Turbo Oficina 049

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N.º 49 | JUNHO 2016 | 2,2€

PROTAGONISTA DIRETOR DA SIKA PORTUGAL AFIRMA QUE MOTIVAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS É ESSENCIAL AO SUCESSO ESPECIALISTA BEST OF BELRON FOI PALCO DE LANÇAMENTO DE LINHA CAR CARE DA CARGLASS PORTUGAL RADAR CONHEÇA O NOVO PARADIGMA DE MERCADO E SAIBA COMO TER SUCESSO NA ERA DIGITAL

ESPECIAL

DIAGNÓSTICO

Fundamentais nas oficinas, os sistemas de diagnóstico têm sofrido uma evolução notável e estão a revolucionar o trabalho dos mecânicos. Desvendamos as principais novidades e os constrangimentos que o mercado enfrenta

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sumário

ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES

N.º 49 | JUNHO 2016

PRO4MATIC SELO DE CAPA ESCAPE FORTE RODAPÉ DE CAPA NGK VC JAPANPARTS PÁG.5 REPSOL PÁG.9 FEDERAL MOGUL PÁG.11 COMETIL PÁG.13 RPL CLIMA PÁG.19 CROMAX PÁG.21 PETRONAS PÁG.23 CONTITECH PÁG.31 SPINERG PÁG.33 HUTCHINSON PÁG.37

dossier P. 34 Sistemas de diagnóstico

MECÂNICA PÁG.41

Indispensáveis para as oficinas, os sistemas de diagnóstico estão em constante evolução, impulsionada, em grande parte, pelos avanços na indústria automóvel. Conheça o estado do mercado, as novidades, o que o futuro reserva e ainda o que levou uma oficina a usar software ilegal

DUNBELT PÁG.43 RUBETE PÁG.47 VENEPORTE PÁG.49 ASSINATURAS PÁG.57 JABA TRANSLATIONS PÁG.53 REVISTA TÉCNICA PÁG.61 TYRE PROTECTOR PÁG.58

1 RADAR

5 RAIO X

P. 6 Wolrd Shopper

P. 42 Comercial do mês - Nissan Navara P. 44 Novo motor Ford EcoBlue

CARF VCC EXIDE TUDOR CONTRACAPA

MARCAS NESTA EDIÇÃO 3M 48 AD PORTUGAL 19, 34 AS PARTS 19 ASIMCO 46 AUDI 25 BELRON 24, 27 BILSTEIN 21 BORSTENA 30 BOSCH 25, 47 BREMBO 46 BRIDGESTONE 65 CARGLASS 24, 26 CARSMAROBE 52 CIVIPARTS 19 CLEANINGAUTO 28 COMETIL 21, 34 CONTINENTAL 19, 49 CONTISERVICE 19 COOPER TIRES 62 COPEROL 22 CROMAX 18, 46 DEKRA 18 DELPHI 34 DOGA 47 DONTYRE 62 DUNLOP 64 FEMSA 22 FILOURÉM 20 FORD 44 HANKOOK 65 HELLA-GUTMANN 34

2 PROTAGONISTA

P. 46 Notícias internacionais

P. 14 David Santos, da Sika Portugal

P. 50 Barómetro Informa D&B

P. 51 Radiografia Mercedes-Benz Classe E “Teremos menos oficinas, porque existem demasiadas, e muitas delas não terão possibilidade de 6 REPARAÇÃO acompanhar as novas necessidades P. 52 Carsmarobe tecnológicas.” “A Carsmarobe pretende vingar no mercado formativo nacional 3 REVISÃO baseando-se em dois pilares: P. 18 Novidades do mercado qualidade e profissionalismo.”

HERTH+BUSS 48 HEYCO 22 HYPREL 23 IFS IBÉRICA 30 ITALCAR 20

P. 54 Motores híbridos

JOAQUIM GAMEIRO 28 KUMHO 65 LAUNCH 34

4 ESPECIALISTA

LEIRILIS 22 MERCEDES-BENZ 51 METELLI 49

P. 24 Best of Belron

MOBINOV 23 MONROE 19, 29 NEX 64 NISSAN 42

P. 28 CleaningAuto

7 pneus

PORTEPIM 18 PRIORIDINAMIC 34 RINO 29

P. 30 ERP

P. 62 Novidades Cooper Tires

RPL CLIMA 20 RUBETE 22 SIKA 14 SONICEL 34

P. 32 Lean Academy

P. 64 Notícias do setor

NISSENS 46 NORS 19 ONEDRIVE 19 PIRELLI 64

P. 56 Manutenção Toyota Yaris Hybrid

SPEEDY 65 SPIES HECKER 20, 48 STAND ASLA 34 TECNIVERCA 23 TEMOT 46 TENNECO 20 TIPS4Y 22 TOYOTA 56 TRW 46 VENEPORTE 19 VOLKSWAGEN 20, 58 WÜRTH 34 ZF 48

OPINIÃO P. 66 Consultório jurídico

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EDITORIAL

Seleção natural

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mudança de paradigma no setor automóvel é, hoje, uma certeza para todos aqueles que operam no aftermarket e na área de reparação e manutenção. Quando as novidades deixam de chegar a cada quatro anos e passam a ter uma cadência permanente, torna-se cada vez mais difícil acompanhar as mudanças e dar uma resposta adequada às novas solicitações. E, atualmente, o cliente não perdoa. Mais informado e habituado à celeridade e proximidade que a Internet lhe proporciona, exige produtos e serviços de qualidade, que lhe facilitem a vida. Espera que os agentes económicos antecipem as suas necessidades e que, mesmo antes de ele pensar nelas, lhe apresentem as respetivas respostas. Dar conta, por um lado, dos avanços tecnológicos, com tudo o que isso acarreta em termos de investimento e formação, e, por outro lado, das novas formas de fazer negócios e comunicar com os clientes não é tarefa fácil. Sobretudo, quando a preocupação para muitos continua a ser, simplesmente, pagar as contas no final do mês. No entanto, quem não conseguir fazer esta passagem ficará, inevitavelmente, pelo caminho. Porque outros consegui-lo-ão e continuarão a crescer, ganhando cada vez mais

preponderância e quota de mercado. É exatamente esta a ideia de David Santos, diretor da unidade de indústria da Sika Portugal e nosso protagonista nesta edição, quando diz que o mercado atual favorece que os grandes se tornem ainda maiores. Por isso mesmo, neste número, abordamos de forma pragmática, preto no branco, duas das mais importantes temáticas para o setor: a necessidade impreterível de ter sistemas de diagnóstico que permitam identificar avarias no veículo atual e futuro, com cada vez maior eletrónica e conectividade; e a forma como as empresas poderão entrar na era digital a ganhar. Tratamse, efetivamente, de ferramentas a que nenhum empresário poderá permanecer alheio se o que pretende é continuar a laborar no futuro. É certo que, pela sua dimensão, as empresas maiores terão sempre mais capacidade de investimento e acompanhamento das tendências. É um facto que as mudanças se repercutem, quase sempre, numa seleção natural, em que só os mais fortes sobrevivem. Mas não é menos verdade que a força vem de dentro, pelo que cada um, por mais pequeno que seja, ainda poderá ter uma palavra a dizer, basta querer!

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DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITORA CHEFE

ANDREIA AMARAL andreiaamaral@turbo.pt REDAÇÃO JOSÉ MACÁRIO josemacario@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO

MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt COORDENADOR COMERCIAL GONÇALO ROSA goncalorosa@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777

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INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS



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ESPECIALISTA

RADAR

World Shopper Conference

Aumentar vendas Todos sabem que vivemos na era do digital, mas será que, no dia a dia, os profissionais do setor aproveitam devidamente o potencial deste canal e vão ao encontro dos seus clientes? Segundo o que se ouviu na World Shopper Conference, não! Mas já não há desculpa, porque os oradores explicaram como fazê-lo! TEXTO ANDREIA AMARAL

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facilidade de acesso à informação, a democratização da tecnologia e a eficiência das redes logísticas tornaram-nos a todos, enquanto consumidores, mais proativos e exigentes no processo de compra. Quando pretendemos adquirir algo, seja um produto ou serviço, vamos à Internet procurar informações e opiniões. Comparamos preços e prazos de entrega/execução e, quando escolhemos, exigimos que tudo decorra rapidamente e sem percalços. Mudámos, todos nós, enquanto consumidores, mas, por algum motivo, nem todos mudámos enquanto profissionais e na forma como fazemos negócios. Por que achamos que os outros exigem menos do que nós? Esta foi uma das principais mensagens transmitidas durante a World Shopper Conference, um evento que reuniu, no Hotel Lagoas Park, em Oeiras, quase 600 profissionais de concessionários e serviços pós-venda. Com um painel de oradores de luxo, a conferência contou com intervenções de personalidades internacionais do setor, como Erik Radle, Chief Executtive Officer na Miller AD; Chad Sanschagrin, formador internacional do Forrest Performance Group; Glenn Pasch, diretor geral da PCG Companies; Tony Troussov, diretor do Automotive Development Group (todos dos EUA), e Brent Wees (Canadá), sócio e embaixador da Buzz!. Muito embora o grande foco do evento tenha sido a potenciação de resultados de vendas de automóveis, houve espaço para destacar a importância e as mudanças no setor do pós-venda. Acima de tudo, identificaram-se tendências na área automóvel que a todos dizem respeito e que influenciam as relações com os clientes. POTENCIAR VENDAS COM A TECNOLOGIA Glenn Pasch, que fez uma intervenção sob o mote “Como multiplicar as vendas de… após-venda!”, sublinhou que “a tecnologia é uma realidade. Alguns lutam contra ela porque não gostam da mudança, mas os clientes usam-na e gostam dela. Existe uma desconexão entre o que os clientes querem e o que oferecemos, porque, se virmos, vamos à Internet para tudo”. Segundo o diretor geral da PCG Companies, “enquanto consumidores, pesquisamos tudo na Internet, mas achamos que na área automóvel ninguém o faz”. Evidenciando que este é um dos principais canais de vendas, o responsável defendeu que “quando dois ou três sítios vendem o mesmo, não estamos a comprar um produto ou serviço, mas sim quem o vende”. Assim, impõe-se dar ao cliente motivos para que a escolha recaia sobre si. “Posso mudar o óleo, os travões ou os pneus em muitos sítios, por isso, o que está em causa na minha escolha


Ricardo Oliveira, dinamizador do World Shopper, considera que os clientes satisfeitos são os melhores vendedores que uma empresa pode ter

é a experiência que vou ter”, afirmou Glenn Pasch. “É fundamental construir confiança, fornecer informação e mostrar ao cliente a experiência que lhe vai ser oferecida.” OS MAIORES VENDEDORES DE UMA EMPRESA SÃO OS CLIENTES Como consequência, para além dos sites deverem ser fáceis e intuitivos, deve dar-se informação sobre todos os serviços e produtos. Adicionalmente, e perante o crescente impacto do vídeo, deve incluir-se pequenos vídeos, que mostrem o serviço, apresentem as pessoas que trabalham na empresa, expliquem como fazem uma determinada reparação, etc. “Isto aumenta a confiança e proximidade, o que se transforma num maior número de visitas e marcações”, revela Glenn, indicando que “são coisas simples, que se podem fazer como um telemóvel”. A título de exemplo, poder-se-á perguntar a si próprio dez questões que estão na mente do cliente e dar-lhes resposta através de um vídeo. “O site tem de ser um verdadeiro portal de informação”, reiterou o responsável. Outro dos elementos que deve constar na página de uma empresa é a possibilidade de

os clientes fazerem comentários e avaliações, algo em que “o setor automóvel está muito atrasado”. “Os comentários dos clientes validam o marketing”, referiu Glenn, dando como exemplo os restaurantes e hotéis, que ganham clientes por esta via. “Os maiores vendedores de uma empresa são os clientes”, sublinha, referindo que esta é uma forma de destacar a página nas pesquisas do Google e de atrair, gratuitamente, tráfego para a página. “Quanto mais reviews se tiver, mais tráfego se tem no site.” De resto, esta deve ser mesmo uma prioridade, já que a perspetiva é de que “todo o marketing se direcione para os websites”.

É FUNDAMENTAL CONSTRUIR CONFIANÇA, FORNECER INFORMAÇÃO E MOSTRAR AO CLIENTE A EXPERIÊNCIA QUE LHE SERÁ OFERECIDA

SIMPLICIDADE E MOTIVAÇÃO No entanto, nem só de uma presença efetiva e eficiente no online depende o sucesso de uma empresa. Nesse sentido, saiu reforçada a ideia de que, cada vez mais, há que facilitar a vida ao cliente, providenciando produtos e serviços que lhe simplifiquem a vida. A título de exemplo, Brent Wees destacou o “Amazon Dash Button”, conceito que permite, através de um simples toque num botão posicionado em qualquer ponto, realizar a encomenda direta e imediata de um produto, sem necessidade de computador ou de qualquer aplicação. “O cliente hoje compra à distância”, sublinhou Brent. “É preciso simplificar os processos e desenhar o negócio à volta do cliente e das suas necessidades.” Com o modo como se fazem negócios a mudar, é necessário que o posicionamento dos profissionais seja também diferente. A aposta numa equipa de recursos humanos capacitada e motivada impõe-se como fundamental. Mais do que isso, é também importante ter em mente que “não faz qualquer sentido pedir às equipas comerciais resultados que têm que ver com o mundo

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Chad Sanschagrin (topo, dir.) e Glenn Pasch (em baixo, esq.) foram oradores no evento, com 600 participantes

de há 30 anos”, defendeu o formador internacional Chad Sanschagrin, da Forrest Performance Group, indicando que a maioria dos comerciais está agarrada a estereótipos e preconceitos desajustados com a realidade e que inviabilizam o estabelecimento de uma ligação com o cliente, que leve à venda. A proximidade e compreensão das suas necessidades devem, assim, ser prioritárias no atendimento. De resto, há que fazer uma aprendizagem das técnicas de vendas online, canal onde o processo de decisão se inicia e decorre. Tony Troussov, do Automotive Development Group, desenvolveu um estudo para avaliar o índice de satisfação nos concessionários e identificou que a burocracia, a demora e a falta de ligação ao mundo digital são os principais motivos de insatisfação. Colmatar estes problemas é um caminho para a satisfação do cliente e, recorde-se, como o principal promotor da conferência, Ricardo Oliveira, concluiu, “os clientes satisfeitos são os nossos maiores vendedores”.

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INSPIRAÇÃO Em jeito de balanço, a organização sublinhou que com a conferência se deu “Mais um passo em direção ao futuro do setor automóvel”. Em declarações à TURBO OFICINA, os responsáveis pelo evento afirmaram: “A World Shopper Conference Iberian confirmou o seu estatuto de evento ibérico de referência em inovação e foco no Cliente no negócio automóvel. A qualidade e a diversidade dos Speakers contribuíram decisivamente para gerar conhecimento, novas ideias e inspiração entre os mais de 500 inscritos. Para os patrocinadores e expositores foi uma ocasião única de estar perante o seu público, num dia em que todos estavam recetivos a novas oportunidades. A segunda edição ibérica – que terá lugar em Lisboa a 12 de maio de 2017 – irá marcar mais uma etapa de desenvolvimento deste evento único, que nasceu em Portugal há seis anos e que tem conquistado cada vez mais uma dimensão internacional.”

MUDANÇA DE ÉPOCA A World Shopper Conference foi o palco escolhido para o lançamento do livro “CAMBIO DE ÉPOCA en el Concesionario de Vehículos”. Leitura obrigatória para todos aqueles que pretendam munir-se de ferramentas e estratégias para enfrentar a transformação digital, adaptar-se e diferenciar-se num novo contexto de mercado, o livro encontra-se, atualmente, disponível apenas em Espanhol. No entanto, de acordo com o que o autor, Martín J. Romero, explicou à TURBO OFICINA, o ensaio deverá ser traduzido ainda este ano para Português. De qualquer forma, pela simplicidade da escrita e mensagem direta e precisa, é fácil perceber, mesmo em espanhol, como se pode adequar o negócio e o dia a dia dos profissionais do setor à nova realidade. Prático e útil, o livro revela como desenvolver estratégias, planos de marketing, gerir a reputação, alinhar o serviço de apoio ao cliente, potenciar vendas, utilizar as redes sociais e os canais online, tirar proveito da tecnologia, etc.



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Tecnologia

Em sintonia com o cliente O pós-venda nacional já tem ao seu dispor soluções tecnológicas direcionadas para a comunicação com o cliente e que podem aumentar, sobremaneira, a faturação das empresas. Inovadoras e interativas, permitem que todos entrem na era digital. TEXTO ANDREIA AMARAL

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World Shopper Conference consagrou um espaço, em formato “pitch elevator”, que permitiu a algumas empresas apresentarem, durante cinco minutos, as suas inovações para o setor automóvel em geral e, em particular, para o pós-venda. Com foco no aproveitamento da tecnologia e em sintonia com o que o cliente pretende, são ferramentas que podem ajudar as empresas a aumentar resultados. Esse é precisamente o objetivo do ClearMechanic, uma ferramenta que visa a retenção e fidelização do cliente e o aumento da rentabilidade na oficina. De tal forma que o aumento da faturação pode chegar aos 40%. “As oficinas não comunicam com o cliente, a sua preocupação é o veículo, a encomenda de peças, etc. Mas com as novas tecnologias, o cliente tem o poder do seu lado”, refere Nuno Cupido, administrador da ClearApps, empresa que desenvolveu a ferramenta em Portugal. “Quando vamos ao médico e ele nos diz que temos um problema grave, a tendência é irmos pedir uma segunda opinião. Mas se ele nos mostrar um Raio-X, por exemplo, não hesitamos na resolução imediata do problema. O que a nossa ferramenta faz é providenciar esta prova, o que cria ao cliente um maior conforto para decidir”, explica Paulo Dias, Diretor Comercial da ClearApps. A ferramenta, desenvolvida por um grupo de estudantes americanos, foi originalmente lançada em 2010. Em 2012 chegou ao México, tendo depois sido implementada em Espanha e, desde então, tem vindo a conquistar os diferentes mercados. Focado na relação e comunicação com o cliente, “o ClearMechanic permite uma maior clareza das recomendações feitas pela oficina em relação ao automóvel, porque utiliza a imagem e a evidência”, refere o diretor comercial. Assim, quando o cliente deixa o carro na oficina para fazer a manutenção ou reparação, em vez de receber um telefonema com um orçamento, receberá um e-mail com um relatório dos problemas, identificados individualmente e acompanhados pelo valor de arranjo e prioridade do mesmo. Adicionalmente, para ilustrar os problemas, o e-mail poderá ter um vídeo, em que o mecânico, por exemplo, mostra o carro do cliente, o componente em causa e explica o que está a acontecer; uma fotografia em que é possível, através de símbolos, apontar os danos, ou até diagramas sobre o que será feito durante a intervenção e qual a importância de determinada componente para o funcionamento do veículo. “O objetivo do ClearMechanic é dotar o cliente de todos os elementos e informação


para que possa decidir. Depois, tem a possibilidade de, independentemente do local onde esteja, poder aprovar as reparações que deseja fazer”, indica Nuno Cupido, sublinhando a transparência e rapidez que a ferramenta traz. Feita a aprovação, a receção da oficina recebe de imediato a resposta e comunica ao técnico as operações a realizar. “Há também uma melhoria no processo de acompanhamento ao cliente”, acrescenta Paulo Dias. “Posso recuperar a informação do cliente e agendar campanhas, que ajudam a vender mais e melhor. Evitam-se ainda muitas vendas perdidas, porque, perante uma recomendação que não é aceite, pode-se programar o envio automático de um alerta daí a determinado tempo e de acordo com aquela que ainda será a durabilidade da peça. É uma venda que se recupera.” Perante isto, o diretor comercial garante: “Este circuito vai fazer crescer a faturação da oficina. O valor da obra, em média, vai aumentar e haverá menos vendas perdidas.” Para além de a taxa de aprovações se situar nos 79%, Nuno Cupido reitera que, dependendo da maturidade da oficina, o ClearMechanic viabiliza, em média, um aumento de faturação entre 20 e 40%. PUBLICIDADE

O ClearMechanic permite adicionar notas e sinaléticas às imagens que o cliente vai receber com o orçamento

O CLEARMECHANIC TEM POTENCIAL PARA AUMENTAR EM 40% A FATURAÇÃO DA OFICINA

Perante estes factos, os participantes da World Shopper Conference renderam-se ao ClearMechanic e, na votação das melhores ideias apresentadas, atribuíram à ClearApps o segundo lugar. Para saber mais sobre a ferramenta visite www.clearmechanic.com/pt.


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Remoto: conectividade massificada

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Incadea venceu a competição das melhores ideias com o “Remoto”, um sistema que pretende trazer a conectividade para o “mass-market” e dar ferramentas às empresas para interagirem em tempo real com os clientes. Através de um dongle OBD, permite ao concessionário ou a oficina independente receber toda a informação do veículo, agir com proatividade na manutenção e, por aí, fidelizar o cliente. “Pretendemos trazer a conectividade para o mercado sem a complexidade das marcas, de modo a que concessionários e oficinas possam interagir de forma simples e em tempo real com veículos e clientes”, explicou Fernando Palma, diretor geral da empresa. “Como se recebe a informação do veículo, antes de o cliente se

aperceber de um problema no carro podemos apresentar serviços e resolver a questão.” O Remoto é apresentado em duas variantes: uma, com maior amplitude de funcionalidades, instalada em fábrica, outra que pode ser instalada em qualquer veículo. Em qualquer delas o software permite criar perfis de condução e de utilização do veículo. Assim,

segundo Fernando Palma, “pode também trabalhar-se muito a componente do marketing, lançando, por exemplo, campanhas especiais de acordo com cada perfil”. O sistema permite ainda ao utilizador controlar, através de uma app, alguns sistemas do carro e verificar algumas informações. Saiba mais em www.bright-box.eu.

CitNow: ver para crer

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irecionado para aumentar a rentabilidade nas vendas do mercado automóvel e do pós-venda, o CitNow é uma nova ferramenta digital para comunicar com os clientes que se apoia no recurso ao vídeo. O conceito está agora a ser implementado no mercado ibérico, depois de ter crescido substancialmente no Reino Unido e de ter iniciado uma fase de expansão mundial. “Diria que, atualmente, esta ferramenta é quase uma necessidade básica de comunicação com clientes”, explica Hugo Morgado, Country Manager em Portugal da CitNOW. “É um facto que, hoje, o vídeo está permanentemente presente nas nossas vidas. Basta percorrermos o feed do Facebook para atestar essa realidade.” De acordo com o responsável, “a expetativa do cliente, que não tem tempo, que exige transparência, que é completamente intolerante a falhas, mas que tem o smartphone no

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bolso, é de que a comunicação seja simples e linear, e o vídeo permite fazer isso”. Assim, o CitNOW, baseia-se numa app, instalado no iPod – apesar de ser compatível com qualquer iOS recomenda-se este formato devido às dimensão e capacidade de iluminação dos veículos – que permite enviar vídeos de uma forma muito simples. A ideia é que o técnico faça filmagens para suportar e identificar os items a serem reparados, para serem enviados aos clientes juntamente com os orçamentos. “Não há ficheiros a circular de um lado para o outro, o cliente só recebe um link para uma página temporária da empresa, onde tem toda a informação e pode fazer diretamente, através do computador ou do smartphone, a aprovação da reparação”, destaca Hugo Morgado, enaltecendo também a possibilidade de, através da aplicação, potenciar as campanhas de marketing. Para conhecer todas as potencialidades da ferramenta visite www.citnow.com.



