Turbo Oficina 066

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profissional

NOVEMBRO

2017



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NOVEMBRO

2017

REPARAÇÃO A EVOLUÇÃO DOS MATERIAIS DA CARROÇARIA

profissional

DOSSIÊ

FERRAMENTAS

Para oferecer um elevado nível de serviço ao cliente, a oficina tem de dispor de ferramentas eficientes. Conheça a oferta nacional

SALÃO MECÂNICA MUDANÇA PARA LISBOA

NIPOCAR

30 ANOS DE PRESENÇA EM PORTUGAL

TODAS AS NOVIDADES DO SALÃO



SUMÁRIO

#66

NOVEMBRO 2017 ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES CAPA FALSA KM HUTCHINSON VERSO DE CAPA JAPAN PARTS PÁG.5 PETRONAS PÁG.7 TRW PÁG.9 INTERESCAPE PÁG.11 EUROREPAR PÁG.13 BASF PÁG.21 BOSCH PÁG.25 NGK PÁG.27 MOTRIO PÁG.29 NEOPARTS PÁG.33 BOLAS PÁG.37 JAPOPEÇAS PÁG.39 WD-40 PÁG.43 LINEXTRAS PÁG.45 HANKOOK PÁG.47 SOFRAPA PÁG.49 MECÂNICA’17 PÁG.51 SALÃO ACAP PÁG.55 CENTRO ZARAGOZA PÁG.57 CARF PÁG.63 CESVIMAP VCC WOLF OILS CC MARCAS NESTA EDIÇÃO ACTIA 34 ALECARPEÇAS 8 ALFA ROMEO 28 ALIDATA 12 ASTURO MEC 36 ATU 34 AUDI 56 AUTOZITÂNIA 10, 12 AZ AUTO 42 BETA 36 BIEMMEDUE 36 BILSTEIN GROUP 24, 50 BMW 62 BOLAS 36 BOSCH 23, 34 CARMAN SCNA 34 CENTRAUTO 28 CHAMPION 24 CHRYSLER 8 CONTINENTAL 26 CORMACH 32 DACIA 28 DELPHI 26, 48 DISTRIGO 24 DODGE 8 FABRIESCAPE 26 FALKEN 26 FAURECIA 24 FERDINAND BILSTEIN GMBH 50 FIAT POWERTRAIN 28 FIAT 28 FINI 36 FOURCE 28 FUSO 28 GITI TIRE 64 GLASSDRIVE 10 GOODYEAR 65 GPI 28 GROUPAUTO 28 GRUPO PSA 28 GT RADIAL 26 GUTMANN 34 HELLA 23 HERTH+BUSS 11 HYPREL 32 IPC 36 IVECO 28 JAGUAR 8 JAKOPARTS 11 JAPANPARTS 24 JEEP 8 KÄRCHER 24 KRAFTWERK 32 KRAUTLI 6 LASER TOOLS 32 LEIRILIS 34 LINDE 8 LINEXTRAS 46 MARANGONI 64 M7 32 MANN+HUMMEL 12, 26, 49, 50 MCD GARCIA 10 MCOUTINHO PEÇAS 8, 44 MÉGUIN 10 METABO 36 MICHELIN 26 MITSUBISHI 52 MONROE 26 NILFISK 24 NIPOCAR 16, 26 NIPOKM 20 NISSAN 8, 28 NORAUTO 28 NORTENHA 26 PIRELLI 26, 65 PROVAC 26 RAASM 36 RAVAGLIOLI 26, 36 RENAULT 28 RUGEMPEÇAS 10 SAKURA 18 SCHAEFFLER 12, 24 SCHUMACHER 6 SEAT 28 SEIKEN 18 SKF 24 SKODA 28 SONIC 34 SPIES HECKER 49 SWF 8 TECHWASH 26 TECNIVERCA 32 TELWIN 36 TENNECO 26 TIRESUR 64 TOKIC 28 TURBOCLINIC 26 VALENTE E LOPES 26 VALEO 24 VALORPNEU 64 VCDS 34 VENEPORTE 10, 26 VOLKSWAGEN 28 VULCO 65 WALKER 26 WINNTEC 36 WOLF 24 ZF 5

14 DESTAQUE Manutenção de filtros

NOTÍCIAS

06 As novidades do setor REPORTAGEM

22 Equip Auto 2017 DOSSIÊ

30 Equipamentos oficinais ANTEVISÃO

40 Mecânica em Lisboa

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ESPECIALISTA Nipocar

REPARAÇÃO

58 Carroçaria 60 Passo a passo 62 Manutenção BMW 116D PNEUS

64 Notícias OPINIÃO

66 Carta de condução

para ciclomotores

RAIO-X

48 Notícias internacionais 52 Comercial do mês 54 Barómetro 56 Radiografia Audi A5 NOVEMBRO 2017 TURBO OFICINA

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EDITORIAL

PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS

CIDADE LUZ, LUZ DA CIDADE

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SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. DAS OLAIAS, 19 A RINCHOA 2635-542 MEM MARTINS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL oficina@turbo.pt DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt

onfesso que chamar a Paris cidade luz é, nesta altura, um exagero, pois o “Vigiepirate” e o medo do terrorismo que se sente por aquelas bandas arruínam todo o romantismo. Já a Luz da cidade de Lisboa continua linda. Na primeira realizou-se o Equip Auto, na segunda teremos a Mecânica.

EDITOR CHEFE JOSÉ MANUEL COSTA oficina@turbo.pt REDAÇÃO CARLOS MOURA PEDRO carlosmoura@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt

A TURBO OFICINA esteve presente na Equip Auto, certame francês com longo historial no panorama do aftermarket europeu, que regressou à cidade luz passadas umas boas mãos cheias de anos, enchendo alguns pavilhões da Expo Porte Versailles. Foi um certame rico, cheio de motivos de interesse, mas muito virado para o negócio e pouco para as novidades, tendência crescente como verificámos na Autopromotec de Bolonha. Portugal esteve presente, com seis “conquistadores” que continuam a erguer-se contra os gigantes, espécie de luta David contra Golias. E tal como na história bíblica, os pequenos “David” têm conseguido impor-se e a novidade da ligação da Veneporte ao gigante Faurecia é um desses exemplos. Nesta edição da TURBO OFICINA pode ler a mais completa reportagem do certame francês. Já na cidade onde a luz é sempre diferente, vamos assistir à Mecânica, que desceu de Leiria até à capital num processo que recolheu os aplausos de todos os envolvidos e, sobretudo, dos elementos do mercado. Que reputam de importante estar mais perto da internacionalização e onde está o maior desenvolvimento. Apresentamos a antevisão do certame nacional do aftermarket e uma entrevista com o responsável da Mecânica e da Exposalão. Um salão que será muito interessante acompanhar. Mas a TURBO OFICINA não se esgota nestes dois temas e fomos perceber como o mercado das Ferramentas está e quais as virtudes e pecados deste área. Pode, ainda, ficar a conhecer quem fornece o que para o Audi A5 e como deve aplicar massas de insonorização. Enfim, uma edição, como sempre, muito rica e interessante que lhe vai proporcionar bons momentos de leitura.

COORDENADOR COMERCIAL GONÇALO ROSA goncalorosa@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777

JOSÉ MANUEL COSTA EDITOR CHEFE

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TURBO OFICINA NOVEMBRO 2017

INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS



NOTÍCIAS

NACIONAIS

KRAUTLI

SCHUMACHER EM PORTUGAL A marca norte americana Schumacher passa a estar presente no mercado nacional pela mão da Krautli, disponibilizando esta os “boosters/ arrancadores de baterias” da renomada firma americana

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Krautli Portugal estabeleceu um acordo com a marca nor te - a mer ic a n a Schumacher para a distribuição de boosters / arrancadores de baterias. Fundada em 1947 é uma das marcas líderes em produtos relacionados com a bateria, como boosters, car-

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TURBO OFICINA NOVEMBRO 2017

regadores e transformadores, detendo uma quota de mercado superior a 85% nos Estados Unidos. A Schumacher entrou no mercado europeu em 2015 com a aquisição da empresa belga Cetor, tendo alterado o nome desta última para Schumacher Europe. A Krautli Portugal já tem disponíveis os seguintes quatro modelos de boosters: PBI1812 – Booster 12V – 700A / 2200A; PBI201 – Booster Premium 12/24V 1800A / 4400A; DSR108 – Booster

Ultracondensador 12V 450CCA – 900A; DSR109 – Booster Ultracondensador 12V 800CCA – 1600A. Para além de dois modelos de boosters convencionais (com baterias internas AGM) 12V e 12/24V, a Krautli Portugal aposta igualmente na distribuição de dois modelos de boosters ultracondensadores (sem bateria interna) 12V. Os ultracondensadores são os boosters mais autónomos do mercado dado que não necessi-


SISTEMAS SCHUMACHER chegam a Portugal pela mão da Krautli. Boosters e arrancadores de qualidade passam a estar disponíveis no mercado

tam de recarga. Reciclam a tensão residual da bateria para a multiplicar e reenviar a energia necessária para o arranque do veículo. Estão sempre operacionais, mesmo após vários anos sem utilização e não perdem a sua potência mesmo em condições climatéricas extremas. Apenas necessita conectar os cabos do booster aos bornes da bateria, ligar o equipamento e assim que o sinal verde (14V) acende, o veículo pode arrancar. /


NOTÍCIAS

NACIONAIS

MCOUTINHO PEÇAS

PORTFÓLIO RECEBE TRÊS NOVAS MARCAS

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MCoutinho Peças tem vindo a alargar a sua oferta de peças de substituição e agora integrou no seu portefólio as marcas norte-americanas Jeep, Chrysler e Doddge. Estas três insígnias vieram juntar-se aos outros dois reforços da família da MCoutinho Peças: a Nissan, que chegou no início do ano, e a Jaguar, mais recentemente. Atualmente, esta empresa passa a disponibilizar aos seus clientes um total de 32 marcas originais, o que corresponde a mais de 98% do parque circulante do nosso país. Com um portefólio de marcas alargado, uma equipa altamente especializada e profissional e um serviço de logística de referência, a MCoutinho Peças disponibiliza num único contacto – por telefone, e-mail, Skype ou em www.mcoutinhopecas. pt – a maior oferta de peças originais no mercado nacional, aos preços mais competitivos. A aposta no aumento de marcas representadas tem como objetivo reforçar o posicionamento da MCoutinho Peças como “A referência nas peças”./

ALECARPEÇAS GAMA DE ESCOVAS SWF CONNECT

A AleCarPeças iniciou a comercialização da nova gama de escovas limpavidros SWF Connect. Com apenas 40 referências, esta gama assegura uma cobertura superior a 96% do parque circulante. Este produto dispõe de um adaptador universal pré-

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TURBO OFICINA NOVEMBRO 2017

instalado e de um spoiler assimétrico para melhorar a visibilidade do automobilista. A SWF coloca a sua experiência de fabricante de primeiro equipamento em todas as suas gamas, disponibilizando produtos de elevada qualidade no seu programa de aftermarket.

LINDE APOIA CRUZ VERMELHA Porque a responsabilidade social é muito importante, a Linde Material Handling Ibérica doou à Cruz Vermelha Portuguesa um empilhador. Esta máquina servirá para ajudar na recuperação das zonas afetadas pelos grandes incêndios, nomeadamente o de Pedrogão Grande. O empilhador térmico H20D, alimentado a diesel e com capacidade de carga de até duas toneladas. A tarefa deste equipamento foi ajudar na logística, movimentando no armazém desta instituição alimentos,

roupa e outros produtos de primeira necessidade destinados às vítimas do incêndio, que tiveram que abandonar as suas casas. Como o vínculo entre a Linde e a Cruz Vermelha se converteu numa estreita relação, a empresa acabou por doar um empilhador térmico, modelo H25D, com capacidade de carga de 2.500 kg.



NOTÍCIAS

NACIONAIS VENEPORTE

PRIMEIROS CONVERSORES CATALITICOS EURO 5

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tenta às necessidades do mercado, às evoluções legais, tecnológicas, e ciente da procura dos componentes tecnologicamente mais exigentes, a Veneporte anunciou o lançamento no mercado das suas primeiras referências de conversores catalíticos com tecnologia Euro 5. Uma das principais características da norma Euro V, face à Euro IV, é a diminuição dos limites máximos admissíveis do NOx (0,180 g/km vs 0,25 g/km) e PM (0,005 g/km vs 0,025 g/km) no caso de motores a Diesel, e a diminuição de NOx (0,060 g/km vs 0,08 g/km) nos veículos com motores a gasolina. De acordo com Telmo Martins, engenheiro responsável pelo departamento de I&D da Veneporte, “este foi um projeto importante e motivador, desde a definição da tecnologia de loading, ao estudo de aplicações, passando pela interação dos componentes com a eletrónica de comando do veículo, até aos ensaios de validação, homologação e respetiva aprovação”. Durante os próximos meses, a Veneporte pretende alargar a gama Euro 5 a outras referências. /

MÉGUIN REFORÇA FORMAÇÃO A Rugempeças e a MCD Garcia juntaram alguns dos seus clientes oficina para uma formação Méguin, que decorreu nas instalações da Autozitânia, em Odivelas. Os cerca de 20 profissionais receberam toda a informação sobre as mais recentes novidades e especificações dos lubrificantes, mas também as oportunidades que existem na utilização de aditivos para manutenção e prevenção. “Para nós é fundamental trazer os clientes à formação, porque as evoluções nos

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GLASSDRIVE LINHA DE PRODUTOS DRIVE CARE

lubrificantes são constantes e estes são os profissionais que todos os dias lidam com estas questões e com os clientes”, explica Joana Angelino, responsável da Rugempeças, um dos Méguin Partner que trabalha a marca em Portugal. A Méguin está presente de forma direta em Portugal, em parceria com a Autozitânia.

A Glassdrive acaba de lançar a linha de produtos Drive Care, que se destinam à manutenção e limpeza de exterior e interior do automóvel Drive Care. Esta gama é bastante alargada. Incluindo champô, limpavidros, soluções de limpeza para jantes e pneus, limpeza de estofos em pele e em tecido, ambientadores com várias fragâncias, além de um aerossol para limpeza e renovação do tabliê. A Glassdrive disponibiliza ainda um aditivo de radiador

(10%, 30% e 50%) e ainda o AdBlue, que é obrigatório para os veículos diesel equipados com sistema de redução catalítica seletiva (SCR). A empresa refere que esta solução permite manter a “sua estratégia de foco no cliente, proporcionando assim a oportunidade de este cuidar do seu veículo, hábito fundamental para aumentar a vida útil do mesmo”.


KRAUTLI DISTRIBUIDOR OFICIAL JAKOPARTS EM PORTUGAL A Krautli, um dos principais players nacionais, celebrou um acordo com o grupo Herth+Buss para a distribuição, em Portugal, da gama asiática da Jakoparts. Desta forma, a Krautli passa a disponibilizar quatro grandes grupos de produtos, a saber, motor, travões, chassis e elétrica. Recordamos que a Jakoparts é uma das marcas mais reconhecidas na Europa como fornecedor de peças para o parque automóvel asiático, sendo nº1 na Alemanha. Com este acordo, a Krautli Portugal vê colmatada uma lacuna até agora existente no seu vasto portefólio e reforça a sua posição como fornecedor global de marcas premium no aftermarket. A Krautli continua a sua aposta de fortalecimento de relações comerciais de qualidade e mais-valia com os seus parceiros internacionais.

AUTOZITÂNIA NOVA SEDE COM PRÉMIO DE ARQUITETURA A nova sede da Autozitânia foi distinguida com o Prémio Municipal de Arquitetura, que foi atribuído pela Câmara de Odivelas. É atribuído a cada dois anos e tem como objetivo distinguir edifícios que contribuiem para a valorização e/ou salvaguarda do património.


