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Comunicação

A comunicação nas relações pastorais e o uso responsável das ferramentas

“Comunicar é a ação de tornar comum e, desse modo, buscar um bom entendimento nas relações. Na vida humana, essa tarefa é desafi adora.’’

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De modo sucinto, porém evidenciando a importância deste debate nos espaços de nossas comunidades e se possível com assessoria de profi ssionais da comunicação cristãos, pretendo abordar o tema sugerido, pertinente e instigante, para a ação evangelizadora da Igreja nos dias atuais, acentuando duas questões interligadas: a necessidade da ação comunicativa no trabalho pastoral e a responsabilidade ética, vindo da moral cristã, para o bom uso das ferramentas de comunicação. Falamos do mundo digital, da web, das redes sociais, da interconectividade, do ciberespaço etc., de toda uma linguagem que perpassa hoje a comunicação nas relações humanas.

Comunicar é a ação de tornar comum e, desse modo, buscar um bom entendimento nas relações. Na vida humana, essa tarefa é desafi adora. Sociabilizamos em nossas relações, nossos ideais, nossas experiências, nossas crenças, nossas culturas, nossos valores, nossas identidades, nossas escolhas, nossa diversidade e diferenças, enfi m, nosso jeito de ser, pensar, sentir e agir pela linguagem verbal e corporal, que por sua vez é mediada por muitos instrumentos possibilitados pelo avanço da tecnologia.

No passado tínhamos apenas os meios de comunicação tradicionais: rádio, tv e jornal impresso, nem sempre acessíveis e possíveis a todos. Com o advento da internet, temos um alargamento de possibilidades de comunicação acessíveis a muitos. O mundo digital hoje é responsável por acelerar o processo de globalização, de interatividade, de troca de informações, de diálogo etc., em todo o mundo para inúmeras pessoas. No âmbito do trabalho pastoral e de evangelização da Igreja não é diferente. A grande questão a qual deve ser continuamente discutida por nós, membros da Igreja, agentes de pastorais, discípulos de Jesus Cristo, mestres da comunicação, é: como usar de maneira adequada estes meios? Como se expressar, anunciar a palavra de Jesus, os ensinamentos da Igreja, de modo adequado? Saber que, quando falo sobre um tema da doutrina Igreja, falo não por mim, mas pela e para a Igreja, em sintonia com o magistério da Igreja, promovendo o bem comum e a vida em todas as suas dimensões.

Essa diversidade de meios hoje existentes para a comunicação e a facilidade de acesso que temos exprime também um grande perigo. Por não termos muitas vezes, no ato de comunicação, prudência, discernimento, domínio de assuntos, respeito pela vida do outro, tolerância com as diferenças e, principalmente, inspiração do Evangelho, onde encontramos a moral cristã, acabamos por usar mal ferramentas que poderiam ser muito efi cazes na difusão do bem, do amor, da fraternidade, da justiça, do Reino de Deus! Algumas pessoas muitas vezes se colocam diante de um computador, através de uma rede social, por exemplo, ou de uma câmera de celular como um sujeito que está acima da lei e de todos. Faz-se necessário controle, não da liberdade de expressão, é claro, mas das emoções, dos impulsos, da maldade, do ódio, os quais podem destruir e matar, ao invés de gerar a vida, dom de Deus, e construir uma sociedade mais humana, justa e fraterna. Que o tema da comunicação esteja sempre em nossas rodas de conversa!

Padre Carlos Jobed Malaquias Saraiva, sds.

“Como se expressar, anunciar a palavra de Jesus, os ensinamentos da Igreja, de modo adequado? Saber que, quando falo sobre um tema da doutrina Igreja, falo não por mim, mas pela e para a Igreja.’’