Turbo Oficina 065

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OUTUBRO

2017 “Sofrapa aposta na rede DistriGo e no aftermarket para crescer”

CEO SOFRAPA

profissional

DAN MENAHEM

ENTREVISTA BENITO TESSIER (Brembo) Realça importância do mercado português TENDÊNCIAS A importância da comunicação entre oficina e cliente REPARAÇÃO Limpeza de óticas

EQUIP AUTO 2017

AS PRINCIPAIS NOVIDADES EM ANTEVISÃO

DOSSIÊ

INVERNO

Os componentes a serem verificados pelas oficinas



SUMÁRIO

#65

OUTUBRO 2017 ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES SWAG CAPA FALSA HUTCHINSON VERSO DE CAPA JAPAN PARTS PÁG.5 PETRONAS PÁG.7 TRW PÁG.9 EUROREPAR PÁG.11 CONTITECH PÁG.13 MOTRIO PÁG.21 VALEO PÁG.23 ZF PÁG.27 NEX PNEUS PÁG.29 NIPOCAR PÁG.31 INTERESCAPE PÁG.35 MECÂNICA’17 PÁG.37 CROMAX PÁG.41 JABA PÁG.43 METELLI PÁG.45 SOFRAPA PÁG.47 CESVIMAP PÁG.49 CARF PÁG.57 ASSINATURAS PÁG.61 LÁ EM CASA PÁG.63 CENTRO ZARAGOZA VCC WOLF OILS CC

MARCAS NESTA EDIÇÃO AFIA 6 ALEA 8 ALFA ROMEO 37 ALIDATA 13 ALLIANCE AUTOMOTIVE GROUP 34 AS PARTS 8 ASTON MARTIN 37 AUSTONE 65 AUTEL 48 AUTODISTRIBUTION 34 AUTOLIA 34 AZ AUTO 13 BASF 45 BILSTEIN GROUP 8, 34 BLUE PRINT 8, 14 BOSCH 17, 34, 44 BREMBO 34, 36 BRIDGESTONE 65 CITROËN 17, 50 CONTINENTAL 65 DELPHI 47 DENSO 34 DISTRIGO 10 DS 17 EFI 34 ELRING KLINGER 8 EUROREPAR 17 FABRISCAPE 35 FALKEN 34 FEDERAL MOGUL 34 FERRARI 37 FIAT 19, 50 FORD 50 FRAM 13 FUCHS 10 GOODYEAR 64 GRUPO AD PORTUGAL 10 GRUPO PSA 16, 34 GT RADIAL 65 HELLA 35 JAPAN PARTS 34 LAMBORGHINI 37 MANN+HUMMLEL 10, 34, 47 MAREIN 8 MASERATI 37 MAZDA 45 MERCEDES-BENZ 12, 50 METELLI GROUP 34 MINI 10 MONROE 10, 19 NEOLUX 12 NEXUS 34 NIPOCAR 35 NORS 8 NORTENHA 35 NTN 34 ONEDRIVE 8 OPEL 19 ORIGIN AUTO 34 PACEC 12 PEUGEOT 17, 50 PIRELLI 37 PORSCHE 37 PROXITEC 34 Q&F 12 RACECHIP 12 RECOR 34 REDICOM 12 RENAULT 18 R-M 45 SCHAEFFLER 34 SKF 17, 34 SNR 34 SOFRAPA 10, 16 SOGEFI 34 SWAG 8 SWF 13 TENNECO 10 TIRESUR 65 TOTAL 19 TOYOTA 45 TRW 46 TURBOCLINIC 35 UFI 34 UNIROYAL 65 VALENTE & LOPES 35 VALEO 17, 35 VARTA 20 VENEPORTE 35 WALKER 10 ZF 46

38 ENTREVISTA Benito Tessier Reponsável ibérico da Brembo realça importância do mercado português NOTÍCIAS

06 As novidades do setor DESTAQUE

14 Manutenção filtros habitáculo TENDÊNCIAS

22 Comunicação na oficina DOSSIÊ

24 Inverno ANTEVISÃO

32 Equip Auto

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ESPECIALISTA Sofrapa

RAIO-X

44 Notícias internacionais 50 Mercedes Citan 108 CDI 52 Barómetro 53 Radiografia: Aston Martin DB11 REPARAÇÃO

54 Restauro grupos óticos 58 Condução assistida 62 Manutenção Audi Q2 PNEUS

64 Notícias OPINIÃO

66 Prescrição de multas OUTUBRO 2017 TURBO OFICINA

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EDITORIAL

PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS

GENERAL INVERNO

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inda estamos no Outono e o ambiente, enfurecido no outro lado do Oceano, anda sorridente por estas bandas. Mas, ao virar da esquina está o “General Inverno” e caso se mantenha a tradição, será duro e chuvoso o tempo que medeia entre o Natal e a Páscoa. Por isso a TURBO OFICINA decidiu ajuda-lo a convencer os seus clientes que está na hora daquela revisão mais profunda.

SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. DAS OLAIAS, 19 A RINCHOA 2635-542 MEM MARTINS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL oficina@turbo.pt DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITOR CHEFE JOSÉ MANUEL COSTA oficina@turbo.pt REDAÇÃO CARLOS MOURA PEDRO carlosmoura@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt

Aquela revisão que o vai defender da muita água, lama e detritos que o seu veículo vai ter de enfrentar. Filtros, óleos, suspensões, pneus, enfim, tudo aquilo que possa aumentar a segurança do veículo e proteger os bens mais valiosos do planeta, devem ser verificados. Pela segurança de todos! Depois de na edição do mês passado termos publicado, em exclusivo, a entrevista com os responsáveis máximos da Distrigo em Espanha e Portugal e da área de aftermarket do grupo PSA, fomos falar com o CEO da Sofrapa, primeira plataforma portuguesa Distrigo, Dan Menahem. Uma entrevista muito interessante a um investidor que tem uma forma peculiar de olhar o negócio. Além desta entrevista, falámos com Benitto Tessier, o responsável máximo da Brembo para Portugal e Espanha, ficando a saber que o mercado nacional é mais importante do que se poderia esperar. Não perca, também, a mais completa antevisão de um dos salões mais importantes do aftermarket europeu, o Equip Auto 2017. A TURBO OFICINA estará presente entre os dias 17 a 21 de outubro na Porta de Versalhes, mas antes da reportagem, fique a saber tudo desde já sobre o certame da cidade luz. Descubra como deve limpar de forma cabal os faróis dos carros dos seus clientes e leia atentamente o artigo que lhe explica como deve melhorar a comunicação na sua oficina para aumentar a rentabilidade. Enfim, uma edição cheia de temas interessantes para ler ao longo deste mês, ficando a promessa de regressar no próximo mês com o mesmo interesse.

JOSÉ MANUEL COSTA EDITOR CHEFE

COORDENADOR COMERCIAL GONÇALO ROSA goncalorosa@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS

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TURBO OFICINA OUTUBRO 2017



NOTÍCIAS

NACIONAIS

AFIA

MAIS COMPETITIVIDADE Apesar de satisfeita com o aumento de 6,4% registado no setor automóvel no final do primeiro semestre de 2017, a AFIA não deixa de exigir maior competitividade ao setor para evitar caminhar para a cauda do pelotão europeu

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egundo a AFIA (Associação dos fabricantes para a Indústria Automóvel), no primeiro semestre de 2017, o setor de componentes para automóveis exportou mais de 4 mil milhões de euros, crescendo 6,4% relativamente ao período homólogo de 2016. Esta taxa de crescimento, bem superior ao crescimento do volume de fabricação de veículos,

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diz-nos que a indústria de componentes tem vindo a conquistar cota de mercado. Numa altura em que o setor automóvel enfrenta novos paradigmas com impacto significativo para todos os agentes económicos que lhe estão ligados, há que estar atento, refere a AFIA, às novas tendências e à mudança de paradigma. A crescente automatização de processos gera necessidades de pesados investimentos em processos produtivos, que – para serem rentabilizados, exigem taxas de ocupação elevadas,

no limite tendendo para a laboração contínua. Veremos o desaparecimento de muitos empregos pouco qualificados e de baixo custo, que serão substituídos por outros mais técnicos, mais bem remunerados. Os regimes laborais dos operadores terão que se adequar a estas novas necessidades, que exigem flexibilidade e sacrifício de horários, a troco de remunerações mais elevadas decorrentes de postos de trabalho mais especializados. Tudo isto caracteriza um quadro de incertezas


MANUTENÇÃO DA INDÚSTRIA A AFIA defende que a manutenção das atividades industriais existentes deve ser uma prioridade, devendo-se criar condições para manter a sua competitividade

a longo prazo, que aumentará significativamente a concorrência entre países na atração de investimentos. Projetos de investimento com capacidade multiplicadora na economia serão agressivamente disputados. A manutenção das atividades industriais já em laboração deve, pois, ser a prioridade, devendo-se criar condições para que a sua competitividade seja constantemente melhorada, para não ser ultrapassada pelos progressos doutras regiões. /


NOTÍCIAS

NACIONAIS

BILSTEIN GROUP

NOVO CENTRO LOGÍSTICO EM CONSTRUÇÃO NA MALVEIRA

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bilstein group vai ter um novo centro logístico na Malveira, que está a ser construído pela empresa Garcia, Garcia. Localizadas na Malveira (Mafra), as novas instalações permitirão duplicar a capacidade de armazenamento do distribuidor para o nosso país das marcas febi, SWAG e Blue Print. A decisão de construir um novo centro logístico de raiz, desenvolvido e equipado com soluções de última geração, tem como objetivo melhorar a eficiência da sua cadeia de abastecimento, uma vez que a disponibilidade de stock, a flexibilidade e a rapidez na resposta são fatores para o sucesso no mercado de aftermarket. A nova unidade foi concebida, prevendo já uma futura ampliação. Um dos desafios de engenharia assumidos pela Garcia, Garcia foi a maximização da área útil interior e a eliminação de obstáculos físicos estruturais na área de produção. Foi, por isso, definida uma solução estrutural em betão pré-fabricado com uma malha estrutural alargada como forma de reduzir o número de pilares. Ao nível construtivo, destaca-se a opção por um pavimento de alta planimetria com certificação FM2, assim como, a instalação de sete cais de carga para pesados e cinco para comerciais ligeiros. A obra estará concluída em meados de novembro e a mudança para as novas instalações deverá ocorrer no final do ano, estando prevista a inauguração para janeiro de 2018. As novas instalações estão implantadas numa superfície total de cem mil metros quadrados, sendo a área coberta de 31 mil metros quadrados. O investimento tem como objetivo, por um lado, potenciar a otimização da cadeia de fornecimento da empresa, e, por outro, alavancar o crescimento do negócio em Portugal, assim como, sustentar outras necessidades em outras geografias. /

MAREIN REPRESENTA ELRING KLINGER

ESCOVAS ALEA PARA LIGEIROS A Alea passou a disponibilizar uma gama completa de escovas limpa brisas com a sua própria marca, que está disponível nas lojas AS Parts e ONEDRIVE. A oferta desta marca do Grupo Nors para o aftermarket é constituída por 11 referências de escovas convencionais para veículos

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ligeiros, desde 350mm a 650mm, a preços, segundo a Alea, muito competitivos e para mais de duas mil aplicações. Este lançamento tem como objetivo aumentar a oferta de produtos da marca aftermarket, contribuindo ainda para crescente aceitação e notoriedade da Alea.

A Elring Klinger, especializada no fabrico de juntas de cabeça de motor, passou a ser representada no mercado nacional pela Marein. Aquela marca alemã oferece soluções inovadoras para todo o tipo de acionamento de motores de combustão, motores híbridos eficientes ou tecnologia amiga do ambiente como bateria ou tecnologia de elementos de combustão. Para os motores de combustão cada vez mais exigentes e complexos, a

Elring Klinger desenvolve continuamente a sua gama de juntas de cabeça. Sobre a marca “Elring – das Original“, distribui peças sobressalentes de qualidade superior equiparadas às peças de qualidade original. Além disso, a Elring dá grande valor ao serviço prestado.



NOTÍCIAS

NACIONAIS MONROE

DIGRESSÃO B-CONNECTED EM PORTUGAL

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Te n n e c o promoveu uma digressão europeia, denominada B-Connected, que também veio ao nosso país, para promover o centenário da marca de amortecedores Monroe. Durante o mês de setembro, alguns veículos Mini Cooper, decorados com os logotipos da marca e um grande amortecedor na parte traseira, deslocaram-se até às instalações dos distribuidores e das suas lojas, não só para promover a Monroe, mas também para sublinhar a importância deste componente na segurança dos veículos. A ação contou ainda com a participação das “Monroe Girls” para ajudar a promover a marca. O Grupo AD Portugal, distribuidor das marcas Monroe e Walker, associou-se a esta campanha nacional da Tenneco, reforçando uma re-

NOVO COUNTRY MANAGER MANN+HUMMEL A MANN+HUMMEL Ibérica nomeou Hélder Pereira para o cargo de country manager para o mercado português. Nesta função, o novo diretor comercial para o nosso país passará a reportar a Jorge Sala, que assumiu funções como diretor comercial da MANN+HUMMEL para o Sul da Europa (Portugal, Espanha, França e Itália). Esta alteração na estrutura da organização teve como objetivo permitir à empresa adaptar-se às alterações do mercado, melhorando e intensificando o foco no

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lação existente há mais de meio século com o fabricante norte-americano. Para complementar a ação de promoção da importância que os amortecedores Monroe representam na segurança da viatura para os ocupantes no período de regresso às aulas, o Grupo AD Portugal leva a efeito uma campanha que prevê o pagamento de três amortecedores na aquisição de quatro ou um desconto adicional de dez por cento na compra de dois amortecedores para a mesma viatura. A Sofrapa também aderiu a esta iniciativa da Tenneco junto dos seus clientes e nas suas nove lojas. Nesta ação, lançou uma campanha de vendas, que permite a aquisição de quatro amortecedores pelo preço de três. Nesta campanha também foram distribuídos diversos brindes aos clientes, como chapéus, canetas, porta-chaves e posters Monroe. /

FUCHS TITAN CUMPRE ACEA 5

cliente e no mercado local e suas especificidades, mas contando por sua vez com uma visão mais globalizada do negócio.

O lubrificante Titan Supersyn F Eco-BH SAE 5W20 da Fuchs cumpre a nova especificação da Associação dos Construtores Europeus de Automóveis (ACEA) para a qualidade dos óleos. A nova especificação foi apresentada a 1 de dezembro de 2016 e os óleos de baixa viscosidade, que garantem uma economia de combustível e compatibilidade com os sistemas avançados de póstratamento dos gases de escape, passam a receber a classificação ACEA C5. A principal alteração da

última série é a substituição de ensaios obsoletos, eliminando a categoria A1/B1 e introduzindo esta nova categoria C5. A especificação A1/B1 não está mais listada, embora possa ser anunciada até dezembro de 2018. Com esta alteração na ACEA 2016, a especificação A1/B1 passa a ser considerada como obsoleta. A Fuchs garante que o novo lubrificante Titan Supersyn F Eco-BH SAE 5W20, já cumpre a especificação ACEA C5 e já se distinguiu no teste Europeu de consumo, M111 FE, com uma economia de combustível de 3,6%.



NOTÍCIAS

NACIONAIS PACEC

LANÇAMENTO DE PLATAFORMA DE COMPRAS B2B

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mpresa especializada em peças para veículos da marca Mercedes-Benz e com sede nas Caldas da Rainha, a PACEC lançou uma plataforma de compras para o mercado profissional. A ferramenta possibilita um acesso privilegiado aos seus clientes, com vista a agilizar processos e potenciar decisões em contexto de trabalho. O desenvolvimento da plataforma, a cargo da REDICOM, obedeceu a pilares como simplicidade, objetividade e assertividade, de modo a otimizar a experiência de utilização. A oferta disponível, as novidades em stock, o histórico financeiro ou o estado das encomendas são algumas das funcionalidades desta plataforma. A indexação de artigos por referência original é outra característica a destacar, que resultou de uma análise criteriosa dos artigos, alicerçada em experiência de trabalho e relações estreitas com fabricantes. Esse trabalho possibilitou uma indexação quase total do catálogo disponibilizado, resultando na minimização de erros e ambiguidades, frequentes em bases de dados de terceiros. Com esta nova ferramenta de trabalho, a PACEC pretende continuar a gerar vantagem para os seus clientes, aproximando-os do desenvolvimento diário da atividade da empresa, traduzido na divulgação imediata de novas distribuições, referências, produtos exclusivos e informação técnica de relevo. O acesso à plataforma de compras é feito através do site da empresa, em www.pacec.pt. /

Q&F REPRESENTA RACECHIP A marca alemã especializada em chips de performance, RaceChip, é agora representada pela Q&F no nosso país. A empresa disponibiliza os modelos RaceChip Pro2, Ultimate, Ultimate Connect e os sistemas eletrónicos de aceleração XLR e XLR Connect. O RaceChip Pro2 consegue aumentos até 25% tanto em potência como em binário, enquanto no Ultimate, esse incremento é de 30%. A versão Connect é uma opção que permite emparelhar tanto o RaceChip Ultimate ou o RaceChip

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XLR com o smartphone, permitindo configurações extras como diferentes modos de condução, temporizadores para permitir o aquecimento do motor antes de ativar o RaceChip, atualizações constantes, entre outras funcionalidades. Segundo a Q&F, os chips de performance da RaceChip permitem um aumento até 30% na potência e no binário e, além disso, toda a eletrónica foi otimizada para possibilitar uma redução até um litro no consumo de combustível, o que se pode traduzir numa poupança anual de aproximadamente 400 euros.

