BOLETIM DER HUT: Cultura Teuto-Brasileira na Cabeça - mês de dezembro de 2017

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BOLETIM “DER HUT” - CULTURA TEUTO-BRASILEIRA NA CABEÇA, WWW.PORTAL25.COM- dezembro de 2017

Tradições, Música, Dança, Turismo, Idioma, Gastronomia e Sociedade Brasil, dezembro de 2017. Ano 2, nº 13. p.01.

Weihnachtsmarkt o charmosíssimo Mercado de Natal na Alemanha

Por Elisangela Leitzke

Logo começa o período de advento e com ele a época de natal. É durante estas semanas que mais se corre para organizar a vida antes da chegada do fim do ano. Não existe lugar melhor do que os famosos mercados de natal da Alemanha para diminuir o ritmo, esquecer os problemas, encontrar amigos, passear com a família, comprar lembrancinhas e beber um Glühwein - um vinho tinto ou branco temperado com canela, cravo, casca de limão, entre outros e tomado quente. A data de abertura e fechamento varia de acordo com cada opção. A maioria abre somente entre o primeiro domingo de advento e o dia de Natal. Alguns abrem antes e/ou fecham depois. Outros abrem somente num final de semana ou em todos eles. Também o nome dessa atração pode variar muito, porém,

todos tem a mesma conotação: dar um ar mais leve e aconchegante ao período mais frio do ano. Die Weihnachtsmärkte - como são chamados no plural em alemão estão espalhados por todo o país: pequenos ou grandes; em pequenas vilas ou grandes centros; diversos numa mesma cidade; vendendo produtos, por assim dizer, modernos ou peças mais antigas; oferecendo principalmente comida, bebida, roupas, decoração e outros artigos natalinos. Eles podem estar situados em locais tradicionais ou não; nos aeroportos, perdidos entre montanhas ou em alguma ilha no interior. Historicamente eles surgiram com as feiras do final da Idade Medieval: normalmente eventos de um dia de duração que serviam para que as pessoas pudessem comprar carne para o inverno. Tornou-se costume permitir também aos artesãos

Das Weihnachtsdorf im Kaiserhof der Münchner Residenz. Foto: Denis Simões - 2016. Apoio:

venderem seus produtos em tendas no local. Desde a metade do século XX estes mercados se tornaram um elemento indispensável às festas de natal. Hoje em dia são uma grande atração turística, servindo de chamariz para os turistas que tem uma predileção por tradições alemãs. Cidades como Munique, Dresden, Eisenach e Nuremberg são só alguns exemplos no meio de uma infinidade de opções. Seria possível passar o mês de dezembro inteiro viajando de um Markt para outro e, ainda assim, não ver todos. E, se desejar fazer um tour natalino, aqui vai uma dica secreta: conhecer os mercados de natal históricos, eles podem ser apaixonantes. Você se encantará com o que encontrar. Confira a lista: www.weihnachtsmarkt-deutschland.de


Brasil, dezembro de 2017. Ano 2, nº 13. Pág. 02.

Editorial Rápidas

Um ano de Der Hut: sempre mudando

O

título tem um verbo intencionalmente colocado nesta forma: mudando. Quando o sufixo - o término - do verbo for em ndo dizemos que é um gerúndio, uma forma nominal que apresenta uma continuidade, um movimento que se repete. Assim, nosso processo de estar se repensando e trazendo novas propostas ocorre a cada edição, sem pudores por modelos ou regras estéticas: queremos que as informações estejam adequadas às suas realidades e para isso adaptar nosso Boletim Der Hut é uma constância. E a partir dessa clareza que, ao completar um ano de trabalho, optamos por seguir em transformações, sempre experimentando novas propostas e dialogando com o que está acontecendo na América Latina e na Europa. Junto disso também temos como foco os nossos leitores. Como já comentamos em edições anteriores, não vamos baixar o nível dos conteúdos em prol de ter um público maior. Gostaríamos, sim, de transmitir materiais pertinentes e que sejam positivos a todos. Por esse motivo algumas novidades poderão ser conferidas em nossas páginas deste mês. Teremos uma área

que falará das danças alemãs e de como fazer a leitura de uma descrição de dança típica; também abrimos uma página que tratará de referências da cultura alemã na mídia; ainda como novidade oficializamos um texto que falará de turismo e viagens. De toda forma, não se quer engessar o atual modelo. Outra novidade é que o site do Boletim está no forno e em breve estará disponível com todos os conteúdos do formato PDF ou ISSU. Tem o objetivo de ampliar as formas de contato, alcançando as Redes Sociais. O lançamento da página será no início de dezembro e o abastecimento dos conteúdos deve ocorrer no transcorrer de dezembro e janeiro. Em outras palavras o Boletim Der Hut está recebendo investimentos de recursos financeiros, entretando igualmente de capital humano. Novas pessoas estão mensalmente se agregando ao projeto e trazendo novas oportunidades. Seguimos trabalhando e contando com a colaboração de todos os leitores. Desejamos desde já uma ótima entrada em 2018 a todos e que o ano seja repleto de boas experiências e novas possibilidades de crescer pessoal e profissionalmente.

