Revista AE 12

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Ano III Nº 12

Dez/2005 e Jan/Fev 2006 www.artestudiorevista.com.br

Sonho realizado Projeto Projeto ousado ousado de de decoração decoração de de festas festas torna torna realidade realidade um um conto conto de de fadas fadas

Maison Parahyba O colunista Gerardo Rabello e a arquiteta Liamar Primo pr omovem a mostra de ar quitetura mais impor tante do promovem arquitetura importante Estado, com mais de quarenta expositores Com mais de dezesseis anos no mercado, as arquitetas Ana Helena e Ângela Diniz mostram seu estilo de trabalho na seção por tfólio portfólio A arquiteta Débora Julinda contrapõe materiais modernos com o rústico para ambientar apartamento em Manaíra Jogo de volumes e preocupação com o ambiente marcam projeto para igreja em Cabedelo, idealizado pelo arquiteto Ricardo Vidal




Sumário

Editorial

É tempo de comemorar

capa

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Chegamos ao final do ano, época em que reservamos tempo para comemorar as vitórias dos últimos 365 dias e esquecer ou aprender com o que não deu certo. Aqui, vamos ressaltar nossas conquistas e comemorar com você, leitor, o sucesso e crescimento de nossa revista. Neste número de final de ano, que sempre é lançado na festa que promovemos em homenagem ao Dia do Arquiteto, estamos com uma edição especial, com mais páginas, trazendo uma cobertura completa do Maison Parahyba, promovido pelo colunista social Gerardo Rabello e a arquiteta Liamar Primo. O nosso projeto da capa não poderia ser mais propício à data. Uma festa, uma comemoração, uma história de conto de fadas. Com ousadia, requinte e muito trabalho, o arquiteto Henrique Santiago elaborou o projeto de decoração e ambientação de uma festa de 15 anos, às margens do rio Paraíba, na praia do Jacaré. Um belo projeto que se destaca tanto pela estética, quanto pelo novo. E é justamente esse conceito, que agrega beleza e vontade de fazer diferente com competência, que a Artestudio vem buscando em seus dois anos de vida. Quanto às reportagens desta edição, mais uma vez a polêmica vem à tona. Desta vez, entrevistamos os dois personagens centrais da discussão sobre a outorga onerosa em João Pessoa. O secretário municipal de Planejamento, Luciano Agra, e o presidente do Sindicato da Construção Civil, Stello Queiroga, falam sobre os prós e os contras dessa taxação para o setor. Trazemos ainda uma matéria especial sobre a casa ecologicamente correta, uma reportagem sobre a preservação da art-déco em Campina Grande, matérias sobre a volta da laca no revestimento dos mobiliários de madeira; sobre a Mostra Brasil na França, na qual três arquitetos paraibanos estiveram presentes; além de projetos de arquitetos da terra (Débora Julinda, Ana Helena Andrade, Ângela Diniz e Ricardo Vidal). Então, aproveite nossa última edição do ano, comemore conosco nossas conquistas, enumere as suas vitórias e comece o ano novo com mais energia para colocar em prática tudo que foi planejado e não cumprido. Prometemos fazer o mesmo. Boas festas e até a próxima edição!

O arquiteto Henrique Santiago constrói um conto de fadas para uma festa de 15 anos, inovando na decoração de interiores, com um projeto moderno e arrojado

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A Artestudio mostra os dois lados da polêmica da outorga onerosa, nas entrevistas de Luciano Agra (secretário de Planejamento) e de Stelo Queiroga (presidente do Sinduscon)

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Os arquitetos paraibanos Antônio Claúdio, Ernani Henrique e Gilberto Guedes participaram da mostra internacional Encore Moderne?, na França

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Como conciliar conceitos ecológicos com arquitetura? Como harmonizar sua casa com o espaço a sua volta? Conheça a casa ecologicamente correta

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Campina Grande tem um dos mais preservados conjuntos de Art Déco do país. Mesmo com a melhoria das fachadas,o Centro ainda sofre com a poluição visual

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A laca é uma das tendências do mobiliário moderno.No Brasil, esse revestimento na cor branca tem ganhado força e inovações tecnológicas que aumentam sua durabilidade

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entrevista

internacional

especial

reportagem

materiais

Márcia Barreiros e Luciana Oliveira concurso Revista Artestudio promove concurso, envolvendo 37 arquitetos paraibanos, mobiliza setor e recebe incentivo de profissionais

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Entrevista

Nova Polêmica Mais uma discussão pega fogo entre os profissionais da área da construção civil e arquitetura e a Prefeitura de João Pessoa. Dessa vez, o centro das atenções é a cobrança da outorga onerosa, que é um instrumento de cobrança aplicado às edificações que

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AE: A cobrança da taxa da “Outorga Onerosa” deve, de alguma maneira, incidir sobre o preço final dos imóveis e reduzir o percentual de vendas do setor? De que maneira a taxa é cobrada e como a Prefeitura avalia esta situação? Luciano: Indiretamente sim, em um percentual ínfimo, muito menor do que se alardeia na imprensa. No entanto, não acreditamos que comprometa o funcionamento do setor imobiliário da maneira como vem sendo enfatizado. A Outorga não é uma taxa e sim um preço público para concessão de licença de construir além de um determinado limite. AE: Quais são os pontos favoráveis da cobrança da taxa? Luciano: A outorga onerosa é um instrumento de inclusão das Zonas Especiais de Interesse Social. Traduzindo, essas são as áreas carentes da cidade que necessitam de melhoria na infraestrutura como pavimentação e drenagem. Os recursos arrecadados com a outorga vão compor o Fundo de Urbanização que tem a finalidade de viabilizar obras sociais. AE: Os construtores afirmam que em cidades, como Natal, o valor da taxa é muito inferior ao 06

ultrapassarem o índice de aproveitamento do solo nas Zonas Adensáveis Prioritárias. Para mostrar os vários pontos de vista da polêmica, a jornalista Kaylle Vieira conversou com o secretário de Planejamento, Luciano Agra, e com o presidente do Sinduscon-JP, Stelo Queiroga.

que está sendo cobrado em João Pessoa. A taxa foi afixada em que parâmetros? Luciano: As cidades são diferentes, as infra-estruturas também. O preço público em João Pessoa foi estabelecido tendo como referência o valor venal do terreno que é, na prática, muito inferior ao valor de mercado utilizado pelo setor imobiliário. A base de cálculo respeita a Planta de Valores Imobiliários do Município e incide somente sobre áreas privativas dos imóveis prediais.

