Turbo Oficina 067

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#67

DEZEMBRO

2017

profissional

MECÂNICA 2017

O AFTERMARKET REUNIU-SE EM LISBOA, NA FIL, NUMA EDIÇÃO QUE FOI UM SUCESSO

ENTREVISTA Mónica Alves, Auto Crew "Queremos crescer mas não a qualquer preço!" FORMAÇÃO BOSCH Visitámos o Centro de Formação Bosch em Portugal ORGANIZAÇÃO Criar o layout correto da oficina aumenta as possibilidades de rentabilidade

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BALANÇO DO ANO APÓS UM ANO DE RECUPERAÇÃO ECONÓMICA E DE RETOMA DA CONFIANÇA TEMPO PARA FAZER O BALANÇO DE DOZE MESES PLENOS DE ATIVIDADE NO SETOR PUBLICIDADE



SUMÁRIO ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES PRO4MATIC SELO DE CAPA PRO4MATIC RODAPÉ DE CAPA MOTRIO VERSO CAPA JAPAN PARTS PÁG.5 PETRONAS PÁG.7 CONTITECH PÁG.9 EUROREPAR PÁG.11 ZF PÁG.17 SOGILUB PÁG.25 CEPSA PÁG.31 EDP PÁG.35 CENTRO ZARAGOZA PÁG.37 VALEO PÁG.47 SOFRAPA PÁG.49 BOLAS PÁG.51 CARF PÁG.59 CESVIMAP VCC CHAMPION CC MARCAS NESTA EDIÇÃO AC ROLCAR 18 AD LOGISTICS 8 AD PORTUGAL 8 AE 18 AIRTEX 18 AISIN 18 ALECARPEÇAS 16, 33 ALKAR 18 AL-KO 18 AMOLUX 18 AS 36 AS PARTS 44 ASHIKA 45 ASTURO MEC 19 ATE 16, 18 ATH 22 AUTO CREW 10 AUTO DELTA 18 AUTOZITÂNIA 18, 33 AZ AUTO 9 BAHCO 36 BEHR 18 BEISSBARTH 22 BELRON 39 BERU 16, 18 BERNER 36 BESSEY 19 BETA 19 BIEMMEDUE 19 BILSTEIN 16, 44 BLACKHAWK 22 BLUE PRINT 12, 16, 44 BMW 45 BOLAS 19 BOSCH 10 BOSCH CAR SERVICE 27 BOSHI 18 BP 43 BREDA LORETT 18 BREMBO 18, BRIDGESTONE 65 CALORSTAT 18 CARGLASS 39 CEIIA 39 CHAMPION 18 CHICAGO PNEUMATICS 22 CHRYSLER 34 CITROËN 44 COMETIL 34 CONTINENTAL 49, 64 CONTITECH 18 CROMAX 48 DEBICA 43 DELPHI 20 DENSO 20 DINO PAOLI 19 DIPART 6 DODGE 34 EBERSPÄRCHER 36 ECOTECHNICS 22 EINA DIGITAL 8 ESCAPE FORTE 19 EXIDE 18 EXXON MOBIL 21 EXPRESSGLASS 43 FACET 16 FAE 18 FAG 18 FAI 18 FEBI 18 FEDERAL MOGUL 18 FERODO 18 FINI 19 FIRST STOP 8 FISPA 18 FORD 53 FRAP 18 FTE 18 GARTEC 22 GATES 16 GEDORE 22 GLASER 18 GLOBAL ONE 7 GMB 18 GOETZE 18 GOMET 18 GONÇALTEAM 19 GSP 18 GOODYEAR 43 GTEAM 19 GUTTMANN 34 GYS 22 HAWEKA 19 HELLA 8 HELLA-HAGID 16 HELLA-HENGST 8 HENGST 8 HEPU 18 HERTH+BUSS 18 HKT 18 HPA FAIP 19, 34 HUNTER 34 I.F.H.S. 18 IMASAFE 36 INA 18 INDECO 36 INTEREX 18 INTERESCAPE 36 INTERMOTOR 18 IPC 19 IRT 22 JAGUAR 34 JAPANPARTS 45 JAPKO 45 JEEP 34 KARCHER 22 KLARIUS 18 KRAUTLI 10 L.A.R.A. 18 LAUNCH 19 LD AUTO 36 LEIRIDIESEL 20 LEIRILIS 6 LEMFORDER 16LISPARTS 36 LIZARTE 18 LPR 18 LUBRIGRUPO 20 LUK 16, 18 LUKAS 19 LUSILECTRA 22 MAD 22 MAHA 22 MAHLE 18 MANNFILTER 18 MCOUTINHO PEÇAS 34 MÉGUIN 18 MERCEDES-BENZ 34, 36, 45, 52 METABO 19 METALCAUCHO 18 MEYLE 18 MICHELIN 65 MIDTRONICS 22 MILLERS OILS 50 MITSUBISHI 44, 63 MOBIL 20 MOBILETRON 18 MOOG 18 MONROE 33 MOTORMÁQUINA 36 MOTRIO 34 NEOPARTS 22 NEWVISION 36 NGK 18 NIPPARTS 16, 33 NISSAN 44 NOSTOP 18 NSA 43 NSK 50 NTK 18 NUSSBAUM 22 OPEL 45 OPEN PARTS 16, 33 OPEN STORE 33 ORLEN 18, 34 OSRAM 18 OSVAT 18 PAYEN 18 PEUGEOT 44 PIERBURG 16, 18 PIUSI 10 PNEUIMPEX 10 POLITE 9 PORSCHE 36 PRO4MATIC 36 PROVMEC 36 PSA GROUP 45 PURFLUX 18 QUCAAN BUSINESS 23 RAASM 19 RAVAGLIOLI 19 REDSERVICE 10, 42 REDWASTE 43 RENAULT 45 REPSOL 24 ROADHOUSE 18 ROBERT BOSCH 26 ROMESS 22 RUVILLE 18 SACHS 16, 18 SAIMA 22 SAMOA 22 SCHAEFFLER 18 SHOPARTS AUTOMOTIVE 8 SOFIMA 18 SONICEL 8 SOSI COMBUSTÍVEIS 24 SPIES HECKER 50 STERTIL KONI 22 SWAG 44 SWF 16 TECHNO VECTOR 22 TELWIN 19 TERRAFIRMA 36 TEXTAR 18 TRW 46 TOKICO 18 TOPTUL 23 TOYOTA 44 TUFFSUPPORT 18 USI ITALIA 22 VALEO 16 VALLUX 36 VALORPNEU 64 VARTA 16 VDO 20 VELYEN 22 VENEPORTE 24 VESSEL 34 VIC 18 VICTOR REINZ 16 VOLKSWAGEN 45 VOLVO 10 WALKER 36 WD-40 18 WOLF 45 ZEEV 10 ZF 18

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DEZEMBRO 2017

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DOSSIÊ Balanço do ano 2017

NOTÍCIAS

06 As novidades do setor DESTAQUE

12 Manutenção dos filtros

de combustível SALÃO

32 Mecânica 2017 REPORTAGEM

38 Concurso Carglass 40 Formação Bosch 42 Red Service/Leirilis 44 AS Parts

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ENTREVISTA Mónica Alves Responsável pela rede Auto Crew

RAIO-X

46 Notícias internacionais 52 Volkswagen Crafter 54 Barómetro 55 Radiografia: Mercedes Classe E REPARAÇÃO

56 Pintura 60 Organização da oficina 63 Manutenção Mitsubishi ASX PNEUS

64 Notícias OPINIÃO

66 Transporte de crianças DEZEMBRO 2017 TURBO OFICINA

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EDITORIAL

PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS

ANO DE CRESCIMENTO

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stamos a correr o pano sobre 2017, restam algumas compras de última hora e aprimorar o palco para receber o novo ano que, certamente, trará muitas expetativas e desejos de crescimento nas vendas e no negócio. É sempre assim e sempre assim será. Aqui na TURBO OFICINA também estamos a arrumar tudo para um grande 2018.

SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. DAS OLAIAS, 19 A RINCHOA 2635-542 MEM MARTINS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL oficina@turbo.pt DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITOR CHEFE JOSÉ MANUEL COSTA oficina@turbo.pt REDAÇÃO CARLOS MOURA PEDRO carlosmoura@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt

Mas antes de abrirmos os presentes do próximo ano, é a hora certa para olhar para o espelho retrovisor, perceber como foi 2017 e compreender se foi ano de recuperação ou estagnação depois de um 2016 que foi bastante positivo. Para isso, a TURBO OFICINA decidiu fazer um mega questionário a todos os players do aftermarket nacional abraçando todos os setores. Fiquei surpreendido com a adesão de muitos e pela deserção de alguns, triste pela não participação de uma mão cheia que poderiam trazer algo de importante a este balanço de 2017. Contam os que estão, por isso recomendo vivamente a leitura deste dossiê que terá segundo episódio na próxima edição. Ai, olharemos para o futuro imediato de 2018. A Mecânica, salão do aftermarket português, desceu á capital e encheu um pavilhão da Feira Internacional de Lisboa. Pode ler a reportagem completa sobre o certame nesta edição, mas sempre lhe adianto que foi uma edição com ausências de vários players de peso - embora os seus produtos marcassem presença, indiretamente, através dos seus distribuidores - e alguns detalhes menos conseguidos. Detalhes, pormenores, enfim, pequenas coisas que não mancharam o sucesso do certame sendo que a maioria ficou muito satisfeita com a estreia do certame em Lisboa. Alguns pormenores ficaram na retina como o piso do pavilhão da FIL não estar totalmente coberto de alcatifa. Mas, lá está… detalhes! Nada que manche ou menorize o excelente trabalho feito pela Exposalão. Como habitualmente, mais uma edição da TURBO OFICINA recheada de temas importantes, como definir a organização da sua oficina e a entrevista à responsável da Auto Crew, uma portuguesa que domina a partir de Espanha uma rede oficinal que se quer fortalecer em Portugal. Como disse acima, estamos a arrumar algumas coisas para que 2018 seja um ano, também ele grande, para a TURBO OFICINA. A partir da próxima edição ficará a conhecer as novidades. Boas festas e um bom ano de 2018 para todos!

COORDENADOR COMERCIAL GONÇALO ROSA goncalorosa@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777

JOSÉ MANUEL COSTA EDITOR CHEFE

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TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017

INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS



NOTÍCIAS

NACIONAIS

COM A LEIRILIS

DIPART CHEGA A PORTUGAL Um dos maiores “players” ibéricos decidiu reforçar a sua presença no mercado nacional, juntando-se à Leirilis que, desta forma, ganha um parceiro com visibilidade e forte presença em Portugal

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Leirilis, uma empresa familiar fundada em 1986, dedicada desde o início ao comércio de peças e acessórios para automóveis, e com uma trajetória de evolução positiva, decidiu reforçar a sua estratégia ao tornar-se parte da Dipart. Esta parceria destina-se a

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TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017

aumentar a presença da empresa no mercado e alargar a sua influência, enquanto a Dipart chega ao mercado português através de um parceiro de topo.. Com cobertura nacional de todo o território, a Leirilis tem sede em Leiria e possui armazéns e pontos de venda em Lisboa, Coimbra, Porto e Funchal (Madeira). No total, tem 5100 metros quadrados em armazéns e tem projetado um novo armazém de 5 mil metros quadrados em Leiria, um reforço evi-

dente de disponibilidade para uma mais ágil e rápida resposta ás necessidades do mercado. A equipa que forma a Leirilis é composta por profissionais com grande experiência no setor e que têm como lema “Inovação e Qualidade”. O objetivo é alcançar a excelência através da aplicação dos seus valores: inovação, competitividade, orientação para o cliente, ética profissional, rigor e responsabilidade. Ora, a filosofia e a estratégia da Dipart


LEIRILIS E DIPART assumiram parceria que permite à segunda entrar no mercado português através de um parceiro forte e dinâmico

(“Inovação e Excelência”) estão perfeitamente coordenadas com a Leirilis, pelo que foi fácil o entendimento entre as partes para permitir o alargamento da presença da Dipart a Portugal. Quer isto dizer que ambas as empreesas ganham visibilidade e reforçam a sua presença num mercado em crescimento. Assim, a Global One, através da Dipart e da Leirilis, consegue estar presente em Portugal e em Espanha com ampla cobertura ibérica.A Dipart é uma empresa de serviços, composta por distribuidores parceiros de peças e acessórios para automóveis, que atualmente possui mais de 90 pontos de venda em toda a geografia ibérica, com um volume de negócios total de mais de 100 milhões de euros. /


NOTÍCIAS

NACIONAIS

NOVIDADES FILTROS

PRODUTOS HELLA HENGST CHEGAM A PORTUGAL E ESPANHA

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lguns meses após a apresentação da aliança entre os fabricantes de equipamento original Hella e Hengst Filtration, o Grupo Hella alargou a oferta da gama completa de filtros da Hella Hengst aos mercados de Espanha e Portugal. O acordo representou a união entre dois fabricantes históricos – a Hella fundada em 1899 e a Hengst em 1958 – com filosofias de negócio comuns. Ambos são fabricantes de equipamento original e fornecedores de equipamento para a indústria automóvel global e são reconhecidos como inovadores tecnológicos. Simultaneamente, ambos distinguiram-se pelo seu compromisso para oferecer o melhor em termos de qualidade, disponibilidade com o mercado de após-venda. “A aliança com a Hengst proporciona uma excelente oportunidade de desenvolvimento de negócio aos distribuidores espanhóis e portugueses”, comenta Ismael Carmena, diretor regional de IAM para a Europa Ocidental e diretor geral da Hella. “A Hella Hengst Filtration Systems é a solução mais acertada para as necessidades do distribuidor e da oficina porque combina uma excelente gama de produtos de alta qualidade com a nossa sólida organização local da Hella, que inclui apoio comercial e de marketing, proximidade ao cliente, apoio técnica e uma logística versátil e fiável. Tudo isto a partir de um único fornecedor”. A partir de agora, os filtros de óleo, combustível, de ar e habitáculo da marca Hella Hengst, para automóveis e veículos comerciais ligeiros, passaram a ser disponibilizados unicamente pela Hella Espanha e Portugal./

FIRST STOP FAZ FORMAÇÃO NA AD PORTUGAL Centrada na manutenção geral, cujos objetivos são dotar os formandos de conhecimentos teóricos e práticos nos diferentes tipos de manutenção de veículos, a AD Portugal, em parceria com a Eina Digital, levou a cabo uma ação de formação exclusiva para a First Stop. A formação técnica/ comercial para os clientes sempre foi uma ferramenta essencial para o Grupo AD Portugal (AD Logistics e Sonicel), nas parcerias que têm com os seus clientes. Foram seis os objetivos para

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TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017

esta ação. Conhecer os tipos diferentes de manutenção do veículo, aplicar corretamente cada uma dessas manutenções, conhecer as principais características dos elementos de manutenção gerais, poder escolher, corretamente, o produto mais adequado para as características do veículo no qual se está a trabalhar, conhecer as principais operações de manutenção a realizar e protocolos para as efetuar e intervir em sistemas como refrigeração, travões, lubrificação, distribuição, direção, etc., para efetuar uma manutenção adequada.

SHOPARTS AUTOMOTIVE: NOVA LOJA ONLINE DE PEÇAS Disponibilizando uma gama alargada de lubrificantes, aditivos, baterias e todo o tipo de acessórios auto, a ShoParts Automotive é uma nova loja online de peças e acessórios. Segundo a empresa, a equipa encarregue de trabalhar o sítio de internet, garante a entrega dos produtos de 24h a 72h dentro de Portugal continental, com portes grátis, em todas as encomendas a partir de 34€. Além disso, promete ajuda para encontrar o produto desejado, podendo

também pedir orçamentos grátis. Basta entrar em contato com a ShoParts Automotive, através do sítio de internet ou por telefone. Segundo a ShoParts, a especialidade técnica em todo o tipo de peças de motor dos seus colaboradores, garante aos clientes profissionais e particulares, assistência eficaz. A missão da ShoParts Automotive é garantir a satisfação do cliente. Já disponível em www.shoparts.pt.


AZ AUTO – CAMPANHA DE BATERIAS PROLITE A AZ Auto lançou uma campanha para a marca de baterias Prolite, que está em vigor até ao dia 30 de novembro. Na aquisição de seis baterias de um pack disponibilizado pela AZ Auto, o cliente tem acesso direto a uma de duas ofertas: uma bateria extra ou um expositor de baterias.


NOTÍCIAS

NACIONAIS

PNEUIMPEX PROMOVEU WORKSHOP

“JÁ CONHECE O UNIVERSO BOSCH?”

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PneuImpex, empresa do Grupo Leirilis, promoveu no passado dia 16 deste mês o workshop “Já conhece o universo Bosch?”, junto dos seus clientes, contando com a participação especial da Bosch, líder mundial em tecnologia automóvel. Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer a sua vasta gama de peças auto, a linha de equipamentos oficinais, e ainda, todos os conceitos, direcionados às oficinais, que a marca dispõe. Falamos do conceito “Auto CREW” e “Bosch Car Service”. As novas tendências do mercado e a conectividade, os quais ocupam um lugar de enorme destaque quando se fala em simplificação e otimização do trabalho dentro das oficinas, tiveram lugar de destaque neste workshop.. No âmbito da apresentação da linha de equipamentos oficinais foi dado especial enfoque para a nova gama de equipamentos de diagnóstico KTS, que já suportam os novos protocolos do futuro DoIP, que por sua vez permitem fazer o diagnóstico, nas novas viaturas da marca Volvo, modelo XC90. Foi, ainda, dado a conhecer alguns serviços (“Connected Cloud Service”, “Car Drive Portal” e o “Connected Workshop”), que a Bosch se encontra a desenvolver, no âmbito da conectividade automóvel. Para o final, ficou guardada a apresentação do conceito oficinal RedService (Rede Independente de Oficinas Automóveis multimarca 100% nacional, especialista em manutenção e reparação de automóveis que aposta na assistência técnica nas áreas de eletrónica, mecânica e colisão), e suas respetivas mais valias. Pode saber mais sobre o conceito em em www.redservice.pt. Contas feitas, uma iniciativa muito interessante que reuniu opiniões muito favoráveis dos participantes, deixando claro que os objetivos foram alcançados. /

KRAUTLI REFORÇA OFERTA COM PIUSI

ZEEV: PRIMEIRA OFICINAEXCLUSIVA PARA VEÍCULOS ELÉTRICOS A ZEEV investiu num serviço especializado na manutenção de veículos elétricos, de duas e quatro rodas, que recebeu a designação de EVolution Service & Center. Para efetuar intervenções em veículos elétricos, uma oficina especializada neste tipo de viaturas tem de cumprir

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TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017

alguns requisitos específicos. A ferramenta utilizada tem de ser isolada e certificada para trabalhos em tensão. A conceção do espaço exige áreas de trabalho mais amplas para demarcar um perímetro de segurança, que tem de ser vedado enquanto decorre a intervenção.

A Krauti Portugal estabeleceu um acordo com a marca italiana Piusi para a distribuição do equipamento Delphin Pro, que se destina ao abastecimento automático de AdBlue em viaturas ligeiras. Esta solução permite à oficina realizar um trabalho rápido e eficaz. O novo equipamento é fácil de transportar e permite abastecer AdBlue nos depósitos dos veículos de forma segura. Um simples toque no botão de ativação é suficiente para que a

bomba elétrica inicie o reabastecimento do veículo. O sistema “fechado” inovador impede odores e vapores deles derivados, e protege o fluido AdBlue de quaisquer fatores externos. Os elementos poluentes existentes no depósito de um veículo são transferidos para o tanque do equipamento durante o reabastecimento.