NOTÍCIAS

NACIONAIS

MANN+HUMMEL

FIÁVEL, NOVO POLÍMERO QUE SUPERA TUDO

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s válvulas de controlo da pressão atuais que utilizam membranas de elastómero não são capazes de resistir a substâncias químicas agressivas. A Mann+Hummel apresenta o RobustPlus, um novo material que garante uma elevada resistência a estes elementos. Em especial nos motores a gasolina em mercados onde a qualidade deste combustível pode variar, o mau funcionamento das válvulas de controlo da pressão provoca problemas de qualidade. A limitada resistência química das membranas de elastómero fabricadas com borracha de fluoro-silicone implica o aumento e a aceleração do envelhecimento. Em combinação com uma carga mecânica, o risco de formação de fendas é aumentado. As consequências vão desde o mau funcionamento do motor até avarias ou fugas de óleo. Os problemas acumulam-se com motores com baixa quilometragem e até 80 000 quilómetros. Os resultados do ensaio da válvula de controlo da pressão RobustPlus estão parcialmente acima dos requisitos dez vezes. E isso até dobrando o número de ciclos, por exemplo, com ensaios operacionais sobre toda a gama de temperatura entre menos 40° C e mais 150° C. Os resultados da análise química de resíduos da combustão incluíram doze ácidos. Só o RobustPlus consegue resistir às substâncias químicas.

AUTOZITÂNIA FORMAÇÃO COMERCIAL SCHAEFFLER A Autozitânia realizou uma formação comercial Schaeffler para os seus clientes no Kartódromo Internacional de Leiria. A ação contou com 40 participantes e esteve dividida em várias atividades. O objetivo consistiu na atualização de conhecimentos de produtos das marcas daquele fabricante alemão, designadamente Luk, INA, FAG e Ruville. Além da ação de formação, esta ação também incluiu atividades lúdicas para os colaboradores dos clientes da Autozitânia, como, por exemplo, uma prova de karts por equipas,

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que permitiu alguma diversão, competitividade e reforço do espírito de equipa.

ALIDATA DISTINÇÃO ‘PME LÍDER” AAlidata, software house integrada no ‘Sendys Group’, viu ser renovado, por mais um ano, o estatuto de PME Líder, que foi atribuído em parceria pelo IAPMEI, Turismo de Portugal e um conjunto de bancos parceiros, a empresas nacionais que, pelo seu desempenho e perfil de risco, se posicionam como motor da economia nacional em diferentes sectores de atividade, prosseguindo estratégias de crescimento e liderança competitiva.

O galardão veio distinguir desempenho da tecnológica de Leiria, com base na avaliação das notações de rating e nos indicadores económico-financeiros da empresa, que vê reconhecida a solidez financeira, o alto nível de desempenho da sua gestão, assim como as estratégias de crescimento e de reforço da base competitiva.



DESTAQUE

FILTROS

MÁXIMA PROTEÇÃO MELHOR PERFORMANCE Para que o motor possa contar com um óleo de qualidade, é fundamental a prestação do filtro pois, quanto maior for a sua qualidade e eficácia, maior será a sua durabilidade. Desta forma, com a colaboração dos filtros de óleo Blue Print, é assegurada a máxima proteção e performance otimizada para o motor. TEXTO E FOTOS Blue Print

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óleo limpo e com a pressão certa são características vitais para o motor, uma vez que este depende do mesmo para a sua lubrificação evitando o contacto metal-metal entre os elementos móveis, como por exemplo bielas, cambota e veios de excêntricos. O óleo também ajuda no arrefecimento, absorvendo e conduzindo o calor dos pistões, dos cilindros e dos turbocompressores, para o exterior dos mesmos. Os fabricantes de óleo oferecem uma vasta gama de óleos de motor, desde mineral multi-graduações a fórmulas sintéticas muito específicas, misturadas com uma grande variedade de aditivos (antiácidos/detergentes/inibidores de espuma/etc.). A maior parte dos fabricantes de veículos fazem recomendações relativamente aos intervalos de mudança do óleo com base em condições “normais” de condução. Contudo, iniciar o motor com temperaturas mais baixas e fazer viagens curtas pode significar que o óleo não atinja a temperatura necessária para que os resíduos contaminantes resultantes da combustão, como por exemplo a humidade e o combustível não queimado, se evaporem, o que reduz significativamente a qualidade do óleo em circulação, sendo por isso necessárias mudanças mais frequentes do mesmo. Os motores de injeção direta, a gasolina, produzem partículas que se misturam com o óleo, que se vão depositando em componentes vitais do motor. Escolher o lubrificante correto permite assegurar que o motor está a ser cuidado, mas já considerou a importância de um filtro de qualidade? Muitos dos filtros de óleo são conhecidos como de “fluxo total”, onde todo o óleo tem de passar através do filtro antes de chegar às galerias que conduzem o óleo aos elementos móveis do motor. O óleo depende do filtro para reter as partículas microscópicas provenientes do desgaste do motor e dos elementos contaminantes existentes no óleo, evitando que estes se depositem nas superfícies de contacto entre os diferentes elementos móveis. ELEMENTO FILTRANTE O elemento filtrante tem, sem dúvida, o trabalho mais importante do filtro. Este tem que ter a capacidade e a durabilidade para absorver e reter os elementos contaminantes que circu-

lam no óleo, mantendo a sua integridade, entre os intervalos de manutenção do motor de um veículo moderno. VÁLVULA ANTI-RETORNO Os filtros de enroscar têm um diafragma de silicone que garante o fluxo do óleo através do filtro numa única direção. Este também evita que o óleo escoe desde o filtro até à bomba quando o motor está desligado, garantindo também o rápido aumento de pressão aquando do arranque, minimizando o desgaste. VÁLVULA BYPASS A válvula bypass tem duas importantes funções para proteger o motor de inanição. Por um lado, a válvula protege o elemento filtrante no arranque do motor e por outro permite que, mesmo quando o elemento filtrante está obstruído, o óleo por filtrar passe pelo filtro, protegendo o motor contra a inanição. No arranque do motor, o aumento súbito de pressão a montante do filtro, lado da bomba, não é compensado a jusante do filtro, lado do motor. A diferença de pressão pode levar ao colapso do elemento filtrante ou à inibição da passagem do óleo caso a especificação da válvula bypass não seja a correta estando esta aplicada no filtro ou no compartimento do filtro. A pressão sobre a qual a válvula bypass abre é crítica. Se demasiado elevada, a pressão e carga no elemento filtrante podem impedir a circulação do óleo no motor aquando do arranque e conduzir ao colapso do filtro; se demasiado baixa, a válvula irá abrir muito antes do filtro atingir a capacidade de filtragem projetada para o seu ciclo de vida. Estes cenários provocam a incorreta filtragem e causam o aumento do desgaste do motor. TIPOS DE FILTROS Existem dois tipos de filtros de óleo, os de enroscar e os de elemento. Todos os filtros de óleo da Blue Print são produzidos com materiais de qualidade premium para que seja assegurada a proteção máxima e performance, mesmo nos veículos atuais em que os intervalos de mudança de filtro são mais longos. A correta performance no iniciar do motor a baixas temperaturas, permite maximizar a lubrificação e prevenir o contacto do metal-metal com os elementos móveis. Todos os filtros Blue Print foram criados e fabricados para cumprir os padrões do equipamento original. /

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ESPECIALISTA

NIPOCAR

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“DIMENSÃO DO MERCADO PORTUGUÊS É PEQUENA” Especializada na comercialização de peças para veículos japoneses e coreanos, a Nipocar está a cumprir o seu 30.º aniversário e, por isso, impunha-se conhecer a empresa e a opinião dos seus responsáveis sobre o mercado português TEXTO JOSÉ MANUEL COSTA FOTOS DR

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ara conhecer melhor um dos maiores “players” do mercado nacional dedicado às peças para veículos japoneses e coreanos, nada melhor que falar com os responsáveis da empresa. Assim, a TURBO OFICINA conversou com Maria Helena Magalhães, diretora financeira e de qualidade da Nipocar e, ao mesmo tempo, senior partner da empresa. Uma entrevista muito interessante que aborda variados temas, desde o nascimento da empresa até ao projetos de futuro, passando por uma análise ao mercado e ás maiores dificuldades que, na opinião de Maria Helena Magalhães, “é demasiado pequeno o que o torna menos dinâmico.” Como vê o aftermarket no geral em Portugal? Dentro do segmento do aftermarket, a Nipocar apenas atua no âmbito das peças para veículos japoneses e coreanos. Todos os intervenientes

no contexto do aftermarket estão, a cada dia, mais conhecedores e exigentes para com os “players” presentes no mercado. Em termos gerais o mercado está estável no tocante à penetração direta de (novas) empresas e, o sector no qual a Nipocar está inserida, tem tido um crescimento constante, embora moderado. Especificamente na área das peças para japoneses, quais os maiores desafios já enfrentados e quais as maiores dificuldades de apostar neste mercado? A Nipocar trabalha ao nível das peças de motor e carroçaria. A sua operação, bem como a plataforma proprietária B2B que possui – o NIPNET - está estruturada em 6 (seis) categoria de produtos: colisão, travagem, motor, refrigeração, suspensão/direção e transmissão. Os maiores desafios (con)centram-se na permanente atualização do catálogo em face dos novos modelos disponibilizados pelos construtores e, de igual modo, uma rigorosa atenção ao abastecimento, fator o qual nos

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ESPECIALISTA

NIPOCAR

tens permitido, ano após ano, solidificar a nossa quota de mercado. Quais são as maiores virtudes e os maiores pecados do mercado português? Como todos os mercados, o mercado português possui características próprias. Não sendo uma virtude ou um pecado, mas sim uma realidade, a dimensão do mercado nacional é pequena e, por essa via, menos dinâmica. A invasão chinesa, a falsificação e a venda online são preocupações? Como dissemos atrás a nossa empresa está no segmento das peças para veículos japoneses e coreanos. A Nipocar segue um lema, uma bandeira própria de apostar no serviço personalizado de atendimento ao cliente. No tocante aos produtos chineses e às peças contrafeitas ou recondicionadas, as mesmas existem e estamos certos que o mercado encontrará o seu equilíbrio. Esse equilíbrio será exigido pelo cliente final na definição do mais competitivo binómio preço/qualidade, já que o preço, por si só, não é ou será factor único de decisão de compra nesta área. Considera que as oficinas e os reparadores sabem quais as diferenças de qualidade e na hora da substituição ou reparação optam pela melhor solução, ou estão subjugados ao preço e procuram outras soluções? A Nipocar efetua a venda direta a casas de peças (revendedores/distribuidores) pelo que não poderá atestar em detalhe as práticas formais das oficinas e reparadores. No entanto e, como já dito, o cliente final está cada vez mais informado do que pretende e, com isso, cada vez mais vai em busca de um produto que, diretamente ou por aconselhamento de terceiros, possua credibilidade, qualidade e aceitação formal no mercado. Quais as maiores exigências do mercado? Julgamos que as maiores exigências se prendem desde logo com o referido binómio preço/ qualidade, mas também, de um modo crescentemente importante, com a disponibilidade dos produtos, eficiência logística e a qualidade do serviço ao cliente. Que produtos comercializam e de que marcas? A nossa plataforma B2B denominada NIPNET está estruturada em 6 (seis) categorias de produtos: colisão, travagem, motor, refrigeração, suspensão/direção e transmissão. Atualmente somos representantes de duas marcas para o mercado nacional e/ou ibérico – a Sakura (filtros) e a Seiken (componentes hidráulicos de

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A NIPOCAR É UMA EMPRESA que funciona em instalações modernas, eficientes e amigas do ambiente, onde o trabalho é realizado tendo em conta a maior produtivdade sem prejuizo para o colaborador

travão e embraiagem). São produtos, para viaturas japonesas, de elevada qualidade e que competem em “pé de igualdade” com os produtos originais. Estas marcas são o espelho da Nipocar no tocante à qualidade e fiabilidade de desempenho. Qual foi o produto mais vendido em 2017 e quais as suas principais caraterísticas? As nossas categorias de produtos mais vendidos, estão uniformemente assentes no material de carroçaria, motor e de desgaste. No corrente ano estamos em linha com o crescimento ocorrido pela Nipocar no ano de 2016. Quais as maiores novidades no vosso catálogo e quais as suas principais caraterísticas? As maiores novidades centram-se no apetrechamento, em cada representada, de uma maior e mais adaptada gama de peças / componentes que correspondem às solicitações do parque automóvel circulante e às alterações que, a C/M prazo se darão pela (inevitável) entrada dos veículos elétricos e híbridos.

Acha que as oficinas estão preparadas para sensibilizar o cliente para a importância de escolher bem e não apenas em função do preço? Essa é uma sensibilização que a Nipocar efetua junto dos seus clientes nacionais / internacionais - através da rede de comerciais – apostando na disseminação da informação dos seus produtos e no comparativo técnico de alguns produtos que representa, em exclusividade, para o mercado português e ibérico. Quando e como nasceu a Nipocar? A Nipocar é uma empresa familiar criada em 1987. No presente ano cumprimos o nosso 30.º aniversário de atividade. No momento, a nossa empresa tem 22 colaboradores permanentes e duas instalações físicas no território nacional – em Gondomar/Porto (sede) e Sacavém. Essa génese é a base do trabalho diário da empresa, o qual está assente na dedicação, colaboração, cooperação e formação contínua (técnica e transversal) de todos, em prol do desenvolvimento sustentado e sustentável da empresa.

