Turbo Comerciais 31

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PROFISSIONAL

NOVIDADES

#31 JANEIRO 2019

APÓS-VENDA

SERVIÇOS

2,90€ (CONT.)

LUIS RODRIGUES DHL EXPRESS

NOVA FROTA MELHORA EFICIÊNCIA

EM ENSAIO

VW

E-CRAFTER RENAULT

MASTER Z.E.

ENTREGAS “LIMPAS” MITSUBISHI RENOVA A L200 NOVIDADE

OPEL RENASCE ZAFIRA

VOLVO

JÁ OPERA CAMIÕES AUTÓNOMOS

KARSAN JEST ELECTRIC MINIAUTOCARRO COM “ALMA” DE BMW i3



PROFISSIONAL

NOVIDADES

SUMÁRIO

APÓS-VENDA

SERVIÇOS

#31

JANEIRO 2019

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NOVIDADES

06 Mitsubishi L200 10 Renault Trafic Pro+ 13 Opel Zafira ENSAIOS

20 Volkswagen e-Crafter 24 Renault Master Z.E. 26 Hyundai H350 28 Mercedes Vito Tourer FROTA

30 DHL Express ENSAIO PESADO

34 Scania G 410 A 4x2 NA

RADAR

42 Balanço das transportadoras NOVIDADES AUTOCARROS

56 Mercedes Tourismo M2 Safety Coach

ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES VC CONTINENTAL PNEUS 5 VW 9 FORD 17 PETRONAS 53 SITE PROFISSIONAIS VCC CARF CC FIAT PROFESSIONAL

JANEIRO 2019 TURBO COMERCIAIS

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EDITORIAL PROFISSIONAL

NOVIDADES

SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. DAS OLAIAS, 19 A RINCHOA 2635-542 MEM MARTINS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL OFICINA@TURBO.PT

A

necessidade de redução das emissões de dióxido de carbono para baixar o efeito de estufa que “asfixia” o nosso Planeta colocou, inevitavelmente, em primeiro plano o problema da mobilidade limpa. Os construtores responderam com diversas tecnologias, desde os híbridos “plug-in” aos veículos totalmente elétricos, passando por combustíveis alternativos como o gás natural veicular, procurando baixar (ou anular) as emissões de CO2. Claro que a mudança de um paradigma de motorizações de combustão interna que durou mais de um século não se fará de um dia para o outro, até porque há sempre uma série de poderosos “lobbies” interessados ainda em escoar os muitos produtos e explorar os muitos recursos que têm para vender… Mas a mobilidade “limpa” vai fazendo o seu caminho e se, nos ligeiros de passageiros, o crescimento se vai fazendo a um ritmo já apreciável – ainda numa porção mínima do mercado total –, entre os comercias ligeiros e os pesados as coisas vão-se movendo de forma um pouco mais lenta. E, contudo, movem-se! Neste campo específico, a indústria percebeu que, em vez de ficar à espera de tecnologias avançadíssimas que permitissem autonomias elétricas gigantescas para as viagens transfronteiriças típicas dos transportes de pesados – neste particular o gás natural veicular parece ser a via mais eficaz e realista –, o melhor era concentrar esforços onde a mobilidade sem emissões é de facto mais necessária: os meios urbanos. Daí a concentração de ofertas se centrar nos furgões de várias dimensões – pequenos, médios e já maiores – e, nos pesados, em autocarros. Tudo veículos que fazem pouco quilómetros diariamente, não precisando de enormes autonomias e tendo períodos de imobilização programados, ideais para o recarregamento das baterias. Nos autocarros temos percursos essencialmente de “para-arranca”, ideais para regenerar a energia e ir recarregando as baterias durante a utilização. Nos furgões, soluções perfeitas para a chamada “entrega de última milha”, em centros urbanos, muitos dos quais começam a proibir ou a condicionar fortemente o acesso a veículos com motores a combustão. Já começa a haver várias ofertas no mercado e, nesta edição, testamos duas das mais interessantes. A mobilidade limpa está a chegar onde verdadeiramente interessa e mostra-se, em termos de custos de utilização, uma proposta bastante interessante!

SÉRGIO VEIGA EDITOR CHEFE

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SERVIÇOS

PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS

ELÉTRICOS ONDE FAZEM FALTA

“A mobilidade limpa está a chegar onde verdadeiramente interessa e mostra-se, em termos de custos de utilização, uma proposta bastante interessante!”

APÓS-VENDA

DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITOR CHEFE SÉRGIO VEIGA sergioveiga@turbo.pt REDAÇÃO CARLOS MOURA PEDRO carlosmoura@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt COORDENADOR COMERCIAL ALEXANDRA LI CHING alexandraliching@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO secretariado@turbo.pt COLABORADORES PEDRO MONTENEGRO PARCERIAS APVGN CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP IMPRESSÃO LIDERGRAF, ARTES GRÁFICAS, SA. RUA DO GALHANO, N.º 15 4480-089 VILA DO CONDE, PORTUGAL lidergraf@lidergraf.pt DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 5000 EXEMPLARES Isenta de registo na erc ao abrigo do decreto regulamentar 8/99 de 9/6 Art.o 12.º n.º 1 A. INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS



NOVIDADES

MITSUBISHI MOTORS

PICK-UP L200 RENOVADA A Mitsubishi renova a gama L200 que ganha um visual bem mais agressivo graças à nova grelha dianteira, além de ter mais equipamentos de segurança ativa e de assistência à condução TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

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oincidindo com a comemoração do 40.º aniversário do modelo L200, a Mitsubishi Motors apresentou uma nova atualização da sua já lendária pick-up que oferece até uma carga útil de uma tonelada. A renovada Mitsubishi L200 já se encontra em comercialização na Tailândia desde o passado mês de novembro e virá a estar disponível em 150 países. O lançamento em Portugal está previsto para o segundo semestre de 2019. Para a marca dos três diamantes, a pick-up L200 é um dos modelos mais importantes para a sua estratégia global e o seu sucesso é determinante para o crescimento sustentado da empresa. Basta dizer que se trata do segundo modelo mais vendido da Mitsubishi em todo o Mundo, seguindo-se ao SUV de médias dimensões, Outlander.


L200 ASSINALA 40.º ANIVERSÁRIO Lançada em 1978, a pick-up de uma tonelada da Mitsubishi já registou mais de 4,7 milhões de unidades em todo o Mundo. A primeira geração recebeu a designação comercial “Forte”, embora as exportações tenham utilizado outras designações, como L200. Desde o início que foi concebida para proporcionar um transporte resistente e fiável a pessoas e mercadorias. As versões 4x4 seriam lançadas em 1980, beneficiando da tradição da Mitsubishi Motors na tração integral. A segunda geração chegaria em 1986, numa gama que contava com três tipos de carroçaria – cabina simples, clube e dupla – opções de transmissão 4x2 e 4x4,

“O novo modelo oferece melhorias em termos de durabilidade, fiabilidade e conforto que têm sido caraterísticas da L200 desde o seu lançamento, há 40 anos”, afirmou Osamu Masuko, CEO da Mitsubishi Motors, na apresentação mundial da renovada pick-up da marca dos três diamantes. “Tenho uma confiança absoluta de que a nova L200 irá ao encontro das necessidades e desejos dos nossos clientes em todo o Mundo”, sublinhou o responsável. O trabalho de desenvolvimento da nova L200 foi baseado no conceito “Engineered Beyond Tough” que esteve sempre presente desde a criação deste modelo. Entre as principais alterações introduzidas, destaque para um design mais agressivo e robusto que incorpora a mais recente interpretação da grelha dianteira “Dynamic Shield”, em que estão patentes evidentes semelhanças com a secção frontal do Mitsubishi Outlander. A linha mais elevada do capot e uns grupos óticos mais estreitos

localizados numa posição mais elevada transmitem a este modelo um aspeto mais potente e imponente. As novas curvas esculpidas da carroçaria, que contrastam com as linhas direitas próprias das pick-up, prolongam as cavas das rodas e reforçam os elementos que traduzem a força do comercial da Mitsubishi Motors, além de lhe darem mais um toque de modernidade. Os grupos óticos e os pára-choques estão agora integrados num design robusto, realçando a parte dianteira e traseira, proporcionando ainda uma sensação de maior largura. O interior revisto da nova Mitsubishi L200 transmite uma sensação moderna e robusta, graças às molduras que envolvem as saídas de ar e a consola central. Um toque de qualidade é transmitido pela utilização de materiais suaves e com costuras no topo do tablier, nos apoios de braços e no travão de estacionamento.

motores a gasolina de 2,0 e 2,6 litros e um diesel de 2,5 litros. A terceira geração da L200 seria lançada no final de 1995, com motores diesel de 2,5 e 2,8 litros, e o seu mecanismo de tração integral estreava o sistema “Easy Select 4WD”. Dez anos depois surgiria a quarta geração, com motores diesel common-rail de 2,5 e 3,2 litros, e as versões 4WD também podiam passar a receber o sistema “Super Select 4WD”. Em 2014 foi apresentada a quinta geração, que oferecia motorizações diesel de 2,4 e 2,5 litros, além de um 2,4 litros a gasolina. Para as versões 4x4 era proposto o novo sistema "Super Select 4WD-II", que adotava um atuador eletrónico.

SISTEMA 4WD OTIMIZADO A nova L200 de tração integral pode vir equipada com o sistema Super-Select 4WD, que disponibiliza a melhor tração em qualquer tipo de piso, ou o Easy-Select 4WD que simplifica a mudança entre os modos de condução para diferentes tipos de superfícies. Com a integração dos novos modos de condução, ambos os sistemas 4WD oferecem melhores prestações em todo-o-terreno, uma vez que dispõem de um novo modo que oferece ajustamentos para Terra, Lama/Neve, Areia e Pedra, mas apenas em baixas. Sempre que está engrenado, o modo Off-Road controla a potência do motor, da transmissão e da travagem para regular o nível de movimento da roda e assim maximizar a performance em todo-o-terreno ou o comportamento em lama ou neve. A nova L200 4WD também vem equipada com o sistema Hill Descent Control, que controla

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NOVIDADES

MITSUBISHI MOTORS

SILHUETA FAMILIAR Apesar das grandes alterações estéticas (e não só...), a L200 mantém a sua silhueta por demais reconhecida

eletronicamente a velocidade do veículo em descidas acentuadas ou escorregadias com maior segurança e precisão. SEGURANÇA ATIVA E APOIO À CONDUÇÃO A nova L200 mantém-se fiel ao princípio clássico de construção de chassis, com perfil em escada, e carroçaria. A estrutura da cabina está preparada para resistir a impactos e absorver a energia em caso de colisão. Com o objetivo de proporcionar uma maior proteção aos ocupantes, a pick-up da Mitsubishi passa a receber novos equipamentos de apoio à condução e de segurança ativa. Um desses dispositivos é o sistema de mitigação de colisão avançada, que consegue detetar veículos e peões à sua frente. Outra novidade neste modelo consiste no sistema de deteção de veículos no ângulo morto e evita uma potencial colisão quando se muda de faixa de rodagem para efetuar uma ultrapassagem e depois se

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O SISTEMA DE DETEÇÃO DE VEÍCULOS NO ÂNGULO MORTO É UM DOS APOIOS À SEGURANÇA DA CONDUÇÃO, BEM COMO OS SISTEMAS DE MITIGAÇÃO DE COLISÃO, DE ALERTA DE TRÁFEGO TRASEIRO OU DE LIMITE DOS EXCESSOS DE ACELERAÇÃO

regressa à inicial. O sistema de alerta de tráfego traseiro também passa a estar disponível na L200, assim como o sistema ultrassónico que limita os excessos de aceleração, o qual reduz a probabilidade de acidentes resultantes de uma utilização imprópria do acelerador quando se inicia a marcha ou se faz marcha atrás em parques de estacionamento e outros espaços apertados. O sistema de travagem também foi revisto, passando a contar tanto com discos dianteiros como com pinças de travões de maiores dimensões. O comportamento dinâmico e o conforto também foram melhorados com a utilização de amortecedores traseiros maiores que contêm mais óleo. As versões de caixa automática passam a contar com uma nova transmissão de seis relações que vem substituir a atual de cinco velocidades, para permitir uma aceleração mais suave e rápida, além de um comportamento mais refinado. /



NOTÍCIAS

COMERCIAIS

RENAULT TRAFIC

SÉRIE ESPECIAL PRO+

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Renault lançou uma série especial da Trafic, designada Pro+, para assinalar o 10.º aniversário em Portugal da sua marca especialista em veículos comerciais, Renault Pro+. Com um visual moderno e apelativo, a Trafic Pro+ é proposta nas versões furgão de mercadorias de três lugares ou furgão misto de seis lugares, nos derivativos de chassis curto e longo, com teto normal, e cargas úteis de 1,0 e 1,2 toneladas. Entre os elementos distintivos da Renault Trafic Pro+ destaque para o renovado Pack Look dianteiro, que compreende um pára-choques pintado parcialmente na cor da carroçaria ou um friso vermelho da grelha frontal preta. Os embelezadores de faróis de nevoeiro em

vermelho e as capas dos espelhos retrovisores em preto brilhante também transmitem um estatuto de exclusividade à série especial Pro+, reforçado pelas luzes diurnas suplementares LED e pelos sensores de chuva e luminosidade que aumentam a segurança. Lateralmente, a série especial Pro+ da Trafic distingue-se pelos frisos decorativos vermelhos com moldura e o design preto das jantes específicas de 17’’ de liga leve que acentuam o seu estilo personalizado. Também contempla colunas laterais traseiras pintadas na cor da carroçaria. O equipamento de série é bastante completo, incluindo ar condicionado com filtro de pólen, Pack Navegação Media Nav Evolution, consti-

tuído pelo Sistema Media Nav, Radiosat MP3 Bluetooth e cartografia portuguesa que, passando a estar conectado com o Sistema de Ajuda ao Estacionamento Traseiro, com câmara de marcha-atrás, facilita as manobras de estacionamento e as operações de carga ou descarga. Para facilitar as tarefas profissionais passa a existir uma tomada de 12V para acessórios na zona de carga. Para privilegiar a segurança a bordo, a nova Trafic Pro+ está apetrechada com uma “smartphone station” e um sistema regulador de velocidade (cruise control). A nova Trafic Pro+ está disponível na Rede de Concessionários Renault, com preços que se iniciam nos 25.950 € + IVA (furgão de três lugares) e de 28.590 € + IVA (furgão de seis lugares). /

FÁBRICA DE SEVEL

SEIS MILHÕES DE VEÍCULOS PRODUZIDOS

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unidade industrial Sevel (Società Europea Veicoli Leggeri), localizada em Val di Sangro, no norte de Itália, atingiu um novo recorde histórico ao ultrapassar a produção de seis milhões de veículos. Esta fábrica, que é uma das maiores de veículos comerciais da Europa, foi fundada em 1981 e, atualmente, produz os modelos Fiat Ducato, Citroën Jumper e Peugeot Boxer. O veículo que assinala este marco é um Ducato Natural Power, de chassis médio e teto

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alto, equipado com motor a gás natural comprimido (CNG) de 136 cv e um binário de 350 Nm, produzido pela FPT - Fiat Powertrain. A “performance” deste propulsor é idêntica à de um motor diesel convencional e a autonomia do depósito de gás natural é de aproximadamente 400 quilómetros. O veículo em questão foi adquirido por um cliente italiano e destina-se a ser utilizado no transporte de passageiros, após transformação por empresa especializada.


ALIANÇA RENAULT-NISSAN-MITSUBISHI

REFORÇO DA PRODUÇÃO EM FRANÇA

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o âmbito do plano estratégico da Aliança 2022 da Renault-NissanMitsubishi, que tem o objetivo de duplicar as sinergias anuais para dez mil milhões de euros, a produção de veículos comerciais ligeiros vai ser reforçada e ampliada. Para acelerar este ambicioso plano, a Renault, a Nissan e a Mitsubishi Motors vão recorrer a plataformas e instalações comuns de produção. A fábrica de Maubeuge, em França, passará a ser o centro de produção de comerciais de pequena dimensão da Aliança, enquanto a unidade de Sandouville irá ser o centro de produção de comerciais de dimensões médias. Maubegue, que já é uma das fábricas mais eficientes em França, irá produzir a próxima geração do Renault Kangoo, incluindo as versões elétricas, assim como o novo furgão pequeno da Nissan, o NV250, a partir de meados de 2019, com base na plataforma do Kangoo. Esta última também será partilhada pela nova geração do Mercedes-Benz Citan, ao abrigo da parceria

MERCEDES-BENZ CEDE PICK-UP À NAZARÉ

entre a Aliança e a Daimler. O Grupo Renault irá investir 450 milhões de euros nesta unidade. Por sua vez, a fábrica de Sandouville, que é o centro de competência da Aliança para furgões de médias dimensões, vai passar a produzir um veículo baseado na Renault Trafic para a Mitsubishi, que será comercializado nos mercados da Austrália e Nova Zelândia.

AVEVAI

GAMA ELÉTRICA IONA

Durante a época baixa, a equipa de vigilância das praias da Nazaré vai ser apoiada por uma pick-up Mercedes-Benz Classe X, cedida pela marca à autarquia para reforço de meios até à abertura da época balnear de 2019. O veículo foi totalmente adaptado às necessidades da equipa de nadadores-salvadores. O patrulhamento da costa fora da época balnear acontece pelo segundo ano consecutivo, no âmbito do protocolo de colaboração entre o município e a Associação de Nadadores Salvadores da Nazaré.

A

empresa Avevai, sediada em Singapura, apresentou uma nova gama de veículos comerciais elétricos – um furgão e um pequeno camião – que receberão a designação Iona Van e Iona Truck, respetivamente. A marca anunciou a intenção começar a comercializar a gama Iona na Europa, a partir de maio. Uma das novidades consiste na utilização de uma bateria com supercondensadores de grafeno, que aumentam a capacidade energética, a velocidade de carregamento e a vida útil. Desenvolvida pela empresa e-Synergy, que também implementou o sistema de gestão de energia, esta bateria assegura uma autonomia de aproximadamente de 330 km no Iona Van e de 300 km no Iona Truck. Segundo a Avevai, o Iona Truck poderá recuperar a capacidade da bateria em apenas duas horas num ponto de carregamento com uma potência de 22 kW, enquanto no Iona Van essa operação demorará menos de quatro horas. A Avevai dá uma garantia para o seu sistema de 200 mil quilómetros ou cinco anos. Os veículos da gama Iona foram desenvolvidos pela Avevai em Singapura com a colaboração da Daimler que se encarregou da incorporação de todos os componentes relacionados com a

PSA E TOYOTA REFORÇAM PARCERIA

segurança e a performance, permitindo assim cumprir os padrões internacionais. O fabricante alemão foi responsável pelo sistema de travagem, de controlo e direção, além de também ter contribuído com a sua experiência no isolamento, na redução de ruídos e de vibrações. Por sua vez, a empresa chinesa Foton irá assegurar a produção dos veículos da Avevai. A gama terá duas versões de chassis – curta e longa – enquanto a carga útil poderá chegar aos 2500 kg e o volume útil até aos 18 m3 .

O Grupo PSA vai fornecer um comercial compacto do segmento C-Van para a Toyota na Europa, a partir do final de 2019, produzido em Vigo, com base na plataforma EMP2. Aquele novo modelo junta-se aos Peugeot Partner, Citroën Berlingo e Opel Combo, também montados em Vigo. A PSA e a Toyota iniciaram a colaboração com veículos comerciais ligeiros de dimensões médias, com o Toyota ProAce, produzido em França na fábrica de Hordain do construtor francês.

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NOTÍCIAS

COMERCIAIS

MERCEDES-BENZ SPRINTER

AGORA COM VERSÃO 4X4 FORD TRANSIT CUSTOM PHEV EM COLÓNIA A Ford acrescentou uma terceira cidade ao seu programa de testes com o comercial elétrico com extensor de autonomia, Transit Custom PHEV. Depois de Londres e Valência, Estugarda é a cidade que se segue com a cedência de dez unidades a operadores locais para se investigar o contributo deste tipo de viaturas para os objetivos de melhoria da qualidade do ar dos centros urbanos. A Ford Transit Custom PHEV vem equipada com uma bateria que oferece uma autonomia elétrica para 50 km e um motor a gasolina como extensor de autonomia.

COMERCIAIS DO GRUPO PSA FEITOS NA OPEL O Centro de Engenharia de Rüsselsheim da Opel passará a ser o centro de competências global para todo o Grupo PSA, responsável pelo desenvolvimento de veículos comerciais ligeiros, no âmbito do plano estratégico “Pace!”. O primeiro modelo a ser lançado será o novo Opel Vívaro, este ano, que partilhará plataforma e principais componentes com os Peugeot Expert e Citroën Jumpy. A Opel lançará novos modelos e espera aumentar as vendas em 25% até 2020.

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esde o seu lançamento, em 2011, que o Mercedes-Benz Sprinter 4x4 tem sido reconhecido como uma das melhores opções entre os comerciais de grande dimensão para operar nas condições mais adversas, quer seja estradas

com gelo ou em estaleiros de construção. A terceira geração deste modelo da marca de Estugarda também já conta com versões de tração integral, que oferecem as melhores prestações em todos os tipos de piso, além da segurança e do conforto que caraterizam as variantes com configuração de tração convencionais. A Mercedes-Benz Sprinter 4x4 conta com um sistema de tração integral que pode ser engrenado através de um botão no painel de instrumentos quando o veículo está parado ou a uma velocidade até 10 km/h. Em condições normais de operação, este modo assegura uma distribuição do binário pelos eixos dianteiro e traseiro numa relação de 35:65. O sistema eletrónico de controlo de tração 4ETS é responsável por assegurar as melhores condições de condução e está totalmente integrado no programa eletrónico de estabilidade “Adaptive ESP”.

