Nº 13 - Janeiro | Fevereiro | Março 2015

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Formamos:

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

Curso destinado a todos os criadores, ou potenciais criadores caninos. Características do Curso Objectivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre Criação Canina, todos os criadores, ou que pretendam vir a sê-lo, na medida em que, este Curso abarca toda esta temática, desde os conceitos de Genética Canina até à entrega do cachorro ao futuro dono. Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 6 meses ou 500 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do formando). A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Criadores Caninos que sintam algumas lacunas no seu conhecimento acerca dos Temas propostos no mesmo. É igualmente dirigido a todos aqueles que pretendam iniciar esta apaixonante e nobre atividade que é a Criação Canina. Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de Criação Canina. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, Criar cães, uma vez que está na posse de formação técnica e científica específica necessária para o fazer.

Estrutura Programática (Resumida) Tema 1 - A Genética Canina Tema 2 - O Período Reprodutivo Tema 3 - A Reprodução Tema 4 - A Gestação Tema 5 - A Patologia da Reprodução Tema 6 - A Alimentação da Cadela gestante Tema 7 - O Parto Tema 8 - A Amamentação Tema 9 - O Desmame Tema 10 - Primeiras etapas do desenvolvimento do Cachorro Tema 11 - Enfermidades do Período neonatal Tema 12 - O Crescimento do cachorro Tema 13 - Desparasitação e Vacinação dos Cachorros Tema 14 - A entrega dos Cachorros Tema 15 - Identificação e Registo dos Cachorros

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-de-psicologia-canina.html

… e donos responsáveis!


2015! Depois do impacto da reestruturação gráfica e de conteúdos provocado pela revista anterior, onde alterámos tudo, aqui estamos novamente com uma revista cheia de motivos de interesse e artigos de inegável qualidade. Juntou-se a nós uma colaboradora nova, a Marta Wadsworth, que nos brindou com dois excelentes artigos, bastante interessantes e nos ajudam para uma melhor convivência com esta extraordinária espécie. A Nídia, para além de escrever sobre as “profissões” caninas, artigo muito informativo e esclarecedor, aproveitou a sua formação académica e juntou-se à Andreia Lauro para escreverem um extraordinário artigo, “Fadiga por compaixão”, aconselhamos vivamente a sua leitura. A Vanda, a Karin, o Ricardo e a Vanessa, já habituais colaboradores, publicaram trabalhos ao nível dos anteriores, de excelente qualidade e sempre muito oportunos. É uma revista cheia de pontos de interesse, bastante completa e cheia de atraentes imagens. Tem tudo para agradar aos nossos leitores. Por fim, lembramos que o Adestramento Positivo Project irá estar presente com um Stand e quatro demonstrações, no final do mês de Janeiro, inserido no FIL Pet Festival. Apareçam! Boas leituras e até Abril! A Redação

Navegue connosco nas ondas da web Revista Cães & Lobos www.facebook.com/ revistacaeselobos Centro Canino de Vale de Lobos www.ccvlonline.com

2 Cães agressivos na rua. Como reagir (Marta Wadsworth) 5 Fadiga por compaixão (Andreia Lauro e Nídia Rodrigues) 8 4 erros do dono ao socializar os seus cachorros (Vanda Botelho) 11 Alimentação e comportamento (Karin Medeiros) 13 Síndrome de ansiedade por separação (Ricardo Duarte) 17 A monta descontexctualizada (Sílvio Pereira) 20 Doenças comuns do seu cão (Vanessa Correia) 24 Teste a saúde do seu cão (Vanessa Correia) 27 Profissões caninas (Nídia Rodrigues) 33 Aprenda a falar doguês (Marta Wadsworth) 37 Passear cães ansiosos e agitados. Como proceder (Vanda Botelho) 40 - Espaço Lobo

Departamento de Formação do CCVL http://formacaoccvl.weebly.com Departamento de Divulgação do CCVL Blogue: http://comportamento-canino.blospot.com Fórum: http://comportamento-canino.forumotion.net www.facebook.com/ccvlobos

46 - Espaço “Adestramento Positivo Project”

O seu a seu dono Por lapso, no último número da revista, atribuímos, no sumário, a autoria do artigo “Higiene oral dos cães” a Ricardo Duarte, quando na verdade o artigo é da autoria da Vanessa Correia. À Vanessa pedimos as nossas desculpas.


C達es Agressivos na Rua

Como reagir Autoria: Marta

Wadsworth da

Dog Lovers Portugal


2. Se possível, tente perceber o problema

No outro dia o meu pai, ciclista desde a sua juventude, intrigou-me com a seguinte pergunta: “Então e o que fazer quando vemos uma matilha de cães selvagens, no meio do campo, que correm em direção a nós, provocando o risco de nos fazer cair ou pior receber uma esfomeada dentada?” Por dois segundos parei, muitas vezes elaboramos, lemos e discutimos acerca de como nós, enquanto adestradores ou donos de cães agressivos podemos corrigir desordens deste tipo, ou como podemos alterar comportamentos em cães dos quais temos responsabilidade. No entanto, muitas vezes esquecemo-nos do outro lado. De como qualquer transeunte, ciclista, motociclista (e aqui falo por experiência própria) ou jogger se sente na presença de um cão agressivo e como deve de facto reagir. De forma a estar melhor preparada para uma eventualidade destas, ou até mesmo recomendar amigos e familiares, decidi pesquisar mais sobre este assunto e partilhar aqui convosco os conselhos sábios, que diferentes especialistas em comportamento canino, tecem sobre o assunto: 1. Nunca entrar em Pânico Mesmo que tenha medo de cães (algo comum em muitas pessoas após experiências traumáticas), é importante que seja capaz de, numa situação semelhante, controlar a sua ansiedade. Quanto mais agitado e inseguro ficar, mais confiante poderá o cão ficar acerca do ataque. Correr ou gritar de medo não é solução - o cão pode interpretar estas ações como uma ameaça.

Os cães tornam-se agressivos por uma série de factores patológicos e/ou orgânicos (como o facto de estar desorientado, com dor ou com uma anomalia hormonal) ou inorgânicos como um problema de complexo de controlo - dominância, agressividade territorial e agressividade por medo (se lhe interessa este tema sugiro que consulte os artigos presentes no blog do Adestramento Positivo Project acerca da agressividade canina). Muitas vezes, quando confrontados com um cão agressivo é nos impossível detectar imediatamente qual o problema. No entanto, em muitos casos alguns sinais podernos-ão ajudar a descodificar o que está a provocar desconforto ao animal. 3. Mostre confiança sem ser uma ameaça Por outro lado, abra as suas palmas das mãos (se estiver a andar a pé), mostre ao animal que não tem qualquer intenção de o atacar, evitando movimentos bruscos. Durante este tempo tome uma atitude e postura rígida e confiante. Se estiver a andar de bicicleta, pare e permaneça firme durante alguns segundos. Se o cão não se afastar perante esta atitude então dê-lhe essa indicação com um comando forte, autoritário mas nunca ameaçador. Embora os cães possam não compreender a nossa linguagem eles interpretam a nossa linguagem corporal, a intenção, intensidade e tom com que elabora a mensagem. Aponte para onde deseja que o cão se dirija - mais uma vez, não o faça de forma brusca, mantendo sempre alguma distância do cão. Nunca por nunca agrida o cão, atirar pedras, paus, tentar pontapear ou demonstrar que pretende atacar de volta não o irá ajudar a inibir o comportamento do animal que enfrenta. Pelo contrário, irá apenas intensificar o confron-


to e muitas vezes lançar a faísca para o ataque.

5. Procure ajuda

4. Comece a afastar-se calmamente

Quando estiver “fora de perigo”, não deixe esta situação passar sem fazer o que estiver ao seu alcance para a) ajudar o cão que claramente não está saudável e feliz e b) impedir que isto aconteça com outras pessoas ou crianças - que sem a sua calma, poderão não saber lidar com a situação levando a um desfecho bem diferente.

Algo que nunca deve fazer é virar as suas costas a um cão agressivo que esteja pronto para lhe dar uma mordidela. Sem correr, tente evitar a aproximação com o animal. Quer seja recuando ou contornado o mesmo, sempre de frente para o cão. Mantenha a postura de confiança durante todo o processo e tenha muita calma, respire fundo a cada passo e vai ver que o cão começará a afastarse ou a acalmar progressivamente.

Se conseguir identificar os donos do cão então comunique -lhes o sucedido e procure que tomem alguma atitude em relação ao mesmo - recomende adestradores locais para lidar com o problema. Caso não o façam, não tenha receio de denunciar este caso às autoridades. O cão poderá ser agressivo por ser vítima de maus tratos e tal situação já é punível por lei. Por fim, se este for um cão abandonado ou selvagem, como aqueles que todos os dias o meu pai encontra no seu caminho para o trabalho, faz parte da sua responsabilidade como cidadão informar as entidades locais de proteção de animais (juntamente de associações privadas ou no canil municipal) acerca do situação, local e hora fazendo-o, se possível, logo após o sucedido para que seja mais fácil localizar o animal.


Autoria: Andreia Lauro da

e: Nídia Rodrigues da

Para mais informações consulte: www.compassionfatigue.org


Após o recente suicídio da Dr. Sophia Yin (www.drsophiayin.com), veterinária e especialista em comportamento animal, e uma das maiores disseminadoras do treino canino por Condicionamento Operante com Reforço Positivo, tornou-se evidente que se impõe um alerta a todos os profissionais: médicos veterinários, adestradores e terapeutas caninos. A Fadiga por Compaixão, como o próprio nome indica, é caracterizada por uma fadiga física e emocional, resultante da compaixão que os profissionais vivenciam no seu trabalho, com pessoas ou animais que estão em sofrimento físico e/ou mental. Nos últimos meses, tendo ocorrido três falecimentos por suicídio de pessoas reconhecidas profissionalmente na área do treino canino e, sendo a taxa de incidência de depressão entre aqueles que cuidam de animais significativa, de acordo com estudos já efectuados na área da medicina veterinária, rapidamente foi estabelecida a extrapolação para os motivos que os levaram a fazer essa escolha. Os estudos demonstram que os veterinários estão 4 vezes mais propensos a cometer suicídio do que profissionais de outras áreas. Um estudo recente mostra também que dois terços dos veterinários questionados já sofreram de depressão clínica e desses, apenas um terço procurou ajuda. Mesmo não existindo estudos sobre a incidência de depressão em adestradores caninos, várias são as histórias que nos chegam ultimamente, sendo talvez a mais mediática, a da adestradora dos cães das famílias Obama e Kennedy. O nosso trabalho exige de nós compaixão e respostas efectivas que resultam numa procura constante de conhecimento e recursos para ajudar os que necessitam. Isso pode levar-nos a experimentar os sintomas de fadiga por compaixão. A analogia que se poderá fazer com um treinador de cães com uso de reforços positivos, penso eu, é ver todos os cães lá fora que sofrem, muitos deles nas casas dos donos, que mesmo bem-intencionados, não tiveram a sorte de conhecer sobre o trabalho de pessoas como a Dr.ª Yin.

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Quantos cães estão neste exacto momento a receber puxões ou raspanetes desnecessários (e muitas vezes ineficazes), ou estão a suportar gritos por seres humanos que simplesmente nunca aprenderam outra forma de mudar o seu comportamento? E depois, há os muitos milhares de cães atrás de portas fechadas, sozinhos em casa por 10 ou 12 horas, dia após dia, sem qualquer estímulo, levando-os a adoptar comportamentos estereotipados; ou ainda, os que ainda são treinados com coleiras estranguladoras e de choques eléctricos. Para não falar ainda, na quantidade de vezes que nos contactam, sempre que sabem de alguém que se quer ver livre dos seus animais porque não souberam educá-los e tornaram-se agressivos ou, porque ficaram grandes de mais, etc., como se o facto de termos esta profissão automaticamente nos tornasse responsáveis por resgatar todos os animais que necessitam. Os sintomas da fadiga por compaixão são muitos e cada um de nós vai experimentar o stress inevitável do nosso trabalho de forma diferente. Ansiedade, tristeza, isolamento e raiva são apenas alguns exemplos.

