POSTAL 1281 4MAR2022

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Interdita venda na distribuição quinzenal com o jornal

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Consultadoria informática para empresas

4 de março de 2022

1281 • €1,5

Diretor: Henrique Dias Freire Quinzenário à sexta-feira

postaldoalgarve

140.711

www.postal.pt

GUERRA RÚSSIA - UCRÂNIA

🇷🇺 Kremlin sofre ciberataques sem precedentes

com os principais acontecimentos P6 a 12

P8

🇺🇦 Vigília solidária pela Ucrânia em Vila Real de St António 🇺🇦 Tavira junta-se a campanha solidária a favor da Ucrânia 🇺🇦 ABC cria estrutura de apoio a P11

P9

COVID-19. Dois anos

Mais informações em www.hpz.pt

ALGARVE SOLIDÁRIO

🇺🇦 Algarve envia toneladas de ajuda à Ucrânia 🇺🇦 IEFP e Turismo do Algarve

querem receber refugiados com oferta de emprego e casa P12 e 13

IMPRESSORAS SOFTWARE IT SERVICES

P10

ucranianos afetados pela guerra P10

Há 459 casas no Algarve avaliadas nas Finanças acima de €1.000.000 P6

PAULO SERRA

O mundo que conhecíamos, de Alice Hoffman Um Vasto Céu Azul, de Kate Atkinson O Jardim sem Limites, de Lídia Jorge CS20 e 21 PAULO LARCHER

O Algarve de Costa-a-Costa: Cacela, a Velha CS16

ai1645614700141_Rodapé Duplo_Capa_25x8cm_AgrilojaTavira_4 Março.pdf 1 23/02/2022 11:11:41

E ainda Valores fiscais pelos quais as casas estão registadas estão muito distantes Veja concelho a concelho no Algarve P4

JORGE QUEIROZ

RAMIRO SANTOS

SAÚL NEVES DE JESUS

MARIA JOÃO NEVES

Algarve e a história cultural: renascimento, luzes e sombras CS17 Qual o valor da arte em NFT? CS15

A Avó Algarvia de Camões CS19 A falha do sistema CS18 PUB.

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REGIÃO

Andaluzia vai “pressionar” Redação, Administração e Serviços Comerciais Rua Dr. Silvestre Falcão, 13 C 8800-412 Tavira - ALGARVE Tel: 281 405 028 Publisher e Diretor Henrique Dias Freire Diretora Executiva Ana Pinto

REDAÇÃO

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Publicidade e Assinaturas Anabela Gonçalves - Secretária Executiva anabelag.postal@gmail.com Helena Gaudêncio - RP & Eventos hgaudencio.postal@gmail.com Design Bruno Ferreira

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Tiragem desta edição

6.500 exemplares

governo central para concretizar ligação ferroviária ao Algarve

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presidente do Governo Regional da Andaluzia, Juan Manuel Moreno, garantiu esta quarta-feira que vai continuar a “pressionar muito” o governo central espanhol para que seja concretizada a obra da ligação ferroviária de alta velocidade entre o Algarve e Sevilha. “Com os fundos europeus, [a obra] pode ser feita. Consideramos que é necessária e oportuna e o governo da Andaluzia vai pressionar muito o governo de Espanha para que essa obra se concretize”, disse o responsável aos jornalistas, à margem da assinatura do protocolo de Cooperação Transfronteiriça da Comunidade de Trabalho Eurorregião Alentejo-Algarve-Andaluzia (EuroAAA). O líder do Governo Regional da Andaluzia frisou que, nos planos estratégicos de transportes e comunicações trabalhados em conjunto com o governo central, foi colocada “como prioridade” a ligação ferroviária com Faro, via Huelva. Esse projeto, notou o governante andaluz, permitiria “gerar sinergias” para “potenciar a EuroAAA como

um dos grandes destinos turísticos do mundo, sobretudo do sul da Europa”. Juan Manuel Moreno, que no seu discurso já tinha considerado que o caminho para a concretização, a médio e longo prazo, da ligação ferroviária Faro-Sevilha é “irrevogável”, acentuou que existe “uma atitude muito positiva” em Madrid sobre a obra, “que tem de ser traduzida, no papel, num projeto viável, com prazos e investimentos”. Na cimeira luso-espanhola de 2020, na Guarda, a discussão sobre o prolongamento do comboio de alta velocidade até ao Algarve ficou fora da estratégia comum de desenvolvimento transfronteiriço, apesar da pressão portuguesa em sentido contrário. Por seu turno, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, mostrou na mesma ocasião uma renovada esperança na concretização do projeto: “Já vi a situação mais difícil”, disse aos jornalistas. “Na última cimeira, ouvi da parte da primeiro-ministro do governo do reino de Espanha outra recetivida-

de para analisar e voltar a estudar o dossiê”, acrescentou, garantindo que a matéria “vai continuar a ser uma insistência” de Portugal, até por observar “uma eurorregião muito empenhada e a região da Andaluzia muito comprometida com este projeto”. A assinatura do protocolo de Cooperação Transfronteiriça da Comunidade de Trabalho Eurorregião Alentejo-Algarve-Andaluzia, que substitui os extintos acordos entre as duas regiões portuguesas e a região espanhola da Andaluzia, juntou esta quarta-feira responsáveis das três regiões em Faro. A eurorregião está a trabalhar em três projetos estruturantes, ao nível da prevenção e combate aos incêndios florestais (CILIFO – Centro Ibérico para a Investigação e Luta contra os Incêndios Florestais), da segurança marítima (CIU3A – Centro de Investigação Universitário Alentejo-Algarve-Andaluzia) e das temáticas da cultura e criatividade (Centro Magalhães). “Estes três projetos representam investimentos de 73,3 milhões de

euros, financiados em mais de 50 milhões” com verbas do programa operacional POCTEP, sublinhou Ana Abrunhosa, enfatizando o papel da cooperação transfronteiriça para “resolver problemas em conjunto” e concretizar obras como a da nova ponte sobre o rio Guadiana, entre Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana, inserida no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A especialização inteligente, a conectividade, a economia do mar, a promoção conjunta, a água e a ciência foram algumas das áreas consideradas “decisivas” para o futuro das três regiões por Juan Manuel Moreno e pelos presidentes das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve e do Alentejo, José Apolinário e António Ceia da Silva. O presidente do Governo da Andaluzia prossegue na quinta-feira a sua agenda ao Algarve, com uma visita ao Centro Regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve e à Base de Helicópteros de Serviço Permanente de Loulé, no contexto do projeto CILIFO.

Portimão: esclarecimento sobre a doença de Parkinson O Auditório do Museu de Portimão recebe, no dia 25 de março, pelas 18:00, uma sessão de esclarecimento subordinada ao tema “sintomatologia não motora na doença de Parkinson”, destinada a pessoas com Parkinson, familiares, cuidadores, profissionais de saúde e público em geral. A sessão será moderada pela neurologista Edmeia Monteiro e terá como oradora a neurologista Rita Simões. Serão abordadas as manifestações não motoras da doença. A doença de Parkinson é do foro neurológico, sen-

do crónica, de evolução lenta e progressiva, na qual se perdem os mensageiros químicos produzidos pelo cérebro, responsáveis pelo controlo dos movimentos. Daí ser classificada entre as chamadas “doenças do movimento”. Se for diagnosticada a doença de Parkinson deve não entrar em pânico, seguir rigorosamente os conselhos do Neurologista, não se isolar, descobrir as vantagens de se associar com outras pessoas com a doença, procurar saber tudo sobre a doença e como combater os sintomas.

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REGIÃO CRIADO HÁ 15 ANOS

Banco Alimentar do Algarve é hoje o quarto maior do país

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Banco Alimentar do Algarve é atualmente o quarto maior do país, distribuindo por ano 3.500 toneladas de alimentos e tendo atingido no pico da pandemia um “máximo histórico” de pessoas apoiadas, disse à Lusa o seu presidente. Em declarações à Lusa por ocasião do 15.º aniversário da Instituição Particular de Apoio Social (IPSS), criada em 01 de março de 2007, Nuno Cabrita Alves afirmou que foi o crescimento e consolidação da estrutura que permitiu apoiar, no pico da pandemia, um “máximo histórico” de cerca de 30.000 pessoas. “O Banco Alimentar do Algarve começou há 15 anos com uma distribuição média anual na ordem das 400 toneladas, hoje distribui perto de 3.500 toneladas de alimentos por ano só aqui na região do Algarve, o que fez com que, sendo o 12.º banco a abrir em Portugal, hoje seja o quarto maior banco do país numa rede de 21”, quantificou. Nuno Cabrita Alves reconheceu que o número de pessoas apoiadas tem registado “altos em baixos” e, se numa “primeira fase, com o início da operação, as instituições começaram a aderir e isso fez com que se fosse aumentando o número de pessoas”, a seguir chegou “a crise financeira” e o “número de pessoas apoiadas também cresceu” de “forma significativa”. Após a crise, o Banco Alimentar algarvio atingiu um “valor histórico muito baixo de pessoas a serem apoiadas”, mas ao ser “declarada a pandemia de covid-19 e decretado o primeiro ‘lockdown’ [confinamento], o Banco, automaticamente, no espaço de poucos dias, recebeu exponencialmente um número enorme de pedidos”, contrapôs. O Banco Alimentar do Algarve alcançou “valores nunca atingidos” e passou então “do mínimo histórico para o máximo histórico, chegando perto das 30.000 pessoas” apoiadas, sustentou aquele responsável, frisando que esse número já

se “tem vindo a ajustar para baixo” com o aliviar das restrições impostas para conter a pandemia de covid-19. Se, num primeiro momento, o “crescimento sustentado” e a capacidade de chegar ao “máximo de parceiros possível” trouxe “um aumento da oferta” e permitiu “ter alimentos em quantidade” para prestar apoio aos mais carenciados, atualmente, a resposta já se distingue “também pela diversidade”, sublinhou. “Em 2007, estaríamos a falar de um cabaz com massa, arroz, atum, salsichas, leite e pouco mais, enquanto hoje falamos num cabaz que, além desses produtos, tem frutas, verduras, queijo, manteiga, iogurtes, peixe, carne, pão, ou seja, houve um aumento claro da quantidade, mas também da diversidade de produtos a distribuir”, exemplificou Nuno Cabrita Alves. Questionado sobre a implantação territorial do Banco Alimentar do Algarve, Nuno Cabrita Alves respondeu que, logo “em 2008, já se estaria a apoiar instituições em todos os 16 concelhos da região”, mas, esclareceu, o número de instituições apoiadas varia em função do território. “O grosso do impacto no Banco faz-se nos concelhos de Olhão, Faro e Loulé, pela quantidade de instituições que são apoiadas, que, em alguns concelhos, ascende a 20 instituições apoiadas. Mas, por outro lado, temos os concelhos periféricos, como é o caso de Castro Marim, Alcoutim, Monchique ou Aljezur, ou Lagos ou Vila do Bispo, onde muitas vezes só temos uma instituição em cada território”, observou. Sobre o financiamento, o presidente da instituição disse que parte dos apoios advêm de “donativos da sociedade civil em geral e das empresas”, embora outra parte do financiamento seja “altamente suportada pelas Câmaras Municipais”. “Começámos, e durante muitos anos, tivemos um orçamento anual na ordem dos 10.000 euros. Por incrível que pareça, e não me engano no

número, são 10.000 euros. Hoje, ascende a perto de 300.000 euros”, indicou. AF_Mupi Eunice Muñoz.pdf

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Segundo Nuno Cabrita Alves, o crescimento gradual do orçamento anual do Banco

Alimentar do Algarve teve um “efeito multiplicador”, permitindo que hoje se apoie a população

da região “com mais de quatro milhões de euros de doações e alimentos”. PUB.


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REGIÃO

Valores fiscais pelos quais as casas estão registadas estão muito distantes concelho a concelho FOTO D.R.

É em Castro Marim onde o valor patrimonial tributário está mais distante do valor de mercado – as casas estão registadas no Fisco por 34% do valor médio das transações nos últimos cinco anos. No lado oposto encontra-se Portimão (61%). Deixamos-lhe aqui as comparações por concelho. No espaço de cinco anos, 20% a 30% dos prédios para habitação mudaram de dono em 30 concelhos do país. No Algarve, é no concelho de Alcoutim onde estão concentradas as casas de mais baixo valor - 96% estão avaliadas muito abaixo dos 50 mil euros. Em Loulé, foram vendidos a uma média de 264 mil euros. Em Castro Marim e Lagos, entre 202 e 201 mil euros. Já em Lagoa, Albufeira e Vila do Bispo, oscilaram entre os 187 mil

Calculando as diferenças, Castro Marim é onde o valor patrimonial está mais distante do valor de mercado — em média, as casas estão no Fisco por 34% do valor médio das transações nos últimos cinco anos. Tavira e São Brás de Alportel seguem-se na lista, com os imóveis a valerem 38%, seguido por Olhão (39%). Já Portimão, é onde o valor patrimonial está menos distante do valor de mercado (61%).

e os 173 mil euros em termos médios, segundo dados fornecidos ao Expresso pela Confidencial Imobiliário.

Nas Finanças, contudo, os valores fiscais pelos quais as casas estão registadas estão muito distantes. Em

Loulé, valem 117 mil euros, o valor médio mais alto do Algarve. Em Lagos e Lagoa, entre 104 e 101 mil euros.

Nos quadros que lhe deixamos, encontrará o valor comercial dos imóveis, correspondente ao valor médio dos negócios feitos nos últimos cinco anos (2017 a 2021) por concelho; o valor patrimonial, que corresponde ao valor médio pelo qual os prédios estão registados nas Finanças, em cada concelho; e o peso do valor fiscal no valor de mercado, para expressar a desproporção de preços entre as duas realidades.

DIFERENÇA ENTRE O VALOR PATRIMONIAL E O VALOR COMERCIAL DOS IMÓVEIS Cálculos Expresso, que não incluem o concelho de Alcoutim

Diferença entre o valor comercial (valor médio de venda, entre 2017 e 2021) e o valor patrimonial médio por prédio (2021), em euros. Fonte: Ministério das Finanças (valor patrimonial tributário), Confidencial Imobiliário (preço médio de venda)


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REGIÃO

Há dois espaços com nova gerência na cidade de Olhão: um restaurante e um Coffee Shop & Cervejaria FOTOS D.R.

O Novo Palladium renasce pelas mãos de Luís Batista e Paula Coelho

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e portas abertas ao público desde novembro do ano passado, O Novo Palladium, localizado na Rua 18 de Junho, nº 89, em Olhão, renasceu pelas mãos de Luís Batista e Paula Coelho.

Restaurante do Grupo Naval de Olhão é comandado por Carlos e Carla Gomes

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e residir, for em passeio ou trabalho a Olhão, não deixe de almoçar, ou petiscar, consoante a vontade, no Restaurante do Grupo Naval de Olhão, ali mesmo junto ao cais de embarque! Seja no interior do restaurante ou na esplanada coberta, o serviço é descontraído e despachado. Carlos e Carla Gomes assumiram o leme desde o dia 1 de dezembro do ano passado e não podiam estar mais satisfeitos com a reação dos clientes à mudança, tanto com a cozinha liderada por Carla, como na sala com o próprio Carlos. Ambos com muita experiência no setor, habituados à organização, planeamento e rigor que lhes é exigido, já sentiram os votos de confiança por parte de quem os visita regularmente. Ali, os perfumes que nos chegam da cozinha, sabem mais a mar, apesar da carne fazer diariamente parte do menu.

A aposta é nas cataplanas, no arroz de tamboril ou de marisco, nas massadas de peixe, na raia alhada, no pregado, nas douradas, no robalo escalado, entre outros. O conceito da casa inclina-se cada vez mais para servir comida de tacho. O restaurante funciona todos os dias das 08:00 às 00:00, com folga apenas à segunda-feira, daí que sugerimos que o vá visitar sem pressas e aguarde a magia de Carla Gomes, que embora tenha um passado ligado à produção de folares, é na cozinha que realmente brilha e se revela! Se o grupo que vai consigo for grande, não se preocupe porque o interior tem capacidade para 48 lugares sentados e nas esplanadas, coberta e descoberta, perfazem 110 lugares possíveis. Aconselhamos a ir ao final do dia para observar o pôr do sol na companhia de uma cerveja ou de um bom copo de sangria.

A história deste espaço, remete-nos para os anos 90, período em que Luís Batista, recém-formado em cozinha e pastelaria, dava os primeiros passos como profissional do setor e como funcionário do “Paladium”, na altura gerido por António e Fátima. Há ainda muita gente que se deve lembrar da casa nessa altura! Surge hoje, com esta designação, tendo sido sujeita a algumas remodelações e com um conceito de coffee shop e cervejaria. Para aguçar o apetite, comecemos pelos pequenos almoços, nada inferiores a qualquer hotel, servidos numa tábua onde não faltam os croissants, pão, carnes frias, queijo, ovos com presunto, cereais e fruta, meia de leite com o parceiro “lavazzacoffee” e pastelaria fina, belamente produzida por Paula Coelho. Aos fins de semana os brunchs fazem as delícias de quem os visita. Os almoços, incluem diariamente sopa e o prato principal, sendo que

a Galinha frita crocante, inspiração que Paula foi buscar à sua terra de origem, junto à base das Lages nos Açores, pretende tornar-se a marca da casa. Mas continuando o desfile de sabores, pode optar pelo hambúrguer açoriano, servido em pão do caco, com carne dos Açores, naturalmente, queijo da Ilha e espinafres ou por uma magnifica sandes de bochecha de porco, tostas de alheira, polvo ou marisco. Como acompanhamento, dispõem de um grande leque de cervejas, adequadas à carne, ao peixe, etc. Como está a funcionar todos os dias, das 08:00 às 22:00, se tiver fome, ou pretender juntar família e amigos para celebrar o encontro ou qualquer outro evento, o Novo Palladium, dependendo do dia, também serve uma boa feijoada de biqueirão, ou um risotto de cogumelos com carapau alimado, um belo arroz de pato se for amante de aves, um arroz malandrinho de peixes e mariscos e outros. Não dê por terminada a refeição sem provar uma Pavlova ou um pastel de Tentúgal primorosamente confecionado pela chef. Num espaço amplo e acolhedor como este, vai querer voltar e dar a apreciar aos amigos!