VOLKSWAGEN VEÍCULOS COMERCIAIS

NOVO CENTRO DE TESTES DE EMISSÕES POLUENTES

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Volkswagen Veículos Comerciais investiu cerca de seis milhões de euros no seu novo centro de testes de emissões, localizado na fábrica de Hannover. Com uma área de aproximadamente mil metros quadrados, dois bancos de ensaios e 15 funcionários que trabalham em dois turnos, o novo centro irá testar as emissões de gases e o consumo de combustível dos veículos, cumprindo os procedimentos previstos no novo ciclo WLTP (Worldwide Harmonized Light Vehicles Test Procedure). As novas regras determinam que os veículos comerciais

produzidos em série também necessitam de ser testados continuamente, sendo sujeitos aos ensaios do novo ciclo. Além dos bancos de ensaios, a instalação dispõe de uma estação de controlo, onde são acompanhados e monitorizados todos os testes e ciclos. No interior de uma sala limpa especial, as emissões de partículas do veículo testado são pesadas numa balança de elevadíssima precisão (até 0,001 miligramas). Para eliminar as vibrações no banco, que assenta em ferro fundido, a base foi preenchida com 500 kg de cimento e um piso em granito com 20 centímetros de espessura.


NOVO OPEL EM SETEMBRO

ZAFIRA RENASCIDO

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e é verdade que o aumento de popularidade dos SU V quase decretou a “morte”, nos veículos de passageiros, dos tradicionais monovolumes, também não o é menos que a Opel tinha no Zafira um modelo de forte imagem enquanto “transportador” de pessoas e bagagens. Inteligentemente, o construtor alemão construiu uma nova geração de veículo virado precisamente para o transporte de passageiros com muito espaço e amplo volume de carga, mas manteve a designação Zafira, em si própria uma forte marca. Contudo, o novo Zafira já nada tem a ver com o anterior, aproximando-se do visual de um furgão, embora a mais curta das três variantes (4,6 m de comprimento) até tenha menos 10 cm que o ex-monovolume. Há ainda mais duas versões do Opel Zafira Life (é este o nome oficial), a intermédia com 4,95 m, a grande com 5,3 m de comprimento, podendo todas elas atingir uma lotação de nove ocupantes. Estas últimas versões têm mais 35 cm de distância entre eixos (3,28 m) que a curta, contando todos os Zafira Life com portas laterais de correr com comando elétrico e sensor de pé, como é usual nas bagageiras das carrinhas ou SUV. Há características que tornam os Zafira Life mais longos particularmente interessantes para o crescente segmento dos veículos de transporte turístico citadino. A funcionalidade interior, em especial nas variantes com bancos individuais forrados a couro e montados em calha de alumínio, facilmente desmontáveis e que permitem configurações desde um a sete passageiros. Só com duas filas de bancos, o volume

de carga do Zafira vai aos 1500 litros, chegando aos 3397 litros se se remover também a segunda fila. E o rebatimento das costas do banco do passageiro da frente permite transportar objetos até 3,5 m de comprimento! Outra vantagem é os Zafira Life terem quase todos menos de 1,9 m de altura, podendo entrar nos estacionamentos subterrâneos. Haverá um nível mais luxuoso, Lounge, com bancos dianteiros com massagem e aquecimento e, atrás, quatro poltronas em couro que se podem rodar para transformar o Zafira numa sala de estar, até com uma mesa amovível! A Opel estenderá ao Zafira a imensa panóplia de sistemas de auxílio à condução já conhecidas da sua gama de ligeiros de passageiros. O Opel Zafira Life estará nas estradas portuguesas em setembro deste ano, começando as encomendas uns meses antes. Mais tarde terá uma versão 4x4 desenvolvida pela Dangel e, em 2021, chegará a variante puramente elétrica. /

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NOVIDADES

PARTNER E BERLINGO

LIDERAR PELO EXEMPLO Primeiro e terceiro classificados nas vendas dos pequenos furgões em Portugal, as novas gerações do Peugeot Partner e do Citroën Berlingo vêm mostrar a ambição do Grupo PSA em manter-se nos lugares cimeiros do mercado português e apontam o caminho futuro para este segmento TEXTO NUNO FATELA

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xistem diversos tipos de liderança, mas uma das melhores formas de o fazer é liderar pelo exemplo. É essa a estratégia escolhida pelo Grupo PSA, líder nas vendas de comerciais ligeiros em Portugal e Europa, para a geração K9 do Citroën Berlingo e Peugeot Partner, que introduz várias novidades neste segmento. O foco está claramente colocado em conseguir equiparar estes automóveis aos ligeiros de passageiros, um "upgrade" alcançado através de considerável evolução, tanto no conforto como, especialmente, nas tecnológicas incluídas. Afinal, falamos de mais de duas dezenas de novas assistências à segurança, várias delas em estreia no segmento. Fabricados em Mangualde, e já à venda desde novembro, os novos Berlingo e Partner estão disponíveis nesta fase de lançamento com dois motores Diesel, os blocos 1.6 BlueHDi de 75 cv e 230 Nm, e de 100 cv e 254 Nm. De momento apenas podem ser encontradas as versões curtas dos dois pequenos furgões, que oferecem um volume de carga de 3,3 m3 e um compartimento de carga de 1,81 m por 1,24 m. Que, em determinadas versões com maior modularidade do habitáculo, permitem aumentar a área de carga em 0,5m3 e transportar objetos até 3,090 m de comprimento. Para um momento posterior fica agendada a chegada das versões longas, que oferecem um espaço de 3,8 m3 para mercadorias. Também para este novo ano está já garantida a introdução da versão mais potente do motor 1.6 BlueHDi, com 130cv. Dadas as estimativas de que o motor de 100 cv possa representar mais de 85% das vendas em Portugal, foi nessa motorização que focámos esta primeira abordagem aos modelos

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franceses. Anuncia consumos de 4,4 l/100 km embora, num primeiro teste, apenas tenhamos conseguido média a rondar os 6,5 l/100 km. No entanto, tínhamos o Berlingo e o Partner carregados com 200 kg de “lastro” e o trajeto percorrido contava com vários “para-arranca” em localidades. Além de poder ter uma primeira análise à eficiência (a avaliar num teste mais alargado), estes primeiros momentos ao volante serviram para comprovar o bom comportamento em estrada dos comerciais ligeiros da PSA. Destaque para a prontidão com que respondem ao acelerador, bem como a estabilidade sentida durante toda a viagem. Além disso, destaque também para o conforto proporcionado ao condutor. COMBINAÇÃO DE CONFORTO E TECNOLOGIA Para esse elevado conforto muito contribui a forte aproximação que o Berlingo e o Partner tiveram às gamas de ligeiros de passageiros, respetivamente, da Citroën e Peugeot. No modelo da marca do leão até surge o i-Cockpit encontrado também em modelos como os 208 e 308, enquanto no do "double chévron" vemos enfatizada a aposta na valorização do conforto. Mas o resultado é um interior em que a perspetiva de utilização profissional, com 113 litros de arrumação distribuídos por vários compartimentos e as diversas tomadas e ligações contempladas, é combinada com a preocupação pelo bem-estar habitualmente encontrada nos veículos de utilização pessoal. Essa ligação dos comerciais às gamas de veículos ligeiros de passageiros das duas marcas é, efetivamente, uma das fórmulas encontradas pela PSA para tentar manter a liderança, através do exemplo com a preocupação que deve existir com os condutores. Além do conforto

proporcionado, esse foco no condutor é encontrado em outros campos, como nas assistências de condução e de segurança. Esta é, aliás, uma das áreas onde mais se notabilizam os novos Partner e Berlingo, com duas dezenas de novidades introduzidas nesta geração. Entre sistemas como o cruise control adaptativo, câmara traseira a 180º, travagem de emergência, reconhecimento de sinais, monitorização da faixa de rodagem e da atenção do condutor ou câmara de marcha-atrás a 180º, existem duas novidades que se destacam. A primeira é o indicador de excesso de peso, em que o alerta conferido por uma pequena luz no portão da mala evita que se viaje com mais carga que


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NOVIDADES

PARTNER E BERLINGO

DE PAR EM PAR Magnífica acessibilidade aos 3,3 m3 de volume de carga e a novidade do alerta de excesso de peso (em baixo)

aquela suportada pelo automóvel. E assim se evitam os riscos para a segurança rodoviária e o desgaste excessivo causados pela utilização indevida do veículo. Mas aquilo que mais apreciámos no Citroën Berlingo e Peugeot Partner foi o novo retrovisor digital. Tal como o indicador de excesso de carga, trata-se de uma estreia no segmento, recorrendo a uma tecnologia já usada em veículos profissionais de maiores dimensões e com vantagens óbvias na visibilidade da estrada. Um pequeno ecrã de 5’’, colocado no espaço habitualmente dedicado ao espelho retrovisor central, mostra as imagens captadas por uma câmara no portão da mala, e a sua utilização é tão intuitiva que quase se podiam dispensar os retrovisores laterais. Esta tecnologia tem ainda outra vantagem. Ao toque de um botão, ela passa a mostrar as imagens de outra câmara co-

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locada no lado oposto ao do condutor, evitando também os perigos causados pelo surgimento de condutores no ângulo morto. LIDERAR PELO EXEMPLO Pela combinação entre competência em rolamento e um interior bastante bem concebido nessa “dupla personalidade”, pensado tanto para a ótica laboral como para o conforto, o balanço deste primeiro contacto com o Partner e o Berlingo foi bastante positivo. O

prémio alcançado, em conjunto com o Opel Combo, para os Veículos Comerciais do Ano 2019 demonstra bem o enorme salto evolutivo que estes modelos deram e aponta o caminho futuro a percorrer neste segmento. Que passa por aproximar o conforto e as tecnologias destas viaturas ao que estamos habituados a encontrar em automóveis ligeiros de passageiros. Por esse motivo, podemos concluir que os Peugeot Partner e Citroën Berlingo chegaram… para liderar pelo exemplo! /

GAMA (TAMANHO M/L1) CITROEN BERLINGO/

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21.000€

23.050€

23.500€



NOVIDADES

JEEP GLADIATOR

ATAQUE AO SEGMENTO DAS PICK-UP A Jeep vai entrar no segmento das pick-up 4x4 de dimensões médias com o modelo Gladiator, inspirado no clássico Wrangler. Chegará à Europa em 2020 TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

A

Jeep apresentou uma pick-up de dimensões médias no Salão Automóvel de Los Angeles, a Gladiator, que deverá ser lançada na Europa em 2020, com motor EcoDiesel 3.0 V6 de 260 cv do Grupo FCA e caixa automática de oito velocidades. A pick-up da Jeep irá estar disponível numa versão de cabina dupla e irá oferecer aos utilizadores as capacidades de tração integral, carga e reboque que tornaram lendária a marca norte-americana no universo dos veículos 4x4. Equipada com os sistemas 4x4 Command-Trac e Rock-Trac, eixos Dana 44 de terceira geração, bloqueio elétrico Tru-Lock dos eixos dianteiro e traseiro, diferencial de deslizamento limitado Trac-Lock, desconexão eletrónica da barra estabilizadora (um exclusivo do segmento) e pneus off-road de 33”, a pick-up da Jeep consegue vencer os terrenos mais íngremes e mes-

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TURBO COMERCIAIS JANEIRO 2018

mo a travessia de cursos de água também não constitui um problema, graças a uma passagem a vau até 76 centímetros. Em termos de aptidões para todo-o-terreno, a Gladiator possui ângulos de ataque e saída de 43,6º e 26º, respetivamente, e ventral de 20,3º. A distância ao solo é 28,2 cm. Outro dos argumentos consiste na capacidade de reboque e de carga, de 3470 kg e 725 kg, respetivamente. A caixa de carga, em aço, possui quatro travessas para reforçar o pavimento daquele compartimento, dispondo a porta traseira, em alumínio, de sistema de amortecimento. A funcionalidade e a versatilidade são maximizadas com robustos pontos de fixação integrados, iluminação do pavimento sob as calhas e, como opcional, fonte de alimentação externa com revestimento. DESIGN CLÁSSICO O estilo exterior da pick-up Gladiator adota as linhas de clássicos da marca como o Wrangler, que inclui a grelha de sete entradas, mas com

as aberturas alargadas para aumentar a entrada de ar e, assim, compensar as exigências impostas pela maior capacidade de reboque. O topo da grelha da Jeep foi ligeiramente dobrado para trás para melhorar a aerodinâmica. Uma estrutura de quatro parafusos no topo da armação do pára-brisas permite o seu fácil e rápido rebatimento. Uma barra superior liga os pilares A e permanece no lugar, mesmo com o pára-brisas rebatido, impedindo o retrovisor de se deslocar. As proteções das cavas das rodas em duas peças, na cor da carroçaria, com aplicação inferior preta, asseguram um perfil elevado. As portas são em alumínio de alta resistência e têm estampado, diretamente na dobradiça, o desenho da chave de pontas Torx, permitindo ao condutor saber com facilidade a dimensão da chave necessária para as operações de desmontagem das portas. O equipamento de série inclui um kit de ferramentas com a necessária chave de pontas Torx, para retirar as portas e rebater o pára-brisas.


POR TODO O LADO O Jeep Gladiator será, porventura, a pick-up mais radical do mercado, sem receios do todo-terreno mais extremo e com elevadas capacidades de carga

A Jeep propõe uma capota maleável Sunrider premium para a Gladiator, de abertura fácil, que ajuda a evitar o ruído do vento, podendo ser parcial ou totalmente aberta. As versões Overland e Rubicon estarão disponíveis, em opção, com a capota rígida em três peças na cor da carroçaria ou em preto. INTERIOR COMBINA DESIGN E TECNOLOGIA O interior da pick-up Gladiator apresenta um estilo genuíno e materiais de elevada qualidade. Inspirada na tradição, a consola central apresenta formas depuradas e esculpidas, que se integram no desenho horizontal do tablier, com vários acabamentos disponíveis. O painel de instrumentos, acabado à mão, distingue-se pela superfície suave ao tato e dispõe de ecrã de 3,5” ou 7” TFT (Thin Film Transistor) com LED. Os conteúdos funcionais, incluindo controlos da climatização, do volume do som, dos dispositivos multimédia e do Stop&Start são concebidos para serem de rápido reconhecimento e

de fácil alcance pelo condutor e pelo passageiro da frente. Os bocais circulares interiores e exteriores de ventilação e ar condicionado são contornados por uma moldura platinada cromada, para uma estética bem definida, premium mas robusta, plenamente funcional. A consola central aloja a alavanca de seleção das velocidades, a caixa de transferência e o travão de estacionamento. Verdadeiros parafusos presentes na alavanca de velocidades, nas pegas de apoio e na armação do ecrã do sistema de infoentretenimento realçam genuínos métodos de construção. O botão de ignição, com guarnição impermeável de série, está facilmente ao alcance do condutor. Os bancos, com estofos em tecido ou pele e costuras à vista, oferecem reforço regulável e apoio lombar. MOTOR DIESEL V6 A Gladiator será lançada inicialmente no mercado norte-americano, onde será proposta com um motor a gasolina Pentastar 3.6 V6 de 285 cv, sistema start-stop e caixa manual de

seis velocidades. A transmissão automática de oito relações será opcional. A partir de 2020, altura em que chega à Europa, a pick-up da Jeep vai receber um motor EcoDiesel 3.0 V6, produzido pela FPT - Fiat Powertrain, que oferece uma potência de 260 cv e um binário de 600 Nm. O sistema start-stop será de série, assim como a transmissão automática de oito relações. O motor EcoDiesel V6 incorpora uma sofisticada tecnologia de sobrealimentação com rolamentos de baixo atrito, concebidos para os regimes intermédios e de baixas rotações. Este propulsor dispõe de pistões de baixa fricção, para diminuir o consumo de combustível, reduzir as emissões e melhorar o sistema de combustão – bicos dos injetores, câmaras dos pistões e velas com sensores de combustão integrados para otimizar a combustão. O sistema EGR refrigerado a baixa pressão alia-se ao sistema a alta pressão para ampliar a utilização do EGR e incrementar a poupança de combustível. /

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ENSAIO COMPLETO

VOLKSWAGEN E-CRAFTER L3H3

NASCIDA PARA A DISTRIBUIÇÃO URBANA Para operações de distribuição urbana já está disponível no mercado nacional a versão elétrica do Volkswagen Crafter. Dotado com a mesma cadeia cinemática do e-Golf, oferece uma autonomia real superior a 140 km e baixos custos de utilização TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO

Q

ual é a autonomia da carrinha?”. Esta era a pergunta imediata de quem se cruzava connosco, durante o ensaio do Volkswagen e-Crafter, a versão elétrica do furgão de grandes dimensões da marca alemã. Com o anúncio da interdição da circulação de veículos a gasóleo ou a introdução de zonas de baixas emissões em alguns centros urbanos, os operadores de transportes e de logística precisarão de veículos de distribuição com emissões zero para as entregas de “última milha”. E as primeiras propostas de eletromobilidade começam a estar disponíveis. O Volkswagen e-Crafter é um dos modelos já à venda (sob encomenda) no segmento dos grandes furgões, em que também já está presente o Renault Master Z.E.. A oferta será alargada, ainda este ano, com o MAN eTGE (a irmão gémeo do e-Crafter) e do Mercedes-Benz eSprinter. As primeira unidades do e-Crafter começam a ser entregues em março aos clientes portugueses. No desenvolvimento do e-Crafter, a Volkswagen Veículos Comerciais recorreu a tecnologias já existentes. Como foi projetado ao mesmo tempo da versão diesel, a plataforma foi logo preparada para acomodar a cadeia de tração elétrica e as baterias. A versão elétrica recebe, contudo, o chassis da variante de tração integral (AllMotion), solução que permitiu aumentar ligeiramente a altura ao solo, possibilitando a instalação das baterias sob o piso da carroçaria. Isto significa que o e-Crafter tem as mesmas dimensões exteriores da versão diesel de chassis médio e teto alto,

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TURBO COMERCIAIS JANEIRO 2019

enquanto o compartimento de carga oferece um volume útil de 10,7 m3 , permitindo transportar até quatro europaletes. CADEIA CINEMÁTICA DO E-GOLF Por fora quase nada diferencia o e-Crafter de qualquer outro Crafter, exceto a inserção cromada em tom azul com a designação do modelo à esquerda da grelha dianteira, acrescentando, na unidade ensaiada (francesa) a decoração “100% Eléctrique” nas paredes laterais. A cadeia cinemática do VW e-Crafter é semelhante à do VW e-Golf, incluindo o motor elétrico EEM85, que debita 100 kW (136 cv) e binário de 260 Nm, associado à transmissão automática de uma velocidade, adaptada para responder às maiores exigências de capacidade de carga. A bateria de iões de lítio tem 35,8 kWh de capacidade com que anuncia uma autonomia de 173 km em ciclo NEDC. Em condições reais de utilização com a versão de chassis médio e teto alto (L3H3) – comprimento exterior de 5,98 m, altura de 2,59 me peso em vazio de 2,5 toneladas – obtivemos uma autonomia real de 144 km. Valor que se ajusta à esmagadora maioria dos perfis de utilização diário das empresas de setores de atividade com o transporte expresso e logística, serviços de mudanças, construção e florestas ou aplicações municipais. Apesar de partilhar a cadeia cinemática com o Volkswagen e-Golf, o e-Crafter não dispõe do modo de condução “B”, que oferece nível de regeneração de energia mais elevado, considerado desnecessário pelos clientes que participaram em testes de versões de pré-produção. Não obstante, o VW e-Crafter continua a oferecer elevado nível de regeneração de energia nas desacelerações e travagens, conseguindo-


ELETRIZANTE O VW e-Crafter estรก preparado para ser prรกtico de usar, como prova o espaรงo prรณprio para arrumar os cabos de carregamento

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ENSAIO COMPLETO

VOLKSWAGEN E-CRAFTER L3H3

-se recuperar alguns quilómetros de autonomia em ambiente urbano. Por outro lado, para não comprometer a autonomia, a velocidade máxima está limitada eletronicamente a 90 km/h. No que se refere à condução, esta revelou-se bastante agradável, graças ao binário imediato disponibilizado pelo motor elétrico. Os arranques são suaves e, caso seja necessária uma aceleração mais forte, o utilizador tem sempre disponível uma reserva de binário e de potência para o efeito. Quando se levanta o pé do acelerador, o e-Crafter perde velocidade suavemente como um veículo convencional com a uma velocidade engrenada, sendo ativadas as luzes de travagem para alertar os outros condutores para a diminuição da velocidade. BAIXOS CUSTOS Com tração dianteira e baterias sob o piso e junto ao eixo traseiro, o VW e-Crafter beneficia de uma distribuição equilibrada do peso, o que se traduz num comportamento dinâmico bastante estável e previsível, mesmo em vazio. A direção elétrica também dá preciosa ajuda. Os sistemas de assistência à condução – assistente de compensação de ventos laterais (Crosswind Assist), auxiliar de arranque em subida, programa eletrónico de estabilidade (ESP) – contribuem igualmente para aliviar a tarefa de quem tem de passar várias horas por

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TURBO COMERCIAIS JANEIRO 2019

dia ao volante. Além disso, a ausência de vibrações típicas de um veículo diesel e o silêncio a bordo tornam a condução menos fatigante. Outro argumento desta versão elétrica reside nos custos de utilização. O consumo verificado durante o ensaio de 23,6 kWh/100 km traduz-se num custo de 3,67 €/100 km, com base na tarifa de baixa tensão normal da EDP Comercial, o equivalente a 2,81 litros de gasóleo. Comparativamente, com o VW Crafter L3H3 com o 2.0 TDI de 140 cv, conseguimos um consumo médio de 8,1 l/100 km, o que se traduz num custo médio de 10,56 €/100 km. Além da

necessidade de reabastecer com AdBlue a cada 15 mil quilómetros (cerca de 20 € por abastecimento). E até a manutenção também do e-Crafter é mais simples e económica. O tempo de carregamento total da bateria varia, em função do tipo de carregador: AC de 2,3 kW (tomada doméstica), 17 horas; AC de 7,2 kW, 5h20m. O modo de carga rápida num posto de 40 kW possibilita a recuperação de até 80% da capacidade da bateria em cerca de 45 minutos. A tomada de carga está junto à porta do condutor, onde se encontrava o bocal de enchimento do depósito de combustível.


que seleciona os modos da caixa (P, R, N e D). A combinação da elevada posição de condução e dos espelhos de campo duplo proporciona excelente visibilidade da estrada e das condições de tráfego. O banco do condutor Comfort Plus, ajustável eletricamente, possui um sistema pneumático que assegura o amortecimento dos solavancos do piso. O volante oferece excelente tato e dispõe de vários comandos: cruise-control, rádio, computador de bordo. O banco do acompanhante é duplo e tem um espaço adicional para arrumação, levantando os assentos: no caso da versão elétrica é ideal para guardar os cabos de carregamento. Por outro lado, as costas do banco central do passageiro podem ser transformadam numa prática mesa de apoio. A unidade ensaiada estava equipada com o Rádio Navegação “Discover Media”, que inclui um sistema de infotainment, podendo ser utilizado através de comandos de voz e de um ecrã tátil de oito polegadas. Este último assegura o acesso aos dados do veículo, ao fluxo de energia, ao rádio, à navegação e ao emparelhamento com "smartphones".

