Revista Cibernética – Edição 14 Fevereiro 2015

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Ano 3 | Edição 9

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Uma História de Amor à Procura de um Final Feliz EDIÇÃO FEVEREIRO 2015

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revistacibernĂŠtica


14.FEV.2015 A REVISTA CIBERNÉTICA é uma publicação electrónica de distribuição e acesso grátis, lançada na internet aos 15 de Janeiro de 2012 a partir da capital da Namíbia, Windhoek. Ela surge como contributo na diversificação de plataformas cibernéticas de informação, debates, educação e entretenimento no seio da comunidade de expressão da língua portuguesa com interesses em assuntos concernentes a Angola. É uma revista mensal, publicada normalmente nos dias 15. *** DIRECTOR: Pedrowski Teca GRANDE REPÓRTER: Vaga COLABORADORES: Maurílio Luiele Al Félix Osvaldo Mavungo Amândio Pedro Tony Domingos PUBLICIDADE & MARKETING: Vaga PAGINAÇÃO & DESIGN: Revista Cibernética DIRECTOR DE DISTRIBUIÇÃO & MARKETING: Vicente Paxtomás (República da África do Sul) CONTACTOS: revistacibernetica@gmail.com Telefone: +244 946 877 016 © COPYRIGHT 2014 Revista Cibernética PROPRIEDADE: Pedrowski Teca *** AS OPINIÕES EXPRESSAS PELOS COLABORADORES, ENTREVISTADOS E COLUNISTAS NESTA PUBLICAÇÃO NÃO ENGAJAM A REVISTA CIBERNÉTICA.

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Carta do Director Os angolanos estão a viver uma fase económica bastante complicada, estando a cada dia que passa, a sentir os efeitos desastrosos da actual crise orçamental, anunciada pelo presidente da República, José Eduardo dos Santos, no final do ano passado. Como todos sabemos, a crise deve-se por causa da descida drástica do preço do petróleo bruto à nível mundial, que baixou para menos de 50 dólares americanos, quando em tempos das vacas gordas ultrapassava os 100 dólares americano. No plano nacional, a descida do preço do petróleo reflectiu negativamente no Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2015, aprovado em Dezembro último, com a estimativa de que o barril do petróleo estaria em 81 dólares no mercado mundial. Dentre as inúmeras medidas de contenção, o Executivo angolano revisou o OGE, que inicialmente totalizava 7,2 triliões de dólares americanos, passando para 5,4 triliões de dólares, numa estimativa mais realista do preço do barril do petróleo bruto à nível mundial, a 40 dólares. O Executivo submeteu o OGE ao Parlamento na terça-feira, 12 de Fevereiro. Três dos grandes erros observados nas inúmeras tentativas de contenção e combate à crise são: as medidas desesperadas para a diversificação da economia, a baliza imposta contra a importação de produtos (em destaque os da cesta básica), e a desdolarização forçada do mercado nacional. No primeiro caso, por muitos anos, críticos e conselheiros advertiram o Executivo angolano a investir na diversificação da economia, mas este, enquanto encontra-se na fartura, descartava de facto tal gesto. É impensavel e não ajudará a economia, a coerção imperativa para a diversificação da mesma em tempo de crise porque mais do que decretos e discursos, a economia necessita de iniciativas empreendedoras, investimentos, força de vontade ou motivação e esforços para a construção, produção e manutenção das áreas não-petrolíferas, o que será practicamente impossível em tempos de crise, onde a linguagem geral concentra-se na obrigatoriedade de contenção e sacrifício nas despesas públicas e privadas. O segundo problema apontado, isto é, a proibição de importação de produtos de cesta básica e outros no mercado nacional, é irrecomendável porque, conforme se observa, o país não produz o suficiente para abastecer e satisfazer a demanda nacional, e em consequência do défice, os preços dos produtos aumentaram, castigando deste modo os consumidores, num ano em que não se observa aumentos salariais, e o Executivo anunciou a não realização de concursos públicos ou promoções em empregos no Estado. No terceiro ponto, as iniciativas de desdolarização do mercado nacional também foram mal pensadas pelo Banco Nacional de Angola (BNA), que limitou as vendas de divisas aos bancos comerciais. Este gesto resultou numa luta de cão e gato, onde o BNA desmente e os bancos insistem que não há dólares suficiente no mercado. Consequentemente, a inflação disparou, deixando uma nota de 100 dólares americanos custando quase 20 mil Kwanzas. À nível dos bancos comerciais, as medidas não cessaram por aí, pois também cortaram os serviços de transferência de capitais para o exterior do país, fechando dentre vários serviços: a MoneyGram, o Visa e o Western Union, causando grandes incoveniências a economia. O país encontra-se em crise orçamental e as entidades responsáveis pela gerência dos bens públicos e consequentemente pela contenção e combate à crise, demonstram graves índices de incompetência e falta de visão governativa, num país vastamente devastado por corrupção, nepotismo, roubo e má gestão do erário público por parte das próprias autoridades. O Executivo deve saber interpretar o mecanismo do “push and pull” (puxar e soltar) em qualquer situação de crise em que o país se encontrar. O “push” utiliza-se em tempos de bonança, onde se pode enveredar na desdolarização do mercado, diversificação da economia e até na proibição da importação de produtos que o país de facto consegue produzir e fornecer ao mercado nacional. Estamos num periodo de “pull”, onde a crise não nos dá o luxo de estarmos a dispensar serviços e mercadorias, cuja ausência está a agravar a nossa precária situação.

Pedrowski Teca, Director

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Tópicos Actualidade

Actualidade

Análise

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Lucas Ngonda reconduzido na liderança da FNLA

09

Moncho Lopez é novo o selecionador nacional

12

Os militantes da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) reconduziram no Domingo, 15 de Fevereiro, Lucas Ngonda como presidente daquele partido, num congresso marcado por confrontos entre duas alas que provocaram um morto e vários feridos.

O espanhol Moncho Lopez foi contratado pela Federação Angolana de Basquetebol (FAB) para orientar a selecção sénior masculina, e é o nono técnico da equipa nacional, no geral, e quarto estrangeiro.

Nesta análise, Osvaldo Mavungo compartilha

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Último bastião da oposição angolana

conosco a sua visão sobre a oposição angolana em particular e do país em geral.


