Nº 14 - Abril | Maio | Junho 2015

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Formamos:

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

Curso destinado a todos os criadores, ou potenciais criadores caninos. Características do Curso Objectivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre Criação Canina, todos os criadores, ou que pretendam vir a sê-lo, na medida em que, este Curso abarca toda esta temática, desde os conceitos de Genética Canina até à entrega do cachorro ao futuro dono. Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 6 meses ou 500 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do formando). A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Criadores Caninos que sintam algumas lacunas no seu conhecimento acerca dos Temas propostos no mesmo. É igualmente dirigido a todos aqueles que pretendam iniciar esta apaixonante e nobre atividade que é a Criação Canina. Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de Criação Canina. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, Criar cães, uma vez que está na posse de formação técnica e científica específica necessária para o fazer.

Estrutura Programática (Resumida) Tema 1 - A Genética Canina Tema 2 - O Período Reprodutivo Tema 3 - A Reprodução Tema 4 - A Gestação Tema 5 - A Patologia da Reprodução Tema 6 - A Alimentação da Cadela gestante Tema 7 - O Parto Tema 8 - A Amamentação Tema 9 - O Desmame Tema 10 - Primeiras etapas do desenvolvimento do Cachorro Tema 11 - Enfermidades do Período neonatal Tema 12 - O Crescimento do cachorro Tema 13 - Desparasitação e Vacinação dos Cachorros Tema 14 - A entrega dos Cachorros Tema 15 - Identificação e Registo dos Cachorros

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-de-psicologia-canina.html

… e donos responsáveis!


A maior de todas! Sim, esta é a maior revista que o Dep. de Divulgação do CCVL já produziu. São 82 páginas carregadas de interesse e imagens de encher o olho. Os nossos colaboradores voltaram a esmerar-se criando um conjunto de artigos de inegável interesse e actualidade. Realçamos um artigo muito bem conseguido da nossa carioca a Karin Medeiros, que aborda um tema que tem sido tabu e ninguém o tem mencionado: o facto de os cães pretos serem estigmatizados na altura da adopção. Mas todos os outros artigos são igualmente muito pertinentes e que vão, de certeza, ajudar os donos num melhor relacionamento com os seus amigos patudos. Continuamos, no espaço que dedicamos aos Lobos, a apresentar óptimas fotografias destes extraordinários animais e a divulgar notícias do Grupo Lobo. Voltámos a publicar a personalidade em destaque que neste número foi dedicada à Dra. Sophia Yin, que se suicidou no passado mês de Setembro de 2014. Voltámos também a publicar a secção: “Livro Recomendado” desta vez sugerimos um livro que conta histórias de lobos em Portugal. Continuámos a dar notícias do APP e a publicar reportagens fotográficas dos eventos onde este participou ou organizou. Além disso, criámos o espaço “APP Solidário” para divulgar as acções de solidariedade em que está empenhado. Boas leituras e até Junho!

2 Como evitar que um cão da família morda as suas crianças (Vanda Botelho) 8 Ginástica mental para cães (Marta Wadsworth) 14 O que é a psicologia Canina? (Ricardo Duarte) 19 A interpretação da linguagem caudal (Sílvio Pereira) 20 Esterilização / castração (Vanessa Correia) 27 Regras, rotinas, limites (Nídia Rodrigues) 34 Intervenção nutricional na resolução de problemas de comportamento

(Sílvio Pereira)

A Redação

Navegue connosco nas ondas da web Revista Cães & Lobos www.facebook.com/ revistacaeselobos Centro Canino de Vale de Lobos www.ccvlonline.com

39 Como escolher o brinquedo ideal para o seu cão (Vanda Botelho) 43 Síndrome do cão preto (Karin Medeiros) 46 A importância dos cães fazerem amigos (Marta Wadsworth) 13 - Personalidade em destaque Dra. Sophia Yin

Departamento de Formação do CCVL http://formacaoccvl.weebly.com

25 - Livro Recomendado 50 - Espaço Lobo

Departamento de Divulgação do CCVL Blogue: http://comportamento-canino.blospot.com Fórum: http://comportamento-canino.forumotion.net

57 - Espaço Adestramento Positivo Project 67 - Espaço APP Solidário

www.facebook.com/ccvlobos


Como evitar que o c達o da fam


mília morda as suas crianças Autoria: Vanda

Botelho


“Todos os anos perto de 2,8 milhões de crianças são mordidas por cães em todo o mundo. Mais de metade destes acidentes envolvem o cão da família ou de um amigo ou vizinho conhecido.”

É possível existir uma agradável e pacífica convivência entre crianças de todas as idades e cães! Na maior parte dos casos em que não se verifica este tipo de interacção pacífica e agradável, é porque os próprios pais desconhecem ou negligenciam por completo as regras básicas de segurança a aplicar durante as sessões de brincadeira entre cães e crianças. A maior parte dos pais envolvidos nestes acidentes não têm qualquer conhecimento sobre esta espécie tão próxima e leal ao Homem, partindo do pressuposto que um cão “bonzinho” nunca morderá qualquer criança. É importante que se entenda de uma vez por todas que não existem cães “bonzinhos” nem cães “mauzinhos”, são simplesmente cães! Cada um demonstrará comportamentos típicos do seu caráter e temperamento que podem ser desenvolvidos ou inibidos, consoante a orientação dada pelos humanos responsáveis pela sua criação e educação.

Nunca adote ou compre um cão como presente para os seus fil como, toda a responsabilidade financeira e cívica que estes sere to das consultas veterinárias, passeios e exercício diário, será v mento e nem qualquer noção sobre estas responsabilidades! Se quer, mentalize-se que: vocês – pais, serão os responsáveis pelo

-Disponibilidade e vontade para passeios na rua e brincadeiras que incluam o cão;

Se compreender todas estas responsabilidades e estiver decidido comprar um cão. Lembre-se no entanto, que quando fizer a escol caráter e temperamento. O ideal será entrar em contacto com u no. Este será a pessoa indicada para o ajudar a reconhecer um cã e à sua personalidade. Se é uma pessoa calma e pouco ativa, necessita de correr pelo menos 2 vezes por dia durante uns 30 m mais ativo e dinâmico.

-Disponibilidade para aprender a interpretar a linguagem corporal canina;

Agora que ponderou sobre todas estas questões e está decidido com a sua família as regras básicas para que este se adapte corr

-Disponibilidade para conhecer e compreender os conceitos básicos de psicologia canina, para adestrar o seu cão em obediência social integrando-o numa sociedade com regras feitas para humanos;

O seu futuro companheiro canino já chegou a casa! Lembre-se decerto não vai gostar que uma ou duas crianças o recebam de f só, poderá ter um desfecho desagradável! Aliás, muitas das dev têm como principal causa, a resposta agressiva que o cão apres tam.

Quando se toma a decisão de incluir na família um elemento canino, há que levar em consideração vários fatores para ser um dono responsável:

-Disponibilidade financeira para os tratamentos veterinários, alimentação, hotéis ou petsitters quando se ausentar de férias, para a aprendizagem de noções de psicologia canina com adestradores caninos qualificados para tal; -Disponibilidade para supervisionar as brincadeiras entre crianças e cães, dentro e fora de casa.

“O cão deverá parar à entrada da porta, deixe q entrar. Assim que ele demonstrar uma postura c frente e entre.”


lhos! As crianças desconhecem as necessidades de um cão bem es exigem! O responsável pela educação do cão, alimentação, cusvocê e somente você! A criança não tem conhecimento, discernie pretende levar para casa um cão ou gato ou outro animal qualanimal em causa!

o a assumi-las então, estará preparado para pensar em adotar ou lha do cão que levará para casa deverá ter em consideração o seu um profissional com alguma experiência em comportamento canião com o caráter e temperamento adequado ao seu estilo de vida não vai gostar de partilhar o seu espaço com um cão ativo que minutos, este cão será indicado para alguém com um estilo de vida

a ir buscar o novo membro da família, então deverá ainda definir rectamente à sua vida e família.

e que ele está assustado, encontra-se num ambiente estranho e forma ruidosa com toques, abraços fortes e empurrões, isto por si voluções de cães adotados impulsivamente senta assim que as crianças o cumprimen-

que sinta o novo odor antes de corporal calma, dê um passo em

“Nunca adote ou compre um cão como presente para os seus filhos! “

O cão deverá parar à entrada da porta, deixe que sinta o novo odor antes de entrar. Assim que ele demonstrar uma postura corporal calma, dê um passo em frente e entre. Deixe que o cão cheire o espaço circundante aproveitando desde já, para limitar os espaços onde o cão não poderá entrar ou frequentar durante o dia-a-dia. Durante este processo, a restante família deverá permanecer sentada no sofá e aguardar calmamente até que o cão se mostre curioso e se aproxime. Não devem fazer qualquer carícia de imediato, devem aguardar até que o cão se sinta confortável no seu novo espaço. Mostre-lhe com calma o local onde deverá dormir e comer, e quando o cão se mostrar mais descontraído e se aproximar dos membros da família a procurar interação, poderá acariciá-lo e brincar um pouco com ele, mas sempre sem gestos bruscos ou gritos.


“Educar o seu cão desde tenra idade através da aplicação de reforços positivos após comportamentos desejáveis, e através de repreensões após comportamentos indesejáveis, sem nunca recorrer à violência ou agressão, são medidas essenciais para evitar surpresas desagradáveis no futuro. A supervisão constante das brincadeiras entre crianças e cães, entender um pouco de psicologia canina e de comportamento canino são os pontos essenciais para o sucesso!”

A ter presente não só durante as semanas qu

1. Certificar-se de que toda a família irá respeitar as regras pré-estabele

(Regras como não saltar para cima de qualquer pessoa para cumprimen

2. Arranjar um espaço (cama ou casota) para que o seu cão se refugie q (Crianças e adultos devem respeitar os períodos de descanso dos cães, espaço.)

3. Certificar-se que ambos os pais entendem os conceitos básicos de ps

(Contactar um profissional para uma sessão teórica de esclarecimento opção, será a pesquisa em livros, internet e revistas da área.)

4. Ensinar ao cão os comandos básicos de obediência, por exemplo: aq

(Integrar uma aula para cães ao fim-de-semana ou contratar um adest comportamento do seu cão.)

5. Empenhar-se para apender a interpretar sinais indicadores de tensão -Lamber os lábios repetidamente (apaziguamento/ansiedade);

-Arfar rapidamente sem ter feito qualquer actividade física desgastante -Ganidos e pequenos latidos agudos e curtos (ansiedade); -Vários bocejos num contexto agitado (ansiedade);

-Abanar-se várias vezes sem ter o pêlo molhado ou sujo com terra( tens

-Permanecer imóvel com olhar fixo num ponto e boca fechada (tensão/ -Tremores sem estar frio (ansiedade/medo);

-Mostrar os dentes e ladrar com a cauda completamente no meio das p -Etc…

6. Explicar às crianças quais as atitudes a evitar para não provocar com

“Existem inúmeros cães que poderiam ser excelentes membros da família desde que fossem orientados pelos adultos responsáveis: os pais!”