Projeto “Alcoutim Sempre Solidário” vai ser apoiado com veículo elétrico O Município de Alcoutim adquiriu um veículo elétrico de sete lugares de apoio ao projeto “Alcoutim Sempre Solidário”. A compra, com um valor de 38.170 euros, foi financiada a 75 % pelo BPI e a Fundação “la Caixa”, no âmbito da Iniciativa Social Descentralizada 2021. A Iniciativa Social Descentralizada 2021 destina-se a apoiar projetos sociais de âmbito local de instituições privadas ou públicas sem fins lucrativos, que sejam Clientes BPI. “O projeto ‘Alcoutim Sempre Solidário’ tem como objetivo promover a igualdade de oportunidade de acesso a serviços na área da saúde e bem-estar, contribuindo simultaneamente para a sustentabilidade ambiental, promovendo assim a qualidade de vida da população”, explica a autarquia alcouteneja em comunicado, acrescentando que é “um programa de apoio à população, que consiste na entrega, na respetiva residência, de bens alimentares e medicamentos, bem como, o transporte de munícipes para consultas de diferentes especialidades”. O programa destina-se à população em geral e abrange 400 beneficiários diretos. Para o presidente da autarquia, Osvaldo Gonçalves, “para além da vertente social, este projeto engloba também objetivos a nível da sustentabilidade ambiental”. A viatura elétrica agora adquirida “será a primeira viatura elétrica a pertencer à frota automóvel do município, marcando assim o início, daquele que se pretende ser o momento de viragem, na construção de uma frota automóvel “amiga do ambiente”.

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Todos os dias deliciosos pequenos almoços, almoços e jantares! *Brunchs ao fim de semana.

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Saiba onde estão, concelho a concelho No Algarve há 459 de casas acima de 1 milhão de euros e a grande maioria encontra-se em Loulé, 328 (pesam 71,5% do total regional). Quatro concelhos do Algarve e Cascais têm os valores fiscais das casas mais altos do país; Alcoutim, Mértola e Vinhais os mais baixos.

Há 459 casas no Algarve avaliadas nas Finanças acima de €1.000.000

CRONOLOGIA DOIS ANOS COVID-19

Principais acontecimentos da pandemia em Portugal A covid-19 matou em dois anos mais de 21 mil pessoas em Portugal, das quais 690 na região algarvia. Infetou mais de três milhões pessoas, quase 135 mil no Algarve. Em dois anos, Portugal teve vários dias sem registar mortes devido à doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2 mas também chegou a ter 300 óbitos num só dia. Com mais ou menos infeções ou mortes, Portugal atravessou cinco vagas de pandemia e nunca mais teve, nos últimos dois anos, um único dia sem infeções por covid-19. São os seguintes, cronologicamente, os principais momentos da covid-19 em Portugal:

Mês 1 - Ano 2020

02 mar 2020 - A ministra da Saúde anuncia os dois primeiros casos de pessoas infetadas. Os funcionários

Ao todo, a pandemia levou a 35 milhões de testes e foram administradas 22 milhões de vacinas em quase nove milhões de portugueses.

públicos são colocados em teletrabalho ou isolamento profilático sem perda de salário. 05 mar - A TAP anuncia que vai cancelar mais de mil voos em março e abril. 09 mar - São anunciados em catadupa adiamentos e cancelamentos de iniciativas diversas, são encerrados ou condicionados os acessos a serviços públicos e condicionadas visitas a hospitais, e escolas e universidades de norte a sul param as aulas presenciais. 11 mar - O número de infeções em Portugal passa para 59, quando a Organização Mundial de Saúde

(OMS) declara a doença covid-19 como pandemia. 12 mar - O Governo decide que as escolas de todos os graus de ensino suspendem as atividades presenciais. É anunciado o encerramento de discotecas, redução da lotação na restauração e limitação de pessoas em centros comerciais. 13 mar - A Conferência Episcopal Portuguesa suspende as missas, catequeses e outros atos de culto. 16 mar - Primeira morte no país, um homem de 80 anos que tinha várias patologias associadas. 18 mar - O Presidente da República decreta o estado de emergência, que

contempla o confinamento obrigatório e restrições à circulação na via pública. 21 mar - Com o país fechado em casa surgem as primeiras notícias de infeções em lares.

Mês 2

02 abr – Divulgadas novas medidas como a proibição de deslocações para fora do concelho de residência no período da Páscoa e o encerramento de todos os aeroportos no mesmo período a voos de passageiros. O Governo anuncia também que vai propor um perdão parcial de penas para crimes menos graves e agilização de indultos presidenciais. Serão libertados até fins de abril 1.867 reclusos. 09 abr - O primeiro-ministro, António Costa, anuncia que até ao 9.º ano todo o terceiro período pros-


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EM Portugal existem quase 6,6 milhões de imóveis para habitação registados nas Finanças, dos quais quase 428 mil no Algarve. Mais de metade das casas no país estão avaliadas abaixo de 50 mil euros, e a esmagadora maioria (84,8% do total) não vai além dos 100 mil euros, conclui uma análise do Expresso. No Algarve, também é no interior onde estão concentradas as casas de mais baixo valor. Ao todo, são 6 os municípios onde 50% ou mais das casas estão avaliadas até 50 mil euros, com o concelho de Alcoutim a destacar-se especialmente (96% está abaixo deste patamar). Contudo, a concentração em preços baixos não é um fenómeno

seguirá com ensino à distância. 25 abr - Um parlamento com menos deputados e convidados faz um minuto de silêncio pelas vítimas da covid-19, nas comemorações do 25 de Abril. 30 abr - O Governo aprova um plano de transição do estado de emergência para uma situação de calamidade e anuncia que a partir de dia 04 de maio abrem alguns serviços, mas mantém o teletrabalho No calendário de desconfinamento fica para 18 de maio a abertura de restaurantes e cafés e início das aulas presenciais no 11.º e 12.º ano. As creches também podem começar a abrir nessa data.

Mês 3

07 mai - O Governo anuncia a proibição de festivais de música e eventos análogos até setembro. 13 mai - As tradicionais celebrações católicas em Fátima decorrem "à porta fechada". 15 mai - Divulgadas regras de dis-

exclusivamente do interior ou dos concelhos mais pequenos. Por exemplo, em Olhão, 86% das casas valem até 100 mil euros, em Faro são 83%, em Loulé, onde estão dos maiores resorts do país, são 66%. Olhando para o topo da escala algarvia, 3.244 prédios valem mais do que 500 mil euros para as Finanças, havendo 459 imóveis com valor patrimonial acima de €1 milhão, a esmagadora maioria em Loulé (71,5%). Deixamos-lhe os quadros por município, onde pode ver o valor pelo qual as casas estão registadas nas Finanças, concelho a concelho no Algarve, segundo os cálculos do Expresso (Fonte: Ministério das Finanças).

tanciamento para as praias a partir de 06 de junho e uso de máscaras nas escolas e transportes públicos é obrigatório a partir dos 10 anos. 16 mai - O primeiro-ministro solicita que os portugueses regressem às ruas, frequentando lojas, restaurantes e cafés, embora com cautelas. 29 mai - O Governo aprova a terceira fase do plano de desconfinamento, com restrições e regras especiais para a área de Lisboa, devido ao aumento de casos.

Mês 4

apoio social e a contratação de mais profissionais de saúde. 09 jun - É aprovado o Orçamento Suplementar para 2020, que reforça o orçamento do SNS e contempla um apoio à TAP. 18 jun - O Governo aprova o prolongamento do 'lay-off' simplificado até final de julho e novos apoios às empresas até ao final do ano. Identificado um primeiro caso de infeção no Lar de Reguengos de Monsaraz, no Alentejo, um surto que vai causar grande polémica.

03 jun - António Costa diz no parlamento que os custos económicos e sociais "são absolutamente brutais" e que todos os indicadores apontam para uma queda "recorde" do Produto Interno Bruto (PIB) e uma subida exponencial do desemprego. Recomeça a I Liga de Futebol, à porta fechada. 04 jun - É aprovado pelo Governo o Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), e medidas de

01 jul - Portugal passa a situação de alerta, exceto a Área Metropolitana de Lisboa. 30 jul - Dezanove freguesias da Grande Lisboa passam à situação de contingência. O Governo aprova que bares e discotecas possam funcionar com as regras aplicadas a cafés e pastelarias. O Governo autoriza também a retoma das modalidades desporti-

Mês 5

vas de pavilhão, mas sem público.

Mês 6

03 ago - Portugal tem o primeiro dia sem vítimas mortais por covid-19 desde 16 de março. 27 ago - O Governo anuncia que todo o território continental passa a situação de contingência a partir de 15 de setembro devido ao regresso às aulas e ao trabalho presencial.

Mês 7

04 set - Arranca a Festa do Avante, com a lotação máxima do recinto reduzida a um terço e depois de vários dias de polémica. 09 set - Portugal regista o maior número de contágios diários desde 20 de abril, com 646 novos casos. As autoridades de saúde justificam números com aumento da mobilidade. 14 set - O ano letivo no ensino básico e secundário arranca com o regresso das aulas presenciais e obrigatoriedade de uso de máscara nas escolas e regras específicas de circulação e uso dos espaços.

25 set - A Direção-Geral do Orçamento revela que a pandemia custou até ao final de agosto 2.521,7 milhões de euros ao Estado.

Mês 8

14 out - Portugal passa a situação de calamidade, justificada com a gravidade da evolução da pandemia. São proibidos ajuntamentos de mais de cinco pessoas na via pública e eventos familiares (como casamentos) não podem ter mais de 50 pessoas. Ficam também proibidos os festejos académicos. 22 out - Novo máximo de casos, 3.270. Os internamentos também atingem os valores máximos desde março, num total de 1.365. O Governo proíbe a circulação entre concelhos no continente no fim de semana do Dia de Finados. E decreta que os concelhos de Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira, devido ao aumento de casos, tenham em vigor o dever de permanência no domicílio.

28 out - Obrigatório o uso de máscaras em espaços públicos. 31 out - O Governo anuncia o confinamento parcial em concelhos com mais de 240 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. São abrangidos 121 municípios.

Mês 9

05 nov - O Presidente da República propõe a declaração do estado de emergência, que permite restrições à liberdade de deslocação e recurso ao setor privado da saúde. 08 nov - O Governo aprova testes rápidos em estabelecimentos de saúde, lares, escolas, prisões e nas chegadas a Portugal por via aérea ou marítima. 09 nov - Decretado a partir deste dia o recolher obrigatório entre as 23:00 e as 05:00 nos 121 municípios mais afetados. No fim de semana o recolher obrigatório nesses concelhos é a partir das 13:00. Continua na página seguinte


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Estamos perante a primeira grande guerra cibernética 🇺🇦 Ciberataques contra governo ucraniano aumentaram 196% 🇷🇺 Anonymous ameaçam com onda de ciberataques “sem precedentes”

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União Europeia está em estado de guerra e o conflito rapidamente atingiu uma escala global. Multiplicam-se as várias reações contra a invasão do Governo Russo ao território da Ucrânia. As imagens de destruição, morte e desespero têm despertado a atenção do mundo. O ataque está a ser condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo. Nunca a solidariedade da comunidade internacional perante uma guerra foi tão intensa e tão mediática. Ao ponto de mobilizar igualmente um número cresente de hackers numa cruzada contra o Governo de Putin. O primeiro passo foi dado pelo conhecido grupo de hackers Anonymous que passou a estar “oficialmente em guerra cibernética contra o Governo russo”.

A primeira grande guerra cibernérica A Rússia lançou na madrugada de quinta-feira, da passada semana, uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardea-

mento de alvos em várias cidades. Nesse mesmo dia, em resposta à ofensiva militar russa, o grupo Anonymous deixou claro que estava do lado do povo ucraniano e da paz. “Queremos que o povo russo entenda que sabemos que é difícil falarem com o vosso ditador, por medo de sofrerem represálias. Nós, como grupo, queremos apenas paz no mundo. Queremos um futuro para toda a humanidade. Portanto, queremos que entendam que isto é inteiramente direcionado às ações do Governo russo e de Putin”. Pouco tempo depois destas declarações, o grupo reivindicou o ataque à rede de televisão estatal russa, a RT News, e ao site governamental do Serviço Federal Anti-Monopólio (FAS). Para além disso, o grupo conhecido pelo hacktivismo (hackers+ativismo) tem revelado informações sobre os planos de ataque da Rússia, sendo o mais recente um “bombardeamento massivo” ordenado por Moscovo a Kiev. No passado domingo, o grupo Anonymous deixou uma nova mensagem, desta vez ao Presidente russo, na qual ameaça Putin de expor os seus segredos e sequestrar “componentes chave” da infraestrutura governamental da Rússia.

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Mês 10

12 nov - O primeiro-ministro anuncia o encerramento do comércio e restauração às 13:00 nos dois fins de semana seguintes e explica que a abertura dos estabelecimentos só pode ocorrer a partir das 08:00. "A regra é tudo fechado", disse. 21 nov - Obrigatório o uso de máscara nos locais de trabalho. O Governo anuncia também que a circulação entre concelhos vai ser proibida nos fins de semana prolongados e impõe restrições no comércio e restauração para o mesmo período. 24 nov - Portugal ultrapassa os 500 internamentos em unidades de cuidados intensivos, tendo igualmente subido para 3.275 os internamentos em enfermaria.

02 dez - A ministra da Saúde anuncia a compra de mais de 22 milhões de doses de vacinas, que serão gratuitas e facultativas. 03 dez - É apresentado o plano de vacinação, coordenado por Francisco Ramos. 05 dez – O Governo anuncia normas para período de Natal e Ano Novo, relacionadas com circulação entre concelhos e restauração. 07 dez - Portugal ultrapassa as cinco mil mortes relacionadas com a pandemia de covid-19. 17 dez - O primeiro-ministro anuncia que as celebrações do Ano Novo são totalmente cortadas, mas mantêm-se os horários da restauração no Natal. 20 dez - O Governo decreta res-

Num vídeo publicado no Twitter, a legião de hackers volta a condenar a invasão russa na Ucrânia e a acusar o regime russo de “não respeitar os direitos humanos ou o livre arbítrio dos seus vizinhos”. Diz que as sanções impostas vão “magoar muito mais” a população russa do que o próprio Putin e, por isso, não são a solução “apropriada”. Perante a situação, ameaça Putin com uma onda de ciberataques “sem precedentes” e diz que os seus segredos “podem deixar de estar seguros”. No vídeo, o grupo recorda os ciberataques contra sites do Governo russo e diz que isto é “só o início”. “Vais sentir a ira dos hackers de todo o mundo, muitos dos quais, provavelmente, residem no teu país natal (…) Esta não é uma guerra que vais conseguir vencer, independentemente do quão poderoso pensas que és.”

Guerra cibernética intensifica-se nos 2 lados Segundo dados da Check Point Research (CPR), divulgados esta terça-feira, há um aumento de 4% do número de ciberataques por organização russa, em comparação com os mesmos dias da semana

trições à entrada em Portugal de passageiros de voos provenientes do Reino Unido, só permitida a nacionais ou legalmente residentes, devido a nova variante da covid-19, mais transmissível. 21 dez - A Agência Europeia do Medicamento (EMA) aprova a utilização da vacina da Pfizer-BionNTech contra a covid-19.

27 dez - O plano nacional de vaci-

anterior, enquanto na Ucrânia o aumento geral de ciberataques por organização aumentou em 2%. Já outras regiões a nível global registaram um decréscimo de ciberataques por organização. “A atividade cibernética está a aumentar em torno do conflito em curso entre a Rússia e a Ucrânia. Estamos a assistir a aumentos do número de ciberataques em ambos os lados, sendo o governo e o setor militar ucraniano os que registam o maior aumento. É importante compreender que a guerra atual também tem uma dimensão cibernética, onde as pessoas ‘online’ estão a escolher um lado, desde a ‘dark web’ (‘sites’ ocultos) até às redes sociais,” disse Lotem Finkelstein, chefe de informação sobre ameaças na Check Point Software, citado no comunicado.

Ciberataques quase duplicaram nos primeiros 3 dias de combate De acordo com a análise da CPR, divisão de informação da empresa Check Point Software, a administração pública e o setor militar ucranianos sofreram um aumento de 196% do número de ciberataques nos primeiros três dias

nação contra a covid-19 arranca no Hospital de São João, no Porto. 29 dez - Portugal ultrapassa os 400 mil casos de infeção por covid-19.

Mês 11 - Ano 2021

04 jan 2021 - Começa em Mação a vacinação nos lares de idosos do continente. 06 jan - A EMA aprova a utilização da vacina da farmacêutica Moderna contra a covid-19 na União Europeia. 12 jan - O Presidente da República propõe modificar o estado de emergência em vigor e renová-lo até 30 de janeiro. O diploma salvaguarda a livre circulação no dia das presidenciais e prevê votação nos lares de idosos. 16 jan - O hospital da Santa Maria, em Lisboa, está em "sobre-esforço" e o hospital Garcia de Orta, em Alma-

do conflito, comparado com os primeiros dias de fevereiro de 2022. “Verificando as estatísticas globais e relativas à Rússia para o mesmo setor, não há um aumento semelhante”, assinalava então a empresa em comunicado.