ACESSO PRIVILEGIADO A nova plataforma da PACEC permite um acesso privilegiado aos clientes

PORTEFÓLIO NEOLUX DISPONÍVEL EM PORTUGAL Com 90 anos de história, a Neolux é uma marca especializada na iluminação automóvel sendo distribuída pela Osram. A gama é constituída por lâmpadas

para os faróis e lâmpadas auxiliares, que se destinam a consumidores que dão maior importância ao fator preço. A oferta da Neolux inclui ainda lâmpadas especiais para satisfazer condutores exigentes, como as gamas Blue Light, Extra Light e a nova Extra Lifetime, além de produtos off -road, bem como lâmpadas de substituição standard. A Neolux disponibiliza todo o tipo de tecnologias de iluminação, incluindo halogéneo, xénon e LED para automóveis, veículos comerciais e motociclos, quer para interior quer para exterior.


ALIDATA

DISTINÇÃO ‘PME LÍDER”

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Alidata, software house integrada no ‘Sendys Group’, viu ser renovado, por mais um ano, o estatuto de PME Líder, que foi atribuído em parceria pelo IAPMEI, Turismo de Portugal e um conjunto de bancos parceiros, a empresas nacionais que, pelo seu desempenho e perfil de risco, se posicionam como motor da economia nacional em diferentes sectores de atividade, prosseguindo estratégias de crescimento e liderança competitiva. O galardão veio distinguir o desempenho da tecnológica de Leiria, com base na avaliação das notações de rating e nos indicadores económico-financeiros da empresa, que vê reconhecida a solidez financeira, o alto nível de desempenho da sua gestão, assim como as estratégias de crescimento e de reforço da base competitiva.

AZ AUTO

CAMPANHAS SWF E FRAM

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AZ Auto lançou duas novas campanhas para escovas limpa-vidros da SWF e filtros da FRAM, oferecendo aos clientes preços mais competitivos. O objetivo é proporcionar aos clientes os melhores argumentos para reforçarem as suas vendas. A nova campanha de escovas limpa-vidros da SWF está em vigor até final do ano e, em função das encomendas, prevê um desconto entre cinco e dez por cento sobre o preço de tabela. A AZ Auto lançou ainda uma campanha de desconto de preço líquido nas 20 referências mais vendidas dos filtros da marca FRAM. O objetivo é levar aos clientes as referências mais procuradas a preços verdadeiramente competitivos e que lhes permitam marcar a diferença junto do seu público. A FRAM é uma marca do grupo SOGEFI, que comercializa uma extensa gama de filtros para automóveis, com presença em grandes competições, como o Dakar.


DESTAQUE

FILTROS

ESPIRROS E OLHOS COM LÁGRIMAS? MUDE O FILTRO DO HABITÁCULO! É oficial! O verão acabou e está na hora de defender os seus clientes das agressões exteriores, convencendo-os a mudar os filtros do habitáculo do seu carro, que não estarão nas melhores condições TEXTO E FOTO Blue Print

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maioria dos condutores entende que os filtros do habitáculo não são importantes. Quando a oficina lhes recomenda a troca, o mais comum é uma argumentação sobre a sua completa desnecessidade. Porém, há que sensibilizar os seus clientes que a troca dos filtros do habitáculo é muito importante. Este exemplo que a seguir oferecemos, pode ser uma boa base para convencer os clientes a trocar o filtro. Sabia que durante o tempo médio de um espirro, fechamos os olhos durante um segundo? E que nesse segundo, que está de olhos fechados, a uma velocidade de 110 km/h, percorre 30 metros?! Pois é… não é uma brincadeira e a sua oficina deve sensibilizar os clientes para esta situação. Agora, a questão é, quais os filtros que se devem substituir. A TURBO OFICINA, em parceria com a Blue Print, explica-lhe tudo. MUITAS VEZES IGNORADO Os filtros de habitáculo começaram a ser comuns apenas nos anos 80 do século passado, sendo que a primeira utilização foi nos anos 40. Durante mais algumas décadas os filtros de habitáculo foram exclusivos dos carros topo de gama, até se generalizarem já bem tarde na década de 90 do século passado. Talvez por isso, a manutenção deste filtro seja ignorada

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no âmbito dos serviços rotineiros de manutenção. Ou então, porque não existe, ainda, uma consciência generalizada sobre a importância do filtro de habitáculo para a saúde dos passageiros. Pode o seu cliente dizer, “mas este filtro não funciona com o motor nem contribui para o seu desempenho”, mas há necessidade de explicar ao utilizador do veículo que há muito mais envolvido neste, aparentemente, simples filtro. Como referimos no mês passado, existem demasiadas partículas no ar que podem danificar o motor, daí a utilização dos filtros de ar e a necessidade de sensibilizar os clientes para a sua substituição dentro dos prazos recomendados. Ora, esse mesmo ar, que pode danificar o motor, chega ao habitáculo com o mesmo nível de poluição. Circular em estradas congestionadas ou em filas de trânsito, significa que, sem a ajuda de um filtro de habitáculo, estará a inalar elevadas concentrações de poeira, fuligem, pólen, entre outras coisas. Espirrar, olhos cheios de lágrimas e, por vezes, dificuldades de respirar, quando ao volante do seu carro, são sintomas, claros, que o filtro de habitáculo do veículo não está a fazer a sua função. FUNÇÃO: LIMPEZA Há que explicar ao seu cliente que o automóvel que conduz foi desenhado não só para o proteger das agressões exteriores, como dos malefícios do ar poluído que, infelizmente, todos respiramos. Desta forma, o filtro de habitáculo

protege os ocupantes devido à sua função de limpar o ar que entra para renovar o ambiente dentro do habitáculo, impedindo, assim, que os ocupantes inalem poluentes que podem prejudicar a sua saúde. Infelizmente, a tecnologia não permite que estes filtros sejam permanentes e a sua capacidade de filtrar os elementos é finita, pelo que existe a necessidade absoluta de uma substituição regular. Recomenda-se a troca a cada 12 meses – caso o veículo circule muito em cidade e em tráfego muito forte, espera-se um prazo mais curto de substituição – para que o seu efeito seja o desejado.


QUALIDADE ORIGINAL Os filtros de habitáculo são muito mais do que componentes que mantêm o habitáculo livre de folhas, insetos, sujidades, por isso exigem muita tecnologia e cuidado na fabricação. Na Blue Print, a qualidade e atenção ao detalhe são as mesmas que as dispensadas nos equipamentos de origem, sendo esta altamente recomendada na hora de trocar os filtros do habitáculo. Os filtros de habitáculo Blue Print possuem carbono ativo na sua definição final, com minúsculas partículas de casca de côco carbonizadas. Estas partículas são capazes de prender o dióxido de azoto (NOx), um gás altamente

nocivo. Referir que um grama de carvão ativo tem uma superfície superior a mil metros quadrados tendo a durabilidade de cerca de um ano. Além deste carbono ativo, os filtros estão revestidos de polifenóis, elementos naturais encontrados na pele das uvas, romãs e chás. Estes têm como missão eliminar o crescimento de bactérias e fungos no próprio filtro, além de filtrar alergénicos como pólen, esporos fúngicos e formaldeído. Finalmente, quando o ar passa pelo filtro, é gerada uma carga electroestática que atrai partículas tão pequenas como 0,3 mícrons, incluindo, assim, bactérias e nanopartículas de fuligem. E estas são par-

tículas altamente perigosas, porque não são retidas nos pelos existentes no nariz e podem ser absorvidos pelo corpo humano. Enfim, o filtro de habitáculo, como fica evidente, é muito mais importante do que se pode pensar e há a necessidade de deixar isso bem claro aos utilizadores dos veículos. O filtro de habitáculo reduz a exposição dos passageiros dos veículos a elementos contaminantes existentes no ar, geram um ambiente no interior do veículo mais confortável para todos, especialmente para os que têm asma ou alergias e um filtro de habitáculo limpo leva a que o ar dentro do habitáculo seja, também ele, mais filtrado. /

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ESPECIALISTA

EMPRESA

ESPECIALISTA EM VEÍCULOS FRANCESES A Sofrapa foi sempre uma especialista em marcas francesas e aproveitou essa tradição para integrar a rede de distribuição DistriGo do Grupo PSA

DAN MENAHEM, SOFRAPA

PRIMEIRA PLACA DA REDE DISTRIGO Respondendo a um desafio do Grupo PSA, bem como aos critérios exigidos pelo construtor francês, a Sofrapa passou a integrar a rede DistriGo em Portugal. A empresa, que já era uma especialista na distribuição de peças de veículos franceses, reforçou essa vocação, embora também aposte em produtos premium e budget para continuar a crescer TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO

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C

om quase 60 anos de história, a Sofrapa é uma empresa especializada no comércio e distribuição de peças, quer no segmento de peças originais, quer de material para o aftermarket. Desde o início que a empresa apostou na representação de componentes e acessórios de automóveis franceses, uma tendência que se vai manter no futuro, uma vez que passou a integrar a rede DistriGo do Grupo PSA. A Sofrapa já era o principal distribuidor de peças para veículos das marcas Citroën, DS, Peugeot e também Eurorepar, com uma quota de mercado de 2 a 3%. Além disso, cerca de 60% das vendas da empresa é relativo a peças originais do Grupo PSA. De acordo Dan Menahem, CEO da Sofrapa, a integração na rede DistriGo vai permitir continuar a distribuir peças daquelas marcas, assim como de outros fabricantes, constituindo uma oportunidade “para alargar o nosso portefólio de oferta multimarca”. Nos últimos três anos, a Sofrapa registou um crescimento anual de 25% e para 2017 prevê alcançar um volume de negócios de 54 milhões de euros. Para consolidar a sua posição no mercado de distribuição de peças a Sofrapa prevê abrir mais seis lojas, que se virão juntar às nove já existentes, e apostar no aftermarket, onde, segundo Dan Menahem, “existe margem de progressão”, pois, atualmente, representa um 40% das vendas totais, o que corresponde a 1% do mercado nacional. Para manter a sua autonomia face a terceiros, a Sofrapa dispõe de uma marca própria, denominada Energy, para a comercialização de baterias e lubrificantes. A Sofrapa foi a primeira empresa portuguesa a integrar a rede DistriGo do Grupo PSA. O que levou a empresa a tomar esta decisão? Esta decisão de integração na rede DistriGo constituiu uma oportunidade que surgiu. A estratégia do Grupo PSA passou pela concentração da sua rede de distribuição a nível europeu, que passou de 1 400 distribuidores para 140. Isso também ocorreu em Portugal, onde se verificou uma diminuição de uma centena de distribuidores para apenas três. A Sofrapa já era o primeiro distribuidor do Grupo PSA em Portugal, com uma quota de mercado de 20%. Como tal foi mais fácil chegar a entendimento com o Grupo PSA. Atualmente, representamos cerca de 50% do mercado de peças originais PSA, cabendo os restantes 50% aos outros dois operadores. O Grupo PSA também tem uma estratégia de distribuição de peças de outras marcas, quer da Eurorepar, quer de outros fabricantes, como a Valeo, a Bosch, a ZF

ou a Luk. Esta situação constitui uma outra oportunidade para alargar o nosso portefólio de oferta multimarca. Que investimentos estão a ser realizados para permitir esta integração? Tivemos de aumentar a nossa capacidade instalada de armazenamento de peças para quase o dobro, de 8 000 m2 para 15 000 m2 . A estrutura de nove lojas espalhadas pelo país manteve-se inalterada. As instalações da Sofrapa vão passar a integrar a imagem DistriGo? A integração na rede DistriGo vai incluir uma renovação da imagem, o que vai obrigar a alguns investimentos porque isso faz parte do contrato. A Sofrapa já tinha investido na renovação da sua imagem nas suas instalações. Agora teremos de integrar a imagem DistriGo na nossa e isso ainda poderá levar algum tempo. Em termos de meios humanos houve também um reforço para responder ao aumento da atividade? Nos últimos dois anos admitimos cerca de 40 colaboradores, elevando o número total para mais de 200. Em princípio, agora a tendência será para estabilizar porque a fase mais “aguda” de crescimento já está concluída. A evolução da empresa vai passar pela dinâmica de vendas e pelo aumento de novos pontos de venda. Além de ser distribuidor da DistriGo, a Sofrapa vai continuar a comercializar peças de outros fornecedores, como sucedia anteriormente? A empresa irá continuar a ser Sofrapa – DistriGo. Existe um contrato com o Grupo PSA que prevê a disponibilização por todas as placas DistriGo de peças das marcas Citroën, DS, Eurorepar e Peugeot. As outras marcas são opcionais. O Grupo PSA poderá comercializar uma marca como, por exemplo, a Bosch, a SKF ou a Valeo, que poderá interessar, ou não, à Sofrapa. Pode dar-se o caso de uma placa DistriGo comercializar uma determinada marca e outra optar por não o fazer. Em função da sua especialização e do seu histórico, cada placa tem a liberdade para decidir quais as marcas não obrigatórias que lhe interessa comercializar. Para a Sofrapa, qual é vantagem de integrar esta rede DistriGo? Em termos locais, a Sofrapa não necessitava da designação DistriGo porque já era um importante distribuidor do Grupo PSA. A nível

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ESPECIALISTA

EMPRESA

global e a longo prazo é importante beneficiar de uma mesma conceituada imagem de marca. Para a rede DistriGo, qual foi o interesse nesta associação à Sofrapa? A Sofrapa correspondia à esmagadora maioria dos critérios exigidos pelo Grupo PSA. De uma forma simples, o que procurava o Grupo PSA na Sofrapa? Uma empresa que distribui peças do Grupo PSA, que aproveita a sua estrutura para distribuir peças de outras marcas, e que consegue otimizar os seus custos para ser mais competitiva.