-Abraçar o cão; -Não respeitar o espaço pessoal do cão apesar dos seus avisos através -Acordar o cão com beliscões e empurrões ou puxões de orelhas;

-Tirar a comida/brinquedo directamente da boca do cão ou do seu espa -Invadir a casota/cama do cão quando este está a repousar.

7. Adultos devem estar sempre presentes para supervisionarem as b repreendendo o cão quando este tem um comportamento inaceitável p


ue antecedem a chegada do novo membro mas também, durante toda a vida do cão:

ecidas referentes ao novo elemento canino;

entar, não dormir nos sofás e camas, não tirar comida da mesa durante as refeições ou pedinchar durante as mesmas, etc…)

quando não quiser brincar com as crianças ou para quando necessite de repousar ou dormir; quando estes se recolhem na casota ou cama é porque necessitam de espaço. As crianças devem ser ensinadas a respeitar esse

sicologia canina, favorecendo o adestramento do seu cão essencialmente pela positiva e sem violência;

o acerca de psicologia canina e adestramento positivo é uma alternativa com um custo bastante razoável nos dias de hoje. Outra

qui, larga, lado/junto, senta/seat, deita/down e busca;

trador para aulas no domicílio, são alternativas com preços bastante acessíveis hoje em dia, fazendo toda a diferença no futuro

o/ansiedade/medo no seu cão, e ensiná-los às crianças:

e (ansiedade);

são/insegurança);

/aviso antes da mordida ou antes de tentativa de mordida);

pernas (medo/receio de ameaça)

mportamentos agressivos por parte do cão:

dos sinais corporais de tensão;

aço pessoal sem ordem verbal ou gestual para largar ou afastar-se;

brincadeiras entre crianças e cães, repreendendo a criança quando esta tem um comportamento inaceitável para com o cão, e para com a criança



Autoria: Marta

Wadsworth

Dog Lovers Portugal


Surpreendido por saber que o teu cão também precisa de fazer uns exercíciozinhos mentais?! Não só é verdade como também a ginástica mental é uma coisa que deveria ser estimulada em todos os cães, desde cachorros até à sua vida sénior. Desengana-te se achas que o teu cão apenas tem neurónios para apanhar bolinhas ou agradar os donos com truques treinados. Os cães têm grande capacidade de resolver problemas e, embora a sua "inteligência" seja muito diferente da nossa, estes devem ser estímulados e constantemente desafiados a desenvolvê-la em problemas reais. E como não só de exercício físico vive um cão, também é importante que comeces a pensar em alguns exercícios mentais para o teu doggie. A Dog Lovers fez uma pesquisa e chegámos ao top dos 3 exercícios que podes fazer (facilmente e sem gastar muito ou nenhum) para motivar o teu cão em novos desafios.

1. Vamos usar o nariz O olfacto de um cão é milhares de vezes mais sensível que o dos humanos. Sim, milhares, na verdade entre 1.000 a 10.000 vezes mais "poderoso"! Olha para este quadro que mostram o número de receptores olfactivos por raça: Espécie/Raça

Número de receptores olfactivos

Humanos

5 milhões

Dachshund

125 milhões

Fox Terrier

147 milhões

Beagle

225 milhões

Pastor Alemão

225 milhões

Perdigueiro

300 milhões

Bloodhound

400 milhões

Os cães usam o seu olfacto para identificar o mundo à sua volta, sendo este o seu sentido mais apurado (excepto raras excepções de raças dentro dos Sighthound, como o Saluki). Através do olfacto reconhecem pessoas, seguem pistas, orientam-se e interpretam o mundo químico e natural. Desenvolver o olfacto é um exercício importante no desenvolvimento mental do teu cão, visto que cheirar é um dos comportamentos inatos que produz resolutados mais valorizados e fidedignos para qualquer cérebro canino. Assim sendo sugerimos exercícios que estimulem os cães a cheirar e "caçar" pelo cheiro, com uma recompensa saborosa como reforço pelo seu esforço. O jogo mais simples tanto de ensinar como de desenvolver (até dentro de casa naqueles dias de chuva em que não apetece nada ir brincar lá fora) é o jogo das escondidas. Tudo o que precisam de fazer é, em primeiro lugar, ensinar ao vosso cão o que é pretendido - neste caso encontrar onde está a sua tacinha com um biscoito. As

.regras são simples, o cão não deverá conseguir identificar onde está o biscoito sem recorrer à visão e quando este tocar, ou se aproximar do sítio onde esconderam o biscoito, "clickem" (caso já tenham procedido ao carregamento do clicker) e recompensem com o tesouro escondido. Podem começar por algo simples como esconder o biscoito no chão debaixo de uma toalhinha e tornando-o cada vez mais complexo. Tardes de diversão garantida para toda a família.

2. Petiscos à pata de semear… Certamente que já ouviste falar do Kong, um famosíssimo brinquedo para cães feito de borracha que permite esconder no seu interior biscoitos ou ração. O Kong tem vindo a ser altamente recomendado por terapeutas, adestradores e comportamentalistas caninos como um objecto a ser utilizado para ensinar os cães a permanecerem calmos quando estão sozinhos, para os manter iguamente entretidos durante longos períodos de tempo e também para diminuir a ansiedade por separação dos donos. O Kong (e outros brinquedos semelhantes) é mais ou menos assim:


“Desenvolver o olfacto é um exercício importante no desenvolvimento mental do teu cão, visto que cheirar é um dos comportamentos inatos que produz resolutados mais valorizados e fidedignos para qualquer” cérebro canino.

No entanto o prometido é devido e aqui prometemos divulgar soluções acessíveis a qualquer um. Felizmente apenas a nossa imaginação é o limite no que toca a criar os nossos próprios brinquedos de estimulação mental para o nosso cão.

Como sabem (alguns), no Centro Canino de Vale de Lobos, o que não falta é imaginação e foi com ela que foi construído um dos estimuladores mentais mais divertidos que já vi. Consiste mais ou menos nisto: Aqui, abrem-se as tampas e dá-se largas a bons momentos de brincadeira em que o cão terá de descobrir - por si - como retirar os deliciosos biscoitos de dentro das garrafas, que sempre giram de volta para a posição inicial. Se não é grande adepto de bricolage pode sempre falar com o construtor deste exemplar para mais informações acerca de como obter um destes para a sua casa


3. Das três uma… Sabem o famoso truque mágico de adivinhar onde está um certo objecto, entre um dos três copos virados ao contrário? Bom, se há alguém que se pode tornar um perito neste jogo enquanto se diverte à grande é o seu cão. Para este jogo tudo o que necessitas é de três copinhos (de preferência opacos... vamos tornar o jogo minimamente interessante) ou tupperwares pequeninos, o que tiveres à mão. Chama o cão para junto de ti, deixando que ele se acalme antes de começar o jogo. De seguida mostra-lhe um biscoito e esconde-o debaixo de um dos copos. Troca-os de posições várias vezes.

No final indica ao cão que este deve buscar o biscoito. A regra dita que este pode cheirar à vontade, mas pode apenas aproximar o seu focinho de um dos copos, que será o que vais revelar - mostrando a existência (ou não) do biscoito debaixo. Se ele acertar, "clicka" e deixa-o aproveitar. Caso não acerte mostra-lhe onde estava o biscoito e recomeça, sendo que não deves recompensar sem ele acertar. Poderá levar algum tempo até ao teu cão associar o comportamento "desejável", sendo que no início pode ser que tenhas de fazer jogos mais curtos repetindo a sequência apenas algumas vezes para que ele não perca o interesse pelo mesmo. Neste jogo é treinado não só o olfacto, mas também a atenção, capacidade de concentração e ainda se desenvolvem os laços entre dono e o seu cão. Muitas pessoas cumprem o seu "dever" esgotando todas as energias físicas do seu cão e mesmo assim são surpreendidas quando após horas de corrida estes ainda estão prontos para mais brincadeira. Isto acontece porque também é preciso exercitar mentalmente os nossos cães. Fazê-lo com regularidade irá promover cães menos excitáveis, mais equilibrados, satisfeitos e.. quem sabe felizes!


Personalidade Dra. Sophia Yin 1966 - 2014

e o castigo negativo (recompensar os comportamentos desejados e retirar as recompensas aos comportamentos não desejados), bem como a necessidade de observar os animais de perto e estar ciente da importância do treinador conhecer como a linguagem corporal pode afectar a resposta do animal. Yin é conhecida por combinar a ciência com aplicações práticas e funcionais no dia-a-dia. Isto deriva de uma profunda compreensão e conhecimento nos princípios de condicionamento operante e aprendizagem, o que lhe permitiu treinar animais de forma mais eficiente e eficaz. Por outras palavras, ela obtinha resultados mais rápidos. "A velocidade e direção do seu movimento e tempo e rapidez de entrega e deleite vai fazer toda a diferença no mundo.", De acordo com o blog de Sophia Yin. Yin foi única na sua capacidade de compilar e interpretar os dados científicos do comportamento animal e colocá-lo em termos de fácil compreensão para as pessoas entenderem facilmente. Yin formou-se na Universidade da Califórnia, Davis (UC Davis) e em 1993 doutorou-se em Medicina Veterinária (DVM). Yin produziu uma série de vídeos, livros educativos e cartazes para formar veterinários, treinadores de cães, outros profissionais do meio e donos de animais sobre como interagir de forma positiva com os seus cães e gatos. Dra. Sophia Yin, Veterinária, treinadora e especialista em comportamento canino, autora de diversas obras sobre treino e comportamento animal, e oradora em diversos eventos sobre os mesmos temas, suicidou-se em 18 de Setembro de 2014. Os seus programas de modificação comportamental são baseados na ciência da aprendizagem. Explorou como poucos os processos de dessensibilização sistemática e combinando os condicionamentos clássico e operante utilizando comportamentos alternativos ao que os animais estavam a apresentar. Nesse sentido, na sua abordagem enfatizou a combinação dos dois primeiros quadrantes do condicionamento operante, o reforço positivo

Sophia Yin inventou um método de treino chamado Treat & Train, que é um sistema de formação de recompensa com base no controle remoto que ajuda cães a superar problemas de comportamento e melhora o relacionamento entre os donos e seus animais de estimação. É apoiado por um estudo de laboratório e ensaio clínico. Sophia Yin suicidou-se no dia 28 de Setembro de 2014, supostamente por “Fadiga por compaixão”. Acerca deste assunto, aconselhamos a leitura de um artigo sobre a Sophia na nossa revista Nº 13 intitulado: “Fadiga por Compaixão”.


O que ĂŠ a Psicologia Canina?

Exemplos de


a

Autoria:

Ricardo Duarte

e intervenção e o porquê da sua importância


“A psicologia canina, por definição, é o estudo da mente do cão como espécie animal.”

