Revista Missão Salvatoriana - Outubro / Novembro e Dezembro de 2020

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/editorial

Bem-vindo À MAIS UMA EDIÇÃO DA R E V I S TA M I S S ÃO S A LVATO R I A N A ! Em versão especial digital, esta edição apresenta a Missão Salvatoriana pelo mundo, com seu dinamismo apostólico e, ainda, testemunhos que abordam experiências dessa vivência.

/sumário /3 Palavra do Provincial /4 Pe. Jordan /6 Salvatorianos /8 Educação /9 Comunicação /10 Principal /14 Espiritualidade /16 Comunidades /19 Infantil

Também aborda os ensinamentos de Pe. Jordan para os jovens e a importância do trabalho realizado junto às juventudes nas obras salvatorianas. Confira a bonita trajetória do Pe. Luiz Dalmolin Spolti, como salvatoriano e conheça a história do Instituto Nossa Senhora Aparecida. O Colégio Divino Salvador de Itu compartilha os desafios de inovar em meio à pandemia. E, ainda nesse contexto, acompanhe o artigo sobre a evangelização através dos meios de comunicação, que precisou ser intensificada durante esse período. Com a chegada do Advento, é momento de preparação para a chegada do Divino Salvador - veja como vivenciar profundamente esse tempo tão especial.

/expediente

Provincial: Pe. Francisco Sydney Macêdo Gonçalves, sds Editor: Pe. Carlos Jobed Malaquias Saraiva, sds As matérias não assinadas são de responsabilidade do editor

SUGESTÃO DE CONTÉUDO

redação@agenciaarcanjo.com.br

E, ainda no caderno ‘Espiritualidade’, leia sobre a relação de Jesus com seus discípulos, ao revelar a sua Paixão e ao permanecer com eles, após a Ressurreição. Tenha uma ótima leitura!

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EDIÇÃO Aline F S Oliveira DIAGRAMAÇÃO Carol Romão REVISÃO Ariane Miranda

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R E V I S TA M I S S Ã O S A LVAT O R I A N A


/palavra do provincial

Querido Leitor, Terminamos a edição passada com uma citação do Evangelho de Jo 17,3. Para os estudiosos da Bíblia, o capítulo 17 de João é muito importante porque antecede a prisão, morte e ressurreição de Jesus. Seria como a oportunidade que Jesus tem para falar ao Pai da missão que a Ele foi confiada e, de certa forma, a sua fidelidade ao projeto do Pai. Importante também notar que Jesus, nosso Divino Salvador, confidencia que formou um grupo que se tornará responsável por testemunhar tudo aquilo que Ele ensinou. E, a partir da fidelidade à missão confiada por Jesus, o ser humano já faz a experiência da vida eterna. Vejamos, aqui, a citação de Jo 17,3: “A vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro e aquele que enviaste Jesus Cristo”. Como podemos observar, o versículo começa, justamente, dizendo o que é a vida eterna. Para Jesus, a vida eterna consiste em conhecer a Deus, Aquele que O enviou e que Ele chama de Abba (Pai). Aqui, o texto bíblico é claro quando propõe conhecer o Deus único e verdadeiro. Portanto, não há outro Deus. É impressionante como Jesus deixa claro a intimidade que Ele tem com o Pai. Gostaria de chamar a atenção para o verbo “conhecer”. Muitas vezes escutamos as pessoas dizerem: “eu conheço tal pessoa”. Alguns “conhecem” porque é alguém que está presente na mídia, outras dizem que “conhecem” porque encontraram-se esporadicamente, outras “conhecem” e quando você pergunta como é esta pessoa, a resposta vem associada às características físicas. Enfim, como podemos ver, essas são algumas poucas formas usadas para dizer que alguém tem conhecimento de outra. Portanto, aqui fica claro que este tipo de conhecimento é muito parcial e limitado. O leitor pode ter prestado atenção que usei a expressão conhecer sempre entre aspas. Justamente para dizer que o conhecer apresentado por Jesus é bem diferente desse conhecimento. O conhecer de Jesus passa pela experiência vital da vida e não fica só no campo teórico, na dimensão da razão. O conhecer que leva a uma mudança de mentalidade, a ponto de reconhecer que não somos nada sem Deus. Padre Francisco Jordan foi muito feliz quando, ao ler o texto bíblico, compreendeu que o conhecer passa pela experiência. Tendo presente o que foi dito até aqui, podemos dizer que, da mesma forma que Jesus Cristo conhecia o Pai, somos convidados também a conhecer o Pai pelo Filho, assumindo em nossa vida a proposta de Jesus Cristo. Para aprofundar o texto bíblico numa perspectiva salvatoriana, convido para que leiam o artigo do Pe. Paulo José Floriani,sds no site: salvatorianos.org.br, na aba espiritualidade, artigos, 29/05 “Salvos pelo conhecimento”, que é de uma clareza e nos apresenta pistas concretas de aprofundarmos o tema. Pe. Francisco Sydney de Macêdo Gonçalves, sds Diretor Provincial

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/Pe. Jordan

O que o Pe. Jordan tem a ensinar para os jovens? Por Pe. Samuel Alves Cruz, sds

Em clima de comemoração, no último dia 19 de junho, fomos alegremente surpreendidos pela notícia de que, Sua Santidade, o Papa Francisco, autorizou a assinatura do Decreto a respeito do milagre atribuído à intercessão do nosso Venerável Pai Fundador, Pe. Francisco Maria da Cruz Jordan. A autorização do Papa Francisco significa que o Padre Jordan será proclamado “Bem-Aventurado” pela Igreja e ganhará as honras dos altares e a sua veneração deixará de ser apenas privada (restrita ao ambiente interno das congregações religiosas por ele fundadas), para tornar-se pública, inclusive com a honra dos altares, quando poderão ser erigidas igrejas sob o seu patrocínio. Apesar de Padre Francisco Jordan estar somente agora de forma oficial no caminho para a Santidade, uma vez que a Beatificação é um importante passo para a canonização, a sua vida e obra tem sido, desde sempre, uma mensagem de Deus para as mais variadas gerações, em especial para a juventude. Em 8 de dezembro de 1881, com o nome de Sociedade Apostólica Instrutiva, a atual Sociedade do Divino Salvador (SDS) foi fundada pelo Padre Francisco Jordan. A partir do modo como encarou os desafios da sua época, o modelo da atual SDS delineou-se respondendo com ousadia, protagonismo, esperança e fé a uma sociedade cada vez mais carente de Deus, que estava abandonando o caminho divino por causa do medo e pelo incentivo desenfreado à ignorância religiosa, à indiferença e ao secularismo. É por isso que o carisma salvatoriano de “conhecer e tornar conhecido Jesus Cristo como o Divino Salvador, por todos os modos e meios que a caridade de Cristo nos inspira”, continua tão necessário e atual no mundo de hoje, que não é diferente daquele do contexto histórico em que viveu o Padre Francisco Jordan. Muitos jovens estão perdidos, se auto declaram ateus ou agnósticos, afirmando a plenos pulmões que não precisam de Deus, ou pior, que Deus não existe ou que Ele morreu. Uma juventude que, muitas vezes, tende ao descomprometimento, que atravessa uma crise de liderança, preferindo fazer morada na coadjuvação. A juventude de hoje não sabe o potencial que tem, e nem tampouco o quanto é amada por Deus, sendo, muitas vezes, tentada ao esvaziamento. Muitos jovens buscam um sentido de vida que não sabem aonde encontrá-lo, ou buscam nos lugares errados. As nossas igrejas estão cada vez mais vazias de jovens. E, onde eles estão? Os novos nichos da juventude são as academias de ginástica, as baladas e os consultórios psicológicos. Por que estão nas academias de ginástica? Muitas vezes, na busca de uma satisfação com doses de hedonismo e vaidade, na busca de uma auto aceitação ou de ser aceito em determinado grupo ou por determinada pessoa, a partir do culto ao corpo, da atração física e da beleza externa. Por que estão nas baladas? Porque buscam preencher o vazio de sentido, ainda que com diversões e alegrias frágeis e momentâneas. Por que estão nos consultórios psicológicos? Porque buscam 4