"OS PRODUTOS MAIS VENDIDOS SÃO OS DE MARCA - ORIGINAL OU PREMIUM - A BOM PREÇO", AFIRMA DAN MENAHEM

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Qual é o benefício que esta sinergia vai proporcionar ao cliente, designadamente às oficinas? Uma entidade que vende peças para apenas uma marca dificilmente conseguirá sobreviver. A única forma de ultrapassar essa situação passa por conseguir ter um volume de vendas maior para diluir os custos e ser competitiva. A grande vantagem para o cliente consiste numa oferta completa e num só canal. Além disso, um volume elevado de peças originais permite-nos ter uma estrutura eficaz e com custos controlados. Recuando no tempo, como tem sido a evolução da empresa, desde a sua criação? No próximo ano, a Sofrapa vai comemorar o seu 60º aniversário. A empresa começou com uma loja e dedicava-se à importação e comercialização de peças para veículos franceses, designadamente Citroën, Peugeot, Talbot. A empresa registou um crescimento substancial na altura em que a Mocar representava a Peugeot em Portugal. A Mocar está mais vocacionada para a comercialização dos veículos e

não nas peças. Houve, então, a necessidade, de assegurar o fornecimento de peças originais e a Sofrapa desempenhou um papel importante nesse capítulo. Quando cheguei à empresa, em 1991, a atividade estava concentrada apenas nas marcas Peugeot e Renault. Foi nessa altura que decidi alargar o portefólio de marcas e há cerca de dez anos começamos também a comercializar peças de aftermarket. Os principais clientes eram os concessionários das marcas, as lojas de peças e os reparadores. Qual foi a base para o crescimento da Sofrapa? O nosso crescimento foi muito baseado na abertura de lojas. Neste momento temos nove e vamos abrir mais seis até chegarmos às 15. Quais são os pontos que não estão cobertos? Ainda nos falta abrir em Viseu, em Leiria, no Algarve. Qual é a oferta em termos de produto? Inicialmente, dedicávamo-nos apenas às peças originais, mas atualmente também já


somos encarados com interesse pelas marcas de aftermarket. A nossa oferta abrange peças originais, produtos premium e produtos budget.. Os três artigos convivem e o cliente escolhe. Quais são os produtos mais vendidos? São os produtos de marca – original ou premium - a bom preço. Para os veículos mais antigos, que, pelo seu valor de mercado, não justificam peças originais ou premium, a procura incide em produtos budget. Neste momento, em que consiste a oferta em termos de marcas? Atualmente, comercializamos peças originais do Grupo PSA, da Opel e da Fiat. Porque a especialização nessas marcas? Quando se comercializa peças originais não se trabalha apenas com quatro mil referências como no aftermarket, mas cem mil. Portanto, é impossível de ter peças originais das marcas todas. Por razões históricas tornamo-nos es-

pecialistas em carros franceses e mais tarde incluímos mais duas marcas não francesas. Qual é a percentagem que as peças originais dessas marcas têm nas vendas da Sofrapa? As marcas do Grupo PSA representam cerca de 60% do total. Ao nível de aftermarket, quais são as principais marcas com maior expressão na Sofrapa? Com a DistriGo vamos ter todas as marcas de aftermarket. Além disso, temos acordos diretos com a SKF, com a Monroe, com a Total. Para cada tipo de produto, procuramos ter sempre duas ofertas, uma com o preço mais elevado e outra com preço inferior. Ainda temos espaço para mais marcas. Agora é mais fácil consegui-lo porque a notoriedade da Sofrapa já é maior. Em termos de volume de negócios, qual é a previsão da empresa para 2017? Devemos atingir um volume de negócios de 54 milhões de euros. No ano passado, esse valor

PEÇAS ORIGINAIS E AFTERMARKET As instalações de Odivelas da Sofrapa possuem uma área de armazenagem de 15 000 m2, permitindo responder às necessidades dos clientes, quer de peças originais das marcas Citroën, DS, Eurorepar, Peugeot, Fiat e Opel, quer do aftermarket. A empresa também tem uma marca própria, Energy, para baterias e lubrificantes

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ESPECIALISTA

EMPRESA

NO PRÓXIMO ANO A SOFRAPA VAI ASSINALAR O SEU 60.º ANIVERSÁRIO. A EMPRESA INICIOU A ATIVIDADE COM UMA LOJA E ATUALMENTE JÁ CONTA COM NOVE EM TODO O PAÍS. O OBJETIVO É AUMENTAR PARA 15 foi de 44 milhões. Nos três últimos anos registamos um crescimento anual de 25%, mas, a partir de agora, esse ritmo vai reduzir, porque a margem para progressão também é menor. O Grupo PSA representa cerca de 60% das vendas e foi aquele que mais contribuiu para este resultado. Todavia, como peso do aftermarket é relativamente reduzido – cerca de 1% do mercado nacional -, temos, aí, algumas possibilidades de crescimento, embora a um ritmo um pouco mais modesto. Como o Grupo PSA representa cerca de 60% da operação da Sofrapa, o que terá de fazer a empresa para continuar a crescer? Teremos de continuar a trabalhar e passar a mensagem ao mercado que também somos um distribuidor de peças de aftermarket, com preços competitivos. Relativamente aos fornecedores chineses, a sua importância é real ou nem por isso? A dada altura, houve a ilusão que os chineses arrasariam o mercado com produtos bara-

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tos. O primeiro fornecedor chinês deixou de ter essa imagem, ao disponibilizar um produto com alguma qualidade, mas os preços aumentaram e agora a diferença já não é tão significativa. Haverá sempre algum cliente que vai querer este produto. Os chineses vão ter o seu espaço, mas não vão arrasar a concorrência. A Sofrapa também tem uma marca própria de peças de substituição? A Sofrapa tem, efetivamente, uma marca própria – Energy – que já está no mercado há alguns anos, com uma oferta ao nível de baterias e óleos lubrificantes. Em termos de baterias verificou-se um processo concentração de fabricante e de marcas, e alguns distribuidores deixaram, de repente, de o ser, obrigando a novas negociações com os novos proprietários dessas marcas. Num determinado ano, a Sofrapa decidiu criar a sua própria marca, podendo a bateria ser produzida em qualquer fábrica, com base apenas num critério preço / qualidade. A relação com o fornecedor é indus-

trial, não se misturando políticas comerciais nem estratégias multilaterais. A Sofrapa tem uma oferta completa de baterias? A nossa oferta é completa, sendo o produto adquirido a três fábricas diferentes. O que representa a marca própria de baterias? Vendemos cerca de cem mil baterias por ano, o que representa cerca de 70% do total. Além disso, distribuímos baterias da Varta e da Eurorepar. O que levou a Sofrapa a criar a sua própria marca de lubrificantes? Basicamente é para ter um primeiro preço. Isso permite-nos ter uma autonomia completa para definirmos a estratégia de preço do produto. Isso não sucede quando se é distribuidor de uma marca. Temos uma gama de lubrificantes, com mais de cem referências. O seu peso no total das nossas vendas é inferior a 10% porque temos uma oferta completa de todas as marcas. Vão implementar essa estratégia em outros produtos? Sim, mas apenas em produtos de grande consumo. /



TENDÊNCIAS

COMPORTAMENTO NA OFICINA

COMUNICAÇÃO PARA FIDELIZAR CLIENTES Numa oficina, o aumento do volume de trabalho devido à melhoria do ambiente económico deixa muitos sem capacidade de conversar com os seus clientes. O que pode ser um erro crasso! TEXTO JOSÉ MANUEL COSTA

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s mais antigos nestas coisas das oficinas, lembram, certamente, os tempos em que se parava para conversar com o cliente que ia deixar o carro para a revisão. Ou quando chegava no reboque, porque o “maldito chasso avariou e deixou-me apeado” e isso era tema para uma conversa longa sobre azares na beira da estrada e fortunas de outros que nunca conheceram o desespero de regressar a casa no reboque. Hoje, tudo é bem diferente. O volume de trabalho é outro, as exigências são outras e o nosso quotidiano está polvilhado de coisas para fazer, marcações de revisões, enfim, um

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sem número de coisas que ocupam o tempo de uma maneira que alguns até dizem “os dias deviam ter 32 horas…” Pois é, mas não têm e por isso a comunicação é algo que foi colocado de lado. Hoje não há tempo para conversar com o cliente sobre o azar à beira da estrada e os seguros oferecem assistência em viagem pelo que o carro segue de reboque para a oficina, o cliente vai de táxi para casa ou a caminho da companhia de aluguer de automóveis para levantar um carro de substituição. Resulta de tudo isto que as oportunidades para comunicar são poucas e o tempo para isso ainda menos. No entanto, convém recordar que a comunicação, a conversa, a análise das questões é uma forma de criar laços e, sobretudo, de fidelizar

os seus clientes. Pense… quantos clientes é que estão fidelizados à sua oficina? Pode então uma oficina continuar sem comunicar com os seus clientes? Claro que não! Há dois canais que têm de percorrer, mesmo que pareçam deslocados do seu serviço primário. O primeiro deles é o da comunicação dentro da oficina com o cliente exterior. Acredite que não basta ser a melhor oficina reparadora, ter os melhores mecânicos e os melhores pintores. Hoje, os clientes escolhem a oficina para colocar lá o seu veículo na certeza de poderem contar com um serviço que satisfaça todas as suas necessidades e exigências. Portanto, ele quer a atenção certa e a explicação detalhada do processo e da intervenção. Exige atenção por parte da oficina! Evidentemente que há aqueles que usam o seu veículo apenas como simples meio de transporte, não querem gastar muito dinheiro com a manutenção, buscam poupar o mais possível e não se preocupam muito com o estado do veículo. A maior parte das vezes quer que o carro, camioneta ou moto passe na inspeção periódica obrigatória e pouco mais. Mas, também estes precisam de receber alguma atenção, nomeadamente, conselhos para que não coloquem em causa a sua própria segurança. Explicar a um cliente, seja qual for a sua tipologia, que a segurança é um bem precioso para ele e para os que o rodeiam, é uma forma de comunicar e de fazer entender que a oficina não está ali apenas para lhe sorver os euros da carteira, mas também para o ajudar. CLIENTES “ABANDONADOS” A grande verdade é que nos dias de hoje, os clientes são “abandonados” pelas oficinas, dedicando pouco tempo a eles. Muitas vezes,


COMUNICAÇÃO DETELHADA A atenção dada pela oficina ao cliente, e a explicação detalhada da intervenção, contribui para a sua satisfação

quando o cliente faz perguntas mais ou menos minuciosas, os gestos de enfado ou o alijar de responsabilidade são comuns. Muitas vezes não é culpa de uma falta de educação do rececionista ou mecânico, mas sim da falta de PUBLICIDADE

tempo que tem para cuidar de todos os casos que assolam a oficina e o soterram de trabalho. Talvez seja hora de mudar esse procedimento e permitir que alguns colaboradores possam ser destacados para responder aos clientes e assim oferecer uma imagem mais humana da oficina e permitir que, desta forma, sejam satisfeitas as necessidades e exigências do cliente. Mas há mais áreas onde a comunicação é muito importante e faz a organização ganhar tempo, racionalizar recursos e deixar os clientes satisfeitos. Quando um veículo chega à oficina, o rececionista deve escutar o cliente e, depois, fazer todas as perguntas necessárias para ajudar a fazer um diagnóstico correto e sem falhas. Desta forma, poupa tempo, pois não é preciso perguntar mais nada à posteriori ao cliente sobre o veículo e evita intervenções “ao lado” que ocupam recursos e muitas vezes levam a litígio com o cliente. Verificará que, se fizer isso, conquistará um cliente e este estará mais á vontade para regressar outra vez à oficina e passar a ser mais um cliente fidelizado! COMUNICAÇÃO INTERNA

Por muito que algumas tendências digam o contrário, os seus colaboradores são um dos pilares do seu negócio e são de uma impor-

tância fundamental para um modelo de negócio ganhador. É básica a noção que o responsável pela oficina e os seus colaboradores estejam em sintonia na abordagem aos clientes para que o quotidiano da oficina seja produtivo e rentável. Não é incomum assistir à receção de um veículo por parte do responsável da oficina de uma forma muito simpática e gentil e depois o mecânico ou outro colaborador ter uma atitude diametralmente oposta. Isto não pode acontecer num espaço onde todos devem contribuir para o bem-estar do cliente. Esta situação não é muito agradável e deixa uma imagem pobre do estabelecimento e, como todos sabem, o “passa palavra” não só ao nível da comunidade, mas também da própria indústria pode destruir um negócio enquanto o diabo esfrega o olho. Fica assim evidente que a comunicação interna é, igualmente, decisiva para o sucesso do negócio. Assim, se comunicar bem com os seus colaboradores, ganhará uma equipa competente e atenciosa que, por sua vez, comunicará de forma correta com o cliente, poupando tempo e recursos e, sobretudo, dar passos decisivos para o fidelizar. A comunicação, interna e externa é, seguramente, um dos primeiros mandamentos para assegurar o sucesso da sua oficina! /


DOSSIÊ

INVERNO

MANUTENÇÃO

SEGURANÇA NO INVERNO Os dias de chuva e frio estão a chegar. Para os veículos enfrentarem as condições mais hostis do outono e do inverno, as oficinas devem recomendar uma revisão aos proprietários, designadamente ao nível do óleo, dos pneus, dos travões e, naturalmente, das escovas limpa-vidros TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

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DOSSIÊ

INVERNO

VERIFICAR A BATERIA O estado da bateria deve ser controlado pela oficina, uma vez que é maior o risco de descarregar no inverno

A

s estações do outono e do inverno caraterizam-se por oferecer condições menos favoráveis ao exercício da condução, aumentando os riscos, que muitas vezes são minimizados pelos utilizadores das vias rodoviárias. Os dias tornam-se mais curtos, a temperatura arrefece, e o piso torna-se escorregadio, com a chuva, o gelo ou a neve. Muitas vezes as condições atmosféricas alteram-se sem aviso prévio, surpreendendo os automobilistas. A oficina tem um papel fundamental na sensibilização dos clientes para realizarem uma revisão completa aos veículos antes da chegada daqueles meses com menos horas de sol, mais dias de chuva e de vento. Um dos primeiros conselhos do responsável da oficina ao seu cliente consiste na verificação do óleo. É um dos avisos mais comuns, mas nem sempre é cumprido à risca. Se o lubrificante estiver muito escuro ou o nível estiver baixo, o motor do veículo não funciona de forma eficiente e, no limite, pode ‘gripar’. Em função

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dos casos, deve-se adicionar óleo ou drená-lo e proceder à sua substituição. Igualmente importante para o prolongamento da vida útil do motor é o líquido de refrigeração, uma vez que se estiver em mau estado de conservação pode causa danos graves no bloco. É recomendável a sua substituição a cada dois anos. Nos veículos a gasolina, a oficina também deve recomendar a verificação das velas de ignição. Estas têm como função inflamar a mistura ar / combustível no interior da câmara de combustão. Para que isso seja efetuado, o sistema de ignição do veículo gera uma alta tensão – entre 20 mil a 30 mil volts – que transpõe a distância entre o elétrodo de massa e o elétrodo central existentes na vela. O calor gerado pela faísca inflama a mistura de ar / combustível, desenvolvendo-se um pequeno núcleo de uma chama no local da faísca, que se expande. Esta chama provoca a combustão da mistura ar / combustível. Se as velas não funcionarem devidamente, será difícil ligar o motor e, além disso, deixará de responder convenientemente. Por outro lado, a aceleração do veículo irá ficar afetada e o consumo de combustível será mais elevado, correndo-se ainda o risco de danificar o motor

e o catalisador. Os fabricantes recomendam a verificação deste componente a cada dez mil quilómetros ou anualmente. PNEUS E TRAVÕES A oficina deve recomendar igualmente a verificação do estado de conservação dos pneus, uma vez que estes constituem o único ponto de contacto entre o veículo e a estrada. Se o piso se apresentar molhado em dias de chuva ou com gelo, existe o risco do veículo entrar em ‘aquaplanning’. Além disso, as distâncias de travagem diminuem, uma vez que existe uma maior superfície de contacto com o pneumático. A oficina deve, assim, analisar o piso do pneu, assim como a sua profundidade e a sua pressão. Com o frio, a pressão tende a diminuir. Para compensar esse efeito deve-se aumentar a pressão em 0,2 bar relativamente aos meses de maior calor. Nalguns locais mais montanhosos, com mais neve e gelo, poderá ser recomendável a montagem de pneus de inverno, que torna a condução mais segura a baixas temperaturas, pois melhora a motricidade, a aderência e diminui as distâncias de travagens. Alguns países do norte da Europa, obrigam mesmo, por lei, a



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INVERNO

IMPORTÂNCIA DA ILUMINAÇÃO O correto funcionamento das luzes e a sua regulação são fundamentais para a segurança rodoviária

montar pneus de inverno. Se isso acontecer, será recomendável montar quatro pneumáticos de inverno em vez de apenas dois para tornar a condução mais estável. Além dos pneus, o sistema de travagem também desempenha um papel crucial na segurança do veículo. O seu bom estado de conservação é vital para evitar possíveis acidentes, sobretudo quando o piso se encontra danificado ou as condições meteorológicas são desfavoráveis. A oficina deve sensibilizar o proprietário do veículo para a importância de uma verificação regular do sistema e a substituição de peças