Actualmente estão registados no World Canine Organization (mais conhecido por Fédération Cynologique Internationale) cerca de 339 raças diferentes agrupadas em 10 grupos de acordo com as caracteristicas de cada uma das raças. Não só devido à enorme variedade de raças existentes e suas especificidades, mas também aos diversos programas televisivos sobre os nossos amigos de quatro patas, o tema “psicologia canina” ganhou grande importância nos últimos anos. Ora, os cães são os nossos grandes companheiros, proporcionado e partilhando connosco diversos momentos de carinho e diversão e como tal acabamos por ter a tendência de os humanizar e agirmos com eles como agiríamos com uma outra pessoa. Esta humanização no entanto pode causar diversas falhas de comunicação e compreensão entre ambas as espécies, podendo desta forma causar alguns problemas comportamentais no cão. Por exemplo, muitos donos atribuem sentimentos de culpa e de vingança aos seus cães quando estes tem comportamentos indesejados como por exemplo defecarem ou urinarem num tapete. Os cães são capazes de associações mentais similares aos humanos, no entanto o nível de complexidade destas associações é mais básico do que nos humanos e, acima de tudo, estas adoráveis mascotes não são capazes de distinguir o certo e o errado por si só com base na moralidade ou ética como nós. Desta forma, os cães não tem a capacidade de sentir culpa e como tal não podem fazer ou deixar de fazer algo por vingança como muitas vezes lhes é atribuído pelos donos, mas na maioria dos casos, esse comportamento incorrecto não passa de um sintoma de stress devido a uma alteração inesperada na sua rotina diária.

“muitos donos atribuem sentimentos de culpa e de vingança aos seus cães quando estes tem comportamentos indesejados”

Posto isto, é importante perceber em primeiro lugar como é que os cães comunicam entre si para podermos compreender e avaliar os seus sinais básicos de comunicação.


Os cães comunicam de diversas formas, quer através de vocalizações mais ou menos frequentes e intensas quer ao nível da linguagem corporal, por sinais de maior expressão ao nível da cauda, orelhas, olhos e boca. Finalmente expressam-se também a nível olfativo, captando diversos sinais de outros cães como por exemplo a marcação territorial. Assim sendo, podemos dizer que em contraste com o mundo dos humanos, que são seres extremamente verbais, o mundo da comunicação canina leva-nos muito para além disso e como tal, a psicologia adjacente terá ela também que ser diferente. Assim, devido à diversidade de formas de comunicação é extremamente importante compreender como o cão aprende e como se expressa de modo a se conseguir compreender os seus actos. Esta aprendizagem facilita bastante quando é necessário fazer uma análise real dos seus problemas comportamentais, sendo esse um dos pontos chave, e onde assenta a grande importância da psicologia canina. Existem duas formas do cão aprender: o condicionamento clássico (ou Pavloviano) que consiste no processo de modificação comportamental com base no efeito estímuloresposta, ou seja, é o processo de aprendizagem no qual a associação de um estímulo neutro a um est ím u lo ap rend id o desencadeia uma resposta aprendida, ou condicionada, e que não existia até então; e o condicionamento operante que consiste no procedimento através do qual é modelada uma resposta através de um reforço diferencial (positivo ou negativo) e de aproximações sucessivas. A diferença principal entre estes dois conceitos centra-se no facto de que o comportamento operante ocorre num determinado contexto (estímulo) e que gera uma resposta e leva ao aumento da probabilidade de ocorrência desse acontecimento, enquanto que o condicionamento clássico está diretamente ligado a uma reação fisiológica a um determinado estímulo, como por exemplo o ato de fechar os olhos quando vimos que algo se aproxima da nossa cara.


“Podemos dizer que a psicologia canina não atua apenas na avaliação das causas comportamentais do cão, mas deve também ser encarada como ferramenta preventiva e educativa do comportamento canino, sendo por isso um meio de grande importância ao nosso dispor para uma pacífica e agradável interacção entre humanos e cães servindo não só para decifrar aquilo que eles nos querem dizer, mas também como forma de os educar a viver em sociedade.”

No entanto, tal como nos humanos, também nos cães existem informações comportamentais que são transmitidas geneticamente, e por conseguinte herdadas dos seus antepassados, como por exemplo a necessidade de procura de comida ou a importância da permanência em grupo, sendo que aqui tocamos num ponto fundamental da psicologia canina. Os cães têm como antepassados os lobos, que viviam em matilhas de forma a estarem em vantagem perante o meio onde estavam inseridos e onde respeitavam um líder (pack leader) e a sua posição na hierarquia do grupo. Como tal, essa informação foi passando de geração em geração até ao cão de hoje, apresentando desta forma um grande instinto gregário. Nós humanos somos a sua matilha, a sua família, o seu grupo e, como em todos os grupos sociais, existe uma hierarquia que deve ser respeitada de forma a manter a harmonia e coesão do grupo. A verdade é que o cão, tal como o lobo, quando se apercebe que a liderança do seu grupo não é segura o suficiente, vai tentar assumir ele próprio essa liderança, o que no caso do cão doméstico cria uma diversidade de consequências comportamentais que podem prejudicar a harmonia da casa, uma vez que ele se vai autonomear o líder do grupo e como tal “todas as decisões terão que passar pela sua aprovação”. Esta escalada hierárquica ocorre porque, o cão como membro familiar, está constantemente a observar e a aprender com tudo o que o rodeia e por isso vai agir/ reagir consoante a forma que nós humanos como os restantes membros agem, influenciando-o positiva ou negativamente no seu comportamento. Ou seja, se dentro da família todos os membros tiverem a noção da sua posição no grupo e se se comportarem como membros superiores na hierarquia, muitos problemas comportamentais de domínio e agressividade poderão ser evitados. Resumindo, o cão ao contrário dos humanos não raciocina, mas sim diferencia acontecimentos e memoriza os actos, atribuindo-lhes um valor positivo ou negativo e tendo dessa maneira, o seu comportamento futuro influenciado pelo seu julgamento, ou seja, o seu comportamento é um reflexo das suas experiências (positivas e negativas).


Com o objectivo de ajudar os profissionais da รกrea de adestramento e comportamento canino, assim como os donos que mostram interesse em obter conhecimento neste campo, decidimos publicar uma tabela que ajuda a interpretar a linguagem da cauda.


ESTERILIZAÇÃO/CASTRAÇÃO Autoria:

A esterilização de animais é um tópico que tem ganho cada vez mais atenção por parte do público. Quase todos os médicos veterinários recomendam esta cirurgia sem reservas, listando uma infinidade de vantagens. Além disso, este suporte tem sido promovido por campanhas publicitárias e grupos de ajuda animal. Não é à toa que existem estas campanhas em massa: a superpopulação de animais errantes é um assunto bastante preocupante – para quem gosta e até para quem não gosta de animais! Há milhares de animais abandonados, famintos e doentes a vaguear pelas ruas, que são frutos de acasalamentos indiscriminados. A grande maioria desses animais não consegue ser adoptada e acaba à própria sorte ou é eutanasiada.

Vanessa Correia

Orquiectomia (c A castração é uma inter que consiste na remoçã do macho. O cão castra nentemente esterilizad manifestar qualquer sexual.

Partindo do princípio que você é um dono responsável, que jamais abandonará o seu cão e não promoverá acasalamentos sem fundamentos, a decisão de esterilizar ou castrar o seu cão depende também de outros factores, inclusive a hereditariedade de doenças. Neste artigo sumarizámos os benefícios e os riscos da castração e da esterilização a longo prazo na sua saúde canina que estão descritos na literatura. O impacto destes procedimentos cirúrgicos no comportamento dos animais não será discutido.

Esterilização e castração: qual a diferença? Antes de mais, convém esclarecer os dois termos. A castração consiste na remoção dos órgãos reprodutores, ou seja, os ovários e o útero no caso das fêmeas (ovariohisterectomia) e os testículos no caso dos machos (orquiectomia). O termo esterilização usa-se frequentemente como sinónimo, contudo não tem o mesmo significado. Esterilização é o impedimento de reproduzir, que pode ser conseguido cirurgicamente com a laqueação das trompas uterinas nas fêmeas e a laqueação do canal deferente nos machos.

Ovariohisterectomia A ovariohisterectomia é u cirúrgica em que se proc útero e dos ovários da ca equivalente ao da castraçã ção é um pouco mais delic os ovários se situam na c nal. Após esta intervenç permanentemente esteril apresentar períod

L A laqueação das trompas é uma interv dação. O interesse deste método é relati


Ambos os procedimentos são realizados sob anestesia geral por um médico veterinário.

castração): rvenção cirúrgica ão dos testículos ado fica permado, deixando de comportamento .

(castração): uma intervenção cede à ablação do adela. O efeito é ão mas esta operacada, uma vez que cavidade abdomição, a cadela fica lizada e deixa de dos de cio.

Laqueação das trompas (esterilização): venção cirúrgica que esteriliza a cadela impedindo definitivamente a fecunivo uma vez que os ovários não são retirados e, por conseguinte, a cadela continua a ter períodos de cio.


Vantagens da esterilização para o canídeo A esterilização elimina os principais problemas clínicos passíveis de afetar o sistema reprodutor, reduz o risco de alguns tumores e de doenças contagiosas e ajuda a diminuir o risco de acidentes. Por esse motivo, a esperança de vida dos cães e cadelas esterilizados aumenta! Em ambos os casos, tanto nas fêmeas como nos machos, existe aumento da longevidade nos animais esterilizados, em comparação com os animais intactos sexualmente.

Vantagens da Esterilização para os Machos: Tanto os cães como os gatos atingem a sua maturidade sexual entre os 6 e 9 meses. A esterilização nos machos provoca uma drástica redução da circulação de testosterona (para além dos testículos, o córtex adrenal produz uma pequena percentagem da hormona) e, consequentemente, os comportamentos sexuais e de agressividade resultantes da acção desta hormona podem diminuir. • Diminui as fugas, menos propensão para fugir de casa e vaguear pela rua à procura de uma fêmea; • Reduz a demarcação do território (urina fora do lugar); • Evita agressividade motivada por excitação sexual constante, deixam de demonstrar comportamentos de ansiedade e irritabilidade devido à presença de uma fêmea em estro nas redondezas e pode diminuir a agressividade para com outros cães; • Evita tumores testiculares, Elimina a baixo risco (<1%) de desenvolver cancro testicular – já que no procedimento cirúrgico os testículos são removidos (este é o segundo tipo de tumor mais comum nos cães); • Reduz o risco de doenças prostáticas não cancerígenas como a diminuição do risco de hipertrofia-hiperplasia benigna da próstata (BPH); • Reduz o risco de aparecerem fístulas (feridas) perianais (na região próxima ao ânus); • Controla a população de animais, colaborando com a diminuição do número de animais de rua; • Evita a perpetuação de doenças geneticamente transmissíveis como epilepsia, displasia coxofemoral, catarata, etc.; • Os animais ficam mais tranquilos e caseiros e pode diminuir o comportamento de “monta”.