DESTAQUE

FILTROS

FILTROS DE COMBUSTÍVEL

ENGENHARIA DE PRECISÃO Os avanços na tecnologia utilizada nos filtros é uma consequência direta do avanço da tecnologia dos motores. Os recentes sistemas de gasolina e gasóleo têm componentes de precisão que são produzidos com tolerância inferior a dois mícrons e colocados sob enormes cargas. Por isso o combustível tem de estar limpo. TEXTO E FOTOS Blue Print

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nfelizmente as impurezas presentes nos depósitos dos postos de abastecimento e a corrosão do metal no tanque de combustível estão sempre presentes e podem arruinar o sistema de combustível dos veículos mais modernos. Até mesmo as mais pequenas partículas podem causar danos no bico do injetor, causando distorção nos padrões de spray que, por sua vez, afetam a eficiência da combustão, o consumo de combustível e a estabilidade do ralenti e emissões. CONTAMINAÇÃO E SEPARAÇÃO DA ÁGUA Enquanto tanto o gasóleo como a gasolina precisam de filtragem contra elementos contaminantes abrasivos, o gasóleo tem outras exigências relativamente à filtragem. As moléculas de água encontradas nos sistemas de combustível a gasóleo são um problema. A condensação ocorre no tanque de combustível sendo por isso possível existirem moléculas de água, em suspensão ou emulsão, no gasóleo. A incorreta filtragem, poderá levar a que a água corroa os complexos elementos da bomba e dos injetores que integram o sistema de combustível. Os filtros de combustível da Blue Print têm um elemento filtrante, hidrofóbico coalescente, que permite a passagem do combustível, mas que ao mesmo tempo captura a água.

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TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017

Consequentemente a água forma gotículas, que se depositam no fundo do filtro e de onde podem ser drenadas periodicamente como parte da manutenção de rotina. “COGUMELO” NO DEPÓSITO? O gasóleo é um líquido orgânico instável e que atua como alimento para certos fungos (Cladosporium resinae). Os esporos estão no ar e contaminam o combustível. O crescimento do fungo acontece quando a água e o gasóleo se juntam sob perfeitas condições de temperatura. Muitos sistemas de gasóleo modernos circulam continuamente e filtram o combustível entre o depósito e o motor, fazendo com que o gasóleo aquecido regresse ao depósito e crie as condições perfeitas para o desenvolvimento de fungos. O produto residual dos fungos contamina o combustível e obstrui as vias de combustível. A solução será uma manutenção regular utilizando um filtro de qualidade que remova a água do combustível de forma a prevenir a formação de fungos. QUALIDADE DE EQUIPAMENTO ORIGINAL A gama de filtros de combustível da Blue Print, para veículos com motores a gasolina ou gasóleo são produzidos de acordo com os requisitos de equipamento original, assegurando por isso o correto fluxo de combustível e eficiência na filtragem oferecendo por isso a máxima proteção do sistema de combustível do veículo. /


DEZEMBRO 2017 TURBO OFICINA

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DOSSIÊ

BALANÇO 2017

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BALANÇO 2018

CRESCIMENTO SUSTENTADO Corrido o pano sobre o ano de 2017, chega a altura de fazer o balanço de um ano de atividade forte e dinâmica de um setor que reagiu à melhoria do ambiente económico. Mas continuam desafios a vencer e por isso a TURBO OFCINA foi ouvir quem realmente interessa, os “players” do aftermarket nacional. Um trabalho extenso que será dividido em dois números da sua revista. Para já fica o balanço de 2017, na próxima edição faremos a antevisão de 2018. TEXTO JOSÉ MANUEL COSTA FOTOS DR

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a TURBO OFICINA gostamos de dar voz aos “players” do mercado e por isso mesmo decidimos fazer este balanço de 2017 questionando qual a reflexão que o mercado faz do ano que está quase a findar e o que reserva o futuro imediato. Há otimismo no setor e, o melhor exemplo disso, é a excelente moldura de expositores na Mecânica 2017, certame organizado pela Exposalão nos pavilhões da Feira Internacional de Lisboa (FIL) e sobre o qual poderá ler a reportagem completa mais à frente nesta edição. Recordamos que na revista de janeiro de 2017 fizemos este mesmo balanço, sendo que a palavra mais ouvida foi “positivo!”, em relação ao crescimento do mercado, tendo a maioria afinado pelo mesmo diapasão, ou seja, o crescimento tinha sido importante e as perspetivas de futuro as mais animadoras. Do balanço de 2016, ficava evidente que os desafios eram, ainda, muitos e que 2017 seria um ano de aposta na formação dos profissionais do setor e, sobretudo, na consciencialização dos utilizadores para a importância da oficina no correto funcionamento dos seus veículos. Passaram-se doze meses e estamos de regresso ao tempo de balanço sobre a atividade do setor. Para isso fizemos um questionário que enviámos para os principais “players” do mercado. Este é o balanço do ano 2017, na próxima edição não perca a antevisão de 2018.

DEZEMBRO 2017 TURBO OFICINA

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DOSSIÊ

BALANÇO 2017

QUESTIONÁRIO TURBO OFICINA 1

O ano de 2017 superou as expetativas ou acabou por ficar estabilizado?

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O final anunciado da crise trouxe mais volume de negócio ou não passou disso mesmo, um anúncio sem repercussões nas vendas?

3

Quais foram as maiores virtudes e os maiores pecados do mercado em 2017?

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A invasão chinesa, a falsificação, o produto low cost e a venda online foram preocupações durante 2017? Ou aproveitaram a internet para maximizar as vendas?

5

Entende que durante 2017 os principais atores, do lado das oficinas, entenderam a mensagem que lhe foi transmitida sobre a importância de apostar na qualidade ao invés do preço? Ou entende que a premissa continua a mesma, ou seja, primeiro que tudo o preço?

ALECARPEÇAS

ACESSÓRIOS DE AUTOMÓVEIS LDA PAULO AGOSTINHO DIRETOR GERAL Marcas representadas - Ate, Beru, Bilstein, Blue Print, Facet, Febi, Gates, Hella-Hengst, HellaPagid, Lemforder,, Liqui Moly, Luk, Nipparts, Open Parts, Pierburg, Sachs, SWF, Varta, Valeo, Victor Reinz.

1 Foi um ano com um crescimento dentro do previsto no plano de negócio da empresa. 2 A empresa tem crescido de forma sustentada, não sendo influenciada por este anúncio. É evidente que uma conjuntura econó-

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TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017

mica mais favorável é benéfica ao negócio. 3 Do lado das virtudes diria e evolução positiva das vendas e a implementação de novas marcas presentes na oferta e crescimento das marcas atuais. Do lado dos pecados a forte agressividade comercial que tende a penalizar a rentabilidade. 4 Tendo uma oferta na sua totalidade de marcas e produtos de qualidade equivalente ao original, não é o nosso “target” o mercado do produto de baixa qualidade e de baixo preço. Os nossos parceiros sabem claramente o tipo de produto que podem encontrar na nossa

oferta e como tal é natural que não tenhamos grande impacto deste fenómeno. No que se refere as venda on-line, aí sim existem alguns sinais de preocupação pois muitas das marcas premium que distribuímos estão nessas plataformas e os preços que nelas existem são “inexplicáveis” para o nosso mercado, colocando-nos a nós e às próprias marcas algumas dificuldades comerciais. No caso da AleCarPeças a venda online é exclusivamente direcionada para profissionais. 5 De uma forma geral sentimos que as oficinas têm a perfeita noção da qualidade e



DOSSIÊ

BALANÇO 2017 dos produtos que são sinónimos da mesma. Não quer isto dizer que a questão preço não esteja nas suas maiores preocupações, continuando a existir forte pressão nesta área, no entanto numa aposta a longo prazo creio que a qualidade vai imperar.

AUTODELTA

COMÉRCIO DE PEÇAS, ACESSÓRIOS E AUTOMÓVEIS, LDA. TIAGO DOMINGOS RESPONSÁVEL PELA COMUNICAÇÃO Marcas representadas - Meyle, Valeo, Exide, Pierburg, Mahle, Contitech, FTE, Federal Mogul (que comercializa marcas como a Ferodo, Beru, Champion, entre outras), Schaeffler (LUK, INA, FAG, Ruville) ou ZF (Sachs e Lemforder).

1 A manutenção do crescimento sustentado que a Auto Delta tem sentido foi a grande característica do ano que agora vai findar. Na verdade, não se poderá dizer que superou as expectativas pois essas eram exatamente as nossas quando, em Dezembro de 2016, o ano de 2017 foi planificado. 2 Em virtude do trabalho que a Auto Delta foi desenvolvendo antes e durante os anos duros de recessão económica, esse anúncio não se revestiu de qualquer importância especial. Por outro lado, o crescimento da atividade económica tem sido um fenómeno que já se tem verificado há algum tempo, muito antes desse anúncio, sempre mais político que económico. 3 Tem sido muito importante o crescimento da competitividade do mercado. Só com players focados na obtenção de bons resultados empresariais se poderá construir um mercado mais forte e resiliente face aos desafios que nos vão sendo colocados. O pecado deste mercado são mesmo as práticas menos corretas de alguns elementos. 4 A Auto Delta é uma empresa em que mais de 90% da faturação é feita através do nosso portal online. É aí que os nossos parceiros comerciais podem fazer a escolha, de entre as marcas que disponibilizamos, do produto pretendido. A invasão chinesa é uma falsa questão porque, em primeiro lugar, a deslocalização de infraestruturas de fabricantes de topo para localizações no mercado asiático já é um fenómeno bem presente há alguns anos neste sector de mercado. Depois, os padrões de qualidade têm tendência, com o alastrar da globalização, a criar um certo grau de uniformização libertando-se de antigos conceitos e parâmetros continentais. A falsificação é sempre uma preocupação. Porém, tem de ser realçado o trabalho que as marcas fabricantes têm desenvolvido, permitindo uma mais fácil identificação de

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TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017

AS VENDAS ONLINE COMEÇAM A GANHAR ESPAÇO NO VOLUME DE VENDAS DE ALGUNS DOS PROTAGONISTAS DO MERCADO NACIONAL DE AFTERMARKET, PREPARANDO-SE PARA O FUTURO QUE ESTÁ AO VIRAR DA ESQUINA. produtos falsificados e protegendo-se de eventuais falsificações dos seus produtos. 5 Não haja dúvidas. A renovação geracional, conjugada com maior exigência dos veículos atuais, fez com que haja uma maior preocupação com a qualidade dos produtos. O preço continua a ser, e será sempre, um fator muito importante, mas já não é único com poder decisório.

AUTOZITÂNIA

FLÁVIO MENINO DIRETOR DE MARKETING E COMUNICAÇÃO Marcas representadas - AC Rolcar, AE, Airtex, Aisin, Alkar, Al-ko, Amolux, Ate, Behr, Beru, Boshi,

Breda Lorett, Brembo, Calorstat, Champion, Contitech, Exide, FAE, FAG, FAI, Febi, Ferodo, Fispa, Frap, Glaser, GMB, Goetze, Gomet, GSP, Hella, Hepu, Herth + Buss, HKT, I.F.H.S, INA, Interex, Intermotor, Klarius, L.A.R.A, Lemforder, Lizarte, LPR, Luk, Mann filter, Méguin, Metalcaucho, Mobiletron, Moog, NGK, Nostop, NTK, Orlen, Osram, Osvat, Payen, Purfulx, Roadhouse, Ruville, Sachs, Sofima, Textar, Tokico, Tuff Support, Valeo, VIC, WD-40

1 Para a Autozitânia o ano 2017 foi excelente, tínhamos elevadas expetativas para este ano que acabaram por ser confirmadas. 2 No nosso caso o volume de negócio cresceu, mas pensamos que não foi pelo final anunciado da crise mas como resultado


perceção é que a escolha da qualidade é uma tendência que tem vindo a crescer. Contudo, o preço continua a ser fator fundamental na hora de escolher a peça.

BOLAS S.A . ELIZABETE BOLAS E RUI BOLAS ADMINISTRAÇÃO Marcas representadas - ASTURO MEC, BETA, BESSEY, BIEMMEDUE, FINI , IPC, LUKAS, METABO, RAASM, RAVAGLIOLI, TELWIN

dos investimentos que realizámos a vários níveis. 3 A maior virtude foi sem dúvida a dinâmica que assistimos através de muitas empresas do setor, com a proatividade de muitos dos players a provocar o crescimento do mercado, pelo lado oposto o maior pecado residiu na resistência à mudança que afeta outras empresas. 4 É sempre importante estarmos atentos a todos os fatores que podem constituir uma ameaça, contudo os fatores referidos não afetaram de forma considerável a nossa atividade. A internet tem um peso importante na nossa atividade e tem vindo a ganhar cada vez maior preponderância, sendo que as vendas online já representam para nós cerca de 60% das nossas vendas totais. Utilizando também a internet e a tendência de utilização de dispositivos móveis, durante este ano lançámos a nossa aplicação para tablets e smartphones que tem tido uma aceitação incrível. 5 Consideramos que todos os intervenientes do mercado já têm essa noção, e a nossa

1 O ano de 2017, aliás na sequência do de 2016, tem sido um ano de crescimento global a dois dígitos, praticamente transversal a todos os segmentos em que atuamos, desde os equipamentos para garagem e estação de serviço, à ferramenta manual e elétrica, passando pela soldadura, ar comprimido e pintura, equipamentos de lubrificação, lavagem e aspiração. 3 É um mercado muito competitivo, onde coexistem uma multiplicidade de marcas e modelos de negócio. O nível de qualidade de produto não é sempre uniforme e sobretudo existem grandes disparidades ao nível do apoio pré e pós venda, essencial, por exemplo, quando falamos de equipamentos mais sofisticados. Ainda existe uma grande pressão sobre o fator “preço”, esquecendo a assessoria em termos de aconselhamento, instalação, manutenção e assistência técnica. Mas acredito que as exigências que são colocadas às oficinas, nomeadamente devido à crescente sofisticação tecnológica dos veículos, obrigam a uma aposta clara na qualidade e na especialização. Como fatores positivos, destacamos uma maior dinâmica do mercado português, uma tendência de ligeira recuperação em Angola a partir do 2º semestre e, no nosso caso, manteve-se a tendência de redução de prazo médio de recebimento, o que porventura denota uma crescente organização e maior liquidez das empresas. 4 O nosso portefólio sempre se procurou distinguir pela qualidade, fiabilidade e segurança que oferece ao utilizador, pelo que não nos posicionamos nesse setor. Mas sim, a proliferação de marcas “low cost” tem impacto na medida em que gera confusão no utilizador, sobretudo quando não consegue diferenciar a oferta. A venda online é um tema que está cada vez mais presente, porque é nesse sentido que o mercado, nos mais diversos sectores de atividade, está a caminhar. Contudo, na área das máquinas e ferramentas para profissionais (nosso core business), o online não poderá estar desassociado da necessidade de se prestar ao comprador todo o aconselhamento e informação sobre o produto que

pretende adquirir, bem como de lhe dar as necessárias garantias em termos de serviço. Neste sentido, a venda online, podendo vir a ser o futuro, no presente ainda é uma grande oportunidade e um grande desafio. 5 Creio que existe uma preocupação crescente com a qualidade e segurança dos equipamentos e que as oficinas procuram as melhores soluções para oferecer um serviço eficiente, rápido e competitivo. Para isso têm que apostar em soluções que lhe garantam a qualidade, durabilidade e rentabilidade dos equipamentos no médio-longo prazo.

ESCAPE FORTE

RUI LOPES ADMINISTRADOR Marcas representadas – Escape Forte

1 O ano 2017 foi positivo, sendo as expectativas elevadas, os resultados, até então, foram cumpridos. 2 Notamos um aumento de procura aos nossos serviços, contudo não conseguimos justificar ou atribuir o mesmo ao facto da saída da dita “crise”. 3 O sector está em expansão, as virtudes prendem-se com os investimentos efetuados, o que por si denota um acreditar no futuro, o pecado maior, na nossa área é o baixar de margens para ganhar mercado, hipotecando investimentos e desvirtuando a qualidade do serviço. 4 Não fomos afetados por esse fenómeno. 5 A qualidade já começa a ser valorizada, no nosso sector. A Escape Forte tenta que o preço reduzido não interfira com a qualidade.

GONÇALTEAM

EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS AUTO, LDA. ANTÓNIO GONÇALVES DIRETOR GERAL Marcas representadas - HPA Faip, Haweka, Dino Paoli, GTeam, Launch

1 Até ao momento estamos a crescer em relação ao ano anterior, contudo sentimos que neste final de ano devido aos fatores climatéricos, essencialmente, o mercado abrandou um pouco e por isso estamos também expectantes em relação aos valores finais. 2 Os anúncios e as analises feitas por decreto, são sempre relativas, a economia real parece-me a mim que esta agora um pouco mais repartida entre os sectores, onde existem áreas em crescimento e outras estagnadas. 3 Penso que as virtudes estão relacionadas com algum crescimento em sectores particulares e os pecados são os mesmos de sempre, a saber justiça lenta e pouco eficiente, sobrecarga de impostos, e incumprimento de regras básicas.

DEZEMBRO 2017 TURBO OFICINA

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DOSSIÊ

BALANÇO 2017 4 Todos eles estão de alguma forma espelhados na resposta anterior, o cliente acaba por ser “desinformado” do que adquire e isso contribui para a confusão generalizada, onde quem fala a verdade e atua conforme, é por vezes a peça ou o elo estranho. 5 Lamentavelmente existe quem queira navegar a “onda do preço” por tempo indefinido, mas a realidade é que lentamente se verifica, que com o nosso esforço e de algumas outras empresas, um crescimento do querer vender/adquirir melhor para prestar melhor serviço se vai constatando. Eu penso que todos temos mercado e deveria existir padrões mínimos de atuação e qualidade do produto, sendo que não é possível comparar o incomparável.

LEIRIDIESEL, S.A.

FERNANDO RELVA ADMINISTRADOR Marcas representadas - Bosch, Delphi, Denso, VDO

1 O ano 2017 foi um ano de crescimento em linha com o que tínhamos perspetivado. 2 Os dois últimos anos temos notado/sentido algum crescimento na nossa área de negócio. 4 O produto Low cost, invasão chinesa, etc afetam cada vez menos o nosso negócio. Temos vindo a verificar que os clientes valorizam cada vez mais a qualidade do produto, a capacidade de resposta e rapidez, e todo o apoio pós venda que empresas como a nossa podem oferecer. 5 Não podemos generalizar. Mas claramente quem tem e terá mais sucesso são os operadores que perceberam que o preço justo é muito importante mas não o único fator. Características como qualidade, rapidez, atenção ao cliente, são cada vez mais importantes.

LUBRIGRUPO II S.A.

