Revista Nº 2 - 2º Trimestre 2012

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Nº 2 - 2º Trimestre de 2012

Revista Digital de Cães e Lobos

Uma Edição do Departamento de Divulgação do:

Centro Canino de Vale de Lobos

Etologia • Comportamento • Educação • Adestramento Convivência • Psicologia • Veterinária • Estética

Artigos - Notícias - Reportagens - Curiosidades


Formamos:

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Características do Curso Objectivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre a identificação, diagnóstico, tratamento e prevenção dos Comportamentos anómalos, desviantes e patológicos dos cães que vivem integrados na sociedade humana. É um Curso abrangente uma vez que é transversal a todos os Problemas Comportamentais dos canídeos domésticos. Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio dispendido com o curso: +/- 3 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do formando). A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Adestradores Caninos que sentem dificuldades na interpretação e tratamento destas patologias cada vez mais presentes na interacção dos cães com os seus donos e o meio envolvente. Mas também a todos os interessados na temática do Comportamento Canino e nas alterações causadas por via da domesticação. Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de interpretação, diagnóstico, tratamento e prevenção das Patologias do Comportamento. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, resolver todos os problemas ligados à área Comportamental.

Estrutura Programática do Curso Tema 1 - Como Funciona um Cão Tema 2 - O Carácter Tema 3 - O Temperamento Tema 4 - A Comunicação Canina Tema 5 - Os Instintos Básicos de Sobrevivência Tema 6 - Os Condicionamentos Tema 7 - As Agressividades Tema 8 - Ansiedade por Separação

(Resumido)

Tema 9 - Síndrome de Disfunção Cognitiva Tema 10 - Fobias Tema 11 - Manias Maternais Tema 12 - Hiperatividade e Hiperexcetibilidade Tema 13 - Comportamentos estereotipados Tema 14 - Ingestão Inadequada Tema 15 - Eliminação Inadequada

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-de-psicologia-canina.html

… e donos responsáveis!


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Experiências

Edição Nº 2

Editorial

Conforme prometido aqui está o nº 2 da revista digital “Cães & Lobos”, maior, com mais motivos de interesse e com igual empenhamento dos atuais e ex-alunos do Departamento de Formação do CCVL. Para este número conseguimos motivar mais alguns colaboradores que foram inexcedíveis na pesquisa e tratamento de informação sobre cães e lobos que interessasse a todos e o resultado aqui está para que todos possam disfrutar dele. A Dominique traduziu um excelente trabalho de pesquisa acerca da maneira como a robótica pode ajudar os nossos amigos de quatro patas na árdua tarefa de descobrir e resgatar pessoas soterradas em escombros. A Anabela dissertou acerca da convivência com os nossos cães e a dificuldade que por vezes existe na sua inserção na nossa sociedade. Na mesma linha de intervenção, a Karin deu-nos a sua visão acerca da maneira como os cães vivem atualmente nos grandes aglomerados populacionais partilhando connosco algumas estatísticas que nos ajudam a compreender o fenómeno. O André, que é voluntário numa associação de proteção de animais, contou-nos com pormenor o dia a dia numa dessas instituições, as dificuldades a todos níveis com que diariamente de debatem, e comparou-as com os canis municipais. A Paula, enfermeira veterinária, descreveu-nos em pormenor o plano de vacinação dos cães, as doenças que previnem e os riscos por que os animais passam se não forem vacinados. A Vera partilhou connosco a sua experiência ao abrir e publicar uma Pet Shop online. A Suzette presenteou-nos com belas imagens de um nascimento dos cachorros de uma das suas progenitoras da raça Cão da Serra da Estrela, a que ela há tantos anos se dedica como criadora. Mais uma vez a Vanessa compilou algumas curiosidades caninas que são sempre bem vindas. A Anabela esteve atenta às notícias que iam sendo publicadas e presenteou-nos com um grupo bastante interessante. Falámos da evolução e da domesticação do cão doméstico e das etapas vitais pelo qual passa. Como irão verificar, Iniciámos neste número uma nova rubrica a que demos o nome de “Personalidade” e começámos com David Mech a entidade máxima no estudo do Lobo. Nos próximos números iremos falar de outros nomes. Até ao próximo trimestre e boas leituras! Sílvio Pereira

Navegue connosco nas ondas da web Centro Canino de Vale de Lobos www.ccvlonline.com

2 O Cão na Sociedade (Anabela Guerreiro)

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David Mech (Sílvio Pereira)

6 Origem e Evolução da Espécie Canina (Sílvio Pereira)

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Vacinação (Paula Leal)

11 O Nascimento de um Cachorro (Suzette Veiga)

12

Cães e Robots (Dominique Martins)

14 As Etapas Vitais do Cão Doméstico (Sílvio Pereira)

16 A Realidade dos Canis e das Associações de Ajuda a Cães (André Moreiras)

18 A Criação de uma Pet Shop Online (Vera Bandarra da Silva)

20 Notícias Caninas (Anabela Guerreiro)

Departamento de Formação do CCVL http://formacaoccvl.weebly.com Departamento de Divulgação do CCVL Blogue: http://comportamento-canino.blospot.com Fórum: http://comportamento-canino.forumotion.net www.facebook.com/ccvlobos Página 1

21 O Cão nos Grandes Centros (Karin Pirá)

22 Curiosidade Caninas (Vanessa Correia) Uma edição do Departamento de Divulgação do:

Centro Canino de Vale de Lobos


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Convivência

Por: Anabela Guerreiro Fotos: Google

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ser humano sempre viveu rodeado de animais adaptando-se a estes e vice versa, consoante as suas necessidades. Atualmente e mais do que nunca, os cães exercem uma função de extrema importância na sociedade, ajudando a colmatar e a preencher lacunas que a própria sociedade criou, por vezes até com alguns exageros, não tendo em consideração o bem estar, a etologia e a psicologia animal. É sabido que um animal de companhia não é um objeto descartável à medida da nossa conveniência, nem tão pouco deve ser considerado como um brinquedo para crianças ou um adorno e símbolo de riqueza e classe social para um adulto. Ter um cão significa acima de tudo assumir uma responsabilidade, desta forma, é importante pensar antes de optar em adquirir ou adotar um cão, é pois necessário saber se estamos dispostos a assumir essa responsabilidade incondicionalmente.

devido à sua inteligência quantitativa. É assim dever do ser humano, agindo como líder premiar boas condutas, castigar a desobediência, administrar os recursos essenciais e não usar de brutalidade. Isso dá ao cão a proteção e a certeza de que todas as suas necessidades serão satisfeitas, e acima de tudo, uma boa relação de convivência.

Segundo estudos realizados, a adaptação dos cães é devida ao facto de terem desenvolvido a habilidade de aprendizagem por imitação. Habilidade esta que evoluiu e continuam a O início utilizá-la para evitar a aprendizagem por tentativa e erro. A pesquisa afirma O processo de domesticação contri- ainda que esta é uma característica buiu para que os cães se adaptascomum noutros grupos de animais, sem aos homens em vários sentidos. destacando a diferença canina no Deste modo, o cão adquiriu uma facto de terem crescido e se desenriqueza fônica superior à do lobo, volvido no meio humano ao longo dos alimentando-se das mesmas coisas anos. É inquestionável, portanto e e mudando a sua morfologia de for- pode-se afirmar com segurança que a ma a acompanhá-lo ao longo do tem- adaptação foi feita do cão ao homem po. e não em No entanto neste relacionamento sentido perfeito, a hierarquia é um dos mais contrário. importantes factores que desde semDe forma pre deverá estar estabelecido nesta simples, o relação. Assim, fica claro para o cão cão que o humano é o dominante, torobtém nando tal estabelecimento possível ©pet shop magazine

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dessa relação uma melhoria na sua atitude quanto à sobrevivência, já que tem comida em abundância, evita a depredação e optimiza a qualidade reprodutiva e também quanto à atitude social, pois integrase numa mais ampla. Já o homem é ainda mais favorecido, pois melhora a segurança de seu grupo, as necessidades gregárias e por vezes as físicas e psicológicas. Reconhecida como uma espécie domesticada, algumas raças de cães possuem características especificas que o fazem destacar-se. Para desenvolver mais estas particularidades, os cães normalmente são adestrados para obedecerem ao seu dono e para reagir corretamente em determinadas situações. Essa condição, criada pelo ser humano ao longo do seu convívio e interação com o cão, apenas é possível devido ao comportamento do cão em relação ao homem.

A SOCIEDADE HOJE Como se referiu anteriormente, os seres humanos e os cães domesticados sempre tiveram uma estreita relação durante milhares de anos em diferentes culturas. Esta ligação especial entre seres humanos sobre-


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viveu à transição dos nossos estilos de vida desde o pré histórico aos moradores urbanos. Os cães são uma parte importante na nossa sociedade, estudos* demonstram que em Portugal cerca de 40% da população com mais de 18 anos possui um cão em casa, sendo que a posse desta espécie é superior nas regiões do Sul (51%), Litoral Norte (44%), Interior Norte (44%), sendo em Lisboa onde a percentagem é menor (29%). Nas últimas décadas, constantes mudanças sociais, culturais, económicas, politicas e tecnológicas têm causado mudanças fundamentais nos valores e atitudes na nossa sociedade. Algumas pesquisas mostram que como resultado destas muitas mudanças assiste-se a uma perda de controlo, perda de confiança e um crescente sentimento de isolamento por parte do ser humano, proveniente de uma sociedade cada vez mais urbanizada onde também o contacto com o cão torna-se cada vez mais limitado.

portadores de síndrome de Down, pacientes de Alzheimer, pacientes com problemas neurológicos e deficientes físicos. Na europa, 30% das terapias de recuperação utilizam animais. Em San Francisco, nos Estados Unidos, existe um programa em que cães oferecem conforto a pacientes com SIDA. A presença destes animais repercutiu na melhoria do ambiente de trabalho nas enfermarias, beneficiando a equipa médica. Eles melhoram os sentimentos de segurança quer em casa ou locais públicos contribuindo de forma a quebrar barreiras na sociedade, ajudando as pessoas a encontrar e fazer novos amigos. Desta forma, a dupla capacidade do cão ser um animal de companhia e ao mesmo tempo utilizar competências em auxílio ao seu dono, tornam-no único. Muitos dos trabalhos efetuados pelos cães são de grande importância humanitária, e alguns deles podem mesmo ser desenvolvidos por cães A companhia confiável e incondicio- sem serem de raça pura, como por nal fornecida pelo cão é considerada exemplo a condução de gado e rescomo que uma terapêutica eficaz e petiva proteção (cães pastor), poliestratégica no sentido de melhorar a ciam propriedades (cães de guarda), nossa qualidade de vida. Os cães farejam e detetam substâncias ilícitas podem ajudar a diminuir o stress, a (cães de pista), puxam trenós; expulaliviar a solidão, a melhorar a saúde sam malfeitores (cães de defesa), das pessoas. A simples presença de auxiliam pessoas com mobilidade um cão pode reduzir a pressão san- reduzida ou com guínea, o que justifica o alto índice deficiência (cães de sobrevivência de donos de aniguia), procuram e mais um ano depois de terem sido salvam pessoas vítimas de ataque cardíaco. Pesqui- perdidas (cães de sas comprovam a utilidade e na busca) ou simmaioria os casos o sucesso do aniplesmente acresmal como co- terapeuta, no tratacentam um brilho na vida de centenas mento de doentes psíquicos, de de milhares de pessoas espalhadas crianças hiperativas ou agressivas, por todo o mundo. Página 3