Nós podemos ajudar-nos uns aos outros, a sermos mais informados sobre a carga emocional que este trabalho leva de todos nós. É fundamental aprender a reconhecer e controlar os sintomas da fadiga por compaixão, para que possamos continuar a desenvolver o nosso trabalho de forma eficaz, mas principalmente de forma saudável para nós próprios.


Autoria: Vanda

Botelho da

ao socializar os seus cachorros


Um facto bem conhecido no mundo do adestramento canino, é que simplesmente não é possível preparar e antecipar determinadas situações que farão parte do processo de sociabilização do seu cachorrinho. O seu cachorro irá desenvolver por si mesmo determinados comportamentos ao experienciar novas vivências. Estes comportamentos poderão não ser os desejados ou os mais adequados! Para minimizar o aparecimento destes comportamentos devemos evitar cometer certos erros que são frequentes em donos inexperientes.

1º ERRO Permitir que o seu cachorrinho salte para cima de pessoas para as cumprimentar. Factos Durante a sociabilização do seu cachorrinho ao permitir que este salte para cima das pessoas para cumprimentá-las, irá estar a contribuir para que este comportamento se mantenha no futuro. Extinguir um comportamento aprendido e consolidado desde tenra idade pode ser um verdadeiro desafio no futuro, exigindo de si o dobro da paciência e empenho que teria que aplicar se o fizesse quando o seu cão ainda era cachorrinho! Lição Deverá ensinar o seu cachorrinho a cumprimentar pessoas com respeito, sem saltos nem excitação. O seu cachorrinho deverá cumprimentar as pessoas através do odor, cheirando e mantendo uma postura corporal calma e tranquila. Repreenda-o sempre que saltar e recompense com carícias ou guloseimas sempre que se manter calmo e tranquilo.

2º ERRO Permitir que o seu cachorrinho corra livremente pelo parque durante os passeios diários. Factos Durante os passeios diários, se habituar o seu cachorrinho a correr livremente pelo parque explorando o meio que o rodeia sozinho sem controlo, no futuro, à medida que o vai crescendo, irá movimentar-se com maior velocidade aumentando a distância a que se encontra de si, se este cachorrinho não foi habituado a permanecer perto do dono e se não responde à chamada do dono, poderá perder-se facilmente ou até ser atropelado. As situações que poderão colocar a vida do seu cachorrinho em causa são várias! Lição Deverá realizar um passeio estruturado com o seu cachorrinho. A saída de casa deverá ser calma e tranquila sem excitação nem ansiedade. O seu cachorrinho deverá caminhar ao seu lado até um local onde o seu dono irá permitir que se afaste para descontrair e explorar, mas SEMPRE com uma trela (poderá usar uma trela extensível nesta situação em particular). O dono é responsável por ajudar o cachorrinho a explorar o mundo de uma forma segura para evitar receios e fobias no futuro. Após o período de descontração, deverá encurtar a trela e o seu cachorrinho deverá acompanhar o seu passo ao seu lado até casa.


3º ERRO Deixar que todas as pessoas se aproximem e acariciem o seu cachorrinho quando este se encontra num estado de excitação e entusiasmo. Factos A maior parte das pessoas ao ver um cachorrinho na rua, reage de imediato aproximando-se e fazendo carícias acompanhadas de uma voz terna e suave. Mas este é um ERRO grave! Esta atitude da parte das pessoas vai criar excitação e ansiedade no cachorrinho, e este vai habituarse a cumprimentar estranhos com excitação e ansiedade, saltando e pulando com intensidade. Lição Deverá advertir as pessoas, de forma educada e respeitosamente, que só deverão fazer carícias se o seu cachorrinho já a tiver cheirado e já se encontrar calmo e tranquilo. E acima de tudo, se vai fazer uma carícia, deverá fazê-lo evitando criar mais excitação, não usando a voz em simultâneo! A carícia deve ser feita com a pessoa ao mesmo nível do cachorrinho, evitando debruçar-se sobre este para não criar tensão. Deve-se evitar carícias na cabeça preferindo a zona lateral do corpo do cachorrinho.

4º ERRO Apresentar o cachorrinho a todos os cães que encontra no parque e deixá-los brincar sem qualquer controlo. Factos Apresentar o seu cachorrinho a outros cães é uma atividade muito mais complexa do que a maioria das pessoas pensa! Se pensa que para que o seu cão aprenda a dar-se bem com outros cães apenas deverá deixá-lo brincar com os cães que encontra durante os passeios, então no futuro, vai notar que o comportamento do seu cão fica excessivo e incontrolável cada vez que vê outro cão, e que apesar de todas as suas tentativas para o focar em si, não irá ter qualquer sucesso! A razão deste comportamento ocorrer no futuro, deve-se ao facto de o cachorrinho ter associado a presença de outros cães a um estado de excitação e entusiamo. Este comportamento irá ser mais intenso ao longo da sua vida, tornando-se difícil de controlar quando o cão é adulto.

É um erro comum partir do pressuposto que um cão por ser um animal com instinto gregário deve conviver diária-

mente e frequentemente com outros cães para satisfazer as suas necessidades sociais. A razão pela qual os cães têm um lugar especial ao lado dos humanos consiste exatamente na sua capacidade em criar laços com outras espécies. Lição O seu cão deve ser apresentado a outros cães de forma segura e tranquila. Só deverá apresentar o seu cachorrinho a cães que tenha a certeza que são um bom exemplo, ou seja, que sejam equilibrados mantendo um comportamento calmo e tranquilo perante outros cães. A apresentação consistirá no ritual do odor, cheirando-se mutuamente. Não deverá permitir que nenhum dos cães tenha uma postura “dominante” em relação ao outro, deverá repreender caso isto aconteça. Após um dos dois cães executar a “vénia” (posição de convite à brincadeira) poderá deixá-los brincar com um pouco mais de entusiamo. Mantenha sempre o contacto visual e controle quaisquer sinais que agressividade. Caso estes sinais surjam, interrompa de imediato a brincadeira, mantenha-o perto de si esperando que se acalme, e somente após estar calmo deverá permitir que a brincadeira prossiga. Tenha atenção que as brincadeiras entre cães podem ser bastante intensas aos olhos humanos, aparentando agressividade, estude bem a linguagem canina principalmente os sinais de agressividade para ter a certeza de que está a interromper a brincadeira somente quando existem realmente sinais de agressividade. Ensine ao seu cão que quando interrompe a brincadeira ele terá que obedecer e vir até si, não permita que ele o ignore! Ensine também ao seu cão a ignorar outros cães cuja linguagem corporal possa ser agressiva, para que o seu cachorrinho no futuro evite e ignore o contacto visual com estes cães, evitando no futuro possíveis confrontos e lutas durante o passeio diário. Recompense com carícias ou guloseimas os comportamentos que deseja e repreenda os não desejados. Lembre-se que a fase mais importante e fundamental para sociabilizar o seu cachorrinho é até às 16 semanas. Nesta fase, a maior parte dos veterinários aconselha a não sair de casa devido ao plano de vacinação estar incompleto! Felizmente, hoje em dia, muitos veterinários já estão a par da difícil resolução de problemas comportamentais que surgem na idade adulta dos cães fruto da ausência de um correto plano de sociabilização até às 16 semanas. Tente arranjar estratégias seguras para que o seu cão possa ser sociabilizado nesta idade.


Alimentação e Comportamento Por: Karin Medeiros do

(Rio de Janeiro - Brasil)

Há alguns milênios, cães e gatos começaram a conviver com os seres humanos, criando uma relação de trabalho ou companhia que lhes proporcionou segurança e oferta de alimentos. Os animais desenvolveram recursos para digerir tais alimentos que antes não encontravam na natureza, como os carboidratos, legumes, verduras e frutas, muitas vezes restos de alimentos do consumo humano. Hoje em dia, os cães compartilham intimamente de nossa rotina, sendo considerados membros da família, tratados com igualdade, mimos e privilégios, o que vem gerando vários problemas comportamentais. A humanização ocorre, muitas vezes, por falta de informação adequada ou para suprir as necessidades emocionais das pessoas, mas deixa de lado as necessidades características desses animais. A alimentação é um dos primeiros fatores que é alterado de forma drástica na vida do animal doméstico. Geralmente, após o desmame, a ração seca é introduzida para facilitar o manuseio do cão em nosso ambiente, apoiando-se na propagação da ideia de praticidade de um alimento completo e balanceado. Mas, diversos estudos já comprovaram que o uso contínuo dessas rações propicia doenças como cardiopatias, hepatopatias, alergias, doenças renais e do trato urinário, bem como inapetência e disfunções comportamentais como ansiedade, irritabilidade, ingestão de fezes e até mesmo agressividade. A baixa palatabilidade pode fazer com que o cão procure se alimentar de restos de comida do lixo, pode criar o hábito de roubar alimentos da geladeira ou da mesa da cozinha, pode gerar uma diminuição do peso pela inapetência em comer a ração, não ingerindo a quantidade ideal diária de alimento ou ainda se tornar obeso, pela complementação da alimentação com petiscos ou misturas de comida na ração para torná-la mais atrativa. Outro fator prejudicial dos alimentos secos é a falta de umidade. A água é um nutriente fundamental para a saúde do organismo, também extraído dos alimentos frescos e naturais. Os alimentos úmidos demonstram ser mais bem digeridos em comparação com a dieta a base

de ração seca, mesmo que o animal consuma água após comê-la, o que pode prejudicar ainda mais sua digestão pelo alto teor de fermentação desses alimentos. O uso contínuo de alimentos secos pode promover um estresse metabólico, prejudicar o sistema urinário e desgastar os rins. Os cães domésticos criaram adaptações digestivas, mas isso não quer dizer que eles se mantenham saudáveis sem a proteína animal que é a base da alimentação dos carnívoros. Eles podem sobreviver com as rações, mas com certeza não atingem o mesmo potencial genético que atingiriam com sua dieta natural. Além desses fatores, o uso de subprodutos como bicos e unhas de aves, chifres e cascos de animais ruminantes, farinhas, grãos e aditivos químicos tornam esse tipo de alimento pobre na qualidade e na variedade necessária de ingredientes para manter uma dieta saudável para os cães, considerando que são carnívoros com tendências onívoras oportunistas.


Isso quer dizer que, ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, os animais carnívoros não se alimentam apenas de carne, mas ingerem grande parte dos tecidos de suas presas. As vísceras, ossos, cartilagens, tendões e até mesmo um pouco de pelos e penas são consumidos para atuar como fibras insolúveis. O conteúdo gastrintestinal também é uma fonte importante de nutrientes. E, para complementar sua dieta, os carnívoros buscam na ingestão de insetos, ovos, frutas, sementes e gramíneas, as vitaminas, minerais, ácidos graxos entre outros elementos fundamentais à sua saúde. Isso quer dizer, também, que oferecer apenas carne para um animal carnívoro pode conduzi-lo a graves deficiências nutricionais. O professor Dominique Grandjean, da Universidade Francesa de Alfort, relata em seus livros que o homem é o responsável pela domesticação de cães e gatos, tendo o dever de alimentá-los de acordo com suas verdadeiras necessidades específicas, e não em função das suas projeções humanas. Sendo essa a primeira regra do verdadeiro respeito ao animal. Como o cão doméstico não tem acesso a busca do seu alimento, é preciso estabelecer uma dieta equilibrada com grande variedade de ingredientes que possa estar mais próxima de suas necessidades naturais. Profissionais qualificados em nutrição animal podem desenvolver dietas específicas de acordo com o estilo de vida (sedentário, atlético, cão de trabalho), com seu estado fisiológico (filhote, adulto, idoso, gestante) ou baseado em problemas de saúde como diabetes,

cardiopatias, displasias, entre outras. Proteínas adequadas a um animal carnívoro são as encontradas em carnes, vísceras, ovos e peixes. As dietas não balanceadas podem causar sérios danos à saúde do animal, podendo gerar doenças clínicas, alterações sistêmicas e metabólicas. Cães e gatos são duas das espécies domésticas mais populares e, consequentemente, as que apresentam mais problemas de saúde e comportamento. Os sistemas digestivos, os dentes longos e afiados, a potência mandibular e a ausência da enzima amilase na saliva (responsável pelo início da digestão dos carboidratos) são apenas algumas das diferenças fisiológicas e anatômicas entre nossas espécies, tendo, portanto, necessidades alimentares diferentes para se manterem saudáveis. Sistema digestivo de um carnívoro: estômago grande e ácido e intestino curto e simples, sem aparatos especiais para processar vegetais. Médicos e nutricionistas nos orientam a preferir alimentos naturais e frescos aos industrializados e prontos, para manter nossa saúde em dia. O ser humano deveria, então, preferir manter a natureza dos animais ao invés de humanizá-los por amor.


