Turbo Oficina 89

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#89 OUT. / NOV. 2021

2,90€ (CONT.) PUBLICAÇÃO BIMESTRAL

LUÍS RIBEIRO,

DIESEL TECHNIC “NUNCA IREMOS COMPROMETER A NOSSA QUALIDADE”

profissional

100 ANOS BOSCH CAR SERVICE

CELEBRAR O PASSADO E PREPARAR O FUTURO

EXPOMECÂNICA REGRESSO COM NOTA MUITO POSITIVA

CABINAS DE PINTURA INOVAÇÃO AUMENTA RENTABILIDADE

AUTOMECHANIKA EDIÇÃO DIGITAL SERVIU PARA PREPARAR 2022

CESVIMAP: A PINTURA E SECAGEM DE VEÍCULOS ELÉTRICOS



profissional

SUMÁRIO #89 / OUTUBRO/NOVEMBRO 2021

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PROTAGONISTA

Luís Ribeiro: Novo diretor de vendas revela a estratégia e pontos-fortes da Diesel Technic

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ATUALIDADE

Expomecânica: Regresso com forte adesão do Aftermarket

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ATUALIDADE

Automechanika Digital Plus: Edição "híbrida" ajudou a preparar o regresso presencial em 2022

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ATUALIDADE

DPAI apresenta dados atualizados do Observatório do Aftermarket

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ESPECIAL

Bosch Car Service: A história dos 100 anos Aposta da rede na inovação para manter a liderança Bosch Braga pesquisa Lidar e Sensores

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DOSSIER

Cabinas de Pintura: Inovações tornam as oficinas mais competitivas

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ESPECIALISTA

Entrevista MANN+HUMMEL: Inovação é um pilar na estratégia da especialista em filtragem

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TÉCNICA

Cesvimap: A pintura e secagem de Veículos Elétricos

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TÉCNICA

Centro Zaragoza: As vantagens dos aparelhos no processo de pintura

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OUTUBRO/NOVEMBRO 2021 TURBO OFICINA


EDITORIAL

UMA EXCELENTE NOTÍCIA A

evolução da pandemia tem sido marcada por avanços e recuos na liberdade de movimento das pessoas. Mas neste outono, em que as autoridades de saúde nos convidam a regressar aos poucos ao “velho normal”, os números finais da Expomecânica mostram que a insegurança e os medos que pairavam estão aos poucos a ser ultrapassados. É de assinalar a presença de 218 expositores e mais de 15.000 visitantes, só menos 839 pessoas que na edição de 2019. Esta forte adesão é uma excelente notícia, e sem dúvida um sinal de confiança e esta edição da Expomecânica nos ofereceu. Entre os destaques da Expomecânica estiveram novas soluções para viaturas eletrificadas e os ADAS, o que nos alerta para a crescente presença de novas tecnologias no aftermarket. Isso exige um esforço contínuo de atualização, cenário que é desafiante para todas as oficinas, seja qual for a sua dimensão e historial. É de assinalar como a Bosch Car Service, apesar do knowhow obtido nos 100 anos que agora celebra, continua a investir fortemente na preparação para estas transformações. Eva Moreno, responsável de marketing para o mercado ibérico,

afirma mesmo que a rede "já sabe como serão os automóveis que vão visitar as nossas oficinas agora e também em 2030". Essa capacidade para antecipar o impacto que vão ter a condução autónoma, eletrificação e conetividade, bem como as mudanças na gestão integrada e nos hábitos dos clientes é essencial para triunfar. E toda a cadeia de valor do aftermarket terá papel essencial para apoiar esta transição. Enfrentar estes desafios em conjunto será essencial para o sucesso. Se é verdade que a pandemia nos tem oferecido diversas lições, algumas foram positivas para preparar este futuro. A obrigação do trabalho à distância potenciou a componente digital das empresas, agora mais capacitadas ao nível da eficácia logística, formação e comunicação com os clientes, para quem ter um contacto próximo e imediato é cada vez mais essencial. Com a vontade e força que o após-venda mostrou na Expomecânica, e estas novas armas para capitalizar com a digitalização do negócio, há que ter confiança de que o pior da pandemia já passou e as empresas estão mais preparadas para enfrentar os desafios do futuro.

profissional

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NUNO FATELA E D ITO R CHE FE

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ENTREVISTA

DIESEL TECHNIC

QUEREMOS FORTALECER OS VÍNCULOS COM OS NOSSOS PARCEIROS Luís Ribeiro é o novo Diretor de Vendas da Diesel Technic para território nacional, e revelou à Turbo Oficina que a realidade que encontrou superou as suas expetativas. Confiante que a qualidade dos componentes e o serviço premium, aliados às vantagens do Partners Portal, são trunfos para fortalecer ainda mais os laços com os parceiros da DT, considera que estes são os principais embaixadores das marcas do grupo em Portugal Texto Nuno Fatela

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uís Ribeiro é desde julho o novo Diretor de Vendas da Diesel Technic para Portugal, onde tem como principal missão dar um impulso às vendas da DT Spare Parts e SIEGEL Automotive no território nacional. Com vasto conhecimento do sector do aftermarket luso, o novo responsável fez um balanço dos primeiros meses no cargo e revelou que o reforço da presença no mercado das furgonetas e potenciar a oferta de soluções através do Partners Portal são duas das metas a alcançar. Assinalando que a vasta oferta distingue a DT da concorrência, pois permite suprir todas as necessidades da oficina, Luís Ribeiro considera que uma relação próxima com os clientes será também importante para o sucesso da Diesel Technic. Como analisa estes primeiros tempos no cargo de Diretor de Vendas da Diesel Technic? Superaram as minhas expectativas, que já eram positivas e elevadas. É uma empresa muito séria, muito bem organizada, muito “alemã”, que conta com profissionais que, trabalhando em equipa, funcionam de uma forma muito eficiente e focada no cliente. Além demais, fui muito bem recebido e os meus colegas têm ajudado muito na minha adaptação. O que o motivou mais a aceitar este convite? Precisamente a possibilidade de fazer parte de uma empresa que eu já admirava pela sua seriedade, pelo seu histórico de inovação e qualidade, e pela imagem de parceiro fiável que apresenta soluções completas e com qualidade ao após-venda dos veículos pesados, sector que conheço muito bem. Quais os principais desafios e objetivos para o futuro? Sendo as nossas marcas DT Spare Parts e SIEGEL Automotive amplamente reconhecidas no mercado português de peças para pesados, pretendemos que sejam também uma das primeiras referências a ter em conta na reparação de furgonetas onde temos vindo a alargar muito a variedade de referências disponíveis. Pretendemos potenciar ainda mais, junto dos nossos Clientes, o uso da nossa plataforma web de informação e compras, o “Partner Portal”. Quais os pontos-fortes da DT no mercado? Na realidade a Diesel Technic oferece: um serviço premium baseado na reconhecida qualidade e na maior gama de produtos do mercado para pesados e na sua imediata disponibilidade; a excelência da nossa plataforma de compras e informação

o “Partner Portal”; o nosso programa “Premium Shop” de fidelização das Oficinas aos nossos produtos fornecidos pelos nossos Distribuidores; e uma rede de Distribuidores que cobre adequadamente todo o território Continental e Ilhas. Como se pretendem diferenciar dos outros concorrentes? Nenhuma outra marca tem uma gama tão ampla para pesados como a DT Spare Parts, nenhuma outra empresa tem o mesmo nível de disponibilidade que nós e tão pouco dispõem de uma ferramenta de interacção tão potente como o nosso “Partner Portal”. FORTALECER E PERSONALIZAR RELAÇÕES COM OS PARCEIROS Reforçar a presença da DT Spare Parts e Siegel Automotive no mercado é um dos objetivos anunciados. Como pretendem fazer isso? O principal é fortalecer os vínculos que nos unem aos parceiros que já pertencem a nossa rede de Distribuidores. Eles são definitivamente os embaixadores das nossas marcas, são eles que recomendam os nossos produtos ao Cliente final. Por isso a nossa intenção é focarmo-nos em facilitar-lhes esse trabalho através dos nossos vários serviços e das ferramentas de marketing de que dispomos.

"Os parceiros são embaixadores das nossas marcas, são eles que recomendam os nossos produtos ao cliente final"

A ideia passa por uma estratégia conjunta ou uma separação na promoção das duas marcas, até porque se destinam a públicos distintos? Mais do que a diferentes públicos, estão focadas a diferentes necessidades. Na SIEGEL Automotive os preços são especialmente atrativos, enquanto na DT Spare Parts é a qualidade quem assume o total protagonismo. Dependendo da antiguidade da viatura, do uso que se faça da mesma, e da família de produto…então será mais interessante uma ou outra.

As estratégias para Portugal e para Espanha serão similares ou existe liberdade para cada um dos Sales Manager desenvolver um plano específico para cada mercado? Cada mercado tem as suas peculiaridades, mas Portugal e Espanha não são especialmente diferentes. Como exceção, talvez, de um maior interesse português pela exportação para os mercados africanos de língua oficial portuguesa. 7

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ENTREVISTA Mais do que planos específicos para cada mercado, o que pretendemos é personalizar ao máximo as relações com os nossos distribuidores, porque acreditamos que esta é a melhor maneira de os ajudarmos a alcançar os seus objetivos. E se os nossos parceiros alcançarem os seus objetivos, necessariamente nós alcançaremos os nossos. Haverá descontos ou outras ofertas destinadas a reforçar a fidelização dos clientes? Como já mencionei, nós tentamos sempre adaptarmo-nos às necessidades do mercado. No entanto, nunca iremos comprometer a nossa qualidade, nem baixar o nosso nível de serviço. Estas são as duas razões principais porque não somos muito amigos dos descontos, nem das ofertas. A fidelidade dos nossos clientes é obtida principalmente pela nossa elevada qualidade e excelente serviço. Nós recompensamos os nossos distribuidores com uma garantia de 24 meses para todos os produtos DT Spare Parts, e os seus Clientes finais com ótimos prémios através do nosso “Premium Shop”. O portefólio da Diesel Technic conta com mais de 40.000 produtos. Isso representa uma vantagem? Sem dúvida, porque permite efetuar reparações e manutenções completas com um único pedido a um dos nossos distribuidores. Isto simplifica o processo de compra dos clientes dos nossos distribuidores, porque poupam tempo na procura das peças, na gestão da receção das peças e diminuem ainda os custos de transporte associados.

DT APOSTA NOS EIXOS DE TRANSMISSÃO A Diesel Technic tem vindo continuamente a apostar na expansão da sua gama, de forma a permitir às oficinas encontrar todos os componentes que precisam através do Partners Portal. Luís Ribeiro revela que, entre as gamas que vão ser reforçadas ao longo dos próximos meses, “queremos potenciar os eixos de transmissão”, destacando que se trata de “uma nova gama especialmente atrativa que oferecemos atualmente, e para a qual contamos já com 100 referências distintas disponíveis para fornecimento imediato”.

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Luis Ribeiro, na companhia de Martin Ratón, General Manager da filial ibérica da Diesel Technic, e de Carlos Fernandez, Diretor de Vendas da DT para Espanha

Uma das alterações que a pandemia nos trouxe foi o reforço da digitalização. Qual o seu impacto no processo de vendas e na comunicação com os clientes? Dado que atualmente, devido à pandemia, nem sempre as visitas presenciais são fáceis de organizar, utilizam-se as videochamadas e os telefonemas de sempre. No entanto, acredito que nos próximos tempos vamos voltar à normalidade. As visitas presenciais são muito importantes para reforçar as relações. No que diz respeito aos processos de venda diários, há vários anos que a

"Na SIEGEL Automotive os preços são especialmente atractivos, enquanto na DT Spare Parts é a qualidade que assume total protagonismo" 8


VASTA EXPERIÊNCIA É UM TRUNFO IMPORTANTE Luís Filipe Paiva Ribeiro assumiu o cargo de Sales Manager da rede de distribuidores da Diesel Technic para Portugal em julho, ficando responsável por gerir a presença em Portugal das marcas da Diesel Technic, a DT Spare Parts e a Siegel Automotive. Com um vasto currículo académico e o know-how acumulado em várias áreas do aftermarket, Luís Ribeiro considera essa experiência importante para assumir estas novas funções, já que tem conhecimento das necessidades distintas dos diferentes players. Luís Ribeiro licenciou-se em Gestão Financeira no ano de 1997 no IESF (Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais”), tendo posteriormente finalizado em 2014 o Programa de Direção de Empresas da AESE Business School. Já em 2017 obteve o certificado do Advanced Management Program for Automotive After-Sales Professionals da Nova School of Business and Economics, da Universidade Nova. A nível profissional o seu percurso teve início na área financeira, entre 1998 e 2001, entrando para o

Diesel Technic recebe mais de 95% dos pedidos através do “Partner Portal”, a esse nível não ocorreu qualquer alteração significativa. Que novidades podemos esperar nesse relacionamento durante os próximos tempos? A pandemia está a complicar-nos o desenvolvimento do “Partner Program”, cujo objetivo é o desenvolvimento e crescimento junto com os nossos parceiros Distribuidores. Apesar dos constrangimentos, estou a levar a cabo a minha apresentação, quer seja presencialmente quando as circunstâncias o permitem ou através de videochamadas ou de chamada telefónica tradicional. De uma forma ou de outra ,o importante é estabelecer o contacto com a nossa rede de Distribuidores em Portugal.

sector automóvel através da AutoItalia & TFL Motor Group, como Manager no Departamento de Contabilidade e Gestão, de 2001 a 2004. Após passar os dois anos seguintes como Managing Partner do Global Motor Internacional de Abidjan, assumiu funções na Civiparts, onde ocupou entre 2004 e 2005 o cargo de Gestor de Produto. Após estar nesta mesma posição entre 2005 e 2008 no Autoengenhocas Reparações Automóveis, passou treze anos, entre fevereiro de 2008 e março de 2021, como Diretor de Compras e Peças da Reta (Grupo Luís Simões), de onde se transferiu para o cargo de Sales Manager da Diesel Technnic já este ano. Por este vasto currículo no sector automóvel, com grande incidência na área dos veículos pesados, Luís Ribeiro considera que “o facto de ter a experiência passada similar à dos clientes da Diesel Technic ajuda-me a perceber e satisfazer melhor as suas necessidades”. E completa esta análise apresentando mais uma vantagem, recordando que muitos destes clientes “são conhecidos meus de há muitos anos”.

COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS VÃO CONTINUAR A DOMINAR NOS PESADOS Como analisa a evolução do aftermarket nos últimos tempos? Com a pandemia torna-se complicado tentar prever a evolução das coisas. No entanto, creio que não restam dúvidas de que o sector do transporte é uma atividade essencial, e que as empresas que garantem que esses transportes continuam 9

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ENTREVISTA

a funcionar, bem como todas as que estão no aftermarket, também o são. E isso permite-nos permanecer mais tranquilos quanto ao futuro. E num momento em que o sector turístico e as empresas que dão serviço ao canal Horeca voltam a funcionar, as vendas irão melhorar seguramente. E que tendências considera que serão mais disruptivas nos próximos anos? Sinceramente, não esperamos que a curto e médio prazo se produzam alterações significativas nas necessidades dos nossos clientes. Observamos há algum tempo que algumas das compras de viaturas para frotas urbanas de transporte de passageiros se estão a orientar para combustíveis alternativos, principalmente para o gás. Outras estão a testar viaturas elétricas, como algumas frotas de furgonetas para a entrega de última milha. Mas acreditamos que a grande maioria do parque de viaturas pesadas irá continuar a consumir combustíveis fósseis durante largos anos. Como vai a Diesel Technic acompanhar esta evolução? A Diesel Technic está presente em mais de 150 países e recebe milhões de consultas mensais através do nosso “Partner Portal”. Estes dados, junto com a escuta ativa daquilo que os nossos parceiros distribuidores e seus clientes necessitam, permitem que estejamos sempre por dentro do que se está a passar no nosso mercado. Além de tudo, mais recentemente e para apoiar os clientes dos nossos distribuidores abrimos uma linha de apoio para os profissionais das oficinas atra-

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"Nunca iremos comprometer a nossa qualidade, nem baixar o nosso nível de serviço" vés dos nossos “Parts Specialists”, linha através da qual podem fazer consultas técnicas. A pandemia trouxe vários pontos negativos, mas considera que houve áreas (por exemplo, a formação ou o uso de ferramentas digitais) que foram impulsionadas pela nova realidade? Não restam dúvidas que a pandemia veio acelerar muito a transição para o digital e para a sua utilização, com todos os benefícios que daí advêm. Os últimos renitentes à utilização de ferramentas digitais tiveram que se converter às mesmas e já não sabem viver sem elas. Outra coisa que a pandemia deixou bem claro é que fornecedores fiáveis, como a Diesel Technic é um dos melhores exemplos, são essenciais no bom funcionamento do nosso sector. Que impacto terá isso também na área comercial de empresas como a DT? Essencialmente ficou claro que temos que estar totalmente disponíveis, aliás como sempre, mas agora também em outros formatos, para os nossos clientes, ajudando-os onde e como precisarem, escutar atentamente as suas necessidades e apresentar-lhe soluções ajustadas às mesmas. 10



NOTÍCIAS

First Stop e Iberdrola criam rede ibérica de carregadores A rede de oficinas First Stop e a Iberdrola anunciaram um projeto para a instalação de carregadores para veículos elétricos em Portugal e Espanha. Procurando assim apoiar a adoção de uma mobilidade ecológica, serão instalados mais de 50 carregadores com potências de 22kW, 50kW, 150kW e 350kW, procurando assim responder às necessidades de todos os condutores, incluindo aqueles que necessitam de cargas ultrarrápidas para os seus automóveis de emissões 0. Neste acordo, a rede de oficinas que pertence ao Grupo Brigdestone irá indicar as localizações dos pontos de carga, ficando a empresa do sector da eletricidade responsável pelos equipamentos e instalação dos carregadores. O acordo é apresentado como um exemplo do empenho das duas companhias na transição para uma mobilidade verde, e vem complementar outra aposta a nível europeu da First Stop, já que esta rede pretende também instalar 3500 carregadores nas suas oficinas em todo o continente durante os próximos cinco anos.

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E ST R AT É G IA

Continental vai reestruturar a sua organização em 2022

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rocurando responder aos novos desafios da mobilidade, a Continental vai reestruturar a sua organização. O Presidente do Conselho de Supervisão Wolfgang Reitzle, anunciou que com este realinhamento, em vigor a partir de 1 de janeiro, a empresa estará organizada em três grandes áreas de negócio compostas por diversas divisões. "No futuro a Continental estará suportada em 12

três grandes sectores com igual força e representação. Isto vai acelerar o realinhamento estratégico e posicionar a empresa de forma ágil, orientada para o mercado e para o futuro, no que se refere às transformações da indústria da mobilidade”, afirma Wolfgang Reitzle. As 'Automotive Technologies' são rebatizadas como 'Automotive', e lideradas por Nikolai Setzer, que acumula este


Borg Warner inicia construção da nova fábrica em Portugal Já arrancou a construção da nova fábrica de componentes para veículos elétricos da Borg Warner, localizada em Viana do Castelo e fruto de um investimento de 100 milhões de euros. A cerimónia de colocação da primeira pedra contou com a presença do Ministro da Economia, Pedro Siza Vieira (na foto), e durante este evento o Presidente e Diretor Geral para a Europa da BorgWarner PowerDrive cargo com a função de CEO do Grupo Continental. Esta área de negócio contará com cinco divisões, de forma a responder aos diversos desafios do mundo dos transportes. Procurando alinhar o desenvolvimento tecnológico com o futuro da mobilidade, seguindo tendências como a condução autónoma e a conetivi dade, a divisão “Vehicle Networking and Information”, dá lugar aos sectores de Arquitetura e Redes, Experiência do Utilizador e Mobilidade Inteligente. Também será extinta a Autonomous Mobility and Safety, que se divide nas di visões de Mobilidade Autónoma e de Segurança e Locomoção. Além da Automotive, os Tires e ContiTech são os outros dois pilares da estratégia da Continental. Estas áreas são separadas e ficam sob a alçada de Christian Kotz e Philip Nelles, respetivamente. A finalizar o conjunto de alterações, destaque também para o reforço da organização de engenharia he[a]t - Holistic Engineering and Technologies, sob a liderança do CTO da Continental, Gilles Mabire.

A área Automotive sofre as maiores alterações e passa a contar com cinco divisões diferentes, sob a liderança do CEO da Continental, Nikolai Setzer

Systems, Tony Allen, referiu que esta unidade está “estrategicamente localizada para servir as necessidades dos nossos clientes e atender à crescente procura por componentes para veículos elétricos”. Começando com uma produção parcial já no primeiro trimestre de 2022, a nova fábrica ocupa uma área de 17.000 m2 e vai criar 300 postos de trabalho na região.

Novas motorizações impactam 500.000 trabalhadores APlatform for Eletromobility alertou que até 2030 a mudança para a mobilidade elétrica vai impactar 500.000 trabalhadores na Europa. A perda de empregos prevista é de apenas 1%, mas para isso será necessário que os trabalhadores ganhem capacidades para lidarem com as novas tecnologias que estão a surgir. Segundo a investigação, haverá uma quebra de nos funcionários dos fabricantes automóveis e empresas de componentes dedicados às motorizações tradicionais, que será contrabalançado 13

pelos 300.000 novos funcionários com especializações associadas à eletromobilidade. Para minimizar o impacto desta transição, a Platform for Eletromobility alerta que os governos, empresas e a própria União Europeia devem apostar na educação, treino e atualização de competências dos trabalhadores atuais.

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NOTÍCIAS

NOV IDA DES

AUTODELTA ADICIONA BILSTEIN

CAETANO PARTS + GA MOBAR

Fusão aumenta portefólio A Caetano Parts, que adquiriu no início deste ano a Gamobar, revelou que o processo de fusão entre as duas empresas está agora concluído. Afirmando que “o mês de Novembro ficará marcado pela fusão destes dois players, que darão continuidade à sua atividade comercial no mercado nacional, sob a denominação: Caetano Parts”, este acordo permite combinar as forças de duas empresas de referência do retalho de peças automóvel.

Esta fusão expande a oferta de produtos da Caetano Parts, aumentando o seu portefólio para um total de 25 marcas originais e com mais soluções para o Aftermarket. A empresa destaca ainda o "compromisso de manter o cliente no centro de tudo o que fazemos", algo que procurará cumprir através do seu call center "de referência e com uma equipa especializada", e também da sua equipa comercial, que foi agora reforçada. www.caetanoparts.pt

OSRAM LANÇA GAMA LEDRIVING® XTR Foi anunciada a chegada ao mercado das novas lâmpadas OSRAM LEDriving XTR, com a empresa a destacar o seu design elegante e moderno, a temperatura de cor branca de 6000K e ainda os preços competitivos. Estas lâmpadas contam com a tecnologia Feixe Condutor

eficiência, oferecendo uma redução de 70% no consumo de energia em comparação com as lâmpadas tradicionais. Com design ultracompacto, elas estão também preparadas com sistema Plug&Play, para maior simplicidade e rapidez na sua substituição.