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Em Foco

Tecnologia

Laser

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24

28

Uma História de Amor à Procura de um Final Feliz

Samsumg prepara smartphones com ecrã flexível já para este ano

Dez curiosidades sobre a vagina que podem mudar a sua vida

Como foco desta edição, o livro “Uma História

No decorrer do Samsung Investor Fórum 2014,

Se você que está lendo esta reportagem é uma

de Amor à Procura de um Final Feliz” mereceu

em Nova Iorque, o vice-presidente da equipa

mulher, provavelmente, se identificará com

a nossa atenção e consideração. Saiba mais

de estratégias de negócio da mesma empresa,

pelo menos alguns dos itens listados abaixo. Se é

Lee Chang-Hoon, confirmou que a gigante pro-

homem, o texto pode ajudá-lo a entender mel-

duzirá entre 30 mil e 40 mil unidades de ecrãs

hor a sua parceira. O assunto? A vagina.

sobre esta obra literária da escritora angolana, Lueji Dharma.

flexíveis por mês, até ao final de 2015.

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ACTUALIDADE

Selo da independência marca Carnaval A edição 2015 que marca a trigésima sétima sessão do Carnaval, saiu à rua no sábado (14) com o desfile dos grupos da classe infantile, enaltecendo o selo dos 40 anos da independência nacional, a assinalar a 11 de Novembro. Em Luanda, os principais grupos carnavalescos capricharam e garantem tudo fazer para o público que se deslocar à Nova Marginal nos dias dos desfiles. A comissão preparatória provincial do carnaval tudo fez para colocar ao dispor dos foliões as melhores condições. Bancadas vip e do público em geral estão já montadas para receber todos àqueles que se deslocarem à Nova Marginal, onde trinta e nove grupos, entre adultos e infantis, estão a abrilhantar a festa nacional. O Distrito Urbano do Rangel vai contar com a participação dos grupos União Twafundumuka, e União Sagrada Esperança que concorrem para classe A, União Giza, União Geração Sagrada, ambas da classe B, e com os infantis Cassules do Pwasundumuka, Cassules do Sagrada Esperança e Cassules do Geração Sagrada. Viana está representada pelos grupos Juventude Unida do Kapalanca e oTwabixila (classe B) e União Njinga Mbandi (Classe A). O Cazenga conta com dois grupos, o infantil “Os Admiradores da Kazucuta do Hoji ya Henda e o “União Tonesa”, adultos. Por ser o homenageado deste ano, fará a abertura do desfile central. O título, nas classes de adulto (A) e infantil está em posse do União Sagrada Esperança, do distrito Urbano do Rangel.

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Três presidentes no Luau Os presidente José Eduardo dos Santos, da República Democrática do Congo (RD Congo) e da Zâmbia participam no sábado na inauguração da estação ferroviária do Luau, no regresso do comboio à fronteira dos três países mais de 30 anos depois. A informação consta de um comunicado divulgado ontem em Luanda pela Casa Civil do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, confirmando a inauguração, no Luau, na província do Moxico, da estação ferroviária e da ponte ferroviária transfronteiriça que ligará Angola à RD Congo. Em causa está o designado “corredor do Lobito”, a linha férrea entre o litoral e interior angolano, numa extensão de 1.344 quilómetros, cuja construção arrancou em 1903, no período colonial português. O comboio deixaria de circular há 32 anos, devido à destruição das infra-estruturas durante a guerra civil angolana. A linha foi totalmente reabilitada nos últimos anos e a partir de sábado o Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) regressa ao Luau, possibilitando (após a interligação em curso) à RD Congo e à Zâmbia – no interior do continente africano – a exportação por via marítima, pelo porto de Lobito, recorrendo a este corredor ferroviário. As inaugurações a realizar no Luau pelo Presidente de Angola serão testemunhadas pelo Presidente da RD Congo, Joseph Kabila, e da Zâmbia, Edgar Chagwa Lungu, este último de visita a Angola e que hoje foi recebido pelo chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos.

Lucas Ngonda reconduzido na liderança da FNLA Os militantes da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) reconduziram no Domingo, 15 de Fevereiro, Lucas Ngonda como presidente daquele partido, num congresso marcado por confrontos entre duas alas que provocaram um morto e vários feridos. De acordo com informação prestada à Lusa pelo porta-voz do partido, Laís Eduardo, Lucas Ngonda reuniu o apoio de 524 congressistas durante a votação de hoje, assumindo novo mandato de quatro anos à frente da FNLA. Concorreram ainda à presidência daquele partido histórico angolano Pedro Gomes (124 votos), David Martins (nove votos) e Tozé Fula (quatro votos). Um morto e pelo menos dois feridos foi o resultado de rixas entre militantes das duas alas da FNLA durante o primeiro dia do seu congresso, informou na sexta-feira a Polícia Nacional. Segundo o porta-voz da Polícia Nacional, comissário Aristófanes dos Santos, a polícia foi chamada a intervir depois de confrontos entre militantes daquele partido, que hoje iniciou o seu quarto congresso ordinário para a eleição de uma nova direção. Aristófanes dos Santos explicou que a vítima, de 78 anos, foi agredida com um pau, por um militante de outra ala. Acabou por falecer depois de socorrido pela polícia à entrada do hospital e o alegado agressor já foi detido.


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Irmã do presidente terá recebido empréstimo de USD 800 milhões

A irmã do presidente José Eduardo dos Santos, Marta dos Santos, terá recebido um crédito de USD 800 milhões do Banco Espírito Santo Angola (BESA), hoje Banco Económico, para um projecto imobiliário. Esse dinheiro é parte dos USD 5,7 mil milhões do buraco do banco que obrigou o Estado a intervencioná-lo. A denúncia foi feita esta semana pelo vicepresidente da Associação Transparência e Integridade portuguesa, Paulo Morais, citado pela emissora católica portuguesa Rádio Renascença: “Nessa lista de empréstimos estava, à cabeça, a Marta dos Santos, irmã do presidente José Eduardo dos Santos, que teve um crédito de USD 800 milhões, para desenvolver em Talatona um projecto imobiliário, curiosamente em parceria com o empresário português José Guilherme, o tal que deu os EUR 14 milhões [USD 15.8] a Ricardo Salgado.” Morais contestava assim as declarações prestadas pelo antigo presidente do BESA na comissão de inquérito ao Caso BES na Assembleia da República portuguesa. Guerra garantiu aos deputados portugueses que o banco não foi capaz de identificar quem foram os beneficiários dos muitos empréstimos concedidos sem garantias bancárias e que acabaram em incumprimento. Morais assegura que não é difícil perceber quem recebeu o dinheiro.