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Convivência

Apesar de todos os benefícios comprovados, existe uma atitude crescente de que os cães não são parte importante e legítima da nossa sociedade. A consolidação urbana, as preocupações ambientais, o estilo de vida em mudança e a legislação acabam por criar um ambiente em que a simples posse de um cão encontra-se cada vez mais ameaçada, comprometida pela tendência de um aumento da densidade habitacional. Sendo que os apartamentos e habitações com quintais pequenos tendem a desencorajar pessoas a possuir cães. Nestes casos os donos de cães necessitam de um acesso imediato a áreas públicas a uma curta distância de casa para poderem gerir os seus cães com sucesso, é assim importante que o desenvolvimento urbano evolua de forma inteligente de modo a permitir a integração do cão na sociedade. Só em Portugal a percentagem de lares com animais de estimação desceu quatro por cento desde Novembro de 2010*.

© Petmag

Programas de educação que incentivem uma profunda compreensão das necessidades dos cães e ensinar também as responsabilidades de um comportamento sensato em torno dos mesmos, pode ajudar os cães, respetivos donos e todos os outros numa sociedade, pois as necessidades dos cães, dos seus donos e dos não proprietários são todos legítimos. Desta forma estas necessidades devem ser conduzidas e integradas na sociedade e no ambiente por forma a que pessoas e cães vivam em harmonia. * Fonte Marktest


Cães & Lobos Deste modo é importante que para uma melhor e mais útil integração do cão na sociedade seja necessário saber comunicar e saber entender o animal. A comunicação pressupõe compreensão, sendo que nenhum cão compreenderá o ser humano se não passar por duas fases básicas (ambas ligadas à 1ªinfância): o Imprinting, onde o cão começa a reconhecer como congéneres a todos os animais, nomeadamente os humanos também, que interagem com ele neste período e a Socialização, como que a escola de vida de um cão, onde ele percebe que existem leis precisas, que existe hierarquia e que tem de obedecer aos primeiros e que os segundos podem ser mandados. Um cão que passou por uma boa fase de imprinting e socialização possui as bases indispensáveis para comunicar com o homem. Compete a este agora construir as sua regras, apoiadas na etologia e psicologia canina. Em suma: É de sempre que o cão se relaciona com o homem, sendo que esta parceria tem sido constantemente moldada e alterada ao longo dos tempos, pelo menos 15 mil anos. Nós próprios vivemos continuamente moldando e alterando a natureza das nossas relações com os cães, procurando sempre novas formas e tarefas para eles fazerem connosco. Através deste convívio, observam-se momentos positivos e negativos. Na cultura, povoa a realidade com heróis, companheiros de passatempo e de trabalho, os sonhos e como úteis cobaias. Também na ficção desde sempre, o cão, figura em filmes, desenhos animados, séries de televisão, livros e revistas. Isto significa que o cão moderno, o seu mundo e os seus envolvimentos com os seres humanos são muito diferentes hoje e assim continuarão em constante mudança, adquirindo sempre um papel importante nesta nossa sociedade, também ela própria em constante mudança. F Página 4

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ALGUMAS CURIOSIDADES: " O melhor amigo do homem". Tal afirmação, apesar de considerada por muitos apenas como uma crença popular, possui um início. Esta frase foi pronunciada pela primeira vez pelo advogado George Graham Vest, num tribunal nos Estados Unidos, já que o seu cliente, Charles Burden, dono de um galgo chamado Old Drum, descobriu que o seu vizinho o havia assassinado sem motivo aparente e decidiu denunciar o facto. No julgamento, Graham discursou: “Cavalheiros do júri: O melhor amigo que um homem possa ter, poderá voltar-se contra ele e se converter em seu inimigo. Seu próprio filho ou filha, a quem criou com amor e dedicação infinita, podem demonstrar ingratidão. Aqueles que estão bem próximos do nosso coração, aqueles a quem confiamos a nossa felicidade e bom nome, podem converter-se em traidores.” Neste relacionamento entre homem e animal, o cão não se importa que o seu dono resida numa mansão ou na rua, qual a sua religião ou a sua cor de pele. Água limpa e comida, cuidado, carinho e respeito são o suficiente para conquistar a confiança dele, que por isso, recebeu o título de melhor amigo do homem, antes mesmo da frase ser dita pela primeira vez. Por outro lado, há a desconfiança de que o cão não seja um animal de estimação, mas sim um evoluído parasita. Tal afirmação advém do facto do cão se adaptar completamente para satisfazer a necessidade biológica que o ser humano tem de cuidar de outro ser dependente e o tornar familiar, como também estar sempre perto quando o homem se sente só, aflito ou inseguro, e por aparentemente estar no controlo, pois o homem oferece-lhe comida quando sente fome, leva-o ao veterinário quando está doente e dá-lhe atenção quando pede. F


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Já publicou dez livros e numerosos artigos sobre lobos e outros animais selvagens, o mais famoso dos seus livros é O Lobo: a ecologia e comportamento de uma espécie em extinção (1970, University of Minnesota Press) e Lobos: comportamento, ecologia e conservação que é co-editado com Luigi Boitani (2003, University of Chicago Press ). O livro de 1997 O Lobo do Ártico: dez anos com o Grupo recebeu uma Menção Honrosa pela National Book Award. Lucyan David "Dave" Mech (nascido a 18 de janeiro de 1937) é o mais reputado e internacionalmente reconhecido especialista no estudo dos lobos, é um cientista sénior de pesquisa do Departamento do Interior dos EUA, trabalha no Serviço Geológico dos EUA (desde 1970), e é professor adjunto da Universidade de Minnesota em St. Paul. Pesquisa lobos desde 1958 em locais como Minnesota , Canadá , Itália , Alasca , Parque Nacional de Yellowstone , e em Isle Royale . Mech é o fundador do Centro Internacional do Estudo do Lobo e é igualmente vice-presidente do Conselho de Administração. O projeto de criação deste Centro, que começou em 1985, foi uma consequência natural da sua investigação sobre lobos, bem como a sua ambição de educar as pessoas sobre a natureza dos lobos, e que todos os possam entender antes de os atacarem.

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Personalidade

Dave Mech foi o criador do termo “Alpha” que determinava o elemento, ou o casal, que liderava a matilha e a quem todos os outros membros tinham que se submeter. Paradoxalmente é agora o seu maior crítico, como atesta o extrato de uma intervenção feita na televisão americana em 2005, que passamos a transcrever: “…o termo alfa não é realmente correto quando descrevemos a maioria dos líderes das matilhas de Lobos, porque o termo implica que os lobos lutaram e competiram ferozmente para chegarem ao topo da matilha. Na realidade, a forma como eles chegam lá é procriando com um membro do sexo oposto, procriando uma série de crias que posteriormente formam o resto da matilha e tornando-se os líderes de forma natural tal e qual um par de seres humanos criando uma família. Em vez de usar o termo alfa para um lobo, em vez de dizer lobo alfa ou fêmea alfa, os cientistas tendem agora a chamar os lobos de: o macho que cria e a fêmea que cria ou podem chamá-los de lobo pai e lobo mãe, não há realmente nada de errado nisso, esses termos são muito melhores e mais corretos do que o termo “alfa”. Na realidade, eu sou um dos culpados pelo termo alfa ser usado nos lobos.

Publiquei um livro em 1970, que tem hoje em dia mais de 110.000 cópias em circulação, e nesse livro denominei o lobo de topo como o alfa e fiz isso porque, na altura, era isso que a ciência sabia, mas aprendemos muito. Esse livro foi publicado em 1970 e nos 35 anos que se seguiram à sua publicação aprendemos muito e uma das coisas que aprendemos é que o termo alfa é na realidade incorreto quando aplicado à maioria dos lobos líderes de uma matilha. É apropriado usar o termo alfa em matilhas artificiais onde se podem colocar vários lobos juntos oriundos de diferentes locais, lobos que não têm relações familiares uns com os outros, nesse caso formariam uma ordem linear ou hierarquia dominante e aí sim, poderia chamar-se a esse animal o alfa embora isso raramente acontece na vida selvagem, se é que alguma vez acontece, portanto esse seria um caso onde se poderia usar o termo alfa.. Outro caso onde encontramos aquilo a que chamamos de matilha complexa ou uma matilha com vários membros que procriam no parque de Yellowstone, por exemplo, já houve matilhas com três fêmeas que procriavam e nesse caso poder-se-ia chamar à fêmea com maior hierarquia que seria normalmente a mãe, poderia chamarse então a esse animal fêmea alfa, mas ver isso numa perspetiva de matilhas de lobos em geral pelo mundo fora situação que raramente acontece.” F Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/L._David_Mech http://www.davemech.com/index.html http://www.davemech.org/ http://www.youtube.com/watch?v=tNtFgdwTsbU

Fotos: www.google.com


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As últimas investigações da genética molecular poderão alterar tudo aquilo que pensávamos em relação ao período, que era consensual, acerca da qual a espécie canina evoluiu demarcando-se da que lhe deu origem: a espécie lupina. O mito conta que o homem achou que o cão era uma companhia útil e resolveu acolhê-lo. Os cães eram guardas, pastores ou ajudavam na caça. O testemunho arqueológico mais antigo de cães com uma morfologia diferente da dos lobos remonta a 16 mil anos no Médio Oriente, sugerindo uma evolução que coincide com o aparecimento das primeiras aldeias e antecede em alguns milhares de anos a domesticação de outros animais como as ovelhas e cabras.