(Light Beam) para uma distribuição otimizada da luz, bem como o Efeito LUZ DO DIA para garantir maior luminosidade durante a noite, o que tem impacto positivo na segurança dos condutores. As OSRAM LEDriving XTR procuram ainda sobressair pela elevada durabilidade e

A Autodelta integra agora na sua oferta a BILSTEIN, referência no campo dos amortecedores. O distribuidor leiriense revela ainda que os clientes podem já consultar no seu site mais informações sobre a oferta de componentes da marca alemã.

V ENDAS

EV SUPERAM DIESEL

Em agosto as viaturas eletrificadas atingiram um registo histórico na Europa, com a quota de mercado de 21%, a superar pela primeira vez os Diesel, que representam 20% das vendas. O total de 151.737 veículos elétricos e híbridos vendidos é superior em 10.100 unidades ao número de automóveis a gasóleo transacionados.

STELLANTIS E FEUVERT REFORÇAM PARCERIA A Stellatins e a Feuvert anunciaram o reforço da a sua colaboração, que através das placas Distrigo vai permitir ampliar a oferta de peças de substituição fornecidas pela fabricante

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automóvel a esta rede de oficinas. Para a Feuvert o benefício principal é o reforço da oferta com novos produtos, incluindo peças reconstruídas, reparadas e reutilizadas.

Arede de oficinas destaca que através esta parceria é " uma fantástica alavanca de aceleração para dar uma resposta ainda mais completa às expectativas dos automobilistas". E 14

acrescenta ainda que desta forma será possível "alargar os nossos serviços com uma oferta de peças de origem premium e uma oferta responsável e económica".


Diesel Technic aposta na gama “Peças Universais” Foi lançada pela Diesel Technic uma nova divisão de produtos designada “Peças Universais”, que pretende dar aos clientes da DT Spare Parts e SIEGEL Automotive maior facilidade na navegação e escolha dos componentes online através do conceito ‘one-stop-shop’. Tornando também mais rápida a escolha dos produtos, a Diesel Technic explica que a divisão de Peças Universais inclui “além das peças de reposição, os acessórios necessários como peças padrão e DIN para acessórios ou materiais de operação”. Estas peças já estavam disponíveis no Partners Portal, mas agora tornaram-se muito mais fáceis de descobrir através de um acesso específico que facilita a vida aos utilizadores. PUBLICIDADE

A Diesel Technic revelou ainda que o seu portal de compras “também foi reorganizado com o objetivo de fornecer a todos os seus usuários um acesso mais fácil e rápido aos grupos de produtos das divisões de produtos individuais”, facilitando ainda mais a vida a quem procura a oferta da DT Spare Parts e da SIEGEL Automotive.

B R EMB O

REVELA PARCERIA COM GRAN TURISMO 7 A especialista em sistemas de travagem Brembo acaba de revelar que foi escolhida como fornecedora oficial do jogo Gran Turismo 7, estando disponíveis componentes como discos cerâmicos e pinças GT|BM em oito cores distintas através da loja oficial da nova edição do simulador de condução mais famoso do mundo.


ATUALIDADE

EXPOMECÂNICA

REGRESSO MUITO SAUDADO E COM NOTA POSITIVA A Expomecânica regressou e o após-venda automóvel não faltou à chamada. Com os pavilhões 4 e 5 da Exponor totalmente repletos de expositores, e uma forte afluência de visitantes, a possibilidade do sector do aftermarket se voltar a reunir presencialmente foi motivo de celebração Texto Nuno Fatela

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F

inalmente a Expomecânica regressou à Exponor, entre os dias 15 e 17 de outubro, ocupando totalmente os pavilhões 4 e 5 deste espaço. Com esta feira, celebrou-se finalmente a possibilidade de juntar os profissionais do Aftermarket nacional, num evento em que o ponto mais sublinhado foi precisamente a possibilidade de estar novamente de forma presencial, cara-a-cara, com clientes, amigos e outros players do sector. Mas, além disso, a qualidade e quantidade de contactos realizados, com vista à obtenção de novos negócios, e o calendário de eventos e acções de formação, foram também considerados fulcrais para o sucesso obtido no retorno do Salão de Equipamentos, Serviços e Peças Auto. APREENSÃO DEU LUGAR À CONFIANÇA O ambiente era ainda de apreensão ao início do primeiro dia, sexta-feira, com muita gente expectante sobre qual seria a adesão ao nível de visitantes. Isso tinha uma explicação óbvia, com muitos daqueles com quem falamos nas primeiras horas

do evento a mostrarem-se preocupados com a possibilidade de muitos visitantes habituais não marcarem presença ainda devido a receios relacionados com a Covid-19. Mas, paulatinamente, foi-se percebendo que a realidade era diferente, e que o aftermarket não iria deixar passar a possibilidade de estar novamente com parceiros comerciais, clientes e demais visitantes. E embora com as máscaras a serem ainda obrigatórias ao passear nos corredores, o ambiente era de descontração, sem grande preocupação ao cumprimentar e manter um contacto próximo com as outras pessoas na Expomecânica. Mas se existia preocupação no arranque, após os três dias da Expomecânica o balanço foi muito positivo, e comprovou que o sector aderiu em força ao regresso dos eventos presenciais. Ao todo, passaram pela Exponor ao longo dos três dias 15.196 visitantes, o que significa que uma diferença de apenas 839 pessoas em comparação aos registos finais da edição anterior do maior encontro do Aftermarket nacional. Além disso, também é de assinalar a presença de 214 empresas e 17

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ATUALIDADE

AUTOZITÂNIA E BRAGALIS

NOVA IMAGEM REVELADA NA EXPOMECÂNICA Uma das principais novidades apresentadas na Expomecânica foi a nova imagem corporativa do grupo Autozitânia e Bragalis. Procurando atualizar a sua identidade visual para um grafismo atual e impactante, como forma de diferenciação, esta mudança pretende fortalecer o posicionamento no mercado, e é também justificada pelas recentes transformações ocorridas no grupo. Flávio Menino, Diretor de Marketing e Comunicação da empresa, explicou que “durante os últimos tempos sofremos várias alterações: entrámos no grupo AD Parts, incorporámos a Bragalis no grupo Autozitânia… e havia necessidade de uniformizar

a imagem que tínhamos e comunicar essa nova imagem ao mercado. Foi isso que fizemos, uniformizámos os nossos logotipos e a nossa identidade visual”. Flavio Menino explica ainda que um dos objetivos na renovação da imagem da Autozitânia e da Bragalis foi "interligar o passado, o presente e o futuro” e, em comunicado, esta justificação foi também destacada pela empresa, com a explicação de que, após 30 anos de experiência acumulada, a nova imagem corporativa das duas empresas “representa o caminho que percorreram até chegar ao dia de hoje, mas sempre com o pensamento no futuro”. entidades, que ocuparam uma área total de 16.000 m2. Estes números, indica a organização, "mostraram que apesar de todas as soluções e formatos encontrados em formato digital para manter o contacto durante o período de restrições da pandemia, era enorme vontade do sector em voltar a reunir-se ao vivo e poder estar novamente em contacto com os outros intervenientes do sector". E, por isso, considera que esta adesão aumenta ainda mais a expetativa para a próxima edição, que em 2023 se espera que possa ser realizada já sem máscaras e outras restrições que ainda foram obrigatórias nesta 7ª Edição. REGRESSO SAUDADO Com um processo de acreditação muito simples, que evitou longas filas para conseguir entrar na Expomecânica, após aceder ao espaço da feira foi muito fácil encontrar várias das referências do Aftermarket nacional. Ao apresentar-se com espaços de maior dimensão, empresas como a Cometil, a Intermaco, a Vallux, a Valente & Lopes, a Carf, a Motrio e o espaço que juntava as empresas do consórcio formado pela AD Parts, a Group Eina, Autozitânia e Bragalis evidenciaram-se imediatamente. Foram várias as empresas de referência que estiveram presentes, e num dos primeiros contactos

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A Sparkes apresentou-se na Expomecânica com a sua nova identidade visual, após a mudança de nome da especialista em reconstrução de caixas de velocidades

que tivemos, com o Diretor-Geral da RPL Clima, Rui Lopes, este responsável revelou o seu agrado com o regresso deste tipo de eventos e mostrou-se confiante no surgimento de novas oportunidades de negócio. Também a Interescape, pela mão do gestor de vendas Nuno Gomes, destacou que “o motivo da nossa presença é sempre reencontrarmo-nos com os clientes, mostrarmos que estamos cá e temos boas perspetivas para este re-arranque da atividade. Queremos mostrar este nosso novo caminho”. Um dos membros mais seniores da família do Aftermarket nacional, Nelson Tripa, mostrava-se um pouco mais expectante. Em conversa com a Turbo Oficina começou por recordar que “antes era cliente da feira na Batalha, só que vim aqui a primeira vez e vi a comparação. Já venho aqui há uns anos”, afirmou, adicionando que já desde 2019 tinha confirmado a inscrição para o evento, pelo que não deixaria de marcar presença. Assinalando que na sexta-feira “a maior parte dos visitantes são alunos da escola, os profissionais são poucos”, explicou que “sábado e domingo são dias com mais gente”, e apesar de revelar que a empresa não trazia estreias para o evento, deixou um valioso conselho ao recordar que “há sempre novidades, carros novos como os elétricos e os carros a hidrogénio, que vêm aí. Tudo isso vai 19

Os equipamentos e softwares para os sistemas de segurança ADAS e os componentes para veículos eletrificados foram algumas das novidades em destaque na Expomecânica 2021

transformar muito este comércio, e nós temos de estar em cima do acontecimento se queremos continuar”. A finalizar, Nelson Tripa confifenciou que já prepara a sucessão, pois “para mim está é a minha última feira. Têm de ser os meus filhos a dar continuidade”. Outra entrevistada, a Snap-On, fez ao final de sexta- feira uma avaliação positiva. Destacando o relevo destes eventos, os responsáveis indicaram que “já estávamos com muita saudade deste

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convívio com os clientes que temos em carteira e a divulgação da marca para novos clientes”. A fornecedora de peças e componentes comentou que a adesão logo no primeiro dia foi uma agradável surpresa, porque “além dos estudantes tivemos também já muitos clientes, principalmente da região Norte. São os que estão mais perto e que aparecem na sexta-feira, amanhã [sábado] vão surgir clientes com quem já estão agendadas reuniões e aconversas, da zona Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve, e Açores, inclusive”. No primeiro balanço, foi assinalado como “para quem já trabalha connosco a satisfação é visível, pelo número de visitantes que temos no stand. Em relação a novos clientes, penso que a reação já é bastante favorável”. Em conversa pelos vários stands da Expomecânica, foi possível verificar que as empresas de menor dimensão, como a especialista de sistemas de alarme e segurança Pandora, também se mostravam agradadas com este regresso. Recordando que tem vindo sempre à Expomecânica, esta companhia deu relevo à possibilidade de forjar novos negócio, afirmando que “temos vários ins-

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A gama de componentes para refrigeração de elétricos IE Tech foi a principal novidade da Interescape. Em destaque estiveram também as soluções para clássicos, com a IE Classic 20


ORGANIZAÇÃO FAZ BALANÇO POSITIVO

taladores, mas estamos à procura de mais instaladores a nível nacional”. O grupo formado pela AD Parts, Autozitânia, Bragalis e Group Eina teve na Expomecânica 2021 a primeira oportunidade de mostrar no mesmo stand todas as suas marcas que compõem este consórcio. E Flávio Menino, Responsável de Marketing e Comunicação, explicou que o objetivo passava por “mostrar todo o trabalho que temos vindo a desenvolver e que, infelizmente, não conseguimos apresentar da forma que queríamos”. Considerando que o regresso dos eventos presenciais “foi muito importante, porque é uma grande oportunidade de mostrar todo o trabalho que temos desenvolvido ao longo deste período por que todos passámos e que nos impossibilitou estar em contacto com os nossos clientes e outros players do mercado”. Também este responsável ficou surpreendido com a adesão, considerando que “está a ser muito boa, e até superou as expetativas. Existia um pouco de incerteza, devido a toda a situação, se as pessoas iam ou não aderir. Mas demonstrou que as pessoas também estavam ávidas deste contacto, até porque o nosso sector

Com 15.196 visitantes e 214 empresas a marcarem presença na Expomecânica 2021, números muito próximos dos que foram alcançados na edição anterior, a organização considera que o Salão de Equipamentos, Serviços e Peças Auto foi um sucesso Após confirmar a forte adesão, os organizadores da Expomecânica fazem um balanço muito positivo do regresso da feira, destacando, além da afluência, a qualidade dos negócios forjados. José Manuel Costa, Diretor-Geral da Kikai Eventos (que organiza este evento), considera que “estamos perante uma feira que manteve os padrões da edição anterior. Quem esteve, conseguiu posicionar-se ao mais alto nível”, afirmando também que a adesão, com apenas menos 839 visitantes que na edição anterior, “tendo em conta a atual conjuntura, ainda marcada por muitas cautelas e receios de contacto, é por nós vista como uma medalha para todos aqueles que acreditaram e fizeram questão de marcar presença”. Relativamente ao fluxo de presenças, José Manuel Costa afirma ainda que “tivemos seguramente o melhor dia inaugural de sempre (sexta-feira) , em termos de visitantes”, associando esse registo ao facto de “muitos expositores trabalharem no sentido de trazerem antecipadamente os seus clientes à feira, pois, tradicionalmente, os dias de sábado e domingo acabam por ser os mais concorridos”. E sendo a Expomecânica, além de um local de reencontro, também uma oportunidade de fazer negócios, os organizadores consideram mesmo que “a qualidade dos contatos, mais até que o fluxo de visitantes, foi um dos aspectos que mais agradou aos expositores”. E afirmam que o “reencontro é a evidência que as empresas tinham necessidade de estarem uns com os outros. A oferta e a procura reencontraram-se na feira, perspetivando-se nos próximos meses bons negócios”. Como tal, a Kikai Eventos conclui que “esta edição prova a vontade enorme de todos estarem presentes. Sem prejuízo, naturalmente, de toda a atividade digital, mas o presencial mantém o seu espaço. Se pensarmos em todos os que responderam à chamada e estiveram aqui, é porque, de facto, havia algo latente no setor, que o clima de pandemia, foi adiando, mas que, finalmente, viuse concretizado aqui na feira. Ou seja, proporcionar encontros/ contatos e potenciar negócios”. Considerando também que “esta edição permitiu perceber que é seguro fazer feiras”, José Manuel Costa afirma que “o balanço da Expomecânica 2021 é muito positivo”, estando por isso já a ser preparada a 8ª Edição, com o regresso já marcado para 2023.

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é muito baseado na relação pessoal e este evento proporciona isso, que não tem sido possível nos últimos tempos”.

e estamos a apresentar a marca ao público, ela já tem seis anos e está maturada”. Apresentando “sobretudo tubagens para arrefecimento das baterias no sistema de refrigeração”, onde a empresa é “fornecedora de Tier 1, diretamente como OEM”, a Interescape confidenciou-nos que “esta é uma área de negócio que estamos a explorar com os olhos postos no futuro. O nosso negócio vai evoluir para outros campos”. Nos lubrificantes as novidades também eram várias. Por exemplo, a Fuchs apostou em evidenciar os atributos da gama Titan GT1 Flex, enquanto a Kroon Oil mostrou novas especificações e colocou ênfase nas viscosidades mais baixas. Já a Cepsa e Texaco revelaram as novidades de óleos para novas motorizações, enquanto na Fimag a gama da Champion foi um dos destaques. A apresentação das redes oficinais aos profissionais foi também outro dos temas fortes da Expomecânica 2021. Foi o caso da Aser, com a rede Aserauto, da Castrol, que no stand demonstrou a imagem das suas oficinas Castrol Service, ou a Cepsa ,que deu a conhecer o conceito de oficinas Orbita, com uma proposta de valor acrescentado que inclui imagem, formação e apoio técnico. Havia novidades para todos os gostos e necessidades, como se costuma dizer. Por exemplo a Pro4Matic levou à feira nacional do Aftermarket a gama ampliada de suspensões pneumáticas Arnott. A Profix Ibérica, por sua vez, mostrou-nos as capacidades do dispensador automático “MC Mix”, que faz a mistura automática das tintas de forma

FEIRA TROUXE NOVIDADES Poder estar ao vivo com clientes, amigos e outros profissionais do Aftermarket foi motivo de celebração, mas também houve várias novidades reveladas na Expomecânica. Numa visita pelos vários stands percebia-se que as novas tecnologias e máquinas para intervir nos ADAS, bem como as soluções para veículos eletrificados, estiveram em foco. Um bom exemplo disso foi a Interescape, que apresentou “pela primeira vez ao público a marca IE Tech, que trabalha desde 2015 no mercado de fornecimento de componentes para automóveis híbridos e elétricos. Somos mesmo produtores

Com 214 expositores e 15.196 participantes ao longo dos três dias do evento, os números da Expomecânica 2021 ficaram próximos dos registos da edição anterior TURBO OFICINA OUTUBRO/NOVEMBRO 2021

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Os fornecedores de equipamentos estiveram em força na Expomecânica, onde relevaram as suas últimas novidades

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mais rápida, precisa e limpa, permitindo economia de custos para as oficinas nos processos de pintura, enquanto na Krautli um dos destaques foi a gama Booster X da NOCO, com melhorias ao nível da rapidez de carga e segurança de utilização. ATIVIDADES TAMBÉM ATRAÍRAM OS VISITANTES Além das novidades apresentadas, com muitas outras além das que aqui conseguimos incluir, o programa de atividades da Expomecânica trouxe mais apelo ao evento. Em destaque estiveram as Expotalks, dedicadas aos sensores MTE Thomson, Sistemas de Diagnóstico e Calibração de ADAS e da Nova Lei das Garantias, a que se juntaram palestras dedicadas aos motores Puretech, aos alternadores e à Colorística. Já no Eina Training foram efetuadas várias formações que serviram para mostrar aos profissionais como resolver problemas em áreas como o diagnóstico de avarias ADAS, travagem regenerativa e com os motores Sky-Activ e o Ciclo Miller. Também as associações do sector estiveram em força na Expomecânica, destacando-se a ANECRA, que efetuou o seu 16º Encontro Nacional. O evento, realizado no sábado, começou por

explanar os benefícios da adesão às redes de oficina multimarca, numa discussão a cargo de um painel com a Bosch, Rino, CGA, Euromaster e Midas. Seguiu-se a apresentação aos Apoios Financeiros para as Empresas, enquanto o último painel focou-se na Fiscalização como Fator Dissuasor da Concorrência Desleal. A organização da Expomecânica destaca mesmo esta oferta formativa como um dos pontos fortes da Expomecânica. No balanço final do evento, é assinalado como a feira “manteve a mesma oferta formativa, reforçando alguns daqueles que já são os núcleos centrais em termos de espaços de demonstração e debate. Um esforço que ficou bem evidente na resposta, mais uma vez expressiva, de todos os expositores e entidades que organizaram atividades e nos profissionais que participaram”. A terminar, após um balanço muito positivo da presente edição, ficou já a promessa do regresso em 2023. A Kikai Eventos, considera que foi “reforçada a posição do Salão de Equipamentos, Serviços e Peças Auto, e segue para a 8.ª edição daquela que é a maior montra nacional do aftermarket automóvel nacional”. Espera-se, que nessa altura, já em plena liberdade e com as restrições da Covid a fazerem parte do passado.


ATUALIDADE

A maioria dos participantes da Automechanica Frankfurt Digital Plusa usaram as ferramentas digitais criadas para matchmaking, reuniões e live stream

AUTOMECHANIKA DIGITAL PLUS

AQUECIMENTO PARA 2022 COM NOTA POSITIVA Embora o número de empresas e participantes ficasse longe do habitual, a Automechanica Frankfurt “Digital Plus” assinalou o regresso das feiras profissionais e contou com algumas novidades relevantes

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Automechanika regressou à Messe Frankfurt entre os dias 14 e 16 de setembro na versão híbrida "Digital Plus". No balanço final, a organização anunciou a presença de 388 empresas (53% com stands e as restantes apenas em formato digital) e 10.000 visitantes, registos distantes dos recordes quebrados

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Texto Nuno Fatela

em 2018, com mais de 5000 empresas e 136.000 visitantes de 181 países. Isso ajuda a explicar porque, ao invés dos 12 pavilhões da 25ª edição, este ano apenas o pavilhão 3 foi ocupado por este evento da Automechanika. Apesar destes números, a organização fez um balanço positivo desta versão ‘híbrida’, afirmando que ele serviu de arranque para a Automechanika 2022, 24

que regressa no formato tradicional de 13 e 17 de setembro do próximo ano. Detlef Braun, membro do Conselho Executivo da Messe Frankfurt, afirma que foi “ligado o motor, a mobilidade e a logística colocaram tudo novamente em andamento. Finalmente os expositores e visitantes tiveram oportunidade de se encontrar e fazer novos contatos”.


ZF LEVA O FUTURO DA MOBILIDADE A FRANKFURT A ZF mostrou neste evento como pretende responder aos desafios que o sector automóvel vai enfrentar

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ZF foi uma das empresas em maior destaque na Automechanika Digital Plus, onde apresentou novos produtos e os seus planos para ajudar as oficinas a abraçar o futuro da mobilidade. Começar já hoje a preparar a próxima geração do Aftermarket foi o mote para a ZF nesta edição híbrida, aproveitando a presença de uma audiência global para revelar como pretende posicionar-se como fornecedor único de todas as necessidades dos profissionais. A apresentação da estratégia da empresa ficou a cargo do Diretor da ZF Aftermarket, Philippe Colpron, que apresentou a abordagem que está a ser feita ao conceito CASES, que às designações de Conectado, Autónomo, Shared (Partilhado) e Eletrificado junta agora a designação Sustentável. Já Holger Hattich, responsável pela estratégia da empresa no aftermarket, anunciou os novos produtos que estrearam em Frankfurt. CASES – ABORDAGEM TRANSVERSAL AO FUTURO Philippe Colpron, responsável máximo de Aftermarket da ZF, mostrou a visão do CASES, demonstrando como a empresa está a apoiar a transformação da mobilidade. Afirmando que “na ZF queremos garantir que estamos aqui para apoiar a indústria a acompanhar as mudanças”, destacou como as marcas ZF, Lemforder, Sachs, TRW e WABCO estão a desenvolver soluções com as quais as oficinas podem enfrentar os desafios que se avizinham. E deu como exemplo o impacto do crescimento nas vendas de veículos eletrificados, dos 10 milhões atuais para 245 milhões em 2030. Colpron assinalou também que a Conetividade das frotas pode ajudar a solucionar a falta de eficiência nos transportes, e recordou também que o know-how obtido pela ZF com ferramentas de diagnóstico remoto é outra solução para tornar os transportes mais eficientes. Foi colocado igualmente ênfase no conhecimento obtido com serviços integrados e manutenção preditiva obtido desde 1997 com os shuttles autónomos ZF, sendo referido que esses dados vão ajudar no futuro os profissionais do Aftermarketa a lidar com veículos Autónomos e Conectados. O Diretor da ZF Aftermarket recordou os lançamentos feitos nas várias marcas do grupo para viabilizar o conceito one-stop-shop no mercado de veículos elétricos, para que todas as soluções estejam disponíveis num só fornecedor. E enfatizou o relevo dado à formação dos mecânicos em áreas como o trabalho com alta-voltagem.