AE: O sindicato dos trabalhadores apóia a cobrança da taxa. E a sociedade como um todo? Como é que o pessoense está avaliando a outorga onerosa? Luciano: Com a outorga vamos ter uma nova relação com a indústria da construção civil. A cobrança da outorga implica em compromissos mútuos. Os recursos continuam na cadeia produtiva do setor. Vai haver uma diversificação da indústria da construção através da ampliação de obras públicas. Os trabalhadores do setor já entenderam que os benefícios virão com base na ampliação do mercado de trabalho e direito à qualidade habitacional, à cidadania. AE: Os construtores criticam a forma que a taxa foi imposta. O senhor acredita que é possível haver um diálogo para chegar a um acordo?

Luciano Agra Secretário de Planejamento Municipal

Luciano: Não estamos tratando de uma taxa ou imposto e sim de um preço público. O Governo Municipal, na administração do prefeito Ricardo Coutinho, estará sempre aberto ao diálogo diante de qualquer questão. No entanto, o impasse provocado pelos construtores está focado na base de cálculo que está prevista no Plano Diretor que é uma lei complementar fundamental na arquitetura jurídica do município, com respaldo legal na execução da política urbana de João Pessoa.


“Com a outorga, deve haver uma retração no número de lançamentos, que deve ser seguida por uma diminuição de compradores” Stelo Queiroga

AE: Porque os construtores são contra a outorga onerosa? Stelo: Pelo simples fato dela ser uma taxação. As empresas não suportam mais tantas taxas, tantos tributos. Não tem sentido para o empresário que está começando um empreendimento ter que pagar o valor do terreno para o vendedor e ter que pagar mais três terrenos para Prefeitura para ter o direito de construir. A situação só não está pior porque o valor venal está desatualizado. AE: Qual o prejuízo que a taxação traz para os construtores e para a sociedade? Stelo: Para nós, o prejuízo é que temos um concorrente na fase mais difícil do empreendimento, no início. Num segundo momento, é natural que a empresa repasse esse custo para o preço final do produto. Nesta hora, o prejuízo vai para o consumidor final. Deve haver uma retração no número de lançamentos, que deve ser seguida por uma diminuição de compradores. AE: A Prefeitura defende que a arrecadação da taxa será revertida para construção de casas populares e, de uma maneira ou de outra, vai contribuir para geração de mãode-obra e para aumentar a demanda das construtoras. Esse é ponto positivo da outorga? Stelo: Eu acredito que o que a Prefeitura conseguir arrecadar, ela vai investir honestamente. Da forma que a outorga foi colocada, ela vai acabar sem conseguir arrecadar nada, porque vamos nos retrair e pouquíssimas empresas têm condições de pagar as taxas nos moldes que são desejados pelas prefeituras. Se não tem o recurso, não tem casa popular. AE: Em outras cidades, também é cobrada essa taxa. De que maneira ela é colocada para os construtores?

Stelo Queiroga Presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa Sinduscon-JP

Stelo: Eu fiz uma pesquisa e verifiquei que, em nenhum lugar do Brasil, tem nada parecido com o que se quer cobrar aqui. Em Natal, por exemplo, a taxa é calculada em cima do custo da obra, baseado no Custo de Unidade Básica. Isso equivale a um décimo do que se quer cobrar aqui em João Pessoa. AE: Os construtores continuam contra a outorga ou existe alguma possibilidade de acordo? Stelo: A gente tentou negociar com a Prefeitura. Eu pedi uma audiência com o prefeito, diferente do que ele alardeia, e iniciamos a negociação. E esbarrarmos num ponto que é o que estamos até hoje. Ele não aceita rever o valor. Quando sentimos que a coisa não caminhava, entramos na Justiça questionando não só o valor, mas também a própria outorga. Agora estamos questionando tudo. O ideal é que a outorga tenha um valor aceitável. Ou melhor, que nós tivéssemos um incentivo da Prefeitura.

“Os recursos arrecadados com a outorga vão compor o Fundo de Urbanização que tem a finalidade de viabilizar obras sociais” Luciano Agra

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Portfólio

Estilo próprio Uma história de vida dedicada à decoração e à arquitetura. É assim que podemos definir a trajetória de Ângela Diniz e Ana Helena Andrade. Há 16 anos elas desenvolvem desde projetos pequenos, como de um lavabo, até grandes construções. Segundo Ana Helena, é impossível calcular o número de trabalhos que o escritório já realizou. “Eu sei que foram muitos. Trabalhamos juntas desde o início. Temos um portfólio extenso”, destacou a arquiteta. Tanto tempo de trabalho fez com que Ângela e Ana passassem por vários momentos da arquitetura e da decoração. Ângela destacou que, apesar das mudanças, elas seguem um estilo próprio. “Trabalhamos com círculos, com curvas e na combinação do branco com cores vibrantes, como verde, o laranja e o pink. E, é claro, também estamos antenadas com

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as tendências do mercado”, disse. Um detalhe interessante é o uso da película colorida, que pode ser mudada sempre que o cliente quiser, proporcionando ao ambiente um visual totalmente diferente. A maior preocupação das arquitetas é a satisfação do cliente, por isso elas buscam parcerias com bons fornecedores. “É fundamental trabalhar com materiais de excelente qualidade e que tenham credibilidade no mercado”, frisou Ana Andrade. O uso de um porcelanato de qualidade, segundo Ângela, é um dos produtos que garante a satisfação dos clientes. “A escolha do revestimento é muito importante, por isso optamos por materiais da terra, com um leque de opções e cores que nos permita uma grande diversificação. Outro ponto importante é a relação custobenefício”, enfatizou a arquiteta.