Certamente que muitos de vós já ouviram alguém relatar que o seu cão ao ser deixado sozinho em casa acabou virando tudo de pernas para ar, transformando a sua sala num verdadeiro campo de batalha. Ou então outros casos em que sempre que o dono sai de casa o seu amiguinho de quatro patas fica a reclamar com um excesso de vocalizações. Pois é, em mais de 90% dos casos, estes comportamentos devem-se ao que se chama “Distúrbios relacionados com a separação do dono”, comumente chamados de Síndrome da Ansiedade por Separação (S.A.S.). Desta forma, a ansiedade por separação pode-se definir como o conjunto de eventos relacionados com o comportamento do animal durante o período de ausência do dono, estando este comportamento intimamente ligado ao medo. A origem deste comportamento remonta, como em quase tudo, aos antepassados canídeos que viviam em grupo e afastados dos humanos. Os cães (ou lobos neste caso), desde sempre foram animais gregários que viviam em matilhas e que dependiam apenas de si e dos seus “skills” para sobreviverem. Como tal, os cachorros, que por volta dos 2 meses começam a querer explorar o mundo que os rodeia, muitas vezes acabavam afastados do grupo sem se darem conta e, sentindo-se perdidos, com medo e sem forma de voltarem para a segurança do grupo (sentimento de ansiedade), tinham os latidos como a única forma de se fazerem ouvir, esperando que alguém os viesse resgatar. Dessa forma, o instinto de sobrevivência atuava como meio de manter o filhote são e salvo. Assim, este comportamento enraizou-se até aos nossos dias e encontra-se bem impresso na informação genética de cada cria.

Autoria:

Ricardo Duarte


Nos dias de hoje, a matilha dos nossos patinhas somos nós, os seus donos, e embora a origem deste comportamento fosse o de proteger o filhote e mante-lo no grupo, em casos extremos, essa ansiedade pode provocar danos graves na sua saúde como por exemplo:

 

Problemas na traqueia e amígdalas por excesso de latido Micção e defecação inadequadas

Anorexia e letargia

 

Sintomas de stress (humidade/transpiração entre as almofadas das patas) Dermatite acral por lamber

Automutilação e salivação excessiva

Existem diversos fatores de risco/predisponentes que se podem relacionar com este comportamento: 

Elevado instinto gregário

 

Cães adotados que passaram longos períodos em instituições de acolhimento Desmame prematuro

Chegada de um novo membro à família

Disfunção cognitiva

Cães deixados sozinhos durante largos períodos de tempo enquanto muito jovens Longos períodos sem separação do dono

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Experiências traumáticas durante os primeiros meses de vida Falta de estímulo mental

Embora exista uma grande variedade de fatores predisponentes, existe também uma variedade de técnicas e comportamentos a adotar pelos donos que podem levar à resolução deste problema. Proporcionar uma independência na rotina e controlo emocional: Os cães necessitam de se habituar a ter algumas atividades sozinhos, sem o dono, que criam benefícios quer para o cão, fazendo-o evoluir nas suas capacidades exploratórias, quer para o dono que pode desfrutar da sua casa de forma tranquila e relaxante. Evitar longas despedidas: O cão deve perceber que o facto de o dono sair de casa é algo normal e para tal esse comportamento deve ser feito com toda a normalidade possível. Evitar as longas despedidas, em que o dono dá grandes abraços e atribui grande importância a esse momento só irá aumentar os níveis de ansiedade do cão.


Associe a saída a uma recompensa: Dar ao cão um brinquedo que ele goste bastante e que se possa divertir e ficar entretido durante a vossa ausência é uma boa opção. Assim o cão vai associar a vossa ausência a uma recompensa agradável. Liberdade de circulação: Permita que o animal tenha livre acesso à casa durante sua ausência para que ele possa se sentir mais calmo e seguro nos espaços de convivência comum com seu dono. No entanto é também importante certificar-se de que não deixa objetos que possam magoar o seu patinhas. Objetos com o vosso odor: Se precisar isolar o cachorro numa divisão da casa, deixe com ele objetos com o seu odor para que ele os associe à sua presença e se mais sinta calmo. Enriquecimento ambiental: proporcione atividades para ocupar o cão, física e mentalmente. Esconda petiscos pela casa para ele procurar ou prenda-os numa garrafa pet com pequenos furos para ele gastar tempo tentando comê-los. Regressos tranquilos: quando regressar, em vez de fazer uma grande festa com o seu amigo comporte-se de forma normal e tranquila e se este o receber com um grande nível de excitação ignoreo simplesmente, sem qualquer tipo de reprimenda ou festinhas que só iriam reforçar o comportamento indesejado. Continue as suas tarefas e rotinas de chegada a casa e apenas quando eles tiverem tranquilos cumprimente-os de forma calma. Isso permitirá que eles compreendam que enquanto se comportarem com ansiedade e excitação não vão conseguir captar a vossa atenção e isso irá moldar-lhes o comportamento. Dois é melhor que um: Ter um companheiro, além de ser mais um motivo de felicidade para você, pode ajudar seu cão a passar o tempo com menos ansiedade durante sua ausência. .

Deixar o rádio ligado: A música por natureza é um meio de relaxamento quer para humanos, mas também para cães. Como tal, deixar a tocar uma música relaxante durante a sua ausência pode ajudar a combater a síndrome de ansiedade. Existem diversos recursos disponíveis na internet que pode experimentar. É importante proporcionar estes comportamentos durante toda a vida do cachorro, no entanto, os primeiros meses são aqueles que mais contribuem para a estruturação emocional do cachorro por isso é nessa etapa da sua vida que os donos deverão ter especial atenção e tentar respeitar estas dicas. Resumindo, para combater a síndrome da ansiedade por separação é importante estimular a independência, o exercício e o estímulo mental do vosso cão, criando com ele uma relação calma e racional, sem lhe dar “raspanetes” por um comportamento indesejado e que por vezes pode ser facilmente combatido se a origem desse problema for diagnosticada. Não se esqueçam, um cão é um amigo para toda a vida, cabe-nos a nós empenharmo-nos para lhe proporcionar uma vida saudável e feliz ao nosso lado.



Autoria:

SĂ­lvio Pereira

do:


“O que é importante é manter a calma. Interrompa sempre o acto de montar. Possibilite que o cão tenha comportamentos alternativos. Quando notar que o animal está a entrar num estado de ansiedade e frustração, leve-o a passear e brinque com ele. Lembre-se de que para eles este é um comportamento normal que os cães apresentam em determinados contextos, parte de si fazer com que essas situações não existam.”

Tem acontecido, com alguma frequência, durante as aulas de socialização de cachorros que o Adestramento Positivo Project tem realizado, que alguns cães têm exibido uma conduta, um pouco embaraçosa para os donos, que tem a ver com o acto de monta, feito indiscriminadamente por machos ou fêmeas, castrados e esterilizados ou não. Há muitos cães que montam. Para os seus donos pode ser embaraçoso e perturbador. Normalmente não estamos muito à vontade quando falamos de assuntos relacionados com sexo, principalmente quando os nossos queridos cães se mostram “indiscretos” à frente dos convidados. Para muitos de nós, os cães são como crianças inocentes. Achamos que é o momento de lembrar que eles são animais e os animais frequentemente praticam comportamentos relacionados com a sua própria sobrevivência e isso inclui o reprodutor: a monta. Há cães que montam bonecos de peluche, outros a própria cama, alguns, as pernas dos donos e dos convidados, etc. Há uma coisa que nós sabemos: este tipo de monta nada tem a ver com o aspecto sexual ou reprodutor do acto, até porque este comportamento muitas das vezes é produzido por cachorros com três e quatro meses, portanto, podemos chamar a esta atitude “monta social”. Como é um assunto do qual pouco sabemos, uma vez que os estudos científicos realizados não têm sido conclusivos, achei por bem pesquisar e ver o que é que os estudiosos nesta área dizem em relação a isso. A treinadora, especialista em comportamento canino e autora Jean Donaldson concentrou-se em padrões de acção modal. Ela considera que este comportamento tem a ver com jogo e que todas as categorias padrão de acção modal estão presentes no jogo. Os cães como animais sociais que são com frequência lutam a brincar e essa brincadeira também inclui a perseguição e ela pergunta: porque é que a monta não pode ser também uma forma de brincarem? A veterinária e comportamentalista Dra. Lore Haug diz que a maioria das vezes a monta é apenas um sinal inespecífico de excitação. Ela filmou alguns cães que apresentavam com frequência este comportamento e concluiu que a monta só acontecia quando os níveis de excitação e nervosismo subiam. A treinadora Pamela Johnson à excitação acrescentou que a frustração também pode levar alguns cães a desenvolver este comportamento. Filmou um cão que treinava con-


seguindo assim concluir que quando as lições eram mais difíceis, entrava em frustração e o seu escape era a conduta de monta na perna da própria treinadora. O investigador britânico John Bradshaw considera que a monta é uma componente do comportamento sexual que também é encontrado rotineiramente nas brincadeiras. Quando, por acaso, o cachorro tenta montar a perna de um dos membros humanos da família, todos os presentes acharão graça de um modo levemente embaraçado e gentilmente o afastarão. Na interpretação bem pouco sofisticada da conduta humana pelo jovem cão, isso é apenas uma recompensadora brincadeira, de modo que ele repetirá a actuação subsequentemente estendendo-a aos visitantes, o que deixará o dono ainda mais embaraçado. Quanto mais arreigada a conduta se torne, mais difícil é erradica-la. Jovens cães mais violentos podem até mesmo interpretar uma palmada no nariz dada pelo dono como apenas um novo momento do jogo, e não como castigo. O leitor também poderá perguntar: porquê a monta e porque não algum outro comportamento? Devemos ter em conta que qualquer coisa que o nosso cão regularmente faz, fá-lo porque tem um historial de reforço. Por exemplo, os cães que lutam ou perseguem-se uns aos outros durante uma brincadeira são reforçados pelos outros cães que gostam da luta e da perseguição. Da mesma forma, os cães podem obter atenção quando montam a perna do seu dono, por exemplo. Montar também pode aliviar a ansiedade de um cão numa situação social incerta. Pode ser apenas prazeroso. Esse prazer, como diz a Dra. Haug “obviamente viria sob a categoria sexual”. Então, estamos de volta a este desconfortável assunto. Independentemente disso, toda a informação que estes especialistas nos proporcionam leva-nos a ter algumas boas ideias sobre como impedir a monta social. Tenha a noção que a monta não é motivo de diversão. Isso realmente significa que precisamos controlar nosso próprio comportamento e não reagir como se fosse um divertimento quando virmos o nosso cão montar e evitar demonstrar um comportamento de pânico, pois isso é altamente reforçante para o cão. Controle o ambiente do cão. No caso de cão montar objectos como a cama, bonecos de pelúcia ou outro brinquedo qualquer, simplesmente os retiramos. Se o cão montar outro cão, ou outro animal de outra espécie, calmamente retira-se cão que está a proceder à monta. Temos que ter a noção que eles não podem praticar comportamentos indesejados em situação alguma. Proporcione alternativas comportamentais ao cão. Sempre que o animal apresente este comportamento, devemos desviá-lo e criar-lhe uma alternativa bastante apelativa e agradável. Podemos substituir os objectos que ele monta, por kongs repletos de agradáveis iguarias. Para os que montam as pernas dos donos ou dos convidados, podemos utilizar algo que lhes distraia a atenção, como por exemplo uma bola a saltar junto dele, ou um convite para uma estimulante brincadeira. Se tivermos a certeza que este comportamento é uma consequência do estado de ansiedade do animal, dá bastantes bons resultados retirá-lo da perna do dono e, de seguida, acalmá-lo com festas e palavras de incentivo.