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/Pe. Jordan o autoconhecimento, a sua identidade, a sua realização e o seu lugar no mundo. Padre Francisco Jordan foi um ser humano à frente do seu tempo. Os obstáculos e desafios o impulsionaram a querer fazer a diferença para o mundo e a sociedade na qual estava inserido. Muitas vezes, foi injustiçado e incompreendido, mas seguia o seu caminho, porque tinha convicção do que queria e da vontade de Deus em sua vida, por isso nunca se deixou abater. Tais obstáculos foram se tornando degraus para o amadurecimento e a santidade. Juventude! A verdadeira beleza que vocês tanto procuram, a socialização sadia e benfazeja, a verdadeira essência e identidade, a alegria e a felicidade de fato duradouras estão em Jesus Cristo! E o caminho proposto para chegar a Ele, que é a personificação de tudo o que necessitamos para sermos cada vez mais realizados, felizes e santos, é a comunidade por Ele fundada: a Igreja Católica Apostólica Romana. O Congresso Nacional da Família Salvatoriana, realizado entre os dias 28 e 30 de abril de 2018, na cidade de Vargem Grande Paulista – SP, definiu como uma das suas prioridades, o trabalho com as juventudes, dada a importância que elas têm para a sociedade e em consonância com os anseios da Igreja no Brasil. Enquanto Província Salvatoriana dos Padres e Irmãos, temos um belo trabalho desenvolvido junto à juventude de nossas obras, em parceria com o trabalho junto às Vocações Salvatorianas, tendo à frente os padres James Oliveira, sds e Rafael Araújo, sds, respectivamente. O que Padre Francisco Jordan e o reconhecimento de suas bem-aventuranças têm a dizer para a Juventude de hoje? A coragem de ousar ser protagonista das mudanças que beneficiam a maioria, levando uma proposta de vida integrada com Deus e com a comunidade, no amor e no respeito, constitui um caminho para a santidade. Os Santos da Igreja são pessoas que, mediante as tentações e limitações de sua vida cotidiana, reconheceram em Jesus Cristo a encarnação de Deus para a Salvação da humanidade e o único caminho a ser trilhado. É por isso que têm as suas vidas propostas como modelos a serem imitados.

“SE ALGUÉM QUER ME SEGUIR, RENUNCIE A SI MESMO, TOME A SUA CRUZ E ME SIGA. POIS Q U E M Q U I S E R S A LVA R A S U A V I DA VA I P E R D Ê LA; E QUEM PERDER A SUA VIDA POR CAUSA DE M I M , VA I E N CO N T R Á- L A” (MT 16, 24–25).

A beatificação do Padre Francisco Jordan é como um sinal de Deus para nos mostrar que o reconhecimento de uma vida santa é reservado àqueles que se dispuseram a doar a sua vida em favor dos irmãos, sendo como setas vivas que apontam para o Cristo Salvador. A Santidade está ao nosso alcance e constitui uma possibilidade para todos nós! Ainda vale para os nossos dias a premissa: “jovem que não vive para servir, não serve para viver!”. É em Jesus Cristo e em sua Igreja que encontramos a nossa beleza, nossa identidade e essência, a verdadeira alegria e realização! O que estamos fazendo para sermos de fato testemunho e modelo para as outras pessoas? De que forma contribuímos para permanecermos eternamente ressuscitados nos corações e mentes das pessoas?

“As grandes obras florescem à sombra da cruz!”

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/salvatorianos

Testemunho de vida como salvatoriano Por Pe. Luiz Dalmolin Spolti, sds

É com muita satisfação que manifesto meu testemunho a respeito de minha vida e vocação como Salvatoriano. Sou fruto do serviço vocacional que o saudoso Pe Wilfrido Wieneke, sds, realizava em suas visitas mensais às comunidades do interior da Paróquia Santo Antônio de Tangará, SC. Geralmente, essas visitas eram feitas a cavalo todos os meses. Já fazia alguns meses que o padre havia me convidado a ser coroinha para ajudar na celebração das missas na capela. Para tanto, eu e um outro menino, filho de uma família vizinha à minha, tivemos algumas orientações em dias marcados pelo Pe Wilfrido na Igreja Matriz de Tangará. Nosso esforço foi relativamente grande, pois tratavase de decorar as respostas do celebrante em latim, do qual não tínhamos absolutamente nenhuma noção. Era, pois, tudo decorado e respondíamos de cor, como papagaio. No final do ensaio vinha a recompensa: um copo de suco de alguma fruta, muito doce e saboroso. Voltávamos para casa muito satisfeitos. Certa vez, como de costume, antes da missa, procurei o padre no confessionário. Terminada a confissão, veio a pergunta, um tanto quanto inesperada: “Luizinho você não gostaria de ser padre?”. E o padre foi logo acrescentando: “eu mesmo falarei com seus pais e com sua avó para preparar a roupa necessária”. Fiquei sem saber o que responder, pois nunca havia sequer visto o Seminário, que ficava na cidade de Videira, SC, onde eu nunca havia estado antes. Os dias foram passando e nada acontecia, mas o padre não havia esquecido do convite que me fizera. Eu continuava ajudando nas missas na capela e, às vezes, o padre passava bem cedo lá em casa e me chamava para ir com ele para alguma outra capela, onde não havia ninguém preparado para ajudar na missa. Eu o acompanhava sempre com muita alegria, pois gostava de andar a cavalo. E as respostas da missa, com a mudança do missal de um lado para o outro do altar, eu já sabia de cor e salteado. E, além disso, após a missa, 6

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havia sempre um café muito farto na sacristia junto com o padre. E assim chegou o dia em que o padre, após a missa, ao voltar para a cidade, entrou em minha casa para falar com a família do plano de me levar para o Seminário. Não foi uma decisão tão óbvia e fácil, ao menos para meu pai. Como filho mais velho, ele esperava que eu o substituísse no trabalho da roça quando crescesse. Além do mais, meu pai perguntou sobre os custos dos estudos no Seminário. Tudo isso precisava ser esclarecido, pois a família era pobre e meu pai ganhava uns míseros cruzeiros fazendo fretes com a carroça de mulas e minha mãe ganhava mais um pouco trabalhando como costureira. Faltava falar ainda com minha avó, a pessoa mais religiosa da família que, além de “puxar o terço” à noite, do qual minha família participava, pois morávamos perto e, no inverno, depois da reza, não faltava pinhão e vinho quente. Meus tios gostavam de mim, porque eu era o menor da família e, alguns deles que ainda iam à escola, sempre me acompanharam. Assim, neste ambiente humilde e simples, nasceu minha vocação. Além da avó, os tios também apoiaram a ideia de que eu fosse estudar para ser padre. Minha mãe preparou o enxoval previsto e, no dia 25 de janeiro de 1950, meu pai me levou de carroça com a mala até a estação da estrada de ferro, onde junto com mais 13 ou 14 meninos, esperamos o Pe.