Arquitetas:

Ana Helena Andrade e Ângela Diniz Revestimentos: Elizabeth Texto: Kaylle Vieira Fotos: Mano de Carvalho



Interiores

Forma e estética

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O ponto de partida para a decoração do apartamento de cobertura, localizado em Manaíra, foi aliar a forma e a função estética da escada, que une as áreas sociais e separa o estar da copa. Para chegar ao resultado final, a arquiteta Débora Julinda criou, em aço e vidro, uma “escadescultura”. Uma verdadeira obra de arte que dá leveza e elegância ao apartamento. O estar ocupa um amplo espaço iluminado, ideal para receber visitas, já que foi elaborado em um conceito de multiambiente. Já na copa, que fica ao lado da escada, são utilizados os mesmos materiais que são empregados no apar tamento. O ambiente ainda é realçado com o uso das cadeiras da Saccaro de fibra natural. Para dividir a área social e os ambientes privados, Débora Julinda criou

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uma estrutura deslizante, em aço, vidro e madeira. Outro destaque do ambiente é o painel que ornamenta o estar, que dá mais descrição à divisória. Débora Julinda optou por um projeto de ambientação e design de interiores que utiliza a linguagem das linhas retas e definidas, adotando elementos e materiais que incorporam inovadores recursos tecnológicos, como o aço e o vidro, contrapostos a outros, caracterizados pela rusticidade e simplicidade, como a palha e a madeira. Arquiteta:

Débora Julinda Mármores: M.M. Granitos Ornamentos: Bazaart Revestimento: Portobello Tapetes: Adroaldo Tapetes Texto: Kaylle Vieira Fotos: Mano de Carvalho





Fotos: Divulgação

Internacional

Encore Moderne? A Paraíba na França A Paraíba foi muito bem representada na exposição Encore Moderne? Architecture Contemporaine au Brésil , organizada pelo Institute Français d´Architecture – IFA e o Ministério da Cultura do Brasil, através do Paço Imperial do Rio de Janeiro, que aconteceu em outubro na França. Os arquitetos paraibanos Antônio Cláudio Massa, Ernani Henrique Júnior e Gilberto Guedes fizeram parte da comitiva de 40 profissionais brasileiros que participaram do evento. A mostra, que fez parte da programação cultural do Ano do Brasil na França, foi inaugurada em 11 de outubro no Palais de la Por te Dorée em Paris, simultaneamente com o “Panorama da Arquitetura Européia” e a Premiação Mies Van der Rohe, um dos mais importantes eventos da categoria. Os arquitetos foram convidados para par ticipar da exposição após uma avaliação em nível nacional - que reuniu a excelência da produção brasileira de 1928 a 2005 e que foi realizada por seis críticos de arquitetura, sob a curadoria do arquiteto Lauro Cavalcanti, diretor do Paço Imperial do Rio de Janeiro. De acordo com nota do jornal francês Le Monde, a exposição Encore Moderne? Architecture Contemporaine au Brésil foi uma das mais importantes realizadas pelo IFA.

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O evento buscou revisitar o período heróico da arquitetura moderna brasileira, destacando vários outros nomes além da figura emblemática de Oscar Niemeyer e por outro lado analisar a produção das novas gerações através das obras e projetos de quarenta jovens arquitetos. A par ticipação dos arquitetos paraibanos se deu em dois momentos: na categoria multifamiliar, em que Antônio Cláudio Massa e Ernani Henrique Júnior apresentaram a obra do edifício Cabo Branco Residence, projeto de requalificação de um antigo centro comercial localizado na Praia do Cabo Branco, que contribuiu para a revitalização de uma esquina importante da avenida. Já o arquiteto Gilber to Guedes expôs um projeto unifamiliar, também localizado na orla da Praia do Cabo Branco, que aborda uma nova contextualização das habitações junto ao mar, recriando com novas técnicas e materiais, elementos da arquitetura tradicional. Texto: Kaylle Vieira

Cabo Branco Residence, projeto dos arquitetos Antônio Claúdio Massa e Ernani Henrique Júnior

Projeto residência unifamiliar do arquiteto Gilberto Guedes



Prancheta fachada norte

Confor to ambiental e espiritual Um jogo de volumes, dividido em três partes, marca o projeto da Igreja Betel da Praia do Poço, em Cabedelo (PB), idealizada pelo arquiteto Ricardo Vidal. As três partes da edificação, dispostas em um lote com 24m x 30m, tem como elemento articulador dos espaços, uma circulação principal. Ela é quem interliga as diferentes atividades previstas no programa, dando continuidade e fluidez aos ambientes e convidando o usuário a caminhar através dos jardins, outro ponto forte do projeto. São as passarelas em madeira que fazem essa transição da circulação dos espaços. Outro aspecto importante considerado no projeto é a preocupação com o conforto ambiental. “A criação Divina, representada pela natureza, é posta em contato com o projeto quando o pavimento térreo abre-se à