O conceito CASES, para um automóvel conetado, autónomo, eletrificado, partilhado, autónomo e sustentável, é essencial na estratégia da ZF

Por fim, em destaque surgiu também o foco na Sustentabilidade, integrado no esforço do Grupo ZF para atingir a neutralidade carbónica em 2040. Face visível desse esforço são novos produtos lançados, como as pinças de travão remanufaturadas Reman da TRW. O Diretor de Aftermarket da ZF, Philippe Colpron, concluiu a sua apresentação afirmando que a ZF está “empenhada em fazer esta viagem para a sustentabilidade, e em trazer os nossos parceiros connosco”. EXPANSÃO DA GAMA E NOVIDADES Holger Hattich, Diretor de Clientes e Estratégia ZF, desvendou as novidades da ZF neste evento, e destacou como, mesmo durante a pandemia, o grupo lançou imensas referências no último ano e meio. Os portefólios da Sachs e TRW receberam mais de 1000 soluções, e surgiram 250 novidades ZF, 350 lançamentos Lemforder e mais 400 opções adicionadas ao catálogo da WABCO. Das novidades relevadas na Automechanika Digital Plus sobressairam os componentes de travagem da TRW. Foram apresentadas novas pastilhas de travão, fabricadas num processo com recurso apenas a energias renováveis, e as pinças remanufaturadas TRW Reman, produzidas com 95% de material reciclado e menos 90% de dispêndio de energia, motivo pelo qual ficam responsáveis por lançar a nova insígnia #greenaftermarket da ZF. Também já a preparar o futuro das motorizações, com foco nos veículos elétricos, chegou o servofreio elétrico TRW para veículos de emissões 0. Recorrendo a um sistema eletrónico para melhor performance no acionamento do travão, elas con-

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ATUALIDADE seguem substituir o servofreio de travão a vácuo, mas tambémpodem eliminar a necessidade de outros componentes como “bomba de vácuo com os seus cabos, sensores, interruptores e unidades de controlo associados”. Outra novidade são os sensores de ABS modulares da WABCO para o Aftermarket de veículos comerciais, que permitem reduzir os custos e tempo de reparação. Recordando que “quando os veículos comerciais chegam à oficina com um sensor ABS defeituoso, é necessário encomendar uma versão específica desta peça, que pode não estar disponível no distribuidor”, foi destacado que este conceito modular “consiste num sensor ABS curto com o conector KEA padrão que está ligado à roda, um cabo de extensão em vários comprimentos e uma gama de adaptadores que cobrem as principais unidades de controlo eletrónico (ECUs) do mercado. Quando o conceito modular é instalado, só é necessário substituir o componente avariado”, com vantagens no custo e rapidez das intervenções. A terminar o leque de apresentações surgiu ainda o ZF Bus Connect, ferramenta de gestão de frotas que traz vantagens em áreas como segurança, pela monitorização do condutor, na eficiência, com monitorização em tempo real para otimização dos trajetos, e tempo de atividade, através da manutenção preditiva dos veículos.

AISIN MUITO ATIVA NA AUTOMECHANIKA A especialista em transmissões trouxe várias novidades à Alemanha pela

Novidades da ZF incluiram travões e soluções para veículos elétricos

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anguy Brohée, Coordenador de Marketing Especializado AISIN assinalou na Automechanika o "imenso trabalho na consolidação da oferta da AISIN" e afirmou que "os lançamentos na Automechanika vão fazer de 2021 um ano inesquecível pelos melhores motivos.” A oferta da gama completa de peças de travão fornecidas da AISIN através da ADVICS, e a otimização da oferta no mercado europeu dos pistões ART foram duas das novidades, sendo ainda anunciado o reforço da ligação ao grupo automóvel Stellantis com soluções de segunda vida para transmissões danificadas, prometendo que a reparação destes componentesficará completa, habitualmente, numa semana. O novo sensor de altura para condução eletrónica, destinado a unidades de suspensão pneumática e com sistemas automáticos de nivelamento dos faróis, foi outra das estreias. Tanguy Brohée explicou que este componente “torna a condução mais confortável com um ajuste em tempo real conforme as alterações em termos de carga ou de ocupação, sendo instalado junto a cada arco da roda para garantir que a altura de condução em todos os lados do veículo é medida e equilibrada”.

CONTINENTAL - TRÊS NOVIDADES EM DESTAQUE A adição à gama da Continental de amortecedores pneumáticos, compressores e termostatos foram o destaque na Automechanika Digital Plus

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Continental marcou presença na edição deste ano da Automechanika com três adições para o seu portefólio, que foram colocadas em destaque juntamente com outros componentes como as pastilhas cerâmicas ATE, recentemente galardoadas com o prémio ADAC, starters e baterias para sistemas Start& Stop. Do leque de novidades fazem parte os amortecedores pneumáticos e compressores OE, com a marca a assinalar a facilidade de instalação ao reparar estes sistemas. Inicialmente, a oferta destina-se aos modelos Audi A7 e A8 e Volkswagen Touareg, mas foi deixada a

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A Continental lançou uma ampla gama de termostatos em Frankfurt

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promessa de que a gama receberá futuramente mais soluções. Outra estreia da Continental foram os termostatos de cartucho, de caixa e aquecidos eletronicamente, pensados para um controlo preciso do circuito de refrigeração que beneficie os consumos e ajude a baixar as emissões dos automóveis, e o anúncio de que futuramente também estarão disponíveis termostatos para veículos elétricos no portefólio da empresa. Por fim, do leque de novidades fizeram ainda parte as correias de transmissão para sistemas BSG (gerador de arranque de correia) e unidades de acionamento híbrido.


DENSO – NOVA MARCA CHEGA À EUROPA A Denso enfatizou as vantagens das velas Iridium TT e anunciou a chegada da nova marca Power Edge ao mercado europeu

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s velas Iridium TT foram a estrela maior da gama de produtos que Denso colocou sob os holofotes de Frankfurt, por apresentarem caraterísticas como o elétrodo mais pequeno do mercado, com apenas 0,4mm, e a maior quantidade de íridio na sua composição em comparação às alternativas, que aumenta a sua longevidade até 120.000km. Mas a maior novidade relevada pela empresa na Automechanika Digital Plus foi o anúncio de que a Power Edge chega agora à Europa, para aumentar e diversificar a oferta com soluções de custos mais acessíveis. Alexy Barashevich, responsável de Aftermarket da Denso, apresentou a nova marca e afirmou que “embora a Power Edge já esteja disponível nos Estados Unidos, não estamos apenas a transportar a gama de produtos de um mercado para o outro. Esta é uma gama totalmente nova e específica para a Europa”. E evidenciou também que esta adição “dá acesso a um conjunto de produtos com novas características que vão apoiar os distribuidores e oficinas a preencher os espaços na sua oferta atual”. Na fase de lançamento estão disponíveis escovas de para-brisas e condensadores de ar condicionado da Power Edge. Na gama de escovas a oferta contempla doze soluções com dimensões entre 350mm e 700mm, o que permite cobrir 90% do parque automóvel europeu. Já da gama de compressores, a marca destaca a produção com recurso apenas a materiais de qualidade comprovada, para garantir um portefólio de produtos com excelente relação entre preço, durabilidade e performance.

HELLA PRESENTE COM OFERTA FORMATIVA DIVERSIFICADA A Eletrónica do Futuro foi tema em foco no leque de formações que a Hella realizou

A Na Denso as velas Iridium TT e a nova marca Power Edge foram os destaques nesta Automechanika

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presença da Hella e da Hella Gutmann na edição híbrida da Automechanika teve como foco o auxílio às oficinas, para que elas estejam aptas a responder aos desafios colocados pelas novas tecnologias que estão a ser introduzidas nos automóveis. Para isso foi criado um conjunto de webinars sob a designação “Eletrónica do Futuro”, que olhou para as principais tendências no desenvolvimento de produtos, pretendendo com isso garantir que as oficinas conhecem as inovações eletrónicas e serão capazes de responder aos problemas que elas vão colocar. Do programa de conversas realizadas na plataforma digital da Hella também se destacou a conferência dedicada à “Gestão da Energia” com uma abordagem focada em componentes como os starters, alternadores e também nos mais recentes desenvolvimentos em conversores DC/DC para veículos elétricos. A Hella Gutmann trouxe como estrela para o seu stand o sistema de diagnóstico Mega Macs X, com um conceito modular e novos protocolos de comunicação para os últimos veículos lançados no mercado. Segundo a empresa, esta solução flexível que apresenta as informações num tablet, adapta-se às necessidades de oficinas com diferentes dimensões e, pela capacidade de atualização, estará sempre atualizada para responder às futuras inovações que surjam. A empresa recordou ainda o trabalho realizado para que, através das suas páginas online, as oficinas tenham disponíveis todos os detalhes e sobre o Mega Macs X e os outros produtos da sua gama.

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IVECO NORTE

RELAÇÃO DE PROXIMIDADE À semelhança do sucedido na zona sul do país, a Iveco Portugal assumiu a totalidade das operações no Grande Porto e Aveiro, com o objetivo de assegurar uma maior proximidade com o cliente. Além da modernização das instalações, a marca também investiu em equipamentos, reforçou a equipa e reativou a secção de colisão

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Texto Carlos Moura Pedro

a sequência da aquisição da anterior estrutura e negócio da Soveco, que se tornou efetiva a meio do último ano, a Iveco Portugal assumiu a totalidade das operações no Grande Porto e Aveiro. A integração das operações da Soveco, que permite implementar nesta área a metodologia da Iveco Portugal, teve como principal objetivo assegurar uma maior ligação aos clien-

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tes através da disponibilização de um serviço de maior qualidade e uma maior proximidade na assistência após-venda. “Com a reativação da filial em 2013 e a aquisição do negócio no sul, com os três pontos de serviço Vila Franca de Xira, Prior Velho e Setúbal -, a Iveco Portugal conseguiu uma maior proximidade com o cliente, melhorar a capacidade técnica, os níveis de serviço e a disponibilidade”, refere Rui Teixeira, 28


Customer Service Manager da Iveco Portugal. “No fundo, quisemos aproveitar a experiência positiva na zona sul e transferi-la para o norte”, sublinha o responsável, adiantando que aqueles dois polos são responsáveis por 75% da atividade de serviço de assistência após-venda no nosso país e por 80% do volume de peças. “A importância de Gaia e Aveiro obrigou-nos a estar mais perto do cliente”, salienta o responsável da área de após-venda da Iveco Portugal. “O player histórico tinha deixado as condições degradarem-se muito. Com a nossa experiência procurámos inverter a situação. Já tínhamos uma equipa comercial a trabalhar diretamente com a marca há mais de seis anos na zona norte. Faltava apenas o após-venda estar também na dependência da Iveco Portugal”, explica Rui Teixeira. Para o cliente, uma das grandes vantagens da gestão integrada pela Iveco Portugal consiste no aumento exponencial da disponibilidade de peças. “O stock mais que duplicou, de 300 mil para 850 mil euros, o que se traduziu na melhoria da capacidade de resposta”, afirma o responsável da Iveco Portugal. “Além disso, não estamos a trabalhar “apenas” com o stock de 850 mil euros da Iveco Norte, mas também com o stock da própria filial, que ascende a 2,5 milhões de euros”, acrescenta. Por outro lado, a oficina beneficia igualmente do apoio do importador, permitindo ter técnicos com melhor preparação e também uma maior capacidade técnica para responder ao cliente. “Temos aqui um binómio: a peça disponível e a capacidade para resolver o problema ao cliente”, garante o entrevistado. "Essa combinação contribui para a redução do tempo de imobilização do veículo”, adianta. REATIVAÇÃO DA COLISÃO Os investimentos realizados nas instalações de Vila Nova de Gaia conteplaram a renovação do edifício e a otimização do armazém de peças, ficando agora as referências com maior rotatividade mais próximas do balcão de peças. A modernização também se estendeu a esse espaço, e permitiu a criação de uma área de exposição, denominada loja, que é utilizada para a divulgação das gamas de produtos de após-venda comercializadas pela Iveco: Nexpro, Reman e Origin. Nesta área também são divulgadas as campanhas em vigor na área das peças e da oficina. No âmbito da modernização das instalações de Vila Nova de Gaia, a Iveco aproveitou ainda para reativar a secção de chapa e pintura, que incluiu a contratação de um profissional da área de repintura e de um um chapeiro. “Essa estrutura esteve ativa durante 20 anos, mas, de repente, foi desativada, provavelmente por diminuição do volume de trabalho ou das preparações”, refere Rui Teixeira. “Isso não quer dizer que não havia trabalho nesta área, só que era todo subcontratado a um parceiro na região. Quando tomamos

conta da oficina decidimos reativar o serviço de colisão porque acreditamos que é importante para a nossa equipa comercial contar com uma equipa de chapa e pintura para dar apoio às preparações dos veículos novos, designadamente montagens de equipamentos adicionais que, por vezes, são necessários, como, por exemplo, câmaras de estacionamento traseiras ou sensores de estacionamento". Na sequência da reativação da secção de colisão, a Iveco procurou entrar em contacto com os antigos clientes, que tinham sido obrigados a procurar outros parceiros para a realização de trabalhos de chapa e pintura, e os resultados já começaram a surgir. “Todas as semanas temos algum sinistro para reparar”, afirma o entrevistado. “Ainda não é o volume pretendido mas, com as preparações que temos, já é suficiente.

Rui Teixeira, responsável de após-venda da Iveco Portugal, afirma que a melhor capacidade de resposta é um dos benefícios da integração da região norte

INVESTIMENTOS EM EQUIPAMENTOS Para além da modernização e da reativação da secção de colisão, a Iveco também investiu na oficina, designadamente em equipamentos e ferramentas. Uma das preocupações foi a disponibilização a cada mecânico de um carrinho completo das ferramentas “normais” exigidas pela atividade regular destes profissionais da gama pesada. Além disso, a marca também forneceu as ferramentas que são específicas para cada modelo novo, em função da tarefa desempenhada pelo mecânico. Outra aposta consistiu na aquisição de mais dois equipamentos de diagnóstico, que se vieram juntar aos dois que já estavam ao serviço. “Qualquer veículo que entra na nossa oficina é submetido a uma análise do seu histórico e do estado em que se encontra. Isso permite detetar eventuais anomalias mais rapidamente e diminuir o tempo de imobilização”, refere Rui Teixeira. “Por isso, estes equipamentos são essenciais para as nossas oficinas e pretendemos atingir, no futuro, um rácio de quase um equipamento por técnico. Atualmente temos quatro equipamentos para nove técnicos”, acrescenta o entrevistado. 29

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EVOLUÇÃO PARA ‘TRUCK STATION” As duas oficinas adquiridas pela Iveco Portugal são definidas como “Full Range & Bus”, estando capacitadas para assistir qualquer veículo das gamas Daily, Eurocargo, S-Way, T-Way e autocarros, quer carroçados ou originais/ completos, produzidos pela Iveco Bus e pelos seus parceiros. Com um horário de funcionamento das 8h30 às 18h00 nos dias de semana e aos sábados, com prémarcação, das 8h30 às 12h30, a oficina da Iveco Norte - Gaia está a receber 12 veículos, o que representa cerca de 85% da capacidade instalada. “Podemos receber até cerca de 17 veículos, mas a nossa meta não é essa”, sublinha Rui Teixeira. “À medida que vamos melhorando a nossa produtividade, vamos reforçando a equipa”, refere o responsável, adiantando que um dos objetivos da Iveco Portugal para a oficina de Vila Nova de Gaia consiste na sua transformação num centro “Truck Station” da marca, que será o segundo em território

nacional, em conjunto com o já existente em Vila Franca de Xira. Um centro “Truck Station” consiste num ponto de assistência Iveco que disponibiliza um nível elevado de serviço a veículos pesados, para que estes regressem o mais rapidamente à estrada após uma imobilização. Entre os requisitos obrigatórios incluem-se um horário alargado - das 8h00 às 20h00 aos dias de semana e das 08h00 às 17h00 aos sábados uma elevada disponibilidade de peças e a oferta de um leque alargado de serviços, incluindo reboque, pneus, carroçaria, AdBlue e lavagem. “Em termos de ferramentas e capacidade técnica reunimos quase todas as condições para cumprirmos os requisitos da Iveco, faltando apenas a adaptação do horário de funcionamento”, afirma o Customer Service Manager da Iveco Portugal. “Pretendemos ter dois centros “Truck Station” em Portugal nos corredores Lisboa - Madrid (Vila Franca de Xira) e Porto - Madrid (Vila Nova de Gaia).

Além de equipamentos também houve um reforço ao nível de recursos humanos na Iveco Norte - Gaia. “Tivemos de substituir o chefe de oficina porque está a atingir a idade da reforma e contratamos um novo para fazer a transição até ao final do ano. Para a oficina estamos a reforçar a equipa com um novo eletricista e dois mecânicos. A secção de colisão obrigou à contratação de um chefe de pintura, de um pintor e de um chapeiro”, afirma Rui Teixeira. Para a secção de peças foi admitido um novo caixeiro, enquanto o chefe desta secção foi substituído para reforço desta área de negócio. “Era um dos pontos fracos porque tinha pouca atividade para o exterior”, afirma o entrevistado. “No passado, toda esta estrutura de peças não passava de um fornecedor da área de serviço da oficina. O volume para o exterior era bastante reduzido. O nosso objetivo é incrementar o negócio da área das peças”. PARCERIAS NA FORMAÇÃO Todavia, o recrutamento de pessoal para a oficina está longe de ser uma tarefa isenta de dificulda-

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des, admite Rui Teixeira, Rui Teixeira, Customer Service Manager da Iveco Portugal. “Muitas vezes, a abordagem a um técnico / mecânico sénior vem mais pelo contacto pessoal de alguém que conhece do que propriamente por anúncios ou através de agências de recrutamento”. O responsável de após-venda da Iveco Portugal adianta que a estratégia passa pela “construção de uma equipa de raiz”, recorrendo a parceiros que façam formação nestas áreas, apontando como exemplos o CEPRA, a Salvador Caetano ou outras entidades. “Além dos estágios curriculares também oferecemos estágios profissionais e, aos que passam à fase seguinte, a admissão como técnico”, explica o entrevistado. E justifica a opção recordando que “a experiência tem corrido muito bem em Vila Franca de Xira. O nível de entradas tem sido constante ao longo destes anos. Nas nossas três bases beneficiamos destas parcerias com as escolas de formação. Vamos ver se as conseguimos implementar na região. Atualmente não temos aqui este histórico, mas sabemos que já existiu no passado”. A formação ganha ainda maior importância numa altura em que as oficinas de pesados se têm de preparar para o desafio da digitalização e da conectividade. “Esse é o grande ‘salto’ que toda a estrutura tem de dar”, reconhece Rui Teixeira. “Neste momento, quando chega um veículo à oficina é necessário fazer uma pré-análise e ir à procura de todas as causas de uma anomalia. Com a digitalização, as oficinas podem ter ao seu dispor de um conjunto de informações para reunir e analisar, o que permitirá reduzir os tempos de imobilização, com reflexos positivos para a

atividade de clientes profissionais que necessitam dos veículos na estrada”. O responsável de após-venda da Iveco Portugal entende que a digitalização irá permitir melhorar a capacidade de resposta técnica da oficina e também a vertente logística, permitindo ter os componentes disponíveis quando o veículo chega às instalações, com uma "redução ainda maior dos tempos de imobilização”. Outra consequência da digitalização e dos protocolos de conectividade entre o veículo e as oficinas será a reorganização do trabalho ao nível dos processos, designadamente na ligação ao rececionista, que passa a ser um gestor de serviço. “Será ele que vai fazer a ligação da informação que recebe das plataformas da Iveco e a oficina; será ele que irá comunicar ao chefe de oficina que vai chegar um veículo com determinadas caraterísticas e, assim, preparar-se antecipadamente,” explica Rui Teixeira. Naturalmente,para tornar isso possível o cliente terá de aderir ao serviço, e a oficina terá de entrar em contacto para resolver o problema. A procura pela oficina de Vila Nova de Gaia tem aumentado desde meados de 2020, embora só tenha atingido um patamar mais significativo no final do primeiro trimestre de 2021. “O crescimento foi uma consequência direta do trabalho de contacto com o cliente realizado pela nossa equipa”, esclarece o entrevistado. “Fomos à procura do cliente e procuramos transmitir a mensagem que estamos cá para o servir. Acreditamos que muitos clientes localizados a sul do rio Douro nos deveriam conhecer, quer na área da oficina, quer das peças. No nosso negócio, o contacto direto com o cliente é fundamental”. 31

Para garantir que os profissionais têm toda a preparação técnica, a Iveco Portugal quer replicar o modelo de parcerias implementado na região sul

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ATUALIDADE

FUTURO DO SETOR AUTOMÓVEL EM DEBATE

ARAN CELEBRA 80 ANOS E REÚNE ESPECIALISTAS “Repensar o futuro do setor automóvel” foi o mote para a conferência da ARAN, realizada em julho no Porto. O evento serviu também para comemorar os 80 anos de atividade da Associação, e contou com a presença de diversos especialistas nacionais e internacionais Texto David Espanca

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oi num ambiente festivo que a ARAN, Associação Nacional do Ramo Automóvel, levou a cabo a conferência "Repensar o futuro do setor automóvel", na cidade do Porto. A celebração estava desde logo associada aos 80 anos de atividade daquela entidade, um momento único também para especialistas nacionais e internacionais refletirem sobre o setor, tendo em conta a atual situação pandémica que se vive. Coube ao Presidente da ARAN, Rodrigo Ferreira da Silva, o arranque dos trabalhos, afirmando que "repensar o futuro é o lema que se impõe neste momento", já que o setor "está em profunda transformação". Para o responsável, "há desafios muito relevantes impulsionados pela pandemia, nomeadamente dois fenómenos impossíveis de contornar: a digitalização e a aposta em veículos mais amigos do ambiente". A sessão de abertura do evento contou igualmente com a intervenção do Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, , assinalando que o setor do comércio e reparação é o que agrega maior emprego, com 200 mil empresas e mais de 700 mil postos de trabalho, denotando "um forte contributo ao nível do valor bruto da economia". O Secretário de Estado deu por concluída a sua intervenção admitindo que "o apoio à economia tem sido positivo, focado em medidas robustas de alavancagem", tendo a consciência de que a pandemia não está ultrapassada, pelo que agora "o foco está nas moratórias, capitalização das empresas e na disponibilização de linhas de apoio à tesouraria". João Torres e a ARAN homenagearam depois três individualidades que, pelo seu empenho e dedicação, contribuíram para o sucesso desta Associação, nomeadamente Mário Pinto Teixeira, José de Miranda Barbosa e a Álvaro José Maia Monteiro de Aguiar, este último com um louvor póstumo. UMA NOVA ABORDAGEM PARA O SECTOR A visão da Europa foi apresentada por Jean-Charles Herrenschmidt, Presidente do CECRA - Conselho Europeu para o Comércio e Reparação Automóvel, que defendeu uma regulamentação justa para o setor, dado que este tem "um papel muito importante na preparação do Block Exemption". Relembre-se que a instituição representa 336.720 empresas de comércio e reparação de automóveis a nível europeu. Já o Presidente da CCP (Confederação de Comércio e Serviços de Portugal), João Vieira Lopes, adiantou que "a assistência pós-venda é fundamental, dado que ao nível do comércio e dos serviços representa 2/3 do PIB". E deixou depois vincada a "necessidade de aumentar a qualificação da gestão das empresas, assim 33

como à necessidade de trabalhar em rede, promovendo a fusão de empresas, quando possível, para criar mais massa crítica para competir num mercado cheio de desafios". Chegou então o momento de dar início ao primeiro painel de debate, designado “Repensar o negócio automóvel”, onde Bernard Lycke, Diretor-Geral do CECRA, salientou que a Europa está a registar uma transformação rápida, "com impactos a curto e médio prazo, designadamente ao nível da regulamentação do setor automóvel nas vendas e pós-venda". Seguiu-se José Teixeira, Gerente da BMCAR, que explicou como a mudança de estratégia do concessionário, em 2020, durante a pandemia, trouxe resultados positivos. Para isso, foi criado um novo website, que permitia ao cliente realizar uma videoconferência com o vendedor 14/24 horas por dia, "para facilitar o comércio online de veículos, como extensão da atividade empresarial física".

