BOLETIM DER HUT: Cultura Teuto-Brasileira na Cabeça - mês de abril de 2018

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BOLETIM “DER HUT” - CULTURA TEUTO-BRASILEIRA NA CABEÇA, WWW.DERHUT.COM.BR- abril de 2018

Tradições, Música, Dança, Turismo, Idioma, Gastronomia e Sociedade Brasil, abril de 2018. Ano 2, nº 17. p.01.

O Homem Orquestra Henrique Übel, também conhecido como o Homem Orquestra realizou o feito de tocar até sete instrumentos simultaneamente. Você já ouviu falar de Henrique Übel? Se mora no Vale do Taquari é possível já ter visto ruas , instituto e museu com este nome. Contudo, se tiver menos de 50 anos e for de outra região é muito provável que não saiba de quem se trata. Ele se denominava o Homem Orquestra: tocava sete instrumentos ao mesmo tempo. Nascido na Linha Schmiedt, antigo município de Estrela e atual Westfália, ele se empenhou em um projeto de vida: fazer música como se fosse uma pequena orquestra. Segundo o neto, Airton Henrique Übel, ele tocava 11 combinações diferentes, variando os instrumentos, tendo seis (6) ou sete (7) simultâneos. Mas qual o motivo para alguém tocar muitos instrumentos simultaneamente? Elio Dahmer coloca que tudo começou por uma doença que impediu Übel de trabalhar na lavoura. O neto destaca que aos 28 anos seu avô teve uma pleurisia e precisou encontrar uma forma de sustentar a família: sendo músico de uma forma diferenciada, ideia que veio quando estava acamado no hospital. Na década de 1930 ele começou a construir a primeira versão do seu instrumento. Sua quinta e última atualização, feita em 1961, uniu piano, bandoneon, acordeon, violoncelo, violino, flauta, gaita de boca, trompete, escaleta e instrumentos de percussão. Para poder tocar tantos mecanismos simultaneamente ele teve que desmontar grande parte dos equipamentos e uní-los de forma

engenhosa, usando das pernas e braços para movimentá-los, inclusive prendendo peças aos cotovelos: o corpo precisava estar todo em sintonia. O fole ele acionava com o joelho esquerdo e tocava os botões do acordeon com os dedos dos pés. [...] No maquinário do bandeneon também era acionado o trompete, disse Airton Grave, músico. Espelhos eram importantes para que pudesse enxergar partes encobertas. Grave destacou que o repertório dele era essencialmente de música alemã, mas aquela já feita aqui [no Brasil]. Uma outra parte de tangos argentinos, mazurcas, habaneras e se complementava com valsas, dobrados, marchas, polcas. [...] Era o repertório que se tocava em nossa região aqui. Esse trabalho único no mundo levou ele, em 1959, a fazer uma tournée pela Alemanha, tocando em programas de rádio e TV, alcançando grande público em toda a Europa. Faleceu em 1973. Hoje o Instituto Henrique Übel preserva sua história e incentiva o

ensino de música no presente. O seu quinto instrumento está exposto no museu, que recebe seu nome, no município de Teutônia. Há dois CDs que resgatam a sonoridade do Homem Orquestra. Visite o site do Instituto (ihu.org.br) e veja o vídeo sobre Henrique Übel em youtube.com/derhut a partir de 04.04.2018. .

5º instrumento construído por Henrique Übel se encontra no Museu que recebe seu nome, em Teutônia-RS. Foto: Denis Simões.

Apoio:

FECAB


Brasil, abril de 2018. Ano 2, nº 17. Pág. 02.

Editorial Rápidas

Múltiplas plataformas: desafio constante

T

em quem goste muito de ficar usando telefone celular para mandar mensagens e postar fotos e comentários na Internet. Há pessoas que amam ficar horas em frente ao computador interagindo através de redes sociais. E abrir vídeos e mais vídeos nos sites é terapia e entretenimento para muita gente. O universo digital tem seus atrativos. Contudo, trabalhar com esse espaço digital não é a mesma coisa do que se divertir com ele: exige atenção e planejamento. O espectador quando observa um audiovisual de um amigo ou conhecido, por exemplo, aceita um material amador - com vídeos tremidos, fora de foco e som pouco audível. Pode achar engraçado, rir e repassar a terceiros. Todavia, isso não vale para um conteúdo visto como profissional, que é assinado por alguma instituição. Nesses casos a comparação feita é com programas televisivos, com alto padrão técnico e estético, ou mesmo com cinema e webséries. Por isso, dialogar em múltiplas plataformas exige cuidados para atender os interesses e anseios, com boa qualidade, do público. Estar no ambiente virtual não é fácil, pelo menos quando se busca, com recursos limitados, apresentar um bom resultado. E isso não vale somente para áudios e vídeos: escrever um bom texto,