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ventilação como um grande terraço e agrega os recuos lateral e de fundos, onde haverá um jardim”, explica Ricardo. Da mesma forma, o volume destinado ao Centro Educacional busca a melhor ventilação possível, assim como a fachada oeste da edificação não permite a entrada direta do sol da tarde. As três partes da edificação serão assim divididas: - O primeiro volume, que se destaca na fachada norte, como uma grande empena cega marcada por frisos, abriga o Templo e o Batistério. Com um recuo frontal maior que o exigido por lei, que confere ao edifício uma melhor perspectiva, este espaço se caracteriza como um local que, isolado do ambiente externo, transmite paz e tranqüilidade. - O segundo volume, uma caixa branca com esquadrias em madeira suspensa sobre pilotis,

fachada sul

marca o acesso. Contrapondo-se com a grande massa do volume do templo, essa caixa dá leveza e harmonia à edificação. Nele está localizado o Centro Educacional, composto de seis salas de aula, uma no térreo e cinco no pavimento superior. Estas salas são para uso da escola bíblica da Igreja, que também ministra gratuitamente aulas de alfabetização para jovens, adultos e idosos da comunidade circunvizinha. Esta parte da construção também abriga a cozinha que apóia o Salão de Eventos. - O terceiro volume, onde se localiza o Salão de Eventos, espaço destinado a reuniões comunitárias e a lugar de descontração, pode ser visto nas fachadas sul e oeste. Consiste basicamente numa cobertura solta, que valoriza a sombra e o contato com os jardins. Sob esta cobertura sombreada surge a caixa que abriga os sanitários, secretaria e gabinete.

Arquiteto:

Ricardo Vidal Projeto: Igreja Betel da Praia do Poço Maquete Eletrônica: Leonardo Tavares e Bruno Trigueiro Texto: Luciana Oliveira 16

planta superior

planta térreo



Especial

Reinvente a sua casa Conservar a natureza. Não poluir. Reutilizar. Reciclar. Minimizar impactos ao meio ambiente. Como conciliar conceitos ecológicos e arquitetura? Como fazer com que a sua casa se harmonize com o espaço à sua volta?

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A resposta está na Bioarquitetura, na Permacultura, em técnicas, tecnologias e produtos ecológicos, que propõem uma mudança de ponto de vista, de ética e de filosofia de vida. É o cuidado com o planeta, que proporcionará que a atual e as futuras gerações vivam em um ambiente equilibrado e saudável. Há dois caminhos distintos a serem seguidos, que dependem do tipo de projeto. No caso 18

de um projeto de construção, é possível aplicar, desde o início, técnicas que minimizarão significativamente o impacto da moradia ao meio ambiente. Para uma casa ser considerada ecológica, ela deve obedecer a alguns critérios: 1.Respeitar a topografia local e incorporar-se à paisagem sem agredi-la. 2.Usar materiais e técnicas de construção saudáveis e sustentáveis.

3.Conseguir reutilizar e reciclar as chamadas águas cinzas (banho, pia e tanque) e usar o telhado para coletar água de chuva. 4.Tratar adequadamente dejetos líquidos e sólidos, reintroduzindo-os, de forma positiva, aos ciclos naturais da região. 5.Incorporar vida vegetal para purificar o ar externo e interno - o que pode ser feito mesmo em pequenos espaços, como apartamentos. 6.Adequação ao clima local e orientação em relação aos ventos (para aproveitá-los ou evitá-los), ao sol, às chuvas e à vegetação. Isso faz com que seja termicamente agradável.


Se a casa, contudo, já está montada – ou vive-se em um edifício, onde as mudanças são mais lentas –, também é possível melhorar significativamente a qualidade de vida de todos com a reciclagem do lixo, o uso de produtos ecológicos como tintas, móveis e pisos e o não desperdício de água, para citar alguns exemplos.

Vista da sala de TV desde o telhado de grama. À direita é possível ver a placa de vidro que leva luz natural para o andar embaixo.

Texto e fotos: Ana Flora Caminha, jornalista, designer de interiores e atua na área ambiental

Vista dos fundos da casa, de onde pode ser visto o telhado de grama e o respeito ao desnível do terreno. As plantas do fundo da casa crescem com a técnica de reaproveitamento de esgoto.

Abertura no telhado traz luz natural para o andar inferior, eliminando a necessidade de lâmpadas durante o dia

Escadas mostram o desnível do terreno, que não foi aterrado, respeitando a topografia do local.

O telhado de grama traz conforto térmico para o andar logo abaixo, dispensa o uso de telhas e se integra à paisagem




Interiores

Espaçoso e Aconchegante

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O desafio de decorar um ambiente com bom gosto e que agrade o cliente não é tarefa fácil para nenhum profissional. Imagine então planejar a ambientação de um apartamento de 300m2. Para realizar o sonho dos clientes – um casal com três filhos –, as arquitetas Larissa César Vinagre e Suellen Montenegro, do escritório LS Arquitetura, colocaram, literalmente, a mão na massa desde o in ício da construção do apartamento. Foram dois anos de trabalho e de muita dedicação. O resultado não

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poderia ter sido outro: a ambientação do apartamento não só agrada aos olhos, mas desperta também o desejo de querer um local tão aconchegante para morar. Segundo Larissa Vinagre, como o quarto do casal era bem espaçoso, elas optaram por dividir o espaço em dois ambientes. O quar to ganhou uma ante-sala, onde foi montado um ambiente de estar. Como a proprietária prezou por uma ambientação simples, mas com toques de sofisticação, as arquitetas utilizaram o branco nas paredes do quar to e o laranja na ante-sala.