O mercado do aftermarket automóvel deve crescer 25% entre 2019 e 2030, impulsionado pela introdução de peças mais complexas e que vão ter um valor superior Já Luís Morais, Diretor-Geral da Mazda Motor Portugal, defendeu a descarbonização, que se tornou a prioridade máxima na Europa e constitui "um desafio para todas as indústrias", enquanto Miguel Costa, Diretor-Geral da divisão de Luxo CSantos VP, afirmou que o mercado de luxo manteve-se elevado durante a pandemia e, curiosamente, nesta área verifica-se "uma procura cada vez maior por veículos movidos exclusivamente a motores de combustão, contrariando a tendência do setor". SOLUÇÕES PARA AUMENTAR OS LUCROS EM DEBATE O painel seguinte, “A Procura da Rentabilidade”, começou com a intervenção de Diogo Mota, Diretor de Usados do Grupo Filinto Mota, que abordou a importância das retomas e do seu financiamento. Licínio Santos, da Cofidis, por seu lado, defendeu uma estratégia futura para aumentar a

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ATUALIDADE

André Castro Pinheiro Diretor Divisão Automóvel da Fuchs

António Osuna Diretor Executivo GTMotive Iberia

Bernard Lycke Diretor Geral do CECRA

Diogo Mota Diretor de Usados, Grupo Filinto Mota

Isabel Basto Diretora Executiva do Grupo Nors

Jean-Charles Herrenscmidt Presidente do CECRA

João Torres Sec de Estado do Comércio

João Vieira Lopes Presidente da CCP, Rodrigo Ferreira da Silva, pres ARAN, e João Torres, Sec. Estado Comércio

Licinio Santos Diretor Comercial Cofidis Portugal

Luis Morais Diretor Geral Mazda Motor Portugal

Mark Fennelly ASE Consulting

Miguel Costa DG da divisão de Luxo - CSantos VP

rentabilidade do setor de veículos usados, "focada em comprar e/ou retomar bem, abrir as portas ao mercado global e inovar e digitalizar os processos, contribuindo para um aumento do 'footprint' no mercado". O Diretor-Geral da ASE Consulting, Mark Fennely, analisou a oportunidade do automóvel usado do ponto de vista de um consultor do setor automóvel; e Rui Claro da Fonseca, Diretor da Carpick do Grupo Gocial, finalizou referindo que "a rentabilidade nos usados é um negócio seguro e positivo". No último painel da conferência, subordinado ao tema “Após-Venda: Estamos preparados para os desafios?”, André Castro Pinheiro, Diretor da Divisão Automóvel da Fuchs, caracterizou o parque automóvel, que regista cerca de 6,5 milhões de unidades, representando os ligeiros de passageiros cerca de 80% do total. AFTERMARKET CRESCERÁ 25% ATÉ 2030 O interlocutor defendeu que no período 2030/2035, entre 60% a 70% do parque será constituído pelos veículos vendidos entre 2010 e 2020. Ao nível do mercado "aftermarket", perspetiva um crescimento de 25% entre 2019 e 2030, apontan-

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Eng.Jorge Gonçalves Director Comercial BP

João Vieira Lopes Presidente da CCP

do como impulso "a maior complexidade de peças, com maior valor associado, o crescimento do parque automóvel". A evolução e o futuro da tecnologia foi abordada por António Osuna, da GTMotive Iberia, afirmando que "muitos sistemas e materiais novos estão a tornar os carros mais seguros e confortáveis", destacando que a tecnologia ajuda a gerar informação, como é o caso da International OEM database que apoia 38 marcas automóveis e 1.478 modelos na sua inspeção, beneficiando de atualizações diárias, bissemanais e trimestrais. Já Guillermo de Llera, Consultor da IF4, apontou como principais desafios "a eletrificação do parque e a conectividade, que obrigam as oficinas a terem um B2C (Business to Consumer) ativo com os seus clientes, bem como um 'comunity manager' ". Por outro lado, também os equipamentos dos "novos veículos" são mais dispendiosos, o que leva a tornar as suas manutenções mais caras. Começando por caracterizar o parque automóvel nacional, Isabel Basto, Diretora Executiva do Grupo Nors, estima depois que "a sua idade média vai aumentar 0,9 anos e o parque vai ter um crescimento de 5,1% até 2023, acompanhado pela 34

Gulhermo de Llera Consultor da IF4

Jose Teixeira Gerente da BMCar

Rui Claro da Fonseca, Diretor da Carpick do Grupo Gocial,


retoma do uso do carro, mas ainda longe dos valores de 2019". Prevê que "a rede oficial seja afetada com a diminuição do parque circulante até três anos e aponta que os 'alternativos' já representam 23% das matrículas, mas apenas 2,5% do parque circulante". A terminar, Jorge Gonçalves, Diretor Comercial da BP, salientou o impacto da Covid-19, nomeadamente nas quebras de 4,5% no consumo de energia primária e de 6,3% nas emissões de carbono do consumo de energia. "A BP reforçou o seu compromisso rumo à neutralidade carbónica, compensando as emissões de carbono dos abastecimentos dos nossos clientes através do BP Target Neutral, os créditos de carbono gerados a partir de projetos globais que financiam a utilização de energias renováveis, redução de carbono e a proteção das florestas, compensando com 2.000.000 milhões de toneladas de carbono por ano", o que equivale retirar 400.000 veículos das estradas. A conferência terminou com a intervenção de Gualter Mota Santos, presidente da mesa da Assembleia Geral da ARAN, que elogiou o sucesso do evento, referindo o marco dos 80 anos da ativida-

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de da associação.Assinalando o papel fulcral que esta entidade tem, assinalou que ela "investe na transição para o futuro e continua comprometida com a defesa dos seus associados e a execução da sua atividade em prol do setor".


ATUALIDADE

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DPAI

OBSERVATÓRIO CONFIRMA RESILIÊNCIA DO APÓS-VENDA Na Expomecânica a DPAI revelou novos dados do Observatório do Pós-venda, com atualizações importantes nos números da produtividade, rentabilidade e lucros das empresas. A boa resposta à pandemia pelo sector é outra nota de destaque deste documento Texto Nuno Fatela

O

Observatório do Pós-Venda Automóvel da DPAI / ACAP é uma ferramenta com grande valor para conhecer a estrutura das empresas que compõem o Aftermarket nacional. Atualizado de forma constante, para acompanhar a evolução do sector, as últimas informações adicionadas a este relatório foram agora reveladas na Expomecânica pela Divisão do Pós-venda Automóvel Independente. E esta atualização oferece indicadores positivos, com destaque para a redução dos níveis de endividamento das empresas e a resiliência do Aftermarket à pandemia, embora existam alguns valores que causam preocupação, referentes aos lucros, produtividade e rentabilidade dos negócios. NOVAS MOTORIZAÇÕES A GANHAR PESO Além de fazer o raio-x das empresas que compõem o tecido do após-venda, o Observatório da DPAI traça a evolução do mercado automóvel, algo que ajuda a perceber quais os auto37

móveis que vão entrar pelas portas das oficinas no presente e no futuro. E com a idade média do parque automóvel colocada nos 13,2 anos, para os ligeiros de passageiros, pode-se concluir que a maioria dos serviços atuais são para viaturas já com idade considerável. No segmento dos ligeiros de mercadorias esta realidade repete-se, até porque entre 2000 e 2020 a idade média destas viaturas quase triplicou. Na passagem do milénio os automóvel ligeiro de mercadorias tinham em média 5,8 anos, mas agora a sua idade subiu para os 14,8 anos. Ao olhar para o mercado automóvel, o Observatório permite também antecipar como serão as viaturas que vão passar pelos centros de manutenção e reparação dentro de alguns anos. E os dados de vendas confirmam que os avisos sobre o crescimento dos elétricos e híbridos estão a provar-se acertados. Em 2010 eles representavam 1% do mercado automóvel, e em 2015 pouco tinham evoluído, para os 3%. Mas em 2020 eles passaram já a

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ATUALIDADE QUADRO 1

QUADRO 2 ser 23% dos automóveis vendidos, ganhando ainda maior peso nas vendas este ano, com uma quota de mercado de 32% entre janeiro e setembro. Em sentido contrário, os Diesel estão em queda. Este negócio está bem assegurado por um extenso parque de usados, mas as vendas desceram 11% entre 2020 e 2021. E se no início da última década os Diesel eram 67% do mercado, hoje eles representam apenas um terço disso, e só 22% de automóveis vendidos este ano tinham motores a gasóleo. AS EMPRESAS EM DETALHE Este estudo segmenta as empresas em cinco classes (dados até 2019), e começa com as pequenas firmas de volume de negócios anual inferior a 500.000€ na Categoria A. Este é o grupo mais representativo do após-venda (integrava 63.6% do tecido empresarial em 2019), mas com uma produtividade média de apenas 79.000€ por funcionário. A Categoria B inclui quem alcance uma faturação até 3.000.000€ e integra 30,3% das companhias, que têm uma produtividade média mais aliciante, já situada nos 136.000€. O patamar seguinte inclui firmas de maior dimensão, com volume de negócios anual até sete milhões de euros (2,6%), que conseguem uma produtividade média de 164.000€. As categorias de topo, D e E, são as mais produtivas do tecido do Aftermarket. Estas classes são compostas,

QUADRO 3

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QUADRO 4

QUADRO 5 respetivamente, por 1,3% de empresas com volume de negócios superior a 7 milhões de euros, e por 1,5% consideradas “PME Excelência”. Ao nível da produtividade média, elas atingem valores, respetivamente, de 187.000€ e de 209.000€ por funcionário. Estes valores escondem, no entanto, um sinal preocupante sobre a performance das empresas. A produtividade, calculada pela relação entre os serviços + produtos vendidos e o número de empregados, revela uma queda em quase todas as categorias entre 2014 e 2019, sendo as empresas de menor dimensão as únicas a contrariar esta tendência. INDICADORES MISTOS NUM SECTOR RESILIENTE Uma boa notícia do Observatório do Pós-Venda é a redução da dependência de capitais externos pelas empresas, como indica o Quadro 4. Os níveis de endividamento cairam em todas as categorias na segunda metade da última década, embora o valor de 68% nas pequenas empresas esteja ainda em níveis preocupantes. Mas há indicadores sobre a competitividade das empresas com novidades menos positivas, como revelam os Quadros 3 e 5. O nível de rentabilidade tem uma queda transversal, o que significa que o lucro por cada euro investido nas empresas é menor. E também os lucros das empresas antes de impostos e outros dividendos têm uma per-

Apesar da queda em alguns indicadores da competitividade das empresas entre 2014 e 2019, a ACAP destaca como o aftermarket mostrou uma forte resiliência durante a pandemia 39

formance semelhante, com uma queda nos valores entre 2014 e 2019 nas diversas categorias. Os dados sobre o impacto da pandemia no Aftermarket ainda são escassos, mas as primeiras informações mostram que a reação foi excelente. Em contraciclo com o cenário geral de recessão, em que a quebra na faturação das empresas foi de 15%, o Quadro 1 mostra que os acessórios automóveis e oficinas faturaram mais 1% em janeiro de 2021 que no período homólogo. Este é um dos dados mais relevantes do Observatório do Pós-Venda, pois demonstra, como assinala a ACAP, que o Aftermarket “mostra-se resiliente à crise económica durante a pandemia”.

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ESPECIAL

A HISTÓRIA DA BOSCH CAR SERVICE

100 ANOS EM BUSCA DA EXCELÊNCIA Celebra-se em 2021 o centésimo aniversário da Bosch Car Service, que desde a sua origem em Hamburgo foi continuamente expandindo a sua área de intervenção até se tornar numa referência global. Atualmente a rede de oficinas da Bosch conta com mais de 16.500 oficinas nos cinco continentes, ao serviço dos clientes de automóveis de todas as marcas Texto Nuno Fatela

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100 anos após surgir em Hamburgo, hoje a Bosch Car Service tem 16.500 oficinas e está presente em 150 países

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Bosch AG é a maior empresa mundial de aftermarket automóvel, um gigante reconhecido pela qualidade e tecnologia dos seus componentes e que tem vindo continuamente a inovar e a fazer evoluir a mobilidade. Mas, na relação direta com os clientes finais, existe uma divisão que se destaca pelo suporte dado aos automobilistas de todo o mundo, respondendo às necessidades de reparação e manutenção das suas viaturas. Falamos da Bosch Car Service, a rede de oficinas que opera nos cinco continentes com a promessa de uma resposta de qualidade, fiável, próxima e rápida na manutenção e a reparação de automóveis de todas as marcas. Esta história, que valeu reconhecimento a nível global, teve início há precisa-

mente 100 anos, quando em Hamburgo abriu a primeira oficina Bosch-Dienst (Bosch Service). Agora, que se assinala o centenário da Bosch Car Service, vamos levá-lo através da história desta rede e também dar-lhe a conhecer a forma como ela se prepara para os novos e disruptivos desafios da mobilidade. Porque, passados 100 anos, a Bosch afirma que o seu objetivo se mantém: servir os clientes com qualidade e atingir o máximo grau de satisfação. OS PRIMÓRDIOS Foi no dia 1 de janeiro de 1921 que teve início a centenária jornada da Bosch Car Service, quando a oficina Max Eisenmann & Co se tornou na primeira aderente à rede oficial de oficinas Bosch. O objetivo com este pioneiro ‘Bosch AG Installation and Repair Workshop’ 41

estava bem identificado, e passava por oferecer um conjunto de “bases ou centros de suporte… na Alemanha e estrangeiro em cidades com trânsito automóvel” que atingisse já níveis relevantes. Os motivos para esta aposta também eram fáceis de perceber. Se no ano 1900 existiam apenas 10.000 automóveis a circular, em 1910 o número crescera exponencialmente para as 250.000 viaturas, numa expansão contínua que atingiu os 2,5 milhões de veículos, de variados modelos e marcas, em circulação no ano de 1920. E se nos primeiros anos os proprietários dos automóveis eram especialistas em mecânica ou tinham posses para contratar um mecânico a tempo-inteiro, a democratização da mobilidade significou que cada vez mais condutores não

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ESPECIAL dispunham dos conhecimentos para a manutenção e reparação das suas viaturas. Além disso, as inovações elétricas nos veículos também aumentaram a sua complexidade, exigindo profissionais especializados para responder a estas necessidades. Mostrando o seu carácter visionário, já nessa altura Robert Bosch, fundador da companhia, reconhece a necessidade de oferecer aos automobilistas uma rede de reparação alargada e capacitada com mecânicos, ferramentas e componentes que respondessem às variadas necessidades. Até porque a ideia de uma rede como a Bosch Car Service, há que referir, é anterior ao ano da fundação em 1921. Por exemplo, antes da Primeira Guerra Mundial já existiam nos Estados Unidos (onde o Ford Model T e outros modelos aceleraram a expansão do automóvel) várias lojas de componentes e o conceito das Bosch Service Stations para responder às necessidades dos clientes. Este projeto sofreu fortes retrocessos após a Primeira Guerra Mundial e acabou por desaparecer, mas ficara já demonstrado o potencial de uma rede de oficinas multimarca capaz de atender aos diversos modelos. CRESCIMENTO FULGURANTE O primeiro relatório sobre a Bosch Service é de 1926, cinco anos após a fundação, e indica que existiam já 68 oficinas aderentes em toda a Europa. Também nesse ano a imagem dos espaços começa a ser harmonizada, com o logo com a lanterna e o nome Bosch, e indicação de normas e procedimentos. O documento diz que todas as oficinas deveriam estar “equipadas com todas

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Passaram 100 anos desde que a Max Eisenmann & Co, em Hamburgo, foi a primeira oficina da rede Bosch Car Service

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as máquinas e ferramentas especiais necessárias para uma inspeção rápida dos equipamentos elétricos, particularmente aqueles mundialmente famosos que são produzidos pela Bosch, e assim reparar qualquer dano”. Igualmente importante é a exigência, já nessa época, de que a execução destas tarefas ficasse a cargo de “especialistas treinados que garantem a execução pronta dos pedidos, ao mesmo tempo que um stock de peças de substituição bem preparado permite a rápida substituição. Todas as estações da Bosch são obrigadas a fornecer um serviço com cortesia e aconselhamento sem compromisso”. Em 1932 surge outro suporte de extremo valor para as oficinas, um manual com 152 recomendações sobre os mais diversos aspetos de cada um dos espaços. Já com foco na uniformidade do serviço, este documento incluía conselhos sobre compras e stocks, organização de espaço e diretrizes de marketing para as oficinas. Mas, além disso, procurava garantir que eram atingidos altos padrões de qualidade, abordando temas técnicos como os trabalhos de instalação e reparação de componentes, mas também a gestão de equipas e prevenção de acidentes. Estes suportes ajudam a explicar o fulgurante crescimento da rede Bosch Car Service nos primeiros anos, pois o registo de 68 oficinas em 1926 passou rapidamente para 2750 espaços nos anos 30, ascendendo aos 3000 no início da década de 1940. Foi então que o impacto da Segunda Guerra Mundial se sentiu com força, pelo que em 1950 o número de oficinas na rede regrediu para 2500. O trajeto de crescimento



ESPECIAL retoma-se depois da recuperação da Europa, e a Bosch Car Service tinha 3500 locais ao dispor dos clientes nos anos 60, que evoluíram para 6500 centros de reparação na década de 1980. A PAR COM A EVOLUÇÃO Um elemento-chave na estratégia da Bosch Car Service é a garantia de apoio especializado, e existe um momento histórico a destacar nesta área. Falamos do ano de 1955, quando a Bosch abre em Estugarda a sua primeiro escola com foco no atendimento aos clientes. Ou seja, já há mais de 60 anos que a formação era uma preocupação para com a rede de oficinas do gigante germânico. O papel da Bosch na evolução do automóvel também teve impacto positivo naquilo que é o trabalho das suas oficinas. Já na década de 1920, quando surge a rede Bosch Car Service, havia exemplos de novas tecnologias lançadas pela empresa, como é o caso do limpa para-brisas eletrónico surgido em 1926, ou do servo freio para veículos comerciais lançado no ano seguinte.

A Bosch afirma que por ano a sua rede atende 50 milhões de automóveis em todo o mundo

AS CARACTERÍSTICAS DO SERVIÇO BOSCH CAR SERVICE A Bosch Car Service tem diversas premissas no serviço fornecido aos seus clientes finais, que passam pela alta qualidade de reparação através de uma rede alargada e próxima, com uma relação preçoqualidade vantajosa para os clientes e garantia de fiabilidade e confiança. A isto junta um cuidado na interação, através da garantia de tratamento personalizado e compromisso para todos os que se deslocam aos seus espaços. Fruto da atualização constante das suas ferramentas e profissionais, hoje em dia praticamente todos os modelos das mais diversas marcas automóveis podem deslocar-se a qualquer local da rede Bosch Car Service. E isto inclui já todos os novos tipos de motorizações, como veículos a gás natural e eletrificados, tanto híbridos como 100% elétricos. Por isso, a marca tem publicadas nas suas páginas digitais dez promessas para os seus clientes: • Competência multimarca e multisserviço • Peças Originais em todas as intervenções • Fiabilidade e Garantia a nível nacional • Excelente Relação Preço-Qualidade • Honestidade e Transparência • Proximidade e Disponibilidade • Preservação da Garantia de Origem • Mobilidade Assegurada • Acolhimento Confortável • Proteção das Pessoas e do Ambiente

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Ao longo da história notabilizaram-se outras soluções desenvolvidas pela Bosch ao automóvel como as sondas Lambda, o ABS, o controlo eletrónico do airbag, os sistemas Common-Rail e ESP , a Injeção Direta para motores a gasolina... A par com essas novidades, que as oficinas Bosch Car Service acompanharam, houve também evoluções com vista à melhoria do serviço prestado aos clientes. Exemplos marcantes são o SIS (Sistema de Informações do Veículo) surgido em 1981 e o software de diagnóstico ESI[tronic] que é apresentado ao mundo dez anos mais tarde. Atualmente, o lançamento de novas soluções para as oficinas continua. Por exemplo, a 30 de setembro a Bosch e a BMW anunciaram que o sistema FNOS (First Notification of Service need) de alerta sobre a necessidade de reparação dos automóveis da marca bávara ficará também disponível para oficinas independentes. Isto significa que, com as vantagens oferecidas pela conetividade, qualquer ponto de reparação da Bosch Car Service passará a dispor, ao mesmo tempo que as oficinas da marca, da informação em tempo real do BMW CarData Service que obtém dados de 90 pontos do automóvel. APOIO ÀS OFICINAS A Bosch tem desenvolvido várias soluções para apoiar os centros da sua rede, com especial destaque para o Bosch Service Excellence, que integra


o programa de melhoria contínua da Bosch Car Service, lançado em 2004. Este é um sistema integrado que dá suporte às oficinas nos mais diversos aspetos, e que é complementado pelo Perfil de Qualidade Bosch Service, através do qual é fornecido aconselhamento aos espaços. Estas soluções procuram assegurar elevados padrões de qualidade em todas as oficinas da empresa a nível global, onde se incluem os mais de 140 espaços existentes em Portugal. A complementar este apoio, há que destacar também a formação constante dos profissionais, que os ajuda a manter-se atualizados e capazes de responder aos sistemas tecnológicos e motorizações cada vez mais complexos que os veículos integram. TRAJETÓRIA DE CRESCIMENTO MANTÉM-SE NA ATUALIDADE Em 1999, quando foi introduzido a nível mundial a designação Bosch Car Service e os logos e imagens de marca que ainda hoje se mantêm, a rede contava já com mais de 10.000 oficinas. Desde então, a trajetória de crescimento mantém o ritmo constante que tem sido uma realidade desde 1921. No final de 2020 a Bosch Car Service estava presente nos cinco continentes, com 16.500 centros distribuídos por 150 países. Os números revelados pela empresa germânica relativos à atividade anual da sua rede de oficinas são expressivos. Ao longo de cada ano são servidos nas oficinas Bosch em todo o mundo 50 milhões de automóveis, e a cada dia surgem mais de 90.000 viaturas para reparação ou manutenção. E diariamente, a rede Bosch Car Service in-

A rede Bosch contava com 10.000 oficinas no ano 2000, e continuou a crescer para os 16.500 espaços que tem atualmente nos cinco continentes

terage com um milhão de clientes por telefone, nas suas oficinas ou nas tarefas de recolha e devolução dos veículos aos proprietários depois das intervenções, em casa ou no local de trabalho. OBJETIVOS PARA O FUTURO Ao assinalar o centenário da rede, Thomas Winter, que é responsável pelo conceito de oficinas na Bosch Automotive Aftermarket, destacou alguns dos desafios que a empresa enfrenta atualmente. “Trabalho em rede, automação e novas soluções de mobilidade – a complexidade dos veículos está a crescer de forma progressiva. Cada vez mais carros apresentam tecnologias de assistência ao condutor e novos sistemas de infotainment e apresentação das informações. Isto significa também novos desafios para as oficinas. A Bosch é um parceiro de confiança quando se trata de acomodar os crescentes requisitos dos veículos no futuro – e 45

consegue garantir que, com as oficinas Bosch Car Service, os clientes vão encontrar sempre um contacto competente para os seus serviços e reparações”. Entre os objetivos identificados para a rede, a empresa destaca a consolidação da sua posição de liderança mundial através da integração de novos parceiros como uma meta a alcançar. Além disso, a coordenação dos trabalhos nas oficinas, e também com os clientes através de novas soluções digitais (de que o My Bosch Car Service é um bom exemplo), são outra das principais apostas da empresa para complementar o acompanhamento da evolução tecnologica dos automóveis. Estas metas, afirma a rede de oficinas, têm em mente um objetivo final da Bosch Car Service, que passa por continuar a apresentar-se como "um parceiro de mobilidade fiável e duradouro e líder na manutenção e reparação automóvel".