MARCO PACHECO ADMINISTRADOR E DIRETOR COMERCIAL Marcas representadas - Mobil e Lubrigrupo

1 Do nosso ponto de vista, e pelas análises que frequentemente fazemos ao mercado, temos verificado que globalmente, em termos de consumo de lubrificantes, o ano de 2017 está a ser bastante semelhante ao anterior. Particularmente para a Lubrigrupo, foi mais um ano positivo, que serviu para continuarmos a cimentar a nossa posição, tanto a nível interno como externo. No mercado nacional, a presença dos lubrificantes Mobil e da Lubrigrupo continuou a crescer de uma forma sustentada, e, paulatinamente, temos vindo a conquistar quota de mercado, confirmando assim que a qualidade dos nossos lubrificantes e serviços é cada vez mais um

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TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017

O AFTERMARKET PORTUGUÊS conhece dias risonhos, mas ainda permanecem alguns desafios que iremos conhecer na próxima edição da TURBO OFICINA


diferenciador comparativamente à concorrência. Num outro patamar, continuamos a aumentar o número de oficinas independentes afetas ao programa Mobil 1 Workshop, oficinas com uma imagem personalizada, uma visão profissional e cuidadosa, capaz de criar um comprometimento com o cliente. Internacionalmente, voltamos a ser distinguidos pela ExxonMobil, 7º prémio nos últimos 5 anos, desta vez com o galardão

de “Altamente Recomendado” nos prémios Circle of Excellence, pelo trabalho que desenvolvemos nas empresas do sector dos plásticos. De salientar ainda, que a concurso estavam todos os distribuidores ExxonMobil da Europa, Médio Oriente e África. 2 Somos da opinião de que esse anúncio trouxe mais oportunidades de negócio e não necessariamente um crescimento do volume de negócios já existente. Particularmente neste aspeto, saem beneficiadas as grandes marcas, pois são aquelas que têm capacidade para cumprir com os requisitos das mais recentes especificações de óleos de motor exigidas pelos fabricantes. 3 Sendo estes aspetos difíceis de identificar pela sua complexidade, pensamos que a evolução tecnológica associada aos lubrificantes terá sido, porventura, um ponto chave no setor atual dos lubrificantes, quer pelo lado positivo, quer pelo negativo. Com a constante evolução tecnológica a acontecer em vários fabricantes ao mesmo tempo, os lubrificantes têm evidentemente de acompanhar esse progresso. O que se verifica, é que é gerada uma maior diversidade de lubrificantes, exigindo assim a todo o setor ter conhecimento das alterações e diferenças comparativamente a outros. Em efeito “bola de neve”, é necessário proporcionar formação tanto a vendedores como clientes, de modo a evitar maior “confusão” com as aprovações. Ao mesmo tempo, e o “lado negativo” desta evolução, é a quase “obrigação” da necessidade de aumentar os stocks. 4 À semelhança daquilo que foi verificado em 2016, durante este ano continuamos a presenciar a insistência de alguns distribuidores não autorizados em colocar no mercado lubrificantes com a imagem de marcas conceituadas, cujo conteúdo da embalagem é questionável, atendendo ao preço que praticam. Ultimamente, temos assistido também a um aumento deste tipo de atividade através da venda direta online. Obviamente que é uma preocupação e alvo de luta generalizada, pois estes falsos profissionais, para além de porem em causa o bom funcionamento dos equipamentos onde estes lubrificantes são aplicados, destroem por completo o mercado. Caberá às oficinas estarem atentas e fazerem as escolhas que mais se adequam ao seu modelo de negócio. No que à Lubrigrupo diz respeito, a nossa política de vendas é através do contacto pessoal, profissional e presencial, e o uso que damos à internet traduz-se essencialmente na dinâmica que ocorre diariamente nas nossas redes sociais, onde apresentamos todas as novidades do universo Mobil (www. facebook.com/mobil1portugal). 5 Apesar de esclarecidos, uma grande fatia

DEZEMBRO 2017 TURBO OFICINA

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DOSSIÊ

BALANÇO 2017 dos profissionais ainda faz a escolha exclusivamente pelo preço, em parte, infelizmente, devido à dificuldade económica que atravessam. No entanto, pensamos que a tendência é para desaparecer a breve prazo, uma vez que a sua falta de qualidade coloca em causa o funcionamento dos automóveis e por consequência, o bom nome da oficina.

LUSILECTRA S.A.

RAÚL VERGUEIRO DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE EQUIPAMENTOS PARA OFICINAS E CENTROS DE INSPEÇÃO Marcas representadas - Maha, Beissbarth, Nussbaum, Velyen, Ecotechnics, ATH, Mad, Romess, Techno Vector, Midtronics, GYS, Chicago Pneumatics, IRT, Blackhawk, Samoa, Usi Italia, Stertil Koni, Saima, Gartec, etc.

O responsável pela Lusilectra optou por enviar um pequeno texto que abraça todas as perguntas que a TURBO OFICINA fez, ao invés de responder a cada quesito. Aqui fica a resposta da empresa. O ano 2017 não trouxe grande evolução ao mercado nem se pode considerar como relevante o anúncio do fim de uma crise, especialmente no setor automóvel que continua a ser facilmente castigado em todas as suas vertentes. Relativamente ao aparecimento do produto “low-cost” criou o conforto aparente de um menor investimento que, no entanto, se tem vindo a mostrar muito mais oneroso do que inicialmente podia parecer. Desta forma as oficinas que se querem manter no mercado, devem-no fazer com padrões de qualidade de serviço elevados, algo que têm vindo a aperceber-se com os custos ocultos que as soluções “low-cost” aportam, começando desta forma a reverem a sua estratégia de investimentos. A especificidade da nossa abordagem comercial que passa pela apresentação de soluções globais e detalhadas à medida do cliente, não nos permite distinguir nenhum produto em especial, pois toda a nossa gama de equipamentos é aplicável nos vários e distintos segmentos de mercado/clientes em função das suas necessidades momentâneas que variam de caso para caso. Poderemos sim, salientar o crescimento significativo na área das ferramentas manuais e pneumáticas, assim como, dos armários modulares de organização oficinal que começam a deixar de ser um “luxo” usado apenas nas oficinas de referencia, passando agora a ser um produto de valor acrescentado na organização e rentabilidade operacional para todas as tipologias de oficinas

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TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017

NEOPARTS

FILIPE FERREIRA GESTOR DE PRODUTO Marcas representadas – Karcher, Gedore

1 O ano de 2017 esteve em linha com o plano de negócios definido em 2016, à data foi traçado um objetivo ambicioso para a área de ferramentas. Foi realizado um forte investimento em stock e operacionalizados uma série de procedimentos logísticos de modo a adequar o nosso serviço a um expectável crescimento. Criamos um departamento de ferramenta, colocamos ao dispor dos nossos clientes 2 carrinhas de demonstração e fizemos 3 metros de exposição tipo.

No final do primeiro trimestre 2017 tínhamos atingindo os valores de faturação do ano de 2014 e no último mês atingimos, com a GEDORE o melhor ano de faturação desde os últimos 20 anos, tempo em que estimamos que a marca está em Portugal. A NEOPARTS tem a representação da GEDORE há 4 anos, à imagem do trabalho que desenvolvemos com a marca KARCHER, onde somos representantes há 38 anos, não temos dúvidas que hoje temos uma palavra a dar no mundo das ferramentas manuais. 2 Sem podermos calcular em detalhe o impacto do anunciado, “fim da crise”, é um facto que o aumento do índice de confiança


a comunicação e vendas. Quanto à oferta de eventual falsificação, é ilegal, tem muito impacto, as marcas premium tem um esforço financeiro muito importante em desenvolvimento de produto e procura de soluções para os seus clientes. Quem falsifica não tem este custo, ou seja, não incorpora no custo de produção a investigação, logo permite, de forma ilegal, ter um produto, apenas parecido, a custo mais baixo.O low cost é mais um produto concorrente, não é normalmente a procura dos profissionais para produto de qualidade, o seu baixo preço traduz-se, na generalidade em menor tempo de utilização sendo que o factor desenvolvimento de produto também não está presente. 5 Cada vez mais existe essa perceção, a qualidade de serviço melhora com a qualidade das ferramentas utilizadas, ainda, o custo, a rapidez e a celeridade das ações são melhoradas com o uso de bons equipamentos e ferramentas.

QUCAAN BUSINESS LDA . CARLOS COELHO BUSINESS MANAGER Marcas representadas – Toptul

PREÇO BAIXO E QUALIDADE É ALGO QUE NÃO ANDA DE MÃOS DADAS. PORÉM, A POLÍTICA DO PREÇO BAIXO PARECE CEDER À NECESSIDADE DE MAIOR QUALIDADE E DURABILIDADE

das empresas tem o seu peso e é relevante, mas, no nosso caso o nosso trajeto é claramente ascendente desde 2016. 3 Relacionado com a anterior pergunta, o crescimento da economia, o aumento do consumo e investimento, o crescimento das vendas no sector automóvel tem relação imediata com as áreas de negócio conexas, as ferramentas. De forma menos positivo, esta abertura de mercado, o aparecimento de novas marcas, marcas “brancas” criam alguma destabilização de preços e alguma confusão de informação. 4 A preocupação é uma constante, a internet é uma ferramenta diária para potenciar

1 No início do presente ano traçamos uma meta ambiciosa, sendo que a mesma está ser comprida. Este é, felizmente, mais um ano de crescimento sustentável, com a ajuda imprescindível de todos os nossos parceiros. 2 Naturalmente, a palavra crise, por si só, tem um peso fulcral na mente do consumidor, influenciando naturalmente o normal funcionamento do mercado. O final anunciado da mesma, deixa os clientes mais otimistas e consequentemente as vendas fazem-se sentir. 3 É difícil catalogar os influenciadores do mercado dessa forma. O aumento expectado da economia portuguesa alargou o leque de oportunidades junto do consumidor final, assim como o seu poder de compra. Por outro lado, o medo induzido pela crise continua muito presente no momento da compra, sendo que se denota que o cliente opta cada vez mais por compras inteligentes e não apenas baseadas no fator preço, sendo que este novo paradigma alavancou largamente o mercado da TOPTUL, pois o nosso posicionamento encontra-se na simbiose perfeita entre qualidade e preço. 4 A nossa estratégia como importadores, não passa pela venda online, mas sim, pela relação comercial desenvolvida com os nossos distribuidores. Acreditamos que esta é a base para um negócio sustentável e duradouro. 5 Conforme mencionado anteriormente, considero que, cada vez mais, o consumidor final está atento ao mercado, e num plano mais amplo, procuram produtos/marcas

DEZEMBRO 2017 TURBO OFICINA

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DOSSIÊ

BALANÇO 2017 tem crescido e trazido novas oportunidades. A Veneporte é um fabricante que não trabalhamos diretamente com este canal, mas fornecemos diversos clientes que nalguns casos, estes sim, o trabalham diretamente. 5 No que concerne ao mercado nacional, nota-se que uma grande parte dos negócios está baseada fundamentalmente no preço. Isto potencia as situações de concorrência desleal já referidas anteriormente. Podemos dizer até, no nosso entender, essas situações, de fraude, são mais graves que o Diesel Gate tão falado nestes últimos anos. Por mais alertas que façamos às entidades competentes, não temos visto nenhuma preocupação no sentido de fiscalizar e erradicar as más práticas.

WD-40

ARTUR RODRIGUES MARKETING Marcas representadas - WD-40 | WD-40 Specialist | WD-40 Specialist Motorbike | 3-ENUNO | GT85

com qualidade a um preço justo. É neste contexto que a Qucaan entra, com a sua marca representada TOPTUL.

SOSI COMBUSTÍVEIS, LDA.

PEDRO FELICIANO COMERCIAL Marcas representadas - Repsol

1 O ano de 2017 foi um ano de crescimento da empresa devido ao aumento da zona de comercialização, cumprindo assim as expectativas. 2 Penso que o pensar no fim da crise, criou optimismo e confiança melhorando o volume de vendas. 4 Penso que os produtos low cost (chinesa, falsificação, etc.) ganharam algum peso no mercado, retirando algumas vendas nos produtos de mais ‘’rotação’’, a longo prazo e sem acompanhamento técnico, vão acabar por reduzir o consumo. 5 As oficinas de maior dimensão/consumo já sabem da importância na qualidade/preço e preferem apostar numa marca que lhes garanta qualidade com bom apoio técnico/ comercial.

VENEPORTE

ABÍLIO CARDOSO CEO Marcas representadas – Veneporte

1 No ano de 2017 registamos um crescimento do volume de negócios em linha com o previsto e uma melhoria na rentabilidade. 2 As empresas não devem ser geridas apenas tendo em conta as crises anunciadas, até porque as crises a nível macro, não forçosamente que corresponder a crise em setores específicos, ou a todas as empresas.

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TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017

Compete às empresas estarem focadas em estratégias, que quando são bem delineadas e implementadas podem até traduzir-se em crescimento dos resultados. 3 No lado dos desafios há que assinalar a concentração dos grupos de compra, que pode ser simultaneamente uma oportunidade, que deve ser gerida de forma estratégica. No campo das virtudes, notou-se uma maior estabilidade nalguns mercados, o que se traduz em menor risco comercial e num clima de maior confiança nos negócios em geral. 4 A invasão chinesa não é uma grande preocupação para a Veneporte. Já no que toca à falsificação, podemos dizer que estamos atentos e preocupados, nomeadamente com os produtos não homologados. Aliás, o combate aos produtos não homologados é uma batalha importante da Veneporte e infelizmente notamos que as entidades que deviam assumir o controlo não o fazem. O resultado de tudo isto é uma concorrência desleal, nalguns casos com atividades a roçar atividades criminosas – como o caso da remoção de filtros de partículas, catalisadores, ou a utilização desses produtos de forma não adequada. As entidades nacionais que deviam fiscalizar não dão importância a estas más e criminosas práticas. Também grande parte dos centros de inspeção são assumidamente negligentes, não se preocupando com a fiscalização e o garante do respeito pelas normas europeias de emissões. No que toca ao cliente final, este é muitas vezes enganado e levado a adquirir e instalar componentes ilegais, que poem em risco o normal funcionamento do veículo e com graves consequências para meio ambiente e saúde pública. No que concerne à internet, é um canal que

1 Em 2017 a WD-40 Company Portugal superou as suas expectativas e consolidou a sua presença no setor auto com um crescimento muito interessante. 4 No que respeita à invasão chinesa, falsificações e produtos low cost, isso preocupa-nos especialmente o ponto de vista do consumidor final, no sentido de que este está a adquirir um produto que à partida pensa que desempenha o mesmo tipo de função e quando devidamente analisados em testes independentes homologados é percetível a ineficácia dos mesmos. O problema agrava-se com as falsificações visto que muitas vezes tentam ter uma aparência na embalagem semelhante ao nosso produto o que confunde o consumidor no momento de compra. Em relação ao tema digital estamos expectantes para ver como irá reagir o mercado Português, o online é uma realidade e cabe às empresas seguir e liderar as tendências. Na WD-40 este é um foco que temos e que iremos desenvolver ao longo dos próximos anos. /

O ANO DE 2017 FOI POSITIVO PARA O AFTERMARKET PORTUGUÊS, ESPERANDO-SE QUE 2018 SIGA PELO MESMO CAMINHO. MAS ISSO SERÁ ABORDADO NA PRÓXIMA EDIÇÃO DA TURBO OFICINA



ENTREVISTA

AUTO CREW

MÓNICA ALVES AUTO CREW ESPANHA E PORTUGAL

“QUEREMOS CRESCER MAS NÃO A QUALQUER PREÇO” Depois de lançar em Portugal, há três anos, a rede AutoCrew, a Robert Bosch fez o mesmo, há um ano e meio, em Espanha, cobrindo, assim, o mercado ibérico. É chegada a hora de fazer um balanço com a ajuda de Mónica Alves, a portuguesa que é a responsável máxima para a Península Ibérica da AutoCrew e que trabalha para a Robert Bosch há 18 anos. TEXTO E FOTOS POSVENTA

N

estes 18 anos na empresa alemã, Mónica Alvez começou por assumir diversas responsabilidades na área de marketing e gestão de stocks para depois se tornar chefe de produto no setor das velas, filtros e escovas e, mais tarde, coordenar o desenvolvimento do programa de Módulos Bosch em Portugal. Depois disso, foi responsável pelo lançamento da AutoCrew, primeiro em Portugal e mais tarde em Espanha. Uma entrevista muito interessante em que Mónica Alves deixa claro que há, ainda, muito para fazer, mas que o crescimento não será feito a qualquer preço. Naturalmente que a primeira questão seria perceber como está o mercado ibérico. Mónica Alves refere que “em Portugal, contamos com 60 oficinas; um bom número, dado que no mercado luso existem menos redes. E a nível europeu temos mais de 1000 oficinas em 15 países. Já em Espanha, o primeiro ano foi de muito trabalho interno, fundamentalmente, de trabalho com o distribuidor e com a sua equipa de vendas, de apoio e formação junto do distribuidor e introdução do próprio conceito no mercado. E no que respeita à rede, centrámo-nos na captação de oficinas. Já temos 60 empresas de reparação que aderiram à AutoCrew e uma carteira de candidatos suficientes para alcançarmos a centena em poucos meses.“E como será o futuro? “Queremos continuar a crescer, apesar de já irmos tendo

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TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017

um número suficiente de oficinas para começarmos a realizar diversas ações, trabalhar em novas ferramentas e desenvolver ferramentas promocionais” refere a responsável máxima da AutoCrew, explicando que “em breve, vamos anunciar uma plataforma que colocamos à disposição das oficinas para que escolham os suportes de comunicação e marketing, já personalizados para o respetivo negócio, e para que realizem facilmente as suas próprias campanhas. E também estamos a trabalhar, por exemplo, em aspetos como as redes sociais; em Portugal temos já mais de 18 mil seguidores no Facebook, que foi uma ferramenta muito importante para dar a conhecer a rede.” E para o ano de 2018, quais são os objetivos e alvos? “Queremos crescer, mas não a qualquer preço” deixa bem claro Mónica Alves. “Temos que crescer de forma sustentável, com ofici-

"QUEREMOS CRESCER DE FORMA SUSTENTÁVEL, COM OFICINAS QUE SE IDENTIFIQUEM COM O PROJETO E QUE CUMPRAM OS REQUISITOS ACORDADOS. NESTE PRIMEIRO ANO CENTRÁMO-NOS NA CONSOLIDAÇÃO DA COOPERAÇÃO BOSCH/ DISTRIBUIDOR, QUE DEVE FUNCIONAR PERFEITAMENTE PARA QUE O RESULTADO SEJA O MELHOR"


DEZEMBRO 2017 TURBO OFICINA

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ENTREVISTA

AUTO CREW

nas que se identifiquem com o projeto e que cumpram os requisitos acordados. Neste primeiro ano centrámo-nos na consolidação da cooperação Bosch/distribuidor, que deve funcionar perfeitamente para que o resultado seja o melhor. A curto prazo, gostaríamos de iniciar 2018 chegando às 100 oficinas. É um número que nos permite realizar diferentes ações. Flexibilizamos a nossa oferta de serviços, porque nem todas as oficinas têm as mesmas necessidades: nós fazemos uma proposta e as oficinas escolhem as iniciativas que melhor se adequam em cada caso.” Percebidos os objetivos e os planos de futuro, é chegada a hora de traçar o perfil das oficinas AutoCrew. “Maioritariamente são oficinas com um posicionamento no segmento médio de mercado, multimarca e multisserviço. Como já disse, é claro para nós que queremos oficinas que se envolvam, que se identifiquem com a rede e que cumpram os requisitos estipulados. O nosso objetivo é a abertura de oficinas que estejam conscientes da importância deste projeto.” PASSOS PARA SER DISTRIBUIDOR AUTOCREW O que é necessário para ser distribuidor AutoCrew? “Queremos distribuidores que estejam interessados em desenvolver a rede e que contem com uma estrutura para o fazer e para prestar um serviço correto às oficinas. Pretendemos que tenham uma boa logística de peças e serviços às oficinas, uma boa cobertura de produtos Bosch, que trabalhem a gama completa de produtos Bosch -peças de substituição e equipamentos de oficina- com cobertura não só no armazém central, mas também a nível local. Também se valoriza a experiência no desenvolvimento de redes, que contem com pessoal específico para o desenvolvimento da AutoCrew, que tenham plataformas online de venda de peças de substituição. Procuramos que o distribuidor seja uma extensão nossa e dividimos as tarefas. O distribuidor tem que ser muito forte na identificação, seguimento, abertura e desenvolvimento das oficinas e estar próximo do negócio da reparação. Nós desenvolvemos os serviços para a rede, ele leva-os ao mercado.” E estimulam a exclusividade ou nem por isso? “Existem muitas redes no mercado e devíamos oferecer um valor adicional ao distribuidor, pelo que lhe oferecemos em exclusivo este conceito para que o desenvolva na sua zona de influência. De facto, contamos com alguns distribuidores com cobertura nacional que só estão aprovados pela AutoCrew para uma determinada região. Ocorrem algumas exceções

