Nº 18 - Primavera 2016

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Revista digital

Primavera

2016


Formamos:

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

Curso destinado a todos os criadores, ou potenciais criadores caninos. Características do Curso Objectivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre Criação Canina, todos os criadores, ou que pretendam vir a sê-lo, na medida em que, este Curso abarca toda esta temática, desde os conceitos de Genética Canina até à entrega do cachorro ao futuro dono. Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 6 meses ou 500 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do formando). A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Criadores Caninos que sintam algumas lacunas no seu conhecimento acerca dos Temas propostos no mesmo. É igualmente dirigido a todos aqueles que pretendam iniciar esta apaixonante e nobre atividade que é a Criação Canina. Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de Criação Canina. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, Criar cães, uma vez que está na posse de formação técnica e científica específica necessária para o fazer.

Estrutura Programática (Resumida) Tema 1 - A Genética Canina Tema 2 - O Período Reprodutivo Tema 3 - A Reprodução Tema 4 - A Gestação Tema 5 - A Patologia da Reprodução Tema 6 - A Alimentação da Cadela gestante Tema 7 - O Parto Tema 8 - A Amamentação Tema 9 - O Desmame Tema 10 - Primeiras etapas do desenvolvimento do Cachorro Tema 11 - Enfermidades do Período neonatal Tema 12 - O Crescimento do cachorro Tema 13 - Desparasitação e Vacinação dos Cachorros Tema 14 - A entrega dos Cachorros Tema 15 - Identificação e Registo dos Cachorros www.ccvlacademia.com/curso-completo-de-criaccedilatildeo-canina-online.html

… e donos responsáveis!


Dominância Canina! Será que o objectivo deles é dominar-nos? Será que nos devemos tornar Alfas para os dominarmos a eles? Será que a teoria da dominância faz algum sentido? A estas e outras questões irão encontrar resposta na segunda parte do artigo - a primeira foi publicada na edição nº 16 - que escrevemos a tentar desmistificar esse conceito de dominância. Aconselhamos vivamente. O Ricardo Duarte mandou-nos um trabalho sobre um desporto bastante interessante, e muito exigente fisicamente, que está a ganhar progressivamente adeptos, o Canicross. A Catarina Assunção fez um desabafo acerca de uma situação por que passam todos os profissionais do ensino e terapia comportamental canina, pois parece que para a maior parte das pessoas esta não é uma profissão credível que exige formação e então solicitam todo o tipo de ajudas mas sem terem intenção de pagar pelos serviços prestados.

2 Canicross (Ricardo Duarte) 8 Todos querem borlas (Catarina Assunção)

A Karin enviou-nos mais uma visão da coprofagia.

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Viajar com um animal de companhia por vezes é uma odisseia de burocracia e a Catarina ajuda-nos a simplificar todo o processo.

Coprofagia (Karin Medeiros)

Um alimento tão rico e ao mesmo tempo tão importante, a tripa verde, ainda estão pouco divulgadas as suas qualidades. Conheça-a melhor.

16 Dominância Canina! O fim de um Mito? (2ª parte) (Sílvio Pereira)

A doença canina do século XXI a Leishmaniose afecta cada vez mais animais. É um flagelo sem fim à vista. O artigo publicado pela Suzette Veiga em forma de perguntas vai ajudar-nos a conhecer melhor a doença, preveni-la e trata-la. Mais um complemento alimentar a ganhar cada vez mais adeptos, como nos confirma a Vanessa Correia no seu artigo intitulado “Probióticos e Prebióticos” Voltámos à personalidade do trimestre e neste a escolha recaiu na investigadora Alexandra Horowitz e o livro recomendado foi o de sua autoria “Cão que vê, Cheira e sabe” Esperamos que gostem. Até Abril. Boas leituras.

Navegue connosco nas ondas da web Revista Cães & Lobos www.facebook.com/revistacaeselobos

22 Viajar com animais de companhia (Catarina Assunção) 27 Tripa Verde (Vanessa Correia) 30 Leishmaniose Canina (Suzette Veiga) 38 Probióticos e Prebióticos (Vanessa Correia)

Centro Canino de Vale de Lobos www.ccvlonline.com 15 - Personalidade

Departamento de Formação do CCVL www.ccvlacademia.com

15 - Livro Recomendado 43- Histórias (antigas) de Cães.

Departamento de Divulgação do CCVL Blogue: http://comportamento-canino.blospot.com Fórum: http://comportamento-canino.forumotion.net www.facebook.com/CCVL.Academia

47 - Espaço Lobo



Autoria:

Ricardo Duarte


O Canicross é um desporto canino, com cerca de 10 anos, que começa agora a dar os primeiros passos em Portugal. No seguimento do Trekking e do Mushing, que consistem em percursos pedestres pela natureza dentro, onde o homem e cão correm lado a lado ao longo de vastos trilhos, o canicross apresenta-se como a verdadeira prática desportiva em perfeita harmonia com a natureza. Esta modalidade teve a sua origem no Reino Unido, como forma de iniciar os cães que puxam trenós a acostumarem-se ao efeito de tração provocado tanto pelo trenó, como pelo condutor. Durante o treino para ensinar os cães a puxarem os trenós, os condutores constataram que este exercício era prazeroso para os cães e como tal, progressivamente, os condutores decidiram aumentar a duração deste exercício, levando assim ao aparecimento do Canicross. Podendo ser um desporto praticado por qualquer pessoa ou cão, desde que ambos se apresentem em boas condições de saúde, existem duas vertentes bem definidas de amantes deste desporto: aqueles que o encaram como uma competição desportiva séria; e aqueles que apenas o praticam com o objetivo de manter a uma boa forma física e o divertimento com os seus amigos de quatro patas. O canicross permite ainda a prática de desporto por parte tanto do tutor, como do seu cão em simultâneo, permitindo assim estreitar os laços entre ambos numa divertida e saudável corrida ao ar livre. Sendo um desporto que se pratica na natureza, podese optar por locais perto do mar ou mesmo em trilhos nas montanhas, como forma de disfrutar de paisagens revigorantes, ao mesmo tempo que ambos praticam uma atividade física bastante estimulante. Apesar de ser um desporto relativamente barato, existem ainda alguns equipamentos que são indispensáveis para a prática segura e confortável do mesmo, tanto para o tutor como para o cão.

Equipamento: Existem três componentes largamente utilizados: - O arnês: permite que o cão permaneça conectado ao dono, mas ao mesmo tempo a sua respiração não será restringida durante a atividade. O tutor deve ter em conta a colocação de um arnês adaptado ao tamanho do cão. Assim o arnês permitirá ao cão fazer todo o esforço de tração tendo como base de suporte o seu peito. Outro tipo de coleiras como as estranguladoras, de correntes e todas as outras que possam ferir o cão, são estritamente interditas. - Uma corda elástica: funciona como amortecedor, servindo para fazer a ligação entre o cão e condutor. Esta deverá ter um comprimento máximo de 2 metros.


- Cinto para o condutor: esta cintura serve para encaixar a corda elástica. Existem diferentes modelos de cintos/cinturas por onde escolher.

O treino: Como qualquer desporto, o canicross requer algum treino antes de ser praticado, mesmo que seja apenas a nível amador. Durante o percurso de corrida do Canicross existem certos comandos que devemos comunicar ao cão de forma a lhe indicar mudanças de direção ou de ritmo e, acima de tudo, palavras de motivação de forma a manter o animal comprometido com a prática até ao final da corrida. A aprendizagem destes comandos deve ser feita com cuidado, paciência e método, sem precipitações nem saltos de etapas.

A utilização de métodos positivos de adestramento é obrigatória, uma vez que este desporto deve ser prazeroso para o animal. A utilização de reforços positivos, através de biscoitos, palavras, entre outros, deve ser regra. Para o corrigir um não firme e assertivo é o suficiente.


A competição:

Para se inscreverem em competição, um check-up das condições físicas tanto do condutor como do cão deve ser efetuado, sendo que para este último é necessário ainda ter todas as vacinas em dia, bem como a implantação do microchip. Não existe limite máximo de idade para os condutores, no entanto existe um limite mínimo que corresponde a 7 anos e apenas em distâncias curtas. Para os cães a idade mínima para participarem é de 1 ano, e a máxima depende da condição física do cão.

