Revista Cibernética – edição de 15 de Janeiro de 2017

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ANO 05 – EDIÇÃO 12 – JANEIRO 2017

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W W W. I S S U U . C O M / R E V I S TA C I B E R N E T I C A

ERICKSON MVEZI

Conheça a visão do jovem Director Executivo da Tupuca, o primeiro aplicativo em Angola de entrega de comida ao domicílio

BARACK OBAMA

Termina a 20 de Janeiro o seu mandato presidencial nos Estados Unidos da América

ANGOLA NA ONU

O país terminou o mandato como Membro Não-Permanente do Conselho de Segurança


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JUNTOS Teclando pa r a a M u da n ç a 02

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Por que perece a juventude angolana?

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PEDROWSKI TECA Director Geral E-mail: revistacibernetica@gmail.com

A REVISTA CIBERNÉTICA é uma publicação electrónica de distribuição e acesso grátis, lançada na internet aos 15 de Janeiro de 2012 a partir da capital da República da Namíbia, Windhoek. Ela surge como contributo na diversificação de plataformas cibernéticas de informações, debates, educação e entretenimento no seio da comunidade de expressão da língua portuguesa com interesses em assuntos concernentes a Angola. É uma revista mensal, publicada ocasionalmente nos dias 15. COLABORADORES: Maurilio Luiele Al Félix Mbanza Hamza David Lau PAGINAÇÃO & DESIGN: Revista Cibernética DIRECTOR DE DISTRIBUIÇÃO & MARKETING: Vicente Paxtomás (Pretoria, República da África do Sul) CONTACTOS: revistacibernetica@gmail.com © COPYRIGHT 2016 Revista Cibernética PROPRIEDADE: Drowski Corporation Encontre todas as edições em: http://issuu.com/revistacibernetica AS OPINIÕES EXPRESSAS PELOS COLABORADORES, ENTREVISTADOS E COLUNISTAS NESTA PUBLICAÇÃO NÃO ENGAJAM A REVISTA CIBERNÉTICA.

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esta edição, trazemos aos nossos leitores o jovem empreendedor, Erickson Mvezi, que visivelmente é um exemplo de inovação, fé, persistência e sucesso. Como Mvezi, são muito poucos jovens angolanos porque a vasta maioria é alienada em lagoas de álcool, em drogas, em prostituição e festanças sem nexo, enquanto que a outra franja, cada vez mais visível, educada e formada em universidades de Angola e do mundo, encontra-se frustrada com os diplomas nas mãos. Quando perguntamos ao nosso entrevistado sobre quais os maiores desafios que afligem os jovens empreendedores angolanos, sem rodeios, o nosso entrevistado afirmou ser a falta de “acesso a informação”. Infelizmente é a pura verdade, que até é bíblico, estando escrito em Oséas 4:6 que “o meu povo perece por falta de conhecimento”. Na quinta-feira, 12 de Janeiro, o governo de Angola aprovou a constituição de uma linha de crédito no valor de 24 milhões de dólares para financiar projectos de jovens empresários, sendo que o montante máximo para cada projecto será de 200 mil dólares. A informação foi avançada pelo ministro da Juventude e Desportos, Albino da Conceição, afirmando que o Regulamento da Linha de Crédito de Apoio ao Empreendedor Jovem (Projovem), que será assegurado pelo Banco de Desenvolvimento Angola (BDA), pretende dar cumprimento a algumas das solicitações feitas pela juventude durante o Fórum Nacional de Auscultação dos Jovens, realizado em 2013, no quadro do Plano Nacional de Desenvolvimento. A linha de créditos tenciona enquadrar actividades no âmbito da hotelaria e turismo, comércio, prestação de serviços, indústria, agricultura, pecuária e pescas, tecnologias de informação, comunicações e iniciativas culturais, e terá como elementos operadores entidades ligadas ao Conselho Nacional da Juventude, Instituto Nacional da Juventude e Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas. Boa notícia, não é? Claro que sim, mas o problema, ainda assim, persiste no accesso a informação adequada e porque não salientar que a corrupção é um mal que tem viciado estas oportunidades para jovens empreendedores angolanos, adicionando o favoritismo ou nepotismo que enferma os processos de atribuição de créditos. Realmente, quando há oportunidades, realizam-se, na maioria das vezes, concursos públicos conforme manda a lei, mas os desafios para os jovens partem mesmo na falta e accesso a informações, e na desigualidade de oportunidades. O país sempre sairá a perder, quando os que nos dirigem não forem transparentes na gerência do erário público. O país prosperará, quando os que nos governam cessarem, por decretos e nepotismo, as atribuições de mega projectos multi-milionários aos seus filhos e outros familiares e amigos, que até ao momento somente apresentam perdas e desvios da “coisa pública”. Em fim, o país sairá a ganhar, quando o nosso governo começar a valorizar o mérito, as habilidades e a capacidade inovadora de milhares de angolanos espalhados pelo mundo afora.


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ÍNDICE|CIBERNÉTICA

Actualidade

Destaque

Economia

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Campanha de vacinação contra raiva arranca no dia 20 em Luanda

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Adeus Barack Obama

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A capital do país, Luanda, contará, de 20 de Janeiro a 3 de Fevereiro do ano em curso, com uma campanha de vacinação contra a raiva, a fim de diminuir os altos índices da doença.

O primeiro negro a se tornar presidente americano, termina a 20 de Janeiro o seu mandato.

A cobrança do IPU, que arrancou neste Janeiro de 2017, ainda é uma questão ambígua ao cidadão comum, devido a falta de educação tributária coerente por parte das autoridades, e poucos sabem em que modalidades deverão pagar os impostos.

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Quem deve pagar o Imposto Predial Urbano (IPU)?


|ÍNDICE

Tecnologia

Cultura

Cinema

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O que é a AngoPlay?

Governo quer actualizar o registo dos instrumentos musicais tradicionais

O Quinto Poder

AngoPlay: é im aplicativo que permite assistir

A ministra da Cultura, Carolina Cerqueira,

O Quinto Poder é um filme americano que re-

a TPA internacional no smartphone. Saiba mais

anunciou a actualização, ainda este ano, do

trata a vida de Julian Assange, um jornalista e

sobre esta iniciativa.

registo dos instrumentos musicais tradicionais de

ciberativista nascido em Townsville, na Australia,

cada província do país e a constituição de uma

que fundou o WikiLeaks, um website de denún-

banda musical deste género.

cias e vazamento de informações. Assange é um dos homens mais procurados do mundo.