Vantagens da Esterilização para as Fêmeas: Para as fêmeas a situação é mais complexa mas, em alguns casos, os benefícios associados à esterilização podem exceder os riscos de saúde. Numa perspectiva geral, as vantagens ou não de esterilizar uma cadela dependem provavelmente da idade e da predisposição para certas doenças do próprio animal (doenças hereditárias ou da raça). As cadelas entram em cio ou período de estro aproximadamente uma vez a cada seis meses e dura cerca de 21 dias. A duração pode, no entanto, variar dependendo da raça e de outras condicionantes. • Evita acasalamentos indesejáveis, principalmente quando se tem outro macho em casa; • A esterilização realizada antes do primeiro estro, reduz drasticamente o risco de tumores mamários (um dos tumores malignos mais comuns nas cadelas). 50% dos tumores que se desenvolvem nas cadelas são mamários, 45% são malignos; • Reduz o risco de aparecerem fístulas (feridas) perianais na região próxima ao ânus; • Reduz o baixo risco (<0,6%) de contrair tumores uterinos, cervicais e nos ovários; • Elimina quase totalmente o risco de piometria, uma infecção bacteriana do útero que afecta 23 % das fêmeas intactas (não esterilizadas). A piómetra costuma acontecer depois de alguns cios e, se não for diagnosticada a tempo é fatal ; • Evita episódios pseudociense "gravidez psicológica" e as suas consequências como infecção mamária; • Evita cios, acabando com a ocorrência de perdas de sangue nas cadelas; • Deixam de demonstrar comportamentos de ansiedade e irritabilidade associados à época de cio, • Controla a população de animais, colaborando com a diminuição do número de animais de rua; • Uma gravidez pode comprometer a saúde do seu animal e tem consequentes despesas, bem como acarreta responsabilidades para com a futura ninhada; • Evita doenças transmissíveis por ato sexual ou mordida; • Evita a perpetuação de doenças geneticamente transmissíveis como epilepsia, displasia coxo-femural, catarata juvenil, etc..


Existem desvantagens? Existem, no entanto os benefícios alcançados com a esterilização superam as possíveis complicações que possam ocorrer. • Aumento de peso e problemas de obesidade – não se trata de uma consequência obrigatória da esterilização e pode ser evitado com exercício físico e dieta apropriado. Verifica-se diminuição da incidência de obesidade nos cães e cadelas que foram submetidos a esterilização antes dos 5 meses de idade; • Desenvolvimento de osteossarcoma, hemangiossarcoma e TCC (carcinoma das células de transição) na bexiga; • Ruptura do ligamento cruzado cranial no cão; • Incontinência urinária em situações de excitação e durante o sono, em fêmeas esterilizadas – controlável com tratamento médico; • Dermatite vaginal e vaginite em cadelas esterilizadas antes de atingirem a puberdade; • Hipotiroidismo nos cães e cadelas; • Diabetes mellitus; • Infecções urinárias nas cadelas;


Dúvidas / Mitos Com que idade se deve realizar a esterilização? De um modo geral, a esterilização efetua-se apartir dos 6 meses. Contudo, foi demonstrado que é possível uma esterilização mais precoce sem qualquer consequência sobre o desenvolvimento do animal. • Poderá ser realizada antes? Sim, entre as 6 e as 14 semanas de idade. A esterilização nesta idade está a ser cada vez mais realizada essencialmente nos canis/ gatis, nomeadamente nos EUA e em Inglaterra, com o propósito de prevenir que ocorra reprodução dos animais após serem adoptados – procedimento crucial para ajudar a diminuir a sobrepopulação. A esterilização em animais com esta idade é realizada sob cuidados adicionais no que respeita à anestesia e monitorização da actividade cardíaca e respiratória. Existem alguns estudos que sugerem a relação de um ligeiro aumento da probabilidade de aparecimento de alguns problemas de saúde adevidos da esterilização com esta idade, nomeadamente: • Doença do trato urinário inferior felino (FLUTD); • Desenvolvimento peniano menor nos cães; • Aparência imatura da vulva nas cadelas; • Incontinência urinária nas cadelas; • Dermatite vaginal e vaginite. Existem outros métodos para evitar que ocorra a fase de estro nas fêmeas? Sim, os contraceptivos orais e por via injectável são uma alternativa à esterilização, no entanto, não são recomendados como método preferencial, visto poder ser falível e possuir efeitos secundários graves. Quando administrados por um período prolongado, provocam distúrbios hormonais que podem levar ao desenvolvimento de quistos ováricos, infecções uterinas, tumores do útero e tumores mamários. Desta forma, só é recomendada a sua utilização como método de recurso e por um curto espaço de tempo. Para além das desvantagens acima mencionadas, o uso de contraceptivos a longo termo torna-se mais dispendioso do que a esterilização cirúrgica. Existem riscos associados à cirurgia? Tal como todos os procedimentos cirúrgicos existe sempre um risco associado à anestesia e a outras complicações cirúrgicas, tais como hemorragias e infecções no entanto são intervenções cirúrgicas com um baixo risco anestésico e de forma geral bem suportadas pelo cão. O animal deve ser mantido em jejum no dia anterior à cirurgia, reintroduzindo-se a alimentação no dia seguinte e poderá ir para casa no próprio dia, em princípio, o comportamento regressa aos padrões normais no espaço de 48 horas. Que cuidados se deve ter após a cirurgia? • Dependendo do procedimento, poderá ser necessária medicação para as dores; • Disponibilizar um ambiente calmo, por forma a ajudar na recuperação, preferencialmente dentro de casa; • Evitar que o animal corra e salte durante os primeiros dias que se seguem à cirurgia; • Estar atento se o animal lambe a incisão ou tenta tirar o penso – usar um colar isabelino; • Evitar dar banho durante pelo menos 10 dias após a cirurgia; • Verificar a incisão diariamente, por forma a confirmar se a cicatrização está a ocorrer correctamente; • Se for detectada algum tipo de alteração na zona da incisão, tais como rubor e/ou edema, contactar o médico veterinário; • Ter atenção nas mudanças de comportamento do animal, nomeadamente letargia, diminuição do apetite, vómitos e/ou diarreia – contactar imediatamente o médico veterinário. Existindo benefícios, mas também desvantagens, porque é que a esterilização é amplamente recomendada? Apesar de existir o risco de complicações consequentes da esterilização, os benefícios alcançados superam este risco. Os problemas de saúde possíveis de se desenvolver em animais não esterilizados são muito mais graves e mais frequentes, em comparação com os possíveis problemas de saúde consequentes de uma esterilização. Para além dos benefícios ao nível da saúde e comportamento, a esterilização assegura que o seu animal não irá contribuir para a sobrepopulação. Todos os dias cães são colocados em canis entregues a associações e abandonados na rua onde ficam sob stress até serem salvos/ adoptados (processo que pode demorar anos), uns morrem de velhice outros com problemas de saúde ou o que ocorre em muitos canis em todo o mundo, serem eutanasiados, alguns ao fim de apenas uma semana. A esterilização é algo que tem que ser feito impreterivelmente. Os canis municipais e associações encontram-se lotados e sem mãos a medir, é preciso cuidados médicos, comida, atenção e amor, por vezes abantendo-se animais saudáveis. Continuam-se a reproduzir cães sem exames médicos feitos, alguns deles com doenças hereditárias que por vezes não se tem conhecimento, a esterilização é muito importante para diminuir a população de cães com doenças hereditárias. A esterilização irá fazer com que o meu cão/cadela deixe ter comportamento de guarda/protecção? Faz parte do instinto natural do cão de proteger o seu território e família. A sua personalidade é influenciada primariamente pela herança genética e pelo ambiente em que cresce. As hormonas sexuais poderão influenciar alguns aspectos, mas não são de todo o factor predominante. As cadelas devem ter uma ninhada antes de serem esterilizadas? Não. Trata-se de uma ideia geralmente aceite mas sem fundamento científico: o facto de a fêmea ter uma ninhada não tem qualquer efeito benéfico sobre a sua saúde.


Livro Recomendado


Regra

Lim Autoria: NĂ­dia

Rodrigues


as

mites

Rotinas


Ter um cão como companheiro, implica ter responsabilidade sobre o seu bem-estar. É importante que, a partir do momento em que o cão chega a nossa casa, quer seja um cachorro ou um cão já adulto, existam já definidas para ele regras, rotinas e limites. Quando tomamos a decisão de ter um cão em casa, devemos fazer um plano para a sua vida connosco, mesmo antes de ele chegar. Devemos pensar onde queremos que durma, que zonas da casa pode ou não frequentar, quantas vezes por dia e a que horas irá passear e fazer as suas necessidades, quando e onde deve comer, etc. Não podemos deixar para mais tarde, desculpando-o por ser cachorro ou por ter acabado de chegar e ainda estar a conhecer a casa. Ao estabelecermos desde o início estas premissas, estamos a prevenir problemas comportamentais e a evitar conflitos com o nosso cão no futuro. Isto porque, no dia em que tomamos a decisão que ele já não pode subir para o sofá, o cão não vai entender porque é que antes podia e agora já não pode. É aqui começam a maioria dos conflitos entre o dono e o cão. Se ele souber desde logo que não é permitido que suba para o sofá, estamos logo a evitar que um dia mais tarde nos estrague o sofá ou se mostre agressivo e protector em relação a ele quando quisermos que vá para o chão para que uma pessoa se possa sentar. Desta forma, estamos a estruturar a vida do cão e a criar a base da sua educação e obediência. Fortalecemos a relação entre o dono e o cão e estamos a prevenir e a evitar que futuramente existam disputas de liderança entre os dois, pois caso o cão não reconheça o dono como o seu líder, tenderá ele a assumir essa posição, visto que, do ponto de vista do cão, a sua sobrevivência estará em risco. Devemos entender que para o cão, o dono é o seu meio de subsistência. Somos nós que fornecemos os bens essenciais, a alimentação, o território, a higiene, o afecto, a protecção, que lhe garantem a sua sobrevivência e bem-estar. Portanto, o dono, deve ser para o cão o seu recurso mais precioso.

“Quando tomamos a decisão de ter um cão em casa, devemos fazer um plano para a sua vida connosco, mesmo antes de ele chegar.”

Alimentação

Horário: Devemos definir uma hora para as refeições e não devemos dar-lhe comida fora das refeições (excepto algum snack/osso para se entreter). Os cães demoram cerca de 12 horas a fazer a digestão completa, logo, se tiverem comida sempre disponível vão comendo ao longo do dia e o seu organismo está constantemente em processo de digestão. Isto não é saudável para o animal porque tendo sempre comida no estômago, tem o sistema digestivo sempre em esforço para processar a mesma. Ao estabelecermos horários de refeição estamos a garantir um correcto funcionamento do sistema digestivo, pois o cão terá tempo de fazer a digestão completa entre refeições. Em cães adultos o ideal é fazer duas refeições por dia, de manhã e à noite, repartindo a dose diária em duas. Podemos também optar por dar apenas uma vez por dia. Nos cachorros é aconselhável que comam três vezes por dia, portanto devemos dividir a dose diária em 3. O cão deve perceber que quem manda na comida é o dono. Somos nós que damos e retiramos. Se tiver o comedouro sempre disponível e com comida lá dentro, vai assumir que é dele e não que é o dono que lha fornece. Para quem tem mais do que um cão, as vantagens são ainda maiores. Primeiro que tudo, cada cão deve ter o seu próprio comedouro, evitamos assim que existam disputas entre eles pela comida. Em segundo plano, sabemos exactamente a quantidade de comida que cada um comeu, ajudando-nos a detectar eventuais problemas de saúde porque, quando um cão deixa de comer como é habitual, é porque não se sente bem, porque está indisposto ou doente. No caso dos cachorros ou cães jovens, muitas vezes a comida serve de brinquedo, atiram-na ao ar, vão buscar ao comedouro e levam-na para outro sítio. Porém, eles devem perceber que a comida não é para brincar, que não está sempre disponível e deve ser valorizada. Assim, quando chega a hora da refeição, eles vão comer e só depois de comer é que é tempo de brincadeira. Desta forma, o cão deverá comer sempre à mesma


hora e ter a comida disponível apenas por 10 minutos. Após esse período de tempo, retiramos o comedouro mesmo que não tenha comido tudo. Como começar? Seguramente que se for um cão habituado a ter comida sempre disponível, nas primeiras vezes vai comer pouco ou nada, porque pensa que a comida se vai manter no comedouro o resto do dia. Mesmo assim, damos-lhe 10/15 minutos para comer e depois retiramos o comedouro, mesmo que não tenha comido nada. Na próxima refeição servimos apenas a dose normal, não pomos comida a mais. Ao final de 2 ou 3 vezes, ele irá certamente comer logo quando lhe colocamos o comedouro porque terá fome e rapidamente vai assimilar o horário das refeições.