Uma das diferenças em relação aos outros desportos é que o canicross é um desporto transversal a qualquer raça, podendo acolher participantes com as mais diversas características, ou seja, os cães sem raça definida não são impedidos de o praticarem apenas por serem “rafeiros”. O corredor/condutor deve ir sempre atrás do cão, podendo ainda seguir ao seu lado. Caso o dono ultrapasse o seu cão e o comece a puxar pode ser desqualificado. Só em casos de mudança de direção ou em casos de distração do animal é que este pode ser puxado.


Embora existam trilhos um pouco por todo o país, este desporto ainda não é muito popular em Portugal. Os percursos variam entre 1.5km e 9km, conforme as condições meteorológicas, o tipo de trajeto e a categoria. No site seguinte podem ser encontrados alguns locais de excelência para a prática deste desporto Trilhos de canicross em Portugal: http://pt.wikiloc.com/trilhas/canicross/portugal A ter em atenção! O canicross é um desporto eminentemente de inverno, sobretudo em países onde as temperaturas são moderadas, pois a temperaturas acima dos 15ºC os cães começam a sofrer com o calor. O canicross nunca deverá ser praticado durante as horas de maior calor, pois isso poderá levar ao esgotamento do cão.

Benefícios do canicross: Muitos dos cães de cidade hoje em dia não estão acostumados à prática regular de atividades físicas, nomeadamente para as praticas ligadas às suas características físicas, para as quais foram criados. Isto faz com que muitos deles tenham excesso de energia, podendo esta converter-se facilmente em algo destrutivo se não for canalisada para uma atividade. Com o Canicross o cão gastará a energia necessária para de possa estar mais relaxado e tranquilo e, consequentemente, mais atento a ordens e melhor comportado em casa.

Em suma, o canicross trata-se de um desporto praticado na natureza, onde o tutor corre com o seu melhor amigo, permitindo a ambos disfrutar desses mesmos prazeres, enquanto passam tempo de qualidade juntos!



Autoria:

Catarina Assunção


Em qualquer dos ramos em que trabalhemos, haverá sempre alguém que irá tentar aproveitar-se, gratuitamente, da nossa arte, dom, experiência ou até mesmo do grau de relacionamento que tem connosco, para obter algo em seu proveito. Ora como adestradores de cães, não podemos esperar que seja diferente, pois todos nós vivemos cercados de amigos, conhecidos ou familiares que possuem um animal de estimação e que, invariavelmente, nos pedem umas “dicas”, ou uma “opinião”, ou ainda, se “podemos ir lá a casa ver o que se passa”. Depois ainda há aqueles que, discretamente, vão fazendo perguntas subtis na esperança de obter algum esclarecimento sobre algo que desconhecem, ou que simplesmente, não querem perguntar por vergonha ou então “para ver se passa”. Há também os que seguem terminados programas televisivos sobre a matéria, mas que mesmo assim gostam de nos pôr à prova e nos cercam com perguntas incisivas e concretas, ao ponto de testar se temos conhecimento de causa ou se “bate certo” com aquilo que já viram na televisão, originando estereótipos errados sobre a profissão. Existem, infelizmente, imensas variantes de oportunismo que atingem os profissionais nesta área, quer por não serem encarados como tal (em parte por não existir uma oficialização da profissão de adestrador), quer por recorrentes exemplos de adestradores que, por falta de experiência, disponibilizam os seus serviços de graça, a fim de ganharem o cliente pela “borla”, desconhecendo os efeitos bilaterais que advém desta atitude. As próprias redes sociais e a facilidade em aceder a qualquer conteúdo via online, faz com que a informação seja divulgada de forma esparsa e pouco consistente no que diz respeito às variantes a que o adestramento se socorre, como técnicas de obediência, de agility, de handling, etc., comprometendo o trabalho do adestrador sério, ao ponto de ouvirmos dos possíveis clientes “não preciso dos seus serviços porque já vi isso na internet”. Desolador de se ouvir, no mínimo.

Ao iniciar-me nesta profissão (ainda que a meio tempo) verifico quase diariamente que conhecidos, familiares e entre outros, primeiro: desconhecem o significado de adestramento em animais de estimação; segundo: desvalorizam ser necessário “treinar” um cão (“sempre tive cães e nunca precisei de os ensinar”, é das frases mais recorrentes); terceiro: não tem disponibilidade física e mental para se comprometerem com o tempo necessário para treinar o animal; quarto: querem apenas aprender “uns truques” e, seguramente, poucas são as pessoas que têm disponibilidade económica para o fazer.

É já crónico na nossa sociedade pedir borlas a quem investiu tempo, dinheiro, família, animal de estimação e vida pessoal numa formação que faz todo sentido existir nessa mesma sociedade que ainda hoje coabita muito mal com os animais de estimação. Em parte devido, quer à mediatização oriunda dos meios de comunicação sobre determinadas ocorrências envolvendo cães, quer à enorme controvérsia sobre métodos de adestramento ou quer sobre raças, a profissão de adestrador (ou treinador de cães, como lhe queiram chamar) não possui no nosso país um cariz relevante o suficiente para que seja tida como fidedigna e impulsionadora de valores positivos nas gerações que advêm. No entanto, o próprio adestrador possa também contribuir, ainda que inconscientemente, para este facto, na medida em que não cobra pelos seus serviços – ou por falta de experiência, ou por falta de confiança em si mesmo – o que desvaloriza a atividade no geral, assim como o seu próprio mérito como adestrador. Num caso prático e pessoal que acompanhei de um cão de raça Terra Nova (ver imagem), com hiperapego para com o dono, o que provocava no animal uma ansiedade desmesurante aquando sozinho, produzindo tanta saliva que desidratava e desmaiava por consequência, fui sempre fustigada pela descrença do dono em conseguir resolver a situação e pela sua irritação quando insistia em “tratar” primeiro o comportamento do dono e só depois me direcionar para o cão. Cobrei um valor por sessão, o qual o cliente insistiu que só pagava quando o “assunto fosse resolvido”, porque segundo ele “há muito vigários por ai a querer levar dinheiro às pessoas”. Não refutei, mas


não desisti tão pouco, com o tempo o dono moldou a sua atitude, e o gigante gentil do seu cão, um dia sentou-se num tapete ao meu lado e depressa percebi que o animal procurava um ninho, uma cama, um lugar só dele onde repousar quando sozinho – dobramos um édredon no chão, e de imediato passou a ser o seu lugar de refúgio. O Terra Nova, no seu tempo, foi canalizado para o seu lugar quando sozinho, e também no seu tempo, o seu comportamento foi-se atenuando, e a tensão entre ambos, serenando. O dono, no fim, apesar de todos os meus esforços, ainda foi capaz de diferir que “se soubesse que era assim tão fácil, já o tinha feito antes”. Percebi que,

por muito que nos esforcemos e demos o nosso melhor, a novidade desta profissão joga contra a mesma, muito embora existam já no mercado excelentes profissionais, fora das Forças Armadas e da permanência militar, que muito já contribuíram para a mudança de mentalidades. Para os jovens profissionais recomendo que justifiquem o vosso valor e que trabalhem igualmente para o merecer. Oferecer borlas não dignificam esta profissão e não ajudam a demonstrar a valor do nosso trabalho. É necessário unir esforços com o fim de não arruinar ainda mais a relação do homem com os animais, e nunca é demais lembrar: adestra sim, mas sempre pela positiva.