/salvatorianos Wilfrido, que comprou as passagens e nos acompanhou até o Seminário Preparatório de Videira, SC. A alegre esperança de todos nós, era a de saber que depois de dois anos de estudo, se tivéssemos um bom desempenho, iríamos continuar os estudos em São Paulo. Para nós, crianças da roça, esse era um sonho e tanto! De fato, esse sonho foi se realizando aos poucos. Os anos se passaram e após os estudos no Seminário Menor de Jundiaí, SP, no dia 1 de fevereiro de 1958, no então Sítio Salvatoriano de Jundiaí, hoje Várzea Paulista, com muita alegria recebi com outros 11 ou 12 colegas, das mãos do mesmo Pe. Wilfrido, o hábito salvatoriano e o nome religioso de Leonardo. No dia seguinte, mais uma viagem de trem, desta vez até São Paulo, onde o meu grupo iniciava o ano de noviciado, orientado pelo Pe. Eurico Bous, sds. Foi assim que eu percebi que aquela sementinha da vocação, plantada em meu coração alguns anos atrás na capela de Santa Catarina, em Tangará, já começava a desenvolver-se numa árvore, como a semente de mostarda do Evangelho. Após os três anos de Filosofia, havia mais uma decisão a ser tomada: fazer ou não os votos definitivos. Alguns colegas já ficaram para trás, mas eu e outros poucos resolvemos continuar. Só que havia mais uma agradável surpresa pela frente: antes de continuar os estudos no Seminário Maior de Indianópolis, SP, o Diretor Provincial chamou-me e disse-me que eu iria fazer um ano de estágio no recém-inaugurado Seminário Jordaniano em Várzea Paulista. E lá fui eu. Não demorou muito para chegar outra surpresa ainda maior. Um dia, o Pe. Kiliano Mitnacht, Diretor Provincial na época, chamou-me e disse-me que eu me

preparasse para atravessar o Atlântico para estudar em Roma. Isso aconteceu no ano de 1962. Lembro-me de ter embarcado em Santos, no dia 4 de outubro de 1962, no navio chamado “Eugênio C”. Durante a longa viagem de 15 dias, no dia 11 do mesmo mês, o capelão do navio comunicou-nos que, em Roma, estava acontecendo a abertura do Concílio Vaticano II, do qual, tive a alegria de acompanhar o restante da primeira sessão e, nos anos seguintes, as outras três últimas sessões. Esta, certamente foi a experiência mais marcante em minha vida de estudante, juntamente com minha ordenação sacerdotal no dia 26 de março de 1966, na Basílica de São João de Latrão, ao lado de três colegas da Província Colombiana. Escolhi como lema da ordenação a palavra do Profeta Isaías: “Eis-me aqui! Envia-me”! Não esquecerei de jeito algum da experiência de amizade com o Sr. José Biegger e família, do lugarejo de Obereschach, na Alemanha do Sul. Na época, era costumeque algumas pessoas da Alemanha doassem por meio de seu pároco uma soma de dinheiro para ajudar a custear as despesas dos nossos estudos em Roma. Nós chamávamos essas pessoas de “benfeitores”. Geralmente, essas pessoas eram amigas entre si e, uma vez por ano, faziam uma peregrinação a Roma. Assim, os estudantes que recebiam essa ajuda tinham ocasião de conhecer os doadores (benfeitores). Era uma ótima oportunidade para aprender um pouco de alemão, a fim de poder comunicar-se com essas pessoas. Além disso, nas férias de verão, tínhamos a possibilidade de visitar essas famílias e conviver com elas alguns dias. No restante de nossas férias, geralmente éramos acolhidos em algumas das comunidades da Província da Alemanha do Sul.

TUDO ISSO EU PROCUREI AGREGAR O QUANTO EU PUDE ÀS MINHAS EXPERIÊNCIAS DE VIDA. DEUS SEJA LO U VA D O P O R TO DA S E L A S !

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/educação

Colégio Divino Salvador de Itu: Cultivando um olhar encantado com a vida Por Liomar Antônio Contini

Desde o início da pandemia da Covid-19, a vida de todos foi afetada. Tivemos que aprender a nos adaptar a este novo contexto, no qual essa nova realidade nos foi apresentada e suscitou diferentes posturas pessoais, sociais, econômicas e evangelizadoras. Nós, do Colégio Divino Salvador de Itu, também passamos por profundas transformações, muitas aprendizagens, questionamentos e grandes encontros, mesmo que remotos. Tivemos que reinventar nosso pensar pedagógico, nossas relações com os nossos alunos e famílias, transformando nossas posturas e estratégias de anúncio da Boa-Nova do Evangelho. Como comunidade educativa, precisamos nos manter fiéis ao seguimento de Jesus. Assim, alguns elementos fundamentais deste caminhar foram avivados. Um desses elementos importantes para todos nós foi o cultivo de um equilíbrio dinâmico com as tensões, conflitos e situações dramáticas que as pessoas estão vivenciando e que, muitas vezes, são de muita dor e tristeza. Jesus nos mostra que, assim como Ele, nosso testemunho de vida e nosso acolhimento com o outro devem ser amistosos e respeitosos e feitos pelo diálogo aberto, livre para falar e manifestar o melhor do ser humano. “Já não os chamo servos... mas amigos”, Jo 15,15. Neste processo de falar e ouvir mostra-se a potência das relações humanas. Nas novas atitudes de discernir os ‘Sinais dos Tempos”, o Colégio Divino Salvador de Itu propõe-se a assumir cada vez mais um posicionamento de “Saída”, alargar horizontes e aprender com as tendências que apontam para o futuro-presente. Vamos juntos, com a intercessão de Maria, nossa Mãe, e as bênçãos do Divino Salvador, continuar a nossa missão de evangelizar.