HABITÁCULO A cabina do VW e-Crafter L3H3 também apresenta poucas alterações. A principal está no painel de instrumentos, com a substituição do conta-rotações por um mostrador específico que indica os diferentes modos de funcionamento do sistema elétrico (Charge, Economy e Power), enquanto o indicador do nível de combustível passou a indicar o nível de carga da bateria. O computador de bordo passa a fornecer a informação relativa à autonomia e ao consumo de energia (médio e instantâneo). Na consola central está a alavanca

COMPARTIMENTO CARGA A combinação de um comprimento interno de 3,45 m, largura de 1,83 m (1,38 m entre as cavas das rodas) e altura de 1,90 m permite disponibilizar um furgão com volume útil de carga de 10,7 m3. Isto significa que a capacidade de carga do e-Crafter L3H3 é quase idêntica à do Crafter L3H3 diesel (11,3 m3), mantendo-se inalterada a capacidade para o transporte de quatro europaletes. A capacidade de carga é de 998 kg. O acesso ao compartimento de carga é assegurado por uma porta deslizante no lado direito, ou por duas portas traseiras de batente, que abrem num ângulo de 270º. A zona de carga possui iluminação interior com quatro pontos LED, dez olhais para fixação da mercadoria. A unidade ensaiada tinha revestimento do piso e das paredes laterais em madeira, que é opção. No que se refere ao preço de venda ao público, esta unidade está disponível por 77.900 €. À primeira vista parece um valor pouco competitivo face à versão diesel que, com um equipamento similar, é proposta por 41.109 €. Apenas pela diferença de custos de aquisição "versus" custos de "combustíveis" para percursos anuais de 100 mil quilómetros, são necessários cerca de 5,4 anos para recuperar o acréscimo no investimento inicial. Que diminuem se levarmos em conta outros custos dos diesel como o AdBlue ou a manutenção. Para operadores de distribuição urbana que procuram diminuir a fatura mensal com combustível, assim como a sua pegada de carbono, esta poderá ser uma solução viável. Atá porque a autonomia real superior a 140 quilómetros está longe de ser um constrangimento para a esmagadora maioria das operações da chamada “última milha” da distribuição urbana. /

173

KM

AUTONOMIA

10,7

M3

VOLUME ÚTIL

998

KG

CARGA ÚTIL

23,6

KWH

CONSUMO

VOLKSWAGEN E-CRAFTER FURGÃO 35 L3H3 PREÇO 77.900 € MOTOR Elétrico; 100 KW (136 CV); BINARIO 290 NM TRANSMISSÃO DIANTEIRA; 1 VEL Auto PESO 2502 KG COMP./LARG./ALT. 5,98/2,04/2,59 M CONSUMO 21,5 KWH/100 KM (23,6 KWH/100 KM*) EMISSÕES 0 G/KM IUC 0,00€ EQUIPAMENTO

Luzes delimitadoras laterais; Porta lateral direita deslizante; Airbag duplo; Assistente ventos laterais; Assistente de arranque em subida; Faróis dianteiros em LED com luzes; Banco do condutor ComfortPlus; Ar condicionado “Climatronic”; Assistente de manutenção na faixa; Assistente de colisão frontal “Front Assist” com travagem de emergência; Câmara traseira, Cruise Control, Rádio Navegação “Discover Media”, Sensores de estacionamento dianteiros e traseiros com proteção lateral ativa

CONDUÇÃO CARGA ÚTIL PREÇO CONSUMO

JANEIRO 2019 TURBO COMERCIAIS

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ENSAIO

RENAULT MASTER Z.E. L2H2

À MEDIDA DA CIDADE Com a introdução do Master Z.E., a Renault lança um comercial elétrico de grandes dimensões que combina elevada capacidade de carga com baixos custos energéticos e uma autonomia real de 150 quilómetros TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

V

ocacionada pa ra operações de distribuição urbana com emissões zero, designadamente nas denominadas entregas de última milha, e com uma capacidade de carga que pode ultrapassar 1100 quilos, a versão elétrica do comercial de grandes dimensões da Renault já está disponível no mercado nacional, com preços a partir de 57.560 euros e apenas na modalidade de aquisição da bateria. Desenvolvido com base no derivativo de tração dianteira da Master e beneficiando da experiência acumulada pela Renault na área da eletromobilidade, o Master Z.E. combina a nova geração da bateria de iões de lítio com um eficiente motor elétrico para oferecer

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TURBO COMERCIAIS JANEIRO 2019

uma autonomia real mínima de 120 quilómetros e um tempo de carregamento completo de aproximadamente seis horas (num posto de carregamento público com potência de 7 kW). O Master Z.E. é proposto como furgão de mercadorias em três comprimentos de carroçaria e duas alturas de teto ou como chassis-cabina em dois comprimentos de carroçaria e uma altura de teto. As diferentes combinações de carroçaria e alturas permitem a disponibilização de volumes úteis de carga entre os 8 m3 e os 22 m3 . Uma das versões em comercialização é a de chassis médio e teto alto (L2H2) aqui em teste, que apresenta uma imagem exterior rigorosamente igual à da variante de motor de combustão interna, assim como o compartimento de carga, uma vez que as baterias foram instaladas sob o piso. O compartimento de carga deste derivativo oferece um

volume útil de 10,8 m3 e uma capacidade de carga de 856 kg. A unidade ensaiada contava ainda com revestimento do piso do compartimento de carga em borracha e das paredes laterais em folha de madeira, mas ambas as soluções são opção. O acesso é realizado por portas duplas de batente ou por uma porta lateral deslizante. A cabina do Master Z.E. também é semelhante à da versão de combustão interna, com exceção do painel de instrumentos, que é específico. Idêntico ao utilizado no Renault Kangoo Z.E., é dominado por três mostradores circulares que indicam o nível de carga da bateria, a velocidade instantânea. Para selecionar os modos de condução existe uma alavanca na consola central. O Master Z.E. é proposto num único nível de equipamento, que compreende ar condicionado manual, airbag do condutor, auxiliar de


76

CV

POTÊNCIA MÁXIMA

10,8

M3

VOLUME ÚTIL

856

KG

CARGA ÚTIL

2,49

M

ALTURA TOTAL

RENAULT MASTER Z.E. L2H2 arranque em subida, computador de bordo, fecho centralizado com telecomando, modo Eco, vidros e espelhos elétricos, sistema R-Link com câmara traseira e sensores de estacionamento traseiros, auto-rádio com Bluetooth e comandos satélite no volante, ligação USB e entrada para cartão de memória. Além disso, o rebatimento das costas do banco do meio permite a sua transformação numa prática mesa de trabalho. MOTOR DO ZOE No capítulo mecânico, este modelo recebe o motor elétrico R75, já conhecido do Renault ZOE, que desenvolve uma potência máxima de 57 kW (76 cv) e um binário de 225 Nm. Como se destina a uma utilização em ambiente urbano, a velocidade máxima está limitada eletronicamente a 100 km/h. Como na generalidade dos veículos elétricos, a condução é bastante agradável, não só em termos de acelerações, mas também pela ausência de ruído e vibrações, a que se junta também a simplicidade decorrente da caixa com uma só velocidade, que funciona como uma transmissão de variação contínua.

O Renault Master Z.E, disponibiliza ainda um modo Eco que limita a velocidade máxima aos 80 km/h, assim como a aceleração, de forma a poupar a bateria (de iões de lítio com 33 kWh de capacidade), otimizando a autonomia que, em condições reais de utilização, chegou aos 150 km, com aquela função ativada e o ar condicionado desligado. O consumo registado pelo computador de bordo, no final do ensaio, foi de 25,1 kWh/100 km, o que se traduz num custo de 3,57 €/100 km, segundo a tarifa de baixa tensão da EDP. A operação de carregamento da bateria varia entre as seis horas numa wallbox de 7,6 kW, onze horas num ponto de carregamento de 3,7 kW ou as 17 horas numa tomada doméstica de 2,3 kW. No que se refere ao preço de venda ao público, a Master Z.E. L2H2 é proposta por 62.500 euros, com aquisição de bateria. Para operações dedicadas em ambiente urbano e suburbano, e desde que exista uma infraestrutura de carregamento, esta versão elétrica da Master assume-se como uma solução economicamente interessante em termos de custos de utilização, até por oferecer uma capacidade de carga idêntica à sua congénere de combustão. /

PREÇO 62.000€ MOTOR Elet.; 57 KW (76 CV) BINÁRIO 225 NM // TRANSMISSÃO DIAN; 1 VEL Aut PESO 2244 KG COMP./LARG./ALT. 5,54/2,07/2,49 M CONSUMO ND (25,1* KWH) EMISSÕES 0 G/KM IUC 00,00€

*As nossas medições

AGRADABILIDADE UTILIZAÇÃO/ EQUIPAMENTO AUTONOMIA PREÇO

JANEIRO 2019 TURBO COMERCIAIS

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ENSAIO

HYUNDAI H350 SWB VAN ACCESS 2.5 EVGT

REGRESSO COM ESTREIA! A Hyundai regressa ao mercado dos comerciais e com a novidade de alargar a oferta aos grandes furgões. Uma das opções é a versão ‘curta’ do H350, com volume útil de 10,5 m3 e motor 2.5 CRDi de 150 cv

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TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

um passado não muito longínquo, a Hyundai teve uma forte presença no mercado português de comerciais ligeiros e, ainda hoje, o seu parque circulante é bastante significativo. Após um interregno de alguns anos, a Hyundai regressa ao segmento e, desta vez, com novidade inédita na sua oferta que passa a incluir um comercial de grandes dimensões, com peso bruto de 3500 kg. Denominado H350, este furgão foi desenvolvido especificamente a pensar no mercado europeu, com base numa plataforma flexível concebida para acomodar três tipos de carroçaria: furgão, minibus e chassis-cabina. A sua tarefa, porém, está longe de ser fácil, uma vez que tem de enfrentar algumas das referências históri-

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TURBO COMERCIAIS JANEIRO 2019

cas do segmento como Ford Transit, Iveco Daily, Mercedes-Benz Sprinter ou Renault Master, entre outras. Proposta em dois comprimentos de carroçaria e duas motorizações diesel de 2,5 litros, com 150 cv e 170 cv, a gama foi projetada para oferecer um elevado espaço de carga, um design ergonómico e prestações robustas, associadas aos padrões de qualidade e segurança que se devem a uma carroçaria rígida, fabricada em aço de elevada elasticidade. O estilo exterior adota a mais recente linguagem de design da Hyundai, em que se destaca a grelha hexagonal que flui suavemente para os grupos óticos, com assinatura de luzes de circulação diurna em LED. Os flancos esculpidos foram projetados para servirem de base aos painéis laterais elevados típicos dos veículos deste segmento. O habitáculo do furgão oferece uma configuração de três lugares, com um banco individual

para o condutor e duplo para o acompanhante. O interior da cabina apresenta um aspeto simples, sem grandes luxos ou requintes, como seria expectável numa viatura vocacionada para o trabalho. O volante de quatro raios e a grande consola central procuram fazer a aproximação ao universo dos ligeiros de passageiros. Como já vem sendo habitual nos veículos da marca Hyundai, o equipamento de conforto é um dos argumentos deste modelo, procurando disponibilizar de série aquilo que é opcional na concorrência. O ar condicionado manual, o computador de bordo, o rádio com entrada USB, ecrã tátil de oito polegadas e Bluetooth, a tomada de 12V, o fecho centralizado ou os vidros e espelhos elétricos, entre outros integram a dotação de série do H350. O posto elevado de condução e os espelhos exteriores de campo duplo oferecem uma excelente visibilidade ao condutor. O banco do condutor dispõe de várias opções de regula-


ção para garantir a posição mais correta. A alavanca da caixa de velocidades encontra-se na consola central, como já se tornou habitual no segmento, libertando espaço no interior da cabina. Igualmente disponíveis estão vários locais para arrumação, incluindo as tradicionais bolsas nas portas e o porta-luvas, a que se junta uma prateleira por cima do pára-brisas. Uma das opções disponíveis da gama em Portugal é o furgão de mercadorias com paredes laterais em chapa, com uma distância entre-eixos de 3,45 metros. Esta é a versão “curta” do Hyundai H350 Van que, não obstante, apresenta um comprimento exterior de 5,5 metros, largura de dois metros e altura de 2,6 metros. Com base nestas dimensões exteriores, a marca coreana disponibiliza um furgão que oferece um compartimento de carga com um comprimento de 3,78 metros, largura de 1,79 metros e altura de 1,95 metros, disponibilizando um volume útil de carga de 10,5 m3 ou até quatro europaletes. Para um peso em vazio de 2244 kg, a unidade ensaiada tinha uma capacidade de carga de 1265 kg. A acessibilidade é assegurada por uma porta lateral deslizante e por portas traseiras de batente duplo, com abertura de 180º. Com o objetivo de facilitar o acesso nas operações de carga e descarga, o Hyundai H350 conta com um degrau traseiro, solução que goza de elevada aceitação em alguns setores de atividade como, por exemplo, o transporte expresso. Todavia, este degrau prolonga a secção traseira

do furgão e a vida útil deste componente não será muito longa se o veículo não tiver sensores de estacionamento traseiros (opcionais), como era o caso. No capítulo mecânico, o Hyundai H350 conta um motor diesel de 2,5 litros que, no caso da unidade ensaiada, debita 150 cv de potência e um binário de 373 Nm às 2500 rpm. Este propulsor revelou-se rápido a subir de rotação, mas carece de alguma falta de disponibilidade de binário a baixos regimes, obrigando a um recurso mais frequente a caixa manual de seis velocidades. Em vazio, a combinação da elevada potência e da tração traseira originam algumas intervenções do sistema de controlo de tração. Por sua vez, o consumo registado pelo computador de bordo durante o ensaio foi de 9,3 l/100 km, valor acima à média combinada anunciada pela marca de 8,1 l/100 km. Para apoiar a condução, a Hyundai H350 conta, de série, com o sistema de controlo dinâmico do veículo (VDC) que inclui controlo de tração, controlo eletrohidráulico da transmissão e controlo eletrónico da climatização. O Hyundai H350 recebe ainda um sistema avançado de gestão da energia (ABMS), que regenera a energia perdida durante a travagem, maximizando a entrada de energia na bateria, assegurando que está sempre com a eficiência máxima, ao mesmo tempo que poupa energia. No que se refere ao preço, o Hyundai H350 SWB Van Access 2.5 CRDI 150 é proposto por 34.368 euros, valor ligeiramente elevado. /

150

CV

POTÊNCIA MÁXIMA

10,5

M3

VOLUME ÚTIL

1265

KG

CARGA ÚTIL

2,68

M

ALTURA TOTAL

HYUNDAI H350 SWB VAN ACCESS 2.5 EVGT PREÇO 34.368€ MOTOR 4 CIL; 2497 CC; 150 CV; 3600 RPM BINÁRIO 373 NM TRANSMISSÃO TRAS; 6 VEL Man PESO 2235 KG COMP./LARG./ALT. 5,51/2,03/2,68 M CONSUMO 8,2 L/100 KM (9,3*) EMISSÕES 214 G/KM IUC 53,00€ *As nossas medições

EQUIPAMENTO CAIXA CARGA CONSUMOS MOTOR BAIXOS REGIMES

JANEIRO 2019 TURBO COMERCIAIS

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ENSAIO

MERCEDES-BENZ VITO TOURER SELECT STANDARD 116 CDI

ESTRELA DO TURISMO Para transporte de pequenos grupos em serviços de turismo ou noutros tipos de deslocações, o Mercedes-Benz Vito Tourer tem-se revelado como uma das principais estrelas da sua classe

N

TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

um segmento de veículos comerciais de transporte de passageiros dominado pelas marcas alemãs, o Mercedes-Benz Vito Tourer é uma das estrelas e um dos modelos mais populares. O crescimento do turismo no nosso país, nos últimos anos, teve como reflexo o aumento da procura deste tipo de viaturas, que podem ser utilizadas em atividades tão diversas como transfers, shuttles, circuitos turísticos, deslocações para eventos, serviço de táxi ou transporte especializado de passageiros, entre outros. Este tipo de veículos também regista uma elevada procura pelo rent-a-car, para serviços de aluguer sem e com condutor, e de preferência com caixa de velocidades automática. Como dissemos, o Mercedes-Benz Vito

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TURBO COMERCIAIS JANEIRO 2019

Tourer é um dos campeões de vendas do segmento. A imagem da marca, a boa qualidade de construção, os motores fiáveis e económicos são alguns dos fatores que contribuem para uma boa aceitação pelo mercado como é o caso da unidade ensaiada nesta edição: Vito Tourer Select Standard 116 CDI, de nove lugares. Com um comprimento exterior de 5,14 metros e altura de 1,91 metros oferece excelente compromisso para uma utilização em ambiente urbano e em percursos interurbanos, uma vez que pode aceder à maioria dos parques de estacionamento subterrâneos e transportar oito passageiros e condutor com todo o conforto em deslocações mais longas. O habitáculo é amplo e espaçoso, permitindo acomodar os ocupantes em três filas de bancos numa configuração de 3+3+3. O interior está totalmente forrado, não se encontrando chapa à vista.