Cão de Terra Nova




Coprofagia é a prática da ingestão de fezes e ocorre, naturalmente, em algumas espécies de animais, entre elas os cães. Como eles descendem de lobos, predadores, animais originalmente carnívoros, e como tal não possuem o tubo digestivo preparado para digerir vegetais, isto é, não contém as enzimas necessárias para a digestão da celulose vegetal. Na natureza os cães, assim como os lobos, só caçam os herbívoros e antes de comer a carne, eles comem os intestinos da presa, pois precisam alimentar-se do conteúdo dos intestinos, que é onde encontram-se essas enzimas para suprir suas necessidades de vitaminas e minerais. Na falta do bolo alimentar das entranhas, eles comem as fezes para conseguir os mesmos resultados. Em outras situações, a coprofagia é um comportamento natural e desejável, como quando as cadelas cuidam de suas crias. Elas consomem intencionalmente as fezes dos filhotes para manter o ninho limpo e o odor das fezes não atrair predadores. Existem, também, casos de coprofagia transitória. Filhotes, por exemplo, são curiosos e exploram o mundo com a boca e, em alguns casos onde o ambiente em que vivem não tem distrações apropriadas, eles podem recorrer as fezes para brincar. Nesse caso, enriquecendo o ambiente e exercitando corretamente o cão, eles poderão deixar o hábito da coprofagia para trás. Em quaisquer outras circunstâncias, é fundamental investigar o comportamento através de exames veterinários específicos. As fezes são o produto final da digestão, o resíduo que o corpo descarta depois de absorver tudo o que consegue dos alimentos ingeridos. A questão é que, dependendo da capacidade digestiva do cão e da qualidade da comida ingerida, o resultado podem ser fezes com odor atrativo ao paladar.

Filhotes podem aprender a reproduzir o hábito se conviverem com cães que comem fezes com regularidade. As punições excessivas relacionada as eliminações do cão, também podem levar a coprofagia na tentativa de evitá-las. A má distribuição do espaço de dormir, alimentar, defecar e urinar, pode fazer com que os comam suas fezes para manter o espaço limpo. O principal risco envolvendo esse hábito está na ingestão de parasitas ou mesmo doenças infectocontagiosas entre um cão e outro. Em animais com a vacinação e vermifugação em dia, os riscos diminuem, entretanto enquanto exposta ao ambiente, as fezes também poderão ser contaminadas por outros agentes externos, como moscas, carrapatos, etc. O primeiro passo para o tratamento são os exames de saúde que podem identificar doenças silenciosas como diabetes, hipertiroidismo, verminoses, etc, que podem levar ao hábito da coprofagia. Mas, algumas mudanças de manejo do cão também podem inibir o hábito, como oferecer uma alimentação balanceada, manter o ambiente limpo e uma rotina de alimentação, exercícios e atenção, evitando o tédio e o estresse pela falta de estimulação mental e física.


Personalidade

Alexandra Horowitz Alexandra Horowitz licenciou-se em Filosofia na Universidade de Pensilvânia e doutorouse em Ciência Cognitiva na Universidade da Califórnia, em San Diego, na variante de Cognição Canina. De momento ocupa o cargo de Professora Assistente de Psicologia na Barnard College e continua a estudar o comportamento Canino. Para além do seu trabalho com cães, Horowitz estudou cognição humana, dos rinocerontes e dos macacos bonobos. Anteriormente, era lexicógrafa no Merriam-Webster e verificadora de factos no The New Yorker. Horowitz vive na cidade de Nova Iorque com o marido, Finnegan - um cão de progenitura indeterminada e carácter determinado - e as boas memórias dos cães do seu passado. A cientista e autora também gosta de desenhar os seus cães.

Livro Recomendado Editora: Texto (www.texto.pt) Ano de lançamento: 2010 1ª Edição em Portugal: Setembro 2010 Sinopse: Cão que Vê, Cheira e Sabe constitui um novo olhar sobre o mundo do cão - do ponto de vista do próprio. Como dona de um cão, a autora mostra-se naturalmente ávida em descobrir o que o seu cão pensa e o que sabe. Por outro lado, como investigadora, o seu intento é compreender a mente dos animais que não falam por si. Numa prosa clara e directa, Alexandre Horowitz apresenta ao leitor as capacidades perceptuais e cognitivas do cão, e traça o retrato do que será ser um cão. Como será sentir o cheiro não só da comida, mas da tristeza dos seres humanos ou até da passagem do tempo? Como consegue um cão pequeno brincar com um cão de grande porte? Como será sentir as vibrações dos insectos ou os zumbidos das lâmpadas fluorescentes? Como será usar a boca como mão? Como será passear a 50 centímetros dos cão? Este livro responde a estas e a muitas outras questões. As respostas serão surpreendentes - mais ainda quando conseguimos pôr de lado a nossa tendência natural para antropomorfizar o cão.


Autoria:

SĂ­lvio Pereira


2ª Parte

Será um objectivo prioritário dos nossos cães tornarem-se líderes da sua “matilha” para dominarem os seus donos? Lá porque descendem dos Lobos, teremos que adoptar as mesmas estratégias que estes utilizam para os liderarmos? Será que o termo “Alfa” ainda faz sentido? Serão a estas e a outras perguntas que iremos tentar responder numa série de dois artigos, que iniciaremos neste número, acerca do mito: Dominância inter-específica. Esta é a 2ª parte de um artigo que foi iniciado na revista Nº 16


Depois de termos demonstrado, no artigo anterior, que o cão não é um lobo mas sim uma espécie, igualmente pertencente à família dos canídeos, autónoma e com particularidades próprias, vamos neste artigo definir o conceito de “dominância” interpretado segundo as perspectivas tanto do homem, como do lobo, como do cão. “Dominar”, o que é? O Dicionário de Língua Portuguesa da Academia de Ciências de Lisboa define o termo “dominar” como sendo “subjugar uma pessoa ou ser animado que oferece resistência usando a força” define igualmente o termo como “obrigar uma pessoa ou um animal a obedecer à sua vontade; ter autoridade ou poder sobre ela; ter ou exercer domínio”. Perante a definição deste conceito, quem exerce o poder de dominar os outros pode ser considerado um déspota ou um ditador uma vez que, para impor a sua vontade, subjuga os outros através da força e da prepotência. Neste contexto, deixo no ar algumas questões para reflexão dos leitores: Será que os grandes líderes, aqueles que efectivamente fizeram história pelo acerto das suas decisões, precisaram de subjugar o seu povo para fazerem valer os seus pontos de vista? Precisamos de obrigar os nossos filhos, através da força, a obedecer às nossas vontades, vontades essas muitas vezes desprovidas de nexo e de objectividade? Como seres racionais não seria mais lógico utilizarmos a nossa inteligência superior para resolvermos as questões de convivência que nos são colocadas todos os dias pelos nossos amigos caninos? Será que eles não sentem, como nós, quando são maltratados e ostracizados por uma sociedade que não lhes deu a oportunidade de se integrarem através de uma socialização correta e consequente? Sim, são perguntas inquietantes mas que fazem todo o sentido serem colocadas com o objectivo de desmistificar uma prática que por norma tem sido seguida pelos adestradores de animais, principalmente até ao final do século passado e muitos ainda a praticam apesar do grande desenvolvimento que desde aí se tem vindo a verificar do conhecimento dos mecanismos da aprendizagem animal, pratica

essa baseada na subjugação e no medo daqueles que pretendemos ensinar. Porque é que não aproveitámos já há mais tempo as experiências feitas com os adestradores de golfinhos e baleias no início dos anos 60 do Século XX e que, devido aos excelentes resultados, vieram subsequentemente a serem prática comum nessa actividade? É consensual que nessas situações não se podia adestrar esses animais com base na subjugação e no medo uma vez que isso seria inconsequente devido a razões óbvias. Já se sabia desde meados dos anos 40 do século passado, através dos estudos do Sr. B.F. Skinner, e os adestradores de golfinhos tiveram o bom senso de aproveitar esses conhecimentos, que a melhor maneira de ensinar animais era através do Condicionamento Operante (comportamento = reforço) demonstrando inclusive que é a vontade do animal que conta na sua própria aprendizagem uma vez que se executar o que lhe for pedido é recompensado e se não o fizer pura e simplesmente não recebe recompensa. Como os animais sobrevalorizam o que os reforça não têm dúvidas em discriminar positivamente e optar por fazer aquilo que lhe oferecerá perspectivas de serem recompensados. Por outro lado, existe um erro de preconceito ao se achar que tudo o que os cães fazem é com o objectivo de dominar os humanos que com eles convivem. Se isso acontecer é porque não foram socializados e não lhes foi devidamente comunicado que para se viver plenamente inserido numa sociedade só têm que se cumprir algumas regras e que não é necessário agir de forma agressiva para atingir os objectivos que nos cães são, fundamentalmente, a protecção dos recursos. A “dominância” na perspectiva dos humanos Ainda reportando às definições da palavra “dominar” dada pelo Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa, se as transpusermos para aos nossos cães estaremos a aplicar valores humanos. Na sequência do que foi dito no parágrafo anterior, poder-se-ia argumentar que um cão agressivo tem uma forte presença e mostra-se influente. Mas, não foi ele que de-