ACTUALIDADE

Girabola 2015 arranca com empate de Kabuscorp e Caála O Kabuscorp do Palanca não foi além de um empate a duas bolas com o Recreativo da Caála, no jogo de abertura do Girabola2015. Os vice-campeões angolanos entraram em falso nesta nova edição do campeonato angolano de futebol, onde são um dos candidatos ao título. O camaronês Meyong é que arrancou com estilo, fazendo o que melhor sabe: golos. O artilheiro das duas últimas edições do Girabola abriu o ativo aos 34 minutos do primeiro tempo, na conversão de uma grande penalidade. Mas antes do intervalo a turma da Caála empatou, ao beneficiar de um autogolo do defesa central Borges. No segundo tempo Meyong voltou a dar vantagem aos palanquinos aos 55 mas, aos 70, Femi voltou a empatar o jogo. Na segunda jornada o Kabuscorp do Palanca joga fora com o campeão, o Recreativo do Libolo. Já os caálenses recebe o Desportivo da Huíla no Estádio Mártires da Canhala. Jogos da 1.ª jornada Kabuscorp do Palanca 2-2 Recreativo da Caála Sagrada Esperança - Interclube (14/02/2015) Domant FC - Progresso da Lunda Sul (14/02/2015) Bravos do Maquis - Académica do Lobito (14/02/2015) Progresso de Sambizanga - ASA (14/02/2015) Desportivo da Huíla - Benfica de Luanda (03/03/2015) Sporting de Cabinda - Petro de Luanda (04/03/2015) 1.º de Agosto - Recreativo do Libolo (28/03/2015)

Moncho Lopez é novo o selecionador nacional O espanhol Moncho Lopez, contratado pela Federação Angolana de Basquetebol (FAB) para orientar a selecção sénior masculina, é o nono técnico da equipa nacional, no geral, e quarto estrangeiro. O vínculo contratual com o espanhol foi anunciado segunda-feira (9), para orientar a campeã continental no Campeonato Africano da Tunísia “Afrobasket2015”, em Agosto deste ano, devendo o contrato termina a 31 do mesmo mês. Ao contrário dos estrangeiros bem sucedidos (Mário Palma e Luís Magalhães), o espanhol nunca orientou uma equipa em Angola, nem qualquer selecção africana, o que pode se tornar um obstáculo na pretensão de revalidar o título continental, tendo em conta as diferenças entre o basquetebol europeu e africano. No entanto, tratando-se de um técnico estudioso (já foi formador em “clinics” em Angola), o facto de não treinar neste país pode não ser relevante, dependendo da filosofia de jogo que vai optar. A situação de Moncho Lopez assemelha-se a do francês Michel Gomez, que mesmo tendo um curriculum “recheado” de êxitos não foi bem sucedido no comando técnico da selecção nacional, sendo, até ao momento, o único que orientou Angola num Afrobasket e não conseguiu vencer. Passaram pela selecção nacional sénior masculina os técnicos angolanos, Victorino Cunha, Vladmiro Romero, Alberto de Carvalho “Ginguba”, Paulo Macedo, José Carlos Guimarães, os portugueses Mário Palma e Luís Magalhães e o francês Michel Gomez.

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ANÁLISE

Conselho da República ou asfixia da oposição? revistacibernética

Pedrowski Teca Passando dois anos e meio desde a realização das Eleições Gerais de 31 de Agosto de 2012, pela primeira vez o presidente da República, José Eduardo dos Santos, convocou o Conselho da República, a 10 de Fevereiro deste ano, motivado pela crise orçamental que actualmente assola o país. Apesar de nunca ter convocado o mesmo órgão colegial consultivo, através de um Decreto Presidencial, o presidente dos Santos nomeou os membros que constituem o Conselho a 30 Janeiro 2013, mas a tomada de posse apenas aconteceu no dia do encontro, terça-feira, 10 de Fevereiro de 2015. No artigo 135º, a Constituição da República define o Conselho da República como um órgão colegial consultivo do presidente da República, que tem como missão principal pronunciar-se sobre “questões de natureza estritamente política” tais como: a declaração da guerra e a feitura da paz, o estado de defesa e o seu retorno à normalidade, o estado de sítio e o retorno à normalidade. Na sua perspectiva, a Revista Cibernética, expõe teses que atestam a falta de seriedade por parte do presidente da república, na convocação do Conselho da República para o aconsel-


11

har pela crise que o país atravessa. PRIMEIRO PONTO: A maior causa da actual crise no país é que supostamente o Estado não tem dinheiro suficiente para sustentar o Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2015, aprovado em Dezembro último, que totalizava 7.2 triliões de Kwanzas, numa estimativa do barril do petróleo bruto à 81dólares no mercado mundial. A crise foi anunciada após o preço do petróleo baixar até menos de 50 dólares, e dentre várias medidas de contenção tomadas pelo Executivo, constavam a subida drástica dos preços dos derivados do ouro negro. As inúmeras medidas de contenção pareceram insuficientes e a crise forçou a revisão do OGE, e a 6 de Fevereiro, liderado pelo presidente, o Executivo aprovou um OGE 2015 revisado fixando os fluxos orçamentais em 5.4 triliões de Kwanzas, e estimando o barril de petróleo à 40 dólares americanos à nível mundial. Quatro dias depois da aprovação do OGE 2015 revisado, o teve o encontro, a 10 de Fevereiro, com os membros do Conselho da República, e as questões ficam: - Como é que se pede conselho a alguém quando já temos o orçamento, que a causa da cise, revisado? Que conselhos mais o presidente quer, se já decidiu nas medidas de contenção e reduziu o OGE de 7.2 triliões de Kwanzas para 5.4 triliões de Kwanzas? Não seria coerente e sábio revisar o OGE após consultar o Conselho da República? SEGUNDO PONTO:

ANÁLISE

Analisando o discurso de abertura da reunião do Conselho da República, a 10 de Fevereiro, notando-se imposição de posições por parte do presidente e do seu Executivo, deixando practicamente pouco para a oposição. Até que ponto é verdade a afirmação do presidente, de que “não foi necessário realizar esta consulta antes porque o país vive um momento de grande estabilidade política e social e as instituições do Estado funcionam normalmente”? “A consulta é sobre as medidas adoptadas pelo Executivo para fazer face à situação económica actual, estas que os senhores têm em vossa posse”, afirmou o presidente. Que conselhos o presidente da República esperava quando já tinha as medidas adoptadas pelo Executivo e disse aos conselheiros: “estas que os senhores têm em vossa posse”? Será que é assim que se senta em torno de uma mesa em busca de conselho, quando previamente se apresenta “medidas adoptadas”? TERCEIRO PONTO: O presidente da República afirmou: “Convidei o senhor Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil, o senhor GovernadordoBanco Nacional de Angola e o Senhor Ministro das Finanças para que estes últimos apresentem urna “breve informação sobre a situação económica e financeira do país”. Para ser considerado sério, será que naquela “breve informação”, feita após a retirada da imprensa, o Conselho foi informado sobre quanto é que realmente existe nos cofres do Estado? Quanto é que restou dos excedentes dos Orçamentos Gerais do Estado dos anos das vacas

gordas? Se estas informações foram divulgadas no mesmo encontro, porquê que não foram divulgadas?Que unidade existe no combate a crise quando não existe transparência nas contas públicas? Não há seriedade no Conselho da República e nas medidas adoptadas pelo Executivo para o combate à crise, se o país não sabe quanto tem nos cofres, mas fica a depender das arrecadações futuras do petróleo. QUARTO PONTO: A principal recomendação feita pela oposição foi acerca da diversificação da economia. Diversifica-se a economia na abundância ou na miséria? Será que a oposição não deu conta que a crise orçamental ultrapassa-se na revisão do OGE, contenção e definição de prioridades básicas, ao invés de continuarmos a desperdiçar recursos em “luxos na miséria”? Será que a oposição entende que a diversificação da economia requer investimentos milionários em áreas definidas, formação de quadros e criação de indústrias? Há realmente mil e uma perguntas acerca do encontro do Conselho da República, que mais pareceu uma imposição de posições para asfixiar as actuações da oposição como tal. A participação da oposição no encontroparece ser a garantia do sentimento de partilha de responsabilidade na culpa da crise, cujo intentoé fragilizar a actuação da oposição como tal porque esta se sentirá comprometida. Maior é a probabilidade do vento levar as levianas recomendações dos conselheiros, principalmente os da oposição.

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ANÁLISE

Último bastião da oposição angolana

Marrocos - Pode acreditar, são todos iguais, a luta pela liberdade continua, o sonho da república persiste, a oposição falida insiste, e todos políticos são vaiados. Correndo contra a maré, o diferente de um país petista, assediando o fanatismo do poder político, onde a resistência consiste, e o luto abunda.

Osvaldo Mavungo

Desiludido pela posição da oposição, a potoca esta intacta, e assim estão comungados os ideais das formações das falidas oposições angolanas. As represálias nos países: Burkina Faso, RDC e outros, estão a motivar a dura realidade dos povos africanos a partirem pela liberdade. E assim, por falta de oposição, Angola continua longe dessa realidade, e o poder vai continuando arrogante e remetente na sua posição. A sede nos mata, o povo exige e o tal que se diz fazer frente, ganhou coragem, e assumem os seus interesses pelas economias, e os mesmos estão bem próximo do poder actual. De Niconge [Cabinda] à Santa Clara [Cunene],

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continuamos em pé de guerra, e a realidade continua dura, longe da solução favorável. Encurralados continuamos nós, imputados segue a dor, incerto é a nossa escravidão, passado continua histórico, os presentes continuam retidos, e o poder pode acreditar que segue somando. E assim, a sede dos não atentos vaguea. Dura foi a guerra de libertação, a fratrícida coragem que opôs a nossa pátria, e a escolta feita pelos camaradas, a genuinidade dos bons angolanos desvalorizados, e a maka dada pelo regime… todos generais. O forte regime passa a sua classe, frágil oposição continua a passos de cinderela, sem classe nem performance, e o pacato vai andando em passos do cadáver andante. Se o silicone virou moda para beleza, acho que interesses pessoais viraram obrigação da oposição angolana, “direitos iguais”, dizem. Nas moribundas terras de Angola, onde as redes sociais conduzem a liberdade de expressão,


13 onde os ateus políticos passeiam seus minhotos

assim tentem ocupar a última região que resta,

golano, país do sofismo… Tenho sérias dúvidas

pensamentos e atiram a primeira pedra porque

se assim não o for, acreditem que todos os ideais

que a oposição vai sentir a crise, para não falar

sentem-se constrangidos.

até aqui conquistados são inválidos.

dos tios do outro lado, curiosamente o problema

A história continua rascunhada, assim Angola

Agora o angolano encontrou, nas rezas para al-

é conhecido, resta aprofundar, se ainda não se

continua numa estátua, que nem ao Maomé

guns e crimes para outros, soluções para chegar

aprofundou, eles e nós, está declarada a senha,

vai. Os baratos discursos oposto seguem, os ditos

a solução dos problemas. Perdeu-se as origens,

proclamou-se a independência, em contra

perplexos da oposição seguem. Nunca concor-

crise na identidade, a cultura é colocada em

partida declarou-se uma forte luta pela liberta-

dam, as retóricas destorcida vagueam pelos

mesma situação, e todos intitulam-se do bureau.

ção das ideologias dos angolanos. O luto per-

vales e montanhas de Angola por fora.

