Revista AMI Edição 17

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Perceba a beleza das formas com o tempo agora presente. ami | 1


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Seed to Stem is a carefully curated lifestyle and plant boutique centrally located in Worcester, Massachusetts. We celebrate the beauty and perfection of the natural world, boasting unusual botanicals, terrariums, natural wonders, home accessories, hand made goods, and antiques. The beauty of the juxtaposition between life and death is prominent throughout the shop. We want our visitors to be transfixed and transported upon entering our doors. We believe in surrounding yourself with plants, natural elements, finely crafted goods, and objects of beauty to enhance your daily being. Seed to Stem é um estilo de vida cuidadosamente curado e boutique de plantas centralmente localizado em Worcester, Massachusetts. Celebramos a beleza e a perfeição do mundo natural, ostentando botânicos incomuns, terrários, maravilhas naturais, acessórios para casa, produtos feitos à mão e antiguidades. A beleza da justaposição entre a vida e a morte é proeminente em toda a loja. Queremos que os nossos visitantes sejam paralisados e transportados ao entrar em nossas portas. Nós acreditamos em cercar-se com plantas, elementos naturais, bens finamente trabalhados e objetos da beleza para realçar seu ser diário.

138 GREEN STREET, SUITE 3 WORCESTER, MA 01604 ami | 3 508.890.0933 @seedtostem


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ADRIANO BRAGA CEO +55 21 984764386 adriano@asxconsultlog.com.br ami | 7


ÍNDICE 12|HÉLIO OITICICA - Crelazer, 22| BURLE MARX sua ARTE 34| CARTAGENA - A CIDADE RENOVADA 40| Editorial CARTA GENA 58|IMS - FOTOGRAFIAS DE MARC FERREZ 68|ENTRUDO - CLAÇADOS (PORTUGAL)


FICHA TÉCNICA ANA VITORINO - Editora Chefe e Cultural THAIS FILGUEIRA - Editora de Moda e Fotografia JACY JUNIOR - Colunista Haute Couture JESSYCA AMENO - Repórter Cultural e Fotógrafa em MG ANA GRANDÉS - Diagramadora WILLIAN BRAGA - Tradutor e Revisor Inglês

AMI PORTUGAL MÁRCIA BARROS - Núcleo cultural RUY MORAES - Fotógrafo de moda ANNA DE CASTRO - TEXTO E CRÔNICA CAPA: Foto THAIS FILGUEIRA Modelo: HELENA MONGIM

Agradecimentos: Albina Pompermayer, Brunielle Mendes, Cris Aguiar , Dirce Braga, ENTRUDO, Helena Mongim, Luiz Fernando Moreira.

edição17° Revista Ami contatorevistaami@gmail.com www.issuu.com/revistaami

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Burle Marx: ″Uma vontade de beleza″

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“Necessitamos de uma cultura geral, mas eu penso que para obtê-la, necessitaríamos uma vida, pois tem tanta coisa que necessitamos conhecer… Todo dia eu sinto falta daquilo que não sei. Mas uma coisa que me induz a ver é a minha curiosidade, quero ver sempre o que está em torno da minha pessoa e é essa uma das razões que me faz viver.” Palavras de Burle Marx. Em meio a tantos conflitos e desinteresses, estamos hoje fechados, cercado por paredes, mas livres para o mundo. Pensativos porém realistas, tememos o invisível o que está por vir. O que acalenta o peito e me leva pra longe, são minhas artes, cores, formas e tantas belezas que por mais que queiram me lembrar do agora, consigo esquecer. Essa edição foi feita para você relaxar e perceber a beleza das formas e com tempo agora presente, possa ler e reler e talvez perceber o quanto estamos perto de ser feliz.

Ana Vitorino

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o i l e H a c i c i t i O “ Eu inventei um negócio chamado Crelazer, eu queria transformar o dia todo, inclusive o lazer e a preguiça, numa coisa assim de estado permanente inventivo, por isso eu comecei a transformar o lugar que eu moro, o ideal era esse, morar na própria obra.” Foto: Ivan Cardoso ami | 13


o i l e H c i t i O O trabalho de Hélio Oiticica mantém um caráter plural, desde elaborações teórica-artísticas até experimentos que requerem a participação ativa do público.