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A OFICINA TEM UM PAPEL FUNDAMENTAL NA SENSIBILIZAÇÃO DOS CLIENTES PARA REALIZAREM UMA REVISÃO COMPLETA AOS VEÍCULOS

atempadamente, dentro dos prazos indicados pelo fabricante. Os amortecedores também têm influência na distância de travagem e na estabilidade do veículo, quer em piso seco quer molhado. Se estiverem em condições deficientes, a precisão da direção pode diminuir, assim como a estabilidade do veículo, podendo piorar até 40%, aumentando o risco de perda de controlo, quer por derrapagem, quer por aquaplanning. A condução com amortecedores com uma capacidade reduzida a 50% pode aumentar a distância de travagem em 35% nalgumas situações, dificultando uma imobilização de emergência em caso de necessidade. Os amortecedores em condições deficientes têm igualmente influência no incremento do desgaste dos pneus, uma vez que podem afetar o contacto dos pneus com a estrada. Será de salientar que os amortecedores começam a perder eficácia antes dos 30 mil quilómetros, devendo ser revistos na oficina e, em caso de necessidade, substituídos. Essa operação deverá ser acompanhada por uma mudança e equilibragem dos pneus, bem como pela reparação ou substituição dos travões. VISIBILIDADE O nível de líquido do para-brisas também deve ser verificado pela oficina, uma vez que contribui para melhorar a visibilidade, removendo um conjunto de impurezas que impedem o condutor de se concentrar nas condições de circulação. A chuva, a neve, o nevoeiro e o vento pioram e dificultam as condições de segurança e pioram drasticamente a visibilidade na estrada, pelo que será necessário verificar o estado das escovas limpa-vidros e o seu funcionamento. Se deixarem sulcos e rasgos ou se fizerem ruídos desagradáveis, deverão ser substituídas. O próprio pára-brisas também deverá ser limpo, assim como os vidros laterais e o óculo traseiro, quer por fora, quer por dentro. Perante condições climatéricas adversas, ver e ser visto assume uma elevada importância para a segurança. Por isso, o responsável da oficina deve aconselhar a verificação do funcionamento de todas as lâmpadas do veículo, assim como a sua regulação. A própria legislação determina que é proibida a circulação de veículos com avaria das luzes médias e dos dispositivos de sinalização luminosa, incluindo as luzes de nevoeiro, que também são obrigatórios em determinadas condições. BATERIA A bateria é um dos componentes essenciais para o funcionamento correto de um veículo, assegurando duas funções primordiais: fazer arrancar um veículo e fornecer energia a todos os componentes elétricos do carro, como o ar



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OS SISTEMAS DE SUSPENSÃO E DE TRAVAGEM SÃO FUNDAMENTAIS PARA A SEGURANÇA DO VEÍCULO condicionado, as luzes, o rádio, entre outros. Também protege todos os acessórios internos de ações mecânicas externas e desempenha um efeito de isolador térmico. Uma bateria é constituída por placas internas positivas, negativas e separadoras que permitem a passagem da corrente elétrica e evitam os curto-circuitos. As baterias são compostas por óxido de chumbo (ácido sulfúrico e água) e são cheias com eletrólitos (ácido de bateria) que permitem colocar o motor do carro a trabalhar ou ligam qualquer acessório elétrico do seu veículo. No fundo, a bateria é o reservatório onde se concentra toda a energia de um veículo e se não estiver carregada, o carro não é alimentado e, consequentemente, não anda. Com o tempo frio existe um maior risco de a bateria descarregar, uma vez que o seu rendimento ótimo acontece com temperaturas mais elevadas. Referência ainda o sistema de climatização, que tem por finalidade introduzir, de forma controlada, dentro da viatura, ar filtrado, que pode ou não ser aquecido, consoante as preferências dos ocupantes. O fluxo de ar é introduzido com a ajuda de um ventilador, cuja velocidade é controlada através de um botão ou interruptor seletor, instalado no painel de comandos da consola central. Os carros das gerações mais recentes já vêm equipados com sistemas de ar condicionado, cujo princípio de funcionamento se baseia não na produção de frio, mas na absorção de calor. Através do produto refrigerante, o sistema de ar condicionado transporta o calor para dentro do habitáculo, gerando assim a descida da temperatura ambiente do interior da viatura. Para além de refrigerar, o sistema de ar condicionado contribui ainda para a desumidificação, e a eliminação de pó e partículas de pólen que circulam no interior do habitáculo. Apesar de serem muito evoluídos, os equipamentos de ar condicionado carecem de manutenção para que o sistema funcione eficientemente e também para manter a qualidade do ar no habitáculo. A oficina deverá sensibilizar o proprietário para a realização da limpeza das condutas de ar condicionado, para que o sistema funcione corretamente, e, em caso de necessidade, carregar o gás utilizado no sistema de refrigeração. A oficina deverá ainda verificar a estanquicidade do habitáculo para evitar fugas de calor para o exterior. /

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ANTEVISÃO

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MUNDO DO AFTERMARKET

MARCA ENCONTRO EM PARIS Com mais de 1 400 expositores e 95 mil profissionais ligados ao automóvel e ao aftermarket, o Salão Equip Auto 2017 abre portas no dia 17 de outubro. A TURBO OFICINA vai lá estar e oferece-lhe uma visão global deste certame realizado a cada dois anos e que tem como lema “Repara Hoje, Prepara o Amanhã!” TEXTO JOSÉ MANUEL COSTA FOTOS DR

S

erão cinco dias de negócios, inovação e diálogo em redor da tecnologia automóvel e do universo do aftermarket. A presença nos pavilhões da Porta de Versalhes assegura exposição ao mercado francês, hoje valorizado em 30 mil milhões de euros anuais, que não deve ser ignorada. Mas A Equip Auto não é apenas uma feira nacional, tem janela aberta para o mundo do aftermarket internacional com 60% dos expositores a terem origem fora do território francês. A feira gaulesa irá espraiar-se por três pavilhões que albergarão equipamentos de reparação e pintura de carroçaria, lubrificantes, aditivos, manutenção e redes de distribuição, ferramentas de manutenção, reparação e de diagnóstico, serviços conectados (financeiras, seguradoras, operadores de telemática, gestão de frotas, etc.), serviços para profissionais (informática, utensílios de gestão etc.), reboques e galeras para transporte em camião, peças e componentes e áreas de serviço e lavagem de veículos. Fica evidente que será um certame muito variado e com ampla cobertura do universo do aftermarket. Contas feitas, serão mais de 95 mil visitantes oriundos de mais de 50 países, mais de 1400 expositores de 34 países espalhados por 100 mil metros quadrados.

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Como sempre sucede na feira francesa, muitas reuniões e encontros vão decorrer à margem da agenda da Equip Auto, com destaque para a inovação e a busca de ligações cada vez mais estreitas entre os construtores, os fabricantes de peças, os distribuidores e a industria da reparação. Essas ligações cada vez mais estreitas são um dos pontos de destaque da Equip Auto 2017, já depois de em 2015 se terem feito avanços interessantes. A ideia é prosseguir na busca de novos produtos, novos serviços e novos parceiros. Para isso serão realizados encontros de negócios com responsáveis de compradores internacionais, abrindo propostas de negócio. Será aberta uma “vila” de “startups” que vão trazer novas ideias e buscar investimento para elas poderem chegar á industrialização. Outro dos marcos da Equip Auto são os “Grand Prix” de inovação, que têm como objetivo acelerar o desenvolvimento de novas ideias na área automóvel e do aftermarket. Serão sete estes Grand Prix que vão levar os visitantes aos espaços que desejarem: “Best of” novos motores e redução das emissões, “Best of” diagnóstico do futuro e veículos conectados, “Best of” de conhecimento de técnicas educacionais, formação e informação, “Best of” da Garagem conectada, de marketing digital, receção conectada, aplicações e social media, “Best of” a oficina do futuro para ganhos de produtividade, lucro, condições de trabalho e risco e prevenção, “Best of” a Minha eco Garagem para a manutenção,


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reparação ecológicas, reutilização, reciclagem e manutenção preventiva e, finalmente, “Best of” melhorar o meu negócio com redes, lavagens, veículos usados, carroçaria e financeiras. Os organizadores da Equip Auto vão oferecer um programa de demonstrações “Equip Auto Tutorials” com variadíssimas áreas (colisão, pintura, conforto, emissões, pneus, etc) e vão estar disponíveis no canal de YouTube da Equip Auto. Outra área nova e muito interessante, será o espaço de demonstração de veículos autónomos, num espaço de 200 metros onde se irá tentar provar a interação do sistema com o ambiente em seu redor.

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Porque a Equip Auto é mesmo uma feira virada e dedicada ao negócio, todos os dias haverá uma “happy hour” entre as 17 e as 18 horas, para permitir o prolongamento das reuniões e contactos em redor de um café ou de um canapé. Finalmente, dizer que a Equip Auto será uma das etapas do prologo “World Mobility Challenge”. Esta iniciativa, organizada no âmbito dos 120 anos do Paris Motor Show (Salão Automóvel de Paris), é uma expedição dedicada a veículos alimentados por energias alternativas. Serão 13 equipas com três carros cada uma (um carro participa, outro fornece peças caso seja ne-

cessário e outro faz a reportagem da prova) que vão iniciar a prova em Pequim, 120 dias antes do Salão de Paris e vão chegar no dia de abertura do certame. PESOS PESADOS NÃO FALTAM Naturalmente que os “pesos pesados” do Aftermarket não vão faltar ao convite e o Bilstein Group, a Schaeffler, Bosch, MetelliGroup, Japan Parts, Denso, SKF, Federal Mogul, UFI, EFI, Mann & Hummel, NTN, Recor, SNR, Sogefi, entre muitas outras, vão estar nos pavilhões da Porta de Versalhes. Alguns vão destacar-se pela ausência (a Brembo, por exemplo), mas


isso não deixa de colocar a Equip Auto entre os certames mais concorridos do ano. Destaque, ainda, para a participação da Distrigo, a nova marca do grupo PSA, a pare de outras grandes distribuidoras como a Autodistribuition, Autolia, Alliance Automotive Group, a Nexus, a Origin Auto e a Proxitec. Nos pneus a estreia da Falken, destaca-se entre as esperadas presenças dos pesos pesados do setor. Muitas novidades vão estar expostas, uma lista impressionante com mais de uma centena de entradas. Destacamos aqui as novidades agraciadas com o Troféu d’Ouro da Equip Auto 2017, como o novo líquido de travões


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ENV da Bosch, o primeiro de luz LED com alta resolução digital, da Hella, o sistema de medida do desgaste do pneu, igualmente da Bosch ou uma inovadora máquina de limpeza de filtros de partículas. Os filtros Flexline da Mann-Filter, o seviço TechCare da Valeo e o Terminator, sistema automático de reparação de para brisas, da VBSA. Destaque, também, para a Japan Parts que vai exibir a sua nova imagem, refinada em alguns detalhes depois de ter revelado a completa alteração que fez á sua imagem na Autopromotec, em Bolonha. PORTUGAL PRESENTE Os portugueses vão estar presentes no Equip Auto 2017 com seis empresas a deslocarem-se até aos pavilhões da Expo Porte de Versailles. A Fabriscape, empresa de Torres Novas, estará no Pavilhão 2.2 com a sua gama de produtos ligados aos escapes. Também na área dos escapes, a Veneporte, empresa de Águeda estará no Pavilhão 1. Fundada em 1966, a Veneporte dedica-se ao desenvolvimento, produção e comercialização dos diferentes componentes dos sistemas de escape (coletores, catalisadores, filtros de partículas e silenciosos) para veículos. Assumindo-se como um “Global Range Supplier”, ou seja, fornecedor de todos os componentes do escape para qualquer veículo, a Veneporte vai estar na Equip Auto para mostrar a qualidade dos produtos fabricados nos 25 mil metros

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quadrados de fábrica que possui em Águeda. O mercado francês é importante e valioso e por isso mesmo, a Veneporte apoia o piloto francês Tristan Gommendy. A Nipocar, sediada em Gondomar e nascida em 1987, dedica-se à importação e distribuição de peças para viaturas japonesas e coreanas. Estará, naturalmente, a tentar reforçar as ligações a muitos dos seus fornecedores e clientes, sendo esta uma empresa que está dirigida ao mercado do retalho. Do seu portefólio destacamos as peças de colisão, motor, refrigeração, suspensão e direção, transmissão e travagem. Estará no Pavilhão 2.2. A Nortenha, empresa desde sempre dedicada à recauchutagem e com ligações à competição, está sediada no Porto e oferece uma completa gama de pneus para todos o tipo de veículos. Estará presente para apresentar os seus produtos e encontrar novos clientes, exibindo-se no Pavilhão 2.2. Pela segunda vez consecutiva, a Valente & Lopes vai estar presente na Equip Auto. Com o seu espaço no Pavilhão 1, a empresa portuguesa da Murtosa, vai ter duas estruturas em

A EQUIP AUTO IRÁ OCUPAR TRÊS PAVILHÕES QUE ALBERGARÃO TODOS OS EQUIPAMENTOS E AS PEÇAS PARA AS OFICINAS

exposição que mostram às áreas de ação da Valente & Lopes: uma zona de lavagens e outra de metalo-têxtil para as zonas de aspiração e lavagem. A empresa portuguesa afirma-se no segmento dos toldos e coberturas metalo-têxteis (como se podem ver em hipermercados, áreas de serviço, baias de lavagem automática, etc.) e estará presente pela importância do mercado francês. A Valente & Lopes tem em França, desde 2012, uma empresa (Abri & Techonologie) e por isso faz todo o sentido estar presente neste importante certame. O grupo conta com outras empresas ligadas ao seu “core business” estando presente em três continentes (Europa, África e América do Sul). Pedro Valente, gerente do grupo, lembra que “estamos sempre atentos às necessidades do mercado e procuramos desenvolver soluções que permitam aos nossos clientes vantagens competitivas sustentadas.” Finalmente, a Turboclinic vai estar no Pavilhão 3, exibindo as suas máquinas de diagnóstico, reconhecidas internacionalmente, especializadas para motores turbo. A empresa cria e desenvolve bancadas de diagnóstico e máquinas de reparação de turbocompressores. Foi fundada em 2013 e tem como lema acreditar na tecnologia de ponta e elevada qualidade dos seus produtos. Até agora, utilizando os produtos da Turboclinic, foram testados, por clientes, cerca de 330 mil turbos, uma cifra importante e que mostra a capacidade do produto oferecido pela Turboclinic. /



ENTREVISTA

BREMBO

BENITO TESSIER, GESTOR PORTUGAL E ESPANHA

“PORTUGAL É UMA PARTE IMPORTANTE DAS VENDAS NA PENÍNSULA IBÉRICA” Ligada aos segmentos de topo da indústria automóvel, a Brembo é um nome incontornável no que toca à travagem, quer numa utilização quotidiana, quer no campo do desporto motorizado, onde a casa italiana tem impressionante reputação. Entrevista exclusiva ao gestor para a Península Ibérica, Benito Tessier TEXTO JOSÉ MANUEL COSTA FOTOS BREMBO

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marca italiana de travagem é mundialmente conhecida e começou nos anos 60 do século passado, quando em 1961 uma pequena oficina de mecânica a alguns quilómetros de Bergamo, Itália, propriedade de Emilio Bombassei, prestava serviços a terceiros. Não só na área automóvel – onde colaborou com a Alfa Romeo - mas também em outras áreas, tendo chegado a trabalhar com a Pirelli. Tudo mudou quando, em 1964, “surgiu a ideia de fabricar travões de disco para automóvel, uma estreia em Itália. E, ato contínuo, a Brembo começou imediatamente a investigação para melhorar e inovar, realizando experiências com materiais alternativos e utilizando processos de fabrico mais sofisticados.” Porém, foi “um evento fortuito que mudou o destino da empresa. Um camião que transportava travões de disco da Inglaterra para a Alfa Romeo capotou. Nessa altura, a Alfa Romeo era dos poucos fabricantes automóveis da época, particularmente em Itália, que utilizava a

grande novidade que eram os travões de disco. Quem não lembra do Giulia 1300, por exemplo? Preocupados que os discos pudessem ter sido danificados pelo acidente, os responsáveis da Alfa Romeo pediram à Brembo para os reparar. Com o material britânico nas mãos, os homens da Brembo descobriram que os produtos de fabrico inglês não eram melhores do que os que eles produziam e rapidamente propuseram a produção dos mesmos em Itália, a um preço mais competitivo.” Foi desta forma que a Brembo começou a crescer até se tornar numa das mais importantes marcas de travagem, com refinada reputação na competição e nos veículos de elevadas performances. EVOLUÇÃO CONSTANTE Quem nos conta a história da Brembo é Benito Tessier, o responsável máximo da empresa italiana para os mercados de Portugal e Espanha. Que aproveita esta revelação da história da marca para demolir um mito que ainda paira sobre a Brembo: uma marca dedicada ao segmento dos topo de gama, desportivos e competição. “Isso aconteceu durante algum tempo, mas tal

já não se verifica!” refere Benito Tessier, acrescentando que “desde o início que a Brembo se encontra na vanguarda da inovação de uma forma que dá resposta à procura dos seus clientes. A inovação dá-lhe uma clara vantagem sobre a sua concorrência.” Mas a competição foi uma forte ajuda. “Claro. Uma das maiores oportunidades da Brembo surgiu em 1975 quando, ao fornecer a Ferrari para Formula 1, entrou no mundo das corridas. Neste campo é crítico saber como inovar e como o fazer rapidamente, para assim estar pronto, corrida após corrida. Por vezes, ocorre de um dia para o outro – por exemplo, quando uma solução é encontrada entre uma sessão de qualificação e a corrida em si. Este envolvimento permitiu à Brembo, ao longo dos anos, testar nas pistas novas soluções tecnológicas e ao longo dos tempos estas foram transferidas para automóveis desportivos, topo de gama, de luxo e para motociclos. Os discos de carbono-cerâmicos, por exemplo, que são agora utilizados por marcas como a Ferrari, Porsche, Lamborghini, Maserati, Aston Martin e outras, surgiram nas pistas de Fórmula 1. Ao longo da última década, os esforços constan-