É só dizer que meu pai é secretário do Estado,

manece nas famílias, a crise dos valores, o roubo

As afirmações seguem, petições vão embrean-

resolvido está a tua situação. É só dizer que rep-

vai virando hereditário, com os pés descalços,

do a dor de ficar fora da realidade. Sem opção,

resento a maioria, tens o caminho andado para

os falsos aterrorizam o pacato andante. Nem o

obrigados somos todos a ingressar. A dor persiste,

fugir a crise e ser mais jovem que outros jovens,

empreendedorismo serviu de excelência, sem

nem a alegria do Girabola serve de bálsamo. Os

e assim ter o espírito de patriotismo e fidelidade

vergonha nem medo, porque este último nem

esforços da libertação continuam desvaloriza-

serão exaltados.

precisa ser citado, as ditas terças quentes, quar-

dos, independência sem marcos, dura realidade

Amar a terra ficou por traz, falar da terra está

tas feitas, sei la o que mais, patrocinados pelos

do angolano, uma república comungada com

adiada, pode acreditar que está mais duro do

presentes, encantados com os mitos ocasionais.

o poder, e os jovens com iniciativas próprias en-

que foi convencer Jonas Savimbi a parar com

O futuro inspira cuidados, no histórico ficou a

tram em acção, e assim está aberta uma dita

a guerra.

vontade, pobre oposição, sem chão, a procura

oportunidade com revolta e a chicotada física,

Alguns dizem ter talentos, encontrando na músi-

de teto, deambulando sem terreno, sonhando

psicológica e financeira.

ca o falível direito de outras opções de escolha.

profundamente na esperança de um dia vir a

Sonhar pode não ser proibido, muitas vezes optar

Foi mais honesta a posição desta governação,

ser governo, alguns vão se rendendo, cientes

pela realidade fica mais fácil, e assim olhar para

pode acreditar que o parlamento não passa de

que ficou para atrás a luta. As minhas lágrimas

o sonho de uma Nação perdida, o sonho dos

uma ligeira casa das distribuições dos valores e

desorbitam, olhar para o irmão e sentir a falta de

primatas desta terra sem chão e sol para brilhar.

das fortunas.

espírito, longe das esperanças, sonhos sem suc-

Comungo nessas paragens, nem mesmo nos

O papel das igrejas igualou-se com os poderes

essos, estamos nas vésperas de todos sermos da

rostos sentimos a vontade, nem com as “bun-

governamentais, os comités também estão den-

CAP, se o tio mais velhos nos permitir, claro.

funfas” tentam minimizar a nossa dor. Eles sugam

tro dos pastorados, a dúvida prossegue, restam

Despedindo, se me permitirem, oremos todos, e

até não poder, e assim acusam as crises por es-

dúvidas sérias a existência de uma oposição

se for possível muito, porque só a mamá muxima

tarem por detrás de tudo isso. Poupem as nossas

em Angola, todas frentes foram ocupadas, nin-

não serve, exigimos dos opositores, pressionemos

almas, lavem a nossa geração, estamos todos

guém mais faz frente, calaram os nossos cora-

o governo, andemos todos na luz, e com uma

famintos e secos, valorizem a nossa geração, e

ções, invadiram a alma, sente a dor, olha o an-

paulada derrubemos o jacaré bangão.

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ANÁLISE

São Valentim. Locais preferidos dos angolanos na África do Sul

Paxtomás Vicente

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15 A província da Gauteng, na África do Sul, é onde se encontram as duas maiores cidades e capitais daquele país: a capital económica Johannesburg e a capital política Pretória. A comunidade consiste de diplomatas, empresários ou funcionários regulares, mas constitui-se maioritariamente por estudantes. Antes de abordar sobre os locais preferidos dos angolanos em Pretória e Johannesburg, aponto aqui o facto de que o ano lectivo 2015 arrancou mais cedo do que o previsto em muitas das universidades públicas e privadas, enquanto muitos angolanos ainda estavam em gojo de férias em nosso país. Também realço aqui as várias reclamações contra as medidas de contenção da crise do governo angolano, especificamente sobre o impacto na difícil tarefa de transferência de dinheiro ao estrangeiro, o que tem sido motivo de debates em corredores de universidades e outras instituições. Portanto, mesmo com a crise, muitos angolanos ainda têm o luxo de arriscar as suas poupanças nas noites de curtição à maneira angolana, como se diz cá: “Não vou me privar da vida, tenho que me sacudir porque ainda sou jovem”. A juventude usa as novas tecnologias para organizar e convidar as pessoas em festas. A via mais usada tem sido o aplicativo WhatsApp, onde são criados grupos. Para o dia 14 dos namorados, alguns or-

ganizadores angolanos residentes em Pretória,

A discoteca Taboo é uma casa noturno que é

comemoraram a data em Menlo, ao lado do

muito frequentado pela maioria dos cidadãos

Shopping Menlyn. O shopping oferece grande

angolanos residentes em Johannesburg e

variedade de diversões, desde restaurantes, lo-

Pretória, desde que o Hatfield Square, em

jas e cinemas.

Pretória, fechou nos meiados de Novembro de

Ainda em Pretória, o Dia dos Namorados, para

2014, deixando excassez de locais de eventos

muitos angolanos, oconteceu na Mesa Portu-

e casas noturnas para a maior dos Angolanos

guesa, um restaurante português que acolhe

que gostam da vida noturno. Nesta senda, a

muitos angolanos que visitam a mesma cidade.

BlueRoom, uma outra casa noturna, que antes

A Mesa portuguesa é um restaurante de re-

era pouco frequentado por angolano, acabou

nome em Pretória, e localiza-se entre Gezina e

sendo hoje a casa mãe das noites angolanas

Queenswood. É tido como um dos bons restau-

em Pretória, e é tida como refugio para os finais

rante de Pretória, pela sua variedade de pratos

de semanas, visto que o Blueroom traz consigo

e sobretudo pelos seus preços accessíveis.

uma lista de músicos famosos, tornando a mes-

Um outro restaurante de referência e com gas-

ma casa em ponto de referência.

tronomia portuguesa, é o Ninho do Pica Pau,

Actualmente, a discoteca Moloko,antes tida

que segundo alguns angolanos, substituiu o an-

como a discoteca das discotecas, é pouco fre-

tigo restaurante Katemba. O ninho do Pica Pau

quentada por já não trazer músicos de renome

teve várias reservas para o dia dos namorados e

internacional, como R. Kelly, Nelly, Ne-Yo e tantos

albergou um evento especial dedicado ao São

outros nos anos de 2013 e 2014.

Valentim. Muitos angolanos preferiram passar o

Deixo para a apreciação dos leitores, uma lista

dia do São Valentim dando volta ao Zoológico

de locais mais frequentado por angolanos, em

Nacional da África, localizada em Pretória, e

datas como o 14 de Fevereiro:

também no zoológico Botanic Garden. Já em

- Menlyn shopping (Pretória) para o cinema.

