Versus Magazine #13 Abril/Maio 2011

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da religião na humanidade. Quando os mandamentos religiosos são, ou mal interpretados ou levados demasiado a sério, então a religião pode tornar-se numa má influência. Mas de facto a canção não é apenas sobre religião; é também sobre conflitos motivados pela religião, sobre os problemas da diversidade cultural e da ignorância relativamente às raízes culturais das sociedades. O caso infeliz do Daniel Pearl é ilustrativo do extremo a que o fanatismo pode chegar quando alguém considera que a redenção e a felicidade infinita se alcançam através do assassínio. O problema reside todo na interpretação dos textos sagrados. O Corão não incita ninguém a lutar e a matar em nome de Deus. O que lá está escrito são basicamente linhas gerais de boa conduta, as quais se aplicam quer sejas um Muçulmano, um Cristão ou um Budista. Tal como no Corão, também na Bíblia é possível encontrar fragmentos que parecem encorajar os crentes a matar os infiéis. O significado dos versículos pode ser facilmente distorcido em função das crenças dos leitores, e isso é usado para manipular as mentes das massas menos cultas que seguem cegamente as palavras dos líderes religiosos. A conclusão é que é necessário, antes de mais, compreender antes de julgar.

um projecto de rap no mercado polaco. O que esperas deste lançamento dos Qube no mercado europeu? Uma estreia ao vivo além fronteiras, ou será que vocês já tocaram alguma vez fora da Polónia? Sim, tocamos na Hungria e na Suiça. E esperamos agora vir a tocar no estrangeiro tanto quanto nos for possível. Tocar ao vivo é mesmo fantástico; para nós é muito importante partilhar toda esta energia e toda esta paixão pela música, ao vivo, com os fãs. A Polónia é muito mais conhecida pela sua cena extrema do que pelas bandas prog. Será esta percepção resultado de alguma distorção da realidade, ou a cena progressiva é de facto relativamente reduzida? O mercado polaco de metal e rock é incrivelmente grande e diverso. O problema está na sociedade e no meio musical, muito baseada no poder monetário e nas ligações influentes. É muito difícil para uma banda sair do anonimato e ver o seu trabalho publicado. Apesar de pequena, a Electrum Production é uma editora que se rege por valores éticos sólidos, e é a isso que deve o seu sucesso. Aqui a cena progressiva é bastante activa e os fãs do género tem até uma oferta considerável em termos de bandas. Se te interessas por prog recomendo-te, por exemplo, Quidam, Terminal (gravaram com o Virgil Donnati), Disperse e, claro, os Qube. Obrigado pela entrevista. Metal up your ass!

Estão satisfeitos com o trabalho efectuado com os Qube pela Electrum Production? Que tipo de editora é esta? Sim, estamos muito contentes com esta colaboração. O nosso álbum está agora disponível na Europa ocidental o que nos deixa muito orgulhosos. A Electrum tem-se dedicado a lançamentos nas áreas do metal e Entrevista: Ernesto Martins do prog rock mas por acaso até lançou recentemente


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