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TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017

onde existem dois distribuidores, mas porque há área, parque e potencial para isso. A nossa ideia é manter estas condições, caso seja interessante para ambas as partes.” Quais são, então, os pilares da Auto Crew? “A AutoCrew conta com o apoio da Bosch, que é o principal fabricante de peças e sistemas para o setor automóvel, com todo o suporte técnico e de conhecimento para ajudar as oficinas a estarem a par das atualizações dos automóveis existentes no mercado. Também oferecemos ferramentas para que seja transmitida uma imagem mais atrativa e profissional. E um programa de formação técnica e outro de gestão de qualidade, que ajuda em todos os processos da oficina e na orientação para o cliente, os quais incluem formação presencial e online. Além disso, colocamos à disposição o seguimento e o apoio da força de vendas dos distribuidores, e todas as ferramentas de marketing para uma comunicação eficaz perante o cliente. Em resumo, são quatro pilares para ajudar as oficinas neste mercado em constante evolução: formação, informação, imagem e um programa de gestão de qualidade orientada para o cliente.” Aposta a AutoCrew na formação específica ou generalizada? ”Temos um plano de formação específico para a rede AutoCrew. É um programa muito amplo, muito completo, que abrange todas as áreas do automóvel. Por enquanto, a formação é lecionada a partir do nosso centro em Madrid, mas também pode ser facilmente descentralizada para as instalações do distribuidor. A formação inclui cursos de todos os novos tipos de veículos e equipamentos.” Como se faz o processo de seleção de um distribuidor? “O distribuidor escolhe os candidatos e aqui aprovamos a entrada dos mesmos na rede. Tem que ser interessante para ambas as partes. Normalmente, as propostas do distribuidor estão em sintonia com o que queremos para a rede. E assim, a entrada na AutoCrew ocorre de forma mais ou menos rápida, visto que há aqueles que em poucas semanas estão preparados para entrar e outros que, previamente, têm que ajustar melhor o seu negócio àquilo que lhes solicitamos.” INVESTIMENTO EM PROMOÇÃO Que ações de promoção/visibilidade a AutoCrew realizou nos últimos tempos? “Realizámos o primeiro evento com todas as oficinas AutoCrew, lançámos a nossa primeira campanha de manutenção no verão, relançámos a nossa página web, na qual continuamos a trabalhar para a tornar mais moderna e atrativa. Também colocámos em funciona-

mento a extranet de promoções que anteriormente mencionei. E agora estamos a preparar a campanha de inverno e diversas ações com a distribuição para promovermos determinados produtos Bosch, com vantagens adicionais para aqueles que fazem parte da rede. Além disso, contamos com o programa eXtra, uma ferramenta desenvolvida pela Bosch para todas as oficinas multimarca, que também é promovido dentro da AutoCrew e com o qual temos vantagens específicas para as oficinas da rede.”


"DAMOS ÊNFASE AO FACTO DE SER IMPORTANTE QUE O DISTRIBUIDOR TENHA A IMAGEM DA REDE, MAS TAMBÉM AO FACTO DE, DENTRO DA OFICINA, O UTILIZADOR VER BOSCH NAS PEÇAS DE SUBSTITUIÇÃO E, SE POSSÍVEL, TAMBÉM NOS EQUIPAMENTOS DA OFICINA. NESTE CASO OFERECEMOS VANTAGENS ADICIONAIS PARA QUE O POSSA RENOVAR, MAS SOMOS FLEXÍVEIS NESSE SENTIDO”

Fazendo parte da mesma empresa, quais as diferenças da AutoCrew para a Bosch Car Service? “Na AutoCrew há que conseguir uma simbiose correta com o distribuidor. A estratégia é claramente diferente em relação à Bosch Car Service (BCS). A BCS e a AutoCrew posicionam-se em segmentos completamente distintos. A BCS enquadra-se no segmento Premium, sendo uma alternativa bastante competitiva às redes das marcas. O cliente neste segmento é muito exigente e nós trans-

DEZEMBRO 2017 TURBO OFICINA

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ENTREVISTA

AUTO CREW

ferimos esse nível de exigência para a oficina. Por seu lado, a AutoCrew está posicionada no segmento médio do mercado e baseia-se em proporcionar às oficinas soluções adequadas para os respetivos clientes. E estamos tranquilos, não há confusão entre ambas as redes no mercado. São posicionamentos diferentes de mercado, equipas diferenciadas, agências de comunicação diferenciadas. Porque temos de nos centrar na diferente tipologia de clientes. E as oficinas entendem bem os serviços e requisitos de cada uma das redes. Não tivemos problemas nem creio que os venhamos a ter. A diferenciação é clara!” Têm experimentado um aumento nas vendas de produtos Bosch? “A estratégia nasce do cliente e das necessidades da oficina para ser competitiva no respetivo mercado. E, a partir daí, desenvolvemos

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TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017

A REDE AUTOCREW está instalada em Portugal e irá crescer num mercado que começa a organizar-se de forma diferente do que sucedeu até hoje

uma estratégia na qual, naturalmente cresce o consumo de produtos Bosch, mas cresce como consequência de um bom trabalho, de um bom serviço, de uma boa imagem de marca... Temos de nos focar naquilo que o cliente procura, no que o cliente espera da oficina e nas necessidades que a oficina tem. E a partir daí desenvolvemos. E julgamos que, por uma questão de coerência, será a oficina que procurará produtos e equipamentos Bosch. Porque, quando apresentamos o conceito à empresa reparadora, damos ênfase ao facto de ser importante que tenha a imagem da rede, mas também ao facto de, dentro da oficina, o utilizador ver Bosch nas peças de substituição e, se possível, também nos equipamentos da oficina. No caso do equipamento, oferecemos vantagens adicionais para que o possa renovar, mas somos flexíveis nesse sentido.” /



SALÃO

MECÂNICA 2017

Esta pode ser a frase que resume o que foi a primeira edição da Mecânica – Salão do Equipamento Oficinal, peças, Mecânica, Lubrificantes, Componentes e Acessórios para veículos ligeiros e pesados, realizada em Lisboa nos pavilhões da FIL. Frase que José Frazão, diretor geral da Exposalão e da Mecânica não deixou de repetir com visível satisfação. TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO

“APOSTA GANHA COM DESCIDA A LISBOA” 32

TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017


C

ontas feitas aos três dias de certame, passaram pelo pavilhão 3 da FIL mais de 25 mil visitantes profissionais que estiveram em contacto direto com 170 expositores das mais diversas áreas do aftermatket português. É verdade que os principais e maiores players do mercado destacaram-se pela ausência, embora os seus produtos acabassem por estar expostos devido aos seus clientes e distribuidores. A descida até Lisboa acabou por ser a decisão certa, pois como referiu José Frazão, “nesta nova localização, que é, atualmente, o centro nevrálgico do setor oficinal e do aftermarket, conseguimos catapultar o dinamismo das empresas, as suas novidades, estabelecer novos contactos e parcerias e, claro, proporcionar a concretização de negócios de excelência.” Não admira, portanto, que o responsável da

Mecânica terminasse a maratona organizacional com um sorriso nos lábios, confessando-se “muito satisfeito!”. Fechada e arrumada a feira, tempo para conhecer o que de mais importante esteve presente na Mecânica 2017, sendo certo que o certame irá repetir-se em 2018 nos mesmos moldes, ficando o registo para uma presença “significativa de jovens quadros de empresa” como referiu José Frazão. Uma das estreias no certame foi a da AleCarPeças, empresa que está a assinalar o seu 35º aniversário, e aproveitou para dar a conhecer ao público as novidades que foi apresentando ao longo do ano, destacando-se o site de identificação de peças, a introdução das marcas Open Parts e Nipparts ou a novidade do conceito OpenStore, que consiste na criação de uma rede de lojas especializadas na venda de peças da Open Parts. “Neste momento já temos 21 lojas Open Store em seis

meses de projeto, um número que está a superar as nossas expetativas”, confessa Pedro Rodrigues, gerente da AleCarPeças. “A expetativa inicial conseguir atingir as dez a onze lojas Openstore até final de 2017. Com base nestes números, acreditamos que poderemos chegar às 50 lojas OpenStore em 2018”. Relativamente à evolução do mercado, Pedro Rodrigues adianta que este está a crescer e a AlerCarpeças está a acompanhar esse ritmo. Outra estreia no Mecânica foi da Autozitânia, que decidiu participar no evento para aumentar a notoriedade da marca e por uma questão de proximidade com o cliente. “Como 75% dos nossos clientes estão na região de Lisboa, a FIL é o local indicado para estarmos presentes”, refere Flávio Menino, gestor de marketing desta empresa de distribuição sediada em Odivelas. Entre as novidades da Autozitânia destaque para o lançamento da marca Monroe, com a disponibilização das três gamas de amortece-

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SALÃO

MECÂNICA 2017 dores daquele fabricante e o relançamento da marca polaca de lubrificantes Orlen. Trata-se de um dos maiores fabricantes europeus deste tipo de produto, mas ainda é pouco conhecido no mercado nacional. A MCoutinho Peças, por sua vez, aproveitou a presença na Mecânica 2017 para consolidar a sua posição na região de Lisboa, onde a empresa tem registado um maior crescimento. “O objetivo foi dar a conhecer a nossa oferta e aumentar a notoriedade da marca, assim como dos nossos serviços”, afirma Ricardo Figueiras, responsável de marketing. A MCoutinho Peças também apresentou ao público as mais recentes marcas que passaram a integrar o seu portefólio, casos das Chrysler, da Dodge, da Jeep e da Jaguar. No âmbito dos serviços destaque para o portal, que passou a ser ferramenta principal para encomenda de peças e cada vez tem mais funcionalidades. Em termos de redes de oficinas, a Motrio foi uma das poucas que marcou presença na FIL. “Esta é uma boa forma de chegar aos profissionais do setor, uma vez que temos o objetivo de divulgar o nosso conceito junto dos potenciais parceiros”, refere Paulo Santos, responsável desta rede. Na Motrio, a oficina multimarca aderente não tem um contrato de exclusividade com a marca, tendo apenas de atingir um determinado nível de consumo de produtos. A rede multimarca tem atualmente 38 oficinas com contrato, estando a esmagadora maioria concentradas no norte do País. “Queremos alargar a rede para o resto do território nacional”, garante Paulo Santos. DIAGNÓSTICO E FERRAMENTAS No domínio do equipamento oficinal, um dos maiores espaços era ocupado pela Cometil, que escolheu o certame para dar a conhecer alguns dos produtos que integram o seu portefólio. Um deles é o Quick Check da Hunter,uma máquina de diagnóstico que permite fazer a avaliação do estado de carga da bateria e os códigos de erro EOBD. Este equipamento faz parte de uma solução modular que pode ser integrada na receção ativa e que garante a utilização do conceito Venda Técnica. Segundo Pedro Jesus, gerente da Cometil, este equipamento da Hunter está “orientado para o cliente, ajudando a oficina a rendibilizar a sua operação com informação técnica de diagnóstico automóvel”. Esta empresa de Loures também apresentou aos profissionais do setor das oficinas uma máquina de controlo de vibrações das rodas totalmente automática da Hunter. Outra novidade era o mais recente equipamento de diagnóstico da Guttmann, que inclui novos carregadores de bateria. Para a Gonçalteam, o Mecânica 2017 constituiu “mais uma aposta na divulgação da nossa empresa”, segundo refere o seu gerente, António Gonçalves. “Começamos na Grande Lisboa. O

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Porto nasce para marcar posição no Norte, mas o potencial de clientes encontra-se em Lisboa”, acrescenta. Uma das apostas da Gonçalteam para este evento organizado pela Exposalão foi o lançamento do equipamento de diagnóstico da marca Launch. Outro produto em destaque desse fabricante foi uma máquina para troca e limpeza do óleo das caixas de velocidades. Todavia, a principal novidade daquela marca foi o equipamento Golo X, que recolhe e monitoriza todos os dados da centralina. Como o equipamento tem um cartão SIM incorporado, se ocorrer alguma anomalia no veículo, essa

O PAVILHÃO DA FIL OCUPADO PELA MECÂNICA FOI VISITADO POR MAIS DE 21 MIL PROFISSIONAIS DO SETOR. UM SUCESSO!

informação é transmitida automaticamente para o smartphone do seu proprietário, do gestor de frota e/ou da oficina. Um dispositivo de GPS integrado permite a utilização de qualquer solução telemática para localizar o veículo, o comportamento do condutor, o tempo de condução, a quilometragem, o consumo, entre outros parâmetros. Segundo António Gonçalves, “este produto está vocacionado para o frotista que conta assim com mais uma ferramenta para gerir a sua frota, mas também pode ser utilizado por particulares para controlarem as suas viaturas”. O responsável adianta que o Golo X também pode ser aproveitado pelas oficinas multimarca para fidelizarem os seus clientes, proporcionando-lhes um serviço adicional. A Gonçalteam também apresentou aos profissionais das oficinas uma nova máquina automática de montagem e desmontagem de rodas da marca HPAFaip e uma máquina de equilíbrio do mesmo fabricante que deteta todas as irregularidades da roda, além do equilí-



SALÃO

MECÂNICA 2017

A REUNIÃO DO AFTERMARKET NACIONAL NA MECÂNICA DESTACOU, AINDA, A VITALIDADE DO SETOR APÓS UM ANO DE RETOMA ECONÓMICA INTERESSANTE brio. A oferta inclui ainda uma máquina de alinhamento de direção de camiões, autocarros e tratores agrícolas, certificada pela MercedesBenz e homologada por outros construtores de pesados. A Gonçalteam anunciou ainda a representação para o nosso país da marca Vessel, especializada em pistolas de impacto. A Berner, que tem um programa ambicioso de lançamento de novos produtos quase mensal em 2018, escolheu o Mecânica 2017 para fazer a antevisão de algumas das novidades, designadamente de ferramentas para facilitar o trabalho do profissional da oficina. Um funil para colocar líquidos no motor do veículo, novas lanternas, máquinas a bateria com potência até nove amperes, novos arrancadores de baterias, com maior capacidade de pico e amperagem, são alguns dos lançamentos previstos para o próximo ano. “Os catálogos de todos os países vão ser alinhados”, afirma João Correia, responsável de marketing da Berner. A marca germânica irá apostar igualmente na introdução de novos equipamentos de diagnóstico, de novos conjuntos de chaves que se adaptam a peças sextavadas e se ajustam automaticamente, uma vez que contam com três medidas diferentes em cada unidade. A deslocalização da Mecânica da Batalha para Lisboa foi uma medida considerada “positiva” por este responsável, adiantando que se tratou de uma “boa aposta” por parte da organização. A Bahco, por sua vez, revelou a sua nova gama de caixas de ferramentas, que dispõem de proteções laterais e sistema de abertura das gavetas com guias de rolamentos. “Passamos de uma

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caixa de ferramentas tradicional para um hub de armazenagem com paredes dupla”, afirma Pedro Azevedo, diretor de marketing da Bahco. Esta marca detida pela SNA Europe também apresentou um carro de apoio com rodas e travões, que pode servir como uma bancada de trabalho e tem uma capacidade máxima de armazenagem até 205 peças. A Bahco também tinha em exposição a sua gama de arrancadores de baterias (booster) e como novidade apresentou o modelo BBH12-1200, equipado com ultracondensadores, que permitem cargas e descargas muito rápidas. Outra vantagem é o seu peso de apenas 2,9 quilogramas. CAIXAS, TRAVÕES E SUSPENSÕES Na LD Auto estavam em destaque os novos produtos reconstruídos para ligeiros de passageiros, designadamente de caixas de velocidades automáticas com conversores de binário. “O mercado de veículos com caixa automática está a crescer no nosso país e decidimos apostar nesse produto”, afirma Mónica Gonçalves, diretora comercial da LD Auto. No domínio dos sistemas de injeção diesel, onde esta empresa de Leiria tem tradição, a principal consiste na reparação de injetores com tecnologia CP4 da Bosch. A Provmec, especializada na reparação de motores e caixas de velocidades manuais para veículos ligeiros e passageiros e comerciais, anunciou no Mecânica 2017 a renovação do seu site que já se encontra online. O responsável desta empresa de Sintra, Michel Dias, refere que a evolução da atividade da empresa está a ser “positiva”, não obstante a elevada concorrência no setor.

A Lisparts, por sua vez, apresentou as caixas e bombas de direção da sua representada Elstock e lançou novas linhas de produto da sua marca própria, designadamente pinças de travão sem casco, que têm um preço idêntico relativamente a um produto reconstruído. “Começamos a ter mais produto sem casco na nossa marca Lisparts”, salienta Pedro Carvalho, responsável desta empresa. A Lisparts tem dois anos de atividade e tem registado um crescimento exponencial. “A perspetiva é que 2018 seja semelhante”, adianta, referindo a marca Indeco, representada em exclusivo pela Lisparts no mercado nacional, “continua a ser uma das mais-valias”, dada a sua relação preço / qualidade. Na Pro4matic, a principal novidade consiste nas novas referências de amortecedores pneumáticos para o Jeep Grand Cherokee, os amortecedores pneumáticos patatelescópica para os Mercedes-Benz Class ML / GL, com carroçaria W166, assim como o compressor para o Porsche Panamera. Esta empresa da região Centro tem registado um crescimento de 20% e anunciou a construção de novas instalações na zona industrial de Montemor-o-Velho, que, segundo o CEO da empresa, Nuno Durão, deverão ser inauguradas “em abril próximo”, permitindo dar “continuidade ao crescimento” desta empresa especializada na distribuição de suspensões pneumáticas. As instalações terão um armazém com 1500 m2 , que contarão ainda com uma oficina e um centro de desenvolvimento. Para veículos de todo-o-terreno e pick-up, a Motormáquina comercializa uma gama completa de suspensões, incluindo da marca britânica Terrafirma, que representa em exclusivo no nosso país. A presença na feira serviu para “reforçar a notoriedade” da empresa, refere Renato Sanches, responsável da empresa. No domínio dos escapes, a Interescape tinha em exposição a sua gama completa, incluindo ponteiras de escape em inox e fibra de carbono, filtros de partículas e escapes para veículos clássicos. Além da marca própria, a empresa também representa as marcas Walker, Eberspärcher, AS e Imasafe. Segundo afirma Jorge Carvalho, CEO da Interescape, o “crescimento da empresa está em linha com o registado no ano passado e a grande aposta da empresa é a internacionalização”. Por sua vez, a WD-40 apresentou uma nova massa branca de lítio, que resiste a temperaturas mais elevadas, estando vocacionada para ser aplicada em mecanismos que estejam em pressão constante, garantindo uma lubrificação mais consistente. Destaque ainda para Vallux, que tinha como novidade as escovas limpa pára-brisas Newvision, com adaptadores para mais modelos de automóvel, estando adaptadas a 98% do parque circulante no nossso país. /



REPORTAGEM

CARGLASS

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CARGLASS PORTUGAL ESCOLHEU O SEU “BEST OF BELRON” Quando, em Junho de 2018, o Belron Group reunir em Frankfurt os melhores técnicos de aplicação de vidros auto, Portugal estará representado por Marco Santos, de Santarém, vencedor do “Best of Belron - Lisbon”, evento organizado pela Carglass Portugal. TEXTO E FOTOS JORGE REIS