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NA NIPOCAR são aos milhares as referências de peças disponíveis, num serviço de qualidade efetuado por colaboradores experientes

Qual foi a estratégia seguida até agora para gerar mais volume de negócio e, naturalmente, resultados positivos? A estratégia seguida, desde sempre, assenta na satisfação do nosso cliente, na escolha e disponibilização de linhas de produtos com uma elevada relação preço/qualidade, a aposta numa gama variada de peças e na constante reposição de stock, a qual, garante à Nipocar uma elevada taxa de disponibilidade do(s) produto(s). De igual modo, a procura de novos mercados/ clientes a nível nacional e internacional é também uma preocupação permanente da Nipocar. Existem planos de expansão? Querem avançar para peças com marca própria? A Nipocar tem já uma marca própria, denominada “NIPOkm”. A mesma foi criada há cerca de 5 anos e visa disponibilizar aos seus clientes produtos diferenciados – em alguns casos

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com 3 opções distintas de compra - para os diversos segmentos de mercado. Esta exigência decorreu do feedback dos seus clientes e do mercado. Atualmente a nossa marca própria tem já uma quota muito relevante no total de vendas da empresa. Quais são os planos para o futuro? Desde a sua génese que a Nipocar desenvolve a sua atividade, tendo em conta a permanente preocupação na/pela diferenciação, inovação, célere disponibilização de produtos ao mercado e sustentabilidade. O futuro da empresa passa por crescer no mercado interno e, de um modo ético, transparente e consolidado trabalhar alguns mercados externos para os quais reúna competências técnicas, humanas e financeiras, já que o investimento na internacionalização deverá ser visto com um horizonte mínimo de 3/5 anos. /



REPORTAGEM

EQUIP AUTO 2017

REPARAR HOJE PREPARAR O AMANHÃ Após 32 anos de ausência da capital, a Equip Auto regressou à cidade luz para ocupar três pavilhões do Paris Expo Porte de Versailles promovendo a mobilidade, conectividade, digitalização, redução das emissões e segurança. Nunca uma frase rimou tão bem com um evento TEXTO E FOTOS JOSÉ MANUEL COSTA

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om o desenvolvimento do aftermarket a nível mundial, os certames dedicados a este tema multiplicaram-se e, por essa razão, praticamente todos emagreceram no que toca aos expositores, aos visitantes e à importância no calendário anual. A Equip Auto não foi exceção a esta regra e depois de uma edição onde as faltas de pesos pesados do mercado foram mais que evidentes, a perda de brilho preocupou os responsáveis do certame e os responsáveis da FIEV (Federação das Industrias de Equipamento para Veículos) e da FFC (Federação Francesa da Carroçaria, Indústrias e Serviços). A parceria não se rompeu, mas muito foi feito para recuperar o brilho de outros tempos. Contas feitas, os responsáveis do certame reinventaram-no mudaram de local, encheram três pavilhões e lançaram várias iniciativas, abraçando um lema que rima de forma perfeita com a nova ideia e imagem – tudo foi mudado! – “Reparar Hoje. Preparar o amanhã!”. Também é verdade que os responsáveis da Equip Auto mudaram o sentido do salão, provocados pela tal multiplicação de certames um pouco por todo o lado e pela pressão dos expositores que, antes de terem um espaço mais ou menos internacional ou famoso, desejam rentabilizar os custos com a presença promovendo contactos com profissionais na expetativa de encontrarem negócios rentáveis, num mercado generoso como é o francês. Por isso, não estranhou que a maioria dos “pesos pesados” estivesse presente com os representantes locais, muito vocacionados para o contacto B2B (empresa a empresa) e não tanto com o B2C (empresa a cliente) e que a invasão chinesa tivesse a mesma atitude que já tinha sido experimentada na Autopromotec, em Bolonha, ou seja, muita agressividade na busca de negócios, desinteresse na promoção ou na divulgação aos jornalistas. DIVISÃO EM ÁREAS Para tornar mais simples a visita, os organizadores estabeleceram “ilhas” onde se arrumavam os expositores de acordo com a sua área de ação. Talvez por isso não estranhou que alguns estivessem divididos em mais que um espaço (como a Bosch, por exemplo). O Equip Auto estava, assim, dividido nas áreas de “Carroçaria, equipamento e pintura”, “Áreas de serviço e Lavagem Auto”, “Lubrificantes e produtos de limpeza”, “Peças de veículos, equipamento e componentes”, “Pneus, acessórios, equipamentos e serviços”, “Reparações, manuten-

ção e equipamentos oficinais”, “Serviços para uma mobilidade conectada” e “Serviços para profissionais”. Contas feitas, estiveram presentes mais de 1400 expositores – dos quais uma fatia muito importante era chinesa, com participação, também, de expositores da Turquia, Índia, Marrocos e alguns países do Magrebe – e cerca de 95 mil profissionais. E este é o destaque principal, pois o Equip Auto esteve, mesmo, dedicada aos profissionais e ao estabelecimento de negócio. À margem do salão, foram realizadas várias ações e iniciativas. Uma delas foi a atribuição dos GPIIA (Grands Prix International pour la Inovation Automobile), os grandes prémios da inovação automóvel. Um painel de 50 jornalistas franceses e internacionais de 15 países diferentes, escolheu 32 projetos de 117 candidaturas e os prémios foram entregues numa gala realizada no Pavillon Cambon Capucines, em Paris. Destacamos, entre os prémios entregues, o sistema de troca de informações dentro da oficina “Bosch Connected Repair”, a unidade automatizada de limpeza de filtros de partículas da Sport System e, ainda, o primeiro farol digital inteligente com LED multifeixe da Hella. Outro espaço muito interessante permitia que colocássemos a “mão na massa”. Os “Tutoriais do Equip Auto” abraçaram vários setores, da carroçaria/pintura á mecânica, pneus, veículos autónomos, enfim, uma série de temas interessantes. A TURBO OFICINA experimentou um destes tutoriais e desmanchou uma cabeça de motor. Não foi fácil e comunicar em francês com alguns toques de inglês, dificultou, mas permitiu perceber que para todos os trabalhos, a ferramenta adequada, a comunicação e o conhecimento são essenciais. O Equip Auto TV foi outra iniciativa muito interessante, com emissões contínuas com uma linha editorial 100% profissional e 55 emissões ao vivo durante os cinco dias do salão. Formação, novas tecnologias, o que reserva o futuro para as oficinas e, finalmente, um enorme debate sobre o Diesel e como enfrentar o que ai vem, nomeadamente, em França e nos outros países que já anunciaram a proibição de venda destes motores daqui a uma mão cheia de anos. A “ilha” dedicada a empresas StartUps reuniu dezenas de pequenas empresas – outras nem isso! – que apresentaram muitas coisas dedicadas ao automóvel e ao aftermarket, essencialmente na área da digitalização. Destaque, ainda, para uma mini feira dedicada aos clássicos, onde se destacava a Bosch com a sua divisão Classic Service (onde estava um

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REPORTAGEM

EQUIP AUTO 2017 Mario Fiems

“MANTER A TRADIÇÃO ABRAÇANDO A NOVIDADE” A TURBO OFICINA teve a oportunidade de escutar Mario Fiems, diretor geral da Equip Auto. Inevitável saber qual a razão para regressar a Paris. “Porque quisemos responder à cada vez mais unânime opinião dos expositores que deveríamos mudar de Villepinte. Depois, porque quisemos reposicionar o salão e esta deslocação para Paris ajuda nessa perceção. Finalmente, temos de olhar para o que é a evolução da indústria automóvel. A digitalização e a conectividade estão cada vez mais presentes e por isso há que responder a essa nova vaga.” Mas também a componente negócio foi reforçada. “Claro que sim, uma vez mais pelo desejo expresso dos expositores.” Esta mudança fez regressar alguns pesos pesados que se afastaram da Equip Auto. “Sim e isso deixanos muito satisfeitos, pois recuperámos algum brilho.” Mas as grandes diferenças são os conteúdos da Equip Auto. “Trabalhámos muito com os nossos parceiros e diferentes atores do mercado para permitir que a Equip Auto seja, hoje, um salão do aftermarket que responde às novas problemáticas do setor.” Mas para isso, foi preciso “encontrar uma base que permita fazer a síntese entre o que é o certame nos dias que vivemos, mas a preparar o futuro, olhando-o

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como oportunidade.” Dai o novo lema? “Exatamente! Assim, posicionamonos como um salão de aftermarket com alguma componente internacional, mas com forte tendência para promover a inovação.” Notase, também, alguns setores que não são habituais nestes certames. “Isso é assim porque entendemos que as fronteiras entre os setores da atividade automóvel estão a diluir-se e, assim, é necessário explorar áreas que podem, sem problema, viver neste ambiente.” Justificase, assim, áreas como “o Parque de Inovação, ou a Vila das StartUp, com várias ideias novas, sempre ligadas às novas áreas ligadas ao aftermarket.” Ainda não é hora de fazer o balanço, mas podemos dizer que a Equip Auto será um projeto de futuro, já com a edição de 2019 no horizonte. “Seja com os nossos parceiros, seja entre nós, refletimos regularmente sobre essa questão. Não tenho dúvidas que a Equip Auto de 2025 ou 2029 serão, forçosamente, diferentes, mas dizer-lhe como eles serão... não consigo dizer. A única certeza é que a Equip Auto deverá continuar a responder às necessidades do setor, pois acreditamos que o aftermarket permanecerá, sempre, seja neste formato ou em outro qualquer.”

OS ÓLEOS WOLF E A DISTRIGO estiveram em destaque nos pavilhões da Equip Auto 2017

belíssimo VW “Pão de forma”) e a Schaeffler, lembrando a sua parceria de 75 anos com a Porsche. PESOS PESADOS EM FORÇA Não faltaram ao encontro os “pesos pesados” do aftermarket. Bilstein Group, Schaeffler, Bosch, SKF, Faurecia, Hella, Japanparts ou Valeo, estiveram em destaque no certame francês, embora as novidades fossem poucas. Isto porque o objetivo principal foi dar a conhecer a enorme panóplia de material disponível desde já ou como sucedeu com a Japan parts, dar a conhecer a sua nova imagem, o reforço da oferta de amortecedores e o novo sítio de internet. Na área da “Carroçaria, equipamento e pintura” não havia nenhuma novidade de verdadeira importância, enquanto na zona de “Áreas de serviço e Lavagem Auto”, a Karcher apresentava um novo aspirador industrial, o mesmo se passando com a Nilfisk. Na área reservada aos “Lubrificantes e produtos de limpeza”, a maioria das marcas presentes, como a Wolf ou a Champion, revelou novas referências para produtos já conhecidos. No setor das “Peças de veículos, equipamen-



REPORTAGEM

EQUIP AUTO 2017

to e componentes”, a Bosch apresentou novas baterias de iões de lítio, a Delphi um novo inversor com conversor de energia alterna em continua, a Mann Filter os novos sistemas de filtragem Flexline adaptáveis a todos os veículos, a Tenneco novos amortecedores para primeira montagem da Monroe e a Walker revelou um novo sensor de temperatura para o escape. Na área dedicada aos “Pneus, acessórios, equipamentos e serviços”, destaque para a ausência de Pirelli, Michelin, Goodyear e Continental, ficando o palco para a Falken e pata a GT Radial. Nenhuma delas apresentou novidades, surgindo motivos de interesse para os profissionais dos acessórios de oficinas de pneus. Além do medidor de profundidade do piso de pneu da Bosch (agraciado com uma medalha de ouro GPIIA - International Grands Prix pour la Inovation Automobile), de vários mecanismos de alinhamento, a Provac anunciou novos sis-

VALEO E HUTCHINSON DESTACARAM-SE PELOS ESPAÇOS que fizeram questão de decorar na Equip Auto 2017, a primeira com o seu camião do "road show" europeu, a segunda com o Peugeot 208 RX usado no ralicross por Loeb

temas de diagnóstico para afinação de direção e pneus e um aparelho de mudança de pneus e a Ravaglioli, o Shoot & Go, reconhecimento automático do veículo e dos pneus e afinações que usa, aravés de uma foto à matrícula tirada pelo operador ou pela máquina. Na zona dedicada às “Reparações, manutenção e equipamentos oficinais”, muitas novidades em termos de ferramentas da Facom - marca francesa que monopolizou o certame com um espaço gigantesco e animação “non stop” e agressividade comercial – e soluções para alinhamento de direções, câmara estática para calibrar as funções do sistema de aviso de

transposição de faixa de rodagem e uma nova geração de soluções de diagnóstico de veículos, tudo da Bosch. Várias empresas apresentaram sistemas de mudança de óleo de motor e caixa de velocidades com aspiradores, limpeza de filtros de partículas e de reparação de vidros e para brisas. Finalmente, nas áreas de “Serviços para uma mobilidade conectada” e “Serviços para profissionais”, evoluções de software para muitos programas de diagnóstico, criação de bases de dados nas oficinas, “bilhetes de identidade” dos veículos para um diagnóstico mais correto e sem falhas. /

PORTUGUESES NA EQUIP AUTO Foram poucos os expositores portugueses presentes no certame da Porta de Versailles, Paris. Apenas seis estiveram com espaços próprios (Fabriescape, Nipocar, Nortenha, Turboclinic, Valente e Lopes e Veneporte) e quase todos com uma simples missão: contacto com clientes e fornecedores e tentativa de encontrar maior

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volume de negócios, num mercado muito apetecível. A TURBO OFICINA visitou os espaços das empresas nacionais. Na Nortenha, expostos os produtos da casa nortenha, porém, sem nenhuma novidade, exatamente a mesma situação na Nipocar, conforme nos confessou a sua responsável máxima, Maria Helena

Magalhães. “Estamos aqui para reforçar os laços com clientes e também fornecedores, enfim, marcar presença num certame importante para nós.” O mesmo discurso serviria para a Fabriescape, empresa que comercializa os seus produtos com duas marcas (Auto-Flo e Fabriescape) e que está há algum tempo arredada do mercado

francês. Como tal, decidiu estar presente na Equip Auto 2017, na tentativa de dar a conhecer a marca e tentar florescer o negócio num mercado que a empresa portuguesa confessa conhecer menos e estar desatualizada face às necessidades dos franceses. A Turboclinic mostrava toda a sua gama de produtos

de diagnóstico, com três novas funções. Ajustamento automático dos turbocompressores com os atuadores elétricos, ajustamento do vácuo simplificado e valores otimizados para uma maior eficiência. Quanto à Valente e Lopes, estava representada pelo seu distribuidor francês, destacando a marca TechWash.



REPORTAGEM

EQUIP AUTO 2017

VENEPORTE REVELA PARCERIA COM FAURECIA A Veneporte aproveitou a Equip Auto 2017 para dar a conhecer melhor a empresa portuguesa sediada em Águeda e anunciar uma parceria com a Faurecia. Para Abílio Cardoso, o CEO da Veneporte (na foto ao centro), “este é um passo muito importante para a nossa empresa” pois tanto a casa nacional, forte nos 50 anos de experiência, como a empresa francesa “identificamos zonas de colaboração profícua para ambas as partes, sendo de destacar que um gigante como a Faurecia olhar para a Veneporte e encontrar formas de colaboração, é algo que nos deixa orgulhosos.” Para o CEO da Veneporte, “termos produtos 100% homologados – é uma condição imperiosa para a empresa – temos tecnologia, conhecimento e experiência construída ao longo de 50 anos de vida.” Aliás, não espanta que a Veneporte tenha qualidade certificada ISO 9001 (qualidade de gestão) e ISO/ TS 16949 (para especificações técnicas), além da VDA 6.3 do grupo Volkswagen. Como

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fez questão de afirmar Abílio Cardoso, “todos os nossos produtos são homologados, respeitam integralmente as normas europeias de emissões, as emissões medidas nos produtos da Veneporte são equivalentes às feitas nos produtos originais e uma gama completamente testada e aprovada por entidades independentes. Convirá lembrar que a

Veneporte movimenta-se nos mercados OEM, OES e IAM (Fabricante de peças originais, fornecedor de peças originais e produtores independentes, respetivamente), com 60% de volume de negócio para o IAM, 32% para o OES e 8% para o OEM. A Veneporte trabalha com quase 20 marcas diferentes na área do OEM e OES (Renault, Nissan, PSA Group, Dacia, VW,

Skoda, Seat, Iveco, FPT (Fiat Powertrains), Fuso, Daimler, Fiat Professional, Fiat e Alfa Romeo. Já nos IAM, marcas como a Groupauto, Norauto, GPI, Tokic, Centrauto ou a Fource, fazem parte dos clientes da casa portuguesa. A Veneporte oferece 710 referências de catalisadores, 120 para os filtros de partículas, 2670 referências para panelas de escape, 1550 para tubos rígidos ou flexíveis e 1300 peças diferentes de montagem. Com um enorme conhecimento da sua área de negócio, Abílio Cardoso lembra que a Veneporte “desenvolve os seus produtos, constrói e desenvolve as suas próprias ferramentas para produção, controla a produção nas duas unidades de fabrico em Águeda e em Linares (Espanha) e conduz os testes finais.” Exportando para 25 países em quatro continentes, a Veneporte está apostada na expansão para novos mercados, nomeadamente, a Rússia e o norte de África, com especial destaque para Marrocos.