A ambientação contou ainda com um painel no teto - em cima da cama - que deu ao quarto uma iluminação bem diferenciada. O uso da madeira, do vidro e do aço inox também estão na ambientação. O banheiro do quar to do casal recebeu mármore e metais. Para dar mais privacidade e mais mobilidade ao banheiro, as arquitetas utilizaram um painel de espelho para separar a área do box e do sanitário, dando mais liberdade para quem estiver usando o lavabo. No quarto das meninas, de 14 e 7 anos, as arquitetas optaram pelo branco e o uso do


rosa nos detalhes. Em cima da cama das garotas, foi montado um painel de vidro. As bonecas e objetos de decoração deram o toque final no quarto, que ainda conta com um closet. Já no quarto no menino, de 13 anos, elas utilizaram tons de terra, como o marrom e o creme, além da madeira. O quarto do garoto foi ambientado com um conceito mais adulto. De acordo com Suellen Montenegro, como a proprietária do apartamento gosta de espaços amplos, a sala também foi divida em dois ambientes. Uma área ficou reservada para o home theater com um sofá de três lugares. O detalhe é que em qualquer ponto da sala, é possível assistir o que está passando na TV. Na sala de jantar, as arquitetas colocaram duas mesas quadra-das que acomodam 12 pessoas. O espaço amplo permite que o casal receba vários convidados. No hall, as arquitetas inovaram e criaram um painel com pedras de seixos brancos. O uso do material não encareceu o projeto e deu um tom bem especial ao ambiente. Com a iluminação criada para a área, o painel ganhou ainda mais destaque.

Arquitetas:

Larissa Vinagre e Suellen Montenegro Vidros: República Vidros Iluminação: Emporium da Luz Inox: Metalúrgica Só Inox Móveis da sala: Ornato Refrigeração: Termotec Texto: Kaylle Vieira Fotos: Mano de Carvalho


Reportagem

A luta pela preservação do Art Déco Campina Grande pode se gabar de ter um dos mais bem conservados conjuntos arquitetônicos de Ar t Déco do Brasil. O estilo nasceu na França na década de 20 e chegou à região Nordeste uma década depois, em sua plena efervescência. O então prefeito Vergniaud Wanderley buscou modernizar a cidade, substituindo o casario do século XIX por edifícios com o novo estilo. Alguns arquitetos e historiadores reclamaram do fato à época, mas a verdade é que a mistura entre Ar t Déco e a arquitetura tradicional das casas do ser tão deu origem ao 24

chamado Déco Sertanejo, tema de estudo de várias publicações internacionais especializadas nas áreas de arquitetura e urbanismo. A prefeitura da cidade vem desenvolvendo um programa de revitalização dos edifícios Art Déco, em parceria com os comerciantes locais. Eles estão pintando suas lojas segundo as regras do estilo, e os prédios antigos continuam sendo recuperados, como é exemplo a rua Maciel Pinheiro, o centro de comércio de Campina, que já é considerada um cartão postal do estilo. Mas mesmo com todas as melhorias nas fachadas dos

prédios históricos, a população ainda reclama do abandono a que está submetido o Centro da cidade como um todo. Segundo o comerciante Thiago Soares, que atua na área de calçados, “ainda inexiste uma preocupação ambiental com o Centro, fundamental para que a qualidade da paisagem urbana seja preservada”. Ao ser indagado sobre “o que você mudaria no centro histórico e déco de Campina”, o comerciante sugeriu: “aumentaria a arborização; diminuiria o tráfego; melhoraria as calçadas; aumentaria o canteiro da avenida; aumentaria a iluminação; desviaria os


Apenas a pintura das fachadas não resolve o problema da poluição visual do Centro de Campina Grande. Em diversas ruas, as calçadas são estreitas, as placas não são padronizadas e o estacionamento é insuficiente

caminhões; aumentaria a largura das calçadas; diminuiria o barulho; diminuiria a poluição visual e colocaria mais lixeiras”. Com a pintura das fachadas, o centro histórico já apresenta um visual mais limpo e agradável. Entretanto, a pintura antiga de alguns prédios ficou mais visível, destoando um pouco da paisagem. “Precisamos, agora, realizar uma campanha de conscientização e motivar todos os comerciantes a pintarem as fachadas de seus estabelecimentos”, afirma Marta Carvalho, dona de uma loja de confecção de moda infantil. Independente dos problemas de ordem conjuntural, os

prédios em ar t-déco vêm sugerindo inspiração para uma gama de artistas em Campina Grande, como a pintora Margarete Aurélio. Recentemente, ela fez uma grande exposição que retratou os principais prédios campinenses no estilo, em óleo sobre tela. “A Art Déco dá toda uma par ticularidade a Campina Grande, em termos de arquitetura e design e é preciso conscientizar a população para manter preservado este rico patrimônio”, conclui a artista.

Texto: André de Sena Fotos: Leonardo Silva


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Construindo um conto de fadas Um verdadeiro conto de fadas. Uma história criada e elaborada com todas as minúcias e detalhes, que remetessem a um mundo de fantasias. Para dar início a essa história, um criador de sonhos, com a missão de transformar a realidade em faz de contas. O instrumento utilizado por esse criador: a arquitetura e a ambientação. Tendo como base este sonho de duas adolescentes, o arquiteto Henrique Santiago inovou em seu próprio trabalho pessoal e, principalmente, no ramo de decoração de festas. Para que o ambiente se transformasse em uma Ilha do 26

Tesouro, o arquiteto elaborou um arrojado e diferenciado projeto de decoração e ambientação, reconstruindo pisos, paredes, desenhando mobiliário, planejando estruturas metálicas, projetos de luminotécnica, além de outros detalhes de que uma festa precisa, como criação de convites e bolo, por exemplo. Henrique conta que o cliente escolheu o espaço do evento (Solar das Águas, na praia do Jacaré, em Cabedelo) e o contratou para que criasse a história. “Como se tratava de um espaço difícil para se fazer uma festa de 15 anos, tomei como base o principal elemento do local, o rio. A partir daí, surgiu a história, pois o ambiente parecia uma ilha. A Ilha do Tesouro”, explica o arquiteto. A escolha do tema, totalmente apropriado ao local, resultou em uma festa animadíssima, envolvendo os participantes no clima proposto.