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/comunicação

Evangelizar através dos Meios de Comunicação “A I D E M I M S E E U N ÃO E VA N G E L I Z A R ” (1 COR. 9,16)

Um dos elementos decisivos na evangelização é a comunicação. Como discípulos de Jesus Cristo recebemos um mandato de anunciá-lo, pois Ele é a comunicação plena do Pai, o grande e perfeito comunicador. Somos chamados para a mesma vocação de Deus, que é a da Comunhão - um amor que por si só já comunica. A Igreja tem muito a colaborar nesse compromisso com a evangelização pelos meios de comunicação. Para tanto, faz-se necessário o uso de todos os meios possíveis, potencializando o nosso dinamismo e somando esforços no objetivo de oferecer mais conhecimento, mais relacionamentos, mais sensibilidade, mais motivação e mais capacidade em crescer como gente e como cristão. Contudo, antes de todos os meios, lembramos que cada pessoa já é comunicação. A renovação constante dessa premissa é a paixão que move o coração de quem atua nos meios de comunicação e, como comunicadores cristãos devem ser profetas, não só em palavras, mas em gestos e ações. Os meios de comunicação social e das tecnologias a serviço da evangelização recebem destaque com o Concílio Vaticano II, que estabeleceu o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Celebrar esse dia para “programar, propagar e afirmar o Reino de Deus” é reconhecer que as ferramentas tecnológicas da internet (redes sociais e plataformas digitais) em rede com as emissoras de Rádio e canais de TV de inspiração católica, são indispensáveis na promoção do Evangelho, cooperam na transmissão da fé, com a pregação explícita da Palavra de Deus e devem garantir a qualidade de vida e o cuidado de tudo o que é humano e da casa comum. Por isso, afirma o Papa Bento XVI: “há potencial extraordinário nas novas tecnologias quando favorecem a compreensão e a solidariedade humana”. Sem dúvida, a comunicação humana é uma modalidade essencial para viver a comunhão no Projeto Divino. Acerca desse pensamento, recordemos São João Paulo II, que afirmou como sendo o primeiro areópago dos tempos modernos, o mundo das Comunicações que está modificando a humanidade e transformando-a numa “aldeia global”. O meio virtual, tão fortemente utilizado no tempo da pandemia da Covid-19 que enfrentamos, nos faz pensar numa fidelidade dinâmica e criativa: apoiada na ética, responsável com a verdade e na moral como opção

Por Irmão Alan Patrick Zuccherato, C.Ss.R.

fundamental pelo bem. É fato que o meio citado nos trouxe uma resposta para um novo estilo de vida que, necessariamente, tem de estar ligado ao Evangelho, a Doutrina Social da Igreja e aos valores humanos e cristãos. A ação evangelizadora não pode parar, e a comunicação está em constante movimento e mudanças. Mesmo diante de tantas crises, existe esperança para viver o novo, romper o círculo vicioso das informações contrárias (fake news) e enfrentar os desafios midiáticos para proclamar sobre os telhados a mensagem de Jesus, fazendo ecoar Suas palavras com maior visibilidade e alcance possível. No vasto panorama comunicativo, o Papa Francisco, em suas últimas mensagens para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, vem falando sobre a importância de sermos educados na verdade, nos sentirmos irmãos uns dos outros, membros uns dos outros (Ef. 4,25), manifestando a comunhão eclesial e missionária que marca a nossa identidade de crentes. Desse modo, vamos tecer histórias que edificam e estão comprometidas com a verdade, a justiça e a paz. O Padre Francisco Jordan, fundador da Família Salvatoriana nos deixa um legado: “Que vocês sejam Santos Apóstolos para todo o Brasil”, inspirados por ele, e com os olhos fixos no Divino Salvador, vamos contemplar o mundo e os acontecimentos com ternura para comunicarmos a Salvação. As pessoas apaixonadas pela comunicação irão convencer a todos, se tiverem o “mesmo entusiasmo dos cristãos da primeira hora”. Assim, o uso dos Meios de Comunicação no serviço evangelizador contagiará nossos destinatários pela alegria do Evangelho, uma mensagem sempre atual. Sejamos, portanto, palavras vivas, a fim de transmitir a Boa-Nova com eficácia, pois, não existe evangelização sem comunicação! Que Nossa Senhora da Comunicação interceda por nós, que queremos comunicar ao mundo o vosso Filho e Senhor nosso, Jesus Cristo. “ C O M U N I C A R É FA Z E R C H E G A R A O CO R A Ç ÃO D O O U T R O O Q U E E S TÁ N O M E U ” (SANTO AGOSTINHO)

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Por Pe. Agustín Van Baelen, sds | Tradução Pe. Jovanês Vitoriano, sds COMPREENDA O DINAMISMO MISSIONÁRIO A P O S TÓ L I CO S A LVATO R I A N O N O M U N D O D E H OJ E ACO M PA N H A N D O O S S E G U I N T E S P O N TO S :

S A LVATO R I A N O S M I S S I O N Á R I O S COM A IGREJA Desde o seu início, a missão é parte do núcleo central e fundacional da obra apostólica de Pe. Jordan. Seu principal desejo era que seus filhos e filhas espirituais mostrassem em toda parte o rosto próximo, curador e construtivo da Igreja enviada e inspirada pelo Espírito que Jesus prometeu, ao enviar seus apóstolos para evangelizar o mundo. Apesar de não ter meios, nem gente, o Pe. Francisco Jordan não duvidou um só momento de aceitar a imensa missão tão distante de Asam, no Nordeste da Índia: o pedido da Igreja para ajudar as pessoas a descobrir e compreender a importância da presença de Deus em sua vida e construir uma comunidade eclesial. Podemos dizer que o aspecto missionário, de ir a outras partes, sem meios, inclusive, até às vezes pondo sua vida em perigo, tem sido uma expressão de confiança na Providência Divina, não só daqueles Salvatorianos que deixaram sua terra para trabalhar em outros locais, mas, até hoje, existem e são sempre um testemunho admirável.

S A LVATO R I A N O S M I S S I O N Á R I O S AO ESTILO DOS APÓSTOLOS

Nosso fundador, em muitas ocasiões de suas palestras formativas aos confrades da Casa Mãe, ressaltou a importância da missão apostólica de sua obra e missão. Como Salvatorianos, somos chamados a realizar nossa missão ao estilo dos apóstolos. As características por excelência de um apóstolo são duas: em primeiro lugar sua proximidade com Jesus, ninguém mais além de sua Mãe, experimentou e aprendeu tanto de Jesus, muito mais que os apóstolos. Ela deixou tudo e se colocou totalmente a disposição e Jesus tornou-se o seu tudo, a razão de seu ser e agir. Assim chegamos a segunda característica do apóstolo: seu envio. Um apóstolo é enviado por Jesus, sua missão parte Dele. Jesus manda seus apóstolos para dar a conhecer o Pai e seu desígnio de querer salvar a todos sem exceção, expandindo cada vez mais o impacto e a acessibilidade desta nova forma de viver sua fé, que não se limita ao tempo com suas normas e obrigações, restritivas e às vezes rotineiras, mas se realiza no coração e na vida de cada um que decide segui-lo. 10

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O QUE PODEMOS DEDUZIR DE TUDO ISSO? Se queremos ser apóstolos, não temos outra opção a não ser nos mantermos próximos de Jesus Cristo, pois nossa missão emana Dele. Não podemos pretender torná-lo conhecido, se nós não o tivermos conhecido primeiro, por meio da oração, do estudo, da meditação, da escuta profunda. Além disso, Jesus Cristo sempre revela-se por meio de novas e surpreendentes maneiras. Isso implica a necessidade de uma atualização e formação permanente, para que não nos tornemos verdadeiros repetidores daquilo que sempre foi feito, sem tomar consciência da realidade que nos rodeia.

