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Por Pe. Agustín Van Baelen, sds | Tradução Pe. Jovanês Vitoriano, sds COMPREENDA O DINAMISMO MISSIONÁRIO APOSTÓLICO SALVATORIANO NO MUNDO DE HOJE ACOMPANHANDO OS SEGUINTES PONTOS:

SALVATORIANOS MISSIONÁRIOS COM A IGREJA

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Desde o seu início, a missão é parte do núcleo central e fundacional da obra apostólica de Pe. Jordan. Seu principal desejo era que seus filhos e filhas espirituais mostrassem em toda parte o rosto próximo, curador e construtivo da Igreja enviada e inspirada pelo Espírito que Jesus prometeu, ao enviar seus apóstolos para evangelizar o mundo.

Apesar de não ter meios, nem gente, o Pe. Francisco Jordan não duvidou um só momento de aceitar a imensa missão tão distante de Asam, no Nordeste da Índia: o pedido da Igreja para ajudar as pessoas a descobrir e compreender a importância da presença de Deus em sua vida e construir uma comunidade eclesial. Podemos dizer que o aspecto missionário, de ir a outras partes, sem meios, inclusive, até às vezes pondo sua vida em perigo, tem sido uma expressão de confiança na Providência Divina, não só daqueles Salvatorianos que deixaram sua terra para trabalhar em outros locais, mas, até hoje, existem e são sempre um testemunho admirável. SALVATORIANOS MISSIONÁRIOS AO ESTILO DOS APÓSTOLOS

Nosso fundador, em muitas ocasiões de suas palestras formativas aos confrades da Casa Mãe, ressaltou a importância da missão apostólica de sua obra e missão. Como Salvatorianos, somos chamados a realizar nossa missão ao estilo dos apóstolos.

As características por excelência de um apóstolo são duas: em primeiro lugar sua proximidade com Jesus, ninguém mais além de sua Mãe, experimentou e aprendeu tanto de Jesus, muito mais que os apóstolos. Ela deixou tudo e se colocou totalmente a disposição e Jesus tornou-se o seu tudo, a razão de seu ser e agir. Assim chegamos a segunda característica do apóstolo: seu envio. Um apóstolo é enviado por Jesus, sua missão parte Dele. Jesus manda seus apóstolos para dar a conhecer o Pai e seu desígnio de querer salvar a todos sem exceção, expandindo cada vez mais o impacto e a acessibilidade desta nova forma de viver sua fé, que não se limita ao tempo com suas normas e obrigações, restritivas e às vezes rotineiras, mas se realiza no coração e na vida de cada um que decide segui-lo.

O QUE PODEMOS DEDUZIR DE TUDO ISSO?

Se queremos ser apóstolos, não temos outra opção a não ser nos mantermos próximos de Jesus Cristo, pois nossa missão emana Dele. Não podemos pretender torná-lo conhecido, se nós não o tivermos conhecido primeiro, por meio da oração, do estudo, da meditação, da escuta profunda. Além disso, Jesus Cristo sempre revela-se por meio de novas e surpreendentes maneiras. Isso implica a necessidade de uma atualização e formação permanente, para que não nos tornemos verdadeiros repetidores daquilo que sempre foi feito, sem tomar consciência da realidade que nos rodeia.

O MUNDO, LUGAR DE SALVAÇÃO

O mundo de hoje apresenta muitos desafios e, por inumeráveis razões, parece que a dimensão religiosa se esconde cada vez mais atrás da tela da secularização da virtualização e da digitalização. Nos vemos desafiados a compreender esta realidade marcada por um desenvolvimento numa velocidade astronômica, mas também, com flagrantes contradições. Levando esta ideia para a realidade de hoje, observamos que, apesar da pandemia, o contato entre diversas pessoas e culturas segue, pelo menos em nível virtual, e as influências para o bem ou para o mal, continuam. Por outro lado, em muitas partes, a mesma pandemia impede que haja celebrações litúrgicas ou outros tipos de reuniões em comunidade, como havíamos conhecido até agora. Novas formas, expressões e vivências surgem e, com elas, as críticas, a necessidade de rever e repensar sempre de novo. Isto é bom. Evitemos cair na absolutização de nossas ideias e do que havíamos conhecido até agora, mas aprendamos com o que a realidade nos ensina e exige. É formidável e, segundo me parece, maravilhoso ver a diversidade de iniciativas tomadas, também em nossas comunidades salvatorianas, para estarem próximas dos que sofrem por causa da pandemia, claro, sempre respeitando as orientações sanitárias dadas pelos responsáveis.