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ENTREVISTA

BREMBO

BREMBO: QUASE 60 ANOS DE HISTÓRIA A Brembo foi fundada em 1961 e era uma pequena oficina de mecânica a alguns quilómetros de Bergamo, Itália. Durante os primeiros anos a produtividade era bastante normal, com processamento mecânico para terceiros, como por exemplo, a Alfa Romeo e a Pirelli, mas também para empresas mecânicas ativas noutros setores. O marco histórico surgiu em 1964 com a ideia de fabricar travões de disco para automóvel, uma estreia em Itália. Os primeiros discos foram fabricados para a Alfa Romeo. A Brembo começou imediatamente a investigação para melhorar e inovar, realizando experiências com materiais alternativos e utilizando processos de fabrico mais sofisticados. Um evento fortuito mudou o destino da empresa: um camião que transportava travões de disco da Inglaterra para Alfa Romeo capotou. Nessa altura, a Alfa era um dos poucos fabricantes automóveis, especialmente em Itália, que utilizava os novos travões de disco nos seus modelos (como por exemplo, o Giulia 1300). Preocupados que os discos pudessem ter sido danificados pelo acidente, a Alfa Romeo pediu à Brembo para os reparar. A Brembo descobriu que os produtos de fabrico Inglês não eram melhores do que os que ela produzia e rapidamente propôs a produção dos mesmos em Itália a um preço mais competitivo. A partir de 1972 a Brembo investiu fortemente no crescimento, produção e investigação. Estes esforços levaram ao

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desenvolvimento do primeiro sistema de travagem de disco para a lendária moto Guzzi V7 Special. Os testes de comparação demonstraram os benefícios a nível de desempenho do travão de disco aplicados a esta moto e o sucesso da colaboração Guzzi-Brembo foi rapidamente copiado pela concorrência. Em meados dos anos 70, o desejo de entrar no mundo dos desportos motorizados, onde as aplicações eram mais exigentes quando comparadas com a utilização normal, levou a Brembo à sua primeira parceria com a Ferrari, à qual forneceu os discos para o campeonato de fórmula 1 e, posteriormente, com a MV Agusta no campeonato mundial de motociclismo. No início dos anos 80 a Brembo focou-se no desenvolvimento de produtos e processos tecnológicos inovadores, concentrando-se no segmento de automóveis de alto desempenho. A Brembo decidiu fabricar pinças num material que era altamente inovador na altura - alumínio. Foi adotado primeiro pela Alfa Romeo para o Alfetta GTV e imediatamente a seguir pela Porsche que, no espaço de poucos anos, estava a equipar toda a sua gama com esta pinça. A Brembo continuou o seu crescimento ao longo dos anos 90 e em julho de 1995 obteve uma listagem na Bolsa de Milão. Durante esta década a Brembo começou o seu crescimento a nível internacional, este iria criar a base para a

internacionalização tanto dos mercados como da produção, uma estratégia destinada a tornar-se uma parte importante do sucesso da empresa. A partir de 2000, a Brembo expandiu-se para o Brasil, Inglaterra, China, Japão, Índia, EUA e Argentina. Ao mesmo tempo, através das aquisições e parcerias, as atividades do grupo também foram alargadas às jantes para motociclos (Marchesini), gamas completas de pastilhas, sapatas, kits de tambor de travão e componentes hidráulicos para travões e embraiagens. Durante estes anos a Brembo desenvolveu a produção de discos carbonocerâmicos: um produto complexo e inovador. Hoje a empresa é uma líder mundial e uma inovadora reconhecida a nível de tecnologia de travões de disco para veículos automóveis. A Brembo fornece sistemas de travões de alto desempenho para os principais fabricantes de automóveis, veículos comerciais e motociclos a nível mundial, assim como embraiagens e outros componentes para corrida. A Brembo é também uma líder no setor das corridas e desempenhou o seu papel na vitória de mais de 300 campeonatos de desportos motorizados. A Brembo opera em mais de 15 países em três continentes, com 23 instalações de produção e comerciais. Emprega mais de 9000 pessoas, cerca de 10% das mesmas são engenheiros e especialistas de produto no campo da pesquisa e desenvolvimento.

FORNECEDOR DE TODO O MERCADO "A Brembo trabalha o mercado de equipamento original e o de aftermarket", afirma Benito Tessier

tes para reduzir o impacto ambiental dos veículos tem resultado, consequentemente, num interesse em componentes leves que oferecem um desempenho mais elevado. Esta é uma das razões pelas quais muitos fabricantes automóveis que operam no segmento premium médio – que é 10 vezes maior do que o segmento normalmente servido pela Brembo – optaram por atualizar os seus veículos com a aplicação de tecnologias associadas ao segmento de luxo e premium elevado, do qual a Brembo é líder mundial. De facto, hoje em dia, a maioria dos automóveis do segmento premium médio possuem pinças de alumínio e discos de travão da Brembo. BREMBO PARA (QUASE) TODOS Quais são, então, os segmentos onde a Brembo está envolvida? “A Brembo trabalha tanto no mercado de equipamento original como no mercado pós-venda. A sua gama de produtos para automóveis e veículos comerciais incluem discos de travão, pinças de travão, módulo da jante lateral e, cada vez mais, sistemas de travagem completos incluindo serviços de engenharia integrados que apoiam o desenvolvimento de novos modelos produzidos pelos clientes da Brembo. Para além dos discos de travão e pinças de travão, também fornecemos aos fabricantes de motociclos cilindros mestres de travão, jantes em liga leve e sistemas de travagem completos.


No mercado pós-venda, a Brembo disponibiliza principalmente discos de travão, para além de pastilhas, tambores, sapatas de travão, kits de travão de tambor e componentes hidráulicos. Uma gama vasta de produtos que permite à empresa satisfazer as necessidades de praticamente todos os veículos europeus.” Após um momento conturbado das finanças europeias, falou-se muito da saúde financeira de algumas empresas, entre elas a Brembo. Afinal, quão sólida é a Brembo? “Na primeira metade de 2017 a Brembo tinha obtido bom progresso em várias frentes. A pegada industrial internacional foi reforçada pelo rápido progresso da construção de novas fábricas na China, México e Polónia. No que diz respeito a vendas, as receitas aumentaram 10,1% em comparação com o mesmo período no último ano. O desempenho nas aplicações em motociclos foi novamente excelente. Este negócio está em rápido crescimento a nível global, particularmente impulsionado pela Índia, mas também disfruta novamente de um crescimento saudável na Europa. Também no setor automóvel têm ocorrido bons progressos, apoiados por um portefólio de produtos particularmente inovador e estratégias de produção e vendas eficazes. Em termos geográficos, o crescimento sustentado nos mercados Chinês e Indiano é PUBLICIDADE

acompanhado pelo crescimento nos Estados Unidos, que ainda é o principal mercado da Brembo a nível mundial. Também ocorreram bons progressos na Itália e existem sinais renovados de recuperação na América do Sul.” Ou seja, “tudo isto confirma novamente o excelente estado de saúde da empresa e a eficácia das nossas estratégias de meio e longo prazo.” PORTUGAL É UM MERCADO IMPORTANTE NA IBÉRIA Apesar do coração e da sede da empresa estar em Itália, os maiores sucessos da Brembo têm sido internacionais. “O investimento constante em pesquisa e desenvolvimento e nas instalações de produção que abrangem quatro continentes, usufruindo completamente das capacidades competitivas da empresa, têm feito o grupo crescer” refere Benito Tessier, acrescentando que “de facto, na sua procura de uma expansão global eficaz, o Grupo aumentou o seu crescimento através de uma consolidação da sua presença em mercados de rápido desenvolvimento, como por exemplo, China e Índia e em mercados chave para a Brembo como a América do Norte e a Europa.” Mas a Brembo não ficou por aqui! “Não! A expansão da fábrica polaca em Dabrowa, o comissionamento da nova fábrica mexicana em


ENTREVISTA

BREMBO

A BREMBO FORNECE TRAVÕES DE ALTO DESEMPENHO PARA OS PRINCIPAIS FABRICANTES MUNDIAIS DA INDÚSTRIA AUTOMÓVEL Escobedo em tempo recorde, juntamente com o início dos trabalhos numa fundição de ferro fundido anexa, a conclusão da nova fábrica em Homer, nos EUA, que agora se encontra a funcionar em pleno e o início dos trabalhos na nova fábrica de pinças de alumínio em Nanjing na China são sinais claros da determinação da Brembo para um maior desenvolvimento destes mercados. Mas, mais do que isto, são também os projetos de grandes dimensões que demonstram o compromisso do Grupo para com a visão global e presença local – para apoio aos seus clientes, independentemente do país no qual se encontram localizados.” Naturalmente que seria impossível não questionar o responsável da Brembo para o mercado nacional, qual a imagem que fica de Portugal e a importância do mercado luso nas contas da Península Ibérica. Benito Tessier desfaz dúvidas, atirando “Portugal representa uma parte significativa das vendas no segmento de mercado do após venda dentro da Península Ibérica!” Além disso para a Brembo, Portugal “é muito importante pois encontra-se em constante evolução, explicando Tessier que “neste mercado é de importância vital possuir a melhor rede de distribuição, dado que o utilizador final é que vai comunicar e transmitir a qualidade, caraterísticas e benefícios da utilização dos produtos da Brembo. No ano passado a procura de produtos de travagem em Portugal cresceu ligeiramente. Mas é importante notar que a procura de produtos de travagem depende do tipo de produto, com a procura de pastilhas de travão sendo superior

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à de discos. Também ocorreu uma pressão dos preços de consumidor que afetou toda a cadeia de distribuição, com uma procura consistente da parte dos utilizadores finais de componentes de substituição do travão antes do trabalho ser desempenhado. A situação económica continua a marcar o nível das peças sobresselentes para substituição neste mercado. O aumento da idade média dos veículos é compensado por um aumento nos registos e um ligeiro aumento da utilização dos veículos.” VANTAGENS BREMBO FACE À CONCORRÊNCIA “Uma monitorização constante dos desenvolvimentos na área de veículos de transporte e uma investigação do melhor sistema de travagem para os veículos do futuro são os princípios orientadores das atividades de pesquisa e desenvolvimento da Brembo.” E isso é uma vantagem da Brembo, lembra Benito Tessier. “É por isso que conseguimos estar um passo à frente da nossa concorrência. Com base neste princípio, todos os componentes do sistema individual (pinças, disco, pastilha, suspensão, unidade de controlo) são complementares uns aos outros para assim obter uma otimização da função de travagem, que está a ser constantemente aperfeiçoada em todos os aspetos: desempenho, conforto, duração, estética e sustentabilidade. Desde 2000 que a Brembo dedicou atividades de investigação especiais aos produtos de mecatrónica, que estão a aumentar de forma generalizada no setor automóvel. Nesta área

a Brembo desenvolveu uma experiência que é aplicada há anos nos sistemas de travões de estacionamento elétricos e travões controlados eletronicamente (Brake By Wire – BBW, ou travões sem ligação física), entre outros. Para cumprir com as exigências do mercado a nível da velocidade de desenvolvimento, a Brembo está a alocar recursos significativos ao aperfeiçoamento das metodologias de simulação virtual tornando-as ainda mais sofisticadas assim como processos de desenvolvimento uniformes nos centros tecnológicos em Itália, América do Norte, China e Índia.” Será que o mercado tem sensibilidade, agora, para privilegiar a qualidade face ao preço? Benito Tessier refere que “o preço é importante sem dúvida, mas no que toca a travões a qualidade dos produtos é sempre a principal preocupação do condutor. Os travões são o principal sistema de segurança e a qualidade é um elemento essencial para garantir esta característica. Aplicamos exatamente o mesmo sistema de produção a cada uma das nossas instalações por todo o mundo e somos capazes de monitorizar todos os aspetos da produção do início ao fim da mesma, desde a conceção à matéria-prima, da maquinagem à montagem, até à obtenção do produto final. Podemos garantir o mesmo nível de qualidade e serviço, idêntico em todo o mundo, que o cliente reconhece como um valor acrescentado.” O FUTURO “Investigação e desenvolvimento são a chave para o sucesso da Brembo” acredita Benito Tessier. Mas a isso, teremos de “juntar a capacidade de alcançar objetivos cada vez mais ambiciosos e lidar com futuros desafios tecnológicos e do mercado.” Para isso, a Brembo está preparada pois “nos nossos centros de pesquisa e desenvolvimento, estudamos e concebemos sistemas cada vez mais competitivos em termos de tecnologia e inovação. A redução do peso e do impacto ambiental dos sistemas de travagem, por exemplo, através da redução da emissão de partículas, são atualmente duas áreas de particular interesse. A aplicação de componentes eletrónicos é outra área com enorme potencial. Quando utilizada nos sistemas de controlo elétrico da travagem, abre-se o caminho para novas e emocionantes oportunidades de desenvolvimento com as quais estamos a fazer experiências em muitas áreas, incluindo a Formula 1.” E Portugal? Como será o futuro estratégico da Brembo em Portugal? Benito Tessier deixa claro que a estratégia de distribuição e marketing da Brembo em Portugal irá “continuar idêntica há que tem sido já há muitos anos. Vamos continuar a trabalhar a partir da nossa instalação ibérica Brembo em Espanha, e manter a nossa distribuição através dos nossos parceiros de longa data, a Autozitânia e a Autosilva.”/



NOTÍCIAS

INTERNACIONAIS

ASSISTÊNCIA À CONDUÇÃO A área de negócio dos sistemas de assistência à condução está a crescer, com uma variação de 25% no mercado, sendo superior na Bosch

BOSCH

MOBILIDADE PARA CRESCER

A

s vendas de soluções de mobilidade da Bosch estão a crescer duas vezes mais depressa do que o mercado, revelou Volkmar Denner, Presidente do Conselho de Administração da Bosch, na conferência de imprensa da marca no Salão Automóvel de Frankfurt. O volume de negócios nesta área deverá aumentar 7% em 2017, atingindo os 47 mil milhões de euros. Durante o mesmo período, a produção global de veículos irá crescer apenas 2,8%. “O nosso negócio com a indústria automóvel continua a crescer e irá permanecer sólido. Esta situação coloca-nos numa boa posição para a mobilidade do futuro”, adianta o responsável da multinacional alemã e acrescenta que a área de negócio dos sistemas de assistência à condução, que serão o percursores da condução autónoma, está a crescer fortemente, com uma variação de 25% no mercado, sendo ainda superior na

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Bosch. Já em 2019, a empresa irá gerar vendas de dois mil milhões de euros com sistemas de assistência ao condutor. No final do ano, o número de empresas de R&D na área de soluções de mobilidade deverá crescer quase 10%, para 48 mil pessoas. Tecnicamente, o caminho para a mobilidade livre de acidentes, de emissões e sem stress irá acontecer através da automação, eletrificação e conectividade. “Não é apenas um caso de fazer carros melhores. Precisamos de novos conceitos de mobilidade “, acrescenta o CEO da Bosch. A multinacional alemã refere que está a desenvolver soluções e serviços para enfrentar os desafios tecnológicos atuais e futuros do tráfego rodoviário. “Se queremos permanecer móveis no futuro, temos que mudar a nossa mobilidade agora”, adianta Volkmar Denner. “Atualmente, temos um importante desafio: melhorar a qualidade do ar nas nossas cidades. A Bosch quer ajudar neste campo e, para isso, está a melhorar o motor de combustão interna e está a intensificar os seus esforços no campo da eletromobilidade.