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ACTUALIDADE |CIBERNÉTICA

Terminou o mandato de Angola no Conselho de Segurança da ONU Angola terminou no sábado, 7 de Janeiro, os seus dois anos de mandato como Membro Não-Permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O país tivera sido eleito a 16 de Outubro de 2014 por 190 dos 193 Estados Membros, tendo iniciado o seu mandato no dia 1 de Janeiro de 2015, pautando a sua actuação numa agenda que privilegiou a resolução e prevenção de conflitos no mundo, em particular em África, região assolada por inúmeras crises políticas. Durante a presidência, Angola centrou a sua acção na promoção de uma agenda 08

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internacional de prevenção e resolução de conflitos no mundo, valendo-se da sua experiência nacional, particularmente no actual contexto em que preside a Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos. No seu mandato, Angola presidiu o Grupo de Trabalho Ad Hoc sobre a Prevenção e Resolução de Conflitos em África (2015-2016) e o Grupo de Trabalho Informal e Outras Questões de Procedimento (2015), bem como foi Vice-Presidente de outros Órgãos Subsidiários do Conselho de Segurança. Durante o biénio de Angola no Conselho de

Segurança, este órgão responsável pela paz e segurança internacional realizou cerca de 500 reuniões públicas e privadas e mais de 300 sessões de consultas, tendo adoptado perto de 130 resoluções e emitido mais de 40 declarações presidenciais e 136 comunicados de imprensa sobre diversas matérias. Entre as reuniões, incluem-se diversos Debates Abertos, tendo alguns deles contado com a participação de vários governantes nacionais. Angola será substituída pela Etiópia a partir do dia 1 de Janeiro de 2017.


|ACTUALIDADE

Campanha de vacinação contra raiva arranca no dia 20 em Luanda A capital do país, Luanda, contará, de 20 de Janeiro a 3 de Fevereiro do ano em curso, com uma campanha de vacinação contra a raiva, a fim de diminuir os altos índices da doença que têem sido resgistados nos últimos tempos. De acordo com o director municipal de Cacuaco da agricultura, pecuária e pescas, José Castro, até Novembro do ano passado, a província de Luanda registou 113 óbitos causados pela raiva. A campanha, que conta com 340 mil doses da vacina, tem como previsão imunizar de 262 a 300 mil animais. Para o seu município (Cacuaco), José Castro revelou que o governo está a preparar 36 equipas, com um total de 136 brigadistas para imunizar, durante os cinco dias da campanha, aproximadamente 32 mil animais.

Arrancou a Universidade Agostinho Neto última fase do com 5 mil vagas registo eleitoral

A Universidade Agostinho Neto, a maior universidade pública do país, tem 5.385 vagas para os cerca de 50 mil candidatos que são esperados no processo de inscrição que começou a 6 de Janeiro. As inscrições prosseguem até o dia 21 de Janeiro, seguindo-se, entre 30 de Janeiro e 06 de Fevereiro, os exames de acesso, antes do início do ano lectivo. No conjunto dos 45 cursos ministrados pela Universidade Agostinho Neto em nove unidades orgânicas, de acordo com o porta-voz e director do gabinete de comunicação institucional, Arlindo Isabel, das 5.385 vagas, 5% serão “para os antigos combatentes e seus herdeiros”. “Hoje é o primeiro dia e vamos ver qual será o grau de adesão, mas a nossa organização está preparada para atender entre 3.000 e 4.000 estudantes por dia. Geralmente no final do processo, candidatam-se para as vagas disponíveis entre 45 e 50 mil candidatos”, sustentou. O ano académico 2017 no ensino superior arranca oficialmente em Março.

O Ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa, anunciou a introdução, durante segunda fase do registo eleitoral, que teve a 5 de Janeiro, de um novo mecanismo que permitirá aos cidadãos registados efectuarem consultas dos seus dados. Esta nova etapa que arrancou ontem vai estender-se até 31 de Março, daí que o ministro reiterou o seu apelo ao registo, fundamentalmente aos jovens, estudantes e mulheres, “como potenciais destinatários”. “Um apelo especial é dirigido aos jovens que completam 18 anos até ao dia 31 de Dezembro do corrente ano, façam todos o seu registo eleitoral”, sublinhou Bornito de Sousa. A primeira fase do processo de actualização do registo eleitoral, tendo em vista as eleições previstas para Agosto de 2017, iniciou-se a 25 de Agosto de 2016 e decorreu até 20 de Dezembro.

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ACTUALIDADE |CIBERNÉTICA

Angola tem 360.380 funcionários públicos

Angola registou um decréscimo de mais de doze mil funcionários públicos e agentes em 2016, comparados a 2015, passando de 372.873 nesse ano para 360 mil 380 em 2016, informou o ministro da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, António Pitra Neto, a 11 de Janeiro. Pitra Neto fez o anúncio durante a apresentação do “Estudo Sobre População e Administração Pública” e do resumo dos dados estatísticos da função pública referente a 2016. O ministro considera estarem vinculados na administração local do Estado 88 porcento dos efectivos da função pública e na administração central do Estado 12 porcento. Na distribuição por género, 58 porcento são funcionários do sexo masculino e 42 do sexo feminino. Destacou que o sector da Educação absorve 48,89 porcento do total de funcionários e agentes administrativos, o da Saúde apresenta 14,05, ao passo que o da Justiça está com 2,46 porcento. 10

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Detidos falsos ENDE : recargas funcionários do via Multicaixa BNA Foram detidos pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) , na quarta-feira 4 de janeiro em Luanda, sete elementos que faziam-se passar por altos funcionários do Banco Nacional de Angola (BNA) que burlavam cidadãos “incautos”, alegando a obtenção de divisas a preços favoráveis, numa altura em que o país enfrenta escassez de divisas. Em conferência de imprensa, o director em exercício do gabinete de comunicação institucional e imprensa do SIC, o superintendente-chefe António Paím, disse que “o contravalor era depositado em contas indicadas pelos marginais”. Os burladores convenciam as vítimas alegando a aquisição de divisas de forma fácil e segura, e tão logo que tais valores estivesse em sua posse os “criminosos” impossibilitavam comunicações sobre qualquer meio entre eles e os lesados, extorquindo valores monetários dos legítimos proprietários, acto considerado como crime de burla. Por Michel Matondo Pedro.

Os clientes da Empresa Nacional de Distribuição de Eletricidade (ENDE) anunciou recentemente que os seus clientes que ostentam o sistema pré-pago poderão comprar as recargas nos multicaixa.. O Director Regional de Luanda e Bengo da ENDE, Sérgio Didanda afimrou que em uma primeira fase já está funcional apenas para os clientes residentes em alguns bairros da cidade de Luanda, nomeadamente: Mártires do Kifangondo e Cassequel). Acrescentou que o mesmo serviço irá estender-se para os outros bairros e por fim em em todas as províncias de forma faseada. Com essa solução, os Bancos Comerciais em Angola poderiam muito bem integrar essa função nos seus aplicativos, facilitando assim a vida dos utilizadores e reduzindo ainda mais as filas que se registam nas agências da ENDE, onde são comercializados os cartões para o sistema pré-pago. Via Guilherme Massala.


|ACTUALIDADE

Polícia afasta Novembro SME regista melhor envolvimento mais de 468 mil 2016, mês em da Mossad no movimentos receitas fiscais homicídio de migratórios em do petróleo libanês 2016 no O Serviço de Investigação Criminal da Angola encaixou em novembro mais de Kz 133.314 milhões (USD 805 polícia afastou, para já, o envolvimento Cunene dos serviços secretos de Israel, a Mossad,

Quatrocentos e 68 mil e 238 movimentos migratórios foram registados em 2016, nos postos fronteiriços de SantaClara, Ruacaná, Okalonga e Calueque (província do Cunene) com a República da Namíbia, pelo Serviço de Migração e Estrangeiros (SME). De acordo com o balanço anual da instituição, enviado à Angop, do movimento terrestre verificado nestes postos, 279 mil e 588 são nacionais e 188 mil 650 estrangeiros, que usaram documentos como passaportes, salvo-conduto e passe de travessia. Entre os estrangeiros constam cidadãos de nacionalidade namibiana, sul-africana, portuguesa, vietnamita, norteamericana, chinesa, cubana, britânica, zimbabweana, nigeriana, congolesa (RDC) e outras nacionalidades, entre turistas, expatriados e residentes.