Johannesburg (Jozi), no próximo dia 20 deste

- Blueroom casa noturna (Pretória)

mês, haverá o carnaval do amor na discoteca

- News Cafe, Hatfield (Pretória)

Taboo, que é uma das casas noturna que acol-

- Kollonade Shopping (Pretória) para actividades

he melhores e bons eventos na província de

como cinema e bowling.

Gauteng. A produção do evento está a cargo

- Brooklyn Mall (Pretória) para o cinema.

de um grupo de angolano, a CG Productions,

- The Groove Mall Shopping (Pretória), onde tem

que promete trazer surpresas de Angola, como

uma quadra de gelo.

sempre têm feito em muitos dos eventos que já

- Bedford Centre Shopping (Johannesburg).

realizaram naquele país.

- Casa noturna Taboo (Johannesburg).

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EM FOCO

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Uma História de Amor à Procura de um

Final Feliz

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Sou o que sou. Não mudo de caminho ou direcção. Não corro mas deixo correr. O que me interessa é viver. Adoro amar sem condição. Peço desculpa e exijo perdão. No fim de contas, escolho sempre o tudo ao nada. Para grandes males grandes remédios! Nada como o tempo e uma boa gargalhada. Gosto das contradições mas liberto-me das tradições. Antes o silêncio que meias verdades. Faço amor e dou-me por perdida. Adoro ficar cansada. Luto com garra e nunca me dou por vencida. Sofro e faço sofrer. Sou guerreira por natureza. Vulnerável e felina. Sou apaixonada, doce e feliz. Uma mulher de sonhos! Sou amiga, menina e moça. Uma criança qualquer… Dou tudo, tudo, tudo! Tudo mesmo! E recebo muito, muito, muito! Muito mais… E tudo faz sentido porque acredito no Amor”. É com estas palavras, que a escritora Cristina Câmara, conhecida nas lides literária por Lueji Dharma, descreve a sua personalidade. Conforme a agenda, a sua obra literária, «Uma História de Amor à Procura de um Final Feliz», foi oficial lançada a 14 de Fevereiro deste ano, na Praça da Independência, em Luanda, e várias foram as pessoas que o adquiriram em primeira mão, como o caso do músico angolano Anselmo Ralph, na foto à direita. revistacibernética


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EM FOCO «Uma História de Amor à Procura de um Final Feliz» é o retrato em romance da vivência de uma jovem mulher apaixonada, que decide guardar os seus segredos num diário, à sete chaves, até um dia antes do seu casamento. “Experimento pela milésima vez o vestido de noiva cuidadosamente escolhido, a pedido da minha irmã e prima. Fazem questão de viver comigo a minha última noite como solteira”, assim começa a história. Sendo noiva da personagem Rodrigo, a atriz principal da narrativa escondia o seu segredo até aquele momento especial, quando as suas duas cúmplices decidiram motiva-la a desvenda-lo. “Como esconder algo de duas mulheres cuja curiosidade foi aguçada?! — Não quero abrir esse baú! — reclamo. — Não quero revelar esse segredo esquecido. Não quero desenterrar o passado!”, narrou no livro. Neste confronto de ideias, a personagem principal foi compelida a desmistificar o segredo de um amor ardente, vivido com uma paixão de uma relação que se tornou impossível de se revistacibernética

concretizar, com o vilão carismático do conto, o Leão Magno. O segredo que era para ser deixado para traz, transformou-se num entrave que forçou a questão de “casar ou não casar”, sendo que ainda existia sentimentos da noiva para com um outro homem, o Leão Magno. Conforme narra Francisco Kalenga, no prefácio do livro: “O leitor tem a oportunidade de conhecer um espirito irónico, outras vezes aguçado e injusto, aqui meigo e amoroso, ali prático”. “O enredo complexo desvela-se ao leitor por momentos que vão construindo o logos da

história. Neste aspecto, revela-se a inteligência e a imaginação da Autora que, por vezes, roça o surrealismo”, explica. Para Francisco Kalenga, ao ler o livro, o leitor também observará a aplicação da regra do teatro que é também uma regra do mundo: contar a verdade como mentira e mentira como verdade. A Revista Cibernética recomenda esta “promessa literária” à todos os apaixonados e amantes da leitura. O livro «Uma História de Amor à Procura de um Final Feliz» pode ser adquirido em Luanda no Ana Plaza, Verdinha e na Tchi Criativa.


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TECNOLOGIA Operadora cria o WhatSim, chip exclusivo para o Whatsapp Não permite fazer ligações convencionais

Samsumg prepara smartphones com ecrã flexível já para este ano

Aproveitando a onda de sucesso do Whatsapp, e a chegada do app nos computadores, o empresário italiano Manuel Zanella, da operadora Zeromobile, lançou um chip para uso ilimitado do serviço de mensagens do aplicativo em 150 países, por €10 por ano. Segundo o criador do chip, o objetivo da operadora é oferecer roaming de baixo custo para pessoas que viajam muito. ‘’O problema mais comum é que a conexão de roaming de dados é geralmente cara, e o Wi-Fi não está disponível em todos os lugares e frequentemente não é de graça’’, disse Manuel Zanela, CEO da Zeromobile. Mesmo pagando a anuidade de €10, será necessário colocar créditos no aparelho, pois o envio de vídeos, fotos, mensagens de voz e recursos como compartilhar a localização serão cobrados separadamente. O WhatsSim também não permite ao aparelho fazer ligações convencionais. O WhatsSim pode se conectar com operadoras do mundo todo, está disponível para compra na internet e pode ser entregue no Brasil. A Zeromobile também pretende lançar uma versão especial do chip em países pobres, pela metade do preço. O serviço começa a funcionar no dia 26 de fevereiro deste ano.