Autoria: Vanessa

Correia da


O que é uma doença? O cão está doente quando o funcionamento normal do organismo é subitamente perturbado, apresentando-se alterações visíveis no corpo ou no comportamento. As causas das doenças são muito diversificadas: o calor, o frio, a humidade, as bactérias, os parasitas e os factores ambientais são causas externas. Contudo, existem também doenças psíquicas (morais). Será o caso do cão entristecido por o terem deixado sozinho. Os vários tipos de doença terão consequências diferentes. A cura tem de ser construída pelo organismo, com base nas suas capacidades de defesa e regeneração. A Medicina não é senão um auxiliar da natureza e da capacidade curativa do corpo. É neste principio que a homeopatia também se baseia. O tipo de evolução das doenças divide-se entre agudas (que surgem subitamente) e crónicas (cuja progressão é lenta e insidiosa). A observação do cão doente pelo veterinário e as informações prestadas pelo dono sobre as anomalias observadas servem para identificação da doença (diagnóstico), o qual é elaborado a partir da doença (sintomas). Uma vez feito o diagnóstico, o veterinário determina qual o tratamento a aplicar (terapia).

Otite Externa Sintomas: O cão sacode a cabeça, mantem-na inclinada para um lado e coça as orelhas; corrimento parcialmente malcheiroso; a orelha doí ao toque. Causas: Água no ouvido, produção excessiva de cera, ácaros, fungos, verrugas, tumores, ferimentos, corpos estranhos. Tratamento: Só o veterinário pode fazer um diagnóstico preciso. Contra os ácaros (secreções castanho-escuras), administrará desparasitantes; contra bactérias, gotas antibióticas; contra fungos, anti-micóticos. O mais eficaz são as lavagens aos ouvidos, feitas sob anestesia. A maior parte dos corpos estranhos tem também de ser retirada sob anestesia, com uma pinça especial. Verrugas e tumores são removidos cirurgicamente. Convalescença: Aplicação diária de gotas, após a limpeza das orelhas. O animal deve ser observado semanalmente pelo veterinário até á conclusão da cura. Prevenção: Limpeza mensal regular das orelhas. Suscetibilidade em função da raça: As raças com orelhas pendentes, como o Spaniel, Setter, Beagle e o Basset, tendem a produzir uma quantidade excessiva de cera, para além de terem o canal auditivo muito estreito. As orelhas muito peludas dos Caniches, dos Terriers e de rafeiros de pêlo volumoso favorecem igualmente o desenvolvimento de otites.

Tártaro e Periodontose Sintomas: Mau hálito, saliva sanguinolenta, dificuldades de mastigação, os dentes ficam cobertos por uma capa castanha e farinhenta, parcialmente dura como pedra. Causas: Se os alimentos do cão forem demasiado moles, não contribuindo para a limpeza dos dentes, os sais salivares endurecidos combinam-se com restos de comida e bactérias para formar o tártaro. Consequências: O tártaro provoca uma inflamação das gengivas, inflamação que pode transformar-se em ferida (periodontose). Com a evolução da doença, o dente começa a abanar e acaba por cair ou infecta e tem de ser arrancado. Tratamento: O tártaro tem de ser removido pelo veterinário, que arranca também os dentes soltos ou infectados. Qualquer destes tratamentos é feito sob anestesia. Caso haja dentes infectados, o animal terá de tomar antibiótico durante uma semana. Convalencença: Para ajudar a sarra, e também para efeitos de prevenção, deve desinfectar os dentes e gengivas do seu cão pelo menos duas vezes por semana, com água oxigenada a 2% ou com um preparado contendo clorexidina, que pode adquirir no veterinário ou na farmácia. Prevenção: Dê ossos de couro, brinquedos próprios, ossos redondos (da articulação de vaca ou vitela), vergalho ou pança seca a roer ao seu cão. Isso manter-lhe-á os dentes limpos. Se quiser, pode também lavar os dentes ao seu cão as vezes que achar necessárias com uma escova e uma pasta específica para cães; encontrará material apropriado no mercado da especialidade ou no veterinário. Se o seu cão tem tendência para a formação de tártaro leve-o ao veterinário a cada 3 ou 4 meses.


Conjuntivite Sintomas: Vermelhidão e inchaço da conjuntiva, lacrimejamento, sensibilidade á luz; a terceira pálpebra adianta-se e incha, as pálpebras incham de tanto ser esfregadas com as patas. Estes sintomas são comuns a quase todas as doenças dos olhos. Causas: Vento, pó, obstrução do canal nasolacrimal, alergias, doenças infecciosas, líquidos cáusticos, corpos estranhos no olho (partículas de sujidade, areia). Consequências: Conjuntivite crónica, frequentemente relacionada com a formação de bolhas na terceira pálpebra. Tratamento: Em caso de irritação da conjuntiva com corrimento aguado claro, limpe as bordas das pálpebras duas a três vezes por dia com águia morna . Deite-lhe ainda gotas oftálmicas (que pode adquirir no veterinário ou na farmácia) 3 a 4 vezes por dia. Um corrimento espesso e purulento significa uma infecção de origem bacteriana, que deve ser tratada pelo veterinário. O mais eficaz são as pomadas oftálmicas antibióticas, contendo também corticosteróides. Os corpos estranhos situam-se geralmente no saco conjuntival inferior ou por trás da terceira pálpebra e só podem ser removidos sob anestesia. Uma pequena dose de anestesia é igualmente necessária para a raspagem de bolhas na terceira pálpebra. Convalencença: Por dia 4 a 6 aplicações de gotas oftálmicas e 2 a 3 de pomada oftálmica. Limpe regularmente as secreções que colam as bordas das pálpebras. Prevenção: Evite as correntes de ar e as sujidades excessivas na região da cabeça. Susceptibilidade em função da raça: todos os cães com pêlo volumoso na cabeça, cujas pontas provocam comichão contante dos olhos, como por exemplo, o Yorkshire Terrier, o Shi-Tzu, o Caniche, o Bichon Maltês ou o Pequinês. No Pastor Alemão e no Collie surgem excrescências nodosas na conjuntiva e na terceira pálpebra, que exigem uma terapia com pomadas oftálmicas antibióticas contendo corticosteróides ao longos da vida do seu cão.


Displasia da Articulação Coxofemoral Sintomas: O cão parece algo indolente, devido á sua deficiência, coxeia de um ou ambos os lados, tem dificuldade em levantar-se ou deitar-se; o seu andar é desajeitado e gingão, as pernas geralmente entortam em “X”. Causas e consequências: A displasia coxo-femural é uma mal-formação, geralmente congénita, que surge em cães grandes e pesados e provoca uma forma irregular do acetábulo da bacia e da cabeça do fémur durante a fase do crescimento. O excesso de pressão desgasta a articulação, resultando numa artrose precoce. O cão fica coxo e só se move á custa de grandes dores. Tratamento: Só uma radiografia pélvica permite a elaboração do diagnóstico. O veterinário receitará analgésicos e antiinflamatórios para minorar os sintomas. Nos casos agudos, provocados por sobrecarga ou lesões adicionais da articulação, o cão terá também de tomar corticóides, geralmente em comprimidos, durante alguns dias. Os cães que estão ainda em fase de crescimento podem ser submetidos a uma intervenção cirúrgica relativamente simples, através da qual se procede á abertura de um músculo na face interna da articulação e que alivia consideravelmente as dores do animal. Em caso de dores fortes permanentes, pode recorrer-se, tal como para com as pessoas, á implantação de uma prótese da articulação. Trata-se de uma operação muito dispendiosa e que só pode ser feita em clínicas especiais, mas que é maravilhosamente eficaz. O cão mostra melhoras logo no dia a seguir á intervenção e, ao fim de 1 a 2 semanas, corre sem parecer sentir qualquer dor. A única alternativa a esta operação verdadeiramente cara é o “adormecimento” do cão, quando as dores se tornam intoleráveis e sem solução. Convalescença: Dê analgésicos e anti-inflamatórios ao seu cão, em doses decrescentes, ao longo de 4 a 8 dias. Se o cão tiver dores, pode repetir estes tratamentos, se necessário em combinação com corticosteróides, a intervalos mínimos de 3 a 4 semanas (sempre e só com o aconselhamento do Médico Veterinário). Importante: Quando tomados por longos períodos de tempo, os analgésicos têm efeitos secundários, como lesões da medula óssea ou anemia. Os corticosteróides também só devem ser tomados em situações de dor aguda; a sua utilização

constante diminui as defesas do organismo. Há determinados compostos (disponíveis no veterinário) que tornam as cartilagens mais elásticas que quando incluídos na alimentação do cão, produzem uma nítida redução das dores ao fim de 6 a 8 semanas. Prevenção: Não dê uma alimentação demasiado rica aos cães em fase de crescimento, visto que essas circunstâncias parecem favorecer a evolução da doença. Os animais afectados devem ser excluídos da reprodução. Susceptibilidade em função da raça: a displasia coxofemoral é a mais disseminada das doenças congénitas. Está presente em quase todas as raças, contudo tem maior incidência nos cães grandes e pesados, como o Pastor Alemão, o Dogue, o São Bernardo, o Mastim, o Bulldogue, o Bouvier Bernois e o Bobtail. Quase todas as associações de criadores de raças de grande e médio porte exigem que se faça uma radiografia das ancas do cão quando atinge 1 ano de idade. Do resultado dessa radiografia depende a aprovação do animal como reprodutor.

Pseudogestação Sintomas: Aumento de volume das mamas, cerca de 6 a 8 semanas após o cio; emissão de leite sob pressão; a cadela constrói um ninho, “defende” os brinquedos, e mostra-se agressiva. Esconde-se. O apetite começa a variar, podendo diminuir ou aumentar. Causas: Trata-se de uma espécie de gravidez hormonal, que surge em cadelas que não estão grávidas e resulta em aumento do volume uterino e produção de leite ao fim do período de dois meses correspondente a uma gravidez normal. Este tipo de pseudogestação tinha uma razão de ser no estado selvagem: permitia que as cadelas afectadas servissem de “amas de leite” aos cachorros excedentes. Na Vida em comum com as pessoas não há tais cachorros, o que resulta em problemas de saúde. Consequências: Se o leite não for drenado dá origem a inflamações da mama, á formação de nódulos e, numa idade mais avançada, de tumores, sobretudo em caso de pseudogestações repetidas (Lactetio falsa). Tratamento: Para reduzir rapidamente o volume mamário e evitar uma inflamação, friccione as mamas da cadela com aguardente de cana ou uma pomada que active a circulação. Distraia a cadela com passeios. Não deixe nada que possa servir de material de construção de ninhos, como por exemplo, cobertores ao seu alcance. Esconda também os brinquedos que possam servir de substituto para os cachorros inexistentes. Em caso de inflamação, dirija-se ao veterinário. Ele bombeará apenas o leite do complexo mamário afectado. Se a inflamação estiver muito avançada, será necessário um tratamento á base de anti-inflamatórios ou mesmo antibióticos. A secagem do leite pode ser feita através de injecções (duas por dia durante 4 a 6 dias); este tratamento, contudo, provoca vómitos frequentes á cadela. A pseudogestação dura geralmente apenas 2 a 3 semanas. Convalescença: Evite as inflamações mamárias através de fricções, continue a levar a sua cadela em passeios frequentes e a evitar a construção de ninhos. Prevenção: Se não pretende que a cadela volte a engravidar, o mais aconselhável é optar pela castração. Uma cadela que não tem cios também não tem pseudogestações. Deste modo, não só se evitam as inflamações, como se reduz o risco de formação de nódulos e tumores na mama.