passar pela devida correção e conferência, diagramar e, em muitos casos, traduzir para outro idioma, representam um exercício de foco, tempo e paciência. Transforma-se em uma tarefa em equipe. Há uma diferença clara entre uma revista - impressa ou online - e um fanzine, ou mesmo um blog. Os níveis de exigência do produtor e do leitor mudam. Observando a realidade do Der Hut, percebe-se que o grande desafio que se está passando no momento é se adequar às demandas do público e ainda ter fôlego para dar continuidade aos conteúdos. Recebemos recados com elogios e críticas aos textos, vídeos, áudios e imagens postados e isso nos instiga a melhorar. Ao mesmo tempo, nos dá consciência de que não somos uma editora ou produtora de grande porte, como conglomerados de mídia. Estamos, sim, atuando da melhor forma possível com informações, identidades e histórias teutobrasileiuras. Relatos de pessoas se comunicando com outras pessoas, muitas vezes em alemão ou português que para alguns deveria ser chamado de brasileiro. Esperamos poder continuar atendendo aos anseios de nossos companheiros de jornada em muitos canais de comunicação. Agradecemos a todos pela parceria. Contamos com todos vocês na construção de novos e novos projetos.

Passamos das 600 curtidas e seguidores no Facebook e dos 100 inscritos no Canal do YouTube. Muito obrigado a todos que confiam em nosso trabalho e acompanham o Der Hut em múltiplas plataformas.

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E o site do Der Hut está entrando oficialmente no ar. Ainda há muito o que trabalhar, ajustes e anexos que estão por vir; todavia, é o primeiro passo para expandir os horizontes desse projeto, assim como o início de diálogos mais efetivos com o público.

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Março passou cheio de experiências. Fizemos várias visitas a municípios de identidade alemã e registramos histórias únicas. Acompanhem no Boletim e no Canal do Der Hut.

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Agradecemos às rádios Imperial FM, de Nova Petrópolis, e União FM, de Novo Hamburgo, por abrirem suas portas ao Der Hut. Em breve teremos matérias em vídeo e texto sobre as rádios com conteúdo em alemão no Rio Grande do Sul.

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Lise em vídeo realizado em Munique, na Starkbierfest: vencendo desafios.

BOLETIM “DER HUT” CULTURA TEUTO-BRASILEIRA NA CABEÇA Coordenação: Denis Gerson Simões; Conselho Editorial: Claudia Santana, Denis Simões, Elisangela Leitzke, Felix Mugwyler; Textos: Elisangela Leitzke, Denis

Simões, Claudia Santana, William Roese, Juliano Emilio; Revisão: Elisangela Leitzke; Contatos: derhut@portal25.com Períodicidade: mensal; Distribuição: online; Contribuições: até dia 10 de cada mês, para publicações no mês

seguinte. Textos inéditos de no máximo 2000 caracteres. Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre. Rua Germano Petersen Júnior, 250, B. Auxiliadora. Porto Alegre-RS. CEP 90540-140. Fone: (51) 33428733 www.25brasil.com.br


Brasil, abril de 2018. Ano 2, nº 17. Pág. 03

Angelina e sua causa teuto-brasileira Através de seu Blog e de ações sócio-culturais Angelina Wittmann realiza a valorização da história, memória e identidade no Vale do Itajaí.

Coluna da

Lise

Deutsch Português Alemão Portugiesisch

Artigo e Substantivo

Foto: Denis Simões Abertura da Oktoberfest em Blumenau - 04/10/2017. Angelina - com o Dirndl de cor preta com autoridades.