milhões) em receitas fiscais com a exportação de petróleo bruto, o melhor registo mensal de 2016, segundo dados compilados pela Agência Lusa. De acordo com um relatório do Ministério das Finanças, o país exportou em Novembro 51.307.849 barris de petróleo. Trata-se de um aumento de 3.915.671 barris face a Outubro, com o preço médio de cada barril a subir para 46,1 dólares. A cotação do barril de petróleo bruto vendido aproximou-se do melhor registo do ano, verificado em Junho, então acima dos 46,6 dólares. Angola totalizou desta forma vendas globais de petróleo de mais de USD 2,366 mil milhões em Novembro. O aumento da cotação e do volume fez as receitas fiscais com estas vendas aumentarem para o melhor registo mensal de 2016.

no homicídio de um libanês, em Luanda, acusação feita anteriormente pelo presidente do Líbano. Em comunicado distribuído a 10 de Janeiro à imprensa, aquele órgão afirma que não há “de momento”, segundo a investigação em curso, “quaisquer indícios que sustentem o teor das notícias veiculadas pelos órgãos de imprensa”. “Sem prejuízo do respeito do princípio da preservação do segredo de Justiça, o Serviço de Investigação Criminal manterá informada a opinião pública nacional e internacional sobre o desenvolvimento do processo em curso”, lê-se na nota. O presidente do Líbano, Michel Aoum, havia manifestado a convicção que os serviços secretos de Israel, a Mossad, estiveram na origem do homicídio, em Luanda, de um libanês, baleado várias vezes no primeiro dia do ano.

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|DESTAQUE

ADEUS

BARACK OBAMA Primeiro Presidente negro dos Estados Unidos da América

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arack Obama termina a 20 de Janeiro o segundo e último mandato presidencial na liderança de uma das maiores potências mundiais. Uma liderança marcada pela irreverência de desafiar a História e pelos feitos que deverão deixá-lo no ‘lado bom’ dessa mesma História. Neste artigo, traçamos o perfil e recordamos o caminho pessoal e profissional percorrido pelo primeiro afro-americano a entrar na Sala Oval como Presidente dos Estados Unidos, um dos presidentes mais carismáticos que o mundo alguma vez conheceu.

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DESTAQUE|CIBERNÉTICA

Barack Hussein Obama nasceu a 4 de agosto de 1961 em Honolulu, no Estado norte-americano do Havai. Formou-se em Ciência Política na Universidade de Columbia e em Direito na conceituada Universidade de Harvard. O salto para a vida política deu-se entre 1994 e 2004, período no qual representou, durante três mandatos, o 13º distrito no Senado do Estado do Illinois. A atenção dos media nacionais norteamericanos surgiu em 2004, quando, depois de ter vencido as primárias democratas para o Senado no Illinois, fez o discurso principal da Convenção Nacional do partido. Em novembro do mesmo ano, é eleito Senador com quase 70% dos votos. O caminho até à Casa Branca começa a ser verdadeiramente percorrido em 2007, quando arranca a campanha presidencial. Vence Hillary Clinton nas primárias e derrota o republicano John McCain na eleição geral, em novembro de 2008. É eleito o 44º Presidente norte-americano, o primeiro afro-americano. Em dezembro de 2009, chega uma distinção maior: o Prémio Nobel da Paz. O primeiro mandato de Barack Obama ficou marcado pela resposta à crise financeira e pela criação do Obamacare. No plano externo, ordenou o fim do envolvimento das tropas norteamericanas do Iraque mas reforçou a presença militar no Afeganistão. É reeleito para um segundo mandato em novembro de 2012, derrotando o republicano Mitt Romney. Um segundo mandato mais intenso, marcado pelos sucessivos ataques com recurso a armas de fogo no país. Um 14

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tipo de violência cada vez mais recorrente que foi também um símbolo da impotência presidencial de Obama, que lutou, até às lágrimas, pelo fim do facilitismo em torno do acesso a armas de fogo. O apoio direto e afetuoso da família foi um dos pilares da Presidência de Barack Obama. Um Presidente carismático que manteve regulares os seus índices de popularidades ao longo dos oito anos na Casa Branca. Um Presidente ‘na desportiva’, que nunca deixou de dizer ou fazer o que sempre considerou ser melhor para o país que liderou. No plano internacional acabou por não conseguir esfriar as relações com a Rússia... mas cumpriu uma visita histórica a Cuba, onde iniciou o processo de normalização das relações entre os dois países. Deixa o ‘palco’ sem aparente fé de que o sucessor possa manter o rumo que Obama traçou desde 2008. Um adeus, ou um até já, a um dos Presidentes mais carismáticos que os Estados Unidos e o mundo já conheceram. “Sim, nós podemos” agradecer ao Presidente e, acima de tudo, ao ser humano Barack Obama. SIC Notícias


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Ser empreendedor em Angola significa ser batalhador, persistente, paciente e ter muita fé, acreditar no amanhã mesmo não vendo os resultados hoje

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|EM FOCO

ERICKSON MVEZI

Conheça a visão do jovem Director Executivo da Tupuca, o primeiro aplicativo em Angola de entrega de comida ao domicílio.

Por Pedrowski Teca

Tupuca é um nome cada vez mais sonante, que tem conquistado notoriedade nos últimos tempos no mundo tecnológico angolano e não só. É o primeiro aplicativo em Angola de entrega de comida ao domicílio, que já conta com um prémio da Expo Wake-Up realizado Janeiro de 2015, enquanto continua a busca do seu maior prêmio: “a conquista da preferência e confiança” dos seus clientes através da prestação de serviços. O aplicativo funciona em telemóveis (smartphones), onde instalado através da internet, o usuário encomenda refeições a partir do conforto da sua residência ou local de trabalho, e a equipa da Tupuca faz a respectiva entrega. A Revista Cibernética procurou o seu Director Executivo fundador, Erickson Mvezi, um jovem angolano de 26 anos, com “grandes sonhos e aspirações”, nascido no município do Cazenga, em Luanda. Erickson Mvezi

concluiu o ensino médio em 2008, no Colégio Graceland, localizado no Morro Bento II, em Luanda, Angola. Licenciou-se em Engenharia Mecânica, em 2014, pela Universidade de Lafayette em Louisiana, nos Estados Unidos da América (EUA), e em 2015 obteve o grau acadêmico de mestrado em Empreendedorismo Social pela Escola Internacional de Negócios Hult, em São Francisco, EUA. Durante a sua formação nos EUA, trabalhou em vários projectos sociais e de engenharia, mas foi em 2015, durante o mestrado, que descobriu a sua verdadeira paixão: o Empreededorismo, isto é, com o nascimento do projecto Tupuca. Em sua visão, Mvezi acredita na “inovação por trás de inovação”, criando valor a cada entrega de comida ao domicílio através do projecto ou aplicativo Tupuca, que tem criado vários postos de emprego para jovens Angolanos.

