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Missões

As missões no ideal do Beato Francisco Jordan

O Beato Francisco Jordan, desde o início, quando teve a inspiração de fundar uma Sociedade Apostólica, teve em mente evangelizar – tornar o Evangelho mais conhecido para ser mais bem vivenciado. Notava a grande falta que fazia o Evangelho na vida das pessoas. Muitos tinham fé, mas de maneira superficial, pois bastava um contratempo no caminho para facilmente aderirem à ideologias. Vendo a situação dos cristãos em sua terra natal, e olhando a realidade do mundo, sentiu que algo devia ser feito para fortalecer a fé, para que ela se tornasse um alicerce seguro para a vida. Inspirado pelo Evangelho de João em tornar conhecido ‘‘um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste”, moveuse na organização de um trabalho coletivo, envolvendo diferentes níveis de participação na divulgação e proclamação do Evangelho. Foi assim convidando padres, leigos e leigas para formar uma sociedade com ampla atuação.

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Encontrou muitas barreiras, mesmo dentro da Igreja, para pôr em prática suas inspirações, mas não desistiu. Diante de cada dificuldade que surgia, buscava uma resposta nova para os apelos que sentia. Seu ideal era de que o Evangelho chegasse a todos os povos, invadindo todos os recantos. Foi nesse contexto que as missões entraram em seus horizontes e fizeram parte integrante de seu projeto. Sua preocupação com a missão da Igreja levou-o a aceitar logo de início o pedido do Papa para enviar missionários para a Índia, Assam. E não parou aí - atendendo a solicitação de bispos, começou a enviar seus religiosos para várias partes do mundo. Foi assim também para o Brasil, Colômbia, Estados Unidos, para países da África e da Ásia. Seu ardor missionário não poupava esforços para responder as demandas de missionários que eram sempre insuficientes diante dos clamores que existiam.

Embora pessoalmente nunca estivesse trabalhando em uma missão estrangeira, seu coração estava lá junto com seus missionários. Sua oração fervorosa era força pedindo a Deus pelo êxito das missões. Formar novos missionários e seus incentivos aos religiosos em formação eram transmitidos pelas suas “palavras e exortações” no cotidiano da formação.

Buscar benfeitores que colaborassem com sua obra foi uma estratégia, bem como que sua luta para buscar recursos para sustentar a vida dos missionários, fazia parte de seu “ser missionário”. Seu corpo físico estava em Roma onde implementou a vida salvatoriana, porém o coração estava com os missionários nas terras distantes.

Muitas ideias de Jordan não foram bem compreendidas na sua época, por isso, por fidelidade à Igreja a quem jurara servir, abriu mão de muitas intuições. Não obstante, isso não esmoreceu na sua busca e, com criatividade, conseguiu implementar a maioria delas.

O problema das missões nunca saiu de seu foco, pois fazia parte da essência de sua obra. Para realizála, aconselhou-se com outros fundadores também dedicados às missões. Discernindo constantemente a vontade de Deus, trabalhava incansavelmente para a realização de sua vocação missionária. Escreveu uma “regra de apostolado”, onde o foco era anunciar o Evangelho a qualquer custo, sem descanso, enquanto houvesse gente que não conhecesse o Salvador: “não percam nenhuma oportunidade adequada para anunciar e ensinar a todos a Salvação de Deus, publicamente e de casa em casa”.

Nenhum sofrimento físico, psíquico ou espiritual o abateu. A cruz era sua companheira inseparável e, à sombra dela, dizia que florescessem as grandes obras, e assim foi com a sua. Deixou como legado a seus filhos e filhas espirituais o ardor missionário e o exemplo de sua vida santa. Bem-aventurado Francisco Jordan, roga por teus filhos e filhas espirituais para que sejam fiéis dedicados à causa do Evangelho, onde quer que sejam chamados.

Pe. Deolino Pedro Baldissera, sds