O MUNDO, LUGAR DE S A LVA Ç ÃO O mundo de hoje apresenta muitos desafios e, por inumeráveis razões, parece que a dimensão religiosa se esconde cada vez mais atrás da tela da secularização da virtualização e da digitalização. Nos vemos desafiados a compreender esta realidade marcada por um desenvolvimento numa velocidade astronômica, mas também, com flagrantes contradições. Levando esta ideia para a realidade de hoje, observamos que, apesar da pandemia, o contato entre diversas pessoas e culturas segue, pelo menos em nível virtual, e as influências para o bem ou para o mal, continuam. Por outro lado, em muitas partes, a mesma

pandemia impede que haja celebrações litúrgicas ou outros tipos de reuniões em comunidade, como havíamos conhecido até agora. Novas formas, expressões e vivências surgem e, com elas, as críticas, a necessidade de rever e repensar sempre de novo. Isto é bom. Evitemos cair na absolutização de nossas ideias e do que havíamos conhecido até agora, mas aprendamos com o que a realidade nos ensina e exige. É formidável e, segundo me parece, maravilhoso ver a diversidade de iniciativas tomadas, também em nossas comunidades salvatorianas, para estarem próximas dos que sofrem por causa da pandemia, claro, sempre respeitando as orientações sanitárias dadas pelos responsáveis. O importante é que, como Salvatorianos, mantenhamos esta abertura e flexibilidade que nos ajuda a sermos criativos na hora de dar respostas às necessidades que nos são apresentadas. Um caminho para desenvolver esta abertura é a formação internacional em que os mesmos formandos compartilham uma etapa de seu crescimento vocacional e estudos fora de seu próprio contexto, onde nele, às vezes, é fácil acomodar-se. O fato de ter que aprender outro idioma, viver outra cultura, vivenciar outras formas de comunidade e de expressão da fé, abre a mente e ajuda a ultrapassar suas próprias fronteiras. O formando parte de uma Sociedade Internacional e levando a sério o que nos diz o Fundador. Não nos resta outra opção que preparar o melhor possível os nossos formandos para que, no dia de amanhã, tenham e possam exercer esta flexibilidade e abertura tão necessária. Tudo isto custa, mas vale a pena.

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A MISSÃO INTER-GENTES S A LVATO R I A N A Ao final das contas, podíamos dizer que nós temos consciência do chamado para ajudar a Igreja a cumprir com a missão que Jesus nos deixou, por meio de seus apóstolos. Além disso, estamos dispostos a ir aonde haja falta de pessoas e temos membros cuja formação enfoca a abertura para reconhecer os sinais dos tempos e a flexibilidade para respondê-los a partir da realidade. Isto é enormemente animador e nos leva a ver que nossa Sociedade está se desenvolvendo em uma direção diferente, para melhor. A bússola primordial do barco de nossa Sociedade aponta para um mundo necessitado de Deus, de uma palavra de alento, de um grito por justiça, de sinais de solidariedade e gestos curativos. No entanto, a bússola não é suficiente. É necessário pessoas que queiram remar e caminhar. Nos vendo há uns 30 anos, em uma situação de diminuição de vocações e envelhecimento dos membros, a Sociedade tomou uma decisão fundamental que mudou seu rumo. Se queremos seguir com a obra apostólica missionária de Padre Francisco Jordan, é necessário ter pessoas que se sintam chamadas a pôr-se a camino conozco, no entanto, há falta de gente! Não podemos, portanto, ficar somente com o que já conhecemos. Saiamos e levemos nosso carisma a outras partes. Esta opção nova, levou a Sociedade a um crescimento que ninguém havia sonhado. Agora, trinta anos depois, podemos dizer, com orgulho, que a obra

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apostólica de Padre Francisco Jordan cresceu. Se em 1990 estávamos em uns 22 países, agora estamos em 45. Após anos de estabilidade em números de membros, é grandioso que os esforços e sacrifícios de tantos Salvatorianos que haviam deixado sua terra, meio familiar e, com eles, suas seguranças e comodidades, resultaram em números crescentes de vocações de novas culturas que enriquecem a vivência de nosso carisma. Neste momento, a Sociedade possui 450 formandos em nível mundial: jovens entusiastas que querem levar a bandeira de nosso carisma para o alto, pondo-se a serviço dos demais, anunciando o Reino de Deus, como Jesus mandou fazer a seus apóstolos. Os últimos países onde a Sociedade quis semear novas sementes de sua presença são: o Vietnã (2014), Quênia (2015), Peru (2016) e Madagascar (2018). É bonito ver que, também nesses países, há jovens que se sentem chamados e atraídos pelo nosso estilo de viver como Salvatorianos e batem às portas de nossas missões para poder participar nesta humilde, mas maravilhosa missão. Neste momento, estamos planejando uma nova missão Salvatoriana em Uganda, Coreia do Sul e Belize. A pandemia impôs um freio a esta última expansão, mas seguimos com confiança no Senhor e, se é a sua vontade que haja Salvatorianos ali, assim será! Oxalá muitos jovens se animem e se atrevam a dar uma resposta ao chamado que sentem em seus corações! Mas, ao mesmo tempo, espero a todos nós, que já temos certo tempo como religiosos salvatorianos, sigamos com aquele entusiasmo do início, ao sentir que o Senhor estava nos chamando a uma comunidade aberta e flexível, com membros dispostos a dar-se completamente para que todos conheçam, amem e sirvam a Jesus, nosso Salvador.

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Depoimentos Missionários P O R E M I L I A N O M A N U E L Á LVA R E Z R O D R Í G U E Z - P R É - N OV I ÇO S A LVATO R I A N O Percebendo como Deus nos educa e ensina, penso acerca da Universalidade, e vem na minha mente o ser Missionário e o que isso implica. É verdade que o Missionário é aquele que se sente responsável por anunciar Jesus Cristo naquele lugar onde está inserido, onde vive e compartilha a fé com o povo de Deus sem pretender ir longe. Não obstante, o ser Missionário, estando intrínseco ao ser Salvatoriano, lança-nos a servir onde quer que seja e implica em anunciar o Salvador com total disposição. Essa experiência de anúncio “onde estou”, torna-se mais gratificante e fácil vivenciá-la quando eu me distancio e renuncio àquilo que mais aprecio e amo. Além disso, a saudade de compartilhar a vida nova que vem de Cristo, se intensifica em mim como um novo ardor apostólico, ainda mais quando a experiência missionária encontra o coração livre de amarras, seguranças, certezas, deixando-se impulsionar pelo: “eis que faço novas todas às coisas” (Ap. 21,5). Assim, o missionário conhece para tornar conhecido, aprendendo a amar a todos, sem distinção, com liberdade, com abnegação, com entrega livre! Falando isto, não pretendo universalizar esta minha percepção tão pequena e singela. Experiência de um jovem vocacionado, que pretende seguir a Cristo e abraçar com fidelidade o sonho de Padre Jordan, pois ainda é muito longo o caminho a percorrer. Fazer a experiência do encontro com Jesus Salvador, o Missionário do Pai, para conhecê-lo e torná-lo conhecido por todos, é o maior e mais precioso tesouro que todo Missionário Salvatoriano necessita buscar incansavelmente.