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EM FOCO|CIBERNÉTICA Leia na íntegra a entrevista concedida por Erickson Mvezi a Revista Cibernética e conheça a visão do jovem Director Executivo da Tupuca, o primeiro aplicativo de entrega de comida em Angola: Revista Cibernética (RC): O que é o aplicativo Tupuca? Onde e como começou? Quais são os seus benefícios? Erickson Mvezi (EM): O Aplicativo Tupuca é uma plataforma online de entrega de comida, que permite aos usuários encomendar refeições de vários restaurantes a partir dos seus “smartphones” (telefones celulares). O projecto Tupuca começou numa conversa no quintal que evoluiu de uma concepção de plataforma de entrega de roupas para uma plataforma sólida de entrega de comida num espaço de 2 anos de muito sacrifício e trabalho arduo. O projecto Tupuca está alicerçada na necessidade da conveniência no dia-à-dia. São inúmeras as razões que impossibilitam as pessoas irem a busca de uma refeição, como por exemplo: Muito trabalho, engarrafamento, dificuldades de encontrar, preguiça de sair de casa ou do escritório e muitas outras razões. A Tupuca veio para resolver todas estas questões com simplicidade e eficácia do primeiro mundo. Em suma, a Tupuca oferece conveniência para os clientes, gera mais receitas para os restaurantes e ao mesmo tempo cria vários postos de empregos para os jovens Angolanos. RC: Como tem sido encarado o aplicativo Tupuca a nível nacional? EM: A recepção tem sido extremamente positiva a nível de Luanda. As zonas em que ainda não actuamos em Luanda, estão ansiosas para a nossa chegada. Nas outras províncias ainda não conseguimos medir a pulsação, mas no tempo oportuno iremos lá chegar. Tupuca é novidade para os Angolanos e queremos mantê-lo sempre assim. Inovação por trás de inovação. RC: Pela inovação tecnológica nacional, será que o projecto Tupuca já conta com algum prêmio ou reconhecimento? De momento, contamos só com um prémio, Expo Wake-Up em Janeiro 2015, que nos orgulhamos muito e que abriu as portas certas para a Tupuca. Este prêmio deu-nos acesso a Incubadora do INAPEN que tem nos agraciado com várias sessões de mentoria empresarial e acesso aos consultores. Fora disto, continuamos em busca do maior prêmio, a conquista da preferência e confiança dos nossos clientes através dos nossos serviços. 18

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RC: Existem, no mercado angolano, aplicativos que competem convosco? EM: Até ao momento, ainda não vimos competidores directos, mas se aparecerem serão bem-vindos para validar cada vez mais a potência que o mercado angolano apresenta.


|EM FOCO RC: Quais têm sido os maiores desafios do projecto Tupuca? EM: O maior desafio tem sido adaptar-se com o rápido crescimento da empresa. Numa “startup” os cenários mudam muito rápido o que exige mais do pessoal interno a lidar com a necessidade. O lado positivo desta pressão é que geramos mais líderes com capacidade de lidar com situações diversas. RC: Como vês o aplicativo Tupuca daqui há 5 anos? EM: Entrega de comida, compras, medicamentos, roupas e etc, mas a nível continental! Queremos criar uma plataforma de fácil escala e que se adapta a realidade africana a baixo. Nós iremos onde as oportunidades certas aparecerem. Queremos Criar Valor a Cada Entrega! RC: Por experiência, o que é ser jovem empreendedor em Angola? EM: Ser empreendedor em Angola significa ser batalhador, persistente, paciente e ter muita fé, acreditar no amanhã mesmo não vendo os resultados hoje. RC: Na generalidade, quais os maiores desafios que afligem os jovens empreendedores angolanos? EM: Na minha humilde opinião, eu acho que falta mais acesso a informação. Com a informação, conseguimos evitar muitos erros e chegar a “terra prometida” mais cedo. Por exemplo, se eu soubesse no início do projecto Tupuca o que sei hoje, acho que seriam 6 meses em vez de 2 anos. Informação é tudo. RC: Na sua óptica, o governo tem ajudado iniciativas empreendedoras, particularmente de jovens? Ou deve fazer algo mais? EM: Segundo a minha experiência, o governo tem ajudado mais em pequena escala. Hoje, está mais fácil e acessível abrir uma empresa do que a 2 anos atrás, que eram 100.000 Kz. Porém, a taxa de mortalidade das empresas continua muito alta por falta de informação. Hoje, é fácil abrir empresas, mas está muito difícil sobreviver. Mas a responsabilidade é de todos nós. Nós, governo e os empreendedores, precisamos dar sequência e massificar esta ajuda.

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EM FOCO|CIBERNÉTICA Os jovens precisam de estar mais informados sobre os desafios que um empreendedor encontra durante este percurso. Eu acho que os empreendedores com maior visão podem capitalizar criando mecanismos autossustentáveis (serviços de consultorias sérias) para ajudar os outros jovens empreendedores a daram sequência na vontade de empreender. Da mesma forma, o governo deve ajudar os empreendedores que promovem soluções abrangentes. Uma mão lava a outra. Temos que trabalhar mais em conjunto, governo e os empreendedores, para encontrarmos soluções que adaptam a nossa realidade. RC: Como encaras o futuro do mercado nacional nesta área de aplicativos tecnológicos? EM: O futuro é muito promissor. Existem estudos de mercado que mostram que nas próximas gerações, o primeiro contacto com a internet será através de uma smartphone. Hoje em dia, é mais fácil ter um smartphone com acesso as redes sociais do que um computador. Os aplicativos chegaram para ficar. É fácil de notar estas tendências. Por exemplo, hoje, quase todos bancos possuem “mobile banking”. As empresas de telecomunicações estão cada vez mais a incentivarem o uso de dados e aplicativos. O futuro literalmente está na ponta dos nossos dedos. RC: Que mensagem podes deixar para os jovens angolanos aspirantes ao mundo empresarial? EM: Passei 1 ano e 6 meses a ouvir: “Tupuca não vai funcionar”; Os investidores Americanos diziam que em Angola não tem infraestrutura e mercado para este tipo de projectos; Alguns investidores Angolanos di20

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ziam simplesmente que não daria certo; Outros perguntavam: “Por que que não arranjas um emprego como engenheiro mecânico? É a tua área de formação”; Muitos diziam que as ruas de Luanda não estão devidamente cadastradas. Nós tivemos que resistir e provar o contrário em cada objecção. Tivemos que batalhar contra as dificuldades financeiras, persistir na visão, ser pacientes a espera de resultados depois de cada jornada de trabalha, e no final ter fé porque tivemos situações que somente Deus sabe como conseguimos ultrapassar. Hoje estamos no mercado como o Primeiro aplicativo de entrega de comida em Angola. O meu conselho é: Persistência, Paciência e Fé, como sendo as qualidades essenciais para um bom empreendedor.