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PROTAGONISTA

David Santos

“Os grandes distribuidores vão dominar o mercado” Perante a rápida evolução do automóvel e a crescente exigência dos consumidores, o diretor da unidade Indústria da Sika, onde se integra o pós-venda, perspetiva que existirá uma seleção natural no tecido empresarial do setor, que incentiva a que os grandes sejam cada vez maiores e os mais pequenas tenham tendência a desaparecer. TEXTO ANDREIA AMARAL FOTOS JOSÉ BISPO

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epois de ter apresentado um resultado recorde em 2015, de 35 milhões de euros, a Sika Portugal prepara-se para reforçar a sua presença no pósvenda. Este setor, incluído na área de negócio indústria, representou, no ano passado, uma faturação de um milhão de euros e o objetivo é prosseguir em rota de crescimento. Segundo David Santos, Diretor da área Indústria da Sika Portugal, a formação, dentro e fora de portas, é o principal trunfo da empresa, que acredita que é nas pessoas que reside o sucesso de qualquer negócio. Como se posiciona o pós-venda na estratégia da Sika? O pós-venda tem vindo sempre a ser desenvolvido tendo por base os produtos que se fornecem para as fábricas de automóveis,

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existindo uma ligação muito saudável entre as duas áreas. Isso tem determinado o desenvolvimento de produtos para o pós-venda que antes não tínhamos. Para a Sika, o negócio automóvel é estratégico e o pós-venda, como sua parte integrante, também. Já para a Sika Portugal tem um peso importantíssimo, porque representa cerca de 30% do que faturamos no departamento de indústria. Qual a importância da Sika Portugal para o Grupo Sika? Portugal tem uma proporção muito pequena nos resultados do Grupo, porque faturamos 35 milhões num total global de cinco mil milhões de euros. Mas é estratégico para o Grupo estar em Portugal. Em termos internacionais, a Sika tem uma estratégia que passa pelo

desenvolvimento do negócio localmente, pelo que, quando quer estar num país, fá-lo criando uma estrutura própria, com uma estratégia adaptada e com colaboradores desse país, que, pelo seu conhecimento da realidade e proximidade às necessidades e clientes, têm maior capacidade de alcançar bons resultados.

“AQUELES QUE INVESTEM NAS PESSOAS, NUMA PERSPETIVA DE MÉDIO A LONGO PRAZO, TÊM RESULTADOS MUITO MELHORES”


Considero mesmo que esse tem sido o segredo da Sika: ao ter uma dispersão muito grande pelo mundo, quando algum mercado está em crise, há outro que acaba por compensar. Por outro lado, esta dimensão afigura-se como uma oportunidade para todos aqueles que trabalham no grupo, que podem ter uma carreira ou experiências diferentes a nível internacional. ESTABILIDADE E MOTIVAÇÃO SÃO FUNDAMENTAIS AO SUCESSO É uma empresa que oferece um projeto de vida aos seus colaboradores? Sem dúvida. Aliás, temos uma média de antiguidade fantástica. A Sika é uma empresa que dá muito boas condições para se trabalhar e tem-se verificado que muito dificilmente uma pessoa sai para ir para outra empresa.

Essa estabilidade tem sido fundamental para o sucesso alcançado? Sim. Por vezes, a Sika é olhada como uma empresa conservadora e, neste aspeto, efetivamente é, o que dá muito descanso às pessoas. Os colaboradores sabem que, aqui, os projetos são a longo prazo e que não se procuram resultados de um dia para o outro. O trabalho é sempre feito numa perspetiva de continuidade e isso é fundamental. Trabalhei em várias empresas antes de entrar na Sika e, quando aqui cheguei, percebi de imediato que as coisas eram feitas de outra forma. Os objetivos que me pediram não eram imediatos, sabiam que eu tinha uma fase de aprendizagem, em que podia errar e a pressão era controlada. Só depois é que entramos em velocidade de cruzeiro e a exigência aumenta.

A gestão efetiva dos recursos humanos é uma preocupação constante? O mais importante na gestão é ter o foco nas pessoas. Elas devem ser a nossa preocupação, enquanto gestores, em pelo menos 50% do tempo. Temos de conhecer bem as pessoas, tanto a nível profissional, como pessoal, e perceber aquilo de que precisam em determinado momento. É necessário estar muito atento, todos os dias, às reações e aos comportamentos. Tudo tem uma razão de ser e só compreendendo essa razão e lidando com ela é que podemos proporcionar as melhores condições para as pessoas fazerem um bom trabalho e termos os resultados que pretendemos.

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Acha que as empresas nacionais têm essa postura? Todos os gestores sabem que as pessoas e a sua correta gestão são fundamentais, mas depois os contextos são diferentes. Na Sika, o ambiente, as condições e o pacote de benefícios proporcionam uma boa atmosfera, que permite que as pessoas possam pensar nas outras e que tenham tempo nas suas funções para isso. Se vir que alguém precisa de uma ajuda, dedico-me a isso e amanhã logo trabalho nos objetivos. Mas nem todas as empresas têm esta filosofia e proporcionam este quadro. Depois também depende da personalidade de cada um. Há quem se preocupe com os outros e há quem não se motive com isso e se centre só nos resultados. Mas os resultados não dependem das pessoas? No final, de certeza absoluta que aqueles que investem nas pessoas, numa perspetiva de médio a longo prazo, têm resultados muito melhores. Mas muitos não pensam nisso, focam-se no imediato. Considera que as empresas não pensam no futuro? Há uma grande diferença entre uma empresa que tem um diretor geral e a que tem um patrão. Nas empresas mais pequenas, que geralmente têm apenas o patrão, a principal preocupação é ter dinheiro para pagar contas e ordenados. Quando esses são os problemas do dia a dia, é muito difícil haver tempo para pensar noutras coisas. Mas depois não se entra num círculo vicioso? Sim, não se sai dessa posição. Quando não se tem tempo para dedicar-se às pessoas, elas acabam por deixar de dedicar-se ao negócio. Isso faz com que a empresa não consiga apresentar resultados e crescer. Não faz sentido não haver um plano a médio e longo prazo. Se pensarmos só nos resultados imediatos nunca conseguiremos crescer no futuro. O setor do pós-venda aplica estas regras? Nos últimos anos, o setor automóvel tem vivido uma grande crise. Toda a gente sabe que nestas empresas as margens são muito reduzidas e que a diferença entre ter lucro ou prejuízo é mínima. Quando esta é a realidade, é muito difícil ter tempo para planear seja o que for e essa é a realidade de pelo menos metade do setor. Mas realmente tem de se fazer um esforço de planeamento, porque, se não, as dificuldades nunca serão ultrapassadas. Para além destes, que valores orientam a Sika? O nosso objetivo é estarmos próximos dos nossos clientes e ajudá-los, na perspetiva

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de que os seus problemas são os nossos problemas. A Sika tem trabalhado muito para se focar nos clientes e, nesse sentido, tentamos distinguir-nos pelo nosso acompanhamento técnico. Não temos comerciais no sentido puro da palavra, que só percebem de negócio. Todos recebem formação intensa também a nível técnico, porque queremos que ajudem os nossos clientes a encontrar as melhores soluções. É daí que resulta o nosso crescimento orgânico: conseguimos que os nossos clientes cresçam de ano para ano. Por isso é que, por vezes, uma conta que começa por cinco mil euros por ano, ao fim de cinco anos, consegue valer cem mil euros. Através do conhecimento técnico aumentamos os produtos vendidos. Se o cliente não sabe bem para que fins e como se utilizam os produtos, não precisa deles. A formação é fundamental e damo-la aos nossos clientes e aos clientes dos nossos clientes. CRESCIMENTO SÓ ACONTECE POR VIA DA CRIAÇÃO DE PROFISSIONAIS INFORMADOS Acha que se compra sem se saber o que se está a comprar? Essa é uma realidade. Há muita concorrência no pós-venda automóvel, o que faz com que

seja muito difícil, para quem compra, ter conhecimento suficiente sobre os vários produtos e sobre as diferenças entre eles. É por esse motivo que apostamos na componente técnica. Acreditamos que quanto mais informados forem os nosso clientes, mais exigentes serão e melhor saberão tirar partido de escolherem o nosso produto. Mesmo que possa ser mais caro, sabem que lhes pode poupar tempo e problemas no futuro. É preciso que as pessoas estejam informadas e que possam verificar a diferença entre ter um produto bom e um de menor qualidade. Existe uma carência de formação técnica no setor? Certamente. Por exemplo, uma oficina deve ter os soldadores certificados, mas, por norma, um soldador é certificado e os outros não. Se todos tivessem essa formação, com certeza fariam trabalhos melhores. O problema é que, normalmente, a formação é vista nas empresas como uma obrigação, que cumprem com o menor custo possível e sem uma lógica de continuidade. Na Sika, é feito um levantamento das necessidades de determinado colaborador e dá-se formação de forma programada e contínua.


por viatura, que nunca superam os dois euros. Mas até esse valor está a ser poupado, o que coloca em causa a durabilidade da reparação.

A falta de formação dos técnicos não tem implicações na segurança dos veículos? Por exemplo, o para-brisas é uma parte estrutural do carro e se for substituído por alguém sem formação adequada pode, em caso de acidente, ser projetado do carro e colocar em causa a segurança das pessoas. Não adianta nada ter um bom produto se for mal aplicado. Acha que, para se poupar, fazem-se trabalhos piores? Tenho a certeza absoluta disso. Aliás, se fosse possível verificar o selante nas reparações de chaparia, verificar-seia que a quantidade utilizada é ínfima em relação ao que deveria ser aplicado. E estamos a falar de valores residuais

“PERSPETIVA-SE QUE, NOS PRÓXIMOS ANOS, O NÍVEL DE RUÍDO NO HABITÁCULO REDUZA IMENSO”

PRODUTOS INOVADORES A CAMINHO De resto, tem existido uma grande evolução nos materiais e processos, certo? O mercado ainda tem poucos veículos feitos em alumínio e já estamos a trabalhar muito nos compósitos. Prevê-se que o futuro próximo seja entre estes materiais, o magnésio e o carbono, mas não sabemos como será daqui a dez anos. Em todos os materiais, a Sika tem estado na vanguarda da inovação e do desenvolvimento de novas soluções, para dar resposta às exigências que vão surgindo. Atualmente, a diminuição do peso, no sentido de reduzir consumos e emissões, tem sido imperativa. Nesse sentido, lançámos o SikaPower-4720, um adesivo de epóxi de alta resistência que serve para colar painéis em alumínio. Com apenas 50 gramas de adesivo é possível colar um painel inteiro, evitando o peso, muito superior, da soldadura. Os nossos adesivos e soluções podem proporcionar uma redução de até 150 kg no peso de um veículo. Tendo em vista a proteção ambiental, e como empresa responsável que é, a Sika tem também apostado nos produtos de base aquosa, mais fáceis de utilizar, sem limitações ou necessidades de tratamento especial a nível dos resíduos, que, sendo um problema para o cliente, são um problema para nós. Estas soluções serão, cada vez mais, uma tendência.

Outra das áreas em que trabalham é no isolamento acústico. Quais as evoluções a este nível? Perspetiva-se que, nos próximos anos, o nível de ruído no habitáculo reduza imenso, porque a exigência vai aumentar muito. Nos veículos elétricos, que são uma tendência, como o motor é silencioso, irão sobressair os outros barulhos, o que coloca uma nova pressão sobre o desenvolvimento do isolamento acústico, enquanto até aqui se procurou, acima de tudo, isolar de elementos como a água ou o vento. Até para a tubagem de um veículo, que também está a passar a ser feita em alumínio, temos soluções de isolamento acústico interior, para não permitir a propagação do ruído ao longo do veículo. Através das nossas soluções é possível reduzir em 3 dB o ruído no interior do veículo. Avizinham-se novos produtos? O alargamento do nosso portefólio é uma estratégia que seguimos ativamente. No dia 25 de setembro vamos lançar um produto muito interessante para a substituição de vidro

automóvel, que além de garantir um curto período de imobilização, permite a utilização do veículo sem as habituais limitações que se seguem, como não poder ser lavado ou ficar desnivelado. Para o lançamento, vamos realizar um evento, aberto ao público, na zona do Estádio de Leiria, juntamente com a Glassdrive e com o apoio institucional e técnico do Instituto Politécnico de Leiria, em que vamos fazer dois “crash tests” e elevar um carro pelo vidro acabado de substituir. Depois, temos outros produtos para lançar na área da reparação automóvel, mas ainda não podemos revelar. Vão apostar mais no marketing e na comunicação? São ferramentas essenciais, porque o consumidor é cada vez mais informado. Há uns anos, a Sika também não apostava como aposta hoje na comunicação e no marketing, pelo menos na divulgação ao cliente final, porque sabia que os profissionais iam escolher a Sika por ser a melhor solução. Mas, hoje em dia, um consumidor já é capaz de perguntar qual a cola que o técnico vai utilizar, porque já leu ou viu um vídeo na Internet sobre o produto. MERCADO MAIS EXIGENTE LEVARÁ A UMA SELEÇÃO NATURAL DE EMPRESAS Sendo o consumidor mais exigente, existe maior pressão sobre os prazos de entrega e sobre a logística? Não sentimos isso diretamente, porque, no negócio pós-venda, temos distribuidores. Mas, hoje, os clientes têm muito menos dinheiro investido em stock e por isso há uma grande exigência nos prazos de entrega. Até nessa perspetiva é muito difícil uma empresa pequena movimentar-se ao nível das grandes, com maior capacidade de investir em stock e com redes fortes de logística e transporte para as entregas. Isto faz com que as empresas grandes sejam cada vez maiores.

Acha que existirá uma seleção natural no tecido empresarial do setor? Perspetivo que nos próximos anos continue a haver uma aglomeração em grandes contas. Os grandes distribuidores vão dominar o mercado e serão, cada vez mais, uma realidade. Acho que teremos menos oficinas, porque existem demasiadas, sobretudo multimarca, e muitas delas não terão possibilidade de acompanhar as novas necessidades tecnológicas. Ao nível das peças, verifica-se que há muitos distribuidores que já vendem diretamente para as oficinas, pelo que os intermediários, as “casas de peças” e os pequenos distribuidores, deixarão de ter uma intervenção tão importante como tinham e muitos poderão desaparecer. JUNHO 2016

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Dekra

Expansão das atividades em Portugal

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Dekra inaugurou, em Mafra, o primeiro dos seus centros de inspeção em Portugal. Naquele que será um investimento de 15 milhões de euros, a multinacional alemã pretende abrir uma nova unidade a cada dois meses, com o intuito de assegurar, em 2017, uma capacidade para inspecionar anualmente 200 mil veículos. Para além da referida unidade, a Dekra implementará ainda espaços em Oeiras, Seixal, Amadora, Mem Martins, Moita e Barreiro. “Até ao final de 2020, a Dekra pretende situar-se no ranking das três maiores empresas de inspeção de veículos no mercado português, atingindo um milhão de inspeções nesse ano”, revelou Sérgio Vitorino, presidente da Dekra em Portugal, durante a inauguração. De acordo com o responsável, isso não significa, no entanto, que a empresa vá descurar as outras atividades que desenvolve em Portugal, nomeadamente ao nível das soluções de consultoria e formação na gestão de frotas, venda

e pós-venda de automóveis e testes a veículos, áreas em que a empresa se tem destacado em Portugal e que lhe permitiram, em 2015, alcançar uma faturação em território luso – onde está implantada desde 1991 – de oito milhões de euros. No sentido de prosseguir o objetivo de expansão, a Dekra deverá criar 200 novos postos de trabalho até 2020, “aumentando para 320 o número de colaboradores e para 20 milhões de euros o volume de faturação”. A cerimónia de inauguração contou com a presença de Clemens Klinke, administrador do Grupo Dekra, e Nicolas Bouvier, responsável pela área automóvel da Dekra para a região Sul da Europa e Marrocos. Também presentes estiveram Ana Miranda, vogal do Conselho Diretivo do IMT, e Manuel Frasquilho, presidente do AICEP. Durante o seu discurso, Manuel Frasquilho revelou acreditar que esta unidade será “um centro de excelência que irá, certamente, contribuir para uma

melhoria das condições de circulação de veículos”. O responsável sublinhou ainda o “simbolismo” da inauguração deste centro de inspeção, porquanto ele representa “um plano que cumpre três eixos fundamentais – investimento, criação de emprego e criação de riqueza – e é revelador da confiança no nosso país, na nossa economia”. Indicando que “Portugal é hoje um país mais atrativo para o investimento” e que “reconquistou a sua credibilidade internacional”, o presidente do AICEP referiu que “muitas empresas, muitas multinacionais, já estão presentes no nosso mercado, o que significa que Portugal detém condições favoráveis para a localização dos seus investimentos”. Por isso, lançou um repto à Dekra: “Coloquem Portugal o mais possível no vosso radar de investimentos. Portugal é a escolha certa, no momento certo para investir.” A título de exemplo, Manuel Frasquilho destacou a área dos serviços partilhados, na qual “Portugal tem uma oferta muito competitiva”.

PORTEPIM

NOVO DISTRIBUIDOR NACIONAL EXCLUSIVO CROMAX A Cromax elogia, em comunicado de imprensa, o trabalho da Portepim nas primeiras semanas que marcam a sua concessão exclusiva da distribuição dos produtos da Cromax em Portugal. De acordo com a marca, esta parceria tem sido um enorme sucesso: “Graças ao esforço das equipas Portepim e Cromax, à qualidade do produto e tradição de excelência do serviço

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Portepim, a adesão das oficinas à Cromax foi absolutamente extraordinária.” A marca de repintura auto revela ainda que encara com grande otimismo o futuro, fruto do nível de satisfação dos novos clientes e da qualidade do serviço. As duas marcas apostam numa parceria de futuro que visa proporcionar aos seus clientes um serviço de alto nível e proximidade, bem como

as soluções técnicas com o objetivo de melhorar os padrões de rentabilidade e produtividade da oficina.


VENEPORTE

EXPANSÃO INTERNACIONAL No sentido de continuar a sua estratégia de alargamento da sua base de clientes e mercados, a Veneporte anunciou o início da colaboração com dois novos distribuidores no mercado europeu e ainda a sua participação na primeira edição da Automechanika Birmingham 2016. Assim, em Espanha, a Veneporte passará a contar com a Grovisa como seu distribuidor, enquanto na Finlândia a colaboração será feita com a HL Group, do Grupo NEXUS. José Gameiro, responsável de Marketing da empresa, reconhece a exigência dos mercados da Escandinávia e Norte da Europa. Por isso afirma que “o reforço nestes mercados só é possível porque a empresa tem apostado em oferecer ao mercado produtos de elevada qualidade, com um excelente nível de serviço e disponibilização de uma oferta integrada de todos os componentes do sistema de escape – Global Range Supplier”. A participação da Veneporte na Automechanika Birmingham 2016 é uma aposta estratégica da empresa, alavancada pelo reconhecimento da qualidade dos seus produtos e por uma gama adequada ao parque automóvel daquele país. De referir ainda que, no mês de abril, a empresa participou também na Automechanika México 2016, uma participação que deu frutos, pois está prevista para breve a comercialização dos produtos da empresa na América do Sul.

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ContiService

Formação em Liderança

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rede ContiService, no âmbito do seu plano de formação, proporcionou recentemente ao conjunto de agentes formação em Liderança. Sob o mote “Gerir o Negócio. Liderar Gerações. Servir o Futuro”, a formação visou o desenvolvimento de uma linha pessoal de liderança, identificando modelos para criar um plano de sucessão, estratégias para a gestão de conflitos pessoais e profissionais, bem como refletindo sobre modos de gerar motivação pessoal e na equipa. Pedro Teixeira, Diretor Geral da Continental Pneus Portugal e responsável pelo ContiService, destaca a formação como um pilar essencial para o sucesso de qualquer

negócio. “Para responderem de forma eficaz às exigências do mercado, clientes e colaboradores, os líderes de hoje têm de desenvolver um conjunto de ferramentas que os ajudem a tornar a sua liderança mais eficaz. Daí acharmos que esta era uma formação fulcral para os nossos parceiros”, esclareceu. O ContiService aposta num conjunto de parceiros especializados na prestação de serviços profissionais de pneus e mecânica. “Queremos ter uma rede de agentes dinâmicos e profissionais que disponibilizem ao mercado as melhores ofertas, com a melhor qualidade de serviço, sob a chancela Continental”, reiterou Pedro Teixeira.

GRUPO NORS

AD PORTUGAL

O “Surplus” é o novo espaço online do Grupo Nors e foi totalmente pensado para a divulgação de peças aftermarket destinadas a veículos ou aplicações mais antigas. Este será um local privilegiado para encontrar componentes das empresas de aftermarket do grupo – Civiparts, AS Parts e ONEDRIVE – para veículos antigos, sejam eles ligeiros ou pesados. Disponível em surplus.civiparts.com, o site surge em Inglês e permite a consulta de peças por referência original ou alternativa, bem como realizar encomendas diretamente.

A Tenneco Automotive e a AD Portugal estão a promover a Tour Monroe, uma iniciativa em que colocam à disposição dos seus parceiros um vistoso Mini Cooper a ostentar um amortecedor de grandes dimensões. A ação decorre no âmbito do projeto B-Connected e tem como objetivo sensibilizar para a importância dos amortecedores na segurança dos veículos. Simultaneamente, o Grupo AD Logistics, que comercializa, há 50 anos, produtos Monroe, promove uma campanha com condições comerciais especiais.

SITE DE PEÇAS PARA VEÍCULOS ANTIGOS

NA ESTRADA COM A MONROE


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Monroe

Centenário comemorado em Palmela

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Tenneco celebrou, na sua unidade em Palmela, os 100 anos da Monroe. A marca, que desde 1977 integra o universo Tenecco, prevê, até ao final do ano, fabricar cem milhões de amortecedores, o que se traduzirá na obtenção do primeiro lugar entre os fabricantes deste componente. “A festa

não seria possível sem os colaboradores da Tenneco, pois todos juntos fazemos a grandeza da Monroe”, afirmou Paulo Santos, Country Manager Monroe/ Tenneco em Portugal. A comemoração, para a qual foram convidados os 48 colaboradores da unidade de Palmela, contou ainda com a presença da caravana

do centenário da Monroe, que, ao longo do seu périplo nacional, já percorreu mais de 4000 km. A Tenneco, que recentemente anunciou a contratação de Bruce Ronning para o cargo de vice-presidente e diretor geral do pós-venda do grupo na Europa, aproveitou a ocasião para mostrar à imprensa presente no evento as suas instalações, que desde 1994 ocupam 2400 m 2 do Parque Industrial da Autoeuropa. A empresa lusa é, de resto, a sua principal cliente, absorvendo 70% dos sistemas de escape ali produzidos, a um ritmo de um a cada dois minutos, que duas horas mais tarde estão a ser montados nos três modelos produzidos por esta fábrica do Grupo VW. Com uma previsão de faturação para 2016 na ordem dos 13 milhões de dólares (11,6 milhões de euros), a fábrica lusa da Tenneco prepara-se para investir nesta unidade cerca de um milhão de euros em ferramentas e moldes. O motivo é a quase certa contratação para fornecer um novo modelo que será fabricado na Autoeuropa a partir de 2017: o novo SUV médio da marca de Wolfsburgo, que tem como base a plataforma MQB.

SPIES HECKER

FILOURÉM

A Spies Hecker tem em funcionamento uma nova ferramenta para a Rede Identica. Falamos de um novo site, pensado para comunicar com o grande público, com uma imagem moderna e uma organização simples e intuitiva. Disponível em www.identica.pt e com o objetivo aproximar e divulgar a Rede Identica e as oficinas que a compõem, esta foi a ferramenta encontrada pela conhecida marca dedicada à pintura auto para divulgar a forma como têm estruturado o leque de serviços disponíveis. E porque um dos principais objetivos do site é esclarecer e ajudar os clientes finais sobre as qualidades da Rede Identica, é possível encontrar no site alguns artigos e conselhos sobre a pintura da sua viatura e um localizador de oficinas, para que o cliente possa selecionar a oficina mais próxima da sua localização.

A Filourém acaba de reforçar as suas opções em travagem com o lançamento da nova linha de Hidráulica da Italcar. Nesta nova gama de produtos englobam-se bombas, bombites e compensadores de travão, bem como bombas de embraiagem. A Filourém destaca que esta nova gama satisfaz a maioria das necessidades correntes do parque automóvel português, ao mesmo tempo que oferece a melhor relação preço/qualidade.

NOVA LINHA HIDRÁULICA ITALCAR

REDE IDENTICA COM NOVO SITE

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RPL CLIMA

FORMAÇÃO EM AR CONDICIONADO As oficinas que têm máquinas de intervenção/ carregamento de ar condicionado de veículos têm de ter um técnico atestado por entidade atestadora reconhecida pela Agência Portuguesa do Ambiente, de acordo com o Dec. Lei 56/2011. Para colmatar essa necessidade, a RPL Clima propõe a realização de uma ação de formação para o atestamento/ registo do técnico, com 12 horas de duração, divididas entre seis de componente teórica e seis de componente prática. A ação de formação decorrerá nas instalações da empresa algarvia, sendo que a inscrição inclui o registo do técnico e o material de formação.