DOSSIÊ

EQUIPAMENTOS OFICINAIS

FERRAMENTAS

QUALIDADE OU PREÇO? A qualidade do serviço prestado na oficina é, cada vez mais, fator diferenciador para os clientes escolherem o local onde colocar o seu carro a reparar, seja algo profundo ou uma intervenção simples. Para oferecer um elevado nível de serviço ao cliente, há a necessidade de equipar a oficina e aqui estabelece-se o dilema: qualidade ou preço? TEXTO JOSÉ MANUEL COSTA FOTOS DR

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equipamento oficinal, junto com a formação de qualidade dos colaboradores, é essencial para que o serviço prestado seja diferenciador e consiga fidelizar clientes e aumentar o volume de negócio da oficina. Porém, equipar uma oficina não é tarefa fácil e, muito menos, barata e por isso mesmo surge sempre este dilema: ferramentaria e equipamentos de qualidade mais caros, ou mais material a preços mais acessíveis? E depois da escolha, como é a manutenção do material adquirido? É deixado à sua sorte, ou cumpre as recomendações dos fabricantes e cuida da manutenção de ferramentas, máquinas? QUALIDADE DE SERVIÇO Depois de anos em que o preço regulava o mercado, a evolução sentida em termos económicos dita que a qualidade do serviço é, agora, fator decisivo para a captação e fidelização de clientes. Para conseguir essa qualidade há vários fatores que devem entrar na equação, como a qualidade da formação dos seus colaboradores, o diálogo constante entre a oficina e o cliente, a organização da oficina e o domínio das mais recentes tecnologias de diagnóstico. Mas, acima de tudo isso está aquilo que é a base de uma oficina: o equipamento oficinal seja ferramentaria ou equipamentos de elevação, diagnóstico ou outros. A qualidade, naturalmente, tem um preço e as boas ferramentas, os bons aparelhos de diagnóstico não são, propriamente, baratos. Além disso, a oficina deve estar permanentemente atualizada no que toca a “software” das máquinas e nas necessidades dos veículos, acompanhando a evolução do mercado automóvel. Porque o mercado é dinâmico e a oferta é alargada, a TURBO OFICINA decidiu ouvir alguns dos principais players em Portugal.

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APOSTA NA QUALIDADE Para equipar as suas oficinas, os proprietários terão de optar por uma solução de compromisso entre preço e qualidade

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DOSSIÊ

EQUIPAMENTOS OFICINAIS

QUESTÕES TURBO OFICINA 1

Como está o mercado nacional de equipamentos oficinais?

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O mercado tem vindo a crescer, estagnou ou recuou?

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Quais são as maiores virtudes e os maiores pecados do mercado?

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A invasão chinesa, a falsificação, o produto “low cost” e a venda online são preocupações?

5

Considera que as oficinas e os reparadores sabem quais as diferenças de qualidade na hora da compra, procuram as melhores soluções para o seu trabalho?

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Acha que as oficinas portuguesas estão preparadas para o trabalho com as novas ferramentas digitais? Como é que a vossa empresa se preparou para isso e como pode ajudar as oficinas a se preparar para a cada vez maior especialização na utilização destas ferramentas?

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DOSSIÊ

EQUIPAMENTOS OFICINAIS

O QUE É ESSENCIAL NUMA OFICINA Não é novidade dizer que uma oficina precisa de um bom elenco de ferramentaria e máquinas que possam facilitar o trabalho dos colaboradores, permitindo maior celeridade e maior volume de negócio. Comprar ferramenta é uma jornada, não um fim, pois por muito que se compre, há sempre novidades a surgir, as marcas de máquinas e ferramentas não param de lançar novidades e os construtores não deixam de lançar modelos que exigem novas abordagens. Por isso, a compra de ferramenta é uma história quase interminável. Se a sua oficina se dedica a pequenas reparações, o espectro de compra é largo, mas contido. Porém, se tiver um negócio mais especializado onde se fazem reparações a motores, caixas e outros elementos, o leque alarga-se de forma impressionante e o número de ferramentas necessárias aumenta bastante. Caso esteja a pensar em melhorar a sua oficina ou aumentar o raio de ação do seu negócio, queremos apenas lembrar que as ferramentas de qualidade duram mais tempo compensando, por vezes, o custo final. Naturalmente que todos sabemos quais as

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ferramentas necessárias para um trabalho bem feito, mas para atingir o patamar exigido nos dias de hoje há algumas coisas essenciais. As ferramentas pneumáticas ou elétricas não existem para os preguiçosos. Bem pelo contrário. São ferramentas que poupam tempo e fazem coisas que outras ferramentas não fazem, podendo uma só pistola pneumática desempenhar várias funções. Uma ferramenta elétrica sem fios aumenta a liberdade de ação e, também ela, pode desempenhar várias tarefas, sendo cada vez mais essenciais devido à melhoria das caraterísticas das baterias e da capacidade dos motores elétricos. A sua cada vez maior autonomia e capacidade de binário, permite que sejam usadas onde antes só existiam a opção manual ou pneumática. Depois há que contar no arsenal com retentores de óleo antes de olhar para máquinas que podem ajudar, muito, no seu dia-a-dia. Por exemplo, aspiradores de óleo, sangradores de travões, enfim, um mundo de ferramentas e máquinas que aumentam de forma clara a qualidade do serviço prestado na sua oficina.

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iguel Mestre, gestor de produto da Tecniverca – Máquina e ferramentas, empresa que representa a Laser Tools, Kraftwerk, Hyprel, M7, Cormach entre outras, destaca a evolução do mercado e o desenvolvimento constante da tecnologia. Refere, também que a procura tem aumentado em consonância com a recuperação do país. 1 - O mercado está em constante evolução. As marcas que representamos estão em desenvolvimento constante de novos artigos devido às exigências por parte dos fabricantes de veículos e tudo o que daí advém. A procura tem aumentado em consonância com a recuperação do país. 2 - A nível de mercado, a Tecniverca tem tido uma evolução bastante positiva, a aposta numa nova filial é a prova desse facto e por este motivo consideramos que o mercado tem vindo a crescer. 3 -A maior virtude é o facto de se comercializarem produtos de qualidade a preços competitivos, fornecendo assistência pós-venda de excelência e aconselhamento técnico acerca dos produtos disponibilizados. O maior pecado será exatamente o oposto. Passa principalmente pela comercialização de produtos de baixa qualidade, a preços demasiado baixos, sem poder de resposta a nível de garantias e assistência técnica, induzindo o cliente em dúvida. 4 - Em relação ao produto chinês, contrafeito e low-cost as preocupações principais dizem respeito à qualidade dos mesmos. A Tecniverca adaptou-se a esse tipo de produto mas a escolha recai sempre em material com qualidade e certificado, relegando o preço para segundo plano, independentemente da sua origem. A venda online é um setor/mercado que a Tecniverca fornece e que apresenta um volume considerável de negócio. A única preocupação da venda online é o facto de existirem alguns websites que fornecem apenas


os equipamentos sem ter condições de garantir assistência e montagem profissional. 5 - As oficinas e reparadores têm consciência das diferenças de qualidade na hora de compra, o problema é que optam muitas das vezes na escolha de produtos de baixa qualidade ou de valor inferior sem ter capacidade para executar o trabalho a desempenhar. 6 - As oficinas portuguesas estão em processo de consciencialização acerca das ferramentas digitais, o que é notório pelo aumento da procura de equipamentos de diagnóstico para auxiliar os mecatrónicos no desempenho das suas tarefas. Atualmente todos os carros têm componentes informáticos que obrigam à utilização dessas ferramentas digitais. A Tecniverca tem vindo a evoluir nesse campo, de forma a conseguir responder a essa procura ao introduzir na sua gama a máquina de diagnóstico ACTIA MultiDIAG 360. Temos vindo a realizar acções de formação para diversos temas e 2018 será um ano que esse tipo de ferramenta irá ser destacado.

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na Rita Soares, responsável do marketing da Leirilis SA, empresa que representa a Bosch, Gutmann, Carman Scna, VCDS, ATU e Sonic, destaca a evolução do setor automóvel e a competitividade do mercado, referindo, também, a interajuda entre as oficinas pertencentes a redes oficinais. 1 - Devido á evolução do setor automóvel, com veículos que exigem cada vez mais tecnologia, há a necessidade de colocar à disposição da oficina novos equipamentos que proporcionem a prestação de um bom serviço de manutenção/reparação. Este facto faz com que a procura de equipamentos aumente, tornando o mercado bastante atrativo. 2 - Assistimos a um número crescente de operadores no mercado, onde cada marca tem vários representantes em Portugal, o que torna o mercado muito competitivo. 3 - Uma das maiores virtudes que existe é a interajuda entre as oficinas pertencentes a redes oficinais, que passa pela resolução de

problemas diários, onde disponibilizam equipamentos a outras oficinas, levando à experimentação dos produtos e, consequentemente, à sua futura aquisição. Relativamente aos pecados, encontramos ainda oficinas que não estão devidamente legalizadas e que, por isso, não são fiscalizadas, podendo assim utilizar produtos, nomeadamente software, que não se encontram dentro dos parâmetros legais, não havendo assim igualdade nos preços praticados, aquando a prestação de serviços. 4 - Actualmente, este tipo de produtos não são uma preocupação, uma vez que as oficinas já tomaram consciência que não é rentável adquirir estes produtos, uma vez que a sua vida útil é mais baixa, não havendo rentabilização do investimento. 5 - Na fase inicial da compra o factor preço tem um grande peso na decisão. No entanto, ao explicar, dar a conhecer as caraterísticas, qualidade e vantagens que os operadores podem tirar do equipamento, o preço deixa de ser o fator principal na decisão. As oficinas procuram equipamentos e ferramentas de qualidade que otimizem e rentabilizem o seu trabalho. 6 - As oficinas estão cada vez mais atentas e procuram informação/formação sobre os produtos. A Leirilis tem dois pontos de diferenciação: assistência técnica e formação. Em relação à assistência técnica, temos como objetivo dar uma resposta rápida ao cliente na resolução de problemas, bem como na manutenção dos equipamentos. Relativamente à formação, a Leirilis desenvolve formações onde são utilizados os equipamentos por nós comercializados, realizamos ainda workshops de demonstração de equipamentos.

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DOSSIÊ

EQUIPAMENTOS OFICINAIS

DIGITALIZAÇÃO É UMA REALIDADE Os veículos têm componentes informáticos que obrigam à utilização de ferramentas digitais

A QUALIDADE DO SERVIÇO É UM FATOR DECISIVO PARA A CAPTAÇÃO E FIDELIZAÇÃO DOS CLIENTES. PARA TAL SÃO NECESSÁRIAS BOAS FERRAMENTAS

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ara Elizabete Bolas, administradora e diretora de marketing da Bolas – Máquinas e ferramentas de qualidade, empresa que representa, entre outras, a Asturo Mec, Biemmedue, Beta, Fini, IPC, Metabo, Raasm, Ravaglioli, Telwin e Winntec, o mercado nacional está a registar grande dinâmica e o ano de 2017 experimentou acentuado crescimento. Regista a competitividade como uma virtude, a pressão no fator preço, será o menos favorável. 1 e 2 - O mercado tem vindo a registar maior dinâmica e 2017 tem sido um ano de acentuado crescimento em todos os segmentos em que atuamos, desde os equipamentos para garagem e estação de serviço, à ferramenta manual e elétrica, passando pela soldadura, ar comprimido e pintura, equipamentos de lubrificação, lavagem e aspiração. 3 - É um mercado muito competitivo, onde

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coexistem uma multiplicidade de marcas e modelos de negócio. O nível de qualidade de produto não é sempre uniforme e sobretudo existem grandes disparidades ao nível do apoio pré e pós venda, essencial, por exemplo quando falamos de equipamentos mais sofisticados. Ainda existe uma grande pressão sobre o fator “preço”, esquecendo a assessoria em termos de aconselhamento, instalação, manutenção e assistência técnica. Mas acredito que as exigências que são colocadas às oficinas , nomeadamente devido à crescente sofisticação tecnológica dos veículos, obrigam a uma aposta clara na qualidade e na especialização. 4 - O nosso portefólio sempre se procurou distinguir pela qualidade, fiabilidade e segurança que oferece ao utilizador, pelo que não nos posicionamos nesse setor. Mas sim, a proliferação de marcas “low cost” tem impacto na medida

em que gera confusão no utilizador , sobretudo quando não consegue diferenciar a oferta. A venda online é um tema que tem que estar presente, porque é nesse sentido que estamos a caminhar, mas mais uma vez é imprescindível que o comprador tenha um elevado conhecimento do produto e exija as necessárias garantias em termos de serviço. 5 - Creio que existe uma preocupação crescente com a qualidade e segurança dos equipamentos e que as oficinas procuram as melhores soluções para oferecer um serviço eficiente, rápido e competitivo. Para isso têm que apostar em soluções que lhe garantam a qualidade, durabilidade e rentabilidade dos equipamentos no médio-longo prazo. 6- Como acreditamos que a formação é indispensável à prestação de um serviço de qualidade, desde sempre que investimos na atualização de conhecimentos quer dos nossos colaboradores quer dos nossos revendedores. Temos um gestor de produto dedicado ao setor automóvel e uma equipa de técnicos que recebem formação nas fábricas, estando aptos a dar todo o apoio na instalação e arranque deste tipo de equipamentos. /



DOSSIÊ

EQUIPAMENTOS OFICINAIS

A OFERTA DO MERCADO Escutados alguns dos principais “players” do mercado, vamos agora ficar a conhecer a sua oferta em termos de produtos TEXTO JOSÉ MANUEL COSTA FOTOS DR

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ão será, infelizmente, uma lista exaustiva de todos os produtos à venda entre nós, mas aqui ficam algumas das principais marcas do mercado português.

BOLAS – MÁQUINAS E FERRAMENTAS DE QUALIDADE S.A. ARTURO MEC, BIENMMEDUE, BETA, FINI, IPC, METABO, RAASM, RAVAGLIOLI, TELWIN E WINNTEC. A Bolas, S.A. posiciona-se como um fornecedor abrangente de soluções para o setor auto. Nesse sentido, detemos várias representações entre elas a ferramenta manual e pneumática Beta, os aparelhos de soldar e carregadores de baterias Telwin, compressores de pistão e parafuso Fini, equipamentos de lubrificação Raasm, hidrolavadoras IPC , elevadores, linhas de pré-inspeção, equipamentos para pneus da Ravaglioli, entre outros. Em 2016, a marca com maior peso no nosso portefólio foi a Beta, fabricante italiano de

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ferramenta manual, pneumática, carros de ferramentas e mobiliário para oficina. Seguindo a tendência dos últimos anos, a Beta continua a apostar na linha de ferramentas especiais para reparação /diagnóstico, com o intuito de facilitar a execução de trabalhos de maior precisão ou que envolvam a eletrónica de bordo, cada vez mais presente nos veículos. Sabemos que esta tendência se vai manter nas novidades a lançar no início de 2018. Na última Autopromotec em Bolonha foi lançado um novo carro de 7 gavetas, mais alto , resistente e seguro com tampo robusto multifunções, um tanque de limpeza ultrassónico de 6 l, ideal para injetores, um compressómetro digital com novos conjuntos para tester multifunções, bem como diversos kits de teste de sistemas de alta pressão, jogos de remoção de injetores, de uniões de filtros, de válvulas para sistemas de ar condicionado, entre outros. A nível de carregadores e arrancadores de baterias, a Telwin está a apostar numa gama com controlo eletrónico do processo de carga, que efetua o diagnóstico, carga por impulsos e recuperação das baterias, protegendo a ele-

trónica de bordo, bem como estabilizador de carga, fundamental para efetuar a reprogramação de centralinas. Para facilitar as intervenções e reparações de bate-chapas, a Telwin disponibiliza também estações de trabalho, equipadas com diversas combinações de acessórios, da mais básica à mais completa. Para complementar, disponibiliza o Digital Puller 5500 DUO, um sistema eletrónico para reparações de chapa (tira-mossas), equipado com duas pistolas standard, uma automática e outra manual, que permite a utilização com uma vasta gama de acessórios, nomeadamente cabo de ligação rápida, revolver e braços de desempeno localizado. LEIRILIS S.A. BOSCH, GUTMANN, CARMAN SCAN, VCDS, ATU, SONIC. A Leirilis comercializa toda a gama de equipamento oficinal Bosch; o equipamento de diangóstico Gutmann; Carman Scan (diagnóstico especialista em veículos asiáticos); VCDS (diagnóstico especialista em veículos do Grupo VAG) e a marca ATU (vasta gama de pro-


