Nº 17 - Janeiro | Fevereiro | Março 2016

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Revista digital

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* Irรก aprender algo mais sobre cรฃes e lobos

Janeiro | Fevereiro | Marรงo

2016


Formamos:

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

Curso destinado a todos os criadores, ou potenciais criadores caninos. Características do Curso Objectivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre Criação Canina, todos os criadores, ou que pretendam vir a sê-lo, na medida em que, este Curso abarca toda esta temática, desde os conceitos de Genética Canina até à entrega do cachorro ao futuro dono. Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 6 meses ou 500 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do formando). A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Criadores Caninos que sintam algumas lacunas no seu conhecimento acerca dos Temas propostos no mesmo. É igualmente dirigido a todos aqueles que pretendam iniciar esta apaixonante e nobre atividade que é a Criação Canina. Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de Criação Canina. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, Criar cães, uma vez que está na posse de formação técnica e científica específica necessária para o fazer.

Estrutura Programática (Resumida) Tema 1 - A Genética Canina Tema 2 - O Período Reprodutivo Tema 3 - A Reprodução Tema 4 - A Gestação Tema 5 - A Patologia da Reprodução Tema 6 - A Alimentação da Cadela gestante Tema 7 - O Parto Tema 8 - A Amamentação Tema 9 - O Desmame Tema 10 - Primeiras etapas do desenvolvimento do Cachorro Tema 11 - Enfermidades do Período neonatal Tema 12 - O Crescimento do cachorro Tema 13 - Desparasitação e Vacinação dos Cachorros Tema 14 - A entrega dos Cachorros Tema 15 - Identificação e Registo dos Cachorros www.ccvlacademia.com/curso-completo-de-criaccedilatildeo-canina-online.html

… e donos responsáveis!


Pastor de Maremma Para este número da revista tivemos uma nova colaboradora, a Catarina Assunção, que nos presenteou com a apresentação de uma raça, praticamente desconhecida entre nós, o Cão de Pastor de Maremma. Aconselhamos vivamente que o conheçam melhor num excelente artigo publicado a partir da página 29. Mas, temos também que assinalar um facto histórico neste número da revista, uma vez que, além da Catarina, termos a participação de 5 novos colaboradores, o que já não acontecia há bastante tempo, são eles, ou elas: Isabel Vital, Marta Gomes, Ricardo Capucho, Elsa Fonseca e Diego Oliveira. A todos eles o nosso muitíssimo obrigado. Como consequência disso, a variedade dos temas dos artigos apresentados é também bastante grande, e convidamos os nossos leitores a identificarem os sinais de calma dos vossos cães, a Elsa Fonseca irá dar uma ajuda; Já tentaram saber porque é que o vosso cão apresenta um determinado comportamento? A Isabel Vital vai ajudar; e stress, eles também têm? A Marta Wadsworth responde; com a ajuda da Marte Gomes irão comprovar que o acto de brincar é muito importante para a evolução comportamental dos vossos cães; a nossa indiferença justificará o sofrimento de alguns animais? O Ricardo Capucho da Associação Esperança Animal prova que não; será que os cães estão a tomar o lugar dos filhos que não temos? Mais uma interrogação que será respondida pelo Diego Oliveira; a forma de encarar a doença oncológica nos cães é idêntica à das pessoas? Vamos ter a ajuda da Catarina para nos explicar; ingerir as fezes, é um problema do cão ou nosso? Porquê e como resolver? O Ricardo Duarte vai-nos explicar; acreditam em alguns mitos criados à volta do treino canino? A Marta Wadsworth irá desmontá-los e, por fim um tema muito polémico, a Vanessa Correia já nos habituou a eles, será a homeopatia uma alternativa à medicina tradicional? Leiam esta revista e obtenham respostas. Até Abril. Boas leituras.

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2 Os cães também têm stress (Marta Wadsworth) 8 Os animais como doentes oncológicos (Catarina Assunção) 12 Coprofagia (Ricardo Duarte) 16 Compreender o nosso cão (Isabel Vital) 21 A brincadeira no comportamento canino (Marta Gomes) 25 O preço da indiferença (Ricardo Capucho) 29 O Pastor de Maremma (Catarina Assunção) 35 Sinais de calma (Elsa Fonseca) 38 Homeopatia para animais (Vanessa Correia) 43 Os 5 mitos do treino canino (Marta Wadsworth) 49 Nossos filhos... Os cães (Diego Oliveira)

Departamento de Formação do CCVL www.ccvlacademia.com Departamento de Divulgação do CCVL Blogue: http://comportamento-canino.blospot.com Fórum: http://comportamento-canino.forumotion.net

51 - Histórias (antigas) de Cães. 55 - Espaço Lobo

www.facebook.com/CCVL.Academia



Autoria: Marta

Wadsworth

Tens reparado nalguma alteração ao comportamento do teu cão? Maior ansiedade ou até um pouco deprimido? É verdade, os cães também podem ter stress, aliás este é um problema bem mais comum do que ima-


Tens reparado nalguma alteração ao comportamento do teu cão? Maior ansiedade ou até um pouco deprimido? É verdade, os cães também podem ter stress, aliás este é um problema bem mais comum do que imaginas. O stress é um mecanismo natural que permite aos animais sobreviver, hormonalmente e fisiologicamente o animal é submetido a alterações que o permitem sair de onde está, alterar ou fazer algo diferente, normalmente pela sua sobrevivência. No entanto, o stress pode tornar-se um grande problema quando o animal não tem capacidade de escapar ou alterar a situação em que está. Um cão, por exemplo, quando entra em stress e não pode libertarse do mesmo de forma "natural" poderá então entrar numa espiral de problemas que devemos evitar. Muitas vezes os donos reconhecem sinais de stress no seu cão quando este já está num estado avançado do problema. É importante que possamos conhecer os sinais de stress para que possamos fazer algo, deste o primeiro momento. (Nota: o contexto em que são apresentados os sinais que descreveremos de seguida é muito importante. Daí que sugerimos que contacte um terapeuta comportamental sempre que identificar alguns dos sinais e não esteja a compreender a sua causa).

7 Sinais De Stress A Que Deverá Estar Atento: #1 Diarreia, obstipação ou outras anomalias gastro-intestinais Como poderão calcular, estes são sintomas comuns de alguma doença ou intolerância alimentar, daí que no caso de observarem estes sinais a primeira coisa que deverão fazer será contactar o vosso médicoveterinário. No caso de terem procedido às recomendações veterinárias e os problemas persistirem, então poderão considerar que estes poderão ter origem psicosomática. Problemas digestivos podem ser causados por ansiedade, tal como ocorre nos seres humanos.

#2 Ladrar compulsivamente É normal os cães ladrarem, é a sua forma de comunicar uns com os outros e com o mundo. Existem cães que vocalizam menos e outros que naturalmente o fazem com mais intensidade. No entanto, conhecendo o nosso cão podemos entender quando o ladrar deixa de ser natural e passa a ser em demasia, associado a frequentes repetições. Ladrar excessivamente pode ser associado a ansiedade, confinamento, frustração, falta de exercício físico ou ansiedade de separação. Um bom teste para entender se este é o caso que leva o teu cão a ladrar compulsivamente é dedicares mais tempo a longos passeios com ele, aumentar o espaço em que está confinado durante o dia e forneceres-lhe brinquedos com que possa ocupar o seu tempo. No caso de cães com ansiedade por separação, caso identifiques vários sinais que possam apontar para esta patologia ou não consigas resolver o problema, contacta um especialista em comportamento canino para que te possa auxiliar no diagnóstico e tratamento.


#3 Tremer incessantemente Se o teu cão não está molhado, com frio ou dor, então tremer é algo que mostra que existe um problema que ele está a enfrentar. Normalmente o stress leva a este comportamento quando o cão é sujeito a experiências com as quais não foi previamente socializado ou com as quais não se sente confortável, tais como: viagens de carro, permanecer em canis, a primeira noite numa nova casa, visitas ao veterinário, foguetes, trovoadas, entre outros. Neste caso, devemos fomentar que o cão volte ao seu estado normal, acalmando-o com palavras calmas e recompensado quando se acalma. É muito importante que não se esqueçam que nunca se deve dar festinhas ou biscoitos quando o cão apresenta este comportamento já que iremos estar a validar o seu estado de ansiedade e não a ajudá-lo a acalmar (o estado que queremos que atinja).

#4 Babar-se Como é óbvio que babar na presença da sua refeição ou brinquedo preferido não é um sinal de stress com que nos devamos preocupar. Muito menos quando este é um comportamento normal do cão ou raça (dentro de certos limites)

Babar-se ou espumar da boca é algo muito comum quando os cães viajam de carro, mas pode também ser observado como sinal de stress noutras ocasiões. Novamente, caso vejam o vosso cão a espumar sem razão aparente devem logo procurar aconselhamento veterinário já que pode estar a passar-se algo de grave. No caso das viagens de carro, sugerimos que coloquem os vossos cães dentro de uma transportadora apropriada para que não possa ver o que se passa lá fora e assim aproveitar de uma viagem mais calma.


#5 Urinar ou defecar fora do sítio Um cão treinado e que tenha oportunidades regulares de fazer as suas necessidades no local apropriado não deve, salvo raras excepções, fazer as necessidades em casa. Incontinência em cachorrinhos não treinados ou cães idosos com problemas típicas da sua idade avançada podem ser considerados "normais", no entanto, na maioria dos outros casos há que levar ao veterinário para um check-up. Caso o veterinário apontar para que esteja tudo bem com o vosso cão, então podemos estar perante um dos sinais de stress. Um cão que faça as necessidades em casa pode fazê-lo por vários motivos, como ansiedade ou marcação. Este é também um dos sintomas que um cão com ansiedade por separação pode observar. Em primeiro lugar é recomendável alterar os seus horários para garantir que o cão tem oportunidades regulares e rotineiras (sempre à mesma hora) de ir à rua. Garanta que está bem ensinado e que sabe que o lugar correto é fora de casa. Se mesmo assim os problemas persistirem, contacte um profissional para o ajudar no diagnóstico.

#6 Lamber ou coçar excessivamente Em primeiro lugar, e tal como vimos nos pontos anteriores, deve sempre observar de perto se o seu cão que lambe ou coça excessivamente uma parte do

do corpo não apresenta nenhuma alergia, ferida ou inflamação (atenção, as feridas presentes poderão ser, não a origem do comportamento mas uma consequência do mesmo). Os cães desenvolvem este tipo de comportamento como manifestação do seu stress em relação a determinada situação. Pode ser falta de exercício físico, falta de ocupação ou estimulação mental, ou outros problemas comportamentais (ansiedade de separação, sensibilidade a estímulos, entre outros). Um sinal muito fácil de observar e que pode também verificar noutros cães que encontra na rua é o de lamber o focinho. Um cão que não está confortável, está stressado, frustrado ou confuso tem tendência a lamber o focinho (podendo também bocejar, ambos sinais de ansiedade ou stress).