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DICAS NO FACEBOOK|CIBERNÉTICA

Marlene Chiengo 10 Janeiro 2017

O erro fatal de quem faz oposição ao MPLA tem sido substimar o poder que esse partido tem. Um partido fraco não fica no poder por mais de 30 anos! Outro erro fatal tem sido pensar que o povo está muito cansado e vai abraçar causas revolucionárias num estalar de dedos. O povo angolano se adaptou ao sistema político social e económico de Angola! Angola é o país da micha onde cada um pode entrar no esquema de corrupção e ganhar um dinheiro extra já que o salário é miserável. Ou então pode montar um negócio para manter o fogão aceso e as panelas ocupadas. Com ou sem ditadura, com ou sem democracia, o povo está na boa, tanto é que o número de gente não interessada em participar do processo eleitoral não pára de crescer.

Edson Pangueira 12 Janeiro 2017

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O PRS e FNLA são os únicos partidos políticos, que ainda não disseram que vão ganhar as eleições em 2017, será que já estão consciencializados? ou é estratégia?


|ANÁLISE

Sizaltina Cutaia 11 Janeiro 2017

O Obama disse que a política é uma luta de ideias? Só se for lá nos “Isteites”. Aqui, está mais para uma luta de micheiros. Bom dia, povo lindo!

Reginaldo Silva 11 Janeiro 2017

Fico sem saber bem o que pensar quando ouço alguém falar da importância estruturante da sociedade civil e depois, logo a seguir, citar o político que mais poder tem neste país, mas que até agora só permitiu que as organizações afectas ao seu partido tenham obtido o estatuto de associação de utilidade pública. JES teve com a gestão deste “sector” uma das melhores oportunidades de ser o Presidente de todos os angolanos. Acho que a desperdiçou completamente, tendo inclusivamente optado pelo agravamento das restrições que limitam a intervenção das organizações da sociedade civil de uma forma geral em materia de direitos e liberdades. Sinceramente e em nome daquele mínimo de honestidade intelectual que todos nós somos obrigados a possuir, aconselho este alguem a citar uma outra pessoa quando falar em sociedade civil. E temos tantas...

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Oposição abandona fiscalização do Registo Eleitoral

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Partidos visados alegam limitações de verbas para suportar a fiscalização da última fase do processo de registo eleitoral iniciado em 5 de Janeiro. Numa ronda que partiu no município do Cazenga, O PAÍS constatou a ausência dos fiscais dos distintos partidos políticos nos postos de registo instalados à nível de todos os municípios de Luanda, numa altura em que a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) apela a uma maior fiscalização do processo. Para esta segunda fase do processo iniciado no passado dia 5 do corrente mês e se estende até ao dia 31 de Março, estão a ser efectuados os registos de todos os cidadãos que vão completar 18 anos até o mês de Dezembro e a emissão de segundas vias para quem tenha extraviado o seu cartão de eleitor. Na brigada instalada na Administração Municipal do Cazenga, apenas foi divisado um fiscal do MPLA em serviço. O responsável da brigada, Florêncio da Cunha, declarou que a segunda fase do processo, embora esteja marcada por uma grande afluência de cidadãos, decorre sem sobressaltos. Quanto aos demais fiscais, o entrevistado refe-


|POLITICA riu que os mesmos começaram a desistir antes do fim da primeira fase que encerrou no dia 20 de Dezembro de 2016, acrescentando que no início do processo a afluência deles fazia-se sentir em qualquer posto. “Quando o registo eleitoral começou, nós éramos acompanhados por mais de dois fiscais de cada partido, mas à certa altura começamos a sentir uma grande escassez dos mesmos nas nossas brigadas, e isso é generalizado”, revelou Florêncio da Cunha. A fonte explica que, ao aproximar-se do final da primeira fase, apenas dois ou três apareciam diariamente nos locais. O número foi diminuindo aos poucos até que ficou reduzido a apenas dois fiscais, um do MPLA e outro da CASA-CE. Mas, a presença do representante desta última formação política tem sido intermitente desde que iniciou a segunda fase, ou seja, “ um dia sim, um dia não”. Salientou que nenhum responsável dos partidos políticos justificou as razões que levam os seus fiscais a abandonarem a missão então incumbida. Referiu que a lista de presenças que eles têm assinado está cada vez mais vazia. Florêncio Cunha explicou ainda que tinham uma rotina normal de trabalho no início do processo, que facilitava a todos, e alegou não estar a entender o motivo pelo qual os partidos políticos não estão a disponibilizar mais os fiscais. No que respeita à alimentação, a fonte acentuou que cada partido político é responsável pelos seus fiscais. Nos postos instalados nos municípios de Viana e Belas notou-se a mesma ausência. Em quase toda a extensão não havia um fiscal a supervisionar os postos, com excepção do posto da Vila de Viana, onde estavam apenas dois fiscais, sendo um do MPLA e outro do PDP-ANA. Já na brigada municipal do Camama havia apenas um fiscal do MPLA. A segunda fase está a ser marcada por uma grande enchente, sobretudo naquela brigada do Município de Belas, resultante da morosidade na impressão de cartões de eleitor, visto que cada brigada possui apenas uma impressora. Durante a cerimónia de abertura da segunda fase, o presidente da CNE, André da Silva Neto, terá garantido “maior profundidade” no processo de supervisão do registo. Partidos sem verbas para suportar o processo O secretário para os Assuntos Eleitorais da UNITA, Victorino Nhany, justificou a ausência dos fiscais do seu partido nas brigadas de registo, alegando que a carga financeira constitui a principal razão desse absentismo. O responsável salientou que o seu partido necessita de pelo menos 700

mil kwanzas por mês para suportar cada região do país, em despesas como a alimentação, transporte e outros pormenores. Disse que não existe nenhuma verba alocada para os partidos políticos suportarem o processo, por isso dependem simplesmente das contribuições dos seus membros. “Desde o começo do processo nós estamos a suportar os gastos, e os partidos políticos dependem das contribuições dos seus membros e estes membros estão em crise. São estes os factores que estão por detrás dessa situação”, declarou. O interlocutor garantiu que o seu partido vai trabalhar junto do secretariado regional no sentido de ultrapassar o problema. Nhany aproveitou a ocasião para apelar a presença tanto dos partidos políticos bem como dos cidadãos e da própria CNE para uma fiscalização que assegure transparência ao processo. Por seu turno, o secretário-geral do Partido de Renovação Social (PRS), Benedito Daniel, referiu que o seu partido enfrenta os mesmos desafios financeiros por que passam as outras organizações políticas no capítulo do asseguramento do processo de registo eleitoral. Porém, salientou que o processo não pode ser abandonado, considerando que seria benéfico cada município ou distrito responsabilizarse pela alimentação dos fiscais. “No começo nós dávamos dinheiro aos 766 fiscais que o PRS disponibilizou, mas concluímos que tal prática é muito dispendiosa e criamos cozinhas onde se confeccionam alimentações colectivas, e uma viatura que faz a sua distribuição nas brigadas, tal como fizemos no município de Viana”, detalhou Benedito Daniel. Para Manuel Fernandes, vice-presidente da CASA-CE, que partilhou da mesma opinião do demais partidos no que refere às dificuldades financeiras, resta aos mesmos apelarem ao dever patriótico dos seus militantes no sentido de trabalharem para inverter o quadro. “ Aos outros partidos, que tal como nós não fazem a gestão do país, resta pedirem o dever patriótico aos seus militantes para a função de sacrifício no sentido de inverter este quadro que Angola vive”, disse, engrandecendo o esforço dos militantes no cumprimento das suas tarefas. A fonte afirmou que, por não existir responsabilidade da entidade registadora no que respeita à logística dos fiscais no processo eleitoral, o encargo resta aos partidos políticos e acudirem as necessidades dos seus fiscais, o que considerou tratar-se de uma tarefa difícil, visto que a CASA-CE possui em todo território nacional cerca de 1500 fiscais para suportar. Fonte: OPaís