Um trabalho de fôlego. Este é o mínimo que se pode dizer das ações promovidas por Angelina Wittmann, arquiteta, pesquisadora e amante da cultura teuto-brasileira. Fazer um histórico de sua caminhada é também conhecer um pouco da preservação do patrimônio material e imaterial do Estado de Santa Catarina. Através de seu blog e produções audioviduais ela dialoga com a comunidade do Vale do Itajaí , além de ser fomentadora de atividades culturais e da preservação da memória regional. Veja abaixo alguns pontos da entrevista concedida por ela ao Boletim Der Hut (texto na íntegra está em derhut.com.br): Der Hut: Como tiveste os primeiros contatos com a cultura alemã? Angelina: O meu primeiro contato [...] foi no ano de 1969, quando minha família foi residir [...] na cidade de São José do Cedro - cidade fundada por migrantes de famílias alemãs e italianas oriundas do estado do Rio Grande do Sul. Der Hut: Quando iniciaste esse trabalho qual foram os teus principais desafios? E hoje esses desafios se mantém, ou há novos? Angelina: O trabalho mesmo, de fato teve início quando me tornei pesquisadora da área das cidades, abordando sua identidade e cultura.[...]

Quanto à cidade, criei um slogan que sintetiza isso muito bem: Quem conhece, gosta. Quem gosta, cuida! Ao conhecer a história e elementos das cidades, as pessoas que chegam [...] criam vínculo, como eu mesmo criei ao participar da educação de meus filhos - na cidade de Blumenau. Os desafios? A maturidade adquirida com a pesquisa me fez compreender que jamais terei êxito nas buscas de meus objetivos, pois a falta de educação é muito grande (a partir da educação formal) e os valores são outros do que aqueles que compreendemos necessários para formar um espaço saudável realente [revigorante] para a sociedade que vive nele. O desafio é poder modificar alguma coisa, ou contribuir com alguma coisa, uma partícula, construir pontes como essa que fazemos entre os nossos meios de comunicação. Atualmente termino um livro sobre Fachwerk e talvez esse seria o desafio do presente – publicá-lo. [...] Visite o Blog da Angelina: angelinawittmann.blogspot.com.br

Pesquisa na UFSC, 27/02/2018.

Para quem vai estudar o idioma alemão, começará aprendendo o básico. Primeira dica importante: todos os substantivos são escritos com a inicial maiúscula. Aqueles que fugiam da aula de português se perguntam... Mas o que é um substantivo? O substantivo é a palavra usada para nomear algo ou alguém. Nomes de pessoas na nossa língua também tem o início maiúsculo. Em alemão a regra é a mesma, mas não se aplica somente à nomes próprios como também à animais, objetos, sentimentos e muitas outras coisas. A segunda regra básica: a língua alemã tem três gêneros, à saber masculino, feminino e neutro. Quando falamos do sujeito na frase isso quer dizer que todo substantivo tem um artigo der (masculino), die (feminino) ou das (neutro). E a lógica dos gêneros das palavras é bem diferente do português. Um exemplo bem simples: a lua se transforma no masculino der Mond, o sol se tranforma no feminino die Sonne, e o masculino clima se transforma no neutro das Wetter. E para confundir qualquer pessoa: das Mädchen significa a menina. Como assim? Menina deixou de ser feminino? No idioma de Goethe a menina continua sendo do sexo feminino, ainda assim, gramaticalmente pertence ao gênero neutro porque todas as palavras terminadas em chen sao neutras. De modo que quando for aprender a língua de Schiller, lembre-se de decorar sempre o artigo com o substantivo e escrever o último com inicial maiúscula. Dica de ouro: se você tiver uma memória visual, use cores para diferenciar os gêneros.


Brasil, abril de 2018. Ano 2, nº 17. Pág. 04.

as bolsas em trajes da Baviera

Tanzzeichen no Trachtenkorb. Foto: Claudia Santana.

Mulheres e suas bolsas: parceiras inseparáveis! E é lógico que no meio folclorístico isso não seria diferente. Nós amamos as bolsas que fazem parte do traje, sejam elas de pano, feltro, couro ou de vime. Nem todos os trajes possuem em suas descrições detalhes sobre a bolsa que se deve portar ao usá-lo, mas ela deve combinar com o estilo e a época da vestimenta. A mais clássica é a Beuteltasche. Sabe aquele pretinho básico que combina com tudo! Pois essa é a definição perfeita para essa bolsa. Ela pode ser de crochê ou de pano, simples ou bordada com ouro e prata. Contudo, ela é pequenininha e às vezes não dá para carregar tudo o que precisamos nela. Então é preciso apelar para modelos maiores, como por exemplo a Metzgertasche - bolsa de açougueiro. Como o próprio nome já diz, ela tinha como função carregar as facas afiadas que seriam usadas no abate dos animais e por isso precisava ser grande e resistente. Quando feitas de couro, muitas delas recebem um minucioso bordado de Federkiel. No entanto, a que eu amo mesmo é a