Oiticica superou a noção comum de se fazer arte e do tradicional conceito do que era arte, propriamente dita. Além de redefinir os conceitos artísticos de sua época, ele buscou dialogar com o público de uma maneira, até então, inovadora na cena artística brasileira.

O conceito de Crelazer, inventado e experimentado pelo Hélio Oiticica era como um elogio ao lazer, ao prazer e a preguiça, a fim de discutir possibilidades de atualização dessa noção. Nesse sentido, o Crelazer é posto em diálogo com as novas formas de poder e resistência que encarnam nossa época, passando da multiplicação das atuais formas de controle sobre a vida às possibilidades de invenção de si e produção de subjetividade como forma de luta. O devaneio é investigado em seu potencial bio político como forma de recusa à sujeição.

Hélio buscou a participação do público em seus trabalhos, sendo assim, ele fez do observador parte integrante de sua obra, a qual adquiria uma nova dimensão com a interação ativa e direta do público. Ele institui o expectador como participador. Quando você penetra dentro da obra ou esta imerso, você tende mais a habita-la fazendo parte dela.

Como você fala de uma obra que a base é a vivencia e não dá ao publico a oportunidade de vivenciar a obra?

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Hélio Oiticica Éden, 1969/2013 Installationsansicht MMK Museum für Moderne Kunst

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o i l e H c i t i O Hélio Oiticica não somente redefiniu o conceito das artes plásticas da época, mas também redefiniu o próprio observador que era, para Oiticica, uma extensão da obra artística.

Nesse sentido, a arte passa do estado de contemplação para o afetar os comportamentos, tendo uma dimensão ética, social e política.

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O Éden é uma manifestação ambien- Porque é o ser e estar naquele amtal que tomou corpo em Londres, em biente sem uma finalidade. 1969, na Whitechapel Gallery. Não tem um motivo.. Não é para se vestir ou despir, não e para assistir a Composto por seis penetráveis, que um filme.. É o corpo de cada um em nos proporcionam experiências com um comportamento descondicionaa água, areia, folhas, pedras, cober- do conferindo um caráter estético tores e música; três bólides que se ao caráter. antes continham a cor, agora são preenchidos por pessoas; um palco Crelazer é uma atitude de absoluta performativo consistindo em um cer- liberdade , porque ele e um comporcado circular que estimula o auto te- tamento que toma posse para si do atro e um conjunto de ninhos retan- tempo. Você vai querer fazer o que gulares com seis divisões que abrigam você quiser dentro daquele abrigo. o indivíduo em sua introspecção. O crelazer a auto performance é um O éden é o abrigo , desse viver des- processo não corre no tempo da procondicionado. dução do ter que comprir certas tarefas em um certo espaço de tempo. É o abrigo daquele comportamento Ele corre no tempo estético. que está liberto de regras e padrões Num tempo de construção de um pre estabelecidos , no eden o con- mundo próprio em oposição passiceito do crelazer aparece para de- va do mundo do espetáculo. Então nifir esta operação que transformam o eden deveria ser a aspiração do o espaço estático em um espaço es- lazer sem sentido não o lazer como tético . compensação de horas opressivas de trabalho, por ex:. É utilizar o édem sem qualquer manual , sem qualquer regra , sem qual- Hélio dizia que a ideia de ambienquer interesse. te, participação, experimentos sensoriais etc, não deve ser limitadas a É usar aquele espaço como campo soluções de objeto, elas devem propara o gesto , entendendo aqui o por um desenvolvimento de atos de gesto como sendo a parte estética vida e não uma representação a do ato. O ato tem uma finalidade ex mais (a ideia de arte) ; novas formas eu tenho q alinhar essas cadeira en- de comunicação, a proposição para tão eu vou move-las.. Tem uma fina- um novo comportamento descondilidade. cionado, meu trabalho levou me a O gesto Não , o gesto e a parte de- usar formas acidentais de lazer como sinteressada do ato. Então o Crela- elementos diretos a essa abordagem zar é o nome dessa atitude de corpo para uma nova abertura. ( como o celso favaretto ) Chama de intransitiva.