P O R J O C I M A R CO S TA R O S A - PRÉ-NOVIÇO

S A LVATO R I A N O

ALEGREMO-NOS PELA NOSSA MISSÃO, POR TERMOS SIDO E S CO L H I D O S ! ( PA D R E J O R DA N )

Com essa frase de nosso venerável Pai fundador inicio este breve depoimento missionário. Cheguei à Missão Salvatoriana do Maranhão no dia 31 de Janeiro de 2020, onde realizo meu estágio em preparação para o noviciado. A Missão me mostrou realidades novas, e até outras maneiras de compreender a relação das pessoas com a Igreja / fé. Para esse povo, as procissões têm um valor indescritível. Ao vivenciar a festa da Padroeira Santa Ana, mesmo diante da pandemia, pude constatar o quanto essa procissão é significativa para o povo. Não medem esforços e até se arriscam para manifestar sua gratidão, fazer seus pedidos e louvores a Senhora Santa Ana. Da mesma maneira acontece com os padroeiros das comunidades. A missão é realmente um sair de si, aquele que não consegue fazer esse movimento, dificilmente terá bom êxito na Missão. Acredito que estar na Missão é um grande aprendizado, o povo de Deus, em geral, é muito acolhedor e nos motiva em nossa caminhada vocacional, se alegram por estarmos presentes com eles nas pequenas atividades e momentos de oração. Cada povo com sua singularidade nos enriquece, nos inquieta e nos desafia. Penso ser uma experiência edificante, mostrando como nosso fundador foi inspirado ao fundar a Sociedade do Divino Salvador (SDS). Em nossos tempos, a instrução da fé católica é tão necessária quanto no seu tempo. As pessoas estão sedentas do Anúncio de Jesus Cristo, da sã doutrina e principalmente do testemunho autêntico dos missionários. P R O V Í N C I A S A LVAT O R I A N A B R A S I L E I R A

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/espiritualidade

“Advento: preparar o coração para o nascimento do Salvador” É A DV E N TO - “ M A R A N AT H Á - V E M , SENHOR JESUS!” Por Pe. Itamar Roque de Moura, sds

A palavra Advento, que é um dos tempos do Ano Litúrgico e pertence ao ciclo do Natal, origina-se do verbo latino “advenire” e significa “chegada ou vinda”. O termo foi assumido para o Nascimento de Jesus (o Senhor veio) e utiliza-se para a preparação para este Evento (o Senhor vem) e também para a Parusia, à espera da segunda vinda definitiva e gloriosa do Cristo (o Senhor virá). A música popular “Anunciação”, de Alceu Valença, “Tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais...”, nos ajuda a entrar no espírito do Tempo do Advento, seguir as pistas dos sinais do Reino de Deus e acolher a presença do Emanuel, o Deus conosco que vem ao nosso encontro com a sua encarnação que se perpetua através de todos os tempos na história humana, sempre reativando a nossa esperança. É um tempo de feliz e piedosa expectativa que objetiva preparar os cristãos para a vinda do Senhor e acolhê-lo como nosso Salvador, para celebrar sua presença entre nós, como diz o Evangelista São João: “A Palavra se fez carne e armou sua Tenda entre nós” (Jo 1,14). Assim, como cristãos, não podemos instalar-nos no comodismo, na passividade, no desleixo, na rotina, na indiferença. Devemos caminhar, sempre atentos e vigilantes, preparados para acolher o Senhor que vem e para respondermos aos seus desafios. Portanto, os quatro Domingos do Advento nos preparam para celebrarmos o Mistério do Natal do Divino Salvador como paróquias, em família e em comunhão com toda a Igreja, com a Espiritualidade própria deste tempo que nos coloca numa atitude de Vigilância, Espera e Conversão. Devemos preparar os nossos corações para essa experiência, pois o Senhor está vivo e um dia voltará para nos recuperar para o seu Reino inteiramente. Dentro desse clima para acolher o Divino Salvador, o melhor modo de preparar-se para viver o momento, é tomar a Palavra de Deus nas mãos, fazer uma boa leitura, meditar, rezar e colocá-la em prática, deixar crescer o amor à Virgem Maria, pois assim, estaremos preparando-nos muito bem e não entraremos na onda do que nós vamos estar 14

comprando e sim como nós iremos nos doar a Deus neste tempo oportuno da sua graça. Um dos símbolos do Advento é a Coroa, que teve sua origem no século XIX, no norte da Alemanha. Por meio de seu formato circular e de suas cores, silenciosamente expressa a esperança e convida à alegre vigilância. Esse símbolo chegou a nós no início do século XX e, para a sua confecção, eram usados ramos verdes de Pinheiro e Cipreste, cor da esperança e da vida que teimosamente resiste. Também envolve a Coroa com uma fita vermelha que lembra o amor de Deus, que nos envolve e nos foi manifestado pelo nascimento de Jesus. O círculo, sendo uma figura sem começo e fim, representa a perfeição, a harmonia, a eternidade. É sinal do amor de Deus que é eterno, sem princípio e nem fim, e também do nosso amor a Deus e ao próximo, que nunca se deve terminar. Além disso, o círculo dá uma ideia de “elo”, de união entre Deus e as pessoas, como uma grande “Aliança”. A medida em que se vai aproximando o Natal, as quatro Velas que simbolizam, cada uma delas, uma das quatro semanas do Advento, vão sendo acendidas, uma a uma, representando assim a chegada em nosso meio do Senhor Jesus. A luz das Velas simboliza também a nossa fé e nos leva à oração, e as quatro manifestações de Jesus: a Encarnação, Jesus Histórico; Jesus nos pobres e necessitados; Jesus nos Sacramentos e a Parusia, a segunda vinda de Jesus. Caríssimos Irmãos e Irmãs! Vocês podem fazer uma Coroa do Advento em suas casas, irem acendendo a cada Domingo as Velas, como sinal de esperança, amor, fraternidade e Salvação e convidarem seus familiares a celebrar, à luz da fé, a chegada de Jesus Salvador. Vivamos intensamente o Advento, pois sem ele, sem preparação, não poderá acontecer o verdadeiro Natal. Preparemo-nos para o Natal iluminados pela Luz de Cristo em nossos corações, pois com Ele poderemos dar novo sentido à nossa vida, acender nova luz para devolver-nos o horizonte da esperança e a alegria de viver e conviver.