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ESPECIAL

A

Bosch Car Service está a celebrar 100 anos de história. Mas, como nos explica a responsável de marketing para território ibérico, Eva Moreno, o olhar da rede está focado no futuro. O objetivo é continuar a garantir a melhor qualidade do serviço aos clientes, e também que as oficinas têm apoio para lidar com as inovações tecnológicas, alcançam a máxima eficácia na gestão e contam com canais de comunicação modernos . Porque, afirma, a empresa pretende "ajudar as oficinas Bosch Car Service, com o claro objetivo de ter uma oficina pronta para o futuro". O que representa o centenário da Bosch Car Service? Para a Bosch, este ano de aniversário está a ser muito especial. Queremos continuar a oferecer o melhor serviço com a tecnologia mais avançada e continuar a impulsionar a inovação para construir o futuro do setor automóvel. Poder comemorar este aniversário com os membros da rede Bosch Car Service é uma grande alegria, porque no final a rede é formada por todos.

A BOSCH CAR SERVICE EM PORTUGAL

FOCO NA INOVAÇÃO PARA CONTINUAR A SER REFERÊNCIA Eva Moreno, Channel Marketing Manager da Bosch Car Service na Península Ibérica, revela como a rede de oficinas da Bosch pretende responder aos desafios que se avizinham. E no momento em que se assinalam os 100 da BCS, considera que a inovação tecnológica, a formação e a comunicação digital serão chaves para o sucesso Texto Nuno Fatela

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Como estão a assinalar esta data histórica? Uma das formas foi com reforço ao nível da comunicação, com campanhas de imagem e outras comunicações com o objetivo de assinalar este grande marco para a empresa. As campanhas têm sido desenvolvidas principalmente em meios online e incluem banners de múltiplos formatos com presença em páginas de interesse do público, display ads com banners em diversos sites e plataformas com o objetivo de alcançar notoriedade e atrair público para o site My Bosch Car Service, além dos native ads, com vista a promover o tráfego para o site através de uma estratégia de publicidade nativa em canais segmentados para aquele que é o nosso público-alvo. Quantas oficinas integram a rede BCS em Portugal e como tem evoluído esta presença? Atualmente contamos com mais de 140 oficinas, e temos perspetivas de crescimento da rede nos próximos anos.


Dos primeiros serviços da Bosch até àquilo que é hoje a rede Bosch Car Service em Portugal, passaram muitos anos, ao longos dos quais conseguimos criar uma rede estável, homogénea e profissional. Existem regiões fulcrais para aumentar a cobertura nacional? Sim, existem áreas do país onde temos identificado, através de ferramentas de localização que têm em consideração a população, o rendimento per capita, o padrão de vida, o número de veículos por domicílio, que não existe um número adequado de oficinas. É nestas áreas que nos concentramos para garantir o crescimento da nossa rede. Quais as últimas grandes alterações na rede de oficinas Bosch e que novidades estão a preparar? Neste mundo ultraconectado, continuar a estar entre os melhores só é possível através de uma inovação constante. O nosso foco principal é desenvolver a oficina conectada, mais eficiente e com máxima economia de tempo e custos. Além disso, concentramo-nos também em promover a formação e a qualidade da nossa rede. Cada membro da nossa rede é o eixo central deste processo de mudança, no qual a Bosch está cá para ajudar as

oficinas Bosch Car Service, com o claro objetivo de ter uma "oficina pronta para o futuro". Para isso, precisamos de desenvolver continuamente ferramentas que aumentem a eficiência das nossas oficinas e atrair mais clientes. Tudo isto porque queremos ser uma referência no presente e também no futuro. Quais as vantagens para os clientes finais na escolha pelas oficinas BCS? O que os nossos clientes destacam é a qualidade, estabelecendo os mais elevados padrões em todas as áreas. A juntar a isso, a formação e a capacitação técnica dos nossos técnicos para realizar desde as reparações mais simples às mais complexas, assim como a qualidade do produto Bosch e os equipamentos de diagnóstico mais avançados. Além disso, disponibilizamos um conjunto de serviços de valor acres-

"Quando trabalhamos em grupo e pertencemos a uma rede somos sempre mais fortes" 47

centado que oferecem aos clientes a melhor experiência, como por exemplo, solicitar marcação prévia e orçamento, uma viatura de cortesia eo financiamento de reparações, entre outras. INTEGRAÇÃO NA REDE TRAZ VANTAGENS ÀS OFICINAS Quais as vantagens de integrar a BCS? Entre os benefícios destaco: Qualidade, através de monitorização para garantir elevados padrões de qualidade em todas as áreas; Imagem corporativa homogénea, que diferencia as oficinas da rede; formação contínua e com os melhores meios tecnológicos; Equipamentos, com as soluções de última geração para diagnóstico de veículos; Marketing e comunicação, através de um forte suporte publicitário em todos os meios de comunicação; Acordos com empresas; Oferta de uma vasta gama de produtos com garantia certificada; e serviços digitais, entre outros. Que medidas existem para harmonizar o nível do serviço? Com o programa Bosch Service Excellence garantimos uma qualidade e serviços excelentes, para ter uma rede homogénea. O objetivo deste programa de desenvolvimento é estabelecer os níveis de qualidade e serviço que cada oficina deve ter.

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ESPECIAL

O programa Bosch Service Excellence dá à oficina todas as indicações e ferramentas que devem seguir para gerir o seu negócio de acordo com os padrões da marca. Além disso, nos últimos anos, temo-nos concentrado no desenvolvimento e na implementação do programa de gestão de oficinas da Bosch Car Service, que é e será a chave para melhorar a eficiência das oficinas. O mundo interconectado em que vivemos significa que, como marca, devemos trabalhar no ecossistema digital e tentar conectar todos os atores do setor: oficina, Bosch, distribuidor, cliente final. Como é implementado o programa Bosch Service Excellence? Para a implementação, a Bosch garante o fornecimento das ferramentas e dos conselhos necessários ao responsável da oficina, de forma a garantir um elevado nível de qualidade em todas as áreas do seu negócio. As áreas abrangidas por este programa vão desde o Processo de Oficina e Gestão da Qualidade à Orientação para o cliente, formação técnica, gestão de recursos humanos e gestão da marca.

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Como se articula a comunicação entre a Bosch Portugal e a rede? Contamos com profissionais que atuam nas diversas áreas do marketing, à disposição das oficinas da rede em tudo o que diz respeito à comunicação, marketing e produto. Além disso, dispomos de uma equipa comercial que responde a cada cliente como consultor e a nível particular, para o aconselhar no seu negócio. A oficina dispõe ainda de uma Linha de Apoio Técnico e de formação de técnicos. Para questões relacionadas com Marketing, colocamos ao dispor da oficina uma agência de comunicação e meios, os melhores fornecedores homologa-

dos de material de escritório, vestuário, etc. Além disso, temos ainda um Contact Center localizado em Lisboa com atendimento direto tanto à oficina como ao utilizador. Nos últimos anos, a Bosch lançou também a ferramenta Bosch Talks que facilita a relação oficina/Bosch, uma vez que está disponível como app para Android e iOS. Através desta app, a oficina fica perfeitamente atualizada sobre assuntos relacionados com a Bosch e com a Bosch Car Service, tendo ainda acesso a novidades do setor, promoções, formações e a possibilidade de receber respostas diretas às suas dúvidas.

"Contamos com mais de 140 oficinas em Portugal e temos perspetivas de crescimento da rede nos próximos anos"

O que diferencia a rede BCS da concorrência? Somos a única rede no mercado que pertence a um fabricante. Isso é, sem dúvida, um ponto diferenciador. O nosso slogan de há anos atrás continua a fazer sentido nos dias de hoje: "Se a Bosch fabrica a maioria das peças do seu carro, quem melhor do que a Bosch para o reparar". Somos uma rede multimarcas e multisserviços, com elevados padrões de qualidade, auditados por meio de testes de quali-

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dade (SQA) e Cliente Mistério (SQT) por uma empresa externa. Estes são apenas alguns dos aspetos que fazem com que o setor automóvel confie na rede Bosch Car Service. Mas, mais importante do que enumerar o que nos distingue é dar a conhecer as características e mais-valias da rede BCS, onde podemos destacar o elevado conhecimento técnico para responder desde reparações simples às avarias mais complexas, com técnicos com alta formação técnica e empresarial; o centro de formação próprio e a linha direta técnica; o forte suporte de publicidade; e um programa de formação técnica e empresarial de última geração. Além disso, temos vindo a fazer uma aposta cada vez mais vincada em serviços digitais, como é exemplo a plataforma de solicitação de agendamento e de orçamento MyBoschCarService, o Programa de Gestão de Oficinas Bosch Car Service. E importa também referir a possibilidade que damos às oficinas de fechar acordos com empresas de vários setores (frotas, seguradoras, clubes de automóveis), em todo o território nacional.

A formação tem um grande relevo para a Bosch Car Service, que considera essencial para a melhoria contínua das oficinas

TRANSFORMAÇÕES NA MOBILIDADE VÃO PROPORCIONAR NOVAS OPORTUNIDADES Eva Moreno confia que o contínuo investimento em inovação da Bosch permite à sua rede de oficinas estar preparada para lidar com as mudanças que o Aftermarket automóvel atravessa, e considera que o facto da BCS “saber como serão os automóveis que irão visitar as nossas oficinas agora, em 2030 e também mais adiante” é um trunfo importante. Mas não acredita num cenário disruptivo, e embora reconheça que as vendas de veículos eletrificados vão crescer “as tecnologias convencionais não irão desaparecer. Acreditamos que as tecnologias alternativas vão aumentar, mas olhamos para isso como uma evolução, e não como uma revolução”. Aligação do veículo a variados dispositivos é uma das transformações destacadas pela Channel Marketing Manager da Bosch Car Service, confiante que ter os automóveis conetados a todo o ecossistema de mobilidade, incluindo as oficinas, “traduz-se em novas oportunidades, nomeadamente para atuar na manutenção preventiva”. Mas para isso é necessário que as empresas sejam “fortalecidas como prestadoras de serviços, e colocar o foco no cliente e não tanto na reparação. A chave é apostar nas ferramentas de gestão de dados, que nos permitem estar mais em contacto com os clientes”. Eva Moreno assinala ainda outra transformação, recordando que “não é apenas a tecnologia do veículo que muda, os modelos de propriedade também perderão importância pela partilha. Por tudo isto, é muito importante entender o que está a acontecer para conseguir identificar novas oportunidades”.

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A integração e sincronização de todos os equipamentos, através de um novo sistema de gestão oficinal, tem sido uma aposta da BCS. Como está a evoluir este projeto? Já temos o sistema implementado em alguns escritórios e o processo está a decorrer muito bem. Para as novas oficinas, ele será obrigatório ao integrarem a rede. A oficina nota e percebe as vantagens de ter este sistema, e será uma questão de tempo até termos uma rede extensa onde esteja 100% implementado. Há diferentes vantagens, mas podemos destacar a eficiência, a economia de custos e de tempo, a ligação entre a Bosch e o distribuidor, e a experiência do cliente. FORMAÇÃO E DIGITALIZAÇÃO PREPARAM O FUTURO Ao nível da formação existe apoio da BCS à sua rede através de programas contínuos. Qual o relevo destas iniciativas? Todos os anos lançamos um programa completo de Formação Técnica composto por cursos ministrados por técnicos nossos, assim como um Programa de Formação Empresarial com cursos que cobrem os pilares básicos do Bosch Service Excellence. Durante o período de pandemia também disponibilizámos formação online, algo que foi muito bem recebido pelas oficinas. O que justifica esta atualização contínua dos conhecimentos? A melhoria contínua é uma das máximas da Bosch. A aposta na formação técnica e empresarial das nossas oficinas coloca-

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ESPECIAL -nos, como marca, na vanguarda das tecnologias mais recentes. O mercado automóvel está a evoluir, nós devemos manter o nosso compromisso enquanto empresa de nos adaptarmos às novas tecnologias e aos novos tipos de veículos. Devemos ser capazes de oferecer a melhor experiência a todos os tipos de clientes, que são cada vez mais exigentes e que querem tudo aqui e agora. Em que conteúdos programáticos estão a apostar mais para os cursos que estão a lançar? Apostamos claramente na digitalização da oficina, essencialmente com cursos para capacitação na gestão eficiente, em atendimento ao cliente, revisões, arquivos GMB, MyBoschCarService (agendamento prévio e orçamento), assim como cursos técnicos que apoiam na aquisição de conhecimento para atender veículos elétricos, híbridos e novos sistemas de assistência à condução.Devemos garantir não só os cursos, mas também o acesso aos mesmos, razão pela qual já combinamos atualmente a formação presencial com a formação online, com recurso a plataformas específicas criadas pela Bosch. Quais as principais soluções e ferramentas que a Bosch Car Service usa para se afirmar no mundo digital? A consulta online e o pedido de orçamento já são uma realidade nas nossas oficinas através da plataforma My Bosch Car Service; também os pedidos aos distribuidores já são feitos cada vez em maior percentagem através das plataformas digitais. O cliente é digital, está à procura de uma oficina através dos principais motores de busca da Internet e nós, como rede, devemos estar presentes para lhe dar assistência e dar seguimento aos seus comentários de melhoria ou de agradecimento pelos nossos serviços. Para isso também contribui o programa de Gestão Bosch Car Service, que temos vindo a designar de Smart Workshop (Oficina Inteligente), e que diz respeito a uma oficina conectada, onde tudo está interligado, favorecendo a poupança de custos e de tempo para a oficina e melhorando a experiência do cliente, que antes de se deslocar à oficina já sabe o horário que está disponível e o custo da reparação. Basi-

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"Sabemos como são os automóveis que vão visitar as nossas oficinas agora, em 2030 e também mais adiante" camente, um cliente chega, sai do seu veículo e a oficina já tem previamente toda a informação sobre a reparação que vai realizar. Qual a importância do My Bosch Car Service na estratégia da empresa? A Bosch lançou a ferramenta de pedido de marcação e orçamento nas oficinas da nossa rede em resposta a uma procura já existente para este tipo de serviço. A pandemia também causou um aumento neste tipo de solicitações. O cliente quer escolher a data em que vai a uma oficina, os espaços que tem disponíveis e saber antecipadamente quanto custa a sua reparação. Dentro da estratégia da nossa empresa, o My Bosch Car Service é um dos pilares importantes. Esta é uma ferramenta dinâmica que está em melhoria contínua e tem vindo a ser aprimorada de acordo com as necessidades do mercado e dos clientes. 50

Que serviços podem ser feitos com esta ferramenta e quais os seus benefícios? De forma muito direta, esta ferramenta simplifica a relação cliente/oficina. No que diz respeito ao cliente, trata-se de uma plataforma online à qual o cliente acede diretamente através do próprio site da BCS e que lhe permite localizar as oficinas mais próximas, solicitar uma marcação que será confirmada, permite também ao cliente definir qual é a sua oficina BCS preferida e ter acesso a promoções e ofertas pensadas e direcionadas exclusivamente para si. Além disso, pode ainda solicitar um orçamento para a reparação, tendo apenas para isso de incluir a matrícula do veículo. Resumindo, a oficina Bosch Car Service está assim disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana. Que novidades podemos esperar no mundo digital por parte das oficinas BCS nos próximos tempos? Como referi, na Bosch a inovação é uma constante e estamos a trabalhar para podermos estar sempre um passo à frente daquilo que são as necessidades do mercado e dos nossos clientes. No entanto, a mais curto prazo podemos dizer que as principais novidades vão assentar em quatro premissas: a adaptação às novas tecnologias automóveis, a existência de um ecossistema digital com uma oficina conectada (oficina inteligente), o aumento da presença digital e a disponibilização de novos serviços digitais.



ESPECIAL

BOSCH BRAGA

INOVAÇÃO EM SENSORES E NOS LIDAR A condução autónoma está cada vez mais próxima, e no evento “Flashing the Future” a Bosch Braga revelou como as suas investigações aos LIDAR e Sensores de Condição do Piso podem acelerar a chegada dos veículos não tripulados Texto Nuno Fatela

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ecorreu no dia 12 de outubro mais uma edição das Ted Talks da Bosch Braga, dedicada ao tema da condução autónoma. Designado “Flashing the Future”, este evento ofereceu-nos um olhar a duas novas tecnologias que nos próximos tempos podem ajudar a tornar realidade os carros não tripulados, numa apresentação que ficou a cargo de quatro responsáveis desta divisão portuguesa. António Lopes, engenheiro de desenvolvimento, e Pedro Macedo, hardware developer, revelaram como a implementação de sensores de condição de piso pode ajudar a tornar mais segura a condução dos veículos, enquanto Mónica Cerquido, optical developer, e Pedro Barbosa, software e hardware developer, apresentaram uma visão aos desafios que ainda se colocam na utilização dos Lidar. O objetivo passou por mostrar como estes dois sistemas podem ajudar a concretizar a chegada de veículos com o Nível 5 de condução autónoma, no qual a intervenção humana é totalmente dispensada. Diversas alterações sociais contribuem para a introdução

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desta tecnologia, recordou a Bosch Braga, onde se incluem o aumento da esperança média de vida (mais ocndutores acima dos 65 anos), concentração das populações em centros urbanos (60% das pessoas vão viver em cidades), a conetividade (os automóveis vão integrar um grupo de 50 mil milhões de dispositivos conectados) e a necessidade de reduzir o impacto ambiental da mobilidade. A condução sem intervenção humana ajudará a resolver desafios que já existem e se tornarão ainda mais relevantes com estas mudanças no mundo. Porque, entre as vantagens desta tecnologia, estão a redução em 90% da sinistralidade rodoviária, eliminar totalmente os engarrafamentos de “para-arranca”, cortar 40% no tempo das viagens e ainda baixar 60% as emissões poluentes e 10% os consumos de combustível. Para ajudar a tornar estes benefícios uma realidade, as inovações nos Lidar e Sensores do Piso podem desempenhar um papel importante. CARROS VÃO ANALISAR O PISO Um desafio para os veículos autónomos prende-se com o facto deles não 52

terem a capacidade para “olhar” para as condições do piso com a mesma eficácia dos humanos. Mas a introdução de sensores que analisam a estrada, reconhecendo se o piso está seco, com água, gelo ou neve, poderá ser a solução para este problema. António Lopes e Pedro Macedo trabalham nesta área na Bosch Braga, estando a desenvolver uma solução que prevê a introdução de um pequeno sensor, colocado no para-choques dianteiro, capaz de ler o estado da estrada. O sistema tem por base um radar com quatro lasers que, na conceção atual, consegue a uma velocidade de 120 km/h analisar o estado do piso até 30 vezes por cada metro percorrido. Numa explicação básica do sistema, estes lasers enviam pulsos para o piso, até uma distância de um metro em frente do automóvel e, com base na reflexão do sinal enviado, conseguem detetar as condições do piso. Embora esta tecnologia já exista, sendo usada em limpa-neves e radares estacionários de análise do piso, o objetivo passa por oferecer uma solução compacta, e que resolva problemas como o impacto dos reflexos da luz solar e de outros


Um Lidar consegue mapear até 2 milhões de pontos em 10 FPS, o que exige novas soluções para analisar a imensa quantidade de dados obtidos

veículos na análise efetuada pelos lasers, bem como outras afinações do sistema. E, como foi demonstrado pelos dois oradores da Bosch Braga, nos testes efetuados a eficácia alcança já uma média de 85%. Com base nesta informação, que pode ser usada mesmo para veículos que não sejam totalmente autónomos, será possível atuar em três campos da segurança rodoviária. Desde logo com alertas ao condutor, mas também nos sistemas de segurança na condução, como ABS, ESP e sistemas avançados

Os sensores de piso analisam as condições da estrada 30 vezes em cada metro percorrido, e nos testes atingem já 85% de eficácia

de travagem, e ainda nos apoios de pré-colisão como os tensores dos cintos de segurança, airbags ou ainda a ativação do modo Safety. Além disso, a utilização do GPS do automóvel poderá também trazer mais vantagens aos sensores de condição do piso, já que permitirá usar protocolos de comunicação para alertar outros veículos, e as infraestruturas e autoridades rodoviárias, de zonas de perigo num determinado troço da estrada. LIDAR COM OS DESAFIOS DO LIDAR Constituído por três grandes peças, que são o laser, o receptor e o sistema de medição, o Lidar é considerado essencial para a introdução da condução autónoma. A razão é a sua capacidade para criar uma imagem 3D muito mais precisa que outros sistemas usados para perscrutar a envolvência do automóvel, como os radares que medem apenas distância ao objetivo, as câmaras e os sensores ultrassónicos. Além disso, ele opera em conjunto com estes sistemas referidos, oferecendo maior robustez à análise da estrada na condução autónoma, pela redundância de informações. 53

A explicação do Lidar, a cargo de Mónica Cerquido e Pedro Barbosa, ajudou a perceber o seu funcionamento, que passa pelo envio de múltiplos sinais lasers para uma determinada área para, através do tempo que eles demoram a refletir e regressar ao receptor, conseguir fazer uma imagem com todos os objetos no caminho da viatura, reconhecendo a distância de cada um deles ao automóvel. Isto permite criar uma imagem 3D muito nítida de tudo o que está em redor do automóvel, tendo sido explicado que a referência usada atualmente passam por ver uma área de 120º de largura e 55º de altura, similar à que o olho humano consegue captar. E foi ainda explicado que os fabricantes automóveis pedem que, a uma distância de 200 metros, os lasers tenham capacidade para obter sempre dois pontos de luz na zona do peito de um ser humano, como garantia da eficácia do sistema. Os dois especialistas da Bosch Braga destacaram neste evento que, no entanto, ainda existem diversos desafios à introdução do Lidar. Entre eles destacam-se os relativos à potência dos sinais lasers, à interferência entre vários radares Lidar a enviar pulsos laser em simultâneo e ainda o processamento de dados. Os motivos para estes dois últimos explicam-se pela capacidade de cada Lidar obter até 2 milhões de pontos em 10 FPS, o que demonstra a enorme quantidade de feixes laser enviados e de dados a processar. Considerando que futuramente se prevê que cada veículo autónomo possa ter até 6 Lidar incorporados, e tendo em conta a quantidade de automóveis que uma grande metrópole poderá albergar, são evidentes os desafios mp tratamento dos dados que esta tecnologia coloca. Mas os dois membros da Bosch Braga relevaram também soluções em estudo, como a remoção de detalhes desnecessários para melhor processamento e a partilha de dados para evitar o recurso aos Lidar em zonas já referenciadas por veículos anterior. Estas são duas respostas para os desafios dos radares Lidar em que a Bosch Braga trabalha para ajudar a tornar real a condição totalmente autónoma, algo para que também podem contribuir os sensores de análise às condição de piso em desenvolvimento.