TESTE A SAÚDE DO SEU CÃO 1ª Parte a) O pêlo deve apresentar-se luzidio, denso e cobrir o corpo de modo homogéneo. O pêlo do seu cão apresenta-se espigado e desgrenhado? Sim ⅐

Não ⅐

b) Ofereça ao seu cão uma guloseima que ele normalmente coma com agrado. Ele rejeita-a? Sim ⅐

Não ⅐

c) Dê o sinal habitual de passeio. Ele deixa-se ficar sentado e indiferente? Sim ⅐

Não ⅐

2ª Parte

d) O cão vomita com frequência, tem diarreias ocasionais e flatulência acompanhada de cólicas? Sim ⅐

Não ⅐

e) A respiração está acelerada embora o cão tenha feito esforço? O cão arqueja ou respira pesadamente logo que faz algum exercício? Sim ⅐

Não ⅐

f) O cão coxeia de vez em quando ou mostra dificuldade em levantar-se e deitar-se? Sim ⅐

Não ⅐

g) A temperatura corporal do cão é inferior a 38º ou superior a 39º? (*Medir a febre) Sim ⅐

Não ⅐

a) Puxe a pálpebra suavemente para baixo. Os olhos estão baços, a córnea avermelhada? Sim ⅐

Não ⅐

Resultados

b) A região anal está colada ou suja? Sim ⅐

Não ⅐

O seu cão está de boa saúde

c) Estimule o seu cão a subir uma escada ou a saltar para o carro. Ele recusa-se a fazê-lo, embora já tenha andado de carro e subido escadas?

Se respondeu “Não” a todas as perguntas, pode partir do principio de que o seu está bem de saúde.

Sim ⅐

Não ⅐

3ª Parte a) Os olhos, nariz ou orelhas do seu cão apresentam-se colados ou inflamados? Sim ⅐

Não ⅐

b) A pele mostra-se avermelhada, arranhada, inflamada ou com crostas? Sim ⅐

Causas para preocupação Se só respondeu “Sim” á 1ª parte não tem ainda com que se preocupar. O cão pode não estar nos seus dias: repita o teste no decurso dos três dias seguintes. Se a resposta ainda for “Sim” dirija-se ao veterinário, principalmente se surgirem também sintomas referidos nas partes 2 ou 3. Se respondeu com um ou mais “Sins” á 2ª parte, deve dirigir-se ao veterinário num espaço de tempo razoável. Só ele pode diagnosticar uma eventual doença latente.

Não ⅐

Urgente

c) As gengivas mostram-se avermelhadas e feridas, o cão saliva e tem mau hálito?

Se respondeu “Sim”, mesmo que a uma só pergunta da 3ª parte, não deve de modo algum facilitar: o seu cão não se sente bem, as alterações por si observadas podem ser sintomas de uma doença grave. Dirija-se imediatamente ao veterinário.

Sim ⅐

Não ⅐


*Medir a febre O nariz quente e seco não significa que o cão tenha febre. Uma temperatura alta só se detecta no baixo-ventre ou no interior da coxa. Se estas zonas lhe pareceram invulgarmente quentes, apesar de o cão estar repousado, está na hora de ver a febre: pegue num termómetro fino e inquebrável – os melhores são os que têm sinal sonoro e mostrador digital, porque são os mais rápidos – e unte-lhe a parte da frente com um pouco de creme. O termómetro deve ser colocado com o cão de pé; segure o animal, de preferência com o auxílio de outra pessoa, levante-lhe a cauda e insira o termómetro, ligeiramente inclinado para cima, cerca de 3 cm no recto. Para medir a temperatura com um termómetro normal serão necessários 2 a 3 minutos, com um digital basta 1 minuto até que soe o sinal sonoro e o aparelho possa ser retirado.


Autoria: NĂ­dia

Rodrigues da



No reino animal, o cão foi o mais influenciado pelo Homem na sua evolução, quer fisicamente, pela quantidade de raças que temos hoje em dia e que foram criadas através da selecção artificial pelos humanos, como pela ligação ímpar que têm à nossa espécie, desempenhando funções que facilitam de sobremaneira a nossa vida. O cão é sim, o melhor amigo do Homem, mas não só por ser fiel e leal ao seu dono. É um óptimo companheiro para todas fases da nossa vida. Em criança, quem é que não adora ter um amigo de quatro patas para brincar, correr, aprender? E os que tiveram essa sorte sabem que ganharam um amigo para a vida! Para além do facto de que os bebés e crianças têm muito a beneficiar desta convivência com animais, pois adquirem imunidades para várias doenças e alergias. Enquanto jovens adultos, ter um cão ajuda-nos imenso a ultrapassar a fase difícil da adolescência, em que parece que realmente só o nosso cão é que nos compreende. É o nosso companheiro e confidente, facilita a integração nos grupos de pares e o sentimento de pertença tão importante nesta fase. Na idade adulta, um amigo canino é perfeito para nos mantermos em forma, física e psicologicamente - ajudamnos a aliviar o stress do dia de trabalho. Aqueles dias em que chegamos a casa exaustos e tudo parece ter corrido mal, está lá sempre o Bobby para nos saudar, sem nos julgar de forma alguma, com aquela dança de cauda que tão bem sabem fazer, e para nos fazer rir com uma qualquer parvoíce. Todos os passeios que damos com o nosso cão também têm grandes vantagens, ajudam-nos a fazer um pouco de exercício em vez de nos sentarmos logo no sofá, aproveitamos para pensar na vida e organizarmonos mentalmente e, são um grande “desbloqueador social”. Todos os que têm cães sabem que quando os vamos passear e nos cruzamos com alguém, surge sempre alguma conversa, as pessoas conhecem-se através dos seus cães e às vezes formam-se novas amizades, caninas e humanas. Também na terceira idade, muitas vezes o patudo é a nossa companhia no dia-a-dia. Ajuda-nos a aliviar a solidão, a manter-nos despertos e activos, e a sentirmo-nos úteis, porque o Bobby precisa à mesma de comer e de ir à rua fazer as suas necessidades. Encontramo-nos com os nossos amigos de longa data no parque e, muitas vezes, o Bobby até já ganhou o direito de entrar no café à hora do lanche! Quantas histórias já ouvimos de idosos que estão hospitalizados e melhoram só com a visita do seu melhor

amigo? Por vezes, é a única família que nos resta no final da nossa vida. É por tudo isto que o cão é tão especial para os humanos e, quem os tem, invariavelmente diz que lhes custaria mais a morte do seu cão do que a de alguns familiares. Mas não é só por isto, os cães também trabalham. Para eles, é apenas mais um dia de brincadeira porque, por norma, adoram aquilo que fazem. Mas para nós, são uma ajuda preciosa. E existem as mais variadas profissões caninas, tendo em conta as faculdades deste animal extraordinário de quem falamos. Cães de pastoreio Os cães de pastoreio têm na sua essência o instinto de pastoreio dos seus antepassados, os lobos, que apartavam os membros mais fracos dos grupos de herbívoros e depois os caçavam e comiam. Certamente se lembram do filme “Babe” em que as ovelhas chamavam os cães pastores de “lobos”. Assim, foram criadas raças com este instinto mais apurado, como os Border Collies, que têm como tarefa reunir e conduzir os rebanhos, mas com o devido treino para que fiquem a apenas por aí e não os queiram comer! Cães de guarda e defesa Uma das profissões caninas mais conhecidas é a guarda e defesa, da propriedade, dos donos e dos seus bens, contra intrusos humanos ou mesmo outros animais. Tal como os lobos, o cão tem também o instinto de protecção da matilha e do seu território, que foi desenvolvido e aperfeiçoado pelos humanos, sendo algumas raças mais aptas para esta função, como o Dobermann, Cão de Pastor Alemão, Rottweiler, Bull Mastiff, quer pelo seu porte, quer pelo seu temperamento e instintos apurados. Enquanto cão de guarda, o objectivo é sempre imobilizar o intruso de forma a que este não possa causar dano. Desta forma, o treino exige que o cão saiba largar o intruso quando este estiver imóvel, ladrar bem alto para amedrontar e aguardar pelo dono, e não, que continue a atacar e ferir o intruso, podendo levar à morte ou provocar danos físicos muito graves. Existem também

os chamados cães de vigia, cuja função é a de alertar o dono para a presença de um intruso, latindo alto mas sem agredir, pois são raças normalmente de porte mais pequeno.


Cães de caça

Sendo descendentes dos lobos, que caçam em matilha, algumas raças de cães foram desenvolvidas e criadas para ajudar o Homem, primeiramente por necessidade de nos alimentarmos e de caçarmos o nosso alimento, mas actualmente mais por desporto. Para este efeito existem grupos de raças específicas para as várias tarefas que os cães têm na caça desportiva, como por exemplo os Pointers, que são cães treinados para localizar e apontar presas para o caçador, os Retrievers, cuja função é encontrar e trazer de volta a caça intacta ou, os Hounds, que são usados para perseguir e algumas vezes matar mesmo a presa. Ajuda a idosos Cada vez mais, os cães são valorizados como uma companhia para os idosos que vivem sozinhos. E são fundamentais, como já dissemos anteriormente, para ajudar a que o idoso se mantenha activo de acordo com as suas faculdades e principalmente que se sinta útil a alguém, porque quando já não se tem netos para cuidar, cuidar de um cão pode ser algo extremamente gratificante para alguém nesta idade. De acordo com estudos realizados, a grande maioria de idosos que têm cães consideram-se mais apoiados quando estão tristes ou doentes, na medida em que acariciar o cão e falar com ele faz com que se sintam melhor. Para além disso, em casos em que o idoso se sinta mal, desmaie e necessite de ajuda, muitas vezes o próprio cão é que pede ajuda aos vizinhos, ladrando e chamando a atenção, podendo mesmo serem treinados para essas situações. Cães treinados para encontrar aves nas pistas dos aeroportos Também num aeroporto, mas desta vez no Rio de Janeiro, uma equipe canina foi treinada para rastrear e encontrar ninhos de pássaros na pista, para que sejam recolhidos e posteriormente libertados noutras áreas. Um Pointer trabalha em conjunto com um gavião, cuja função, por sua vez, é afugentar e capturar aves que possam ser um risco para a segurança aeronautica, podendo causar

danos na fuselagem dos aviões ou mesmo no motor.

Cães de guerra Sim, o nome é mesmo esse – war dogs. E apenas coloco aqui esta “profissão” canina com o intuito de dar a conhecer este capítulo negro da história dos cães e para demonstrar até onde o Homem consegue ir para atingir os seus propósitos, colocando o cão ao seu serviço para os fins mais execráveis. Poderíamos ainda falar das lutas de cães e de outras situações semelhantes, mas penso que bastará este exemplo. Durante a Segunda Guerra Mundial, foram treinados cães explosivos anti-tanque, na maioria da raça Cão de Pastor Alemão. Tudo começou na União Soviética em 1924, onde foram criadas várias escolas de cães em que estes eram treinados para carregar suprimentos, rastrear minas e salvar pessoas, tendo sido bastante bem sucedidos. Até que alguém decidiu que seria uma boa ideia transformar o melhor amigo do Homem numa arma contra tanques. Estes eram treinados para carregar explosivos presos aos seus corpos até tanques inimigos, onde seriam detonados. Já não bastava o fim a que se destinavam estes cães, como o treino implicava que ficassem sem comer, pois a comida era colocada debaixo de um tanque, para ensiná-los que debaixo dos tanques era onde estava a comida. No entanto, em pleno campo de guerra, a esperança de encontrar comida não os motivava o suficiente, e muitos nem se chegavam perto. Ainda assim, devido ao sucesso de algumas batalhas, os cães continuaram a ser treinados até 1996 e em países como o Japão e Estados Unidos. Já em 2007, também existem relatos da utilização de cães-bomba na guerra do Iraque. Actualmente, ainda são treinados e utilizados cães de guerra. Porém, com funções como rastreio e detecção de explosivos, salvando muitas vidas humanas. Tal como acontece com os cães-polícia, na maior parte das vezes, estes cães, no final da sua carreira, acabam por ser adoptados pelo próprio soldado com quem trabalharam. Conforto de crianças em casos de abuso de menores Passou-se no Canadá, recentemente. Hawk, um Labrador Retriever ao serviço da polícia local, tem como função confortar crianças que estão a testemunhar num caso de abuso de menores. Enquanto a criança está a depor através de um circuito interno de televisão, está acompanhada pelo cão que a conforta com as patas quando esta se sente mais agitada. E mesmo que a criança chore ou grite, o Hawk mantém-se sereno e um fiel companheiro destas crianças, proporcionando algo que um Humano não conseguiria fazer.