cidiu em consciência ter essa forte presença ou influência da mesma maneira que uma pessoa pode decidir tê-las ou não. Portanto, não se deve confundir a agressividade dos cães com “dominância”, são coisas totalmente distintas. Por exemplo, um adestrador dando uma aula a um grupo de pessoas, provavelmente pôr-se-á em pé no meio da sala, falará com os participantes e fará uma demonstração de como ensinar os cães a fazerem algum exercício em particular. Conscientemente decidiu, pelo facto de que quis livremente dar aquela aula, ter uma forte presença, mostrar-se influente e adoptar uma posição de comando sobre os participantes. Algumas pessoas lutam por postos de responsabilidade na empresa para terem mais gente a trabalhar sob as suas ordens e assumir mais importância. Esta é uma decisão voluntária. Por outro lado, outras pessoas são tímidas ou reservadas e não desejam estar na situação de dar uma palestra a um grupo de gente que está à sua frente a ouvi-lo. Essas pessoas tomaram essa decisão conscientemente. Com todos estes exemplos quero dizer que nós temos a opção de decidir, enquanto que um cão não pode tomar essa decisão de forma consciente. Portanto, a definição de “dominância”, conforme a conhecemos e vem descrita nos dicionários, não pode ser aplicada aos nossos cães. A “dominância” na perspectiva dos lobos O Etólogo Luso-Dinamarquês Roger Abrantes define a dominância nos lobos como “um instinto condutor básico de sobrevivência canalizado para eliminar a competição de outro macho”. Por outras palavras, se um lobo quer aceder a um fêmea para acasalar tem que eliminar a ameaça de outros lobos com a finalidade de se converter em “Alfa”. Isto não significa que saia por aí mordendo os outros machos, tal como explica Roger Abrantes: “a hierarquia define-se como uma relação de dominância-submissão que se estabelece e se mantém através de comportamentos ritualizados”. Para um lobo ser o “Alfa” significa ser ele que tem o direito de procriar e obter descendência. Tendo isto em consideração e de que nós controlamos a maio-

maioria, se não todos os recursos dos nossos cães, incluindo se pode ou não procriar, a definição para o lobo é entendida como “um instinto condutor básico de sobrevivência canalizado para eliminar a competição de outro macho” como tal não se pode aplicar aos nossos cães. Se efectivamente consideramos necessário sermos o “Alfa” sobre os nossos cães, como poderíamos estabelece-lo e mante-lo aplicando comportamentos ritualizados de linguagem canina para que o cão nos entenda? A resposta é: não podemos. Não temos as mesmas orelhas que os lobos, nem cauda; não podemos eriçar os pelos nem mostrar a mesma dentadura ou elevar os lábios do mesmo modo que faz um lobo, nem dilatar as pupilas. Resumindo, nós não estamos equipados com a mesma anatomia de um lobo ou de um cão para sermos capazes de comunicar para que um cão (ou um lobo) nos compreenda. Quero dizer, nós não podemos imitar os comportamentos ritualizados dos canídeos. A “dominância” na perspectiva dos cães Nenhuma das definições dadas anteriormente é aplicável ao cão doméstico, portanto tem que haver uma terceira definição de “dominância” que possamos aplicar à relação com os nossos cães. Muita gente crê que se um cão mostra agressividade para com o seu dono está a ser dominante e, como tal, tentando subir na escala hierárquica. Apesar de existir a expressão “agressão por dominância” ela não implica que o cão tenha como objectivo elevar o seu estatuto. A Dra. Karen Overall definiu a agressão por dominância como sendo “a intensificação de qualquer resposta agressiva por parte do cão é uma correcção ou interrupção passiva ou activa do seu comportamento”. Isto significa simplesmente que se um cão sofre de ansiedade devido nossa atitude para com ele, pode tornar-se agressivo. Não obstante isso, dado que a agressão por dominância baseia-se em algum tipo de problema de ansiedade, a Dra. Overall redefiniu o termo como “controlo do impulso de agressão”. Os cães não são agressivos de forma impulsiva se possuem um temperamento equilibrado, foram bem socializados e


não sofreram maus tratos. Mas sabemos que alguns cães podem ser “avassaladores”: põem continuamente à prova os limites a ver até onde conseguem chegar. Acerca desta conduta a Dra. Overall disse: “Não existem evidências de que este tipo de cães seja algo mais que uma variante de um cão normal, e não está associado a nenhum tipo de posto hierárquico artificial… nem tampouco existem evidências de que este tipo de cães tenha desenvolvido algum tipo de agressividade patológica”. Para corroborar os pontos de vista da Dra. Overall, Lindsay afirma: “muitas expressões de agressividade que se diagnosticam na actualidade como agressão por dominância têm como objectivo evitar algo que entende como aversivo, mais que tentar manter um status social”. Quer dizer, um cão pode comportar-se de forma agressiva quando o dono não é capaz de ler a sua linguagem corporal. O cão está a tentar comunicar algo mas o dono não interpreta correctamente e não reaciona ou faz de um modo inapropriado. Um cão pode responder de forma agressiva se é maltratado ou se é corrigido de forma severa, pode mostrar-se inseguro em relação ao seu dono ou com as pessoas em geral e possivelmente reaciona de forma agressiva se sucede algo que ele perceba como sendo uma ameaça. Ou pode sofrer naquele momento de algum tipo de ansiedade que o dono não é capaz de reconhecer. Neste caso trata-se de um cão que reaciona (ainda que de forma inapropriada para connosco) perante uma situação no qual não se encontra de todo cómodo. Muitos terapeutas do comportamento e outras autoridades no mundo dos cães definem a dominância nos nossos cães domésticos como a “protecção dos recursos”. Proteger os recursos acontece quando o cão tenha algo que gosta: é um troféu e tem a intenção ligar-se a ele a todo o custo. Um recurso pode ser qualquer coisa, comida, um brinquedo, o sofá ou inclusivamente o dono. A protecção dos recursos manifesta-se quando um cão pode potencialmente mostrar agressão e esta se intensificaria incorretamente como se estivesse a mostrar “agressão por dominância”.

A Dra. Karen Overall disse que “a dominância é um conceito que encontramos na etologia tradicional e que faz referência à habilidade de um indivíduo em manter ou controlar o acesso a alguns recursos. Não devemos confundi-la com o status”. A agressão por dominância (ou o controlo do impulso agressivo) baseia-se em algumas formas de ansiedade, não obstante, a protecção dos recursos tem a ver com o cão guardar com vigor algo que deseja. Mas em nenhum caso a agressão por dominância, nem a protecção dos recursos tem alguma coisa a ver com status. Desde o nosso ponto de vista, se queremos classificar um cão como “dominante” a definição de “guardar os recursos” parece ser o conceito mais lógico quando consideramos que o que é verdadeiramente valioso para um cão: a comida, a água, um lugar para dormir, brincar com os brinquedos e muitas outras coisas em função do cão e do seu entorno, mas tudo entra dentro do saco dos recursos. A menos que alguém apresente uma definição que seja mais tangível, “a protecção dos recursos” parece ser a definição mais plausível de um cão “dominante” numa situação cão/dono, mas que fique bem claro ele não tenta elevar o seu status.