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indicação do representante português para a final global do concurso de aplicadores de vidros auto do Grupo Belron, a realizar em 2018 em Frankfurt, Alemanha, mas também a discussão e antevisão em conferência do que poderá ser “O Futuro do Automóvel”, motivaram a realização do evento “Best of Belron”, no Convento do Beato, em Lisboa. Marco Santos, de Santarém, irá representar a rede Carglass de Portugal em Frankfurt, depois de uma decisão final entre cinco concorrentes submetidos a uma prova surpresa, mas também a competições relativas ao óculo traseiro, competição lateral, competição de reparação e competição pára-brisas. A escolha do representante português para o evento de Junho próximo acabou assim por ser o ponto alto de um programa de dois dias no qual foi integrado ainda uma importante conferência sobre o futuro do automóvel – “Looking to the Future” –, a qual teve como oradores Nuno Oliveira Matos, “Head of Actuarial Services” da PwC a quem foi solicitada a abordagem das “Tendências no mercado segurador”, ainda Alexandre da Silva Teixeira, “Business Development Manager” do CEiiA, Centro de Excelência para a Inovação da Indústria Automóvel, que apontou caminhos e deixou algumas pistas relativas ao “Futuro do Automóvel”, e também Chris Davies, responsável técnico do Belron Group, que falou sobre as mais recentes tecnologias do vidro automóvel. Antes dos oradores, também o CEO do grupo Belron, Gary Lubner, deixou algumas palavras

aos participantes na conferência, confessando-se um fã do clima de Portugal, mas também da “capacidade de organização e do trabalho da rede Carglass no nosso país.” FUTURO DOS AUTOMÓVEIS PASSA pela conectividade e condução autónoma Nas intervenções dos participantes na referida conferência, Chris Davies, abordou a realidade da evolução em curso para os automóveis autónomos, e nomeadamente a atualidade dos sistemas ADAS nos veículos, muitos deles colocados nos vidros automóveis. Segundo este especialista, mais de 1580 modelos de vidros auto carecem já de calibração caso sejam substituídos. “Aumentamos a complexidade dos veículos de forma a termos estradas mais seguras”, considerou Chris Davies no decorrer da Conferência Looking to the Future, perspetivando a evolução para os carros autónomos, focando os sistemas ADAS, de alerta ou de segurança que geralmente funcionam com câmara e/ou radar e que são uma realidade em constante expansão, apresentando ainda assim algumas barreiras que têm de ser superadas. Entre estas barreiras, o orador apontou as atitudes dos consumidores, onde se destaca que 33% tem receio de existirem defeitos nestes sistemas, mas também as questões relacionadas com a falta de harmonização entre a autonomia e a não existência de “standards” na passagem de informações entre veículos e infraestruturas. Outros dos elementos que permitiram a reflexão relativamente ao futuro do automóvel foi Alexandre da Silva Teixeira, Business Development Manager do CEiiA, entidade nascida da cada vez maior especialização da

engenharia no sector automóvel. Segundo este técnico, há cinco grandes tendências do sector automóvel, nomeadamente a electrificação, os novos materiais usados na construção automóvel, os veículos conectados entre si e com as infraestruturas, os hábitos de mobilidade e a emergência dos veículos autónomos, tudo agregado em redor de uma mudança que este orador apontou como real já em 2030, o que significa dizer que tudo será bem diferente do que conhecemos hoje numa distância temporal de apenas 12 anos. Por fim, usou da palavra Nuno Oliveira Matos, da PwC, para dar conta daquelas que são, no seu entender, as mega tendências no sector segurador, influenciado pelas alterações demográficas, também pela harmonização regulamentar, ainda pelas catástrofes naturais, sem esquecer as fusões e aquisições e a disrupção tecnológica, tudo isto tendências que, na opinião deste especialista, deverão influenciar em muito o sector segurador. Restará referir que a rede Carglass, em Portugal, faz parte da Belron, empresa internacional nas áreas da reparação e substituição de vidros em viaturas que opera actualmente em 34 países com uma equipa de mais de 25 mil técnicos qualificados que, segundo os números da própria empresa, servem mais de 11,7 milhões de clientes por ano, o que representa uma média de um cliente de três em três segundos. Em jeito de balanço, Jorge Muñoz Cardoso, Diretor Geral da Carglass Portugal, lembrou que o objectivo desta conferência “Looking for the Future” visou “abordar as grandes tendências do sector automóvel e perspectivar de que forma os constantes avanços tecnológicos e a inovação de diferentes áreas desta indústria podem impactar o futuro.” /

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REPORTAGEM

CENTRO FORMAÇÃO BOSCH

“PROJECTED IN PORTUGAL” A Bosch, graças ao polo de pesquisa e desenvolvimento português, como diz Rui Silva, “é mais que ‘Made in Portugal" é "Projected in Portugal’”. TEXTO E FOTOS JOSÉ MANUEL COSTA

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Bosch abriu, pela primeira vez, as portas ao seu centro de formação para dar a conhecer o trabalho que é feito pela casa alemã, um colosso empresarial que não está cotado em bolsa e que pertence à fundação que leva o nome do fundador da empre-

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sa, Robert Bosch. A verdade é que não há um único veículo automóvel no mundo que não tenha uma peça ou parte de um sistema desenhado, pensado ou realizado pela Bosch. Isto permite perceber a dimensão da casa alemã. A TURBO OFICINA esteve presente nesta apresentação, onde a Bosch quis mostrar-nos como é o centro de formação e como a sua equipa de profissionais de elevada qualidade treina os colaboradores das suas cadeias

oficinais – Bosch Car Service e Auto Crew – e, também, de outras empresas ao abrigo de protocolos específicos. Aproveitou a Bosch para nos ministrar três rápidos “workshops” sobre iluminação, escovas limpa vidros e filtros de habitáculo. Curiosa escolha de três áreas que se relacionam com a segurança; fazendo sentido esta ligação pois um dos objetivos da divisão de aftermarket automóvel é caminhar


A BOSCH EM PORTUGAL ABRAÇA VÁRIAS TECNOLOGIAS E EXPORTA 95% DA SUA PRODUÇÃO NUM VOLUME DE NEGÓCIOS ACIMA DE MIL MILHÕES DE EUROS

rumo ao zero mortes e zero feridos no tráfego rodoviário. No caso da iluminação, “ver e ser visto” é fundamental e segundo Mário Maia, formador da Bosch, “o que não falta por ai são veículos com os faróis mal focados, faróis absolutamente queimados que impedem uma boa visibilidade e, ainda, lâmpadas mal montadas ou pares desavindos de lâmpadas.” É uma questão de segurança e as oficinas devem estar sensibilizadas para falar com os seus clientes sobre este assunto. Devem incutir nos seus clientes a necessidade de verificar o sistema de iluminação, particularmente, se este funde muitas lâmpadas ou se o cliente se queixa de má visibilidade á noite. A chuva teima em não cair, mas quando chegar, a limpeza do para brisas é fundamental para a segurança. Uma das situações que levam à má visibilidade é a qualidade das escovas e o seu estado de degradação. Uma vez mais, a oficina tem como responsabilidade alertar o seu cliente para a troca das escovas, pelo menos, anualmente, evitando assim problemas que podem passar, até, pela degradação do para brisas e consequente troca, com custos acrescidos que podem ser mitigados caso se cumpra o ritual de troca de escovas limpa para brisas a cada 12 meses. Poderá parecer um assunto de somenos importância, mas os filtros de habitáculo também são elementos de segurança. Um espirro durante a condução equivale a fechar os olhos durante, em média, um segundo. Imagine que vai na autoestrada a 120 km/h e espirra uma e outra vez. A cada segundo que fecha os olhos, percorre mais de 30 metros sem nenhum controlo! Ora, os filtros de habitáculo reduzem a exposição aos agentes agressores do exterior e permitem maior conforto na condução. Asmáticos e alérgicos a poeiras, devem ter cuidado e estar atentos à deterioração destes filtros que, segundo o “workshop” da Bosch, devem ser mudados a cada 12 meses (ou a cada 15 mil quilómetros), sendo esse prazo encurtado para metade caso o veículo ande muito em estradas poeirentas ou zonas com muitos agentes alérgénicos. Neste particular, a Bosch desenvolveu um novo filtro denominado “Filter+” que é definido como anti-pólen com várias capas filtrantes preparadas para uma maior retenção das microbactérias e uma separação duradoura dos alergénicos. Uma solução maios avançada que os mais recentes desenvolvimentos equipados com carvão ativo. Enfim, após estes interessantes “workshops” ficou evidente que a sensibilização dos clientes por parte da sua oficina é fundamental para ajudar a alcançar o objetivo de zero mortes, zero feridos nas estradas. A segurança e a prevenção começam na oficina! /

OS NÚMEROS DA BOSCH

1886

DATA DA FUNDAÇÃO PERTENE À FUNDAÇÃO ROBERT BOSCH NÃO ESTÁ COTADA EM BOLSA

73,1

MIL MILHÕES DE EUROS DE VOLUME DE NEGÓCIO EM 2016

9,5%

DO VOLUME DE NEGÓCIO É INVESTIDO EM PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

389 281 COLABORADORES (66% FORA DA ALEMANHA)

150 PAISES

A BOSCH EM PORTUGAL Colaboradores: 4500 (500 na pesquisa e desenvolvimento) Vendas: mais de 1,1 mil milhões de euros Exporta 95% da produção Presente em Braga (Bosch Car Multimédia com 2820 colaboradores e faturação de 681 milhões de euros), Ovar (Bosch Security Systems, 439 colaboradores, 181 em pesquisa e desenvolvimento, faturação de 93,2 milhões de euros), Aveiro (Bosch Termotecnologia, 1116 colaboradores, 160 na pesquisa e desenvolvimento com 227,3 milhões de euros de vendas) e Lisboa (Robert Bosch, 36 colaboradores e 34 milhões de euros de faturação e BSH, 125 colaboradores e faturação de 63,4 milhões de euros).

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REPORTAGEM

REDSERVICE

PREPARAR O FUTURO Os parceiros RedService participaram na segunda convenção desta rede de oficinas, que, um ano após o seu lançamento, já conta com 20 membros, estando prevista a duplicação até final de 2018. A TURBO OFICINA esteve presente. TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

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Leirilis organizou a segunda convenção da RedService, que reuniu, em Ílhavo, os 20 parceiros desta rede de oficinas independentes. O evento foi subordinado ao tema “Preparar o futuro e a mudança” e constituiu uma oportunidade para os membros ficarem a conhecer a estratégia da Leirilis para a rede RedService, assim como as ações de promoção que irão ser promovidas nos próximos meses para captar e fidelizar clientes para as oficinas aderentes. A criação desta rede constitui uma “forma de a Leirilis crescer no futuro, contando com


parceiros fortes”, afirma Jorge Salvador, gestor da RedService, em declarações à TURBO OFICINA. O conceito assenta num conjunto de oficinas independentes que trabalham sob a marca “RedService”, permitindo-lhes responder aos desafios dos clientes em termos tecnológicos. “Este conceito RedService procura dar uma resposta a esses dois pilares, que são a fidelização do cliente e a evolução tecnológica”. O projeto RedService foi apresentado no ano passado no Congresso da Leirilis e atualmente a rede conta já com 20 oficinas aderentes. “Para o primeiro ano, este resultado foi muito positivo. As pessoas acreditaram no nosso projeto e associaram-se à Leirilis, pois entendem que temos valias para ajudar a desenvolver os seus negócios”, acrescenta. “No futuro pensamos

que teremos de trabalhar não só na expressão geográfica a nível nacional, mas também aspetos como a qualidade e o serviço” lembrou aquele responsável. A Leirilis aproveitou a Convenção da RedService para anunciar o estabelecimento de novos protocolos, em especial com a Redwaste, a ExpressGlass, a NSA e a Goodyear. Para lá desses protocolos, a Leirilis adiantou a manutenção do acordo com a BP, que se materializa num cartão de fidelização de combustível atribuído ao consumidor final, o qual prevê um desconto de 0,06 cêntimos por litro na aquisição de produtos simples e de 0,08 cêntimos em produtos Ultimate. Olhemos, então, às novidades da convenção da RedService. A importante parceria com a Redwaste, dispo-

nibiliza serviços de consultadoria ambiental e, também, para processos de licenciamento junto das entidades competentes. Além da consultadoria, oferece o aluguer de máquinas de limpeza de peças e recolha dos resíduos ou o fornecimento de equipamentos (bacias de retenção, separadores de hidrocarbonetos, caixas para baterias usadas e depósitos de óleo com parede dupla). Outra importante parceria anunciada e materializada é com a ExpressGlass, que permite a disponibilização de serviços de substituição de vidros e reparação de para-brisas pelas oficinas aderentes. No âmbito deste acordo, a rede RedService passa a oferecer um serviço complementar aos seus clientes e poderá encaminhar os serviços de substituição de vidros para as lojas de proximidade da ExpressGlass ou os mesmos poderão ser executados nas instalações da própria oficina pelas equipas do serviço móvel. A Leirilis estabeleceu igualmente um protocolo com a NSA – Gestão de Garantia Automóvel, empresa especializada na gestão e responsabilidade da garantia das viaturas comercializadas pelos comerciantes de automóveis, que permite à RedService ser uma das redes de oficinas de referência para todos os proprietários das garantias fazerem os seus trabalhos de reparação. “Vamos ser um dos parceiros da NSA e isso vai trazer à rede um volume de trabalho bastante interessante”, salienta Jorge Salvador. Outra novidade foi o lançamento da parceria com a Goodyear, que permite a disponibilização de pneus das marcas Goodyear e Debica, uma submarca, de origem polaca, posicionada no segmento budget. A parte final do evento esteve a cargo do representante da Bosch Automotive Aftermarket, Rui Silva, que transmitiu aos participantes a visão da multinacional alemã relativa ao futuro da indústria automóvel, designadamente em termos de eletrificação, conectividade e condução automatizada. “A Bosch é um parceiro estratégico e um fornecedor de referência”, refere Jorge Salvador. “Quem melhor do que a Bosch para explicar a tendência do negócio no futuro? A oficina tem de perceber qual é o caminho que está a ser seguido e qual o caminho que tem de trilhar. Há que ter uma perspetiva mais abrangente e agir em conformidade com essa tendência. Temos de compreender o nosso negócio para conseguirmos ter êxito neste campo”. Relativamente a um futuro mais imediato da RedService, o gestor desta rede adianta que objetivo passa pela duplicação do número de oficinas aderentes até final do próximo ano. “Vamos procurar ter uma cobertura mais extensa, designadamente no interior, que é a área que nos falta”, salienta. /

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REPORTAGEM

AS PARTS

VESTIR A CAMISOLA Os produtos da Blue Print e da Swag estiveram em destaque num evento organizado pela AS Parts para promover referências daquelas marcas do Bilstein Group. TEXTO E FOTOS CARLOS MOURA PEDRO

A

AS Parts organizou um evento nacional, denominado “Dia Blue Print e Swag”, que teve como objetivo promover junto dos clientes os produtos de aftermarket daquelas marcas do Bilstein Group. A ação realizou-se no dia 8 de novembro e decorreu em simultâneo nos 29 balcões dos parceiros da AS Parts. “No passado organizámos uma ação designada 'Dia do Fornecedor'. Este evento constituiu uma evolução e é o primeiro que realizamos associado a uma marca, que neste caso foi a Blue Print e a Swag”, refere Vanessa Barros, gestora de marketing da AS Parts. “Trabalhamos há algum tempo com essas marcas e temos uma relação de parceria”, acrescenta. “Esta iniciativa procurou dar a conhecer aos clientes as gamas que comercializamos destas marcas e as mais-valias que oferecem, designadamente o seu catálogo eletrónico e o apoio técnico completo”. A AS Parts procurou ainda passar a mensagem aos seus clientes de que a maioria das peças de substituição não estão disponíveis apenas nas redes de concessionários das marcas, mas também no aftermarket, com a mesma qualidade e garantia do fabricante, quer da peça, quer da mão-de-obra. “Garantimos que vendemos material de qualidade”, assegura Vanessa Barros. “O material da Blue Print e da Swag é equivalente ao original e oferece a mesma qualidade”, adianta. O evento da AS Parts incluiu a comunicação no ponto de venda, onde os próprios funcionários vestiram as camisolas da Blue Print e da Swag, assim como a distribuição de brindes aos clientes na aquisição de produtos daquelas marcas. CARRINHA TÉCNICA Realizada em parceria com a Blue Print e a Swag, a ação não se esgotou no dia 8 de novembro, uma vez que ao longo do mês, os 29 pontos da AS Parts receberam a visita de uma carrinha técnica do Bilstein Group, equipada com material (peças) daquelas marcas. O veículo foi transformado numa “ferramenta de trabalho para divulgar as nossas marcas e mostrar algum do material que integra a sua oferta”, adianta Gonçalo Pinto,

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consultor técnico do Bilstein Group. “O principal objetivo deste veículo é chegar junto de quem trabalha com estes produtos, quer seja o nosso cliente direto, quer seja o consumidor final ou o técnico da oficina. Temos aqui produtos em exposição fora da sua embalagem, podendo o cliente avaliar diretamente a qualidade dos nossos artigos. Além disso, também conseguimos comunicar mais aprofundadamente sobre as nossas gamas e as suas particularidades”. Naquela carrinha técnica estavam em destaque as gamas de suspensão, de direção e elétrico, designadamente equipamentos de gestão do motor, segurança ativa e passiva, sensores e atuadores, que representam apenas uma pequena amostra das 25 mil referências disponibilizadas por aquelas marcas. A gama de produtos elétricos da Swag compreende componentes como sensores de altura de suspensão – obrigatórios para os veículos equipados com faróis de xénon – para fazerem o nivelamento das luzes, sensores de chuva, sensores de posição do ângulo do volante para funcionar com sistemas de ABS, ESP, controlo de tração, sensores de rotação de roda. A Swag também disponibiliza todos os sensores de gestão do motor para monitorizar parâmetros como consumo ou débito, além de componentes de ignição associados à chave do veículo. Na gama de suspensão, a Swag disponibiliza um casquilho que permite a substituição de um componente que na origem só está disponível como conjunto completo, oferecendo uma solução com um custo mais reduzido. Kits de correia de distribuição e bomba injetora para motores, apoios de motor para os modelos Citroën Berlingo e Peugeot Partner, comutadores de óleo, radiadores, válvulas EGR, rolamentos e cubo de roda eram outros dos artigos que estavam presentes na carrinha técnica. No que se refere à marca Blue Print, que está vocacionada para veículos japoneses – Nissan, Toyota, Mitsubishi – os visitantes tiveram a oportunidade de tomar contacto com alguma da oferta, designadamente produtos elétricos e de refrigeração, por exemplo. “Para veículos asiáticos não existe muita oferta no mercado e com esta gama Blue Print conseguimos colmatar essa lacuna”, refere Gonçalo Pinto. /


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NOTÍCIAS

INTERNACIONAIS

A CAMPANHA TRW “Verdadeiros Originais” ganhou dois prémios Ottocar no AutoVision International Automotive Film Festival, um Ouro e outro Prata

TRW “VERDADEIROS ORIGINAIS”

CAMPANHA GANHA PRÉMIO Campanha da TRW, que alcançou mais de seis milhões de visualizações, conquistou dois prémios OttoCar no festival AutoVision International Automotive FIlm and Multimedia Festival, realizado em Frankfurt

S

eis milhões de visualizações e dois anos decorridos, a TRW decidiu reunir todos os elementos da campanha “Verdadeiros Originais” da marca numa nova narrativa já disponível online em www.trwaftermarket.com/ pt/overarching/. Esta nova abordagem surge depois da campanha original ter sido premiada no festival AutoVision International Automotive Film and Multimedia Festival, que se realizou em Frankfurt, com dois prémios OttoCar do setor automóvel. Um de Ouro na categoria Comunicação Integrada, o outro de Prata na categoria Filmes sobre Produtos:

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Fornecedores. Já o ano passado, a campanha “Verdadeiros Originais” tinha sido selecionada para a restrita lista de vários prémios internacionais da indústria. “As credenciais da TRW no Equipamento Original são vastas” referiu Bem Smart, diretor global de marketing, comunicação e preços da ZF Aftermarket, acrescentando que “cerca de metade dos veículos no mundo estão equipados, de origem, com os produtos da marca. A nossa intenção é que o mercado, ao ouvir o termo ‘Verdadeiros Originais’, pense na TRW em tudo o que representa.” Já Bahar Freedman, diretora de estratégia global de marketing da ZF Aftermarket explicou que “a campanha ‘Verdadeiros Originais’ da

TRW conta as empolgantes e apaixonadas histórias das pessoas reais que estão por detrás da organização ZF Aftermarket. Explica o que os torna inovadores originais, por que razões dedicam as suas vidas a trabalhar com a marca TRW e onde vão buscar a sua inspiração. Tudo isto aliado a uma forte mensagem sobre os padrões do equipamento original que são cumpridos pelos próprios produtos. Estamos extremamente orgulhosos que, de forma coincidente com o lançamento deste último capítulo da história da TRW, a campanha tenha sido distinguida pelos especialistas do setor com dois importantes prémios da área automóvel no Festival AutoVision, em Frankfurt.” /


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A

P

JapanParts continua com a sua dinâmica de crescimento debaixo do lema “Yes We Have” e, nessa medida, juntou ás 30 mil referências codificadas para as marcas JapanParts, Ashika e Japko (que fazem parte de 146 famílias diferentes de artigos diferenciados que vão das peças de motor aos travões, das embraiagens às peças elétricas e, mais recentemente, suspensões) seis novas famílias de produto. Assim, do catálogo da JapanParts, Ashika e Japko, passam a fazer parte, cabos de seleção de velocidades, cabos de comando de embraiagem, bombas do limpa para brisas, sensores ABS, sensores de árvores de cames e sensores do eixo do motor. A JapanParts aproveitou, também, para renovar a imagem das três marcas, apresentando-se com uma imagem jovem e forte que passa, também, pelas redes sociais, nomeadamente no Facebook e no Instagram.