“O cão deve perceber que quem manda na comida é o dono. Somos nós que damos e retiramos. Se tiver o comedouro sempre disponível e com comida lá dentro, vai assumir que é dele e não que é o dono que lha fornece.”

“Os cães demoram cerca de 12 horas a fazer a digestão completa”


Tipo de alimentação e quantidade:

não deve ser um hábito.

A alimentação deve ser adequada para a idade, porte, nível de exercício físico e necessidades do cão. Devemos optar por alimentação de qualidade e na quantidade necessária para cada cão, sem excessos. Existem tabelas por onde nos podemos guiar, no entanto, os cães têm metabolismos diferentes mesmo dentro da mesma raça ou porte, e o que é suficiente para um, poderá ser insuficiente ou em excesso para outro. Deve imperar o bom senso e irmos ajustando as doses diárias de acordo com as necessidades do animal.

Mexer na comida:

Comedouro:

Trabalhar para comer:

O cão deve comer sempre no seu comedouro e se forem vários cães na mesma casa, cada um deve ter o seu comedouro, conforme referi anteriormente. Os comedouros não devem ficar presentes mesmo se o cão comeu tudo, devemos sempre retirá-los. No caso da água, esta deve estar disponível, sempre fresca e limpa, excepto em casos em que não é recomendado devido a problemas gástricos ou intestinais. Se tivermos vários cães, devemos também ter vários bebedouros.

O cão deve trabalhar para comer, deve fazer qualquer coisa antes de comer. A comida deve ser sempre uma recompensa pelo bom trabalho e não ser-lhe oferecida gratuitamente. Por exemplo, se o cão sabe sentar ou deitar, então devemos fazer com que se sente ou deite antes de lhe servirmos a refeição. No caso de lhe queremos dar um snack ou um osso para roer, deve também sentar antes.

Desde que o cão entra em nossa casa e na nossa vida, temos que o fazer entender que a comida que lhe damos é nossa e que se quisermos a retiramos. Devemos por isso, mexer na comida do cão, mesmo enquanto ele está a comer, e não permitir que nos rosne e que tente proteger a comida, pois pode haver um dia em que está a comer algo que não deve e que seja perigoso e temos que estar à vontade para lho tirar da boca.

Local: O cão deve comer sempre no mesmo local. Devemos definir um espaço para o cão comer e será sempre aí que terá as suas refeições. Nunca devemos dar comida ao cão durante as nossas refeições. Por vezes temos pena do pobre bichinho que nos olha com tamanha tristeza enquanto estamos a jantar e lá acaba por cair um pedacinho de pão ou o osso da costeleta que estamos a comer. E depois o cão habituase e chega um dia em que começa a ladrar a pedir comida ao dono, a pôr as patas em cima do dono para que lhe dê alguma guloseima e faz o mesmo às visitas que vão jantar a nossa casa. Isto nunca deve acontecer. Primeiro, porque o cão tem a sua própria comida que é adequada para satisfazer as suas necessidades e a comida dos humanos pode causar-lhe complicações gástricas e intestinais. Segundo, porque é um comportamento que não pode ser permitido, porque para além de ser desagradável, temos que ser nós a mandar na alimentação do cão e não ele a exigir-nos comida. Se eventualmente lhe quisermos dar algo, que sabemos que não lhe faz mal, devemos colocar no comedouro dele, depois de acabarmos a nossa refeição, no entanto é uma situação esporádica e

“A comida deve ser sempre uma recompensa pelo bom trabalho e não ser-lhe oferecida gratuitamente.”


Descanso

Horários: É importante estabelecer horários de descanso para o cão. Ele deve perceber que à noite é tempo de dormir e não de brincadeira. Assim, devemos ter também uma rotina estabelecida para que ele saiba que quando o dono diz para ir para a cama, é para lá ficar e dormir. Lugar fixo e resguardado: Os cães devem passar a maior parte do seu dia a descansar ou a dormitar, portanto, têm que ter o seu espaço de descanso, onde se podem recolher em qualquer altura do dia. Este espaço não deve ser num local de passagem, como o corredor da casa, mas sim numa zona tranquila, com poucos estímulos, onde ele possa estar relaxado e sem sobressaltos. A cama do cão deverá estar sempre no mesmo local, não devemos mudar a cama de sítio consoante as nossas necessidades. Temos que estabelecer um local onde sabemos que o cão poderá ficar sempre e que possa descansar mesmo que haja visitas em casa. Cama ou caixa transportadora: A cama do cão deve ser confortável e um espaço próprio para ele. É importante que o cão tenha uma cama própria, só dele. Quando deixamos que o cão durma na nossa cama ou no sofá, devemos estar conscientes de que esse espaço vai ser dele e que caso seja necessário partilhá-lo com alguém que não os donos, provavelmente ele vai querer proteger e defender o seu espaço e poderão surgir problemas. Assim, se ele tiver uma cama própria só dele, estamos já a evitar situações desagradáveis. Os cães, sendo descendentes dos lobos, adoram “tocas”, onde se sentem protegidos e podem relaxar. Para quem tem os cães no exterior da casa, o ideal é ter uma casota, onde o cão se possa abrigar e descansar. A caixa transportadora é uma excelente ajuda. Tem não só as vantagens do transporte em segurança, como também pode servir de cama e abrigo. Utilizando a caixa transportadora como cama do cão, podemos levá-lo para qualquer lado, mesmo de férias, e ele terá sempre a sua cama onde se sente confortável.

“Temos que estabelecer um local onde sabemos que o cão poderá ficar sempre e que possa descansar mesmo que haja visitas em casa”


“A brincadeira também é uma forma de exercitar o corpo, de estimular as capacidades cognitivas e de aprender. “

Passeios e exercício

Horários: Os cães devem ter também uma rotina no que concerne as idas à rua para fazer as necessidades. O organismo deles tem horas como o nosso, principalmente se já tiverem os horários de refeição impostos. Um cão que já esteja educado a não fazer as necessidades em casa, vai aguentar até que o dono o leve à rua, por isso é importante que também os passeios diários tenham um horário definido.

Quem tem por hábito passear o cão a uma determinada hora, já reparou certamente que chegado o momento, ele já está a olhar para a trela ou para a porta, porque já aprendeu a sua rotina. E é importante que exista esta rotina, porque estabelecendo estes horários o próprio organismo do cão adapta-se e quando chega aquela hora ele já está prontinho para se aliviar. Para cães que vivam em apartamento, devemos levá-los à rua no mínimo 2 ou 3 vezes por dia. Mas mesmo os cães que vivem em moradias devem passear na rua com os donos. Ao habituar o cão a passear na rua, estamos a socializá-lo com outro tipo de estímulos que não tem no seu território e estaremos a evitar problemas comportamentais como o medo e a ansiedade.


Exercício: O exercício é fundamental para termos um cão saudável e tem que ser adequado ao seu porte, idade e nível de energia. Devemos aproveitar os passeios para que o cão se exercite, para que corra e gaste essa energia. É importante ter em conta que, com algumas raças, principalmente de grande porte, os cães não deverão fazer exercício imediatamente antes ou depois de comer, porque poderão sofrer problemas gástricos e intestinais graves. Para tal, deveremos seguir as recomendações do veterinário ou do próprio criador. A brincadeira também é uma forma de exercitar o corpo, de estimular as capacidades cognitivas e de aprender. Por isso devemos sempre brincar com o nosso cão diariamente e incutir regras no jogo. Por exemplo, lançamos uma bola e temos outra na mão, o cão obviamente que vai querer as duas, portanto, só lançamos a segunda bola quando ele largar a primeira. Rapidamente vai aprender o jogo e podemo-nos divertir bastante a brincar com o nosso cão, enquanto o ensinamos a largar a bola.

Assim, tudo começa por estabelecer regras, impôr limites e definir rotinas, ainda antes de o cão entrar na nossa família. Temos que ser consistentes e definir logo à partida o que vamos querer do nosso cão, se o vamos querer em cima do sofá quando já for adulto ou se o vamos deixar entrar no nosso quarto, definir quais serão os seus limites, para onde é que poderá ir e o que poderá ou não fazer, e estruturar o seu dia-a-dia através dos horários e rotinas, tudo com o objectivo de sermos nós o seu líder e termos um cão obediente, saudável e feliz.


A intervenção

Na r


nutricional

resolução de problemas de comportamento

Autoria:

Sílvio Pereira


A nutrição pode ter efeitos importantes sobre o comportamento do cão. Se o proprietário está a alimentar o cão com comida de baixa qualidade, é provável que este sofra de nutrição inadequada, que pode provocar stress. Os subprodutos ou derivados de animais e os derivados de cereais já são bastantes prejudiciais, mas alguns conservantes químicos, corantes e substâncias químicas para manter a humidade da comida podem tornar-se problemas adicionais. Muitos cães reagem de forma negativa a estes ingredientes e isso pode-se manifestar em problemas de comportamento. Em muitos casos as comidas de baixa qualidade incluem grandes quantidades de milho, que diminui o nível de serotonina no cérebro por ser um produto pobre em triptofano e rico em tiroxina (antagonista da serotonina) Lindsey 2000. O triptofano e a tiroxina As dietas de má qualidade incluem ingredientes conhecidos por causar sensibilidade, intolerância ou alergias num grande número de cães. “O consumo alimentar dos aminoácidos triptofano e tiroxina, e de outros aminoácidos neutros maiores, influencia de forma significativa a biossíntese e a concentração de um grupo de neurotransmissores – serotonina, noradrenalina e dopamina – que se conhecem em conjunto com a denominação de monoácidos (Strong 1999)” A noradrenalina é responsável pelos altos níveis de excitabilidade, que levam à agressividade. A dopamina pela atenção e reactividade. A serotonina é pelo controlo do humor, pelos níveis de excitabilidade e pela sensibilidade à dor. Julga-se que a insuficiência de serotonina no cérebro é um dos elementos chave responsáveis pela impulsividade, pela agressividade, pelo comportamento antissocial, pela desordem hiperactiva, pela ansiedade e pelas dificuldades de aprendizagem (Strong 1999). Os cães com baixos níveis de serotonina no cérebro são hipersensíveis à dor, hiperreactivos, emocionais e agressivos. Os aminoácidos individuais, que são os percursores dos monoácidos, competem pela reabsorção destes produtos do sangue que vai para o cérebro. Se não há harmonia ou se produz uma insuficiência, cria-se então um desequilíbrio nos processos químicos do cérebro. O triptofano de origem alimentar transforma-se em serotonina no cérebro.