COMETIL

BASE DE DADOS DE ALINHAMENTO A Cometil está a apostar num serviço de comercialização de bases de dados para o alinhamento de rodas. Esta base de dados técnica multimarca é disponibilizada em formato papel e inclui medidas dos ângulos da geometria da direção e suspensão, procedimentos de fábrica e descrição do modo de realização dos ajustamentos que existem nas várias marcas. Os documentos exibem informação técnica detalhada através de ilustrações; procedimentos OEM; ferramentas OEM necessárias; e pontos de ajustamento, sendo, de acordo com a Cometil, de fácil consulta e manuseamento e ideais para equipamentos de alinhar que não disponham de base de dados alargadas ou de atualizações. PUBLICIDADE

FCT Nova

Formula Student celebra um ano de vida

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FCT Nova Formula Student completou o seu primeiro ano. Este projeto foi criado por estudantes da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, no Monte da Caparica, e visa a participação na Formula Student. A prestigiada competição desafia estudantes a criarem um monolugar de competição, que será posteriormente avaliado em diversos parâmetros num evento internacional em que participam milhares de estudantes e onde marcam presença diversos representantes de empresas. Entre os parceiros do projeto incluem-se a Revista Turbo e empresas como a Ferdinand Bilstein. Abordando a importância das parcerias entre estudantes e empresas, Joaquim Candeias,

Diretor Geral da Ferdinand Bilstein Portugal, destacou: “Faz todo o sentido ajudar estudantes que amanhã vão estar no mercado de trabalho”. Para o Diretor Geral da Ferdinand Bilstein Portugal, a possibilidade de, ainda numa fase em que estão a completar a sua formação académica, os estudantes poderem ter já um contacto com o mundo de trabalho é visto como um trunfo para o seu futuro profissional. “Temos uma percentagem elevada de engenheiros que têm saído das faculdades a trabalhar connosco, porque hoje fazemos a pesquisa e desenvolvimento de produto em Portugal. Grande parte é feita daqui para todo o mundo, e a Ferdinand Bilstein está em 140 países. Todo esse trabalho é feito a partir daqui, somos pioneiros.”


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REVISÃO LEIRILIS

DISTRIBUIÇÃO DE BATERIAS FEMSA

Rubete

Distribuição exclusiva da Heyco A Rubete conquistou a comercialização exclusiva em Portugal da Heyco e tem, desde já, disponíveis as diversas ferramentas manuais que compõe a gama desta marca premium. De acordo com a empresa, fundada em 1980, “a Rubete tem mantido a filosofia empresarial de que mais vale fabricar e comercializar equipamentos industriais de qualidade”. “O nosso modelo baseia-se em estabelecer relações de confiança e de longa duração com os nossos clientes. Por isso, desde o aparecimento da crise assumimos que só poderíamos criar valor acrescentado se entendêssemos bem a situação e buscássemos instrumentos para que os nossos clientes pudessem fazer-lhe frente, pois tínhamos passado de uma situação de mercado de procura, em que a prioridade dos clientes consistia em assegurar o fluxo de entrega por parte do fornecedor, a uma situação de excesso de oferta e queda dos preços.” Assim, desde 2011, a Rubete tem apostado no aumento de vendas por via da inovação e do incremento do catálogo. “Conscientes de que na adaptação

está também a oportunidade, e de que a Rubete devia dar uma resposta a esta tendência, é com grande satisfação que informamos o acordo de distribuição exclusiva das ferramentas manuais ‘made in Germany’ Heyco para Portugal”, refere a empresa, sublinhando que as ferramentas Heyco “levam o trabalho a outro nível” e oferecem “uma ampla gama e a melhor qualidade para enfrentar as condições de trabalho mais exigentes”. Recorde-se que a Rubete possui uma carteira com mais de 400 clientes. Na sua estratégia de chegar a todo o país na comercialização exclusiva da marca Heyco, a empresa reuniu nas suas instalações em Vila Nova de Gaia os parceiros em que decidiu apostar para a distribuição Heyco localmente, com a presença oficial de responsáveis do fabricante alemão. O evento contou com a presença de mais de 40 revendedores convidados, que tiveram a oportunidade de conhecer e rever a gama de ferramentas manuais, bem como de se familiarizar com o processo de produção das mesmas.

A Leirilis começou a distribuir as baterias Femsa, revelando assim uma continuada aposta na qualidade e diversidade da sua gama de produtos, com o objetivo de atender às necessidades dos seus clientes. De acordo com a Leirilis, as baterias Femsa destacam-se pela qualidade e pelo alto rendimento, podendo ser utilizadas em praticamente todos os veículos de passageiros e pesados. Como pontos fortes deste novo produto destacam-se a relação qualidade-preço, a instalação fácil e a vasta cobertura de mercado, que, para a empresa de Leiria, fazem da Femsa uma bateria de arranque ideal para as oficinas e, consecutivamente, para os consumidores finais.

COPEROL

FORMAÇÃO SOBRE ROLAMENTOS A Coperol levou a cabo duas ações de formação sobre rolamentos, ambas em instalações próprias. A primeira teve lugar na Maia e a segunda em Frielas. Estas sessões foram promovidas pela Coperol e pela Fresa, versando sobre a montagem e desmontagem de rolamentos, incluindo ainda uma demonstração de ferramentas utilizadas para a sua aplicação. De acordo com a empresa, o sucesso desta iniciativa e os resultados alcançados são um fator motivador para todos os que estiveram presentes e para os promotores deste encontro. A Coperol refere ainda que participaram nas duas ações um total de 150 pessoas, entre colaboradores e clientes.

TIPS 4Y

WORKSHOP E ATUALIZAÇÕES A TIPS 4Y (TecAlliance Sales Partner) organiza o primeiro workshop em Portugal exclusivamente dedicado à TecRMI (Repair and Maintenance Information), área da TecAlliance especializada em informação sobre reparação e manutenção automóvel. Dedicado a profissionais, o evento terá lugar em Lisboa no próximo dia 15 de junho e contará com a presença de Ralf Pelkmann (Executive Vice-President da TecAlliance para a gestão de informação), Reiko Böhme (Solution Management) e

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Pedro Barros (CEO da TIPS 4Y). Entre os temas que serão abordados, merecem destaque os temas da qualidade da informação, os benefícios da utilização das soluções, a cobertura de dados e as diversas aplicações do TecRMI. A organização promete ainda várias novidades para este dia de trabalho. Ao mesmo tempo que prepara este workshop, a empresa portuguesa anuncia ter adicionado à sua base de dados de matrículas os dados referentes ao ano de 2015, que podem ser

utilizados no Catálogo TecDoc ou via WebService nas soluções dos seus clientes. O WebService Pesquisa por Matrícula, que assenta numa base de dados com mais de 8,3 milhões de registos, garante uma exatidão de 97% na identificação da viatura, permitindo uma redução significativa de reclamações pela eventual identificação errada da viatura, que podem representar cerca de 20% de todas as reclamações relacionadas com a encomenda de peças.


TECNIVERCA

NOVIDADES HYPREL A Tecniverca tem novidades no seu portefólio de artigos da marca Hyprel. A partir de agora, a empresa tem em stock novas referências desta marca especializada em artigos hidráulicos e ferramentas. Entre eles contamse macacos de garrafa, prensas, tanques de lavagem de peças, travessas reguláveis, macacos longos, gruas, etc.. Merecem destaque os diferenciais de corrente, leves e de fácil utilização, com alta eficiência, segurança e fiabilidade, bem como com o mínimo de manutenção: CB500 – 0,5 Ton – 2.5 mts de elevação; CB1000 – 1 Ton – 2,5 m de elevação; CB2000 – 2 Ton – 2,5 m de elevação; CB3000 – 3 Ton – 3 m de elevação; e CB5000 – 5 Ton – 3 m de elevação. Outra novidade é o elevador móvel ML1500P, com uma altura máxima de 1,1 m e capacidade de 1,5 toneladas. Tem rodas para uma fácil arrumação e uma bomba pneumática de controlo manual. O posicionador de rodas WD1000 também é novidade. Serve para a remoção e manuseio de rodas de veículos industriais, comerciais e agrícolas. Com um cilindro hidráulico de alta qualidade, permite precisão e rapidez no ajuste da montagem da roda, fruto dos dois rolamentos para o posicionamento correto da roda nos furos dos pernes.

MOBINOV

ASSOCIAÇÃO DO CLUSTER AUTOMÓVEL Criada pela ACAP e pela AFIA, a Mobinov – Associação do Cluster Automóvel em Portugal é a nova associação do setor. Com sede em Matosinhos e uma delegação em Lisboa, esta entidade é formada pelas pessoas singulares e coletivas que integrem a cadeia de valor da indústria automóvel portuguesa – com atividades em setores como a construção automóvel, seus componentes e atividades conexas – juntamente com associações de empresas e de suporte e ainda entidades de formação profissional e do Ensino Superior. A Mobinov tem como objetivo estabelecer-se como plataforma aberta de apoio à dinâmica de clusterização das diversas indústrias do setor automóvel. Entre as vantagens desta agremiação de entidades está a articulação dos intervenientes do setor automóvel em Portugal e também de iniciativas que promovam a valorização da competitividade e da industrialização.


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Best of Belron

Competição e inovação A Belron escolheu Portugal para a final mundial da competição Best of Belron. À margem da competição, a empresa realizou ainda a sua segunda conferência mundial. TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO

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oi no MEO Arena, em Lisboa, que nos passados dias 18 e 19 de maio se realizou a nona edição da Best of Belron, competição bianual que distingue os melhores técnicos de reparação e substituição de vidro auto das empresas que compõem o Grupo, em Portugal representado pela Carglass. Eram nada menos que 27 os finalistas, em representação de outros tantos países, que se digladiaram durante os dois dias da competição para conseguir não apenas o título de melhor técnico do Grupo, o “Best of Belron”, mas também o prémio monetário de um ano de salário e a possibilidade de dar um importante passo na sua carreira dentro da estrutura das respetivas empresas. Apoiando-se no “Belron Way of Fitting”, o método de trabalho aplicado em todas as

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empresas do Grupo, os finalistas, que para chegar ao MEO arena tiveram de vencer as competições nos respetivos países, foram avaliados quanto às suas capacidades técnicas, mas também no que respeita à forma como comunicam com os clientes, antes e depois de o trabalho realizado. No final, a competição foi ganha por Gary Riebesehl, dos EUA, que bateu a concorrência nas quatro provas que compunham esta edição: reparação de um parabrisas e remoção e substituição de um vidro do quarto traseiro; remoção e substituição do vidro traseiro; remoção e substituição de um vidro lateral; e remoção e substituição de um parabrisas, incluindo a recalibração do sistema de apoio ao condutor (ADAS – Advanced Driver Assistance System). Além dos 27 postos de competição, o espaço do MEO Arena estava pontilhado de zonas

de exposição, onde era possível conhecer um pouco mais deste grupo, fundado em 1897 na Cidade do Cabo, na África do Sul, bem como tomar contacto com as mais recentes tecnologias e produtos do Grupo, inclusive com a nova linha de produtos car care lançada pela Carglass, a ProTech, que teve no evento lisboeta a sua estreia mundial e o início oficial da comercialização, e com as agências modulares, um novo conceito da Carglass de existe já em cinco localidades. Como nos diz Jorge Muñoz Cardoso, diretor-geral da Carglass Portugal, estas agências são uma forma rápida e eficaz de a empresa crescer e também uma mais-valia para o cliente: “Trata-se de um módulo que colocamos no parque de estacionamento de uma superfícies comercial e, numa semana, conseguimos ter uma porta aberta para receber os nossos clientes, da


DE LISBOA PARA O MUNDO

João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria, enalteceu a escolha de conferencistas para o evento

Marco Timóteo foi o vencedor nacional da competição Best of Belron, que se realizou nos dias 21 e 22 de outubro de 2015, na Estufa Fria, em Lisboa. Este colocador de vidros de 36 anos, que atualmente desempenha funções na Carglass Lisboa Oriente, foi, assim, o representante escolhido pela Carglass para defender as cores nacionais na final mundial. Em entrevista à TURBO OFICINA, Marco Timóteo revelou-se esperançado na vitória e em cumprir todos os procedimentos à letra, com a esperança de que uma boa classificação nesta competição lhe abra novas oportunidades no seio da Carglass Portugal. Orgulhoso de representar o país, pois “fazer parte de um evento onde estão os melhores colocadores de vidros do mundo Belron é o topo da carreira de um colocador”, Timóteo afirmou não ter treinado especialmente para a competição, apenas tendo usados uns dias antes da competição para conhecer melhor o carro que iria ser utilizado, uma berlina Audi A4. A ausência de treino não implica uma falta de dedicação à competição, justificando-a Marco Timóteo como o facto de as atividades que iria realizar durante a prova serem o seu dia a dia: “Temos é especial atenção aos pormenores, porque estamos a ver quem é o melhor do mundo.”

Nos dois dias de trabalho, a conferência global da Belron reuniu mais de 500 parceiros e clientes da marca

mesma forma e com a mesma qualidade que o fazemos numa agência de tijolo.” APROVEITAR A TECNOLOGIA Ao mesmo tempo que decorria esta final mundial, e pela segunda vez, a Belron levou a cabo a sua World Client Conference, uma conferência em que reuniu 400 dos seus parceiros de negócio no setor da reparação e substituição de vidro automóvel, mas também do setor segurador e das frotas. Sob o tema “Beneficiar da Tecnologia – Desenvolvimentos da indústria que pode aproveitar”, a Belron trouxe ao MEO Arena vários conferências, de onde se destacam nomes como Bryan Reimer, do MIT; Alex Lowe, da Google; John McNeil, da Tesla; e Magnus Lindkvist. Em dez sessões foram debatidos temas como os carros conectados e as oportunidades

que trazem às oficinas, a digitalização do negócio, os novos perfis de consumidores e a eletrificação do automóvel. João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria, na sua intervenção, ressalvou a importância da revolução digital na indústria, a Indústria 4.0, e a vontade de o nosso país se posicionar no pelotão da frente da digitalização da indústria. Como exemplo do trabalho que está a ser realizado já em Portugal, Vasconcelos referiu o caso da Autoeuropa, que usa já sete impressoras 3D nas suas operações e que começou recentemente a testar uma solução desenvolvida por uma startup portuguesa, um carrinho robô autónomo que acompanha o operário na fábrica, transportando as ferramentas necessárias à sua função. O governante português mencionou também

o caso do acordo de investigação assinado recentemente entre a Universidade do Minho e a Bosch para o desenvolvimento a partir de Braga de novas tecnologias para a indústria. Para Vasconcelos esta é também a altura para investir na qualificação dos colaboradores e na criação de equipas multidisciplinares para aproveitar as oportunidades que esta nova revolução industrial apresenta. O secretário de Estado aproveitou ainda a oportunidade para dar a conhecer a iniciativa lançada pelo governo no passado dia 21 de abril, apelidada “Indústria 4.0”, que reúne à mesma mesa, pela primeira vez, empresas multinacionais como a Altisse, a Bosch ou a Google, e o governo, com o intuito de delinear uma estratégia nacional para a digitalização da indústria, dividida em quatro áreas: Agroindústria, Automóvel, Retalho e Turismo. JUNHO 2016

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o fornecedor luso: “Se isto for para avançar, gostaríamos de manter o fornecedor português a distribuir para o resto do mundo.” Por cá, os produtos são vendidos diretamente ao público em várias superfícies comerciais e também através dos centros Carglass, oferecendo “um complemento à proteção que damos hoje em dia aos carros com a substituição e reparação dos vidros”, diz o diretor-geral da marca em Portugal.

Carglass Portugal

Novidades paralelas À margem do evento mundial da Belron fazia-se o lançamento da nova linha de car care da Carglass Portugal, um projeto pioneiro com ADN totalmente português. TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO

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Carglass Portugal aproveitou o facto de ser a anfitriã do Best of Belron 2016 para, nos dias do evento, lançar a gama Protech, uma linha de produtos car care pioneira dentro do Grupo. Segundo revelou Jorge Muñoz Cardoso, diretor geral da Carglass Portugal, à TURBO OFICINA, este projeto nasceu em Portugal e foi uma ideia da Carglass, que resolveu aproveitar a notoriedade da marca para abraçar uma nova oportunidade de negócio e, assim, diferenciar-se ainda mais da concorrência: “Pensámos que, se já protegemos os ocupantes da viatura, por que não proteger o carro em si?” Composta por três linhas – Vision, Interior e Exterior –, a gama Protech tem mais de 40 produtos diferentes, dos ambientadores da linha Interior, às escovas limpa-para-brisas da linha Vision, passando pelo renovador de faróis da linha Exterior, entre outros. Todos os produtos são fabricados em Portugal, mercado onde são vendidos em exclusivo, embora a Carglass espere que o sucesso desta gama no mercado nacional seja o impulsionador para que a gama Protech se estenda a todo o universo Belron. “O objetivo da Belron é que estes produtos estejam disponível em todo o mundo”, diz Jorge Cardoso. Caso tal aconteça, Jorge Cardoso não esconde a vontade de que se mantenha

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OS MAIS DE 40 PRODUTOS QUE COMPÕEM A GAMA PROTECH SÃO DE ORIGEM PORTUGUESA

DE VENTO EM POPA Tal complemento deverá servir para alavancar ainda mais o negócio da Carglass, que, em 2015, registou um crescimento de 8% face ao ano anterior, valor que, até agora, se cifra nos 18%: “O nosso crescimento tem sido exponencial”, diz o responsável. Apesar do lançamento da nova gama, neste momento, o foco da Carglass Portugal é a expansão geográfica da rede, algo em que a marca não apostava tanto, como diz Jorge Cardoso: “Como sempre oferecemos o serviço móvel gratuito, pensávamos que não faria grande diferença termos uma presença tão próxima aos clientes, pois este serviço colmataria as falhas. Mas constatámos que não é bem assim, em algumas zonas do país as pessoas precisam de conhecer as caras de quem se ocupa dos seus carros.” Atualmente com uma rede composta por 38 agências, cinco das quais abertas em 2016, a Carglass pretende abrir duas novas agências durante o mês de maio (Mafra e Famalicão), e mais 20 até ao final de 2017, com o intuito de garantir que quem quiser escolher os seus serviços tenha uma agência perto de si. Esta proximidade far-se-á também no mundo digital. Jorge Cardoso revela que a Carglass Portugal está a desenvolver várias soluções para informatizar os seus serviços, de que é exemplo o site atualmente em desenvolvimento pela marca, onde será possível escolher o horário e o local da intervenção a realizar, bem como saber o seu estado em tempo real. Sobre a importância de receber o Best of Belron em Portugal, Jorge Muñoz Cardoso diz ser “importantíssimo” para a empresa: “Somos um país muito pequenino, mas com muita visibilidade no grupo. A Belron tem os olhos em nós, o que também terá ajudado a sermos os anfitriões deste evento.” Além da notoriedade dentro do Grupo, o facto de este evento se realizar em Portugal permitiu à Carglass ter presentes muito mais clientes institucionais, o que Jorge Cardoso afirma ser “um grande orgulho e mais uma forma de nos diferenciarmos da concorrência. Este exemplo é prova disso e acho que não há muitas empresas no mundo que façam eventos desta envergadura para reconhecer os seus colaboradores, que são as pessoas mais importantes do nosso negócio.”


Belron

Agradecer aos heróis

Para Gary Lubner, CEO do Grupo Belron, esta competição é uma forma de reconhecer e agradecer o trabalho dos colaboradores, que são “os nossos heróis” TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO

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maior evento do calendário do Grupo Belron realizou-se este ano em Lisboa e serviu para descobrir o melhor entre os técnicos dos 27 países a concurso. Mas, de acordo com Gary Lubner, CEO do Grupo Belron, o Best of Belron serve para muito mais. Em primeiro lugar, serve para reconhecer os colaboradores da empresa, que fazem a diferença para a concorrência: “É muito difícil dar-lhes este reconhecimento”, diz Lubner. Por isso existe esta competição, “para lhes agradecer o seu trabalho e para lhes mostrar como estamos gratos pelo que fazem”. Além disso, o Best of Belron é uma oportunidade para mostrar aos clientes do Grupo o quão importantes são a segurança, a qualidade e os standards técnicos da empresa, bem como o seu constante melhoramento. “Ao fazermos esta competição, acreditamos elevar a fasquia a cada edição, e reforçamos a importância de recomendar a nossa empresa, ao invés de outras que não dão tanta atenção à segurança, à qualidade, aos procedimentos e à utilização do equipamento, técnicas e ferramentas corretos”, diz Lubner, que acredita que um evento como este serve para revelar aos 500 clientes presentes, de todos os quadrantes, as tendências, o futuro e o trabalho realizado. Se para a Belron este é um evento importante, para quem nele compete é uma oportunidade muito importante. Para além do aliciante prémio monetário para o vencedor (um ano de salário), Gary Lubner refere ainda que esta é uma oportunidade de carreira: “De entre todos os finalistas anteriores, 90% são promovidos dentro das suas organizações. Esta também é uma forma de eles avançarem nas carreiras, especialmente se forem o Best of Belron.”

FORMAÇÃO FUNDAMENTAL Realizar um evento desta envergadura em torno do desempenho dos seus colaboradores

Gary Lubner, CEO da Belron, diz que este evento é uma forma de agradecer aos colaboradores

é também uma montra para a formação deste Grupo, que vê nela um aspeto crucial do negócio: “A formação, para nós, é essencial. Temos de ter os melhores técnicos do mundo, porque queremos oferecer o melhor serviço do mundo.” “Tudo começou quando decidimos que haveria apenas uma maneira correta de colocar um vidro numa determinada viatura, onde quer que esteja. A isso chamamos ‘Belron Way of Fitting’”, explica Lubner. Com base nesta premissa, o Grupo desenvolveu um programa de formação global, que determina “A” forma de colocar corretamente qualquer vidro. O procedimento é depois colocado na base de dados técnica online, disponível para todos os técnicos, garantindo acesso generalizado à informação. Além disso, todos os países têm uma equipa de formação que está constantemente a atualizar os métodos de trabalho para cada um dos carros que chegam ao mercado, mas também os métodos de formação: “Estamos a começar a experimentar a formação em ambiente de realidade virtual”, diz Lubner.

FUTURO DESAFIADOR A aposta nas novas tecnologias é prova do impacto que estas têm no negócio. Mas, embora reconheça que a digitalização altera os hábitos de consumo e que as gerações mais novas não estão a comprar tantos carros, Gary Lubner crê existirem ainda várias oportunidades no mercado. Apesar de desafiador, o futuro não assusta o CEO do Grupo Belron: “Enquanto organização, temos muitas capacidades. Somos bons a solucionar problemas. Por agora são problemas com vidro, mas toda a nossa infraestrutura se apoia na solução de problemas. O grande desafio será tentar utilizar estas capacidades para outro fim que não o vidro. Ainda não nos debruçámos sobre o que poderá ser, mas acho que teremos de pensar nisso.” Por outro lado, o mundo digital é também uma grande oportunidade, permitindo um contacto direto entre empresas e clientes através da Internet e dos smartphones. “O futuro será muito interessante. Teremos grandes desafios, mas também oportunidades.”