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No decorrer do Samsung Investor Fórum 2014, em Nova Iorque, o vicepresidente da equipa de estratégias de negócio da mesma empresa, Lee Chang-Hoon, confirmou que a gigante produzirá entre 30 mil e 40 mil unidades de ecrãs flexíveis por mês, até ao final de 2015. O primeiro dispositivo a utilizar esta tecnologia flexível poderá ser lançado até ao final de 2015 mas, segundo a empresa, “ainda nada foi decidido sobre o produto final”. O desenvolvimento de ecrãs flexíveis é apenas uma fase da “batalha” que os fabricantes terão, no que diz respeito a smartphones flexíveis, uma vez que ainda fica por desenvolver os restantes componentes (processadores, baterias, etc.), de modo a serem também eles, flexíveis. Há quem se pergunta se qual é a vantagem de um smartphone flexível? Ainda não se sabe ao certo, mas, teoricamente falando, a capacidade de se dobrar um smartphone, torna-o mais compacto, duradouro e resistente em pressões sobrepostas.



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TECNOLOGIA

Cuidado com o que diz, a sua Smart Tv pode ouvi-lo A nova política de privacidade para as «Smart Tv» da Samsung permite à empresa ouvir tudo o que os utilizadores dizem. Também conhecidas como «Tv conectada» ou «Tv híbrida», as «Smart TV» têm internet e outras das caraterísticas da Web 2.0 integradas e permitem a ligação das mesmas aos computadores. O software de reconhecimento de voz, integrado nestas televisões, transmite dados sobre o que os utilizadores dizem e são posteriormente descodificados por computadores. A ferramenta pode ser desligada nas definições mas, apesar do trabalho de reconhecimento de voz ser parado, a Samsung continuará a colecionar dados sobre como as pessoas usam a televisão. «Se um consumidor consciente usa o reconhecimento de voz, tem de saber como funciona. Os dados de voz são fornecidos a uma terceira pessoa durante uma busca de comando. Depois os dados são enviados para um servidor, que procura o conteúdo solicitado, e em seguida, retorna o conteúdo desejado para a televisão», afirma a Samsung em comunicado. A Samsung defende que os dados são codificados para ficarem seguros e que os proprietários podem, através do wi-fi, desligaram-se da televisão e mesmo assim continuar a manter os dados seguros. Os utilizadores podem também ativar o recurso através de um microfone no ecrã da televisão. «A Samsung não irá guardar as palavras ditas, a Samsung continua a recolher dados de textos associados e outros dados para poder avaliar o desempenho do produto e melhorá-lo», afirma a empresa. A possibilidade de enviar dados para terceiros, tal como todo o processo de reconhecimento de voz, fez com que muitos utilizadores comparassem a política da Samsung com a fição distópica de George Orwell, com o nome de «mil novecentos e oitenta e quatro». Um deles é Parker Higgins um ativista da «Electronic Frontier Foundation» - organização sem fins lucrativos cujo objetivo é proteger os direitos da liberdade de expressão no contexto da era digital nos Estados Unidos que afirma que o produto apresenta semelhanças com os «telescreens» que espiavam os telespetadores, ou seja, um tipo de tecnologia de telecomunicação bidirecional descrita no livro «Mil novecentos e oitenta e quatro». «Qualquer som que Winston faz, acima do nível muito baixo do sussuro será captado pela tela. Além disso enquanto permanecer dentro do campo de visão da placa de metal que comanda, poderá ser visto e poderá ser ouvido. Claro que não havia forma de saber quando é que se estava ser observado e em que momento. Quantas vezes ou em quantos sistema estava conectado a ‘política do pensamento’», es-

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creve no livro George Orwell Muitas pessoas vêem esta política como um aviso sobre a nova tendência de ter dispositivos com internet em casa que dizem permitir às empresas colecionar mais dados sobre os utilizadores do que nunca. Os estados membros reagiram com um alerta aos utilizadores: «Por favor esteja ciente de que as palavras são ditas por humanos e todas as informações são pessoais». A Samsung defende-se dizendo que a política de privacidade foi uma tentativa de ser transparente para com os utilizadores de modo a ajudá-los a fazer escolhas informadas sobre a possibilidade de utilizar este tipo de recursos nos aparelhos televisivos. A empresa não foi o primeiro fabricante a produzir uma «Smart Tv» e a sofrer reprimendas. Em 2013, um utilizador deste tipo de televisões descobriu que a televisão da marca LG que tinha em casa estava a enviar dados sobre os canais visualizados, mesmo com a função de privacidade ativa. O assunto ficou conhecido e a pressão exercida levou a marca em causa a criar uma atualização de software que garantia a todos aqueles que não queriam compartilhar informações desligar a coleção de dados. Fonte: tvi24.iol.pt

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LASER

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Dez curiosidades sobre a vagina que podem mudar a sua vida Se você que está lendo esta reportagem é uma mulher, provavelmente, se identificará com pelo menos alguns dos itens listados abaixo. Se é homem, o texto pode ajudá-lo a entender melhor a sua parceira. O assunto? A vagina. Para começar, é preciso diferenciar vagina de vulva. A vulva compreende toda a genitália feminina, incluindo a vagina, que é apenas o canal interno da vulva. Mas até os médicos se referem ao conjunto como vagina. O inglês Jamie McCartney criou, em 2011, o “Great Wall of Vagina” (grande mural da vagina, em tradução livre), que traz 400 órgãos esculpidos de gesso, formando um conjunto de dez painéis, justamente para mostrar que, assim como o pênis, cada vagina tem formato, tamanho (pelo menos externo) e aparência diferentes. “Muitas mulheres se preocupam com o aspecto do seu órgão genital e o comparam. Pensei que quando elas vissem todas aquelas vaginas no mural se sentiriam mais seguras. É a arte com um propósito social, além de ser um espetáculo surpreendente, claro”, afirma o artista. Jamie, que disse conhecer apenas cerca de dez das 400 que serviram como voluntárias para o projeto, contou que teve como objetivo “libertar as mulheres da ansiedade e dúvida sobre a estranheza de seu corpo”. E deu resultado: “Várias me mandaram e-mails falando que meu trabalho mudou suas vidas, que a autoestima aumentou. Isso é incrível”.