O acesso aos lugares traseiros é efetuado por uma porta lateral deslizante de dimensões generosas, com abertura manual ou elétrica (opção). O rebatimento de um dos bancos da segunda fila facilita a entrada e saída dos passageiros dos lugares lá de trás. Todos os bancos possuem revestimento em pele sintética e cintos de segurança de três pontos. Como já é habitual neste tipo de veículos, espaço para as pernas não falta. A bagageira, por sua vez, também é generosa, com um volume útil de 0,99 m3 , valor que pode ser ampliado para os 1,22 m3 com o rebatimento dos bancos traseiros. CONFORTO A BORDO O Mercedes-Benz Vito Tourer é proposto nos níveis de equipamento Base, Pro e Select, correspondendo este último à unidade ensaiada. Entre os elementos que contribuem para o conforto do condutor e dos ocupantes destaque para o ar condicionado automático, o volante multifunções, painel de instrumentos Highline, sensor de chuva, faróis automáticos, retrovisores exteriores elétricos com desembaciador. No domínio da segurança ativa e passiva, a marca alemã não faz concessões, disponibilizando, de série, airbag dianteiro duplo, sidebag para condutor, assistente de vento lateral, sistema de assistência no arranque e sistema Attention Assist (caso seja detetada sonolência do condutor emite um alerta). Extensa também é a lista de opcionais: vidros traseiros escurecidos, porta lateral elétrica, volante em pele, ar condicionado na traseira, rádio Audio 15 com sistema de navegação Becker, sistema de parqueamento ativo, bancos em pele sintética, caixa au-

tomática de sete velocidades são alguns dos exemplos que, no conjunto, representam um custo de 6259 euros. A posição de condução é boa e fácil de encontrar, graças à regulação do banco individual e da coluna da direção, e o utilizador tem à sua disposição um painel limpo e funcional. Em termos mecânicos, uma das opções é a motorização diesel de quatro cilindros em linha, de 2143 cc e origem Mercedes-Benz, que desenvolve uma potência máxima de 163 cv às 3800 rpm e um binário máximo de 380 Nm entre as 1400 e as 2400 rpm. A transmissão é assegurada por uma caixa automática de sete relações (7G-TRONIC PLUS), que proporciona uma condução muito agradável, quer nas acelerações, quer nas recuperações. A boa combinação entre o motor e a transmissão reflete-se positivamente no consumo de combustível, sendo possível obter valores abaixo de 7,5 l/100 km em autoestrada. No final de um ensaio que envolveu trajetos em cidade, autoestrada e estrada nacional, o computador de bordo indicava um valor bastante interessante de 6,9 l/100 km, num veículo que pesa, em vazio, cerca de duas toneladas! É de referir que a unidade ensaiada também contava, de série, com o pack BlueEfficiency, que inclui sistema start-stop. Referência ainda para a suspensão, regulada para proporcionar um maior conforto aos ocupantes. No que se refere ao preço de venda ao público, o Mercedes-Benz Vito Select Standard 116 CDI é proposto a partir de 63.109 €, com IVA incluído. Com os muitos opcionais, a versão ensaiada já sobe para os 70.808 €. Valor elevado, mas é de um "transportador" de luxo que estamos a falar... /

163

CV

POTÊNCIA MÁXIMA

9

LUGARES

7

VELOCIDADES

1,91

M

ALTURA TOTAL

MERCEDESBENZ VITO TOURER SELECT STANDARD 116 CDI PREÇO 70.808€ MOTOR 4 CIL.; 2143 CC; 163 CV; 3800 RPM BINÁRIO 380 NM TRANSMISSÃO Traseira; 7 VEL Auto PESO 2016 KG COMP./LARG./ALT. 5,14/1,98/1,91 M CONSUMO 6,6 L/100 KM (6,9 L/100 KM*) EMISSÕES 153 G/KM IUC 258,78€ *As nossas medições

CONSUMO ALTURA TOTAL PREÇO OPÇÕES

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FROTA

DHL EXPRESS PORTUGAL

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LUÍS RODRIGUES OPERATIONS NORTH MANAGER DA DHL EXPRESS PORTUGAL

“FROTA EURO 6 É MAIS EFICIENTE” A operação de transporte expresso da DHL Express no norte do País é apoiada por um moderno terminal de carga e por uma eficiente frota de veículos Volkswagen Crafter TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO

O

investimento de 2,7 milhões de euros na aquisição de 100 veículos Volkswagen Crafter 2.0 TDI de 140 cv Euro 6 para renovação da sua frota operacional, ocorrida em 2017, permitiu uma melhoria da eficiência de carbono de sete por cento, face ao anterior Mercedes-Benz Sprinter 313 CDI Euro 5, revelou Luís Rodrigues, diretor de operações da região norte da da DHL Express Portugal, em entrevista à TURBO COMERCIAIS. Cerca de metade destas viaturas estão afetas à operação de “in bound” e “out bound” para a zona norte do País (até perto de Coimbra) deste operador especializado em transporte expresso, efetuada a partir do Centro de Operações do Porto da DHL Express. Ocupando uma área total de 5000 m2, incluindo 3200 m2 de superfície coberta e 60 cais de carga, aquele terminal processa diariamente 32 toneladas de carga, isto é, cerca de 7500 peças, designadamente pequenas encomendas, documentos e algumas paletes. A plataforma da DHL Express do Porto foi a primeira instalação nacional a receber a certificação internacional de segurança TAPA (Technology Asset Protection). Esta certificação incide sobre a segurança física das instalações (proteção contra intrusões, controlo de acessos, sistema CCTV, entre outros), de pessoas e bens, bem como sobre procedimentos de segurança, formação contínua das equipas e atividades de melhoria contínua. Toda a operação tem início pela manhã com a chegada do avião da DHL oriundo do centro logístico de Leipzig, após escala em Vitória. Oriunda esmagadoramente de países como o

Reino Unido, França, Alemanha e Itália, a carga é descarregada do avião para um transportador, equipado com um sistema de identificação automático por código postal, que canaliza os envios diretamente para os veículos. O equipamento tem uma capacidade de processamento de 2500 peças por hora. No início da operação diária, todas as viaturas estão encostadas ao respetivo cais de carga, à medida que os envios vão sendo descarregados dos contentores de carga aérea diretamente para o ‘transportador’, que depois os classifica e os encaminha para o cais de carga onde se encontra o veículo. “Os envios são organizados por sequência da entrega da ‘volta’ que o estafeta tem de efetuar na sua zona. Quem carrega a viatura já sabe o que tem de fazer com essa organização. Quando o estafeta chega só tem de verificar rapidamente se a carga está organizada pela sequência habitual e se todos os envios são da zona que vai fazer”, explica Luís Rodrigues. “Após a validação, cinco minutos após a carga, o estafeta está pronto para sair”, acrescenta, adiantando que todo o processo logístico, desde a chegada do avião até às saídas das viaturas do terminal, demora cerca de 90 minutos. O terminal dispõe ainda de um espaço de armazenagem que se destina para a carga que está à espera de ser desalfandegada ou envios que aguardam por uma data de entrega. ESPECIFICAÇÕES Para otimizar a operação dos estafetas, os veículos de distribuição da DHL Express Portugal apresentam algumas caraterísticas específicas, incluindo um acesso direto do habitáculo à zona de carga por uma porta interior, para facilitar o acesso do estafeta às encomendas.

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FROTA

DHL EXPRESS PORTUGAL

Cada veículo dispõe ainda de prateleiras no compartimento de carga que permitem uma melhor arrumação e uma organização sequencial dos envios por zonas de entregas e clientes, além de uma porta lateral para permitir a saída do estafeta. Outra caraterística consiste no degrau traseiro para facilitar as entradas e as saídas do estafeta. A especificação DHL inclui ainda uma câmara traseira para facilitar as manobras, designadamente de estacionamento, assim como um banco retrátil em função do banco fixo do acompanhante. Este tipo de especificação tem o objetivo de otimizar a operação e melhorar o serviço ao cliente. “Cada vez mais se tem verificado um forte crescimento do e-commerce, que se tem traduzido no aumento dos envios de pequenas

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TURBO COMERCIAIS JANEIRO 2019

encomendas, caixas ou envelopes, pelo que as viaturas têm de estar preparadas para essa tipologia de mercadoria, além de serem o mais produtivas possível”. Cada viatura percorre, em média, cerca de 45 mil quilómetros e a frota é renovada de cinco em cinco anos. No que se refere à política de frota, cerca de 45% do total é própria e a restante subcontratada. “Há alguns anos que a DHL Express adotou esta abordagem mista porque permite uma maior flexibilidade para responder aos ‘picos’ de volume ao longo do ano, como tivemos recentemente no Natal ou campanhas que existem como Black Friday, entre outras”, explica o responsável de operações da zona norte da DHL Express Portugal. Os requisitos técnicos

AINDA ESTE ANO A DHL EXPRESS TEM PREVISTO ABRIR EM PORTUGAL TRÊS ROTAS LOCAIS, NO PORTO, LISBOA E COVILHÃ, OPERADAS COM VEÍCULOS ELÉTRICOS


32 TON CARGA PROCESSADA DIARIAMENTE

5 ANOS IDADE MÉDIA DA FROTA

45 MIL QUILOMETRAGEM ANUAL/VEÍCULO

45% FROTA PRÓPRIA

dos veículos da frota subcontratada são idênticos aos da frota própria. “Para o cliente não é percetível se é uma viatura DHL própria ou não porque a decoração é a mesma, as caraterísticas dos veículos são muito semelhantes e os estafetas estão identificados da mesma forma”. No final do dia, após as recolhas efetuadas junto dos clientes, os veículos regressam ao centro de operações do Porto e, depois, realiza-se o processo inverso para carregar os contentores para o avião, antes de partir com destino ao "hub" de Bruxelas da DHL Express. FUTURO ELÉTRICO Relativamente ao futuro, a DHL Express Portugal irá apostar em soluções que apresentem um outro tipo de impacto ambiental,

cumprindo a política energética “Go Green” delineada pelo Grupo Deutsche Post, que tem como objetivo conseguir desenvolver a atividade, até 2050, com zero emissões de carbono. “Para lá chegarmos, os países já estão a dar passos no sentido de caminharem para soluções mais ecológicas. Para este ano, está previsto termos em funcionamento três rotas elétricas em Portugal: no Porto, em Lisboa e na Covilhã. No que se refere ao Porto, a rota será efetuada no centro da cidade, relativamente próxima do terminal, e terá menos de cem quilómetros para ir de encontro da autonomia do veículo”. A tipologia será inferior relativamente às viaturas de combustão que atualmente estão em operação. Os novos veículos elétricos deverão entrar ao serviço em meados do ano.

Outra aposta a concretizar nos próximos dois a três anos, passa por um novo investimento no terminal do Porto da DHL Express para aumentar a sua capacidade de processamento de envios dos atuais 2500 por hora para cerca de 6000 por hora. “Estamos aqui desde maio de 2012 e tivemos crescimentos muito significativos no volume de carga processada. Já fizemos investimentos para melhorar a capacidade e tornar os nossos processos mais eficientes para conseguirmos manter o nível de serviço face ao aumento do volume de carga movimentada. Não queremos passar a ter mais carga e sair mais tarde para a rua. O objetivo é ter mais carga e conseguir ter aquela janela de 90 minutos entre a chegada do avião e a saída dos veículos do terminal”. /

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ENSAIO

SCANIA G 410

CAVALO DE TRABALHO ECONÓMICO A Scania melhora a sua oferta de camiões para um único condutor com a evolução do seu sistema de velocidade de cruzeiro adaptativo e preditivo e do seu motor DC 13, com o qual cumpre a norma Euro 6 apenas com SCR TEXTO JOSE A. MAROTTO FOTOS JUAN CARABALLO

U

ma das razões mais importantes pelas quais este trator pode revelar-se muito interessante para frotas é o tamanho da sua cabina, se nos concentrarmos apenas no consumo de combustível. A superfície dianteira de um camião determina a capacidade do mesmo em penetrar o ar, pelo que a resistência aerodinâmica melhora quanto mais "reduzida" for a superfície, embora, em contrapartida, o espaço interior da mesma diminua. Como já assinalámos em outras ocasiões, no equilíbrio provavelmente está a virtude, dado que não podemos dispor de ambas as características e temos de escolher entre o espaço ou uma melhor eficiência aerodinâmica. O que acabámos de afirmar leva-nos a salientar que esta cabina é ideal para ser ocupada por um único tripulante pois, de outra forma, a convivência seria muito difícil, sendo muito mais adequada para tripulações maiores uma cabina da série R ou S. Por outro lado, não há nenhuma razão para que este camião não esteja à altura dos seus irmãos quanto a capacidade técnica e, embora seja um pouco mais fraco em potência com os seus 410 cv, consideramo-lo suficientemente capaz de enfrentar qualquer percurso ou distância nos caminhos do Velho Continente. Além disso, inclui algumas novidades nos equipamentos de controlo da velocidade de cruzeiro, com alguns progressos nas novas versões

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que aumentam a capacidade dos diferentes equipamentos na redução do consumo, sem esquecer os avanços tecnológicos da caixa de velocidades e do retardador. Todas estas novidades servem para melhorar a eficiência energética.

CABINA EQUILIBRADA Das três opções que o fabricante nórdico nos disponibiliza dentro da gama G, optámos pela intermédia, ou seja, a que se encontra entre a de teto baixo e a que poderia ser utilizada para dois tripulantes, embora com dificuldades. É um habitáculo ideal para dormidas de apenas uma pessoa. Se precisássemos dela para dois tripulantes, esta não seria a cabina indicada... A superfície dianteira mais reduzida, ideal para uma aerodinâmica que dê prioridade ao consumo, provoca a necessidade de montar um túnel de motor que, neste caso, é de 33 cm de altura e que nos deixa uma distância livre até ao teto de 155 cm, algo insuficiente para se estar confortável no interior. A Scania soluciona este problema com um assento dobrável no posto do copiloto, com o qual se terá espaço suficiente para estar de pé sem tocar na cobertura do habitáculo, se se medir menos de 1,8 metros, o espaço existente entre o chão e o teto neste local. Este facto impossibilita a ocupação desta cabina por duas pessoas. Para uma, pese embora a dificuldade, não é de todo incómoda e, se considerarmos as vantagens obtidas quanto ao consumo, esqueceremos as inconveniências.

A SCANIA CONTINUA A CONFIAR EXCLUSIVAMENTE NA UREIA PARA CUMPRIR A NORMA EURO 6 NO G 410


O posto de trabalho, embora peculiar, é confortável. Consideramo-lo um tanto diferente dos das gamas superiores, porque a posição de condução deste camião coloca-nos elevados em relação ao tablier. Mas se baixar a poltrona sentirá que os joelhos estão elevados em relação ao assento, apesar de não se ter revelado incómodo devido, sobretudo, à notável capacidade de adaptação do volante deste camião. A partir do lugar do condutor acedemos facilmente a qualquer comando da cabina e ne-

nhum dos sistemas requer um excesso da nossa atenção para a sua utilização. Neste série G, é de salientar a boa disposição dos automatismos e a lógica com que os engenheiros os desenvolveram. É do nosso agrado, pois assim que se conheça o camião será possível manipular os controlos da velocidade de cruzeiro e de descida com apenas o premir de um botão, confortável e rapidamente, situado na parte inferior do centro do volante. Também nos chamou a atenção a nova função

do indicador de mudança de direção. Premindo uma única vez, sem o prender, faz até cinco cintilações e para automaticamente. Foi algo que se revelou muito confortável nas ultrapassagens. O G 20, nome dado pela Scania a este habitáculo, oferece muitas vantagens a transportadores que necessitem de colocar parte da carga sobre a cabina, por exemplo um porta-veículos, contando com a vantagem de ganhar agora cerca de 10 cm de altura livre, em comparação com padrões anteriores deste modelo intermédio.

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ENSAIO

SCANIA G 410 AVALIAÇÃO

MOTOR Elasticidade / aceleração 7 Área de trabalho 8 Trabalho a baixo regime 8 Travão-motor 7 Manutenção diária 9 Retardador 8 Sonoridade 7 total motor 54 TRANSMISSÃO Caixa de velocidades 8 Embraiagem 8 Escalonamento 7 Relação do grupo 8 total transmissão 31 CHASSIS Suspensão 8 Travões 8 Direção 8 total chassis 24 CABINA Equipamento de série 8 Visibilidade 7 Habitabilidade 7 Conforto condutor 8 Conforto passageiro 7 Armários 8 Acesso ao posto de condução 7 Mobilidade interior 7 Camas 7 Painel de comandos 8 Retrovisores 8 Acabamentos 7 Volante 8 Ruído interior 7 Abatimento 9 total cabina 113 AVALIAÇÃO TOTAL 222

A falta de espaço útil com que se depararam aqueles que desenvolveram este camião desencadeou a sua criatividade, criando um habitáculo que aproveita cada espaço livre para a organização e para os sistemas necessários na nossa profissão.

UMA ARQUITETURA FIÁVEL Já conhecemos o DC 13 de testes anteriores realizados pela nossa publicação e não parece ter limites quando à elasticidade de geração de potência. Neste caso, analisamos a versão de 410 cv deste motor de treze litros, ou seja,

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a segunda referência na gama de potências, sucedendo à versão de 370 cv. Dispõe de algumas novidades comparativamente ao modelo anterior, que se revelam muito interessantes no nível de consumo. Desta forma, este veículo dispõe de uma caixa de velocidades mais evoluída, com a qual tanto o primário como o secundário contam com um travão e com uma série de sincronizadores, com os quais a mudança de velocidades é realizada muito mais rapidamente, melhorando assim a eficiência, dado que ficamos menos tempo sem tração nas passagens de caixa.

1

4

6

1 A cabina G 20 da Scania tem um posto de condução confortável, mas o espaço interior utilizável vê-se bastante reduzido pelo muito volumoso túnel do motor 2 A partir da cama é possível aceder a alguns dos controlos,

Isto, em conjunto com o software da cadeia cinemática, melhora as passagens de caixa em qualquer situação de condução, incluindo durante o arranque. Durante o nosso percurso tivemos a oportunidade de testá-lo, tanto no túnel Guadarrama como no Caloco. Neste último, o sistema escolheu mais uma velocidade e, embora tanto na 9.ª como na 10.ª cheguemos mais ou menos a rondar os 50 km/h, na velocidade mais alta poupamos cerca de cem rotações. O controlo preditivo da velocidade de cruzeiro melhorado também teve influência nesta questão. Agora o condutor tem maior poder de deci-


EQUIPAMENTO

2

3

5

Abatimento elétrico da cabina Opção Banco pneumático do condutor Série Cama dupla n/d neste modelo Aquecedor autónomo Série Climatizador Série Bancos aquecidos Opção Vidro elétrico do condutor Série Vidro elétrico do passageiro Série Fecho centralizado Série Buzina de ar Série Rádio / CD Série Pré-instalação emissora Opção Espelhos elétricos Série Espelhos aquecidos Série Suspensão pneumática da cabina Série Teto de abrir Série Sistema antibloqueio dos travões Série Sistema antiderrapagem Série Controlo eletrónico do chassis Opção Caixa de velocidades automatizada Série Controlo de velocidade de cruzeiro Série Lava-faróis Opção Faróis de nevoeiro Série Retardador Opção Travão-motor de válvulas Série Depósito de alumínio Série Pack aerodinâmico Opção Luz de trabalho exterior Série Tomada de corrente 24/12 V Série

DESCRIÇÃO DAS CURVAS

nomeadamente o que comanda a temperatura da cabina, de forma rápida e confortável 3 A distância do túnel do motor ao teto não é muita mas, se dobrarmos o assento direito, é possível estar de pé sem problemas

4 O frigorífico está situado na zona central entre as duas poltronas e o seu tamanho é surpreendente numa cabina destas dimensões 5 A altura do túnel do motor permite utilizar a cama como se fosse uma poltrona durante curtos

FORAM MELHORADOS EQUIPAMENTOS COMO O RETARDADOR, O CONTROLO DA VELOCIDADE DE CRUZEIRO OU A CAIXA DE VELOCIDADES, PARA TENTAR AUMENTAR A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

períodos de tempo, dado que a falta de encosto acaba por tornar a posição menos confortável 6 A forma característica do volante e os comandos dos automatismos do controlo de velocidade são marcas indiscutíveis da Scania.

são sobre a velocidade que pretende deixar de margem, o que motiva muito mais o condutor a utilizar este equipamento que foi utilizado recorrentemente e com o qual a função Eco Roll prolonga a distância em que o camião circula com menor atrito, uma vez que, antes de entrar o ponto morto, permite um aumento da velocidade para que finalmente o deslocamento provocado pela inércia seja maior. Isto traduz-se numa sensação de maior eficiência quando a função Eco Roll está ativada e durante a condução há momentos em que notamos uma aceleração, digamos, que não é intencional, para nos darmos

Motor Scania DC 13 141 410 Curva de potência. Potência máxima 410 cv às 1900 rpm 1000 rpm 305 CV 1200 rpm 365 CV 1300 rpm 400 CV 1400 rpm 402 CV 1600 rpm 405 CV 1900 rpm 410 CV Curva de binário. Binário máximo 2150 Nm (219 mkg) entre 1000 e 1300 rpm 1000 rpm 219 mkg 1200 rpm 219 mkg 1300 rpm 219 mkg 1400 rpm 204 mkg 1600 rpm 179 mkg Regime de trabalho: entre 1000 e 1500 rpm. Trata-se de uma estimativa visto que no tacómetro não é mostrada indicação.

Velocidade média Consumo médio Coeficiente Comercial

80,392 km/h 26,652 l/100 km 2,2318

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ENSAIO

SCANIA G 410

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7 8

7 O motor é o DC 13 de seis cilindros em linha e treze litros, comr 410 cv às 1900 rotações 8 O camião dispõe de dois armários grandes com acesso a partir do exterior e também do interior ao levantar a cama 9 O trator que testámos dispunha de uma barra prática com a qual pudemos ajustar facilmente a altura do defletor superior 10 Para bascular a cabina do G 410 é necessário abrir a grelha e os defletores laterais 11 As linhas do série G são muito semelhantes às dos seus irmãos maiores das séries R e S 12 No lado esquerdo do camião há um prático interruptor de corrente protegido por tampa 13 O acesso ao vidro para trabalhos de manutenção ou limpeza foi solucionado de uma forma muito acertada

10

14 ºC céu limpo, sem vento Piso: seco

44,10

78,47

38’ 14’’

22,05

2.ª TUNEL AVILA (autoestrada, subidas e descidas)

58

17 °C céu limpo, sem vento Piso: seco

25,10

83,79

41’ 32’’

14,56

3.ª AVILA MEDINA DEL CAMPO (nacional, plano)

106

20 °C céu limpo, sem vento 19,68 Piso: seco

74,52

1h 25’ 21’’

20,86

4.ª MEDINA PORTAGEM DE SAN RAFAEL (autoestrada, subidas e descidas)

96

20 °C céu limpo, sem vento 32,83 Piso: seco

83,99

1h 08’ 35’’ 31,52

27 °C céu limpo, sem vento 15,07 Piso: seco

85,23

38’ 43’’

55 5.ª PORTAGEM MADRID ATALAYA (autoestrada e via rápida, descida) TOTAIS

38

365

TURBO COMERCIAIS JANEIRO 2019

26,652 80,392 4h 32’

CONSUMO TOTAL (litros)

50

TEMPERATURA E CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

TEMPO TOTAL

VELOCIDADE MÉDIA (km/h.)