Cães que detectam doenças Os cães têm um sistema olfactivo superior a qualquer outro animal (até 100 mil vezes superior ao dos Humanos). Eles conseguem detectar uma partícula entre biliões. No Medical Detection Dogs (MDD), desde 2008, médicos, treinadores e cães trabalham para melhorar e desenvolver uma técnica inigualável de triagem e rastreio de células cancerígenas. É que os cães, com os seus “supernarizes” conseguem, a partir de amostras de urina, detectar a presença, ou não, de células cancerígenas. A Daisy, a estrela da companhia, é uma Labradora que nos primeiros 4 anos de trabalho detectou correctamente 551 casos de cancro em mais de 6 mil amostras farejadas. O objectivo deste programa é ajudar as pessoas a evitar testes não essenciais e falíveis, ou recomendar a realização de biópsias nos casos realmente necessários, principalmente nos cancros da próstata e do pâncreas que são mais difíceis de diagnosticar. De acordo com os estudos efetuados, as células cancerígenas libertam cheiro. O Labrador Parker começou a ter um comportamento estranho, cheirando persistentemente um eczema na coxa do dono. Este foi ao médico e o resultado de uma biópsia acabou por revelar um carcinoma. A Daisy, começou a ter um comportamento estranho com a dona, a presidente e directora do MDD, e um dia não parava de saltar e de bater com as patas no peito da dona, que acabou por ir ao médico e descobrir que tinha um tumor mamário num estádio muito inicial, numa localização muito profunda e difícil de detectar. Mas não é apenas o cancro que os cães conseguem detectar. Eles podem ser treinados para alertar os donos em caso de mudanças de cheiro que estão associadas a complicações médicas graves como a narcolepsia, a doença de Addison, a diabetes ou alergias muito severas. O Magic, um Labrador treinado na MDD, tem a função de alertar a dona, que sofre de diabetes tipo I e tem muitas oscilações nos valores de glicémia, que levam a quedas e perdas de consciência constantes. Então, sempre que os valores da glicémia aumentem ou baixem muito, o Magic corre para a dona e começa a lambê-la e a empurrá-la e até lhe traz o kit de controlo da glicémia. Cães-polícia O trabalho dos cães com os polícias já é bastante antigo e tem vindo a ampliar-se nas últimas décadas. Inicialmente os cães eram utilizados essencialmente para o rastreio, mas hoje em dia já têm funções tão diversas como a imobilização de suspeitos, manutenção da ordem pública, identificação de substâncias ilícitas, como explosivos e

narcóticos, e operações de busca e resgate de pessoas em perigo. A grande vantagem dos cães-polícia é o facto de terem fácil acesso a alguns locais que o Homem não consegue alcançar, bem como, as suas capacidades auditivas e olfactivas extraordinárias. Os mais comuns são os Pastores Belgas Malinois e Cães de Pastor Alemão, no entanto, podemos ver as mais variadas raças, consoante a sua função. Cães de busca e salvamento Desde há alguns anos que esta profissão canina tem sido muito divulgada. Os cães, devido ao seu olfacto extremamente apurado, são uma ajuda essencial para encontrar pessoas perdidas, feridas e por vezes, encarceradas, que de outra forma dificilmente seriam salvas. São utilizados principalmente em situações de catástrofe, como os sismos ou derrocadas, em que muitas pessoas ficam soterradas. O trabalho do cão consiste em localizar a pessoa e ladrar, até que o polícia ou o bombeiro se aproxime e inicie o trabalho de salvamento. Temos como exemplo o tsunami de 2011 que atingiu o Japão, em que foram destacadas equipas caninas de busca e salvamento de vários países, em auxílio às pessoas que ficaram soterradas e presas nos escombros. Cães-guia Esta é também uma actividade canina já bastante conhecida. E, certamente, todas as pessoas portadoras de deficiência visual que tenham um cão-guia se sentirão extremamente agradecidas por isso. Eles são, no fundo, os olhos das pessoas, auxiliando-as no dia-a-dia, proporcionando-lhes a liberdade de poderem continuar a ter uma vida normal, a andar na rua, a trabalhar e, psicologicamente, são uma ferramenta essencial para que se sintam mais seguros de si, aumentando a sua auto-estima e dando-lhes, muitas vezes, um novo sentido para a vida. O atleta paraolímpico português, Jorge Pina, da modalidade de atletismo, é um exemplo disso. Dr. Dog A Fundação Ramaswami Aiyar, na Índia desenvolveu um programa com uma equipa de 20 cães que visitam escolas e apoiam crianças com deficiências de aprendizagem e dificuldades de comunicação como a dislexia, autismo, síndrome de Down. O seu trabalho consiste apenas em serem acariciados e transmitirem tranquilidade às crianças. O sucesso deste programa incide fundamentalmente no facto de que os cães não exercem a pressão muitas vezes sentida pelas crianças com os pais ou os próprios


professores. Da forma mais afável possível, os cães ajudam as crianças a falar e a comunicar com eles e com os outros. A presença do cão facilita muito a comunicação. Por exemplo, no caso de uma criança que não falava de todo, começou a falar pedindo ao cão para lhe dar um beijinho. Terapias assistidas com cães Em Portugal é uma profissão canina ainda relativamente recente, no entanto, noutros países europeus e nos Estados Unidos já tem provas dadas. A intervenção do cão tem como objectivo promover a melhoria de estados físicos e psíquicos em diferentes áreas: emocional, social, cognitiva, comportamental e da psicomotricidade. À parte da raça, o cão deverá obedecer a critérios específicos como parte integrante do processo de tratamento. Temos como exemplo os cães que prestam apoio nas alas de oncologia pediátrica. Estudos indicam que, no dia em que os cães visitam os doentes, menos crianças ficam em recobro devido a complicações após a quimioterapia e os médicos descobriram que os níveis de adrenalina dos jovens aumenta com a presença dos cães, incrementando a sua resistência aos efeitos secundários da quimioterapia. Funcionário dos Perdidos e Achados no aeroporto Recentemente nas redes sociais tivemos a oportunidade de conhecer o Sherlock. É um Beagle, que tem um trabalho incrível e é uma ajuda preciosa para os funcionários e clientes de uma companhia aérea holandesa. A função do Sherlock é devolver os itens esquecidos dentro do avião aos seus proprietários. Para tal, ele usa um colete com bolsos, onde os assistentes de bordo colocam os objectos perdidos, como telemóveis, tablets, carteiras, e o cão sai a correr para o terminal onde já se encontra um funcionário para o receber e entregar os objectos aos respectivos proprietários. O objectivo é poder servir os clientes de forma rápida e eficaz como só um cão poderia fazer, dando aso a imensos mimos e selfies no final de cada trabalho. Apoio na conservação de reservas naturais Os cães da K9 Conservation trabalham para manter a segurança e ajudar na conservação e manutenção de reservas naturais de animais. São uma equipa de cães de trabalho de elite, altamente treinada e especializada, sendo os cães seleccionados criteriosamente para as funções que desempenham. O objectivo principal é eliminar a caça furtiva na zona e os caçadores furtivos encontrados são posteriormente punidos de acordo com a lei. As raças escolhidas são o Pastor Belga Malinois, que tem como


função rastrear os suspeitos humano (ignorando todos os rastos de animais) e imobilizá-los, se for necessário o uso da força, e o Weimaraner, cujo trabalho é rastrear animais, mortos ou feridos, e ajudar os veterinários ou investigadores. Ambos são cães de patrulha e, dependendo da situação, podem ser destacados para trabalhar em conjunto no terreno. Agora sim, não temos dúvidas de que o cão é o melhor amigo do Homem. Seja para boas causas, ou infelizmente, às vezes outras menos nobres. O que é certo é que ele está lá, sempre disposto a ajudar-nos, em troca apenas da atenção do dono, de uma festa, um brinquedo ou um biscoito. Com estes exemplos temos a prova de que é o dono que faz o cão que tem, é o Homem que o cria e transforma consoante os seus objectivos, sendo a educação e o treino o veículo para termos aquilo quisermos de um cão. A ligação entre humanos e cães remonta há mais de 12.000 anos e muitos mais virão com toda a certeza. E com isso, muitas mais profissões caninas vão surgir, serão mais divulgadas e desenvolvidas, bem como, a valorização dos seus direitos. Isto porque, as nossas vidas não seriam as mesmas sem os nossos amigos de quatro patas.


Autoria: Marta

Wadsworth da

Dog Lovers Portugal


1. Sinais de stress & ansiedade Todos os anos, ao aproximar-se da data de passagem de ano muitos de nós começam a pensar acerca de várias mudanças que querem para a sua vida. Um ano mais fit, um ano com menos vícios, um ano noutra profissão. O que muitos, poucos ou quase nenhuns de nós faz é incluir os nossos cães em nenhuma destas resoluções. E porque o faríamos? Numa família (com ou sem cães), o bem-estar depende muito da boa comunicação entre todos. Além de podermos falar uns com os outros acerca do que nos faz felizes também podemos sempre dizer aquilo que nos incomoda, daquilo que deveria ser diferente para que nos sentíssemos melhor. Alguma vez pensou que o seu cão poderá estar a tentar transmitir-lhe iguais informações acerca do que o faz feliz e desconfortável e que talvez nem sequer o consiga entender?

Os cães emitem sinais de stress ou ansiedade em diferentes contextos. Quando estão inseguros acerca de algo que se está a passar à sua volta, quando se sentem desconfortáveis com a presença de algo ou alguém, quando estão com medo ou sentem que o seu espaço foi invadido. Os sinais de stress são dos mais importantes que os donos devem reconhecer. Ignorá-los ou não agir adequadamente para garantir o bem-estar do seu cão poderá induzir, no futuro, problemas comportamentais e atitudes indesejadas, entre eles, agressividade descontextualizada como mordidas a estranhos. Alguns dos sinais a ter em atenção. É importante salientar que nem sempre temos obrigatoriamente de intervir, já que também é importante que o seu cão aprenda a conviver e lidar com as vivências diárias, sendo a ansiedade ou o confronto com situações "fora-do-comum" muito importantes para a sua socialização e bem-estar no mundo que o rodeia.

Na verdade, embora diferente daquilo que estamos habituados, a linguagem dos cães é bastante simples mas não necessariamente honesta. Mas iremos a isso mais adiante. Existe uma grande variedade de estados de espírito que são frequentemente transmitidos pelos cães aos seus donos, desde excitação, stress, nervosismo, alegria. Para além disto, também é muito importante que consigamos entender a comunicação entre o nosso cão e outros da sua espécie de forma a podermos atuar melhor em situações eminentemente perigosas e sermos capazes de relaxar quando estes apenas querem brincar.

Evitação: Quando aproximas a tua cara ou um objecto do focinho ou qualquer parte do corpo do cão e este voluntariamente se afasta e desvia o seu olhar para outro lado. Contacto visual directo + lamber o focinho ou bocejar: Estes são claros sinais de que o teu cão (ou de outra pessoa qualquer) não se está a sentir lá muito confortável com o que se está a passar. Lamber o focinho ou bocejar não são sinais de que está com fome ou sono, não.