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POLITICA|CIBERNÉTICA

Governo declarou o fim da epidemia de febre-amarela O governo declarou o fim da epidemia de febre-amarela, que Angola enfrentou de Dezembro de 2015 até Junho deste ano, com 884 casos confirmados laboratorialmente de um total de 4.436 casos suspeitos e 381 óbitos. A declaração foi feita em conferência de imprensa pelo ministro da Saúde, Luís Gomes Sambo. Segundo o ministro, os últimos casos de febre-amarela ocorreram a 23 de Junho de 2016 nos municípios de Cuanhama, província do Cunene, e Cambambe, província do Kwanza Norte. Luís Gomes Sambo notou que nos últimos seis meses não foi confirmado nenhum novo caso da doença, que afectou 16 das 18 províncias, sendo as mais atingidas Luanda, Benguela, Huambo e Huíla. O ministro realçou que Angola enfrentou uma das maiores epidemias de febreamarela urbana registadas em África, que comprometeu a saúde de milhares de pessoas e sobrecarregou o serviço nacional de saúde. A epidemia foi inicialmente detectada no município de Viana, em Luanda, e propagou-se para outras províncias, o

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que foi “motivo de grande preocupação a nível nacional, uma vez que evoluiu simultaneamente com uma epidemia de malária”. “A nível mundial, esta situação foi motivo de apreensão pelas suas imprevisíveis consequências, devido ao risco de propagação transfronteiriça e à presença do mosquito ‘Aedes aegypti’, vector da doença, em vários países de África, Ásia, Europa e América”, disse. Acrescentou que o surto surgiu numa altura de restrição de recursos devido à crise financeira, contudo, o governo disponibilizou fundos suficientes para o combate à epidemia, nomeadamente para a comprar de vacinas e financiamento das operações no terreno. Para combater o surto, foi criado o Plano Nacional de Resposta à Epidemia de Febre-Amarela, cuja execução, o governo contou com o apoio de agências de cooperação bilateral e multilateral, organizações não-governamentais e representantes da sociedade civil. De acordo com Luís Gomes Sambo, uma das principais estratégias adoptadas foi a vacinação da população, tendo sido prior-

izados os municípios com maior risco epidemiológico em função da disponibilização de vacinas no mercado internacional. Até à presente data foram vacinadas cerca de 18 milhões de pessoas, correspondente a 70 por cento da população alvo em 85 municípios de maior risco. O titular da pasta da Saúde disse que durante 2016 foi reforçado o sistema nacional de vigilância epidemiológica para a notificação e investigação de casos suspeitos, tendo sido criadas condições para a confirmação laboratorial de casos de febre-amarela. “A epidemia também nos deu oportunidade de tirar lições em termos de adaptação de normas, elaboração de directrizes, protocolos de atendimento de casos clínicos de arbovirose e melhoramento do nosso sistema de vigilância epidemiológica”, referiu. O ministro agradeceu o empenho de todos os nacionais e agências das Nações Unidas, em particular a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Programa de Desenvolvimento da ONU (PNUD), bem como ao Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, entre outras. Os agradecimentos foram extensos também aos governos da China, Estados Unidos da América, Rússia, Cuba, Namíbia, entre outros países “pelo seu inestimável apoio”. Garantiu que a vigilância vai continuar, bem como o trabalho para uma cobertura vacinal de 100 por cento da população, além de conseguir melhorar a vacinação de rotina e o meio ambiente no que toca à densidade vectorial de mosquitos transmissores da doença. Por Agência Lusa


|ANÁLISE

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ECONOMIA|CIBERNÉTICA

Quem deve pagar o Imposto Predial Urbano (IPU)? Por Michel Matondo Pedro

A cobrança do Imposto Predial Urbano arrancou em janeiro de 2017, a cargo da Administração Geral Tributária (AGT), a cobrança da primeira parcela vai decorrer de 1 a 31, cidadãos comuns não sabem se devem todos pagar o IPU por usufruirem de casa, apartamento, moradia ou terreno. A cobrança do IPU ainda é uma questão ambígua ao cidadão comum, devido a falta de educação tributária coerente por parte das autoridades, e poucos sabem em que modalidades deverão pagar os impostos. Afinal, o que o cidadão comum sabe sobre o Imposto Predial Urbano? Quem deverá pagar estes impostos e o que é o IPU? A resposta para as duas questões é definida pela AGT, “Este imposto incide sobre 60% do valor das rendas de prédios urbanos quando estes estejam arrendados devido pelo titular ou beneficiário das rendas, e sobre o valor patrimonial dos prédios urbanos quando o não estejam que neste caso é devido pelo proprietário, usufrutuário ou beneficiário do direito de superfície (detentor) “ ou seja, é deduzido sobre o valor patrimonial do imóvel ou sobre o rendimento gerado pelo seu arrendamento. O Folha 8 esteve nas ruas para saber se os angolanos estavam ocorrentes do pagamento do IPU, cuja cobrança decorrerá de 1 a 31 de janeiro, quando muitos diziam nem conhecer o que era o IPU e os poucos que conheciam, o conheciam pouco e não sabiam quem deve pagar este imposto. “As casas são nossas, como é possível que paguemos por aquilo que é nosso? No mínimo o Estado quer nos expulsar de Angola ou quer tornar difícil as nossas vidas” palavras do senhor Kazola Francisco Taleno, quando questionado se sabia alguma coisa a respeito. 28

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“O governo deveria importar-se mais com o bem comum, educar as pessoas, garantir e melhorar as condições económica dos cidadãos que há muito já não conhece a classe média, ao invés de copiar leis de países com considerável avanço” disse-nos Paulo Domingos Júnior, empresário imobiliário, temendo que o IPU poderá pôem causa o sucesso de seus negócios. Governos que concebem Leis ou as actualizam na inocencia de seu povo, demonstram desinteresse pelo bem deles, pelo que os actores políticos devem manter informados de qualquer acção Legal ou não. Os entrevistados tiveram a oportunidade de pedir esclarecimentos sobre o assunto que o Governo não se importa de trazer ao conhecimento de todos, o jornalista no local esclareceu baseado nas explicações da AGT: Para prédios arrendados, os sujeitos passivos do IPU, são os inquilinos, caso estes disponham de contabilidade organizada, um outro factor importante que a AGT deverá informar os cidadãos antes do começo. Para prédios não arrendados,todavia, o encargo do Imposto, a responsabilidade financeira do IPU recaí sempre sobre o proprietário do imóvel. O Estado, institutos públicos e associações que gozem do estatuto de utilidade pública; Estados estrangeiros, quanto aos imóveis destinados às respectivas representações diplomáticas ou consulares, quando haja reciprocidade; Instituições religiosas legalizadas, quanto aos imóveis destinados exclusivamente ao culto;As pessoas colectivas cujo objecto social principal consista na prática habitual de actividades de construção ou comercialização de prédios urbanos, durante um período de 5 anos, a contar da data em que for apresentada a declaração de inscrição de cada prédio novo na matriz, e apenas quanto a este, excepto