1.ª MADRID ATALAYA TÚNEL GUADARRAMA (autoestrada e via rápida, subida)

ETAPAS Os resultados são referentes a troços

KM

CONSUMO MÉDIO (l/100 km)

11

8,29

97,280

imediatamente conta de que, na realidade, vamos mais longe impulsionados pelo peso sem utilizar a aceleração. Outra função que fez com que este camião tenha obtido um tão bom resultado de consumo é a embraiagem do Retardador com a qual é eliminada a resistência que pudesse ser exercida pelo sistema quando não é ativado. Pudemos testar também o novo programa do ACC, embora já fora do nosso teste de consumo, dado que com este sistema é normal que o consumo aumente ao ter como prioridade o conforto na condução em vez da poupança. Com este programa, é possível manter o sistema ativado até à paragem e o camião irá arrancar novamente se não for ultrapassado um determinado tempo de paragem. Além disso, se o condutor retirar o cinto de segurança ou abrir a porta enquanto está parado, o novo travão de estacionamento elétrico ativa-se. Este último é um equipamento que executa a função de travão de estacionamento e substitui por aplicações automáticas algumas que, com os travões standard, poderiam colocar-nos em apuros. Por exemplo, se nos esquecermos de colocar o travão de mão, este ativa-se automaticamente quando o condutor interrompe o contacto ou abre a porta e tem, inclusivamente, uma utilização como travão de emergência. /


FICHA TÉCNICA SCANIA G 410 A 4X2 NA

12

13 DIMENSÕES A cabina G 20 foi pensada para um percurso em que não sejam necessárias demasiadas dormidas, embora, se nos habituarmos às limitações interiores, este camião seja tecnicamente capaz de qualquer coisa. O tamanho do habitáculo é restringido pela altura do camião e foi esta condicionante que induziu o desenvolvimento de uma série de soluções que, tal como acontece numa caravana, ajudam à organização interna.

CONSUMO DE ADBLUE Quilómetros totais 365 Litros totais de AdBlue 9,10 Consumo médio AdBlue l/100 km 2,493 Consumo médio Gasóleo l/100 km 26,652 Custo de gasóleo a cada 100 km (a 1,3 €/litro) 34,65 € Custo de AdBlue a cada 100 km (a 0,55 €/litro) 1,37 € Preço total a cada 100 km de gasóleo mais AdBlue 36,02 € Coeficiente Comercial (km/h/Preço total) 2,2318

OCORRÊNCIAS NO PERCURSO No dia do nosso teste, pudemos desfrutar de boas condições climatéricas, destacando-se apenas algum vento nas imediações da serra. O trânsito revelou-se um pouco mais complicado à entrada de Madrid, no regresso, com alguns congestionamentos que quase nos obrigaram a parar e que tiveram alguma influência no consumo.

MOTOR Modelo DC 13 141 410 Tipo Turbo e Intercooler, 4 válvulas por cilindro Injeção Scania XPI (injeção de pressão extra alta) Controlo de Emissões Euro 6 com tecnologia SCR+FGT+ DOC+ DPF Número de cilindros 6 em linha Diâmetro x curso 130 mm X 160 mm Cilindrada 12.700 cm3 Relação de compressão 19,4:1 Potência 410 CV (302 kW) às 1900 rpm Binário motor 219 mkg (2150 Nm) das 1000 às 1300 rpm TRANSMISSÃO Embraiagem Automática Caixa de velocidades GRS 895 R Opticruise Número de velocidades 12 automatizadas EIXOS Eixo dianteiro AM 740 Ponte traseira R 780 de redução simples Relação do grupo 2.59/1 TRAVÕES Sistema de travagem Discos Acionamento Pneumático com EBS Travão-motor Automático (256 kW às 2400 rpm) Retardador Scania R 4100 D, 500 W de potência de retenção e embraiável SUSPENSÃO Dianteira Parabólica duas folhas, 8000 kg Traseira Pneumática de 4 foles para 11.500 kg DIREÇÃO Acionamento Assistida hidraulicamente, de circulação de esferas Raio de viragem 7,934 m RODAS Pneus 315/70 R 22,5 Jantes 22,5 EQUIPAMENTO ELÉTRICO Tensão 24 V Bateria 2 de 12 V e 180 Ah Alternador 100 A Motor de arranque 6,5 kW DEPÓSITOS Gasóleo 400 litros AdBlue 47 litros Óleo 43 litros PESOS Tara trator 7149 kg MMA em teste 39.670 kg

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REPORTAGEM

WCONNECTA MADRID 2018

NETWORKING E PARCERIAS Mais de 800 profissionais estiveram no WConnecta Madrid 2018, numa edição que também serviu para apresentar o novo acionista da Wtransnet, o Grupo Alpega TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

M

ais de 300 empresas e mais de 800 profissionais do transporte rodoviário de mercadorias estiveram presentes no maior evento de networking da Europa do setor, o WConnecta. Na edição de 2018 foram realizadas 6416 entrevistas de speedworking que possibilitaram o contacto entre empresas com cargas para serem transportadas e operadores rodoviários com meios disponíveis para assegurar o respetivo transporte. O modelo do evento foi muito semelhante ao da primeira edição, com a sua divisão em duas áreas funcionais: Speed Networking, onde se realizaram entrevistas rápidas de sete minutos; e Cargo Area, onde se efetuaram entrevistas privadas, previamente marcadas, entre operadores de transporte e empresas com cargas. Na primeira zona foram realizadas 4320 entrevistas rápidas e na segunda 1456 entrevistas privadas. No WConnecta Madrid 2018, 60 por cento das empresas participantes eram espanholas, seguindo-se as empresas italianas, polacas e portuguesas, todas com uma representação de dez por cento.Igualmente significativa foi a presença de países de Leste, designadamente da Roménia, Hungria, Eslováquia e Lituânia, assim como de grandes operadores logísticos provenientes da Alemanha, França, Holanda, Reino Unido e Bélgica. A parte da tarde foi reservada ao Business Centre, que consistiu num espaço semelhante ao da Cargo Area, mas com a particularidade de estar aberto a qualquer empresa participante. Neste espaço foram realizadas mais de 640 entrevistas privadas.

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PARTICIPAÇÃO LUSA A participação de empresas portuguesas só não foi maior porque a data do WConnecta Madrid 2018 coincidiu com o primeiro dia dos trabalhos do Congresso da ANTRAM, realizado em Braga. Entre os operadores nacionais presentes no certame destaque para a TDN Transportes David Neto ou a ABC Cargo. No primeiro caso, esta foi a oitava participação no evento. “Iniciámos a nossa presença com uma só pessoa e depois fomos alargando à equipa comercial. Neste momento somos quatro: dois na Cargo Area e os restantes no Speed Network”, afirma David Amaral, diretor-geral da TDN Transportes David Neto. “A nossa presença tem como objetivo reforçar os contactos estabelecidos anteriormente e desenvolver novos que venham a surgir”. Por seu turno, a ABC Cargo está presente pela terceira vez consecutiva em eventos de networking da Wtransnet. “Estivemos em Lisboa, em Frankfurt e agora em Madrid”, refere Nelson Lopes, diretor-geral desta empresa com sede em Pombal. “A troca de ideias e o fortalecimento de negócios com os nossos parceiros são os principais motivos que nos levam a estar presentes”, refere o responsável da ABC Cargo. “O contacto pessoal é sempre importante e estes eventos também proporcionam oportunidades para reunirmos com os nossos parceiros”, acrescenta Nelson Lopes. Por seu lado, David Amaral refere que a presença do Grupo David Neto tem por objetivo “reforçar os contactos estabelecidos anteriormente e desenvolver novos que venham a surgir”. A participação abrange as principais vertentes da empresa, designadamente o serviço de transporte, a armazenagem e a logística. Segundo o diretor-geral da TDN, o WConnecta oferece a possibilidade de encontrar potenciais parceiros com camiões em França, Itália e Alemanha para


FORMATO PARA MANTER A edição do WConntecta Madrid 2018 serviu igualmente para fazer a passagem de testemunho entre a antiga administração da Wtransnet e a nova, uma vez que esta bolsa de cargas foi adquirida pelo Grupo Alpega que, entre outras, também detém a Teleroute. O formato do WConnecta, porém, será para manter no futuro, segundo garantiu Fabrice Maquignon, CEO do Grupo Alpega, que se mostrou impressionado pela forma como este evento consegue juntar, no mesmo espaço, as empresas associadas e ajudá-las a fazer mais negócio entre elas. “O WConnecta está alinhado com a visão que a Alpega tem sobre a construção de um enquadramento colaborativo no transporte. Daí que tenhamos a intenção de repetir este evento de sucesso também em 2019”, afirmou. A próxima edição do WConnecta, a décima, será realizada em Barcelona, no dia 18 de outubro de 2019.

ajudarem a empresa a fazer face às solicitações de carga por parte dos clientes. “As entrevistas no Cargo Area permitem-nos estabelecer contactos com potenciais novos parceiros, de uma forma mais calma, para conseguirmos satisfazer as necessidades dos nossos clientes em Portugal, Espanha e França”, explica David Amaral. “Viemos para este evento em Madrid com 12 entrevistas já marcadas e solicitámos outras oito a transitários e pequenos transportadores que identificámos para podermos aumentar a nossa disponibilidade de camiões e cargas”, acrescenta. Um dos objetivos passa por encontrar parceiros que permitam colocar carga em determinados pontos da Alemanha, permitindo cumprir alguns contratos assumidos com clientes e evitar fazer quilómetros em vazio. Para a ABC Cargo, empresa transitária especializada em grupagem com 15 a 20 camiões sob a sua gestão a tempo inteiro, uma bolsa de cargas

permite encontrar mercadoria para completar o espaço disponível nos veículos, designadamente na exportação. “Desde o seu início, em 2011, que a empresa teve sempre como política a otimização dos fluxos de importação”, refere Nelson Lopes. “Ao contrário da concorrência recorremos mais às bolsas para encontrarmos cargas para exportação no âmbito do nosso regime de rotatividade dos camiões”. Relativamente à Wtransnet, Nelson Lopes considera que a sua maior vantagem consiste na confiança que oferece ao nível da verificação e análise das empresas que integram a bolsa de cargas”. Para esta edição do WConnecta, a ABC Cargo tinha 36 entrevistas marcadas, a que se juntaram mais algumas que não estavam planeadas. Segundo Nélson Lopes, entre 30% a 40% dos contactos estabelecidos neste tipo de eventos dão origem a oportunidades de negócio. /

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COMO FOI 2018, COMO SERÁ 2019?

OTIMISMO MODERADO

Contrariando as projeções macroeconómicas, as vendas de pesados desaceleraram em 2018, indiciando um arrefecimento da economia. Os empresários do setor estão cautelosos e o otimismo é moderado para 2019, com consequências nas aquisições TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

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investimento na aquisição de material circulante pelo setor do transporte rodoviário de mercadorias registou uma desaceleração em 2018, com as vendas de veículos pesados de mercadorias com peso superior a 3,5 toneladas a diminuir dois por cento face ao ano anterior, segundo revelam as estatísticas da ACAP Associação Automóvel de Portugal. O abrandamento da atividade económica e o aumento dos custos operacionais levaram as empresas a rever as suas políticas de renovação de frotas. “O balanço de 2018 está longe de ser positivo”, afirma Joel Reis, administrador da Transportes Coelho Mariano. “Estivemos, mais uma vez, perante um ano marcado por grandes flutuações na nossa estrutura de custos, designadamente elevados aumentos do preço do combustível, aumentos significativos de custos com portagens (com maior incidência em França), inesperadas dificuldades operacionais na reta final do ano causadas pelas manifestações dos 'coletes amarelos', uma grande alteração na legislação laboral e seus custos associados”, acrescenta o responsável desta empresa especializada no transporte internacional, sediada em Fátima. Para JLS – Transportes Internacionais, o ano de 2018 também esteve longe de corresponder às expectativas. Nélson Sousa, administrador da empresa e vice-presidente pela região do Centro da ANTRAM , não tem dúvidas em afirmar que “agudizou-se a tendência de depreciação das margens iniciada no último trimestre de 2016, com forte volatilidade dos

custos e fluxos”. O responsável adianta não ter encontrado na atividade o crescimento económico anunciado, nem sinais de confiança. O ano de 2019 será encarado por esta empresa de Mangualde com “moderado otimismo”, segundo refere Nélson Sousa. “Moderado porque o preço do Brent tem aliviado, sendo o único fator de esperança. Todo o cenário que prevemos para 2019 é bastante constrangedor. Estamos expectantes e atentos”. Cauteloso é igualmente Joel Reis, da Transportes Coelho Mariano. “Será um ano de gestão muito prudente e defensiva”, explica. “A nossa grande aposta será a mesma de há uma década atrás, ou seja, tentar perceber se estamos efetivamente perante o início de mais um ciclo de crise no nosso setor e, quem sabe, até da nossa Economia. Só após o afastamento deste cenário negativo voltaremos a pensar em novos investimentos de relevância estratégica”, adianta o administrador da empresa transportadora de Fátima. “Estamos verdadeiramente perante um cenário de instabilidade política e económica que nos está a travar muitas decisões acerca de investimentos futuros”, sublinha Joel Reis. BALANÇO POSITIVO PARA A DISTRIBUIÇÃO Se, para as empresas de transporte internacional, o ano de 2018 não deixa grandes recordações, o mesmo não se aplica aos operadores de transporte e logística como a Luís Simões, Santos e Vale ou a Paulo Duarte. “O ano de 2018 foi um ano de consolidação no mercado português para a Luís Simões, com uma taxa de crescimento significativa e sus-

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RADAR

TRANSPORTADORAS

SENTIMENTOS CONTRÁRIOS Enquanto os operadores logísticos se mostram otimistas para 2019, face a um 2018 muito positivo, os transportadores internacionais estão mais expectantes, face a um ano passado que lhes trouxe alguns problemas

tentada, não só pelo facto do lançamento de novas operações, mas também pelo aumento do consumo generalizado verificado no mercado”, afirma Fernanda Simões, administradora da área de transportes da Luís Simões. “Em Espanha foi um ano de crescimento e transformação, com a consolidação de várias operações no armazém central em Cabanillas del Campo (Guadalajara), com uma área de mais de 66.000 m 2 e uma capacidade superior a 95 mil paletes”. A Luís Simões apostou na inovação através da investigação e desenvolvimento para melhorar a eficiência operacional. “A nossa estratégia pretende projetar o futuro da empresa para os próximos 10 anos como imagem de marca sólida e sustentável. Relativamente a 2018, os indicadores não foram muito diferentes daqueles que se têm verificado nos últimos anos, pelo que apontamos para um crescimento na ordem dos 4 a 6% quanto ao volume de negócios consolidado”. Para a Santos e Vale, o balanço de 2018 também foi positivo, com um crescimento acima do estimado nas três áreas de negócio da empresa: Distribuição, Logística e Transporte. “Com um volume de negócios a rondar os 30 milhões de euros, teremos terminado o ano com um crescimento em vendas consolidadas de 18% em relação a 2017, o que nos deixa orgulhosos e esperançados no crescimento futuro da empresa”, refere Joaquim Vale, administrador da Santos e Vale. Para 2019, as perspetivas da Santos e Vale são de otimismo: “Prevemos manter o crescimento sustentado que temos apresentado ao longo dos anos com o alargamento da rede de plataformas de distribuição e o reforço da equipa de colaboradores,” refere Joaquim Vale, adiantando que a empresa irá continuar a seguir a sua política ambiental e investir nas mais recentes tecnologias “com o objetivo de se tornar cada vez mais eficiente e sustentável”, reduzindo, assim, a pegada ecológica. “Depois da aposta

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pela rentabilidade do negócio, pelo crescimento sustentável e sólido e pelo desenvolvimento de

efetuada em viaturas movidas a gás natural, com uma maior redução de emissões de dióxido de carbono, temos já iniciativas preparadas para 2019, que incluem a renovação da frota e sistemas de gestão de informação para melhorar a eficiência energética na Santos e Vale”. A empresa prevê investir 3,8 milhões de euros na aquisição de frota, incluindo três milhões de euros para veículos diesel e 800 mil euros para veículos a gás natural. Igualmente positivo foi o ano de 2018 para a Paulo Duarte, em termos de volume de negócios, graças ao desenvolvimento da atividade no retalho “offline” e “online”, assim como à consolidação da atividade nos combustíveis, com forte crescimento em clientes de distribuição. Todavia, os resultados operacionais foram penalizados pelos elevados custos dos combustíveis e pelo abrandamento da atividade internacional devido à sazonalidade das campanhas na área do Frio. Relativamente a 2019, fonte desta empresa de Torres Vedras adianta que as apostas passam


negócios na área da logística de armazenamento. A Paulo Duarte também irá investir na renovação da frota, com a aquisição de 17 viaturas ligeiras, 36 tratores diesel e 10 tratores GNL, que se destinam às áreas de retalho, combustíveis e alimentares. As opções deverão voltar a recair nas marcas Mercedes-Benz, Scania e Iveco. Pioneira com a introdução sustentada da solução gigaliner, a Luís Simões pretende continuar a apostar em opções sustentáveis de transporte. “Atualmente, dispomos de uma frota de dez camiões-modulares ao serviço de clientes estruturais e estamos empenhados em continuar a apostar na proteção ambiental, garantindo que teremos operações o mais sustentáveis possível”, afirma Fernanda Simões, administradora da Luís Simões. “O futuro passa pela adoção de soluções sustentáveis responsáveis para com o meio ambiente, mais eficientes no que diz respeito

ao consumo de energia e que atua com o objetivo de contribuir para que este seja mais neutro em dióxido de carbono e mais sustentável. Queremos, acima de tudo, continuar a trabalhar para sermos o melhor operador logístico da Península Ibérica”. A Luís Simões irá inaugurar um novo complexo logístico em Guadalajara (Espanha) no primeiro semestre de 2019, na sequência de um investimento de 85 milhões de euros. AUSÊNCIA DE INCENTIVOS Por sua vez, as empresas de transporte internacional estão a adotar uma estratégia mais conservadora. “Temos uma média de frota extremamente baixa”, afirma Nélson Sousa, administrador da JLS. “No entanto, os ciclos de renovação são constantes, com oscilações mais ou menos significativas, dependendo dos ciclos de mercado e das oportunidade de investimento. Lamentavelmente constatamos que o setor tem vindo a ficar com um parque automóvel cada vez mais envelhecido, sendo que o ciclo económico das empresas se tem deteriorado. Lamentavelmente, o próprio Orçamento de Estado de 2019 não apresenta qualquer incentivo à renovação de frotas com óbvias consequências ao nível da eficiência energética, ambiental e de segurança rodoviária”. O vice-presidente da região centro da ANTRAM considera que o Orçamento de Estado volta a refletir “algum aversão” ao setor do transporte rodoviário de mercadorias e “contra os investimentos” das empresas”, uma vez que o setor dos transportes “está excluído” do Regime Fiscal de Apoio ao Investimento. “Mais parece que o investimento dos transportadores não aporta crescimento económico e empregos como os outros setores”, comenta Nélson Sousa, adiantando que esta “política acaba por indiretamente incentivar as ineficiências económicas”. O administrador da JLS também deixa as suas críticas à recente portaria relativa ao desconto adicional de 25% nas portagens para empresas

com sede e atividade em concelhos de baixa densidade, afirmando que “certamente algumas fábricas terão direito a descontos a que, provavelmente, o transportador não terá acesso”. No que se refere às principais apostas em termos de investimento, o administrador da JLS adianta que a empresa valoriza cada vez mais o apoio ao cliente e os contratos de manutenção e reparação das marcas, assim como as suas garantias. “Os camiões evoluíram muito, ao nível da eficiência, conforto, segurança e fiabilidade”, afirma Nélson Sousa. “Hoje não existem maus camiões no mercado. Obviamente que existem diferenças cada vez mais ténues, pelo que as marcas enfrentam novos desafios nas suas políticas de diferenciação comercial, de produto e serviços”, acrescenta o responsável desta empresa de Mangualde que, nos últimos anos, tem vindo a adquirir camiões das marcas MAN, Renault Trucks e Scania. A política de renovação de frota da Transportes Coelho Mariano para 2019 prevê a introdução de algumas viaturas novas para o final do ano, uma vez que os veículos afetos ao transporte internacional já são todos Euro 6. “No que respeita a semirreboques estamos com a frota um pouco mais envelhecida e os investimentos a efetuar em 2019 serão certamente mais vocacionados para esta área, designadamente em equipamentos a temperatura ambiente para serviço internacional”, explica Joel Reis, administrador da empresa. Em termos de veículos motorizados, “continuamos com uma boa relação com a nossa marca predominante – Renault Trucks –, assim como vamos tentando desenvolver laços junto da marca MAN. No que respeita a reboques continuamos em testes para voltar a ter um verdadeiro parceiro, dado que tivemos graves problemas de após-venda com a marca que nos forneceu com exclusividade durante alguns anos. Tivemos testes quase terminados, mas uma recente reviravolta nas tabelas de preços levou a deixar tudo em aberto”. /

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NOVIDADES

VOLVO TRUCKS

SOLUÇÃO AUTÓNOMA A Volvo Trucks forneceu uma aplicação comercial ‘chave na mão’ para o transporte de calcário numa mina da Noruega com seis camiões autónomos geridos por um único operador!