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Cuidados preventivos O conceito CleaningAuto promove a utilização do hidrogénio para descarbonizar o motor dos automóveis, num processo que poupa tempo e diminui a fatura para o consumidor. “Uma grande oportunidade para as oficinas”, diz o seu responsável. TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO

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processo de combustão gera partículas de carbono que se vão depositando no motor e no sistema de escape, perturbando o bom funcionamento do automóvel. A este processo chama-se carbonização do motor, agravado pela utilização do automóvel em percursos pequenos e a velocidades reduzidas, que impossibilitam que o motor atinja a temperatura ideal de funcionamento. Desta carbonização resultam não apenas emissões de gases de escape mais elevadas, mas também uma diminuição das prestações do automóvel e até a avaria de componentes como EGR, filtro de partículas, turbo, injetores, sondas lambda, entre outros. Para diminuir o tempo despendido com o processo de limpeza do motor, bem como a fatura que o cliente terá de pagar por este serviço, a CleaningAuto propõe uma nova forma de realizar a descarbonização do automóvel, que recorre ao hidrogénio para fragmentar estes depósitos, um processo que se realiza em cerca de uma hora, sem necessidade de desmontar peças. Como diz o seu responsável, Hélder Costa, da Joaquim Gameiro, esta é uma “verdadeira oportunidade de negócio para as oficinas”, pois conseguem oferecer um novo serviço ao cliente, rentabilizando o tempo de serviço com outros trabalhos: “O carro está uma hora parado na oficina e, durante este tempo, é possível orçamentar outros trabalhos, fazer um check-up ao carro ou realizar outras intervenções”, diz. Para realizar este processo é utilizada uma máquina especial, a Carbon Remover EP-506, que gera hidrogénio a partir da atmosfera e o injeta no sistema de admissão do automóvel, iniciando-se o processo de fragmentação. Daí passa para a câmara de combustão e, posteriormente, para o sistema de escape,

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onde os gases regressam ao circuito através da ERG. Assim chegam aos depósitos catalíticos e às sondas lambda, repetindo-se o processo. A limpeza demora cerca de uma hora, período no qual o veículo tem de permanecer ligado e acelerado às 1100 rpm, para garantir a circulação do gás por todo o sistema. Além destes cuidados não existe nenhum tipo de parametrização adicional. No total, Hélder Costa promete a fragmentação de entre 70 e 80% do carvão acumulado no sistema ao cabo de uma hora de funcionamento da máquina. Além de melhorar as performances ambientais e de potência do motor, este processo faz também descer os consumos, descida que Hélder Costa estima ser, baseando-se no relato de clientes, de até 0,5 l/100 km. SOLUÇÃO DE NEGÓCIO Numa altura em que Hélder Costa buscava um novo serviço para acrescentar à oficina Joaquim Gameiro, foi em França que tomou contacto com estas máquinas e se apercebeu de que este novo serviço seria uma mais-valia para os seus clientes. O passo natural foi, então, assegurar a sua representação e comercialização em Portugal, garantindo, assim, duas oportunidades de negócio: por um lado, os clientes da oficina, a quem presta o serviço de descarbonização; por outro, as oficinas que precisam de novas oportunidades de negócio e a quem vende as máquinas. Detentora da exclusividade na comercialização das Carbon Remover EP-506, que são fornecidas por uma empresa portuguesa, a CleaningAuto lançou-se no mercado em fevereiro de 2016. De lá até à altura em que a TURBO OFICINA visitou as suas instalações em Albergaria dos Doze eram já 12 os clientes da empresa, com a sua maioria a concentrar-se na zona de Lisboa.

Além disso, a CleaningAuto estabeleceu uma parceria com a rede Rino, estando a ultimar-se as negociações para que a totalidade da rede possa ter estas máquinas a funcionar e passe a oferecer este serviço aos seus clientes. Permeável às novas tecnologias, Hélder Costa revela que a CleaningAuto apostará nesta ferramenta, nomeadamente através da criação de um site onde o consumidor final conseguirá agendar uma marcação para o seu automóvel, sendo depois reencaminhado para a oficina mais perto da sua localização. No mesmo site haverá um mapa com a localização de todas as oficinas que possuem esta máquina, o que, no entender do mentor do projeto, “são duas formas de canalizar negócio para os clientes, funcionando como uma espécie de rede especializada neste serviço”. O investimento nesta solução é, refere Hélder


CARBON REMOVER EP-506. DUAS MÁQUINAS, UM NOME Carbon Remover EP-506 é o nome de ambas as máquinas comercializadas pela CleaningAuto para a descarbonização dos motores a gasóleo e a gasolina. A diferença está apenas na mobilidade e na capacidade de produção de hidrogénio. A Carbon Remover EP-506 de 12 volt é ligada à bateria do carro, o que lhe garante maior mobilidade no espaço oficinal, mas a torna dependente da capacidade de produção do alternador. Tem um gerador de

650 watt e produz três litros de hidrogénio por minuto. A Carbon Remover EP-506 de 220 volt liga-se à tomada, sendo, por isso, menos móvel que a primeira. Em contrapartida, tem um gerador de 3000 watt, o que a obriga a ter uma turbina e um radiador de arrefecimento, mas lhe garante uma capacidade de produção de 11 litros de hidrogénio/min. É muito mais eficiente do que a de 12 volt e permite até ser utilizada em motores de camião.

Ambas têm um ano de garantia e uma manutenção simples, diz Hélder Costa, que garante que, em caso de avaria, a máquina é levada para o fornecedor para ser reparada, ficando o cliente sempre com uma máquina de substituição. No entanto, até agora, ainda não tiveram nenhum tipo de reclamação: “Temos pouco tempo de trabalho e era mau sinal se já houvesse problemas. Mas estas máquinas foram já amplamente testadas em França e são muito fiáveis.”

Costa, facilmente recuperável, realizando apenas um punhado de intervenções diárias, comercializadas a um preço que o gestor recomenda não seja inferior a €60. As Carbon Remover EP-506 podem ser adquiridas em renting, custando, em qualquer dos casos €125/ mês, durante 60 meses. Caso o cliente opte pela compra direta, os preços são de €4490 mais IVA para a máquina de 12 volt e de €5990 mais IVA caso opte pela de 220 volt. Juntamente com a máquina, o cliente recebe 1000 flyers de divulgação local e uma placa outdoor para indicar o serviço. Fechado o negócio, a máquina chega à oficina em duas a três semanas, cabendo à Cleaning Auto o transporte e a formação inicial dos colaboradores. Entregam também o manual de manutenção, que implica uma purga do sistema a cada 50 utilizações e, quando necessário, a reposição dos dois consumíveis: o Penzoil, utilizado para a geração do hidrogénio, e o Techtarget, que aumenta o poder de fragmentação do hidrogénio. Em termos de segurança, o responsável afirma não serem necessárias precauções adicionais: “Além de o hidrogénio estar a ser gerado junto ao sistema de admissão e ser logo absorvido, o volume de produção não é elevado.” JUNHO 2016

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Cadeia de valor

Software de gestão e aumento de eficácia A máxima eficácia em todos os patamares da cadeia de produção é um objetivo de todas as empresas, independentemente do setor de atividade. O software de gestão está a dar um importante contributo. TEXTO GUSTAVO BRITO DIRETOR-GERAL DA IFS IBÉRICA PEDRO FIGUEIREDO DIRETOR TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO DA BORGSTENA

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o que diz respeito à revolução da produção – a muito discutida Internet das Coisas e a Indústria 4.0 – o setor automóvel assume um papel pioneiro. A indústria automóvel tem vindo a acelerar o processo em que materiais e máquinas comunicam entre si graças à Internet das Coisas permitindo uma produção mais inteligente, flexível e amiga do ambiente. Assim, qualquer tendência tem como objetivo suportar a globalização e contribuir para a alteração das necessidades das pessoas, sendo que a transparência e flexibilidade na cadeia de valor serão a base do processo. A eficiência é, portanto, a chave para ter sucesso nos mercados internacionais, cada vez mais competitivos. Tendo este aspeto em conta, a indústria 4.0, bem como outras tendências emergentes, está a

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criar um conjunto de oportunidades e desafios que impactam diretamente a cadeia de valor. É desde logo o caso da Mobilidade do Mercado. Muitas organizações estão deslocalizar os seus processos produtivos, da Ásia para o Leste da Europa, resultando daí o desafio de integrar a cadeia de valor e atingir uma comunicação rápida e efetiva através de diferentes países, culturas e línguas. Outro dos desafios vitais é a integração dos Múltiplos Fornecedores. A colaboração é a chave para as empresas com diversos pedidos e uma cadeia de distribuição apertada. Os fornecedores mais pequenos devem ser capazes de comunicar com os grandes, bem como com os produtores (OEMs). Contudo, é sabido que a inexistência do seu próprio ERP causa problemas, não só ao nível da cadeia de

distribuição como da sua própria visibilidade. Outro dado a ter em conta é a Produção Multimodo. Atualmente, os produtores não fazem apenas componentes simples, mas sim módulos e sistemas inteiros, constituindo-se como empresas que necessitam de planear processos de engenharia complexos. Por fim, cada vez mais, é importante estar atento à chamada Cadeia de Valor Internacional. A exportação tem vindo a abrir novos desafios regionais – desde diferenças no desalfandegamento e das autoridades públicas – até ao movimento dos contentores. As empresas que operam global estão a analisar novas formas de garantir a entrega das suas mercadorias no estrangeiro. O software de gestão (ERP), que tem vindo a evoluir muito rapidamente, fez com que a


produção automóvel disponibilize formas cada vez mais eficazes de responder às novas exigências da cadeia de valor. CADA CASO… Através das soluções de software de gestão passa agora a ser possível enquadrar as exigências internacionais dos produtores e seus fornecedores numa solução única. Desta forma, os produtores de automóveis estão a beneficiar com as soluções de ERP que providenciam uma eficiência e redução de custos em toda a cadeia de valor desde a produção até à distribuição. Contudo, importa mencionar que nem todos os ERP foram pensados para funcionar de acordo com os mesmos métodos. Importa, por isso, perceber, o que devemos esperar de uma solução de ERP. As empresas que procuram uma solução de gestão ERP devem procurar algo que tenha um histórico no setor automóvel. As soluções devem ser pensadas para o setor providenciando conhecimento sólido a nível internacional através de diversos sistemas financeiros e nas diversas legislações. A solução a implementar, deverá ser escalável, pensada para largas implementações, escritórios virtuais, pequenas divisões e até apenas subsidiárias. As empresas que estão em desenvolvimento do seu processo de produção precisam de investir num sistema de ERP que suporte produção multimodo. Os novos e complexos processos de engenharia precisam de ser implementados sem dificuldades e sem necessidade de pagar para personalizar o sistema. Para gerir os complexos relacionamentos entre empresas é necessária uma cadeia de valor integrada. As empresas do setor automóvel devem olhar para os sistemas de gestão que podem ser facilmente abertos para clientes e fornecedores através de portais web de Electronic Data Interchange (EDI) e B2B. Desta forma, as empresas poderão obter visibilidade através da cadeia de valor permitindo que os fornecedores e os seus clientes tenham acesso a informação de forma segura – e tornando mais fácil o envolvimento e atualização de todos os intervenientes, mesmo sem o seu próprio sistema de ERP. É agora possível usar uma solução que apoie os pedidos de todos os clientes e fazendo previsões. Isto significa que passa a ser possível reagir mais cedo para planear o procurement interno e externo ou o respetivo stock por diferentes localizações. No caso da Borgstena, empresa do setor automóvel com localizações em vários países, a inclusão de um sistema de ERP permitiu o aumento de eficiência e dos ganhos em todos os processos produtivos, ao mesmo tempo que passou a beneficiar de um sistema end-to-end que permite uma monitorização completa e contínua dos processos da cadeia de fornecimento da empresa.


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PARTE 2

Padronização do trabalho

GESTÃO LEAN APLICADA À OFICINA Dossier Excelência na Produtividade

Respeitar!

Implementadas todos os passos da filosofia 5S – Separar, Organizar, Limpar e Padronizar – é necessário garantir que os novos hábitos perduram no tempo e que todos respeitam as práticas abraçadas.

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epois de termos identificado os principais constrangimentos à produtividade e de termos empreendido mudanças para solucioná-los, chegamos à última e mais relevante fase da filosofia dos 5S: de nada servirão os passos dados anteriormente se, no dia a dia, todos os elementos não os cumprirem e garantirem a sua continuidade. Há, assim, que “Respeitar”!

QUAL A RELEVÂNCIA DESTA FASE? Nesta fase, temos a implementação concluída e as regras estabelecidas. Há portanto que as Respeitar. Nesta fase os 5S deverão fazer parte integrante do dia a dia, mesmo na presença de fatores externos de perturbação. Síntese: Criar rotinas de auditoria de forma a manter todo o trabalho desenvolvido COMO PROCEDER?

EM QUE CONSISTE? A Fase Respeitar é a final e a mais relevante. É dela que emanam as melhorias na eficiência dos trabalhos e a manutenção das boas regras de segurança e organização; O Respeitar aplica-se a todas as fases anteriores: Classificar, Organizar e Limpar, num todo; Este pilar vai também prevenir revezes na implementação, atuando como um reforço fundamental na criação dos novos hábitos diários e na definição de rotinas de auditoria diária de Posto de Trabalho. Síntese: Tomar o hábito de aplicar os 5S, respeitar as regras definidas pela equipa e melhorar continuamente todos os aspetos do trabalho diário.

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PASSO 1 Há que tornar o Classificar, Organizar e Limpar, tarefas diárias até que se afirmem como um hábito. Ajuda nomear um responsável pelos 5S e claramente atribuir responsabilidades à equipa, integrando os 5S nas atividades diárias normais da organização. PASSO 2 Crie escalas de serviço, onde cada elemento da equipa tenha um papel ativo e onde seja periodicamente o Responsável pela condução das visitas de avaliação 5S. Verificar regularmente a implementação e manutenção

dos 5S, com a ajuda de ‘check lists’ e auditorias rápidas. PASSO 3 Definir um calendário de curtas reuniões de trabalho, entre os participantes; Implementar a realização de auditorias 5S ao longo de todo o ano e fazer o respetivo seguimento, reportando à Administração os relatórios de auditoria (devem ser relatórios simples de uma só página); À semelhança de todas as anteriores fases, também esta deve ser comunicada com uma semana de antecipação, criada uma agenda, uma hora de início e uma hora de fim. Dicas para a agenda: 1. Reunião de todas as pessoas num local 2. Formação das várias equipas (duas a três pessoas máximo por equipa) 3. Atribuição das áreas a intervir 4. Comunicação das regras (ler este Artigo na integra) 5. Perguntar por dúvidas 6. Comunicar hora de inicio e de termino da campanha 7. Comunicar hora da reunião final 8. «ir para o terreno» 9. Regressar e fazer o balanço, incluindo um forte agradecimento pelo empenho demonstrado (incluir um pequeno lanche ou equivalente, como ato de agradecimento). 10. Resolver os problemas detetados.

RECURSOS NECESSÁRIOS Não serão necessários recursos, mas tão somente o empenho e a resiliência de cada trabalhador. AVALIAÇÃO FINAL E CONCLUSÕES Estandardizar o plano de Auditorias regulares, o Acompanhamento diário e registar e implementar todas as Melhorias que venham a ser sugeridas. No final desta ação, deve avaliar se: Cada coisa está claramente identificada; Cada ponto de limpeza está claramente assinalado; A frequência das limpezas está definida; A frequência das limpezas está compreendida; Cada um dos responsáveis está nomeado; Os quadros brancos das áreas são bem compreendidos e são mantidos. O plano de auditorias anual está criado e é seguido; As auditorias diárias são uma prática em fase de consolidação.



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dossier

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Diagnóstico

Evolução constante Impulsionados pelos avanços tecnológicos dos automóveis, os sistemas de diagnóstico evoluem a um ritmo constante. Ferramentas indispensáveis para o trabalho diário das oficinas, a evolução contínua acarreta uma permanente necessidade de atualização, que alavanca o negócio de marcas e distribuidores. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

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ara responder aos problemas dos diversos veículos do parque automóvel, inclusivamente dos mais recentes, é fundamental que as oficinas estejam devidamente equipadas com ferramentas capazes de lhes prestar apoio neste âmbito, como acontece com os equipamentos de diagnóstico auto. Um equipamento de diagnóstico permite o acesso à informação que consta na viatura

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que irá ser intervencionada. Caso não se consiga aceder a essa informação, com o intuito de definir a estratégia necessária para diagnosticar um problema ou executar uma determinada tarefa inserida no plano de manutenção de um veículo, a qualidade final do trabalho da oficina estará, invariavelmente, comprometida. É esta a importância de um sistema de diagnóstico para uma oficina. Como refere Hugo Ribeiro, diretor comercial

da Prioridinamic, um bom sistema de diagnóstico é a fronteira entre “ser ou não uma oficina”, pois, atualmente, até as intervenções mais elementares necessitam de uma máquina de diagnóstico, sem a qual se torna praticamente impossível descobrir certas avarias, despendendo-se tempo que não se poderá imputar ao cliente. Esta necessidade imperiosa impulsiona o mercado, que tem apresentado franco


crescimento nos últimos anos, não só no que respeita à crescente procura de equipamentos/ soluções, mas também no que respeita à maturidade dos clientes, como refere a Würth, que assinala ainda a possibilidade de evolução também ao nível dos conhecimentos técnicos e do investimento em recursos humanos. De entre as empresas contactadas pela TURBO OFICINA, a única que tem opinião contrária é o Stand Asla. Paulo Neves, do departamento técnico e de formação, afirma estarmos perante uma quebra neste mercado, essencialmente devido às dificuldades de investimento por parte das oficinas, mas também por força da oferta de equipamentos não licenciados. EVOLUÇÃO PUXA EVOLUÇÃO Divididos no estado atual e na evolução deste mercado, todos concordam que a evolução tecnológica verificada nos últimos anos tem resultado em soluções variadas, dos equipamentos mais pequenos para sistemas específicos aos equipamentos de diagnóstico eletrónicos com ligação à ficha

EOBD. Estes sistemas permitem agora aceder a mais unidades de comando presentes nos veículos, aceder ao fabricante para realizar programações e ainda proporcionam o acesso a sistemas de informação técnica que cruzam a avaria no veículo com a informação existente na base de dados do fabricante do equipamento de diagnóstico, o que permite à oficina ter um diagnóstico guiado na resolução da avaria. A evolução das ferramentas de diagnóstico também trouxe novas oportunidades ao mercado, como aponta Pedro de Jesus, responsável da Cometil. Para este gestor, o cliente final viu aumentadas as opções para grande parte das tarefas de manutenção exigidas na sua viatura, o que permitiu que também as oficinas multimarca consigam realizar trabalhos que sem um equipamento de diagnóstico só poderiam ser executados nas oficinas autorizadas dos fabricantes. Além disso, continua Pedro de Jesus, assistiu-se ao crescimento do número de oficinas integradas em redes independentes de serviços rápidos, que disponibilizam as manutenções de acordo com o plano de manutenção de cada viatura, mais uma ocasião em que a máquina de diagnóstico mostra a sua importância no mercado. Para os responsáveis da Würth, a evolução tecnológica dos sistemas de diagnóstico permitiu, acima de tudo, uma maior abrangência de marcas e modelos que podem ser intervencionados ao nível da programação, adaptações e regulação, garantindo que a solução de reparação se concentre num único momento e espaço físico. Para Paulo Neves, o principal impulsionador da evolução dos sistemas de diagnóstico é a constante evolução dos automóveis, que conduz à necessidade de incorporar continuamente inovações nestes equipamentos. Os equipamentos de ajuda à condução ADAS e os sistemas de iluminação frontal que incorporam unidades eletrónicas de comando são dois exemplos da evolução tecnológica automóvel que obriga à existência de equipamentos de diagnóstico para operações tão simples como a sua regulação. A constante necessidade de renovação por parte das oficinas, para não diminuir o leque de serviços disponibilizados ao cliente e, consequentemente, perder faturação, acaba por ser, também ela, fator de crescimento no mercado, como refere Hugo Ribeiro, Diretor Comercial da Prioridinamic: “A existência desta evolução é sempre boa, pois obriga a que não exista um estagnamento no mercado.” NOVIDADES DE MERCADO Tal como a evolução, também as novidades para o mercado são constantes. A Würth, por exemplo, prepara o alargamento da sua

A CONSTANTE EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA AUTO ALAVANCA A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE DIAGNÓSTICO oferta WoW ao segmento dos pesados, algo que a Delphi já fez, com o lançamento do VTI Truck. A par do VTI, este software abrange, assim, tanto o segmento de ligeiros como de pesados (e reboques), oferecendo, através da integração com o software DS, uma solução completa de reparação. O funcionamento é simples. A partir do software DS, basta, em caso de necessidade, pressionar o ícone “I”, para o profissional ter acesso a toda a informação técnica da viatura em causa. A marca lançou também recentemente um teste para injetores common rail que cobre todas as marcas, o YDT-35, que permite que facilmente se detete quais os injetores que necessitam de reparação. Mas a Delphi não para por aqui. Nines García de la Fuente, Country Manager ibérica, anuncia uma nova plataforma com Intelligent System Identification, Intelligent System Scan e Intelligent System Updates, não se esquecendo do dongle USB para proteção contra produtos contrafeitos. E, para o futuro, o fabricante está já a planear o lançamento de um sistema de telemática, que permitirá às oficinas identificar oportunidades de serviço e gerir recursos, diferenciando-se da concorrência. Do lado dos importadores, a Prioridinamic tem como grandes novidades a segunda versão da Launch x-431 PRO3s, com processador melhorado, bateria e câmara, que agora é acompanhada por uma mala de cabos na sua venda. Além deste equipamento, a empresa oferece ainda o GOLO, sistema da Launch que permite o diagnóstico remoto em tempo real. A Cometil, que comercializa exclusivamente produtos de diagnóstico da Hella Gutmann, tem no Mega Macs 56 o seu principal destaque em termos de diagnóstico eletrónico. Este equipamento, que comunica com a ficha EOBD via wireless, permite a incorporação do módulo de osciloscópio com dois canais e integra o HGS-data que disponibiliza informação técnica, contemplando, no mesmo equipamento, uma base de dados com mais de 40 fabricantes. Outro produto em destaque é o TPM Tool, uma ferramenta desenvolvida para trabalhar em sistemas TPMS de forma autónoma que permite programar sensores de pressão, identificar o Id do sensor na viatura e verificar o estado da sua bateria, bem como dispor de

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As máquinas de diagnóstico estão cada vez mais fáceis de operar, mas para conseguir um bom diagnóstico, a formação é indispensável

informação técnica para identificar os tipos de sensores disponíveis para o modelo em causa. Para completar o trio de novidades da Cometil resta mencionar o CSC-Tool, que permite calibrar os radares e as câmaras de ajuda à condução inseridas nos sistemas ADAS. SABER FAZER Toda esta evolução tecnológica poderia levar a crer que o trabalho dos profissionais estaria facilitado, permitindo a entrada no negócio de mais empresas e relaxando na formação necessária para operar estas máquinas. No entanto, tal não é o caso, como nos diz António Caldeira, diretor do CEPRA. No seu entender, é verdade que a evolução dos equipamentos de diagnóstico visa simplificar a sua utilização por parte do profissional que os opera, da mesma forma que garante uma maior precisão de dados de diagnóstico e identificação de avarias. Assim, trabalhar com as máquinas atuais torna-se mais fácil para o seu utilizador. Apesar disso, António Caldeira refere que, para tirar real partido da maioria das potencialidades destes equipamentos, saber interpretar, analisar e complementar resultados de diagnóstico, será sempre obrigatório o recurso à formação. Aliás, para Paulo Neves, os profissionais têm agora uma maior necessidade de formação, à medida que as máquinas de diagnóstico apresentam cada vez mais funcionalidades. Para Manuel da Fonseca, da Sonicel/AD Portugal, a formação tem de ser orientada não

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apenas para as funcionalidades da máquina, mas também para o funcionamento das viaturas, de forma a conseguir interpretar corretamente o diagnóstico. Hugo Ribeiro partilha da opinião de que a formação é sempre necessária, ainda que as máquinas estejam cada vez mais simplificadas. Pedro de Jesus acrescenta que os conhecimentos em tecnologia automóvel são fundamentais para dar solidez ao profissional na resolução das dificuldade que encontra, conhecer como determinado sistema funciona, que informação é passada de uma unidade para a outra, qual a interligação que existe entre os vários sistemas e de que condições necessitam para que determinado comportamento seja constatado. Por isso a Würth defende que uma das grandes apostas das oficinas deverá ser na valorização dos seus recursos humanos, uma vez que o despiste da avaria é muito mais complexo, revestindo-se de extrema importância a frequência de cursos de formação ou de aperfeiçoamento mecatrónico. António Caldeira ressalva que, apesar de o