O importante é que, como Salvatorianos, mantenhamos esta abertura e flexibilidade que nos ajuda a sermos criativos na hora de dar respostas às necessidades que nos são apresentadas. Um caminho para desenvolver esta abertura é a formação internacional em que os mesmos formandos compartilham uma etapa de seu crescimento vocacional e estudos fora de seu próprio contexto, onde nele, às vezes, é fácil acomodar-se. O fato de ter que aprender outro idioma, viver outra cultura, vivenciar outras formas de comunidade e de expressão da fé, abre a mente e ajuda a ultrapassar suas próprias fronteiras. O formando parte de uma Sociedade Internacional e levando a sério o que nos diz o Fundador. Não nos resta outra opção que preparar o melhor possível os nossos formandos para que, no dia de amanhã, tenham e possam exercer esta flexibilidade e abertura tão necessária. Tudo isto custa, mas vale a pena.

A MISSÃO INTER-GENTES SALVATORIANA

Ao final das contas, podíamos dizer que nós temos consciência do chamado para ajudar a Igreja a cumprir com a missão que Jesus nos deixou, por meio de seus apóstolos. Além disso, estamos dispostos a ir aonde haja falta de pessoas e temos membros cuja formação enfoca a abertura para reconhecer os sinais dos tempos e a flexibilidade para respondê-los a partir da realidade. Isto é enormemente animador e nos leva a ver que nossa Sociedade está se desenvolvendo em uma direção diferente, para melhor.

A bússola primordial do barco de nossa Sociedade aponta para um mundo necessitado de Deus, de uma palavra de alento, de um grito por justiça, de sinais de solidariedade e gestos curativos. No entanto, a bússola não é suficiente. É necessário pessoas que queiram remar e caminhar. Nos vendo há uns 30 anos, em uma situação de diminuição de vocações e envelhecimento dos membros, a Sociedade tomou uma decisão fundamental que mudou seu rumo. Se queremos seguir com a obra apostólica missionária de Padre Francisco Jordan, é necessário ter pessoas que se sintam chamadas a pôr-se a camino conozco, no entanto, há falta de gente! Não podemos, portanto, ficar somente com o que já conhecemos. Saiamos e levemos nosso carisma a outras partes. Esta opção nova, levou a Sociedade a um crescimento que ninguém havia sonhado. Agora, trinta anos depois, podemos dizer, com orgulho, que a obra

apostólica de Padre Francisco Jordan cresceu. Se em 1990 estávamos em uns 22 países, agora estamos em 45. Após anos de estabilidade em números de membros, é grandioso que os esforços e sacrifícios de tantos Salvatorianos que haviam deixado sua terra, meio familiar e, com eles, suas seguranças e comodidades, resultaram em números crescentes de vocações de novas culturas que enriquecem a vivência de nosso carisma.

Neste momento, a Sociedade possui 450 formandos em nível mundial: jovens entusiastas que querem levar a bandeira de nosso carisma para o alto, pondo-se a serviço dos demais, anunciando o Reino de Deus, como Jesus mandou fazer a seus apóstolos. Os últimos países onde a Sociedade quis semear novas sementes de sua presença são: o Vietnã (2014), Quênia (2015), Peru (2016) e Madagascar (2018). É bonito ver que, também nesses países, há jovens que se sentem chamados e atraídos pelo nosso estilo de viver como Salvatorianos e batem às portas de nossas missões para poder participar nesta humilde, mas maravilhosa missão.

Neste momento, estamos planejando uma nova missão Salvatoriana em Uganda, Coreia do Sul e Belize. A pandemia impôs um freio a esta última expansão, mas seguimos com confiança no Senhor e, se é a sua vontade que haja Salvatorianos ali, assim será!