Assim como outros neurotransmissores, os percussores devem viajar para o cérebro através da barreira sanguecérebro (Lindsay 2000). Na barreira sangue-cérebro, estes percursores competem por entrar no cérebro devido à limitação de vias para esse transporte. O triptofano de origem alimentar é o percursor da serotonina, enquanto que a tiroxina é o percursor da noradrenalina e da dopamina. A tiroxina de origem alimentar actua como uma espécie de agente anti-triptofano e, como tal, um agente anti-serotonina. Como consequência disso, é muito importante assegurarse de que se evita um excesso de tiroxina e se promove a administração de uma quantidade substancial de triptofano. Em geral, as fontes de proteína têm mais triptofano em relação à tiroxina que as fontes de hidratos de carbono mas, em muitos casos, uma mudança de uma dieta baixa em proteínas melhora de forma significativa problemas de conduta porque as dietas ricas em proteínas tendem a reduzir os níveis de triptofano no cérebro (Lindsey 2000). De facto, as dietas ricas em carbohidratos podem aumentar a quantidade de triptofano existente para a síntese de serotonina, inclusivamente quando o alimento tem ela própria quantidades modestas de triptofano. Então, porque é que uma dieta rica em hidratos de carbono aumenta os níveis de serotonina no cérebro se há menos triptofano na sua composição? A forma natural do triptofano representa uma pequena proporção dos aminoácidos que constituem a proteína (entre 1% e 1,6%). Os demais aminoácidos presentes em maior quantidade e mais prevalentes competem com o triptofano por um número limitado de canais de transporte que atravessam a barreira sangue-cérebro.


O problema é que com frequência nesta competição o triptofano é eliminado e o cérebro pode esgotar as suas reservas deste aminoácido (necessárias para uma produção estável de serotonina). As dietas que contêm uma quantidade proporcionalmente mais alta de hidratos de carbono do que de proteínas (cerca de 5-6 partes de hidratos de carbono para uma de proteína) estimulam a secreção de insulina. A produção de insulina desvia os aminoácidos presentes em maior quantidade para o tecido muscular. Devido à sua estrutura molecular única, que o diferencia de outros aminoácidos, o triptofano não é tão afectado pela secreção de insulina como os outros aminoácidos. O resultado é que a proporção de triptofano no plasma aumenta consideravelmente, obtendo vantagem sobre os outros aminoácidos que competem para atravessar a barreira sangue-cérebro, e a produção de serotonina no cérebro aumenta significativamente (Lindsay 2000). Recentemente, um estudo de DeNapoli, Dodman, Shuster, Rand e Gross publicado no jornal “Of the American Veterinary Medical Association (JAVMA)”, intitulado Os efeitos da proteína e suplementos de triptofano na dieta sobre a agressividade por dominância (actual agressividade por complexo de controlo), agressividade territorial e a hiperactividade, demonstrou que uma redução de proteína tende a reduzir a agressividade de forma significativa, mas o mesmo não acontece com a hiperatividade. A redução de proteína acompanhada com suplementos de triptofano reduz a agressividade de forma mais relevante. Val Strong sugere que a porção de alimento rica em hidratos de carbono deveria ser servida depois da porção rica em proteína para assim obter melhores resultados. A vitamina B6 Também, a vitamina B6 é um co-factor na síntese do triptofano na serotonina, de modo que deveria ter-se em consideração numa intervenção nutricional. Para manter a proteína adequada, uma óptima fonte deste aminoácido é o tofu. Tem um nível relativamente alto de triptofano e baixo de tiroxina.

“A taxa de triptofano só pode ser incrementada de forma significativa no cérebro pelos hidratos de carbono, se estes são ingeridos duas a três horas depois da ingestão de proteína. A insulina é segregada como resposta à ingestão de hidratos de carbono para regular os níveis de glucose no plasma. A insulina também desvia os aminoácidos neutros presentes em maiores quantidades nos tecidos esqueléticos periféricos onde se envolvem as vias energéticas do sistema imunitário” (Rugaas 1997)”


Como escolher o

ideal Para o seu

Autoria: Vanda

Botelho


brinquedo

u c達o


Perseguir e roer objetos são comportamentos perfeitamente naturais para os cães. Apesar de alguns cães brincarem, perseguirem e roerem objetos com maior intensidade que outros, todos os cães necessitam de ter um brinquedo estimulante. Atualmente, reconhece-se que a maior parte dos problemas comportamentais evidenciados por cães devem-se exatamente à ausência de estímulos no seu meio ambiente, ou seja, à ausência de objetos que potenciem e desenvolvam os seus instintos básicos de perseguir e roer. Nas lojas para animais poderemos encontrar várias opções de brinquedos para cães, e é exatamente por isso que a simples tarefa de comprar um brinquedo para o nosso cão, pode tornar-se numa tarefa mais complicada do que parecia ser! A escolha do brinquedo mais adequado para o seu cão irá depender de vários fatores, tais como: -porte do cão e tamanho da sua boca; -preferência por morder ou por perseguir o objeto; -temperamento do cão; -idade do cão; -complicações clínicas que afetem gengivas e dentes.

Cachorros de tenra idade Nesta fase em que o cachorrinho chega a casa, é a altura ideal não só para impor regras e limites, ensinando onde comer, onde dormir, onde se aliviar, que comportamentos são permitidos e quais os proibidos, mas também, para desenvolver os instintos básicos do seu cão. É nesta fase que vai ensinar o seu cão a brincar! Sim, porque a brincadeira também deverá ter regras! Os brinquedos nesta fase dividem-se em dois tipos: Brinquedos de roer Para roer deverá escolher ossos ou brinquedos apropriados para a idade do seu cachorro. Poderão ser comestíveis ou brinquedos de borracha natural, mas sempre com as características adequadas para cachorrinhos de tenra idade. O brinquedo deve apresentar um material macio mas resistente, para que possa ser roído sem que se fragmente em pedaços que possam provocar obstruções intestinais.

Os brinquedos para roer são óptimos para quando se iniciar a mudança dos dentes de leite para os dentes definitivos, irão ajudá-lo a aliviar o desconforto que sentirá nas gengivas. Também são indicados para quando o cachorrinho fica sozinho durante algum tempo, servirá de distração evitando os latidos e ganidos característicos nos cachorros de tenra idade quando se sentem sós. Brinquedos de perseguir e transportar Os dentes do cachorrinho ainda são frágeis e como tal, exigem brinquedos leves para serem facilmente transportados na sua boca, e de textura macia para não magoarem as suas frágeis gengivas. Para estimular a perseguição, o ideal será optar por uma bola, esta deve ser leve e de dimensão adequada ao tamanho da boca para que o cachorrinho possa transportá-la sem dificuldade. O material da bola não deverá ser muito duro para quando o cachorrinho a agarrar com os seus frágeis dentes não sinta dor ou desconforto. Estas bolas são ideais para iniciar o jogo do “busca”. Nunca devem ser deixadas à disposição do cachorro, servirão somente para jogar com o dono, pois o objetivo é ensinar o cachorro desde cedo a perseguir a bola, agarrá-la e transportá-la para junto do dono, para que logo de seguida se possa iniciar o jogo novamente. .


Cachorros jovens

Cães adultos

A partir dos 8 meses o jovem cachorro já tem os dentes definitivos, sendo a altura ideal para introduzir brinquedos mais resistentes e de maior durabilidade. A mordida do cachorro começa agora a manifestar-se com mais intensidade, o que poderá danificar brinquedos menos resistentes. A bola continua a ser uma ótima opção, nesta fase o material deverá ser mais denso, duro e resistente. O ideal será ter uma corda ou cordel para que possa introduzir o “jogo do puxa” e introduzir o comando “larga”. O jogo inicia-se com uma perseguição da bola, o cão agarra-a e transporta-a até ao dono, o dono faz uma

Com a mordida completamente desenvolvida, já ensinado a executar o comando “busca” e o comando “larga”, o dono poderá introduzir outros brinquedos. O brinquedo deve ser de maior dimensão, adequado ao tamanho da boca do cão e de material muito resistente. Estes serão brinquedos mais caros, mas com certeza valerá a pena comprar um brinquedo que dure a vida inteira do seu cão! Caso contrário, todos os meses terá que comprar um novo brinquedo. A variedade é muita! mas os mais adequados são: Churros de juta ou pele O churro permite essencialmente brincar com o seu cão dando enfâse à mordida e ao “jogo do puxa”. Bolas de borracha natural maciça A bola é ideal para estimular o instinto de perseguição, salta e atinge uma velocidade considerável pelo que é ideal se o dono pretende cansar o seu cão com várias corridas de perseguição. Se a bola tiver um cordel também poderá brincar ao “jogo do puxa”. Frisbees de borracha maleável mas resistente Os frisbees também atingem velocidades consideráveis e são excelentes para o seu cão se exercitar através das corridas de perseguição. O frisbee é somente usado para a perseguição e transporte, não sendo adequado para o “jogo do puxa”

carícia ao cão que servirá de recompensa por ter transportado a bola até junto do seu dono. Após a recompensa o dono agarra no cordel e puxa com gentileza mas deixa que o cão ganhe e permite que este se afaste um pouco com a bola na boca. De seguida, chama-o de novo e brinca novamente ao “jogo do puxa”. Quando o dono pretender que o cão largue a bola, poderá usar uma guloseima, colocando-a à frente do nariz do cachorro, e quando o jovem cachorro largar a bola para comer a guloseima, o dono deve proferir em voz alta o comado “larga”. Esta prática conduz a que o cão associe o ato de largar a bola à palavra proferida pelo dono e ao fim de algumas repetições o cão será capaz de reconhecer o comando e capaz de executá-lo.

Existem ainda outros brinquedos indicados para roer, normalmente na idade adulta do seu cão utiliza-se os ossos de couro comestível que tendem a durar horas ou até dias. É uma boa opção para os manter distraídos na ausência do dono. Existem os brinquedos interativos com desafios mentais que poderão ser jogados com o dono. E existem ainda, brinquedos com desafios mentais mas para que o cão jogue sozinho, como será o caso do Kong e das bolas e discos com furos, obrigando a que o cão empurre com o focinho o brinquedo para obter uma guloseima.