#7 Hipervigilância ou agitação Cães stressados podem tornar-se muito agitados, sem serem capazes de relaxar. Saltam por cima de tudo e todos, sempre atentos a qualquer som ou movimento. São cães que estão demasiado alertas, sempre a seguir os donos ou permanecer longos períodos de tempo junto às janelas. Uma forma de poder ajudar o cão a acalmar é permitir que este esteja durante curtos períodos de tempo (até máximo de 4 horas), confinado num local calmo, escuro e sem quaisquer estímulos. Tal irá ajudar o seu cão a acalmar (poderá ficar a ladrar durante os primeiros minutos mas irá acabar por acalmar), num espaço em que poderá descansar da sua profissão de vigília. Nunca o tires desse quarto ou caixinha enquanto ainda estiver ansioso, pois isso apenas irá transmitir que se ladrar muito irá concretizar o seu objetivo de sair. Para melhorar a sua qualidade de vida, poderás também encontrar brinquedos de estimulação mental e recompensar o seu comportamento calmo.

Alguns conselhos gerais para ajudar o seu cão a lidar com o stress é começar por: 

Criar uma zona segura em que este possa estar para se refugiar daquilo que está a temer (tempestades por exemplo);

Faça exercício regularmente com o seu cão, durante um período de tempo apropriado para que este possa libertar a ansiedade acumulada;

Forneça-lhe brinquedos ou objetos que permitam não só que fique ocupado mas também que possa estimular as suas capacidades cognitivas.


Autoria:

Catarina Assunção



O departamento de oncologia em medicina veterinária evoluiu a grande velocidade nas últimas décadas, no que respeita à leitura e ao entendimento da formação do cancro, do diagnóstico e de técnicas de tratamento. Em Portugal, existem já algumas clínicas e diversos profissionais que se dedicam exclusivamente a doentes oncológicos, nomeadamente, animais de companhia. Um diagnóstico assertivo, assim como a estanquicidade correta de um tumor, são vitais para a escolha do tratamento mais adequado e para a obtenção de resultados favoráveis para a qualidade de vida do animal. No entanto, a chegada de um diagnóstico com a palavra “cancro” é sempre devastador e quase sempre irrecuperável no nosso entendimento humano. Percebemos, enquanto donos, que é algo que veio para ficar, que vai dar luta, que vai fustigar o organismo do nosso amigo, e que certamente o levará, um dia. Mas para que este dia caminhe na nossa direção a passos pequenos, existem diversos elementos que devemos ter em conta, e principalmente, estar alerta, no dia-a-dia do nosso animal. Sinais físicos como: inchaço anormal que persiste em crescer, uma ferida que não cicatriza, perda de peso, perde de apetite, apatia geral, dificuldade em andar, brincar ou eliminar, estão dentro do leque possível que o animal pode demonstrar. Contudo, a experiência diz-me que outros sinais, como a coprofagia (ingestão das próprias fezes ou de outros animais) espontânea pode consistir num alerta importante a ter em conta. Fortes evidências de cancro podem ainda ser obtidas, e despistadas, através de exames médicos como radiografias, ecografias e determinados testes sanguíneos, acompanhados quer pelo exame físico, quer pelo seu historial médico do animal. Nos casos em que se diagnosticaram metástases, é possível utilizar-se tratamento paliativo como quimioterapia e analgésicos, sendo que, as premissas no tratamento do cancro devem ser as de que o animal não deve sofrer com dor, não deve sofrer com efei-

ser bem nutrido. A quimioterapia é uma palavra que assusta muitos de nós, porque imaginamos os efeitos secundários que se conhecem nos humanos, embora desconhecendo que as doses administradas em animais são menores e consequentemente os efeitos são menos frequentes. A constante exposição dos donos a informação publicitada (via Internet, redes sociais, comunicação social, etc.) sobre novas terapêuticas em humanos, faz com que obtenham mais conhecimento e consequentemente se tornem mais exigentes no tratamento do seu animal. Aqui, mais uma vez, a experiência mostrou-me que a nossa resistência ao impacto do diagnóstico advém quase 80%, da enorme resiliência e adaptação que os animais nos demonstram perante a doença (quase que me faz pensar o quão fraco é o ser humano). Posso afirmar que, talvez o primeiro tratamento de quimioterapia seja o mais impactante, em parte porque as nossas expectativas são as piores e as mais assustadoras, quando na verdade, estar ao lado do nosso animal naquele momento, pode ser tão ou mais importante como o dia em que nasceu. Quanto a casos de cancro de maior prevalência, estudos revelam que, apesar que em países de maior exposição solar o cancro cutâneo seja o mais evidente, é o cancro da mama (carcinoma mamário, por exemplo) quem está no topo da lista, sendo a castração em idade jovem um dos métodos mais eficiente para o não desenvolvimento da doença. À parte da prevenção da doença, a questão genética, associada na maioria dos casos à manipulação que é exercida pelos criadores em busca das características que entendem ser “ideais” de uma raça, e a pressão exercida sobre os genes que originam os fatores de beleza, incluem, cada vez mais, catalisadores genéticos que podem transportar estas patologias, concluindo assim que a herança oncológica acaba por ser herdada em conjunto com os genes. Presentemente, encontra-se no mercado a vacina do melanoma como sendo o novo medicamento para tratamento (preventivo) do melanoma, recentemente aprovado nos E.U.A. Trata-se de um injetável que estimula o sistema imune do cão a reconhecer as células


cancerígenas e a destruí-las. Esta nova vacina contém A.D.N. Humano, fazendo com que o sistema imunitário do cão reconheça esta proteína estranha e ative uma resposta imune contra ela, mas alargada aos melanócitos (células produtoras de melanina) tumorais, destruindo-os. Esta tecnologia é totalmente inovadora na medicina veterinária e consiste no último grande avanço na luta contra o melanoma no cão e encontra-se disponível no nosso país mediante importação dos E.U.A. e posterior autorização de administração pela Direção Geral de Veterinária. Embora esta seja a doença do século, quer em animais quer em seres humanos, é também a que mais avanços significativos têm tido ao nível da investigação e do tratamento. Quando entrei pela primeira vez no Centro Veterinário de Berna, na Avenida de Berna, em Lisboa, com a minha cadela de 12 anos, resgatada de um canil, cujo diagnóstico oncológico se demonstrava bastante avançado, nem queria acreditar quando ouvi falar em sessões de quimioterapia e radiação para cães. Confesso que também eu entrei naquela sala iludida com os sintomas que conhecia, com as baixas taxas de sobrevivência, e consciente da experiência de vida que a minha cadela tinha, certo seria que a ia perder para a maldita doença. Imaginei-a imediatamente sem pêlo e com vómitos constantes, falta de apetite e apática na sua almofada. Mas nada disto felizmente aconteceu, tendo perfeita consciência que foram estes tratamentos que nos deram mais um ano e meio de vida juntas. Esta é também uma das causas de abandono de animais, onde a impossibilidade financeira de recorrer a estes tratamentos, leva a que muitas pessoas se despojem do seu melhor amigo, na rua, ou em associações de acolhimento a animais, tornado assim, esta luta de extrema importância, quer para a saúde animal quer no livre acesso a todos, destas novas terapêuticas. ___________________________________________ Fontes: Centro Veterinário de Berna, Lisboa. Centro Hospitalar Veterinário, Porto. www.petcancervaccine.com Instagram.com/thedogist/

Satu, perdeu uma pata devido a um cancro. Fonte, The Dogist

Singa, sobreviveu a um cancro no fígado. Fonte, The Dogist i Termo refere-se à quimioterapia antineoplásica, um dos tratamentos do cancro onde são utilizadas drogas antineoplásicas. ii Tipo de cancro de pele originado das células produtoras de melanina. iii Ácido desoxirribonucleico (A.D.N., em português), é um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos.



Autoria:

Ricardo Duarte

A origem da palavra coprofagia vem do latim, copros – fezes e fagia – ingestão. Desta forma, a coprofagia caracteriza-se pela prática da ingestão de fezes.


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Embora esta prática exista também nos seres humanos, e seja neste caso caracterizada como uma patologia de ordem psíquica, a prática da coprofagia é bastante frequente em diversas espécies animais, como cães, gatos, roedores, insetos, etc. Sendo uma situação particular e que pode originar diversos problemas é essencial compreender as suas causas de forma a prevenir ou a tratá-las da forma mais adequada. Neste sentido, é importante estar atento às primeiras manifestações deste comportamento, de forma a intervir eficazmente. Esta prática pode ser dividida em três tipos distintos: 

Auto-coprofagia: quando o animal ingere as suas próprias fezes;

Coprofagia intraespecíficas: quando o animal ingere as fezes de outros animais da mesma espécie, por exemplo um cão que come as fezes de outro cão;

Coprofagia interespecífica: quando o animal come as fezes de outros animais de uma espécie diferente, ou seja, quando um canídeo come as fezes de um felino.

O grande problema desta prática passa pela possível transmissão de doenças, provocadas pela presença de parasitas nas fezes. Um cão que ingere fezes arrisca-se a ingerir também parasitas ou bactérias nelas contidas, que lhes podem causar vários tipos de doenças, algumas até bastante perigosas. Mesmo os animais desparasitados podem ser alvo destes perigos, uma vez que o desparasitante atua apenas quando o animal já esta infetado, e não como medida preventiva. Para além disso, é importante referir que, muitos destes parasitas presentes nas fezes dos nossos amiguinhos podem ser transmitidos ao homem, o que faz desta uma questão se saúde pública. Embora não existam razões completamente bem definidas sobre as causas que levam ao desenvolvimento deste comportamento, talvez devido ao grande número das mesmas, pode-se no entanto afirmar que existem dois grandes grupos, os de ordem nutricional e os de ordem comportamental.

Os tratamentos para esta prática são variados, uma vez que o comportamento desenvolvido pode ter diferentes origens e, acima de tudo, muitas vezes as causas não se encontram muito bem definidas, o que pode dificultar a estratégia a adotar. Assim, os tratamentos podem então ser classificados em quatro classes diferentes: tratamento comportamental, tratamento ambiental, tratamento médico e tratamento nutricional. Tratamento comportamental: Ao nível comportamental o tratamento passa por adestrar/ condicionar o animal de forma a prevenir ou a corrigir este tipo comportamento. Este condicionamento deve ser sempre baseado em estratégias indolores e não punitivas para o animal. Tratamento ambiental: O fator ambiental é um ponto bastante importante no tratamento deste comportamento. Neste sentido o espaço onde o animal se encontra deve ser mantido sempre limpo. Assim, caso o animal seja mantido num espaço onde lhe é permitido defecar é recomendável que a recolha das fezes seja feita com bastante frequência. Para além disso, existem no mercado algumas substâncias compostas por enzimas específicas que misturadas com a comida conferem um sabor bastante desagradável às fezes que resultam da sua digestão, o que acaba por persuadir a sua ingestão, por parte do animal. Tratamento médico: Esta abordagem deve ser tida em conta especialmente, mas não só, em animais adultos que começaram a apresentar este tipo de comportamento após a maturidade. Neste caso os animais deverão ser submetidos a um check-up veterinário de forma a despistar eventuais patologias, como por exemplo diarreias, insuficiência pancreática, problemas de absorção de nutrientes, entre outros. Em alguns casos, apenas a administração de enzimas digestivas, que ajudam a digerir os nutrientes dos alimentos, é suficiente para resolver o problema. Tratamento nutricional: A abordagem nutricional pode também ser uma forma bastante eficaz no tratamento deste comportamento. Por vezes a alimen-


Causas nutricionais estão ligadas a:

Causas comportamentais estão ligadas a:

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 

Baixos níveis protéicos; Alimentação insuficiente; Dietas muito ricas em carbohidratos e fibras; Verminoses; Pancreatite crônica;

dicada do ponto de vista nutricional. As rações são todas diferentes e, por vezes, a assimilação de alguns nutrientes não é feita da forma mais eficaz. Desta forma, uma possibilidade passa por fazer a alteração da ração. Com o auxílio do veterinário que acompanha o animal, pode ser feita uma avaliação do mesmo, levando o dono a optar por uma ração mais apropriada, tendo em conta as necessidades fisiológicas do animal em questão. Para além disso, a administração de suplementos vitamínicos durante algum tempo pode ainda ser uma alternativa.