Evolução

cronómetro da evolução. Os Lobos e os coiotes diferem em cerca de 6% três continentes. Os cien- no ADN das mitocondrias e, de acortistas mediram as diferen- do com fósseis descobertos, separam ças existentes nos ADN -se de um antepassado comum há das mitocondrias a fim de calcularem cerca de um milhão de anos. Os como esses vários tipos de caninos lobos e os cães diferem em apenas estão relacionados entre si e qual a 1%, o que sugere que lobos e cães data possível da separação de um se separaram há cerca de 135 mil antepassado comum. As mitocondrias anos, muito mais cedo do que a data são pequenas células que estão den- sugerida para a descoberta do pritro das células dos animais e que meiro fóssil de um cão sem semetransformam comida armazenada em lhanças com o lobo. energia com a ajuda do oxigénio e que também têm a particularidade – muito apreciada pelos geneticistas, aliás – de se reproduzirem assexuada e independentemente do resto da célula. O ADN normal de uma célula animal provem de ambos os pais. No entanto, o ADN das mitocondrias vem O cronómetro da evolução é uma exclusivamente do ADN das mitocon- medida antiga que não capta diferendrias da mãe. Numa reprodução ças que tenham ocorrido entre as sexual normal, a mudança genética várias raças nas últimas centenas de de uma geração para a geração anos. A descoberta mais marcante da seguinte é muito rápida devido às equipa de Wayne foi constatar que misturas dos genes parentais em não existia quase relação nenhuma novas combinações. entre a raça do cão a as sequências de ADN das mitocondrias. Em oito Pastores Alemães, os cientistas descobriram cinco sequências diferentes; em seis Golden Retrievers, descobriram quatro e as mesmas sequências apareceram repetidas vezes em muitas raças que aparentemente não tinham qualquer relação entre elas.

A ideia de que os cães surgiram quando o homem se tornou um ser sedentário, é frequentemente repetida, de tal forma que é surpreendente encontrar provas na genética que contradizem por completo este conceito. A prova está num estudo feito por Robert Wayne, um biólogo da Universidade da Califórnia em Los Angeles, que aplicou as ferramentas da biologia moderna a cães, lobos, coiotes e chacais. Robert Wayne e os seus colegas recolheram amostras de sangue, tecido e pêlo de 140 Isto significa que o ADN das mitoconcães de 67 raças e de 162 lobos de drias pode ser utilizado como um

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A questão é esta: se os cães forem de facto domesticados há mais de 100 mil anos, como sugerem os estudos de Wayne, então não houve muita variedade de raças nesses mesmos 100 mil anos. Em vez de se separarem em diferentes raças, o conjunto de genes caninos permaneceu num só, mas misturado. Houve uma saída de genes considerável na população, o que não teria aconteci-


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Evolução

do caso os homens tivessem tentado manipular a criação dos seus cães ou desenvolvido raças especiais com determinadas características. O estudo de Wayne também sugere que durante muito tempo a diferença genética entre o cão e o lobo era demasiado pequena para provocar qualquer mudança morfológica significativa que pudesse ser comprovada no fóssil. Mesmo se a distância do lobo ao cão fosse pequena, aparentemente isso não acontecia muitas vezes. Wayne descobriu que as sequências do ADN das mitocondrias se juntavam em quatro grupos principais. Se houvesse um novo afluxo de sangue de lobo na população canina (isto é, se o cão fosse reinventado sucessivas vezes de populações selvagens em épocas diferentes), estes diferentes agrupamentos não teriam ocorrido. Wayne concluiu que os primeiros cães “foram inventados de alguma forma na sociedade humana” para serem

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com o investigador Aguirre no Centro para a Genética e Reprodução Canina de Cornell - , o que levanta a possibilidade interessante que o homem pré-histórico não tenha querido sequer domesticar cães. Pelo contrário, o cão pré-histórico achou por bem ficar perto dos humanos e convenceuos a não lhe atirarem pedras nem a comê-lo. Claro que este é um comentário hipotético. Se esta descrição está certa, não foi com intenção consciente dos cães. Mas também não houve praticamente intenção da parte dos humanos. A maravilha e a beleza da escolha natural está na criatividade e na inteligência “impensada” com que essa escolha é feita. A verdade é que os geneticamente isolados da população de lobos selvagens. E também que a domesticação dos cães provavelmente foi “um acontecimento raro”, algo que sucede muito poucas vezes. Tudo isto aconteceu numa altura em que “os humanos não eram ainda humanos”, tal como refere Gregory Acland – veterinário que trabalhou

homens com os seus acampamentos, as suas pilhas de lixo e práticas de caça, representavam um nicho ecológico ideal para a exploração dos lobos, ou pelo menos por aqueles lobos, que na sua estrutura genética, conseguiram explorar aquele nicho e depois passaram esta capacidade aos seus descendentes. Apesar de existirem lobos espalhados por todo o Mundo, desde a Europa à Ásia, à América do Norte, a população total resume-se a 150 mil espécimes. Nos Estados Unidos existem cerca de 50 milhões de cães com dono e mais outros tantos sem dono, o que pode ser interpretado da seguinte forma: é preferível “engraxar” as pessoas que lutar contra elas. F Por: Sílvio Pereira Fotos: www.google.com

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Saúde

Por: Paula Leal Fotos: www.google.com

Definição de Doenças e Plano de Vacinação 1ª Parte As vacinas ajudam a evitar doenças infecto-contagiosas, por vezes fatais. Os cães podem ser vacinados a partir das 6 semanas de idade. Os animais devem estar previamente desparasitados e em bom estado geral. Depois de adquirir o seu novo cachorrinho o ideal é levá-lo ao seu Médico Veterinário para uma primeira consulta e marcar a melhor altura para começar a vacinação. A vacina da raiva (que é obrigatória) só é dada a partir dos 4 meses de idade e a da febre da carraça a partir dos 5 meses. Ordem de Vacina

Idade do Cão

Doenças que Previne

1ª Vacina

6 Semanas

Esgana Parvovirose

2ª Vacina

8 Semanas

3ª Vacina

12 Semanas

4ª Vacina

16 Semanas

Esgana Parvovirose Leptospirose Hepatite Vírica Esgana Parvovirose Leptospirose Hepatite Vírica Raiva

Nota: Raças nórdicas e Rottweilers devem fazer um reforço suplementar da 3ª vacina, uma vez que são raças mais sensíveis a determinadas doenças infeciosas. Muito Importante: Anualmente devem ser feitos reforços de vacina de todas as doenças anteriormente referidas.  Anorexia e prostração;  Pneumonia. Sinais neurológicos nos casos de esgana nervosa – paralisia, “tiques” nervosos e convulsões nos casos mais graves. O diagnóstico de esgana é baseado no historial clínico do animal O vírus da esgana (CDV) transmite-se (normalmente são cachorros não pelo ar, daí a sua elevada contagiosi- vacinados que já vão à rua), nos sindade. Assim que é inalado, dissemina- tomas e em análises sanguíneas. se rapidamente pelo organismo do Esgana animal e os sintomas começam a surgir. A febre é o primeiro sinal da doenA esgana canina é uma doença viral ça. Aparece normalmente 3 a 6 dias altamente contagiosa que afeta o após a contaminação. Após a febre, aparelho respiratório, digestivo e o os sintomas podem variar bastante, sistema nervoso central do cão. dependendo da estirpe viral e do sistePode atingir animais de qualquer ma imunitário do cachorro. Assim idade contudo, afeta sobretudo podemos ter: cachorros não vacinados entre os 3  Corrimento ocular e nasal; e os 6 meses de idade, sendo gran-  Diarreia e vómitos; de parte das vezes fatal. Os animais adultos afetados por esta doença têm uma maior resistência à doença. Devido ao desenvolvimento dos planos vacinais nos cachorros, a incidência de esgana sofreu uma redução muito significativa nos últimos anos.

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Cães & Lobos O tratamento consiste em manter o animal hidratado devido às perdas no vómito e diarreia, forçar a alimentação, fornecer anti vomitivos e antibióticos e controlar as convulsões. Grande parte dos cachorros, apesar do tratamento de suporte agressivo, acabam por morrer. Os que sobrevivem podem ficar com sequelas nervosas (“tiques”), hipoplasia do esmalte (os dentes ficam com um aspeto amarelado e gasto) e sensibilidade gastrointestinal. A esgana é uma doença com um prognóstico muito reservado que pode conduzir à morte do cachorro. Nunca esquecer que se ele não estiver vacinado com a primo-vacinação não pode ir à rua pois arrisca-se a ser contaminado. Se notar que o seu cachorro não quer comer e está prostrado leve-o de imediato ao veterinário, não espere pelo dia seguinte. Parvovirose A Parvovirose canina, também conhecida como gastroenterite Vírica, é uma doença relativamente recente que se instalou na população canina por volta de 1978. Tal como o nome indica, é causada por um vírus. A principal fonte deste vírus é as fezes de cães infetados, sendo os animais suscetíveis expostos à infeção pela ingestão das partículas víricas. Após a ingestão, o vírus é transportado para o intestino onde invade a mucosa intestinal e causa inflamação.

Infelizmente, e ao contrário da maior parte dos vírus, o vírus da Parvovirose canina é muito estável no ambiente e resistente aos efeitos do calor, detergentes e álcool, tendo sido já Página 9

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Saúde recuperado de fezes de cão após três meses à temperatura ambiente! Devido à sua estabilidade, é facilmente transmitido pelo ar ou por objetos contaminados (roupa, sapatos, etc.), não sendo necessário o contacto direto entre os cães para a disseminação do vírus. Os cães que são infetados e manifestam sinais clínicos ficam doentes normalmente 7 a 10 dias após a infeção inicial. Os sintomas mais característicos são os vómitos e a diarreia, que podem ser bastante severos, embora os cães também possam exibir anorexia, letargia e febre. Geralmente os vómitos são o primeiro sinal e a diarreia pode não estar presente no quadro clínico inicial. A Parvovirose pode afetar cães de todas as idades, embora seja mais comum em cães com menos de um ano de idade. Os cachorros com menos de cinco meses são os mais severamente afetados e os mais difíceis de tratar. O diagnóstico da Parvovirose é muitas vezes um desafio para o Veterinário, pois há uma infindável lista de outras doenças que causam vómitos e diarreia. Normalmente é feito um diagnóstico tentativo com base na contagem das células brancas sanguíneas (leucócitos). A Parvovirose é caracterizada por uma contagem reduzida (leucopenia), embora esta possa estar normal no início dos sintomas clínicos! A confirmação do diagnóstico pode ser feita por meio de um teste laboratorial, em que se faz a deteção de anticorpos no sangue, embora os resultados negativos não sejam totalmente fiáveis. Uma pergunta que naturalmente se põe, é se existe tratamento e se este é eficaz. Não há tratamento para matar o vírus após a infeção. A ação do vírus no organismo do animal não é causar diretamente a morte.Em vez disso, ele provoca uma destruição do epitélio intestinal resultando numa desidratação severa, desequilíbrios eletrolíticos e infeção da corrente sanguínea por bactérias intestinais.