OFERTA COMPLETA Os principais fabricantes de ferramentas estão presentes no mercado nacional

dutos de limpeza por ultrassons). Representa ainda em Portugal a marca de ferramentas oficinais Sonic, comercializando todas as gamas da mesma, que passa pelos sistemas de armazenamento, como carros e móveis, até à ferramenta mais específica para automóveis. O equipamento de diagnóstico Bosch (KTS) é dos produtos mais vendidos. De momento, não temos conhecimento de nenhum produto a ser lançado. No entanto, a partir do momento do lançamento do produto por parte do fornecedor a Leirilis tem logo como disponível. TECNIVERCA – MÁQUINAS E FERRAMENTAS, LDA. LASER TOOLS, KRAFTWERK, HYPREL, M7, CORMACH, MICHELIN ENTRE OUTRAS A Tecniverca comercializa máquinas e ferramentas de diversas marcas, tendo exclusividade para o território português das marcas Kraftwerk, líder em ferramentas manuais e com mais de 25 anos de experiência, Laser tools com ferramenta especial automóvel, M7 com ferramenta pneumática de qualidade su-

perior, Hyprel com equipamentos de garagem, produtos químicos, aspiração de fumos, etc. , Cormach com equipamento para pneus e alinhamento, Michelin com a sua gama de compressores, máquinas de lavar de alta pressão e aspiradores, Deca com equipamentos de soldadura e carregadores de bateria, Weber com gama completa de elevadores para oficina, etc. Existe uma diversidade enorme nos produtos com mais procura. Não temos um “campeão de vendas” que se destaque relativamente a todos os outros artigos disponíveis. A marca que mais se destacou em 2016 foi a Hyprel com uma evolução de 200% relativamente a 2015. Neste momento existe bastante procura nos elevadores auto Weber, máquinas de decapagem Hyprel e compressores Michelin. As maiores novidades para 2018 são a adição da gama de decapagem e actualização da gama de ar condicionado no catálogo da Hyprel. Podemos indicar também a entrada de diversos produtos das nossas representadas Laser Tools e Kraftwerk. Existem também novas adições no catálogo da Mighty Seven (ferramentas pneumáticas) e Geradores Champion líder nos EUA. /


ANTEVISÃO

MECÂNICA 2017

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AFTERMARKET REUNIDO NA FIL Com organização da Exposalão, vai decorrer nos próximos dias 24 a 26 de novembro mais uma edição da Mecânica – Salão do Equipamento Oficinal, Peças, Mecânica, Lubrificantes, Componentes e Acessórios (a par da Expotransporte – Salão Ibérico de Veículos Pesados e Ligeiros de Mercadorias e de Passageiros e Logística) nos pavilhões da FIL em Lisboa. TEXTO JOSÉ MANUEL COSTA FOTOS DR

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ara os organizadores, o objetivo deste certame é acompanhar a franca expansão do mercado nacional do aftermarket. Por isso mesmo, foi decidido trazer a Mecânica até aos pavilhões da FIL, tendo como objetivo potenciar o número de expositores e visitantes, piscando o olho aos espanhóis, tentando tornar o certame numa reunião ibérica. Para os organizadores, a deslocalização para Lisboa permitirá fazer da Mecânica o grande ponto de encontro para todos os profissionais que se movimentam neste setor cada vez mais dinâmico e forte. Assim sendo, a Exposalão encara a Mecânica como uma excelente oportunidade para apresentar novidades, estabelecer novos contactos e parcerias e, naturalmente, potenciar negócios e vendas.

A Mecânica – 7.º Salão de Equipamento Oficinal, peças, Mecânica, Lubrificantes, Componentes e Acessórios para Veículos Ligeiros e Pesados, ocupará uma área de 10 mil metros quadrados e contará com 170 expositores. Ou seja, casa cheia num certame de final de ano que assume importância superior. Aliás é isso mesmo que transpira das declarações de alguns dos players que vão estar presentes, salientando a escolha correta do espaço da FIL em Lisboa, estando mais perto do principal polo do mercado nacional do aftermarket e permitindo, pela proximidade do aeroporto, de mais visitantes estrangeiros que vão oferecer outro cunho ao certame. A TURBO OFICINA falou com José Frazão, responsável máximo da Exposalão, entrevista que pode ler nestas páginas, e decidiu, também, colocar algumas perguntas a alguns dos expositores, auscultando a sua opinião sobre o certame, sobre a nova localização e qual a importância de estar presente.

QUESTIONÁRIO TURBO OFICINA Colocámos seis questões, abaixo enunciadas, sobre a Mecânica, surgindo as respostas logo de seguida. 1 Qual a importância da Mecânica no sector do aftermarket nacional? 2 O que espera conseguir com a sua participação neste certame? 3 Quais os objetivos que levam a sua empresa a estar presente na Mecânica? 4 Entende que o espaço e as condições são as ideais para as empresas portuguesas, e não só, investirem no certame? 5 Acredita que a sua participação oferecerá retorno ao investimento feito? Ou trata-se, apenas, de uma questão de imagem? 6 O que, na sua opinião, deveria ser alterado no alinhamento e na realização da Mecânica? Quais as iniciativas que vão realizar durante a feira?

NOVEMBRO 2017 TURBO OFICINA

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ANTEVISÃO

MECÂNICA 2017

MAIOR VISIBILIDADE A AZ Auto entende que a mudança do certame para Lisboa proporcionará uma maior visibilidade e retorno

AZ AUTO

P

ara a AZ Auto, a presença na Mecânica é de vital importância, destacando a passagem para a FIL. 1 – Este evento é da maior importância, uma vez que reúne no mesmo espaço os maiores players do setor em Portugal. É um espaço que propicia a troca de contactos e que permite aos visitantes ter um panorama geral do que melhor se faz no mercado, dando-lhes assim a oportunidade de encontrar o parceiro ideal para o seu negócio. 2 – A AZ Auto estará presente neste evento com o objetivo de se passar para os visitantes todas as mais valias da criação de uma parceria connosco. A nossa presença será pautada pela apresentação das nossas marcas e pela apresentação do nosso conhecimento dessas marcas. Queremos ser reconhecidos pelos visitantes como especialistas do aftermarket. Essa é uma faceta que nos é muito própria, pois na AZ Auto não basta comercializar as peças, é pre-

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TURBO OFICINA NOVEMBRO 2017

ciso ser conhecedor dessas marcas, no fundo “Especialistas de referência”. 3 – O objetivo principal da AZ Auto para participar neste certame é o de ter a oportunidade de estar cara a cara com as pessoas do meio. Todos os dias é feito um trabalho de prospeção e apresentação da empresa, no entanto esse trabalho não consegue abranger um grande numero de pessoas pois depende de visitas individuais. Com este evento é-nos possível alcançar um público maior, pois temos a oportunidade que as pessoas venham ao nosso encontro e não ao contrário. 4 – Estamos a falar de um novo local, com mais visibilidade, que abrange mais pessoas e empresas, tendo isso em conta arriscamo-nos a dizer que as condições estão reunidas para que todos os participantes tenham uma participação valiosa. Por isso, sim, as condições são ideais, tanto do

ponto de vista de quem investe como do ponto de vista de quem visita. 5 – Primeiro queremos cultivar a nossa imagem, passar a mensagem ao público e criar relações de negócio duradouras para, aí sim, podermos ver algum retorno. Porém esse retorno fica para já em segundo plano e a nossa concentração vai para a construção de bases sólidas com os nossos clientes atuais e futuros clientes. 6 – Na nossa opinião o evento tem corrido sempre muito bem, o que demonstra que quem está por trás da sua organização sabe o que está a fazer. Assim sendo a opinião é que nada deve ser alterado no alinhamento. Em relação às novidades, estar mais ativos que em edições anteriores, vamos fazer coisas diferentes e que chamem mais a atenção. Vamos ter também o dia do cliente AZ Auto, um evento que nos é muito querido e que nos permite “mimar” os nossos clientes.



ANTEVISÃO

MECÂNICA 2017

José Frazão (exposalão)

“QUEREMOS O SALÃO MECÂNICA COMO REFERÊNCIA PARA O SETOR” A importância que mais uma edição da Mecânica – Salão do Equipamento Oficinal, Peças, Mecânica, Lubrificantes, Componentes e Acessórios está a assumir no mercado nacional do aftermarket, levou a TURBO OFICINA a realizar este trabalho de antevisão sobre o certame, sendo inevitável falar com José Frazão, responsável da Exposalão e da Mecânica. Qual o impacto da Mecânica no panorama do mercado nacional do aftermarket? Consideramos que este salão profissional deve tem um papel importante na apresentação de novos produtos e soluções no sentido de agilizar a prontidão de serviços na área da manutenção e reparação automóvel. Consideramos também que é uma mais valia para os profissionais do sector, pois permite que possam conhecer num curto espaço de tempo todas as novidades, se tornem mais competitivos e gerem contactos comerciais interessantes. A que se deveu a troca de local de exposição? A mudança para a FIL deve-se ao facto de estarmos sempre atentos ao mercado e também pela proximidade do aeroporto. Depois de 6 anos na Batalha, a mudança para a FIL deve-se ao grande aumento de novas frotas e ao grande crescimento do mercado de Lisboa. A 7ª edição da Mecânica em simultâneo com

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TURBO OFICINA NOVEMBRO 2017

a Expotransporte/ Logística, inicia assim um novo ciclo e será o reflexo de um setor cada vez mais dinâmico. - Quais os objetivos da feira para este ano? Para esta edição, pretendemos uma abrangência maior a nível nacional de profissionais do setor, incluindo as ilhas Madeira e Açores. Temos também como objetivo captar a atenção por parte das marcas representadas em Portugal. Quais são os projetos de futuro? Internacionalizar está no horizonte dos organizadores? Para já, queremos posicionar a Mecânica neste novo espaço como uma referência para o setor. Para o futuro, existem já algumas ideias novas para o mercado externo, nomeadamente o de África. Acreditam que o mercado nacional ainda pode crescer e fortalecer organizações como esta? O mercado está a crescer, está a adaptarse à tecnologia digital e aos veículos conectados e autónomos. Assim, este é o local privilegiado de acesso à informação e aos desafios que se colocam ao sector, dando oportunidade aos profissionais de adquirir ou desenvolver competências em várias áreas. Quais os objetivos para a Expotransporte? A Expotransporte tem condições para puder crescer, ganhar mais visibilidade, inclusive

pela importância da logística em Portugal. - O mercado nacional reage bem a este tipo de certames? E o Espanhol? O mercado espanhol, nomeadamente o fronteiriço, é de grande importância e começa a dar alguns sinais de proximidade, sobretudo pelo facto de a Mecânica ser em Lisboa. Quais as principais novidades e destaques do evento? O evento irá evoluir em diversos aspetos, o que se irá refletir não só na mudança de espaço como também nas atividades paralelas que estamos a desenvolver em parceria com diversos parceiros. Vão decorrer diversas

atividades que permitirão aos profissionais contactar com temas do seu interesse e questões pertinentes ao desempenho do seu trabalho como a Conferência da ARAN sobre ‘’As perspetivas do negócio automóvel’’, workshops do Jornal Strada sobre Segurança nas Cargas, workshop da ANTRAM com a presença de representantes internacionais da IRU, workshops da Revista Pós-Venda em parceria com a empresa Stratio e com o Centro de Arbitragem do Sector Automóvel, workshops da empresa Schaeffler, entre outras iniciativas in loco nos stands das empresas presentes.


MCOUTINHO

N

ão ficam dúvidas: para a MCoutinho Peças esta é uma das feiras mais importantes que se realizam no país e a escolha da Fil é perfeita. 1 – A Mecânica é uma das maiores feiras do sector de aftermarket no nosso país. Este ano, o evento vai tomar toda uma nova dimensão, dado que é a sua estreia na capital do nosso país, aumentando assim a exposição e o raio de ação. Este certame é muito importante para o setor, uma vez que o dinamiza e permite aos presentes a criação de novas oportunidades de negócio, ganhar novos contactos tanto na região do evento como regiões circundantes e também fortalecer os laços com os clientes já estabelecidos localmente. 2 – A presença da MCoutinho Peças tem um objetivo bem definido, o de dar a conhecer a marca e a nossa oferta ao maior número de pessoas. Para que isso aconteça, planeamos dinamizar a nossa presença, à semelhança daquilo que tem sido feito no passado, dando

PUBLICIDADE

sempre o maior destaque para as novidades que temos para mostrar. Em suma esperamos conseguir maior projeção e um entendimento das nossas mais valias e da força da nossa marca pelos presentes no certame. 3 – Os objetivos que incentivam a nossa participação neste certame são, o de estar presente num dos eventos mais importantes do setor, o de conseguir chegar a um público cada vez maior e acima de tudo o de providenciarmos um ponto de contacto junto dos nossos clientes. Este último serve para mostrar aos nossos clientes, que a MCoutinho Peças é mais do que uma organização, que por trás de todas as nossas ferramentas estão pessoas cujo objetivo principal é servir os seus interesses. 4 – Sem dúvida. O que pode ser mais aliciante para investir neste tipo de eventos do que saber que se realiza na maior cidade Portuguesa, numa das maiores salas de eventos e para um vasto público? Penso que as condições estão

reunidas para que se leve a cabo um grande evento. 5 – Da nossa parte o retorno que esperamos é que as pessoas conheçam melhor a MCoutinho Peças e a nossa oferta. Como é obvio o objetivo final é sempre a concretização de negócio, mas nesta fase preocupamo-nos mais em tornar a experiência da Mecânica 2017 em algo agradável para quem nos visitar. 6 – Penso que nada tem de ser mudado neste momento até porque o novo local do certame vai ditar as mudanças que possam eventualmente ter de ser feitas. Em relação às novidades, vamos apresentar as 4 novas marcas que temos este ano na MCoutinho Peças e vamos fazer uma atividade para todos aqueles que visitem o nosso stand. Vamos também levar a cabo o dia do cliente MCoutinho Peças, como é já “tradição”; um evento que nos diz muito, pela proximidade que nos permite ter com os clientes que nos acompanham nesse dia. /


ANTEVISÃO

MECÂNICA 2017

NOVOS LANÇAMENTOS Para a Linextras, o Mecânica constitui uma excelente oportunidade para o lançamento de novos produtos, serviços e soluções

LINEXTRAS

N

o caso da Linextras, a opinião é idêntica a de outros expositores, ou seja, é um certame muito importante para o setor do aftermarket e a escolha de Lisboa uma boa decisão. 1 – Considero ser a Mecânica um certame importante para dar respostas ao sector do aftermarket no sentido de atender às necessidades dos consumidores. Constitui-se também num momento propício para a apresentação de novas soluções, serviços e produtos aos clientes, além da possibilidade de ouvir e perceber deman-

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das e dificuldades dos mesmos. E não podemos deixar de assinalar que é um ótimo momento para cimentar relações comercias e pessoais. 2 – Apresentar novos produtos a novos potenciais clientes, fortalecer a nossa presença no mercado nacional, sem esquecer do “networking.” 3 – Dar maior visibilidade à marca Linextras e às outras marcas das quais somos representantes. 4 – Perfeitamente. O espaço, já bastante conhecido em Portugal e no exterior por abrigar eventos de grandes dimensões, possui uma