Elon Musk disponibiliza "a melhor e resistente Internet" Ao quarto dia de guerra, o bilionário Elon Musk disponibilizou à Ucrânia o melhor e mais resistente serviço de internet, que é propriedade do fundador da Tesla e da SpaceX. Este sistema vai permitir à Ucrânia ter internet mais rápida e com isso tornar praticamente impossível à Rússia comprometer as comunicações do país vizinho.

Ucrânia lança campanha de recrutamento de hackers O vice-primeiro ministro da Ucrânia, Mykhailo Fedorov, conseguiu que Elon Musk desse luz verde à estreia das comunicações de satélite da Starlink, e bloquear fluxos de receitas entre YouTube e internautas russos. Atualmente, está em curso uma campanha de recrutamento de hackers para ataques a alvos previamente identificados na Rússia.

da, em "cenário de pré-catástrofe", anunciam os responsáveis das unidades. Os hospitais de região Centro estão também no limite. 18 jan - Portugal é o país do mundo com maior número de novos casos de infeção por milhão de habitantes. O número de concelhos em risco extremo devido ao número de casos de covid-19 quase triplicou nos primeiros 12 dias de janeiro. O Governo anuncia o encerramento das universidades seniores, centros de dia e de convívio, a proibição de circular entre concelhos nos fins de semana e o fim de vendas ao postigo na restauração. As escolas continuarão abertas. 21 jan - O Governo anuncia o encerramento das escolas de todos os níveis de ensino por 15 dias, pa-

ra tentar conter o crescimento da pandemia. Os tribunais, as lojas do cidadão, as creches e os ateliers de tempos livres também voltam a encerrar. A Conferência Episcopal Portuguesa suspende de novo as missas e outras atividades pastorais. 27 jan - Hospital Amadora-Sintra transfere doentes para outros hospitais na sequência de problemas na rede de oxigénio medicinal. O Governo suspende voos de e para o Brasil, devido à deteção de uma nova estirpe de covid-19 no país. 28 jan - O Governo aprova medidas de limitação de circulação para fora do país e dentro do território e repõe controlo das fronteiras terrestres. Decide que a aulas recomeçam a 08 de fevereiro em regime não


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REGIÃO

Algarve envia toneladas de ajuda à Ucrânia

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m vários pontos do Algarve, vários voluntários estão a organizar as doações recebidas com destino à fronteira da Polónia com a Ucrânia. Organizam-se equipas e distribuem-se tarefas para que tudo chegue a todos os que precisam. Preparam-se toneladas de ajuda para enviar para a Ucrânia, sobretudo roupa, comida e medicamentos. A própria comunidade ucraniana do Algarve tem sido

incansável. Reuniu-se com os centros logísticos locais no centro do conflito e pediu ajuda urgente para o fornecimento de bens importantes. Em Olhão, a ideia partiu de Valentyn Zagariuk, um trabalhador do Restaurante Caravela, em Moncarapacho, no concelho de Olhão. Na sua página de Facebook, explicava que um camião deveria sair de Quelfes para a Ucrânia na quarta-feira, 2 de março, para levar provisões urgentes”. Mas iniciativa

cresceu de tal forma que um não vai ser suficiente.

DOIS CAMIÕES O primeiro partiu esta quinta-feira à noite. O segundo camião deverá seguir na próxima terça feira dia 8 de março. Na fronteira da Polónia com a Ucrânia estará tudo a postos para receber todos estes bens e medicamentos. A esperança e o medo que vivem por estes dias lado a lado, faz aumentar o ritmo do

trabalho para que o próximo camião possa seguir viagem. Valentyn continua a apelar à doação do seguinte mater ia l de pr i mei ro socorros: analgésicos – paracetamol, desinfetante – Betadine, pomadas de cura, ligaduras e nabos, medicação gastrointestinal, medicação cardíaca, medicação renal, álcool isopropílico, máscaras descartáveis e seringas. São também necessários: comida enlatada, chocolate, biscoitos, chá e café (em

sacos), barras de energia, comida para bebé, fraldas, pó talco para bebé, cobertores, almofadas de campo, roupa de cama, toalhas, cobertores, lanternas, cabeceiras, tapetes de campismo, powerbanks etc, baterias, meias, luvas quentes e roupa interior térmica. Nesta ação de solidariedade, têm estado envolvidos toda a comunidade de Cabanas de Tavira até Quarteira, a comunidade inglesa, holandesa e alemã, além da Farmácia de

Moncarapacho, o Motoclube de Moncarapacho, a família do Restaurante Caravela de Moncarapacho e o Viveiro Flores Pendulares, em Quelfes, entre outros. O POSTAL falou com a ativista Janete Serrano que fez questão de agradecer a total confiança depositada neste grupo de voluntários. "Continuamos a receber doações, mas roupa já não necessitamos. Gratidão a todos, salienta dizendo que "todos juntos somos um só". FOTOS D.R.

Município de Loulé aciona apoios para refugiados da Ucrânia Face à situação de guerra e à tragédia humanitária vivida atualmente na Ucrânia, a Câmara de Loulé associouse a várias instituições da sociedade civil e religiosa e está a trabalhar para acionar medidas de apoio aos refugiados que irão chegar a Portugal nos próximos dias.

presencial e mantém todas as restrições em vigor nos últimos 15 dias. Aprova também a possibilidade de contratação de médicos e enfermeiros formados no estrangeiro. Surgem as primeiras notícias de utilização indevida de vacinas, dadas a pessoas não incluídas nos grupos prioritários. Portugal tem, em 24 horas, mais 303 mortes relacionadas com a covid-19 e 16.432 casos de infeção. É o máximo de mortes registado. 29 jan - A EMA aprova a utilização da vacina da farmacêutica AstraZeneca.

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03 fev - Demite-se o coordenador da 'task force' para o plano de vacinação, Francisco Ramos, substituído pelo vice-almirante Henrique Gouveia e Melo.

Trata-se de um trabalho, realizado em estreita articulação com o Alto Comissariado para as Migrações e com a Secretaria de Estado da Integração e Migrações, que visa não só acolher e integrar os refugiados de guerra ucranianos, garantindo ajudas em áreas tão diversas como o apoio documental, o acolhimento residencial, os cuidados de saúde, numa articulação com o ABC – Al-

08 fev - Os números de novas mortes e de infeções começam a baixar. A pressão sobre os hospitais começa também a reduzir, com menos internamentos e menos pessoas em cuidados intensivos. 11 fev - O primeiro-ministro anuncia que o nível de confinamento terá de ser mantido durante o mês de março. António Costa diz também que Portugal vai receber menos de metade das vacinas contra a covid-19 que estavam previstas para o primeiro trimestre. 23 fev - A DGS divulga que perto de 250 mil portugueses receberam

garve Biomedical Center e médicos a título particular, mas também identificar oportunidades de trabalho, integrar crianças em escolas e infantários do concelho e disponibilizar bens essenciais. Para agilizar e sistematizar todo o trabalho, será esta terça-feira criada por despacho do presidente de Câmara uma estrutura de missão composta por responsáveis autár-

as duas doses da vacina para a covid-19, o que corresponde a 03% da população. 26 fev - Portugal regista 58 mortes e 1.027 novas infeções, o valor mais baixo de infeções desde outubro de 2020.

Mês 13

05 mar – Portugal ultrapassa um milhão de vacinas contra a covid-19 administradas, das quais 284 mil segundas doses. 11 mar – A EMA aprova a vacina Janssen da covid-19, produzida pela farmacêutica Johnson&Johnson. O Infarmed garante que os benefícios da vacina da AstraZeneca continuam a ser superiores ao risco e mantém as recomendações para a sua utilização, depois de vários países a terem suspendido por suspeitas de riscos de coagulação sanguínea.

quicos, membros da comunidade ucraniana do concelho e representantes de entidades regionais, sociais e religiosas. A invasão da Ucrânia é um ato de guerra que coloca em grave risco a paz em todo o continente europeu e como tal deve ser condenado. O Município de Loulé associa-se ao clamor universal para que cessem as hostilidades e apela a que a diplo-

A EMA manifesta a mesma posição. A Conferência Episcopal Portuguesa anuncia que as missas com presença de fiéis são retomadas dia 15. O Governo anuncia que vai autorizar a prática de todas as modalidades desportivas a partir de 03 de maio. 13 mar – Testes rápidos passam a poder ser comprados em farmácias e locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita. 15 mar – O uso da vacina da Astrazeneca é suspenso por precaução em saúde pública. A administração da vacina é retomada três dias depois. 22 mar – Todas as 200.000 pessoas dos lares de idosos e das unidades de cuidados continuados já receberam a primeira dose da vacina.

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01 abr – O primeiro-ministro anun-

macia faça valer os seus argumentos para que mais pessoas não sofram os horrores associados aos conflitos militares.

cia que os alunos do 2.º e 3.º ciclos retomam as aulas presenciais e que os restaurantes, pastelarias e cafés com esplanada podem reabrir, com grupos limitados a quatro pessoas. 19 abr – Inicia-se a terceira fase de desconfinamento com a reabertura de mais escolas, lojas, restaurantes e cafés, um levantamento de restrições que não é acompanhado nos 10 concelhos onde a incidência da covid-19 é maior. 20 abr – Em Portugal já foram vacinadas com a primeira dose da vacina contra a covid-19 mais de dois milhões de pessoas. 25 abr – Pelo segundo ano, a sessão solene comemorativa do 25 de Abril no parlamento decorre com restrições, mas ao contrário de 2020 há pessoas a desfilar na

avenida da Liberdade, em Lisboa. 26 abr - Portugal não tem registo de mortes, o segundo dia desde março de 2020. 27 abr – Portugal regista os primeiros seis casos da variante indiana de covid-19, que se chamará Delta. 29 abr – o primeiro-ministro anuncia que foram decretadas cercas sanitárias nas freguesias de São Teotónio e Almograve, no concelho de Odemira, relacionadas com a situação dos trabalhadores estrangeiros sazonais. 30 abr – Termina o estado de emergência, que foi declarado 15 vezes pelo Presidente da República. Durou 173 dias consecutivos e teve 11 renovações. Portugal volta a não ter registo de mortes. Continua na página seguinte


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REGIÃO ABC cria estrutura para prestar apoio a ucranianos pela guerra com Rússia

Tavira junta-se a campanha solidária a favor da Ucrânia

O Algarve Biomedical Center (ABC), com a Faculdade de Ciências Biomédicas e de Medicina da Universidade do Algarve, criou uma estrutura para “prestar apoio clínico, psicológico e emocional, e avaliações médicas” gratuitas, a ucranianos a afetados pela guerra. “O ABC disponibiliza-se a prestar apoio clínico, psicológico e emocional, e avaliações médicas, de forma gratuita, à comunidade que chegue a Portugal refugiada da guerra com a Rússia e aos ucranianos que já estão em Portugal”, anunciou o Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve. Os ucranianos que necessitem de “cuidados médicos, apoio psicossocial e medicamentos” podem inscrever-se para serem apoiados através do contacto de email valeriya.chemeresiuk@abcmedicalg.pt, “que já está em funcionamento”, esclareceu o ABC num comunicado. O ABC precisou que o contacto de email pertence à estudante de doutoramento em Portugal e natural da Ucrânia Valeriya Chemeresiuk, que ficará encarregada de articular “processo com as autoridades nacionais e regionais” e com a Câmara de Loulé, que “manifestou interesse” em colaborar no apoio à comunidade ucraniana.

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Mês 15 01 mai – Portugal entra em situação de calamidade, começando também a última fase de desconfinamento, com a reabertura de fronteiras terrestres com Espanha e uma quase normalidade no comércio e restauração, com exceção dos municípios com mais casos. O 1.º de Maio é comemorado pelas duas centrais sindicais. 07 mai – Os indicadores de transmissibilidade do vírus estão em redução há um mês. O Reino Unido anuncia que vai colocar Portugal na lista verde dos países seguros. 12 mai – O Sporting torna-se campeão de futebol. A festa do título,

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o âmbito da situação de conflito na Ucrânia, o Município de Tavira aliou-se à Associação de Ucranianos no Algarve. Através de um grupo de voluntários ucranianos de Tavira está a realizar e organizar, até dia 15 de março, uma recolha de géneros alimentares, produtos de higiene e meios medicinais para ajuda humanitária a este povo. As entregas são feitas no edifício onde funcionava a Fundação da Juventude (Rua Maria Aboim, n.º 1), de segunda a sexta-feira, entre as 15:00 e as 18:00, e aos sábados e domingos, entre as 10:00 e as 19:00. Os interessados em ma is i nfor mações devem contactar o número 961 205 514.

que começa no estádio e se prolonga noite fora, terá potenciado a possibilidade de infeções e a DGS aconselha os participantes (milhares) a reduzirem contactos nos 14 dias seguintes. A polémica sobre a festa envolveria depois a Câmara de Lisboa e o Governo. 17 mai - O índice de transmissibilidade (Rt) do coronavírus e a incidência de casos de infeção sobem. O Governo mantém a situação de calamidade. 29 mai – O Porto acolhe a final da Liga dos Campeões, entre Manchester City e Chelsea. Durante a semana adeptos ingleses ocupam o centro da cidade, a maioria sem cumprir as regras de segurança. A oposição critica e o primeiro-ministro admite que “não correu tudo bem”.

LISTA DE NECESSIDADES

🇺🇦 Carregadores portáteis 🇺🇦 Canecas / garrafas térmicas

🇺🇦 Sacos de dormir / sacos-cama

Bens Alimentares:

Meios Medicinais:

🇺🇦 Conservas (atum) 🇺🇦 Chocolate 🇺🇦 Bolachas 🇺🇦 Chá e café (saquetas) 🇺🇦 Comida para bebé 🇺🇦 Barras de cereais

🇺🇦 Material curativo

(bandas elásticas, torniquete médico, ligaduras, algodão, compressas) Desinfetantes Pomadas para cicatrização Analgésicos Medicamentos gástricos Medicamentos renais Medicamentos cardíacos Álcool Máscaras descartáveis Sistemas de transfusão de sangue Cobertores de resgate Luvas descartáveis Seringas

🇺🇦 🇺🇦 🇺🇦 🇺🇦 🇺🇦 🇺🇦 🇺🇦 🇺🇦 🇺🇦 🇺🇦 🇺🇦 🇺🇦

Produtos de Higiene:

🇺🇦 Toalhitas húmidas 🇺🇦 Fraldas para crianças 🇺🇦 Pó de talco 🇺🇦 Produtos de higiene pessoal

Outros:

🇺🇦 Cobertores 🇺🇦 Mantas e almofadas 🇺🇦 🇺🇦 🇺🇦 🇺🇦

(com enchimento sintético) Lençóis Lanternas de cabeça Lanternas Tapete / colchão de ginástica

Mês 16 02 jun – Gouveia e Melo anuncia a criação de uma "casa aberta" para que pessoas acima dos 70 anos que ficaram fora do processo possam ser vacinadas sem marcação. Posteriormente a idade irá diminuindo. Mais de dois milhões de portugueses têm a vacinação contra a covid-19 completa, anuncia o Governo. 03 jun – O Governo britânico anuncia que Portugal vai sair da “lista verde” de viagens devido a novas variantes do vírus e aumento de infeções o que provoca uma debandada

de turistas. Num único dia saíram 10 mil de Faro. É ultrapassada a marca das seis milhões de doses de vacinas administradas, 2,2 milhões são segundas doses. 09 jun - O Parlamento Europeu aprova a adoção do certificado digital covid-19, que permitirá aos cidadãos comunitários já vacinados, recuperados de uma infeção ou testados viajar sem restrições dentro da União Europeia a partir de 01 de julho. É aprovada a situação de calamidade. 16 jun - Portugal começa a emitir os certificados digitais de vacinação contra a covid-19. 17 jun - O Governo decide proibir a circulação de e para a Área Metropo-

litana de Lisboa aos fins de semana e admite travar a próxima fase de desconfinamento previsto devido ao aumento de casos. Há também mais mortes e internamentos. 25 jun – Metade da população de Portugal continental já recebeu pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19 e mais de 30% têm a vacinação completa. 29 jun - A frequência da variante Delta aumentou de forma galopante num mês, passando para 55,6%.

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01 jul – O Governo aplica medidas mais restritivas, como limitação de circulação na via pública a partir das 23:00, em 45 concelhos, com risco elevado ou muito elevado de incidência de covid-19. 08 jul - A média diária de casos de in-

feção com o novo coronavírus subiu 54% na última semana. O Governo anuncia o fim das restrições para entrar e sair da Área Metropolitana de Lisboa nos fins de semana e a exigência de certificado digital ou teste negativo em restaurantes de concelhos com risco mais elevado (refeições no interior). 15 jul – Aprovada a venda em supermercados de testes rápidos de antigénio para deteção de covid-19. 22 jul - Cento e dezasseis dos 278 concelhos de Portugal continental (41,7%) estão em risco elevado ou muito elevado de incidência de covid-19, aplicando-se medidas mais restritivas, inclusive dever de recolhimento entre as 23:00 e as 05:00. 27 jul – Mais de metade da população residente em Portugal tem a vacina-


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REGIÃO SOLIDARIEDADE

Vigília solidária para com a Ucrânia junta centenas de pessoas em Vila Real de Santo António

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a Câmara Municipal pombalina. A vigília decorreu na Praça Marquês do Pombal, num momento em que se assiste à escalada da ofensiva russa em território ucraniano. “Pretende-se agir e mostrar a solidariedade para com o povo

ucraniano que, neste momento, vê ameaçadas as suas vidas, as suas famílias e os seus bens”, justificou o município, apelando à participação de todos os que se quiserem juntar “de forma espontânea”. A ação visou ainda reivindicar

para que sejam respeitadas “as vidas e os direitos humanos, apelando ao fim do conflito entre a Rússia e a Ucrânia”, salientou a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, cujo edifício também esteve iluminado com as cores da bandeira da Ucrânia.