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o i l e H c i t i O É claro que essas são propostas introdutórias para um objeto muito mais amplo – a atividade total de célula comunitária.

Que é uma das consequências do crelazer , que surge a partir da montagem do eden . Ainda que essas duas propostas já aparecessem em textos de oiticica anteriores a 1969, e com o éden que o artista articula num todo, mencionando-as juntas no texto “ as possibilidades do crelazer”. Hélio diz que a ideia das células comunitárias ou comunidades experimentais ocorreu ao lado da ideia de coletividade de amplo alcance, como a construção de espaços coletivos ou locais permanentes: nas primeiras Células comunitárias ou comunidades experimentais o grupo privado de células para Crelazer evoluiria em um plano que tenho em mente há muito tempo: o barracão Oiticica talvez estivesse antecipando uma certa tendência de artistas contemporâneos: substituir o ateliê laboratório e pelo canteiro de obras , o laboratório é , como o barracão, espaço de experimentação. Já o canteiro Como os jardim e labirintos públicos aspirados por oiticica, “ reaviva o imaginário construtivista e designa um lugar onde as atividades que se desenvolvem tem um caráter coletivo”. E interessante notar que tanto nas células comunitárias quanto nos lugares permanentes há referencia a um teatro, os lugares permanentes propiciariam o autoteatro que diluiria divisões de atuação como espectador e performer em um mesmo individuo, o barracão como teatro experimental, uma integração entre a pratica artística e a vivencia cotidiana.

A partir da experiência que teve na Whitechapel Gallery, Hélio Oiticica expande a extensão de alcance do Crelazer tentando criar um ambiente comunitário não repressivo.

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o i l e H c i t i O Assim, substitui a antiga casa, que serve de recinto para a obra, em uma casa total, que serve de recinto para suas proposições. Realiza isso primeiramente com a “célula-Barracão 1” que consistia em um aglomerado de ninhos alocados em uma sala de recreação da Universidade de Sussex (1969).

O conceito de Crelazer sugere a ideia de um lazer criador.

Para Hélio, esses estados de repouso não devem ser vividos como estados de dispersão, de sublimatórios, que são improdutivos e fornecidos pela indústria cultural, mas sim experimentados como estados vivos que são a fonte de nossa invenção.

Mais tarde em New York, inspirado na arquitetura das favelas, adaptou Hélio propõe com Crelazer nossa lio projeto e o construiu em seus dois bertação do tempo programado. apartamentos produzindo vários ambientes/ninhos. Portanto, Crelazer é uma atividade política que repensa formas de viver Os ninhos são a resposta de habitar e questiona nossa sociedade produaquele recinto, crescer neste recinto, tivista e consumista. dar um significado ao que ele chama de casca ovo , como se o ninho fosse o lugar onde algo esta se formando. O interessante é que varias pessoas ocupam estes compartimentos e ficam em privacidade, cada uma está em privacidade no crelazer e ao mesmo tempo estão unidas dentro de uma célula . Para ele o ninho lazer onde que nasceu na ideia do crelazer , promete unir o mundo onde eu, você, cada qual é uma célula mater. Oiticica alerta que seu trabalho acontece justamente na interação do indivíduo com a obra. Assim, dando continuidade à arte ambiental, o Crelazer “propõe propor”.

Aqui o objeto se dilui não em função da ideia mas para dar espaço ao comportamento, ao fazer.

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Oiticica era uma obra em processo.. Ele era a própria experiência , ele tinha um estimulo pelo desconhecido , ele construía obras a partir da desconstrução de algo, que era muito concreta.. Usando uma palavra muito real para ele.