Assim, o tratamento de um cachorro com Parvovirose passa por um tratamento de suporte, em que se tenta corrigir a desidratação e desequilíbrios eletrolíticos, mediante a administração de fluidos intravenosos. A este tratamento de suporte adicionam -se os antibióticos, para tentar evitar a septicemia (infeção do sangue), e os antieméticos para controlar os vómitos. A maioria dos cães com Parvovirose recuperam se tiver sido instituído um tratamento agressivo, e se este começou antes do desenvolvimento de septicemia e desidratação severa. Por razões ainda não esclarecidas, verifica-se uma maior suscetibilidade de algumas raças a esta doença, nomeadamente o Rottweiler, tendo uma maior taxa de mortalidade que outras raças. Leptospirose A Leptospirose é provocada pela Leptospira interrogans, uma bactéria do tipo espiroqueta, a qual provoca infeções em vários animais, que tanto podem evoluir sem evidenciarem sinais ou sintomas como provocarem problemas hepáticos e abortos, no caso das fêmeas. A bactéria é transmitida ao ser humano essencialmente através de alguns roedores, como o rato cinzento, e eventualmente através de bovinos, suínos e cães, que eliminam os microrganismos com a urina. O contágio efetua-se através do contacto direto com a urina dos animais infetados ou através das águas contaminadas, já que as bactérias conseguem sobreviver e conservar a sua capacidade de infeção durante bastante tempo num meio líquido, se a temperatura for amena. Os trabalhadores rurais estão, como é óbvio, muito expostos ao contágio, em especial os que trabalham em arrozais e em pocilgas, bem como os donos de cães em zonas urbanas. período de incubação da Leptospirose dura entre 1 a 3 semanas. As suas


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principais manifestações, que se evidenciam de forma brusca, são febre, através de uma subida considerável da temperatura do corpo acompanhada por arrepios, dor de cabeça latejante, dores musculares difusas e inflamação das conjuntivas oculares. Por vezes, evidenciam-se igualmente dores abdominais, náuseas, vómitos e diarreia. Os sinais e sintomas descritos costumam desaparecer ao fim de cerca de uma semana a dez dias, propiciando a cura espontânea da doença. Todavia, em alguns casos, após alguns dias sem sinais e sintomas, podem surgir novas manifestações, provocadas por uma reação imunitária anómala gerada pela reação do sistema de defesa face às bactérias responsáveis pela doença. Esta segunda fase do problema caracteriza-se pela afetação do fígado, rins e sistema nervoso, que se manifesta através de inúmeros sinais e sintomas, entre os quais se destaca a icterícia, a coloração amarela da pele provocada por uma insuficiência hepática, bem como vários sinais e sintomas de meningite, quando os nervos são igualmente afetados. Como as alterações costumam persistir entre uma a quatro semanas, as funções hepática e renal podem levar bastante tempo a recuperarem totalmente. Para além disso, em cerca de 5% dos casos, podem manifestar-se complicações agudas, provocando mesmo a morte do paciente. O tratamento baseia-se na administração de antibióticos ativos contra o agente causador da Leptospirose, juntamente com o repouso na cama enquanto dura toda a fase ativa da doença e uma abundante ingestão de líquidos. Nos casos graves, sobretudo quando surgem complicações hepáticas, renais ou neurológicas, costuma ser necessário o internamento do indivíduo afetado no hospital. Página 10

Saúde

Hepatite Virica Esta doença é causada por um vírus que não atinge o homem. O vírus atinge principalmente os rins e o fígado do animal. A sua ocorrência é bem menos frequente que outras viroses como a Parvovirose, e a hepatite viral não apresentam risco de mortalidade alto. O período de incubação varia de 2 a 5 dias. O vírus atinge o fígado e outros órgãos, especialmente os rins. O animal pode apresentar desde sintomas leves até um quadro bastante severo. Os sinais clínicos incluem febre, diarreia, apatia, inapetência, vómitos amarelo-esverdeados e, em uma pequena percentagem de cães, alteração na cor dos olhos (que se tornam azuis devido a um edema de córnea) perfeitamente reversível na maioria dos casos.

O tratamento é feito para a fortificação do organismo do animal a fim de que a doença não progrida e, consequentemente, não cause maiores danos. Raiva É uma doença infeciosa aguda que acomete mamíferos (homens e animais), causada por um vírus que se multiplica e se propaga - via nervos periféricos - até o sistema nervoso central, de onde passa para as glândulas salivares, nas quais também se multiplica. O prognóstico é fatal em todos os casos e representa um sério problema de saúde pública.

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A doença expõe grande número de pessoas e animais ao risco de contaminação e os custos necessários para o seu controle ou erradicação são elevados. O vírus rábico é inativado por diversos agentes físicos e químicos, tais como: radiação ultravioleta, detergentes, agentes oxidantes, álcool, compostos iodados, enzimas proteolíticas e raio X. É sensível aos ácidos com pH <4 e às bases com pH> 10. É inativado pelo calor, sobrevive 35 segundos a 60°C, 4 horas a 40°C e vários dias a 4°C.A forma mais comum de transmissão é através de contacto com saliva de animal raivoso, seja por mordeduras ou lambeduras de mucosa ou de pele com solução de continuidade. As arranhaduras também têm potencial de contaminação, devido à salivação intensa dos animais doentes, que muitas vezes contaminam suas patas. Outras formas de contágio, embora raras, são: transplante de córnea, via inaladora, via transplacentária e aleitamento materno. Teoricamente, é possível a transmissão de raiva por contacto íntimo intradomiciliar ou em unidades de saúde através de secreções infetantes. Entretanto, não há casos registados com essa epidemiologia. Existem 2 formas de raiva canina: a furiosa e a paralítica, dependendo da predominância de uns ou de outros sintomas. A forma furiosa caracterizase por inquietação, tendência ao ataque, anorexia pela dificuldade de deglutição e latido bitonal, posteriormente paralisia, coma e morte. Na forma paralítica, ao contrário da furiosa, não há inquietação ou tendência ao ataque, o cão tende a se isolar e se esconder em locais escuros. Apresenta paralisia de patas traseiras, que progride e o leva à morte. A duração da doença é de 3 a 7 dias. F


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Criação

O nascimento dos cachorros da Aloe Vera ocorreu no dia 24 de Fevereiro de 2012.

A mãe corta o cordão O parto pode durar várias horas durante o qual os cachor- umbilical, lambendo o tórax do cachorro recém nascido, ros são expulsos num intervalo de 20 - 30 minutos. A o que vai estimular a sua primeira respiração. expulsão de um cachorro provoca contrações fortes da musculatura abdominal. Um cachorro é expulso totalmente envolto na bolsa amniótica. A mãe rasga a bolsa amniótica para libertar o cachorro. A placenta é geralmente libertada nos 5-10 minutos seguintes e é ingerida pela mãe. A placenta contem hor

Normalmente um cachorro procura o calor da mãe para encontrar um mamilo e mamar o colostro (primeiro leite) que contem anticorpos que fornecem uma imunidade importante contra infeções.

monas importantes e necessários para a boa continuação do parto.

O papel do criador limita-se a observar e verificar o instinto maternal da cadela e ajudar a manter a maternidade limpa, colocando os cachorros menos fortes sob os mamilos que fornecem o primeiro leite (colostro). Assim inicia-se um novo ciclo da vida e para os cachorros uma luta pela sobrevivência. Devem encontrar os mamilos que fornecem o primeiro leite, importantíssimo para ganhar forças e crescer. F Texto e fotos:

http://www.estreladog.com/ Página 11

Suzette Preiswerk da Mota Veiga Canil da Quinta de S. Fernando do Cão da Serra da Estrela Manteigas


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Esta ideia podia ter saída duma reunião entre Isaac Azimoz e Brigitte Bardot. De fato, os cientistas alemães criaram as primeiras equipas de salvamento compostas de cães e de robôs. Na sequencia duma catástrofe natural, a busca de sobreviventes é um trabalho complexo, por isso o melhor amigo do Homem está muitas vezes presente, o seu faro agudo e sua agilidade são duas mais valias para encontrar as pessoas presas por baixo dos destroços. Por outro lado, desde há alguns anos, os “snakebots” foram desenvolvidos para perseguir o mesmo objetivo. Efetivamente, estes robôs filiformes podem torcer-se por baixo dos destroços e estão equipados de máquina de filmar, o que permite aos elementos das equipas de busca e salvamento encontrar no lugar preciso as vítimas. A ideia é essa mesma, combinar os dois. Assim, o corajoso canino bem equipado aproxima-se da vítima o máximo que pode e, com o “snakebot” fixo ao seu colete, ativa-o com um ladrido. A busca será assim muito mais fácil e mais precisa.

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Tecnologia

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Fazem equipa para salvar vidas

estão a ser construídos noutras universidades mas, depois de Dan Kara, o proprietário das Tendances RoboEstudo dos cientistas da Aide Snakes tics, nenhum dos outros protótipos que desenvolvem robôs para salvar conseguem subir as condutas como vidas (Carol Johnson) faz o “snakebot” Choset. Há mais de 8000 espécies de répteis no planeta e a maior parte rasteja, caminha ou, rasteja e torce-se na água de maneira única. Os repteis são animais de sangue frio, muitas vezes os seus movimentos são concebidos para avançar rápida e eficazmente.

Os robots de Carnellie Mellon utilizam movimentos cíclicos de base chamados “allures” (forma de andar) o que pode ser programado para um computador e leitor de couleuvreau (cobra de agua) sem limites. Combinar os “allures” com outros tipos de

As serpentes, em particular, parecem ter movimentos únicos que podem executar movimentos em vários locais rapidamente e sem esforço. Howie Choset, professor da Carnegie Mellon University, encontrou um meio de imitar estes movimentos mecanicamente, trabalhou durante muitos anos para desenvolver robots em forma de serpente que ele pensa que irão ajudar muitas pessoas soterradas nos destroços. Atualmente, quando as pessoas estão presas nos destroços, a solução é tirar pedra por pedra para encontrar estas pessoas e ele (Choset) diz que o seu sonho é o de ter estes robôs a torcer-se por baixo das pedras para encontrar mais rapidamente as pessoas soterradas. Alguns robots similares

controlo pode conduzir ao desenvolvimento de comportamentos em que os “snakebots” podem efetuar trabalhos de nível superior como subir uma escada. Alguns dos “allures” de base incluem : - Progressão linear, onde as ondas sinusoidais são produzidas em todo o comprimento do “snakebot” projetando-o para a frente ou para traz. Esta função é perfeita para ter o ajuste dos robôs nos lugares estreitos como no interior de condutas; - “Mitraillage” (tiro- detonação) é um tipo de movimento de serpentes tal os “sidewinders” que se deslocam lateralmente. Esta função é atualmente um dos meios mais rápidos para os “snakebots” se deslocarem


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e o mais adaptado para terreno acidentado. Um vertical e uma onda sinusoidal horizontal complementamse deslocando a metade da frente da serpente para a direita e a metade de traz da cobra de agua para a esquerda fazendo girar o robô serpente no local (ali mesmo).

