Versus Magazine #18 Fevereiro/Março 2012

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LACUNA COIL «Dark Adrenaline» (Century Media) Depois de terem enveredado por vias mais experimentais com «Shallow Life», os Lacuna Coil pareciam ser mais uma daquelas bandas que se tinham perdido pelo caminho. Felizmente, aos primeiros acordes e teclas de «Dark Adrenaline», os Lacuna Coil que conhecemos estão de volta, com uma proposta consistente, eclética e um álbum bem pesado, encaixando-se perfeitamente no mote através do qual a sua música é conhecida, trazendo de volta tudo aquilo que faz esta banda ser uma das principais do Metal Alternativo. De “Trip the darkness” até “My spirit”, todas as músicas mostram-nos o que os Lacuna Coil fazem de melhor, atingindo um dos dois pontos mais altos em “Give me momething more”, a música que mais se destaca, simplesmente por ser a mais bem conseguida do álbum e catchy, bem como “I don’t believe in tomorrow”, que apresenta o riff mais pesado e feita para o headbanging. A banda de Milão está em forma! De Andrea Ferro a Cristina Scabbia, toda a gente se aplicou afincadamente e partilham quantitativamente as mais valias das doze músicas que compõem esta proposta. Tudo em «Dark Adrenaline» foi cuidadosamente talhado e trabalhado para nos oferecerem um dos melhores álbuns da carreira, até mesmo não acrescentando nada de novo, na sua essência. Eu compreendo que as bandas tenham necessidade de experimentar, mas às vezes, para quê inventar quando a base musical está mais do que aprovada e comprovada. Resta aceitar o reverso da medalha: a dificuldade em trazer algo de novo, brindar-nos com uma lufada de ar fresco. É este o maior pecado de «Dark Adrenaline», mas desde que os Lacuna Coil me presenteiem com propostas destas, eu consigo viver bem com isso. Será que vocês também conseguem? [8/10] Carlos Filipe LAY DOWN ROTTEN «Mask of Malice» (Metal Blade Records) “Forgive me father for I have sinned. It’s been two weeks since my last confession. I’ve lied, I’ve betrayed, I broke my woes. And I’ve killed…”. São assim as primeiras palavras (faladas) que dão início a esta impiedosa brutalidade sonora intitulada «Mask of Malice». Do que tenho ouvido recentemente este é um dos álbuns de Death Metal mais pesados lançados para o mercado. E é bom que quem o comprar se prepare para sobreviver à sonoridade explosiva que sairá da aparelhagem que poderá ou não aguentar a pujança dos sons debitados. Acho que se no nosso imaginário há o bem e o mal, este álbum transforma o mal algo cem vezes pior do que o que a nossa imaginação consegue produzir. Mas o conjunto de dez temas não se limita a despejar riffs e ritmos de qualquer maneira só a contribuir para a vertente peso. Nota-se claramente que houve a presença de algum brilhantismo nas composições, mas isto não é à primeira audição que se interioriza. À medida que os temas se vão sucedendo, acabamos por ter uma nova ideia, um novo conceito apesar de a base assentar em Death clássico. A renovação de sons pesados é constante. No final, a produção está ao nível do melhor que se ouve por aí, as guitarras dinâmicas e claro pesadas, bem pesadas, os ritmos todos eles pertinentes e a voz simplesmente gutural e demoníaca. Dentro do género é do melhor que tem surgido. Por isso quem procura ouvir um álbum ultra pesado tem aqui certamente algo com que se entreter. Porém fica a faltar o componente “disco que cola aos ouvidos” que neste caso ainda é bastante. [8.5/10] Sérgio Teixeira NAPALM DEATH «Utilitarian» (Century Media) Os mais do que consagrados Napalm Death estão de volta. E para os que após 30 anos continuam à espera do álbum em que eles decidem começar a usar bengalas e ir ao médico para ir buscar comprimidos para o reumatismo, bem podem continuar a esperar sentados. Acho que é impressionante a maneira como continuam a fazer Grindcore / Death Metal como se estivessem acabados de sair do serviço militar obrigatório. E ainda por cima inovam como se pode constatar pela introdução desta feita de trompete no tema Everyday Pox. De resto não se poderá dizer muito mais. É uma das bandas com mais agressividade sonora que


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