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roduto totalmente sintético e desenhado para motores sobrealimentados e injeção direta de combustível, o Vitaltech, lubrificante Wolf na versão 5W40, adicionou mais um construtor à lista de aprovações e especificações. A BMW junta-se à ACEA, API, Mercedes, Opel, Porsche, PSA Group, Renault e Volkswagen. A especificação é a BMW Longlife 01 (BMW LL01), habitualmente exigida para modelos da BMW construídos depois de 2002, sendo compatível com especificações antigas o que permite utiliza-lo, por exemplo, na recomendação BMW LL-98. O Wolf Vitaltech 5W40 está disponível nas embalagens portáveis de 1, 4 e 5 litros e em recipientes de 20, 60, 205 e 1000 litros.


NOTÍCIAS

INTERNACIONAIS CROMAX

PERCOTOP INTEGRA IMRON FLEET

A

Cromax está a integrar os produtos PercoTop na oferta Imrom Fleet Line. A embalagem mudará mas os produtos dentro das latas continuarão a ter as mesmas fórmulas que os utilizadores finais conhecem. “O Imron Fleet Line Industry continuará a ser uma extensão na oferta de serviços, útil para as oficinas. Contribui para proporcionar aos seus clientes a oportunidade de recorrer ao mesmo sistema para as suas necessidades de tintas industriais leves, assim como para as suas necessidades de pintura dos seus veículos”, afirmou Dries Van den Bergh, Brand Manager da Cromax na Europa, Médio Oriente e África (EMEA). O Imron Fleet Line Industry pode ser usado em ferro, aço, ferro fundido, alumínio, metais não ferrosos, plástico, poliestireno, pintura antiga, madeira, MDF, painéis duros e substratos minerais, entre outros. Koen Silverans, Training Leader da Cromax na Europa, Médio Oriente e África afirmou, “Uma vez que os pintores podem precisar de pintar qualquer coisa, desde veículos até escavadoras, é importante escolher os produtos adequados para o trabalho para assegurar uma boa aderência, proporcionar uma excelente proteção do substrato na sua área de utilização e, é claro, garantir que o produto acabado também tem uma boa aparência”. O Imron Fleet Line Industry oferece uma variedade de níveis de brilho, desde alto brilho até mate, assim como uma série de diferentes efeitos de pintura e acabamentos em superfícies texturadas nos seus sistemas de acabamento em poliuretano. Muitas cores estão imediatamente disponíveis, mas todas as cores lisas como RAL, NCS e British Standard, assim como as cores metálicas RAL 9006 e 9007 e as cores pérola RAL, podem ser reproduzidas utilizando fórmulas de mistura disponíveis no software de recuperação de cor ChromaWeb da Cromax. A conclusão da transição para o Imron Fleet Line Industry está prevista para o final do ano. /

OSRAM LIGHT TEST Pelo terceiro ano, a Osram decidiu apresentar aos seus clientes a campanha internacional “Light Test” onde as lâmpadas de halogéneo H4 e H7 para instalações de 12 volts, são protagonistas. Uma vez mais, a prioridade da Osram é contribuir para uma maior segurança na estrada e chamar a atenção dos consumidores para a necessidade de verificar as lâmpadas do veículo antes do inverno. Assim, lança, novamente, esta campanha de prevenção rodoviária que oferece aos seus clientes um pacote especial de lâmpadas

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TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017

de halogéneo Original dos tipos H4 e H7 a um preço imbatível, juntamente com um presente muito especial, uma placa metálica retro com uma imagem muito atrativa, decorativa, ideal para qualquer oficina. Este pacote, que foi um enorme sucesso no ano passado e teve um grande impacto no mercado, é muito prático e útil para o trabalho do quotidiano de uma pequena oficina, pois permite ter sempre disponível um pequeno número de lâmpadas mais usadas. Os produtos da ampla gama Original da Osram para veículos são caracterizados

KOGEL COM NOVA SOCIEDADE

por serem peças de substituição original de excelente desempenho que dão resposta aos requisitos mais comuns do utilizador, sendo resistentes e com uma boa relação preçoqualidade. Oferecem uma forte luminosidade com qualidade OEM e são usadas em milhões de carros novos de fabricantes reconhecidos, tanto como equipamento original, ou como peça de substituição original.

A Kogel BeNeLux B.V,. cuja sede e instalações estão situadas na localidade holandesa de Zwolle, é a mais recente sociedade criada pela Kogel. O diretor de operações da marca no Benelux, Rob Schneiders, terá a responsabilidade desta nova empresa na companhia de Massimo Dodoni e de Daniel Kochinka. A nova empresa responsável por aquele mercado, disponibilizará modelos novos e usados.


BREMBO

OSRAM E CONTINENTAL

“TOP GLOBAL LEADER” PARA O AMBIENTE

NASCE PARCERIA ILUMINAÇÃO E PNEUS

A

O

casa italiana foi identificada como líder global na resposta às mudanças climáticas. Além disso, recebeu a chancela “Top Global Leader” e uma posição na Lista A do projeto “Carbon Disclosure Project” (CDP). Esta lista foi criada pela CDP, uma organização não governamental sem fins lucrativos que auxilia as empresas na medição e gestão de informações sobre mudanças climáticas. A Lista A da CDP para 2017 alista 106 empresas globais e é publicada juntamente com listas similares de liderança empresarial na conservação de água e florestas. A Lista Climática A foi produzida a pedido de 827 investidores com ativos de mais de 100 triliões de dólares. Milhares de empresas apresentam relatórios ambientais anuais à CDP para avaliação e dessas, apenas uma centena tem direito a estar na lista principal, a Lista A. A Brembo é agora membro do grupo limitado de empresas que pertencem integralmente ao Climate A List 2017 - em reconhecimento ao seu compromisso de reduzir as emissões, mitigar os riscos climáticos e o desenvolvimento de uma economia com baixas emissões de carbono. PUBLICIDADE

s gigantes da iluminação e dos pneus vão estabelecer uma “joint venture” que irá funcionar sob o nome Osram Continental GmbH. Osram e Continental terão 50%, cada, nesta parceria e o objetivo é gerar, anualmente, vendas de milhares de milhões de euros com uma força de trabalho em redor de 1500 funcionários e 17 delegações mundiais. Os responsáveis são Dirk Linzmeier da Osram e Harald Renner da Continental, respetivamente, CEO e CFO. A empresa deverá começar em 2018, dependendo da aprovação de contratos e das comissões anti cartel. A Osram vai transferir para a nova empresa a sua divisão SSL (Solid State Lighting) e a Continental a divisão de iluminação da unidade de negócio “Body & Security”. Assim, a Osram Continental GmbH irá oferecer módulos de luz baseados em semi condutores, eletrónica avançada, ótica e “software” com acesso à tecnologia e fontes de luz inovadoras. Um estudo recente diz que já em 2025, mais de metade dos veículos novos produzidos em todo o mundo terão soluções de iluminação baseadas em semicondutores.


NOTÍCIAS

INTERNACIONAIS

SPIES HECKER PREMIADA

IRISH AUTO TRADE NOMEOU A SPIES HECKER COMO “TINTA DO ANO 2018”

A

Spies Hecker foi nomeada Marca de Tinta do Ano nos “Irish Auto Trade Awards 2018”. O troféu especialmente concebido foi apresentado a David Dempsey, gestor de vendas da Crown Paints Ireland - distribuidor Spies Hecker no mercado irlandês - na cerimónia de entrega de prémios que teve lugar em Carton House, no condado de Kildare, Irlanda, a 26 de outubro de 2017. A Spies Hecker venceu uma forte concorrência de cinco outras marcas de tintas bem consagradas e arrecadou o título na categoria Prémios de Oficina. Os prémios, que são organizados pela maior editora do setor automóvel da Irlanda, Automotive Publications, estão no seu quarto ano de sucesso e visam identificar os melhores operadores em todos os setores do mercado pós-venda de automóveis irlandês. As categorias incluem os prémios Oficinas, VCP/VCL, Comercialização de pneus e Oficina. Os visitantes de todos os websites da Automotive Publications votaram e foram selecionados seis finalistas em cada categoria. Foi realizada uma segunda ronda de votação online para escolher os vencedores. Joachim Hinz, brand manager da Spies Hecker na Europa, Médio Oriente e África, afirmou

NSK LANÇA MULTIBRAÇO DE SUEPENSÃO ATIVO A japonesa NSK, fornecedora de rolamentos, sistemas de direção e outros componentes, apresentou em estreia mundial o Flex Corner Module Concept. Trata-se de um sistema de suspensão que consegue variar constantemente, de forma automática todos

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TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017

que “a Spies Hecker tem uma longa história de colaboração estreita com os seus parceiros da indústria, desde os seus distribuidores até à sua rede de oficinas em toda a Europa. É uma grande honra para a Spies Hecker ser distin-

os ângulos e posições das rodas, incluindo a largura de vias. Esta espécie de “multilink” ativo é composta por atuadores em alumínio, cada um com um motor elétrico no topo e uma estrutura telescópica que estica ou encolhe, fazendo assim variar a orientação e ângulo das rodas. No fundo, conjuga suspensão, direcção e constante adaptação da posição da roda, tantos ás curvas como ás irregularidades do piso. Os responsáveis defendem que melhora a aderência e, com isso, a segurança mas também a eficácia e precisão do comportamento do carro,

guida com um prémio como este, que é votado pelas pessoas que trabalham em primeira mão com os nossos produtos e serviços. Iremos empenhar-nos para continuar a responder às suas altas expetativas.” /

MARTIN MANN DA MILLERS OILS É DIRETOR TÉCNICO DA UKLA A Associação da Indústria de Lubrificantes do Reino Unido (UKLA) elegeu Martyn Mann, diretor técnico da Millers Oils, para o cargo de presidente daquela entidade. Com uma experiência acumulada superior a 36 anos na indústria dos lubrificantes, Martyn Mann ingressou na Millers Oils em 2000, sendo o diretor técnico da Millers Oils nos últimos 13 anos. Este engenheiro foi responsável pelo desenvolvimento de lubrificantes que incorporam nanotecnologia que

suplementam os aditivos tradicionais e foi atribuído um prémio do World Motorsport Symposium em 2009 para lubrificantes de transmissões e depois em 2012 pela Motorsport Industry para lubrificantes de motor. “Tenho muita honra em aceitar esta nomeação como presidente que a tradição na Millers Oils”, comentou Martyn Mann.



RAIO-X

COMERCIAL DO MÊS

APOSTA FORTE A Volkswagen desenvolveu uma geração totalmente nova do modelo Crafter, depositando nele elevadas esperanças para crescer, espreitando a cobiçada liderança neste segmento. Ensaio à versão de 140 CV. TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

A

medida do compromisso da Volkswagen com a liderança no segmento dos veículos comerciais verifica-se pelo empenho da casa de Wolfsburg em lançar produtos capazes de desafiar os líderes. E após o fim da parceria industrial com a Mercedes-Benz para a produção de veículos comerciais de grandes dimensões, a Volkswagen Veículos Comerciais decidiu avançar sozinha com o desenvolvimento de uma geração totalmente nova do Crafter. Em termos de imagem, a nova geração deste modelo adota uma linguagem de design introduzida na Volkswagen Transporter

52

TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017

T6, designadamente ao nível da grelha frontal e dos grupos óticos dianteiros. Uma imagem que bebe inspiração nos produtos da divisão de ligeiros de passageiros. Uma das versões em comercialização da gama Volkswagen Crafter consiste no furgão de mercadorias com chassis médio e teto alto (L3H3). Nesta variante, isto traduz-se num veículo com um comprimento exterior de 5,98 metros e uma altura de 2,59 metros e uma distância entre-eixos de 3,66 metros. A combinação de um comprimento interno do compartimento de carga de 3,45 metros, uma largura de 1,83 metros – sendo de 1,38 metros entre as cavas das rodas – e uma altura de 1,96 metros, permite a disponibilização de um volume útil de carga de 11,3 m3. Estas medidas permitem o

transporte de quatro europaletes. A carga útil do veículo, homologado com um peso bruto de 3.500 quilos, é de 1.125 quilos. A cabina da nova geração do Volkswagen Crafter destaca a inusitada qualidade dos materiais utilizados e no rigor da montagem dos mesmos, para os padrões dos veículos comerciais. Aqui também se nota uma clara influência da Transporter T6, uma vez que a disposição dos principais comandos é semelhante, designadamente o painel de instrumentos e a consola central. O condutor beneficia ainda da nova direção eletromecânica, cuja assistência é variável em função das necessidades, proporcionando uma maior agilidade e também uma redução no consumo de combustível. Além disso, também possibilita funções de assistência à


VOLKSWAGEN CRAFTER

PREÇO 33 990€ // MOTOR 4 CIL; 1968 CC; 140 CV; 3500-3600 RPM // BINÁRIO 340 NM // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL Man // PESO 2215 KG // COMP./LARG./ ALT. 5,98/2,04/2,59 m // DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 2,69 // MALA 529 KG // DESEMPENHO ND 0-100 KM/H; 160 KM/H VEL MÁX // CONSUMO 7,4 (8,1*) // EMISSÕES 193 G/KM // IUC 42,80€ *As nossas medições

HABITABILIDADE CONSUMO

O CRAFTER TEM MUITAS INFLUÊNCIAS do Transporter no interior que oferece uma boa qualidade e uma vida a bordo excelente com um nível de equipamento demasiado dependente dos opcionais

condução, como o Lane Side Assist, Park Assist e Trailer Assist. Todas estavam presentes na unidade ensaiada, porém, fazem parte da extensa lista de opcionais. O Volkswagen Crafter vem equipado com um motor turbodiesel de 1968 cc, que está disponível em três níveis de potência. Em termos de relação prestações, consumos e agradabilidade de utilização, a motorização de 140 cv, que estava presente na unidade ensaiada, poderá ser a mais equilibrada, não só em termos de disponibilidade de potência, como de elasticidade, uma vez que o binário máximo de 3 40 Nm se encontra disponível numa faixa entre as 1 650 e as 2 250 rpm. De destacar ainda o consumo de combustível, com o computador a indicar uma média combinada de 8,1 l/100 km numa utilização mista, que inclui percursos urbanos, em autoestrada e alguma estrada nacional. Nalguns trajetos menos exigentes em termos de orografia, conseguiu-se obter valores ligeiramente abaixo dos 7,0 l/100 km. Para um veículo que pesa em vazio mais de

OPCIONAIS / COMANDO CRUISE CONTROL

2,2 toneladas, estes números não deixam de surpreender pela positiva. De realçar ainda a excelente insonorização do habitáculo, assim como a suspensão, independente à frente e atrás, que digere com eficácia as irregularidades do piso, contribuindo para o conforto a bordo. Para garantir uma maior segurança quando as condições meteorológicas são mais instáveis, o Volkswagen Crafter vem equipado, de série, com o sistema de compensação de vento lateral, que recorre ao ESP para corrigir a trajetória do veículo. O sistema de travagem, constituído por discos atrás e à frente, é bastante eficaz, sendo auxiliado por dispositivos como o ABS. Também de série é o auxiliar de arranque em subidas. Com todos os impostos e despesas de transporte e administrativas, o preço de venda ao público do Volkswagen Crafter L3H3 Furgão 2.0 TDI de 140 CV, com traçao dianteira, é de 33 990 euros, um valor que se posiciona abaixo do principal concorrente, o Mercedes-Benz Sprinter e em linha com outras das referências do segmento, o Ford Transit. /

DEZEMBRO 2017 TURBO OFICINA

53


RAIO-X

BARÓMETRO

DINÂMICA DO SETOR Todos os meses, em parceria com a Informa D&B, a Turbo Oficina regista as mudanças no tecido empresarial do setor do após-venda. Conheça aqui as principais alterações e ocorrências registadas PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS CONCESSIONÁRIOS AUTO, OFICINAS, GROSSISTAS E RETALHISTAS AUTO, POR REGIÃO DINÂMICA NASCIMENTOS (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES) INSOLVÊNCIAS REGIONAL DO SETOR ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO OUTUBRO 2017 HOMÓLOGA OUTUBRO 2017 HOMÓLOGA OUTUBRO 2017 HOMÓLOGA ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) NORTE 419 8,0%

90 -29,7%

31

-16,2%

CENTRO 206 7,3%

64

-16,9%

12

-42,9%

ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA

-4,8%

116

33,3%

20

-4,8%

ALENTEJO 50

298

13,6%

13

-27,8%

2

-33,3%

ALGARVE 48

84,6%

12

71,4%

0

-100,0%

R. A. AÇORES

6

-40,0%

2

-33,3%

1

-50,0%

R. A. MADEIRA

24

33,3%

11

22,2%

1

-

TOTAL 1051 6,1%

308 -6,4%

TECIDO EMPRESARIAL DO SETOR OUTUBRO 2017

67 -23,9%

PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS CONCESSIONÁRIOS AUTO, OFICINAS, GROSSISTAS E RETALHISTAS DE PEÇAS E ACESSÓRIOS AUTO VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)

EM NÚMERO

OUT. 2017

ACUMULADO OUT. 2016 ACUMULADO SETOR TECIDO OUT. 2017 OUT. 2016 EMPRESARIAL

NASCIMENTOS

107

1.051

91

991

6,1% 8,6%

ENCERRAMENTOS 38

308

42

329

-6,4% -3,3%

INSOLVÊNCIAS 5

67

4

88

-23,9% -21,1%

(CONSTITUIÇÕES)

NORTE 5140

(EXTINÇÕES)

FONTES: ANÁLISE INFORMA D&B; DADOS: PUBLICAÇÕES DE ATOS SOCIETÁRIOS E PORTAL CITIUS /MINISTÉRIO DA JUSTIÇA *Toda a informação introduzida na base de dados Informa D&B é dinâmica, encontrando-se sujeita à publicação tardia de alguns atos e às alterações diárias de diversas fontes.