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- Curva é uma função que permite ao “snakebot” manobrar em curvas estreitas, como os ângulos no interior das estruturas das tubagens dos sistemas de canalizações. O corpo do robô inclina-se para corresponder ao ângulo que encontra (Le coude en français ) ( a curva ) que é mantida enquanto a serpente se desloca para a frente. Uma vez que o robô apaga o canto, a curva (le coude) fica eliminada.

“Allures” deste tipo combinadas com outros movimentos, trazem aos “snakebots” uma eficácia muita grande na ajuda das tarefas desta especialidade. As maquinas podem ser equipadas com maquinas de filmar e detetores eletrónicos controladas por um Joystick. Se os robôs estão - Contorcer, faz com que a serpente equipados dum material impermeável, se desloque em movimento de espi- podem ainda desloca-se na água a ral que é útil para propulsionar o robô simular a natação . Os robôs são para a frente ou para a traz através construídos em alumínio ou em plástidos obstáculos no seu caminho, co e são da dimensão de um braço onde a progressão linear seria difícil. humano ou ainda mais pequeno. Contorcer é igualmente útil para manobrar o robô graças a uma cerca de rede de corrente ou dum pequeno buraco feito numa parede ou num chão de madeira.

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consolida consideravelmente os esforços de busca e salvamento porque oferece uma maior mobilidade do que os equipamentos atuais utilizados.

Os cães tem a qualidade que o robot não pode ter, que é o faro, mas os cães só podem ser utilizados quando as equipas de salvamento tem acesso às zonas onde os sobreviventes estão soterrados. Os robots da Carnergie Mellon não ficarão prontos a ser utilizados antes de 5 a 10 anos (dependente dos fundos). Por enquanto, Choset e a sua equipa continuam as pesquisas e as experiências com as maquinas nos locais de simulação de catástrofes no Canada F

- Rolamento é a função a mais eficaz da energia, porque o robô dobra-se em meia lua e utiliza o seu impulso para se deslocar rapidamente. Este método é particularmente útil para subir montes e deslocação em terrenos acidentados. - Pipa /tubagem, subir aos pilares permite aos “snakebots” subirem ao interior ou exterior das condutas ou tubagens. Os robôs podem subir as condutas as mais pequenas ou até no exterior de extremidades com perímetros inferiores ao comprimento do robô. Eles adaptam-se.

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Depois de Sam Stover, chefe da equipa de pesquisa da Federal Emergency Management Agency, os “snakebots” tal como a Canergie Mellon os Tradução da Dominique Martins do original: “Étude des chercheurs Aide Snakes déveconcebeu lopper des robots pour sauver des viés” Fotos: www.google.com


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Etologia

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Por: Sílvio Pereira - Fotos: www.google.com

Este é um artigo que se reveste de primordial importância para os criadores, mas não deixa de ser interessante para todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, estão ligados aos cães das mais variadas maneiras; criadores, proprietários, adestradores, veterinários ou simplesmente amantes e estudiosos do fenómeno canino. Há duas fases da vida do cachorro que considero de extrema importância para o desenvolvimento da estrutura mental do futuro cão: as fases do imprinting e da socialização. É nestes dois períodos da vida do cachorro que é definido o cão que iremos ter no futuro: se são mal executadas teremos um exemplar cheio de problemas de índole social, se forem bem conduzidas é certo que seremos recompensados com cães alegres, extrovertidos e bem integrados na sociedade. Decidi, para melhor compreensão dos leitores, estruturar cronologicamente o artigo, iniciando a descrição das referidas etapas no nascimento do cachorro:

Período neo-natal (nascimento até à 2ª semana) - 90% do tempo investido na alimentação e no sono. - Estimulação materna da zona anogenital com finalidade de induzir a micção e a defecação dos cachorros.

Período de transição, critico ou “Imprinting” (3ª e 4ª semanas) - Inicia-se a independência nas condutas de eliminação. - Inicio dos comportamentos lúdicos e exploratórios. - Inicio do processo de “Imprinting”. “Imprinting” Conceito lançado pela primeira vez pelo naturalista Austríaco Konrad Lorenz (1903 – 1989) Prémio Nobel da Medicina em 1973 e considerado o pai da Etologia Moderna. Ele demonstrou que, no trabalho que realizou com gansos, estes seguiriam o primeiro objecto em movimento que encontrassem no seu meio envolvente, mal saíssem dos ovos, ocorrendo assim uma ligação social entre o pequeno ser e o objecto ou organismo que eles vissem em primeiro lugar. Foi o caso da experiência realizada pelo próprio Konrad Lorenz que ao criar uma ninhada de gansos

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cinzentos desde a oclusão dos ovos, os pequenos gansos o tomaram como sua mãe, seguindo-o incondicionalmente e, mesmo depois de se tornarem adultos, manifestaram sempre maior preferência por ele do que pelos outros gansos. O comportamento de um animal, de qualquer animal, é o resultado da interacção de dois factores fundamentais: a genética e o meio ambiente, e em muitos casos é quase impossível separar o aspecto filogenético (Incluído no seu material genético, herdado) do ambiental. Um dos exemplos mais curiosos dessas influências no referido comportamento animal é o chamado “imprinting” (estampagem ou impregnação em português, apesar do termo, em si ser intraduzível). O imprinting é a primeira e mais duradoura forma de aprendizagem. Graças a ela, o animal aprende a ser membro da sua espécie, enquanto estabelece relações com os de outra. Em todas as espécies existe um período, denominado período crítico, durante o qual o fator ambiental é mais suscetível de influenciar o comportamento e é nesse espaço de tempo da vida do animal que a acção do imprinting resulta particularmente


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intensa e duradoura, tendo grande importância no desenvolvimento dos padrões ontogenéticos (desenvolvidos durante o período de vida do animal) ou vitais. O período crítico não é o mesmo em todas as espécies. Nas aves, por exemplo, por pertencerem a espécies precociais (espécies de rápido desenvolvimento. Necessitam de poucos cuidados parentais. Contrário de espécies altriciais), o referido período emerge logo nas primeiras horas depois do nascimento. Nos canídeos esse espaço de tempo inicia-se à terceira semana de vida, quando os cachorros começam a abrir os olhos, e a ouvir. É importante que, nesta fase, a mãe esteja presente na altura do desenvolvimento sensorial dos cachorros,

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- Esta fase acaba quando observamos uma reação elevada de medo perante um estímulo novo; - É o momento de começar a trabalhar as condutas instintivas; - Inicia-se a socialização.

Esta fase de socialização é particularmente importante para a vida futura do cachorro e daqueles que com ele irão conviver. É aqui que se irão lançar as bases que definirão a estrutura mental e social de um cão. 90% dos probleSocialização mas coportaNos canídeos o período de socializamentais ção está compreendido entre as 5 e anómalos as 12 semanas. Podemos definir esse e desvianperíodo como o espaço de tempo tes de compreendido entre o início da matucães que ridade sensorial e a consolidação das têm cheestruturas nervosas que controlam a gado ao resposta de medo perante situações nosso novas. É ainda durante este espaço conhecide tempo que se dá o desenvolvimenmento, to sensorial e locomotor do animal e, têm origraças a ele, o cachorro aprende a gem deslocar-se, explorar o seu meio numa deficiente, mal conduzida e mal envolvente e a interagir com os executada fase de socialização. demais. Às 12 semanas acaba este período com a primeira demonstração Período Juvenil. (da 13ª semana à de medo como resposta a alguns estí- maturidade sexual) mulos novos. Em determinadas espécies, como os - Desenvolvimento da capacidade canídeos parece que se produz uma motora. aceitação implícita do humano como - Respostas de medo mais intensas. companheiro social em pé de igualda- - Aumenta a dificuldade de socializade com os membros da sua própria ção. espécie. Uma exposição breve durante o período sensível ou de socializa- Fase da maturidade.

pois será ela o primeiro elemento que eles verão e será nela que se fixarão como pertencentes a uma determinada espécie. Para a mãe também é extremamente importante esta fase, pois o desenvolvimento do comportamento maternal da fêmea está caracterizado pela aparição de um período sensível em que ela aprende a reconhecer as suas próprias crias assegurando, desta forma, que o instinto maternal ção é suficiente para que se estabelese mantenha durante a época de ça uma relação normal com os seres amamentação. humanos. É nesta fase que o cachorro deve iniciar o contacto com outros Período sensível ou de socializacães e fundamentalmente, com adulção. (da 5ª à 12ª semana) tos e crianças. É a altura de colocar o cachorro perante situações novas - É o mais importante da vida do cão; parecidas com as que encontrará na cão. fase adulta. - Termina o “imprinting”; Se até à 14ª semana não se proceder - Começa a exploração ano-genital e a esta integração do cachorro na a relação social com os parentes; sociedade onde irá viver, este deixará de responder e o seu futuro comporta tamento tenderá para a anormalidade. Página 15

- Fixação dos padrões de conduta. - Aumento da capacidade de aprendizagem. - Aparecem os problemas comportamentais. Com este artigo espero ter contribuído para uma melhor compreensão, principalmente por parte dos criadores, das etapas por que um cão passa desde o seu nascimento à fase adulta. Apelo aos criadores, a fim de evitar problemas adjacentes, que se debrucem mais na socialização dos cachorros, preocupem-se fundamentalmente em proporcionar aos cachorros a possibilidade de serem confrontados com todo o tipo de situações, de ruídos, de dificuldades para ultrapassar, apresentem-nos a animais da mesma e de outras espécies, etc., para que os problemas que existem atualmente com a maioria dos cães não se venham a verificar no futuro. F


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Já desde criança que tenho cães, sempre fui apaixonado por cães e eles sempre me retribuíram com muitas alegrias e amor incondicional. Eu sempre contei com o companheirismo deles e eles sempre contaram comigo. Nunca souberam o que é ter fome e muito menos o que é sofrer de maus tratos. Para mim, um cão é um membro da família e merece usar o nosso espaço fazendo-o seu, de modo a que seja feliz para toda a sua vida canina, competindo a nós (donos) o dever de passear com ele, brincar com ele, cuidar dele e delimitar todas as regras necessárias para que ele seja equilibrado e feliz. Porém, na realidade atual, acrescida agora de uma recessão económica, muitos destes nossos amigos são esquecidos; o cão é visto como uma fonte de despesas, problemas e inclusive como um fardo quando a família quer passar férias fora da sua casa. E o que fazem estes donos? - Ou os entregam nos canis municipais ou os abandonam simplesmente, num local que não permita ao cão voltar de novo para junto daqueles que considera a sua família. Tive a oportunidade de acompanhar duas instituições que me permitiram observar mais de perto esta realidade, uma foi o Canil Municipal de Sintra e a outra foi a Abrigo – Associação de Proteção à Fauna e à Flora, que é uma associação de acolhimento e ajuda de cães abandonados situada na Azambuja – Vale do Paraíso. Página 16