Composição do ambiente A história tem início na praça, antes do Solar das Águas. Desde lá, Henrique iniciou o projeto de iluminação, em tons dourados, com lustres de cristais e flores, e projetou uma passarela coberta de carpete e ladeada de tocheiros, até a entrada da festa. Antes de entrar, os convidados passavam por uma performance de atores vestidos de piratas, outros com malabares. Era o primeiro convite a participar do evento. “Toda essa encenação compõe a decoração do ambiente”, completa Henrique. Na parte interna do ambiente, foi montada a recepção, com uma estrutura metálica e plástico transparente, onde foram colocadas duas mesas com arranjos com dois metros de altura, uma TV de plasma (mostrando o making off da festa) e estantes com as lembrancinhas. Tudo decorado com flores, pérolas e cristais. Este era o local onde ficava a família, recebendo os convidados.

Predominância do dourado O próximo ambiente, chamado de primeiro lounge, foi ambientado com cristais descendo dos flamboyants. Neste espaço havia uma enorme fotografia das aniversariantes, sofás, poltronas e bancos, com muitas almofadas, tudo desenhado exclusivamente para o evento, em tons de dourado, amarelo e âmbar. “O dourado prevalecia no ambiente. Com a iluminação desta cor, as pessoas também ficaram douradas”, diz Henrique.

“Usamos muitas frutas, pérolas e cristais, já que minhas clientes queriam um ambiente extremamente feminino”, acrescenta. “Eu queria que os convidados entrassem no primeiro lounge com a sensação de estarem sendo recebidos por uma chuva de cristais”. Em toda a decoração foram usadas rosas amarelas, brancas e âmbar, muitas velas, conchas douradas e pequenas frutas, como uva, morangos e acerola.


Barco Pirata Em outro ambiente foram colocadas as mesas de vidro, já postas para o jantar, onde ficavam as famílias. As mesas ficavam na beira do rio, com uma vista para o “barco pirata”, um veleiro decorativo ancorado próximo ao píer, iluminado em dourado. Após a meia-noite, depois de receberem os convidados, as aniversariantes entraram na festa pelo rio, em uma lancha. O espaço central do Solar das Águas foi reservado à gastronomia. Em um piso brilhoso (foi usado um brocal dourado), no qual os convidados pareciam caminhar sobre as estrelas, foram colocados os dois bolos, as estantes dos doces e as mesas dos frios, onde depois foi ser vido o jantar. O dancing também foi estrategicamente colocado em um local central, beirando o píer, onde ficavam os adolescentes. O piso do dancing foi construído todo em cerâmica branca (50cm x 50cm). Neste local também havia vários efeitos de iluminação e um mini-palco. No píer, local dos adolescentes, foram colocadas mesas de guloseimas, mesas de boate, bancos e sofás, exclusivos para a festa, desenhados pelo arquiteto e confeccionados pela Linear Móveis. A iluminação do píer foi feita com luminárias “spaghetti” (feitas de tubinhos plásticos) de dois metros de altura.

A arrumação dos doces e das lembrancinhas fugiram das tradicionais mesas e foram colocados em estantes, decoradas com pérolas e rosas

Abaixo, o pier onde se concentraram os jovens, com mesas de boate e luminárias de “spaghetti”

Os móveis de madeira maciça foram desenhados exclusivamente para o evento. O veleiro “pirata” foi um dos grandes charmes da decoração 28


A busca pelo novo “Hoje em dia, os clientes não querem mais o que já acontece. Querem o novo e, para isso, estão procurando profissionais que trabalhem com a ar te da criação, como arquitetos, artistas. Estamos mostrando que podemos fazer o diferente”, diz Henrique. Para chegar a esse resultado, ele ressalta a impor tância dos profissionais que trabalharam junto com ele. “Para termos a beleza do ambiente, me cerquei dos melhores profissionais do mercado e gerenciei o trabalho com muita dedicação”, conta. Desde a confecção do convite, até mesmo o desenho do bolo e o figurino dos atores teve a coordenação de Henrique Santiago. “Fazer esse tipo de trabalho tem que ser realmente uma proposta inovadora. Trabalhei como se fosse um projeto de arquitetura e ambientação, com muita pesquisa, mas que tem, infelizmente, um curto tempo de vida”, finaliza o arquiteto. Pequenos detalhes fizeram o diferencial da ambientação: o uso de “jóias”, como pérolas, moedas de ouro (chocolate) e cristais; o convite como um mapa do tesouro e entregue em garrafas (à direita); e pequenos animais espalhados pelas árvores, como o camaleão do designer Beto Kelner (abaixo).

Arquiteto:

Henrique Santiago Projeto: Decoração e ambientação de festa de 15 anos Móveis: Lienar Tapetes: Adroaldo Tapetes do Mundo Objetos: Bazaart Iluminação e grides: Fernando Produções Texto: Luciana Oliveira Fotos: Mano de Carvalho

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Materiais Fotos: Divulgação

Móveis elegantes e sofisticados Laca ressurge como excelente acabamento de mobiliário e evolui graças à tecnologia