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Burle texto: www.escritoriodearte.com foto: TYBA 22 | ami


Marx Arte sua

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Burle Marx

São Paulo SP 1909 - Rio de Janeiro RJ 1994.

Roberto Burle Marx foi um artista plástico brasileiro, renomado internacionalmente como arquiteto-paisagista. Viveu no Rio de Janeiro durante a infância e mudou-se para a Alemanha em 1928 com sua família. Em Berlim, estudou canto e se integrou à vida cultural da cidade, frequentou teatros, óperas, museus e galerias de arte. Entrou em contato com as grandes obras de Vincent van Gogh, Pablo Picasso e Paul Klee. Em 1929, frequentou o ateliê de pintura de Degner Klemn. No Rio de Janeiro teve aulas com Candido Portinari (onde em 1937 tornou-se seu assistente) e com o escritor Mário de Andrade no Instituto de Arte da Universidade do Distrito Federal. Paralelamente, trabalhava como pintor, dedicando-se, na década de 1930, a naturezas-mortas com motivos da flora brasileira, em traços sinuosos e uma paleta de tons sóbrios. Produziu quadros em que incorpora soluções formais do cubismo, como na obra Abóboras com Bananas (1933). Na pintura manteve diálogo com Picasso e com os muralistas mexicanos, representando figuras do povo, cenas de trabalho e favelas.

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Persefone serigrafia sobre papel

Paisagista, arquiteto, desenhista, pintor, gravador, litógrafo, escultor, tapeceiro, ceramista, designer de joias e decorador.


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Muriqui litogravur sobre papel


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Empregou o geometrismo ao pintar cidades, construídas em linhas retas, com uma paleta sóbria, em que predominam tons amarelo, cinza e preto, como em Morro do Querosene (1936) e Morro de São Diogo (1941).

te. O Sítio Santo Antônio da Bica é doado ao governo federal em 1985, passando a chamar-se Sítio Roberto Burle Marx, e constitui um valioso patrimônio paisagístico, arquitetônico e botânico.

A obra de Burle Marx atinge uma linguagem particular a partir da década de 1950. A tendência para a abstração consolida-se e a paleta muda, passando a incluir muitas nuances de azul, verde e amarelo mais vivos. Em suas telas o trabalho com a cor está associado ao desenho, que se sobrepõe e estrutura a composição. Nos anos 1980, passa a realizar composições geométricas em acrílico, os contornos são desenhados com a cor, as telas adquirem um aspecto fluído, flexível e ganham leveza.

Palavras de Burle Marx “Eu sou da época em que se ouvia Wagner o qual teve influência na minha vida, um Schuman, um Schubert, pois minha mãe os cantava muito bem, desde que eu me entendo eu os ouvia. “

“Vivi um ano e meio em Berlim. Tudo o que eu vi na época em que estive em Berlim, as obras de Wagner, a suite Pelleas et Melisande, as sinfonias de Beethoven, os músicos, um Hindemit, um Schoenberg, um Alban Berg, foram artistas que tiveram uma Ao longo de sua carreira são nume- importância muito grande na minha rosos os desenhos a nanquim, nos formação.” quais, muitas vezes, trabalha com motivos tirados da trama finíssima de “Necessitamos de uma cultura gefolhagens e galhos. Embora tenha ral, mas eu penso que para obtêcomo base a natureza, seus dese- -la, necessitaríamos uma vida, pois nhos são, essencialmente, de cará- tem tanta coisa que necessitamos ter abstrato, com a predominância conhecer… Todo dia eu sinto falta de elementos lineares. daquilo que não sei. Mas uma coisa que me induz a ver é a minha curioInspirando-se constantemente em sidade, quero ver sempre o que está formas da natureza, suas pinturas e em torno da minha pessoa e é essa desenhos refletem a indissociável ex- uma das razões que me faz viver.” periência de paisagista e botânico. Na década de 1970, teve marcante atuação como ecologista, defendendo a necessidade da formação de uma consciência crítica em relação à destruição do meio ambien-

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Vaso de flores oleo sobre tela


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Grumari litogravura sobre papel


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“Apesar de ter recebido uma formação acadêmica, nunca fui um pintor acadêmico, mesmo naquela época, nunca procurei pintar para agradar as figuras da sociedade. Eu teria sido um bom retratista porque sabia pintar retratos, mas eu nunca me interessei por isso, eu estava muito mais ligado aos problemas, às figuras do povo.”