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Instituições

Ambas as instituições, embora pratiquem o mesmo na sua essência e tendo o mesmo fim que é a adoção destes animais carenciados, distinguem-se desde logo pela ajuda direta da Câmara Municipal de Sintra no caso do Canil Municipal de Sintra por

assim sendo, as despesas são muito avultadas e terão que ser bem controladas, de modo ao regular funcionamento de cada uma das instituições. Do funcionamento:

O funcionamento é muito distinto, por um lado no Canil Municipal a principal linha de ação é o controlo da população canina e o seu comportamento, de modo a que tenham a postura correta para serem adotados e estarem aptos às expectativas dos novos donos. E assim sendo, todos os cães que entram no Canil ficam sujeitos a uma série de passos obrigatórios, sendo de imediato sujeitos a uma triagem do médico ser de cariz público. veterinário do Canil, que irá desparaAjuda essa, tanto a nível monetário sitar e tratar o cão no que for necescomo através de profissionais, sário. nomeadamente, médicos veterinários Após essa triagem, ficará no Canil e e funcionários habilitados da Câmara será sujeito a avaliação mais concreMunicipal que coordenam as necessi- ta, se o cão estiver muito debilitado dades do Canil, no entanto, em por doença ou for demasiado agressiambas as instituições é permitido o vo perante estranhos será posteriorauxílio de voluntários, que agem de mente sujeito a eutanásia por não acordo com as necessidades dos reunir as condições necessárias à cães em particular, tanto a nível sani- adoção, por outro lado, se mantiver tário e alimentício, como na prestauma postura submissa e dócil e em ção de cuidados de saúde sempre condições de saúde, será esterilizado que seja necessário. de modo a evitar o crescimento da Em média, em ambas as instituições população canina, podendo essa estão presentes mais de 100 cães, e esterilização acontecer de uma forma são necessários pelo menos 40kg mais rápida ou lenta, mas sempre diários de ração seca, água e muitos prévia a qualquer adoção. É notório cuidados médico-veterinários, desde este efeito desde logo no Canil deridesparasitação, a intervenções cirúr- vado à ausência de cães jovens, por gicas diversas, mais frequentemente não ser tolerado o aumento da popupor necessidade de esterilização. E lação canina no próprio Canil.


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Todos os cães estão presos no Canil por uma corrente, independentemente da sua idade, porte e sexo, e só é autorizada a retirada dessa corrente em casos concretos relacionados com as idas ao veterinário ou então porque alguém o pretende adotar. Não são autorizados passeios com os cães e muito menos o seu adestramento. Fica aqui a foto de uma cadela muito simpática que conheci no Canil Municipal de Sintra, muito submissa e dócil e que aguarda adoção.

Já na Associação Abrigo, uma vez que depende de capitais particulares e de eventuais donativos a título de ajuda, a regra existente nos Canis Municipais não se aplica. Todos os animais são bem aceites, o coração é imperioso nesta associação e só por amor se justifica tal dedicação a estes nossos amigos caninos, que as suas funcionárias denominam carinhosamente de “patudos”. A Abrigo está situada numa moradia isolada numa zona de campo, os cães estão devidamente separados consoante a sua idade e porte, e alguns deles consoante o sexo através do uso de redes ou portões, e ficando os mais idosos por inúmeros motivos dentro da moradia, porém, nenhum deles está acorrentado e a eutanásia não é praticada nesta Associação. Todos os cães têm os mesmos direitos, atenção e cuidados tanto por parte das funcionárias como dos voluntários, estando praticamente todos os cães disponíveis para adoção ou então para apadrinhamento. A solução de apadrinhamento é uma Página 17

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Instituições

solução alternativa da associação, que para além dos donativos e quotas dos seus associados, poderão ter uma ajuda extra com os padrinhos dos cães, pois estes comprometem-se a ajudar os seus afilhados, quer através de uma quantia pecuniária mensal, quer (opcionalmente) através do pagamento de vacinas e esterilização necessárias à manutenção e adoção dos seus afilhados nesta associação de abrigo. Os apadrinhamentos não são exclusivos e não obrigam à adoção do cão afilhado, havendo no entanto, um direito de preferência reservado aos padrinhos em caso de interesse de adoção por parte de outras pessoas que não apadrinhem o cão. Ainda que os cães sejam obrigatoriamente entregues esterilizados aquando da adoção (com exceção nos cachorrinhos), essa esterilização só se realiza umas semanas antes do dia agendado para a entrega do cão pois as carências económicas da associação não permitem a realização atempada destas cirurgias previamente a uma adoção, uma vez que não existem médicos veterinários exclusivos da associação e todos os procedimentos têm de ser devidamente pagos pela associação. O que poderá originar a algum aumento eventual da população canina existente na associação derivado a cruzamentos inesperados, no entanto, existe um espaço exclusivo para os cachorrinhos dentro da associação como mostra a foto, para que não fiquem misturados com os cães adultos. Ainda que, com recursos escassos mas muito boa vontade, a Associação Abrigo gosta que todos os amigos da associação bem como os seus associados a visitem aos Sábados até às 17h, e permite inclusive com solicitação prévia, o passeio com alguns

cães fora da associação e o seu adestramento, experiência essa que estou a realizar na esperança que venha a ser uma mais valia na adoção dos cães. Fica aqui uma foto da Shakira, uma Rottweiller muito meiga embora com alguns problemas de socialização que carecem ser corrigidos, que irá ser adestrada por mim de modo a reunir todos os requisitos de uma adoção segura e confortável para os novos donos.

Está assim concluída a nossa viagem entre Canis e Associações de Abrigo. Todos os cães merecem um lar e é para isso que estas instituições existem, o objetivo é sempre a adoção e o de dar uma segunda oportunidade a estes cães. O meu conselho... A quem não puder adotar, que apadrinhe um cão e apoie estas instituições porque o mais importante é ajudar estes cães carenciados. Texto e fotos: André

Moreiras Dog Steps - “Passos Caninos” www.passoscaninos.blogspot.pt


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Experiências

www.pipinhaecompanhia.net Texto e fotos:

Lúcia Bandarra da Silva A Pipinha & Companhia nasceu de um amor antigo pelos animais. Desde há muito que recolhemos animais abandonados para posterior adoção, até nos apaixonarmos também por uma raça muito especial. Continuamos até hoje com a preocupação constante em dar uma vida digna a todos os animais que são deixados na rua, mas dedicamo-nos em simultâneo à criação da raça RETRIEVER DO LABRADOR. Escolhemos esta raça, pela sua inteligência e temperamento extremamente dócil. Consideramos que é um animal de família por excelência, um verdadeiro amigo sempre presente, que troca qualquer atividade pela presença e atenção do dono. Desde o início da nossa atividade que a principal preocupação foi adquirir a formação necessária para poder desenvolver um trabalho consciente e responsável. Formação e conhecimento que conseguimos através do Centro Canino de Vale dos Lobos, mediante a frequência de cursos ali ministrados. Queremos trabalhar de forma consciente e séria, sendo o nosso principal objetivo marcar a diferença sempre no sentido de melhorar a qualidade a nível morfológico e de temperamento da raça que criamos. Aos poucos e com o crescimento deste sonho, foram-nos surgindo novas ideias que se foram concretizando. Uma delas foi a criação de uma Pet-Shop online. Nos tempos que correm, sendo o tempo cada vez mais escasso, a possibilidade de estarmos presentes em todo o país sem ter uma localização especifica, conseguirmos estar à disposição de todos os cliente à dis-

Do sonho à realidade ãncia de um clique, foi um fator chave nesta nossa decisão. Comprar desta forma é rápido, podendo qualquer pessoa fazer compras a qualquer hora e sem sair de sua casa.

Começámos com os acessórios que se encontram em qualquer loja de animais e depois resolvemos comercializar também Roupinhas e Calçado para animais de estimação. O nosso objetivo não é fantasiar um animal, mas sim ter uma coleção sóbria e prática. Todos sabemos que existem raças que nos meses mais frios, não estão confortáveis, todos sabemos que existem muitos animais que vivem permanentemente em casa, e os seus donos não gostam que se sujem com facilidade ou que se molhem em dias de chuva . Foi a pensar nestes clientes que os novos produtos começaram a

surgir e têm feito bastante sucesso. Comercializamos os mais variados produtos, não só para cães de raça pequena mas também para todos os outros. A nossa coleção é vasta, os artigos são muito práticos, são ótimos para usar em qualquer altura e em qualquer situação. Decidimos apostar nestes artigos, porque em Portugal ainda não existe este hábito, como em Espanha ou no Brasil. De forma a divulgar os nossos serviços temos participado em algumas feiras e o interesse manifestado pelo público é muito. O nosso serviço é personalizado e estamos sempre disponíveis para esclarecer todas as dúvidas que possam eventualmente surgir aquando das compras e acabamos por ter um contato próximo com todos os clientes. O projeto Pipinha & Companhia tem

crescido, e vai continuar a crescer, porque apostamos na qualidade, e claro trabalhamos em todas as áreas com o máximo de responsabilidade.