se antes de decorrido o prazo, o prédio for entregue, por qualquer título, com a intenção de ocupação, utilização ou mera detenção, a terceiro, presumindo-se entregues, ocupados ou em utilização, os prédios urbanos cuja licença de construção tenha sido emitida há mais de 7 anos, sendo que, caso dentro dos prazos referidos se constate por qualquer meio, que o prédio foi entregue, ocupado ou utilizado, cessam as isenções, ficando o prédio sujeito ao regime geral deste imposto, com efeitos imediatos; Os prédios urbanos cujo valor não exceda AKZ 100.000.000 afectos, pelos respectivos titulares, exclusivamente a habitação, por um período de 10 anos a contar da respectiva aquisição. Estes beneficiam de isenção no pagamento do IPU As taxas fixadas são: 25% para prédios que estejam arrendados; o contrário (prédios não arrendados) cujo valor patrimonial vai até 5.000.000Akz, aplica-se a taxa de 0% correspondente ao 1º escalão, os prédios entre 5.000.000Akz a 100.000.000Akz do valor patrimonial, aplica-se a taxa de 0,1% correspondente ao 2º escalão. Para determinação do imposto a pagar abatem-se 5.000Akz. os prédios cujo valor patrimonial esteja acima dos 100.000.000Akz, aplica-se a taxa de 0,2% correspondente ao 3º escalão. Para determinação do imposto a pagar abatem-se 105.000Akz. “Os contribuintes deverão dirigir-se às repartições fiscais nas zonas onde os seus imóveis estejam localizados,” de acordo com uma nota da AGT publicada pela Angop. De ressaltar que o pagamento do IPU irá causar a subida vertiginosa dos imóveis, o valorpara as moradias já rondam os 40.000 aos 100.000 dólares nas zonas urbanas da cidade de Luanda, a menos que o Estado regule os preços de arrendamento dos imóveis. É da responsabilidade da própria AGT educar e preparar os cidadãos para a cobrança do IPU, para evitar transtornos e respectiva fuga fiscal por parte dos menos informados.

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ECONOMIA|CIBERNÉTICA

Diamantes angolanos foram os mais valiosos do mundo em 2016 Com um preço médio de U$D 2.983 por quilate, os diamantes produzidos na mina do Lulo, província da Lunda Norte, foram os mais valiosos do mundo em 2016. Os números foram divulgados a 5 de Janeiro, num comunicado da Lucapa Diamond Company, que fechou o ano com “o preço mais alto por quilate obtido por uma mina de diamantes em 2016”, cita o Novo Jornal. No comunicado, a empresa australiana revela que só no último trimestre a produção aumentou 147 por cento, o correspondente a 5.313 quilates, dos quais 4.676 foram comercializados por U$D 14,6 milhões de dólares. Ao todo, os últimos três meses de 2016 renderam à Lucapa Diamond Company U$D 51 milhões, muito acima da média mensal, até aí situada entre os U$D 5 e os 12 milhões. Foi um ano de recordes para a Endiama. Em Fevereiro a empresa anunciou a descoberta de um diamante de 404 quilates, o maior já encontrado em Angola. Em Setembro, foi a vez do segundo maior do país, um diamante de 172,67 quilates. Com R.A 30

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TECNOLOGIA|CIBERNÉTICA

Hacker mostra como rastrear um celular só com um número de telefone Surpresa: smartphones trazem ainda menos privacidade do que já é naturalmente esperado. Um programa de TV americano, o 60 Minutes, exibido pela CBS, deu espaço a um especialista em segurança alemão, Karsten Nohl, que revelou e comprovou uma falha de segurança nas redes de telefonia celular, que permitem ter aces32

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so a chamadas telefônicas e SMS de uma vítima apenas com seu número. No programa, Nohl demonstrou o ataque monitorando um membro do congresso dos EUA, Ted Lieu, que se voluntariou para o teste com um novo celular. Em pouco tempo, o hacker teve acesso às informações de Ted Lieu. O método de ataque foi demonstrado em 2014 por Nohl, e não foi corrigido desde então. Ele aproveita uma falha no SS7 (Signaling System Seven), uma rede global que conecta operadoras de telefonia móvel. “A rede SS7 é o coração do sistema telefônico móvel mundial. As empresas usam o SS7 para trocar informações de faturamento. Bilhões de chamadas e mensagens passam pelas suas artérias diariamente. Também é a rede que permite o roaming de celulares”, ele explica. O ataque permitiu que Nohl lê-se as mensagens trocadas pelo congressista, escutasse suas conversas e até mesmo descobrisse sua localização física, graças à triangulação com as antenas de telefonia. Nohl é uma das poucas pessoas com acesso legal à rede SS7, justamente com objetivo de descobrir falhas como essa, graças a um acordo entre várias operadoras pelo mundo. No entanto, a falha já é conhecida por outros especialistas em segurança e cibercriminosos, e já foram relatados ataques não autorizados utilizando a técnica. Então, neste momento, não há o que ser feito além de esperar e torcer para que a falha seja resolvida logo. A única solução imediata é desligar o celular, mas quem vai fazer isso? Você pode assistir à façanha de Nohl na CBS, mas recomendamos ter conhecimentos do inglês. Por Renato Santino


|TECNOLOGIA

Nova pendrive da Kingston pode substituir o HD externo Na indústria tecnológica de informação, diversos fabricantes de hardware têm cada vez mais apostado no surgimento de memórias flash com maior capacidades de armazenamento em formatos mais compactos. A 3 de Janeiro, a empresa Kingston apresentou a sua nova pendrive da linha DataTraveler Ultimate GT, que conta com nada menos que 2 Terabytes (TB) de espaço. O mesmo modelo de pendrive também está disponível em modelo de 1 TB. O dispositivo é compatível com o formato USB 3.1, que oferece velocidade de leitura de até 5 gigabytes por segundo (Gbps). Para garantir a durabilidade dos produtos, o fabricante apostou em um acabamento de liga de zinco que garante uma maior resistência a choques físicos. Não espere pagar menos de US$1 mil Com 2 TB, você pode armazenar 70 horas de vídeos em formato 4K, 96 jogos de PC de tamanho médio, 500 mil arquivos MP3 ou aproximadamente 256 mil imagens de 24 megapixels — isso só para citar algumas das possibilidades apresentadas pela Kingston. Até o momento, a companhia não divulgou qual vai ser o custo das novas soluções de armazenamento, que estão programadas para chegar às lojas em Fevereiro deste ano.

No entanto, não espere pagar menos de US$ 1 mil pelo modelo mais esperado em um momento inicial. Assim como acontece com toda nova tecnologia, ainda vai demorar um pouco até que a solução compacta se torne acessível a uma grande parte do público — enquanto isso não acontece, o mercado de HDs externos ainda deve se mostrar uma opção mais atraente para seu bolso. Texto original de Felipe Gugelmin.