Autoria:

Catarina Assunção


Viajar com um animal de estimação pode não ser fácil, dependendo do porte do mesmo, mas não é de todo um “bicho de sete cabeças”. É necessário, primeiro que tudo, averiguar as condições de saúde do animal, ter em conta as suas vacinas, assim como as vacinas necessárias para o país aonde se destina. No caso de ser idoso, ter em consideração a medicação prescrita pois a mesma pode ter de ser justificada pelo medico veterinário a fim de o animal não ser interdito de viajar. No caso de viajar de avião com o seu animal de companhia – cão ou gato em particular – este deverá ser acompanhado por um Passaporte para Animal de Companhia, de acordo com o modelo estabelecido pela Decisão n.º 2003/803, de 26 de Novembro, emitido por um médico veterinário, sendo a Direção Geral de Veterinária a entidade responsável pela elaboração dos Passaportes e pela sua disponibilização aos médicos veterinários, que são responsáveis pela sua emissão. Os animais devem possuir, para além do passaporte, ou uma tatuagem claramente legível (aceite só até 03.07.2011), ou um sistema de identificação eletrónico – microchip subcutâneo. Este último deverá estar em conformidade com a Norma ISO 11784, ou com o anexo A da Norma ISO 11785, sendo o proprietário ou a pessoa singular responsável pelo animal de companhia. Países como o Reino Unido, a Irlanda, Malta e Chipre exigem um tratamento contra os ixodídeos (carraças) antes de cães e gatos entrarem no seu território. Os cães e gatos com menos de 3 meses de idade não podem circular antes de terem atingido a idade necessária para a vacinação contra a raiva. Aquando a sua reserva, deve indicar que viaja com um animal de estimação indicando a espécie animal, o peso do contentor com o animal dentro, e as dimensões do contentor a que se destina (dentro da cabine só poderão viajar animais até oito quilogramas). O contentor pode incluir mais do que um animal do mesmo tipo, porém cada passageiro pode ter associado apenas um contentor, o qual deve ser suficientemente arejado e permitir ao animal levantar-se


e virar-se. O passageiro pode trazer o seu próprio contentor para o animal ou adquiri-lo na companhia aérea, neste caso deverá fazê-lo com antecedência para não ter surpresas adjuvantes.

bordo se o piloto, e respetivo pessoal de cabine, têm conhecimento do seu animal a bordo, uma vez que é ele quem aciona a climatização no compartimento onde viajam os animais.

Deve ter em conta que viajar com um animal de estimação tem custos de transporte, variando de companhia aérea, custos ao nível de cuidados veterinários, e ainda de cuidados com o estado físico e psíquico do animal, uma vez que nem todos suportam viajar de igual forma e bem-estar. Os níveis de ansiedade podem aumentar e o animal pode adoptar comportamentos pouco vulgares como forma de adaptação ao meio ou situação em que se encontra.

Certifique-se de que tem os documentos (de preferência com uma foto atual do mesmo) do animal consigo, e se vai para um país de língua estrangeira, leve uma cópia ou um documento na língua que vai encontrar para evitar mal entendidos ou perder o seu animal. Consulte sempre com muita antecedência da viagem, quer o veterinário quer as condições de transporte da companhia aérea em que viaja.

Os cães, em particular, através do olfacto, detectam as alterações químicas no organismo do humano aquando uma qualquer mudança, e dentro de um avião são inúmeras as situações de stress e tensão que podem surgir. Mais ainda, as fêmeas grávidas não são aceites em transporte aéreo, assim como o proprietário é responsável por levar comida e água para o animal. Em nenhum momento o animal poderá sair da sua caixa durante o voo. No caso de ligação com outros voos operados em aviões, o transporte terá que ser feito no porão na totalidade do percurso. Para a Grã-Bretanha, por exemplo, não se admitem animais em cabine (PETC) nem despachados em porão em voos, apenas se aceitam os animais como mercadoria. Todos estes casos excluem obviamente, cães-guia ou animais de apoio emocional, os quais irão com açaime colocado se viajarem na cabine, não ocupando um assento , e colocados sempre junto ao passageiro no lugar que menos incomodar os restantes passageiros, podendo viajar, tanto em cabine como no porão, sem qualquer encargo adicional desde que acompanhem passageiros com necessidades especiais. A Lufthansa é talvez das companhias aéreas mais cuidadosas com cães e gatos, sendo que, no aeroporto de Frankfurt existe uma área enorme só para animais em conexão descansarem, com veterinários, água, espaço para relaxar e dar um passeio. Quando o animal viaja no porão da aeronave, por medidas de precaução, pergunte a uma assistente de

Para mais informações consulte a Direção Geral de Veterinária, ou a Ordem dos Médicos Veterinários.


Autoria:

Vanessa Correia



O que é? Ruminantes, como vacas, ovelhas e cabras, têm quatro estômagos para digerir todos os tipos de alimentos de origem vegetal: são o rúmen, o retículo, o omaso e o abomaso. O que eles comem (ervas, raízes, palha, cardos, etc.) engolem quase sem mastigar e vai para o rúmen e para o retículo onde é regurgitado, mastigado e misturado com saliva e engolido de novo, através do retículo e o omaso para abomaso, onde se vai decompor. Todo o sistema é como um laboratório capaz de converter material vegetal em proteínas e nutrientes de 1ª qualidade. Destes, o rumen é o que é chamado de tripa verde no mundo da alimentação natural crua para animais de estimação. Chama-se assim porque é onde se encontra o material vegetal menos decomposto e por isso a côr verde. Também se chama assim porque não é lavada.

Porque é tão boa para os nossos cães? A razão está tanto na sua composição como no seu conteúdo. Análises recentes revelam que a proporção de cálcio fósforo é óptima, o pH é bem mais ácido, o que ajuda a digestão, tem níveis altos de proteína e também de gordura, que os carnívoros são capazes de converter de forma muito eficiente em energia. E, claro, contém ácidos gordos, linoleico e linolénico, omegas 6 e 3 em proporções adequadas, muito importante para a pele, pêlo e saúde geral do seu cão. Como se isso não fosse suficiente, ela contém em abundancia os Lactobacillus Acidophilus que são bactérias intestinais benéficas, o principal ingrediente de probióticos comerciais, bactéria intestinal que mantém as bactérias indesejáveis tais como a e-coli, a salmonela e a listeria de se sobrepopularem e causarem problemas de saúde. A Tripa verde também está cheia de enzimas gástricas, aminoácidos e outros sucos gástricos, que não só ajudam os ruminantes, como também ajudam os nossos cães quando digerirem a sua própria comida.

Quanto devo dar ao meu cão? Deve lembrar-se que o intestino verde contém o que o animal comeu recentemente, por isso, se o seu cão é alérgico ao glúten dos cereais, temos de ter a certeza de que o animal foi alimentado com ervas. Se o nosso cão é alérgico, estamos mais seguros com a tripa verde do cordeiro. Outro aspecto importante é começar a dar lentamente, já que a carga de bactérias e enzimas é algo que o estômago do nosso cão deve habituar-se. Passado um período de adaptação curto, é bom dar-lhes tripa uma ou duas vezes por semana, como complemento á refeição.

Que mudanças podemos esperar? Entre os benefícios observáveis pelos proprietários que regularmente alimentam os seus cães com tripa verde está a redução das fezes, tornam-se mais duras e menos odoríferas, sinal de que o sistema digestivo aproveita melhor o que consome. Também relataram uma menor tendência para coprofagia, ou comer fezes, o que tem sido associada a uma possível deficiência da enzima. Também se tem atribuído á tripa verde a capacidade de ajudar com o síndrome de aumento da permeabilidade intestinal (LGS), o síndrome do intestino irritável (IBS) e algumas intolerâncias alimentares.

Onde posso obter Tripa Verde? Conseguir tripa verde fresca não lavada pode ser muito difícil, em primeiro lugar não é adequada para consumo humano, em segundo lugar nem todos os matadouros a têm e em terceiro lugar o seu tamanho e cheiro pode fazer com que não seja fácil de manusear. No entanto existe á venda na internet, normalmente congelada mas também existe fresca e seca, esta ultima utilizada como b i s c o i t o s.


Rácio de cálcio – fósforo 1:1 pH é ácido A proteína é cerca 15% e a gordura 12% Tem também as proporções correctas de ácidos gordos Omega-3 e Omega-6

A tripa verde é do melhor que você pode dar o seu cão.



Autoria:

Suzette Veiga Canil Quinta S. Fernando




1.

O que é a Leishmaniose Canina?

A leishmaniose canina é uma doença grave, frequentemente fatal, causada por um protozoário (um parasita microscópico) designado Leishmania Infantum. Os cães podem ser infectados por outras espécies de Leishmania, mas não desenvolvem sintomas clínicos. Os cães infectados têm geralmente idade superior a um ano e qualquer raça pode ser afectada, havendo no entanto uma predisposição maior nos Dobermanns e nos cães de Pastor Alemão. Na área mediterrânea os cães e as raposas são o principal reservatório da doença, contribuindo para a sua manutenção nesta área geográfica. Os hospedeiros imunodeprimidos apresentam uma maior probabilidade de infecção, já que o seu sistema imunitário está desde logo comprometido.

mentar-se de outro animal as formas infectantes do parasita são injectadas na pele do animal , que pode vir a desenvolver a doença. O período que medeia a inoculação do parasita pelo mosquito e o aparecimento dos primeiros sintomas da doença pode variar entre três meses a vários anos. Muito raramente um cão saudável poderá infectar-se pelo contacto próximo com outro cão infectado pela leishmânia, sendo também rara a transmissão da doença por uma cadela infectada aos cachorros. Mesmo após o tratamento da doença, os cães podem constituir uma fonte de infecção para os mosquitos, embora em muito menor grau.