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Alertas

Edição Nº 2

A notícia que do Jornal de Notícias publicou no dia 0803-2012, e que transcrevemos abaixo, se fosse só pela notícia em si não tinha cabimento no espírito desta revista, mas aproveitámo-la para retirar dela dois avisos que devem ser tomados em conta por todos os pais e responsáveis por crianças, que são os seguintes:

centímetros, segundo apurou o JN. Dois rapazes foram sujeitos a cirurgias durante a noite de anteontem, no Hospital de Aveiro. A situação mais delicada dos três primos envolveu Leonardo Simões, de oito anos, que foi operado durante a madrugada, para ser suturado com mais de uma dezena de pontos numa coxa, esfacelada pelos dentes do cão. Teve alta ontem. Aviso Nº. 1 - Nunca deixar crianças sozinhas com Gonçalo Santos, de 10 anos, foi igualmente operado, mas cães sem a presença de um adulto. na urgência, tendo sido suturado num joelho. Teve alta ao final da noite, com Tatiana Correia, de oito anos, que Aviso Nª. 2 - Ensinar as crianças a nunca tirarem nada sofreu apenas escoriações. da boca dos cães. Em situação de jogo e de excitação Segundo fonte médica, o caso poderia ter sido mais grave os cães protegem o brinquedo e não permitem que se o cão tivesse atingido a cara das crianças, “tinha-lhes lhes seja tirado, principalmente por aqueles que eles desfeito o rosto”, ou mordido com mais força, “atendendo à consideram que estão no mesmo nível hierárquico que potência de mandíbula de um cão desta raça, este pouco o seu, como é o caso das crianças. mais que ‘brincou’ com as crianças, só que estas como têm um corpo frágil, facilmente sofrem lesões extensas”. “CÃO ESFACELOU PERNAS DE CRIANÇAS O cão estava a brincar com as crianças quando as atacou. Um familiar dos três primos contou, ontem, ao JN, que o Duas crianças das três que, anteontem, foram mordicão estava a divertir-se com uma bola juntamente com as das por um cão da raça … (por razões óbvias a raça não é crianças, no pátio de casa, “como muitas vezes aconteceu, divulgada) em Repolão, Oliveira do Bairro, vão ficar mar- quando reagiu mal ao tirarem-lhe a bola” F cadas nas pernas com costuras superiores a 10

Apesar de não concordarmos e não compreendermos o critério que que lhe está subjacente, não podemos ignorar a existência desta lista e de uma lei que a regulamenta, como tal, devemos respeitá-la e tentar cumpri-la. O Decreto-lei que regulamente a posse e detenção dos animais destas sete raças é o:

Decreto-Lei n.º 315/2009 de 29 de Outubro

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Notícias

Compiladas por:

Anabela Guerreiro Fotos:

Propriedade das fontes

Alimenta cão pelo Twitter Um cidadão galês que necessita de passar longos períodos de tempo afastado de casa, estava bastante preocupado sem saber como fazer para alimentar o seu cão nessas alturas. O cão, um Border Terrier de nome Toby, recusava-se a comer o alimento que caia do dispensador automático e para não ter de pedir a alguém que o alimentasse, o dono começou a pensar como poderia ser ele próprio a alimentá-lo à distância. Com vastos conhecimentos em engenharia, lembrou-se de criar um sistema inovador. Cada vez que escrevia no Twitter a simples mensagem "FeedToby", uma porção de comida caia de um engenhoso sistema montado na parede, directamente num comedouro para o seu cão. Se o pensou, melhor o fez, e a sua preocupação com a alimentação de Toby desapareceu. Agora, sempre que o cão se aproxima do comedouro, uma câmara de vídeo envia automaticamente uma imagem ao dono, que manda a mensagem via Twitter para o alimentar. Outra câmara permite ao dono saber, não só se a comida está cair no comedouro, como se o animal se está a alimentar convenientemente.

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O que o dono não pensou foi que quando os seus amigos soubessem desta invenção, começassem eles próprios a enviar mensagens de alimentação para o seu cão e, em pouco tempo, as porções de comida não paravam de ser disponibilizadas, acabando o cão por ficar obeso por obter demasiada comida. Para contrariar este problema, o dono alterou alguns pormenores no seu sistema, que agora só funciona entre as 9h00 e as 21h00 e só permite que o cão seja alimentado observando determinados intervalos de tempo entre cada refeição disponibilizada. O dono de Toby está já a tratar de registar a patente da sua invenção, já que são muitos os interessados que, de todo o mundo, o contactam para saber como ter acesso a tão notável processo de alimentação de animais de companhia.

animal e colocá-lo sobre o gelo. Nadou um ou dois metros e voltou para terra firme. Vestiu-se e foi-se embora”, acrescentou. Mas se uns entenderam a acção como um acto de bravura, houve quem o considerasse um “acto tolo de bravura”. A acção foi mesmo condenada por bombeiros na GrãBretanha por ser “extremamente perigosa”. Fonte: TVI 24 (Fevereiro/2012)

Fonte: Bicharada.net (Março/2012)

Homem despido sobre rio gelado para salvar o cão Este caso gerou controvérsia em Inglaterra quando um homem despiuse e rastejou sobre um rio congelado, para salvar o cão, que tinha caído à água, numa zona em que o gelo se tinha quebrado. O caso, que aconteceu em Dezembro, comoveu a Inglaterra, mas também gerou controvérsia. De acordo com testemunhas, o homem acabou por também entrar na água do rio Stour, na região de Dedham, Essex. “Estava com dois amigos e não pude acreditar no que estava a ver”, conta um homem que assistiu à cena, citado pela BBC. “Ele ficou apenas com a roupa interior e começou a rastejar sobre o gelo. A cerca de meio metro do cão, também caiu no rio, mas conseguiu agarrar o

Cães cobaia veem o sol pela primeira vez Usados para testes laboratoriais de cosméticos, 72 cães viveram toda a sua vida fechados numa jaula. Agora, com a falência da empresa, foram libertados e viram a luz do sol pela primeira vez. A empresa espanhola, tal como muitas outras, usava os animais para se certificar que os seus produtos podiam ser comercializados. Tratados como meros objectos, os cães de raça beagle eram mantidos em jaulas individuais e identificados por números, tatuados na sua pele.A falência súbita da empresa permitiu a uma sociedade de protecção dos animais resgatar os animais. “Eles viviam em jaulas individuais, em grupos de 10 por cada sala sem nunca interagirem uns com os outros”, revela Gary Smith, o porta-voz do grupo de resgate.


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Notícias

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Vostro Giornale. Alassio, uma província da Ligúria, no norte do país, juntase desta forma a outras sete cidades italianas que proibiram a prática em 2000. Desde então que em Alberga, Não só em Lisboa, mas em várias Andover, Finale Ligure, Loanda, Noli, Crixia Plain e PietraLigure é proibido cidades de todo o mundo, é comum encontrar cidadãos a pedir aos mendigos fazerem-se acompanhar de animais, usando-os para esmola na rua fazendo-se acomobter a compaixão das pessoas. panhar de animais que cativam a atenção das pessoas que passam. Fonte: Boas Notícias (Novembro de O comportamento já foi proibido 2011) O seu primeiro momento de liberda- por várias entidades, e agora foi a vez de foi registado em vídeo. Os cães, da cidade italiana de Alassio ter publivisivelmente receosos, estranham cado um decreto-lei que condena a até a própria relva. O emocionante prática. momento serviu também para garanPassa assim a ser proibitir um lar aos animais, que serão do o uso de qualquer entregues para adopção. “Os beagles são cães de companhia animal para pedir esmomuito dóceis. Mas esse é também o la, uma decisão aplaudimotivo pelo qual são ideais para os da pelas instituições de testes de laboratório”, explica Smith. proteção animal, diz a Agência de Notícias de Fonte: Revista Sábado Direitos Animais (ANDA), (Novembro/2011) citando o jornal italiano Il

Cidade italiana proíbe o uso de cães para pedir esmola

O crescimento contínuo do número de cães nos grandes centros é alarmante, provocando situações de maus tratos ou de desrespeito às Leis de propriedade e convivência. É cada vez maior o número de pessoas que procuram na companhia de animais domésticos, principalmente dos cães, uma forma de superar problemas emocionais, solidão e estresse. O Brasil é o segundo colocado no ranking mundial, com 33 milhões de cães, ficando atrás dos Estados Unidos. De acordo com informações do Centro de Controle de Zoonoses, só na cidade de São Paulo, são estimados mais de 2,5 milhões de cães domésticos. O grande problema são as condições em que vivem esses animais e a forma com que seus responsáveis convivem em sociedade. Nas grandes cidades do Brasil, a maioria desses cães vivem em apartamentos, Página 21

passam muito tempo sozinhos ou confinados, desencadeando muitos problemas de comportamento, prejudicando o bem estar do animal e alterando a rotina dos vizinhos. Há pessoas que superprotegem, mimam e humanizam os cães, permitindo que dominem o ambiente, vivendo em função deles. Outras que não se incomodam com o bem estar do animal, reprimindo seus instintos, deixando-o confinado e sozinho por muitas horas e tratando-o como objeto descartável. Das duas formas quem sofre são os cães, dependentes do ser humano para sobreviver. Quando um cão se torna agressivo, destruidor ou barulhento, é possível que não tenha sido educado corretamente ou que tenha sido negligenciado. Para conviver harmoniosamente as pessoas precisam usar o bom senso, respeitar regras e principalmente educar seus cães para que aprendam a conviver com outros animais e pessoas, preservando o bem estar de todos. F Por: Karin Pirá Foto: www.google.com


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Curiosidades

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Sabia que…

... Investigadores dizem que os cães são melhores a interpretar gestos do que os chimpanzés. Katharina Kirchhofer liderou uma equipa de 20 chimpanzés e 32 cães dando-lhes a mesma tarefa, recuperar um obje... Um cão Bull Terrier chamado Billy, matou 400 to, pedido pelo invesratos em apenas 17 horas, o que foi considerado tigador, que o indica uma proeza, levando em conta que o cão era com gestos de aponcego de um olho. Mas sua maior proeza foi matar tar. Os pesquisadores 100 ratos em apenas 5 minutos e 30 segundos. descobriram que os Uma cadela, também Bull Terrier, chamada Jenny Lind foi cães tiveram um bom desafiada a matar 500 ratos em menos de 3 horas, e com- desempenho, mas os pletou o trabalho em 1 hora e 36 segundos. chimpanzés não conseguiram identificar o objeto correcto.

... O Dia Mundial dos Animais é 4 de Outubro e o Dia Internacional dos Direitos dos Animais é dia 10 de Dezembro. ... Um crânio de um cão com 33 mil anos, foi desenterrado numa caverna, numa montanha na Sibéria e apresenta algumas das mais antigas evidências conhecidas de domesticação do cão.

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... Uggie, o cão da raça Jack Russell Terrier que rouba a cena no filme mudo "O artista", foi o vencedor do primeiro Coleira de Ouro ("Golden Collar"), premio criada para reconhecer a excelência canina em Hollywood. O treinador do cãozinho, Omar von Muller, anunciou a aposentadoria do animal e recebeu o prémio por ele – uma coleira de cristais Swarovski com um pingente em forma de osso. Uggie, participará também no jantar que a Associação de Correspondentes da Casa Branca organiza anualmente em Washington e que contará com a presença do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

... Um pastor alemão chamado Daz Lightning bateu o recorde de latido mais alto, segundo o Guinness World Records, com um volume de 108 decibéis. O recorde foi batido num evento no Finsbury Park, no norte da capital inglesa.


Cães & Lobos

Curiosidades

... Guillermo Vargas Habacuc um costarriquenho que, conforme descreve a escritora Rosa Montero num artigo para o jornal El Pais, “afirma ser um artista”. Em agosto de 2007 participou numa exposição numa galeria em Manágua capital da Nicarágua. Ao som do hino sandinista tocado ao contrário, os visitantes deparavam-se com um cão adoentado, que prendeu a uma das paredes da galeria com uma corda curta atada ao pescoço, sem comida e sem água, deixando o animal ao sofrimento até à morte. Na parede estava escrito “Eres lo que lees” (Tu és o que lês) e as letras eram feitas de comida para cão.