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ma vigília de solidariedade para com a Ucrânia realizou-se esta quarta-feira, entre as 18:00 e as 20:00, e contou com a presença de elementos da comunidade ucraniana residente no concelho, anunciou

Associação em Portugal cria plataforma de ajuda para salvar vidas A Associação dos Ucranianos em Portugal anunciou este domingo a criação de uma plataforma entre várias associações para coordenar a ajuda disponibilizada e satisfazer os pedidos de apoio no âmbito da invasão da Ucrânia. Num discurso durante uma manifestação, que levou mais de um milhar de pessoas à Praça do Comércio, em Lisboa, o presidente da associação, Pavlo Sadokha, fez este anúncio e apelou às muitas associações e grupos da sociedade civil para que se juntem a esta plataforma. Entre vivas a Portugal e “obrigada Portugal” gritado repetidamente pelos manifestantes, a grande maioria ucranianos, mas também portugueses, georgianos, ingleses e outros estrangeiros, Pavlo Sadokha explicou que “é necessária uma plataforma segura”. O objetivo é estruturar o melhor possível toda a ajuda aos ucranianos que queiram vir para Portugal, desde tratar do transporte, até alojamento e a sua integração no país, detalhou. A forma como vai funcionar a plataforma Ucrânia-Portugal será divulgada nos próximos dias no ‘site’ da Associação e nas redes sociais. “Vamos começar a salvar vidas”, disse o dirigente da Associação dos Ucranianos em Portugal, sublinhando a “grande generosidade e apoio” mostrado por Portugal e pelos portugueses desde o primeiro dia da invasão da Ucrânia, na quinta-feira, ordenada pelo Presidente russo, Vladimir Putin.

ção completa contra a covid-19. 29 jul - O Governo anuncia alívio de restrições de circulação em concelhos com mais casos e decide que os bares e discotecas vão permanecer encerrados até outubro. No plano de desconfinamento anunciado o teletrabalho deixa de ser obrigatório, os eventos desportivos vão poder ter adeptos a partir de 01 de agosto, os espetáculos culturais vão poder ter uma lotação de 66% dos espaços e os bares podem abrir, mas sujeitos às regras aplicadas aos restaurantes.

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03 ago – É possível agendar a vacinação para pessoas com mais de 16 anos. A modalidade “casa aberta” fica disponível para maiores de 30 anos e crianças com doenças como cancro, diabetes ou insuficiência

restauração e nos recintos desportivos, e na lotação de lojas e serviços públicos. Acabam os limites de lotação nos transportes públicos.

culos acabam os limites de lotação e de horários, e a obrigatoriedade de uso de máscara é apenas para casos pontuais.

13 set - O uso de máscara no exterior deixa de ser obrigatório mas a DGS recomenda o seu uso em aglomerações. Portugal ultrapassa o milhão de recuperados da covid-19. 17 set – Portugal deixa de ter concelhos em risco extremo de infeção (mais de 960 casos por 100 mil habitantes). 23 set – O primeiro-ministro anuncia que o país passa da situação de contingencia para alerta a partir de 01 de outubro e que vai avançar para a última fase de desconfinamento. Vão reabrir espaços de diversão noturna, na restauração e espetá-

01 out – As autoridades de saúde indicam que a intensidade da pandemia passou de moderada a reduzida. 04 out - O Governo anuncia que os portugueses com mais de 65 anos vão começar a ser vacinados com a terceira dose a partir da semana seguinte. 09 out – É anunciado pela DGS que Portugal atingiu a meta de 85% da população com vacinação completa.

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renal crónica também podem ser vacinadas. 10 ago – A DGS recomenda a vacinação universal das 400 mil crianças entre os 12 e os 15 anos. 14 ago – Portugal ultrapassa a barreira de um milhão de casos da doença covid-19. Desde o início da pandemia, em março de 2020, contabiliza 1.001.118 casos de infeção. 20 ago – O Governo anuncia que Portugal passa de estado de calamidade para estado de contingência. São decididas menos restrições na

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03 nov - Portugal ultrapassa os mil novos casos diários de infeção confirmados com o coronavírus SARS-CoV-2, o que já não acontecia

desde meados de setembro. 25 nov – Quando a Europa atinge os 1,5 milhões de mortes e vários países repõem restrições para travar contaminações recorde é noticiada a existência de uma nova variante do vírus, detetada na África do Sul, que se chamará Ómicron. O Governo anuncia que Portugal vai voltar à situação de calamidade a partir de 01 de dezembro, que o uso de máscara volta a ser obrigatório em todos os espaços fechados, que é obrigatório teste negativo em recintos desportivos, em lares estabelecimentos de saúde e em espaços de animação noturna. Na restauração passa a ser exigido certificado de vacinação. O teletrabalho é recomendado. O Governo altera também o calen-

dário escolar e após o Natal as aulas recomeçam apenas a 10 de janeiro. 26 nov – Portugal anuncia a suspensão de voos de e para Moçambique (pela proximidade à África do Sul) e impõe quarentena a passageiros de vários países africanos. 29 nov – São identificados os primeiros 13 casos de Ómicron em Portugal.

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01 dez – Portugal tem 4.670 novos casos de infeção, o valor mais elevado desde fevereiro. 04 dez – No Algarve começam a ser canceladas festas de passagem de ano. 05 dez – A DGS anuncia que já foram administradas mais de 1,5 milhões de doses de reforço da vacina. Continua na página seguinte


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IEFP e Turismo do Algarve querem r refugiados com oferta de emprego e FOTOS D.R.

dos ucranianos e que já recolheu mais de duas mil destas ofertas, disse esta terça-feira a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. O Governo aprovou esta semana um mecanismo simplificado para a obtenção de proteção temporária por parte de refugiados ucranianos, prevendo que os cidadãos que cheguem a Portugal tenham a garantia de ficar em situação regular, sendo-lhes atribuído de forma automática número de identificação fiscal (NIF), número de identificação da Segurança Social (NISS) e número de utente do Serviço Nacional e Saúde (SNS).

Guerra suspende operação para trazer turistas para o Algarve

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Região de Turismo do Algarve (RTA), juntamente com a Segurança Social e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e o apoio do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) regionais, estão preparados para receber refugiados ucranianos. A notícia foi avançada pelo Expresso que salienta

>>continuação da pág. anterior 07 dez – A DGS recomenda a vacinação de crianças entre os 05 e os 11 anos. As primeiras 88 mil crianças foram vacinadas a 19 de dezembro. 21 dez – O Governo antecipa o enceramento de creches e ateliês de tempos livres, e de discotecas e bares (já previstos pelo período de festas) proíbe ajuntamentos na rua na passagem de ano, antecipa o início do período de teletrabalho obrigatório. 28 dez - Portugal regista 17.172 novas infeções com o coronavírus SARS-CoV-2, o maior número de novos casos desde o início da pandemia, embora tal não se reflita no número de internamentos e de mortes. A variante Ómicron atinge uma proporção estimada de 75% mas sendo

que "a ideia é colocar aqueles que fogem da guerra a trabalhar na hotelaria da região, oferecendo condições para que estes possam viver em Portugal". Segundo explica ao Expresso João Fernandes, presidente da RTA, “na semana passada fomos contactados pela diretora do Centro Distrital da Segurança Social, Margarida Flores, para saber qual a nossa capacidade

mais contagiosa é menos agressiva. 30 dez – A DGS encurta de 10 para sete dias o período de isolamento das pessoas assintomáticas e dos contactos de risco. A Madeira já tinha reduzido para cinco dias o período de isolamento.

Mês 23- Ano 2022

01 jan 2022 – Portugal atinge mais de 400 mil testes por dia na altura das festas, o que eleva para 26,5 milhões os despistes feitos no país. 06 jan – O Governo decide prolongar a obrigatoriedade do teletrabalho mas mantém data de abertura das escolas e não agrava medidas. O primeiro-ministro diz que o país está numa situação “tranquila” e que há condições para levantar algumas restrições. 16 jan - Portugal já administrou 20

para receber refugiados da Ucrânia”. João Fernades diz que a RTA já contactou diversos grupos hoteleiros algarvios “e todos responderam afirmativamente”. Além do emprego, “os grandes grupos têm capacidade para alojar os funcionários, o que permite, também, resolver o problema da habitação”. Segundo foi dito ao Expresso, "o

processo inclui o IEFP, que ajudará a regularizar a situações dos refugiados em Portugal. E ainda o IPDJ, no sentido de apoiar aqueles que venham com crianças, através da criação de atividades para as ocupar enquanto os pais trabalham". Recorde-se que foi criada em Portugal uma plataforma para reunir ofertas de trabalho de empresas para refugia-

a toma da dose de reforço da vacina contra a covid-19.

Mês 24

milhões de doses da vacina. Estão vacinados 8,8 milhões de utentes. 19 jan - Portugal ultrapassa os dois milhões de pessoas infetadas desde o início da pandemia. Foram precisos cerca de 17 meses para Portugal ultrapassar a marca de um milhão de infetados, o que aconteceu a 14 de agosto de 2021, mas apenas cerca de quatro meses para o país passar de um para dois milhões de pessoas contagiadas. 27 jan – Portugal regista 65.706 novas infeções, um novo máximo. As pessoas com 18 ou mais anos podem fazer o autoagendamento para

02 fev – Portugal ultrapassa as 20 mil mortes associadas à covid-19 desde o início da pandemia. 04 fev - Portugal atinge os 35 milhões de testes desde o início da pandemia. A incidência de infeções aumenta para 7.163,7 casos por 100 mil habitantes, o número mais elevado. Portugal tem um único concelho, o Corvo, abaixo do nível máximo de incidência de contágios (960 ou mais contágios por 100 mil habitantes. Todos os outros 307 têm valores acima de 960. A mortalidade por covid-19 aumentou 16% na última semana, atingindo os 60,7 óbitos por um milhão de

O Algarve previa avançar no próximo verão com a primeira grande operação para trazer turistas da Ucrânia, ação que acabou por ficar descartada devido à situação de guerra vivida neste país, onde o espaço aéreo está fechado e os voos civis foram cancelados. “Estávamos a começar a explorar as primeiras ligações para o verão, tínhamos a proposta de um operador turístico da Ucrânia, que estavamos a analisar”, adianta João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA). A proposta que estava à mesa no Turismo do Algarve incluia voos entre Faro e Kiev, nos meses de julho, agosto e setembro, do operador ucraniano Sky Up. A proposta da operação turística de Kiev para Faro nos três meses de pico de verão não foi totalmente posta de

habitantes, três vezes mais do que o limiar definido a nível europeu, indica a análise de risco da pandemia. 10 fev – Portugal ultrapassa os três milhões de casos de infeção. Já recuperaram da doença 2,4 milhões de pessoas. 15 fev - O efeito financeiro no Estado das medidas relacionadas com a covid-19 ascendeu a 5.844 milhões de euros, em 2021. 16 fev – A DGS diz que o pico da quinta vaga da pandemia foi atingido a 28 de janeiro e que Portugal está em fase descendente da vaga relacionada com a Ómicron. 17 fev – O Governo aprova o alívio das medidas. Deixa de ser necessário teste negativo para entrar em bares e discotecas, grandes eventos e recintos desportivos, o teletrabalho deixa

de ser recomendado, os espaços comerciais deixam de ter limitações no número de pessoas. A obrigação de máscaras mantém-se para espaços interiores. O Governo anuncia também que Portugal continental passa para situação de alerta, até 07 de março. 25 fev – O Governo anuncia a diminuição de 192 para 139 de centros de vacinação, um processo que prevê a transição da vacinação para os cen-


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lado, “e seria muito bom que ainda se pudesse vir a concretizar, era sinal que a Ucrânia estava em paz”, faz notar o responsável da região de turismo. Era a primeira vez que a região preparava uma operação turística de escala tendo como alvo o mercado da Ucrânia. “Mas temos uma comunidade de ucranianos residentes cá, e que também procuram o Algarve para turismo”, faz notar João Fernandes. Sobre os efeitos nos hotéis da região face à guerra que se vive na Ucrânia, com consequências ainda imprevisíveis para toda a Europa, o presidente da Região de Turismo do Algarve diz não se sentirem ainda cancelamentos significativos de reservas, mas prolongando-se a situação de conflito “haverá seguramente, não sabemos é qual o impacto que pode ter”. Recorde-se que o Algarve tinha fortes perspetivas de recuperação para a época alta em 2019, em que os países de forma generalizada, e sobretudo na Europa, estão a levantar restrições às viagens associadas à pandemia de covid-19. Já na Madeira, previam-se até outubro voos diretos ligando o Funchal e Kiev e Moscovo, numa operação destinada a trazer à região 14 mil turistas, que acabou por ficar em xeque. Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, garantiu estar a fazer todos os esforços, junto de embaixadas e consulados, para dar solução aos cerca de 200 turistas ucranianos e russos que estão na região e deveriam regressar no próximo sábado, e que até se encontram com as contas bancárias retidas.

tros de saúde. Segundo o secretário de Estado Adjunto e da Saúde estão vacinados com a dose de reforço 85% da população elegível. 28 fev – Portugal regista 4.209 novas infeções e mais 24 mortes. O índice de transmissibilidade está agora em 0,75 e a incidência voltou a baixar, estando agora nos 1.806,8 casos por 100 mil habitantes. Os dois indicadores, embora com oscilações pontuais, têm descido de forma consistente.

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ARTES VISUAIS

Qual o valor da arte em NFT? FOTOS D.R.

Pintura “The Kiss” (Gustav Klimt, 1908)

FOTOS D.R.

SAÚL NEVES DE JESUS Professor Catedrático da Universidade do Algarve; Pós-doutorado em Artes Visuais; http://saul2017.wixsite.com/artes

N

o início deste ano a Galeria Belvedere anunciou que iria leiloar, até 14 de fevereiro, a obra mais famosa da sua coleção, “The Kiss” (“O Beijo”) de Gustav Klimt, em formato NFT. Assim, foram colocadas à venda 10.000 NFT por um preço de 1.850 euros por unidade, permitindo ao museu de arte vienense angariar cerca de 18,5 milhões de euros e permanecer com o quadro físico “O Beijo” em exposição. Por seu turno, cada um dos 10.000 compradores ficou com uma versão digital e um certificado de autenticidade, sendo cada NFT vinculado a um segmento específico da obra, atribuído aleatoriamente. Esta forma de vender a reprodução digital certificada de uma pintura tem vindo a ser cada vez mais utilizada por artistas, galerias e museus, convertendo obras físicas em NFT. Ainda no final do ano passado, foi muito divulgado a venda, em NFT, da fotografia, tirada pelo fotógrafo John Shearer, do beijo na boca dado entre Madonna e Britney Spears, num espetáculo realizado em 2003.

Foto de beijo na boca dado entre Madonna e Britney Spears (John Shearer, 2003)

Colagem “Everydays: The First 5000 Days” (Beeple 2021)

Também em dezembro passado, foi anunciada a atomização digital da pintura de Banksy “O amor está no ar” (“Love Is in the Air”) em 10.000 NFT, a serem colocados à venda por 1.500€ cada. Assim, os NFT permitem a muito mais pessoas colecionar obras de arte e permitem que um público mais jovem, ligado ao mundo digital, entre neste mercado. Mas convém esclarecer o que são NFT. Estas são as siglas de “non-fungible token” (“token não fungível”), sendo uma tecnologia que permite a criação de uma assinatura única, um certificado digital que assegura a autenticidade de qualquer tipo de arquivo digital (fotos, vídeos, mensagens, arquivos de áudio etc). Trata-se de tokens ou códigos numéricos com registro de transferência digital que garantem autenticidade aos seus donos. Na prática, eles funcionam como itens únicos colecionáveis, que não podem ser substituídos ou reproduzidos, mas sim transferidos. Pretende-se dar autenticidade a itens digitais, criando uma peça "original" a partir de um arquivo digital. É um tipo especial de token criptográfico mas, ao contrário das criptomoedas, não são mutuamente intercambiáveis. Um NFT serve para garantir que determinado item é original, pelo que ao comprar-se algo com NFT há a garantia de que a chave digital é única, garantindo

“'Everydays: The First 5000 Days” (“Todos os dias: Os primeiros 5.000 dias”), da autoria do artista digital Mike Winkelmann, mais conhecido como Beeple, foi vendido por 69 milhões de dólares, tornando-se a terceira obra de arte mais cara vendida por um artista vivo. A obra mais cara de um artista ainda vivo havia sido a escultura “Rabbit” (Coelho), do artista norte-americano Jeff Koons, vendida em 2019 por 91 milhões de dólares (cerca de 81 milhões de euros) num leilão da Christie’s, em Nova Iorque. Também vendida pela Christie’s, em 2017, foi a obra que atingiu o valor mais elevado até hoje, a pintura “Salvator Mundi”, de Leonardo da Vinci, leiloada por 450,3 milhões de dólares (cerca de 364,7 milhões de euros). Embora possa não parecer fazer sentido que a venda de obras de arte em NFT possa atingir os valores de obras físicas, o que é certo é que a adesão ao mundo digital é cada vez maior e o valor financeiro da arte é muito subjetivo, dependendo daquilo que quem compra está disposto a despender. As obras de arte expressam a época em que são produzidas e a sua valorização no mercado também. Qualquer um pode colecionar tudo o que quiser, pela quantia que estiver disposto a gastar, desde que a tenha. No que diz respeito a obras de arte,

a autenticidade do produto. É o equivalente a uma escritura que a pessoa recebe quando compra um imóvel. A escritura contém todas as informações sobre o imóvel, permitindo garantir a posse, mas não tem o imóvel em si. O principal valor dos NFT é baseado na confiança da autenticidade. As pessoas que compram NFT fazem isso porque atribuem grande valor a itens originais e exclusivos. Tal como determinadas obras de arte e objetos ganham valor e estatuto por serem exclusivos e únicos, também os NFT dizem respeito a algo único que existe no mundo digital e cujo acesso é apenas permitido por uma chave digital da posse do comprador. Tendo surgido há poucos anos, a adesão aos NFT tem aumentado de forma exponencial. O primeiro NFT foi criado em 2014, pelo artista Kevin McCoy e pelo empreendedor Anil Dash, durante um evento no Museu de Arte Contemporânea em Nova York que era palco de novas ideias que conectavam tecnologias inovadoras com a arte. Como demonstração, criaram o primeiro NFT chamado “Namecoin”, para registar um vídeo caseiro. Em 2021 ocorreu um aumento de 55% das vendas em relação a 2020, atingindo mais de 400 milhões de dólares. A 11 de março de 2021, um único arquivo jpeg, intitulado

cada vez parece mais difícil estipular os limites dos valores possíveis de serem atingidos, quer pelos obras físicas, quer pelos NFT relativos a obras de arte.