APESAR DOS AVANÇOS, A FORMAÇÃO CONTINUA A SER FUNDAMENTAL PARA DAR AO CLIENTE RESULTADOS FIÁVEIS

acréscimo de qualidade dos equipamentos de diagnóstico conseguir colmatar algumas das eventuais lacunas do operador, sobretudo nos diagnósticos mais simples, se um profissional de diagnóstico não compreender o funcionamento dos vários sistemas e seus componentes e a sua integração na rede do veículo, corre sérios riscos de interpretar incorretamente dados de diagnóstico ou pura e simplesmente não saber interpretá-los, com tudo o que de negativo isso acarreta. Para tentar impedir que se gerem erros na operação das máquinas e interpretação dos dados, distribuidores e marcas são os primeiros a oferecer formação aos seus clientes. A Prioridinamic, por exemplo, diz oferecer sempre uma pequena formação na entrega do equipamento, a que se segue todo o acompanhamento necessário. Além disso, estão a preparar ações de formação. O Stand Asla, na voz de Paulo Neves, afirma que, para a empresa, a formação e o acompanhamento são fundamentais enquanto serviço prestado aos clientes, como complemento à compra do equipamento. Este apoio passa por um serviço de assistência técnica qualificada e permanentemente disponível. Por outro lado, são também ministrados cursos de formação de um dia, abordando temas atuais e, frequentemente, dedicados a uma marca/modelo de veículo em concreto. A Cometil vai ainda mais longe e, no seu plano


NO FUTURO, O DIAGNÓSTICO SERÁ FEITO VIA WEB E TODOS OS DADOS ESTARÃO GUARDADOS NA CLOUD

realizar esta tarefa, ministrando a formação básica aos seus clientes. No entanto, é recorrente o fabricante utilizar parceiros certificados e especializados para ministrar formações mais avançadas, além de workshops de esclarecimento técnico, que a empresa leva a cabo em algumas das suas 15 lojas portuguesas.

de formação anual, abrange várias áreas para as quais tem soluções de negócio. Depois de definida a oferta de equipamentos e serviços, a empresa encarrega-se da formação da equipa oficinal, para que se consiga rentabilizar o investimento. Especificamente na área do diagnóstico, a empresa de Pedro de Jesus oferece dois módulos de formação: um inicial e outro intermédio, que visam dotar os clientes dos conhecimentos que permitem ultrapassar as dificuldades que encontram no dia a dia. Por parte das marcas, a Delphi oferece formação local aos seus clientes, para personalizar o mais possível as sessões. Estas ações têm como objetivo proporcionar informação, conselhos técnicos e demonstrações práticas, para que os clientes possam potenciar a rentabilidade dos seus produtos. Já na Würth são os técnicos comerciais a

FUTURO RISONHO O equipamento de diagnóstico tornou-se uma peça chave de comunicação para o técnico e as tendências de evolução destes equipamentos seguem o caminho da cloud, tirando cada vez mais partido das potencialidades do armazenamento “na nuvem” e tornandose menos dependentes de suportes físicos. Desta feita, no futuro poderá ser possível aceder à informação dos veículos através da Internet, sem necessidade de um aparelho de diagnóstico físico. Mais uma vez, esta evolução vem a reboque da evolução das viaturas comunicantes, que tem implicações diretas na conceção dos equipamentos. Os protocolos de comunicação estão a modificar-se, assim como o próprio suporte. Estas alterações, representam, segundo os responsáveis da Würth, um forte desafio para os fabricantes dos sistemas de

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diagnóstico multimarca, pois o futuro trará, a médio/longo prazo, ligações diretas aos servidores dos fabricantes de equipamentos multimarca, tal como já acontece em alguns fabricantes ou representantes oficiais das marcas. A evolução neste sentido pode ver-se em soluções intermédias, como o GOLO, da Launch, que permite o diagnóstico remoto em tempo real. Apesar dos potenciais perigos que esta evolução acarreta, para já, as perspetivas dos nossos interlocutores são de crescimento para o mercado, pois as empresas continuam a investir em meios de produção que lhes permitem expandir a sua atividade. No entanto, Pedro de Jesus nota que, agora, a aquisição de um equipamento é vista como uma solução de negócio que necessita de investimento de capital que será rentabilizado, por oposição às compras por impulso geralmente realizadas no final do ano. A par desta maior racionalização, na equação de compra de um produto jogam agora também os benefícios técnicos, de imagem, rigor, segurança e rapidez, que a oficina pretende transmitir ao cliente final. E para isso não se pode ter um equipamento qualquer.


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dossier

Máquinas ilegais

Poupança arriscada Os preços de compra e das atualizações obrigatórias levam a que algumas oficinas optem pela ilegalidade. Mas esta é uma poupança arriscada, não apenas pelas coimas, mas pela menor fiabilidade e problemas de segurança que os fabricantes reclamam para estas soluções. TEXTO ANDREIA AMARAL E JOSÉ MACÁRIO

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pirataria é um problema global, a que o aftermarket, infelizmente, não escapa. Oriundas, em grande parte, de países asiáticos, e muitas vezes comercializadas online sem nenhum tipo de regulação, são várias as máquinas e softwares piratas à distância de um clique e que vão encontrando o seu caminho para as oficinas portuguesas. Os fabricantes avisam o mercado para os potenciais perigos da utilização deste tipo de material, que pode comprometer a integridade do automóvel durante o diagnóstico e traduzir-se em mais visitas à oficina ou, na pior das hipóteses, em riscos para a segurança dos ocupantes. Além dos riscos potenciais para a segurança, Cláudio Kossack, da Würth, não tem problemas na catalogação deste tipo de soluções: “Deveremos chamar as coisas pelos nomes e esses equipamentos mais não são do que cópias ilegais.” Desta feita, para o Diretor de Vendas Regional da marca, este tipo de soluções não é compatível com as necessidades do mercado, uma vez que não estão capacitadas para responder eficazmente a todas as situações, quer tal aconteça por falta de atualização, quer seja por falta de acompanhamento técnico. Apesar das falhas de fiabilidade, do risco associado de coimas por falta de licenciamento e da inexistência de formação

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e/ou apoio técnico a estas marcas, o recurso a este tipo de equipamentos é frequente, como diz à TURBO OFICINA Paulo Neves, do departamento Técnico e de Formação do Stand Asla, para quem esta questão constitui, efetivamente, um problema, pois afeta as vendas e o mercado de equipamentos de diagnóstico. Reconhecendo a questão, Pedro de Jesus, responsável máximo da Cometil, afirma que todos procuram soluções baratas, mas adverte para o facto de que a realização de um diagnóstico fiável implica, muitas vezes, o acesso a vários equipamentos e a consulta de sistemas de informação técnica e de partilha de conhecimentos, condições que um equipamento isolado e ilegal não consegue garantir. Mas o gestor da Cometil reconhece também nestas situações uma oportunidade de negócio: “Felizmente, este tipo de vendas traz-nos outras oportunidades, porque o Cliente continua a deparar-se com problemas para os quais a compra que fez não lhe trouxe solução, o que na maioria dos casos reforça o valor do serviço integrado que é obtido quando nos adquirem um determinado equipamento.” Oportunidade semelhante vê Hugo Ribeiro, diretor comercial da Prioridinamic, ainda que lamente o facto de as empresas, quando não compram o produto certo, aos representantes indicados, denegrirem a imagem das marcas

sem motivo válido. Depois, como diz o próprio, “mais cedo ou mais tarde, acabam por recorrer aos representantes oficiais. Mas aí já perderam muito tempo… e dinheiro”. (I)LEGALIDADES É exatamente por causa do dinheiro que as oficinas recorrem a este expediente para se manterem no ativo. No périplo que a TURBO OFICINA fez por várias oficinas da região da Grande Lisboa, uma aceitou, sob anonimato, revelar as razões que levaram a correr estes riscos: “sei que posso ter problemas em caso de inspeção porque o software é pirata, mas nem todas as oficinas têm poder económico para estar a gastar, anualmente, 500 ou 600 euros para comprar a chave de desbloqueio e atualização do equipamento. Este valor é um ordenado de um colaborador, por exemplo.” O elevado preço de compra (€6000, na altura) e das atualizações (cerca de €600/ano) foi um dos fatores que levaram “André” (nome fictício) a recorrer à pirataria para garantir uma ferramenta que o próprio considera fundamental para o funcionamento da oficina. Mas o mais importante na tomada de decisão foi, para “André”, o que ele apelida de “um claro aproveitamento por parte dos importadores” da dependência das oficinas relativamente a estas ferramentas. No seu caso, a opção pela via pirata aconteceu em 2014. “André” afirma que as atualizações da


máquina que havia comprado dois anos antes, mais que obrigatórias, eram indispensáveis para poder trabalhar. Não porque se visse a braços com dificuldades em termos de diagnóstico, mas porque a máquina ficava bloqueada, necessitando de ser adquirida uma chave de desbloqueio, incluída na atualização anual. Para este responsável, adquirido um produto, deveria poder usufruir dele, sendo as atualizações uma opção sua e não uma obrigatoriedade. É verdade que é possível adquirir os equipamentos em regime livre, mas nem os preços são comportáveis, “muito mais altos” que no regime com atualizações, como diz “André”, nem os vendedores informam “em condições as pessoas de que a máquina bloqueia se não forem feitas as atualizações, porque isso não lhes interessa. As atualizações são pagas na mesma, evita-se apenas o bloqueio. Se o parque automóvel não é renovado anualmente, porque é que me obrigam a atualizar a máquina todos os anos?” NEGÓCIO BEM OLEADO Com base nestes pressupostos, “André” – cuja oficina é legal e cumpre atempadamente as suas obrigações fiscais e para com os seus colaboradores – adquiriu a um amigo uma máquina de diagnóstico por meros €350, menos de 10% do valor de uma oficial: “A máquina foi comprada através de uma terceira pessoa, que a importa de parte incerta. Entreguei-lhe o portátil, ele programou tudo e ficou a funcionar.” “André” afirma que a única desvantagem desta solução, em termos de trabalho, é a

impossibilidade de atualizar a máquina, ainda que na Internet se encontrem programas para isso, também eles piratas. De resto, mesmo sem atualizações, este responsável afirma que a máquina realiza 80% a 90% do trabalho que as outras fazem, ainda que sinta alguma dificuldade na programação de chaves e na programação de injetores em alguns modelos. Nesses casos, recorre a outras oficinas, que têm máquinas melhores, um expediente que compensa, porque, diz, raramente sente necessidade de reprogramar, realizando

ANECRA PROPÔS SOLUÇÕES Para a associação que representa as empresas dedicadas ao comércio e reparação automóvel, a utilização de software pirateado é apenas uma ponta do icebergue que é a concorrência desleal. Para o seu presidente, Alexandre Ferreira, estas atividades têm várias implicações na atividade da reparação e manutenção automóvel legalmente estabelecida, sendo a principal uma “gravosa economia paralela subterrânea” e, consequentemente, a concorrência desleal, que é, na opinião do presidente desta associação, “exercida por entidades que fazem tábua rasa de todas as obrigações legais

ou regulamentares impostas ao segmento do após venda automóvel”. Para a ANECRA, a questão da pirataria é um motivo de grande preocupação. Por isso, Alexandre Ferreira relembra que a associação já apresentou aos órgãos de soberania, especialmente aos ministérios que tutelam o setor, uma proposta que pretende resolver – a montante e em grande parte – os problemas inerentes a estas práticas. Esta proposta contempla “a obrigatoriedade de registo do número fiscal do adquirente ou destinatário, na fatura relativa à venda de equipamentos, peças, acessórios e consumíveis, respeitantes ao produto e

serviço automóvel”. A ser adotada, esta medida só será verdadeiramente impactante se acompanhada, como refere o novo presidente da ANECRA, por uma maior eficácia na atividades inspetiva e fiscalizadora, desenvolvidas, de forma articulada, pelas entidades competentes. Alexandre Ferreira conclui referindo que a livre concorrência é desejável. “O que subverte essa mesma concorrência não são os preços em si, mas sim as práticas subjacentes ao incumprimento das exigências legais e regulamentares, nomeadamente as de carácter fiscal, independentemente da dimensão das empresas.”

essencialmente trabalho de diagnóstico. Nem a constante modernização dos automóveis assusta o nosso interlocutor: “Há modelos mais modernos que não estão na minha máquina. Mesmo assim, através de modelos existentes, ainda dá para fazer alguma coisa.” De qualquer modo, diz “André”, os carros mais novos raramente visitam uma oficina multimarca antes de esgotada a garantia, por isso, só a partir de 2018 é que poderá começar a ter problemas com esta solução. E mesmo assim há sempre maneira “de dar a volta”, revela-nos: “Há sempre alguém que tem uma máquina e ligamos uns para os outros para saber quem possa ter uma máquina que dê para fazer.” No que respeita a apoio técnico, o serviço, apesar de ilegal, está bem estruturado, sendo a pessoa que lhe vendeu a máquina responsável pelo apoio necessário. Em caso de avaria também é a mesma pessoa que resolve. Vai buscar a máquina e procede à sua reparação. Tal é possível porque quem lhe vendeu a máquina trabalha numa empresa que comercializa equipamentos legais “e sabe bem que poderia ter vendido uma máquina legal, mas que as pessoas fogem”. “André” revela que a pessoa em causa é um vendedor de uma empresa que, paralelamente, vende máquinas ilegais. “E não é o único”, diznos, referindo que existem várias empresas que, além de venderem de forma legal, com fatura, vendem também máquinas ilegais: “Se não, não vendem!” E este é, segundo diz, um negócio transversal a todo o tecido empresarial: “Há oficinas, muitas delas conhecidas, que têm máquinas destas. Toda a gente tem.” JUNHO 2016

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DOSSIER

Calibrações

PARCERIA

Garantir a exatidão do diagnóstico de veículos O Diagnóstico eletrónico em veículos evoluiu de forma considerável nas últimas décadas. O Instituto de Soldadura e Qualidade efetua os Ensaios e Calibrações destes equipamentos, garantindo a exatidão das medições efetuadas nos veículos que utilizamos todos os dias.

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ongínquo vai o tempo em que o diagnóstico em veículos era efetuado pelos técnicos de reparação com recurso a testes simples, utilizando ferramentas manuais, os sentidos (ouvido, tato, visão, olfato) e a experiência passada como forma de deteção de problemas. Nas décadas de cinquenta e sessenta, recorria-se à instrumentação simples (pressão de óleo, temperatura, vácuo, entre outros) inicialmente medida por instrumentos de medição convencionais

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(equipamentos de diagnóstico para veículos, manómetros, termómetros, paquímetros, comparadores) que, mais tarde (décadas de sessenta e setenta), surgem integrados nos primeiros equipamentos de diagnóstico automóvel, que, ainda que rudimentares e com capacidade para testar um número muito restrito de componentes, providenciavam enorme ajuda aos técnicos de reparação de veículos. Em meados da década de setenta vulgarizam-se os sistemas computorizados integrados

para diagnóstico automóvel, que, na década de oitenta, veem a sua velocidade de diagnóstico e número de funções a diagnosticar progressivamente aumentadas. Em meados de 1994, inicia-se o processo que culminou com o protocolo OBD (“On board diagnostics”) cujo significado é, sinteticamente, diagnóstico inteligente, e para isto depende de sensores e programação de computadores que comunica com os veículos por via do conhecido conector de 16 pinos que na atualidade ainda se encontra disponível. Na atualidade, os veículos possuem complexas redes de comunicação que integram praticamente todas as funções e sistemas presentes em veículos, o que conduz a um intrincado e exigente processo de soluções para o seu diagnóstico. Destas redes de integração de sistemas em veículos a mais conhecida é denominada por “CAN bus” (Controller Area Network), projetada para permitir que os microcontroladores comuniquem entre si nas diversas aplicações incorporadas nos veículos. É um protocolo com base em mensagens, concebido originalmente para a cablagem elétrica multiplex dentro de automóveis. Os sistemas de diagnóstico são desenhados sob especificação dos fabricantes, que pretendem que sejam homogéneos, entendíveis, rápidos e assertivos. Estes objetivos constituem um enorme desafio para as equipas de desenvolvimento. No futuro, o diagnóstico vai evoluir, estendendo-se às funções das já conhecidas redes integradas de transporte, onde os veículos irão comunicar entre si e estarão incluídos numa rede integrada que tornará mais eficiente o transporte por veículo. A evolução dos veículos ditou a par e passo a evolução do processo de diagnóstico em veículos. O Instituto de Soldadura e Qualidade efetua o Ensaio e Calibração de inúmeros instrumentos de medição ao serviço dos Concessionários e reparadores de automóvel que permitem efetuar o diagnóstico em veículos, sendo disto exemplo os equipamentos de diagnóstico eletrónico que permitem diagnosticar os sensores diversos presentes em veículos.



5 raio-x

Nissan NP 300 Navara

Sinais dos tempos Pioneira no segmento das pick-up, a Nissan incluiu na nova geração da Navara uma suspensão traseira multilink, que mostra que a evolução é imparável. TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO

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uem faz das pick-up o seu instrumento de trabalho sabe que o mais importante neste tipo de propostas é a robustez e a capacidade de carga. Por isso, nada como montar, no eixo traseiro, molas de lâminas, para garantir uma boa combinação. A Nissan Navara não foge à regra e, na sua nova geração, continua a ter como oferta de base este tipo de arquitetura para o eixo posterior. No entanto, e ciente de que as pick-up há muito se transformaram em objetos (também) de lazer, no nível de equipamento N-Connecta Navegador+Barras (o ensaiado), monta uma inovadora suspensão multilink, que potencia o conforto sem prejudicar a capacidade de carga. Esta solução garante ainda uma redução de 20 kg no peso face às molas de lâminas, mas, mesmo na solução tradicional, o peso foi reduzido, neste caso, em 7 kg. O ângulo de saída foi melhorado em 3,1%.

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Independentemente do tipo de suspensão que eleger, à disposição do cliente está uma caixa de carga com 1578 mm de comprimento, mais 67 mm que no modelo anterior. Através de um portão traseiro construído num material leve mas resistente, é possível carregar até uma tonelada de carga nesta pick-up nipónica, que é capaz de rebocar até 3500 kg, um valor em linha com as restantes propostas do segmento. Para ajudar as tarefas de carga e respetivo acondicionamento, a nova Navara usa o reconhecido sistema C-channel, com calhas na frente e nas laterais da caixa e com grampos – que deslizam nestas mesmas calhas – para garantir a correta fixação, independentemente do tamanho e formato da carga a transportar. RENOVAÇÃO TOTAL

Desenhada a pensar no público do Velho Continente, a Navara tem no seu exterior,

completamente revisto, o cartão de visita: robusta mas desportiva, sem esquecer a identidade da marca, dada pela grelha em V e pelas luzes diurnas LED. Também o interior foi totalmente redesenhado com o intuito de oferecer mais conforto ao condutor e aos passageiros. O habitáculo resulta mais amplo e desafogado, para o que contribui o túnel central, menos volumoso do que anteriormente, e um tablier revisto e com uma melhor distribuição dos comandos essenciais. Destaque também para a oferta da climatização dual zone, oferecida de série, mais uma conquista da tecnologia face à tradição e sinal de que a evolução é imparável. Claramente menos dotada para o trânsito citadino, as dimensões da Navara prejudicam as manobras e o estacionamento também não é tarefa fácil. para obviar esta questão a marca possui no leque de equipamento da Navara o


Para ajudar nas tarefas de carga, a Navara recebeu o sistema C-channel. No interior, existe apoio ao estacionamento

Monitor de Visualização da Área Circundante (360º), ou, em alternativa, a câmara traseira e sensores de estacionamento. Outro avanço tecnológico disponível nesta pick-up é o Sistema Anti-colisão Frontal, que se junta no leque de ofertas tecnológicas ao cruise-control, controlo de descidas e apoio ao arranque em subidas, muito útil quando se viaja com carga a bordo. Apesar da tecnologia e da nova suspensão multilink, a Navara não consegue fugir a um mal recorrente neste tipo de propostas: o centro de gravidade elevado obriga a alargar as trajetórias, ficando para o controlo de estabilidade a tarefa de colocar tudo na ordem. Fazendo jus aos predicados da marca japonesa e aos seus 80 anos de história neste segmento, o motor dCi de 2,3 litros que a equipa é um poço de força. Na versão ensaiada oferecia 190 cv de potência, mas está também disponível numa variante com 160 cv. Com 450 Nm disponíveis logo às 1500 rpm, não há caminho que a Navara não desbrave, ainda para mais quando complementado com a suspensão multilink, e não existe também comando dado pelo pé direito do condutor que fique sem resposta. No seu trabalho, o motor é bem ajudado pela

2.3 DIESEL HDI 190 CV

1000 KG

CAPACIDADE DE CARGA

caixa manual de seis relações que apresenta um escalonamento propício ao débito de potência, sem esquecer as relações “para rolar”. Em opção pode também ser montada uma caixa automática de sete relações. Apesar da potência que oferece, a Nissan afirma que este motor é 24% mais eficiente que a unidade anterior, oferecendo pela primeira vez no segmento tecnologia de turbocompressão dupla. Reclama, assim, para a Navara, um consumo combinado de 6,4 l/100 km, um valor bem abaixo da média de 10,4 l/100 km conseguido por nós durante o ensaio realizado. Se os consumos não serão o melhor trunfo da Nissan Navara, o facto de este modelo estrear uma garantia do fabricante de cinco anos ou de até 160 000 km, certamente que terá impacto em quem usa estes modelos diariamente e para algo mais do que subir passeios. Todos os predicados tecnológicos e de performance da nova Navara têm um preço, que neste caso é de €33 009, sem IVA. No entanto, a marca tem em curso uma campanha em que oferece quatro anos de manutenção e uma redução de 13% no preço base da Navara, o que fixa o preço da versão que ensaiámos nuns mais agradáveis €29 662.

6.4 L 100 KM

183 G/KM CO2

33 009

(S/IVA) PREÇO DA UNIDADE ENSAIADA


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Ford Transit

Renovação interior A Ford estreia para as gamas Transit e Transit Custom uma nova motorização. O 2.0 EcoBlue oferece novos argumentos para o mercado, mas a marca americana foi mais longe e dotou estas duas propostas de novas tecnologias, operando uma verdadeira revolução interior. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

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om mais de meio século de existência, a idade parece não incomodar a Ford Transit. Em 2015, a icónica gama de comerciais alcançou o primeiro lugar de vendas na Europa no seu segmento, com 12,6% de quota de mercado, posição que atualmente ainda mantém. Para garantir esta posição, alcançada ao cabo de 18 anos, a Ford estreia nas Transit e Transit Custom uma nova motorização. Falamos do motor diesel 2.0 EcoBlue, disponível em três patamares de potência: 105 cv, 130 cv e 170 cv, a que correspondem binários de, respetivamente, 360 Nm, 385 Nm e 405 Nm. Integralmente novo, este motor apresenta desenvolvimentos na turboalimentação, injeção de combustível, sistema de combustão, design estrutural e tecnologias de baixa fricção, de modo a proporcionar melhores eficiência de combustível e

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performance, diminuindo o custo de operação sem beliscar a durabilidade. Assim, a Ford reclama para o EcoBlue uma redução no consumo de combustível, quando comparado com o anterior motor 2.2TDCi. Para os modelos Transit equipados com este novo motor (e o opcional start/stop), a Ford anuncia um consumo médio de 6,6 l/100 km, menos 10% que anteriormente; para a Transit Custom com o novo 2.0 EcoBlue (e opcional start/stop) o consumo médio anunciado é de 6,1 l/100 km, menos 13% por cento que com o motor anterior. A Ford calcula que a Transit Custom de 105 cv consiga uma economia de até €1600 nos custos com combustível, ao longo de 130 000 km e face ao conseguido com o anterior modelo de 100 cv de potência. Tais resultados apoiam-se, em larga medida, no sistema de injeção common-rail a 2000 bar do motor, cujos

injetores piezoelétricos realizam até seis injeções por ciclo, otimizando assim a eficiência do conjunto. Além, disso, o novo motor da Ford integra o sistema EGR na cabeça dos cilindros e apresenta um sistema de combustão otimizado, equipado com póstratamento dos gases de escape por redução catalítica seletiva, que recorre a AdBlue para o seu funcionamento. O depósito deste aditivo é agora de 21 litros, o que aumenta os intervalos de reposição da solução. Apesar da diminuição dos consumos e emissões, o novo bloco da Ford anuncia melhorias significativas na entrega de binário a baixas rotações, fruto da inclusão de um turbo de baixa inércia otimizado para este fim. Melhores são também os intervalos de manutenção, que podem chegar aos dois anos/60 000 km, um acréscimo de 10 000 km em relação à anterior família de motores.