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DOSSIÊ

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CABINES DE PINTURA

INOVAÇÕES POTENCIAM RENTABILIDADE DOS EQUIPAMENTOS Parte fundamental de uma oficina que tenha serviços de repintura automóvel, as cabines de pintura apresentam-se como um equipamento que pode fazer a diferença na rentabilidade da empresa, graças à inclusão de novas tecnologias que vão surgindo. Entre as principais novidades destacam-se a gradual eletrificação das instalações, a secagem por raios ultravioleta, os painéis endotérmicos e o quadro eletrónico de controlo. Tudo vantagens para uma oficina se tornar mais competitiva! Texto David Espanca

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área da repintura automóvel tem vindo ao longo dos últimos anos a ganhar uma importância acrescida no seio das oficinas, não só pelos constantes avanços tecnológicos das tintas mas também por tudo o que daí advém para "upgrades" graduais das cabines de pintura. Segundo Bruno Costa, Gerente da Profitaward, o setor encontra-se estável, "apesar de estar intimamente ligado ao mercado do comércio de usados e com as sinistralidades, áreas que sofreram recentemente baixas". Sendo a repintura automóvel uma área cada vez mais complexa, "é necessário estar sempre atualizado ao nível dos novos produtos e processos de trabalho que vão surgindo, de forma a garantir que se utilizam os mais adequados para cada tipo de aplicação", explica Agostinho Matos, Chefe de Vendas da Centrocor. Só assim, prossegue, se garante "a maior rentabilidade e a melhor qualidade possíveis no serviço prestado, pelo que a formação e um acompanhamento próximo dos distribuidores junto dos clientes é cada vez mais crucial para o sucesso das oficinas". 55

Uma parte fundamental do sucesso nesta área são as cabines de pintura, que há cerca de três décadas têm vindo a dar cartas importantes. E, hoje em dia, é quase impossível trabalhar sem elas, já que trouxeram vantagens óbvias a este mercado, onde os principais benefícios estão em áreas como a segurança dos trabalhadores, a rapidez do processo, a limpeza do espaço e a eficiência que trazem ao negócio oficinal. A que se junta também um menor impacto ambiental, graças às tecnologias que progressivamente foram sendo implementadas. Normalmente, as cabines de pintura são um investimento pensado para 25/30 anos, sendo um equipamento que tem uma longevidade grande, "pelo que não é fácil convencer o cliente a substituir o mesmo, porque também não faz sentido", refere Edmundo Costa, Responsável Técnico da Cetrus. Para este responsável"o mercado baixou um pouco neste contexto de pandemia, porque as oficinas tiveram menos trabalho, com menos carros a circular e menos turistas a viajarem". Bruno Costa complementa referindo que o volume de negócios "é muito menos estável, pois está ligado a aberturas de novos espaços ou a amplia-

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ções de oficinas". E adiciona que a reparação e manutenção automóvel está a entrar numa era de incertezas. "Os elétricos não vão trazer tanto trabalho às oficinas e quem está atento tenta diversificar a oferta de serviços, daí a pintura estar a despertar mais interesse", remata. Além disso, não é também de descurar o impacto dos sistemas de apoio ao condutor e de segurança (ADAS), com impacto na redução da sinistralidade rodoviária e nos habituais ‘toques’ a estacionar, que também significam menor necessidade de reparações e procura de peças de substituição. Opinião diferente tem António Gonçalves, CEO da Gonçalteam, afirmando que "o mercado no geral está com vitalidade e procura preparar-se para os desafios futuros. E tem particular dinâmica nas atualizações/renovações das cabines de pintura e zonas de preparação". Além disso, explica que "as oficinas e redes estão atentas ao mercado e sabem que podem ter mais-valias apostando no

A Gonçalteam afirma que a qualidade, rentabilidade e versatilidade são essenciais na escolha de uma cabina de pintura

As mudanças nas tintas e nos vernizes, com impacto nas temperaturas e tempos de secagem, obrigam a uma atualização constante das áreas de pintura

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mercado do recondicionamento e manutenção, para além do óbvio que é a colisão". Mas há quem tenha a visão de que as atuais cabines de pintura presentes no mercado se encontram desatualizadas para o contexto profissional. Agostinho Matos avança que elas “não possuem os equipamentos adequados para as atuais exigências do mercado ao nível de eficiência energética, prejudicando seriamente a sua rentabilidade ". O interlocutor esclarece, assim, que "este mercado não se encontra atualmente em expansão, passa mais por um processo de renovação". ATUALIZAR EQUIPAMENTOS De uma forma geral, as principais necessidades que as oficinas apresentam relativamente às cabinas de pintura prendem-se sobretudo com a atualização dos equipamentos existentes, dado que a grande maioria não são adequados nem eficientes para o atual contexto de grande exigência.



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O Chefe de Vendas da Centrocor entende ainda ser fundamental efetuar regularmente manutenções preventivas, e corretivas sempre que necessário, "de modo a aumentar a vida útil dos equipamentos, bem como garantir a eficiência, fiabilidade e rentabilidade dos mesmos". As oficinas de pintura, principalmente as independentes, no entendimento de Bruno Costa, "estão na maioria das vezes mal equipadas para a preparação de pintura, já que abriram com uma cabine de pintura e, por questões económicas, descartaram a preparação". Muito sucintamente, o CEO da Gonçalteam, António Gonçalves, assinala que "neste momento o que se procura são a qualidade dos equipamentos, a sua versatilidade e rendimento económico". PROCURA DIVERSIFICADA Uma das vantagens das cabinas de pintura é a possibilidade de receberem 'upgrades'. Mas, quem procura um novo equipamento, segundo Agostinho Matos, neste momento são "os modelos com queimadores a gás com veia de ar ou chama direta" que mais atraem as oficinas. E explica que "as cabines de pintura que fornecemos da CMC Italy podem ser adaptadas ao espaço e às necessida-

EVOLUÇÃO SUSTENTADA EM 5 PILARES A inovação na pintura automóvel tem sido constante e a DURR, que comercializa equipamentos de pintura para os fabricantes de veículos, projetou como serão no futuro as linhas de produção destas empresas. Segundo a firma germânica, a principal alteração será a introdução de espaços flexíveis e modulares, ao contrário das áreas fixas que existem atualmente, explicando que isso vai permitir que as cabinas de pintura se adaptem às diferentes formas e tamanhos dos componentes a pintar . Dessa forma, afirma a DURR, será possível otimizar qualquer cenário de produção. A empresa afirma que a evolução neste sector estará sustentada em cinco pilares. O primeiro é a Eficiência, com total automação e softwares inteligentes para reduzir gastos e tempos de paragem, a que se junta a Inovação para introduzir novas tecnologias. Os outros três pilares são a Flexilidade, com conceitos que se adaptam às diferentesdimensões das peças a pintar, a Sustentabilidade, com redução dos gastos de energia e utilização de processos e produtos sustentáveis, e a Qualidade do Serviço, com garantia de apoio em todo o ciclo de vida do produto. A DURR destaca que a digitalização influencia e tem um papel de suporte aos cinco pilares da evolução da pintura na produção automóvel. E dá como exemplo as capacidades de novos softwares para pintura automóvel que desenvolveu, como o DXQ, que recolhe dados ao longo de todo o processo de produção para posterior análise na procura de melhorias e no acompanhamento das falhas e até alertando para a existência de problemas sistémicos que possam obrigar a parar as linhas de produção.

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Com atualizações, uma cabina de pintura pode ser usada durante décadas, aumentando o retorno do investimento

des que os clientes apresentam, com um elevado grau de personalização". No caso da Gonçalteam, as mais procuradas "são as de nível intermédio de 2,7 metros a 3,2 metros de altura, cabines feitas por medida standard com grande qualidade-preço, que permitem em diversas circunstâncias efetuar 'upgrades' ". Sendo as cabines equipamentos relativamente simples, "as necessidades de tamanho e caudais de ar foram-se alterando ao longo dos tempos", revela Bruno Costa, explicando "o tipo de tintas e vernizes ditam tais alterações". Para a Profitaward, "adequar o equipamento ao espaço é sempre desejável, existindo várias configurações e implantações". Mas, prossegue, "no futuro fazer 'upgrades' é que se torna mais difícil, pois um equipamento é dimensionado para trabalhar bem com determinadas medidas e caudais e uma alteração envolve sempre intervenções a vários níveis". A marca Nova Verta é comercializada há 30 anos pela Cetrus, cuja cabine não tem tido grande evolução em termos de habitáculo. Mas, tal como avança Edmundo Costa, "o que tem evoluído refere-se à introdução de tecnologias como a de iluminação LED, praticamente disseminada em todas as áreas, a qual pode ser adaptada às cabines existentes". O responsável adianta ainda que "na parte da queima, o que era mais usual seria um queimador que aquece o ar a gasóleo. Mas hoje, tendencialmente, já é a gás, e esta alteração pode ser feita. Há queimadores tradicionais a gás, outros de chama direta ou de pré-mix, que têm uma tecnologia de queima ligeiramente diferente, pois permitem uma poupança de gás e uma maior rapidez de processos. São 'upgrades' e mais-valias que podem ser feitas em cabines existente ou em cabines novas, e que têm saído com grande frequência". ELETRICIDADE TRAZ VANTAGENS Há ainda a possibilidade de dotar as cabinas com painéis endotérmicos, mas que em Portugal não tem tido muita aceitação, porque o investimento é relativamente dispendioso. No entanto, trata-se de uma mais-valia ao nível da poupança, pois 59

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DOSSIÊ

os painéis irradiam calor, o que torna a cabine totalmente elétrica, não sendo necessário gasóleo nem gás: "Estamos a falar de diferenças na ordem dos 70 a 80% no custo de uma pintura, em relação ao gasóleo, ou de 50% no que diz respeito ao gás", esclarece Edmundo Costa. Este responsável da Cetrus argumenta ainda que "quando um cliente compra uma cabine de pintura é para utilizá-la oito horas por dia e muito rapidamente vai buscar o investimento inicial. Para mais, no caso do elétrico, se conciliado com um investimento que pode ser feito com os painéis fotovoltaicos, pode vir a compensar ainda mais". Isso mostra que este investimento pode ser rentável, especialmente neste momento em que o aumento no custo dos produtos petrolíferos tem feito escalar o preço dos combustíveis. A Cetrus disponibiliza cabines desde 3 metros até 30 metros de comprimento. E, no que diz respeito às oficinas, cerca de 90% das cabines andam à volta dos mesmos modelos com 7x4 metros e com 2,70/2,80 ou 2,90 metros de altura. A única diferença é se a oficina tem furgões para pintar, pois haverá necessidade de uma cabine mais alta. No caso das oficinas estarem interessadas em adquirir uma cabina de pintura nova, terão de pensar que, quando a adjudicação do projeto está concluída, é depois preciso esperar entre mês e meio a dois meses para que fique completamente operacional.

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MERCADO DINÂMICO Apesar de serem equipamentos com uma grande longevidade, as empresas vão apostando no lançamento de novos produtos ou então em atualizações nos já existentes. No que respeita à Centrocor, a mais recente novidade é o modelo Raptor, da CMC Italy, a primeira cabina de pintura totalmente elétrica desta marca. Segundo o responsável da empresa, este modelo procura "aliar a inovação tecnológica a uma maior sustentabilidade ambiental, já que permite um maior controlo e redução de custos energéticos". A empresa afirma que a Raptor mostra a evolução das cabines de pintura, e concilia a poupança energética com um alto desempenho ao garantir a potência adequada em cada fase específica de funcionamento. E destaca ainda que, por ser totalmente elétrica, "permite uma redução de cerca de 50% nos custos de funcionamento em relação a uma cabine tradicional".António Gonçalves, da Gonçalteam, indica que na oferta desta empresa "uma das novidades mais importante que podemos destacar este ano é o quadro eletrónico de controlo, que permite controlar a temperatura e circulação do ar de forma completamente automática". Já o Gerente da Profitaward, Bruno Costa, adianta que recentemente a empresa apresentou alterações ao nível da eficiência energética e gestão de processos das cabines, nomeadamente no 60

As cabinas endotérmicas são mais caras, mas o custo da eletricidade numa pintura é metade em comparação ao gás natural


"PLAYERS" APOSTAM EM SERVIÇO DE QUALIDADE Centrocor A Centrocor é uma empresa especializada no comércio de máquinas, ferramentas e tintas para profissionais. Iniciou a sua atividade em 1982 e conta atualmente com mais de 400 clientes, a quem dsponibiliza uma vasta gama de produtos e equipamentos do mercado, incluindo no seu portefólio as marcas Spies Hecker, 3M, Indasa, Car Repair System, CMC Italy, Beta, Mastercool, KsTools, Ravaglioli, Telwin e Twin Busch Germany. Os modelos que atualmente mais se destacam nas cabines de pintura são os Stealth da CMC Italy, que sobressaem "por serem cabines tradicionais com um design compacto e elegante e com uma excelente relação qualidade-preço que, aliada a um elevado grau de personalização, preenchem todos os requisitos de qualquer oficina de colisão", explica Agostinho Matos Gonçalteam AGonçalteam, que está sediada no Seixal e tem uma filial na Maia/Trofa, opera no setor automóvel desde 2005 em várias vertentes, nomeadamente dos equipamentos auto, desde o simples elevador às cabines de pintura, áreas de preparação, alinhadoras de direção, ar condicionado e até equipamentos de diagnóstico. Entre as marcas que representa estão a Launch, Hpa Faip, Haweka, Dino Paoli. O seu produto estrela é a cabine CCH201, que dispõe de luzes superiores e laterais com duas turbinas, uma de impulsão de 10 CV e outra de expulsão com 5.5 CV, ambas de pala invertida, transmissão direta para impulsão e correias para expulsão. A circulação média do ar é de 0,3m/s dentro da cabine, enquanto o caudal é de 24.000 m3/h do plenum e o seu ciclo de pintura/secagem é totalmente automático. Dispõe de um queimador Riello de 183.000 Kcal e os seus painéis interiores são lacados com uma espessura de 5 cm de polistireno extrudido. Ela pode ser instalada com base metálica ou com obra civil (betão), incluindo uma porta de serviço standard. Profitaward Sediada em Ourém, a Profitaward tem como missão atender às necessidades das oficinas de manutenção e reparação automóvel, estando presente nas áreas do fornecimento de consumíveis, ferramentas e equipamentos. Além disso, intervém na assistência técnica a equipamentos oficinais, nomeadamente os elevadores, cabines de pintura e compressores, fornecendo também as peças para os mesmos. A Profitaward é também proprietária da Loja do Mecânico, um site de comércio eletrónico. O lema da empresa é "saber fazer", e para isso comercializam, instalam e fazem a assistência técnica aos equipamentos. Bruno Costa, gerente da companhia da zona centro, assinala que "todos os serviços são fornecidos pela própria empresa, sem necessidade de contratar fora. O cliente sabe que em caso de problema a solução está em quem comercializou e não noutro lado". Cetrus A Cetrus tem sede em Vila Nova de Famalicão e filiais em Setúbal e Luanda. Perto de celebrar 30 anos de atividade, já em 2022, a empresa entrou no mercado com as cabinas de pintura mas tem procurado aumentar a gama, e conta com 20 anos de uma oferta completa ao nível da mecânica, chapa e pintura. A Cetrus faz projetos "chave na mão" para os clientes, complementados pelo acompanhamento constante na área da pré e pós-venda. A Cetrus tem 58 colaboradores, 12 dos quais afetos ao serviço pós-venda. Num ano normal, a empresa fatura cerca de 4 milhões de euros, e apesar de ter ficado abaixo desse valor em 2020 perspetiva um crescimento na ordem dos 15% para este ano. A Nova Verta, comercializada há 30 anos, é a principal marca nas cabinas de pintura. 61

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DOSSIÊ

Economia de tempo e economia de recursos são factores de peso nas novas cabinas e no upgrade dos equipamentos atuais

aquecimento e iluminação: "No aquecimento, os queimadores de 'veia de ar' permitem uma grande economia de combustível, podendo ser aplicados em equipamentos novos, mas também em equipamentos existentes". Na Cetrus, o responsável técnico esclarece que apesar de não existirem novidades de relevo nos tempos mais recentes, "temos vindo a registar um forte aumento da procura de cabines com queimadores de chama direta, variadores de frequência para os motores de admissão e de exaustão e a substituição da iluminação para lâmpadas LED". Sobre as áreas da preparação, Edmundo Costa revela que "a secagem por raios ultravioleta é a última novidade, assim como os painéis endotérmicos", destacando ainda o novo elevador sem fossa desenvolvido com um parceiro italiano. "Temos tido também algum desenvolvimento com a Nova Verta no que respeita ao quadro elétrico da cabine, para que de futuro haja maior controlo por parte do dono da oficina sobre tudo o que se passa na cabine de pintura e que esta informação também possa chegar diretamente à nossa empresa, de forma a anteciparmos problemas ou manutenções", explica. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA A pintura é uma área que acompanha as tendências da grande maioria dos mercados, colocando ênfase na procura por sistemas com maior sustentabilidade ambiental e que se afastem das soluções tradicionais com motores de combustão.

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Todos os participantes neste artigo colocam ênfase na importância que tem para as cabinas de pintura a eficiência energética. Agostinho Matos afirma que "a procura por reduzir o uso de equipamentos que utilizem motores de combustão, para soluções elétricas, é sem dúvida a principal tendência deste mercado. Quer por ser uma solução mais ecológica, quer por ser atualmente mais económico e eficiente em relação aos modelos tradicionais". Também Bruno Costa, da Profitaward, e António Gonçalves, da Gonçalteam indicam que as eficiências energéticas de forma a poupar energia são as evoluções dos últimos tempos, e Edmundo Costa complementa que "a evolução do mercado assenta em dois fatores fundamentais: economia de tempo e economia de recursos". E, nesse sentido, acrescenta que "a tecnologia tem evoluído de forma a melhorar estes aspetos, destacando a reintrodução de áreas de serviços expresso, onde se coloca à disposição do técnico de repintura uma série de mais-valias que permitem que este faça todo o processo sem sair do seu posto e sem necessidade de cabine de pintura." Para que isto seja possível, o Responsável Técnico da Cetrus refere que "são necessários equipamentos de grande produtividade e economia, como painéis endotérmicos, secadores por infravermelhos e/ou ultravioleta, ou painéis catalíticos. Na cabine de pintura, procura-se cada vez mais uma rentabilidade do espaço, com os mesmos equipamentos e ainda a introdução de variadores de frequência nos motores para baixar o consumo elétrico". Estamos perante uma área específica dentro da repintura automóvel, que mostra acompanhar a evolução do setor das tintas. Importantes para proteger os profissionais que operam com tintas e também para evitar a poluição do meio ambiente, é a aquisição de novas cabinas de pintura e a atualização dos atuais equipamentos que dão vida a este mercado. E, com as mais recentes tecnologias que são gradualmente introduzidas, esta área denota algum dinamismo. Por isso, as empresas afirmam que procuram garantir um relacionamento de excelência com os clientes, com vista a assegurar que estes rentabilizam os 'upgrades' que são instalados nos equipamentos.

A redução do impacto ambiental e maior eficiência têm sido motivo para diversas inovações no funcionamento das cabinas de pintura



ESPECIALISTA

MANN + HUMMEL

“A APOSTA NA INOVAÇÃO CONTINUA A SER O NOSSO PILAR FUNDAMENTAL” A celebrar 80 anos em 2021, a relevância da MANN + Hummel evidenciou-se durante a pandemia, que ajudou a comprovar a sua experiência em filtração. E Ricardo Peris, Director Comercial MANN+HUMMEL Ibérica, considera que durante este período conturbado as marcas premium até ganharam ainda maior importância

A

Texto Nuno Fatela

MANN + HUMMEL celebra o seu 80º aniversário em 2021, e o seu Diretor Comercial para território ibérico assinala a importância desta data, mas enfatiza com ainda maior evidência a confiança com que a empresa olha para o futuro. Destacando a inovação como um dos pilares da empresa, Ricardo Peris considera também que a digitalização traz

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novas oportunidades. E num momento em que as tecnologias de filtração ganharam notoriedade, devido à pandemia, este responsável considera que a preocupação com a qualidade do ar é um tema que veio para ficar, e considera que as empresas com tecnologias de ponta nesta área, como a Frecious Plus e os Filter Cubes da MANN + HUMMEL, vão ter um papel muito importante no futuro. 64

Qual o significado que tem para a empresa a celebração dos 80 anos da MANN + HUMMEL em 2021? É um orgulho ter chegado até aqui e recordar uma vasta história de êxitos, o que nos permite olhar para o futuro com muito otimismo. A trajetória familiar, o compromisso com a inovação, a nossa constante evolução e adaptabilidade e a fiabilidade dos nossos produtos posicionaram-nos como líder


A MANN+HUMMEL tem aplicado o seu know-how em filtração em outros sectores, como os Filter Cubes que ajudam a melhorar a qualidade do ar

mundial em filtração, com mais de 80 fábricas e mais de 22.000 empregados em todo o mundo. Como estão a comemorar esta data? As comemorações planeadas tiveram de ser reprogramadas devido à pandemia. Em vez disso organizaram-se atividades virtuais em que participaram empregados de todo o mundo. Além disso, desenhámos um folheto que regista os grandes feitos da história da empresa e que foram distribuídos por todas as fábricas. Quais os principais pilares na história da MANN + HUMMEL e quais os segredos para o seu progressivo crescimento? A aposta na inovação continua a ser o nosso pilar fundamental. Em 2018 investimos 133 milhões de euros em investigação e desenvolvimento da tecnologia de filtração para manter a nossa liderança, tanto no sector automóvel como na tecnologia para o meio-ambiente. E a digitalização da cadeia de valor e as mudanças para impulsionar sistemas também estão a dar origem a desenvolvimentos emocionantes. Como resultado, há novas e interessantes áreas de negócio para a nossa empresa.