HORÁRIO

PRODUTOS EXPOSTOS

24 novembro (sexta-feira) Abertura – 10 horas Fecho – 20 horas 25 novembro (sábado) Abertura – 10 horas Fecho – 21 horas 25 novembro (domingo) Abertura – 10 horas Fecho – 19 horas

Mecânica e peças: Tração, chassis, carroçarias, coberturas, interiores, elétrica e eletrónica e peças normalizadas. Acessórios: Acessórios para veículos a motor, Sistemas de alta

TURBO OFICINA NOVEMBRO 2017

boa estrutura e ótima localização, que penso ser os dois grandes pontos fortes para atrair expositores e visitantes. 5 – Inicialmente, trata-se de uma questão de imagem, de maior visibilidade. Porém, ao pensarmos em visibilidade, estamos a tentar criar oportunidades de negócios e concretizá-las em curto/médio prazo para recuperar o investimento feito. 6 – Neste momento, ainda não tenho sugestões a dar nessa matéria, visto que é no decorrer desta edição da Mecânica que iremos perceber melhor se há algo a alterar.

performance, sistemas de áudio. Rodas, pneus e jantes. Reparação e manutenção: Equipamento oficinal e ferramentas, reparação de carroçarias, pintura e proteção,

eliminação de resíduos e reciclagem. Estações de serviço e lavagens de carros Óleos e lubrificantes Software de gestão de oficinas: Associações e imprensa especializada



NOTÍCIAS

INTERNACIONAIS

NOVA EMPRESA A Delphi Technologies é a nova entidade que será responsável pela área de negócio de aftermarket do grupo norte-americano

DELPHI

REVELADAS EMPRESAS DA CISÃO POWERTRAIN

A

Delphi Automotive revelou a designação das duas novas empresas – Aptiv e Delphi Technologies - que irão surgir na sequência da cisão da sua divisão Powertrain Systems, que abrange a área de aftermarket. AAptiv, que engloba as áreas de Eletrónica e Segurança bem como de Arquitetura Eletrónica

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TURBO OFICINA NOVEMBRO 2017

e Elétrica, vai concentrar-se na aceleração da comercialização de segurança ativa e manuseamento autónomos, experiências melhoradas para os utilizadores e serviços conectados, fornecendo o software, as plataformas de computação avançada e a arquitetura de redes necessárias - o “cérebro” e o “sistema nervoso” do veículo. O negócio Powertrain terá o nome de Delphi Technologies, mantendo a força histórica da marca Delphi com clientes de primeiro equipamento e de aftermarket, ao focar-se em

sistemas de propulsão avançada de veículos através da combustão, software e controlos bem como a eletrificação. Após a conclusão da cisão, prevista para o final do mês de março de 2018, a Aptiv começará a operar sob o logotipo “APTV” e a Delphi Technologies sob o logotipo “DLPH”. Tanto a Aptiv quanto a Delphi Technologies darão a conhecer as novas marcas no Consumer Electronics Show (CES), em janeiro de 2018. /


MANN+HUMMEL

SPIES HECKER

FILTRO DE PARTÍCULAS CHEGA AOS TRAVÕES

SISTEMA PERMAFLEET INDUSTRY

F

A

oi criado pela MANN+HUMMEL um filtro de partículas de travões que ajuda a evitar o envio para atmosfera destes materiais de pequenas dimensões com efeitos nocivos para a saúde e o meio ambiente. Podendo ser utilizado em todo o tipo de viaturas e até em comboios, tem ainda um papel positivo na estética do automóvel. Este componente poderá ser montado logo na pinça de travão e servir não apenas para mitigar a emissão de pós nocivos para a saúde mas também garantir que as jantes não acumulam sujidade. A cada travagem um automóvel gera pós através da fricção dos discos com as pastilhas. Estes consumíveis são compostos em 90% por partículas extra-finas que são prejudiciais à saúde humana e meio ambiente, tendo um importante impacto no fenómeno da poluição rodoviária (basta pensar na quantidade de vezes que trava durante um trajeto…). É para combater esta situação que foi agora projetado o filtro de partículas de travões. PUBLICIDADE

Spies Hecker proporciona às oficinas que pretendam expandir os seus negócios um sistema de pintura flexível e fácil de utilizar que abrange uma vasta gama de aplicações e qualidades. Desde estruturas de máquinas até cercas de jardins, o sistema de mistura de tintas Permafleet Industry pode ser usado para pintar uma variedade de substratos. Oferece uma enorme vasta de diferentes cores, efeitos texturados e níveis de brilho. Apesar das muitas combinações possíveis, este sistema é compacto e fácil de utilizar. “A Permafleet Industry proporciona às oficinas os meios para responderem aos requisitos de cor, aparência e durabilidade dos clientes industriais”, afirmou Evgeny Khmelev, Training Leader da Spies Hecker na Europa, Médio Oriente e África. O sistema baseia-se nas 24 bases de mistura Permafleet para a gama de veículos comerciais. Para as necessidades em Industrias ligeiras, inclui 11 qualidades diferentes de acabamento para aplicações que têm de resistir a um nível elevado de tensões químicas ou mecânicas ou condições meteorológicas extremas incluindo uma alta radiação de raios UV.


NOTÍCIAS

INTERNACIONAIS BILSTEIN GROUP

GELSENKIRCHEN RECEBE NOVO CENTRO LOGÍSTICO

A

Ferdinand Bilstein Gmbh adquiriu um terreno com uma superfície de 197 mil metros quadrados em Gelsenkirchen, onde será construído um novo centro logístico nos próximos anos para expandir a sua capacidade. Esta empresa, que opera sob a marca bilstein group, é um dos principais fabricantes e fornecedores mundiais de peças sobresselentes para veículos ligeiros e pesados, está a expandir a sua capacidade. A primeira fase de construção inclui um edifício de 45.000 metros quadrados, que também abrange uma área de administração. O volume do investimento ascende a cerca de 30 milhões de euros (excluindo os terrenos), com conclusão prevista para 2019. Dado o espaço total disponível, a empresa tem a opção de ampliar o edifício em mais 50 mil metros quadrados. “Utilizámos toda a capacidade de crescimento na nossa sede em Ennepetal. O local em Gelsenkirchen, cerca de 60 quilómetros a norte, fornece-nos opções de expansão ideais – agora e no futuro. A sua localização central na região de Ruhr, a boa ligação ao nível de transportes e a sua proximidade com o centro da cidade são fatores ideais”, explica Jan Siekermann, Diretor-Geral do Grupo Ferdinand Bilstein. O futuro centro logístico está situado na região do Ruhr, mais precisamente no parque indus-

MANN+HUMMEL FLEXLINE, FILTROS PERSONALIZADOS Para enfrentar o problema do espço no compartimento do motor a MANN+HUMMEL desenvolveu o Flexline, uma nova geração de filtros de ar que utilizam o espaço de instalação com maior eficiência graças à melhoria da flexibilidade dos seus contornos externos. O resultado é um filtro compacto com rendimento melhorado e com um design variável segundo a especificação do espaço de

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TURBO OFICINA NOVEMBRO 2017

trial “Schalker Verein”, a apenas 800 metros a este da estação principal de Gelsenkirchen. As primeiras empresas já se estabeleceram nesta área, onde o aço foi produzido e processado durante várias décadas. A Ferdinand Bilstein espera criar entre 250 a 400 postos de trabalho sujeito a contribuições para a segurança social a longo prazo – a esmagadora maioria através de um novo recrutamento.

instalação. Os componentes de Flexline têm uma maior superfície de fluxo, o que proporciona um novo alcance de desenvolvimento. O conceito Flexline oferece outra vantagem, agora, em termos de otimização da acústica do sistema de admissão. A acústica é melhorada pelo aumento do volume da carcaça do filtro de ar. Além disso, a conseguinte maior secção da carcaça oferece um potencial adicional para reduzir mais o ruido que é produzido no sistema de admissão.

“Com o bilstein group, estamos a dar as boas-vindas a um agente económico internacionalmente ativo no mapa de negócios de Gelsenkirchen” diz o presidente da câmara, Frank Baranowski. “Estamos muito satisfeitos com os efeitos ao nível da empregabilidade que estão associados ao projeto de construção e desejamos todo o sucesso na região de Gelsenkirchen”. /

CEM MILHÕES TRAVÕES ELÉTRICOS A produção de travões elétricos pela ZF atingiu os cem milhões de unidades, sendo a primeira vez que é alcançado este marco histórico por um fabricante. A ZF é uma das empresas pioneiras desta tecnologia, tendo sido a primeira a introduzir no mercado a pinça do travão, que complementa um atuador elétrico (sistema «Motor-on-Caliper»). O EPB é considerado um exemplo muito precoce dos sistemas mecânicos inteligentes com

os quais a ZF está a moldar automóvel do futuro. O EPB tem a capacidade notável de oferecer benefícios, tais como o efeito positivo no consumo do combustível devido à redução do peso no sistema de travagem. É um exemplo perfeito da eletrificação de sistemas mecânicos permitindo a ligar-se a outras funções e sistemas do veículo, criando funções de assistência e de segurança avançadas. O EPB é também um passo importante rumo aos chamados sistemas «Brakeby-Wire», que chegam ao pedal sem ligação mecânica.



RAIO-X

COMERCIAL DO MÊS

ATUALIZAÇÃO DE MEIO DE CICLO Passaram dois anos desde o seu lançamento e a meio do ciclo de vida da L200, a Mitsubishi procedeu a uma atualização que não acrescenta nada de muito substantivo, mas com melhoria no equipamento. TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO

D

ois anos depois da introdução da quinta geração da L200, a Mitsubishi procedeu a uma primeira atualização na sua pick-up para manter a competitividade num segmento de mercado onde a concorrência é cada vez mais numerosa. A nível de imagem exterior, as principais novidades consistem na nova grelha cromada escurecida e no novo estribo de acesso nas versões de cabina longa (Club Cab) e Dupla. O habitáculo também recebeu algumas alterações, designadamente o painel de instrumentos que apresenta um novo fundo preto, um novo volante multifunções e ligação Bluetooth e um retrovisor interior anti-encadeamento. A gama L200 é proposta em duas versões de

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TURBO OFICINA NOVEMBRO 2017

carroçaria, Cabina Dupla e Cabina Club (longa), com tração traseira (2WD) ou integral (4WD). Com o objetivo de tornar a sua pick-up mais competitiva em termos de preço de aquisição, a Mitsubishi disponibiliza variantes de três lugares, tendo removido o assento traseiro do lado esquerdo. Esta solução está disponível nas versões 2WD e 4WD, nos níveis de equipamento Invite e Intense Strakar. Na versão ensaiada, Cabine Club 4WD Intense Strakar, este recurso permite reduzir o preço de venda ao público, apenas pela via fiscal em relação a uma versão de quatro lugares, em mais de 7500 euros. A versão Cabina Club tem um comprimento exterior de 5,19 metros, uma largura de 1,78 metros, uma distância entre-eixos de três metros e uma altura ao solo de 20,5 centímetros. Estas dimensões exteriores generosas permi-

tiram disponibilizar uma caixa de carga com um comprimento interno de 1,85 metros, uma largura de 47,5 centímetros e uma altura dos painéis de carga de 84,5 centímetros. O taipal traseiro rebate por completo, criando uma superfície plana, o que possibilita o carregamento da pick-up com recurso a um empilhador. A capacidade de carga útil é ligeiramente superior a uma tonelada. Como veículo com aptidões para fora de estrada, a pick-up da Mitsubishi oferece um ângulo de ataque de 30º, um ângulo ventral de 24º e um ângulo de saída de 22º. O equipamento de série da versão ensaiada, Intense Strakar, é bastante completo. O habitáculo oferece bastante espaço à frente, sendo bastante limitado atrás, uma vez que o terceiro banco consiste numa solução de recurso, como já vem sendo hábito nestas versões de cabina longa. Os materiais utilizados são agradáveis


A L200 INTENSE STRAKAR aposta tudo num visual arrebatador, com jantes e pneus a destacarem-se para oferecer um ar "mauzão" à pick-up de lazer da Mitsubishi

à vista, embora os plásticos sejam duros. A correta posição de condução encontra-se com facilidade, graças à possibilidade de ajuste do banco do condutor em altura e profundidade, assim como à regulação do volante em altura e profundidade. Em termos mecânicos, a L200 4WD Cab Club Intense Strakar conta com o motor diesel de 2,4 litros, que desenvolve uma potência máxima de 180 cv às 3500 rpm. Em conjunto com uma caixa manual de seis velocidades bem escolana é possível tirar o melhor partido de um binário máximo de 430 Nm às 2500 rpm. No que se refere ao consumo de combustível, a marca anuncia uma média combina de 6,9 l/100 km, embora em condições reais de utilização os valores apresentados pelo computador de bordo variassem entre os 9,4 e os 12,0 l/100 km. Quando o motor funciona em regimes mais elevados, a insonorização da cabina é um ponto a rever no futuro pela marca. A suspensão também se revelou algo seca e dura em estrada, não obstante o trabalho desenvolvido pela Mitsubishi neste particular. Esta L200 4WD Cab Club Intense Strakar, que está disponível no mercado nacional com um preço a partir de 28850 euros. /

MITSUBISHI L200 4WD CAB CLUB INTENSE STRAKAR

PREÇO 29 850 € // MOTOR 4 CIL; 2442 CC; 181 CV; 3500 RPM // BINÁRIO 430 NM // TRANSMISSÃO 4WD; 6 VEL Man // PESO 1840 kg // COMP./LARG./ALT. 5,19/1,81/1,78 // DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 3,00 // MALA 1010 KG // DESEMPENHO ND 0-100 KM/H; 179 KM/H VEL MÁX // CONSUMO 6,9 (9,4*) // EMISSÕES 180 G/KM // IUC ??,?€ *As nossas medições

MOTOR/IMAGEM

HABITABILIDADE TRASEIRA/CONSUMO

NOVEMBRO 2017 TURBO OFICINA

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RAIO-X

BARÓMETRO

DINÂMICA DO SETOR Todos os meses, em parceria com a Informa D&B, a Turbo Oficina regista as mudanças no tecido empresarial do setor do após-venda. Conheça aqui as principais alterações e ocorrências registadas PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS CONCESSIONÁRIOS AUTO, OFICINAS, GROSSISTAS E RETALHISTAS AUTO, POR REGIÃO DINÂMICA NASCIMENTOS (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES) INSOLVÊNCIAS REGIONAL DO SETOR ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO SETEMBRO 2017 HOMÓLOGA SETEMBRO 2017 HOMÓLOGA SETEMBRO 2015 HOMÓLOGA ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) NORTE 373 5,4%

74

-33,9%

29 -19,4%

CENTRO 189

7,4%

56

-13,8%

11

-45,0%

ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA

-7,5%

104

35,1%

18

-10,0%

ALENTEJO 45

260

15,4%

11

-31,3%

2

-33,3%

ALGARVE 42

68,0%

12

100,0%

0

-100,0%

R. A. AÇORES

6

-25,0%

2

-33,3%

1

-50,0%

R. A. MADEIRA

21

23,5%

9

12,5%

1

-

TOTAL 936 4,0%

268 -6,6%

TECIDO EMPRESARIAL DO SETOR SETEMBRO 2017

62 -26,2%

PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS CONCESSIONÁRIOS AUTO, OFICINAS, GROSSISTAS E RETALHISTAS DE PEÇAS E ACESSÓRIOS AUTO VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)

EM NÚMERO

SET. 2017

ACUMULADO SET. 2016 SET. 2017

ACUMULADO SETOR TECIDO SET. 2016 EMPRESARIAL

NASCIMENTOS

87

936

85

900

4,0% 7,6%

ENCERRAMENTOS 24

268

46

287

-6,6% -3,6%

INSOLVÊNCIAS 7

62

11

84

-26,2% -22,1%

(CONSTITUIÇÕES)

NORTE 5150

(EXTINÇÕES)

FONTES: ANÁLISE INFORMA D&B; DADOS: PUBLICAÇÕES DE ATOS SOCIETÁRIOS E PORTAL CITIUS /MINISTÉRIO DA JUSTIÇA *Toda a informação introduzida na base de dados Informa D&B é dinâmica, encontrando-se sujeita à publicação tardia de alguns atos e às alterações diárias de diversas fontes.