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Cadelas que deram criam comem as fezes dos cachorros para manter o local limpo; Ansiedade, stresse; Cães entediados; Para chamar a atenção; Para evitar que o proprietário os puna.


Compr


reender o nosso cão O cão, o melhor amigo do homem mas, o que é que, de facto, sabemos sobre este animal doméstico? Para compreender melhor como é que comunicam uns com os outros e os papéis que assumem, precisamos de ter em conta o comportamento do lobo, seu antepassado não tão distante. Muitas raças foram super-exploradas, levando a que fossem conotadas como, por exemplo, perigosas e, portanto, temidas. Ainda que possamos não aceitar ou reconhecer o lobo presente nos nossos cães, será que aquele se revela sempre que estes, enquanto animais altamente domesticados, comunicam e interagem? Qual o valor do conhecimento dos lobos para compreender e antecipar situações indesejáveis com nosso cão? Segundo um testemunho de uma vítima da mordida de um cão, alegadamente agressivo sem motivo aparente, os cães não deviam conviver com crianças, uma vez que estas vêm o animal como seu semelhante e, ainda de acordo com o mesmo testemunho, os cães punem injustamente as crianças sempre que estas, de acordo com o cão, procedem mal.

Autoria

: Isabel Vital


Embora os lobos sejam muito semelhantes entre eles, todos têm papéis e funções muito distintas dentro da alcateia a que pertencem. Desde muito cedo que estes diferentes papéis e funções podem ser claramente identificados nos cachorros. Infelizmente, para muitos de nós, a má interpretação ou mesmo a incapacidade de analisar e interpretar esta estrutura social, pode conduzir a situações desastrosas. Algumas pessoas tendem a desvalorizar o laço ancestral com os lobos. Quando adquirem um cão, o primeiro critério de seleção é de natureza estética ou ligado qualquer outro atributo específico do animal. Por sua vez, esta situação leva a que certas raças sejam conotadas com uma característica em especial, a agressividade, por exemplo. No Reino Unido, o Staffordshire Bull Terrier, para citar apenas um caso, tem hoje uma péssima reputação de cão agressivo, quando outrora já foi eleito como um excelente companheiro para as crianças.

Outra das raças estereotipadas como perigosa é o Pastor Alemão, no entanto, há diversos testemunhos de polícias que atestam que estes exemplares desempenham muito bem o papel de animal de estimação de uma família, esclarecendo ainda que o Pastor Alemão não é diferente de outras raças, na medida em que precisa do adestramento adequado para que entenda qual o seu lugar no grupo em que se integra, neste caso, a família. Segundo os mesmos profissionais, estes são animais inteligentes e leais que aprendem facilmente a separar os momentos de trabalho na força policial e os momentos de lazer com a família que o recebe. Para entendermos o seu comportamento na família em que se integra, às refeições, voltamos novamente aos lobos: no mundo destes também a comida é muito importante, não só como garantia de subsistência, mas também porque os diversos elementos da alcateia não se alimentam de forma aleatória. Quando um grupo de lobos se alimenta da mesma presa (um animal de grande porte), podemos identificar claramente princípios fundamentais de lealdade, proteção e respeito entre os vários membros e pela hierarquia instituída. Enquanto donos de um animal de estimação, é frequente que muitos de nós não saibamos que, para o animal, somos principalmente “protetores da comida”, na medida em que somos nós que garantimos a alimentação do animal, o que nos confere um elevado grau de respeito por parte do cão.

Todos os casos de agressividade têm uma razão de ser. Outro dos fatores que muito contribui para esta situação é o facto de muitos dos exemplares caninos serem eleitos precisamente por serem sinónimo de determinado atributo, normalmente físico que, por assim dizer, será associado também ao dono. Por exemplo, a boa forma física e, inevitavelmente, o grau de agressividade.

Os cães ainda guardam muitas reminiscências do o lobo, seu antepassado, isto está sempre patente, neste caso, no momento em que se alimentam, onde podemos, mais uma vez, observar a sua organização social, em função da identidade de cada um dos animais que, para eles, é fundamental. Sempre que mais do que um animal se alimenta em simultâneo, haverá sempre um que se destaca pela sua posição dominante, e esta mesma posição tem de ser respeitada a qualquer preço. Para nós, humanos, este parece ser um dos fatores mais difíceis de compreender: como é que dois animais de estimação criados pelas mesmas pessoas e


conflito entre eles e, por isso, recorrem a estratégias tais como açaimes, coletes, trelas muito curtas, mas todas estas desadequadas porque, por um lado impedem a comunicação entre os animais e, por outro podem despoletar mais fácil e rapidamente o conflito. Para trabalharmos em equipa com um cão, é muito mais simples se tirarmos partido dos seus instintos naturais: perseguir uma presa e, eventualmente, agarrá-la. Para tal e por razões de segurança, o adestrador tem de manter sempre o controlo sobre o animal. no mesmo ambiente podem, de um momento para o outro, sem causa aparente, tornar-se inimigos? A explicação tem a ver com problemas de identidade, em concreto, são animais aos quais não é reconhecida uma identidade própria, já que partilham quase tudo, até o prato da comida. Isto pode causar confusão no animal e acabar por se manifestar de maneira agressiva. De acordo com alguns comportamentalistas animais, outro dos fatores que poderão levar a manifestações de agressividade são atributos estéticos que, ainda que tenham muita procura, podem vir a causar dificuldade de comunicação entre os animais e, em última instância podem levar a comportamentos agressivos. São exemplos disto o nariz sem corte, demasiado curto ou rugoso, as orelhas baixas / caídas, entre outros. A responsabilidade é exclusivamente nossa sempre que, tentando favorecer a estética, desvalorizamos aspetos muito importantes da identidade do cão e que são também facilitadores da comunicação - um fator fundamental entre os cães. Outro conceito de suma importância e demasiadas vezes ignorado é a socialização. De acordo com testemunhos que facilmente associamos um vizinho ou conhecido nosso, há milhares de pessoas que só levam o seu animal e estimação a passear depois de se assegurarem que mais ninguém estará no local do passeio: de madrugada ou altas horas da noite. Os cães são animais sociais e precisam sempre de interagir com exemplares da sua espécie. Ao impedirmos a socialização do nosso cão estaremos certamente a contribuir para o seu desequilíbrio. Salvaguardadas as devidas proporções, tal como nós, os cães precisam de conviver e “conversar” com tanta frequência quanta possível. Mas, mantendo a comparação, se o cão sofrer de algum tipo de desequilíbrio, rapidamente se propicia uma situação de conflito. Muitas pessoas, quando estão num local público com o seu cão receiam os encontros com outros cães e possíveis situações de

Nos últimos anos é frequente os noticiários darem conta de ataques de cães a crianças indefesas, facto este que reforça ainda mais a indignação pública, segundo a qual se tratou de mais um ataque sem justificação. As investigações de Shaun Ellis1, feitas num habitat natural dos lobos, permitiram-lhe retirar conclusões muito importantes relativamente à forma como aqueles animais se alimentam, se cumprimentam, socializam, e impõem a disciplina no grupo - em todas estes tipos de interação está bem claro para estes animais o nível hierárquico que ocupam no grupo. Para impor a sua posição, os lobos e os cães podem adotar comportamentos agressivos, como já dissemos anteriormente, a posição social tem de ser respeitada a qualquer preço. Lamentáveis são, portanto todos os casos em que na interação com crianças, o cão reprova determinada atitude da criança e mostra agressividade. Para o animal representa a correção de um comportamento, para o ser humano é um ataque sem explicação. É imprescindível que nos entendamos mutuamente, nós e o nosso cão. Uma das alternativas é adestrar o nosso animal de estimação para que interiorize corretamente a sua posição hierárquica no grupo família em que se integra. Outra das medidas a adotar é certamente vigiar sempre cães e crianças juntos, evitando mal entendidos na comunicação entre um e outro e favorecendo simultaneamente uma relação saudável e portanto, um animal mais feliz. Sempre que houver necessidade de escolher um cão para ficar connosco durante uns bons anos, há que observar diversos critérios para responder às necessidades e às capacidades específicas da família. Serão múltiplos os factores a ter em conta mas, uma premissa deveria estar no topo da lista: o que procuramos num animal deverá ser o seu caráter e não a sua estética. 1 EllisShaun

Ellis é de nacionalidade Inglesa e um pesquisador que estudou diferentes animais, embora desde 1990 se tenha destacado por ter vivido entre os lobos, adotado um grupo de crias de lobo abandonadas. Fundou o projeto que dá pelo nome de Wolf Pack Management e está ligado a pesquisas na Polónia e nos Estados Unidos.



Autoria: Marta

Gomes


Formas de brincar 1.

Brincar sozinho: este tipo de jogo inclui apenas o próprio cão e, mas não necessariam ente, um objeto. Permite ao cão explorar o seu corpo, as suas capacidades e aquilo que o envolve, e por isso mesmo é muito importante para o seu desenvolvimento. Ao mesmo tempo, aumenta a confiança do cão, reduz o stress e encoraja-o a brincar mais e a aprender.

2.

Brincar socialmente: tanto pode ser com outros cães como com os donos (ou outras pessoas). Ao brincar com outros cães, os cachorros aprendem o significado da comunicação canina e a utilizá-la. Por outro lado, ao brincar o cão aprende as regras que determinam um comportamento como certo ou errado, tanto perante outros cães como perante humanos. De entre o variado leque de jogos tidos pelos cães quando brincam entre eles, encontram-se, por exemplo, jogos de perseguição, jogos de “luta” e “luta” por um objeto.