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Uma das tendências do mobiliário moderno tem sido a laca, um tipo de acabamento resultante do processo de várias camadas de pintura, que resulta em um material elegante, sofisticado e bastante agradável ao toque. Desde a última Feira de Milão (Salão Internacional do Móvel), na Itália, designers, arquitetos e decoradores têm apostado neste tipo de revestimento, principalmente a laca brilhante. Na feira italiana, a laca ganhou força e foi bastante evidenciada em tons como vermelho, laranja, verde-oliva, cinza, preto e, claro, o branco. Para quem não gosta de brilho, a laca fosca era a opção mais discreta. Aqui no Brasil, a laca branca tem sido a mais usada em projetos arquitetônicos, do que a colorida. Essa tendência foi evidenciada na última Casa Cor, em Recife (PE), em outubro e novembro

deste ano. “Os arquitetos que trabalham conosco têm preferido os móveis brancos e deixado o colorido apenas para os detalhes. Os clientes estão valorizando mais os ambientes claros, que tenham a sensação de serem mais espaçosos. O uso da laca proporciona ambientes elegantes, sofisticados e jovens”, afirma a empresária Alessandra Carvalho. A tendência do uso da laca tem sido evidente, tanto nos projetos dos arquitetos, como nos próprios fabricantes, já que eles têm investido em tecnologia, para torná-la mais resistente e eficiente. “Há alguns anos, a laca foi bastante utilizada. Agora,

voltou novamente com toda força e tem sido usada em qualquer móvel que seja de madeira, como mesas de jantar, de centro, nos complementos e nos móveis dos quar tos”, ressalta a arquiteta e empresária Sílvia Menezes. Ela acrescenta que, hoje em dia, a laca não é mais um material tão frágil como antigamente. Os materiais evoluíram muito, graças à tecnologia, mas por mais resistentes que sejam, dependem da condução do consumidor. “Por isso, ainda é necessário seguir com cuidado as recomendações de manutenção e limpeza”, afirma


Sílvia. Alessandra Car valho complementa: “atualmente, os móveis planejados em laca, para terem mais resistência e melhor acabamento, recebem um tratamento ultravioleta no processo de secagem”. Texto: Luciana Oliveira

Cuidados e manutenção dos móveis laqueados: Os fabricantes recomendam não usar lustra-móveis, pois existe o risco de impregnar ou manchar o acabamento. Devese aplicar somente um pano seco e macio ou umedecido levemente com água.






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Concurso

Espaço Criativo Concurso promovido pela Revista Artestudio movimenta setor de arquitetura e decoração de João Pessoa e conta com apoio de profissionais Um ambiente, poucos objetos e muita criatividade. Com essas ferramentas, 37 arquitetos, decoradores e designers paraibanos participaram do concurso Espaço Planejado, promovido pela revista Ar testudio. Os vencedores do concurso foram divulgados na festa em homenagem ao Dia do Arquiteto, em 7 de dezembro, na Maison Blunelle.

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Durante todo o mês de outubro, a praça de eventos do shopping Tambiá foi palco de soluções criativas e inovadoras. Além de movimentar o setor de arquitetura e decoração de João Pessoa, o evento mostrou ao público leigo que um mesmo ambiente pode ser decorado de várias formas diferentes. A cada dia um profissional projetou um ambiente, utilizando móveis e objetos de

decoração pré-determinados pela organização do evento. Todos foram fotografados e ficaram à disposição no site www.artestudiorevista.com.br. A escolha dos ambientes foi feita pelo público e através do site da revista. Foram feitas duas premiações: o projeto que obteve o maior número de votos e os três projetos que obtiveram a maior quantidade de votantes.


Arquitetos elogiam iniciativa Todos os arquitetos, decoradores e designers participantes do concurso se inscreveram com um mês de antecedência. Foram abertas 23 vagas e, antes de terminado o período de inscrições, todas as vagas já haviam sido preenchidas. A arquiteta Débora Pires, uma das concorrentes, planejou seu ambiente com a também arquiteta Iria Tavares e disse que ficou encantada com a atitude da revista em promover o concurso. “Estimulou muito nossa criatividade. A cada dia, o profissional tinha que criar algo novo do que já havia sido mostrado e achar uma solução com os objetos e móveis que tínhamos à disposição. Achei maravilhoso”, destacou. Para Débora, além disso, o concurso foi uma forma de valorizar o profissional de designer de interiores e mostrar a importância dele. Essa mesma opinião tem o decorador Percival Brito. “Esse tipo de

iniciativa coloca o público em um contato maior com o nosso trabalho. Quando mostramos soluções criativas, as pessoas vêem a impor tância do profissional”, completou Percival. Além de também destacar o desafio enfrentado a cada dia pelos arquitetos e decoradores, com a missão de fazer um ambiente diferente, Percival salienta que o Espaço Planejado também serviu para o entrosamento dos profissionais. “Foi ótimo. Deveria haver, pelo menos, uma vez por ano”, sugeriu Percival. O arquiteto Henrique Santiago também louvou o concurso, enfatizando o lado divertido. “Tínhamos que criar um espaço rapidamente, com poucos objetos e com o compromisso de fazer bonito. Foi muito legal e, porque não dizer, divertido”.

Texto: Luciana Oliveira Fotos: Márcia Visani



Charles Designer


Painel As novas instalações da loja de iluminação Emporium da Luz foram apresentadas aos arquitetos, designers, decoradores e empresários do setor, no mês de novembro. Na ocasião o empresário Daniel Muniz mostrou os novos lançamentos do setor. O evento contou com o apoio de Osran, New Line e Light Design.

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01. Ijavan Veras e Janete Silva 02. Daniel Muniz, Rosineide Silva e Daniel Carvalho 03. Maria Eduarda, Juliana Pessoa, Silva Caetano e Angelo Osran 04. Valder Souza e Giselane Viera 05. Douglas Monteiro,Fabiana Furtado, Márcia Barreiros, Martha Lins e Alain Moszkowizc 06. Valéria Bouldring, Daniel Muniz, André Pinheiro e Henrique Santiago

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07. Carlos Quirino, Ingrid Hofmann, Fabrício Oliveira e Carliane Carvalho 08. Betânia Tejo e Hazael Melo 09. Glauco Brito, Juliana Caldas, João Pedro e Janaína Lins 10. Alyssandra Delmas e Larissa Gadelha 11. Andrezza Muniz 12. Ana Claúdia Ataide, Gilvane Bittencourt e Antônio Claúdio Massa

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13. Debora Pires e Tereza Queiroga