Autoria: Karin

Medeiros



“Cães com pelagem preta são rejeitados na hora da adopção”

Desde a década de 90, estudos e artigos publicados em revistas e periódicos como a Animal Welfare, Anthrozoos e Society and Animals, mostram estatísticas sobre a influência da cor da pelagem de cães no momento da adoção desses animais. Em muitos países, centenas de cães são resgatados das ruas e encaminhados para adoção, todos os meses. Devido ao grande número de animais recebidos, os tratadores dessas instituições observaram que a maioria deles possuem pelagem preta sólida ou predominantemente preta. Apesar de não constarem dados oficiais sobre o assunto, diversas instituições perceberam grande resistência das pessoas em adotar cães pretos, independentemente da idade ou sexo desses animais. Esse fenômeno foi denominado de “BLACK DOG SYNDROME” (SÍNDROME DO CÃO PRETO). À primeira vista, levar em conta a cor da pelagem do cão, pode ser considerado aspecto superficial na hora da adoção, mas na verdade, trata-se de um fator predominante no momento da decisão, comparável às dificuldades encontradas pelos cães adultos e mestiços, por exemplo. Essa é uma triste realidade para tantos cães, em diferentes lugares do mundo. No Brasil, a associação FAROS D’AJUDA, na cidade de Bragança Paulista, em São Paulo, observou que os cães pretos ou que tenham a cor preta predominante, são os que permanecem por mais tempo no abrigo, segundo a presidente da associação, Márcia Davanso. Ela diz também que outro fator que pode contribuir para a rejeição dos cães escuros é o fato dos mais claros parecerem mais limpos e bem tratados. A pelagem escura tende a ficar opaca. Geralmente as pessoas não expressam verbalmente a rejeição pelos cães pretos, mas a preferência pelos animais brancos é evidente pelo maior número de adoções, completa Márcia. Na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, o coordenador de atividades da instituição GAPA, Carlos Edurardo Pereira, acredita que não seja preconceito, mas que os animais de pelo claro chamam mais atenção dos possíveis adotantes, por buscarem cães “diferentes”, “exclusivos”, deixando de lado os mais comuns de pelagem preta ou escura. Em 2009, a organização DUMB FRIENDS LEAGUE, no Colorado, Estados Unidos, foram coletados dados que mostraram que, dos 125 cães recolhidos pelo abrigo, no momento da análise, 50 eram de pelagem preta. A pesquisa revelou que, dos 13.298 cães recolhidos em um

ano pela instituição, 5.087 predominantemente pretos.

eram

pretos

ou

São muitas as possíveis explicações para a “Síndrome do cão preto” e para entender melhor esse fato, Kristina Vourax, porta-voz da DUMB FRIENDS LEAGUE, disse acreditar que é mais uma questão de percepção do que de preconceito. Ela acredita que devido ao grande número de cães escuros, os de pelagem mais clara acabam se sobressaindo no ambiente. Cory Vasquez, representante da MOUNTAIN ANIMAL CENTER, também no Colorado, concorda com a opinião de Kristina e também constatou em sua instituição o maior número de adoção de cães com pelagem clara.


Além disso, a pelagem escura pode dificultar a observação das expressões faciais dos cães, o que facilmente intimida as pessoas, por serem, muitas vezes associados a superstições ou a animais maus e potencialmente violentos, como os rotweilers e dobermanns, esteriótipo reforçado por diversos filmes de televisão e cinema.

Os responsáveis pelas instituições de resgate e abrigos criam estratégias para incentivar a adoção de cães de pelagem escura, realçando a cor clara nos canis, usando bandanas coloridas que chamem a atenção para esses animais, tornando-os mais atrativos e diferenciados aos olhos dos visitantes.


Autoria: Marta

Wadsworth

Dog Lovers Portugal



Como deves saber, os cães são uma espécie gregária, que vive em comunidade e que precisa de conviver com outros cães, outros animais e pessoas para se desenvolver e viver de forma equilibrada. Como também já deves ter ouvido falar, os cães evoluíram das alcateias de lobos, tornando-se uma outra espécie, domesticada ao longo de milhares de anos. A necessidade de "viver com o outro" começou aí mesmo, nas alcateias, onde um sistema muito organizado de hierarquia permitia a sobrevivência e crescimento da comunidade. Apesar de os cães serem um animal domesticado, que consegue ser perfeitamente feliz com a sua família humana, não nos podemos esquecer que ele tem diferentes necessidades - fisiológicas, mas também relacionais para que possa crescer saudável. Dentro das necessidades relacionais encontramos a importância da socialização. A socialização é um processo que não se relaciona só com a "apresentação" a outros animais mas também pessoas, objetos, sons, entre outros. Durante a socialização estamos a permitir ao cão conhecer outros estímulos mas também a aprender a como lidar de forma saudável com os mesmos. Mas existe uma questão! Antes dos 4 meses os cães não possuem vacinação completa e os donos são muitas vezes recomendados a mantê-los em casa, longe de vários perigos que os poderão afetar toda a vida. Por outro lado, ao fazê-lo, os donos estão a impedir que ele conheça o mundo durante esta fase de GRANDE crescimento físico, psicológico e social. Pondo as coisas noutra perspetiva: imagina o que seria fechar uma criança até aos seus 2 ou 3 anos de idade, dentro de casa, sem qualquer contato com o exterior, com outras crianças, outros animais, barulhos,... Imaginas como seriam os seus seguintes anos de vida? Provavelmente a criança teria uma grande dificuldade de adaptação e em relacionar-se com outros indivíduos fora da sua "família". Acontece exatamente o mesmo com os cães. Felizmente, existem opções seguras para contornar este problema.

Socialização Intra-Específica Não te assustes com este termo, no fundo o que significa é que o teu cão precisa de socializar com outros indíviduos da mesma espécie - neste caso cães! Tal como já referimos noutros artigos, a importância de socializar os cães com qualquer tipo de estímulos, entre os 2 e 4 meses é crucial. O comportamento de um cão em adulto, a sua facilidade de se relacionar, brincar ou interagir positivamente

com outros cães vai depender em muito da forma e altura em que foi socializado com os mesmos. Problemas de agressividade, ansiedades e medos podem ser evitadas desde cedo apenas por garantir que faz uma socialização correta do seu cão - com outros cães. Como referimos anteriormente, muitos donos têm medo de deixar que o seu cão socialize fora de casa com outros cães visto que ainda não possui a vacinação completa. A razão pela qual muitos veterinários fazem esta recomendação está ligada com a falta de opções de socialização seguras que existem em Portugal. Em linhas gerais, o importante garantir é um ambiente seguro, onde apenas cães devidamente vacinados estão presentes e podem interagir com o seu cachorro. Se vive na zona de Lisboa recomendamos as aulas de socialização e puppy classes do APP. Não querendo criar atritos nem desconfianças em relação ao seu médico-veterinário, visto que ele quer apenas garantir o melhor para o seu cão, salientamos que é mesmo muito importante permitir uma socialização intraespecífica antes dos 4 meses. Depois desta altura, pode ser "tarde de mais" para resolver problemas de forma integral.

Socialização Inter-Específica Se a socialização intra-específica permite um comportamento equilibrado entre os cães, na socialização interespecífica estimulamos a boa relação cães e animais de outras espécies - gatos, pássaros, pessoas. Tal como temos vindo a dizer, é importante que os cães também se habituem ao maior número de indivíduos diferentes para que nunca reaja de forma inesperada com novos amigos. Durante o período crítico de socialização (entre os 2 e os 4 meses) não te esqueças de o apresentar a todos os seus amigos, crianças e velhotes, de várias idades, etnias, com diferentes atitudes perante o cão, posturas perante a vida e até com diferentes objetos. Informa os teus amigos dos princípios básicos de conviver com o teu cão, isto é, não deixes que se atirem logo em festas sem o deixar cheirar e habituar-se à sua presença primeiro, não deixes que o surpreendam com atitudes ameaçadoras, etc. Em relação à sua socialização com outros animais, nomeadamente com gatos, é importante que saibas que poderás ter de fazer esta apresentação de forma mais gradual. Se já tiveres um gato e trouxeres um novo cachorro para casa é essencial que dês espaço ao


gato para que possa sair do compartimento em que se encontra livremente. Não forces a sua amizade, eles irão aproximar-se gradualmente e assim aprender a respeitar o espaço de cada um.

Socialização com Objetos e Sons Apesar dos objetos e sons não virem a ser "amigos" do teu cão, estes representam o terceiro grande grupo de elementos com os quais o cão deve ser socializado. Os estímulos aos quais o cão deve ser socializado não se resumem a outros cães e pessoas mas também a objetos, desde bicicletas, motas, vassouras, aspiradores, secadores, cadeiras, panelas, enfim... uma lista interminável de todas as coisas que poderão encontrar ao longo da vida. Apesar de estarmos a falar de objetos e sons, geralmente o que causa maiores fobias ou medos, quando o cão se torna adulto, são objetos que produzem som e com os quais os cães se poderão assustar (quando não conhecem). Outros barulhos importante destacar são aqueles relacionados com coisas que não acontecem nem podemos replicar todos os dias: som de trovoadas, buzinas, ambulâncias, etc. Se ele se assustar não deixem que fique debaixo da cama, das cadeiras ou a tremer. Tenta distraí-lo e chamar a atenção para um brinquedo ou qualquer outra coisa. O princípio é sempre o mesmo, tentem garantir que os vossos cães experienciam o maior número de situações diferentes. Não lhes dêem festinhas nem recompensem quando mostram ter medo, deixem que ele lide com isso, se sinta novamente seguro e aí sim - é hora da recompensa!

“Não forces a sua amizade, eles irão aproximar-se gradualmente e assim aprender a respeitar o espaço de cada um.”

“O comportamento de um cão em adulto, a sua facilidade de se relacionar, brincar ou interagir positivamente com outros cães vai depender em muito da forma e altura em que foi socializado com os mesmos. Problemas de agressividade, ansiedades e medos podem ser evitadas desde cedo apenas por garantir que faz uma socialização correta do seu cão - com outros cães.”