Ficha técnica Direção GORDA, Associação Sócio-Cultural Editor Henrique Dias Freire Responsáveis pelas secções: • Artes Visuais Saúl Neves de Jesus • Espaço AGECAL Jorge Queiroz • Filosofia Dia-a-dia Maria João Neves • Fios De História Ramiro Santos • Letras e Literatura Paulo Serra • Mas afinal o que é isso da cultura? Paulo Larcher e-mail redação: geralcultura.sul@gmail.com publicidade: anabelag.postal@gmail.com online em www.postal.pt e-paper em: www.issuu.com/postaldoalgarve FB https://www.facebook.com/ Cultura.Sulpostaldoalgarve


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MAS AFINAL O QUE É ISSO DA CULTURA?

O Algarve de Costa-a-Costa: Cacela, a Velha FOTOS ANTÓNIO HOMEM CARDOSO / D.R.

PAULO LARCHER Jurista e escritor

“As praças fortes foram conquistadas Por seu poder e foram sitiadas As cidades do mar pela riqueza Porém Cacela Foi desejada só pela beleza.”1

B

eleza intemporal. Eis a primeira impressão quando ao chegar a Cacela olho das suas antigas muralhas as águas que a cercam: a enfeitiçante atração de algo muito belo a transformar-se em desejo, em volúpia de pertencer, de ficar para sempre a contemplar, a desejar. Não é porém universal essa poética sensação de completude. Há quem, mais terra-a-terra, apenas tenha avistado uma velha povoação que lentamente se desmoronava. “A mais ou menos doze quilómetros de distância de Vila Real de Santo António, carcomida e escalavrada pelo mar, definha de dia em dia a antiga vila de Cacela - residência que foi de D. Paio Peres Correia, que dali investiu a vingar a traição dos mouros de Tavira, tomando-lhes a cidade.”2 Indiferentes à deriva histórica e aos feitos militares de Cacela - mais numa onda poética que histórica -, eu

e o António3, sentados com vagar num banco adossado à velha igreja, contemplamos o que de facto ali mais impressiona: o mar, a ria, os labirintos que a água lenta desenha nas areias… A máquina fotográfica está em riscos de lhe escorregar das mãos, dada a sua evidente impotência perante a tão nobre, clara e doce presença das águas que em silêncio se deixam admirar. “Não andas tu à procura da cultura?”, perguntou de repente o António na sua voz pausada, sobressaltando-me, “pois aqui a tens; a cultura é isto, são as coisas, ou melhor, uma certa forma de as olhar”. Uma forma de olhar as coisas, diz ele. Mas será isso cultura ou apenas

sensibilidade ao estético nas coisas? “Dizer que a obra de arte faz parte da cultura é uma coisa um pouco escolar e artificial. A obra de arte faz parte do real e é destino, realização, salvação e vida”4. A arte é vida! Pois bem, muito obrigado aos muitos poetas que legaram a sua escrita aos muros límpidos de Cacela, e a tantos outros que num qualquer momento a tenham visto e amado. “O Eugénio de Andrade dizia que a Sophia gostava muito de gatos”, declara então o António, que tinha andado pelos recantos sempre muito atarefado com a sua máquina, “Ora vê lá isto”, e mostra-me no pequeno visor um gato malhado em observação atenta, empoleirado nas toscas muralhas de Cacela, sobre um cenário de águas e terras misturadas em pacíficos abraços, “é uma homenagem minha a ela, à poesia e à beleza de existir”. “Cacela Velha é um poema de poucos versos”, escreveu noutro tempo Teresa Rita Lopes, “quatro ruas desaguando num largo ao abrigo das muralhas, a igreja, o cemitério logo ali. Os mortos dão de vaia aos vivos. Aluado, o mar procura a terra. Seus frutos esguicham sumo sobre os das árvores, caídos no chão.”5 Sim, a realidade física de Cacela é pouco mais que isso, talvez por ter sido espoliada das suas prerrogativas civis e religiosas no final do século XVIII, após a fundação da Vila Real de Santo António. Talvez por essa razão (e outras…), parou no tempo, o que não a impediu, por exemplo, de ser a praia algarvia onde primeiro os exércitos liberais pousaram a biqueira das suas botas: “No dia 24 de junho de 1833 foi o lugar de desembarque do duque da Terceira com uma força de 2500 homens a cujo valor se deve a conquista do Algarve dentro de seis dias.”6 Do que ninguém, todavia, a poderá jamais despojar é da sua posição geográfica, da nobre face que oferece a um oceano pacificado por um estreito cordão dunar que arranca do Levante e se perde para poente,

numa sucessão onírica de matos e areias, construindo um cenário de uma sublime completude. É triste, porém, e um pouco nostálgico, presenciar o digno silêncio de uma povoação arredada da história não por carência de amantes mas por falta de defensores que a tivessem imposto ao mundo que a expulsara. Ainda sentado no mesmo banco de memórias, sou invadido por um prazer melancólico e delicado que tem a ver com a infância, mas também com a velhice, ou melhor, com o acerto de contas que habitualmente precede o fim. O acervo de todas as coisas que deveria ter feito mas por falta de tempo de imaginação ou de ocasião não fiz. Uma dessas seria o de viver junto ao mar para inspirar de cada gota salgada o perfume dos grandes momentos, das grandes celebrações cósmicas que rasgam os oceanos em lendas e em danças. Contemplando a imensidão que cobre de azul o grande Sul, penso que encontrei a pedra angular que completa o conjunto perfeito e efémero que constitui uma vida. Esta emoção deliciosa é uma paga que excede em muito o esforço de num único relance aprisionar o mar, a terra, o passado e o presente (e talvez um poucochinho de futuro), a dificuldade de tentar ao mesmo tempo amar e dominar a vida e as suas variadas formas. Em Cacela, melhor do que em qualquer outro local, apercebemo-nos

do véu que esconde uma parte invisível das nossas vidas e que só por intercessão dos deuses poderá ser levantado. Por exemplo, o véu sobre esse ignoto e vastíssimo território da infância onde se enraízam as dores e o júbilo das coisas entrevistas e logo esquecidas. Por isso mesmo, muitos séculos atrás, Ibn Darraj, poeta natural de Cacela, pedia o seguinte a quem tem mais poder que um simples homem: “Diz à Primavera: estende as nuvens do teu manto e abre os teus véus sobre os lugares onde brinquei na minha infância.” Cacela não é só um local que desde tempos imemoriais e até hoje atrai poetas e pensadores. Cacela é uma das formas de que a poesia se pode revestir. Ela é por pleno direito poesia, e os poetas que a cantam são apenas seus émulos, Ulisses, tentando fruir o belo canto inebriante das sereias mas, ao mesmo tempo, sobreviver a essa prova. (1) Sophia de Mello Breyner Andresen, Livro Sexto, 4ª ed., Moraes Editores, Lisboa, 1972, p. 15 (2) Joaquim Ferreira Moutinho, O Algarve, Tipografia Elzeviriana, Porto, 1890, p. 65 (3) Mestre António Homem Cardoso, fotógrafo. (4) Sophia, op. cit., posfácio, p. 75. (5) Teresa Rita Lopes, O Sul dos meus sonhos, in Viajantes, Escritores e Poetas, Retratos do Algarve, ed. Colibri, CELL/UALG, 2009, pp. 32-33. (6) Joaquim Ferreira Moutinho, O Algarve, Tipografia Elzeviriana, Porto, 1890, p. 656. * O autor não escreve segundo o acordo ortográfico


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ESPAÇO AGECAL

Algarve e a história cultural: Renascimento, luzes e sombras JORGE QUEIROZ Sociólogo, sócio da AGECAL

“Ele não vai à lavrada, ele todo o dia come, ele toda a noite dorme, ele não faz nunca nada, e sempre me diz que há fome!” Gil Vicente in “Auto da Feira”

O

s séculos XV e XVI foram excepcionais em todas as áreas da cultura portuguesa. O País orgulha-se da sua produção artística humanista e dos monumentos do Renascimento, hoje os mais visitados. Em oito séculos não houve época de igual importância cultural e científica, mas surgiram também problemas demográficos, étnico-religiosos… luzes e sombras. Foram séculos em que Portugal contou com uma direcção política informada e culta, avançada nos conhecimentos, aberta ao mundo e às ideias, que investiu nas ciências, náutica, cartografia, astronomia, matemáticas, medicina, botânica, arquitectura, pintura, música, teatro, … O Reino dispôs dos meios resultantes do comercio com a África, as Índias e as Américas. Nas décadas de Quinhentos surgiram o “Cancioneiro Geral” de Garcia de Resende, primeira colectânea de poesia, os autos de Gil Vicente e o

O bispo Jerónimo Osório (1506-1580) foi uma figura de referência do século XVI no Algarve FOTO D.R.

novo teatro, a poesia de Bernardim Ribeiro e Sá de Miranda, a história de Damião de Góis, a primeira

gramática da língua portuguesa de João de Barros, “Os Lusíadas” de Luís de Camões, estudos da arqueo-

logia romana de André de Resende, as obras de botânica e farmacêutica de Garcia da Orta, a cartografia de Pedro e Jorge Reinel, Vaz Dourado, o primeiro historiador da arte António de Holanda, arquitectos como Diogo Boitaca (Setúbal), João de Castilho (Jerónimos), Francisco Arruda (Torre de Belém), Diogo Torralva (Tomar), pintores Jorge Afonso, Grão Vasco, Gregório Lopes,… e muitos outros. Foi ainda também um período sombrio para o pensamento humanista, consequência do Concílio de Trento e da instauração do Santo Ofício. Surgiram as perseguições político-religiosas, expulsão e conversão forçada das minorias mouriscas e judaicas, a confiscação de bens, autos de fé, um obscurantismo que marcou o retrocesso económico e cultural do País por séculos. Damião de Góis foi preso pela Inquisição, morreu em Alenquer abandonado e em circunstâncias estranhas, Garcia da Orta foi postumamente condenado por judaísmo e os seus restos mortais queimados num auto de fé, João de Barros e Luís de Camões morreram na miséria… E o Algarve? As “visitações” deram notícia do espólio artístico existente nos templos de várias cidades, historiadores de arte identificaram na arquitectura as presenças de Afonso Pires em Faro (Convento de N. Sra da Assunção), de André Pilarte em Tavira (Misericórdia), de António Rodrigues em Lagos (São Sebastião), entre outros. A extraordinária biblioteca existente em Faro e pertença do bispo D. Fernando de Mascarenhas, conhecida por Bodleyana, foi rouba-

Maria Luísa Francisco apresenta “Dicionário As Mulheres e a Unidade Europeia” em Lagoa

A

obra “Dicionário As Mulheres e a Unidade Europeia” vai ser apresentada no dia 8 de Março - Dia Internacional da Mulher, na Biblioteca Municipal de Lagoa, pelas 18:30, publicada pela

“Coleção Parlamento” da Assembleia da República. A edição foi coordenada pelas professoras Isabel Baltazar, Alice Cunha e Isabel Lousada e destaca as mulheres portuguesas e europeias que se dedicaram a pensar a Europa e

a construção de uma unidade europeia durante os séculos XIX e XX. A apresentação da obra e moderação do debate estará a cargo da professora Maria Luísa Francisco, cronista regular do Cultura.Sul.

O livro tem a colaboração de 83 autores, conta com o apoio da Assembleia da República, da Secretaria de Estado dos Assuntos Europeus, da Secretaria de Estado para a Cidadania e a Igualdade e tem o Alto Patrocínio do Presidente da República.

da no assalto dos ingleses em 1596 e encontra-se parte dela em Oxford. A figura de referência do século XVI no Algarve terá sido o bispo Jerónimo Osório (1506-1580). Osório, bispo de Silves entre 1564 e 1577, viveu a turbulência da transferência da sede da diocese para Faro, continuou bispo até 1580, ano da sua morte em Tavira. Escrevia, segundo os especialistas, num excelente latim facilmente lido e editado nos meios intelectuais europeus. O pai foi Ouvidor-Geral do Reino na Índia e Jerónimo enviado aos 13 anos para Salamanca, seguiu para Paris onde fez estudos aristotélicos, esteve em Bolonha, conheceu Loyola fundador da Companhia de Jesus, regressou a Portugal assumindo cátedra na Universidade de Coimbra. Borges Coelho considera que o Algarve “teve a sorte de ter um prelado reformador”, contudo pairam interrogações sobre as suas práticas e omissões, na colaboração com o Santo Ofício. Investigadores que estudaram o processo da Inquisição contra Frei Valentim da Luz, pároco do Convento da Graça em Tavira, referem que o Bispo Osório deu o seu parecer neste processo… Valentim da Luz acabou morto na fogueira em Lisboa a 10 de Maio de 1562. Seria justo que o Algarve lhe prestasse homenagem, como um símbolo das vítimas da intolerância. A história da cultura no Algarve encontra-se por realizar. Política e gestão cultural fundamentadas implicam investigação interdisciplinar continuada do fenómeno cultural. * O autor não escreve segundo o acordo ortográfico


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FILOSOFIA DIA-A-DIA FOTOS D.R.

A falha do sistema MARIA JOÃO NEVES PH.D Consultora Filosófica

R

ecentemente Portugal foi alvo ciberataques a empresas de telecomunicações e laboratórios clínicos. A disfunção nestas empresas teve repercussões a larga escala nos seus clientes quer empresariais, quer particulares. Estes incidentes fazem-nos reflectir sobre a nossa relação com o mundo digital. Parece óbvio que criámos uma sociedade dependente de computadores, porém, qual é o grau dessa dependência? Será que sempre e em todos os casos nada podemos fazer? Há alguns anos atrás, acompanhei a minha sobrinha à escola para onde tinha vindo transferida. O funcionário da secretaria estava em plena batalha com o seu computador, de vez em quando olhava para mim e exclamava: “falha do sistema!” O problema arrastou-se durante bastante tempo e eu acabei por dizer que me tinha de ir embora, e puxei da carteira para pagar o almoço da nova estudante. “Isso não é possível! Tem de carregar o cartão e comprar a senha de almoço”. Então, faça o favor de lhe entregar o cartão para que se carregue e ela proceda como indicou, retorqui. “Isso não é possível! Não lhe posso emitir um cartão sem ter número de aluno. Não lhe consigo atribuir número de aluno porque há falha do sistema!” A partir daqui a conversa escalou. Finalmente, exigi que me levassem à funcionária chefe de cozinha, apresentei-lhe a minha sobrinha, e não arredei pé daquela escola até ouvir um “vá-se embora descansada que eu lhe garanto que a menina não fica sem comer”. Outro dia, em pré-pandemia, dirigi-me ao centro de saúde para fazer um curativo. Tirei a minha senha de tratamento e fui aguardar para a sala de espera. Havia uma grande tensão no ambiente. Reparei que o ecrã onde transmitem vídeos e aparecem os números das senhas estava desligado. A funcionária esclareceu-

-me: “falha do sistema!” Muito bem, respondi eu, então em que número vamos? A senhora olhou para mim com um ar incrédulo e repetiu num misto de irritação e condescendência: “falha do sistema!”. A conversa que se seguiu e que aqui reproduzo talvez pudesse fazer parte de um livro de contos kafkiano: - As pessoas que aqui estão à espera tiraram senha de tratamento? - Sim. - As enfermeiras que fazem os tratamentos já chegaram? - Sim. - Então porque não chamam as pessoas? - Há falha no sistema. - Está a dizer-me que as enfermeiras estão ali dentro à espera dos pacientes e ninguém entra porque o ecrã não está a chamar os números? - Há falha no sistema!