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Volvo Trucks estabeleceu um acordo com a empresa norueguesa Brønnøy Kalk para o fornecimento da primeira solução comercial ‘chave na mão’ de transporte autónomo entre uma mina a céu aberto e um porto. A operação envolve o transporte de calcário num troço com cinco de quilómetros de extensão, que inclui o atravessamento de túneis entre a mina e o triturador, com seis camiões autónomos Volvo FH. Os testes desta solução têm vindo a ser realizados em Velfjord,

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na Noruega, no último ano, estando previsto que esta solução esteja totalmente operacional no final de 2019. Este acordo segue-se a vários projetos de automatização realizados com sucesso em áreas como minas, colheita de cana de açúcar e recolha de resíduos sólidos. Todavia, esta solução comercial representa uma estreia para a Volvo Trucks porque a empresa Brønnøy Kalk optou por comprar uma solução de transporte em vez de camiões autónomos para a movimentação do calcário entre dois “hubs”. “Este é um importante passo para a nossa empresa”, afirma Raymond Langfjord, diretor executivo da mina. “A concorrência na

indústria é dura. Estamos sempre a procurar melhorar a nossa eficiência e a produtividade a longo prazo. Temos uma visão clara relativa ao aproveitamento de novas oportunidades na tecnologia e nas soluções digitais. Estivemos à procura de um parceiro fiável e inovador que partilhasse o nosso foco na sustentabilidade e na segurança. Os camiões autónomos permitirão aumentar a nossa competitividade num difícil mercado global”. Por sua vez, Claes Nilsson, CEO da Volvo Trucks, refere que a marca está muito satisfeita por apresentar uma solução de condução autónoma que vai ao encontro das necessidades dos clientes em termos de segurança, fiabili-


MOTORES D11 E D13

EURO 6 STEP D

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Volvo Trucks introduziu versões atualizadas dos motores diesel D11 e D13 que se destinam a equipar os modelos Volvo FH, FM e FMX e cumprem a norma Euro 6 Step D, estando já disponíveis para encomenda na rede de concessionários da marca sueca. A revisão do regulamento europeu de emissões de gases escape teve o objetivo de assegurar que os veículos estejam em conformidade com os limites legais em operações normais de utilização. Para cumprir a norma Euro 6 Step D, os engenheiros da Volvo Trucks procederam a alterações no software e no sistema de pós-tratamento dos gases de escape. Nesta nova versão, o motor diesel D13 também utiliza um novo tipo de óleo de baixa viscosidade, VDS-5 e segmentos novos que reduzem o consumo de combustível e a fricção interna. Além disso, o motor de 500 cv beneficia de uma poupança extra, graças ao aumento da taxa de compressão, passando a ser igual à das motorizações de 460 cv e 420 cv. Ao nível do software, o sistema I-See tam-

bém recebeu uma nova atualização para otimizar o consumo de combustível do camião. Baseado em mapa topográfico de elevada resolução, utiliza dados de GPS para visualizar a topografia da rota e promove a melhor seleção de velocidades, aceleração e travagem do motor. O I-See está projetado para utilizar a energia cinética do camião da melhor forma possível e tem vindo a ser melhorado com várias atualizações, como por exemplo a nova estratégia de engrenamento da caixa de velocidades e o coasting seletivo que permite o uso mais eficiente da função I-Roll (roda livre). “Com o combustível a registar cerca de um terço dos custos dos transportadores, continuamos a remover todas as pedras para encontrar novas formas de reduzir o consumo de combustível nos nossos camiões”, afirma Claes Nilsson, presidente da Volvo Trucks. “Desta vez, uma combinação de pequenas melhorias permite economias de custo significativas para nossos clientes sem comprometer o desempenho ou a produtividade”, refere o responsável. /

dade e rendibilidade. “As necessidades globais de transporte estão continuamente e a mudar a um ritmo muito rápido. E a indústria tem de desenvolver novas e avançadas soluções para se manter na frente. O nosso objetivo é alcançar a liderança no desenvolvimento de produtos e serviços que respondam a essa procura”, adianta o responsável. O acordo entre a Volvo Trucks e Brønnøy Kalk prevê uma solução de transporte autónomo de calcário entre dois “hubs” em Velfjord, na Noruega, sendo os camiões geridos por um operador numa escavadora. O cliente paga pelo serviço total do transporte e por tonelada entregue. /

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NOVIDADES

PESADOS

HAVI LOGISTICS ESPANHA

SCANIA A GÁS NA MCDONALD’S Ao abrigo de parceria com a Scania, a Havi Logistics reforçou a frota de camiões a gás natural para abastecimento da McDonald’s, em Espanha

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Havi Logistics vai acrescentar 14 camiões a gás natural à sua frota de distribuição de produtos aos restaurantes McDonald’s em Espanha a partir dos seus centros logísticos localizados em Madrid e Barcelona. Os veículos foram fornecidos pela Scania Ibérica, compreendendo 12 unidades movidas a gás natural liquefeito (GNL) e as restantes duas a gás natural comprimido (GNC). A Havi Logistics Espanha já tinha ao seu serviço dois camiões GNC, pelo que a sua frota a gás natural veicular passará a ser constituída por 16 camiões. Este investimento da Havi Logistics Espanha insere-se no seu propósito de cumprir o compromisso assumido pela McDonald’s para minimizar a pegada ambiental nas suas atividades logísticas. O anúncio da Havi e da Scania constitui igualmente um apoio à iniciativa Scale Ford Good da McDonald’s, que materializa o compromisso global da multinacional norte-americana para fazer face aos principais desafios globais que a sociedade enfrenta, entre os quais a sustentabilidade e a luta contra as alterações climáticas. Como fornecedor líder na logística da McDonald's, a Havi desempenha um papel fundamental para o êxito dos esforços de sus-

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tentabilidade da empresa na sua iniciativa Scale for Good. Na linha deste compromisso, a Havi uniu esforços com o fabricante de veículos Scania, com vista a implementar um percurso de cinco anos, visando reduzir significativamente a pegada de carbono e o impacto ambiental geral da cadeia de abastecimento da McDonald's. Em Espanha, as duas empresas estão a alargar ainda mais os seus limites, acelerando a entrada em funciona-

mento de veículos de abastecimento de combustível alternativo. Os novos camiões a gás natural veicular foram concebidos para diminuírem significativamente as emissões de dióxido de carbono nos núcleos urbanos. O GNL e o GNC reduzem as emissões de carbono em aproximadamente 20%, prevendo-se que se esta aposta pelo aumento dos veículos a gás continuar, a cadeia de abastecimento da McDonald's acabe, no futuro, por utilizar biogás liquefeito e comprimido, que possa ser misturado com o gás natural ou substituí-lo por completo. Ao utilizar biogás, a redução das emissões de CO2 atingirá os 90%, logo que este biocombustível esteja disponível no mercado. Equipados com motores de baixas emissões, ruído e sistemas de refrigeração, os novos camiões da Scania também são mais silenciosos que os veículos de entregas convencionais, o que também ajuda a reduzir a poluição sonora nas entregas urbanas. Concretamente em Madrid, os veículos irão estar equipados com sistemas de refrigeração elétricos especiais para reduzir ainda mais as emissões de carbono e os níveis de ruído. O itinerário dos combustíveis ecológicos HaviScania está diretamente alinhado com o Plano de Apoio à Mobilidade Alternativa (MOVALT), uma iniciativa do governo espanhol que promove a substituição das frotas de transporte rodoviário por veículos de baixas emissões. /


KÖGEL

FASTSLIDER E FASTFIX Mais funcionais sistemas de lonas deslizantes FastSlider e de amarração de carga FastFix para a nova geração de semirreboques Novum da Kögel

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sistema de lonas deslizantes, opcional e mais leve, FastSlider da Kögel passou a ser proposto em diversas variantes de semirreboques da nova geração de plataformas Novum, designadamente a Cargo, Mega e Lightplus. Este sistema de abertura e fecho rápido consiste numa lona reforçada com pequenas ripas que cumprem os requisitos da norma DIN-EN-12642 Code XL para estabilidade da carroçaria. O sistema de fecho rápido da lona, localizado na parte da frente, permite abrir e fechar numa questão de segundos, enquanto na parte traseira e dianteira existe um mecanismo de expansão e retração. Este sistema é a resposta da Kögel às exigências da indústria automóvel e da indústria das bebidas para menores tempos de carga, proporcionando ainda um

sistema mais seguro, rápido e simples nas operações de carga e descarga. O Kögel FastSlider dispõe de correias que asseguram um deslizamento suave das lonas. A parte superior possui uma guia em alumínio que pode ser combinada com um teto de subir. Na parte inferior é utilizado um perfil de alumínio, que é aparafusado na parte lateral do chassis. A lona sobe de uma forma suave e enrola de forma compacta. O sistema Kögel FastSlider pode ser usado num ou nos dois lados e pode ser adaptado a diversos tipos de logística, como a automóvel, de bebidas ou transporte de paletes. Se for usado apenas num dos lados, o sistema opcional FastSlider inclui um teto integral em lona Kögel Strong & Go e uma lona lateral que corresponde à norma Daimler 9.5. Se o semirreboque estiver equipado com o sistema FastSlider em ambos os lados também terá instalado um teto integral em lona Kögel Strong & Go.

SISTEMA FASTFIX Com o objetivo de substituir as tradicionais réguas em madeira, aço ou alumínio utilizadas na retenção adicional da carga sobre a palete em aplicações como o transporte de bebidas ou de pequenos volumes, a Kögel desenvolveu o novo sistema FastFix. Uma das desvantagens das soluções convencionais residia num manuseamento complicado das réguas, assim como o seu difícil armazenamento. O FastFix, por sua vez, consiste numa correia têxtil flexível, que ocupa um espaço reduzido e tem pouco peso. Para uma fixação rápida, simples e segura da carga existe um mecanismo de abertura e fecho ajustável nos pilares centrais ou de esquina do semirreboque. Para o efeito foram instalados suportes especiais nos pilares, que podem ser reguláveis em diferentes alturas. Se a correia estiver colocada entre dois pilares, basta puxar o tensor de fecho para se obter o efeito de retenção pretendido. /

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NOTÍCIAS

PESADOS

DAIMLER TRUCKS & BUSES

“HUB” TECNOLÓGICO EM LISBOA

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Grupo Daimler abriu um novo “hub” tecnológico em Lisboa, destinado à Daimler Trucks & Buses, com o intuito de aumentar a sua capacidade tecnológica, para facilitar e apoiar iniciativas globais do construtor alemão. Segundo a Daimler, ao tornar-se numa das novas capitais digitais da Europa, Lisboa passou a ser um ponto de reunião para pessoas jovens e talentosas da Europa na área da tecnologia e soluções digitais. A aposta da rede universitária local em fornecer formação superior em novas tecnologias como Data Science, AI/Machine learning, assim como uma comunidade muito ativa e aberta que integra pessoas de várias áreas tecno-

lógicas, industriais e culturais, foram fatores decisivos na escolha por Lisboa. Igualmente importante e atrativo para a Daimle é o forte compromisso e suporte da cidade de Lisboa em trabalhar em conjunto nos tópicos do futuro, como sejam a Mobilidade Urbana ou o Futuro do Transporte e da Logística, entre outros. Numa primeira fase, o Tech & Data Hub da Daimler Trucks & Buses irá contar com cerca de 30 pessoas, especializadas em várias áreas, que se irão concentrar no desenvolvimento de soluções para uma indústria em rápida transformação. Como, por exemplo, a adaptação às frotas eletrónicas, futuro da logística ou integração das infraestruturas. O foco em novas tecnologias e serviços digitais no setor de

veículos comerciais, estará sempre presente. O “hub” tecnológico de Lisboa da Daimler Trucks & Buses também irá apostar numa forte colaboração com as marcas globais do grupo Daimler, parceiros externos globais, cidades, “startups” e comunidades tecnológicas para construir um verdadeiro ecosistema global. Ao apostar nas comunidades “open source” e tecnológicas, construindo comunidades à volta da mobilidade de veículos comerciais e no potencial de novas tecnologias, o Tech & Data Hub pretende posicionar-se com o parceiro preferencial para colaboração interna e externa, assim com o parceiro tecnológico para ser reconhecido com o líder global na transformação da indústria do transportes. /

BARCELONA E VALÊNCIA

NOVA ROTA DIÁRIA DE MEGACAMIÕES

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XPO Logistics introduziu nova rota diária entre Barcelona e Valência com dois megacamiões com comprimento de 25,25 m e um peso bruto de 60 toneladas. Os novos veículos permitirão reduzir as emissões de dióxido de carbono em cerca de 20% por carga transportada. “Nos últimos anos temos desenvol-

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vido o nosso negócio na zona mediterrânica, o que se traduz em maiores volumes nos nossos serviços de distribuição e paletes. Neste momento, só em Espanha, realizamos entregas em mais de quatro milhões de paletes ao ano”, afirma Massimo Marsili, diretor-geral de transporte da XPO Logistics em Espanha, Portugal e Marrocos.

A XPO dispõe de uma frota total de 15 megacamiões em território espanhol habitualmente destinados ao transporte LTL (Less Than Truck Load) para clientes específicos como a Renault ou a Aludium. Além da rota BarcelonaValencia, a XPO Logistics conta aumentar o número rotas realizadas por megacamiões entre os 60 espaços de LTL em Espanha, em 2019.


SCANIA DRIVER COMPETITION

INSCRIÇÕES ATÉ 4 DE FEVEREIRO

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campeonato de condutores profissionais de camiões da Scania está de volta e agora já não há qualquer limite de idade para inscrição, bastando ter carta de condução C+E. A competição, que já vai para a sua sétima edição desde 2003, permite dar visibilidade ao setor do transporte rodoviário de mercadorias, quer à empresa, quer ao motorista, salientando o seu papel como uma das atividades com maior repercussão a nível económico, ambiental e de segurança rodoviária. Uma empresa de transportes que conta com os melhores motoristas permite melhorar a sua prestação em termos de eficiência, segurança, sustentabilidade e rendibilidade. O Scania Driver Competition tem o objetivo de procurar e premiar os condutores profissionais que fazem a diferença ao volante. As inscrições podem ser feitas online em campeonatoscania.pt até ao dia 4 de fevereiro, tendo os candidatos de fazer um teste teórico. Os motoristas também se poderão inscrever desde o portal de gestão de frotas da Scania FMS. A quem não o tiver ativo, a marca faculta gratuitamente – e durante três meses – o paco-

NOVA GERAÇÃO TUGRA DA BMC

te de Controlo (o mais completo), que inclui o acompanhamento em tempo real da frota, das rotas, do impacto sobre o meio ambiente e a localização dos veículos. Depois do dia 4 de fevereiro, os concorrentes que tiverem obtido a melhor pontuação no teste teórico poderão demonstrar as suas capacidades ao volante, na final portuguesa, que irá ter lugar em Lisboa, em abril de 2019. O vencedor representará o nosso país na final europeia, que se realiza em maio de 2019, na Suécia, para alcançar o título de Melhor Condutor Europeu 2019 e ganhar um camião Scania avaliado em cem mil euros.

A BMC, um dos maiores fabricantes turcos de veículos comerciais, lançou a nova gama de camiões Tugra. Vocacionado para transporte de longo curso ou construção, carateriza-se pelo seu design exterior moderno, inspirado nas locomotivas ferroviárias, oferecendo um baixo consumo de combustível e uma elevada potência do motor, graças a uma integração eficiente entre propulsor e transmissão, além de um chassis com um peso reduzido. A gama é proposta em versões trator 4x2 para transporte de longo curso e rígido 4x2, 6x4 e 8x4 para outras aplicações.

CEPSA STARRESSA SAT

NOVO SISTEMA DE PAGAMENTO DE PORTAGENS

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Cepsa lançou um novo sistema de pagamento de portagens por satélite, denominado StarRessa Sat. O dispositivo permite integrar pagamentos e procedimentos administrativos realizados por transportadores profissionais durante as suas viagens internacionais. Segundo a Cepsa, o novo dispositivo eletrónico de cobrança de portagens pode ser utilizado em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Itália, Áustria e no troço da autoestrada A4 Cracóvia-Katowice, na Polónia. Entre os serviços incluídos destaque para a possibilidade de obtenção de uma única fatura mensal com os consumos de cada país e o financiamento da taxa de IVA internacional (faturação líquida), evitando o tempo de espera do seu reembolso. O StarRessa Sat pode ser igualmente utilizado como meio de pagamento em parques de estacionamento e áreas de descanso vigiadas na Europa. O StarRessa Sat é a mais recente funcionalidade a ser incorporada na plata-

CARGA SOLIDÁRIA IVECO NO BRASIL

forma de meios de pagamento StarRessa, que oferece diferentes serviços num ambiente digital, como por exemplo, contratação, faturação eletrónica, área reservada na web, dispositivo móvel. A Cepsa garante que esta plataforma é bastante segura, uma vez que inclui vários mecanismos de segurança, controlo de operações e alertas imediatos sobre situações irregulares.

A iniciativa “Carga Solidária Iveco” tornou muito especial o último Natal a mais de duas mil crianças da pequena cidade de Palestina do Pará, no interior remoto do norte do Brasil. Ao longo de dois meses, a Iveco e os seus parceiros mobilizaram-se na recolha de donativos, que reuniu 3685 brinquedos, transportados numa caravana de camiões, numa viagem de 5521 km entre a fábrica de Sete Lagoas, em Minas Gerais e Palestina do Pará. Os brinquedos chegaram a 2280 crianças, que tiveram um Natal melhor em 2018.

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NOTÍCIAS

PESADOS

DEKRA

RELATÓRIO DE SEGURANÇA DE 2018 PARCEIRA MAN E IRONMAN A MAN Truck & Bus estabeleceu uma parceria com a Ironman Europa, a entidade responsável pela organização de provas de triatlo. Ao abrigo do protocolo entre ambas as partes, a marca alemã de veículos pesados vai passar a ser a fornecedora oficial dos camiões que serão utilizados na logística dos eventos, que decorrem em mais de dez países. O acordo prevê a disponibilização de camiões MAN dotados com pacotes de equipamento XLION que combinam uma elevada qualidade e equipamentos específicos para cada segmento, com extras e pacotes de serviço adaptados a cada país.

PRIMEIRO MERCEDES EACTROS A Mercedes-Benz Trucks entregou o primeiro camião elétrico eActros à cadeia de supermercados alemã Edeka para testes em condições reais de utilização em Berlim. Trata-se de um camião de três eixos com peso bruto de 25 toneladas e caixa frigorífica. O veículo será usado no transporte (até 10 toneladas) de produtos frescos e sensíveis à temperatura, em dois turnos diários e rotas com 150 a 300 km.

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transporte de mercadorias é o tema do mais recente Road Safety Report 2018, da Dekra (https://www.dekra-roadsafety.com/pt/home/). Os números relativos aos acidentes ocorridos nos estados da União Europeia indicam que os seus pesados são bastante mais seguros do que a sua reputação sugere... Todavia, atendendo às elevadas massas envolvidas, os acidentes que envolvem veículos pesados com 12 ou mais toneladas acarretam consequências mais graves, não só para os próprios condutores, mas também, e principalmente, para os condutores de veículos ligeiros e para os utentes mais vulneráveis das vias, peões e ciclistas.

“Apesar de a tendência de redução do número de vítimas que se regista nos últimos 25 anos, é necessário intensificar o esforço para prosseguir essa mesma tendência e convergir com o objectivo definido pela UE de redução do número de vítimas mortais nas estradas”, referiu Sandro Campos na apresentação do estudo da Dekra. No relatório de segurança de 2018 foi salientada a salientada a importância da massificação dos sistemas de assistência à condução, passo efetivo para a concretização da “Visão Zero”, em que ninguém deverá morrer ou ficar gravemente ferido em consequência de acidentes na estrada. /

DA RETA PARA A TJA

SEMIRREBOQUES FRIGORÍFICOS

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Reta - Serviços Técnicos e Rent-acargo entregou um conjunto de semirreboques frigoríficos monotemperatura novos da marca LeciTrailer à empresa TJA - Transportes J. Amaral. As novas viaturas da frota do operador de Estarreja estão equipadas com eixos SAF e motor de frio Carrier, bem como por um conjunto de extras, de acordo com as necessidades do cliente. “Enquanto representantes exclusivos da LeciTrailer no nosso país, é para a Reta um prazer trabalhar com uma marca cuja qualidade e políti-

ca de inovação são amplamente reconhecidas no mercado nacional”, afirma Paulo Caires, Diretor de Marketing e Vendas da Reta”. “A Transportes J. Amaral tem a partir de agora ao seu dispor um conjunto de veículos de elevada qualidade e ficará, sem dúvida, extraordinariamente bem servida. E, afinal, é isso que nos move e que pretendemos potenciar junto de cada cliente e parceiro”. Fundada em 1947, a TJA conta com uma frota recente com 650 viaturas e apresenta-se como empresa versátil e que aposta no transporte de mercadorias à medida das necessidades dos clientes.



