelo Pe. Arnulfo Bucle, SDS, com o título: “Do Diário Espiritual de nosso venerável Pai Francisco Maria da Cruz Jordan” (211 páginas).

Mais tarde, em 1978, foi publicada a primeira edição do Diário Espiritual em português e em inglês. Em 1981, saiu a primeira edição alemã e, em 1983, a edição espanhola. No ano de 1983, a primeira edição neerlandesa. Atualmente, ele pode ser lido em todos os idiomas do mundo salvatoriano.

Trata-se de um documento precioso, inspirador para toda a Família Salvatoriana. Ele nos revela cada época em que foi escrito, com evidente transparência, os anseios e as preocupações do autor, quase sempre voltados para a missão da Igreja e para o fiel cumprimento desta por todos os membros da Família Salvatoriana. Cada página do Diário espiritual reflete seus anseios apostólicos.

Enfim, o Diário Espiritual de Pe. Jordan nos revela a dimensão apostólico-missionária da espiritualidade vivenciada por nosso Bemaventurado Fundador, seu ardor apostólico, sua coerência de vida e seu sincero amor à Igreja. Ele nos precede no fiel seguimento do Divino Salvador, e nos convida a seguir fielmente seus passos. Com sua beatificação, a Igreja apresenta-o, oficialmente, como inspiração a ser vivenciada e precioso exemplo a ser seguido por todos os seus filhos e filhas espirituais, a serviço do Reino de Deus.

Pe. Arno Boesing, sds