Acto seguido, abri a porta que dá para os gabinetes e chamei pelas enfermeiras. Sugeri-lhes que viessem chamar as pessoas pelos seus números para que fossemos atendidos por ordem, como compete. Ainda tentaram parar este acto de rebelião contra “o sistema” mas perceberam que não teriam de enfrentar apenas a mim mas toda uma sala de espera exaltada. Sou só eu que fico aturdida perante estas reacções à “falha do sistema”, ou o estimado leitor também? No artigo do mês passado intitulado “Mascarada?” apresentámos

teses que negam o livre arbítrio e defendem que o ser humano é predeterminado. Exactamente como os computadores da escola da minha sobrinha e do meu centro de saúde que estão predeterminados - programados - obedecendo sem hesitar, excepto quando falham, ou se lhes acaba a bateria. Por certo que os computadores, tal como nós, também apanham vírus. Se calhar, é por isso mesmo que acontecem as tais “falhas do sistema”. A verdade é que tanto na escola como no centro de saúde, embora nos prejudicasse muitíssimo a todos, não me ocorreu chamar a polícia e mandar prender o computador por não cumprir as suas obrigações. Um dia destes, quem sabe, deparamo-nos com uma “pandemia informática”. Que faremos então? Podemos dar largas à nossa raiva e atirar o computador pela janela, podemos desligá-lo, podemos parti-lo à pedrada mas... Por alguma razão, ainda ninguém se lembrou de criar um reformatório para computadores e não existe nenhuma lei que os puna. Se acreditarmos que somos predeterminados como os computadores, que consequências daí decorrem? Para começar, a responsabilidade ética desapareceria, e deixaríamos de ter qualquer incentivo para nos tentarmos melhorar. Passaríamos pela vida com um encolher de ombros, um “não posso fazer nada por mim próprio” ao género da música daquela primeira telenovela brasileira que um dia chegou ao nosso país: “eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo assim, vou ser sempre assim: Gabrié-é-la”. Pergunto-me se os investigadores que negam o livre arbítrio se atrevem a educar os seus filhos. Para quê repreender-castigar ou elogiar-premiar se a criança, sendo predeterminada, não poderia ter actuado de outra maneira? Em todas as civilizações conhecidas, os pais tentam educar os filhos, e as sociedades têm sistemas de recompensa e punição. Portanto, existe um acordo tácito em como o livre arbítrio e a responsabilidade ética existem. As excepções acontecem nos casos em que existe uma anomalia cerebral, demência, ou uma

doença do foro psiquiátrico. De nada serve punir um demente ou um esquizofrénico até à exaustão, jamais ficará são. No seu livro Ética a Nicómaco o filósofo grego Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) utiliza o seguinte critério para determinar se o ónus ético é ou não imputável: uma pessoa é responsável pelo que fez, apenas se pudesse ter agido de outro modo. Nessa circunstância, “tanto a virtude como o vício estão em nosso poder. Está em nosso poder o fazer, e está também o não fazer; sempre que está em nosso poder o não, está também o sim.” (Ética a Nicómaco 113b) Suponhamos que uma pessoa descuidada conduz em excesso de velocidade porque não se apercebeu da placa que indicava o limite. Deverá ou não ser punida por essa transgressão? Aristóteles diz que a lei pune correctamente tais casos de delito ignorante, porque a pessoa é responsável pela sua ignorância negligente, da mesma forma que um bêbado deve ser responsabilizados pelos estragos que causa, mesmo que inadvertidamente, quando debaixo do domínio do álcool. A questão da liberdade torna-se mais complexa quando entramos no foro psicológico. Também no artigo do mês passado apresentámos a akrasia ou “fraqueza de vontade” de Santo Agostinho que rezava assim: “dai-me a castidade e a continência; mas não ma deis já.” (Confissões, 8:7) Este é um caso típico em aquilo que uma pessoas considera que é bom e os seus desejos entram em conflito. A pessoa que sofre de akrasia acaba por sucumbir aos desejos e fazer o que acredita ser mau. Pelo contrário, quando as crenças e desejos de uma pessoa estão em harmonia – como no caso de uma pessoa completamente virtuosa – as suas acções seguirão as suas crenças e desejos pelo que parece ser bom. Esta harmonia não está dada, cultiva-se. A virtude é um estado de carácter desenvolvido através da prática: torno-me corajoso agindo corajosamente, assim como me torno um bom leitor lendo muito. Que acontece com o vício? De maneira análoga, o vício desenvolve-se através da repetição: é adquirindo o hábito de enganar que uma pessoa se torna mentirosa, é bebendo demasiado que alguém se torna alcoólico, enfim, “são as condutas particulares que tornam os homens de tal ou qual índole” (Ética a Nicómaco 114a).

Temos aqui um bom exemplo de filosofia ocidental e oriental em perfeita sintonia: o conceito budista de Karma pode ser entendido como uma energia de hábito. Praticando a virtude com regularidade e disciplina tornamo-nos virtuosos, praticando o vício com frequência e insistência tornamo-nos viciosos. Os hábitos são muito difíceis de mudar, portanto, é de bom senso adquirir bons hábitos desde cedo. Justamente, Aristóteles admite que algumas pessoas são incorrigivelmente más, porque fixaram firmemente maus caracteres por persistirem em maus hábitos durante demasiado tempo. O filósofo dá-nos o exemplo de uma pessoa incuravelmente doente, que enfermou devido à vida dissoluta e ao desprezo pelas indicações do seu médico. Aristóteles não aceita desculpas vitimizadoras. Tornamo-nos na pessoa que somos agora, devido às nossas acções passadas, onde tivemos liberdade para decidir actuar desde ou daquele modo. No exemplo citado, a pessoa doente é responsável pela sua doença, embora não haja nada que possa fazer a esse respeito agora, por ser demasiado tarde para mudar. (Ética a Nícómaco, 1114ab). O que distingue os humanos adultos das crianças pequenas, dos animais e, por certo, das máquinas, é a nossa posse de razão prática. Esta capacidade permite-nos deliberar sobre o que fazer para melhor alcançar o que acreditamos ser bom. As nossas escolhas baseiam-se nessa deliberação. Somente criaturas que podem fazer esse tipo de escolha deliberativa são capazes de virtude ou vício, e apenas essas criaturas são responsáveis pelo que fazem. Por tudo o que aqui foi dito, creio que ser legitimo deduzir que nós somos radicalmente diferentes dos computadores. Pese embora o facto de o ambiente e a educação influenciarem o carácter, a pessoa não é um ser predeterminado. Então, se o nosso livre arbítrio existe, se podemos escolher, se podemos raciocinar, deliberar e agir, por que motivo baixamos os braços numa inacção submissa à máquina quando “há uma falha no sistema”?! Inscrições para o Café Filosófico: filosofiamjn@gmail.com * A autora não escreve segundo o acordo ortográfico


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FIOS DE HISTÓRIA

O Grande Conquistador FOTO D.R.

RAMIRO SANTOS Jornalista ramirojsantos@gmail.com

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asceu numa pequena aldeia de Barcelos e morreu com fama de santidade em Espanha. Mas não se sabe ao certo onde foi sepultado, nem onde se encontram os seus restos mortais. D. Paio Peres Correia foi Grão-Mestre da Ordem Militar de Santiago da Espada e esteve na conquista da grande maioria das praças algarvias na posse dos muçulmanos. Antes de se fixar em Castela, participou, já como comendador de Alcácer, na campanha do Alentejo, designadamente, na tomada de Aljustrel e Beja, tendo descido posteriormente com D. Sancho II para conquistar Mértola, Alcoutim, Vaqueiros, Castro Marim e Ayamonte. Cacela, que havia sido tomada na mesma altura, viria a ser recuperada pelos mouros que a perderam, definitivamente, pouco depois, para a coroa portuguesa. Instalando-se como fronteiro mor na Andaluzia, seria a partir dali que o freire guerreiro viria a organizar, posteriormente, as incursões de combate aos mouros no restante território do Algarve. Porque, alegava ele, “como nele metesse pé, tudo o mais lhe seria menos dificultoso” nos objetivos de afastar os muçulmanos do sul da península. Para tanto serviu-se de um informador cristão, um tal Gracia Roíz - ou Garcia Rodrigues - que negociava ou ”tratava neste Algarve com os mouros e os cristãos suas mercadorias” e que conhecia o terreno como as palmas das suas mãos. O negociante “lhe deu logo bom conselho e ardil” com instruções onde melhor se devia fazer o assalto. Assim partiram de Aljustrel em direção a Torre de Estômbar e não encontrando grande resistência foi logo tomada. Dias depois, seguiu-se a vila de Alvor. Segundo o investigador algarvio Ofir Chagas, na sua obra “Algarve e Andaluzia no Itinerário de D. Paio Peres Correia”, as primeiras conquistas puseram os mouros em sobressalto e levaram-nos a negociar com o Mestre a troca daquelas duas praças por Cacela, junto ao Guadiana. D. Paio Peres Correia aceitou o acordo por considerar Cacela “lugar forte sobre o mar e naquele tempo bem cercada, pelo que logo se mudou para ela e lhe deixou livres os outros lugares”. Tratava-se de uma antiga praça mourisca e oferecia

uma posição estratégica favorável ao grande objetivo militar e religioso da cavalaria de Santiago que visava a expulsão e domínio territorial dos muçulmanos. E foi ali que estabeleceu o seu quartel general. Depois de algumas escaramuças sem grandes resultados práticos, entrou-se numa fase de impasse acordado tacitamente por ambos os contendores. Até que um dia, ao que parece contra a opinião de D. Paio, um grupo de guerreiros cristãos decidiu empreender uma caçada para os lados do lugar das Antas, passando Tavira, zona de influência árabe. Para tanto - conta Ofir, citando o cronista Rui de Pina -, com alguma arrogância atravessaram a ponte entrando no coração da vila. Uma provocação que não ficou sem resposta: “Os mouros vendo-os passar por suas portas, a cavalo, tão seguros e parecendo-lhe como gente apoucada que o faziam em seu desprezo, receberam grande dor”, e partiram depois em perseguição dos seis cavaleiros cristãos. A eles haveria de juntar-se o mercador amigo Garcia Rodrigues, “o qual ia de Faro para Tavira com suas mercancias e vendo o ajuntamento e reboliço dos mouros” se reuniu aos seus e combateu a seu lado. Foi uma chacina. Morreram todos.

Avisado do massacre e depois de ter verificado com os seus olhos onde tombaram os seus homens, D. Paio Peres Correia, decidiu avançar sobre Tavira: “E com grande ímpeto de ira deu logo sobre muitos mouros e a outros que fugiram foi seguindo ao alcance (...) até chegar à vila, cujas portas acharam fechadas pelos que dentro ficaram e somente lhes abriram um postigo sobre que se deu o Mestre com eles (...) e se apoderou da vila”. Por esse tempo “era senhor dela um mouro por nome Abenfalila, do qual não se soube se morrera ou se fugiu”. Afirma Rui de Pina que a conquista desta importante praça algarvia se deu a 11 de junho de 1241. Contudo, Ofir Chagas, confrontando documentos diversos e seguindo o percurso do freire espatário, defende a tese de que a tomada de Tavira terá ocorrido em 1239. Foi por essa altura, de acordo com António Castro Henriques, no seu livro “Conquista do Algarve”, que terão sido tomadas também as praças de Albufeira e Paderne (1240), esta após algumas tentativas fracassadas. Nos anos subsequentes, e depois de ter pacificado a zona mais próxima da fronteira com a Andaluzia, D. Paio colocou-se ao serviço do rei de Castela onde terá permanecido de 1241 até 1248. Em dezembro de

1242 foi investido na qualidade de 17º Grão-Mestre da Cavalaria de Santiago. A sua coragem e bravura no campo de batalha e a capacidade de liderança demonstrada em diversos teatros de guerra foram decisivas e tornaram-no um dos principais obreiros da vitória dos cristãos nas campanhas de Múrcia e de Jaen, sendo esta uma praça de grande importância estratégica pela sua ligação e confluência entre Castela e Granada. Estava aberto o caminho para a tomada de Sevilha. Mas a conquista deste importante centro urbano e militar cercado por fortes muralhas, haveria de revelar-se uma tarefa muito mais difícil, exigindo uma maior mobilização de tropas e combates encarniçados que se prolongaram por dezasseis meses. E só em novembro de 1248 se deu a rendição sem condições da cidade andaluza. Cerca de 100 mil muçulmanos foram deixados partir e a 22 de dezembro, o rei D. Fernando III fez a sua entrada triunfal em Sevilha, com D. Paio Peres Correia a seu lado. Terminadas as campanhas na Andaluzia, o Mestre regressa ao Algarve para ajudar o rei português a eliminar as cidades e algumas bolsas de resistência que ainda existiam na posse dos árabes. A conquista definitiva de Aljezur, Loulé e Faro em 1249, foram as últimas batalhas onde ele ou as suas tropas terão participado, sendo que nesta última se tratou de uma rendição negociada entre o alcaide muçulmano e D. Afonso III. As datas referentes à conquista de algumas praças algarvias variam conforme as fontes e estão longe de reunirem o consenso entre os historiadores, sendo difícil dizer, por exemplo, em que ano se verificou a capitulação final de Silves. Contudo, para Ofir Chagas, a tomada de Paderne e Silves, como Estômbar, Alvor e Salir “devem ter sido submetidas entre 1241 e 1249”, provavelmente com a participação de cavaleiros santiaguistas mas sem a presença do seu líder que, entretanto, nesse período de tempo se encontrava ao serviço do rei Fernan-

do III, nas campanhas da Andaluzia. Apesar da conquista do Algarve, a sua integração no reino de Portugal não foi, porém, um caso pacífico e demorou tempo a ser resolvido, tendo em conta que também era disputado por Castela que o não reconhecia como território português. Alguns historiadores avançam que, a este conflito diplomático entre os dois reinos peninsulares, não deverá ter estado alheio D.Paio Peres Correia, desiludido e considerando-se indevidamente recompensado por D. Afonso III. O problema só foi definitivamente ultrapassado no Tratado de Badajoz, de 16 de fevereiro de 1267. Por este tratado, o Algarve passou a ser reconhecido por Castela como território português, tendo ficado assente que seria o Guadiana, desde a confluência do Caia até à foz, a fronteira entre ambos os países. D. Paio Peres Correia retirou-se então definitivamente para Espanha. Morre em 1275, aos 70 anos, em Ucles ou na comenda santiaguista de Montalban, em Aragão, conforme os autores, tendo os funerais sido celebrados no mosteiro de Ucles. Fontes em Espanha garantem que o Grão Mestre foi sepultado na igreja do hospital em Telavera de la Reina e que, por ordem dos reis católicos, os seus restos mortais foram levados para o mosteiro de Tendudia, em Calera de Leon, que foi a maior comenda da Ordem Militar do grande conquistador. Subsiste, todavia, a tese de que na igreja de Santa Maria de Tavira, onde estão sepultados os sete cavaleiros mártires, se encontram também os restos mortais de D. Paio Peres Correia. Na vida como na morte, foi admirado e disputado como grande combatente e conquistador em nome da liberdade cristã, pelo poder dos dois países vizinhos. E Camões lembra-o assim: “Olha um Mestre que desce de Castela,/Português de nação, como conquista/A terra dos Algarves, e já nela/ Não acha quem por armas lhe resista./Com manha, esforço e com benigna estrela,/Vilas, castelos, toma, e escala vista,/Vês Tavila tomada aos moradores,/Em vingança dos sete caçadores?” (in Os Lusíadas, canto VIII)

Fontes: “Algarve e Andaluzia no Itinerário de D. Paio Peres Correia”, Ofir Chagas; “Crónica de D. Afonso III”, Rui de Pina; “Conquistas do Algarve”, Antº Castro Henriques; outras.


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O Jardim sem Limites, de Lídia Jorge

O Jardim sem Limites consolidou a carreira de Lídia Jorge FOTO FRANK FERVILLE

O Jardim sem Limites, de Lídia Jorge, conhece agora a 5.ª Edição, pelas Publicações Dom Quixote. Romance de matriz urbana, cuja acção parte de um caso real e decorre em espaços reconhecíveis de Lisboa, publicado pela primeira vez em 1995, consolidou a carreira da autora algarvia, representa um dos seus mais ambiciosos trabalhos e concedeu-lhe o Prémio Bordallo Pinheiro de Literatura da Casa da Imprensa. PAULO SERRA Doutorado em Literatura na Universidade do Algarve; Investigador do CLEPUL

O romance como corpo e casa

A

narrativa é feita na primeira pessoa, como se percebe pela entrada de rompante no romance que inicia com “Ou por outras palavras” (p. 7), em que a narradora dá conta de como em Fevereiro de 1988 chega à casa da Arara onde passará a ocupar um quarto, pois sente, de forma premonitória (não sabe nem pretende explicar), que ali terá a reclusão e a privacidade necessárias para poder escrever. A narradora, de quem nunca se conhecerá o nome, tem uma intenção clara: “eu tinha um projecto mais amplo do que o meu próprio alcance, e caminhava na escrita com o passo bruto do cavalo.” (p. 8) Para tal, bastar-lhe-á uma tábua sobre duas mesas de cabeceira, onde instala a sua máquina de escrever, e “as teclas da Remington, repercutindo-se em

duplo, transformavam as palavras que escrevia num ruído poderoso e triunfal.” (p. 7) Não se sabe qual era o projecto inicial da narradora mas ao longo do romance parece claro que este se dissipa face à narrativa que se impõe dos projectos dos restantes hóspedes da Casa. É curiosa a relação que se estabelece entre a narradora e a sua máquina de escrever, pois dela nunca nada é dito, sendo que a sua existência na casa parece reduzida à Remington. Objecto esse que por vezes parece humanizado, como se se fundisse com o corpo da narradora que escreve incessantemente enquanto vai sendo visitada pelos vários ocupantes da Casa da Arara, rodeada do seu esquema de escrita, um desenho arborescente que cresce pelas paredes: “As teclas da Remington tinham-se tornado na Casa da Arara a sede da acção e do saber, como uma outra cabeça. Uma nova cabeça. Por vezes ela doía-me.” (p. 13) A própria palavra corpo será aplicada múltiplas vezes no romance, o que se pode associar à reflexão metanarrativa de como se arquitecta

a corporização do romance, como construção artística: “as teclas que soltavam imaginariamente o clap, clap escreviam as letras que compunham o corpo da ideia, de forma semelhante ao som” (p. 13). E é também no corpo de Leonardo – homem-estátua numa das principais praças lisboetas durante períodos cada vez mais longos, na tentativa de bater o recorde de imobilidade – que se pode ler a escrita de um sonho e de um projecto artístico, ao procurar a imobilidade. Outro aspecto que se destaca na narrativa é esta recorrência. O performer recorre à música minimalista de Philip Glass para se deixar evadir, superando os limites do corpo e da consciência, da mesma forma que as suas performances são um acto repetitivo descrito com muito poucas modificações: “o performer pegava no espírito disperso em volta do seu corpo, preso ao mundo pelo limite dos sentidos, recolhendo-o a si como um lençol que se dobra, para em seguida o comprimir, de modo a formar um pequeno novelo colocado entre a língua e a testa.” (p. 37) A própria narradora insiste no som recorrente do clap clap clap das teclas da máquina de escrever, cujo som chega a ser descrito e confundido com a música de Einstein on the beach: “comecei a ouvir um ruído semelhante ao que sempre havia dado suporte ao vapor das minhas mãos. O som aparecia no corredor como uma ondulação na mecânica significante da Remington – clap, clap, clap, clap…” (p. 19). A esta ópera minimalista de Glass, com 4 horas de duração, subjaz, resumidamente, uma intenção de quebrar as convenções tradicionais, o que parece ser também uma intenção subliminar deste romance. A narradora, na sua quase inexistência, assemelha-se a uma entidade que se limita a filtrar, como um “olho de vidro” (p. 172). Sobre ela saber-se-á muito pouco e a sua fala nunca é transcrita no corpo do romance. O leitor pode apenas presumir que ela se identifica em diversos aspectos com os outros membros da “geração rasca” retratada na narrativa. Advoga-se um princípio de isenção, “eu apenas me limitava a registar” (p. 173), como se o seu papel fosse apenas o de narrar, sem emitir opinião: “O meu papel era branco como o duma fina mortalha, não pesava, não ocupava espaço nas suas vidas, e eles sabiam-no.” (p. 170); “eu apenas queria ver. Não tinha de intervir.” (p. 342) Mas nesse seu olho de vidro e nesse seu papel branco a própria narradora acusa uma sombra.