Neste contexto demonstram claramente que o cão está a ficar incomodado ou impaciente com algo. Andar para trás: A não ser que o teu cão esteja a ter umas lições com algum caranguejo doméstico, andar para trás quando confrontado com algo é normalmente um sinal bastante claro do seu desconforto ou incerteza em relação a uma determinada situação. Hipervigilante: Cães curiosos é uma coisa. Outra coisa totalmente diferente são cães hipervigilantes em relação ao que os rodeia. Ir passear à rua com eles é como levar um espião russo a um baile de máscaras. Olham nervosamente para todas as direções, orelhas para cima e para baixo, tremem com qualquer som e saltam a qualquer aproximação. Geralmente, nesta situação a sua cauda vai estar baixa, próximo do chão ou, em último caso de ansiedade máxima, colada à barriga. Todo este cluster de sinais indica grande ansiedade num cão. Encolhido: A resposta dos cães a algo que lhes provoca medo pode ser o de se encolherem de forma a mostrar que não apresentam qualquer ameaça. Tal como no caso anterior de ansiedade, poderão encolher a cauda, baixar as orelhas e aproximar o seu corpo ao máximo do chão. O seu olhar poderá hesitar entre a "ameaça" e o chão. O cão poderá ainda emitir uma combinação de rosnar baixo com curtos ladridos ou rolar sobre si, mostrando a barriga sinal máximo de submissão. Agressividade medrosa: A agressividade num cão pode ser uma reação à sua incapacidade de lidar com a situação. Ao contrário dos que se encolhem, cães agressivos por medo irão fazer os possíveis por se apresentar como uma ameaça para que se aproxima. Assim sendo, irão levantar as orelhas, ladrar com vigor, fixar o contacto visual e possivelmente arreganhar o focinho e ameaçar (ou até mesmo concretizar) mordidas. No entanto, esta não é uma agressividade honesta. O cão entende que não tem capacidade para enfrentar o "inimigo" do seu desconforto e apenas apresenta estes sinais numa tentativa de o afastar. Poderá observar que um cão, com este conjunto de sinais (display) irá ainda manter a sua cauda próximo do chão, ou até mesmo entre as pernas e poderá retrairse, andar para trás ou fugir se aquilo que enfrenta caminhar para ele ou o tentar enfrentar.

Nos dois últimos conjuntos de sinais, tanto de um cão encolhido como o que demonstre sinais de agressividade medrosa, nunca tentes proteger o cão dando-lhe festinhas, pegando nele ao colo ou falando em tom maternal. Se o fizeres (ou fazes) apenas estás a incentivar esse comportamento. Garanto-te que para a próxima fará o mesmo ou ainda mais evidente. Em vez disso, tenta abstraí-lo desse estado mostrando-lhe outros objectos, coisas que ele goste (biscoitos, bolinhas, o que seja) e quando verificares que o cão deixa de apresentar sinais de tanto medo ou ansiedade premeia-o pelo seu comportamento. Para casos mais desenvolvidos, é sempre recomendável contactar um especialista em comportamento canino que te ajude a reverter o problema. É importante que leves estes sinais a sério e não deixes passar a oportunidade de resolver frustrações e este tipo de ansiedades o quanto antes já que podem degenerar em profundos síndromes.

2. Sinais de sobre-estimulação Cachorros e adolescentes tendem a apresentar-se super excitados com qualquer mosquinha que se cruze com eles. É óbvio que é natural que cães mais jovem possuam e exteriorizem grande quantidade de energia, não só pela sua idade mas também pelo grande efeito das hormonas que começam a preencher o seu corpo e alterar o seu cérebro, comportamento e instintos. Para qualquer dono, reconhecer os sinais de quando o cão está demasiado excitado é importante para que possa intervir, atempadamente de forma a que este possa também aprender a lidar com o seu meio-ambiente de forma mais equilibrada. Um cão pode estar sobre-estimulado quando quer brincar, passear ou interagir com o dono, outros cães ou pessoas, comer ou em muitas outras situações. O que começa por


3. Sinais de Agressividade

ser um comportamento normal, aceitável e desejável como abanar a cauda, emitir ladridos convidativos à brincadeira, apoiar-se nos quartos dianteiros, pode rapidamente passar a algo indesejável. Os sinais mais comuns, neste contexto, são os ladridos de alta frequência (muito agudos), repetitivos e direcionados ao dono ou objecto da sua excitação (pode ser outro cão, um objecto, comida, a porta da rua, entre outros), mas poderão também ser latidos de maior duração (quando parece que o cão está a chorar?!) ou ainda alguns dos sinais de stress que vimos anteriormente como lamber o focinho. Um cão sobre-estimulado geralmente incomoda outras pessoas ou outros cães em meios sociais e tal deve ser corrigido para uma melhor aceitação e enquadramento do mesmo. Tal como devemos agir perante um cão ansioso, também corrigir a sobre-estimulação deve ser feita a partir de reforço positivo. "Dar uma palmadinha" para acalmar não faz nada a longo-prazo já que o cão não irá aprender como deve agir, não lhe estamos a ensinar nada acerca do comportamento correcto que esperamos dele nestas situações. Assim sendo, novamente, apresente-lhe algo que ele valoriza bastante e apenas o recompense com o mesmo quando este alterar o seu comportamento. Em último caso, o "pior" que pode fazer ao seu cão será ignorá-lo - ele tentará fazer de tudo para obter a sua atenção, sendo que apenas a poderá conceder quando este se comportar calmamente, da forma que pretende.

Quando falámos de agressividade por medo, mencionámos que os cães possuem uma comunicação desonesta. Ao contrário dos lobos, que apresentam sinais iguais às suas intenções (apenas se mostram agressivos se pretendem de facto atacar), os cães nem sempre apresentam igual honestidade. Por isso é tão importante sermos capazes de ler claramente os seus sinais de forma a entender se estão, ou não, a ser dissimulados relativamente às suas verdadeiras intenções Outra coisa importante esclarecer é o facto de que a agressividade, per si, não deve ser encarado como algo negativo. A agressividade é inata aos animais e permitelhes, entre outros, cumprir os seus instintos de preservação (como indivíduo e espécie), muitas vezes a agressividade é utilizada para próprio benefício dos donos - proteção, desporto ou guarda e defesa dos seus bens e família. A agressividade descontextualizada é sim um factor a ter em atenção de potencial perigo para o próprio cão, a sua família e quem o possa rodear. Numa série de três artigos muito interessantes sobre a agressividade canina, (que podem consultar no site do APP - www.approject.pt) lê-se a importância de compreender o que causa agressividade no seu cão, como reconhecê-la e identificá-la e por fim, como "tratar" este problema. Gostava de recomendar todos a darem uma olhadela por estes artigos informativos e muito bem elaborados, com base em factos científicos. Ao contrário de muitos de nós que não entendemos com clareza os sinais dos nossos cães, entre eles (refiro-me a interações entre cães) as coisas funcionam de forma bastante diferentes. Os cães não se deixam intimidar por comunicações desonestas e sem que um único som seja produzido, um grande conjunto de sinais corporais podem influenciar muito o comportamento de outro cão. A sociabilização entre cães é algo que é muito importante (crucial para o seu bom desenvolvimento e vida social equilibrada). Recomenda-se por isso a todos os donos que permitam o encontro social dos seus cães, num ambiente controlado. Ao contrário de si, que pode estar a premiar comportamentos menos correctos, os outros cães ajudarão a correção de atitudes desequilibradas. No entanto, aprendermos a reconhecer e falarmos "doguês" é um primeiro passo no nosso caminho para desenvolvermos um relacionamento saudável com o nosso cão. Quer vivamos sozinhos, em família ou em comunidade.


Autoria: Vanda

Botelho da


O simples ato de passear o seu cão não é assim tão simples! O passeio diário é fundamental para a saúde física e psicológica do seu cão. Os cães são animais que descendem dos lobos e apesar de o nosso cão doméstico apresentar muitos dos seus instintos primários desvanecidos, na verdade, ainda sentem uma necessidade extrema de sair com a matilha em busca de alimento, tal como os seus ancestrais lobos fazem quando necessitam de caçar para se alimentarem! A energia despendida na caminhada, na busca e seleção da presa e durante a própria caçada é bastante superior à energia despendida num simples passeio de 10 minutos! Se vai passear o seu cão e se pretende que este passeio tenha um efeito calmante, reduzindo sintomas como ansiedade, frustração, agitação, automutilação etc… então deverá arranjar disponibilidade para no mínimo, passear durante 30 a 50 minutos! O seu cão é ansioso? facilmente excitável e agitado? É especialmente nervoso na altura do passeio? Como acalmá-lo antes de lhe colocar a coleira e trela? Em primeiro lugar é necessário ter noção de que a relação entre dono e cão durante o passeio é o reflexo da relação entre dono e cão em casa! Lembre-se que os cães assumem determinados comportamentos porque lhes foi permitido ou até ensinado, mesmo que por vezes não o quiséssemos ensinar de forma consciente! Se pretende alterar o comportamento de um cão ansioso e agitado, deverá recorrer a ajuda profissional. No entanto, existem vários procedimentos cuja aplicação prática contribuem para diminuir os sintomas de ansiedade e nervosismo. Deverá iniciar por alterar a rotina de saída de casa, mesmo antes do passeio! pois é essencialmente este o momento que irá determinar como será o resto do passeio ou seja, se ao pegar na trela para passear o seu cão, ele começa a pular, rodopiar e a ficar agitado e ansioso, então não deverá colocar a trela para sair. Se colocar a trela durante todo este comportamento, na verdade, estará a transmitir ao seu cão que aprova este comportamento, irá reforçá-lo e recompensá-lo. Para alterar o ritual de saída, adote alguns procedimentos de forma consistente: 1- Não incentive o seu cão a ficar ainda mais ansioso e agitado, evite usar palavras de excitação como: – vamos à rua? Queres ir passear? Vamos bobi, vamos dar um passeio! Anda cá menino vamos à rua! … O seu cão é um ótimo observador! ele sabe exatamente quando é altura de passear! Através da sua linguagem corporal e através de todas as ações rotineiras antes de um passeio, o seu cão já sabe que a hora do passeio se aproxima!

2- Deixe a trela num lugar visível para o cão no dia-a-dia ao invés de a mostrar somente na altura do passeio; 3- Mantenha a calma, seja paciente, espere que o cão se acalme, evite ficar frustrado com as dificuldades; 4- Use a trela na posição correta: à altura das orelhas na parte mais alta do pescoço. Esta posição ajuda a ter um maior controlo sobre o cão evitando que ele puxe em excesso, bastará um leve toque para que o cão sinta desconforto e abrande, mais tarde, não necessitará sequer de dar nenhum toque pois tornar-se-á um hábito para o seu cão acompanhá-lo ao lado durante o passeio. 5- Seja repetitivo e consistente! se o cão se acalmar e voltar a ficar agitado quando colocar a trela, retire a trela! tenha paciência… e repita o exercício; 6- Quando esta primeira etapa tiver sido ultrapassada e se o seu cão conhecer e executar o comando “senta”, dê o comando verbal de “senta” e após a sua correta execução, coloque a trela com calma e sem agitação. O seu cão deve permanecer sentado e calmo. Só deverá iniciar a marcha após você dar o primeiro passo; 7- Seja sempre o primeiro a passar por portas e portões; 8- Se ficar frustrado ou irritado, sem paciência para o comportamento agitado do seu cão, pare! Afaste-se e repita mais tarde quando se sentir mais calmo; 9- Arranje um comando verbal para que o seu cão perceba que poderá estar mais à vontade, dando-lhe mais trela. Ao sair de casa mantenha o seu cão junto a si com a trela controlada e caminhe para um local onde quer que este se alivie, e nesse local, use um comando verbal escolhido por si, ( “livre” por exemplo) e nesse momento, permita que o cão se afaste um pouco mais de si, mas sempre à trela para que o possa controlar! (lembre-se que um cão nunca deverá ser solto se não estiver apto a responder à chamada do dono obedientemente!);


10- Após o cão ter-se aliviado, inicie a sua caminhada de forma acelerada, não pare apenas porque ele pretende cheirar algo, ele só terá permissão para parar e cheirar algo, ou deitar-se ou brincar com um objecto, etc… após ter sido proferido o comando verbal mencionado no ponto 9; 11- Para controlar a caminhada junto a si, faça um exercício em zigue-zague, se o cão passar à sua frente, mude de direção, ele perceberá que terá que estar mais atento a si; 12 – A caminhada é essencial para canalizar a energia do seu cão e gastá-la. Vai ser esta canalização da energia no exercício que irá atenuar os seus sintomas de ansiedade e nervosismo, acalmando-o e deixando-o relaxado no final do passeio e nas 2 a 4 horas a seguir ao passeio; A longo prazo, a prática regular do exercício diário nos passeios de 30 – 50 minutos irá contribuir para que o seu cão apresente um comportamento mais calmo e tranquilo; 13- Cães de grande porte necessitam de caminhadas mais longas, de 40 a 50 minutos, cães de porte pequeno e médio poderão ficar satisfeitos com caminhadas de 30 a 45 minutos; Estes tempos de caminhada são meramente indicativos, pelo que, deverá aumentar o ritmo e tempo de caminhada de forma progressiva, o seu cão precisará de

se adaptar gradualmente à nova atividade física. Esteja atento a sinais de cansaço e desidratação, principalmente nas épocas do ano mais quentes; 14- Regra geral, evite sempre e em qualquer circunstância dar atenção ao cão quando ele estiver agitado e nervoso, não confunda felicidade com excitação! Aplique este princípio especialmente quando chega a casa; 15- Se tiver dificuldades ou não se sentir seguro durante a aplicação destes procedimentos, contacte um profissional na área do comportamento e adestramento canino, este poderá orientá-lo durante todo o processo.