por Claudia Santana

cestinha de vime - Trachtenkorb. Admito que ela é pouco prática: enrosca no avental do traje, não dá para pendurar na cadeira e na hora de guardar não cabe em nenhum armário! Mas quem se importa?! É nessa bolsa estilosa que eu exibo como troféus as minhas Tanzzeichen. Tanzzeichen são os penduricalhos que são entregues no começo de um baile folclórico e que precisa ser usado durante toda a festa para mostrar que você pagou a entrada. No final ele vai para a cestinha! Meu bem, isso agrega status! ;-) Quanto mais coisinhas penduradas na cesta, mais bailes você frequentou. Algumas são verdadeiras jóias! Produzidas com muito carinho e em muitas hora de trabalho que até dá um dó de carregar por medo de perder ou quebrar. Todo tipo de material pode ser usado para fazer as lembrancinhas: tecido, algodão, cascas, madeira ou couro. Eu já tive uma que foi feita à partir de uma massa à base de sal! Muitas vezes eles se referem ao evento, trazendo imagens de dançarinos, peças de traje, símbolos ou mesmo o brasão do grupo. Se a Tanzzeichen faz parte do traje oficial ou se vem de longa tradição ninguém soube me dizer, mas provavelmente não. Segundo relatos ele surgiu apenas nos anos 60 nos bailes da Baviera. Bem, esse costume talvez nunca tenha sido mencionado em uma descrição de traje, mas é fato que novos hábitos podem sempre surgir e quando dão certo fazem parte de rituais por vários séculos. Vida longa ao Tanzzeichen!

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OLHARES DE UM MÉDICO BRASILEIRO SOBRE A ALEMANHA

Tradição entre Vizinhos Por Juliano Emílio Quando mudamos para um prédio antigo em Sendling, um bairro central de Munique, não esperávamos uma recepção calorosa dos vizinhos. Mas em uma conversa com um deles descobri uma tradição entre os moradores: todos os anos, em uma noite de verão, eles se reuniam no pátio dos fundos para um jantar, uma grande confraternização; e naquele ano já contavam com nossa presença. Na noite combinada todos vieram, trazendo pratos prontos, bebidas, cadeiras, talheres, e suas próprias mesas, que foram colocadas lado a lado para o banquete. Sob o calor da noite, bebemos vinho trazido da Itália por um deles, enquanto ouvimos boas histórias de outros. Neste clima fraternal, quando chegamos à sobremesa, parecíamos velhos conhecidos... e esta amizade permaneceu por todos os anos que vivemos naquele apartamento.

Atividades nos fundos dos prédios e nas praças, a céu aberto, são tradicionais entre vizinhos. Foto: Denis Simões.

Elisangela Leitzke reside na Alemanha e é professora e tradutora desde 2013, com mais de 2500 horas/aula. Tem qualificação para ser avaliadora nas provas orais e escritas telc - The European Language Certificates, reconhecidas em toda a Europa - em escolas licenciadas.

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Trachtentaschen:


Brasil, abril de 2018. Ano 2, nº 17. Pág. 05.

Medien Zum Sehen und Hören Por Denis Gerson Simões

O Ilusionista: Áustria na tela

A produção tem na narrativa e na fotografia seus diferenciais.