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/espiritualidade

Jesus está no meio de nós Por Wilson Cesca

Os três evangelhos sinóticos registram a relação de Jesus com os discípulos. Ao se deslocarem para a Cesareia de Filipe, Jesus desejou saber deles o que o povo falava a seu respeito. Os apóstolos responderam que uns diziam que era João Batista, outros Elias, ou um dos profetas. O Messias indagou-lhes o que ele era para eles. Pedro respondeu: “Tu és o Cristo!”, e Jesus os advertiu para que não contassem isso a ninguém. Pela primeira vez revelou-lhes que era necessário o Filho do Homem sofrer muito, ser rejeitado, morto e após três dias ressuscitar. Nessa andança, anunciou que Pedro iria presidir a sua Igreja, pastorear o seu rebanho, com a promessa de que, “as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela, dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus”, disse. Enfatizou que se alguém quiser segui-lo, deve tomar a sua cruz cada dia. (Mt 16,13-20; Mc 8,27-35; Lc 9,22-25). Pedro discordou do que o Cristo passaria com a Paixão. Os mais próximos, ambicionavam que entrasse glorioso em Jerusalém para assumir o trono de Davi. O Cristo veio adimplir a missão do Pai, “que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade”, ITm 2,3. Ele “usa de paciência, porque não quer que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se”, 2Pd 3,9. Seu novo mandamento, é que “nos amemos uns aos outros, como Ele nos amou”, Jo 13,34. Durante o Tempo da Quaresma, que se estende por 40 dias precedentes a Páscoa, inicia-se na Quarta-feira de Cinzas e se estende até a Quinta-feira Santa, este período de conversão é consagrado à oração, ao jejum e à penitência para que os fiéis renovem seus corações e aumentem sua vida espiritual imitando o retiro do Filho do Altíssimo no deserto e meditando os acontecimentos da Paixão. Enquanto não chegou a hora de sua morte e ressurreição, Jesus continuou frequentando as sinagogas, famílias, povoados, pessoas, curando doentes, bem como instruindo os discípulos para darem sequência à sua missão, tendo como centro a pessoa humana, como procede a Igreja. Nesta quaresma, seguindo as leituras dos evangelhos

dominicais, vimos o Salvador no deserto da tentação, no monte da transfiguração, no poço de Jacó, perdoando a samaritana pecadora, na cura do cego de nascença, por sua fé, em dia de sábado, para ensinar que “o sábado é feito para o homem, e não o homem para o sábado”, Mc 2,27, fez o seu amigo Lázaro reviver após quatro dias enterrado e sustentou perante a multidão: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em mim, mesmo que morto viverá”, Jo 11,25. A festa da Ressurreição do Cristo é o Domingo de Páscoa. É o ápice de todos os seus milagres e a prova de que sua missão divina se completou. Como afirma Paulo, ICor 15,17, sem a sua Ressurreição nossa fé seria vã e ainda estaríamos em pecado, uma vez que é a maior evidência que o próprio Cristo prometera como justificativa de sua missão na Terra (Jo 2,19). O Ressuscitado permaneceu mais 40 dias entre os discípulos, orientando-os e falando das coisas do Reino de Deus, At 1,3. A Bíblia menciona muitas pessoas que viram Nosso Senhor: Maria, sua mãe; Maria Madalena; Maria Salomé, mãe de Tiago e João; os onze apóstolos; Cléofas e um outro discípulo, em Emaús; e mais de 500 discípulos, dentre outros. A certeza da verdade do título dessas reflexões encontra-se no final do Evangelho de Mateus: “E eis que estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”, (28,20). Portanto, não devemos ter medo de nada, nem da morte, que é uma rápida passagem para a plenitude da vida. Basta entregar-se ao Salvador com o coração puro, meditar a sua palavra que está nos evangelhos e encontrar-se com ele no próximo necessitado.

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/comunidades

Instituto Nossa Senhora Aparecida Pe. Geraldo de Andrade, sds, em 1953

Por Pe. Bruno Retore, sds

Nesta edição da revista “Missão Salvatoriana”, vamos abordar a origem do Seminário Nossa Senhora Aparecida de Conchas, segundo relatos das Crônicas e da revista a “Voz do Salvador”. A revista inicia a sua edição de janeiro de 1953, número 100, com uma bela introdução. “O SEMINÁRIO, NO DIZER DE UM GRANDE BISPO, DEVE NASCER NO CORAÇÃO DE TO D O B O M C ATÓ L I CO. A O B R A DA S VO C A ÇÕ E S S AC E R D OTA I S E O S E M I N Á R I O DEVEM SER A MENINA DOS OLHOS, NÃO SÓ DO BISPO, MAS DE TODOS OS S A C E R D O T E S , D E T O D O S O S F I É I S ”.

A Congregação, vencida as primeiras etapas e grandes dificuldades ao se estabelecer no Brasil, tratou de fundar vários seminários para a formação de futuros sacerdotes. Com o decorrer do tempo surgiram: o Seminário Menor do Divino Salvador, em Jundiaí e o Seminário Maior Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo. Em Videira-SC, Pacoti-CE, Piedade-RJ e em Parangaba-CE, surgiram os Seminários Preparatórios. Ao iniciar o ano de 1953, surgia o novo Seminário Preparatório Nossa Senhora Aparecida de Conchas, naquela época era a Diocese de Sorocaba. Continuando, a revista informa que em 1954 seria inaugurado o primeiro ano letivo do novo seminário com seminaristas paulistas, cariocas e de outros estados vizinhos. A construção do seminário foi dirigida pelo Pe. Geraldo de Andrade, sds, designado para este fim, não poupando esforços e merecendo sincera gratidão dos membros da Província Salvatoriana. A pedra fundamental foi benzida no dia 30/09/1951, por Dom José Carlos Aguirre, bispo de Sorocaba. Consta a manifestação de gratidão ao Prefeito e à Câmara Municipal pela doação do terreno. Conclui a Voz do Salvador: “A todo o generoso povo de Conchas que, com suas esmolas e donativos, fez erguer o Seminário que irá abrigar tantas vocações conchenses, a gratidão perene de todos os Salvatorianos”.

Importante é reportar ao livro de crônicas, para sentir a beleza do nascimento do Seminário Preparatório Nossa Senhora Aparecida de Conchas. Atrevo-me, simplesmente, a transcrever o intróito da crônica de janeiro de 1953: “...sendo por isso mesmo um tanto prolixa esta crônica, que reproduz o histórico desta fundação, que é a caçula da nossa Província. Em longínquas eras que remontam há séculos, levada por contínuas erosões e depressões em suas camadas sedimentares, a Serra de Botucatu deslizou de sua massa a formar ao sul este extenso planalto, modificado aqui e alí por regulares elevações do terreno, composto de rochas, graníticos, arenitos e xistos argiloso-calcáreos, desenhou-se, assim, o panorama do atual município de Conchas. Na qualificação isotérmica, Conchas possui clima temperado-brando, saudável, variando entre 20 a 19 graus de latitude leste, sendo ainda beneficiada de ventos regulares na direção sul-norte, amenisando-lhe, desta forma, o calor, e suavizando a temperatura depressiva do inverno. Eis os dados que o lente da cadeira de geografia e cronista conseguiu reunir para a informação dos leitores e curiosos investigadores das novidades que ocorrem pelas residências salvatorianas. Concordam, no entanto, estes dados com a opinião de entendidos geólogos; longe, pois, de ser mero amontodado de palavras. 16