Sobre atual debate relativo às proibições de condução e o futuro dos motores de combustão, Denner afirma: “Para nós, não é apenas um ou outro. Queremos manter as nossas opções tecnológicas abertas e não nos queremos restringir a uma única solução.” No que se refere às emissões dos motores de combustão, podem ser alcançados progressos significativos com combustíveis sintéticos. Estes são produzidos com a ajuda de energia renovável, o que pode contribuir para que os motores de combustão sejam neutros em CO 2 . Além disso, os combustíveis sintéticos podem ser projetados para queimar sem criar fuligem. Desta forma, o custo do tratamento de gases de escape pode ser reduzido. “Os combustíveis sintéticos podem ser usados com estações de enchimento existentes e ainda mais importante, com os motores que existem atualmente. O seu efeito positivo é, portanto, mais rápido do que se renovarmos completamente a infraestrutura e a frota de veículos “, explica Volkmar Denner. /


R-M

MAZDA, DENSO E TOYOTA

PROGRAMA COLORS & DESIGN

ACORDO PARA VEÍCULOS ELÉTRICOS

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R-M, a marca premium de repintura da BASF, e TheArsenale, o site de Internet dedicado ao estilo de movimento, implementaram o programa “Colors & Design – THE CODE”. Para o efeito convidaram 12 especialistas independentes de design para trabalhar em projetos individuais com tintas da R-M. Todos os projetos serão apresentados num site dedicado a canais de comunicação social, enquanto a exposição final está prevista para abril de 2018. THE CODE representa um código de cor especial para cada designer, uma vez que a cor e pintura são fatores diferenciadores em cada projeto. Todos os participantes beneficiam do suporte técnico das organizações R-M locais. THE CODE faz parte da iniciativa Colors & Design da R-M. Nos Centros de Formação da R-M oferece-se aos clientes uma flexibilidade significativa para satisfazer as suas necessidades de formação de repintura, oferecendo soluções inovadoras e sustentáveis. Com o apoio da R-M os clientes aumentam o nível de eficiência e rentabilidade dos seus negócios. PUBLICIDADE

A

Mazda, a Denso e a Toyota assinaram um contrato para o desenvolvimento conjunto de tecnologias estruturais de base para veículos elétricos, capazes de cobrir uma grande variedade de segmentos e tipos de veículos, de modo a garantir uma resposta rápida e flexível às tendências do mercado. Este acordo abrange uma gama diversificada de modelos, desde micro-veículos a modelos de passageiros, SUV e veículos comerciais ligeiros, e tem como objetivo inovar o processo de desenvolvimento, combinando os pontos fortes de cada empresa, incluindo a enorme experiência da Mazda em termos de planeamento de produto e no desenvolvimento baseado em modelagem por computador, as tecnologias de eletrónica da Denso e a plataforma Toyota New Global Architecture (TNGA). Adicionalmente, as três empresas também decidiram criar uma nova empresa que será composta por engenheiros selecionados de cada uma delas, os quais irão assegurar a eficaz execução dos projetos comuns de desenvolvimento tecnológico.


NOTÍCIAS

INTERNACIONAIS ZF

CONCLUÍDA INTEGRAÇÃO DA TRW

A

ZF anunciou, no Salão de Frankfurt, a integração completa da empresa norte-americana TRW Automotive, que foi adquirida há cerca de dois anos e meio, apresentando-se agora como uma única entidade. “Inicialmente, tínhamos planeado uma integração num prazo de três a cinco anos, por isso, estamos radiantes por termos conseguido superar as expectativas”, afirmou Stefan Sommer, CEO da ZF. “Gostaria de agradecer a todos os envolvidos pela grande dedicação concedida ao processo de integração. Este foi um fator crucial para o sucesso, bem como a disponibilidade dos nossos colaboradores para se juntarem a nós nesta viagem”. O responsável da ZF adiantou que a aquisição da TRW constituiu um passo decisivo na preparação para o futuro da digitalização e condução autónoma: “Os conhecimentos da TRW em termos de segurança dos ocupantes e sistemas eletrónicos, bem como de tecnologia de direção e travagem, complementam de forma ideal o nosso portefólio já existente e ajuda o seu desenvolvimento futuro. A aquisição foi a peça fundamental para o nosso Vision Zero Ecosystem, uma rede de parceiros de cooperação em constante crescimento. Permite aos clientes beneficiarem das nossas competências como fornecedor de sistemas” De acordo com a abordagem «Best of Both» (o melhor dos dois), a ZF identificou siner-

ORIO: UMA NOVA FORMA DE NEGÓCIO Precisa de peças para poder satisfazer a procura dos seus clientes duma forma rápida, simples e sem complicações? Esta pergunta é feita pela Orio España, um novo fornecedor de peças com mais de 67 anos de experiência no serviço pós-venda premium, que agora cresce aumentando a sua oferta de produtos fornecendo peças originais para todas as marcas e dos maiores fabricantes de componentes.

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gias entre as duas organizações para criar estruturas competitivas como uma organização coesa. A ZF Aftermarket tem estado a funcionar com sucesso como organização combinada desde janeiro de 2017. Ao mesmo tempo, a ZF aumentou significativamente os lucros e é capaz de pagar a dívida de aquisição mais cedo do que planeado. A empresa espe-

Segundo a empresa, o seu objetivo é tornar o dia-adia mais fácil e levá-lo a preocupar-se com as coisas mais importantes da sua empresa. Para isso, a Orio assegura disponibilidade 24 horas através de serviço de pedidos online, trabalha com todas as marcas, se não tiver “stock” encarregase de procurar em outras plataformas e cuida do envio sem mais demoras.

ra que as vendas deste ano excedam os 36 mil milhões de euros. Como expressão visual da integração quase concluída, a ZF revelou uma nova identidade corporativa no Salão Automóvel de Frankfurt. A partir de agora, todas as divisões do grupo serão representadas de forma consistente sob o nome ZF. /

ROBERLO VITAL: MASSA SEM ESTIRENO A massa Vital, da Roberlo, é um produto inovador e revolucionário que se diferencia, claramente, de outras massas disponíveis no mercado. E qual a razão para isso? Não contém estireno. Quais sãs as principais vantagens? Essencialmente na saúde. As embalagens da massa Vital não possuem advertências sobre componentes perigosos no conteúdo, o que é uma segurança para o utilizador. Por outro lado, o cheiro que

emana é bem diferente de uma massa convencional, permitindo um trabalho mais limpo e agradável. Finalmente, é um produto mais fácil de aplicar, com elevado nível de acabamento para pequenas reparações.


DELPHI

MANN+HUMMEL

NOVAS FERRAMENTAS DE DIAGNÓSTICO

NOVO FILTRO REDUZ POEIRA FINA

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Delphi anunciou o lançamento do seu novo kit de ferramentas de diagnóstico de alta pressão HD3000, o primeiro do seu tipo no mercado. Projetado para simplificar o diagnóstico de falhas com os sistemas de combustível de alta pressão a diesel e gasolina atuais e da geração futura, o HD3000 da Delphi permite aos técnicos diagnosticar qualquer sistema moderno de injeção de combustível (incluindo Common Rail, GDi, EUI e EUP) num veículo com uma única ferramenta acessível. “O patenteado HD3000 permite o diagnóstico de falhas do sistema de combustível de alta pressão em todas as categorias de veículos, desde os de serviço ligeiro a gasolina até aos diesel pesados, abrindo novas oportunidades de reparação para as oficinas de diesel”, diz Alex Ashmore, presidente da Delphi Product & Service Solutions. “Reduz consideravelmente o investimento necessário para realizar este tipo de reparações, com a garantia de um desempenho confiável, de um dos principais fornecedores de tecnologias de sistemas de combustível OE”. PUBLICIDADE

A

MANN+HUMMEL está a testar um novo filtro de partículas para reduzir a poluição por poeiras finas que são produzidas pelos motores dos veículos. O componente é instalado no teto do veículo e tem a função de separar as partículas existentes no ar ambiente. O elemento filtrante está instalado numa carcaça que oferece uma baixa resistência ao fluxo de ar, assegurando um excelente caudal de ar e, simultaneamente, uma elevada eficiência de separação. As simulações por computador demonstraram que as emissões de partículas procedentes da combustão do combustível poderiam ser compensadas usando um filtro de partículas de pó fino. A MANN+HUMMEL verificará os encorajadores resultados da simulação num ensaio de campo e investigará a separação das partículas do ar em condições de condução real. Os especialistas da MANN+HUMMEL instalaram três aplicações no veículo, que ajudarão a reduzir a poluição por poeiras finas. Os passageiros do veículo estão protegidos por um inovador filtro de ar de habitáculo.


NOTÍCIAS

INTERNACIONAIS DIAGNÓSTICO

MAXISYS ELITE DA AUTEL

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Autel acaba de lançar o Maxisys Elite, o produto topo de gama da marca de unidades de diagnóstico. O modelo apresenta um processador Quad-Core NVGrati NVGaG de 4,8 GHz e um disco rígido sólido que permite diagnosticar todas as unidades de veículos com velocidades muito elevadas. O sistema de auto deteção VIN facilita a seleção correta do veículo, sem que o técnico que de reparação cometa os vulgares erros de seleção. São mais de 80 marcas de modelos europeus, asiáticos e americanos que o sistema consegue trabalhar, oferecendo a Autel, no Maxisys Elite, o pacote destinado aos veículos da Ferrari, Aston Martin e Lamborghini, entre outros modelos de topo. Destaque, ainda, para a função “Service” que simplifica a forma de realizar todos os ajustes básicos, adaptações e codificações que os modelos mais recentes necessitam e a função “Análise de dados” que permite, memorizar, com um toque, o momento da falha do veículo, reproduzi-lo na oficina e desta forma, diagnosticar de forma mais precisa a falha existente. Além de tudo isto, o Maxisys Elite, graças ao protocolo J2534 (fase 1 e 2), permite que o utilizador do equipamento possa de ligar aos servidores das marcas de forma segura e perfeitamente legal, para desempenhar todas as funções que podem ser realizadas a partir do equipamento original. Tudo isto numa embalagem compacta, com grafismos bem legíveis e agradáveis à vista. /

EASY FILTER 4000: REPINTURA AUTOMÓVEL O EasyFilter 4000 é uma massa de alta resistência de última geração que está pensado para qualquer reparação e compatível com todos os sistemas de repintura. Formulada com resinas de nova geração, oferece um melhor acabamento. Quando seca, tem uma aparência acetinada que permite facilitar o controlo do processo de acerto com lixa. A massa está disponível em preto, branco e dois tons de

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cinzento, o que permite efetuar misturas entre elas e conseguir diferentes faixas de cinzento. O produto é fácil de aplicar e de lixar, sendo versátil e adaptável de acordo com a necessidade de reparação, podendo ser ajustada a sua diluição. O produto surge numa plataforma de 4 litros com dois catalisadores, de acordo com as temperaturas.

MASSA MULTILIGHT PLUS A Multilight Plus é uma massa de poliéster universal branco de baixo peso, compacta e fácil de aplicar. Pode ser lixada com folhas de grão P220-240, em pequenas áreas de reparação, oferecendo um acabamento excecional. Devido ás suas caraterísticas, as áreas circundantes à zona de intervenção, são apenas ligeiramente afetadas. Como não possui cargas minerais, não desenvolve muita poeira quando lixada, exibe máxima

absorção de humidade e alto poder de aderência a meais

complexos como o alumínio e o aço galvanizado. Está disponível em embalagens de 1000 ml.



RAIO-X

COMERCIAL DO MÊS

AGORA COM TRÊS LUGARES Respondendo às solicitações do mercado, a Mercedes-Benz Vans passou a disponibilizar uma versão com três lugares do Citan. A gama passou igualmente a contar com motorizações Euro 6, incluindo esta de 75 CV TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO

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conceito de três bancos dianteiros no segmento dos pequenos furgões de mercadorias foi introduzido originalmente pelo Grupo PSA nos modelos Citroën Berlingo e Peugeot Partner, tendo-se tornado num sucesso. Aquelas versões passaram a ser as mais vendidas das respetivas gamas. A excelente recetividade do mercado a este conceito obrigou a concorrência a disponibilizar versões com três lugares dianteiros, casos, por exemplo, da Renault, da Fiat, da Ford e mais recentemente da Mercedes-Benz. A marca alemã aproveitou a introdução dos motores Euro 6, ocorrida em junho do ano passado, para efetuar uma atualização no pequeno furgão

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Citan, que também passou a estar disponível, em opção, com três dianteiros. Nesta configuração 1+2, o banco do passageiro é duplo e dispõe de cintos de segurança ajustáveis em altura em ambos os lugares. Se o assento central não estiver a ser utilizado, é possível dobrar as suas costas para a frente, podendo ser utilizado como mesa de apoio. Por baixo deste assento duplo existe um prático compartimento para arrumações. Apesar de oferecer uma solução prática alternativa, este terceiro lugar consiste numa solução de recurso para pequenas deslocações, uma vez que dificilmente proporciona um nível de conforto aceitável para três adultos, podendo, no entanto, ser utilizado para acomodar uma cadeira de criança. Além dos três lugares dianteiros, com bancos exclusivos da Mercedes, a cabina do Citan pou-

cas alterações apresenta em relação à versão original de dois lugares. O tabliê é moderno e prático, estando todos os comandos localizados onde é tradicional num veículo da marca alemã, designadamente das luzes, do limpa pára-brisas, da luz de emergência ou do computador de bordo. Destaque para a presença da haste do lado esquerdo da direção, que junta todas as funções, desde os indicadores de mudança de direção ao limpa-pára-brisas. A identidade própria da Mercedes-Benz é reforçada com um design próprio no painel de instrumentos e na consola central, que integra o rádio e o ar condicionado. A identidade da marca germânica também está patente no exterior do veículo, pois ao contrário de outros veículos comerciais que resultam de sinergias entre diversas marcas,


MERCEDES-BENZ CITAN ACTIVE STANDARD 108CDI/27 VOCAÇÃO URBANA A versão standard do MercedesBenz Citan, com motorização de 75 cv, está vocacionada para entregas urbanas e suburbanas. O furgão standard oferece um volume de carga de 3 m3 PREÇO 20 426 € // MOTOR 4 CIL; 1461 CC; 75 CV; 4000 RPM // BINÁRIO 200 NM // TRANSMISSÃO Dianteira; 5 VEL Man // PESO 1421 kg // COMP./LARG./ALT. 4,32/1,82/1,82 // DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 2,69 // MALA 529 KG // DESEMPENHO ND 0-100 KM/H; 160 KM/H VEL MÁX // CONSUMO 4,3 (6,4*) // EMISSÕES 112 G/KM // IUC 42,80€ *As nossas medições

MOTOR IMAGEM

EQUIPAMENTO TERCEIRO LUGAR

que pouco mais fazem do que substituir o logótipo no capô e no volante, os responsáveis da Mercedes-Benz Vans foram bastante mais longe do que isso. Apesar de partilhar a plataforma e a carroçaria com o Renault Kangoo, a parte frontal do Mercedes-Benz Citan recebeu um design próprio, onde se destacam a grelha generosa onde desponta uma enorme estrela da marca, os grupos óticos inspirados no irmão maior Mercedes-Benz Sprinter e um pára-choques que transmite uma imagem de robustez. Atrás, as alterações são mais subtis, resumindo-se a uns farolins pequenos e esguios. Uma das versões em comercialização no mercado nacional é o Citan Active Standard 108 CDI/27 Standard, com um comprimento exterior de 4,32 metros e uma distância entre-eixos de 2,7 metros. A versão furgão de mercadorias com paredes laterais em chapa oferece um compartimento de carga com um comprimento de 1,7 metros, uma largura de 1,41 metros e uma altura de 1,28 metros. A combinação destas medidas permite a disponibilização de um volume útil de 3,0 m3. Este compartimento de carga foi otimizado para possibilitar o transporte de uma europalete, que pode ser arrumada longitudinal ou transversalmente. A porta lateral deslizante e as portas traseiras de batente facilitam o acesso à zona reservada à mercadoria. A versão ensaiada do Mercedes-Benz Citan estava equipada com um motor diesel de 1.461 cc, que desenvolve uma potência de 75 cv às 4000 rpm e um binário de 200 Nm às 1.750 rpm, estando associado a uma caixa manual de cinco velocidades. Apesar de pesar em vazio mais de 1,4 toneladas, este motor oferece um comportamento honesto, principalmente em cidade, o que se deve sobretudo à disponibilidade a baixas rotações. O Citan Active Standard vem equipado de série com o pack BlueEfficency, que inclui sistema Eco Start / Stop para otimizar o consumo de combustível. A marca anuncia uma média de 4,3 l/100 km, mas em condições reais esse valor sobe para os 6,0 l/100 km. Proposto por 20 426 euros, o Mercedes-Benz Citan Active Standard 108 CDI/27 está vocacionado para um clientes frotistas, onde o fator preço e imagem é determinante num segmento tão competitivo como dos pequenos furgões. Por isso, o equipamento de conforto é limitado nesta versão, incluindo ar condicionado, fecho central de portas, vidros elétricos, ar condicionado ou sensores de estacionamento traseiro. Onde a marca não abdicou foi no capítulo da segurança e o Citan conta com auxiliar de arranque em subida, programa eletrónico de estabilidade, sistema de assistente à travagem de emergência ou sistema de travagem com ABS e controlo de tração (ASR). /