O NOVO MOTOR ECOBLUE DA FORD PROMETE MAIS POTÊNCIA COM CONSUMOS MAIS BAIXOS

Transit e Transit Custom passam a oferecer o sistema SYNC. No final do ano chega a opção de caixa automática

A combinação destas inovações resultará, no entender da marca, num menor custo de operação para quem adquirir as Transit e Transit Custom equipadas com esta nova motorização, que estão já disponíveis para encomenda, esperando-se para final de junho a chegada a território nacional das primeiras unidades. PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Foi em Munique que a TURBO OFICINA tomou contacto com as novas motorizações à disposição da gama Transit, testadas durante 5,5 milhões de quilómetros, incluindo 400 000 km de testes em mãos de clientes em situações reais de utilização. Durante os vários trajetos que pudemos realizar, combinando motorizações e chassis, foi possível chegar à conclusão de que os objetivos da marca para este motor foram

cumpridos. O aumento do binário a baixas rotações ajuda bastante à agilidade destes comerciais e o aumento de potência máxima nunca fez mal a ninguém, uma vez que chega sem aumentar o consumo de combustível. Notámos, no entanto, alguma relutância nas recuperações, mas apenas nas combinações dos motores de menor potência com as variantes de maiores dimensões. Quanto ao ruído, a inclusão de uma cobertura acústica na cabeça dos cilindros garante que o motor só se intromete no habitáculo em aceleração acentuada, o que oferece maior conforto a quem fará destas propostas o seu escritório móvel e nelas passará a maior parte do seu dia. Ao mesmo tempo, foi possível tomar um primeiro contacto com quase todas as novidades tecnológicas que a Ford incluiu na Transit e Transit Custom. Dizemos

quase porque as condições meteorológicas não permitiram testar o funcionamento do sistema de estabilização aos ventos laterais, que aplica os travões de um lado do veículo para reduzir os efeitos de uma rajada de vento lateral repentina no percurso, a velocidades acima dos 80 km/h. Esta é apenas uma das funções disponibilizadas pelo novo sistema de controlo de estabilidade que equipa de série os dois modelos. A ela juntam-se ainda o controlo em curva, um programa exclusivo desenvolvido pela Ford e projetado para desacelerar o veículo de forma segura e estável quando este entra demasiado depressa numa curva; e ainda o controlo de estabilidade ao capotamento, projetado para ajudar a impedir que o veículo capote, utilizando para tal o controlo do binário do motor e da travagem de cada roda individualmente. De série é também o reconhecimento de sinais de trânsito. O opcional Pack Driver Plus (€1220) acrescenta a assistência de Pré-Colisão com deteção de peões, o cruise-control adaptativo e a assistência de manutenção na faixa de rodagem. Além da diminuição do ruído, e a pensar no conforto dos ocupantes, a Ford dotou as novas Transit Custom de um sistema de suspensão traseira pneumático, uma estreia no segmento que proporciona também uma melhoria na dinâmica do veículo, nomeadamente através da diminuição do rolamento em curva. Mais para o final do ano chegará à gama uma caixa automática SelectShift de seis relações, disponível apenas para as variantes Transit de tração dianteira e toda a gama Transit Custom. Como escritórios móveis que são, as Transit e Transit Custom ganharam também novos trunfos no campo da conectividade. A Transit passa a montar o sistema SYNC 2, ativado por voz, bem como um ecrã tátil a cores, de 6 polegadas e alta resolução. A Transit Custom, por seu turno, integra o sistema de conectividade SYNC e um novo ecrã de 4 polegadas a cores. Quanto a preços, vão dos €28 639 da Transit Custom Van com motor de 105 cv aos €46 138 pedidos pela Transit L4 Extra longa com motor de 170 cv, valores que, de acordo com a Ford, espelham apenas o aumento de potência face ao motor anterior e não o acréscimo de tecnologia. JUNHO 2016

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BREMBO

AQUISIÇÃO DE 66% DA ASIMCO A Brembo conclui a compra de 66% do capital da chinesa Asimco Meilian Braking Systems. O negócio pressupõe o pagamento de 78 milhões de euros pelo capital agora adquirido e os restantes 34% do capital ficarão na posse da companhia estatal chinesa Langfang Assets Operations Co. Ltd. A Asimco Melian Braking Systems, sedeada em Langfang, na China, possui uma fundição e uma fábrica para o fabrico de discos de travão em ferro fundido. Esta empresa fornece construtores regionais de automóveis, na sua maior parte joint-ventures entre companhias chinesas e construtores europeus e OEM norteamericanas.

CROMAX

ENDURECEDOR PARA CLIMAS QUENTES Para promover a produtividade das oficinas que operam em climas quentes e húmidos, especialmente durante os meses de verão, a Cromax introduziu no seu catálogo o endurecedor AR7703 AT/AH para utilizar com o Verniz Energy Ultra Performance CC6700. “A humidade pode afetar os tempos de secagem”, explica Koen Silverans, EMEA Training Leader da Cromax.”Através da adição do Endurecedor AR7703 AT/AH, as oficinas podem ter a certeza de que o Verniz Energy Ultra Performance CC6700 atuará com o devido desempenho, proporcionando os resultados excecionais previstos. Uma vez seco, o Verniz Energy Ultra Performance CC6700 possui elevada durabilidade e oferece um acabamento robusto com aspeto espelhado, de elevado brilho e sem falhas.” Baseado numa patenteada tecnologia de resina da Axalta Coating Systems, o Verniz Energy Ultra Performance CC6700, em conformidade com COV, permite, além da secagem ao ar, que as peças sejam montadas após 15. A combinação de curtos tempos de secagem e o reduzido consumo energético, ajuda as oficinas a otimizar o seu fluxo de trabalho. O novo endurecedor vem juntar-se aos outros dois endurecedores já existentes – Endurecedor AR7701 e o Endurecedor AR7702 – para utilizar com o Verniz Energy Ultra Performance CC6700, sendo que todos eles fazem parte do nosso sistema de pintura mais produtivo, o Sistema Cromax Pro.

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Nissens

Parceiro logístico do ano da TEMOT

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a reunião anual da TEMOT International, a Nissens viu reconhecido o “excelente desempenho” e as suas “soluções logísticas mais ambiciosas e completas no segmento do Mercado Automóvel Pós-venda Independente”. Este reconhecimento valeu à empresa dinamarquesa o prémio “Logistic 2015”, recebido por Klavs T. Pedersen, VicePresidente Sénior da Nissens, e por Anja Thomsen, Diretora de Vendas da Nissens. “Gostaríamos de dirigir um grande agradecimento à TEMOT International e a todos os seus membros. Receber este prémio é um enorme feito. Com 57 acionistas em

54 países a nível mundial, a TEMOT é um parceiro extremamente importante para a Nissens. Graças à TEMOT, conseguimos duplicar o nosso volume de negócios ano após ano e o nosso empenho para fornecer as melhores soluções logísticas no segmento do Mercado Automóvel Pós-venda (IAM) é um dos principais motivos. O prémio é um reconhecimento impressionante à dedicação e ao empenho da nossa empresa”, referiu Klavs T. Pedersen durante o evento. O prémio foi atribuído um mês depois de os especialistas de ar condicionado e refrigeração de motores dinamarqueses receberem a distinção ”Fornecedor AD do ano”.

TRW

NOVOS CATÁLOGOS PARA TRAVAGEM A TRW Aftermarket acaba de lançar dois novos catálogos para dar apoio aos seus programas de componentes de travagem – um catálogo para a gama de componentes de fricção e outro para as pinças, travões, superkits e sensores de ABS. Ambos os catálogos estão disponíveis em formato PDF, devendo as versões impressas ser disponibilizadas brevemente, mediante pedido. Os catálogos abrangem as peças para veículos ligeiros de passageiros (VLP) e para veículos comerciais ligeiros (VCL). O catálogo de fricção – ref.ª XDD910F – contém informações sobre mais de 4800 referências: pastilhas de travão; maxilas de travão; kits de travões e superkits; discos de travão; tambores de travão; kits de montagem e cabos avisadores. Existe uma secção com uma tabela geral dedicada ao programa de pastilhas de travão DTEC da TRW (níveis reduzidos de poeira, desempenho

superior) e a secção de informações inclui uma visão geral detalhada dos fabricantes de veículos (VM), bem como dos modelos específicos por país. Já o catálogo de pinças (e acessórios), de kits e superkits de travões e sensores de ABS – ref.ª XDB930A – inclui informações sobre mais de 3300 referências de peças e está dividido em cinco secções, destacando-se as aplicações, guia do comprador e (9700) equivalências com as referências de origem (OE).


DOGA

NOVO CATÁLOGO CONTEMPLA 460 REFERÊNCIAS NOVAS A Doga acaba de apresentar o seu novo catálogo de elevadores de vidros, com 460 referências novas, que elevam a gama para um total de mais de 2100 referências. Graças à ampliação da gama, a marca consegue, assim, cobrir 2600 aplicações, assegurando resposta a 96% do mercado. Com códigos QR para acesso direto às instruções de instalação dos componentes, endereço técnico e dicas de instalação, o novo catálogo foi redesenhado e conta agora com um formato mais funcional e atrativo. A operar sob o mote “Desde 1958, Qualidade Original, Experiência e Compromisso”, a Doga sublinha que esta é a oferta do mercado com mais peças OEM. Aliás, em comunicado, a empresa sublinha mesmo: “Como um fabricante histórico de equipamento original, a DOGA é um dos mais importantes fornecedores do setor automóvel, entregando qualidade e experiência, e ganhando, assim, a confiança dos principais fabricantes de veículos do mundo.” PUBLICIDADE

Bosch

Filtro de habitáculo antialérgico

P

ara os condutores sensíveis à qualidade do ar no interior dos seus automóveis, a Bosch lançou o Filter+, um novo tipo de filtro especialmente concebido para oferecer um melhor ambiente aos ocupantes. Este novo filtro de habitáculo consegue reter as mais pequenas partículas de pó e tornar inofensivos os alergénios e bactérias presentes na atmosfera. Para isso contribuem várias camadas de filtragem: uma de carvão ativado, que neutraliza gases perigosos; uma camada ultrafina de microfibras, que retém partículas com o mínimo de 2,5 microns, o equivalente a 99% de todos os pós finos; e uma camada antialérgica com uma estrutura molecular

especial, que separa os alergénios e os torna inofensivos. Além destas três camadas, existem ainda iões de prata que matam as bactérias. De acordo com a Bosch, ao minimizar os efeitos das alergias, como os espirros, as distrações são diminuídas, o que aumenta a segurança rodoviária.


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RAIO-X

HERTH+BUSS

LIMITADOR DE VOLTAGEM PROTEGE LÂMPADAS A Herth+Buss tem no mercado um limitador de voltagem de 12 volt prevenir os picos de voltagem nos veículos equipados com lâmpadas de halogéneo H7, algo que afeta sobremaneira o tempo de vida destas lâmpadas. Disponível na gama Elparts, este limitador reduz a voltagem aplicada em 0,8 V, protegendo assim as lâmpadas de picos de voltagem, com ao créscimo de não afetar a potência da iluminação. Este equipamento possui um conector em cerâmica com um díodo no polo positivo, o que reduz a voltagem. Os cabos são de silicone. A instalação é simples: os contactos da lâmpada são ligados ao limitador, que se liga ao veículo através de um cabo. Depois, basta voltar a colocar as lâmpadas, fixando-as com os clipes nos faróis. A Herth+Buss recomenda que a aplicação destes limitadores seja feita aos pares, razão pela qual a marca coloca no mercado uma embalagem com dois limitadores.

3M

Pistola de pulverização HGP Accuspray

A

3M acaba de ampliar a família de pistolas de pulverização do sistema Accuspray com o lançamento da HGP, uma pistola particularmente indicada para os revestimentos de alta viscosidade. Graças ao inovador sistema Accuspray, a HGP apresenta, de acordo com a marca, “resultados excecionais”, alcançados por via da excelente atomização e, consequentemente, da elevada eficiência de transferência e num amplo padrão de pulverização, sem desperdícios. A 3M sublinha mesmo que este sistema foi desenvolvido “para ajudar a melhorar a produtividade, reduzir o consumo de

ZF

TECNOLOGIA CIHS EM 2017 A ZF TRW anunciou que a sua tecnologia CIHS de aquecimento do volante passará à produção em 2017, através de um “grande construtor europeu”. Esta tecnologia (Conductor Insert Heating System, ou CIHS) é compatível com sistemas de deteção Hands On Detection (HOD), que suportam alguns sistemas de condução autónoma. Além disso, permite mais liberdade no desenho dos volantes, ao mesmo tempo que potencia a performance do produto, pois o condutor está mais perto da superfície do volante. Estes processos viabilizam uma redução no peso e na complexidade do sistema, abrindo portas à inclusão de outras funções no volante. No que respeita ao processo de fabrico, as inovações passam pelo design e industrialização de

SPIES HECKER

BASES PARA CORES ESPECIAIS OEM Para reparar as mais recentes cores OEM, que necessitam de soluções de pintura adaptadas, a Spies Hecker introduz três novas bases de efeitos especiais para o seu Sistema Permahyd: um azul perlado extra fino, um tom turquesa perlado e um pigmento preto particularmente intenso. A nova base de cor Permahyd WT 315 Azul Perlado Extra Fino contém partículas azuis com um efeito refrativo transparente, criando o efeito correto da cor Shadow Black da Ford. A Base Permahyd WT 316 Turquesa Perlado oferece partículas azuis esverdeadas altamente cromáticas que produzem um efeito da cor Kona Blue. Dietmar Wegener, Colour

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TURBO OFICINA

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solventes e minimizar o tempo de limpeza das oficinas”. Assim, entre as principais vantagens da nova pistola HGP Accuspray destacamse: redução do tempo de aplicação; menor consumo de produto; menos pulverização; maior versatilidade pela utilização em liso ou rugoso; e maior taxa de transferência.

Management Specialist da Spies Hecker, comenta: “Não é necessária a utilização de um misturador, uma vez que as novas Bases WT 315 e WT 316 podem ser apenas agitadas antes da sua utilização e medidas com precisão através da sua tampa doseadora.” As duas bases podem ser combinadas com os sistemas de Base Bicamada Permahyd Hi-TEC 480 e Permahyd 280/285. No sentido de obter um efeito melhorado em determinados tons especiais de preto do setor OEM, a Spies Hecker oferece ainda a nova Base Permahyd 280 WB 809 Preto Ultra Intenso, utilizado na cor Shadow Black da Ford e disponível em latas de um litro.

várias ferramentas: simulação de elementos finitos para a verificação da performance de aquecimento; criação de uma ferramenta para o corte e colocação do condutor; criação de uma ferramenta de fusão para garantir a qualidade das conexões; máquina de teste de fim de linha completamente automática.


CONTINENTAL

RING CATALYST REDUZ EMISSÕES NOX Com a entrada em vigor de nova legislação, que restringe ainda mais as emissões de gases poluentes por parte dos automóveis, a Continental desenvolveu um novo conversor catalítico, o Ring Catalyst, que promete a quase anulação das emissões de óxido de azoto (NOx) nos veículos turbocomprimidos a gasolina. Este catalisador de três vias contraria as flutuações nos valores lambda medidos no escape dos motores a gasolina de baixa cilindrada, ao mesmo tempo que dispensa um segundo catalisador, aumentando a eficiência do sistema para uma taxa de conversão de praticamente 100%. O Ring Catalyst conta com um tubo que percorre o centro do catalisador, obrigando os gases a circular mais, o que permite melhor mistura de gases. No final deste tubo, o gás é redirecionado, passando pela parte ativa do catalisador. Esta solução permite a colocação do catalisador mais perto do motor, não aumentando o tempo necessário para atingir a temperatura necessária para se dar a conversão dos óxidos de azoto. A parte ativa do catalisador é feita de substrato metálico LS, patenteado pela Continental, o que gera microturbulências no fluxo do escape, ajudando a transportar de forma mais eficiente os óxidos de azoto até à zona de conversão.

METELLI

NOVA IMAGEM CORPORATIVA O grupo Metelli decidiu rever o seu logótipo corporativo, realizando um leve, mas significativo, trabalho de restyling, que envolveu elementos gráficos, cores e o slogan. A nova cor laranja destaca-se de todas as outras presentes nas marcas que pertencem ao grupo, com o intuito de representar todas indistintamente, uma vez que cada uma delas incorpora os valores que sempre distinguiram a empresa Metelli no mercado. Outra novidade é o fortalecimento do slogan “Automotive Passion”. Conforme revela o Grupo Metelli em comunicado, este slogan representa “a paixão que desde sempre caracteriza o trabalho de cada colaborador do grupo e que se concretiza diariamente no oferecimento de produtos de qualidade, obtidos a partir do compromisso de todas as entidades empresariais”. Para transmitir a pertença e a partilha de um projeto comum, os logótipos das marcas serão sempre ladeados da nova imagem do Grupo.


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raio-x

Barómetro

Dinâmica das empresas do setor

Todos os meses, em parceria com a Informa D&B, a TURBO OFICINA regista as mudanças no tecido empresarial deste setor. O balanço mais aprofundado das alterações é feito trimestralmente. PARCERIA INFORMA D&B

Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas auto, por região DINÂMICA NASCIMENTOS (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES) INSOLVÊNCIAS REGIONAL DO SETOR ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO ABRIL 2016 HOMÓLOGA ABRIL 2016 HOMÓLOGA ABRIL 2016 HOMÓLOGA ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) NORTE 184 -21,7% CENTRO 96 -11,1% ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA 146 12,3% ALENTEJO 22 -18,5% ALGARVE 9 -40,0% R. A. AÇORES 6 20,0% R. A. MADEIRA 7 -36,4%

49 -15,5% 22 -42,1%

19 -24,0% 14 16,7%

32 10 5 1 3

6 1 1 0 0

TOTAL 470 -11,5%

122 -14,1%

Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)

ABRIL 2016

ACUMULADO ABRIL 2015 ABRIL 2016

ACUMULADO SETOR ABRIL 2015

TECIDO EMPRESARIAL

NASCIMENTOS

107

470

101

531

-11,5%

-6,2%

ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES)

33

122

40

142

-14,1%

1,9%

INSOLVÊNCIAS

14

41

16

59

-30,5% -21,9%

(CONSTITUIÇÕES)

Tecido empresarial do setor ABRIL 2016 TOTAL DE EMPRESAS

R.A. AÇORES 198 NORTE 4915

R.A. MADEIRA 276 CENTRO 3349 ÁREA METROPOLITANA LISBOA 3253

EM PERCENTAGEM

37,0 25,2 24,5 ALENTEJO 847

ALGARVE 453

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TURBO OFICINA

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JUNHO 2016

6,4 3,4 1,5 2,1

18,5% 25,0% 25,0% - -57,1%

-60,0% -50,0% -100,0% -100,0%

41 -30,5%

FONTES: ANÁLISE INFORMA D&B; DADOS: PUBLICAÇÕES DE ATOS SOCIETÁRIOS E PORTAL CITIUS /MINISTÉRIO DA JUSTIÇA *TODA A INFORMAÇÃO INTRODUZIDA NA BASE DE DADOS INFORMA D&B É DINÂMICA, ENCONTRANDO-SE SUJEITA À PUBLICAÇÃO TARDIA DE ALGUNS ATOS E ÀS ALTERAÇÕES DIÁRIAS DE DIVERSAS FONTES.

FICHA TÉCNICA Universo de empresas e outras organizações - Tecido Empresarial O Tecido Empresarial considerado engloba a informação relativa às empresas e outras organizações ativas com sede em Portugal, sob as formas jurídicas de sociedades anónimas, sociedades por quotas, sociedades unipessoais, entidades públicas, associações, cooperativas e outras sociedades (os empresários em nome individual não fazem parte deste universo de estudo). Consideram-se as empresas e outras organizações classificadas em todas as secções da CAE V3.0. Universo de setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto Organizações ativas do tecido empresarial classificadas nas seguintes secções da CAE V3.0.: Grossistas auto: CAE 45310 - Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis Retalhistas auto: CAE 45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis Concessionários auto: CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros Oficinas: CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis Nascimentos Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça. Encerramentos Entidades extintas no período considerado, com publicação de extinção no portal de atos societários do Ministério da Justiça

(não são consideradas as extinções com origem em procedimentos administrativos de dissolução). Entidades com insolvências Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. Regiões As entidades foram classificadas através da localização da sua sede, representando as 7 unidades da NUTS II de Portugal (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)). A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial e através de análises inovadoras, disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 243 milhões de agentes económicos em 221 países. www.informadb.pt (+351) 213 500 300 informadb@informadb.pt


Mercedes-Benz Classe E

Quem faz o quê

A

quinta geração da berlina de luxo da Mercedes-Benz começou a ser produzida na unidade da marca de Sindelfingen, na Alemanha, no início deste ano. Fazendo uso da plataforma MRA, o novo Classe E combina um design exterior emocional e distinto com um interior de qualidade superior, onde se destacam múltiplas estreias a nível mundial com o intuito de tornar mais confortáveis, fáceis e seguras as viagens.

Com várias motorizações disponíveis, o tetracilíndrico E220d será o motor de eleição, a que se poderá combinar a caixa automática 9G Tronic, cujo suporte está a cargo da Continental. No caso de optar pela caixa manual, o atuador da embraiagem é fornecido pela FTE Automotive. Para maior conforto, a Mercedes anuncia para o novo Classe E uma suspensão mais evoluída, com amortecedores Rehau, mas não só. O isolamento acústico promete ser de

eleição e será fornecido pela Faist Chemtec e pela Carcoustics (isolamento do túnel central). Entre as várias tecnologias disponíveis, destaque para o enorme painel de comando do sistema de infoentretenimento e ainda para a abertura automática do portão da bagageira, cujo sistema é da responsabilidade da U-Shin. Saiba quem faz o quê na mais recente geração da berlina do construtor germânico na tabela abaixo.