Uma trama inteligente que, para alguns, beira ao sobrenatural, utiliza como pano de fundo a Áustria da segunda metade do século XIX. O Ilusionista (2006) é mais um filme que tem como ponto central alcançar o amor que se mostra inatingível, retomando um tanto a lógica dos contos de fadas onde a princesa é raptada pelo dragão e precisa ser salva. Neste caso não há monstros fictícios, sendo o herdeiro da coroa Austro-Húngara, príncipe Leopold, a representação dracônica no enredo. O papel de herói salvador fica para Edward Abramovich, que depois se intitula de Eisenheim, o Ilusionista, que pertencendo às classes populares não pode chegar à sua amada, a Duquesa Sophie von Teschen, uma nobre. Mesmo quase dando um spoiler com essa explicação, o filme traz de modo surpreendente algumas informações e prende o público à trama. Por ter uma narrativa repleta de estratégias, é necessário prestar atenção aos detalhes

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Agora você pode acompanhar as informações da cultura alemã, no Brasil e na Europa, em diversas bases. Acesse, curta e se inscreva. É gratis.

para compreender as sutilezas (que ao final usa o tradicional feedback para que o espectador compreenda os acontecimentos). E é bom destacar que se trata de uma obra de ficção, com personagens fictícios. O diferencial para quem gosta de cultura teuto-brasileira é a fotografia. A região alpina e cidade de Viena são bem caracterizadas, mostrando desde vestimentas de época a ruas e prédios públicos, além da estética da monarquia austro-húngara. Um filme que vale a pena ver.

Feste und Musik Por William Schmidt Roese - Fritz

Restinga Seca Hallo meine lieben Freunde! Wie geht’s? No dia 24/03, em Restinga Seca-RS, aconteceu o 4. Jugendfest, uma realização do Grupo de Danças Folclóricas Alemãs Jugendfreund do mesmo município. O evento contou com a presença de 27 Volkstanzgruppen, com destaque aos da região. Após as apresentações folclóricas o baile ficou ainda mais animado com a banda Família Einchelberger, de Três de Maio-RS, formada por familiares do mesmo sobrenome, que, por sinal, vem se destacando em eventos folclorísticos. A Einchelberger gravou na festa as imagens para o seu primeiro DVD, o que foi uma alegria a todos os presentes. O Jugendfreund - Jovem Amigo foi fundado em 28/03/2012, com jovens pertencentes à Paróquia Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - IECLB - São Miguel. Com uma indumentária simples começaram a representar o município em diversas ocasiões. Em 28/01/2015, então, foi feito o traje oficial, baseado na indumentária da Francônia Fränkische-Schweiz -, na baviera. Conta com três (3) categorias: Kinder, Oficial e Master. Vem representando a paróquia e a cidade em diversos eventos.

Trama que se passa na Áustria do Séc. XIX. Fonte: imagens do filme.

derhut.com.br youtube.com/derhut @BoletimDerHut BoletimDerHut boletimderhut issuu.com/derhut

Jugendfest. Foto: William Roese


Brasil, abril de 2018. Ano 2, nº 17. Pág. 06.

Gruppen Notícias dos Grupos de Danças / Infos ABRIL 2018 * 04/04 - Oficina de Valsas, Polcas e Chotes - quartas-feiras - Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre denis@portal25.com

E recomeçaram os Encontros de Grupos no Brasil A equipe do Der Hut esteve presente em Nova Petrópolis, Restinga Seca e Westfália, numa pluralidade de atividades, além, claro, das danças folclóricas.

* 07/04 - 10º Encontro de Grupos Fo l c l ó r i c o s - 2 3 a n o s d o Volkstanzgruppe Talquelle - Nova Hartz - RS. (51) 99503-1666 * 14/04 - 3º. Encontro de Grupos Fo l c l ó r i c o s - B l a u t h s c h n e i s s Volkstanzgruppe - Farroupilha-RS. g.d.desvioblauth@bol.com.br * 15/04 - Regional em Dança - 8h30min - Regional da Grande Porto Alegre Igrejinha-RS. Tema: Danças de Círculo. * 21/04 - 14º Baile do Chope e Encontro de Grupos - Lustige Jugend - Augusto Pestana-RS. (55)99992-8038 * 28/04 - 1. Heimatlandfest Heimatland Volkstanzgruppe Pinhalzinho-SC. (45) 99981-2349 * 28/04 - Aniversário 18 anos G.D.F.A. Wiedergeburt - Encontro - Igrejinha-RS. bitamuller@yahoo.com.br * 28/04 - 30°Baile do alemão - G.D.F.A. Immer lustig und durstig - Não-MeTo q u e - R S . ( 5 4 ) 9 9 1 2 1 - 0 2 0 1 contato@comunitaria1049.com MAIO 2018 * 06/05 - Almoço Alemão - São Miguel do Oeste-SC. * 12/05 - 16. Schlachtfest - Associação Artístico Cultural Teutônia - CanabarroTeutônia-RS. (51) 99927-8182 * 12/05 - 19° Café Colonial - 19h Associação Grupo de Danças Jugend Vor wärts - Saudades-SC. jugendvorwarts@gmail.com * 19 e 20/05 - 69. Sudetendeutscher Tag - Augsburg - www.sudeten.de * 20/05 - 11º Encontro de Grupos - Der Deutsche Jugendtanz - Vale do Sol-RS. gertrudesmelchior@yahoo.com.br NOVEMBRO 2018 * 10/11 - Tanzfest Porto Alegre 2018. D. V. Tanz mit uns. Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre. Baile Temático Danças Alemãs. denis@portal25.com www.25brasil.com.br