Quantas vezes nos deparamos com casos em que não sabemos distinguir se dois ou mais cães estão a brincar, ou se nos deveríamos preocupar em separálos de modo a evitar possíveis conflitos? Muitas das vezes, aquilo que nos pode parecer um conflito não passa de uma brincadeira. No entanto, nem sempre é fácil distinguir determinados comportamentos, principalmente quando não existe da nossa parte um contacto regular com este tipo de interações entre cães. O mesmo pode ocorrer também durante as brincadeiras entre os próprios donos e os seus cães, sobre as quais podem existir dúvidas quanto a que comportamentos são ou não aceitáveis durante estes momentos, e quando devemos ou não terminar uma brincadeira. A verdade é que este tipo de interações entre cães, e mesmo entre estes e os seus donos, é muito importante tanto para o seu desenvolvimento como para o seu bem-estar, e por isso não devem ser evitadas. De forma a esclarecer algumas dúvidas, encontrei um livro que recomendo. Este apresenta resultados de estudos feitos por todo o mundo relativamente a esta temática, incluindo as razões pelas quais os cães brincam e quais os benefícios que tiram desses momentos. Por outro lado, ajuda-nos a identificar também que comportamentos devem ou não ser considerados como fazendo parte de uma brincadeira. O livro é o seguinte: “Canine Play Behavior – The Science of Dogs at Play” da autora Mechtild Käufer. Ao longo de todo o livro, existem várias fotografias ilustrativas que nos ajudam a identificar os comportamentos tidos pelos nossos amigos de 4 patas durante um momento de diversão. Ajuda, sem dúvida, a tornar a leitura mais clara, divertida e interessante! Neste artigo exploramos brevemente apenas alguns dos conceitos abordados no livro, nomeadamente de que formas os cães brincam, e alguns dos benefícios que tiram dos variados tipos de jogos que podem realizar.

Benefícios 1.

Brincar influencia o comportamento em adulto: molda a forma como o animal expõe a agressividade, comportamentos sexuais, comportamentos maternais, e a forma como responde a situações novas ou que lhe provoquem stress;

2.

Desenvolvimento cerebral: aumento do número de recetores e da sua sensibilidade (aumentando a sua flexibilidade emocional);

3.

Desenvolvimento das capacidades motoras, como a força e a resistência. Tem um efeito positivo ao nível dos ossos, músculos, tendões, articulações, pulmões, coração, e melhora a condição física do cão (aumentando a sua flexibilidade motora);


4.

Beneficia a comunicação e aprendizagem social;

3.

É muito importante que exista contacto físico entre o dono e o cão, pois este ajuda a estabelecer uma comunicação mais clara entre os dois. Desta forma o brincar é muito importante, e não deve ser confinado apenas ao ato de brincar com um objeto;

5.

Aumenta a cooperação: aprendem a evitar conflitos, desenvolvendo estratégias para os resolver;

4.

Brincar com o nosso cão é a melhor forma de construir uma relação de confiança entre cão e dono.

6.

Ajuda-os a aprender as regras e a distinguir entre bons e maus comportamentos;

7.

Desenvolvimento de competências importantes como controlar os impulsos, e esperar que seja a sua vez de brincar;

8.

Reduz os níveis de stress: tanto cachorros como cães adultos utilizam os jogos como forma de equilibrar os seus níveis de stress.

Estes são apenas alguns dos benefícios que os cães podem tirar das brincadeiras com outro cão, com o dono, ou sozinhos. Todas estas 3 formas de jogos (sozinhos, com outro cão ou com o dono) são importantes para o cão, cada uma delas com determinados benefícios.

Porque é importante brincar com o seu cão? Para além dos benefícios que pudemos ver anteriormente, existem mais razões para brincarmos com os nossos cães, nomeadamente: 1.

É sempre um momento em que ambos se divertem e relaxam. Para além disso, brincar não é apenas importante para eles, mas também é para nós;

2.

Ao brincar com os seus cães, as pessoas acabam por, consciente ou inconscientemente, influenciar as preferências dos seus animais relativamente ao ato de brincar e, consequentemente, o comportamento que este irá adotar em brincadeiras no futuro;

Para além destas curiosidades, o livro explora em detalhe esta temática, e dessa forma poderá encontrar resposta a outras questões, nomeadamente: 

Fatores que influenciam o tipo de brincadeira tida pelos cães: idade, género, raça, nível de stress,…; Formas que os cães utilizam para manter a brincadeira interessante entre os intervenientes, mesmo quando brincam com cães de diferentes tamanhos e força; Como nos podemos tornar melhores observadores para prevenir que a brincadeira se torne agressiva, incluindo medidas apropriadas para intervir


Autoria:

Ricardo Capucho Natacha Batista

O flagelo dos animais abandonados é um assunto cada vez mais divulgado, no entanto não é por isso que o número de abandonos deixa de aumentar. Na altura das férias de verão em especial esse número cresce exponencialmente. O destino destes animais passa muitas vezes por recolha em canis municipais (de abate ou não), recolha por associações de proteção animal ou quando não chegam a ser recolhidos a tempo o destino mais trágico, a morte! Seja ela por atropelamento, por maus tratos, fome, desidratação, entre outras causas.



Neste artigo procuramos apelar a esta realidade descrevendo um dos nossos resgates. Vamos contar-vos a história de um cão muito jovem, cerca de 10 meses, o Lucky. O Lucky foi resgatado na noite de 1 de julho de 2015 em Setúbal. Este cachorro, num visível estado de fragilidade física, já tinha sido avistado por uma voluntária da Associação que o tentou resgatar, mas por falta de meios técnicos na altura não teve sucesso. Por isso reuniram-se um conjunto de meios materiais e humanos para a procura do Lucky. Três dias depois o resgate do Lucky foi possível, contribuindo para isso essencialmente o seu estado débil. O Lucky tinha as patas extremamente inchadas e em sangue, uma desidratação severa, subnutrição e um estado inflamatório da pele muito avançado e generalizado. Quando se deixou apanhar nada fez para nos resistir. Foi de imediato transportado para as urgências de um dos Centros Veterinários com protocolo com a Associação EsperançAnimal. O estado de saúde do Lucky, nomeadamente o estado inflamatório da sua pele, não nos era totalmente desconhecido. Percebemos que se trataria certamente de sarna demodécica (para mais informação em http://www.portalnossomundo.com/site/saude/ demodecica.html), no entanto era necessário ser visto por um médico veterinário para uma confirmação do diagnóstico, análises e planeamento de um tratamento adequado ao seu estado. O diagnóstico da sarna demodécica confirmou-se e durante a consulta vimos que o Lucky tinha sido “tratado” certamente pelos seus antigos donos, que posteriormente o abandonaram, pois nas partes em que tinha mais feridas, o pelo tinha sido cortado e havia vestígios de uma tentativa de tratamento das feridas. O termo sarna assusta muitas pessoas, sobretudo pelo desconhecimento que existe face a esta doença. Resumindo existem essencialmente três tipo de sarna e só a sarna sarcóptica é uma zoonose (contagiosa entre animais vertebrados e humanos). A do Lucky assim como em muitos casos é do tipo demodécica que acaba por aparecer devido a uma falha imunológica do cão em controlar a população

Fotos: Página anterior: Lesões no focinho do Lucky No topo: Lesões no corpo do Lucky Ao centro: Lucky actualmente


as próprias necessidades fisiológicas. Depois de duas semanas de tratamento já se notavam sinais positivos na sua condição física. Passado um mês melhor ainda e atualmente sabemos através da sua inicial FAT (Família de Acolhimento Temporário) e atual adotante que o Lucky é um cão com um elevado nível de energia, brincalhão e muito divertido. Hoje o Lucky justifica o seu nome e é um dos poucos sortudos com um final feliz. O caso do Lucky é somente um entre inúmeros casos, este em especial impressionou pela indiferença ou mesmo repulsa que deverá ter causado a muitas pessoas por quem passou na rua. Sabemos que não podemos salvar todos, mas da mesma forma sabemos que o egoísmo das pessoas e de algumas entidades se eleva e a luta contra este flagelo passa para último plano. São essencialmente voluntários em associações como a nossa e pessoas com sensibilidade para este problema que atuam, sem ter grandes apoios, de forma pró-ativa. Sabe-se que o abandono já é crime e punível por lei, mas isso serve essencialmente como dissuasão, não resolve o problema atual. São necessários mecanismos mais interventivos como programas de esterilização e castração, campanhas de adoção, ações de sensibilização, bases de dados atuais de maus adotantes e maus criadores, ação ativa dos inúmeros veterinários existentes, entre outros.

de ácaros presentes naturalmente nas glândulas sebáceas dos cães. É muito comum em cachorros e cães jovens. Voltando ao Lucky o seu tratamento passou por uma terapêutica tópica (banhos específicos), sistémica e recurso a antibióticos para auxiliar o tratamento das feridas do seu corpo. Este jovem cão devia ter passado por muito, a sua exaustão era tal que nos primeiros dias connosco não teve muita ação, nem tão pouco para fazer as su-

Erradamente muitas pessoas imputam a estas associações uma obrigação de intervir em todo e qualquer caso julgando que estamos munidos de inúmeras ajudas estatais, particulares e meios infinitos. A realidade é bem mais cruel, a grande maioria das Associações de Proteção Animal não são mais que um conjunto de pessoas com alguma experiência, muita vontade de agir e paixão pelos animais. Não tendo mais apoios que um comum particular que possa ajudar a salvar uma vida animal. E principalmente apelamos à população em geral que não sejam coniventes com o crime e que sejam humanos ao ponto de ajudar um animal em perigo.



Autoria:

Catarina Assunção




Confesso que em Portugal, ainda não tive oportunidade de observar nenhum exemplar desta raça, o Pastor de Maremma (Cane da Pastore MaremmanoAbruzzese, St-F.C.I. n°201/15.09.1992), contudo, acredito ser de extremo interesse para o conhecimento geral, o reconhecimento da mesma, quer pelas características do seu temperamento, quer pelo seu comportamento. A sua proveniência advém da região de Maremma, na Toscana, Itália, onde, por volta de 1860, a necessidade de movimentar rebanhos em busca de pastagem, deu origem a esta raça, através do cruzamento de cães pastores que acompanhavam a travessia. Os exemplares de Maremma revelam uma aparência de grande porte, pelagem densa e branca, mandíbula forte e ampla, um semblante confiante mas alerta, e uma passada enérgica. Mostram-se independentes dos humanos e diria até, um pouco “primitivos” demonstrando uma quase ausência de ladrido, substituído por um uivo proeminente devendo-se, em parte, à sua vivência em planícies e terrenos abertos, sendo, ávidos amantes de neve, e sem se importarem com as baixas temperaturas (a pelagem em abundância ajudará nesse sentido) ou de permanecerem no exterior, tornando-se quase imperfectíveis perante um nevão abundante. No entanto, por mais que se consiga ler sobre esta raça, nada se compara com a sua observação e convivência de perto. A minha experiência revelou isso mesmo: o acompanhar de um exemplar desde os seus primeiros dias, denotando a forte presença da genética canina, e da sua evolução no tempo. Contudo, não é sobre o trivial da raça, o propósito deste artigo, mas sim de uma experiência pessoal com a mesma, que me fez acreditar e olhar para um cão, de uma forma mais profunda, serena, quase espiritual, sentindo, simultaneamente, uma constante aprendizagem interior. Em determinado momento da vida, cruzei-me com uma fêmea Maremma da qual, ainda hoje, guardo tremendos ensinamentos sobre bondade, coragem, e sobre o laço invisível que traça, e une, as relações entre seres humanos e animais. Familiarizada com comportamentos, raças, tamanhos, e temperamen-