Fotos gentilmente cedidas por:

Wolfwatcher


Grupo Lobo


Grupo Lobo




Espaço dedicado à divulgação das actividades do “Adestramento Positivo Project” iniciativa criada e dinamizada pelo Dep. de Divulgação, em estreita colaboração com Dep. de Formação do CCVL, com o objectivo de divulgar e difundir o ensino animal sem castigos, cujo lema é:

O Projecto A convite do CCVL, três adestradores formados pelo Dep. de Formação do Centro Canino Vale de Lobos, decidiram unir-se para criar o presente "Adestramento Positivo Project". As Adestradoras Tânia Carvalho da TC-Treino Canino, Ana Bártolo e o Adestrador Francisco Barata da Oficina dos Cães, mais tarde entraram Vanda Botelho e Ricardo Pinto da Ativanimal e mais recentemente Andreia Lauro da Dog Instinct com o apoio técnico e logístico do Centro Canino de Vale de Lobos, acharam que o panorama do ensino canino em Portugal não reflectia o que já se fazia nesta área por essa Europa fora. As suas formações tiveram como suporte o adestramento científico baseado no condicionamento operante com a apresentação de um estímulo agradável e o que acontece é que os métodos tradicionais da obrigação, da subjugação e dos castigos físicos e psíquicos ainda é o mais utilizado no nosso país o que é totalmente errado e retrógrado. A ciência já nos permite ensinar animais sem recorrer a esses métodos, e são essas evoluções da ciência da aprendizagem que este projecto pretende divulgar e difundir. A particularidade deste projecto está em que todos os profissionais que o compõem terem feito a sua formação cinotécnica no Centro Canino de Vale de Lobos - Cursos de Formação Canina


Durante os Ăşltimos 3 meses foram estabelecidas uma sĂŠrie de parcerias com diversas entidades do universo canino





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Formamos: Cães & Lobos

Edição Nº 1

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Presencial Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como profissionalmente.

Primeiro curso administrado em Portugal com base nas últimas investigações Estrutura Programática do Curso

Módulo 1

(teórico)

1.1 CONHECER O CÃO 1.1.1 1.1.2 1.1.3 1.1.4 1.1.5 1.1.6

Conhecer como funciona um cão O Carácter num cão O Temperamento num cão A Comunicação canina Os Instintos Básicos caninos Conhecer o cão que se vai adestrar

1.2 MÉTODOS DE ADESTRAMENTO 1.2.1 Métodos de Adestramento 1.2.2 Traçar objetivos 1.2.3 Escolher o melhor método de Adestramento 1.2.3.1 Em função do cão 1.2.3.2 Em função do dono 1.2.3.3 Em função dos objetivos 1.2.4 As várias fases do Adestramento

Módulo 2

(prático)

2.1 O ADESTRAMENTO EM OBEDIÊNCIA SOCIAL 2.1.1 Material de adestramento 2.1.1.1 Material de contenção 2.1.1.2 Material de assistência 2.1.1.3 Material didático 2.1.2 Postura corporal do adestrador 2.1.3 Desenvolvimento da motivação do cão 2.1.4 Condicionamento e aquisição de hábito 2.1.5 Exercícios de Obediência Básica 2.1.5.1 Exercício de andar ao lado 2.1.5.2 Exercício de sentar 2.1.5.3 Exercício de deitar 2.1.5.4 Exercício de deitar e ficar quieto 2.1.5.5 Exercício de chamada

2.2 SOCIABILIZAÇÃO 1.3 CONDICIONAMENTO OPERANTE 1.3.1 1.3.2 1.3.3

Definição O que é o Clicker O treino com Clicker

2.2.1 Sociabilização intraespecífica 2.2.2 Sociabilização interespecífica

… e donos responsáveis! Página 1


Formamos: Cães Cães & & Lobos Lobos

Entrevista

Edição Edição Nº Nº 1 4

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS Módulo 3

(prático)

3.1 ADESTRAMENTO EM GUARDA E DEFESA 3.1.1 Determinar as aptidões do cão 3.1.2 O Figurante (Homem de ataque) 3.1.2.1 Vestuário 3.1.2.2 Equipamento 3.1.2.3 Formação 3.1.3 O trabalho de motivação 3.1.4 O treino técnico das mordidas 3.1.5 O treino da inibição da mordida (larga) 3.1.6 O treino da fuga do figurante 3.1.7 O treino da busca do figurante 3.1.8 O treino do ataque surpresa ao guia 3.1.9 O treino do ataque longo

Módulo 4

(teórico)

4.1 COMPORTAMENTOS ANÓMALOS E DESVIANTES 4.1.1 Agressividades 4.1.1.1 Definição e tipologias

4.1.2 Micção ou defecação inadequadas 4.1.2.1 Definição 4.1.2.2 Tratamento 4.1.3 Ansiedade por separação 4.1.3.1 Definição 4.1.3.2 Tratamento 4.1.4 Fobias 4.1.4.1 Definição 4.1.4.2 Tratamento 4.1.5 Manias Maternais 4.1.5.1 Definição 4.1.5.2 Tratamento 4.1.6 Hiperatividade e hiperexceptibilidade 4.1.6.1 Definição 4.1.6.2 Tratamento 4.1.7 Comportamentos estereotipados 4.1.7.1 Definição 4.1.7.2 Tratamento 4.1.8 Ingestão Inadequada 4.1.8.1 Alimentação Estranha 4.1.8.2 Coprofagia 4.1.8.3 Objetos 4.1.9 Síndrome de Disfunção Cognitiva

Curso intensivo de formação de monitores de adestramento científico canino (presencial) Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como profissionalmente Características do Curso Tipo de Curso: Curso presencial ministrado em sistema intensivo de 15 dias de duração, com uma carga horária lectiva diária de 4 horas, incluindo as componentes prática e teórica. Início do Curso: A combinar com o formando Local das Aulas: Campo de Trabalho do Centro Canino de Vale Lobos – Vale de Lobos - Sintra Método de Ensino: Científico Quantidade de Alunos por Curso: 1 Documento fim de Curso: Certificado com informação detalhada sobre as avaliações intercalares e finais e matéria leccionada

Estrutura Programática do Curso Módulo 1

(teórico)

Módulo 2

(prático)

Do Curso de duração normal

… e donos responsáveis! Página Página 131


Dog Lovers Portugal



Propriedade:

Cães & Lobos Nº 13

Centro Canino de Vale de Lobos www.ccvlonline.com contacto@ccvlonline.com

Edição: Dep. Divulgação do CCVL http://Comportamentocanino.blogspot.com

Revista Digital de Cães e Lobos

Colaboradoraram nesta edição:

Editor: Sílvio Pereira sp@ccvlonline.com Colaboraram nesta Edição: Andreia Lauro, Karin Medeiros, Marta Wadsworth, Nídia Rodrigues, Ricardo Duarte, Vanda Botelho, Vanessa Correia Paginação e execução gráfica: Sílvio Pereira Nota: Todo o material publicado nesta edição é da exclusiva responsabilidade dos seus autores. _________________________ Página web: http://revistacaeselobos.weebly.com revista.caeselobos@ccvlonline.com

Andreia Lauro andreiaplauro@gmail.com

https://www.facebook.com/doginstinctpt Karin Medeiros pirakarin@gmail.com

www.adestramentoresponsavel.com Marta Wadsworth marta.wadsworth@gmail.com

https://www.facebook.com/dogloversportugal Nídia Rodrigues nidiaaprodrigues@hotmail.com

https://www.facebook.com/PsiCanis.AdestramentoePsicologiaCanina Ricardo Duarte r_duarte_9@hotmail.com

Vanda Botelho vandabotelho80@gmail.com

www.ativanimal.com Vanessa Correia

vanessa_correia_sb@hotmail.com

www.acasaprateada.com


Formamos:

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

Curso destinado a todos os proprietários que queiram adestrar os seus cães em casa (portanto, no seu território) evitando assim as sempre stressantes e por vezes traumatizantes idas às escolas de treino canino. Características do Curso Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: De 2 a 4 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do aluno). A quem é dirigido este Curso: Com este Curso o dono dispensa as sempre angustiantes e traumáticas idas às escolas de treino, uma vez que o cão aprende no seu próprio território, portanto, qualquer pessoa está em condições de frequentar este curso , a única limitação prende-se com a obrigatoriedade de possuir um cão (seja ele de que raça for) uma vez que numa das fases do Curso terá que aplicar na prática, as técnicas que vão sendo estudadas. Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/teórica e conhecimento profundo do aspeto funcional do cão, assim como uma identificação da interação dos mecanismos da aprendizagem com os vários tipos de condicionamento. No aspeto prático adquire-se um conhecimento básico dos princípios gerais do Condicionamento Operante assim como a utilização do clicker como instrumento fundamental no moderno treino científico canino. Resumindo, o formando fica perfeitamente preparado não só para poder treinar o seu cão positivamente mas também para compreender a sua linguagem, o seu carácter, a sua personalidade e o seu temperamento.

Estrutura Programática (resumida) Módulo 1 (teórico) 1ª Parte - Conhecer o Aspeto Funcional do Cão 2ª Parte - O Carácter e o Temperamento num Cão 3ª Parte - A Comunicação Canina 4ª parte - Os Instintos 5ª Parte - Condicionamento Operante 6ª parte - Descobrir o Clicker

Módulo 2 (prático) 7ª Parte - O Adestramento em Obediência Social 8ª Parte - Motivar e Condicionar o Cão 9ª parte - Exercícios de Obediência Básica 10ª Parte - Sociabilização

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-on-line-de-adestramento-positivo-canino.html

… e donos responsáveis!


Formamos:

Profissionais competentes... Departamento de Formação do: CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Características do Curso Objetivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre a identificação, diagnóstico, tratamento e prevenção dos Comportamentos anómalos, desviantes e patológicos dos cães que vivem integrados na sociedade humana. É um Curso abrangente uma vez que é transversal a todos os Problemas Comportamentais dos canídeos domésticos. Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 3 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do formando). A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Adestradores Caninos que sentem dificuldades na interpretação e tratamento destas patologias cada vez mais presentes na interação dos cães com os seus donos e o meio envolvente. Mas também a todos os interessados na temática do Comportamento Canino e nas alterações causadas por via da domesticação. Perspetival de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de interpretação, diagnóstico, tratamento e prevenção das Patologias do Comportamento. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, resolver todos os problemas ligados à área Comportamental.

Estrutura Programática do Curso Tema 1 - Como Funciona um Cão Tema 2 - O Carácter Tema 3 - O Temperamento Tema 4 - A Comunicação Canina Tema 5 - Os Instintos Básicos de Sobrevivência Tema 6 - Os Condicionamentos Tema 7 - As Agressividades Tema 8 - Ansiedade por Separação

(Resumido)

Tema 9 - Síndrome de Disfunção Cognitiva Tema 10 - Fobias Tema 11 - Manias Maternais Tema 12 - Hiperatividade e Hiperexcitabilidade Tema 13 - Comportamentos estereotipados Tema 14 - Ingestão Inadequada Tema 15 - Eliminação Inadequada

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-de-psicologia-canina.html

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