A Casa da Arara A Casa da Arara assemelha-se a um palco em que diversas personagens entram e saem de cena, ou interagem em simultaneidade. Estas personagens são de uma forma geral jovens com cerca de 20 anos, oriundos de famílias com posses, que decidiram romper com o passado, isto é, com os seus progenitores, com a sua herança genética, e cultural (mas não com o legado financeiro), na busca do seu próprio sentido de vida. É curioso quando se alude na narrativa – num assomo intencional da voz narratorial – à palavra mãe, por intermédio de uma cena em que Falcão filma as vítimas do serial killer, com essa palavra escrita nas costas das mulheres mortas: “Afinal, muito mais gente, além deles, detestava essa palavra. Eles tinham rasgado esse mundo, abandonado essa prisão armadilhada pelo tempo, e por isso nem se lhe referiam.” (p. 185) Esta associação parece transmitir como é essencial a esta geração matar aquela que os precede, libertando-se dessa imagem e partir do zero... No caso de Leonardo, a arte estática é inclusivamente uma contestação ao modelo parental: “escolhi há muito tempo não querer nem deus e nem pai. Aliás, se quiseres saber, comecei a fazer performance estática exactamente contra meu pai, e depois, acabou por ser contra tudo para me fundir com o nada que é o tudo” (p. 220).

As artes em diálogo No corpo de Leonardo pode-se ler uma linguagem artística. Ele é um “auto-escultor de si mesmo” (p. 78) e “a estátua do seu corpo não era um embuste, era uma apurada construção” (p. 41). Paradoxalmente, o seu trabalho como homem-estático, que exige a preparação de um atleta, tem mais de metafísico do que de físico. Leonardo procura o limite da imobilidade, algo que executa “só para se conhecer” (p. 334), que serve como meio de “se encontrar com o seu Eu espelhável pelo Universo” (p. 346), de modo a “se fundir com o nada que é tudo” (p. 232)”, “concentrado sobre si mesmo, como confluência do mundo” (p. 275). A imobilidade praticada por Leonardo pode ainda ser lida como o ilimite da vida, e da arte, como se pode confirmar na conversa que o poeta tem com o jovem, quando lhe afirma que “em arte, nunca se fez nada enquanto não se tentou o ilimite” (p. 330). Sendo esse ilimite o desfecho trágico da acção, perto do final do livro… O próprio acto de escrita da narradora na sua Remington é elevado ao acto de criação divina: “Enfeitar des-

Romance valeu-lhe o Prémio Bordallo Pinheiro de Literatura da Casa da Imprensa

se modo as paredes em volta é como criar uma abóbada celeste. Como reproduzir, a modo do bicho-de-conta, a criação de um firmamento. Deleita a alma e entretém a vista, mais nada, absolutamente mais nada. De manhã uma pessoa acorda e entretém-se a olhar para a sua obra.” (p. 39) Parece seguro afirmar que O Jardim sem Limites é uma das obras mais complexas da autora e assinalou então a sua maturidade literária, tendo demorado três anos a escrever, até ser publicada em 1995. Neste jardim labiríntico pode-se aceder por diversas entradas, como é próprio da natureza de um bom romance. Compete ao leitor desmontar a narrativa, num processo de sentido inverso ao do autor que foi compondo a narrativa camada sobre camada. O Jardim sem Limites é um ensaio sobre o fazer da arte, dispersando-se numa multiplicidade de escritas do real, como o cinema, a fotografia, a pintura, a música. A arte é tomada na sua capacidade de representação do real mas numa linguagem cifrada, que nem sempre tem de coincidir com o verdadeiro, procurando antes o ilimite, superando o verosímil e transfigurando a realidade envolvente. A temática do trabalho implícito à construção de uma obra literária, como um bolo que se reveste de camada após camada, recuperada ao som do martelar monótono e palpitante das teclas, lembra o minimalismo da composição de Philip Glass, Einstein on the beach, e serve de banda sonora à personagem-narradora. Uma leitura que deve ser feita em diversas vagas, como ondas a rebentar numa praia, revolteando o areal, enquanto escavam e simultaneamente depositam mais areia, como uma história desvelada a cada nova leitura e reciprocamente coberta de novo significado.


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LETRAS & LEITURAS

Um Vasto Céu Azul, de Kate Atkinson

Kate Atkinson foi agraciada pela rainha Isabel II com o título de Membro da Ordem do Império Britânico por serviços prestados à literatura FOTO D.R.

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m Vasto Céu Azul é o novo thriller de Kate Atkinson, publicado pela Bertrand Editora, com tradução de Miguel Batista. Esta editora publicara já Transcrição (2020), um romance de espionagem passado durante a Segunda Guerra – mas muito diferente dos romances Vida após Vida e Um Deus em Ruínas (Relógio d’Água), cuja ação também se desenrola nesse período, e ambos vencedores do Prémio Costa. Um Vasto Céu Azul assinala a estreia em

Portugal de uma das personagens mais célebres da autora, o detetive privado Jackson Brodie. A saga iniciou-se com o livro Case Histories (ainda por traduzir) e foi adaptada a série de televisão pela BBC, com o mesmo título. Existem ainda outros livros na saga – One Good Turn, When Will There Be Good News?, Started Early, Took My Dog –, que podem ser lidos separadamente, mas serão mais desfrutáveis, naturalmente, se forem lidos pela sua ordem de publicação. Todos eles são êxitos de vendas. Um Vasto Céu Azul é o tão aguardado regresso de Brodie no mais recente livro da série, originalmente publicado em 2018, com o título Big Sky. Jackson Brodie mudou-se para uma tranquila vila na costa oriental do Yorkshire, onde leva uma vida igualmente pacífica, dividida entre a ex-companheira, o filho adolescente Nathan e a cadela labrador já velhinha batizada de Dido (por causa da rainha de Cartago, não por causa da cantora). Ex-militar, ex-polícia, com um passado familiar trágico, Brodie é agora detetive privado, embora ele ten-

tasse não usar essa designação: «tinha demasiadas conotações glamorosas (ou manhosas, dependia do ponto de vista.) Remetia demasiado para Raymond Chandler. Criava expetativas às pessoas.» (p. 31) A atual missão de Brodie é a de recolher provas da infidelidade de um marido a mando da sua mulher. Contudo, um encontro fortuito com um homem desesperado, prestes a atirar-se de uma falésia, é apenas o princípio do desenrolar de uma longa e intrincada série de peripécias, que o leva a descobrir uma sinistra rede de tráfico humano. Como proclama a sua antiga companheira: «Jackson nunca precisara de ir à procura de sarilhos, (…) os sarilhos encontravam-no sempre.» (p. 342) Kate Atkinson consegue a proeza de criar uma narrativa tão emocionante quanto atípica, atendendo ao facto de Um Vasto Céu Azul ser um livro tão diferente dentro do género policial. Entrelaçam-se aqui várias histórias, mediante o cruzar de diversas personagens, num calmo crescendo, até que as várias pontas soltas começam a formar

nós e pespontos. Brodie tem mais de anti-herói do que de herói, pois apesar da sua calma compostura e do seu humor sarcástico não deixa de ser ultrapassado, várias vezes, pelos acontecimentos. Até Crystal, a dona de casa com ar de boneca, o ultrapassa na capacidade de reação, perfeitamente ciente, por exemplo, de que ele a seguiu durante todo o dia… Bastante único, dir-se-ia até avesso ao género policial, é o humor – negro ou talvez tipicamente britânico – que perpassa a narrativa. Ainda que especialmente centrado na personagem de Brodie, a narração na terceira pessoa, que acompanha à vez a focalização das várias personagens, através de vários pequenos capítulos, dá-nos momentos de humor genuíno, em particular quando o leitor capta o que se vai passando dentro da cabeça do protagonista. Veja-se, por exemplo, este pequeno episódio quando Jackson bate à porta da casa de uma mulher: «- O que é? – perguntou a mulher do casaco de malha. «Muito bem, não há cá preâmbulos.», pensou Jackson. De perto,

O mundo que conhecíamos, de Alice Hoffman

Alice Hoffman é uma premiada escritora americana de grande sucesso FOTO D.R.

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mundo que conhecíamos, de Alice Hoffman, publicado pela Suma (Grupo Editorial da Penguin Random House), com tradução de Inês Guerreiro, revisita o Holocausto. A ação, situada entre Alemanha e França, atravessa 4 anos da Segunda Guerra, de 1941 a 1944, até ao seu ocaso. Contudo, não se tome Alice Hoffman como mais um desses autores que tem explorado o filão do Holocausto a título comercial, como outros títulos que têm liderado os escaparates das livrarias. Alice Hoffman, pouco conhecida em Portugal, é autora de uma obra em que perpassa, muitas vezes, o fantástico ou o maravilhoso. O mundo que conhecíamos é justamente uma obra eivada daquilo que se designa como realismo mágico. O mágico está, de facto, fortemente presente nesta obra, mas está, naturalmente, muito

distante do real maravilhoso sul-americano. Quando o controlo do regime nazi começa a apertar sobre Berlim, Hanni Kohn sabe que deve mandar embora a filha de 12 anos. Renunciar à filha é a única forma de a poder salvar. O desespero de uma mãe disposta a tudo, até do impossível, condu-la até um rabino, na esperança de que ele crie uma proteção para a filha. Ele não a recebe, mas Ettie, a filha do rabino, habituada a escutar o pai e com uma memória prodigiosa, proclama-se perfeitamente apta a executar o ritual e proferir as palavras sagradas capazes de criar uma criatura judia mística, um golem raro e incomum, que jure proteger Lea, a filha de Hanni. Ava, criada a partir do barro, torna-se um golem único, a primeira do seu género do sexo feminino e, conforme o tempo passa, e a sua ligação a Lea se estreita, tornar-se-á também cada vez mais humana. A partir daí os destinos destas jovens raparigas ficam ligados e os seus caminhos predestinados a cruzar-se. Alice Hoffman cruza assim religião, mitologia, história e magia para criar uma narrativa absolutamente enfeitiçante, numa belíssima prosa lírica, profundamente feminista: «O coração já começara a ceder, mas ela era costureira, e suturou-se bem de modo a conseguir avançar» (p. 39). A autora parece aliás fazer justiça a algumas das crenças enraizadas e depois usadas pelo regime nazi como arma: «desde a Idade

Média se pensava que os judeus eram mágicos, suspeitos de praticar feitiçaria» (p. 193). Acreditava-se que o golem, cujo objetivo é proteger os judeus, seria um ser parecido aos humanos, ativado por encantamento mágico, uma criatura forte e destemida, imbuída de capacidades sobrenaturais, capaz de falar com os pássaros e os anjos, ver sonhos e prever o futuro (p. 103). O mundo, cercado pela noite (de um azul cada vez mais carregado) e pelo horror, começa a mudar drasticamente: «um mundo onde tudo podia acontecer e nada era impossível» (p. 270). Os confins do possível são cada vez mais relativizados, quer pela banalidade do mal, quer pela magia e coragem que reside nas ações de algumas mulheres, e dois jovens irmãos, dispostos a tudo para tentar salvar o mundo que conheciam antes da guerra, e que tentam preservar a humanidade que resta, recusando-se a aceitar que o Anjo do Morte, permanentemente a pairar por perto, e o mal vençam. «Por essa altura, milhões de judeus tinham sido assassinados. Foram enviados para campos de morte, enterrados bem fundo em florestas da Polónia, corpo sobre corpo, frágeis e nus, retorcidos e dilacerados, detidos em Roma e na Grécia e em Paris. Eram almas que tinham enegrecido de horror e que agora se empoleiravam nas árvores, a tremer e em estupefação face àquilo de que os homens eram capazes, sem conseguirem sair do sítio onde ha-

Obra cruza religião, mitologia, história e magia viam sido assassinadas, incapazes de entrar no Mundo Vindouro. Tinham sido torturadas, separadas daqueles que amavam, obrigadas a escavar as suas próprias sepulturas, castradas, humilhadas, vendo o ouro ser-lhes arrancado dos dentes, gaseadas aos seis mil por dia, em Auschwitz.» (p. 202) Alice Hoffman, nascida em Nova Iorque, é uma premiada escritora americana de grande sucesso. Os seus livros sobre mulheres em busca das suas identidades misturam realismo e realismo mágico. Educada na Adelphi University e na Stanford University, começou a sua prolífica carreira escrevendo contos para revistas. Tem mais de 30 livros publicados, entre romances e livros para jovens e crianças, e uma legião de fãs em todo o mundo.

Romance de espionagem passa-se durante a Segunda Guerra conseguia ver o ar de desespero cavado nas feições esqueléticas dela. Podia ter qualquer idade entre trinta e setenta anos. Trocara os chinelos de avó por um par de botas pretas de couro envernizado, até ao joelho, e por baixo do casaco de malha, tamanho extra, vestia uma saia curta e um reduzido top de lantejoulas. Por muito que não gostasse de tirar conclusões precipitadas, Jackson não pode deixar de pensar «mulher da vida», e em saldos, ainda por cima.» (p. 263) A confirmar Kate Atkinson como uma das mais proeminentes romancistas da atualidade, independentemente do género em que se move, é também a forma como, num thriller policial, se mantém a qualidade literária a par de uma leitura que se quer rápida – devido à pulsão do leitor de querer saber rapidamente o que vai acontecer em seguida. Apesar da profusão de personagens e dos velhos segredos que muitas delas escondem, a narrativa mantém sempre a devida tensão. Há inclusive momentos em que, sem escorregar nas velhas fórmulas televisivas, a narrativa dá saltos ou, por outro lado, revela analepses – o que torna, com eficácia, a intriga ainda mais surpreendente. Da mesma forma, tecem-se, aqui e ali, pistas de leitura para outros livros de Brodie, da mesma forma que aqui ressurgem personagens já conhecidas. Há, por fim, uma pungente melancolia em algumas passagens, especialmente na relação entre Brodie e o filho Nathan, ou na relação com a filha, prestes a casar-se (e que se zangou com o pai, chamando-o de ludita). Esperemos que esta melancolia não signifique que esta seja a despedida de Brodie, da mesma forma que, ainda que este livro possa perfeitamente ser lido de modo isolado, ficamos ansiosamente à espera que se traduzam e publiquem os restantes livros da série. Kate Atkinson, publicada em dezenas de países e idiomas, conquistou o reconhecimento dos leitores e da crítica. Tem, assim, o raro dom de conquistar importantes prémios literários (como o Costa Book Award, três vezes) e estar simultaneamente sempre nas listas de êxitos de vendas. Foi agraciada pela rainha Isabel II com o título de Membro da Ordem do Império Britânico por serviços prestados à literatura.


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CADERNO ALGARVE

Postal, 4 de março de 2022

NECROLOGIA REGIÃO

MARIA JOSÉ DE OLIVEIR A MILHÃO GUERREIRO 09-08-1933 17-02-2022 Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade. SÃO SEBASTIÃO - GUIMARÃES SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

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MARIA JORGE MARTA MANUEL PIMENTA ROCHA FERNANDES HORTA 31-05-1964 22-01-1942 13-01-2022 17-02-2022

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Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. C.F.

SANTA SÉ MARIA - FARO - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. T.S.

PAVEL VASILEV DR AGANOV

MARCELINO JOSÉ GONÇALVES

MARIA L AVÍNIA LIMA DA SILVA

03-05-1961 17-02-2022

26-09-1935 18-02-2022

21-09-1934 21-02-2022

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que se dignaram a acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

KAZANLAK - BULGÁRIA SÉ E SÃO PEDRO - FARO Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SANTIAGO - TAVIRA SÉ E SÃO PEDRO - FARO Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

CONCEIÇÃO - TAVIRA CONCEIÇÃO E CABANAS DE TAVIRA - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. A.G.