COMPONENTES FORNECEDOR

COMPONENTE

FORNECEDOR

COMPONENTE

A. RAYMOND

Conecções dos circuitos líquidos

AMTEK TEKFOR

Peças dos rolamentos

CONTINENTAL

Suporte da caixa de velocidades

CARCOUSTICS

Isolamento do túnel central

DANA

Proteção termo-acústica

EAGLE OTTAWA

Revestimentos interiores em pele

DRÄXLMAIER

Caixa de fusíveis principal

EISSMANN

Revestimentos interior das portas

EBERSPÄCHER

Catalisador

ELRINGKLINGER

Juntas especiais do escape

FTE AUTOMOTIVE

Atuador da embraiagem da caixa manual

FAIST CHEMTEC

Isolamento acústico

GESTAMP

Chassis: ancoramentos das molas

FREUDENBERG

Vedante da cambota

HENGST

Sistema de filtro de óleo (motor 6 cilindros gasolina)

HIRSCHVOGEL UMFORMTECHNIK

Cubos das rodas em alumínio

HIRSCHVOGEL UMFORMTECHNIK

Rótulas da direção

JOHNAN AMERICA

Elevadores dos vidros

KSPG AUTOMOTIVE

Válvulas de solenóide

LUK

Variador da árvore de cames

LYDALL GERHARDI

Isolamentos térmicos do depósito de combustível

REHAU

Amortecedores

NSK

Rolamentos das rodas (Eixo dianteiro)

RÖCHLING AUTOMOTIVE

Revestimentos das cavas das rodas

STANLEY ENGINEERED FASTENING

Vigas de alumínio

STANLEY ENGINEERED FASTENING

Parafusos dos cubos das rodas

U-SHIN

Sistema de abertura elétrica da mala

TI AUTOMOTIVE

Linha de escape

WEBASTO

Tejadilho panorâmico

VISSCHER-CARAVELLE

Tapetes

NOTA: Se é fornecedor e tem alguma questão ou quer a sua informação incluída nesta página, contacte James Clark através do e-mail james.clark@ihs.com ou visite www.supplierbusiness.com

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TURBO OFICINA

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6 REPARAÇÃO

Carsmarobe

Paixão pela formação Nascida em 1989, a Carsmarobe cedo se transformou numa referência de formação em Espanha. Agora a dar os primeiros passos no nosso país, aposta na qualidade e no profissionalismo para vingar no mercado ibérico. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

N

a génese da Carsmarobe está a paixão de dois colegas de trabalho, Luis e Manolo, que decidiram, em 1989, abrir a sua própria oficina, abandonando o centro de formação técnica em que ambos trabalhavam. O local escolhido para dar início ao projeto foi a Móstoles, em Espanha. Manuel Sánchez, Diretor Geral da Carsmarobe, revela que não tardou muito a que esta modesta oficina se tornasse uma referência, captando as grandes marcas da época: “Empreender não é um caminho fácil, mas pode ser algo incrivelmente satisfatório”, afirma. Mas desde o início que este projeto contemplava a área da formação, sendo objetivo para os dois parceiros crescer e continuar a somar novos conhecimentos: “Sentíamos uma verdadeira paixão pelo mundo automóvel. Queríamos ampliar as instalações para podermos partilhar o que sabíamos ensinando. Ambos gostávamos de ensinar.” O objetivo começou a ser cumprido em ações de formação para a Robert Bosch Espanha, tanto versando temas técnicos como também

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TURBO OFICINA

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JUNHO 2016

na apresentação de novos produtos. Mais tarde, a Carsmarobe deu o salto para a formação profissional e conseguiu ampliar instalações, onde a oficina e a escola funcionavam num mesmo pavilhão, de 400 m2. Mas este espaço revelou-se pequeno para o crescimento da empresa, o que obrigou a que fosse adquirido o pavilhão anexo e divididas as áreas de negócio: a oficina num pavilhão e a escola no adjacente. Talvez pela própria paixão dos empresários, talvez pelas condições do mercado, a formação foi, pouco a pouco, ganhando importância face à oficina inicial. Em consonância, a Carsmarobe abre o seu primeiro Call Center para apoio aos técnicos de toda a Espanha e como forma de complementar a sua oferta formativa. “E continuámos a crescer”, diz Manuel Sanchéz. Depois de as primeiras redes de oficinas multimarca espanholas apostarem na Carsmarobe para as suas necessidades formativas, em menos de cinco anos foi necessário construir novas instalações, à medida e sem restrições, onde ainda estão. Para o gestor, é à confiança depositada na

empresa quando ainda era o que hoje se chamaria uma start-up que se deve o seu êxito, confiança que, até hoje se mantém: “Esses clientes hoje em dia continuam a trabalhar com a Carsmarobe.” EXPANSÃO ALÉM-FRONTEIRAS Atualmente, a Carsmarobe dispõe de mais de 3000 m2 dedicados à formação e assistência técnica, não apenas em Espanha, mas também em Portugal. Aliás, a expansão para terras lusas há muito que vinha sendo pensada pela Carsmarobe, como aponta Manuel Sanchéz, que ressalva, no entanto, que “mudar de país não é uma decisão fácil, implica riscos. O idioma muda, mas muda também a forma de fazer as coisas”. Tudo isso aconselha prudência nas decisões. A oportunidade surgiu, em 2013, para trabalhar com um sócio português de um cliente espanhol da Carsmarobe. “Intrépidos”, revela este responsável, os dois sócios resolveram enfrentar o desafio, criando uma equipa docente e técnica bilingue, para oferecer os seus serviços (tanto formação como assistência) “com a


Manuel Sanchéz levou a Carsmarobe à internacionalização

qualidade que nos caracteriza”. O desafio foi superado e até hoje essa empresa é cliente da Carsmarobe. A Carsmarobe pretende vingar no mercado formativo nacional baseando-se em dois pilares, fundamentais no seu trabalho: qualidade e profissionalismo. É esta a estratégia de uma empresa que quer trabalhar com as principais marcas do setor, oferecendo serviços nas áreas de formação e de assistência técnica a oficinas, ambos realizados através de técnicos bilingues e “com muita preparação”, como afirma Sanchéz. Isto porque o responsável está ciente de que Portugal e Espanha não são muito diferentes no que respeita a formação, embora cada um tenha as suas características. O gestor aponta que a intenção de alargar conhecimentos é um aspeto fundamental para as oficinas, que devem ser capazes de enfrentar qualquer desafio que lhes seja apresentado. E isso, sem formação, não será possível: “Existem dezenas de marcas e milhares de modelos a circular pelas nossas estradas. Ou aprendemos sobre os seus sistemas ou o nosso negócio terá os dias contados.” A análise do panorama formativo nacional revela a Manuel Sanchéz algumas carências formativas, nomeadamente no que respeita a sistemas antipoluição: “Existe algum desconhecimento neste âmbito: como diagnosticar, porque se comporta o veículo de determinada forma, como abastecer aditivos para regeneração…” Além desta carência, o gestor da Carsmarobe identifica também a falta de técnicos mecatrónicos no nosso país, fruto de, em Portugal, ainda existir diferença entre mecânico e eletricista. Por isso recomendam formação em diagnóstico de avarias elétricas ou osciloscópio, para colmatar estas falhas. Para Manuel Sanchéz, qualquer tipo de carência pode ser solucionada com conhecimento. Às oficinas portuguesas deixa sugestões de apostas formativas: “Tudo o que esteja relacionado com sistemas Common Rail, sistemas antipoluição e diagnóstico de avarias elétricas.”


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REPARAÇÃO PARCERIA

Formação

Sistemas híbridos e elétricos Numa parceria com a Carsmarobe, iremos, ao longo das próximas edições, desvendar-lhe os segredos dos sistemas elétricos e híbridos com ligação à corrente elétrica (PLUG-IN), naquela que se impõe como uma tendência de futuro. Nesta primeira abordagem, explicamos-lhe as características e classificações e iniciamos a descoberta da propulsão híbrida da Toyota. CLASSIFICAÇÃO DOS VEÍCULOS HÍBRIDOS Os veículos com este tipo de estrutura normalmente admitem carga a partir da rede exterior

HÍBRIDO EM PARALELO

HÍBRIDO EM PARALELO BATERIA

BATERIA INVERSOR

INVERSOR MOTOR TÉRMICO

MOTOR TÉRMICO

MOTOR ELÉTRICO

GERADOR

HÍBRIDO COMBINADO

TRANSMISSÃO

POR COMBINAÇÃO DE BINÁRIO NA TRANSMISSÃO

MOTOR GERADOR ELÉTRICO

POR COMBINAÇÃO DE BINÁRIO NO EIXO

BATERIA BATERIA INVERSOR MOTOR ELÉTRICO GERADOR MOTOR ELÉTRICO MOTOR TÉRMICO

DIVISOR DE POTÊNCIA

ENERGIA MECÃNICA

MOTOR ELÉTRICO

TURBO OFICINA

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JUNHO 2016

MOTOR TÉRMICO

BATERIA

MOTOR TÉRMICO

ENERGIA ELÉTRICA

PROPULSÃO HÍBRIDA DA TOYOTA A Toyota foi o primeiro fabricante a comercializar de forma massiva em 1997 o primeiro veículo híbrido, o Toyota Prius. O Prius representa por si só 72% das vendas globais de veículos híbridos da Toyota, e desde o seu aparecimento até ao final de 2010, foram vendidos mais de 3 milhões de

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SISTEMAS DE ENGRENAGEM

veículos híbridos no mundo. O sistema HSD, cuja denominação real é THS II, consiste em fazer uma utilização inteligente da energia proporcionada tanto pelo motor a gasolina como pelo elétrico, de forma a que ambos trabalhem de forma combinada (sinérgica) para poder conseguir desenvolver uma maior potência, comparável à dos automóveis

de gama alta, com menor consumo de combustível, reduzindo drasticamente a emissão de CO2 e outras substâncias para a atmosfera. A Toyota também dispõe de um veículo híbrido recarregável (PHEV), Prius Plug-in, que utiliza uma bateria de iões de lítio de maior capacidade que proporciona mais


CARACTERÍSTICAS DE UM HÍBRIDO ENERGIA ELÉTRICA Motores trifásicos de corrente alterna Elevada tensão, de 300 V a 500 V ENERGIA QUÍMICA Entra em funcionamento quando… Bateria baixa Quando é necessária maior potência

GERADOR MOTOR A GASOLINA

GRUPO DIFERENCIAL

BATERIA

INVERSOR MOTOR ELÉTRICO

GERADOR Pode ser independente do motor ou combinado BATERIA Alta tensão Elevada capacidade De níquel e hidreto metálico (Ni-MH)

INVERSOR A corrente contínua da bateria é convertida em alterna para alimentar o motor elétrico Para armazenar energia, a corrente alterna é transformada em contínua

O futuro passa pelo PHEV (híbrido Plug--in), um veículo híbrido recarregável através das tomadas de corrente convencionais

potência, maior autonomia e que pode ser recarregada rapidamente. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SISTEMA O sistema híbrido combinado da Toyota, graças à sua tecnologia, combina as vantagens de poupança de energia de um híbrido em série com o rendimento de um veículo híbrido em paralelo. O sistema, também denominado híbrido puro, é capaz de selecionar em cada momento a fonte de energia mais eficiente, optando entre o motor elétrico, o motor térmico ou uma combinação de ambos. A ideia é maximizar as vantagens de cada tipo de propulsor e complementar as suas

desvantagens, combinando de forma inteligente o elevado binário constante do motor elétrico desde o arranque com o binário elevado do motor térmico a rotações médias-altas. O sistema conta com um motor a gasolina, um potente motor elétrico, um gerador, uma bateria de alto rendimento e uma unidade de controlo da energia (inversor). Um dispositivo de distribuição da potência utiliza um mecanismo de engrenagens planetárias para combinar e distribuir a potência do motor a gasolina, o motor elétrico e o gerador em função dos requisitos operacionais.

SINOPSE DE FUNCIONAMENTO O sistema HYBRID SYNERGY DRIVE combina inteligentemente o funcionamento do gerador, motor elétrico e motor térmico de forma a aproveitar as características particulares destes, assegurando que o veículo opera com a máxima eficácia e com um elevado aproveitamento da energia. Regra geral, quando o veículo está parado e a bateria está carregada o motor térmico encontra-se desligado para evitar o consumo de combustível e a emissão de gases poluentes. O motor térmico só será colocado em funcionamento caso a bateria esteja com baixo nível de carga, com baixa temperatura no motor, se o ar condicionado for utilizado na potência máxima, etc.. Quando o veículo inicia a sua marcha utiliza a energia armazenada na bateria para acionar o motor elétrico, o motor térmico permanece inativo. O funcionamento em modo completamente elétrico permite uma progressão suave, silenciosa e absolutamente limpa. Perante um aumento do binário solicitado, o gerador atua como motor de arranque e coloca o motor térmico em funcionamento. A energia necessária para produzir a rotação do gerador em modo motor de arranque é proporcionada pela bateria HV. Após a colocação em funcionamento do motor térmico, o gerador é acionado por este, e por conseguinte procede à geração de energia elétrica que é enviada para o motor elétrico. A potência desenvolvida tanto pelo motor elétrico como pelo térmico é combinada e distribuída pelo distribuidor de potência para produzir o movimento do veículo e a rotação do gerador.

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6

REPARAÇÃO PARCERIA

TOYYAR0386A TOYOTA YARIS HÍBRIDO 1.5 HSD 100 SPORT+P. TECHNO 5P CARACTERÍSTICAS DO VEÍCULO POTÊNCIA (CV)

100

CILINDRADA (CC)

1497

EURONCAP CO2 75

Manutenção

Toyota Yaris Hybrid

Um dos modelos híbridos mais vendidos pela Toyota em Portugal, o Yaris Hybrid, além de ser amigo do ambiente, tem um custo de manutenção de apenas €2,96 por cada 100 km percorridos.

TRANSMISSÃO /TRACÇÃO

CVT / DIANTEIRA

CAIXA DE VELOCIDADES

AUTOMÁTICA

CARROÇARIA

BERLINA /CITADINO)

REVISÕES

VALOR N.º SUBSTITUIÇÕES

862,05 €

MÃO-DE-OBRA

211,70 €

[5,8]

ÓLEO

361,71 €

[8]

CAPACIDADE DO CARTER (LITROS)

3,7

TIPO DE ÓLEO

SEMI-SINTÉTICO

FILTRO DE ÓLEO

83,76 €

FILTRO DE AR

44,28 €

[2]

FILTRO DE PÓLEN

81,48 €

[4]

[8]

FILTRO DE COMBUSTÍVEL

- €

[0]

TEXTO JOSÉ MACÁRIO

VELAS

79,12 €

[1]

A

DESGASTE

422,49 €

LIMPA PÁRA-BRISAS FRENTE

190,64 €

[4]

LIMPA PÁRA-BRISAS TRÁS

25,12 €

[2]

PASTILHAS FRENTE

98,98 €

[1]

PASTILHAS TRÁS

81,23 €

[1]

DISCOS FRENTE

- €

[0]

DISCOS TRÁS

- €

[0]

LÍQUIDO DE TRAVÕES

26,52 €

[4]

CORREIA DISTRIBUIÇÃO

- €

[0]

EMBRAIAGEM

- €

[0]

CARGA AR CONDICIONADO

- €

[0]

BATERIA

- €

[0]

AMORTECEDOR FRENTE

- €

[0]

AMORTECEDOR TRAS

- €

[0]

BOMBA AGUA

- €

[0]

FILTRO PARTICULAS

- €

[0]

TAREFAS EXTRA

- €

[0]

AVARIAS

- €

[0]

ELÉCTRICAS

- €

[0]

TOTAL

- €

[0]

PNEUS

1.869,73 €

PNEUS FRENTE

195/50R16H

PNEUS TRÁS

195/50R16H

PNEUS

1.723,13 €

ALINHAMENTO DE DIRECÇÃO

45,00 €

[3]

EQUILIBRAGEM

76,60 €

[10]

VÁLVULA

25,00 €

[10]

OUTROS

396,03 €

IPO

27,00 €

INFLAÇÃO

369,03 €

AJUSTES

- €

Toyota é uma das marcas com maior historial no campo das motorizações alternativas. Da sua extensa gama de propostas, um dos best-selles da casa nipónica no mercado nacional é o Yaris, que em 2012 trazia para o segmento dos citadinos a tecnologia híbrida e prometia emissões de CO2 de apenas 79 g/km. Atualmente as emissões anunciadas diminuíram para os 75 g/km, a que corresponde um consumo médio anunciado de 3,3 l/100 km e agilidade garantida na cidade, fruto dos 100 cv do motor 1.5 HSD que o equipa, a que se junta um motor elétrico de magneto síncrono permanente, com 169 Nm de binário, e uma caixa automática CVT. Além de um pequeno impacto ambiental, a variante híbrida do Yaris oferece também um diminuído impacto financeiro na hora de cumprir o plano de manutenção indicado pelo fabricante: apenas €2,96 por cada 100 km. Realizando uma análise ao plano de manutenção proposto pela marca para um período de 48 meses, e assumindo que neste período são percorridos 120 mil km, o valor total necessário para manter este citadino japonês cifra-se nos €3550,30, correspondendo a maior fatia deste valor às trocas de pneus preconizadas: €1869,73. Nesta categoria, os pneumáticos 195/50R16H que equipam as quatro rodas levam a maior parte do valor necessário. Custa €1723,13 realizar as 10 trocas de pneus impostas pelo plano de manutenção do fabricante, a que se juntam ainda €45 para o alinhamento da direção, €76,60 para equilibragem e €25 para troca de válvulas. Com €862,05, a segunda maior parcela da manutenção a realizar com o Yaris Hybrid diz

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respeito às revisões preconizadas pelo plano de manutenção. Só o óleo semissintético necessário às quatro trocas consagradas no plano (€32,22 por litro) custa €361,71. Seguem-se os €209,52 para as trocas de filtros: €83,76 para o filtro de óleo; €44,28 para o de ar, e €81,48 para o de pólen. A terminar esta secção devem ser mencionadas as 5,8 horas de mão-de-obra necessárias a estas intervenções, calculadas ao valor médio nacional de €39,81, que terão um custo de €211,70, e ainda a substituição das velas, que adiciona à fatura um total de €79,12. A substituição de peças de desgaste consome, neste período em análise, €422,49. Neste particular, a troca de escovas limpa-parabrisas é onde se gasta mais dinheiro: €190,64 para as quatro trocas de escovas dianteiras e €25,12 para as duas trocas da escova traseira. A manutenção do sistema de travagem obriga ao dispêndio de €180,21, distribuídos entre os €98,98 para a troca de pastilhas dianteiras a realizar no período em análise e os €81,23 necessários para cumprir a troca de pastilhas traseiras recomendas pelo fabricante. Para finalizar estas contas resta adicionar €100 para a carga do ar condicionado e €26,52 para as quatro trocas de líquido de travões. Não nos podemos esquecer também dos €27 para pagar a IPO obrigatória e os €369,03 de inflação. A todos os valores apresentados na tabela e nestas linhas acresce o IVA à taxa legal em vigor. Para mais informações, contacte Luís Ribeirinho, diretor comercial da 4Fleet, através do telefone 910 401 216 ou do e-mail luis.ribeirinho@4fleet.pt.

[10]

CUSTOS DE MANUTENÇÃO TOTAL

3.550,30 €

/100 KMS

2,96 €

CONSUMO MISTO IMPOSTO CIRCULAÇÃO (IUC)

131,40 €

* VALORES SEM IVA

[3,30]


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REPARAÇÃO

Volkswagen Passat

Suspensão Conheça os passos para proceder a operações de montagem e desmontagem na suspensão do VW Passat 1.9 TDi de ‘97. TREM DIANTEIRO DADOS TÉCNICOS Suspensão dianteira de rodas independentes com um elemento de suspensão guiado por dois braços superiores, um braço inferior e um braço guia, tudo de maneira simétrica. Conjunto de mola-amortecedor formando o elemento da suspensão e a barra estabilizadora. Os cubos dianteiros estão montados sobre um rolamento estanque de dupla fila de esferas com contacto angular. Chassis equipado com uma suspensão “Sport” de série ou como opção, segundo as versões. Como opção: berlina e break TDi 110 CV, berlina Confort TDi 110 CV, berlina Confort e Sport TDi 115 CV, break Confort TDi 115 CV. De série: berlina Sport TDi 115 CV, break Sport TDi 115 CV (só desde 03/05/99). Código do chassis com suspensão normal: 1BA (sobre a placa de identificação). Código do chassis com suspensão “Sport”: 1BE (sobre a placa de identificação).

MOLAS HELICOIDAIS As molas estão marcadas com traços de pintura de cor. AMORTECEDORES Amortecedores de gás não desmontáveis. O amortecedor suporta o conjunto das fixações relativas à mola da suspensão forma igualmente o elemento da suspensão. BARRA ESTABILIZADORA Barra estabilizadora fixa ao charriot por dois apoios e unida aos braços inferiores com bielas. Diâmetro: berlina: 26,8 mm, break: 29 mm. CORRESPONDÊNCIA DOS ROLAMENTOS DO CUBO Diâmetro do rolamento: Passat TDi 90 CV: 75 mm, Passat Tdi 115 CV: 75 mm, Passat TDi 110 CV: 82 mm, Passat TDi 115 CV. autom.: 82 mm BINÁRIOS E ÂNGULOS DE APERTO (daNm ou mkg e em graus)

RODAS JANTES PNEUS (CHAPA/ALUMÍNIO) TDi 90 y 110 CV.

6J15 /7J 15 *

PRESSÃO DIANT/TRAS (BERLINA A BREAK) CARGA MÉDIA

205/60 VR 15’

TDi 110 CV. Sport

195165 VR 15 /

6J15 / 7J 16 *

205/55 WR 16’

TDi 110 CV. Pack

7 J 15

205160 VR 15

TDi 115 CV. Unfurl

6,115 / 7J 15’

195165 VR 15/

2, 2/2,4

205/60 VR 15’

M 115 CV, Sport

205/55 WR 16

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7 J 16

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CARGA TOTAL

195/65 VR 15 / r

2,2/3,0

Apoio da fixação do amortecedor: 6,5. Fixação superior do elemento da suspensão *: 2. Fixação inferior do elemento da suspensão *: 9. Porca de vareta do amortecedor: 5. Braço superior dianteiro e traseiro sobre o apoio da fixação do amorte¬cedor *: 5 + 90°. Parafuso de sujeição da rótula da direção sobre a mangueira *: 1. Rótula da direção sobre mangueira 0: 4,5 Braço superior dianteiro e traseiro sobre a mangueira *: 4. Parafuso da transmissão *: - 11,5 + 900 (parafuso M14). -19 + 90° (parafuso M16). Braço inferior sobre a mangueira *: 10. Braço inferior sobre o charriot *: 9 + 90°. Biela da barra estabilizadora sobre o braço inferior *: 7. Biela da barra estabilizadora sobre a barra *: 9. Fixação do charriot *: - dianteiro: 11 + 90°. - traseiro: 6 + 90°. Fixações dos apoios traseiros do charriot: 2,3. Braço guia sobre o charriot *: 9 + 90°. Parafuso de roda: 12. * parafusos ou porcas a substituir em cada desmontagem. Desmontagem e montagem de um elemento da suspensão Levantar e apoiar a parte dian¬teira do veículo. Desmontar a roda do lado correspondente. Retirar os tampões dos parafu¬sos de fixação no compartimento do tablier. Desmontar as duas porcas de fixação superiores


ANUÁRIO TÉCNICO DO AUTOMÓVEL

EX CLU

SIV O

Separar a cablagem do sensor do ABS do seu suporte sobre a pinça do travão. Desmontar o parafuso de fixação dos braços superiores sobre a mangueira e separá- -los com um extrator. Balouçar a mangueira para a parte traseira do veículo e des¬montar o perno da fixação inferior do elemento da suspensão sobre o braço inferior. Desmontar o elemento da suspensão. Para a montagem, proceder pela ordem inversa da desmontagem. Desmontagem e montagem de um braço inferior e de guia DESMONTAGEM Braço inferior Desmontar a porca de sujeição da rótula do braço guia sobre a mangueira. Com um extrator, separar o braço inferior da mangueira. Desmontar o perno de fixação inferior do amortecedor. Desmontar as porcas da biela da barra estabilizadora e desmonta-la. Desmontar o perno de fixação do braço inferior sobre o charriot e desmontar o braço. Braço de guia Desmontar a porca de sujeição da rótula do braço guia sobre a mangueira. Com um extrator, separar o braço de guia da mangueira. Desmontar o perno de fixação do braço de guia sobre o charriot. Desmontar os parafusos de fixação do charriot, baixá-lo e des¬montar o braço de guia. Para a montagem, proceder pela ordem inversa da desmontagem. Para a montagem do braço de guia sobre o charriot, utilizar sempre o orifício interior especial para isso no charriot. Desmontagem e montagem de uma mangueira Desbloquear o parafuso de fixação da transmissão antes de desmontar a roda. Levantar e apoiar a parte dian¬teira do veículo. Desmontar a pinça do travão e pendurá-la na cava da roda. Desmontar o disco do travão, os parafusos da chapa de proteção e o sensor do ABS. Desmontar as fixações do braço inferior e do braço guia à man¬gueira. Extrair o protetor de borracha da cablagem do ABS, desligar a ficha, e a seguir separar o sensor.

SUSPENSÃO - TREM DIANTEIRO - CUBOS 1. Apoio da fixação do elemento da suspensão 2. Silentblocs 3. Braço superior traseiro 4. Braço superior dianteiro 5. Mangueira 6. Rótula da direção 7. Chapa de proteção 8. Cubos

9. Rolamento de cubos 10. Apoio elástico da barra estabilizadora 11. Braço inferior 12. Biela da barra estabilizadora 13. Barra estabilizadora 14. Apoio da barra estabilizadora

Separar a rótula da direção da mangueira, e as rótulas do braço inferior e do braço guia à man¬gueira. Afrouxar o parafuso de fixação dos braços superiores e separá-los da mangueira com um extrator. Balouçar a mangueira para um lado. Desmontar o parafuso de fixação da transmissão e desmontar a mangueira. Para a montagem, proceder pela ordem inversa da desmontagem. Desmontagem e montagem do charriot DESMONTAGEM Colocar um dispositivo de sujeição do motor (grua de oficina ou a ferramenta VAG 10-222A). Desmontar as rodas.