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LASER

Confira a lista das dez

curiosidades

1. Tamanho: a vagina é elástica e, segundo Flávia Fairbanks, membro da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), o tamanho muda de acordo com a idade. “Na fase adulta, tem de 7 cm a 8 cm de comprimento, em repouso. Durante a relação sexual, essa medida pode chegar a 12 cm de comprimento e 3 cm de largura”, afirma. Flávia explica que a cavidade vaginal atinge o máximo de dilatação durante o trabalho de parto: 10 cm. 2. A vagina “fala”: marcas ou manchas na calcinha, mau cheiro e coceira podem ser sinais de alguma doença. O corrimento, porém, nem sempre é um problema: quando é inodoro, trata-se de um mecanismo natural de defesa da mulher. “Quanto ao sexo, dor durante a penetração ou dificuldade de lubrificação podem denunciar uma disfunção sexual que precisa de tratamento”, explica a terapeuta sexual Paula Napolitano. 3. Ruídos: você já se constrangeu durante o sexo por causa de algum barulho na hora da penetração (parecido com gases)? “É normal. Com o movimento sexual, pode haver a entrada de ar na vagina”, afirma Carolina Ambrogini, ginecologista, sexóloga e coordenadora do Projeto Afrodite da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). 4. Depilação não faz mal: de acordo com as ginecologistas Flávia Fairbanks e Carolina Ambrogini, os pelos servem como proteção contra atrito e entrada de corpos estranhos na vagina. Porém, não há mal nenhum em depilá-los. “Para as mais sensíveis, deixá-los é mais confortável, por conta do atrito, mas nada é proibido ou prejudicial”, diz Carolina. 5. Plásticas: algumas mulheres se incomodam com o tamanho dos lábios genitais e buscam na cirurgia plástica a saída para se sentirem mais confortáveis com seu corpo. Segundo Luiz Carlos Ishida, cirurgião plástico e membro da SBP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), a procura por esse tipo de intervenção aumentou. “Em 2010, realizávamos cerca de quatro operações dessas por ano. Hoje, não passamos uma semana sem fazer”. 6. O poderoso clitóris: muitas mulheres chegam ao orgasmo apenas com o estímulo do clitóris, que está localizado na parte exterior da vulva. Segundo Paulo Tessarioli,

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psicólogo especialista em sexualidade humana, o órgão tem cerca de oito mil terminações nervosas e, por isso, é tão sensível. “Esse detalhe da anatomia feminina é muito curioso, já que a mulher tem um órgão destinado exclusivamente ao prazer”, afirma. 7. Tamanho não é documento: se formos levar em consideração a possibilidade de prazer feminino, a afirmação de que o tamanho do pênis não importa procede. “Os cinco primeiros centímetros da vagina são os mais ricos em terminações nervosas e, por isso, dizer que o pênis maior dá mais prazer é um mito”, explica a terapeuta sexual Paula Napolitano. Além disso, a vulva pode ser explorada por inteiro. 8. Transpiração e ventilação: muitas mulheres se incomodam com o suor vaginal, mas, de acordo com Flávia Fairbanks, por ter grande quantidade de glândulas sudoríparas, a transpiração é natural. “Algumas mulheres relatam que é a região do corpo onde mais suam”, conta. Ela explica que, como é um órgão fechado e, por isso, quente e úmido, é favorável à proliferação de fungos e bactérias. “Por isso, quanto mais ventilado for, menores as chances de infecções. Dormir sem calcinha ou usar peças 100% algodão é altamente recomendado”. 9. “Autolimpeza”: segundo a médica Flávia Fairbanks, o corrimento inodoro e esbranquiçado é o responsável por eliminar toxinas, bactérias e células mortas vaginais. Justamente por isso, não é preciso lavar o canal vaginal. “Usar água e sabonete com pH neutro na região externa já é suficiente para manter a higiene”, diz. 10. Ginástica vaginal: o pompoarismo é um treinamento da musculatura vaginal que aumenta o prazer sexual do casal durante a penetração. Além disso, a vagina é composta por músculos e precisa ser exercitada, assim como o resto do corpo, segundo a terapeuta sexual Paula Napolitano. “Faz parte do bem-estar e do autoconhecimento feminino. Exercícios como os de contração e relaxamento ajudam a fortalecer a musculatura e deixam a vagina mais sensível. São muito indicados para problemas que podem surgir com a idade, como a flacidez genital e a incontinência urinária”. Fonte: geledes.org

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FILME

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SELMA

Um sonho pode mudar o mundo

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No seu título adaptado em língua portuguesa, “Selma – Uma luta pela igualdade” é um filme drama histórico dirigido pela produtora Ava DyVemay, que retrata a biografia do pastor protestante e activista social Martin Luther King Jr, representando pelo actor David Oyelowo, que liderou manifestações pacíficas em 1965, entre a cidade de Selma, no interior do Alabama, até a capital do estado, Montgomery, em busca de direitos eleitorais iguais para a comunidade afro-americana.

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A Revista Cibernética recomenda o filme aos cipal, o drama também foi nomeado ao Ósseus leitores, principalmente para activistas car com a música “Glory”, de John Legend e cívicos ou de direitos humanos, pois pode ser- Common, que ganhou um Globo de Ouro. vir de inspiração pelas causas nobres e justas Para além do actor princiapal, David Oyelowo, que muitos lutam para alcansar. Selma é um a representação de outras figuras no filme, infilme bastante motivacional, dramatizando clui u elenco de nomes famosos e outros em as campanhas reais que tomaram espaço ascensão, como: Carem Ejogo (representanna cidade de Selma, no Alabama – Estados do Coretta Scott King), Tom Wilkinson (como Unidos da América, onde cidadãos negros Lyndon B. Johnson), Cuba Gooding Jr. (como tiveram seus direitos a voto negados sistemati- Fred Gray), o músico Common (como James camente. O trabalho é mais um contributo à Bevel), Wendell Pierce (como o reverendo Hohistória, pelo retrado do legado do lendário sea Williams), Stan Houston (como o xerife Jim activista Martin Luther King Jr.

Clark),Stephen James (como John Lewis), Ni-

O trabalho cinematografico teve a sua cer- gel Thatch (como Malcolm X), Keith Stanfield imônia de lançamento oficial a 5 de Fevereiro (como Jimmie Lee Jackson), Tim Roth (como deste ano, concretizado para as celebrações o governador George Wallace) e Oprah Windos 50 anos das manifestações do mítico Mar- frey (que representou a figura de Annie Lee tin Luther King Jr. Foi um dos concorrentes na categoria Melhor Filme do Oscar 2015, e além da categoria prin-

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Cooper).



Desejamos-te um

Feliz Dia dos Namorados revista

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