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TECNOLOGIA|CIBERNÉTICA

AngoPlay: Aplicativo que permite assistir a TPA internacional no smartphone Os Angolanos continuam a aprimorar os seus conhecimentos no mercado, desta vez, apresentamos um aplicativo denominado “AngoPlay”, este aplicativo permite aos Angolanos e não só, assistir a TPA internacional a partir do seu smartphone ou tablet. Segundo o criador do aplicativo Daniel Edgar Lufupa, o aplicativo foi desenvolvido pensado nos Angolanos, em especial para a vasta comunidade Angolana na diáspora. O mesmo conta com uma interface simples e objectiva, facilitando assim os usuários na hora do manuseio do mesmo. O criador garante ainda que o aplicativo não tem nenhum vinculo ou contrato com a televisão pública de Angola. O Aplicativo AngoPlay actualmente está na sua versão 1.0 e já se encontra disponível no Google Play, está a venda para mais de 120 países a um preço simbólico para todos os bolsos, custando apenas 0,99 dólares. Há ainda garantias de que Em breve teremos o AngoPlay também na AppStore para os usuários do sistema iOS. Consoante o tempo, o aplicativo terá outros canais nas próximas versões, deixando o AngoPlay “100% Angolano”. Por Guilherme Massala 34

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|TECNOLOGIA

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CULTURA|CIBERNÉTICA

Governo quer actualizar o registo dos instrumentos musicais tradicionais A ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, anunciou a actualização, ainda este ano, do registo dos instrumentos musicais tradicionais de cada província do país e a constituição de uma banda musical deste género. A governante, que discursava ontem em Cabinda, no acto central do dia da Cultura Nacional, afirmou que este processo de actualização e difusão pelos centros culturais do país será conduzido pelo Complexo das Escolas de Arte (Cearte). “O Cearte e os centros culturais espalhados pelo país têm de passar a incluir nos seus currículos os nossos instrumentos musicais”, disse ainda, referindo-se à prioridade de formação artística definida pelo governo para este ano. Marimbas (uma espécie de xilofone) e vários tipos de tambores são alguns dos instrumentos musicais tradicionais angolanos mais conhecidos. “Aproveito esta ocasião para anunciar que o Ministério da Cultura vai este ano apoiar a criação de uma banda musical com utilização de instrumentos tradicionais, iniciativa que conta já com o concurso de instituições privadas interessadas em promover a Cultura Nacional”, acrescentou. A municipalização da Cultura é outra das prioridades de 2017, afirmou a ministra. “Como sabemos, a cultura 36

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faz-se nas comunidades. E é nas comunidades que deveremos trabalhar no sentido da difusão dos nossos valores culturais, de modo a que as crianças e os jovens sejam educados com base nesses valores”, apontou. A economia da Cultura é a terceira “grande prioridade” daquele ministério para este ano, em função da necessidade de “conseguir recursos”. “A lei do mecenato precisa de ser regulamentada. E vamos aguardar que os

competentes órgãos do Estado legislem acerca das isenções de que o sector da Cultura necessita. Por outro lado, teremos de ter perspicácia e inteligência de modo a criarmos uma rede de entidades privadas que participem no financiamento da actividade cultural”, anunciou Carolina Cerqueira. Segundo a governante, ainda em 2017 deverá avançar a nova lei da Religião emAngola, exigindo “grande empenho” para definir “balizas” nesta matéria.Por Agência Lusa.


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CINEMA|CIBERNÉTICA

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O Quinto Poder (The Fifth Estate) é um filme americano de 2013 baseado nos livros: “Inside WikiLeaks: My Time with Julian Paul Assange at the World’s Most Dangerous Website” e “WikiLeaks: Inside Julian Assange’s War on Secrecy”, que conta a história do site de vazamento de arquivos secretos: WikiLeaks. A história da criação do website Wikileaks por Julian Assange, contada por seu colega Daniel Domscheit-Berg e como o crescimento e a influência do

website levou a uma ruptura irreparável entre os dois amigos. O objetivo do site é fornecer uma plataforma para que denunciantes, anonimamente, exponham segredos do governo e crimes corporativos. Com o crescimento do site e do grau de influência de Assange, a relação entre os dois amigos acaba bastante abalada. O Quinto Poder é um Thriller/Drama de 2 horas e 8 minutos. Quem é Julian Assange? Julian Paul Assange é um jornalista,


|CINEMA

escritor e ciberativista nascido em Townsville, na Australia, a 3 de julho de 1971. É um dos nove membros do conselho consultivo do WikiLeaks, um website de denúncias e vazamento de informações. É também o principal porta-voz do website. Assange estudou matemática e física, foi programador e hacker, antes de se tornar porta-voz e editor-chefe do WikiLeaks. Fundou o WikiLeaks em 2006 e faz parte do seu conselho consultivo.

Ganhou seu primeiro computador aos 16 anos e logo descobriu habilidade para invadir sistemas. Só na Austrália, enfrentou 30 acusações de pirataria, mas pagou multa pelos danos causados e se livrou da prisão. Por seu trabalho no WikiLeaks ganhou vários prêmios, como o Sam Adams Award e o Index on Censorship do The Economist em 2008, além de ter sido considerado o “homem do ano” pelo jornal francês Le Monde em 2010. Neste ano, após o vazamento da vasta massa de documentos sobre possíveis crimes de guerra cometidos na Guerra do Afeganistão e na Guerra do Iraque pelo Exército dos Estados Unidos, sua fama cresceu. Em 2011 foi incluído na lista da revista Time como um dos 100 mais influentes do planeta. Em 30 de novembro, foi acusado de estupro e abuso sexual na Suécia e a Interpol o colocou em sua lista de procurados. No dia 7 de dezembro, em Londres, Assange apresentou-se à Polícia Metropolitana e negou a veracidade das acusações contra ele, sendo liberado nove dias depois. Em 31 de maio de 2012, a corte suprema do Reino Unido anunciou sua decisão a favor da extradição de Julian Assange para a Suécia. Assange perdeu a cidadania sueca e temia que, tão logo chegasse à Suécia, pudesse ser extraditado para os Estados Unidos e processado por espionagem, fraude e abuso de computadores. A Suécia tem um amplo acordo de extradição com os EUA. O fundador do WikiLeaks já havia admitido a possibilidade de vir a ser assassinado numa prisão norte-americana, na hipótese de ser extraditado para os Estados Unidos. Por isso, o

chanceler do Equador, Ricardo Patiño, disse, em entrevista à BBC, que seu governo pediu à Suécia “que garantisse que Assange não seria extraditado para os Estados Unidos”. Segundo ele, “há declarações de autoridades dos EUA (...) que mostram que ele (Assange) deve ser considerado como um inimigo não armado, como um objeto a destruir. É evidente em uma grande lista de casos concretos que o objetivo é levar Assange e condená-lo.” No caso de extradição para os EUA, Assange enfrentará pelo menos a prisão perpétua, dizem especialistas, lembrando a história do suposto informante do WikiLeaks, o soldado Bradley Manning. Manning, que está preso na base naval de Quantico, foi mantido nu, em isolamento, impedido de dormir, sob iluminação direta e vigilância de câmeras 24 horas por dia. Trata-se do que a CIA chama de “tortura sem contato” (no-touch torture). Apesar de ter sido permanentemente monitorado, no dia 19 de junho de 2012, Assange conseguiu entrar na embaixada do Equador em Londres, onde pediu e obteve asilo político. Desde então, Assange permaneceu na mesma embaixada.

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