A consciência ambiental tem sido um trunfo nos últimos anos. Que relevância tem este compromisso para o futuro? Como acontece com a inovação e as pessoas, o cuidado com o meio ambiente é um dos eixos fundamentais da nossa empresa. Por isso, há vários anos que colocamos o nosso foco em ações orientadas para que todos os membros da nossa organização conheçam o impacto da sua atividade no meio ambiente. Nesse sentido, a MANN + HUMMEL dedicou esforços para promover políticas de ação social que vão contribuir para desenvolver soluções inovadoras centradas nas áreas da mobilidade limpa, ar limpo e água limpa. O que distingue a MANN + HUMMEL das outras empresas no mercado? A nossa aposta são as pessoas e a inovação é o nosso bilhete de identidade, o que nos permite distinguirmo-nos. Para a nossa empresa as pessoas são o nosso principal ativo, é por elas que a cada ano promovemos as nossas ações para potenciar a participação, desempenho e bem-estar nas nossas instalações, através de três eixos fundamentais: a gestão do talento, a empregabilidade e a responsabilidade. Quais os componentes com maior procura? O peso dos filtros é elevado na distribuição, mas no caso da MANN + HUMMEL, que desenvolve todo o tipo de filtros e para todos os sectores, é claro que no automóvel o filtro com maior procura é o filtro de óleo, e que o filtro de habitáculo continua a crescer acima da média. Que novidades podemos esperar nos próximos tempos? Sem dúvida que novidades na filtração do ar para espaços fechados e abertos, tanto através de “filter cubes” como dos novos aparelhos purificadores de ar para salas. Não sem nos esquecer-

A inovação é um pilar fundamental da MANN + HUMMEL, que em 2018 investiu 133M€ nesta área 65

mos da expansão da utilização da tecnologia Frecious Plus como elemento filtrante fundamental para cuidar da saúde dos ocupantes do veículo. Também teremos novidades com o desenvolvimento de novos lançamentos para os filtros de combustível de separação de água em três etapas, nos filtros de ar para motores V8 da Mercedes e no filtro de óleo para a transmissão E-Axle adaptado a espaços de instalação muito reduzidos. MARCAS PREMIUM GANHARAM RELEVO NA PANDEMIA Como tem sido a evolução do mercado? Tudo o que vivemos faz-nos repensar a visão do mercado e “voltar a começar do zero”. Não somos os mesmos que eramos há um ano, mas o mercado também não é. Os clientes exigem-nos agilidade, para receberem os seus pedidos no tempo combinado. Nestes momentos a nossa prioridade é trabalhar lado a lado com os nossos clientes, para compreender as mudanças que o mercado sofreu e perceber o impacto de retomar a atividade. Houve um maior reconhecimento da experiência da MANN + HUMMEL em filtração durante a pandemia? Em 2020 o sector da filtração ganhou ainda mais importância. Conseguir uma boa qualidade do ar foi um dos principais objetivos do sector durante o ano. É por isso que o mercado da fitração continua a ter um peso importante nos orçamentos de muitas empresas, já que a correta fitração será primordial para chegar aos padrões de contaminação permitidos. A contaminação atmosférica é um problema que deve ser abordado a partir de diversos ângulos, e o sector da filtração tem muito para contribuir nesse sentido. O objetivo em 2021 passou por colocar em destaque a necessidade de melhorar a qualidade do ar e cuidar do meio ambiente para preservar a saúde. A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável inclui explicitamente os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que fazem referência à qualidade do ar. Uma delas é referente à mortalidade causada por produtos químicos perigosos e pela contaminação do ar, da água e do solo, e outra é relativa à redução do impacto negativo das cidades ao nível da qualidade do ar e gestão dos resíduos.

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ESPECIALISTA

GAMA ALARGADA TRAZ VANTAGENS O responsável pela área comercial da MANN + HUMMEL em Portugal, Hélder Pereira, apresentou-nos uma visão mais específica da realidade nacional na área da filtragem, que complementou a análise ibérica efetuada por Ricardo Peris Quais as especificidades do mercado português e o que o distingue de outros mercados como o espanhol? Cada mercado tem a sua especificidade, e Portugal tem a particularidade de trabalhar muitas marcas, desde o fator preço, ao fator Origem da Marca, até ao fator de nicho (caso dos asiáticos). Somos um país onde o distribuidor não trabalhar monomarca mas sim multimarca, onde estes fatores acima indicados são quem guia o negócio. Quais os produtos “estrela”, com maior procura em Portugal? A MANN-FILTER tem a particularidade de trabalhar vários segmentos de negócio, que vão dos ligeiros, aos pesados/autocarros até à industria, e isso permite-nos uma vantagem competitiva não só de oferta, como também de diversificação da mesma. Os filtros mais comercializados são os de óleo e produtos “estrelas” não temos, a nossa marca é a qualidade premium em todos os nossos produtos.

Como afetou a Covid-19 a atividade da MANN + HUMMEL? A Covid-19 representou um grande desafio para a empresa e para os nossos trabalhadores, mas aos poucos foi-se convertendo na oportunidade para redefinir a nossa estratégia, intensificar o apoio ao desenvolvimento sustentável do sector e ampliar as nossas áreas de negócio ao aplicar a nossa especialização na filtragem a outros sectores, como a água e o ar. Não é surpresa que a pandemia nos colheu a todos de surpresa. Tudo o que estamos a viver supera largamente os problemas que tivemos de enfrentar desde há muitos anos na MANN + HUMMEL, mas soubemo-nos adaptar desde o primeiro munuto. Aí reside o êxito de qualquer empresa, na capacidade de adaptação às mudanças. Temos implementado medidas em função desta situação tão mutável e das necessidades dos nossos clientes, sempre. Como analisa a evolução da MANN + HUMMEL nos últimos anos? Sem contar com a situação excecional que vivemos desde 2020, em 2019 o mercados de filtros já estava a ser afetado, no mercado independente, por uma estagnação na procura. Reduziu-se na área do parque automóvel que englobava veículos com idades compreendidas entre os 5 e os 12 anos. E qual foi o impacto teve a pandemia? Detetámos que nem pelo envelhecimento do parque nem pela necessidade de vender pela queda na procura se verificou uma transferência para produtos de custo inferior por parte das oficinas. São dados que nos surpreenderam também a nós. E vimos também isso em marcas nossas que não são premium e que nos custaram mais a manter que a MANN-FILTER. E isso mostra que não é altura para experiências.

Com quantos distribuidores trabalham atualmente em Portugal e ponderam alterações nessa rede? A MANN-FILTER tem atualmente 22 Distribuidores divididos pelos segmentos de negócio que acima indiquei e não temos qualquer necessidade de aumentar o número de Distribuidores, uma vez que estamos contentes com o seu trabalho com a nossa marca.

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As marcas premium ganharam peso? Aconteceu com as marcas premium o mesmo que acontece na bolsa com os chamados “investimentos seguros”, nos quais se investe em momentos complicados como este. Foi o que aconteceu, o mercado refugiou-se no que sabe ter valor, no que sabe que funciona, naquilo que lhe dá segurança. Como também aconteceu com as oficinas, que se apoiaram nos seus distribuidores de sempre. Não é momento de andar a fazer experiências. A oficinas aderiram bem às novas formas de comunicação digital? Caro que sim, as oficinas são as primeiras a estar conscientes da necessidade de digitalização. E, pouco a pouco, vão-se adaptando à situação e às novas exigências do mercado. Que estratégia implementa a MANN + HUMMEL durante o desconfinamento? Ainda há muita incerteza mas temos contemplados vários planos em função da forma como evolua a pandemia e, com ela, o mercado. Devemos ser ágeis e rápidos para a sua implementação, seja qual for o cenário. Depois do Verão de 2020 a procura voltou a baixar, e embora pensemos estamos próximos de voltar à normalidade, temos o efeito económico decorrente de todo este período, independentemente de amanhã se poder acabar a pandemia. O consumo será afetado, sem dúvida.



TÉCNICA

PINTURA

PINTURA E SECAGEM DE VEÍCULOS ELÉTRICOS E HÍBRIDOS Tal como quando se reparam e pintam os veículos de motores térmicos, com combustão de gasolina ou gasóleo, os que têm propulsão elétrica ou híbrida também devem ser pintados. Não apenas pela sua aparência estética, mas também para recuperar a proteção anti-corrosão, durabilidade da cor e brilho final Texto Andrés Jimenez Garcia, Área de Pintura

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N

o processo de repintura de veículos elétricos existem duas etapas diferentes: • A recuperação das superfícies danificadas ou substituídas, aplicando uma pintura de base. • A aplicação de pinturas de acabamento sobre as superfícies reparadas

PRODUTOS DE FUNDO Os trabalhos de base ou de fundo protegem a chapa da corrosão, preenchem e nivelam as suas imperfeições, e conferem aderência entre os diferentes substratos. Devem ser realizadas com secagem ao ar, fora da cabina. Especificamos estes produtos de seguida: • Massa de Poliéster Garante preenchimento e a sua secagem realiza-se, normalmente, ao ar, em apenas 10-15 minutos a 200, e fica pronta para a lixagem. Pode ser secada por infravermelhos, a 60-650 e em 3-5 minutos, aumentando apenas a temperatura na zona preenchida com massa. Esta situação, bem como o pouco tempo de exposição, são essenciais para que as baterias não sejam afetadas. Secagem em cabina com painéis endotérmicos

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• Primários fostatizantes para plásticos Os primários fosfatizantes garantem a proteção anticorrosiva da chapa, e nos plásticos asseguram a aderência sobre o substrato deste material. Secam a 200, sem adição de calor extra e sem afetar as baterias. • Aparelhos de preenchimento ou h/h Servem de suporte às pinturas de acabamento, oferecendo espessura, preenchimento, tonalidade, etc. Na sua versão húmido sobre húmido, h/h, não necessitam secagem. Após a evaporação ao ar a 200, aplicam-se as pinturas de acabamento. Nas versões em que é possível lixar, as oficinas podem optar por diferentes secagens: • Ao ar sem adicionar calor. É a opção mais habitual, e deixam-se secar durante 60 minutos a 200C. • Adição de calor em cabina / estufa: Secam dentro da cabina, 20 minutos, a 600C. • Lâmpadas infravermelhos: Focam o calor na zona de aplicação do aparelho, 15 minutos, a 60-650C. PRODUTOS DE ACABAMENTO As pinturas de acabamento devolvem à reparação o antigo aspeto estético, conferindo cor, brilho e durabilidade. Devem-se aplicar e secar na cabina, com o calor gerado por uma estufa ou a radiação de painéis endotérmicos. • Pintura Acrílica Monocapa Oferece brilho, dureza e o visual estético à reparação. Utiliza-se principalmente para veículos

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TÉCNICA

industriais – nos automóveis a sua utilização é residual. Base bicamada colorida Confere a tonalidade e efeitos em cores sólidas, metalizadas ou perolizadas com um pigmento bicamada. Com resinas e pigmentos à base de água a secagem é física, por evaporação da humidade na água e dos dissolventes, sem adição de calor. Vernizes São a segunda capa dos acabamentos bicamada, e proporcionam o brilho e durabilidade à reparação da pintura. Aplicam-se e secam normalmente no interior da cabina. Os fabricantes de tintas colocaram os seus esforços no desenvolvimento de vernizes polivalentes focados na pintura e secagem de veículos eletrificados. Dependendo do tipo de reparação e do número de peças, o pintor pode optar entre: Vernizes Express ou Rápidos: Para reparações ou trabalhos rápidos, de 1 a 4 peças. A secagem

Massa com poliéster

Secagem por aparelho de infravermelhos

Aplicação da base bicamada

é muito rápida, aplicando temperatura de 5060 ºC durante tempo reduzido, entre 5 e 15 minutos. • Vernizes UH ou UHS: Permitem a pintura de peças soltas e veículos completos e são, sem dúvida, os mais utilizados. Dependendo dos catalisadores utilizados e das peças a pintar, o seu tempo de secagem oscila entre 30 e 40 minutos, a 60 ºC. • Vernizes antiriscos: Pela sua tecnologia, oferecem maior resistência contra riscos, com um tempo de secagem idêntico ao dos vernizes HS e UHS. • Vernizes Polivalentes: São versáteis e secam de forma eficiente: - Ao ar, a temperatura de 200C. Esta opção minimiza os gastos e reduz os consumos energéticos, uma vez que não precisa de aplicar calor para a secagem. - Com adição de calor em estufa: Pode ser extra-rápido (altas temperaturas, 600C de 5 a 10 minutos). Mas também de produtividade (temperaturas médias, 40 a 450, de 40 a 50 minutos). Os vernizes polivalentes, ou multiusos, são os mais indicados para a pintura de veículos eletrificados, já que podem secar ao ar, utilizando temperaturas médias ou com uma exposição a 600C num intervalo de tempo muito curto, de 5 – 10 minutos.

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INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM Além da secagem ao ar, as pinturas podem secar em cabinas a gasóleo/gás, com painéis endotérmicos, infravermelhos e ultravioletas. • Cabinas a gasóleo ou gás Dependendo do tipo e tamanho da reparação, e dos vernizes utilizados, os tempos e temperaturas de secagem podem variar. As fichas técnicas dos fabricantes aconselham secagens de 30 – 35 minutos, a um máximo de 600C. Nas cabinas a gás e gasóleo o ar que entra pelo teto é aquecido. As partes mais altas do veículo atingem uma temperatura mais alta. • Cabinas com painéis endotérmicos A secagem com os painéis endotérmicos distingue-se daquelas com caldeiras de gás e gasóleo. Os painéis emitem calor, como se fossem um radiador elétrico, aquecendo as superfícies da chapa ou de plástico dos veículos. A temperatura dos painéis sobe até que, por meio de um pirómetro (aparelho usado na medição de altas temperaturas) se verifica que a chapa atinge os 600C. O tempo de secagem dependerá dos endurecedores e vernizes utilizados. Pode-se segmentar os painéis da cabina, acendendo apenas os que são necessários para secar as peças pintadas. As secagens em cabinas com painéis endotérmicos não afetam nem deterioram as baterias dos veículos elétricos. • Por raios infravermelhos Os infravermelhos são usados principalmente na secagem de pinturas de base, e sempre fora da cabina. Para as pinturas de acabamento a sua utilização é residual, e são mais usados na secagem de pequenos danos, trabalhos rápidos ou retoques. As temperaturas e tempos de secagem depende. dos produtos a secar; massas e aparelhos, principalmente, e também das tonalidades, claro/escuro. • Por raios ultravioleta Os raios ultravioletas secam produtos especí-

TEMPOS DE SECAGEM DOS ACABAMENTOS TEMPERATURA

20 ºC

40-45 ºC

60-65 ºC

IR

BASES BICAMADA

EVAPORAÇÃO 2025 MINUTOS

EVAPORAÇÃO 1015 MINUTOS

X

X

VERNIZ HS E UHS

10-12H

45-50 MIN

30-35 MIN

15-20 MIN

VERNIZ EXPRESS OU RÁPIDO

1-2H

25-30 MIN

10-15 MIN

5-8 MIN

VERNIZ POLIVALENTE

50-90 MIN

20-30 MIN

5-10 MIN

X

VERNIZ ANTIRRISCOS

14-16H

45-50 MIN

30-35 MIN

15-20 MIN

Secagem por ultravioletas

ficos. Consistem na aplicação de luz ultravioleta durante períodos de tempo muito reduzidos, de 20 segundos a 5 minutos, e lampadas de 400 watts, que apenas aumentam o calor na chapa. Secagem em cabina/ estufa a gás ou gasóleo

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Os fabricantes de tintas preconizam ciclos de secagem para os seus vernizes de tecnologia HS, UHS e antirriscos entre 35-40 minutos, a 600C. de temperatura máxima dependendo dos endurecedores utilizados. Os vernizes rápidos ou express permitem repinturas de 1 a 3 peças, com tempos de secagem muito curtos, de 5-10 minutos a 600C. Para a pintura de veículos elétricos e híbridos os fabricantes fornecem vernizes polivalentes, de secagem por evaporação, ou polivalentes. Secam em curtos espaços de tempo e a temperaturas médias, 40-450, ao até ao ar, sem adição de calor. A CESVIMAP realiza testes de reparação e pintura a veículos eletrificados desde que eles surgiram no mercado. Utilizámos vernizes com tecnologia HS, UHS, antirriscos, etc, e também vernizes de secagem por evaporação e polivalentes. Todos os testes realizados tiveram resultados satisfatórios, sem encontrar danos nem defeitos tanto no acabamento da pintura como nas baterias dos veículos elétricos.

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ESPECIALISTA

CARROÇARIA E PINTURA

A FUNÇÃO E VANTAGENS DOS APARELHOS NA PINTURA O principal objetivo dos aparelhos é garantir que existe uma boa base para a aplicação do acabamento da pintura Texto: Pilar Santos Espí

O

s aparelhos são uma solução para as pinturas de base e de preparação utilizada na repintura automóvel, e têm um papel relevante na qualidade obtida tanto no acabamento final como na produtividade dos processos de pintura. Este é um produto versátil, e

TURBO OFICINA OUTUBRO/NOVEMBRO 2021

estão disponíveis no mercado vários tipos de aparelhos, que se vão adaptar às diferentes necessidades na nivelação superficial, cobrimento, polimento, rapidez de secagem, etc. A sua principal função é conseguir obter uma superfície lisa e uniforme, que servirá de base para a posterior aplicação da pintura de acabamento. 72

FUNÇÃO Os aparelhos são uma das pinturas de preparação a fundo na repintura automóvel, juntamente com os betumes e primários. As tarefas que os aparelhos cumprem são: • Selar, alisar e preparar a superfície para aplicar a pintura de acabamento: A pintura de acabamento não


Aplicação de aparelho em cabina ou zona de preparação

Aplicação em cor com pouca cobertura sobre diferentes aparelhos (branco-cinzento médio – negro)

se deve aplicar diretamente sobre a chapa ou massas. Ela deve aplicar-se sobre primários, aparelhos ou sobre a pintura antiga que a peça tem. Pela sua natureza química e propriedades de nivelamento, o aparelho alisa a pintura de preparação do acabamento e garante que o pintor terá uma base melhor para se conseguir que a pintura de acabamento alcance um alto brilho e fique bem esticada, garantindo um resultado final de melhor qualidade. • Nivelar a superfície: Embora a capacidade de preenchimento dos aparelhos não seja tão elevada como a de uma massa ou betume, eles podem cumprir a função de preenchimento superficial. Isso permite eliminar irregularidades como pequenas imperfeições e poros que possam permanecer após a aplicação e lixamento da massa, ou de defeitos como riscos superficiais e marcas de lixagem. Há que ter em conta que o aparelho não se deve aplicar em camadas sucessivamente carregadas já que pode dar origem a reduções no brilho ou borbulhas pelos dissolventes que ficam retidos. • Facilitar o cobrimento: A tonalidade do aparelho vai ter influência na cor obtida no acabamento final, quando se tratam de cores de acabamento baixo ou médio. Nestas cores, a aplicação de um aparelho com tonalida-

de diferente da recomendada pode dar origem a problemas para igualar as cores ou obrigar a aplicar mais demãos de cor, o que implica um custo superior da repintura. • Proteger da corrosão: Os produtos designados como “Primário – Aparelho” combinam as qualidades dos aparelhos com as dos primários. Por isso, às capacidades que se acabam de nomear dos aparelhos para preenchimento e nivelamento das superfícies juntam-se aquelas dos primários: proteção anticorrosão (no caso do chapa, sob a pintura) e ancoragem da aderência da pintura. A principal função dos aparelhos é garantir uma superfície lisa e uniforme como base para a aplicação da pintura de acabamento. CLASSIFICAÇÃO O aparelho é um produto muito versátil e polivalente, e por iso existe no mercado de refinish uma ampla gama. Para facilitar a escolha do produto correto, eles podem ser classificados de acordo com diferentes características que apresentam. Os aparelhos mais utilizados atualmente, pelas suas propriedades técnicas e versatilidade de utilização, são os designados “aparelhos acrílicos dos componentes”, da mesma natureza dos esmaltes monocapa e dos vernizes de acabamento. 73

Classificação segundo a cor do aparelho: • Aparelho convencional: estes aparelhos estão disponíveis em uma única cor, em tons neutros como o cinzento ou o bege. • Aparelho tingível ou de tom: tratam-se de produtos a que se junta uma percentagem de mistura com básicos de cor, segundo a cor com que se vai aplicar o acabamento, conseguindo uma cor de fundo muito similar à da base bicamada ou esmalte monocapa, o que vai depois facilitar o cobrimento . • Aparelho colorido: estão disponívelis numa ampla gama de cores, que incluem brancos, pretos, vermelhps, verdes, azuis ou amarelos, Estes são aparelhos que se misturam numa determinada proporção, segundo o código de cor do acabamento e indicações do fabricante. Dessa forma consegue-se obter uma base mais adequada à cor da pintura de acabamento. • Aparelho em escala de cinzentos: é o mais habitual atualmente. Consiste numa gama de dois aparelhos em dois tons (cinzento muito claro ou cinzento escuro) ou em três tons (branco, cinzento de tom intermédio e preto ou cinzento escuro) que se misturam para alcançar uma escala de cinzentos determinada, entre as quais se vai escolher aquela que

OUTUBRO/NOVEMBRO 2021 TURBO OFICINA


ESPECIALISTA

Aplicação de aparelho numa peça nova

coincida com a tonalidade (claro – escuro) da pintura de acabamento, para facilitar a sua cobertura. O fabricante da pintura proporciona informação relativamente ao tom em função da cor de acabamento a preparar. Classificação segundo o processo de acabamento e secagem: • Aparelho lixável: após a sua aplicação, deixa-se secar e lixa-se. A pintura de acabamento estende-se bem e o brilho obtido é máximo. Caso se deseje um recheio superficial, como no caso de uma peça repintada, deve-se aplicar este tipo de aparelho. • Aparelho húmido sobre húmido: deve ser definido com as siglas “H/H” ou “W/W” (do inglês wet on wet). A pintura de acabamento aplica-se sobre o aparelho sem que este te-