tos caninos, jamais imaginei que aquele ser, de porte gigante, pelagem espessa, e uivo longínquo, me pudesse mostrar que o apego e o apreço intraespecie se pudesse exprimir e refletir, apenas num olhar meigo e assertivo. Esta fêmea, sempre se mostrou independente, fiel, pontual, de olhar distante, alerta e veemente no seu cargo de guardadora de cavalos, animais com o dobro do seu tamanho. Apesar do aspeto possante e dominante, carrega consigo um coração quase do seu tamanho, que transpira segurança e serenidade, bem expresso na forma gentil como se encosta a um cavalo para lhe “mostrar” quando era o momento de ficar imóvel enquanto lhe limpam os calços, ou quando um potro morria à nascença e lambia como se fosse seu, ou ainda quando zelava por um cavalo doente, passando a noite na sua box. Nunca manteve muito contato com os humanos, mas sabia o seu lugar, caminhando ao nosso lado no picadeiro, sabendo sempre que o seu caminho era o de proteger e guardar. Mesmo que fosse dos próprios humanos. O seu constante estado de alerta, salvou a vida a muitas raposas, que não se atreviam a roubar comida por perto. E este estado de alerta ensinou-me a confiar no que ela ouvia à distância, fosse um animal selvagem, ou uma tempestade de neve, traduzido num uivo grotesco que só acalmava quando todos os cavalos estivessem recolhidos. Percebi que, aquela cadela, não fora adestrada para aquele propósito, nem tão pouco forçada a um comportamento de guarda, percebi sim, que nasceu com ela um forte sentido de proteção, calcado por gerações passadas na sua genética. À minha volta apercebia-me que, aquela fêmea era adorada pela sua forma de ser somente por demostrar tamanha ternura em qualquer das tarefas que desempenhasse, de dia ou de noite, sem perder o horizonte protetor, podendo mesmo afirmar não ter ouvido alguém a corrigi-la ou a repreende-la. Muitas foram as vezes que a assisti a cheirar as éguas, nomeadamente os seus ventres, alertando-nos, discretamente, que se encontravam prenhes. Para além de um cão de guarda, era tam-


bém um cão pisteiro, por assim dizer. Não teve crias, mas teve um pequeno macho, que foi adquirido com o propósito de ser o seu aprendiz, e que poucos dias depois se tornara a sua sombra. Enquanto crescia, e ia ganhando peso, a fêmea mostrava-lhe o seu lugar na hierarquia canina, e que ele, embora macho, não seria o Alfa. E realmente não era, caminhando, inclusive atrás da fêmea, como um aluno que segue o professor. Na altura, ainda não entendia muito bem esta dinâmica – e como profunda aficionada de cães, a distância que o casal de Maremmas mantinha, era-me profundamente penoso, embora nunca tenha interferido neste processo – só agora, algum tempo mais tarde, e 3 módulos do C.C.V.L. depois, me dou conta do quanto aprendi apenas em observar o comportamento daquele doce animal, cuja natureza se encarregou de ensinar e passar o testemunho dos seus antepassados. A própria forma como o cachorro seguia a fêmea, aprendendo ao imitar, tornou-se uma lição diária na minha rotina de acompanhamento. Recordo o criador indicar que, este era um cão para a vida, mas que não era um cão para se viver com. Não iria precisar de o ensinar, porque ele já sabe o que tem de fazer. Só teria de o deixar ser quem era. Bem, o moral desta história, que com certeza vou guardar até ao fim dos dias, é o de que, por vezes as maiores lições, ensinamentos e exemplos estão onde, e em quem, menos se espera encontra-los. Tenho para mim que, a natureza nos dá tudo aquilo de que precisamos (e muitos mais se virmos com atenção), sendo que, na maioria das vezes só precisamos de deixar que ela aconteça. Esta cadela ensinou-me claramente a olhar para os cães com outros olhos, que a bondade e o respeito pela sabedoria dos animais, é um caminho simples e natural, e que essa mesma bondade mora em qualquer um de nós. Ensinou-me que os animais nos podem dar grandes lições de vida, de sacrifício e de coragem. Um Maremma não é um cão de companhia, mas é com certeza um cão para trazer no coração.



Autoria:

Elsa Fonseca


Sendo os cães animais gregários, recorrem a sinais para comunicarem entre si, nomeadamente através dos denominados sinais de calma que, consoante o contexto, servem para se acalmarem a si próprios e descontraírem, assim como para acalmar outros cães e mesmo os seres humanos. Muitos ataques entre cães e com pessoas seriam evitados se todos estivéssemos cientes destes sinais pois, quando a mensagem não é corretamente recebida, a frustração e o stress podem conduzir rapidamente à agressividade. Mas, não podemos falar de sinais de calma, sem falar na norueguesa Turid Rugaas, treinadora de cães que há mais de 20 anos observa e estuda a linguagem corporal e comunicação canina. Segundo Turid Rugaas, existem cerca de 30 sinais de calma universais que podem ser exibidos pelos cães de qualquer parte do mundo: 

Bocejar: Um cão pode bocejar em variados contextos, por exemplo quando alguém se inclina sobre ele, quando ouve discussões, quando nos mostramos furiosos, quando está entediado, quando está feliz, etc. Para acalmarmos um cão stressado podemos recriar este comportamento. Sorrir: Quando um cão tem os cantos da boca para cima e para trás ou, mostra os dentes como se estivesse a sorrir, está a transmitir um sinal de calma. Lamber o nariz: Os cães lambem a ponta do nariz muito rapidamente, por exemplo quando nos aproximamos deles de forma ameaçadora do seu ponto de vista ou, quando os agarramos e se sentem desconfortáveis Farejar o chão: Pode ocorrer de forma muito rápida ou durante vários minutos, nomeadamente quando um cão ou pessoa se aproxima diretamente na sua direção, quando um desconhecido se aproxima ou em locais de muita confusão ou ruidosos. Colar as orelhas à cabeça: Com um ar de cachorrinho quem lhe fará mal?

Afastar-se/Olhar para o lado: O cão pode virar a cabeça ligeiramente para o lado, girá-la completamente ou mesmo voltar-se de costas. Acontece, por exemplo, quando alguém se aproxima com ar ameaçador, quando outro cão se aproxima de forma rápida ou lhe rosna.

Imobilizar-se: O cão fica completamente parado, muitas vezes olhando para fora do canto do olho. Acontece nomeadamente quando este se encontra numa situação ameaçadora com outro cão ou humano e é incapaz de escapar, sendo este comportamento de “congelamento” uma tentativa de acalmar o outro.

Caminhar devagar: Quando o cão está inseguro move-se lentamente. Para acalmarmos um cão inseguro podemos caminhar ainda mais devagar que este.

Sentar-se: Verifica-se, por exemplo, quando um cão quer acalmar um outro cão que se aproxima muito rapidamente.

Abordagem em curva: Este é um sinal muito frequente, pois para os cães a abordagem a outro cão não deve ocorrer diretamente, mas contornado a linha fictícia que os separa, reduzindo assim a ansiedade e o medo e, consequentemente, o latir e a agressividade.

Abanar a cauda: O abanar da cauda nem sempre significa felicidade. Quando um cão se mostra ansioso e abana a cauda é claramente um sinal de calma.

Posição de jogo: O cão baixa as patas dianteiras e fica na posição de vénia em situações como um convite para brincadeira, mas também apenas para apaziguamento, por exemplo, quando dois cães se aproximam demasiado abruptamente.

Entrepor-se: Quando, numa situação tensa, um cão se entrepõe entre dois cães ou pessoas é um sinal de calma a fim de evitar possíveis conflitos. Podemos fazê-lo também para separar dois cães em ambiente de possível tensão.


Outros: Deitar-se, bater com os dentes tipo castanholas, lamber a boca do outro cão, pestanejar, sacudir-se, levantar as patas dianteiras, fazer-se mais pequeno, arrastar-se, urinar-se.

Ao analisarmos um vídeo (https://www.youtube.com/ watch?v=V59y0zeEUgQ) em que um cão ataca uma jornalista em direto, podemos verificar que o mesmo além de ter sido resgatado apenas 2 dias antes da entrevista, encontrando-se em stress naquele ambiente novo, apresentou evidentes sinais de calma antes de atacar: lambeu os lábios, estava ofegante num ambiente supostamente de temperatura agradável, virou a cabeça, levantou o lábio e rosnou. Claramente quis transmitir “Não se aproxime de mim porque não estou confortável!”. De reparar ainda que o cão não tinha opção de fuga, caso estivesse desconfortável, pois estava seguro com força pela coleira. A jornalista ao querer beijá-lo não observou, ou desconhecia, os sinais e, sem esperar, aproximou-se rapidamente para o fazer, momento em que o cão a atacou, resultando em 70 pontos na boca e no nariz. Este tipo de ataque pode acontecer com qualquer raça, a gravidade do estrago é que irá diferir. Um cão dá sinais quando está desconfortável, podendo mesmo atacar se não respeitarmos o aviso. A humanização dos cães leva a que interpretemos o comportamento dos cães à luz do nosso comportamento e, eles comunicam sinais muito diferentes dos nossos, daí a necessidade de sabermos interpretar a linguagem canina, podendo aliás recorrermos a este tipo de sinais e reproduzi-los para acalmar um cão mais ansioso.


Autoria:

Vanessa Correia


Como ĂŠ que funciona?


Os animais também podem usufruir desse tipo de tratamento que não provoca efeitos colaterais. A Homeopatia foi criada em 1796 pelo médico alemão Samuel Hahnemann, ganhou bastante notoriedade e passou a ser difundida e praticada em meados dos anos 1970. Seu princípio baseia-se em que qualquer mal que atinja o corpo é uma forma de desequilíbrio ocasionada por algum tipo de perturbação da energia vital e, para curá-lo, basta restaurar esse equilíbrio, o que é feito por meio de medicamentos naturais em quantidades muito pequenas que são misturados a grandes volumes de água ou álcool. Os medicamentos homeopáticos também podem ter diversos aspectos diferentes, glóbulos, comprimidos, soluções e até mesmo pomadas. Esse é um método que ainda é bastante polêmico em relação à sua eficácia e, por ser um tipo de tratamento holístico, pois acredita na questão de que algo provocou uma mudança na energia vital, ainda é visto por muitos com olhos descrentes e taxado de charlatanismo. No entanto, é considerada uma prática médica e recomendada pela Organização Mundial de Saúde - OMS. A homeopatia passou a ser utilizada na medicina veterinária a partir dos anos 1980, mas ganhou espaço nos últimos 10 anos. O tratamento homeopático para animais conta com o mesmo princípio que para seres humanos: os animais também têm essa energia vital que pode sofrer desequilíbrios, e a restauração dessa ordem os levaria a recuperar a saúde. A homeopatia estimula diretamente o sistema imunológico no nível mais básico, o que poucas modalidades médicas podem fazer. É dito que a homeopatia estimula o organismo em níveis subatômicos, ou seja, age em unidades que compõem os elementos das células. Tratamentos herbais e alopáticos podem, na melhor das hipóteses, afetar apenas o nível molecular; no entanto, a medicina homeopática vai à raiz do problema. A homeopatia é uma medicina natural que utiliza substâncias medicamente ativas em doses infinitesimais (extremamente pequenas) que estimulam o sistema imunológico, com o objetivo de permitir a autocura pelo restabelecimento do equilíbrio. Os homeopatas garantem que, quando praticado corretamente sob as orientações adequadas, o tratamento é capaz