OUTUBRO 2017 TURBO OFICINA

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RAIO-X

BARÓMETRO

DINÂMICA DO SETOR Todos os meses, em parceria com a Informa D&B, a Turbo Oficina regista as mudanças no tecido empresarial do setor do após-venda. Conheça as aqui as principais alterações e ocorrências registadas PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS CONCESSIONÁRIOS AUTO, OFICINAS, GROSSISTAS E RETALHISTAS AUTO, POR REGIÃO DINÂMICA NASCIMENTOS (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES) INSOLVÊNCIAS REGIONAL DO SETOR ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO AGOSTO 2017 HOMÓLOGA AGOSTO 2017 HOMÓLOGA AGOSTO 2017 HOMÓLOGA ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) NORTE 338 5,6%

69 -27,4%

25 -21,9%

CENTRO 172

8,9%

48

-7,7%

10

-44,4%

ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA

-9,4%

95

46,2%

16

-11,1%

ALENTEJO 42

232

13,5%

10

-28,6%

2

-33,3%

ALGARVE 39

77,3%

11

83,3%

0

-100,0%

R. A. AÇORES

6

-14,3%

2

-33,3%

1

-

R. A. MADEIRA

20

33,3%

9

50,0%

1

-

TOTAL 849 4,2%

244 1,2%

TECIDO EMPRESARIAL DO SETOR AGOSTO 2017

55 -24,7%

PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS CONCESSIONÁRIOS AUTO, OFICINAS, GROSSISTAS E RETALHISTAS DE PEÇAS E ACESSÓRIOS AUTO VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)

EM NÚMERO

AGO. 2017 ACUMULADO AGO. 2016 ACUMULADO SETOR TECIDO AGO. 2017 AGO. 2016 EMPRESARIAL NASCIMENTOS 68 849 68 815 4,2% 8,0% (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS 22 244 22 241 1,2% -1,7%

NORTE 5244

(EXTINÇÕES)

INSOLVÊNCIAS 5

55

7

73

-24,7% -22,3%

FONTES: ANÁLISE INFORMA D&B; DADOS: PUBLICAÇÕES DE ATOS SOCIETÁRIOS E PORTAL CITIUS /MINISTÉRIO DA JUSTIÇA *Toda a informação introduzida na base de dados Informa D&B é dinâmica, encontrando-se sujeita à publicação tardia de alguns atos e às alterações diárias de diversas fontes.

FICHA TÉCNICA

CENTRO 3477

ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA 3489

ALENTEJO 884

ALGARVE 492

EM PERCENTAGEM 37,3

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TURBO OFICINA OUTUBRO 2017

ALENTEJO

A. M. LISBOA

CENTRO

NORTE

6,3

R. A. MADEIRA 290

3,5

1,4

2,1 MADEIRA

24,8

AÇORES

24,7

ALGARVE

R. A. AÇORES 201

Universo de organizações - Tecido Empresarial O Tecido Empresarial considerado engloba a informação relativa às organizações ativas com sede em Portugal, sob as formas jurídicas de sociedades anónimas, sociedades por quotas, sociedades unipessoais, entidades públicas, associações, cooperativas e outras sociedades (os empresários em nome individual não fazem parte deste universo de estudo). Consideram-se as empresas classificadas em todas as secções da CAE V3 .0. Universo de setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto Organizações ativas do tecido empresarial classificadas nas seguintes secções da CAE V3.0.: Grossistas auto: CAE 45310- Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis Retalhistas auto: CAE 45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis Concessionários auto: CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros Oficinas: CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis Nascimentos Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça.

Encerramentos Entidades extintas no período considerado, com publicação de extinção no portal de atos societários do Ministério da Justiça (não são consideradas as extinções com origem em procedimentos administrativos de dissolução). Entidades com insolvências Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. Regiões As entidades foram classificadas através da localização da sua sede, representando as 7 unidades da NUTS II de Portugal (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)). A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial e através de análises inovadoras, disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 245 milhões de agentes económicos em 221 países. www.informadb.pt (+351) 213 500 300 informadb@informadb.pt


RAIO-X

ASTON MARTIN DB11

QUEM FAZ O QUÊ?

O

sonho comanda a vida e, no caso vertente, o Aston Martin DB11 é a epítome do automóvel de sonho dos amantes do automóvel. Na TURBO OFICINA optamos pela abordagem realista às questões, mas o sonho e a paixão pelo automóvel continua a ser muito forte. Por isso, decidimos revelar os principais fornecedores para um automóvel de sonho como o Aston Martin DB11. Um desportivo nada radical que opta por uma postura privilegiando o conforto e a utilização, bem à imagem dos fabricantes britânicos. Com um custo de 300 mil euros, é mesmo um carro de sonho só ao alcance de uma mão cheia de felizardos. E porque este é um automóvel de exceção, os fornecedores também o são. Olhando para a tabela ao lado, é fácil reconhecer empresas como a Bher, a Bilstein, a Brembo – e aqui há que dizer que a Aston Martin prefere os discos de aço face aos de carbono cerâmica – a Harman Becker ou a ZF. Controlo eletrónico da climatização, a vectorização de binário, os discos de travão e as maxilas de travão e o sistema de som Bang & Olufsen, estão a cargo destes fornecedores. A Bridgestone fornece os excelentes S007 (nome sugestivo), a Dow Automotive as colas para os vidros, enquanto a Mahle cuida dos segmentos e dos vedantes das válvulas. A ZF está responsável pela caixa automática de 8 velocidades. /

FORNECEDOR COMPONENTE BREMBO

Maxilas dos travões

BRIDGESTONE

Pneus S007

CIKAUTXO Casquilhos COBA PLASTICS

Revestimentos plásticos

DOW AUTOMOTIVE

Colas para a carroçaria e paineis diversos

GBIE

Selantes para os vedantes á prova de água

GKN

Peças diversas

INDUSTRIALESUD S.P.A.

Forro do tejadilho

INDUSTRIALESUD S.P.A.

Forros dos pilares

KIEKERT

Bloqueio das portas

MAHLE

Guias de válvulas

MAHLE

Sedes das válvulas

MEANS INDUSTRIES

Apoios dos discos de travão

OKE AUTOMOTIVE Bancos PROFIL Fechos STRATTEC

Key Fob

ZF

Caixa de 8 velocidades automática

OUTUBRO 2017 TURBO OFICINA

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REPARAÇÃO

LIMPEZA DE FARÓIS

RESTAURO DE FARÓIS Farol provém do latim "pharus", que por sua vez deriva do grego "Pháros" (Farol), ilha próxima do porto de Alexandria na qual foi construído o mais famoso farol da Antiguidade. A sua missão era ajudar os barcos através da sua luz. De igual modo, a função principal dos faróis dianteiros de um veículo é iluminar a via por onde circula, e indicar a sua posição aos outros automobilistas. Os faróis traseiros, ou luzes traseiras, têm como principal objetivo serem vistos pelos condutores dos veículos que circulam atrás, e indicar manobras como travagens, marcha-atrás e mudanças de direção TEXTO JUAN CARLOS HERNÁNDEZ PRIMITIVO

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TURBO OFICINA OUTUBRO 2017


P

ara que os faróis e luzes traseiras possam cumprir a sua função necessitam de uma cobertura que os proteja do exterior, transparente, para permitir a passagem do fluxo luminoso: o farolim. Se bem que inicialmente eram de vidro, atualmente a maioria dos mesmos são de algum tipo de plástico. Nos faróis dianteiros é utilizado o policarbonato (PC), dada a sua grande transparência, boa resistência térmica e mecânica, e facilidade de moldagem no fabrico. Os farolins das luzes e indicadores de mudança de direção traseiros são fabricados com uma maior variedade de produtos. Não são necessárias prestações tão elevadas como na parte dianteira quanto à transmissão de luz. Um dos plásticos mais utilizados é o polimetacrilato de metilo (PMMA). Com a dupla premissa de iluminar e serem vistos, os faróis evoluem com o design dos veículos, adotando formas cada vez mais singulares. As óticas dianteiras, inclusivamente, têm posições mais horizontais, estando mais expostas a agentes meteorológicos e raios ultravioletas procedentes da radiação solar. Isto pode fazer com que se tornem opacas, permitindo uma menor passagem de luz. Para o evitar, de origem, o farol é protegido através de uma camada de verniz aplicada no farolim. No entanto, por vezes essa camada pode degradar-se e, inclusivamente, amarelecer, diminuindo a sua capacidade lumínica. Vejamos as causas dessa deterioração: Na origem: Deficiente aplicação do verniz Falta de aderência Secagem imperfeita Excesso de dissolvente na mistura do verniz Pela utilização do veículo: Produtos de limpeza inadequados Riscos devido à circulação Exposição às inclemências do tempo e à radiação solar, Ação da própria fonte luminosa do farol

DOIS PROCESSOS Para solucionar estes possíveis problemas nas óticas e restaurar as suas caraterísticas originais, podemos distinguir dois processos: a) Polimento e abrilhantamento: Restaurar e renovar (recuperar a transparência) as óticas, eliminando pequenos danos: riscos, arranhadelas, opacidades ou zonas de coloração amarelada. Não se elimina a camada de verniz na sua totalidade.

b) Lixamento e envernizamento: Reparar os danos mais importantes, por exemplo, se tiverem chegado ao suporte de plástico da ótica ou se a peça tem toda a camada de verniz afetada. Há que lixar até eliminar o dano, e remover totalmente a camada de verniz. É impossível integrar as duas camadas de verniz (a de origem e a aplicada na reparação), dado que se notariam auréolas em redor das zonas reparadas. As operações iniciais comuns a ambos os processos começam com a limpeza e desengorduramento para eliminar qualquer sujidade da peça. Utiliza-se uma pistola de sopro, dissolvente de limpeza e dois panos limpos ou papel de limpeza. Com o primeiro humedece-se a peça com dissolvente à base de água; com o segundo seca-se, soprando simultaneamente com a pistola de ar toda a superfície. A partir daqui, os processos são distintos. a) Para o polimento e abrilhantamento, o processo continua com um lixamento à mão ou à máquina, começando com um grão P320, e continuando com P400, P500, P600 e P800, para eliminar pequenas imperfeições. Nunca se eliminará a camada de verniz da peça. Depois, matifica-se esta, à máquina, com lixas de suporte almofadado, muito finas e sempre humedecidas com água (P-1500 e P-2000 para finalizar com P-3000). A fase final será o polimento da ótica. Será realizado com uma máquina de polir elétrica com regulação da rotação, sendo utilizada uma boina especial. O produto utilizado é uma pasta de baixa abrasão que se coloca na boina, e com esta impregnada de produto de polimento, sem meter em funcionamento a máquina de polir, espalha-se por toda a superfície do farolim. Em seguida, realiza-se o polimento a baixa rotação (entre 600 e 800), para não aquecer o plástico. Com este polimento serão eliminados os pequenos riscos que possam ter sido produzidos ao matificar com almofada P3000 em húmido. Posteriormente, com uma boina menos abrasiva, dá-se brilho à superfície. O abrilhantador, o mesmo que se utiliza em pintura, é um creme regenerador do brilho que se aplica em passagens muito curtas, para não aquecer o plástico. O número de rotações da máquina oscilará en-

UM CORRETO RESTAURO DEVOLVE AS CARACTERÍSTICAS ORIGINAIS A UMA ÓTICA DETERIORADA OUTUBRO 2017 TURBO OFICINA

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REPARAÇÃO

LIMPEZA DE FARÓIS

DOIS PROCESSOS Para restaurar as caraterísticas originais das óticas, as oficinas recorrem a dois processos: polimento e abrilhantamento ou lixamento e envernizamento

O RESTAURO É UMA OPÇÃO INTERESSANTE, DADOS OS ELEVADOS PREÇOS DOS GRUPOS ÓTICOS tre 1200 e 1500 por minuto. Finalizamos com um pano especial para retirar o abrilhantador e puxar o lustre ao farolim.

Quanto ao verniz, aplicam-se duas demãos, húmido sobre húmido. Seguidamente, deixa-se secar a 60 ºC durante 30 minutos.

b) No lixamento e envernizamento, começamos por eliminar o dano, com grão P220, e a camada de verniz, com o mesmo grão. O lixamento será a seco e a lixadora excêntrico-rotativa com extração de pó e órbita de 3 mm. Continua-se com P400, P500 e acaba-se a matificação da peça com P1000, para garantir a posterior aderência do verniz. Com toda a superfície da ótica já matificada, aplica-se um verniz HS de dois componentes (2K) sem elastificar, o mesmo produto e com os mesmos rácios de mistura com que se envernizam as peças exteriores da carroçaria do automóvel. Para melhorar a sua aderência, pode-se aplicar previamente uma camada de promotor de aderência para plásticos, ou primário de plásticos.

KITS DE RESTAURO DE FARÓIS E LUZES TRASEIRAS Existem diversos kits ou malas para o restauro de óticas. Em geral, costumam conter: Boina específica para o polimento e outra para o abrilhantamento Produto de polimento e abrilhantador em creme específico para plásticos Discos de diferente granulometria para os diversos lixamentos Máquina lixadora de órbita 3 mm e prato de 75 ou 77 mm de diâmetro Máquina polidora de rotação radial e prato de 75 ou 77 mm de diâmetro

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TURBO OFICINA OUTUBRO 2017

Cada um dos fabricantes preconiza o seu processo, adequado aos produtos que os seus

kits incluem, embora não difiram muito. Restaurar as óticas é uma opção interessante, especialmente nos faróis dianteiros. Estão mais expostos à degradação e os seus preços são muito elevados devido às tecnologias, como xénon e led. Realizar qualquer dos dois processos explicados, seguindo as recomendações dos fabricantes destes produtos, restaurará adequadamente a ótica, com idêntica intensidade lumínica e concentração do feixe de luz. Consegue-se assim o objetivo de qualquer boa reparação: deixar a peça em condições o mais parecidas possível com as iniciais. Tal como em Alexandria, os faróis continuarão a iluminar o caminho e a orientar corretamente os condutores… /

PARA SABER MAIS Área de pintura pintura@cesvimap.com Pintura de Automóveis. CESVIMAP 2009 www.revistacesvimap.com @revistacesvimap



REPARAÇÃO

CONDUÇÃO ASSISTIDA

A TECNOLOGIA AO SERVIÇO DA SEGURANÇA Os sistemas de condução assistida são uma ajuda à condução. Isto é, não se trata de sistemas que permitem que o veículo se desloque sem intervenção do condutor, mas sim, de sistemas que prestam assistência em determinadas circunstâncias. No presente artigo compilamos vários destes sistemas, muitos dos quais já foram analisados anteriormente

CONTROLO DE VELOCIDADE ADAPTATIVO O condutor seleciona a velocidade à qual pretende circular, mantendo a distância de segurança em relação aos veículos que o precedem. Quando o veículo deteta, através de uma série de sensores, que o veículo que o precede circula a uma velocidade mais reduzida, adapta a sua velocidade à do referido veículo para manter a distância de segurança. Uma vez que o sistema deteta que pode voltar a aumentar a velocidade fá-lo até alcançar a previamente estabelecida pelo condutor. Os sistemas mais avançados também modificam a velocidade do veículo em função do traçado da estrada ou das limitações de velocidade impostas. AVISO DE MUDANÇA INVOLUNTÁRIA DE FAIXA COM ASSISTENTE DE DIREÇÃO O veículo avisa o condutor quando este se encontra prestes a abandonar a faixa pela qual circula, caso não faça uso do correspondente indicador de mudança de direção, sendo o próprio veículo a reorientar a direção de forma automática se o condutor ignorar as advertências. O sinal de aviso é visual é acústico. Na maioria dos sistemas deste tipo que são atualmente instalados, a função de deteção da faixa é realizada pela câmara montada atrás do para-brisas. Funciona a partir de determinadas velocidades, visto que se trata de um sistema pensado para zonas não urbanas. TRAVAGEM DE EMERGÊNCIA AUTÓNOMA Através de um radar e de uma câmara frontal montada por trás do para-brisas, o veículo vai

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TURBO OFICINA OUTUBRO 2017

monitorizando os diferentes veículos e obstáculos que encontra à sua frente, de modo que emite um aviso acústico e sonoro de advertência ao condutor quando calcula a possibilidade de poder ocorrer uma colisão. Se após o aviso, o condutor acionar o travão, o veículo (ao já estar prevenido) ajuda a reduzir a distância de travagem aplicando a intensidade do travão ao máximo, independentemente da força aplicada sobre o pedal pelo condutor. Caso o condutor ignore estes sinais, o veículo assumirá o controlo, realizando uma travagem de forma automática. Existem sistemas de travagem especificamente desenvolvidos para cidade e outros para zonas não urbanas, visto que o seu funcionamento varia em função da velocidade do veículo que potencialmente se possa ver envolvido num acidente. SISTEMA DE ASSISTÊNCIA AO ESTACIONAMENTO Através dos sensores do veículo, este monitoriza o espaço entre veículos até detetar um espaço suficiente para poder estacionar. Uma vez encontrado, o sistema realizará o trabalho de viragem da direção, sendo o condutor responsável por engrenar as mudanças, seguindo as instruções que o sistema mostra no ecrã, e por acionar o acelerador e o travão. SISTEMA DE SAÍDA EM MARCHA-ATRÁS O sistema deteta o trânsito que se aproxima por trás do nosso veículo quando procedemos à saída em marcha-atrás de um estacionamento em espinha. Este sistema é ativado juntamente com o assistente de estacionamento, propor-

A travagem de emergência autónoma permite evitar as colisões com o veículo que segue à frente, reduzindo o risco de lesões associadas ao golpe de chicote na cervical.