A escolha e a aplicação correta do aparelho tem forte impacto na qualidade obtida com o acabamento final TURBO OFICINA OUTUBRO/NOVEMBRO 2021

nha secado completamente, quando ainda mantém o seu poder fixador, realizando a função de secagem e base para a aplicação da pintura de acabamento. Este processo é recomendado no caso de peças novas, já que não precisam de nivelação de superfícies, na pintura de peças interiores ou de veículos industriais. Além disso, alguns destes aparelhos contam com a aderência direta sobre a cataforese, não sendo necessário o passo prévio de lixagem antes da sua aplicação. Classificação segundo função ou característica específica • Primário – Aparelho: Como indicado anteriormente, este produto combina as características do primário (proteção anti corrosão e fixação) com as dos aparelhos (nivelação, selagem e acondicionamento superficial), embora o seu poder de preenchimento seja inferior ao dos aparelhos de alta espessura. • Aparelhos de preenchimento ou de alta espessura: formulados especificamente para uma maior capacidade de preenchimento superficial. • Aparelhos de secagem rápida: tal como existem vernizes de secagem rápida, também foram desenvolvidos aparelhos deste tipo, que permitem que a lixagem seja feita após a secagem ao ar em menos de uma 74

hora ou uma secagem em apenas 5-10 minutos a 60º. • Selantes ou Isoladores: aparelhos transparentes ou translúcidos que, além de se fixarem sobre a superfície base, também constituem um bom isolador entre as pinturas sobre as quais se aplicam e as que posteriormente as vão cobrir. Isso evita reações de rejeição, permitindo assim a repintura sobre fundos de qualidade duvidosa. Devem aplicar-se em húmido sobre húmido sem ser necessário lixar antes da pintura de acabamento; e no caso de serem aplicados como facilitador transparente para maior aderência, aplica-se sem necessidade de lixar previamente a pintura antiga. Aplica-se, sobretudo, em operações de personalização de veículos comerciais e industriais em mudanças de cor ou colocação de símbolos para maior rapidez de processos. • Aparelhos específicos para plásticos: criados com uma certa flexibilidade para a pintura de plásticos, habitualmente de dois componentes (2K) e sem que seja necessária a aplicação prévia de primário de fixação para plásticos; • Aparelhos em aerossol: primário-aparelho monocomponente, 1K, de secagem rápida, que se utiliza em aplicações pontuais como selantes, já que não cumpre a função de nive-


lação superficial. Por exemplo, se depois da lixagem ainda restou alguma parte descoberta com massa ou chapa, aplica-se este aerossol como base para a aplicação da pintura de acabamento. Estes aparelhos estão disponíveis em diferentes tons de cinzento. • Aparelhos de secagem por UV: têmfotoiniciadores que reagem quando expostos à radiação ultravioleta, ativando o processo de reação química ou polimerização. Sáo utilizados, principalmente, em reparações rápidas e pequenas, pelo curto tempo de secagem e pela limitação em superfície das telas de UV. • Aparelhos multifuncionais: alguns aparelhos podem ser aplicados para diferentes finalidades, podendo funcionar como aparelho de alta espessura, fundo isolador, aparelho para plásticos ou aparelho húmido sobre húmido, dependendo da preparação e do processo de aplicação. Existem outras classificações, por exemplo (como acontece com outras pinturas), dependendo do tipo de secagem: por evaporação dos solventes, os aparelhos 1K em aerossol, por reação química, aparelhos 2K, e por reação às luzes ultravioletas; ou de acordo com o conteúdo em sólidos, sendo os HS (High Solids) e UHS (Ultra High Solids) os mais utilizados hoje em dia, substituindo os de baixo e médio conteúdo em sólidos (LS e MS). Em cores de baixa-média cobertura deve aplicar-se um aparelho que pode ser pintado, aplicando cor no tom de cinzento adequado, e de acordo com o código de cor da pintura de acabamento para conseguir a cor desejada e facilitar a cobertura, utilizando a quantidade apropriada de cor.

Os aparelhos são classificados segundo a cor, a função ou o processo de acabamento e secagem RECOMENDAÇÕES PARA A APLICAÇÃO DO APARELHO No momento de aplicar o aparelho nos processos de repintura, recomenda-se: • Preparar corretamente a superfície: como sempre, antes da aplicação de qualquer pintura deve realizar-se uma limpeza exaustiva da superfície e, além disso, deve-se lixar previamente com a granulometria adequada para garantir uma boa aderência, exceto em alguns aparelhos com aderência direta sobre a cataforese. Esta lixagem depende tanto do substrato: massa e contorno, chapa (aço ou alumínio), plástico, cataforese, primário ou pintura antiga; como do tipo de aparelho a aplicar: H/H ou para lixagem, alta espessura, aparelho em spray, etc. • Escolher o aparelho mais indicado para o tipo de reparação: dependendo de se tratar de uma peça nova ou reparada, e da necessidade de alguma característica específica (secagem rápida, alto poder de preenchimento, aplicação em plástico flexível, selagem, etc.) deve-se selecionar o aparelho que melhor de ajuste às nossas necessidades e pre-

Secagem do aparelho por UV

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pará-lo de acordo com as indicações da sua ficha técnica. O endurecedor e o diluente serão escolhidos em função da temperatura e humidade durante a sua aplicação e secagem, e da extensão da superfície de aplicação do aparelho. Ter em conta a tonalidade do aparelho de acordo com a pintura de acabamento: em cores de baixa e média cobertura deve aplicar-se um aparelho que pode ser pintado, de cor ou com o tom de cinzento adequado segundo o código de cor da pintura de acabamento, para conseguir alcançar a cor desejada e facilitar a sua cobertura, utilizando a quantidade adequada de cor. Realizar uma aplicação correta do aparelho: caso se pretenda uma aplicação em zonas restritas e não em toda a peça, recomenda-se aplicar uma primeira demão fina como aderente e com uma extensão maior. A segunda demão será mais carregada e de menor extensão, para não cobrir a área pulverizada anteriormente e que, depois de lixada, poderia criar problemas de absorção ou rejeição da tinta. Respeitar os tempos de evaporação e secagem: devem seguir-se as indicações dos fabricantes relativamente a tempos mínimos e máximos de evaporação e secagem, para evitar possíveis defeitos como redução de brilhos, desperdícios, rejeição, bolhas ou problemas de aderência da pintura de acabamento. Realizar a lixagem correta do aparelho: no caso dos aparelhos que permitem lixagem, recomenda-se que se comece por uma lixagem de desbaste com P320/360, para depois, realizar uma lixagem fina, com granulometria P400 quando se vai aplicar um acabamento monocamada ou P500 se for bicamada. E, inclusivamente, pode-se recorrer às P600 e até P800 em cores que podem causar problemas (com maior transparência). Quando se aplicou o aparelho em peças novas ou pequenas reparações não é necessária a lixagem de desbaste e realiza-se apenas a mais fina. Além de lixar corretamente o aparelho, deve-se realizar uma lixagem ou um matizado na sua envolvência e também no resto da superfície em que se vai aplicar a pintura de acabamento.

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TÉCNICA

ADAS

SISTEMAS DE SEGURANÇA ELETRÓNICOS… MECÂNICA “PURA E DURA”! Os sistemas de apoio ao condutor assumem cada vez maior importância, mas para que eles atuem com eficácia é obrigatório garantir que a sua afinação, bem como a de outros componentes, é a mais correta Texto António Costa Gerente Garagem da Lapa e Engenheiro

P

rincipalmente na última década, uma das grandes áreas de evolução tecnológica nos automóveis, sejam eles pequenos ou grandes, foram as ajudas à condução em prol de maior segurança. E foram introduzidos inúmeros sistemas desenvolvidos pelos construtores, que lhe dão diferentes nomes e funções e que a indústria de uma forma generalizada apelidou de Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor (Advanced Driver Assistance Systems - ADAS). São câmaras, radares, sensores, atuadores, etc, tudo em prol de uma maior facilidade de condução e, acima de tudo, segurança na estrada. E eles serão cada vez mais comuns, porque a partir de maio de 2022 a União Europeia vai obrigar todos os novos veículos de passageiros, carrinhas e camiões a estar munidos de sistemas de travagem de emergência, monitorização da atenção do condutor, câmaras de marcha atrás, caixa negra para aná-

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lise dos registos em caso de acidentes, entre outras funções. Com a leitura do terreno e do meio envolvente, os sistemas ADAS assentam em 3 pilares-base, sendo eles o sistema de travagem, a direção e a suspensão. Ou seja, se atualmente a sua oficina intervêm nestas áreas pode ficar mais confiante na reparação dos sistemas ADAS. São muitos os sistemas que conhecemos, como a manutenção da faixa da rodagem, o cruise control adaptativo, travagem automática, sistema de pré-colisão, aviso de ângulo morto, reconhecimento de sinais de trânsito, sistema de máximos automáticos, câmara de estacionamento a 360º, entre muitos outros, dependendo do grau de investimento e de equipamento que os construtores aplicam em cada modelo. Basicamente, todos os sistemas se apoiam em software e informação de sensores para atuar na travagem e na direção - de forma ativa - e informar o condutor de situações de perigo - de forma passiva. 76

ADAS ATUAM A VÁRIOS NÍVEIS Estes sistemas são complexos, e um componente pode desempenhar um papel fundamental em vários sistemas. Por exemplo, uma câmara situada junto ao espelho retrovisor interior, tem como característica “informar” o que se encontra na dianteira do veículo. Em termos práticos, a câmara pode ler as faixas pintadas no solo, a presença de obstáculos (distinguindo pessoas e objetos), ler sinais de trânsito, verificar luzes de presença dos carros que circulam à sua frente (mínimos vermelhos), luzes dos carros que circulam na outra faixa de rodagem, entre outros dados. Depois de processar toda essa informação, a ECU reage enviando para diferentes locais o resultado/ação. Por exemplo, informa através do painel de instrumentos para alertar o condutor dos sinais de trânsito. Ou influencia a direção assistida, de forma a corrigir a trajetória para manter o carro no centro da faixa de rodagem, ou ainda atua no comutador das luzes caso os máxi-


a nossa

Oficina

Os ADAS vão reduzir a sinistralidade, mas a sua afinação representa uma nova oportunidade de negócio para as oficinas

mos estejam ligados, de forma a não encadear os outros condutores. Em casos extremos, na iminência de um embate, vai acionar os travões evitando ou mitigando os danos possíveis de uma colisão. Nesta situação podemos ver que a direção e os travões, estão envolvidos. AFINAÇÃO CORRETA É ESSENCIAL PARA ATUAÇÃO EFICAZ A suspensão é muito importante para os ADAS. Basta verificar que se existir um problema com as molas e o automóvel estiver com alturas diferentes entre a traseira e a frente, isso é o suficiente para que a leitura da câmara seja deficiente, transmitindo dados errados. Outro ponto a ter em conta é a localização dos sensores que compõem o sistema ADAS, como por exemplo, os radares que se encontram atrás das grelhas frontais, ou até mesmo por trás dos para-choques frontal e traseiro. E também as câmaras localizadas por baixo dos espelhos retrovisores exteriores, posicionadas em locais muito

vulneráveis a acidentes e toques. Se por um lado os sensores, radares e/ ou câmaras tem de estar o mais “livres” possíveis de obstáculos para uma leitura correta, por outro lado eles ficam demasiado expostos. Um pequeno toque de outro veículo ao estacionar pode ser o suficiente para um sensor mexer alguns milímetros e comprometer a recolha de informações. Por norma, todos estes componentes têm uma precisão e características únicas próprias de cada marca automóvel, dai ser quase certo que terá que recorrer a peças originais. Esta situação vai ter como consequência a subida dos custos de reparação, que implicará, também, uma maior mão de obra. Na seleção das peças deveremos ter atenção a todas as características quando estamos a encomendar, uma vez que uma peça pode ser exteriormente igual, mas existirem pequenas diferenças. Uma grelha com radar e outra sem este componente podem ter referências muito semelhantes (assim como um aspeto praticamente idênti77

co), mas basta uma pequena diferença nos pontos de fixação para fazer toda a diferença. Após uma reparação, que envolva algum elemento do ADAS, todo o sistema tem de ser aferido e calibrado, seguindo as instruções do construtor. O bom funcionamento dos sistemas ADAS e a sua afinação pode ser a diferença de um aviso antecipado, capaz de evitar um acidente, ou a sua total ineficácia. A calibração exige tempo e espaço, pois difere de marca para marca. Umas necessitam de uma calibração dinâmica, outras estáticas, mas é certo que as ferramentas (como as máquinas diagnostico, alvos, entre outros) e espaço (piso completamente plano, uma parede livre de obstáculos, etc) são requisitos fundamentais. A calibração pode de facto ser algo difícil, mas uma verdade é certa - se não estiver tudo bem com os travões, direção e suspensão certamente que não existe ADAS a funcionar corretamente.

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NOTÍCIAS

PNE U S

N OK IA N T YR E S

Crescimento das vendas é objetivo da nova estratégia

A

Nokian Tyres reviu a sua estratégia a medio-prazo, e propõe-se a crescer acima da média do mercado para atingir receitas de 2.000 milhões de euros. A marca finlandesa tem vindo a alargar fortemente o seu portefólio, efetuando um número recorde de lançamento de novos produtos durante 2020 e 2021, e após essa fase de forte investimento pretende agora obter retorno desta expansão da oferta ao mercado. Juka Moisio, o CEO da Nokian Tyres, apresentou os planos da empresa e afirma que a especialista em pneumáticos tem “o espírito para ir além das expetativas, e somos muito fortes a apresentar esses resultados. A nossa equipa está preparada para nos fazer crescer acima do mercado”. O que significa, na perspetiva da Nokian, ter um aumento de 7% nas vendas entre 2020 e 2024, superando a estimativa de crescimento de 5% a nível mundial que a LMC Tyre & Ruber faz para mercado de pneumáticos durante o mesmo período. Como trave-mestra desta estratégia de crescimento está a manutenção da liderança ou o reforço da posição ocupada em diversas regiões-chave. A Nokian pretende manter o posto cimeiro que ocupa nos mercados escandinavo e russo, e

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aumentar 50% as vendas na Europa Central (de 6 para 9 milhões de pneus comercializados) e também duplicar os resultados na América do Norte (de 2 para 4 milhões de unidades transacionadas). Com a marca nórdica a destacar que a melhoria efetuaApós a expansão da nas instalações lhe permite estar da gama, com um preparadas para lidar com o aumento da procura pelos seus produtos, a Nonúmero recorde de kian quer ter também uma presença lançamentos em mais efetiva no segmento dos pneus 2020 e 2021, a Nokian para veículos pesados, onde espera quer crescer acima aumentar em 50% as suas receitas. do mercado e atingir Fortemente empenhada em melhorar os seus resultados operacionais, receitas de 2000 a Nokian Tyres também apresentou milhões de euros recentemente fortes metas para atingir a nível ambiental. O principal destaque é o aumento de 50% na utilização de matérias primas recicladas ou renováveis até 2030, uma melhoria que será acompanhada pela certificação até 2025 de que todos os fornecedores têm processos 100% sustentáveis. A Nokian pretende igualmente alcançar uma redução de 25% nas emissões das matérias-primas utilizadas e nos pneus produzidos. 78


Nokian destaca robustez do TR Forest 2

PIRELLI

CN12 regressam passados 50 anos E m 1972 o mundo foi surpreendido com o lançamento do concept Lamborghini Countach LP500, protótipo que viria em 1974 a dar origem a um dos superdesportivos mais icónicos da história da marca do touro. Na altura o chamativo bólide amarelo “calçava” os Cinturato CN12, que assinalavam uma parceria entre as companhias transalpinas que tinha começado em 1963. Mas, por alteração da especificação de pneus na versão final do Countach, os CN12 acabaram por nunca passar à produção… até agora. Para assinalar meio século de vida do seu icónico superdesportivo, a Lamborghini decidiu recriar o protótipo de 1972 e pediu à Pirelli para fazer o mesmo com os pneumáticos originais.

Após um longo e complicado processo de análise aos arquivos da Fundação Pirelli, a marca acedeu ao pedido, e anunciou ter conseguido recriar os Cinturato CN12. Este pneu de baixo perfil teve origem nos que eram utilizados pelo Lamborghini Miura, mas com dimensões específicas. Esses tamanhos, de 245/60 R14 na dianteira e de 265/60 R14 na retaguarda, foram agora também mantidos nos “novos” Pirelli Cinturato CN12 do concept LP500. Já para a versão final do Lamborghini Countach 2021, edição especial limitada a 112 unidades, a opção foi para os Pirelli P Zero, que equipam toda a gama atual da Lamborghini com excepção do SUV Urus, onde a escolha recai sobre os Pirelli Scorpion.

Sujeitos a enorme desgaste, a manutenção das propriedades dos pneus dos tratores usados em tarefas florestais foi uma das áreas focada pela Nokian Heavy Tyres no desenvolvimento dos novos TR Forest 2. Eles são apresentados como um pneu com elevada resistência contra rasgões e furos, e que garantem maior estabilidade ao veículo. No mercado a partir de novembro, eles vão estar disponíveis com 12 opções já em fevereiro. Para uma excelente rentabilidade de utilização, os Nokian TR Forest 2 têm sulcos otimizados no desenho da banda de rodagem, para maior aderência, e uma carcaça mais resistente, para reduzir os tempos de paragem .

GOODYEAR E CITROËN “REINVENTAM A RODA” A invenção da roda foi um dos marcos na história da humanidade, permitindo às populações maior liberdade para se moverem entre locais. Agora, 24 séculos após o seu nascimento na Mesopotâmia e na Europa Central, a Goodyear e a Citroën propõe-se a “reinventar a roda”, com o pneu conceptual esférico Eagle 360 que oferece novas soluções de mobilidade para a condução autónoma. Este novo formato de pneu, que parece uma bola de borracha, será aplicado na Citroën Autonomous Mobility

Vision, uma plataforma "skateboard" de veículos elétricos que a marca automóvel gaulesa desvendou. O objetivo é apresentar um novo conceito de pneu que se adapta aos vários tipos de carroçaria que estarão colocados sobre a plataforma de viaturas elétricas e autónomas, e as vantagens deste novo formato foram explicadas por Hans Vrijsen, Diretor-Geral de Equipamento 79

Original da especialista em pneumáticos. Segundo este responsável, o Goodyear Eagle 360 é “compacto, ágil e manobrável, ideal para futuras soluções de mobilidade urbana e autónoma”. A Goodyear destaca ainda os benefícios oferecidos aos automóveis através da elevada manobrabilidade, durabilidade, ausência de manutenção, autonomia ampliada e aderência constante ao asfalto do Eagle 360.

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NOTÍCIAS

PNE U S

B RI D G E STO N E

Elétricos vão ser 20% da gama A pós passarem de 4% da oferta na região EMEA em 2019 para 11% atualmente, a Bridgestone quer que 1/5 dos modelos de pneus da sua gama em 2024 se destine a veículos elétricos. De momento a marca já fornece 5 dos 10 de veículos elétricos mais vendidos na Europa, e com esta expansão do portefolio quer manter-se referência nos pneumáticos para estas viaturas. Para atingir essa meta, o fabricante

de pneumáticos trabalha no desenvolvimento de mais produtos, já que 30% dos recursos do departamento de pesquisa estão alocados à criação de novos pneus para elétricos. Com este reforço, a Bridgestone espera acompanhar a tendência do mercado automóvel europeu, onde se espera que em 2025 os veículos elétricos representem também 20% do total de vendas.

GO ODYE A R

FUELMAX ENDURANCE OFERECE EFICIÊNCIA Foi lançada pela Goodyear a FUELMAX ENDURANCE, uma nova gama de pneumáticos para camiões e empresas de transporte que se pretende notabilizar através de elevada eficiência energética e versatilidade de utilização em diferentes vias. A nova oferta destina-se a eixos direcionais e de tração e permite um comportamento eficiente nas autoestradas e

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também em vias secundárias. Este pneu pretende garantir maior quilometragem e redução nos consumos, e o fabricante britânico conclui que os FUELMAX ENDURANCE “são a gama mais versátil e energeticamente eficiente alguma vez produzida, e todas as medidas contam com etiquetagem B em termos de eficiência de combustível”. 80

A Brigdestone recorda que tem apresentado várias tecnologias especificamente desenvolvidas para pneus de veículos elétricos. Um exemplo é a Ologic, com impacto positivo na autonomia, algo para que também contribuem a Techsyn e a Enliten ao reduzirem a resistência de rolamento. Outro tecnologia que a marca destaca é a B-Silent, pensada para potenciar o silêncio a bordo dos veículos 100% elétricos.


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NOTÍCIAS

PNE U S

Bridgestone eleita para "calçar" o Ferrari Roma

M I C HE L I N

Parceria com o Moto GP renovada até 2026 M iguel Oliveira e os restantes pilotos do Moto GP vão continuar a utilizar até 2026 nas suas motas os pneus fornecidos pela Michelin. A marca francesa de pneus e a Dorna, que organiza o principal campeonato mundial de motociclismo, anunciaram ter chegado a acordo para que a classe-rainha

desta competição mantenha o mesmo fornecedor de pneumáticos. Com esta extensão por mais três anos do acordo existente, para o período entre 2024 e 2026, a Michelin e o Moto GP vão celebrar 10 anos de uma parceria que teve início, como fornecedor exclusivo, em 2016.

PI REL L I

GAMA COLLEZIONE CHEGA AOS MINI CLÁSSICOS A gama de pneus para clássicos da Pirelli tem boas notícias para os fãs da Mini, já que adicionou à sua gama o Cinturato CN54 nas medidas 145/70 R12, o que significa o regresso ao ativo de um pneumático inicialmente lançado em 1972. Embora o pneu mantenha as dimensões oeiginais, o novo Cinturato CN54 foi otimizado com as tecnologias mais modernas, com ganhos na aderência ao asfalto, que garantem uma condução mais segura.

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Os Bridgestone Potenza foram anunciados como a escolha oficial de pneumáticos para o Ferrari Roma, o novo desportivo de 620cv e tração traseira da casa de Maranello. Com uma solução criada à medida do novo Cavallino Rampante pelo Centro de Tecnologia e Inovação EMIA da Bridgestone, foram destacadas as performances superiores dos Potenza tanto em piso seco como molhado. Para esse comportamento de topo contribuem inovações, como a utilização de um composto específico e o padrão geométrico das rodas traseiras, que permitem manter níveis superiores de manobrabilidade mesmo com condições de chuva.

Hankook vence teste de pneus SUV O Hankook Tire Kinergy 4S 2X foi distinguido pela Autobild Allrad como o melhor pneu de SUV para todas as estações nas medidas 215/65 R17. A publicação germânica considerou que este modelo se destacou pelos níveis de segurança mais elevados que oferece durante a condução, considerando por isso que ele teve um comportamento “exemplar” e “características de condução convincentes em todas as condições atmosféricas”.




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