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14. Percival Brito, Daniel Muniz e Ana Sybelle 15. Isaias e Janine Holmes 16. Leila D’Angela, Clayton Castro e Andréa Carolina 17. Ana Maria Kluppel e Elisana Dantas 18. Fran Lima, Thaís Rodrigues e Márcio Alexandre 19. Maria do Rosário, Flávio Wanderley e Cristiana Vasconcelos 20. Sâmia Raquel, Daniel Muniz e Katiana Guimarães

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Expediente Diretora Executiva: Márcia Barreiros Editora: Luciana Oliveira - DRT/DF 1.849/97 Repórter: Kaylle Vieira - DRT/PB 0279/03 Redação e Edição: Formato Assessoria de Comunicação (formatoassessoria@yahoo.com.br) Diretora Comercial: Márcia Barreiros (arquimarciabarreiros@yahoo.com.br) Diagramação: Charles Wesley Fotografias: Mano de Carvalho, Clayton Castro, Márcia Visani, Leonardo Silva Web Designer: Clayton Castro Colaboração: Ana Flora Caminha e André de Sena

Carta do Leitor “Gostaria de agradecer a correção com que foi editada minha entrevista publicada no número 11, set/out/nov 2005 da Artestudio. Meus parabéns também ao Expedito Arruda, amigo e colega, pelo projeto para a Unicred. Também ao estudante Arthur, que continue antenado sobre o que acontece com a sua e outras cidades. Esperando que o SIM derrote o não, lanço a campanha: O QUE O BRASIL PRECISA É DE LIVROS (claro, revistas também)”. Sylvio de Podestá Arquiteto

••• É maravilhoso e importante para o nosso Estado a existência da revista Artestudio. É também mais um canal de divulgação da nossa Cidade! A reportagem sobre o projeto da Estação Ciência, da prefeitura, foi excelente e esclarecedor! Espero que vocês sempre façam reportagens sobre arquitetura e urbanismo da nossa Cidade, sempre mostrando cada cantinho dela! Liana Campelo

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Pré-impressão: Multimagem Impressão: Gráfica JB A Artestudio revista é uma publicação trimestral com uma tiragem de 7 mil exemplares de distribuição dirigida e gratuita. A reprodução de seus artigos, fotografias e ilustrações requer autorização prévia e só pode ser feita citando a sua fonte de origem. As colaborações e artigos publicados são de responsabilidade exclusiva de seus autores, não comprometendo a revista, nem seus editores.

Adorei a qualidade da revista Artestudio e é interessante também que alguns profissionais de arquitetura que às vezes queremos consultar e não temos o contato é possibilitado para nós através da revista. Meus parabéns!!! Simara Lopes Cruz

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Endereços Fale com a gente

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Errata • Na edição nª 11, o projeto de interiores assinado pelo arquiteto Glauco Brito foi idealizado também pelos arquitetos Oliveira Júnior e Manoel Farias, da extinta OGM Arquitetos.



Vão Livre Planos Dir etor es Par ticipativos: solução ou ilusão? Diretor etores Participativos: As cartas e e-mails para essa seção devem ser encaminhadas com o nome completo, profissão, endereço e telefone do remetente para o endereço

Ariosvaldo Aguiar*

jornalismo@artestudiorevista.com.br

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Está em curso no país uma campanha, coordenada pelo Ministério das Cidades, sobre Planos Diretores Participativos, deflagrada no primeiro semestre deste ano e que conta com a participação de núcleos estaduais, formado por representantes do setor público e da sociedade civil, para coordenar ações com vistas à divulgação junto aos municípios do Estado. Muito embora a recomendação seja para todos, até outubro de 2006, cerca de 1700 municípios brasileiros estão com obrigatoriedade de elaborar, atualizar ou revisar seus Planos Diretores. Na Paraíba são 30 municípios. E eles têm que ser elaborados ou revisados com a efetiva participação da população. Com a regulamentação dos artigos 182 e 183 da Constituição através da Lei Federal 10.257 de 10 de julho de 2001, conhecida como Estatuto da Cidade, que estabelece diretrizes gerais da política urbana, o planejamento municipal, de médio e longo prazo, ganhou novos instrumentos e procedimentos. Uma conquista da sociedade fruto de 13 anos de negociação, embates e debates pela garantia do direito a cidades sustentáveis, a gestão democrática, ao pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana. A garantia do direito a cidades sustentáveis, entendida como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações. A gestão democrática, realizada por meio da efetiva participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano. Dentro deste contexto, o planejamento do desenvolvimento das

cidades deve tratar da distribuição espacial da população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente; A grande questão que se coloca é a seguinte: a partir deste conjunto de normas que orientam e instrumentalizam o planejamento das nossas cidades, teremos realmente cidades mais justas, sustentáveis e democráticas? Os planos diretores participativos são uma solução ou ilusão? Os planos diretores realmente poderão fazer a diferença no desenvolvimento das nossas cidades a partir do momento em que a sociedade, se apropriar das conquistas obtidas e normatizadas, buscando formas de participação no processo de elaboração ou revisão dos Planos e também da sua implementação. Para esta apropriação, além da divulgação já em andamento, será fundamental investir na formação e capacitação de todos os segmentos que serão envolvidos nos Planos Diretores, para uma melhor compreensão das dinâmicas, dos papéis e das contribuições que cada um poderá dar na construção deste novo modo de planejar a cidade. Se não conseguirmos traduzir os direitos garantidos em práticas efetivas, com planos diretores elaborados de forma participativa e democrática, poderemos estar criando ilusões ao invés de soluções para as nossas cidades.

* arquiteto, especialista em planejamento municipal e urbano, assessor de planejamento do IDEME, credenciado pelo Ministério das Cidades em capacitação e elaboração de Planos Diretores Participativos




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