O condutor recebe informação relativa à via graças ao sistema de reconhecimento de sinais

OUTUBRO 2017 TURBO OFICINA

59


REPARAÇÃO

CONDUÇÃO ASSISTIDA

SISTEMA DE DETEÇÃO DE ÂNGULOS MORTOS Permite a deteção de veículos que se aproximam do nosso por trás e pelas laterais, de forma que nos avisa da sua presença perante uma possível manobra de mudança de faixa. Normalmente, os veículos utilizam sensores situados nos ângulos traseiros do para-choques. Se um veículo é detetado, uma advertência luminosa é mostrada no espelho retrovisor do respetivo lado, advertência que também se torna intermitente caso o indicador de mudança de direção do lado em causa se encontre acionado mostrando a intenção do condutor de mudar de faixa ou direção para o lado de onde vem o veículo no ângulo morto.

A deteção de veículos que se aproximam do nosso é monitorizada através de sensores, normalmente situados nos ângulos traseiros do para-choques.

A deteção de ciclistas e peões pressupõe um avanço sobre os sistemas de travagem autónoma

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TURBO OFICINA OUTUBRO 2017

ASSISTENTE DE MUDANÇA DE DIREÇÃO O sistema monitoriza o trânsito que se aproxima a circular em sentido contrário quando o condutor circula a uma velocidade muito reduzida e ativa o indicador de mudança de direção do lado esquerdo para realizar uma mudança de direção para o referido lado. Se no início da viragem for detetada a possibilidade de colisão devido à presença de um veículo que circula em sentido contrário, o sistema aciona de forma automática os travões, detendo o veículo. TRAVAGEM DE EMERGÊNCIA PERANTE A PRESENÇA DE PEÕES NA TRAJETÓRIA Na realidade, trata-se de um sistema de travagem de emergência autónoma. O veículo deteta os peões, realizando as mesmas funções de advertência e travagem automática, mas agora também com a capacidade de reconhecer peões que possam interferir na trajetória do veículo.

cionando alertas ao condutor quando deteta algum veículo a aproximar-se, chegando os travões a ser acionados. SISTEMA DE RECONHECIMENTO DE SINAIS DE TRÂNSITO Através de uma câmara montada atrás do para-brisas, o veículo reconhece os sinais de trânsito fundamentais para a segurança, como são os de limitação de velocidade e os de proibição de ultrapassagem. A informação dos sinais é mostrada no painel de instrumentos, e além disso, no caso dos limites de velocidade indicados estarem a ser superados, o sistema avisa o condutor através de um aviso acústico e visual.

ASSISTENTE DE ABERTURA DE PORTAS O assistente para a abertura de portas também utiliza os sensores traseiros, que detetam o trânsito que circula por trás, de tal forma que adverte os utilizadores do veículo quando o veículo se encontra parado e estes abrem a porta do lado correspondente.

A CONDUÇÃO ASSISTIDA DEVE PRESSUPOR UMA AJUDA, MAS O CONDUTOR DEVERÁ PERMANECER SEMPRE ATENTO PARA REAGIR PERANTE QUALQUER SITUAÇÃO

ASSISTENTE DE DESVIO O veículo calcula uma via de escape perante uma manobra ativa de desvio por parte do condutor, quando é detetada uma possível colisão com o veículo que segue à frente. Os diferentes sensores permitem detetar a distância ao obstáculo, assim como o espaço disponível para realizar uma manobra, de forma que o sistema intervém suavemente sobre a direção para ajudar o condutor na manobra de desvio sem que perca o controlo do veículo e sempre que a referida manobra tenha sido iniciada de forma voluntária pelo próprio condutor. /


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REPARAÇÃO

MANUTENÇÃO

Audi Q2 1.6 TDI 116 Base 5p

AUDI Q2 1.6 TDI 116 BASE Arriscar foi aquilo que a Audi fez com o jovem e divertido Q2, pensado e executado fora dos padrões habituais na marca alemã

O

Q2 foge ao habitual na Audi. É irreverente, tem um estilo que escapa à rigidez habitual das realizações da casa alemã. Está destinado a um público jovem que gosta de coisas disruptivas, embora o Q2 não deixe de lado a qualidade dos produtos Audi e a presença de forte componente tecnológica. Giro, divertido, o Audi Q2 que analisamos está equipado com o bloco 1.6 TDI com 116 CV e caixa manual de 6 velocidades. O habitáculo é suficiente para quatro e a bagageira tem 405 litros, um valor muito interessante. Com uma velocidade máxima de 190 km/h, o Q2 1.6 TDi é uma excelente proposta para quem deseja entrar no “novo mundo” dos SUV, com um preço de 28.775 euros nesta versão base. CADA CENTENA DE KM FICA POR 4,33€ Como sempre, analisamos o Audi Q2 1.6 TDi com base na bitola dos 48 meses/120 mil quilómetros e, contas feitas, vai gastar em manutenção 5.200 euros após esse período. Ou seja, qualquer coisa como 1.300 euros por ano, cerca de 108,33 euros por mês. Para estas contas entram o IUC de 141,47 euros e uma inflação que custará 540,55 euros. No total, gastará, por cada centena de quilómetros percorridos, 4,33 euros. Olhando com mais detalhe para estes custos, podemos dizer-lhe que vai gastar 1.570,91 euros em revisões, 1.311 euros em peças de desgaste e 1750 euros em pneus (medida 215/60 R16). Juntando uma IPO no final dos quatro

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anos de utilização, a inflação e ajustes, perfaz o total de 5.200,47 euros referido. Refinando mais, ainda, a análise a estes números, a mão de obra que vai pagar será de 375,54 euros, vai gastar 821.99 euros em óleo, mais 90 euros do filtro, 77 euros do filtro de ar, pólen (mais 73 euros) e filtro de combustível (133,44 euros). Já nas peças de desgaste, a fatia mais grossa cabe aos travões (447,29 euros de pastilhas para a frente e 202 euros para as pastilhas traseiras, mais 163 euros para os discos da frente e 176,9 euros para os traseiros e 32 euros para líquido de travagem). Seguem-se as escovas limpa para brisas (cerca de 190 euros) e a carga do ar condicionado (100 euros). Tome nota que o Audi Q2 1.6 TDI 116 CV fará revisões a cada 30 mil quilómetros ou a cada dois anos, os filtros de óleo e de habitáculo “duram” 30 mil quilómetros e que o ar condicionado precisa de ser carregado aos 100 mil quilómetros, enquanto os discos de travão dianteiros duram 90 mil quilómetros e os de trás 120 mil. Já as pastilhas “vão-se embora” aos 30 mil (frente) e aos 60 mil (traseiras) quilómetros. Os pneus devem ser trocados a cada 40 mil quilómetros. Contas feitas, como dissemos acima, o seu Q2 1.6 TDi Base ficará, além dos quase 30 mil euros de investimento inicial, em mais 5.200 euros de custos de manutenção ao longo de quatro anos, um investimento de 4,33 euros por cada centena de quilómetros. Como sempre, a todos estes preços acresce o IVA à taxa legal de 23%. Para mais informações, contacte Luís Ribeirinho, diretor comercial da 4Fleet, através do telefone 910401216 ou do email ribeirinho@4fleet.pt. /

Caraterísticas do Veículo Potência (cv) 116 Cilindrada (cc) 1598 EuroNCap 93/86/70 CO2 114 Tração / Transmissão Dianteira / Manual Caixa de Velocidades 6 velocidades Carroçaria TT (Todo-Terreno) Valor N.º Revisões 1.570,91 € Mão-de-Obra 375,54 € [9,20] Óleo 821,99 € [6] Capacidade do carter (litros) 5,90 [lts] Tipo de óleo Sintético Filtro de Óleo 90,00 € [6] Filtro de Ar 76,89 € [3] Filtro de Pólen 73,05 € [3] Filtro de Combustível 133,44 € [3] Velas - € [0] Desgaste 1.311,12 € Escovas Limpa Para Brisas Frente 159,77 € [4] Escovas Limpa Para Brisas Tras 28,52 € [2] Pastilhas Frente 447,29 € [4] Pastilhas Tras 202,69 € [2] Discos Frente 163,30 € [1] Discos Tras 176,90 € [1] Liquido de Travão 32,66 € [2] Correia Distribuição - € [0] Embraiagem - € [0] Carga Ar Condicionado 100,00 € [1] Escape - € [0] Bateria - € [0] Amortecedor Frente - € [0] Amortecedor Tras - € [0] Bomba Agua - € [0] Filtro Particulas - € [0] Tarefas Extra - € Avarias - € Eléctricas - € Total - € Pneus 1.750,88 € Pneus Frente 215/60R16V Pneus Trás 215/60R16V Pneus 1.546,88 € [10] Alinhamento de Direcção 114,00 € [3] Equilibragem 65,00 € [10] Válvula 25,00 € [10] Outros 567,55 € IPO 27,00 € Inflação 540,55 € Ajustes - € Custos de Manutenção Total 5.200,47 € /100 kms 4,33 € Consumo misto 4,40 lts / 100 kms IUC 141,47 € * Indica percentagem proteção adultos/proteção crianças/ proteção peões/sistemas de segurança ativa ** Número de vezes peça é substituida Valores sem IVA



NOTÍCIAS

PNEUS

GOODYEAR

SOJA UTILIZADA NO FABRICO DE PNEUS

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Goodyear anunciou ter dado início ao fabrico de pneus com óleo de soja, referindo tratar-se mesmo da primeira utilização comercial neste campo de um composto à base desta matéria-prima. Além de significar a introdução de um material mais sus-

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tentável, esta inovação representa também benefícios ao nível da segurança, pois este material consegue uma maior amplitude de utilização ao revelar-se eficaz nas mais distintas condições atmosféricas. A introdução dos pneus Goodyear com soja demonstra também como o mundo automóvel continua à procura de reduzir a sua pegada ambiental com a utilização de materiais mais sustentáveis, como demonstram também outros projetos como a

utilização do bambu e agave por parte da Ford. A Goodyear explica que as vantagens ambientais são oferecidas pelo facto deste material ser natural, rentável, neutro em termos de carbono e renovável. O óleo de soja oferece vantagens ao nível da produção, pois mistura-se mais facilmente com os compostos de sílica utilizados no fabrico de pneumáticos. Mas esta é também mais eficaz na principal tarefa deste componente, pois os pneus Goodyear com soja também


TIRESUR

CONVENÇÃO DO GRUPO CENTER’S AUTO

ESTREIA NO FABRICO DE PNEUS A Goodyear vai utilizar, pela primeira vez, óleo de soja para fabricar pneus. Esta é a primeira utilização comercial deste produto, que tem a vantagem de se misturar bem com os compostos de sílica

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Tiresur Portugal organizou a Convenção Anual do grupo Center’s Auto, que realizou em Montemor-o-Velho. O evento contou com a presença de mais de 60 pessoas e incluiu uma reunião de trabalho, onde foram debatidas várias questões relevantes para o grupo e foram apresentadas várias novidades aos seus associados. Entre as várias novidades, destacaram-se a apresentação e lançamento do novo modelo SportActive SUV da marca GT Radial, o lançamento da nova página de internet oficial do grupo www.grupocentersauto.pt, o lançamento da marca Austone para permitir ao grupo posicionar-se competitivamente no segmento super Budget e ainda a comunicação oficial de que, a partir de outubro, a Tiresur passa a comercializar em Portugal a marca Uniroyal (do grupo Continental) em pneus de camião. Pertencente à Tiresur, a rede Center’s Auto como principal marca de pneus no seu portefólio a GT Radial. Atualmente, a rede é constituída por 33 associados que compõem um total de 41 oficinas espalhadas por todo o território nacional.

BRIDGESTONE

TURANZA T005 CHEGA AO MERCADO

A significam maior ligação à estrada. Segundo é explicado, este óleo vegetal ajuda a manter a o borracha flexível quando ocorrem mudanças de temperatura, algo decisivo para garantir a máxima aderência nas diversas condições de piso, em asfalto seco ou molhado e mesmo nas mais desafiantes condições de inverno. A Goodyear refere que estes pneus com soja são mais um passo na pesquisa de novos materiais para os seus produtos. /

Bridgestone apresentou o novo pneu premium Turanza T005, que, segundo a marca, proporciona um desempenho em piso molhado superior e uma maior poupança de combustível, além de elevada quilometragem, permitindo o controlo total da condução nas situações mais difíceis do dia-a-dia, especialmente em dias de chuva. Desenvolvido e produzido na Europa, estará disponível a partir de janeiro de 2018 no mercado europeu de pneus sobressalentes, numa gama variada, e irá substituir o atual T001 EVO. A gama de tamanhos do Turanza T005 irá assegurar a cobertura de quase todas as medidas de pneus até 2019, com mais de 140 medidas para jantes desde 14’’ até 21’’. Paralelamente, a Bridgestone vai simplificar a sua gama de pneus, com o Turanza T005 e o DriveGuard a abranger na totalidade o segmento de pneus de turismo. O Bridgestone Turanza T005 já foi escolhido como o pneu oficial de série de diversas marcas de automóveis de topo, e estará presente nas estradas já nos próximos meses. O Turanza T005 oferece aos condutores a melhor classificação da EU em aderência em piso molhado (categoria A) e um ótimo desempenho no que toca resistência ao rolamento (categoria B).

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OPINIÃO

JURÍDICO

PRESCRIÇÃO MULTAS DE TRÂNSITO

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uma questão que é muitas vezes colocada por quem “apanhou” uma multa: quais são os prazos de prescrição dos processos de contra ordenação e também quanto tempo levam as multas a prescrever.

Importa antes do mais explicar, em termos sucintos, o que é a Prescrição: A prescrição é um instituto jurídico que, tendo por base a contagem de determinado período de tempo contado da prática de uma infracção ou da imposição de uma coima pode determinar ou a impossibilidade de instauração ou continuação de um processo penal ou contraordenacional ou, quando contado a partir do momento da aplicação da coima ou de outra sanção aplicada, a impossibilidade de execução coerciva dessa mesma coima ou sanção. Prescreve o artigo 188.º n.º 1 do Código da Estrada que “O procedimento por contraordenação rodoviária extingue-se por efeito da prescrição logo que, sobre a prática da contraordenação, tenham decorrido dois anos”. Estabelecendo logo em seguida o n.º 2 do mesmo artigo que “Sem prejuízo da aplicação do regime de suspensão e de interrupção previsto no regime geral do ilícito de mera ordenação

MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO

social, a prescrição do procedimento por contraordenação rodoviária interrompe-se também com a notificação ao arguido da decisão condenatória”. Significa isto que uma vez decorridos 2 anos da prática da contra ordenação, o procedimento se extingue caso o arguido não tenha sido notificado da sua instauração. Quanto à Prescrição da coima e das sanções acessórias, prescreve o artigo 189.º do Código da Estrada que “As coimas e as sanções acessórias prescrevem no prazo de dois anos contados a partir do carácter definitivo da decisão condenatória ou do trânsito em julgado da sentença”, significando contados dois anos do momento em que o arguido/condutor seja notificado da decisão final e que esta transite (sem possibilidade de recurso), a multa prescreve na eventualidade de nenhuma notificação/interpelação de pagamento ou cumprimento ser dirigida ao arguido durante esse período.

Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica. O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga grafia.

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