3. 2.

Como é que um cão é infectado pela Leishmaniose?

A infecção ocorre quase sempre através da picada de um mosquito quando este se alimenta do sangue do cão. Por serem os transmissores do parasita no ciclo da doença, estes insectos recebem a designação de vectores. Nos países mediterrânicos, entre os quais Portugal, os mosquitos responsáveis pela transmissão e manutenção da doença pertencem ao género Phlebotomus. Os mosquitos fêmea precisam do sangue do hospedeiro para obterem as proteínas necessárias à produção dos seus ovos. Se um mosquito pica um cão infectado, o protozoário parasita - a Leishmania - desenvolve-se no aparelho digestivo do mosquito e mais tarde, quando o mosquito volta a ali

Quando e onde é que a leishmaniose representa um perigo para os cães?

Os mosquitos responsáveis pela transmissão da doença, existem abundantemente nos jardins, junto às casas situadas em zonas mais rurais e florestas. Os vectores (mosquitos) mediterrâneos existem sobretudo no meio exterior e o seu maior período de actividade é ao anoitecer e ao amanhecer. As alturas mais perigosas do ano variam de acordo com os diferentes países. Nos países mediterrâneos, o risco de transmissão da leishmânia é maior entre Maio e Setembro e em algumas zonas de Portugal a doença é endémica (ou seja, o parasita persiste na população de cães dessas áreas)


(epistaxis). Surgem também lesões oculares. A insuficiência renal é uma complicação frequente, mas que nem sempre é óbvia para o dono.

5.

4.

Quais são os primeiros sintomas da leishmaniose?

O diagnóstico clínico da leishmaniose é difícil. Existe toda uma diversidade de sintomas, mas nenhum é específico ou único da doença. Deve procurar-se uma perda acentuada de pêlo, sobretudo na zona periocular mas que pode estender-se à pele junto ao nariz e às orelhas. As lesões da pele, que está geralmente com um aspecto seco e a descamar acabam por disseminar-se a outras partes do corpo, como as extremidades dos membros. Numa fase posterior da doença, as unhas podem crescer demasiado e ficar deformadas. Ocorre sempre uma perda de peso progressiva, que pode em alguns casos ser bastante grave ainda que o apetite se mantenha normal. O animal apresenta-se apático e não tolera o exercício, observa-se um aumento do consumo de água e do volume de urina excretada, diarreia e distensão abdominal. É possível observar também um aumento do tamanho dos gânglios linfáticos e poliartrites. Um sintoma ocasional que aparece sobretudo nas formas agudas da doença, é a hemorragia nasal

Como posso ter a certeza que o meu cão tem leishmaniose?

Os sinais clínicos comuns da doença podem ser suficientes para sugerir a leishmaniose a um veterinário experiente, sobretudo se o cão for proveniente de uma zona onde a doença é endémica. É essencial a confirmação laboratorial da doença, através da demonstração do parasita ao microscópio, numa pequena amostra de medula óssea ou de um gânglio linfático. Existem outros testes mais complexos que consistem na detecção de anticorpos contra o parasita no sangue do hospedeiro ou na demonstração do DNA do parasita nas células sanguíneas circulantes ou numa pequena amostra de pele.


6.

Qual é o tratamento da leishmaniose canina?

Se a doença estiver num grau bastante avançado será difícil curar o cão. Mas se a doença for detectada na sua fase inicial, existem boas hipóteses de controlar a doença. Contudo com as terapias actualmente disponíveis não é possível eliminar o parasita do organismo do animal. Os sinais clínicos podem entrar em remissão mas o cão permanecerá infectado com baixos níveis do parasita durante toda a vida e poderá ter uma recaída. O medicamento de eleição usado no tratamento da doença, nem sempre é bem tolerado pelos cães infectados, daí que o tratamento tenha que ser acompanhado sempre pelo veterinário assistente. O tratamento da doença é bastante demorado complexo e acarreta alguns custos. E existe sempre a possibilidade de uma recaída após o tratamento, devendo o animal ser monitorizado trimestralmente após a conclusão do mesmo.

Mosquitos. Não existem referências a contaminação directa a pessoas por cães infectados pelo parasita, mesmo entre veterinários que contactaram com muitos cães com leishmaniose. No entanto, as crianças e as pessoas imunodeprimidas (como os portadores do vírus HIV) ou que estão a fazer terapia com corticosteróides, não devem contactar com cães infectados pela doença pois nestes casos o risco de infecção é maior.

8.

Quando as pessoas são infectadas, podem curar-se? A leishmaniose é tão perigosa para as pessoas como para os cães?

Os pacientes humanos com leishmaniose respondem muito melhor ao tratamento que os pacientes caninos. Se o tratamento for precoce e rápido, as infecções humanas pela Leishmania Infantum não são para toda a vida e respondem bem aos mesmos fármacos usados nos animais. 7.

Como posso proteger o meu cão?

Os cães, infectados ou não, que vivem numa área endémica da doença, onde existem mosquitos transmissores do parasita, devem ser protegidos das suas picadas. Estes animais devem ser mantidos dentro de casa nos períodos do anoitecer ou do amanhecer, alturas em que há uma maior actividade dos mosquitos. As coleiras impregnadas com insecticidas também já provaram ser eficazes na prevenção das picadas de quase todos os mosquitos. Quer se esteja numa área endémica da doença ou não, os cães infectados não devem contactar com cães saudáveis. Não existem casos documentados de transmissão da doença de cão para cão em áreas onde não existem os



Autoria:

Vanessa Correia



Probióticos e Prébioticos ... o que são?

Onde se encontram os probióticos?

Sobre bactérias...O intestino dos nossos cães e gatos é um órgão essencial para a saúde e embora uma das suas funções básicas é livrar-se de todos os resíduos do seu corpo, a realidade é que é o lar de mais de 1000 tipos de bactérias em um número verdadeiramente incrível. Estima-se que há cerca de 10 trilhões de bactérias, cerca de 10 vezes mais do que o número total de células no corpo do nosso cão ou gato.

• São naturais e abundantes no intestino de cães e gatos. • Nos alimentos, pode ser encontrado em algumas frutas, no leite fermentado, no kefir, no repolho e claro no iogurte (bifidobactérias e lactobacilos por exemplo) • Em forma de suplemento, hoje, há uma grande variedade de comprimidos, pós e outros formatos com ingredientes ativos específicos que podem ser comprados em lojas naturais e ervanários.

Probióticos

Se, se decidir por um suplemento, escolha um para cães ou gatos, a razão é que as colónias de bactérias de humanos e animais são diferentes e é importante não aumentar as bactérias "más", no entando deve sempre procurar o conselho do médico veterinário do seu amigo.

Provavelmente já ouviram falar e associam aos iogurtes, alguns deles são naturais, outros com sabores e ou baixo teor de gordura. A Organização Mundial de Saúde descreve probióticos como microrganismos vivos que quando tomados em quantidades certas, fornecem benefícios para a saúde. Estes benefícios devem ser demonstráveis através de estudos científicos, razão pela qual há muita pesquisa sobre probióticos e quais os benefícios que eles fornecem. Em particular, os probióticos ajudam:

Prebióticos Os prebióticos são as fibras só de origem vegetal que passam sem ser digeridos através do intestino delgado e estimulam o crescimento de bactérias “boas” que colonizam o intestino grosso actuando como um substrato, são de facto o alimento dos probióticos.

• reduzir o número de bactérias "más" que pode causar infecção ou inflamação; • substituir as boas bactérias quando o desgaste (como quando os antibióticos são aplicados); • restaurar o equilíbrio bacteriano no seu organismo para melhor funcionamento;

Uma das principais diferenças é que prebióticos não estão vivos, por isso resistem ao calor e condições de humidade adversas, razão pela qual é mais recorrente o seu uso em formulações de alimentos.