paz de fazer grandes mudanças, obtendo-se ótimos resultados. Esse tratamento holístico apenas promove as condições ideais e os estímulos necessários ao sistema imunológico para que a pessoa, ou nesse caso, o animal, consiga se curar sozinho. A homeopatia estimula o sistema imunológico do organismo e, então, o animal sob influência homeopática pode se restabelecer e curar.A princípio, a homeopatia pode ser utilizada para tratar qualquer tipo de problema de saúde dos animais, e pode ser usada em qualquer animal, desde pequenos até grandes animais como cavalos. Há quem acredite que, por utilizar doses bem pequenas (daí o termo "doses homeopáticas"), o tratamento será lento e os resultados irão demorar muito a aparecer, mas isso não é verdade. Como já foi colocado, quem se cura é o animal, e a velocidade dos resultados depende de como seu organismo vai reagir e do quanto precisa ser restabelecido. Por exemplo, se o animal está com uma diarreia, logo nas primeiras doses ele já começa a melhorar e a se restabelecer; no entanto, problemas crônicos, como as dermatites em cães que têm essa tendência, como no Buldogue Francês, podem requerer um tratamento mais longo, pois o desiquilíbrio é maior..Muitos donos também apresentam certa resistência à utilização da homeopatia como forma de tratamento por acreditarem que terão que medicar o seu animal de meia em meia hora ou em intervalos muito pequenos, o que pode ser bastante trabalhoso, tanto para o dono quanto para o pet, afinal, dar remédios aos animais nem sempre é muito simples. Isso, porém, não é verdade: as doses homeopáticas serão administradas conforme indicado pelo médico veterinário baseado no quadro do animal, o que pode significar intervalos maiores ou menores, mas não tão frequentes quanto muitos acreditam.A homeopatia aplicada ao homem e a homeopatia de animais é muito similar em sua formulação, o que difere é o uso do álcool e do açúcar, que para os animais é bem menor e mais restrito. O álcool, por exemplo, é trocado por água para diluir as substâncias. É bom lembrar que, apesar de raramente apresentar efeitos colaterais, os medicamentos homeopáticos devem ser prescritos por um médico veterinário que diagnosticará a


doença e escolherá o melhor tratamento.

Os ingredientes mais comuns e mais utilizados no universo homeopático e suas indicações são: Arnica - Principal elemento para auxiliar a cicatrização, é ótimo para lesões, hematomas, traumatismo craniano. Pode ser muito útil na prevenção de acidentes vasculares cerebrais; Acônito - Inflamação, ansiedade e inquietação, boca seca, calafrios e otites; Apis - Lembra o própolis ou até o mel, indicado para reações alérgicas, urticária, inchaço e fechamento da garganta devido à alergia; Arsenicum album - O arsênico pode ser altamente tóxico, mas em doses ministradas na homeopatia é um ótimo aliado contra cólicas com vômito e diarreia, intoxicação alimentar, sepse, ansiedade e inquietação; Bryonia - Cólicas, todos os sintomas de "doença do movimento" como enjoo e mal-estar, sede excessiva, vômito e constipação; Calcarea carbonica - Auxilia o corpo na utilização de cálcio e tornando-o mais disponível; Calêndula - Para acelerar a cicatrização de feridas; Camomila - Problemas de dentição, irritabilidade, cólicas, nervosismo e ansiedade; Hepar Sulphur - É um remédio excelente para infecções, à base de enxofre. É usado para problemas respiratórios, sinusite e abscessos. Se a infecção for nos olhos, nos ouvidos, nos pulmões ou na pele, o Hepar Sulphur pode ajudar a curar como nenhum outro remédio. Ótimo para resfriados e gripes; Hypecarium (erva de São João) - Muito bom no tratamento de feridas onde as terminações nervosas estão danificadas. Indicado para lesões no pescoço e na cauda do animal; Nux vomica - Cólicas constipação, sinusite; serve também como digestivo e atua em problemas estomacais caso o bichinho tenha ingerido algo que não devia; Pulsatilla - Cólicas, infecções de ouvido e corrimentos; Ruta - Ótima para contusões musculares e problemas ósseos, cartilagens, tendões, bem como para a inserção dos tendões e cartilagens articulações. Geralmente é um dos ingredientes no tratamento de luxações patelares e displasias coxofemorais; Sepia - Feita a partir da tinta das lulas e polvos, é indicada para cistite crônica, problemas no útero,

A homeopatia é recomendada inclusive para problemas de comportamento como depressão, hiperatividade, destrutividade, agressividade, pois enxerga esses males como perturbações da energia vital. Males bastante comuns como a displasia coxofemoral e luxação de patela também respondem bem ao tratamento. Os medicamentos homeopáticos podem ser compostos de substâncias vegetais, como ervas, de minerais, como cálcio, e também de substâncias de origem animal, como a tinta de lula ou o mel.


Que existem muitas formas de treinar os nossos cães isso todos nó sabem é que por vezes é nas coisas mais simples que poderá estar têm vindo a incomodar o seu dia-a-dia e talvez até a deterio


Autoria:

Marta Wadsworth

ós já sabemos. No entanto, o que muitos donos não r a solução para os problemas mais complexos que orar o seu relacionamento com o seu cão.


Um dos grandes objetivos que temos aqui é o de informar para ajudar. E podem estar a pensar que ao informar os donos os estamos a ajudar... bem, sim e não! A verdade é que no nosso ponto de vista, ao informarmos (e formarmos) donos estamos na verdade a ajudar os cães, estamos a trazer equilíbrio para a família e, em último caso a evitar mais um caso de abandono ou maus-tratos. Mas voltando ao tema de hoje, quando educamos ou treinamos um cão (e especialmente se este é o nosso primeiro cão) existem muitas coisas que vamos ouvir "por aí", muitos conselhos que iremos ler, muitas dicas de como fazer isto, ou conseguir que o meu cão faça aquilo. No entanto, quantas vezes paramos para pensar e entendemos que pouco do que lemos faz de facto sentido? Neste artigo pretendemos explorar alguns mitos (quase) urbanos, relacionados com o treino canino e desvendar as verdades e mentiras por detrás de cada um deles, assim como proporcionar algumas dicas para terem mais sucesso no treino do vosso cão, sempre pela positiva!

Mito #1: Tens de te tornar o Alfa para que o teu cão te respeite Inspirados em programas de televisão, livros ou vídeos, muitos donos têm acreditado na teoria de que não se tornam eles o alfa, então o seu cão nunca os irá ouvir nem obedecer. Ora, este é um dos mitos mais enraizados nos dias de hoje e para que possamos explicar o que tem de verdade e de mentira (sim, porque quase nada no Universo é absoluto na sua essência ;) temos de começar pelo início. Afinal, o que é isso de ser alfa? Provavelmente já saibas que este termo tem origem no nome dado ao casal de lobos com a posição mais elevada da hierarquia social de uma alcateia, conforme podemos ver na imagem seguinte. A seguir ao Alfa vem o Beta, Gamma e por aí diante até chegar ao Omega, o elemento com posição social inferior.

Numa alcateia, o macho e fêmea alfa são de facto os "líderes" da alcateia, responsáveis por garantir a sobrevivência da mesma, reproduzindo-se, liderando o ataque às presas para alimentação da alcateia e ainda coordenado os relacionamentos de forma a garantir estabilidade e segurança. Muito bem, até aqui estamos todos de acordo. O "problema" é que apesar de os cães terem tido, de facto, origem nos lobos, a sua domesticação alterou fortemente o seu comportamento. Vemos isso em inúmeros aspetos, na dependência de afetos que os cães têm em relação aos donos (nunca verificada nos lobos, nem mesmo em cativeiro por longos períodos de tempo), na neotenia, isto é, na manutenção dos carateres juvenis em adulto - tal é verificado no facto de o cão ladrar (algo que apenas os lobos jovens fazem) e de brincar durante toda a sua vida, entre outros. Os cães "de hoje em dia" são em muito diferentes dos primeiros cães domesticados e ainda mais distantes em termos de comportamento dos seus


tentar ser o "alfa" da matilha, é muito importante que desde o primeiro dia que acolhemos o nosso cão na nossa família que lhe mostremos que existem regras e limites e que ele deve respeitar-nos como seu tutor e líder.

seus ancestrais lobos. Se não acreditam, podem sempre ler um dos muitos estudos científicos já elaborados no tema. Então, sempre que voltarem a ouvir falar deste mito lembrem-se do seguinte: 1.

Os cães não são lobos e por isso não podemos assumir de forma nenhuma que se comportem da mesma forma

2.

Mesmo entre vários cães o sentido natural de "alcateia" não existe quando se trata de cães não relacionados. Uma alcateia é geralmente formada por elementos com laços familiares próximos, o que não acontece normalmente nas nossas casas.

3.

Os cães sabem que nós não somos cães, por isso logo à partida, não faz qualquer sentido tentarmos assumir-nos como o "alfa da matilha"

No entanto, como falámos anteriormente, existe alguma "verdade" neste mito. Apesar de não dever-

Tal não implica dar beliscões ou colocar-nos em posições ameaçadoras, mas sim parte de lhe mostrarmos aquilo que nos deixa feliz - recompensado-o. Os cães fazem tudo mas tudo por atenção, por afeto e brincadeira por isso utiliza isso em tua vantagem para estabelecer qual o comportamento desejado e qual a sua posição na família. Um cão sem regras nem limites acaba por se tornar um cão muito desequilibrado, que poderá tentar criar as suas próprias regras e, no limite, causar muitos problemas!


Mito #2: Os cães de certas raças nunca conseguem aprender Mentiraaaaa! Todos os cães, mas todos são capazes e querem aprender. Voltando um bocadinho atrás, todos os cães fazem tudo pela atenção dos seus donos (isto quando têm as suas necessidades básicas supridas claro). Cabe ao dono entender qual é o motivador certo para o seu cão, aquela coisa especial que o faz acordar de manhã ou correr pela casa de rabinho a abanar. Pode ser uma bola, um biscoito especial, um brinquedo, uma brincadeira, uma peça de roupa, enfim! Depois, cabe ao dono limitar essa coisa especial para os momentos de treino (ou aprendizagem em geral). Um exemplo muito concreto, querem que o vosso cão aprenda a ficar sentado (e sim, funciona com todas as raças!), então esperem até ele estar com fomeca (caso aquela coisa seja um biscoito), coloquem a recompensa por cima da cabeça enquanto dizem "Senta!", ao sentar - clickem e ofereçam a recompensa. Este é um exemplo básico de um dos comandos mais simples do treino canino, no entanto podem utilizar o método com basicamente tudo e sim, qualquer cão vai acabar por responder ao que pedem (até os mais teimosos).