Banda Real no Baile de Aniversário do Schützenhaus Tanzgruppe, na Sociedade Tiro ao Alvo, de Nova Petrópolis, em 17.03.2018. Foto: Denis Gerson Simões.

O ano começou em janeiro, mas os Encontros de Grupos de Dança Alemãs pegaram ritmo a partir de março. Neste ano no Rio Grande do Sul ocorreram três eventos típicos voltados ao Volkstanz: em Nova Petrópolis, em Restinga Seca e Westfália. Festas com muita música, atividades sócio-culturais e tradições. Na Sociedade Cultural e Recreativa Tiro ao Alvo, de Nova Petrópolis, ocorreu o baile dos 25 anos do Schützenhaus Tanzgruppe. Na oportunidade, além de grupos de danças e comunidade local, estiveram presentes exdançarinos e ex-coordenadores. Na sua apresentação os donos da casa mostraram suas habilidades com os tamancos de madeira - Holzschuhe - e abriram o baile com a tradicional Polonaise, que agregou todos os presentes. Os tamancos de madeira também foram o ponto forte no Westfälischer

Tanzabend, evento que aconteceu no município da Westfália-RS. Lá, além de baile típico, durante o dia ocorreram jogos utilizando os Holzschuhe. Nessas brincadeiras ocorreram muitos momentos de bom humor ao adaptar as práticas esportivas ao contexto da área rural. À noite os grupos presentes tiveram a experiência de dançar com os sapatos de pau e degustar um saboroso jantar. Estiveram representando o Der Hut no evento os dançarinos William Oliveira e Heidi Michel. Já em Restinga Seca ocorreu o baile típico do Jugendfreund. Lá esteve o colunista do Der Hut William Roese em sua coluna ele conta detalhes desta bela festa. Teve destaque a gravação do DVD da Banda Família Einchelberger. Março transcorrendo em grande estilo! Parabéns a todos os promotores desses Encontros de Grupos.

Brasão do Grupo Bergfreunde ganha Onze Estrelas Como forma de homenagear os integrantes falecidos em acidente rodoviário no mês de setembro de 2017, o Grupo Folclórico Bergfreunde de Campinho - Domingos Martins - Espírito Santo incorporou, ao seu Brasão Oficial, onze estrelas, que passam agora a representá-los. Ter essa simbologia no Brasão é uma forma do legado dessas pessoas estar presente nas apresentações e eventos do Berg-

freunde. Esta foi a maneira encontrada pelo grupo de materializar a saudade e o respeito aos amigos que partiram. Que os amigos dançarinos capixabas sigam em frente com esse belo trabalho.


Brasil, abril de 2018. Ano 2, nº 17. Pág. 07.