FICHA TÉCNICA

CENTRO 3415

ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA 3419

ALENTEJO 871

ALGARVE 481

EM PERCENTAGEM 37,3

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TURBO OFICINA NOVEMBRO 2017

ALENTEJO

A. M. LISBOA

CENTRO

NORTE

6,3

R. A. MADEIRA 284

3,5

1,4

2,1 MADEIRA

24,7

AÇORES

24,7

ALGARVE

R. A. AÇORES 197

Universo de organizações - Tecido Empresarial O Tecido Empresarial considerado engloba a informação relativa às organizações ativas com sede em Portugal, sob as formas jurídicas de sociedades anónimas, sociedades por quotas, sociedades unipessoais, entidades públicas, associações, cooperativas e outras sociedades (os empresários em nome individual não fazem parte deste universo de estudo). Consideram-se as empresas classificadas em todas as secções da CAE V3 .0. Universo de setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto Organizações ativas do tecido empresarial classificadas nas seguintes secções da CAE V3.0.: Grossistas auto: CAE 45310- Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis Retalhistas auto: CAE 45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis Concessionários auto: CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros Oficinas: CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis Nascimentos Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça.

Encerramentos Entidades extintas no período considerado, com publicação de extinção no portal de atos societários do Ministério da Justiça (não são consideradas as extinções com origem em procedimentos administrativos de dissolução). Entidades com insolvências Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. Regiões As entidades foram classificadas através da localização da sua sede, representando as 7 unidades da NUTS II de Portugal (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)). A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial e através de análises inovadoras, disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 245 milhões de agentes económicos em 221 países. www.informadb.pt (+351) 213 500 300 informadb@informadb.pt



RAIO-X

AUDI A5

QUEM FAZ O QUÊ?

O

Audi A5 conheceu recente remodelação que o tornou ainda mais apelativo, já que o modelo da casa de Ingolstadt é fruto da inspiração de Walter da Silva, designer italiano que reconheceu ser o A5 um dos seus melhores trabalhos. “É o carro mais bonito que desenhei e tem tudo para se tornar num ícone do design.” Com uma gama completa que inclui versões coupe, cabriolet e o Sportback de cinco portas, o A5 é, também, um automóvel de elevada qualidade. O que se percebe pelos fornecedores que trabalharam com a Audi, todos de inusitada qualidade e reputação. Com a ajuda da TURBO OFICINA, fique a conhecer algumas das empesas que trabalham para que a Audi possa criar o A5. Olhando para a tabela ao lado, é fácil reconhecer empresas como a Continental, Cooper Standard, Cromodora, Dayco, Delphi (respetivamente, diagramas para a gestão de combustível, isolamentos, jantes, correias e sistema de injeção). Também vislumbramos a Eberspaecher, Faurecia, Magnetti Marelli, Mahle, Mann+Hummel e Norma Group (aquecimento do pescoço para o cabrio, revestimentos, luzes LED, condensadores, filtros e ventilação, respetivamente), entre uma série de outros fornecedores que permitem construir o verdadeiro “puzzle” que é o Audi A5. /

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TURBO OFICINA NOVEMBRO 2017

FORNECEDOR COMPONENTE AIRBAG FAUTOLIV Airbag de cabeça (Cortina) BHTC Unidade de climatização dianteira (BEHR-HELLA THERMOCONTROL GMBH) BROSE Ventoinhas para o sistema de climatização CARCOUSTICS SHARED SERVICES GMBH Isolamento CARCOUSTICS SHARED SERVICES GMBH paineis de revestimento CIKAUTXO Molas do escape CIMOS Pedal de embraiagem CONTINENTAL Diagramas para a gestão do combustível COOPER STANDARD Isolamento para a versão desapotável CROMODORA WHEELS SPA Jantes CULTRARO AUTOMAZIONE Depósito do cinzeiro ENGINEERING S.R.L. (CULTRARO) DANA Junta da tampa das vávulas DAYCO Correia para a bomba de água DELPHI rampa para a injeção common rail DIEHL METALL anéis de sincronização EBERSPAECHER Aquecimento do pescoço (cabrio) FAURECIA Revestimento dos bancos dianteiros GESTAMP Reforços GTT RFF HAARTZ material da capota (cabrio) HELLERMANNTYTON GMBH Luzes, cabos e fixação HOERBIGER Componentes dos sincronizadores (transmissão) IBS FILTRAN Sistema de filtragem INALFA Mecanismo de tejadilho INDUSTRIALESUD SPA Forro do tejadilho ( Project AU494 ) KAUTEX Depósito de combustível MAGNA Atuadores do sistema de climatização MAGNETI MARELLI Luzes LED MAHLE Condensadores MANN+HUMMEL Filtro de ar NIDEC GPM GMBH Bomba de água NORMA GROUP Ventilação da cambota PLASTIC OMNIUM Sistema SCR - filtro DINOx PROFIL Parafusos para a carroçaria


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REPARAÇÃO

CARROÇARIA

HAVERÁ SEMPRE CARROÇARIA Independentemente do veículo no futuro ser autónomo, elétrico, híbrido ou outra forma qualquer, terá, sempre, carroçaria. Conhecerá evolução como tem sucedido ao longo dos anos, mas será, sempre, uma carroçaria TEXTO E FOTOS CESVIMAP

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ndependentemente de o automóvel ser autónomo, ligado, ter apenas um motor elétrico ou combinar o motor elétrico e o de combustão terá sempre carroçaria, e a CESVIMAP foi evoluindo e acompanhando a transformação das carroçarias, nos seus processos de reparação e na utilização de ferramentas e equipamentos de trabalho. O núcleo da atividade da Área de Carroçaria da CESVIMAP foi fazendo a análise de veículos, dos seus elementos e componentes e a sua metodologia de reparação. Tudo isto, a partir de impactos a baixa velocidade, de estudos e testes em equipamentos e tecnologias, e sempre em interação com os diferentes coletivos do campo da indústria automóvel. Um aspeto fundamental para o desenvolvimento do conhecimento foi o nível de colaboração da CESVIMAP com os fabricantes de veículos, fabricantes de equipamentos e de produtos de

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reparação e outros coletivos da indústria automóvel. Esta colaboração alcançou, desde os seus inícios até aos dias de hoje, um nível de excelência. Os principais fabricantes incorporaram nos seus modelos processos inovadores; a CESVIMAP encarrega-se de realizar a transferência tecnológica para as oficinas através de métodos de trabalho, que o profissional da reparação deve conhecer para conseguir restaurar os veículos às condições originais. "A imaginação é mais importante que o saber", dizia Albert Einstein e em 25 anos de intenso trabalho, a CESVIMAP pode contemplar quantos conhecimentos e quanta imaginação foram investidos neste trabalho. Os procedimentos de trabalho sobre os ligeiros foram, em muitas ocasiões, ponto de partida e referência para uma grande parte do setor, bem como para o estudo de outros tipos de veículos desenvolvido pela CESVIMAP, e essa dinâmica foi refletida nestas páginas.

Desde o início a nossa oficina foi preparada como um autêntico "laboratório", dotado com os melhores meios e onde os ligeiros foram e continuam a ser amostras de exceção, sem nunca perdermos a referência daquilo que acontece diariamente no setor. MATERIAIS Realizando um percurso histórico pelo campo dos materiais, desde os aços macios até aos especiais, passando pelo alumínio, até chegar à fibra de carbono, podemos observar uma área de Carroçaria muito envolvida e atualizada no estudo das suas características, metodologias de união e tipologia de reparação ou substituição: soldaduras laser, Mig brazing, uniões rebitadas… As soldaduras laser e laser brazing, por exemplo, estão a ser substituídas por uniões através de colagem, rebitadas, por soldadura MIG ou por pontos.


O alumínio ocupa um lugar privilegiado depois do aço como material metálico mais utilizado na indústria do automóvel. O bate-chapa da CESVIMAP adaptou-se à utilização de novas ferramentas e equipamentos para a substituição e reparação de peças fabricadas neste material, adotando sistemas e métodos de união, como a rebitagem e a aplicação de adesivos. Na era do plástico, o objetivo principal era conseguir carroçarias de veículos mais leves. E agora com a chegada da fibra de carbono, é possível obter uma redução de peso de até 40%. A CESVIMAP permaneceu sempre atenta e ativa, envolvida nesta evolução. Desde o início, a soldadura é o processo de reparação e união que oferece os melhores resultados na reparação de peças de plástico termoplástico, mas estas também podem ser reparadas, por exemplo, através a aplicação de adesivos, em plásticos termoestáveis e também em termoplásticos que não podem ser soldados devido às cargas e reforços que levam. Os materiais compostos mais utilizados no automóvel são formados com uma resina termoestável e cargas de reforço. A substituição parcial ou total dos painéis de poliéster era no passado alternativa para os casos nos quais não havia possibilidade de reparação. Esta técnica foi abordada amplamente pela CESVIMAP, sobretudo quando as portas, os capôs ou os para-lamas posteriores deste material foram utilizados pelos fabricantes de veículos nas suas carroçarias.

CARROÇARIAS HÍBRIDAS Embora parecessem materiais incompatíveis, na produção de carroçarias as vantagens do aço e do alumínio foram aproveitadas e combinadas, o que deu origem às carroçarias híbridas. Exemplos de diferentes tipos de carroçarias híbridas de aço e alumínio que passaram pela nossa área são o Audi TT de 2015, o Audi A6 de 2011, o BMW série 5 de 2003, o Jaguar XE de 2015 ou o Volvo XC90 de 2015. E no caso do BMW série 5 de 2017, começou a ser utilizado o reforço da carroçaria de elementos metálicos com peças de fibra de carbono, o que dará origem a um novo tipo de carroçarias híbridas de elementos metálicos e elementos compostos de materiais, constituídos por uma matriz reforçada com fibra de carbono. BANCADAS As bancadas foram indispensáveis para a análise e para a reparação estrutural das carroçarias na CESVIMAP, imprescindíveis também em qualquer oficina de reparação de carroçarias, para além de um requisito legal que sofreu uma evolução devido à diminuição progressiva da sua utilização na reparação de grandes danos; isto como consequência dos custos da substituição de sistemas de segurança ou retenção suplementares (conjuntos de airbags e pretensores dos cintos de segurança), e de outros dispositivos eletrónicos, tais como sensores ou unidades de controlo que influenciam o custo da reparação face ao valor de mercado do veículo.

A própria bancada experienciou nos seus equipamentos de medição eletrónica um desenvolvimento importante que incorpora inúmeros avanços tecnológicos. Por conseguinte, surgiram equipamentos como os mini-bancos, muito úteis em processos de estiramento simples e limitados. O estiramento de peças de diferente constituição dá lugar assim aos processos de medição e controlo para substituição de peças danificadas, já que o estiramento de peças de aço de muito alta resistência, como os aços ao boro, não permite que o elemento retome a sua forma original, visto surgirem ruturas ou rasgões nas peças contíguas. Análise de veículos quadriciclos, soluções para granizo, mecanismos das fechaduras, kits de reparação e de recuperação de sensores de chuva em para-brisas, reparação de bancos, painéis de instrumentos e painéis de bordo, e os diferentes equipamentos e ferramentas da carroçaria, desde a mais simples até à mais complexa. Muitos outros temas foram estudados e analisados pelos técnicos e pelo pessoal de oficina da área de Carroçaria. As reparações dos faróis, os grampos térmicos, a soldadura com nitrogénio, a fibra de carbono, os vidros para-brisas e os sistemas ADAS são novidades que já chegam às oficinas e que já foram abordadas e divulgadas também nos últimos tempos na CESVIMAP. O FUTURO O que está para vir, o futuro da carroçaria do automóvel, que abordamos com o mesmo entusiasmo que até agora, são novos materiais compostos em carroçarias híbridas, na forma de combinações de aços de alta resistência, ligas de fundição de alumínio termicamente tratadas, magnésio e polímeros reforçados com fibra de carbono (CFRP), com uma utilização maior, até massiva, de adesivos e juntas coladas. E enormes quantidades de dispositivos eletrónicos que vão ter influência nas desmontagens e na necessidade de efetuar ajustes e calibrações. A própria gestão de peças de substituição será alvo de transformações se novos sistemas, como a impressão 3D, irromperem de forma massiva no setor, afetando diretamente a distribuição de peças de substituição como a conhecemos atualmente. A evolução na carroçaria irá estimular a nossa adaptação e levar-nos a visualizar novos cenários, nos quais os protagonistas continuarão a ser, entre muitos outros coletivos, os peritos de automóveis e as oficinas de reparação. E teremos sempre a carroçaria física como base e suporte do conceito "veículo automóvel". E a colaboração da TURBO OFICINA com a CESVIMAP irá continuar para lhe oferecer o melhor nesta e em outras áreas das oficinas. /

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REPARAÇÃO

PASSO A PASSO

APLICAÇÃO DE ANTICORROSIVOS E DE MASSA DE INSONORIZAÇÃO A reparação de partes da carroçaria de um automóvel inclui a devolução, a essas zonas intervencionadas, das características originais. Nessa recuperação está incluída a proteção anti corrosão e a insonorização originais, eventualmente atingidas pelo processo de reparação. Em colaboração com o Centro Zaragoza, Instituto de Investigação sobre o Automóvel, a TURBO OFICINA explica-lhe, passo a passo, como deve restaurar a proteção anticorrosão e a insonorização perdidas ou danificadas durante uma eventual reparação de um veículo após uma colisão. TEXTO E FOTOS CENTRO ZARAGOZA

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Preparação dos produtos e equipamentos que vão ajudar na aplicação dos produtos anti corrosão e insonorização

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As espumas de insonorização devem ser colocadas no interior da peça, no local anteriormente ocupado pelo material original, pelo que uma foto tirada antes da intervenção pode ser útil para ajudar no posicionamento da espuma

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O primário, normalmente em spray, para a eletro soldagem deve ser aplicado nas abas de ligação antes da soldadura por resistência

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As folhas de material anti vibração são montadas nas peças que substituíram as danificadas e que as originais já incorporavam

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Uma vez aplicadas todas as espumas e lâminas de insonorização e anti vibração e montadas as peças no seu lugar original, deve ser aplicado o primário anti corrosão

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Depois de aplicado o primário anti corrosão, deve ser aplicada massa de estanquicidade. Isso deve ser feito com um cordão fino nas abas de união exatamente onde estavam anteriormente

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Deve aplicar-se massa de estanquicidade pulverizável, desta feita num cordão grosso, exatamente nas mesmas zonas onde originalmente existia essa massa, tentando dar-lhe o mesmo aspeto

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Na parte inferior do veículo, nomeadamente, na zona da embaladeira, deve ser aplicada uma proteção anti gravilha que possa ser pintada á posteriori. Assim, proteger-se-á a parte inferior do veículo sem que o lado estético seja afetado

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Feitas todas as aplicações e reparadas as zonas afetadas, passamos á aplicação da pintura final na zona intervencionada

painéis de portas, barras de união, por exemplo, deve 10 embaladeiras, ser aplicada cera específica para estes locais, finalizando, a reparação. Uma vez terminada a pintura, no interior das zonas ocas como

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REPARAÇÃO

MANUTENÇÃO

BMW Serie 1 F20 116d 116 5p

BMW 116D Modelo de entrada na gama BMW, o Série 1 continua a sua senda de sucesso e na sua versão intermédia (116d ) custa 3,76 euros por cada centena de quilómetros.