Em uma entrevista Burle Marx diz para aqueles que confundem os jardins e suas obras de arte... ” É uma grande besteira confundir meus jardins com pintura. Cada modalidade artística tem uma maneira própria de ser expressada. Por exemplo, a cor na pintura, é uma coisa muito mais definida que no jardim. No jardim, a cor é definida pela hora do dia, pela luz. Um quadro no escuro é diferente de um quadro com iluminação permanente. ” “A construção de uma pintura deve ter uma dominante e uma dominada ou em que uma pintura onde domine o escuro ou o claro são diferentes. Não podem haver dois crescendo iguais. Um é o crescendo mais importante. Isso se vê, por exemplo, ao analisar a estrutura de um L’après-midi d’un faune de Debussy, com uma clareza, uma simplicidade, aparentemente uma peça pequena, mas que é ao mesmo tempo um monumento. Às vezes certos pintores ou

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OS sertoes canudos - serigrafia

“A natureza é só um pretexto… Digamos que a arte seja uma transposição da natureza.”

certos músicos produzem, produzem e não dizem nada. ” Na realidade, artista é aquele que consegue expressar-se com inteligência. Por outro lado, para mim a arte é uma necessidade de encontrar um auto equilíbrio. Existe, no entanto, um lado da arte que é tão imponderável quanto a vida. Se pudéssemos explicar a razão de porque temos necessidade de perpetuarmo-nos, de porquê vivemos.


“Todo dia eu sinto falta daquilo que não sei.” ami | 33


CARTA

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AGENA

A CIDADE RENOVADA

Cartagena é uma cidade portuária na costa caribenha da Colômbia. À beira-mar, fica a murada Cidade Antiga, fundada no século XVI, com praças, ruas de paralelepípedos e coloridos prédios coloniais. Com um clima tropical, a cidade também tem praias muito procuradas. A ilha de Barú, com praias de areias brancas e palmeiras, e as ilhas do Rosário, conhecidas por seus recifes de corais, podem ser acessadas de barco a partir de Cartagena.

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A cidade foi fundada em 1 de junho de 1533, e foi batizada em homenagem a Cartagena, na Espanha. No entanto, o assentamento de vários povos indígenas na região da Baía de Cartagena data de 4000 a.C. Durante o período colonial, a cidade teve um papel fundamental na administração e na expansão do Império Espanhol nas Américas, sendo sede de governo e moradia dos vice-reis espanhóis. O centro histórico de Cartagena, conhecido como a cidade fortificada, foi declarado Patrimônio Nacional da Colômbia, em 1959, e posteriormente Patrimônio Mundial pela Unesco, em 1984. Em 2007, suas fortificações e planejamento arquitetônico militar foram declarados como a quarta maravilha da Colômbia. A cultura de Puerto Hormiga, que se encontra na costa do Caribe, em particular na área do delta do rio Sinú até a baía de Cartagena, parece ser a primeira comunidade humana documentada no que hoje é a Colômbia. Os arqueólogos estimam que, por volta de 4000 a.C, a cultura formativa estava localizada próxima das fronteiras dos atuais departamentos de Bolívar e Sucre. Nesta área, escavações encontraram os mais antigos objetos de cerâmica das Américas, datados em torno de 4000 a.C. Acredita-se que a principal razão da proliferação de sociedades primitivas nesta zona tenha sido os climas amenos e a abundân-