Tänze

Quadrilhas... uma introdução Quando se fala em quadrilha as pessoas logo imaginam um conjunto de mafiosos armados, criminosos fora da lei. Contudo, não se trata desse tipo de quadrilha da qual se está falando aqui, mesmo que o nome venha de um elemento comum: a referência ao número quatro (4). O nome faz referência a um grupo de quatro ou mais pessoas. Sobre as danças de quadrilhas veja o que publicamos na Coluna da Tanzfest de julho do ano passado: Observando as danças populares alemãs, verifica-se que uma formação muito utilizada é a das quadrilhas. São coreografias que se constróem com quatro pares, destacadas na grande categoria das contradanças. Nas tradições alemãs geralmente os pares estão dispostos em cruz, círculo, fileiras de casais - de lado ou frente a frente. No alemão a palavra utilizada é Quadrille, que vem do francês. Está associado a esse termo também quadrado e quadra, destacando as danças que formam-se com quatro cantos - Viereck. Outras denominações convencionais são Kontra, Konter, Kunter, Contra e Achter. Uma curiosidade é que uma quadrilha pode ter mais de quatro pares. Há a opção de ter um excedente, com cinco - quando se agrega um casal ou indivíduo a mais - a exemplo do Kegelquadrille; entretanto, mantémse a formação principal em formato de cruz. Já as Doppelquadrille tem 8 pares, sendo basicamente duas contradanças que dialogam entre si e mantém as formações tradicionais. Outros exemplos: Schlunz, Kontra mit Plü, Sünnros, Schüddel de Büx, Sauerländer-Quadrille, Wolgaster, Sechsertanz, Holsteiner Dreitour. No entanto, tome cuidado com as denominações: é importante perceber que nem todas as danças que tenham quatro casais são necessariamente quadrilhas. As formações fazem muita diferença.

Desvendando a descrição (4) Kontratanz / Artländer Konter FORMAÇÃO INICIAL: Quatro pares em formação de cruz, em Posição Aberta (offene Fassung): par 01 de frente para os músicos, par 02 à sua frente, par 03 à sua direita e par 04 à sua esquerda. PASSOS: caminhado (Gehschritt) e galope (Galoppschritt). Quando não dizer que passo é, fazer caminhado. ? 01-08: Círculo dos quatro pares, caminhando no sentido horário; ? 01-08: Círculo dos quatro pares, caminhando no sentido anti-horário; ? 09-12: Em posição aberta, pares 01 e 02, indo em direção um do outro, dão 4 pequenos passos para o centro do círculo e cumprimentam-se. Retornam de costas quatro passos até seus locais iniciais; ? 13-14: Pares 01 e 02 desfazem as posições (soltam as mãos) rapaz e moça do par ficam frente a frente a frente e de lado para o contrapar. Indo para o meio, fazem três (3) galopes e um pulo final, estando, então, no local do contrapar (moças passam por dentro). Refazem posição aberta. ? 15-16: O rapaz conduz a moça e o par gira meia volta. ? 09-16: Repete, agora voltando aos seus lugares originais; ? 17-20: rapaz e moça do par engancharão braços direitos e, no lugar, darão uma volta no sentido horário. ? 21-24: Desfazem a formação. a moça segue para o próximo rapaz andando para o sentido horário do círculo, rapaz vai para o lado oposto. Engancham com o braço esquerdo, agora dando uma volta para antihorário. ?17-24: repete as figuras anteriores, mas seguindo para os próximos pares. Chegará até o seu par, mas estará na posição do contrapar. ? 25-32: Pares 03 e 04 fazem o mesmo que o 01 e 02 fizeram nos compassos 09-16, indo e voltando. ? 01-08: Variantes (box ao lado);

Por Denis Simões A Kontratanz é uma dança que segue a estrutura básica das quadrilhas do norte da Europa. Vem de Niedersachsen, especificamente de Artland, microregião pertencente à Grande Osnabrück. Por esse motivo também tem como nome Contradança de Artland, ou Artländer Konter.

Formação inicial básica de uma quadrilha; Tanzfest POA, 2016.

Variantes Nas contra-danças uma característica é sua repetição. Geralmente ocorrem 3 ou 4 recomeços. O que varia de uma vez para outra são os primeiros tempos, tradicionalmente iniciados por um círculo (na Kontratanz os compassos 01-08 com repetição). Nesta dança utilizam as variantes clássicas de uma quadrilha. Veja abaixo as desta coreografia: ? Variante 01} 01-08: Cada par, no seu lugar, forma um círculo com as mãos dadas - e andam no sentido horário e, depois 01-08 no sentido anti-horário; ? Variante 02} 01-08: Círculo das moças - Elas se encontram no centro da quadrilha e formam um circulo de mãos dadas. Caminham horário e 01-08 antihorário; ? Variante 03} 01-08: Moinho dos rapazes - Eles vão ao centro e com o braço direito esticado pegam o pulso do da frente. Vão horário e 01-08 voltam antihorário. ? Variante 04} 01-08: Círculo Final - Círculo no sentido horário e 01-08 volta anti-horário.


Brasil, abril de 2018. Ano 2, nº 17. Pág. 08.