... Muitas pessoas conversam com os seus cães como se estivessem a falar com os seus filhos. Agora um novo estudo revela que os cães têm uma compreensão de uma criança de seis meses a um ano de idade, sendo capazes de compreender a comunicação humana e interpretar intenções de forma correta.

Edição Nº 2

... O fotógrafo Tim Flach viaja pelo mundo atrás de cliques perfeitos para retratar animais. Em Setembro de 2010 lançou o livro Dogs Gods (Cães Deuses), pela editora Abrams ,onde explora a ligação entre os homens e os cães, que já dura mais de 15 mil anos. As fotos mostram cachorros treinados para serem campeões de corrida, preparados para exposições, usados como pastores e ajudantes em regiões inóspitas. Veja mais em www.timflach.com/

… De acordo com os estudos, mais de 5% dos cerca de 650 cães das forças militares dos Estados Unidos que estiveram em cenários de combate sofrem de stress canino. Destes, cerca de metade tiveram que “reformarse”. O alerta foi dado por Walter F. Burghardt Jr. médico especialista chefe do departamento de medicina comportamental do Hospital Militar Canino Daniel E. Holland na Base Aérea de Lackland nos EUA.

Compilado por:

Vanessa Correia Fontes e fotos:

Google, wikipedia, Science Daily, Hypescience, The New York Times, Jornal de Noticias, BBC.

Evento

III Congresso Ibérico do Lobo Dias 24 e 25 de Novembro de 2012 em Lugo - Galiza - Espanha. Para mais informações e inscrições consulte o Site Oficial do evento em:

www.iiicongresolobo.org Página 23


Formamos: Cães & Lobos

Experiências

Edição Nº 1

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Presencial Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como profissionalmente. Este Curso tem a vantagem de ser composto no máximo por 4 formandos.

Primeiro curso administrado em Portugal com base nas últimas investigações científicas desenvolvidas na área da aprendizagem canina Estrutura Programática do Curso

Módulo 1

(teórico)

1.1 CONHECER O CÃO 1.1.1 1.1.2 1.1.3 1.1.4 1.1.5 1.1.6

Conhecer como funciona um cão O Carácter num cão O Temperamento num cão A Comunicação canina Os Instintos Básicos caninos Conhecer o cão que se vai adestrar

1.2 MÉTODOS DE ADESTRAMENTO 1.2.1 Métodos de Adestramento 1.2.2 Traçar objectivos 1.2.3 Escolher o melhor método de Adestramento 1.2.3.1 Em função do cão 1.2.3.2 Em função do dono 1.2.3.3 Em função dos objectivos 1.2.4 As várias fases do Adestramento

1.3 CONDICIONAMENTO OPERANTE 1.3.1 1.3.2 1.3.3

Definição O que é o Clicker O treino com Clicker

Módulo 2

(prático)

2.1 O ADESTRAMENTO EM OBEDIÊNCIA SOCIAL 2.1.1 Material de adestramento 2.1.1.1 Material de contenção 2.1.1.2 Material de assistência 2.1.1.3 Material didáctico 2.1.2 Postura corporal do adestrador 2.1.3 Desenvolvimento da motivação do cão 2.1.4 Condicionamento e aquisição de hábito 2.1.5 Exercícios de Obediência Básica 2.1.5.1 Exercício de andar ao lado 2.1.5.2 Exercício de sentar 2.1.5.3 Exercício de deitar 2.1.5.4 Exercício de deitar e ficar quieto 2.1.5.5 Exercício de chamada

2.2 SOCIABILIZAÇÃO 2.2.1 Sociabilização intra-específica 2.2.2 Sociabilização inter-específica

1.4 O ADESTRADOR 1.4.1 1.4.2 1.4.3

Exigências Físicas Exigências Mental Ética profissional

… e donos responsáveis! Página 1


Formamos: Cães & Lobos

Experiências

Edição Nº 1

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS Módulo 3

(prático)

3.1 ADESTRAMENTO EM GUARDA E DEFESA 3.1.1 Determinar as aptidões do cão 3.1.2 O Figurante (Homem de ataque) 3.1.2.1 Vestuário 3.1.2.2 Equipamento 3.1.2.3 Formação 3.1.3 O trabalho de motivação 3.1.4 O treino técnico das mordidas 3.1.5 O treino da inibição da mordida (larga) 3.1.6 O treino da fuga do figurante 3.1.7 O treino da busca do figurante 3.1.8 O treino do ataque surpresa ao guia 3.1.9 O treino do ataque longo

Módulo 4

(teórico)

4.1 COMPORTAMENTOS ANÓMALOS E DESVIANTES 4.1.1 Agressividades 4.1.1.1 Definição e tipologias 4.1.1.2 Tratamento 4.1.1.3 Prevenção de agressividade por complexo de controlo

4.1.2 Micção ou defecação inadequadas 4.1.2.1 Definição 4.1.2.2 Tratamento 4.1.3 Ansiedade por separação 4.1.3.1 Definição 4.1.3.2 Tratamento 4.1.4 Fobias 4.1.4.1 Definição 4.1.4.2 Tratamento 4.1.5 Manias Maternais 4.1.5.1 Definição 4.1.5.2 Tratamento 4.1.6 Hiperactividade e hiperexceptibilidade 4.1.6.1 Definição 4.1.6.2 Tratamento 4.1.7 Comportamentos estereotipados 4.1.7.1 Definição 4.1.7.2 Tratamento 4.1.8 Ingestão Inadequada 4.1.8.1 Alimentação Estranha 4.1.8.2 Coprofagia 4.1.8.3 Objectos 4.1.9 Síndrome de Disfunção Cognitiva 4.1.9.1 Definição e Sintomas 4.1.9.2 A importância de um Diagnóstico Correcto 4.1.9.3 Prognóstico 4.1.9.4 Tratamento

Curso intensivo de formação de monitores de adestramento científico canino (presencial) Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como profissionalmente Características do Curso Tipo de Curso: Curso presencial ministrado em sistema intensivo de 15 dias de duração, com uma carga horária lectiva diária de 4 horas, incluindo as componentes prática e teórica. Início do Curso: A combinar com o formando Local das Aulas: Campo de Trabalho do Centro Canino de Vale Lobos – Vale de Lobos - Sintra Método de Ensino: Científico Quantidade de Alunos por Curso: 1 Documento fim de Curso: Certificado com informação detalhada sobre as avaliações intercalares e finais e matéria leccionada

Estrutura Programática do Curso Módulo 1 (teórico) Módulo 2 (prático)

Do Curso de duração normal

… e donos responsáveis! Página 1


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Adestramento Canino

Anabela Guerreiro - Treino e Avaliação de Comportamento Canino

- Pet-sitting

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Obediência Canina Problemas Comportamentais

Atendimento ao Domicilio

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Ficha Técnica

Experiências

Cães & Lobos

Propriedade:

Centro Canino de Vale de Lobos

www.ccvlonline.com contacto@ccvlonline.com Edição:

Dep. Divulgação do CCVL http://Comportamentocanino.blogspot.com

Colaboradores Anabela Guerreiro anabelapg@iol.pt

Revista Digital de Cães e Lobos Editor:

Sílvio Pereira sp@ccvlonline.com Colaboraram nesta Edição:

Anabela Guerreiro, André Moreiras, Dominique Martins, Karin Pirá, Paula Leal, Suzette Veiga, Vanessa Correia, Vera Silva Paginação e execução gráfica:

André Moreiras a_moreiras@sapo.pt

Dominique Martins quenimidom@gmail.com

Karin Pirá adestramentoresponsavel@gmail.com

Paula Leal paulaleal76@gmail.com

Suzette Veiga

Sílvio Pereira

suzette.veiga@sapo.pt

Revisão:

Vanessa Correia

Sílvia Pereira Nota:

Todo o material publicado nesta edição é da exclusiva responsabilidade dos seus autores. Página 28

fairy_butterpsy@hotmail.com

Vera Bandarra Silva sverasilva72@gmail.com

Edição Nº 2


Formamos:

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Curso destinado a todos os proprietários que queiram adestrar os seus cães em casa (portanto, no seu território) evitando assim as sempre stressantes e por vezes traumatizantes idas às escolas de treino canino. Características do Curso Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: De 2 a 4 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do aluno). A quem é dirigido este Curso: Com este Curso o dono dispensa as sempre angustiantes e traumáticas idas às escolas de treino, uma vez que o cão aprende no seu próprio território, portanto, qualquer pessoa está em condições de frequentar este curso, a única limitação prende-se com a obrigatoriedade de possuir um cão (seja ele de que raça for) uma vez que numa das fases do Curso terá que aplicar na prática, as técnicas que vão sendo estudadas. Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/teórica e conhecimento profundo do aspecto funcional do cão, assim como uma identificação da interação dos mecanismos da aprendizagem com os vários tipos de condicionamento. No aspecto prático adquire-se um conhecimento básico dos princípios gerais do Condicionamento Operante assim como a utilização do clicker como instrumento fundamental no moderno treino científico canino. Resumindo, o formando fica perfeitamente preparado não só para poder treinar o seu cão positivamente mas também para compreender a sua linguagem, o seu carácter, a sua personalidade e o seu temperamento.

Estrutura Programática (resumida) Módulo 1 (teórico) 1ª Parte - Conhecer o Aspecto Funcional do Cão 2ª Parte - O Carácter e o Temperamento num Cão 3ª Parte - A Comunicação Canina 4ª parte - Os Instintos 5ª Parte - Condicionamento Operante 6ª parte - Descobrir o Clicker

Módulo 2 (prático) 7ª Parte - O Adestramento em Obediência Social 8ª Parte - Motivar e Condicionar o Cão 9ª parte - Exercícios de Obediência Básica 10ª Parte - Sociabilização

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-on-line-de-adestramento-positivo-canino.html

… e donos responsáveis! Página 1


Gostava que o seu cão fosse obediente? Quer andar na rua com o seu cão junto a si e sem puxar a trela? Não tem tempo para levar o seu cão à rua? Não tem tempo para ensinar o seu cão o adestramento básico? O seu cão tem problemas de comportamento? Precisa de alguém que cuide do seu cão enquanto está ausente?

A DOG STEPS “Passos Caninos” apresenta soluções adequadas para si, desde: DOG WALKING PET-SITTING PERSONAL DOG TRAINING ADESTRAMENTO POSITIVO BÁSICO RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO Fale connosco na Rua Aristides de Sousa Mendes, 6B em Telheiras – Lisboa, ou contacte-nos através dos telemóveis: 962458006/912036161 (André Moreiras) e email: passos.caninos@gmail.com

Consulte também o nosso blogue em : www.passoscaninos.blogspot.pt

André Moreiras Adestramento Positivo e Comportamento Canino Rua Aristides de Sousa Mendes n.º6B, 1600-413 Lisboa Tlm: 962458006/912036161 Email: passos.caninos@gmail.com

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