FICHA TÉCNICA

CENTRO 3410

ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA 3414

ALENTEJO 869

ALGARVE 485

EM PERCENTAGEM 37,3

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TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017

ALENTEJO

A. M. LISBOA

CENTRO

NORTE

6,3

R. A. MADEIRA 285

3,5

1,4

2,1 MADEIRA

24,7

AÇORES

24,7

ALGARVE

R. A. AÇORES 194

Universo de organizações - Tecido Empresarial O Tecido Empresarial considerado engloba a informação relativa às organizações ativas com sede em Portugal, sob as formas jurídicas de sociedades anónimas, sociedades por quotas, sociedades unipessoais, entidades públicas, associações, cooperativas e outras sociedades (os empresários em nome individual não fazem parte deste universo de estudo). Consideram-se as empresas classificadas em todas as secções da CAE V3 .0. Universo de setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto Organizações ativas do tecido empresarial classificadas nas seguintes secções da CAE V3.0.: Grossistas auto: CAE 45310- Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis Retalhistas auto: CAE 45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis Concessionários auto: CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros Oficinas: CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis Nascimentos Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça.

Encerramentos Entidades extintas no período considerado, com publicação de extinção no portal de atos societários do Ministério da Justiça (não são consideradas as extinções com origem em procedimentos administrativos de dissolução). Entidades com insolvências Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. Regiões As entidades foram classificadas através da localização da sua sede, representando as 7 unidades da NUTS II de Portugal (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)). A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial e através de análises inovadoras, disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 245 milhões de agentes económicos em 221 países. www.informadb.pt (+351) 213 500 300 informadb@informadb.pt


RAIO-X

MERCEDES CLASSE E

QUEM FAZ O QUÊ?

O

Classe E tem origens no modelo nascido antes de 1993, ainda sem essa nomenclatura. Nessa época, os modelos do segmento não tinham denominação específica e a partir de 1993, com a chegada da injeção de combustível (em alemão Einsprizmotor), os veículos desta gama passaram a exibir o E como sufixo (230E, 200E, etc). Foi com a renovação do W124, em 1993, que o E passou a ser prefixo e a gama de modelos passou a chamar-se Classe E. O Classe E é o Mercedes mais vendido de sempre com mais de 13 milhões de unidades comercializadas. A gama atual declina-se em berlina, coupe, cabriolet e carrinha, com uma completíssima gama de motores e tração traseira ou integral, sempre com caixa automática. Sendo um produto Premium, a Mercedes escolheu para o Classe E fornecedores de qualidade. Falamos da Brose, Continental, Delphi ou a Denso, com uma completa gama de peças que passam pelos módulos das ventoinhas de refrigeração, abraçadeiras especiais, sistemas de conectividade ou sensores de alta pressão. Mas há mais! Eberspacher, Federal Mogul, Hella, Takata e Mahle, oferecem o seu contributo, destacando peças chave, como o controlo do motor de arranque dos motores diesel, juntas especiais resistentes ao calor, airbags e casquilhos e rolamentos. Enfim, um mundo de fornecedores de qualidade que sublinham o estatuto Premium do Mercedes Classe E. /

FORNECEDOR COMPONENTE LYDALL GERHARDI

Escudo de calor para o depósito de combustível

PREH-WERKE

Botões do volante

ROECHLING AUTOMOTIVE

Entradas de ar para os pés

TAKATA

Airbag condutor

DOW AUTOMOTIVE BETASEAL F S FEHRER

Almofadas dos bancos moldadas em polieturano

FAIST CHEMTEC Insonorização IAC

Resguardos das cavas das rodas

MAHLE

Casquilhos e rolamentos

REHAU

Para choques dianteiro e traseiro

SMR AUTOMOTIVE

Espelhos exteriores

SCHAEFFLER

Rolamentos das rodas

TI AUTOMOTIVE

Tubagens de combustível e travões

U-SHIN

Motor elétrico para a abertura/fecho da bagageira

VIBRACOUSTIC

Casquilhos diversos

WISCO TAILORED BLANKS

Tecidos especiais

WOCO

Antepara dianteira Mercedes Nr. A2536208000

KIRCHHOFF

Peças em chapa

OKE AUTOMOTIVE

Perfis de bancos

DEZEMBRO 2017 TURBO OFICINA

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REPARAÇÃO

PINTURA

A EVOLUÇÃO DA PINTURA NOS ÚLTIMOS 25 ANOS Um dos principais argumentos de venda de automóveis tem sido a aparência e o acabamento exterior, no qual a cor desempenha um papel primordial. O desejo do comprador de contar com um elemento estético diferenciador continua a ser um fator fundamental na escolha final do veículo. Mas a pintura é bem mais que apenas uma cor bonita numa carroçaria reluzente.

O

automóvel do ano em 1992 foi o Citroën ZX, que oferecia diferentes acabamentos de cor, azul sideral, verde tritão, vermelho fúria, etc. O blue sideral (ENT) consistia num acabamento bicamada metalizado; os básicos que provocavam o dito efeito eram, exclusivamente, alumínios e pigmentos metálicos. O automóvel do ano em 2017 foi o Seat Ateca; também com diferentes acabamentos de cor, como o azul lava (W5Q), bicamada, mas com pigmentos de efeito que são uma mistura de alumínios lenticulares e de diversas pérolas; consequentemente é um acabamento perlado. As cores atuais são iguais ou semelhantes às de há 25 anos? Inclusivamente poderíamos ir mais longe, observando a oficina, os processos de repintura de automóveis são iguais ou semelhantes aos de há 25 anos? Vamos tratar de esclarecer essa dúvida. PROCESSOS, PRODUTOS E EQUIPAMENTOS O nosso laboratório atual é muito diferente do inicial. Computadores com software de cor, espectrofotómetros e balanças inteligentes, em conjunto com lixadoras elétricas e pneumáticas, pistolas aerográficas HVLP e de gravidade de última geração, sistemas de preparação de tinta ou equipamentos óticos de ajuste de cor são alguns dos companheiros habituais dos nossos antigos pintores, hoje transformados em autênticos especialistas. Revivamos o antes e o agora…

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TURBO OFICINA DEZEMBRO 2017

ACABAMENTOS E EFEITOS Em 1992 as cores dos veículos eram fundamentalmente lisas ou sólidas, coexistindo acabamentos monocamada com os já emergentes bicamada metalizados e perlados. Atualmente, o acabamento monocamada quase desapareceu dos ligeiros, predominando os bicamada metalizados e perlados e, cada vez com maior penetração, os acabamentos tricamada. Fomos descobrindo novos pigmentos nas pinturas, com maiores efeitos estéticos, como os denominados xirallic, sobre a base de óxido de alumínio com efeito cristalino. E também relativamente recentes são os acabamentos com vernizes cerâmicos ou antirriscos, os mate ou veículos com várias cores na sua carroçaria. IGUALAÇÃO DA COR No que respeita à procura e igualação da cor, no início este processo era efetuado manualmente – só havia cartas de cor dos fabricantes de pintura impressas. Posteriormente, as cartas eram pintadas à pistola, com a mesma tinta com a qual se ia repintar o veículo. Ainda utilizadas hoje em dia, é o pintor, segundo o seu critério que escolhe a cor mais semelhante à apresentada pelo veículo. Após a seleção, procedia-se à localização da fórmula de cada fabricante em microfichas para preparar a mistura. Atualmente, além das cartas de cor, todos os fabricantes de pintura dispõem de espectrofotómetros, os quais já tivemos oportunidade de experimentar amplamente na Cesvimap. CAMADAS DE FUNDO Sem perder a sua função principal de preenchimento, atualmente é comum encontrar massas

com propriedades assinaladas, como as leves ou de baixo peso específico, cujo lixamento posterior é mais simples e rápido, ou especiais para a reparação de plásticos. Os apa rel hos t a mbém e volu í r a m . Relativamente ao "standard" de alta espessura de há 25 anos, normalmente cinzento ou bege, surgiram diferentes novidades: • Aparelhos húmido sobre húmido (h/h). • Aparelhos com aderência direta sobre cataforese. De natureza idêntica aos anteriores, não é necessária matificação ou lixamento fino da proteção cataforética das peças novas. Podem ser aplicados sobre a peça de substituição limpa e desengordurada.


• Aparelhos em escala de cinzentos e escurecidos/coloridos. Os aparelhos evoluíram até oferecerem a tonalidade mais adequada a cada cor, evitando assim custos desnecessários na camada de cor e problemas de igualação. Contudo a secagem de massas e aparelhos continua a passar pelos tradicionais equipamentos de secagem por infravermelhos, embora agora de onda curta. Também continua em vigor a secagem ultravioleta (UV), embora não seja massiva e restringida a produtos desenhados para esse fim. Os primários anticorrosivos, para cobrir pequenas zonas de chapa descoberta que tenham surgido após o lixamento de massas e

aparelhos, foram modificados. Inicialmente estes produtos eram aplicados com pistola aerográfica, após a catalisação; atualmente são mais comuns e fáceis de aplicar em aerossol. LIXAMENTO E MASCARAMENTO Duas operações principais ocupam o pintor mais tempo que a própria pintura, o lixamento e o mascaramento. Inicialmente, o lixamento era manual, com folhas de diferente grão ou poder abrasivo, em combinação com água, conseguindo uma superfície bastante uniforme. No entanto, dado que o aço, o material mais utilizado no fabrico, apresenta riscos de oxidação e corrosão peran-

te a presença de humidade, o lixamento com água diminuiu progressivamente até quase desaparecer na atualidade. A realidade atual sobre o lixamento é outra. • Lixamento a seco, com lixadoras elétricas e pneumáticas, em conjunto com ferramentas manuais como tacos de lixamento, para zonas com arestas, extremidades ou de difícil acesso. • Equipamentos de lixamento roto-orbitais, com diferentes órbitas de rotação para adaptação aos distintos substratos. • Forma de disco em abrasivos atuais para lixamento à máquina, não só fabricados em papel, também em outros substratos como película ou estrutura metálica reticular.

DEZEMBRO 2017 TURBO OFICINA

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REPARAÇÃO

PINTURA

25 ANOS É MUITO TEMPO E 100 REVISTAS TAMBÉM pelo que a Cesvimap decidiu celebrar a revista 100 com este trabalho sobre a evolução da pintura

• Suportes para grãos de lixamento muito finos, até P6000, que permitem lixar a seco para eliminar pequenos defeitos superficiais na pintura. • Combinação ótima e eficiente de órbitas, pratos com diferente dureza e abrasivos segundo cada ocasião. O mascaramento surge para proteger as zonas do veículo que não vão ser repintadas. Dado que a sua principal função é tapar, os primeiros produtos de mascaramento que surgiram no mercado eram rolos de papel ou plástico que se uniam uns aos outros e ao veículo através de fita de papel ou de proteção. Atualmente, embora papel e plástico continuem a existir, evoluíram para soluções mais avançadas, como a película plástica (em rolos e desdobrável), com propriedades antiestáticas, para cobrir um veículo por completo de uma só vez, recortando-se posteriormente as zonas que vão receber tinta. Por seu lado, as fitas modernas oferecem diferentes funções e características, como as especiais para pintura à base de água, para molduras ou para borracha. Outro produto relativamente novo para o mascaramento são os vedantes, recomendados para tapar os espaços entre peças da carroçaria, com uma rápida proteção, comparativamente à fita dobrada tradicional, de difícil colocação. Nos últimos anos, a Cesvimap realizou testes com produtos e equipamentos pertencentes a mais de 50 marcas, entre fabricantes de tinta, de acessórios, de equipamentos e de ferramentas, com a consequente universalidade dos dados obtidos. Um aspeto no qual a Cesvimap sempre esteve na vanguarda e que fez parte da própria essência da empresa é a atenção à segurança e higiene e a proteção pessoal. Desde o início analisámos e dispusemos de equipamentos e vestuário de proteção pessoal para os pintores, desde equi-

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pamentos de proteção individual (EPI) como máscaras para as vias respiratórias ou luvas, macacões integrais e até duches para lavagem de olhos ou sistemas de purificação do ar. Também a gestão de resíduos químicos derivados dos processos de pintura foi e continua a ser uma das nossas máximas quotidianas. LEGISLAÇÃO E NATUREZA DA PINTURA No que respeita à evolução dos equipamentos e produtos, a Área de Pintura da Cesvimap sempre se preocupou com o cumprimento da legislação e das limitações legais. Nesse sentido em 2004 desapareceram definitivamente as linhas de produtos de pintura com base dissolvente. A legislação marcou a primeira grande diferencia neste período, obrigando os fabricantes de tinta a substituir os dissolventes por outros de base aquosa. Deste modo o objetivo era reduzir a emissão de compostos orgânicos voláteis (COV ou VOC em inglês) para a atmosfera. Assim, a adoção das tintas de base de água que surgiram nos finais dos anos 90 foi obrigatória segundo as diretivas europeias a partir de 2004. Assistimos à forma como os vernizes passaram de convencionais a produtos de médio ou alto conteúdo em sólidos, com o objetivo de reduzir a percentagem de dissolventes com vista a cumprir a legislação. Evoluíram para vernizes de secagem rápida ou ao ar, oferecendo

maior versatilidade e rentabilidade à oficina. Uma vez que o elemento a evaporar é água a secagem da tinta também foi modificada. As estufas de secagem atuais oferecem sistemas de ventilação incorporados, ou sopradores de ar, que criam correntes de ar para evaporar a água eficientemente. Por outro lado, face ao método energético tradicional (elevar com gasóleo a temperatura na estufa), surgiram alternativas como o gás ou os painéis endotérmicos. As pistolas aerográficas também foram afetadas pelas mudanças na pintura. Progressivamente foram incorporadas pistolas HVLP e híbridas, com maior capacidade de transferência e adaptadas à base água e ao maior conteúdo em sólidos. QUE OUTRAS ALTERAÇÕES OCORRERAM? Outros símbolos da melhoria e transformação da pintura de automóveis são os seguintes: • Sistemas de preparação de tinta. Consistem em copos de mistura descartáveis após a utilização. • Lâmpadas cromáticas. Desenhadas para reproduzir a luz do dia, recriam as condições de luz sob as quais circulam os veículos. • Sistemas de filtros ou mangueiras de ar quente. São utilizados, fundamentalmente, em oficinas cujas condições de trabalho provocam um contraste térmico relevante entre a tinta e as peças do veículo. • Equipamentos antiestáticos. Por vezes é criada eletricidade estática na oficina durante a pintura de um veículo, o que é prejudicial visto favorecer a acumulação de partículas voláteis no ambiente como pó e possíveis imperfeições ou defeitos. Este artigo começará a tornar-se obsoleto assim que for publicado. Isto porque os fabricantes de produtos, equipamentos e ferramentas para a repintura automóvel inovam constantemente. /



REPARAÇÃO

ORGANIZAÇÃO DA OFICINA

ESTRUTURA ORGANIZATIVA DA OFICINA O desenvolvimento de qualquer atividade implica uma clara tarefa de conceção e planificação da mesma. A empresa é uma organização que integra um conjunto de elementos e pessoas que necessitam de uma ordenação para se conseguirem determinados objetivos, e que deve estar dotada de uma estrutura para poder funcionar. TEXTO E FOTOS CENTRO ZARAGOZA

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A

experiência do Centro Zaragoza com as oficinas de reparação, através da formação e da assessoria prestadas ao longo dos anos revela que este setor, no qual existem grandes diferenças tendo em conta a dimensão, apresenta também grandes diferenças olhando o nível organizativo. A visão geral de um modelo produtivo de uma grande empresa pode parecer inaplicável quando pensamos em pequenas empresas, como é o caso de muitas oficinas de reparação. No entanto, a adoção pontual de ideias, conceitos e filosofias de trabalho revelou-se muito eficaz em qualquer estrutura. É necessário estabelecer uma estrutura organizativa da oficina, atendendo à sua equipa humana, à definição de uma cultura da empresa, à sua qualificação profissional, à adequada configuração dos espaços de trabalho, à avaliação do pessoal necessário e à dotação dos seus equipamentos, ferramentas e instalações, ao


AS REUNIÕES são fundamentais para organizar o trabalho diário ou semanal

melhorias das quais não se tem conhecimento porque aparentemente não dão problemas. Para detetar estas melhorias é necessário definir e medir índices da atividade, estabelecendo assim uma situação inicial e definindo posteriormente objetivos de melhoria. A descrição das funções de cada posto de trabalho elimina incertezas e duplicações, estrutura as atuações que terão sido objeto de estudo para evitar situações não desejadas e obter das mesmas os melhores resultados, facilita a definição dos índices de medição que se podem adotar para evoluir, constitui um documento escrito que dá importância ao seu conteúdo e às pessoas que afeta, contribuindo para que o pessoal se sinta envolvido e reconhecido dentro da estrutura empresarial à qual pertence e facilita a gestão da administração nos correspondentes níveis de responsabilidade. OBJETIVOS DA AÇÃO DE FORMAÇÃO • Estabelecer a estrutura organizativa da oficina tendo em conta a equipa humana. • Definir as funções desenvolvidas na oficina. • Identificar os trâmites administrativos derivados das funções e das obrigações adquiridas juntamente com a administração. • Atribuir as funções e responsabilidades da estrutura em torno de uma cultura da empresa.

correto controlo dos custos do trabalho e ao conceito da qualidade na oficina de reparação como ferramenta para o estabelecimento de objetivos de melhoria contínua. A implantação de todas estas questões torna-se mais necessária, se é que é possível, para se poder subsistir num mercado de grande concorrência, com um cliente cada vez mais informado e, consequentemente, mais exigente em relação aos serviços que solicita. Todas as necessidades indicadas anteriormente vão ter resposta através dos conteúdos de uma série de cursos online concebidos pela CZ, dos quais o curso de Estrutura organizativa da oficina de reparação de veículos é o primeiro desta série. Com esta ação formativa pretende-se delimitar o que encerra o termo “organização” como um sistema concebido para alcançar certas metas e objetivos. A coluna vertebral dos conteúdos vai ser a forma como as pessoas, as tarefas e a administração, comos partes integrantes da organização da oficina, se devem interligar no âmbito de uma estrutura sistemática para cumprir com os objetivos da mesma.