CADERNO ALGARVE

Postal, 4 de março de 2022

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A NÚNCIOS REGIÃO

Couto n.º 6, no 1º andar, em Tavira, na “Casa da Matilde”, com a seguinte ordem de trabalhos:

ANÚNCIO VENDA DE PRÉDIO RÚSTICO

Aprovação ou Rejeição do Relatório e Contas / Apresentação de Contas das Associações Mutualistas. Informa-se os Associados que oito dias antes da realização da Assembleia-Geral Ordinária se encontra o Relatório e Contas de 2021 á disposição de todos os associados, no gabinete administrativo do Monte-Pio Artístico Tavirense.

NOTIFICAÇÃO PARA EFEITOS DE EXERCICIO DO DIREITO LEGAL DE PREFERÊNCIA Vem por este meio Joruun Synnove Hageler divorciada, contribuinte fiscal nº 265 937 485, residente em Odinsveg 33, 7724 Steinkjer, Noruega, nos termos e para os efeitos previstos no disposto no nº 1 do artigo 1380º do Código Civil dar conhecimento a todos os proprietários dos prédios confinantes que é sua intenção vender os prédios rústicos compostos por cultura com árvores: - o prédio inscrito na matriz predial rústica, com a área de 4.044 m2 sob o artigo 1150 da Freguesia de S. Brás de Alportel e descrito na Conservatória do Registo Predial de S. Brás de Alportel sob o nº 2384/19871215- S. Brás de Alportel, confrontando a norte com caminho, sul com caminho, nascente com Manuel Dias Sancho e poente com caminho -o prédio inscrito na matriz predial rústica, com a área de 690 m2 sob o artigo 1089 da Freguesia de S. Brás de Alportel e descrito na Conservatória do Registo Predial de S. Brás de Alportel sob o nº 3015/19880603 - S. Brás de Alportel, confrontando a norte com Serafim Sousa Pedro, sul com Manuel Dias Sancho, nascente com João de Sousa Barros e poente com Paulo Teodoro Viegas Silva. A referida compra e venda concretizar-se-á nos termos e condições seguintes: a) Os identificados prédios rústicos serem vendidos em conjunto com os prédios urbanos inscritos na matriz sob o artigo nº 6489, também propriedade dos anunciantes situado na mesma referida freguesia e concelho de S. Brás de Alportel, composto de 1 piso e destinado a habitação, com a área de 130m2; com o qual forma um prédio misto e o inscrito na matriz sob o artigo 2599, da Freguesia e concelho de S. Brás de Alportel e descrito na Conservatória do Registo Predial de S. Brás de Alportel sob o nº 2385/19871215 - S. Brás de Alportel. b) O preço global a pagar pelo adquirente será de € 430.000,00 (Quatrocentos e Trinta Mil Euros), sendo atribuídos €269.000,00 ao prédio urbano, artº 6489, €36.000,00 ao prédio rústico nº 1150, ao artigo urbano 2599 o valor de € 75.000,00 e ao artº rústico nº 1089 o valor de €50.000,00. c) O preço será pago de uma só vez, no acto da celebração da escritura pública de compra e venda através de cheque bancário emitido à ordem da procuradora dos vendedores, a solicitadora Carmo Gonçalves; d) A escritura pública deverá ser realizada no Cartório Notarial da Dra Francisca Castro, em Cascais, até ao final do mês de Março do corrente ano; e) Os custos relativos à celebração da escritura pública de compra e venda e demais despesas com a mesma relacionadas incluindo os registos de aquisição a favor do(s) comprador(es), o Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), Imposto de Selo (I.S) e honorários a advogado ou solicitador, serão da exclusiva responsabilidade do(s) comprador(es). Nestes termos, devem os proprietários dos prédios rústicos confinantes pronunciarem-se sobre se pretendem ou não exercer o direito legal de preferência que lhes assiste, no prazo máximo de 8 (oito) dias contados a partir da publicação do presente anúncio, nos termos indicados, sob pena de caducidade do referido direito de preferência, nos termos do disposto ao nº 2 do artigo 416º do Código Civil. Caso reúnam as necessárias condições e pretendam exercer o direito de preferência na compra e venda, deverão os interessados enviar, dentro do referido prazo, comunicação escrita para a morada da procuradora dos vendedores, Carmo Gonçalves, Rua Dr. Manuel Eusébio Ramires, nº 68, 8700-458 Olhão.

Nos termos do artigo 41, Ponto 1, dos Estatutos, a Assembleia-Geral funcionará com qualquer número de Associados pelas 17.30 horas. Mais informo, que só poderão votar mediante a apresentação do cartão de Associado.

Convocatória da Assembleia-Geral Ordinária Nos Termos do artigo 40 º Ponto 1, e Ponto 2 alínea a) e c) dos Estatutos, convoco a Assembleia - Geral – Ordinária para o dia 25 de Março de 2022 , Sexta- feira pelas 16.30h horas, na sede do Monte-Pio Artístico Tavirense, na rua Tenente

Município de Tavira Edital nº. 7/2022 Ana Paula Fernandes Martins Presidente da Câmara Municipal de Tavira

TORNA PÚBLICO, para efeitos do disposto no n.º 3 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 146/2014, de 09 de outubro, que, por deliberação da Câmara Municipal, de 4 de fevereiro de 2022, sob a proposta n.º 14/2022/CM, foi autorizada a cessão da posição contratual, no contrato de concessão de exploração e fiscalização de zonas de estacionamento de duração limitada na cidade de Tavira, celebrado em 11 de maio de 2017, entre o Município de Tavira e a Hidurbe Serviços, S.A., sociedade que transmite a sua posição contratual para a sociedade anónima C.P.E. – Companhia de Parques de Estacionamento S.A., NIPC 504016652 e sede na Rua de Ceuta, n.º 43, 2.º, 4050-191, Porto. Com exceção da modificação subjetiva decorrente da transmissão da posição contratual da Hidurbe, Serviços S.A. para a C.P.E. – Companhia de Parques de Estacionamento S.A., mantém-se em vigor e inalterado o Contrato. O contrato de concessão e o presente acordo encontram-se publicados, no site do Município, em http://www.cm-tavira.pt, Município/Contratação Pública/Concessões.

(POSTAL do ALGARVE, nº 1281, 4 de Março de 2022)

Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos de costume.

CONVOCATÓRIA Convocam-se todos os associados da Associação Oncológica do Algarve (AOA) para a Assembleia Geral Ordinária a realizar no dia 25 de março, às 16:30 horas, no Instituto D. Francisco Gomes, Rua Dr. José de Matos Estrada do Bom João, 8000501, Faro, com a seguinte ordem de trabalhos: 1 - Apresentação, discussão e votação das contas do exercício de 2021. Caso à hora marcada não esteja presente o número de associados necessário para formar quórum, a Assembleia Geral reunirá meia hora depois, com o número de associados presentes. Devido à COVID-19, todos os associados deverão respeitar as normas DGS em vigor no dia da Assembleia. Faro, 28 de Fevereiro de 2022 A Presidente da Assembleia Geral Dra. Nídia Maria Manjua Brás Jesus (POSTAL do ALGARVE, nº 1281, 4 de Março de 2022)

Paços do Concelho, 10 de fevereiro de 2022 A Presidente da Câmara Municipal, Ana Paula Fernandes Martins (POSTAL do ALGARVE, nº 1281, 4 de Março de 2022)

Tavira, 4 de Março de 2022 A Presidente da Mesa da Assembleia-Geral Maria José Sousa Martins (POSTAL do ALGARVE, nº 1281, 4 de Março de 2022)

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. A.A.

CARTÓRIO NOTARIAL DE FARO A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que, no dia vinte e dois de fevereiro de dois mil e vinte e dois, foi lavrada neste Cartório, de folhas oitenta e oito a folhas noventa verso do livro de notas para escrituras diversas número noventa e três, uma escritura de justificação, na qual compareceu: Leonel dos Mártires Matias Nunes, NIF 141 373 504, natural da freguesia e concelho de Vila Real de Santo António, casado com Rita Rosa Nunes Matias, (NIF 158 320 999) sob o regime da comunhão de adquiridos, residente na Estrada Brava – Horta do Sapal, caixa postal 302, 8900-121 Vila Real de Santo António. Declara é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, do prédio urbano, sito em Estrada Brava, Sítio do Sapal, na freguesia e concelho de Vila Real de Santo António, composto por edifício de dois pisos, do tipo T-quatro, destinado a habitação, com a área total e coberta de cinquenta e três vírgula setenta e cinco metros quadrados, a confrontar a norte com Luís Manuel Martins Matias, a sul com António Pedro, a nascente com António Correia Marias e a poente com Mariana Medeiros, não descrito na Conservatória do Registo Predial daquele concelho, inscrito na respetiva matriz urbana, sob o artigo 8057, o qual teve origem no artigo 5443, da referida freguesia de Vila Real de Santo António, com o valor patrimonial tributável, de € 60.487,21, igual ao atribuído. Que o referido prédio entrou na posse do justificante, ainda no estado de solteiro, maior, por doação meramente verbal, e nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e dois, feita por seus pais, António Correia Matias e Luzia dos Mártires, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no Sítio do Sapal, Hortas, em Vila Real de Santo António. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, tem estado o justificante na posse do referido prédio, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, suportando os encargos de obras de conservação, utilizando-o como sua habitação, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que o justificante adquiriu o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme o original. Faro, aos 22 de fevereiro de 2022. A Colaboradora, Ana Rita Guerreiro Rodrigues (Colaboradora inscrita sob o n.º 400/6, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 18.03.2016, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de janeiro) Conta registada sob o n.º 381/02 Fatura / Recibo n.º 1/14621 (POSTAL do ALGARVE, nº 1281, 4 de Março de 2022)


Faro (com o Algarve) apresenta Candidatura a Capital Europeia da Cultura

Uma candidatura desenvolvida para as pessoas e com as pessoas” foi o mote para a apresentação da Candidatura de Faro a Capital Europeia da Cultura 2027, que decorreu no Teatro das Figuras, esta segunda-feira. Dezenas de convidados subiram ao palco para, na primeira pessoa, contarem como tem sido participar neste processo. A viagem pelo processo de candidatura Faro2027 teve início no foyer do teatro onde fotografias, objetos e filmes apresentavam o caminho percorrido, destacando algumas iniciativas e projetos, tentando antecipar o que seria apresentado em palco. Coube ao vice-presidente do Município de Faro, Paulo Santos, dar início ao evento. “Faro2027 é um processo, é um caminho sem retorno“, foi a frase de abertura da sua apresentação onde explicou todo o trabalho desenvolvido, o envolvimento regional como uma oportunidade de desenvolvimento mas acima de tudo como este processo desafiou equipas e métodos de trabalho: “Ninguém estava preparado para um projecto desta dimensão. Fomos todos obrigados a

rever métodos e fórmulas de trabalho, fomos obrigados a perder o medo de arriscar e fomos obrigados a sair da nossa zona de conforto”. Na sua apresentação fo r a m e n u m e r a d a s as diferentes fases do processo, os projetos realizados, as redes europeias criadas mas acima de tudo foi valorizado o processo independentemente do fato de vir a ser Faro/Algarve a ganhar o título: “Estamos empenhados nesta competição mas o nosso foco foi e continuará a ser no processo”, concluiu Paulo Santos. O evento prosseguiu em formato de talkshow e muitos foram os convidados a subir ao palco

FEIRA DOS ENCHIDOS DE MONCHIQUE ESTÁ AÍ

Embora a situação pandémica esteja controlável e a tendência seja o regresso à normalidade, entendeu o município que “a feira ainda não se iria realizar fisicamente pela necessidade da sua preparação prévia”. Para não deixar de assinalar esta data e, em busca da tradição, a Feira dos Enchidos vai ser celebrada de uma forma muito especial. Durante este sábado, dia 5 de março, a partir das 10:00, a Feira decorrerá on-line e em exclusivo nas redes sociais (facebook, youtube e instagram) do município e das freguesias do concelho, com diretos às 10:00, 12:00, 13:30, 15:30 e 18:00. “Monchique é terra de muitas tradições. Aqui, guarda-se o segredo dos melhores enchidos do país. E são estes costumes, e o que de melhor se faz por aqui, que se pretende homenagear com estes destaques”.

para dar corpo e voz ao processo. No primeiro painel de convidados foram ouvidos: António Pina (Presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve), João Fernandes (Presidente da Região de Turismo do Algarve), José Apolinário (Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional da Região do Algarve) e Paulo Águas (Reitor da Universidade do Algarve). No painel seguinte, Vânia Martins (Facilitadora Faro2027) e Daniela Cabral (Dinamizadora Faro2027) contaram como foi desenvolver um processo de auscultação que envolveu mais de três mil pessoas. A Adriana Nogueira, dire-

tora regional de Cultura do Algarve, coube responder a questões sobre a importância da criação de estratégias culturais para as cidades e para as regiões e a Gil Silva (diretor-delegado do Teatro das Figuras) satisfazer algumas curiosidades relativamente a projetos do Plano Estratégico para a Cultura de Faro como o Km Cultural ou a Fábrica da Cerveja. A este grupo de convidados juntou-se Ana Bela Conceição (coordenadora Regional do Algarve e Alentejo litoral do Plano Nacional das Artes). Fulvia Almeida entrevistou Tiago Prata (gestor cultural e membro da equipa Faro2027) e Alexandra Gonçalves (diretora da

Escola Superior de Gestão Hotelaria e Turismo). A vertente internacional do projeto foi ainda apresentada por convidados internacionais através de vídeo, como Jone Belausteguigoitia, Arquiteta pela Universidade de Navarra ou Léon Van Geest, Diretor do Festival de Rooftops de Roterdão: “Rotterdamse Dakendagen”.

FARO ou Cultura para Todxs A capacidade de sonhar e de criar novas comunidades em torno da candidatura esteve a cabo do último painel de convidados: Sofia Martins (Equipa Faro2027), Liliana Pereira (Associação Doi-

na) e Luis Vicente (diretor artístico da Companhia de Teatro do Algarve). A apresentação do Dossier de Candidatura (bidbook) ficou a cargo de Bruno Inácio, chefe da Divisão da Cultura do Município de Faro e Coordenador da equipa Faro2027. Bruno explicou como a relação da região com a água é a temática principal da candidatura, em torno derivam todas as outras problemáticas e temáticas abordadas e não menos importantes, tais como a multiculturalidade, das alterações climáticas e da massificação turística. Rogério Bacalhau, presidente do Município de Faro, no seu discurso de encerramento resumiu

HOTELARIA

Última

Timing vai formar 1000 novos trabalhadores COM o objetivo de formar cerca de 1000 pessoas, entre o Algarve e Lisboa, a empresa de recursos humanos vai focar as suas ações de formação, teóricas e práticas, para empregadas de andares e empregados de mesa (m/f). “As formações, em parceria com hotéis de prestígio, já tiveram início e prolongam-se durante os meses de março e abril”, explica a Timing em comunicado, acrescentando que “são compostas por uma parte teórica e outra prática e são dadas nas instalações dos hotéis parceiros”. A empresa de recursos humanos destaca também que “a parte prática será On Job com um formador especialista da área. Com o objeti-

vo de formar o máximo de pessoas com pouca ou até mesmo nenhuma experiência, o plano de formação será adaptado aos standards de cada unidade hoteleira, por forma a criar vantagem no recrutamento”. De salientar que, as pessoas formadas em cada unidade hoteleira, têm a possibilidade de ficar a trabalhar logo em seguida, no respetivo hotel. Já durante o confinamento, a empresa apostou nas formações on-line, que chegaram a mais de 15 mil pessoas, por forma a cativar pessoas que nunca trabalharam no setor da hotelaria, bem como renovar conhecimento dos que já trabalham nesta área. O g r a nde obje t i vo ago ra passa por mostrar que é

interessante trabalhar num hotel, e que o é ainda mais quando sabemos fazer o nosso trabalho. “O encanto e brilho que havia com a hotelaria mudou um pouco com a pandemia e queremos contribuir para que haja um rejuvenescimento. Isto, porque ao formarmos pessoas que não tem experiência na hotelaria, contribuímos para que entrem nesta área mais profissionais”, diz o CEO Ricardo Mariano. Tendo em conta que Portugal é um destino atrativo e que somos conhecidos por bem receber, Mariano destaca que “é importante prestarmos um serviço de excelência, que resulta numa melhor experiência para o turista que nos visita”.

que todo o percurso efectuado e relatado pelos convidados são prove de que “a Cultura está viva, em Faro, e no Algarve”, reforçando que “podemos já dizer que estamos hoje muito orgulhosos deste caminho. De todo este processo e de onde já conseguimos chegar. Porque independentemente do resultado, Faro e o Algarve já são vencedores. E esta onda não poderá voltar para trás”. A apresentação oficial da candidatura Faro2027 ao júri acontece no próximo dia 9 de março em Lisboa, num evento à porta fechada, sendo que as cidades apuradas para a segunda fase do processo são conhecidas no dia 11 de março.

Atletismo começa no domingo Lagos prepara-se

Tiragem desta edição

6.500 exemplares POSTAL regressa a

18 de março

para receber o XX Circuito de Lagos em Atletismo. O 26º Corta Mato de Barão de S. João é a primeira prova pontuável do calendário e está marcada para o próximo dia 6 de março, na Mata Nacional de Barão de S. João. Neste circuito podem participar atletas federados e não federados de todas as nacionalidades e ambos os sexos, divididos por diferentes escalões, desde os minis (nascidos em 2017), até aos veteranos com mais de 55 anos de idade.


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