Oxalá muitos jovens se animem e se atrevam a dar uma resposta ao chamado que sentem em seus corações! Mas, ao mesmo tempo, espero a todos nós, que já temos certo tempo como religiosos salvatorianos, sigamos com aquele entusiasmo do início, ao sentir que o Senhor estava nos chamando a uma comunidade aberta e flexível, com membros dispostos a dar-se completamente para que todos conheçam, amem e sirvam a Jesus, nosso Salvador.

Depoimentos Missionários

POR EMILIANO MANUEL ÁLVAREZ RODRÍGUEZ - PRÉ-NOVIÇO SALVATORIANO

Percebendo como Deus nos educa e ensina, penso acerca da Universalidade, e vem na minha mente o ser Missionário e o que isso implica. É verdade que o Missionário é aquele que se sente responsável por anunciar Jesus Cristo naquele lugar onde está inserido, onde vive e compartilha a fé com o povo de Deus sem pretender ir longe. Não obstante, o ser Missionário, estando intrínseco ao ser Salvatoriano, lança-nos a servir onde quer que seja e implica em anunciar o Salvador

com total disposição. Essa experiência de anúncio “onde estou”, torna-se mais gratificante e fácil vivenciá-la quando eu me distancio e renuncio àquilo que mais aprecio e amo. Além disso, a saudade de compartilhar a vida nova que vem de Cristo, se intensifica em mim como um novo ardor apostólico, ainda mais quando a experiência missionária encontra o coração livre de amarras, seguranças, certezas, deixando-se impulsionar pelo: “eis que faço novas todas às coisas” (Ap. 21,5). Assim, o missionário conhece para tornar conhecido, aprendendo a amar a todos, sem distinção, com liberdade, com abnegação, com entrega livre! Falando isto, não pretendo universalizar esta minha percepção tão pequena e singela. Experiência de um jovem vocacionado, que pretende seguir a Cristo e abraçar com fidelidade o sonho de Padre Jordan, pois ainda é muito longo o caminho a percorrer. Fazer a experiência do encontro com Jesus Salvador, o Missionário do Pai, para conhecê-lo e torná-lo conhecido por todos, é o maior e mais precioso tesouro que todo Missionário Salvatoriano necessita buscar incansavelmente.

POR JOCIMAR COSTA ROSA - PRÉ-NOVIÇO SALVATORIANO

ALEGREMO-NOS PELA NOSSA MISSÃO, POR TERMOS SIDO ESCOLHIDOS! (PADRE JORDAN)

Com essa frase de nosso venerável Pai fundador inicio este breve depoimento missionário. Cheguei à Missão Salvatoriana do Maranhão no dia 31 de Janeiro de 2020, onde realizo meu estágio em preparação para o noviciado.

A Missão me mostrou realidades novas, e até outras maneiras de compreender a relação das pessoas com a Igreja / fé. Para esse povo, as procissões têm um valor indescritível. Ao vivenciar a festa da Padroeira Santa Ana, mesmo diante da pandemia, pude constatar o quanto essa procissão é significativa para o povo. Não medem esforços e até se arriscam para manifestar sua gratidão, fazer seus pedidos e louvores a Senhora Santa Ana. Da mesma maneira acontece com os padroeiros das comunidades. A missão é realmente um sair de si, aquele que não consegue fazer esse movimento, dificilmente terá bom êxito na Missão. Acredito que estar na Missão é um grande aprendizado, o povo de Deus, em geral, é muito acolhedor e nos motiva em nossa caminhada vocacional, se alegram por estarmos presentes com eles nas pequenas atividades e momentos de oração. Cada povo com sua singularidade nos enriquece, nos inquieta e nos desafia. Penso ser uma experiência edificante, mostrando como nosso fundador foi inspirado ao fundar a Sociedade do Divino Salvador (SDS). Em nossos tempos, a instrução da fé católica é tão necessária quanto no seu tempo. As pessoas estão sedentas do Anúncio de Jesus Cristo, da sã doutrina e principalmente do testemunho autêntico dos missionários.