Embora ainda em estudo, os probióticos podem ser úteis:

Os prebióticos são alimentos ás bactérias “boas” do corpo do nosso animal. Quando isso acontece o efeito é muito mais importante do que com o uso de probióticos, já que queremos que as colónias de bactérias boas se multiplliquem num curto espaço de tempo em vez de adicionar uma quantidade pequena em proporção de bactérias boas (como fazemos com os probióticos).

• Tratamento e prevenção de inflamações, tais como o intestino, estômago, e algumas úlceras; • tratamentos de constipação; • redução refluxos; • reduzir o risco de câncer de cólon; • o tratamento de infecções do tracto urinário; • para tratar infecções de pele; • no tratamento de alergias e asma; • para melhorar o sistema imunológico;

Qual é a função dos prebióticos no organismo?

O problema com esta abordagem é que ele poderemos também estar a alimentar as colónias “más” pelo menos, esta não é uma ciência bisturi e existe este risco, por isso no geral se recomendada não dar pre-


bióticos a animais que tenham complicações gastrointestinais, quer seja desconforto ou doenças mais graves, tais como síndroma do intestino inflamatório ou semelhantes. Qual são os benefícios dos prebióticos? • aumentam a capacidade de absorção de nutrientes • regulam a produção de hormonas e bom funcionamento • equilíbram colónias de bactérias para o bom funcionamento do corpo • reforçam o sistema imunitário • reduzem a inflamação Onde estão os prebióticos? • De forma natural, os prebióticos são encontrados só em vegetais como na chicória, nas bananas, na pele da maçã, nas alcachofras, nos espargos ou no mel. • Também se podem encontrar em fórmulas para suplementar as dietas dos nossos cães e gatos, mas lembre-se sempre de se informar junto do médico veterinário.



Nesta nova secção, do qual esta é a quarta publicação, vamos continuar a publicar algumas histórias, muito interessantes, engraçadas, por vezes hilariantes, mas também, nalguns casos, relatos puros de bravura e heroísmo, que se passaram durante os séculos XIX e primeira metade do século XX.

Mas iremos igualmente publicar nesta secção muitas outras curiosidades acerca da forma como os cães eram encarados na sociedade de então, fotos da morfologia de algumas raças para as podermos comparar com as de agora, a educação e o ensino, a legislação, a saúde e a reprodução a higiene, etc.

São preciosidades, pela sua raridade, que só são possíveis de as dar a conhecer ao público, pelo esforço que o Centro Canino Vale de Lobos tem vindo a levar a efeito na procura e aquisição dos poucos livros que foram publicados sobre este tema antes do 2º terço do século XX .

Esperamos que a sua leitura vos dê tanto prazer como nos deu a nós.


Neste número vamos apresentar duas histórias, uma de bravura e solidariedade e outra sobre a utilidade que estes animais já tinham no século XIX. Foram retiradas do livro

A INTELIGENCIA DOS ANIMAES De Ernesto Menault 1876

Desta vez vamos reproduzir algumas páginas do livro, onde são descritas estas histórias, para que os leitores possam apreciar o tipo de escrita e o conteúdo. É mais uma preciosidade que disponibilizamos aos nossos leitores.


s




Fábulas e His

Todos conhecemos o Lobo Mau que povoa os contos com que m das. Este vilão das ficções infantis está sempre esfomeado, sur recomendados, ataca sem piedade os distraídos, os mentiroso acautelaram a solidez das suas casas.

Mas tal personagem feroz trabalha, afinal, como auxiliar educ Natureza castiga os que a desafiam por orgulho ou imprevidê aguardam os petizes que desobedecem aos mais velhos, às nor para favorecer a sua integração numa sociedade coesa. A educ sustar para induzir o conformismo e a segurança.

O lobo estava mesmo talhado para desempenhar esse papel: u imita os seres humanos na formação de grupos que atacam em ele depende para o seu sustento.

A inimizade entre lobos e homens é coisa antiga. Ainda mais an de aspectos negativos, de histórias sem finais felizes.

Sabemos que todos os cães descendem do lobo; do mínimo Ch pas caninas que hoje montam guarda aos rebanhos mais prote alguma razão a sabedoria popular atribui aos nossos companhe

Mas o Homem nem sempre sabe retribuir tanta dedicação e abandonados. O animal que não tem espaço na viagem de féri sustentar, etc. As (más) desculpas abundam. Depois, surgirá m “donos” que deles já não precisam ou que não ficaram contente

Cabe então a entidades públicas gastar parte dos nossos impo animais, que culpa nenhuma têm. Ninguém se responsabiliza p nhas, por vezes é difícil destrinçar ataques ao gado perpetrad 2014, no âmbito do Projecto Med-Wolf, análises à saliva recolh sença de cães em 11% dos prejuízos examinados.

As matilhas que estes animais formam são também um proble territórios próprios, por alimento e até por parceiros de reproduç racterizando o património genético do lobo ibérico.

Solução? Antes de tudo, aplicar com mais denodo a legislação j os cães vadios, esclarecer os aspectos legais relacionados co Informar e sensibilizar é outra prioridade. O abandono deve ser especialmente aos caçadores; explicando os riscos e consequê ataques a pessoas, prejuízos na caça e no gado, sem esquecer

Texto produzido no âmbito do Projecto LIFE Med-Wolf, co-financiad


stórias Tristes

milhões de crianças em todo o mundo se divertem e são educarpreende as crianças mal elas se aventuram fora dos caminhos os e os imprevidentes, como os famosos porquinhos que não

cativo: personaliza todos os fenómenos com que a implacável ência. O Lobo Mau é um potente símbolo dos mil perigos que rmas da comunidade e a toda a educação que lhes é inculcada cação fabrica assim um mito à medida dos seus objectivos: as-

um predador astucioso que prefere mover-se na escuridão, que m conjunto, que por vezes retira ao Homem os animais de que

ntiga do que a nossa relação com o cão; mas nem esta é isenta

hihuahua ao Dogue Alemão. Também conhecemos bem as troegidos: as excelentes raças de cães de gado portuguesas. Por eiros de quatro patas o lugar de nossos melhores amigos.

amizade. Quando chega o Verão, regressa o flagelo dos cães ias, o canil que é caro, o amigo canino que afinal não se pode mais uma revoada de cães de caça deixados à sua sorte por es com o seu desempenho.

ostos a recolher, manter e encontrar destino para estes pobres por eles, ninguém pagará danos que provoquem. Sem testemudos por lobos e cães, pelo menos sem recorrer à genética. Em hida nas feridas de morte de animais atacados revelaram a pre-

ema para o lobo. Competem com ele por espaço, defendendo ção – criando o risco do aparecimento de mais híbridos, desca-

já existente; investigar situações claras de abandono, esterilizar om a propriedade dos cães e as responsabilidades dos donos. r prevenido, com campanhas apontadas ao público em geral e ências do abandono dos cães, como a transmissão de doenças, o impacto sobre espécies ameaçadas.

do pela Comissão Europeia, integrando o programa LIFE.


Loja do Centro de Recup Estes produtos podem ser adquiridos na

www.facebook.c


peração do Lobo Ibérico página do Facebook do Grupo Lobo em:

com/Grupo-Lobo


Formamos: Cães & Lobos

Edição Nº 1

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Presencial Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como profissionalmente.