NOTÍCIAS

COMERCIAIS

ENCOMENDADAS 20 UNIDADES

HAMBURGO TEM E-BUSES MERCEDES

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s utilizadores de transportes públicos da cidade alemã de Hamburgo são os primeiros a viajarem comercialmente no autocarro elétrico da Mercedes-Benz. A empresa que opera o serviço naquela cidade, Hamburger Hochbahn, já recebeu a primeira unidade do Mercedes-Benz eCitaro e tem mais 19 unidades encomendadas, naquela que terá sido a maior adjudicação, até agora, de autocarros elétricos por uma empresa germânica. O Mercedes-Benz eCitaro fornecido à Hamburger Hochbahn conta com três portas e, entre as suas especificações, incluem-se faróis LED, luzes exteriores e interiores

também em LED, sistema de alerta para o fecho das portas com uma banda luminosa vermelha em LED, sistema independente de climatização da zona dos passageiros e do posto de condução e o programa eletrónico de estabilidade (ESP). O Mercedes-Benz eCitaro conta com uma bateria com capacidade até 243 kWh. A bateria dispõe de um sistema otimizado de arrefecimento, concebido para assegurar o carregamento completo da sua capacidade útil, a mais elevada capacidade de utilização e o ciclo de vida mais longo. Os motores elétricos estão localizados nos cubos das rodas. O eCitaro dispõe ainda de um sistema avança-

do de gestão da temperatura, que reduz o consumo de energia e aumenta a autonomia. Por exemplo, a bomba de calor aquece o interior e os componentes de emissão de calor estão ligados entre si. A empresa Hamburger Hochbahn tem vindo a realizar experiências em condições reais com vários tipos de tecnologias de sistemas de propulsão elétrica para autocarros urbanos. A empresa, que tem em operação a maior frota de autocarros fuel-cell da Europa, já anunciou que, a partir de 2020, só irá adquirir autocarros sem emissões. A frota deste operador é de aproximadamente mil autocarros que realizam 111 carreiras de serviço urbano. /

CARRIS

RENOVAÇÃO DE 250 AUTOCARROS

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Carris recebeu os primeiros 15 autocarros movidos a gás natural – seis standard com chassis MAN A69 CNG e carroçaria City Gold e nove articulados Mercedes-Benz Citaro – adquiridos no âmbito do programa de renovação de frota da empresa, que prevê a substituição de 250 unidades até final do ano. O investimento total será de aproximadamente 60 milhões de euros e inclui autocarros 33 midi diesel, com chassis MAN e carroçaria Atomic, 15 autocarros elétricos Caetano

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e.City Gold, 125 autocarros standard a gás natural, sendo os restantes articulados. “No final de 2019, só com este processo de aquisição, teremos renovado cerca de um terço da atual frota da Carris”, afirmou Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Mais confortáveis, menos poluentes e com serviço wifi gratuito, os novos autocarros irão contribuir para melhorar o serviço de transporte público e a qualidade do ar na capital.


MAN FORNECE 24 AUTOCARROS A VISEU

AVEIRO

PRIMEIROS TRÊS AUTOCARROS ELÉTRICOS

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frota da rede de transporte público urbano da cidade de Aveiro, AveiroBus, já tem ao serviço os seus primeiros três autocarros elétricos, fornecidos pela empresa portuguesa CaetanoBus. Os autocarros e.City Gold têm um comprimento de 12 metros e estão equipados com motores elétricos de 700V, que desenvolvem uma potência máxima de 160 kW. Os autocarros têm uma lotação para mais de 60 passageiros e são operados pela Transdev, que detém a concessão da rede de transportes AveiroBus. A entrada ao serviço dos autocarros elétricos é um “momento marcante no histórico da atividade da Transdev em Portugal e assinala a nossa estreia na exploração de veículos 100

por cento elétricos neste país”, afirma Pierre Jaffard, CEO da Transdev Portugal. O responsável adiantou que a introdução dos autocarros elétricos na rede AveiroBus “não vai implicar qualquer alteração aos horários das linhas, sendo que, numa fase inicial, estes veículos vão circular de acordo com as necessidades de operação, abrangendo as várias rotas que compõem a rede da AveiroBus”. Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Ribau Esteves, salientou que se trata de um momento muito importante para a cidade “na medida em que damos mais um passo naquilo que é o nosso contributo para o equilíbrio ambiental, para a redução da nossa pegada ecológica e para o conforto dos clientes da AveiroBus”.

A MAN Truck & Bus Portugal e a empresa Irmãos Mota forneceram 24 autocarros à empresa Berrelhas, para a frota de transporte público do município de Viseu. Os veículos foram construídos sobre chassis MAN RC2 LE Euro 6 e carroçaria Atomic Urb. Com 10,5 metros, contam com todos os sistemas de segurança disponíveis no mercado. Os veículos cumprem a norma de emissões Euro 6, recorrendo a uma tecnologia que combina a recirculação dos gases de escape (EGR) e a redução catalítica seletiva (SCR) para máxima redução das emissões.

IVECO

BRUXELAS ADJUDICA 141 ARTICULADOS URBANWAY

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operador de transportes públicos de Bruxelas, STIB-MIVB, adjudicou 141 autocarros articulados híbridos Iveco Urbanway. O contrato prevê igualmente o planeamento, construção, fornecimento, implementação, entrega de peças de reposição e manutenção do pacote de baterias, assim como de todos os componentes da cadeia de tração. A adjudicação destes veículos insere-se na estratégia de desenvolvimento da rede de mobilidade sustentável da capital da Bélgica. A versão híbrida-elétrica do Urbanway, de 18 metros de comprimento, foi concebida para facilitar o acesso e melhorar as condições das viagens, proporcionando aos passageiros soluções tais como um piso rebaixado para uma melhorada gestão do fluxo de passageiros,

uma zona dedicada para usuários vulneráveis e áreas modulares que acomodam uma cadeira de rodas ou de carrinhos de bebé. O Urbanway também oferece uma maior capacidade de transporte de passageiros (até 103 pessoas), factor decisivo na escolha final da STIB-MIVB. A entrega destes 141 veículos terá início em maio de 2019.

RETA RENOVA AUTOCARRO DO GIL VICENTE No seu Centro de Assistência Técnica de Vila Nova de Gaia, a Reta procedeu à renovação da imagem e recondicionamento do autocarro do Gil Vicente Futebol Clube. Este trabalho para o clube de Barcelos insere-se na estratégia de diversificação de serviços, designadamente a manutenção e reparação de veículos pesados de passageiros, um segmento onde a empresa tem vindo a apostar desde 2018 e que pretende dar continuidade.

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NOVIDADES

MERCEDES-BENZ TOURISMO M/2 SAFETY COACH"

SEGURANÇA REFORÇADA O Mercedes-Benz Tourismo já era um dos autocarros mais seguros do segmento. Com a introdução dos sistemas ABA 4 e Sideguard Assist, o seu nível de proteção aumentou significativamente

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TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

autocarro de turismo mais vendido da Europa, o Mercedes-Benz Tourismo, já era um dos veículos que oferecia um dos mais elevados níveis de segurança ativa e passiva do seu segmento. Mas isso não era suficiente para os responsáveis da Daimler Buses que decidiram elevar a fasquia com a introdução dos novos sistemas Active Brake Assist 4 (ABA 4) com deteção de peões e Sideguard Assist. O Mercedes-Benz Tourismo M/2 Safety Coach reúne todos os equipamentos de segurança que atualmente estão disponíveis, assumindo-se como a nova referência da sua classe em termos de proteção dos passageiros e dos restantes utilizadores das vias rodoviárias. Uma das novidades absolutas no universo dos autocarros é o sistema ABA 4. Estreado na gama de camiões Mercedes-Benz Actros, foi adaptado para ser utilizado nos pesados de passageiros e consiste numa evolução lógica do anterior sistema ABA 3. Este último já tinha a funcionalidade de poder iniciar uma travagem

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automaticamente até à imobilização completa em caso de risco iminente de colisão com um obstáculo imóvel ou em movimento. O ABA 4, por sua vez, acrescenta a possibilidade de também realizar manobras de travagem em caso de risco de atropelamento de peões. Segundo a Daimler Buses, a performance deste sistema excede os futuros requisitos legais. O Mercedes-Benz Tourismo também passa a contar com o sistema Sideguard Assist, que inclui um radar para monitorizar a faixa de rodagem no lado direito em toda a extensão do veículo e também na traseira. Quando o motorista inicia uma manobra para mudar de direção, o Sideguard Assist analisa a área em questão e alerta para a presença de ciclistas, peões ou obstáculos imóveis na zona de viragem. Além disso, o Tourismo Safety Coach também recebe todos os sistemas de segurança e de assistência à condução que atualmente se encontram disponíveis: sistema autónomo de regulação da velocidade de cruzeiro com função suplementar de stop and go, sistema de assistência ao arranque, Attention Assist (detetor de sonolência), Brake Assist, limitador contínuo de travagem, programa eletróni-

co de estabilidade (ESP), sensores de luminosidade e chuva, monitorização da pressão dos pneus, retarder secundário refrigerado a água e assistente de faixa de rodagem. Caso aconteça algum incidente, o Tourismo Safety Coach dispõe de um alarme de fumo no compartimento da bagagem com testemunho no painel de instrumentos, sistema de extinção de incêndios no compartimento do motor, o sistema patenteado Front Collision Guard, que consiste numa estrutura de segurança por baixo do posto de condução para absorção da energia em caso de colisão. COCKPIT COMFORT PLUS O Mercedes-Benz Tourismo Safety Coach é proposto com o cockpit Comfort Plus, que inclui detalhes em metal para lhe dar um caráter especial. O volante multifunções em pele contribui para um aspeto refinado. O posto de condução está orientado para o motorista, caraterizando-se por apresentar um desenho claro e ergonómico, com instrumentos fáceis de ler e um painel informativo. A forma curva do posto de condução prolonga-se suavemente para o lado do passageiro,


onde se encontra um frigorífico com uma capacidade de 67 litros. O guia tem à disposição um suporte para chávena, uma luz de leitura e um apoio para um tablet. O coração do sistema eletrónico de entretenimento do Tourismo é o Coach Multimedia, que combina o rádio, o leitor de DVD, o sistema de navegação e de telefone, ligação USB e AUX. Os passageiros podem ver filmes em três monitores de 19 polegadas. Além disso, os passageiros também podem configurar o entretenimento que escolherem nos seus dispositivos móveis. O Mercedes-Benz Tourismo M/2 Safety Coach oferece uma lotação para 48 passageiros sentados. Todos os lugares dispõe de uma tomada elétrica e de entradas USB. Uma das opções são os bancos Softline, com o seu padrão em diamante no centro do banco. O revestimento preto “Dinamica” acrescenta um tom de requinte. Para proporcionar um ambiente agradável nas viagens, o autocarro foi equipado com

um sistema de ar condicionado de 35 kW, que possui dois circuitos para aquecimento e arrefecimento, assegurando uma distribuição uniforme da temperatura ao longo de todo o compartimento de passageiros. MOTOR DE 456 CV Uma das opções disponíveis no Mercedes-Benz Tourismo é o motor diesel de seis cilindros em linha OM 470 de 10,7 litros, que desenvolve uma potência de 456 cv e um binário de 2200 Nm. Como resultado, o veículo de dois eixos e 13,1 metros de comprimento proporciona um elevado rendimento com uma excelente eficiência. A mais recente variante deste propulsor recebe o sistema flexível de injeção common-rail X-Pulse. A transmissão é assegurada por uma caixa automatizada de oito velocidades Mercedes-Benz GO 2508 PowerShift que foi especialmente adaptada para utilização em autocarros de turismo. A ponte traseira com

uma relação de i = 3.583 corresponde a um regime de rotação do motor de 1189 rpm aos 100 km/h em oitava velocidade. Como resultado, este autocarro de piso alto poupa combustível, circula silenciosamente em autoestrada e beneficia de uma elevada reserva de potência para enfrentar as subidas. Ao mesmo tempo, este veículo também pode efetuar carreiras interurbanas na relação de transmissão mais elevada com a máxima eficiência. Para otimizar o consumo de combustível, o Mercedes-Benz Tourismo vem equipado com o sistema Predictive Powertrain Control (PPC), que utiliza dados da cartografia e do sistema de navegação para regular a velocidade de cruzeiro e a relação de transmissão mais indicada em cada momento, antecipando as condições da estrada. O PPC também recorre à tecnologia EcoRoll, que coloca a transmissão em ponto morto na condução “à vela”, poupando combustível sem perder velocidade. /

VIGILÂNCIA PERMANENTE O Sideguard Assist, inclui um radar que monitoriza a faixa de rodagem à direita, em toda a extensão do veículo e na traseira, alertando para a presença de peões ou ciclistas

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NOVIDADES

AUTOCARROS

ADL DISPENSA OS ESPELHOS

"RETROVISOR" SMARTVISION Primeiros autocarros urbanos equipados com câmaras exteriores e ecrãs planos interiores já foram entregues pela ADL a operadores britânicos

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ADL – Alexander Dennis Limited entregou os primeiros autocarros equipados com câmaras digitais de alta definição que substituem os tradicionais espelhos retrovisores exteriores. As imagens captadas pelas câmaras podem ser visualizadas pelo motorista em ecrãs planos montados no interior do veículo. O sistema SmartVision destina-se a melhorar a visibilidade e a reduzir os riscos de acidentes. As imagens das câmaras são processadas digitalmente para compensar a iluminação, as sombras ou o brilho enquanto são transmitidas aos ecrãs que estão montados no interior do veículo para eliminar os reflexos dos vidros. O sistema oferece ao condutor a visibilidade de um espelho normal na parte superior do ecrã e de uma grande angular na parte inferior. A luminosidade do ecrã é ajustada automaticamente para proporcionar uma excelente visibilidade, quer de dia, quer de noite.

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Um dos ecrãs planos está montado no pilar A, enquanto o outro está localizado centralmente para evitar a obstrução por uma porta aberta. A colocação em pontos similares aos dos espelhos tradicionais permitem uma adaptação rápida por parte dos condutores. O sistema SmartVision mantém a qualidade da imagem em todas as condições. O software remove qualquer distorção da gotas de chuva ou sujidade nas lentes, enquanto um aquecimento opcional na câmara limpa o gelo ou a névoa. Além da melhoria da visibilidade para os motoristas, os operadores beneficiam de uma redução do risco do dano num espelho ou lesões em passageiros ou peões, o que se traduz numa poupança potencial de 27.700 euros por autocarro. A redução na resistência aerodinâmica também possibilita algum benefício em termos de diminuição do consumo de combustível, em especial a velocidades mais elevadas. Os operadores britânicos First Glasgow e trentbarton foram os primeiros a adquirir este sistema, que está disponível nos modelos Enviro200, de um piso, e Enviro400, de dois pisos. /

NOVA FROTA PARA BERLIM A ADL ganhou um concurso público para o fornecimento de uma nova frota de autocarros urbanos de dois pisos ao operador de transportes públicos de Berlim, BVG. O modelo eleito foi o Enviro500, de 13,8 metros de comprimento, com duas escadas e 80 lugares sentados. Os veículos serão configurados à medida das exigências de operação da BVG e irão disponibilizar novas funcionalidades aos passageiros. Os primeiros autocarros deverão ser entregues em 2020. A encomenda é de 70 unidades, com opção para mais 130.


KARSAN JEST ELECTRIC

AUTOCARRO COM ALMA DE i3 A Karsan lançou um novo miniautocarro elétrico com a tecnologia do BMW i3, que oferece uma lotação para 26 passageiros e uma autonomia de até 210 km

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o abrigo de um acordo estabelecido com o BMW Group, a Karsan desenvolveu um novo miniautocarro elétrico, vocacionado para circuitos urbanos, que conta com tecnologia do BMW i3, incluindo os motores elétricos e as baterias de alta voltagem. Com um comprimento exterior de apenas 5,8 metros e piso baixo, o miniautocarro Jest Electric oferece uma lotação para 26 passageiros, incluindo entre oito e dez lugares sentados. O veículo vem equipado com um motor elétrico síncrono que desenvolve uma potência de 125 kW (170 cv) e um binário máximo de 250 Nm. A velocidade máxima está limitada eletronicamente a 70 km/h. A energia necessária é fornecida por uma bateria compacta de iões de lítio. Constituída por oito módulos – cada um com 12 células –disponibiliza uma capacidade máxima de 44 kWh. Com a combinação de duas baterias, o Jest Electric oferece uma autonomia máxima que pode chegar aos 210 quilómetros. Isto significa que pode operar sem interrupções durante 18 horas. O tempo de carregamento é de seis horas num posto de carga normal ou de 70 minutos num posto de carga rápido. Além disso, a bateria pode ser carregada até 25% da sua capacidade, graças ao sistema de regeneração da energia da travagem. Em alternativa estão disponíveis mais duas opções de bateria com

5,8

M

COMPRIMENTO

26

PASSAGEIROS

210

KM

AUTONOMIA MÁXIMA

70

KM/H

VELOCIDADE MÁXIMA

capacidades de 33 e 66 kWh, com autonomias de 80 km e 165 km, respetivamente. O Jest Electric possui um sistema de suspensão independente nas quatro rodas que proporciona um comportamento dinâmico idêntico ao de um ligeiro de passageiros. O equipamento de série compreende um ecrã digital multimedia de 10,1”, um painel de informação digital, sistema de ignição sem chave, ligações USB e infraestrutura compatível com Wi-Fi. Produzido na Turquia, o Karsan Jest Electric irá ser comercializado no mercado doméstico e em vários países europeus. O fabricante já recebeu encomendas da Roménia, Portugal, Espanha, Eslováquia e França. No nosso país, a marca é representada pela CarBus. Fundada em 1966, a Karsan é um fabricante de veículos que dispõe de um centro de produção e desenvolvimento em Bursa (Turquia) que serve como parceiro de produção para marcas automóveis internacionais como construtor dos seus próprios veículos para transporte local e de longo curso. O seu portefólio inclui comerciais pequenos, autocarros urbanos standard e articulados para aplicações urbanas e autocarros de turismo. “A colaboração com o BMW Group permite-nos responder às necessidades dos nossos clientes no segmento dos veículos elétricos, além de nos ajudar a dar mais um passo na nossa transformação para um fornecedor de soluções de mobilidade sustentável”, comenta Okan Bas, CEO da Karsan Automobil. /

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NOTÍCIAS

AFTERMARKET

SCANIA

NOVAS INSTALAÇÕES NO PORTO

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Scania inaugurou oficialmente as instalações do concessionário do Porto. Localizadas em Moreira, no concelho da Maia, estão implantadas numa área total com mais de 15 mil metros quadrados. A área coberta possui cerca dois mil metros quadrados para serviços de oficina e venda de peças, assim como uma zona de escritórios com 928 m2. As novas instalações, que dependem do concessionário oficial Scania Portugal Região Norte, foram projetadas para dar resposta às necessidades dos clientes da região, aproximando os produtos e os serviços da marca e proporcionando uma assistência personalizada. O novo ponto de serviço da Scania tem como

objetivo dar resposta às necessidades dos clientes, tendo sido dotado com os “meios mais modernos para proporcionar um serviço integral, tanto na parte de oficina como na parte das vendas”, segundo referiu Paulo Duarte, diretor da Scania Portugal Região Norte. Nestas instalações podem ser prestados diversos serviços, desde a venda de camiões, autocarros e motores Scania, até à reparação de veículos industriais e semirreboques novos e de ocasião de todas as marcas, prestando ainda um serviço de assistência oficial às marcas Feldbinder, Wabco, Haldex, BPW e SAF. O ponto de serviço da marca sueca disponibiliza ainda uma vasta gama de serviços conectados, para otimizar a frota e a

manutenção, cursos de condução e opções de seguros e financiamento. A cerimónia oficial ficou igualmente marcada pela entrega de uma placa comemorativa da abertura das novas instalações por parte do diretor-geral da Scania Ibérica, Sebastián Figueroa, que sublinhou: “Todo o nosso esforço, do desenvolvimento tecnológico dos produtos até aos serviços e contratos, passando pela assessoria comercial e técnica e pelo entusiasmo e a energia desta equipa aqui presente, estão focados nos clientes. Para Scania, o mais importante são os clientes que, com o seu apoio, tornam possível que a nossa marca seja líder do mercado em Portugal, com uma quota de mercado de 24%”. /

SPIES HECKER

NOVO WASH-PRIMER PARA COMERCIAIS

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Spies Hecker tem um novo wash-primer sem cromato de zinco Permafleet 4140 vocacionado para a repintura de veículos comerciais. Sujeitos diariamente a um esforço extremo, estes veículos necessitam de um primário de qualidade para preparar a superfície e proteger contra a corrosão. O novo Permafleet 4140 foi concebido para ser usado em alumínio e aço inoxidável, podendo

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ser associado ao ativador Permafleet 3689 ou ao endurecedor lento Permafleet 3691. A fórmula deste primário está vocacionada para as grandes superfícies de veículos comerciais e autocarros. Pode ser facilmente aplicado, seca rapidamente e oferece proteção fiável contra a corrosão. O Permafleet 4140 substitui o Primário de Proteção contra a Corrosão 1: 1 4130 Permafleet e o Primário de Lavagem Especial 2:1 4120 Permafleet.