PS: Tudo isto que acabámos de dizer em letras bonitinhas baseia -se no princípio de que todos os cães são inteligentes e que todos eles aprendem com base na associação de experiências (e não no raciocínio como nós - a maioria dos seres humanos). Associa recompensas a comportamentos desejáveis e voilá! PS2: Sabias que até galinhas é possível treinar utilizando o clicker?

Mito #3: O reforço positivo não funciona em cães grandes, difíceis, teimosos, com medo ou agressivos Este é um mito muito injusto para muitos dos nossos amigos patudos. Em Portugal (infelizmente) ainda vemos muitas pessoas e escolas de treino a utilizar métodos aversivos em cães de forma indiscriminada, simplesmente porque 1) acreditam neste mito ou 2) não sabem resolver problemas de outra forma - muitas vezes porque não conhecem "o" cão. Qualquer cão, de qualquer origem pode aprender e modificar comportamentos pela positiva e provas disso não faltam! Quantas vezes visitamos associações


com cães agressivos, que já morderam metade dos voluntários e que afinal tudo estava na forma como entravam, nos objetos que tinham consigo, ou na abordagem que tinham com o cão? Quantas vezes detectamos que cães muito agressivos com outros não passam de medricas quando se lhes solta a trela? Quantas vezes vemos que quem passa a "insegurança" é o dono e que o cão ataca apenas para proteger? Estes são apenas alguns exemplos que mostram o ponto essencial que queremos realçar: antes de corrigir, é preciso entender e aí sim, adaptamos a nossa intervenção no sentido de ajudar o cão. O que acham que irá acontecer a um cão que já de si é medroso e tem falta de auto-confiança quando lhe é aplicado uma estranguladora para que "pare com o comportamento X" (que pode incluir agressividade)? Pois... isso mesmo. O reforço positivo é eficaz sim! É preciso mudar mentalidades e isso parte de cada um de nós procurarmos cada vez melhor conhecer a essência do cão, da sua linguagem corporal e de entender a origem dos seus comportamentos - mais do que aplicar métodos que até podemos não nos sentir confortáveis (e que agora são crime!) apenas porque "já tentámos tudo".

Mito #4: O meu cão faz asneiras porque está chateado comigo Biiiiiiip! Lá estamos nós a tentar colocar sentimentos e pensamentos de humanos nos nossos cães. Os cães não têm sentimentos complexos como culpa, vergonha, vingança, entre outros. Felizmente! Olhem o que seria?!

A verdade é que muitos donos ainda acreditam que "quando ele faz aqueles olhinhos enquanto eu ralho com ele é porque ele sabe bem o que fez", ou "eu hoje saí de casa e não lhe dei 3 beijinhos como o normal então ele roeu-me o sofá para se vingar". Meus queridos leitores, chega! Os cães fazem asneiras por muitas razões, normalmente apenas porque não sabem que é asneira, mas nunca para vos afetar de forma pseudo-consequente. Além disso, se ele faz alguma coisa de certeza absoluta que não se vai lembrar que os vossos gritos 5 horas depois se referiam a isso… 1.

Já alguma vez lhe ensinaram (e testaram que sabe de facto) como se deve comportar?

2.

Será que o vosso cão anda aborrecido e sem nada para fazer durante o dia?

3.

Será que o vosso cão tem exercício suficiente? (o passeio curto de xixi-cócó não conta)

4.

Já falaram com um veterinário para despistar problemas médicos ou com um adestrador para desvios comportamentais?

Mito #5: "Oh é tão fofinho, deixa-o em paz que quando crescer deixa de fazer isso" Este é um grande cartão vermelho. Não, se ensinam o vosso cão que não faz mal morder-vos o nariz, pelo contrário até se riem, acham piada e dão umas festinhas ele não vai deixar de o fazer quando crescer... e, más notícias, com a nova dentição poderá não ser tão fofinho, mas isto sou só eu...


Este mito é tão abrangente que encontramos donos que acreditam nele em várias áreas: o cachorrinho que pode fazer xixi onde quiser; o cachorrinho que pode puxar os cabelos; o cachorrinho que pode saltar para as pernas quando chegamos a casa; o cachorrinho que pode comer à mão porque não quer comer sozinho; o cachorrinho que gosta de roer tudo o que encontra pela casa; o cachorrinho que pode chorar durante a noite que vamos logo buscá-lo para perto de nós; (a lista é tão grande que já podia fazer uma sequela)...

Desde o dia que trazemos o nosso cachorrinho para casa temos o dever de transmitir-lhe quais são as regras e limites (sim acabámos de voltar ao Mito #1). O cachorrinho não vai mudar um comportamento que foi reforçado durante toda a sua infância só porque sim. "Se eu sempre gostei que ele saltasse para cima de mim então porque é que agora que é grande fico chateado?" - pensem nisso... O que ensinam hoje é aquilo que ele irá conhecer o resto da vida. E se podemos ensinar o nosso cão a viver em harmonia com as nossas regras desde o primeiro dia, porque não fazêlo?


Autoria:

Diego Oliveira

O número de cães que integram as famílias é crescente em todo o mundo, tornando-os verdadeiros filhos, únicos ou dividem a atenção com outros irmãos cães ou humanos. Até mesmo quem vive sozinho, o cão é sua família e seu verdadeiro amigo.

dispõem de muito tempo para os passeios e os hotéis para ficarem hospedados enquanto a outra parte da família viaja. Cães de celebridades fazem até terapia, afinal este mundo não está fácil para ninguém!

Ao longo dos anos vem se fortalecendo este novo conceito de família que tem o cão como ator principal, sendo o centro das atenções e de muitos mimos.

Brincadeiras a parte, não podemos esquecer que apesar desta diversidade que o mercado oferece, eles são cães e gostam de serem tratados como tal mesmo que seu dono não enxergue ou não queira isso. Então, muito cuidado no que você compra ou proporciona para seu cão, tem vários produtos perigosos e nocivos a sua saúde, que muitas vezes estão camuflados em uma simples bolinhas por exemplo; mas que é feita de materiais tóxicos ou que se despedaçam com facilidade e pode ser ingerido.

Na verdade, ninguém pode negar que uma casa que tenha cães é bem mais divertida e cheia de alegria, não importando muito de como é formada esta família, mas sim do seu real sentido. Com a vida cada vez mais atribulada e cheia de afazeres, enxergarmos neles a possibilidade de nos desligarmos um pouco dos problemas e preocupações, vivendo momento únicos na sua companhia. Estão sempre dispostos para uma caminhada, passeio na praça ou para apenas ficar ao nosso lado. A tempo os cães deixaram os quintais e comer restos de comida, para se tornar membro desta “nova” família. E por trás um mercador promissor, que não deixa a desejar na elaboração de novos produtos e serviços, para atender cada vez mais estes clientes peludos e seus donos, que não medem esforços para lhes proporcionar o que tem de melhor. São os mais variados produtos e serviços que surgem a cada dia, desde camas personalizadas até padarias que fabricam guloseimas exclusivas aos cães. Temos também passeadores, para os donos

É muito importante verificar a procedência dos produtos e serviços, observar se é de uma marca conceituada e que se preocupa com seu cão e não quer apenas empurrar mais uma venda. Outro ponto importante, antes de escolher o local de banho e tosquia ou de hospedagem, faça uma visita prévia, observe as instalações e a equipa que vai cuidar do seu amigo. Quem faz este tipo serviço tem que transmitir calma, tranquilidade e saber o que faz. Outra dica, se você levou seu cão em determinado local para lhe prestarem um serviço e, ao buscar, notar que ele não gostou de ter ficado ou quer logo ir embora, pode ter certeza que alguma coisa tem de errado. Cachorro é como criança, não esconde de ninguém quando não gosta de algo.



Nesta nova secção, do qual esta é a terceira publicação, vamos continuar a publicar algumas histórias, muito interessantes, engraçadas, por vezes hilariantes, mas também, nalguns casos, relatos puros de bravura e heroísmo, que se passaram durante os séculos XIX e primeira metade do século XX.

Mas iremos igualmente publicar nesta secção muitas outras curiosidades acerca da forma como os cães eram encarados na sociedade de então, fotos da morfologia de algumas raças para as podermos comparar com as de agora, a educação e o ensino, a legislação, a saúde e a reprodução a higiene, etc.

São preciosidades, pela sua raridade, que só são possíveis de as dar a conhecer ao público, pelo esforço que o Centro Canino Vale de Lobos tem vindo a levar a efeito na procura e aquisição dos poucos livros que foram publicados sobre este tema antes do 2º terço do século XX .

Esperamos que a sua leitura vos dê tanto prazer como nos deu a nós.


Neste número vamos continuar a apresentar o livro intitulado: “o Cão” da autoria de José Valdez . Conseguimos adquirir a primeira edição de 1911, sabemos que foram feitas várias outras edições , até à quarta 1942 que nós também possuímos.

O CÃO De José Valdez 1911

Introdução

Desta vez vamos reproduzir algumas páginas do livro, para que os leitores possam apreciar o tipo de escrita e o conteúdo, neste caso, relativo a uma Legislação Canina criada pela Câmara Municipal de Lisboa e datada de 02 de Dezembro de 1887. É mais uma preciosidade que nos permite comparar com a legislação actual.





Crendices de on

Em Trás-os-Montes, sobrevive na memória dos mais velhos um protecção divina para rebanhos: ao caminharem pelas serras, S onde vão eles, de passo tão estugado. A resposta foi sincera: Ouvindo isto, os santos protectores não hesitam na resposta em lhe fareis”.

Ocupando até as noites dos santos, o lobo sempre se agiganto lobisomens, que na sua encarnação portuguesa têm a forma patas apenas. O Abade de Baçal aponta-lhes características qu pálida, olhos massados e mãos extraordinariamente calosas”.

O lobo, como outros entes “maléficos”, também podia ser usad lobo guardado na algibeira dava coragem ao seu portador; uma rasse sobre os moradores da casa. Água passada por uma “go para doenças dos porcos; o “unto do lobo”, gordura que sobra d ossos.

Hoje, estas fantasias não passam de histórias nostálgicas, bo entre amigos. No entanto, outros mitos tomaram o lugar das len

Há décadas que esta mentira viaja de aldeia em aldeia, semp relatos anónimos, nunca na primeira pessoa. Ouvimos falar de u nhas algures no meio do mato a soltar os tais lobos; por vezes, a

Ora, ninguém anda a “largar” lobos em lugar algum. Em toda a lobo.

Embora tenha sido exterminado em muitas paragens de Portug dono de muitas terras, todos os animais silvestres ganharam e cia, ao integrar menos cabeças de gado, adopta circuitos mais predadores do Homem.

O aspecto supostamente “diferente” dos tais lobos “botados” ou sentam nas suas pelagens do Verão para o Inverno e por difere carácter destemido é pura invenção: só os lobos mais pruden uma população muito mais tímida.

Mas, e isto é muito grave, por vezes até jornais e estações tele testemunhos abalizados ou informações fidedignas. Prova de q com o lobo.