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cia de vida silvestre, o que permitiu aos habitantes caçadores uma vida confortável. Cartagena foi um dos mais importantes portos comerciais durante o período colonial espanhol nas Américas. Era especialmente utilizado para escoar ouro e prata aos portos da Espanha de Cartagena, Cádiz e Sevilha para a Coroa Espanhola. O ouro e a prata, extraídos de minas, principalmente, em Nova Granada e no Peru eram transportados até Cartagena, e embarcados nos galeões espanhóis, passando pelo porto de Havana, Cuba com destino aos portos da Espanha. Veio a se tornar, ao longo do período colonial, um dos maiores centros do comércio de escravizadoss oriundos da África (juntamente com Veracruz, México; era a única cidade oficialmente autorizada, pela Coroa Espanhola, a realizar o comércio de escravizados nas Américas). O período pós-Vernon ficou conhecido como “Idade de prata” da cidade. Nele, houve uma expansão dos edifícios existentes, uma imigração em massa originada de várias cidades do Vice-reino, e um aumento do poder político-econômico da cidade.O poder político do Vice-reino, que estava mudando de Bogotá para a costa, completou sua transferência quando os vice-reis decidiram residir permanentemente em Cartagena.


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Os habitantes da cidade eram os mais ricos da colônia, e a aristocracia já havia estabelecido mansões na área. Nessa época, surgiram bibliotecas e estabelecimentos de impressão, além do primeiro café de todo o Vice-Reino da Nova Granada. O progresso intenso, visto na segunda metade do século XVIII, teve um fim abrupto em 1808, com a crise geral que se abateu sob o Império Espanhol, iniciado com o Motim de Aranjuez e todas as suas consequências.

Em 11 de novembro de 1811, a cidade declarou sua independência, após estar sob o domínio espanhol por mais de 275 anos. O novo milênio trouxe profundas transformações para a Cartagena, tanto no quesito econômico, como no social, político e cultural. O desenvolvimento industrial e a consolidação de uma elite empresarial, representada por comerciantes, banqueiros e industriais, associados à imigração estrangeira, tornaram possíveis esta nova fase para a cidade.

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arta ena

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Foto THAIS FILGUEIRA @THAISFILGUEIRA Direção de arte ANA VITORINO @ANAVITORINOESTILO Modelo HELENA MONGIM @HELENAMONGIM Beleza CRIS AGUIAR MAKEUP @CRISAGUIARMEKUP Figurino BRUNY MENDES - @BRUNYMENDES SHOULDER - MERCATTO Acessórios ACERVO REVISTA Locação LUIZ MOREIRA AGRADECIMENTOS Estúdio Pinheiro

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INSTITUTO MOREIRA SALLES

Pão de Açúcar visto do alto de Santa Teresa. Rio de Janeiro, 1885. Foto de Marc Ferrez. Coleção Gilberto Ferrez Acervo IMS www.ims.com.br 56 | ami


Marc Ferrez

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Pão de Açúcar, visto de Niterói. Rio de Janeiro, 1890. Foto de Marc Ferrez. Coleção Jennings Hoffenberg Acervo IMS

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Queda d'รกgua. Rio de Janeiro, 1880. Foto de Marc Ferrez Acervo IMS

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Charles F. Hartt, com a cidade do Recife ao fundo, durante levantamento da Comissão Geológica do Império. Recife, PE 1875. Fotografia de Marc Ferrez Acervo IMS

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Principal fotógrafo brasileiro do século XIX, dono de uma obra que se equipara à dos maiores nomes da fotografia em todo o mundo, Marc Ferrez é o mais significativo fotógrafo do período no acervo do Instituto Moreira Salles. Preservados por seu neto, o pesquisador Gilberto Ferrez, os negativos de vidro e as tiragens produzidas pelo próprio fotógrafo compõem a maior parte da Coleção Gilberto Ferrez, reunião de 15 mil imagens que não tem rival entre os acervos privados de fotografia brasileira do século XIX, adquirida pelo IMS em maio de 1998.