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versão 116 d não é a mais barata da gama Série 1 – esse posto cabe ao 114d com 95 CV e um preço inferior a 30 mil euros – mas funciona como entrada de gama pelo motor de 116 CV, um consumo médio em redor dos 3,7 l/100 km e emissões de CO2 de 96 gr/km. O Série 1 continua a ser um modelo de tração traseira – a próxima geração já terá tração às rodas dianteiras por via da utilização da plataforma UKL que serve de base ao Série 2 Active Tourer – com um interior mais acanhado que a concorrência, uma qualidade de construção que segue os padrões da marca bávara e um comportamento seguro. O preço final é de 30.750 euros e com a proposta de crédito da BMW indica um valor mensal de 357,80€/mês com uma entrada de 6.150 euros e um pagamento final de 6.150 euros. A duração do contrato é de 60 meses, mais um ano que a análise de custo de manutenção que faremos a seguir. CADA CENTENA DE KM FICA POR 3,76€ Como sempre, analisamos o BMW 116d com base na bitola dos 48 meses/120 mil quilómetros e, contas feitas, vai gastar em manutenção 4.513,32 euros após esse período. Ou seja, qualquer coisa como 1.130 euros por ano, cerca de 94 euros por mês. Para estas contas entram o IUC de 141,47 euros e uma inflação que custará 643,16 euros. No total, gastará, por cada centena de quilómetros percorridos, 3,76 euros. Olhando com mais detalhe para estes custos, podemos dizer-lhe que

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vai gastar 878,53 euros em revisões, 2.023 euros em peças de desgaste e mais 1116 euros em pneus (medida 205/55 R16). Juntando uma IPO no final dos quatro anos de utilização, a inflação e ajustes, perfaz o total de 4.513,32 euros referido. Refinando mais, ainda, a análise a estes números, a mão de obra que vai pagar será de 368 euros, vai gastar 279.03 euros em óleo, mais 31 euros do filtro, 71 euros do filtro de ar, pólen (mais 55 euros) e filtro de combustível (75 euros). Já nas peças de desgaste, a fatia mais grossa cabe aos travões (775 euros de pastilhas para a frente e 242 euros para as pastilhas traseiras, mais 193 euros para os discos da frente e 363 euros para os traseiros e 78 euros para líquido de travagem). Seguem-se as escovas limpa para brisas (cerca de 218 euros para a frente e 53 euros para o óculo traseiro) e a carga do ar condicionado (100 euros). Tome nota que o BMW 116d fará revisões a cada 30 mil quilómetros ou a cada dois anos, os filtros de óleo e de habitáculo “duram” 60 mil quilómetros e que o ar condicionado precisa de ser carregado aos 100 mil quilómetros, enquanto os discos de travão dianteiros duram 90 mil quilómetros e os de trás 120 mil. Já as pastilhas “vão-se embora” aos 30 mil (frente) e aos 60 mil (traseiras) quilómetros. Os pneus devem ser trocados a cada 40 mil quilómetros. Contas feitas, o seu BMW 116d ficará, além dos quase 31 mil euros de investimento inicial, em mais 4.513 euros de custos de manutenção, um investimento de 4,33 euros por cada 100 km. Como sempre, a todos estes preços acresce o IVA à taxa legal de 23%. Para mais informações, contacte Luís Ribeirinho, diretor comercial da 4Fleet, através do telefone 910401216 ou do email ribeirinho@4fleet.pt. /

Caraterísticas do Veículo Potência (cv) 116 Cilindrada (cc) 1496 EuroNCap 50/10/30 CO2 97 Tração / Transmissão Traseira / Manual Caixa de Velocidades 6 velocidades Carroçaria Berlina (Familiar Pequeno) Valor N.º Revisões 878,53 € ** Mão-de-Obra 368,00 € [8,40] Óleo 279,03 € [2] Capacidade do carter (litros) 5,20 [lts] Tipo de óleo Especial Sintético Filtro de Óleo 30,84 € [2] Filtro de Ar 70,98 € [2] Filtro de Pólen 55,04 € [2] Filtro de Combustível 74,64 € [2] Velas - € [0] Desgaste 2.022,88 € Escovas Limpa Para Brisas Frente 218,45 € [4] Escovas Limpa Para Brisas Tras 52,40 € [2] Pastilhas Frente 775,40 € [4] Pastilhas Tras 242,47 € [2] Discos Frente 193,31 € [1] Discos Tras 362,59 € [1] Liquido de Travão 78,26 € [2] Correia Distribuição - € [0] Embraiagem - € [0] Carga Ar Condicionado 100,00 € [1] Escape - € [0] Bateria - € [0] Amortecedor Frente - € [0] Amortecedor Tras - € [0] Bomba Agua - € [0] Filtro Particulas - € [0] Tarefas Extra - € Avarias - € Eléctricas - € Total - € Pneus 1.115,78 € Pneus Frente 205/55R16V Pneus Trás 205/55R16V Pneus 969,18 € [10] Alinhamento de Direcção 45,00 € [3] Equilibragem 76,60 € [10] Válvula 25,00 € [10] Outros 496,13 € IPO 469,13 € Inflação 643,16 € Ajustes - € Custos de Manutenção Total 4.513,32 € /100 kms 3,76 € Consumo misto 3,70 lts / 100 kms IUC 141,47 € * Indica percentagem proteção adultos/proteção crianças/ proteção peões/sistemas de segurança ativa ** Número de vezes peça é substituida Valores sem IVA



NOTÍCIAS

PNEUS

VALORPNEU

NOVA FASE DE COMUNICAÇÃO DO PRÉMIO INOV.AÇÃO

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Valorpneu implementou uma nova fase de comunicação do Prémio Inov.Ação com a sua presença no “The Pitch Market Lisboa”. Aquele evento decorreu nos dias 21 e 24 de setembro, no Terreiro do Paço e teve como objetivo mostrar o talento nacional em inovação e design. Várias pessoas tiveram a oportunidade de ficarem a conhecer o Prémio Inov.Ação, além de alguns dos trabalhos vencedores de edição anteriores. Lançado em dezembro de 2016 pela Valorpneu, o Prémio Inov.Ação tem sido divulgado em larga, com a publicação em vários artigos na imprensa especialista e generalista, e foi apresentado em exposições e sessões presenciais em instituições do Ensino Superior, tendo chegado a um vasto número de alunos. Até final de dezembro serão realizadas novas sessões, de onde se perspetiva virem a surgir novos e interessantes projetos candidatos. Em maio de 2017, a Valorpneu organizou um workshop “Novos desafios no destino sustentável dos pneus em fim de vida” para divulgar o Prémio Inov.Ação, onde juntou os principais atores da reciclagem e recauchutagem de pneus, investigadores, indústrias e entidades responsáveis pela promoção e desenvolvimento de

políticas económicas e ambientais no quadro da economia circular. O Prémio Inov.Ação foi igualmente divulgado na Enertech 2017, em maio, e no Archi Summit, evento internacional de Arquitetura, em julho. A Valorpneu irá organizar workshops de capacitação dos candidatos ao Prémio, nos próximos meses. O primeiro terá lugar no próximo dia 16 de outubro. Estes workshops serão abertos a todos os que até à data estiverem registados no Portal do Prémio e têm como principal objetivo dotar os candidatos de competências que possam apoiar a consolidação dos seus projetos. O registo de candidatos no Prémio Inov.Ação vai ocorrer até 31 de janeiro de 2018, com a data limite de entrega das candidaturas até 20 de abril. A sessão de entrega dos prémios irá ter lugar em junho de 2018, numa cerimónia aberta ao público em geral e com divulgação vasta na imprensa nacional. As duas categorias a concurso, “Negócio & Inovação” e “Comunidade & Educação”, serão premiadas com 25 000 euros e 10 000 euros, respetivamente. Atualmente, já estão candidatos registados nesta iniciativa e foram lançadas várias ideias que podem servir como mote a interessados que as queiram desenvolver. /

NOVO GT RADIAL SPORTACTIVE SUV À VENDA EM PORTUGAL Depois do êxito que teve o modelo SportActive, o grupo GitiTire trabalhou no desenvolvimento de uma versão deste pneu para veículos SUV, um segmento em contínuo crescimento, que reclama pneus de qualidade a bom preço e que sejam capazes de satisfazer as

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necessidades mais exigentes. O SportActive SUV proporciona distâncias de travagem mais curtas tanto em piso seco como molhado, uma maior eficiência de combustível, uma menor resistência ao rolamento e uma melhor aderência lateral, reduzindo consideravelmente

a possibilidade de “aquaplaning”. O design especial dos blocos nos ombros, os compostos inovadores e a configuração de canais mais largos, são algumas das caraterísticas destes pneus de alta tecnologia. Apresentam também uma rigidez melhorada, para otimização na condução em curvas. As medidas que a Tiresur disponibiliza em stock são: 255/55R18 98V, 235/50R18 97V, 235/60R18 107V, 235/55R19 105V, 255/50R19 107W, 255/55R19 111V. Por encomenda a medida 255/55R18 109W.

MARTIN KALAGIN É O NOVO DIRETOR TÉCNICO DA MARANGONI O novo responsável técnico da Marangoni irá reportar diretamente ao CEO da marca e irá definir e implementar as linhas globais da Marangoni. Martin Kalagin irá, ainda, alinhar os planos de produção para melhor gestão dos recursos e coordenar as atividades do departamento técnico e de pesquisa e desenvolvimento. Kalagin está na Marangoni desde 2007, tendo desempenhado diversos cargos de gestão na Europa e na Ásia dentro da empresa.


GOODYEAR

TESTA PNEUS PARA VEÍCULOS AUTÓNOMOS

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Goodyear iniciou um programa de testes com pneus inteligentes para automóveis semiautónomos, que têm a capacidade de prever o momento ideal para a sua substituição. Os pneumáticos dispõem de sensores wireless incorporados, que fazem a medição constante da temperatura e da pressão, transmitindo essa informação para base de dados da cloud da Goodyear. Em combinação com outros dados do veículo é possível melhorar as operações gerais da frota e prever o momento da manutenção dos pneus ou mesmo da sua substituição. Este projeto está a ser desenvolvido no âmbito de um acordo tecnológico com a Tesloop, um serviço de mobilidade entre cidades que utiliza exclusivamente veículos da marca Tesla. A Goodyear introduziu sensores wireless nos pneus das viaturas para melhorar a respetiva gestão global e maximizar o tempo de atividade da frota em crescimento. Ao abrigo deste programa com a Tesloop, a Goodyear está igualmente a ampliar as suas soluções de mobilidade para veículos de passageiros, disponibilizando manutenção e reparando os pneus enquanto os veículos da Tesloop estão nas estações de carregamento, durante o tempo imobilização planeado. “Quando se operam automóveis durante praticamente 365 dias por ano, 7 dias por semana, 24 horas por dia, minimizar os incidentes com os pneus é fundamental para a experiência do cliente e para o modelo de negócio”, refere Rahul Sonnad, CEO da Tesloop. “Poder contar com diagnósticos baseados em dados é a chave para melhorar a eficiência de um negócio como o da Tesloop, e para permitir que os nossos veículos se convertam nos mais seguros da estrada”. A Tesloop opera uma frota de automóveis da Tesla nos Estados Unidos

VULCO PIRELLI FORNECEU RALLY LEGEND EM EXCLUSIVO A marca italiana está profundamente ligada à competição e se a F1 continua a ser o seu ex-libris, os ralis também fazem parte do portfólio da Pirelli. E como no passado, a marca de Milão esteve profundamene envolvida nessa especialidade, não espanta que tomasse a posição de fornecedor exclusivo do Rally Legend, prova que se realizou no mês de outubro e reuniu um lote de modelos históricos que fizeram as delicias dos adeptos dos ralis.

NOVA OFICINA EM LISBOA

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rede de oficinas Vulco passou a contar com mais um ponto na zona da Grande Lisboa, com a integração nesta estrutura da empresa André Pilar Pneus. Este reforço insere-se na estratégia desta rede apoiada pela Goodyear Dunlop, especializada em pneus e mecânica rápida, de continuar a ampliar a sua presença no mercado português. Este novo ponto de venda veio juntar-se às cerca de 40 oficinas associadas à rede no mercado português, e está orientado para prestar serviços de pneus, mecânica rápida e serviço de lavagens a todo o tipo de veículos. Esta inauguração insere-se no plano de consolidação da rede Vulco, que tem como objetivo reforçar a cobertura em zonas de maior potencial de mercado. “Estamos muito satisfeitos por poder dar umas calorosas boas vindas ao André Correia e à André Vilar Pneus”, afirma Mario Recio, diretor da rede de oficinas Vulco . “A consolidação da marca Vulco, e o aumento da sua presença em todo o território da Península Ibérica, é, sem dúvida, um dos pilares principais dos nossos planos atuais e futuros”, acrescenta.

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OPINIÃO

JURÍDICO

LICENÇA DE CONDUÇÃO DE CICLOMOTORES PARA MENORES DE 14 ANOS

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Conselho de Ministros aprovou no passado dia 19 de Outubro uma alteração no regulamento da carta de condução que vai permitir a jovens, com idade entre os 14 e 16 anos, a condução veículos de duas ou três rodas.

Esta alteração agora aprovada, resulta da transposição para a ordem jurídica interna de diretivas da União Europeia, as quais visam a melhoria da segurança rodoviária, de acordo com a nota do Conselho de Ministros. Embora tenha sido amplamente publicitado, a verdade é que a alteração agora aprovada não mexe na substância do que já existia uma vez que, mesmo antes desta alteração, a partir dos 14 anos, de acordo com o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), os jovens já podiam obter uma licença que os capacitava a conduzir "ciclomotor de duas rodas caracterizado por um motor de combustão interna de cilindrada não superior a 50 cm3 , com velocidade máxima em patamar e por construção não superior a 45 km/h”, ou cuja potência nominal máxima contínua não fosse superior a 4 kW, caso fosse eléctrico" A licença especial obrigava a 15 horas de formação, 7 horas teóricas, seguidas de 8 horas práticas. Esta licença não permitia o transporte de passageiros nem a condução em auto-estradas. Com a alteração agora aprovada, os jovens entre os 14 e os 16 anos, poderão passar a ter habilitação legal para conduzir veículos da ca-

MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO

tegoria AM (ciclomotores), desde que se trate de ciclomotor de duas rodas com motor de combustão interna de cilindrada não superior a 50 cm3, com velocidade máxima em patamar e por construção não superior a 45 km/h, ou cuja potência nominal máxima contínua não seja superior a 4 kW, se o motor for eléctrico. Essa habilitação será conferida a para condutores que frequentem com aproveitamento acção especial de formação ministrada por entidade autorizada pelo IMT. Os jovens com 16 anos podem conduzir veículos de duas ou três rodas e quadriciclos ligeiros. Assim, e embora como se disse as alterações não sejam substanciais, a verdade é que alargando a possibilidade de obtenção de título de condução a jovens com idades entre os 14 e os 16 anos, compete agora aos pais sensibilizar os seus filhos que se propõe a conduzir na via publica para a necessidade de eles adoptarem uma postura defensiva na sua condução, fazendo-os entender que a circulação nos ciclomotores tem grandes vantagens mas acarreta um risco considerável que apenas pode ser “colmatado” com uma maturidade que deve acompanhar todo o processo de formação de um condutor.

Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica. O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga grafia.

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