Texto produzido no âmbito do Projecto LIFE Med-Wolf, co-financiad


ntem e de hoje

ma oração em forma de pequena história, destinada a invocar a S. João e S. António encontram alguns lobos. E perguntam-lhes : “Vamos ao gado do João, que está sem pastor e sem cão.” m forma de ordem: “Atrás voltai. A tal gado não ireis e mal não

ou entre as nossas superstições. Começando pelos inevitáveis a simples de bichos, distinguindo-se por andarem sobre duas ue os marcam, mesmo sob forma humana: “de cor tipicamente

do para o bem, esconjurando maldições e maleitas. Um olho de a cabeça pregada numa porta afastaria qualquer feitiço que paiola” (parte da traqueia do bicho) transformava-se logo em cura da cozedura da carcaça de um lobo, aliviaria enfermidades dos

oas para assombrar os netos e encher de maravilha os serões ndas dos nossos avós. Como o das “largadas” de lobos.

pre adornada por bizarros pormenores, sempre sob a forma de um primo ou de um amigo de um amigo que jura ter visto carria história até inclui helicópteros e pára-quedas!

a Europa, nunca houve qualquer programa de reintrodução do

gal, este predador nunca deixou de estar presente. Com o abanespaço e condições para aumentar os seus números. A pastorís próximos das povoações, o que aproxima inevitavelmente os

u “largados” explica-se pela grande variação que os lobos apreenças entre exemplares, que podem ser significativas. Já o seu ntes sobreviveram à perseguição dos homens, dando origem a

evisivas insistem no espalhar destes mitos, sem cuidar de obter que nem o século XXI conseguiu iluminar de vez a nossa relação

do pela Comissão Europeia, integrando o programa LIFE.



O desafio e a oportunidade

Centro de CiĂŞncia Viva do Lousal 17 de Outubro 2015 a 30 de Junho 2016


Formamos: Cães & Lobos

Edição Nº 1

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Presencial Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como profissionalmente.

Primeiro curso administrado em Portugal com base nas últimas investigações Estrutura Programática do Curso

Módulo 1

(teórico)

1.1 CONHECER O CÃO 1.1.1 1.1.2 1.1.3 1.1.4 1.1.5 1.1.6

Conhecer como funciona um cão O Carácter num cão O Temperamento num cão A Comunicação canina Os Instintos Básicos caninos Conhecer o cão que se vai adestrar

1.2 MÉTODOS DE ADESTRAMENTO 1.2.1 Métodos de Adestramento 1.2.2 Traçar objetivos 1.2.3 Escolher o melhor método de Adestramento 1.2.3.1 Em função do cão 1.2.3.2 Em função do dono 1.2.3.3 Em função dos objetivos 1.2.4 As várias fases do Adestramento

Módulo 2

(prático)

2.1 O ADESTRAMENTO EM OBEDIÊNCIA SOCIAL 2.1.1 Material de adestramento 2.1.1.1 Material de contenção 2.1.1.2 Material de assistência 2.1.1.3 Material didático 2.1.2 Postura corporal do adestrador 2.1.3 Desenvolvimento da motivação do cão 2.1.4 Condicionamento e aquisição de hábito 2.1.5 Exercícios de Obediência Básica 2.1.5.1 Exercício de andar ao lado 2.1.5.2 Exercício de sentar 2.1.5.3 Exercício de deitar 2.1.5.4 Exercício de deitar e ficar quieto 2.1.5.5 Exercício de chamada

2.2 SOCIABILIZAÇÃO 1.3 CONDICIONAMENTO OPERANTE 1.3.1 1.3.2 1.3.3

Definição O que é o Clicker O treino com Clicker

2.2.1 Sociabilização intraespecífica 2.2.2 Sociabilização interespecífica

… e donos responsáveis! Página 1


Formamos: Cães Cães & & Lobos Lobos

Entrevista

Edição Edição Nº Nº 1 4

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS Módulo 3

(prático)

3.1 ADESTRAMENTO EM GUARDA E DEFESA 3.1.1 Determinar as aptidões do cão 3.1.2 O Figurante (Homem de ataque) 3.1.2.1 Vestuário 3.1.2.2 Equipamento 3.1.2.3 Formação 3.1.3 O trabalho de motivação 3.1.4 O treino técnico das mordidas 3.1.5 O treino da inibição da mordida (larga) 3.1.6 O treino da fuga do figurante 3.1.7 O treino da busca do figurante 3.1.8 O treino do ataque surpresa ao guia 3.1.9 O treino do ataque longo

Módulo 4

(teórico)

4.1 COMPORTAMENTOS ANÓMALOS E DESVIANTES 4.1.1 Agressividades 4.1.1.1 Definição e tipologias

4.1.2 Micção ou defecação inadequadas 4.1.2.1 Definição 4.1.2.2 Tratamento 4.1.3 Ansiedade por separação 4.1.3.1 Definição 4.1.3.2 Tratamento 4.1.4 Fobias 4.1.4.1 Definição 4.1.4.2 Tratamento 4.1.5 Manias Maternais 4.1.5.1 Definição 4.1.5.2 Tratamento 4.1.6 Hiperatividade e hiperexceptibilidade 4.1.6.1 Definição 4.1.6.2 Tratamento 4.1.7 Comportamentos estereotipados 4.1.7.1 Definição 4.1.7.2 Tratamento 4.1.8 Ingestão Inadequada 4.1.8.1 Alimentação Estranha 4.1.8.2 Coprofagia 4.1.8.3 Objetos 4.1.9 Síndrome de Disfunção Cognitiva

Curso intensivo de formação de monitores de adestramento científico canino (presencial) Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como profissionalmente Características do Curso Tipo de Curso: Curso presencial ministrado em sistema intensivo de 15 dias de duração, com uma carga horária lectiva diária de 4 horas, incluindo as componentes prática e teórica. Início do Curso: A combinar com o formando Local das Aulas: Campo de Trabalho do Centro Canino de Vale Lobos – Vale de Lobos - Sintra Método de Ensino: Científico Quantidade de Alunos por Curso: 1 Documento fim de Curso: Certificado com informação detalhada sobre as avaliações intercalares e finais e matéria leccionada

Estrutura Programática do Curso Módulo 1

(teórico)

Módulo 2

(prático)

Do Curso de duração normal

… e donos responsáveis! Página Página 131




Propriedade:

Cães & Lobos Nº 17

Centro Canino de Vale de Lobos www.ccvlonline.com contacto@ccvlonline.com

Edição: Dep. Divulgação do CCVL http://Comportamentocanino.blogspot.com

Revista Digital de Cães e Lobos

Colaboradoraram nesta edição:

Editor: Sílvio Pereira sp@ccvlonline.com Colaboraram nesta Edição: Catarina Assunção, Diego Oliveira, Elsa Fonseca, Grupo Lobo, Isabel Vital, Marta Gomes, Marta Wadsworth, Ricardo Capucho, Ricardo Duarte, Vanessa Correia Paginação e execução gráfica: Sílvio Pereira Nota: Todo o material publicado nesta edição é da exclusiva responsabilidade dos seus autores. _________________________ Página web: http://revistacaeselobos.weebly.com revista.caeselobos@ccvlonline.com

Catarina Assunção civa25@mail.com

Diego Oliveira snakedog.petshop@gmail.com

www.souldog.pt Elsa Fonseca

Elsa_fonseca@live.com.pt

Grupo Lobo globo@ciencias.ulisboa.pt

http://lobo.fc.ul.pt/ Isabel Vital Inha.isabel@gmail.com

Marta Gomes marta_b_gomes@hotmail.com

Marta Wadsworth marta.wadsworth@gmail.com

www.dogloversportugal.com Ricardo Capucho capucho@gmail.com

Ricardo Duarte r_duarte_9@hotmail.com

Vanessa Correia vanessa_correia_sb@hotmail.com

www.acasaprateada.com


Formamos:

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

Curso destinado a todos os proprietários que queiram adestrar os seus cães em casa (portanto, no seu território) evitando assim as sempre stressantes e por vezes traumatizantes idas às escolas de treino canino. Características do Curso Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: De 2 a 4 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do aluno). A quem é dirigido este Curso: Com este Curso o dono dispensa as sempre angustiantes e traumáticas idas às escolas de treino, uma vez que o cão aprende no seu próprio território, portanto, qualquer pessoa está em condições de frequentar este curso, a única limitação prende-se com a obrigatoriedade de possuir um cão (seja ele de que raça for) uma vez que numa das fases do Curso terá que aplicar na prática, as técnicas que vão sendo estudadas. Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/teórica e conhecimento profundo do aspeto funcional do cão, assim como uma identificação da interação dos mecanismos da aprendizagem com os vários tipos de condicionamento. No aspeto prático adquire-se um conhecimento básico dos princípios gerais do Condicionamento Operante assim como a utilização do clicker como instrumento fundamental no moderno treino científico canino. Resumindo, o formando fica perfeitamente preparado não só para poder treinar o seu cão positivamente mas também para compreender a sua linguagem, o seu carácter, a sua personalidade e o seu temperamento.

Estrutura Programática (resumida) Módulo 1 (teórico) 1ª Parte - Conhecer o Aspeto Funcional do Cão 2ª Parte - O Carácter e o Temperamento num Cão 3ª Parte - A Comunicação Canina 4ª parte - Os Instintos 5ª Parte - Condicionamento Operante 6ª parte - Descobrir o Clicker

Módulo 2 (prático) 7ª Parte - O Adestramento em Obediência Social 8ª Parte - Motivar e Condicionar o Cão 9ª parte - Exercícios de Obediência Básica 10ª Parte - Sociabilização

www.ccvlacademia.com/curso-on-line-de-adestramento-positivo-canino.html

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Formamos:

Profissionais competentes... Departamento de Formação do: CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Características do Curso Objetivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre a identificação, diagnóstico, tratamento e prevenção dos Comportamentos anómalos, desviantes e patológicos dos cães que vivem integrados na sociedade humana. É um Curso abrangente uma vez que é transversal a todos os Problemas Comportamentais dos canídeos domésticos. Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 3 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do formando). A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Adestradores Caninos que sentem dificuldades na interpretação e tratamento destas patologias cada vez mais presentes na interação dos cães com os seus donos e o meio envolvente. Mas também a todos os interessados na temática do Comportamento Canino e nas alterações causadas por via da domesticação. Perspetival de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de interpretação, diagnóstico, tratamento e prevenção das Patologias do Comportamento. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, resolver todos os problemas ligados à área Comportamental.

Estrutura Programática do Curso (Resumido) Tema 1 - Como Funciona um Cão Tema 2 - O Carácter Tema 3 - O Temperamento Tema 4 - A Comunicação Canina Tema 5 - Os Instintos Básicos de Sobrevivência Tema 6 - Os Condicionamentos Tema 7 - As Agressividades Tema 8 - Ansiedade por Separação

Tema 9 - Síndrome de Disfunção Cognitiva Tema 10 - Fobias Tema 11 - Manias Maternais Tema 12 - Hiperatividade e Hiperexcitabilidade Tema 13 - Comportamentos estereotipados Tema 14 - Ingestão Inadequada Tema 15 - Eliminação Inadequada

www.ccvlacademia.com/curso-de-psicologia-canina.html

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