Faz sentido perguntar se as oficinas que não têm as suas funções e responsabilidades documentadas funcionam. A resposta é óbvia... funcionam! Como o demonstra o facto de que o invulgar é encontrar uma que tenha esta documentação implementada. No entanto, o facto de as oficinas funcionarem não quer dizer que sejam empresas com uma boa rentabilidade, sobretudo quando se tem em conta que a maioria das oficinas é constituída por pequenas estruturas cujo aproveitamento da mão de obra está abaixo dos 70%, o que torna evidente a necessidade de melhorar. ONDE MELHORAR? Num modelo de gestão habitualmente centrado na resolução de problemas relacionados diretamente com as intervenções nos veículos e na diversidade de problemas diários que a atividade envolve, devemos ter em conta algumas considerações. Por um lado, apenas pode ser melhorado aquilo que foi reconhecido como um problema e caso seja tomada a decisão de analisar as causas que o provocaram para se poder eliminá-las. Por outro lado, existem potenciais

CONTEÚDO ORGANIZAÇÃO DA OFICINA O curso é iniciado com a definição de uma oficina de reparação de veículos, relativamente à legislação que lhe é aplicável. Tenta-se que os participantes tenham a oportunidade de rever o RD 1457/1986 (lei espanhola) vigente até abril de 2010 pelo qual são reguladas a atividade industrial e a prestação de serviços nas oficinas de reparação de veículos automóveis, dos seus equipamentos e componentes; as modificações introduzidas pelo RD 455/2010 (lei espanhola), de 16 de abril; e a legislação, caso exista, da Comunidade Autónoma correspondente. FUNÇÕES DA OFICINA O conteúdo seguinte leva-nos a conhecer o conceito organizativo da estrutura, desde a ferramenta que é o organigrama até aos conceitos de organização vertical ou horizontal. Aqui, elabora-se uma exaustiva relação das funções por cada posto de trabalho que uma oficina de reparação de automóveis pode incluir. Exemplos concretos que ajudam à compreensão da função e à sua atribuição às pessoas responsáveis e a quem as substitui em caso de necessidade. No final deste módulo, o participante será capaz de elaborar o organigrama e a redação de todas as funções que pretenda, adaptadas à sua própria oficina. TRÂMITES ADMINISTRATIVOS O desenvolvimento dos trâmites administrativos e a forma de os realizar têm uma incidência

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REPARAÇÃO

ORGANIZAÇÃO DA OFICINA

MARKETING

CLIENTE

CONTABILIDADE

VENDAS

GESTÃO DE INTERVENÇÕES

RECEÇÃO

ADMINISTRAÇÃO

ARMAZÉM

GESTÃO FORNECEDORES

CONTROLO DE QUALIDADE

PLANEAMENTO DE PRODUÇÃO

PRODUÇÃO

SERVIÇOS GERAIS

LOGÍSTICA

EQUIPA TÉCNICA

TÉCNICOS

GESTÃO DE ENTREGAS

ATENÇÃO AO CLIENTE

CLIENTE

COMPRAS, PEDIDOS E FORNECIMENTOS As compras estão relacionadas com o tratamento dos materiais, com o seu armazenamento, a sua receção, a escolha do fluxo que devem seguir para dar serviço aos técnicos que os devem utilizar, e com a devolução, caso surjam casos de rejeições ou retirada de elementos não conformes com o pedido que tinha sido realizado. O procedimento utilizado na organização da oficina para executar o movimento dos materiais influencia diretamente a produtividade da mão de obra direta. Neste módulo são disponibilizados alguns exemplos práticos que podem ser aplicados em qualquer oficina de reparação.

direta nos resultados das intervenções sobre os veículos e nos resultados da atividade em geral. O tratamento escrupuloso e disciplinado dos orçamentos, peritagens, inspeções prévias, compras, receções, etc., é a base na qual serão sustentadas as análises necessárias para uma boa organização da atividade. O formando terá à sua disposição um organigrama completo do fluxo documental que é gerado na oficina. Para além da produção burocrática, a unidade transmite a utilidade de se dispor dos registos que são gerados para a sua posterior análise. Esta burocracia é uma das fontes de dados que a oficina deve utilizar para o estabelecimento de objetivos e melhorias. CULTURA DA EMPRESA Fazendo parte da organização da empresa, o pessoal deve identificar-se com um estilo comum de fazer as coisas, eliminando atitudes que não se encontrem definidas por alguns princípios essenciais. Será tratado o conceito de Cultura da Empresa proporcionando a ferramenta para que cada participante a possa definir no seu próprio contexto.

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MARKETING NA OFICINA Uma breve abordagem sobre o marketing na oficina pretende dar pistas aos responsáveis para a procura de oportunidades no respetivo contexto. VENDAS E ORÇAMENTOS As vendas e orçamentos, e as suas funções mais representativas, assumem protagonismo dentro desta formação, e é revista a função do rececionista como parte importante, primeiro contacto e imagem da oficina perante o cliente. Um dos objetivos fundamentais da oficina, que é conseguir a satisfação dos respetivos clientes e o aumento das vendas, leva à implementação de inquéritos e à análise dos mesmos para que se consigam tais objetivos. Este módulo estabelece exemplos de inquéritos, propõe índices de seguimento úteis para seguir a evolução das vendas e apresenta exemplos concretos. Tudo isto para que no final do mesmo, o formando esteja em condições de implementar aquilo que julgue ser necessário na sua oficina.

REVISÃO DO SISTEMA ORGANIZATIVO Por fim, o curso expõe a necessidade que a administração de uma oficina tem de fazer uma revisão periódica a todo o sistema organizativo. Desta necessidade surgem as reuniões periódicas que devem estar programadas como mais uma atividade e cujo objetivo fundamental é o seguimento de resultados, a exposição de problemas detetados e a determinação de ações corretivas para a resolução dos mesmos. CONCLUSÃO No Centro Zaragoza considerámos que aquilo que é abordado nesta ação formativa incide diretamente no tratamento de temas aos quais, habitualmente, os responsáveis das oficinas não dedicam o seu trabalho. Com isto, esperamos contribuir para o despertar da atenção sobre aspetos importantes que, eventualmente, devem criar predisposição para a realização de outras atividades, sempre destinadas a procurar pontos de melhoria que aumentem o rendimento da oficina. Se desejar conhecer mais sobre estas ações de formação, pode contactar o +34 976 549 890 ou o email cursos@centro-zaragoza.com. /


REPARAÇÃO

MANUTENÇÃO

MITSUBISHI ASX 1.6 DI-D 114 INTENSE

MITSUBISHI ASX 1.6 DI-D Feito sobre a plataforma GS da Mitsubishi (a mesma do Outlander), o ASX é um crossover que já conheceu várias evoluções e está, atualmente, à venda com motor diesel e a gasolina. Análise à versão diesel.

O

preço de 24.400 euros para a versão diesel, oferece um ASX com um nível de equipamento interessante e um motor a gasóleo sobrealimentado com 1.6 litros e 114 CV. A versão Black Edition oferece 3500 euros de desconto e jantes de liga leve de 18 polegadas mais 1000 euros se entregar para abate um veículo, num total de 4500 euros de oferta. Alvo de várias remodelações, o ASX conheceu sucesso inicial, mas tem vindo a experimentar mais dificuldades devido ao avolumar de concorrentes mais modernos e com melhor oferta, num segmento cada vez mais preenchido. O preço, simpático dado o equipamento, não tem correspondência nos custos de manutenção, pois cada centena de quilómetros vai custar-lhe 6,02 euros. Ou seja, cada milhar de metros percorrido custa-lhe 6 cêntimos. CADA 100 QUILÓMETROS CUSTAM 6,02€ A bitola de análise do Mitsubishi ASX é a mesma de sempre, ou seja, 48 meses/120 mil quilómetros. Contas feitas, após esse período, o seu ASX terá gasto 7.223,93€ em custos de manutenção, qualquer coisa como 1.805,99 euros por ano ou 150,50 euros por mês. Cada centena de quilómetros vai custar 6,02 euros. A maior fatia destes custos vai ser gasta com pneus. O ASX utiliza a medida 225/55 18 e terá de gastar 2.067 euros em borrachas, e cerca de 200 euros em válvulas, calibragens e alinhamentos. A seguir, vem a fatura das peças de des-

gaste que chega aos 2.805,54 euros. Travagem é a área mais dispendiosa com 698,65 euros de pastilhas para a frente, 360,58 euros para as rodas traseiras, 670 euros para dois jogos de discos de travão para a frente e um jogo para trás e 43 euros para líquido de travagem. A carga do ar condicionado (100 euros) e um kit de embraiagem (635 euros) são as outras despesas mais fortes. As revisões fecham o pódio das intervenções mais caras com 1.404,18 euros em 48 meses. A mão de obra reclama parte de leão deste valor com 637,84 euros, seguindo-se o lubrificante (cada muda são 3,9 litros) com 352,40 euros e os filtros (pólen, 161 euros, ar, 55,80 euros e combustível, 112,44 euros). Terá de ser contabilizada, também, uma Inspeção Periódica Obrigatória (IPO) que custa 27 euros e o ajuste da inflação que chega aos 750,87 euros. Já o IUC do ASX custa 141,47 euros/ano. O Mitsubishi ASX faz revisões a cada 12 meses ou 20 mil quilómetros ( o que acontecer primeiro), troca o filtro de ar a cada 60 mil quilómetros, filtros de óleo e habitáculo a cada 20 mil e o de gasóleo a cada 40 mil. Os discos dianteiros aguentam 60 mil quilómetros, o ar condicionado deve ser carregado a cada 100 mil e as pastilhas da frente não duram mais que 20 mil kms. Os pneus devem ser trocados a cada 40 mil km. Finalmente, dizer que o valor da mão de obra é de 37,52 euros/hora. Como sempre, a todos estes preços acresce o IVA à taxa legal de 23%. Para mais informações, contacte Luís Ribeirinho, diretor comercial da 4Fleet, através do telefone 910401216 ou do email ribeirinho@4fleet.pt. /

Caraterísticas do Veículo Potência (cv) 114 Cilindrada (cc) 1560 EuroNCap CO2 119 Tração / Transmissão Dianteira / Manual Caixa de Velocidades 6 velocidades Carroçaria Todo Terreno (TT Pequeno) Valor N.º Revisões 1.404,18 € Mão-de-Obra 637,84 € [17,000] Óleo 352,40 € [6] Capacidade do carter (litros) 3,90 [lts] Tipo de óleo Semi sintético Filtro de Óleo 55,80 € [6] Filtro de Ar 84,54 € [2] Filtro de Pólen 161,16 € [6] Filtro de Combustível 112,44 € [3] Velas - € [0] Desgaste 2.805,54 € Escovas Limpa Para Brisas Frente 237,39 € [4] Escovas Limpa Para Brisas Tras 59,35 € [2] Pastilhas Frente 698,65 € [6] Pastilhas Tras 360,58 € [3] Discos Frente 435,75 € [2] Discos Tras 234,78 € [1] Liquido de Travão 43,68 € [3] Correia Distribuição - € [0] Embraiagem 635,36 € [1] Carga Ar Condicionado 100,00 € [1] Escape - € [0] Bateria - € [0] Amortecedor Frente - € [0] Amortecedor Tras - € [0] Bomba Agua - € [0] Filtro Particulas - € [0] Tarefas Extra - € Avarias - € Eléctricas - € Total - € Pneus 2.236,34 € Pneus Frente 225/55R18H Pneus Trás 225/55R18H Pneus 2.067,00 € [10] Alinhamento de Direcção 60,00 € [3] Equilibragem 80,04 € [10] Válvula 29,30 € [10] Outros 777,87 € IPO 27,00 € Inflação 750,87 € Ajustes - € Custos de Manutenção Total 7.223,93 € /100 kms 6,02 € Consumo misto 4,60 lts / 100 kms IUC 141,47 € * Indica percentagem proteção adultos/proteção crianças/ proteção peões/sistemas de segurança ativa ** Número de vezes peça é substituida Valores sem IVA

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NOTÍCIAS

PNEUS

15º ENCONTRO DA REDE VALORPNEU

NOVA LICENÇA PROMETIDA PARA 2018

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Valorpneu deverá ver a sua licença renovada, assim que o projeto Unilex esteja concluído na União Europeia, anunciou o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, no 15º Encontro da Rede Valorpneu, realizado em Monsaraz. “A partir do momento que a concessão da licença dependa apenas do Estado Português, esta será atribuída à Valorpneu”, afirmou o governante “O projeto UniLEX atrasou, mas espera-se que até ao final do ano fique fechado, podendo a licença da Valorpneu ser atribuída logo no primeiro trimestre de 2018”, acrescentou. O projeto UniLEX consiste na consolidação da legislação em matéria de Fluxos Específicos de Resíduos, a qual deverá ter em consideração o novo “Pacote Resíduos” no quadro da estratégia da economia circular, e se encontra em processo de notificação nas instâncias comunitárias. O 15º Encontro da Rede Valorpneu contou com dois painéis, subordinados aos temas “Atualidade e perspetivas no domínio do fluxo de pneus usados” e “Atualidade e perspetivas no domínio do fluxo de pneus usados”. No primeiro painel, moderado Climénia Silva, diretora geral da Valorpneu, participaram representantes da DGAE, da IGAMAOT e da APA. Por sua vez, o segundo painel contou com as intervenções de elementos da indústria da reciclagem (Recipneu, Biosafe e Biogoma), da recauchutagem (José Gomes) e ainda Paulo Mesquita, da Lusitano Pneus, e Luís Realista, da AVE – Gestão Ambiental e Valorização Energética. Este painel foi moderado por Neusa Guerreiro, gerente da Valorpneu. /

CONTINENTAL INICIA PRODUÇÃO DE BORRACHA SINTÉTICA Após seis anos de trabalho com vários parceiros na busca de uma borracha sintética feita a partir de uma planta russa chamada Taraxacum, em português “dentes de leão”, a Continental anunciou, em 2016, a construção de uma fábrica dedicada

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a este novo produto, em Anklam, próximo da costa báltica da Alemanha. Agora, esse projeto vai mesmo avançar, tendo a Continental anunciado que já iniciou a primeira fase desta empreitada de 35 milhões de euros, que ficará conhecida como “Taraxagum Lab Anklam”. O objetivo desta nova unidade é reduzir a dependência da Continental de matérias primas importadas. A comercialização do “Taraxagum” (nome dado á borracha sintética feita a partir do Taraxacum) é olhada como projeto de médio prazo.

ALFRED GRAHAM REELEITO PRESIDENTE DA ITMA Votação unanime ofereceu a reeleição de Alfred Graham como presidente da ITMA (International Tyre Manufacturers Assosiciation). O presidente reeleito esteve dois anos à frente dos destinos da associação com excelentes resultados. Os estatutos exigem que a cada dois anos haja eleições e por isso, Graham teve de passar por este escrutínio. O resultado final foi a unanimidade de votos para mais um mandato. Eleição que decorreu em Espanha e que assistiu à manutenção

de Tony Archer, como responsável das finanças da associação. Alfred Graham declarou no final que “a ITMA é única e representa, exclusivamente, os interesses dos importadores e construtores de pneus na Europa. Sem o apoio da ITMA, as regras e leis impostas à indústria, seria difícil para marcas independentes competirem no mercado.”´


ESTUDO FUTURE MARKET

ENCHIMENTO AUTOMÁTICO VALERÁ 3,2 MIL MILHÕES

S

egundo um estudo feito pela Future Market Insights, o mercado dos sistemas de enchimento automático de pneus deverá chegar a 1,9 mil milhões de euros em 2017 e ultrapassar os 3 mil milhões em 2027! Ou seja, um crescimento anual de 5,6% nos próximos 10 anos. O sistema de enchimento automático dos pneus é feito com uma tecnologia que pode ser incluída nos pneus para gerir a pressão de ar de cada pneu, tirando ou inflando ar consoante as necessidades. Consegue fazer isto com o veículo em movimento. Algo que será muito importante no futuro, mas que já hoje tem impacto como se percebe pelo volume de negócio já atingido. O relatório que refere estes números – “Automatic Tire Inflation Systme Market: Global Industry Analysis 2012 – 2016 and Opportunity Assessement 2017 – 2027” – desenha um cenário que impacta de forma clara o mercado dos pneus e abre a possibilidade de entrada de novos players no mercado. O sistema ainda está no domínio dos veículos militares e dos camiões e galeras, mas o crescimento será assegurado mesmo que a utilização do sistema nos veículos ligeiros não seja uma realidade, para já. Porém, este crescimento pode ser atrapalhado por vários fatores. Primeiro, uma passiva ou lenta aceitação do sistema no mercado global. Depois, a redução do investimento dos países em material militar, finalmente, os elevados custos de manutenção do sistema.

PNEUS AGRÍCOLAS

MICHELIN ALIENA CAPITAL DA DOUBLE COIN A marca francesa vendeu 40% da sua parte do capital na Double Coin (Anhui) Warrior Tire Co. Ltd. Dessa percentagem, 30 por cento foi alienada ao Huayi Group de Hong Kong, pela Compagnie Financiere Michelin SCmA e 10% à Double Coin Tire Group Co., percentagem essa na possa da Michelin (China) Investment Co.. A parceria existente entre a Michelin, a Double Coin Tire Group e o grupo Huayi vinha de 2011 e terminou de mutuo acordo entre as partes, permitindo seguir caminhos próprios.

BRIDGESTONE NA AGRITECHNICA 2017

C

om 2.900 expositores internacionais e mais de 450.000 visitantes de todo o mundo, a Agritechnica é considerada o mais importante evento de apresentação de engenharia agrícola e a Bridgestone e a sua marca Firestone, estiveram presentes. Para além dos pneus agrícolas Firestone, a Bridgestone apresentou o VT Tractor, que proporciona aos agricultores uma excelente tração no solo. A tecnologia “Very High Flexion” (VF) permite ao VT-Tractor operar também com baixa pressão de ar, devido à elasticidade especial do pneu e ao padrão de piso renovado – ou seja, até 0.4 bar abaixo dos pneus que usam tecnologia padrão, o que não só permite aos agricultores transportar cargas pesadas e preservar os solos, como também poupar no combustível. A época das colheitas é umas das alturas mais importantes para os agricultores, e os novos pneus VTCombine permitem realizar um trabalho eficiente em menos tempo, devido a uma maior capacidade de carga cíclica a 15 km/h, ao invés dos 10 km/h dos pneus padrão. O pneu ajuda também a maximizar o lucro, pela sua maior capacidade de carga, ótima tração (com o novo e patenteado padrão de entalhes), durabilidade, conforto e preservação do solo.

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OPINIÃO

JURÍDICO

TRANSPORTE DE CRIANÇAS

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xistem uma série de cuidados a ter no transporte de crianças esse bem precioso - para que o referido transporte seja realizado de forma segura e de acordo com as obrigações legais aplicáveis. O transporte de crianças encontra-se regulado no artigo 55.º do Código da Estrada.

É fundamental saber que sempre que se transportem crianças com menos de 12 anos ou com menos de 135 cm de altura, estas devem ser transportadas fazendo uso de um Sistema de Retenção para Crianças devidamente homologado e que terá de ser escolhido e adaptado tendo em consideração o tamanho e peso da(s) Criança(s) transportada(s). Estes sistemas devem – em regra - ser utilizados nos bancos traseiros do veículo, a menos que a criança (a) Idade inferior a 3 anos e o transporte se fizer utilizando sistema de retenção virado para a retaguarda, não podendo, neste caso, estar ativado o airbag no lugar do passageiro ou (b) Idade igual ou superior a 3 anos e o automóvel não dispuser de cintos segurança no banco da retaguarda ou não possua banco na retaguarda. Deve referir.se que, de acordo com os estudos mais recentes, é mesmo aconselhável que crianças até aos 3 anos devam circular “de costas”, ou seja, estando o sistema de retenção virado para a traseira do veículo, seja com os sistemas tipo “ovo”, sejam as convencionais cadeiras. Sempre que o sistema de retenção seja utilizado no lugar da frente, deve ter sempre o cuidado de desligar o Airbag já que a explosão do mesmo, em caso de acidentem, pode provocar lesões graves.

MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO

Nos automóveis que não estejam equipados com cintos de segurança é proibido o transporte de crianças de idade inferior a 3 anos. Também considerados Sistemas de Retenção de Crianças são os bancos elevatórios que devem ser utilizados, desejavelmente por crianças com mais de 8 anos. Como se referiu antes, em regra, as crianças devem ser transportadas nos bancos traseiros, podendo, no entanto, e de acordo com o CE, viajar nos lugares dianteiros a partir do momento que completem 12 anos e tenham mais de 135cm de altura. Por fim, se se mostrar necessário transportar 3 crianças com menos de 12 anos e menos de 135 cm, e não sendo fisicamente possível a colocação de três sistemas de retenção, em simultâneo, no banco traseiro, poderá, nessa circunstância, uma das crianças que tiver mais altura e desde que tenha mais de 3 anos de idade, ser transportada no banco dianteiro, fazendo ela também uso de um sistema de retenção devidamente homologado e adaptado à sua idade e estatura. A infracção às obrigações e limitações impostas pelo Artigo 55.º é punida com a aplicação de uma coima que poderá variar entre os 120 e os 600 euros por cada criança transportada indevidamente.

Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica. O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga grafia.

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