Primeiro curso administrado em Portugal com base nas últimas investigações Estrutura Programática do Curso

Módulo 1

(teórico)

1.1 CONHECER O CÃO 1.1.1 1.1.2 1.1.3 1.1.4 1.1.5 1.1.6

Conhecer como funciona um cão O Carácter num cão O Temperamento num cão A Comunicação canina Os Instintos Básicos caninos Conhecer o cão que se vai adestrar

1.2 MÉTODOS DE ADESTRAMENTO 1.2.1 Métodos de Adestramento 1.2.2 Traçar objetivos 1.2.3 Escolher o melhor método de Adestramento 1.2.3.1 Em função do cão 1.2.3.2 Em função do dono 1.2.3.3 Em função dos objetivos 1.2.4 As várias fases do Adestramento

Módulo 2

(prático)

2.1 O ADESTRAMENTO EM OBEDIÊNCIA SOCIAL 2.1.1 Material de adestramento 2.1.1.1 Material de contenção 2.1.1.2 Material de assistência 2.1.1.3 Material didático 2.1.2 Postura corporal do adestrador 2.1.3 Desenvolvimento da motivação do cão 2.1.4 Condicionamento e aquisição de hábito 2.1.5 Exercícios de Obediência Básica 2.1.5.1 Exercício de andar ao lado 2.1.5.2 Exercício de sentar 2.1.5.3 Exercício de deitar 2.1.5.4 Exercício de deitar e ficar quieto 2.1.5.5 Exercício de chamada

2.2 SOCIABILIZAÇÃO 1.3 CONDICIONAMENTO OPERANTE 1.3.1 1.3.2 1.3.3

Definição O que é o Clicker O treino com Clicker

2.2.1 Sociabilização intraespecífica 2.2.2 Sociabilização interespecífica

… e donos responsáveis! Página 1


Formamos: Cães Cães & & Lobos Lobos

Entrevista

Edição Edição Nº Nº 1 4

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS Módulo 3

(prático)

3.1 ADESTRAMENTO EM GUARDA E DEFESA 3.1.1 Determinar as aptidões do cão 3.1.2 O Figurante (Homem de ataque) 3.1.2.1 Vestuário 3.1.2.2 Equipamento 3.1.2.3 Formação 3.1.3 O trabalho de motivação 3.1.4 O treino técnico das mordidas 3.1.5 O treino da inibição da mordida (larga) 3.1.6 O treino da fuga do figurante 3.1.7 O treino da busca do figurante 3.1.8 O treino do ataque surpresa ao guia 3.1.9 O treino do ataque longo

Módulo 4

(teórico)

4.1 COMPORTAMENTOS ANÓMALOS E DESVIANTES 4.1.1 Agressividades 4.1.1.1 Definição e tipologias

4.1.2 Micção ou defecação inadequadas 4.1.2.1 Definição 4.1.2.2 Tratamento 4.1.3 Ansiedade por separação 4.1.3.1 Definição 4.1.3.2 Tratamento 4.1.4 Fobias 4.1.4.1 Definição 4.1.4.2 Tratamento 4.1.5 Manias Maternais 4.1.5.1 Definição 4.1.5.2 Tratamento 4.1.6 Hiperatividade e hiperexceptibilidade 4.1.6.1 Definição 4.1.6.2 Tratamento 4.1.7 Comportamentos estereotipados 4.1.7.1 Definição 4.1.7.2 Tratamento 4.1.8 Ingestão Inadequada 4.1.8.1 Alimentação Estranha 4.1.8.2 Coprofagia 4.1.8.3 Objetos 4.1.9 Síndrome de Disfunção Cognitiva

Curso intensivo de formação de monitores de adestramento científico canino (presencial) Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como profissionalmente Características do Curso Tipo de Curso: Curso presencial ministrado em sistema intensivo de 15 dias de duração, com uma carga horária lectiva diária de 4 horas, incluindo as componentes prática e teórica. Início do Curso: A combinar com o formando Local das Aulas: Campo de Trabalho do Centro Canino de Vale Lobos – Vale de Lobos - Sintra Método de Ensino: Científico Quantidade de Alunos por Curso: 1 Documento fim de Curso: Certificado com informação detalhada sobre as avaliações intercalares e finais e matéria leccionada

Estrutura Programática do Curso Módulo 1

(teórico)

Módulo 2

(prático)

Do Curso de duração normal

… e donos responsáveis! Página Página 131




Propriedade:

Cães & Lobos Nº 18

Centro Canino de Vale de Lobos www.ccvlonline.com contacto@ccvlonline.com

Edição: Dep. Divulgação do CCVL http://Comportamentocanino.blogspot.com

Revista Digital de Cães e Lobos Editor:

Colaboradoraram nesta edição:

Sílvio Pereira sp@ccvlonline.com Colaboraram nesta Edição: Catarina Assunção, Grupo Lobo, Karin Medeiros, Ricardo Duarte, Suzette Veiga, Vanessa Correia Paginação e execução gráfica:

Catarina Assunção civa25@mail.com

Grupo Lobo globo@ciencias.ulisboa.pt

http://lobo.fc.ul.pt/

Sílvio Pereira Notas: Todo o material publicado nesta edição é da exclusiva responsabilidade dos seus autores. A revista Cães & Lobos não subscreve, necessariamente, todas as opiniões veiculadas nesta revista. _________________________ Página web: http://revistacaeselobos.weebly.com revista.caeselobos@ccvlonline.com

Karin Medeiros adestramentoresponsavel@gmailcom

www.adestramentoresponsavel.com Ricardo Duarte r_duarte_9@hotmail.com

Suzette Veiga suzette.veiga@sapo.pt

www.estrela-dog.com Vanessa Correia vanessa_correia_sb@hotmail.com

www.acasaprateada.com


Formamos:

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

Curso destinado a todos os proprietários que queiram adestrar os seus cães em casa (portanto, no seu território) evitando assim as sempre stressantes e por vezes traumatizantes idas às escolas de treino canino. Características do Curso Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: De 2 a 4 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do aluno). A quem é dirigido este Curso: Com este Curso o dono dispensa as sempre angustiantes e traumáticas idas às escolas de treino, uma vez que o cão aprende no seu próprio território, portanto, qualquer pessoa está em condições de frequentar este curso, a única limitação prende-se com a obrigatoriedade de possuir um cão (seja ele de que raça for) uma vez que numa das fases do Curso terá que aplicar na prática, as técnicas que vão sendo estudadas. Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/teórica e conhecimento profundo do aspeto funcional do cão, assim como uma identificação da interação dos mecanismos da aprendizagem com os vários tipos de condicionamento. No aspeto prático adquire-se um conhecimento básico dos princípios gerais do Condicionamento Operante assim como a utilização do clicker como instrumento fundamental no moderno treino científico canino. Resumindo, o formando fica perfeitamente preparado não só para poder treinar o seu cão positivamente mas também para compreender a sua linguagem, o seu carácter, a sua personalidade e o seu temperamento.

Estrutura Programática (resumida) Módulo 1 (teórico) 1ª Parte - Conhecer o Aspeto Funcional do Cão 2ª Parte - O Carácter e o Temperamento num Cão 3ª Parte - A Comunicação Canina 4ª parte - Os Instintos 5ª Parte - Condicionamento Operante 6ª parte - Descobrir o Clicker

Módulo 2 (prático) 7ª Parte - O Adestramento em Obediência Social 8ª Parte - Motivar e Condicionar o Cão 9ª parte - Exercícios de Obediência Básica 10ª Parte - Sociabilização

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… e donos responsáveis!


Formamos:

Profissionais competentes... Departamento de Formação do: CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Características do Curso Objetivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre a identificação, diagnóstico, tratamento e prevenção dos Comportamentos anómalos, desviantes e patológicos dos cães que vivem integrados na sociedade humana. É um Curso abrangente uma vez que é transversal a todos os Problemas Comportamentais dos canídeos domésticos. Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 3 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do formando). A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Adestradores Caninos que sentem dificuldades na interpretação e tratamento destas patologias cada vez mais presentes na interação dos cães com os seus donos e o meio envolvente. Mas também a todos os interessados na temática do Comportamento Canino e nas alterações causadas por via da domesticação. Perspetival de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de interpretação, diagnóstico, tratamento e prevenção das Patologias do Comportamento. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, resolver todos os problemas ligados à área Comportamental.

Estrutura Programática do Curso (Resumido) Tema 1 - Como Funciona um Cão Tema 2 - O Carácter Tema 3 - O Temperamento Tema 4 - A Comunicação Canina Tema 5 - Os Instintos Básicos de Sobrevivência Tema 6 - Os Condicionamentos Tema 7 - As Agressividades Tema 8 - Ansiedade por Separação

Tema 9 - Síndrome de Disfunção Cognitiva Tema 10 - Fobias Tema 11 - Manias Maternais Tema 12 - Hiperatividade e Hiperexcitabilidade Tema 13 - Comportamentos estereotipados Tema 14 - Ingestão Inadequada Tema 15 - Eliminação Inadequada

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