Nascido em 1843 no Rio de Janeiro, Marc Ferrez, filho de franceses, registrou meio século de transformações ocorridas no país. Do Império à República retratou eventos históricos como as comemorações do fim da guerra do Paraguai e a Revolta da Armada. Ficou conhecido por registrar projetos emblemáticos de reconhecimento do território brasileiro, como a Comissão Geológica do Império, e da modernização do país, como as ferrovias e as reformas urbanísticas no Rio de Janeiro. Foi também pioneiro da fotografia em cores no Brasil. Nas últimas duas décadas de sua vida dedicou-se ao cinema, ao lado dos filhos, tornando-se um dos principais distribuidores e difusores da nova arte. Produziu diversos filmes, entre eles, Nhô Anastácio chegou de viagem, considerada a primeira comédia cinematográfica brasileira.

Mais conhecido do grande público por suas paisagens – sobretudo as fotografias panorâmicas da cidade do Rio de Janeiro e arredores, feitas com câmeras especiais em negativos de grande formato, técnica praticada por poucos fotógrafos do mundo e à qual ele dedicou toda a sua inventividade técnica –, o Ferrez que emerge da coleção é um artista plural e in- O entusiasmo de Ferrez pelas novas técnicas e processos de produção quieto. de imagens, assim como pela sua Como fotógrafo, foi, ao sabor dos difusão e comercialização, contatrabalhos que lhe eram encomen- giou não apenas seus filhos, como seus netos, principalmente Gilberdados, versátil nos temas. Como pesquisador de técnicas e to Ferrez, o mais velho. processos, num momento em que a fotografia passava por acelerada evolução, perseguiu e desenvolveu projetos pioneiros.

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Além de seguir os passos de seus antepassados como fotógrafo e comerciante, Gilberto tornou-se o primeiro historiador da fotografia no Brasil. Sua coleção, com cerca de 15 mil fotografias do século xix, foi adquirida pelo IMS em 1998. (Ileana Pradilla Ceron) Um tour virtual pela exposição Modernidades fotográficas também está disponível no site. No aplicativo do projeto, além do tour virtual pela exposição, há outro pela casa do IMS-RJ e a própria foto da Avenida Central feita por Ferrez.

Todos podem ser vistos nos cardboards, espécie de óculos que permite enxergar imagens com realidade aumentada e que são comprados pela internet. Além das fotografias e exposições do IMS, o Google Arts & Culture também botou no ar dia 29 acervos de outras sete instituições e coleções cariocas: Santuário Cristo Redentor, Secretaria de Conservação Rio, Museu do Amanhã, Museu de Arte Moderna, Theatro Municipal, Ziraldo e Instituto Elifas Andreato.

Foto Porto de Santos,Marc Ferrez

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A Entrudo faz calçados inspirado nos Carros de Carnaval de Trás-Os-Montes ( Portugal ). Todos os sapatos são de pele (couro), com aplicações de ráfia natural, chocalhos, franjas, pelo, lã… todas feitas pela Entrudo e aplicadas manualmente.

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A Entrudo nasceu em família aproveitando o meu curso de estilismo, o gabinete de modelação de calçado, o facto de sermos da Terra do Calçado Felgueiras e o espírito de união, criatividade e proatividade em que estamos inseridos. No contato físico acreditámos que as texturas dos materiais, o toque, o experimentar, fazem com que o nosso público-alvo se envolva ainda mais com a Entrudo. Vendemos online na www.wol-

em Braga, com a qual tivemos a oportunidade de calçar o desfile da coleção de Primavera/Verão 2020 do Portugal Fashion. Atualmente estamos a trabalhar numa coleção de almofadas decorativas, seguindo a mesma linha do calçado, feitas à mão, com os mesmos materiais, texturas e aplicações, transpondo assim as nossas tradições para a decoração do lar. Assim como nos sapatos, todos os modelos têm os nomes de cada Vila/Freguesia Transmontana, em jeito de homenagem.

fandbadger.com, www.mintysquare.com, www.overcube.com, www.drestip.com e na nossa loja Esta, ainda pequena coleção, faz online www.entrudo.com. parte da nossa nova linha Entrudo Home: Pode encontrar-nos em Vendemos também na loja 21PR Facebook, Instagram e Concept Store em Lisboa e na Meam www.entrudo.com

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