Fotos gentilmente cedidas por:

Mexican Grey Wolves


Grupo Lobo


Grupo Lobo




Espaço dedicado à divulgação das actividades do “Adestramento Positivo Project” iniciativa criada e dinamizada pelo Dep. de Divulgação, em estreita colaboração com Dep. de Formação do CCVL, com o objectivo de divulgar e difundir o ensino animal sem castigos, cujo lema é:

O Projecto A convite do CCVL, três adestradores formados pelo Dep. de Formação do Centro Canino Vale de Lobos, decidiram unir-se para criar o presente "Adestramento Positivo Project". As Adestradoras Tânia Carvalho da TC-Treino Canino, Ana Bártolo e o Adestrador Francisco Barata da Oficina dos Cães, mais tarde entraram Vanda Botelho e Ricardo Pinto da Ativanimal e mais recentemente Andreia Lauro da Dog Instinct com o apoio técnico e logístico do Centro Canino de Vale de Lobos, acharam que o panorama do ensino canino em Portugal não reflectia o que já se fazia nesta área por essa Europa fora. As suas formações tiveram como suporte o adestramento científico baseado no condicionamento operante com a apresentação de um estímulo agradável e o que acontece é que os métodos tradicionais da obrigação, da subjugação e dos castigos físicos e psíquicos ainda é o mais utilizado no nosso país o que é totalmente errado e retrógrado. A ciência já nos permite ensinar animais sem recorrer a esses métodos, e são essas evoluções da ciência da aprendizagem que este projecto pretende divulgar e difundir. A particularidade deste projecto está em que todos os profissionais que o compõem terem feito a sua formação cinotécnica no Centro Canino de Vale de Lobos - Cursos de Formação Canina


Durante os Ăşltimos 3 meses foram estabelecidas uma sĂŠrie de parcerias com diversas entidades do universo canino










Desde o início do projecto, há apenas 10 meses, que um dos propósitos dos seus membros fundadores seria, um dia, mais tarde, ajudar, com os nossos recursos, quem realmente vive com dificuldades nesta área. Estamos a falar, evidentemente, das Associações de protecção dos animais. O APP é actualmente um projecto consolidado, assente em estruturas sólidas, e já com um extenso portefólio de cães, e seus donos, que está a acompanhar e a ajudar a uma melhor convivência mútua. Nesse sentido, decidimos avançar, mais cedo que o previsto, para o APP SOLIDÁRIO. Nesta primeira fase vamos ajudar a Associação "O Cantinho da Milu". Durante o mês de Março, um Euro de cada aula de adestramento ou consulta de comportamento de cada um dos nossos técnicos reverterá para esta instituição. No próximo mês será outra associação que iremos ajudar. Mas o APP SOLIDÁRIO não irá ficar por aqui. Em breve daremos notícias de novas iniciativas neste nosso propósito de ajudar quem mais precisa. Obrigado a todos por nos terem ajudado a fazer com que esta nossa vontade se pudesse materializar mais depressa do que tínhamos planeado, e esperamos que com esta nossa humilde ajuda consigamos dar uma melhor qualidade de vida àqueles que por qualquer motivo não tiveram ainda a sorte de encontrarem uma família que os trate com a dignidade que merecem. Bem hajam a todos!







Formamos: Cães & Lobos

Edição Nº 1

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Presencial Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como profissionalmente.

Primeiro curso administrado em Portugal com base nas últimas investigações Estrutura Programática do Curso

Módulo 1

(teórico)

1.1 CONHECER O CÃO 1.1.1 1.1.2 1.1.3 1.1.4 1.1.5 1.1.6

Conhecer como funciona um cão O Carácter num cão O Temperamento num cão A Comunicação canina Os Instintos Básicos caninos Conhecer o cão que se vai adestrar

1.2 MÉTODOS DE ADESTRAMENTO 1.2.1 Métodos de Adestramento 1.2.2 Traçar objetivos 1.2.3 Escolher o melhor método de Adestramento 1.2.3.1 Em função do cão 1.2.3.2 Em função do dono 1.2.3.3 Em função dos objetivos 1.2.4 As várias fases do Adestramento

Módulo 2

(prático)

2.1 O ADESTRAMENTO EM OBEDIÊNCIA SOCIAL 2.1.1 Material de adestramento 2.1.1.1 Material de contenção 2.1.1.2 Material de assistência 2.1.1.3 Material didático 2.1.2 Postura corporal do adestrador 2.1.3 Desenvolvimento da motivação do cão 2.1.4 Condicionamento e aquisição de hábito 2.1.5 Exercícios de Obediência Básica 2.1.5.1 Exercício de andar ao lado 2.1.5.2 Exercício de sentar 2.1.5.3 Exercício de deitar 2.1.5.4 Exercício de deitar e ficar quieto 2.1.5.5 Exercício de chamada

2.2 SOCIABILIZAÇÃO 1.3 CONDICIONAMENTO OPERANTE 1.3.1 1.3.2 1.3.3

Definição O que é o Clicker O treino com Clicker

2.2.1 Sociabilização intraespecífica 2.2.2 Sociabilização interespecífica

… e donos responsáveis! Página 1


Formamos: Cães Cães & & Lobos Lobos

Entrevista

Edição Edição Nº Nº 1 4

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS Módulo 3

(prático)

3.1 ADESTRAMENTO EM GUARDA E DEFESA 3.1.1 Determinar as aptidões do cão 3.1.2 O Figurante (Homem de ataque) 3.1.2.1 Vestuário 3.1.2.2 Equipamento 3.1.2.3 Formação 3.1.3 O trabalho de motivação 3.1.4 O treino técnico das mordidas 3.1.5 O treino da inibição da mordida (larga) 3.1.6 O treino da fuga do figurante 3.1.7 O treino da busca do figurante 3.1.8 O treino do ataque surpresa ao guia 3.1.9 O treino do ataque longo

Módulo 4

(teórico)

4.1 COMPORTAMENTOS ANÓMALOS E DESVIANTES 4.1.1 Agressividades 4.1.1.1 Definição e tipologias

4.1.2 Micção ou defecação inadequadas 4.1.2.1 Definição 4.1.2.2 Tratamento 4.1.3 Ansiedade por separação 4.1.3.1 Definição 4.1.3.2 Tratamento 4.1.4 Fobias 4.1.4.1 Definição 4.1.4.2 Tratamento 4.1.5 Manias Maternais 4.1.5.1 Definição 4.1.5.2 Tratamento 4.1.6 Hiperatividade e hiperexceptibilidade 4.1.6.1 Definição 4.1.6.2 Tratamento 4.1.7 Comportamentos estereotipados 4.1.7.1 Definição 4.1.7.2 Tratamento 4.1.8 Ingestão Inadequada 4.1.8.1 Alimentação Estranha 4.1.8.2 Coprofagia 4.1.8.3 Objetos 4.1.9 Síndrome de Disfunção Cognitiva

Curso intensivo de formação de monitores de adestramento científico canino (presencial) Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como profissionalmente Características do Curso Tipo de Curso: Curso presencial ministrado em sistema intensivo de 15 dias de duração, com uma carga horária lectiva diária de 4 horas, incluindo as componentes prática e teórica. Início do Curso: A combinar com o formando Local das Aulas: Campo de Trabalho do Centro Canino de Vale Lobos – Vale de Lobos - Sintra Método de Ensino: Científico Quantidade de Alunos por Curso: 1 Documento fim de Curso: Certificado com informação detalhada sobre as avaliações intercalares e finais e matéria leccionada

Estrutura Programática do Curso Módulo 1

(teórico)

Módulo 2

(prático)

Do Curso de duração normal

… e donos responsáveis! Página Página 131



Dog Lovers Portugal


Propriedade:

Cães & Lobos Nº 14

Centro Canino de Vale de Lobos www.ccvlonline.com contacto@ccvlonline.com

Edição: Dep. Divulgação do CCVL http://Comportamentocanino.blogspot.com

Revista Digital de Cães e Lobos

Colaboradoraram nesta edição:

Editor: Sílvio Pereira sp@ccvlonline.com Colaboraram nesta Edição: Karin Medeiros, Marta Wadsworth, Nídia Rodrigues, Ricardo Duarte, Sílvio Pereira, Vanda Botelho, Vanessa Correia Paginação e execução gráfica: Sílvio Pereira Nota: Todo o material publicado nesta edição é da exclusiva responsabilidade dos seus autores. _________________________ Página web: http://revistacaeselobos.weebly.com revista.caeselobos@ccvlonline.com

Karin Medeiros pirakarin@gmail.com

www.adestramentoresponsavel.com Marta Wadsworth marta.wadsworth@gmail.com

https://www.facebook.com/dogloversportugal Nídia Rodrigues nidiaaprodrigues@hotmail.com

https://www.facebook.com/PsiCanis.AdestramentoePsicologiaCanina Ricardo Duarte r_duarte_9@hotmail.com

Vanda Botelho vandabotelho80@gmail.com

www.ativanimal.com Vanessa Correia

vanessa_correia_sb@hotmail.com

www.acasaprateada.com


Formamos:

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

Curso destinado a todos os proprietários que queiram adestrar os seus cães em casa (portanto, no seu território) evitando assim as sempre stressantes e por vezes traumatizantes idas às escolas de treino canino. Características do Curso Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: De 2 a 4 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do aluno). A quem é dirigido este Curso: Com este Curso o dono dispensa as sempre angustiantes e traumáticas idas às escolas de treino, uma vez que o cão aprende no seu próprio território, portanto, qualquer pessoa está em condições de frequentar este curso , a única limitação prende-se com a obrigatoriedade de possuir um cão (seja ele de que raça for) uma vez que numa das fases do Curso terá que aplicar na prática, as técnicas que vão sendo estudadas. Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/teórica e conhecimento profundo do aspeto funcional do cão, assim como uma identificação da interação dos mecanismos da aprendizagem com os vários tipos de condicionamento. No aspeto prático adquire-se um conhecimento básico dos princípios gerais do Condicionamento Operante assim como a utilização do clicker como instrumento fundamental no moderno treino científico canino. Resumindo, o formando fica perfeitamente preparado não só para poder treinar o seu cão positivamente mas também para compreender a sua linguagem, o seu carácter, a sua personalidade e o seu temperamento.

Estrutura Programática (resumida) Módulo 1 (teórico) 1ª Parte - Conhecer o Aspeto Funcional do Cão 2ª Parte - O Carácter e o Temperamento num Cão 3ª Parte - A Comunicação Canina 4ª parte - Os Instintos 5ª Parte - Condicionamento Operante 6ª parte - Descobrir o Clicker

Módulo 2 (prático) 7ª Parte - O Adestramento em Obediência Social 8ª Parte - Motivar e Condicionar o Cão 9ª parte - Exercícios de Obediência Básica 10ª Parte - Sociabilização

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-on-line-de-adestramento-positivo-canino.html

… e donos responsáveis!


Formamos:

Profissionais competentes... Departamento de Formação do: CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Características do Curso Objetivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre a identificação, diagnóstico, tratamento e prevenção dos Comportamentos anómalos, desviantes e patológicos dos cães que vivem integrados na sociedade humana. É um Curso abrangente uma vez que é transversal a todos os Problemas Comportamentais dos canídeos domésticos. Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 3 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do formando). A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Adestradores Caninos que sentem dificuldades na interpretação e tratamento destas patologias cada vez mais presentes na interação dos cães com os seus donos e o meio envolvente. Mas também a todos os interessados na temática do Comportamento Canino e nas alterações causadas por via da domesticação. Perspetival de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de interpretação, diagnóstico, tratamento e prevenção das Patologias do Comportamento. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, resolver todos os problemas ligados à área Comportamental.

Estrutura Programática do Curso Tema 1 - Como Funciona um Cão Tema 2 - O Carácter Tema 3 - O Temperamento Tema 4 - A Comunicação Canina Tema 5 - Os Instintos Básicos de Sobrevivência Tema 6 - Os Condicionamentos Tema 7 - As Agressividades Tema 8 - Ansiedade por Separação

(Resumido)

Tema 9 - Síndrome de Disfunção Cognitiva Tema 10 - Fobias Tema 11 - Manias Maternais Tema 12 - Hiperatividade e Hiperexcitabilidade Tema 13 - Comportamentos estereotipados Tema 14 - Ingestão Inadequada Tema 15 - Eliminação Inadequada

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-de-psicologia-canina.html

… e donos responsáveis

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