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/comunidades A 192 quilômetros, aproximadamente, distante da Capital por estrada de rodagem; servida pela E. F. Sorocabana, em seu tronco que penetra o “hinterland” paulista, eis a localidade a que, por caminhos que não são nossos, a Providência fez surgir o Seminário “Nossa Senhora Aparecida”. Entra, pois, esta nova residência salvatoriana no concerto das demais casas que constituem a Província Salvatoriana Brasileira, que, em sua forma jurídica, tomou o nome de Sociedade Brasileira de Educação e Assistência. Desta residência, pois, a partir desta data, periodicamente, virão as notícias a avolumar a oportuníssima crônica das Casas, irmanando-a às que, nestas plagas, visam tornar conhecido o Salvador e para Ele conduzir os filhos transviados “... ut cognoscant Te, et quem misisti...” (“Para que conheçam a Ti e a quem enviaste...”). Humilde em seu início, como soem ser as obras divinas, o Seminário N. Senhora Aparecida, que hoje conta com uma comunidade salvatoriana de 3 padres, um irmão Coadjutor e 40 seminaristas, teve seus primórdios em 1951. Daremos, resumidamente, os informes quanto a seus primeiros passos. Designado pelo então Conselho Provincial, sempre ao corrente das aptidões sempre demonstradas nos diversos postos que lhe haviam sido confiados anteriormente, foi o R. P. Geraldo de Andrade – atual Superior desta Casa – o pioneiro desta fundação. Propostas haviam sido apresentadas e a ocasião se apresentava, acorrendo à necessidade de se localizar um clima mais ameno que não o do Rio de Janeiro, o seminário para os preparatorianos. Foi a 20 de junho de 1951, que desembarcou em Conchas o P. Geraldo para estudos preparatórios à nova fundação. Teve êxito em seus primeiros passos. Já em 30 de outubro do mesmo ano, a população conchense assistiu ao lançamento da pedra fundamental, em cerimônia oficiada por S. Excia. Revma. o Sr. Bispo de Sorocaba, Dom José Carlos de Aguirre. E a bênção do pastor fez brotar prontamente a árvore que, em apenas num ano de trabalhos, a 22 de outubro de 1952, já realizava a festa da “cumieira”. Alcançara o alto o edifício. Sabem os entendidos e poderão avaliar os interessados quantas canseiras não terá custado ao P. Geraldo esse ano de labutas, à cata do material, ora aqui, ora ali, para desincumbir-se da tarefa que lhe assentaram aos ombros. E foi sempre feliz em suas buscas e em suas campanhas. Visivelmente amparado pela Mãe Celeste em tamanhas dificuldades, coberto o prédio, quis que a Ela fosse entregue esta casa. Ratificado o seu projeto pelo Conselho Provincial, tomou a nova residência salvatoriana o nome de “Seminário Nossa Senhora Aparecida”, Ela, que é a Rainha do Brasil, sente-se, desta forma, obrigada a amparar a casa que é sua, da qual nos orgulhamos, dirigindo assim os primeiros passos dos futuros levitas do Senhor, na grande seara que a Congregação do Divino Salvador recebeu para cultivar em terras brasileiras. – “Ipsa duce, non errabimus” (“Guiados por ele, não erraremos”). Depois de coberta até ficar inteiramente aparelhada para a finalidade a que estava destinada, muito houve a fazer. E, ante este surto rápido, entusiasmaram-se os escolásticos e até os seminaristas de Jundiaí que, de boa mente, aqui passaram no mês de fevereiro deste ano de 1953, a exercer a profissão de “borradores”, nas diversas dependências. Muito trabalharam tambem os VV. Irmãos Antônio e José, que vieram a Conchas para assentar as portas e janelas, por eles fabricadas em Jundiaí. A todos agradece a Comunidade, e, se alguém foi preterido, inconscientemente o foi, porque a ninguém queremos excluir, repetindo como outrora São Paulo, querendo se justificar de não querer dever coisa alguma a quem quer que fosse...”.

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/comunidades Conferindo o Aviso Nº 101, consta sendo dia 30 de setembro o lançamento da primeira pedra do futuro seminário, como de fato foi. Às 10h, foi celebrada Missa Solene na Matriz do Bom Jesus de Conchas, cantada pelo coro dos escolásticos de Indianópolis. A cerimônia da bênção da primeira pedra foi marcada para a tarde, às 16h. Ao longo do tempo, o nome Nossa Senhora Aparecida permaneceu inalterado, modificando apenas para “Educandário”, “Noviciado”, “Comunidade Salvatoriana” “Instituto”, “Casa de Encontros e Retiros”. Destacase ainda, a importância do Seminário ser uma casa de Noviciado por vários períodos, embora não sequenciais. A finalidade original e principal sempre manteve-se fiel quanto à formação dos seminaristas no seminário preparatório, do primeiro grau e do segundo grau. Houve época em que o Instituto Nossa Senhora Aparecida formou muitas turmas de seminaristas para o Supletivo do Primeiro e Segundo Graus, o famoso madureza Ginasial e Colegial, como era conhecido em outros tempos. Por vários anos o Instituto foi destinado ao Noviciado. Em 1952 o Seminário acolheu primeiro jovens seminaristas. Até os anos de 1990, aproximadamente, foram 869 seminaristas em regime interno, que passaram e receberam formação humana, religiosa e acadêmica completas. Nem todos se tornaram irmãos religiosos ou sacerdotes salvatorianos, mas com certeza tornaramse cidadãos de respeito e exemplares na sociedade brasileira. Tempo de seminário é um tempo de discernimento

vocacional. Aqueles que não seguiram a vida salvatoriana, certamente ao deixarem o seminário, levaram consigo uma formação ética, humana e profissional sólidas inesquecíveis por toda vida. Queremos destacar que dos 869 seminaristas menores que passaram no Seminário de Conchas, temos a grata alegria de contar com cinco sacerdotes salvatorianos conchenses e mais 47 sacerdotes de outras cidades passaram pelo seminário ou pelo Noviciado, sendo este último a maioria. Além deles, temos seis irmãos religiosos que desfrutaram da formação ou do noviciado oferecido por esta casa formativa. Nas últimas duas décadas, a Província e a Comunidade Local fizeram vários investimentos em reformas e adaptações internas e externas nas edificações para adaptações aos novos tempos e exigências que o mundo moderno exige, especialmente no tocante ao ambiente propício para os noviciados e aos encontros de formação e retiros. Hoje, é considerada uma casa acolhedora e agradável para Encontros e Retiros, onde também é realizado o encontro de leigos e jovens, além dos retiros anuais salvatorianos, no mês de julho da Província Brasileira. Os nossos Capítulos e Sínodos Provinciais, as Assembleias da Província e da Associação Brasileira de EducaçãoABEA, onde são debatidos muitos assuntos, estudos profundos da caminhada salvatoriana, decisões, muitas vezes cruciais, são assumidas por todos nesta acolhedora casa, sob a proteção da Nossa Senhora Aparecida.

Conchas, 1980

Projeto da construção do Seminário de Conchas

Construção parcial do Seminário Nossa Senhora Aparecida, em Conchas, 1951

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/infantil

Olá, amiguinho! O Natal está chegando e, para celebrar o nascimento do Menino Jesus, separamos uma oração especial para você viver este momento com muita fé, paz, alegria e amor:

Senhor, diante de teu presépio venho pedir por minha família. Abençoa as pessoas que amo onde quer que estejam. Que dentro de nosso lar habite a confiança de tua mãe, Maria, o zelo de teu pai, José, e a inocência de teu rosto de criança. Afugenta de nossa casa as dores, lágrimas e angústias. Concede-nos a saúde do corpo e da alma, para que possamos cantar teus louvores a cada dia deste novo ano. Que nossas portas estejam sempre abertas para ti. Dá-nos a alegria de tua presença em nosso lar: o maior de todos os presentes possíveis. Abençoe minha família e também todos os meus amiguinhos neste Natal, Senhor. Amém!

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