BOSCH

TESTES COM DIESEL RENOVÁVEL

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Bosch iniciou um programa de testes com um diesel sintético totalmente renovável e desde o início de novembro que os veículos utilizados pelos membros do conselho de administração da empresa alemã são abastecidos com este combustível. Conhecido como “C.A.R.E. diesel”, é sintetizado principalmente a partir de produtos derivados e materiais residuais. O fornecedor deste produto, a Toolfuel, reivindica que o C.A.R.E. diesel reduz as emissões de dióxido de carbono em cerca de 65%, na medição “poço à roda”. “Combustíveis renováveis e sintéticos podem contribuir muito para limitar o aquecimento global. A sua utilização tem um impacto ecológico muito mais rápido do que a substituição dos veículos e das infraestruturas, uma vez que as estações de abastecimento existentes podem permanecer em operação”, afirma Volkmar Denner, CEO da Robert Bosch GmbH. “Os combustíveis sintéticos e renováveis devem ser considerados na regulamentação da frota de CO2 para ligeiros de passageiros e camiões”, acrescenta. Tendo em conta que o C.A.R.E. diesel tem ainda de ser incluído na lei

SERVIÇO ESCAPE FORTE PARA CAMIÕES EURO 6

alemã relativa à prevenção da poluição do ar, não está, por isso, atualmente disponível nos habituais postos de abastecimento. Nos testes realizados com diesel totalmente renovável, a Bosch pretende mostrar como esta solução pode ser adotada em larga escala. A Bosch está a incentivar o uso de combustíveis renováveis e sintéticos. O R33 Blue Diesel, um combustível aprovado e produzido pela Shell, está disponível para veículos de testes e veículos da empresa nos postos de abastecimento da empresa. Este combustível contém até 33% de energia renovável.

TRUCKPARTS BY MERCEDES-BENZ

NOVA GAMA DE PEÇAS E SERVIÇOS

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Mercedes-Benz anunciou o alargamento da sua gama de peças para veículos pesados na Europa com a introdução de uma família denominada TruckParts by Mercedes-Benz. A nova gama está vocacionada para servir clientes que possuem veículos mais antigos e, agora, passam a dispor de uma nova alternativa relativamente às gamas já existentes Mercedes-Benz Genuine Parts e Mercedes-Benz Genuine Remanufactured Parts. Segundo refere a marca alemã, à medida que os seus veículos envelhecem, as expetativas dos clientes também mudam. Os produtos inovadores, a durabilidade e os avanços tecnológicos mais recentes deixam de ser tão importantes, enquanto o preço também tem de se ajustar ao propósito pretendido e ao período de utilização. A segunda marca de peças TruckParts by Mercedes-Benz foi acrescentada aos pacotes de serviços e peças das oficinas da Mercedes-Benz,

estando vocacionada especificamente para estes clientes, aumentando o portefólio para assistência, manutenção e reparação de todos os veículos pesados mais antigos da Mercedes. Para o cliente, o resultado traduz-se em ofertas mais competitivas em termos de preço.

A Escape Forte lançou serviço de reconstrução de filtros de partículas para veículos pesados que cumprem a norma de emissões Euro 6. Após ter sido a primeira empresa portuguesa a desenvolver técnicas de reparação e reconstrução de filtros de partículas para veículos ligeiros, a Escape Forte tornou-se pioneira no nosso país na reconstrução deste componente para pesados. A empresa refere que as viaturas pesadas equipadas com motorizações Euro 6 exigem um serviço mais rápido, de qualidade e confiança, de forma a diminuir o tempo de imobilização da viatura.

DIAMANTINO PERPÉTUA APOSTA NA FORMAÇÃO O Grupo Diamantino Perpétua lançou um programa que proporciona uma oportunidade a todos os colaboradores a participar em formações e cursos académicos para desenvolvimento pessoal e profissional. Segundo esta empresa de Leiria, especializada em venda de peças novas, usadas e recondicionadas para camiões Scania, o objetivo passa pelo desenvolvimento do conhecimento dentro da empresa para aumentar a satisfação dos recursos humanos que têm agora um incentivo extra para terminar, por exemplo, o 12º ano, ou iniciar/acabar um curso.

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NOTÍCIAS

AFTERMARKET

EUROPART NA GLOBAL ONE AUTOMOTIVE A Global One Automotive passou a contar com um membro, a Europart, que é ‘apenas’ o principal distribuidor europeu de peças de substituição para veículos comerciais, autocarros e veículos especiais. O grupo Global One Automotive reforça a sua dimensão, estando agora presente na Europa, EUA e Brasil, com um volume de negócios superior a três mil milhões de euros. A Global One Automotive está em Portugal através da DP Automotive By Leirilis, empresa de Leiria.

CAMPANHA DE PÁRA-CHOQUES SCANIA A Scania lançou uma campanha de promoção para substituição de parachoques, que oferece melhor preço e condições mais vantajosas aos proprietários de veículos da marca. A ação está em vigor na rede de assistência Scania até dia 28 de fevereiro. O párachoques é um dos principais elementos de segurança de um veículo, amortecendo o embate em caso de colisão, além de prevenir danos mais significativos. Para que cumpra a sua função deverá manter as propriedades de resistência e a flexibilidade da peça de origem.

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REDE VDO

TACÓGRAFOS DIGITAIS

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s centros técnicos da rede VDO vão desempenhar um papel fundamental para a implementação dos novos tacógrafos inteligentes DTCO 4.0. Na convenção anual da rede DTCO+, constituída pelas cem melhores oficinas especializadas no tacógrafo digital, a Continental Automotive Spain deu a conhecer a estratégia relativamente à chegada iminente do novo tacógrafo inteligente com tecnologia 4.0 e o seu impacto nos veículos e nas frotas. As oficinas DCTO+ serão as primeiras em toda a Europa com formação e preparação para esta nova geração de tacógrafos digitais. Este novo tacógrafo irá gerar um novo ecossistema que irá afetar os centros técnicos que com-

põem a rede VDO, os quais terão um papel fundamental e uma maior responsabilidade nesta nova etapa. Em matéria de legislação e formação, a rede de oficinas DTCO+, após a conclusão dos cursos e formações obrigatórias, estará preparada para cumprir com todos os requisitos necessários. No que se refere a ferramentas, as oficinas necessitam de um equipamento apropriado para a nova tecnologia, que permita a realização do teste de funcionamento dos diferentes módulos GNSS e DSRC através de recetores de ambos os sinais, assim como prevenir manipulações de sensores, assegurando a máxima proteção, a melhor gestão do tempo das revisões e a melhoria do tratamento da documentação, graças ao ‘workshop tab’. /

ITRACK

POUPAR COM FLEET COPILOT

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startup portuguesa iTrack, sediada em Coimbra, desenvolveu uma tecnologia para gestão de frotas que permite poupar até dois milhões de euros por ano em combustível e manutenção. Denominado Fleet Copilot pode ser instalado em qualquer veículo em menos de 15 minutos, possibilitando não só a monitorização do veículo mas também a interação com o mesmo, limitando em tempo real, através de uma plataforma web, a velocidade máxima ou a rotação máxima do motor. “Percebemos que, na maior parte das frotas, a má utilização dos veículos pode levar a um desgaste e a custos desnecessários”, explica Filipa Brandão, Chief Marketing Officer da iTrack.

“Nestes casos não é eficiente um sistema de alertas, mas. sim, um sistema que atue sobre os veículos”, adianta. O sistema Fleet Copilot permite aos gestores de frota reduzirem os consumos de combustível e aumentar a vida útil do motor. A instalação demora cerca de 15 minutos e pode ser efetuada em qualquer veículo. “Numa frota urbana de mil veículos pesados estimamos uma poupança superior a dois milhões de euros por ano,” sublinha a responsável. Além de permitir esta gestão em tempo real, a recolha de dados efetuada pelo sistema permite antecipar problemas futuros ou potenciais falhas do veículos, incluindo avarias na centralina ou no turbo.


MILLERS OILS

NOVO LUBRIFICANTE TRUCKSYNTH 10W-40

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Trucksynth 10W-40 é o mais recente óleo totalmente sintético para motores de pesados Euro 6 lançado pela Millers Oils, representada em Portugal pela FMF. O novo lubrificante, que também é compatível com motores Euro 4 e Euro 5, possui uma formulação que ajuda a otimizar o consumo de combustível, a reduzir as emissões e a aumentar a eficiência dos propulsores. Além de contribuir para a proteção máximo do motor através da redução do atrito, o novo Trucksynth 10W-40 ajuda a abrandar o desgaste do motor e maximiza os intervalos de mudança de óleo. O novo lubrificante totalmente sintético para motores de veículos pesados da Millers Oils já recebeu a aprovação de fabricantes da equipamento original, incluindo MAN M 3 477, Volvo VDS-3, Mack EO-N e Renault RLD-2. Também satisfaz as especificações ACEA E6 & E7, API CI-4, MB 228.51, Cummins CES 20076 & 20077, Scania Low Ash, MTU Type 3.1 e CAT ECF-1-a. O Trucksynth 10W-40 beneficia da utilização de óleos base e aditivos de alta qualidade, ajudando para assegurar uma rápida circulação do óleo no arranque a frio, mantendo, no entanto, a resistência máxima da película de óleo mes-

GROUPAUTO DISTINGUE ZF AFTERMARKET

mo nas condições mais árduas. O Trucksynth 10W-40 está disponível em embalagens de 5L, 20L, 205L 500L e 1000L e é apenas um dos produtos da gama para pesados da Millers Oils direcionado para a melhoria dos consumos de combustível, a redução de emissões e imobilização das viaturas. A oferta da marca inglesa também inclui lubrificantes de transmissão de baixo atrito, aditivos para combustíveis e massas para os mercados de pesados, agricultara, máquinas de construção, clássicos, passageiros, competição e motas. Todos os pormenores da gama podem ser encontrados no site www.millersoils.co.uk/products.

A Groupauto International nomeou a ZF Aftermarket como “Fornecedor do Ano de 2018”, na cerimónia anual que distingue os parceiros fornecedores nas categorias de logística, marketing, vendas e qualidade. “Este prémio destaca a capacidade de inovação, bem como a forte orientação da nossa equipa para o cliente. Estamos orgulhosos deste prémio e da nossa cooperação de longa data e de confiança com a Groupauto,” afirmou Markus Wittig, diretor de unidade de negócio para o mercado de pós-venda independente da ZF Aftermarket.

DIESEL TECHNIC

EXPANDIR O NEGÓCIO

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ara o Grupo Diesel Technic, o ano de 2018 foi coroado com vários êxitos e sucessos, que compreendeu inúmeros destaques e inovações na área de produtos e serviços. Um dos marcos significativos do ano passado consistiu no lançamento da DT Spare Parts Premium Shop, inserido no programa de fidelização do cliente final. Os compradores dos produtos das marcas DT Spare Parts beneficiaram a fidelização à marca, além de uma gama completa com qualidade garantia. Em cada aquisição recebem códigos de coroa, que podem ser resgatados na Premium Shop, onde após registo gratuito, podem juntá-los e trocá-los por prémios. Ao abrigo da estratégia “Expanda o seu negócio”, a Diesel Technic também lançou novos catálogos e atualizou os restantes. A sua oferta é agora superior a 41 mil produtos de qualidade garantida que cobrem quase toda gama de veículos comerciais ligeiros e pesados. A gama compreende cerca de 40 mil produtos da marca DT Spare Parts e cerca de 1500 da marca Siegel

AMORTECEDORES DE SUSPENSÃO ALEA

Automotive. A oferta é constantemente reforçada e atualizada. Além disso, são publicados regularmente catálogos para camiões, reboques, autocarros, furgões e outras aplicações como veículos para agricultura ou construção, motores marítimos e industriais. Todos os produtos podem ser encontrados no Partner Portal, a abrangente plataforma de comércio eletrónico que permite uma pesquisa rápida e simples dos produtos.

A gama de amortecedores de suspensão para pesados da ALEA foi alargada, passando a incluir 40 referências, das quais 26 dirigidas para reboques e as restantes 14 para camiões. A gama tem aplicação nas marcas mais vendidas em Portugal (Volvo, Scania, Renault, MercedesBenz, DAF e Iveco), assim como nas principais marcas de eixos e reboques, BPW, SAF, Fruehauf, Schmitz Cargobull e Ror. A ALEA é distribuída pela empresas de aftermarket do Grupo Nors: Civiparts, AS Parts e Onedrive.

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TÉCNICA

CONDUÇÃO

MAIS-VALIAS DA TELEMETRIA NAS FROTAS DE PESADOS Há décadas que a telemetria tem vindo a “invadir” automóveis e veículos pesados, não só com uma função de controlar o funcionamento dos mais variados componentes, mas com a possibilidade de tornar muito mais eficaz o desempenho da sua utilização PARCERIA TEXTO PEDRO MONTENEGRO*

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telemetriaéumaforma cada vez mais utilizada de transferir dados em tempo real, tais como a navegação por satélite, dados do veículo, informações meteorológicas ou de intensidade do trânsito automóvel, ao longo de grandes distâncias. O automóvel dos dias de hoje é uma gigantesca rede de cabos elétricos e outros conetores, que ligam sensores e câmaras para recursos de segurança ativos, com sistemas de navegação ou processadores e transmissores de dados. A evolução tecnológica de hoje, a telemetria e a redução de custos na gestão de frotas automóveis levaram a que esta tecnologia se tornasse num equipamento obrigatório em camiões atuais, reboques de mercadorias e mesmo em autocarros. A base desta tecnologia é controlar, armazenar e transmitir informações sobre o veículo, de forma a analisar o seu desempenho, condições, tipo de condução e trabalho do seu motorista, entre outras informações. Como já aqui escrevemos, existem há algum tempo aplicações para smartphones de fácil utilização, baseados em telemetria. “Desde a aquisição de gasóleo, passando pela disponibilidade seletiva de mercadorias a transportar, verificação e controlo do estado de manutenção

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do veículo camião, até à definição mais eficiente das rotas, de forma a otimizar o complexo processo do transporte e a torná-lo mais eficiente, mais seguro e mais rápido”. Toda esta evolução se torna necessária pela constatação de que temos um inúmero conjunto de cerca de metade dos veículos de transporte de carga nas estradas da Europa, que circulam somente a 50% da sua capacidade máxima de carga! Mas também que quase um quarto dos camiões circulam em cada instante, sem qualquer tipo de carga. Há muito que esta tecnologia é utilizada na Fórmula 1 para monitorizar o desempenho dos monolugares, para gerir o funcionamento do motor e de muitos outros órgãos. Mas foi em 1975 que apareceram os primeiros dados a serem transmitidos pela McLaren que implantou a telemetria pela primeira vez, registando dados sobre um automóvel, um IndyCar, capturando 14 informações que poderiam ser descarregadas nas “boxes”. Dez anos mais tarde aparecem os primeiros processadores a gerirem a gestão de motores de forma a melhorar a fiabilidade e o desempenho do carro. Mas foram os anos 90 do século passado que fizeram aumentar muito a capacidade de processamento do automóvel e de toda a equipa no controlo por telemetria, passando inclusive para controlo da suspensão através de sistemas ativos, controlo de tração pela utilização autónoma do sistema

de travagem, como temos hoje em quase todos os automóveis à nossa volta! MELHORAR O DESEMPENHO DO VEÍCULO Existe hoje uma diretiva comunitária que obriga os automóveis novos a terem sistemas de eCall, devendo estar equipados com um sistema de recurso a telemetria, que irá alertar os serviços de emergência, quando um veículo estiver envolvido num acidente. O sistema irá funcionar mesmo se o condutor estiver inconsciente, ou ser atuado por intermédio dum botão dentro do veículo. Será que o nosso próximo automóvel, irá transmitir os dados da nossa forma de conduzir para a nossa seguradora? É que hoje já o podem fazer para o nosso superior hierárquico com elevada precisão em termos de consumos de combustível, controlo de tempos de condução, número de vezes e intensidade da pressão exercida no pedal de travão, pois o veículo já deteta os procedimentos e técnicas duma condução mais ou menos eficaz, assim como o trabalho da caixa de velocida-


MUNDO INFINITO A telemetria abre uma infinidade de possibilidades de aplicação, do controlo do veículo aos tempos de uso

des, entre muitas outras opções ao alcance do condutor. Então, verifica-se que se pode aumentar substancialmente o desempenho e a conformidade do veículo automóvel pesado ou mesmo ligeiro. Controlo sobre os tempos de condução e tempos de trabalho do motorista, algo cada vez com mais exigências legais. Alerta para os motoristas, antes ou quando atingem as situações de contravenção, mesmo pelas Autoridades das Condições de Trabalho. Ajuda aos motoristas em certos pontos de circulação

com maior dificuldade, nas rotas a efetuar, informação sobre o planeamento das viagens durante a carga e descarga, assim como pontos de paragem e descanso, identificação de motoristas com comportamentos menos próprios. Dos acidentes, 95% têm a ver com fracas atitudes, procedimentos e técnicas de condução menos seguras e com esta tecnologia, a ajuda pode ser preciosa, em muitos casos. Além do agendamento otimizado das cargas e descargas, tomada e largada de passageiros, ferramentas e muitas outras opções que podem

ajudar a reduzir o número total de emissões, custos com combustível, custos operacionais e muito mais duma frota de camiões ou de veículos de transporte para passageiros. A contribuição do motorista é essencial para a segurança e a eficácia do veículo, podendo melhorar com informação e ajudas adicionais, a responsabilidade, os tempos de resposta ao serviço estão a ser cada vez mais melhorados com estas ajudas. Por estas razões, temos uma adesão cada vez maior a esta tecnologia de controlo à distância sobre uma série de variáveis essenciais, de forma a ajudarem a melhorar a rentabilidade no transporte profissional rodoviário. Por estes factos, temos um mercado diretamente relacionado com a telemetria a crescer na casa dos dois dígitos, mesmo nos próximos anos. Conduza com eficiência, mas saiba impor segurança! / * Formador de Técnicas Avançadas de Condução de Veículos Pesados e membro da Associação Portuguesa de Centros de Formação de Condução Avançada ampadrive@gmail.com

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NOTÍCIAS

PNEUS

GOODYEAR

GAMA OMNITRAC PARA USOS MISTOS

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Goodyear desenvolveu uma nova gama de pneus para camiões de serviço misto que proporciona uma maior resistência contra os danos e uma vida útil mais longa que a anterior geração deste tipo de pneumáticos da marca norte-americana, além de uma garantia contra danos acidentais e recauchutagem. A nova gama Omnitrac incorpora a tecnologia DuraShield, que combina uma elevada robustez com uma performance e recauchutabilidade melhoradas. Os novos Omnitrac destinam-se a aplicações de serviço misto, que incluem a passagem por locais não pavimentados, embora a maioria dos trajetos sejam realizados em estrada. Neste tipo de aplicações incluem-se básculas, betoneiras misturadoras de cimento, bombas de cimento e camiões de plataforma utilizados na construção, na recolha de resíduos sólidos ou de reciclagem, entre outros. A gama compreende dez medidas – seis Omnitrac S para o eixo direcional e quatro Omnitrac D para o eixo de tração – incluindo a nova medida 315/70 R22,5 para a indústria de serviços mistos, que se carateriza pelo recurso crescente a tratores 4x2.

NOVO AVON AV12

A tecnologia DuraShield apresenta uma cintura exterior exclusiva para uma resistência adicional contra os danos na carcaça e oferece uma maior vida útil, cumprindo ainda a norma 3PMSF relativa a pneus de inverno.

COOPER TIRE

NOVO EVOLUTION VAN

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Cooper Tire Europe lançou o novo pneu Evolution Van que foi concebido para oferecer as melhores condições de utilização ao condutor. O pneumático recebeu um composto de piso mais resistente que assegura uma maior durabilidade e um melhor desempenho de travagem em superfícies molhadas. As paredes laterais foram igualmente reforçadas para ajudar a diminuir os danos e o desgaste prematuro. Segundo refere a Cooper Tire Europe, o novo Evolution Van foi projetado para proporcionar a melhor relação entre qualidade e preço, uma vez que, segundo a marca, “não só é durável e robusto, como oferece uma baixa resistência ao rolamento, consumindo menos combustível, tornando a mais recente novidade na gama de produtos da Cooper numa opção económica e inteligente para os proprietários de veículos comerciais e para os gestores de frota”. Em termos de performance, a nova mistura do piso deste pneumático para veículos comerciais, rica em sílica, oferece estabilidade nas travagens em superfícies molhadas e uma excelente manobrabilidade. Outra caraterística

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consiste num flanco mais resistente com uma nervura de proteção contra impactos nos lancis dos passeios, a qual tem uma profundidade de 1,5 mm, ajudando a aumentar a vida útil e a minimizar os danos nas paredes laterais provocados pelos impactos.

A oferta da Avon Tires foi reforçada com a disponibilização do novo pneu AV12 para veículos comerciais. Na conceção deste produto foi utilizada a experiência da marca nos ralis para criar flancos mais robustos graças aos “nervos de desgaste” que protegem contra os impactos. A parede lateral proeminente também ajuda a evitar o desgaste. A mistura da banda de rolamento incorpora sílica para aumentar a durabilidade, assim como a travagem em piso molhado. O AV12 cobre cerca de 80% do mercado de comerciais ligeiros.

PNEUS BRIDGESTONE COM RFID Os pneus de camiões e autocarros da Bridgestone passaram a ser fornecidos com sistemas de rastreamento eletrónico RFID. Utilizado em todos os interfaces da marca permite aumentar o valor aos seus sistemas de gestão de pneus para frotas de veículos de veículos comerciais “Total Tyre Care”. Os clientes poderão aceder livremente aos relatórios gerados pelo interface, ajudando-os a otimizar o custo total da gestão de frotas, reduzindo os custos associados à manutenção dos pneus, garantindo a maior eficiência de operação dos veículos.




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