ALINHAMENTO DO TREM DIANTEIRO

CHASSIS NORMAL (IBA)

CHASSIS SPORT (1BE)

Ângulo da roda (não ajustável)

- 0º25’ +- 25’ (dif. máx. 30

- 0040 +- 25’ (dif. máx. 30’)

Paralelismo convergencia de 2,2 +- 0,4 mm ó 0°20’ +- 4’

15. Braço de guia 16. Charriot 17. Amortecedor 18. Copela inferior da mola 19. Separador inferior da mola 20. Cápsula 21. Capa de proteção 22. Topo de borracha

23. Mola da suspensão 24. Copela superior da mola 25. Anilha 26. Apoio do amortecedor 27. Porca da vareta do amortecedor 28. Porca da fixação superior do amortecedor.

Desmontar a blindagem de proteção debaixo do motor. Em cada lado Desmontar o perno da fixação inferior do elemento da suspensão. Desmontar as porcas de fixação das bielas da barra estabilizadora. Desmontar o porno de fixação do braço de guia sobre o charriot. Desmontar as fixações dos apoios traseiros do charriot e baixá-lo. Desmontar a fixação do braço guia da mangueira. Separar a cablagem do sensor do ABS do seu suporte sobre a pinça do travão. Separar o braço guia e o braço inferior do charriot. Desmontar a porca de fixação do suporte da caixa de velocidades. Desmontar o parafuso da fixação dianteira do charriot. Afrouxar o parafuso da fixação inferior do suporte do motor até que se possa tirar o charriot. MAIO 2016

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TURBO OFICINA

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reparação

BINÁRIOS E ÂNGULOS DE APERTO (daNm ou mkg e em graus) Fixação superior do amortecedor: 4,5. Fixação inferior do amortecedor *: 5 + 90°. Porca de vareta do amortecedor *: 2,5. Fixações do apoio sobre a carroçaria *: 11 + 90°. Fixação do apoio sobre o eixo *: 12 + 90°. Parafuso do cubo: 6 (6 lados Allen) 3,5 (6 lados hexagonal). Parafuso de roda: 12 * parafusos ou porcas a substituir em cada desmontagem

Desmontagem e montagem do eixo traseiro

SUSPENSÃO – TREM TRASEIRO - CUBOS 1. Eixo 2. Apoio da fixação 3. Perno da fixação do apoio 4. Separador inferior da mola 5. Mola da suspensão

6. Separador superior da mola 7. Amortecedor 8. Parafuso da fixação inferior do amortecedor 9. Cápsula 10. Capa de proteção

Desmontar o charriot. MONTAGEM Colocar o charriot e os parafusos dianteiros do charriot. Colocar os braços inferiores e os braços de guia sobre o charriot. Montar as fixações dos apoios traseiros do charriot sobre a carroçaria. Montar as porcas de fixação do suporte da caixa de velocidades. Para continuar as operações res¬peitar os binários de aperto e a ordem indicada: - as fixações traseiras do charriot. - as fixações dianteiras do cha¬rriot. - as fixações do apoio traseiro do charriot sobre a carroçaria. - as fixações dos suportes da caixa de velocidades. - as fixações dos braços inferiores e dos braços de guia sobre o cha¬rriot. Montar a biela da barra estabili¬zadora. Montar o parafuso da fixação inferior do elemento da suspensão. Montar a blindagem de proteção debaixo do motor. Montar as rodas. Substituição de um rolamento de roda Esta operação realiza-se de maneira tradicional e é preciso desmontar a

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TURBO OFICINA

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11. Topo de borracha 12. Parafuso da fixação superior do amortecedor 13. Apoio do amortecedor 14. Porca da vareta do amortecedor

15. Sensor da velocidade do ABS 16. Pinça do travão 17. Placa de proteção 18. Cubo 19. Disco do travão 20. Barra estabilizadora.

mangueira. A retirada e montagem do rolamento faz-se com prensa. TREM TRASEIRO DADOS TÉCNICOS Suspensão par eixo semirrígido perfilado em “ V “ com mola e amortece¬dor separados. O eixo está fixo na carroçaria por apoios elásticos. Conjunto cubo com rolamento integrado. Chassis equipado com uma suspensão “Sport” de série ou como opção, segundo as versões (ver os dados técnicos do capitulo “Trem dianteiro”). MOLAS Molas helicoidais cónicas montadas diante dos amortecedores. AMORTECEDORES Amortecedores monotubos de gás não desmontáveis. BARRA ESTABILIZADORA Barra estabilizadora soldada ao trem traseiro. ALINHAMENTO DO TREM TRASEIRO Ângulo da roda (não ajustável): - 1°30’ ± 20’. Diferença máx. entre direita e esquerda: 0°30’. Paralelismo (não ajustável): convergência de 2,2 ± 1,7 mm ou 0°20’ ± 15’.

DESMONTAGEM Desmontar os amortecedores e as molas. Desmontar o cárter de proteção debaixo do eixo. Em cada lado: - desmontar as fixações dos cabos do travão de mão. - desmontar o sensor do ABS e separar a cablagem. - desencaixar a conduta do travão do seu suporte. - desmontar a pinça do travão e pendurá-la na cava da roda. - desmontar o suporte da conduta do travão. - segurar o eixo com um macaco hidráulico. - afrouxar os 3 parafusos do apoio da fixação. Marcar a posição da montagem do apoio da fixação. Segurar o eixo e desmontá-lo, baixando o macaco hidráulico MONTAGEM Comprovar o estado dos apoios elásticos, e substituí-los se for necessário. Verificar a limpeza da superfície de apoio da longarina. Colocar o eixo. Tentar centrar bem o silentbloc do apoio da fixação no alojamento do corpo do eixo. Colocar os parafusos do apoio e do eixo, e apertar as porcas até que o apoio da fixação e o eixo assentem Montar os parafusos de fixação do apoio sobre a carroçaria, sem os apertar. Continuar a operação na ordem inversa da desmontagem, montar as molas, os amortecedores e as rodas, e baixar o veículo para o solo. Apertar os apoios de fixação sobre o eixo com o binário indicado, com as rodas no solo. Controlo e regulação da geometria Não há ângulos ajustáveis no trem traseiro. No caso de encontrar valores fora de tolerâncias, comprovar o estado dos elementos constituintes do trem traseiro. Substituição de um rolamento de cubo O rolamento forma parte inte¬grante do cubo e não se pode separar dele. A substituição do rolamento obriga à do cubo.



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ESPECIALISTA

PNEUS

Cooper Tires

Tríade de novidades A Cooper Tires levou a cabo uma ação conjunta com a DonTyre para dar a conhecer a alguns clientes ibéricos as suas novidades de produto. Mas o importador também tem novidades… TEXTO E FOTOS JOSÉ MACÁRIO

C

om três novos produtos no mercado, a Cooper Tires aceitou o convite da DonTyre, um dos seus distribuidores em Portugal, para os apresentar a vários clientes ibéricos. Nesta ação, que teve lugar no circuito de velocidade DonTyre, localizado em Talavera la Real, Espanha, foi possível ficar a conhecer um pouco mais sobre os Zeon CS8 (Turismo), Zeon 4XS Sport (SUV) e Discoverer STT Pro (TT), mas também os planos da DonTyre para o nosso país. A nova proposta da Cooper no segmento de Turismo é o Zeon CS8, um pneu de verão UHP que substitui no portefólio da marca o Zeon CS6. Com piso assimétrico, está disponível em 56 referências, entre as 15 e as 18 polegadas, com índices de velocidade entre W e Y e um composto especial, que lhe diminui o peso em 0,8 kg face ao CS6. Além da diminuição de peso, a Cooper dotou o CS8 de estruturas

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supressoras do ruído e da tecnologia 3D Micro-Gauge Siping, que une, de forma flexível, as paredes dos tacos, aumentando a resposta às solicitações da direção e a estabilidade lateral. Para os SUV está já disponível o Zeon 4XS Sport, que toma o lugar dos Zeon 4XS e 4XSTA na gama da Cooper. Disponível em dimensões que vão das 16 às 21 polegadas e com códigos de velocidade H, V, W e Y, o 4XS Sport conta com um desenho inteligente do piso, com tecnologia Tri-Arc, que assegura o seu desgaste regular, bem como sulcos longitudinais, desenhados para maximizar a evacuação da água. Os ombros possuem blocos de grandes dimensões para melhorar a tração e a manobrabilidade, ao passo que o nervo central do piso oferece ao pneu uma melhor estabilidade e precisão. A pensar na legislação europeia, o 4XS Sport usa a

tecnologia Opti-noise, que assegura um menor ruído de rolamento. As restrições de ruído impostas pela UE obrigaram a Cooper Tires a redesenhar a gama STT. A marca aproveitou a oportunidade e lançou o Discoverer STT Pro, que substitui a anterior gama destinada aos amantes do fora-de-estrada. Disponível em 42 dimensões, entre as jantes de 15 e 22 polegadas, este novo pneu conta com múltiplas tecnologias,

COM OS NOVOS PNEUS, A COOPER INTRODUZ NO MERCADO UMA GARANTIA QUILOMÉTRICA


Francisco Cuevas (na foto) foi o mestre de cerimónias do evento. Em baixo, à esquerda, a equipa comercial da DonTyre: (da esq. para a dir.) Paco Perez, responsável comercial da DonTyre; Pilar Lourenço, responsável pelo callcenter de Portugal; e António Grilo, comercial em Portugal

incluindo um composto de sílica especial e um desenho pensado para minimizar a retenção de pedras. Da mesma forma, a Cooper pensou os sulcos (de profundidade variável) e as nervuras internas do piso de forma a aumentar a expulsão da lama. Para garantir maior proteção contra danos, este novo pneu usa a tecnologia Armor-Tek3, uma carcaça de três camadas: duas radiais a 90º face ao talão e uma terceira, a um ângulo único (e não divulgado), para aumentar a resistência aos impactos laterais. GARANTIA E MUITO MAIS Além dos novos produtos, Francisco Cuevas, gerente de Grandes Contas da Cooper Tires, apresentou o Compromisso Cooper, uma garantia que a marca sedeada no Ohio oferece a estes três produtos. Ao abrigo deste compromisso, o cliente final tem um período de um mês ou mil quilómetros em que pode devolver os pneus comprados caso não esteja satisfeito com o seu desempenho. Complementarmente, a Cooper propõe aos clientes uma garantia quilométrica para três pneus: 40 000 km para o CS Sport e 4XS Sport e 48 000 km para o CS8, devendo-se a diferença apenas às características de desenho dos pisos. Desde que utilizado de uma forma correta e com as manutenções necessárias, a Cooper compromete-se a indemnizar o cliente por cada quilómetro que o pneu não cumpra face ao teto de 40 ou 48 mil quilómetros.

A ativação da garantia é simples. Basta registar a compra no portal www. compromisocooper.es até 14 dias após a data da fatura. Em entrevista à TURBO OFICINA, Cuevas afirmou ainda que o nosso mercado tem aceitado bem estes novos produtos, como o comprova o facto de ter existido já uma rotura de stock no caso do STT Pro. Com um crescimento de 6% face ao ano passado em Portugal, e uma quota de mercado de 12% nos segmentos 4x4 e SUV, a Cooper espera crescer durante este ano. A nível ibérico, Cuevas espera que a marca aumente as vendas em 4% no segmento 4x4 e em 12% no segmento SUV, para o que concorrerá a única novidade prevista até ao final do ano: o aumento da oferta de dimensões para o 4XS Sport, que em dezembro deverá cobrir 98% do mercado. APOSTA NA PROXIMIDADE Há dois anos em Portugal, a DonTyre conseguiu no primeiro quadrimestre deste ano um crescimento de 30% face ao registado em 2015, resultado que António Grilo, comercial da empresa no nosso país, espera manter no restante de 2016. Para o conseguir, a DonTyre aposta na proximidade face aos clientes, um aspeto que Grilo considera fundamental, tendo em conta que a tecnologia afastou a empresa do consumidor, que agora tem tudo disponível na Internet, de forma mais rápida. Jorge

Berrocal, administrador da empresa, partilha desta opinião, referindo mesmo que os pontos fortes do importador no nosso país são a qualidade e rapidez de serviço, a ampla gama de pneus de todo o tipo e, claro, a proximidade junto dos clientes. Uma das faces visíveis dessa aposta é o projeto PitLane, que está a dar os primeiros passos no nosso país. Embora existam já muitos inscritos para pertencer a esta rede de oficinas, Grilo diz que, atualmente, estão ativas apenas duas localizações: em Portalegre e em Lisboa. A outra face desta aposta na proximidade ainda não é visível, mas será até ao final do ano, como revela Jorge Berrocal. Ainda em 2016 assistiremos ao nascimento de uma DonTyre portuguesa: “Será uma empresa portuguesa. Sempre nos distinguimos por tentar, apesar de sermos uma multinacional, ser uma empresa próxima do cliente. Queremos estar no mercado sem nos impormos, antes aproximando-nos dos clientes e atendendo todas as suas necessidades.” Apesar desta nova empresa portuguesa, Berrocal diz que o cliente poderá continuar a comprar em Espanha, dependendo da sua vontade. Para tal existem, no callcenter da empresa, pessoas bilingues para que os clientes se sintam mais à vontade. “Não impomos que compre a uma ou a outra, é uma questão de proximidade”, termina o administrador da DonTyre. JUNHO 2016

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PNEUS

DUNLOP

DESAFIO INSÓLITO AO SPORT MAXX RT2 Para celebrar o lançamento do novo pneu de muito altas prestações, o Sport Maxx RT2, e colocar à prova o seu rendimento, a Dunlop reuniu-se em Palma de Maiorca com o skater Pete Connolly e com o piloto britânico Jason Plato. O desafio, que teve lugar na estrada da serra de Tramontana, consistiu numa corrida contrarrelógio pelas curvas da cordilheira. Na descida houve uma competição entre a velocidade conseguida do skater e a de um Mercedes-AMG A45 com pneus Sport Maxx RT2. As curvas apertadas, o nível de inclinação e a velocidade do percurso fizeram com que fossem necessários pneus que proporcionassem excelentes condições de aderência e precisão. Alberto Villarreal, diretor de Marketing da Goodyear Dunlop Iberia, afirma: “Queríamos demonstrar as excelentes capacidades do nosso mais recente pneu numa rota exigente como é o caso da serra de Tramontana. Preocupámo-nos em produzir um pneu para o consumidor que procura uma experiência única, e o Sport Maxx RT2 oferece um nível sem precedentes de aderência e precisão em curvas, proporcionando 100% de confiança e máximo rendimento.”

NEX

Plataforma na Madeira C

om o intuito de se posicionar como referência na distribuição grossista na península Ibérica, a Nex apostou numa nova zona. A partir de agora, a distribuidora opera uma plataforma na ilha da Madeira, conseguindo assim, a curto prazo, oferecer distribuição bidiária naquela ilha, através do armazém da Cancela, que tem uma capacidade corrente de entre 3000 e 5000 unidades e onde estarão disponíveis todas as marcas do portefólio NEX para as gamas turismo,

comerciais e 4×4/SUV. Adicionalmente, os clientes madeirenses continuarão a ser servidos pelos armazéns de Lisboa e Madrid, mantendo o acesso a um stock global de cerca de 90 mil pneus. Esta operação corporativa representa mais um passo na agenda estratégica do desenvolvimento da NEX. No final de 2015, a empresa abriu os armazéns de Lisboa e Porto, em fevereiro passado, incorporou na sua oferta a gama agroindustrial e, em abril, adquiriu a Ihle Ibérica.

PIRELLI

NOVO COMPOSTO PARA O GP DE ESPANHA DE F1 Há um novo composto nomeado para o GP de Espanha de F1, diferente dos habituais compostos (médio, macio e supermacio) escolhidos nos primeiros quatro grandes prémios. Para o circuito da Catalunha, os compostos duro, médio e macio foram os nomeados para lidar com as elevadas cargas de energia que esta pista possui. A maioria das equipas focou-se nos pneus macios ao invés de optar pelo composto duro. Do ponto de vista dos pneus, a Pirelli afirma que o circuito da Catalunha é um circuito com uma grande carga de energia para os pneus, especialmente a curva 3, uma longa curva para a direita. Uma vez que os testes de pré-época aconteceram neste circuito, as equipes possuem muitos dados relevantes já retirados na presente época. O asfalto rugoso com

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o pneu dianteiro esquerdo, que é particularmente afetado. Além disso, este é um circuito com uma elevada carga aerodinâmica, aumentada pela carga de pressão vertical exercida nos pneus.

curvas rápidas apresenta um excelente teste de resistência aos pneus, cujo desgaste e degradação são elevados. Barcelona é um circuito exigente para a dianteira dos automóveis, especificamente para

OS TRÊS COMPOSTOS NOMEADOS Composto Duro (Laranja): Pela primeira vez nesta época, no entanto nenhum piloto escolheu mais que um jogo. (um conjunto foi nomeado pela Pirelli como obrigatório para a corrida). Composto Médio (branco): Um composto versátil que é o melhor compromisso entre o desempenho e durabilidade. Composto Macio (amarelo): Um segundo mais rápido que o composto médio (branco) em Barcelona, mas não deverá durar muito tempo.


HANKOOK

NOVO DIRETOR COMERCIAL & MARKETING PARA A PENÍNSULA IBÉRICA A Hankook Espanha nomeou Emilio Santisteban Pellicer como novo diretor comercial & marketing para Portugal e Espanha. Este novo diretor conta com 15 anos de experiência no setor dos pneus, onde desenvolveu a sua carreira numa multinacional do setor como diretor de marketing & comunicação. Emilio Santisteban Pellicer incorporou a marca coreana de pneus Hankook com o objetivo de continuar o desenvolvimento da marca em Portugal e Espanha. O novo diretor da marca de pneus nasceu em Úbeda (Jaén), tem 42 anos de idade, é licenciado em Gestão Comercial & Marketing pela universidade de ESIC (Madrid) e complementou a sua formação com diversos cursos de gestão nos últimos anos. A Hankook tem registado um crescimento contínuo durante os últimos anos, mantém uma relação sólida com os seus clientes e distribuidores e prossegue a estratégia de desenvolvimento da rede Confortauto Hankook Masters, contando já com 750 centros em Portugal e Espanha. Com esta rede, a Hankook protege a sua marca nestes territórios e posiciona os seus produtos como uma referência de qualidade.

Kumho

Nova fábrica nos Estados Unidos

A

Kumho Tyre, fabricante coreano de pneus, inaugurou uma nova fábrica nos Estados Unidos, situada em Macon, no estado da Geórgia. A unidade agora inaugurada tem uma capacidade inicial de produção anual de até quatro milhões de pneus, estando previsto o incremento desta capacidade até aos dez milhões de pneus/ano. Os cerca de 450 milhões de dólares de investimento do fabricante coreano nesta nova unidade fabril permitiram criar um espaço

com 80 mil m2, localizados num terreno de 530 mil m2. A nova fábrica conta com um avançado sistema de produção automatizada, que assegura uma melhor qualidade dos produtos e uma elevada eficiência de processos. Os produtos deslocam-se pela fábrica de forma totalmente automatizada, utilizando para isso um sistema de identificação RFID e a orientação de lasers para guiar os veículos. O controlo em tempo real é feito na base First In, First Out (FIFO).

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BRIDGESTONE

SPEEDY NA MIRA A Bridgestone EMEA anunciou a sua intenção de adquirir 100% da Speedy France, empresa líder no retalho de serviço automóvel e uma das mais importantes redes de pneus de França. A finalização da aquisição encontra-se pendente de aprovação das autoridades regulatórias. Unir forças com a Speedy vai permitir à Bridgestone ter acesso direto aos clientes franceses, um dos mercados prioritários do Grupo, assim como aos de outros mercados onde a Speedy atua. “Estamos encantados com este anúncio”, comentou Eduardo Minardi, Executive Chairman e CEO da Bridgestone EMEA. “Consideramos a Speedy uma vantagem estratégica forte, com um leque de clientes premium, uma grande cobertura geográfica e foco na qualidade do serviço.” Jacques Le Foll, CEO da Speedy, manter-se-á em funções na gestão da empresa, o mesmo acontecendo com a restante equipa.

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JURÍDICO

Requisitos para a abertura, funcionamento e manutenção de oficina

C MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO

Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica. O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga grafia.

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TURBO OFICINA

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JUNHO 2016

hegada a hora de investir num projecto de investimento numa oficina de reparação e manutenção de veículos automóveis e/ ou motociclos, damos conta dos requisitos mínimos legais para que se possa abrir e manter em funcionamento essa oficina. Além dos requisitos gerais para qualquer actividade como sejam a inscrição e declaração de início de actividade junto da autoridade tributária e da segurança social, os elementos a tratar junto da Câmara Municipal como a obtenção prévia de alvará de funcionamento e horário de abertura ao público junto, quem pretenda instalar e colocar em funcionamento uma oficina deve cumprir uma série de requisitos prévios à abertura de portas ao público. Assim, e de acordo com a informação disponibilizada com os centros formalidades de empresas, terão de ser cumpridos alguns requisitos prévios: (a) O titular da exploração da oficina deve, até 20 dias úteis antes da sua abertura ou modificação, apresentar uma declaração, através de modelo próprio, aprovado pela Portaria nº 790/2007, na respectiva Câmara Municipal e cópia na Direcção-Geral das Actividades Económicas (DGAE), na qual se responsabiliza que o estabelecimento cumpre todos os requisitos adequados ao exercício da actividade; (b) As câmaras municipais e a DGAE emitem comprovativo da apresentação da declaração, no prazo máximo de 20 dias. A DGAE disponibiliza no seu site uma relação dos estabelecimentos objecto da declaração de instalação, modificação ou encerramento, actualizada semanalmente, no qual consta a firma ou denominação social e o nome ou insígnia do estabelecimento, endereço, CAE e data prevista para a abertura, ou modificação ou data de encerramento. Além destes requisitos prévios à abertura do estabelecimento, deve o interessado também comprar um software de gestão que emita facturas nos termos previstos na lei e comunicar com a autoridade tributária, contratar os seguros próprios para a actividade (seja para a cobertura de acidentes de trabalho, seja pelo risco inerente à actividade próprio e de terceiros) assim como deve contratar os serviços de empresas autorizadas à recolha e tratamento dos resíduos gerados pelo normal desenvolvimento da actividade de reparação e manutenção automóvel. Além destes requisitos, mesmo sem pretender ser exaustivos, referimos a listagem das informações

que devem ser obrigatoriamente afixadas neste tipo de estabelecimentos. Em local visível para o público e cumprindo com a forma estabelecida para cada um deles, devem estar afixados (i) Horário de funcionamento da oficina; (ii) Aviso de Existência de Livro de reclamações; (iii) Informação sobre sistema de reciclagem e tratamento de resíduos; (iv) Indicação de Preços dos serviços mais comuns, estabelecidos pela Portaria n.º 797/93, de 06 de Setembro, assim como a indicação do valor horário cobrado pela oficina. Em local visível para trabalhadores e entidades supervisoras devem estar afixados (i) Mapa de horário de trabalho de trabalhadores; (ii) Mapa de Férias; (iii) registo de horas e disponibilidade de horas por trabalhador; (iv) Informação com direitos sobre não descriminação e sobre direitos de parentalidade. Além destas, existe uma série de informações que, dependendo da política de comunicação adoptada, podem ser afixadas com interesse para a oficina e para o cliente, como seja a informação sobre a responsabilidade da oficina pelos bens e pertences deixados nas viaturas a reparar, a origem e qualidade das peças, materiais e acessórios utilizados na oficina, a aceitação ou não aceitação de determinados meios de pagamento como cheques ou cartões de crédito, a indicação de tempo e forma de levantamento de viaturas, seja após a elaboração de orçamento seja após a reparação, o valor cobrado por serviço de parqueamento quando este seja cobrado, a indicação sobre as áreas da oficina de acesso público e aquelas cujo o acesso é reservado a trabalhadores da oficina e também Informação sobre eventual existência de acordo com associações de consumidores. Deverá ser também cumprido e devidamente assinalado o plano de segurança da oficina, apontando a existência e localização de extintores, o de matérias perigosas ou ainda das saídas de emergência. Não sendo tarefa fácil, é sempre aconselhável que quem pretenda abrir uma oficina se informe sobre estes e outros requisitos legais que devam ser cumpridos da mesma maneira que, quem já tem uma oficina destas aberta, deve olhar para todas estas obrigações e fazer uma avaliação das que cumpre e das que não cumpre para não ser apanhado desprevenido numa inspecção de que possa ser objecto.




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