Comer Weißwurst no local de origem acompanhado de Brezel Uma tradição da gastronomia bávara que tem até mesmo horário certo para degustar. Conheça a salsicha branca com rosquilha de pão salgado.

Suíça na Tanzfest Quem vai dar um passeio pelos Alpes nota que alguns destinos são especialmente encantadores, sendo uqe muitos deles estão na Suíça. Os brasileiros vêem esse país como pequeno, mas os suíços mostram ser um grande polo cultural, além de ter suas belezas naturais. E uma vantagem para quem passeia por lá é a multiplicidade linguística: eles tem quatro idiomas oficiais, o alemão, o francês, o italiano e o reto-românico. Devido a essa forte ligação identitária com o sul da Alemanha, assim como ser também um país com maioria de língua alemã, a Suíça não poderia faltar na Tanzfest Porto Alegre. Desde 2016 na festa foram integradas tradições suíças, como os jogos típicos do Martinstag. Dentre as brincadeiras está a tradicional Gans-Abhauet, a Decapitação do Ganso falso, que teve como seu primeiro vencedor Gernot Haeberlin (2016), Cônsul Honorário da Suíça em Porto Alegre, e segundo Leandro Magno Allgayer (2017), do Glockenthal Volkstanzgruppe. Costumes da Europa que são importados e revividos no Brasil. Para 2018 seguem os diálogos BrasilSuíça na Tanzfest Porto Alegre, ampliando a parceria com a Sociedade Filantrópica Suíça e trazendo novas propostas vindas dos cantões de muitas línguas.

Gernot Haeberlin no tradicional Gans-Abhauet, a Decapitação do Ganso, na Tanzfest 2016.

A salsicha branca e a rosquilha de pão em frente à prefeitura de Munique: uma tradição que ultrapassa o tempo. Foto: Denis Gerson Simões.

Sempre que se descobre um local novo e bom, vale indicar para os amigos e conhecidos. Em janeiro Camila, Denis e eu combinamos de encontrar um casal de amigos de longa data para tomarmos um café num sábado no Marienplatz. Nós cinco, brasileiros, fomos parar no Wildmosers Restaurant - Cafe am Marienplatz na praça principal de Munique. O lugar nos encantou com o seu charme um tanto rústico - até lareira tinha. A garçonete não era a pessoa mais simpática do mundo, mas a comida e o café estavam muito saborosos. Vou me ater à Weißwurst hoje, porque segundo a lenda o restaurante é o local de origem dessa iguaria tão muniquense que normalmente vem acompanhada de Brezel e, de acordo com a tradição, deve ser degustada somente na parte da manhã. Os turistas desavisados podem comer a Weißwurst - em português linguiça branca - de modo errado. Não se come a capa que a envolve, a não ser que ela seja extremamente fresca. O ideal é pegá-la na mão e sugar o recheio. Outra opção é cortar levemente a capa protetora por cima - longitudinalmente - e descascá-la, por assim dizer. Porém, neste caso, não pode tirar nacos nem da carne, nem do intestino. Para saber se você fez certo ao descascar, você terá de ter tanto a lin-

guiça inteira, como a pele também, exceto pelo primeiro e único corte. Qual a lenda por trás dessa iguaria? Dizem que no dia 22 de fevereiro de 1857 os conselheiros da cidade foram tomar uma cerveja no local chamado Zum Ewigen Licht ainda na parte da manhã. Como estavam com muito apetite e os pratos que normalmente eram servidos tinham acabado, o açougueiro resolveu improvisar porque na segunda-feira de carnaval não haveria como conseguir intestinos de animais que pudesse preencher para servir as conhecidas linguiças. Josef Moser teve a ideia de usar o que estava à mão e preencheu os intestinos disponíveis, porém, ao invés de fritar, ele cozinhou as linguiças em água fervente e as serviu nas terrinas ainda quentes. Os conselheiros gostaram da criação. Obviamente o açougueiro temperou um pouco mais a sua nova iguaria com casca de limão e salsa entre outros e não demorou muito para fazer um estrondoso sucesso. 160 anos depois essa é a especilidade de Munique. Para quem gosta de experimentar pratos diferentes, eu recomendo provar: Weißwurst mit einem Weißbier, Brez'n und süßem Senf. Traduzindo: linguiça branca regada a cerveja de trigo e pretzel com mostarda para combinar.


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