O Centro Cultural 25 de Julho vai iniciar em 2018 mais dois grupos de danças alemãs: o Kindergruppe - para crianças a partir dos 6 anos - e o Trachtengruppe - voltado para casais e pessoas mais experientes que querem fazer danças de forma descontraída. Para lançar a proposta foi realizado Encontro Festivo em 27/11/2017, na entidade. ?

E no último dia 20/11 encerrou a temporada 2017 do Grupo de Culinária Max und Moritz, do Centro Cultural 25 de Julho. Teve no cardápio pratos para o final de ano, como lombo e pernil de porco, frango assado, batatas, arroz com legumes e lentilhas (foto abaixo). Em março as atividades reiniciam. ?

E novembro ainda esteve em clima de Oktoberfest no Brasil. É mais ou menos como Festas Juninas, que iniciam no final de maio e seguem julho adentro. ?

No mês de dezembro a equipe do Der Hut estará reunida em Munique - Alemanha planejando as atividades de 2018. Esperamos ser um período muito inspirador. Provavelmente já terá neve e um clima bem geladinho. ?

Edições do Boletim Der Hut 2017

BOLETIM “DER HUT” CULTURA TEUTO-BRASILEIRA NA CABEÇA Coordenação: Denis Gerson Simões; Conselho Editorial: Claudia Santana, Denis Simões, Elisangela Leitzke, Felix Mugwyler; Textos: Denis Simões, Elisangela

Leitzke, Juliano Emilio, Rosemarie Taylor e William Roese; Revisão: Elisangela Leitzke; Contatos: derhut@portal25.com Periodicidade: mensal; Distribuição: online; Contribuições: até dia 10 de cada mês, para publicações no mês seguinte. Textos inéditos de no

máximo 2000 caracteres. Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre. Rua Germano Petersen Júnior, 250, B. Auxiliadora. Porto Alegre-RS. CEP 90540-140. Fone: (51) 33428733 www.25brasil.com.br


Brasil, dezembro de 2017. Ano 2, nº 13. Pág. 03

A tradição familiar dos biscoitos de natal Uma tradição que veio da Alemanha, de fazer em família os biscoitos natalinos, se mantém em muitos lares do sul do Brasil. Um hábito de gerações.

Por Denis Gerson Simões Existe cozinha pequena? A resposta é positiva; contudo, mesmo uma grande pode ficar apertada se toda uma família estiver dentro dela, ainda mais cozinhando coletivamente. Isso vale para o hábito de fazer biscoitos natalinos caseiros, uma tradição que chegou ao sul do Brasil através da imigração alemã e ainda une muitas gerações. No século XIX e primeira metade do XX era convencional que antes de chegar o inverno frio as famílias se reuníssem para preparar quitutes que pudessem ficar preservados por mais tempo sem estragar. Com a neve não haviam frutas ou verduras frescas e a solução era condicionar os alimentos cozidos, assados ou curtidos em vidros ou espaços secos. A partir dessa tradição que muitos pratos germânicos surgiram, como chucrute (Sauerkraut), a gelatina de carne (Sülze), doces de frutas e os próprios biscoitos natalinos. Na família Hillesheim Gerson a tradição de fazer biscoitos para o Natal

ainda se mantém. Este ano a data escolhida foi 26/11, domingo, unindo avó, filhos, netos e bisneta. A cozinha tinha oito (8) pessoas fazendo doces, fora os demais curiosos. Além de prepararem três diferentes massas, a alegria das crianças estava em usar as distintas forminhas. Assar os biscoitos no ponto certo é um dos segredos para que fiquem preservados por mais tempo. E para guardá-los no vidro é preciso esperar que esfriem. A matriarca, Guilhermina Hillesheim Gerson, colocou que ela fazia essas receitas desde pequena, um costume no qual a bisneta Helena, que ainda não completou um ano, já foi iniciada. E mais importante do que transmitir uma receita gastronômica é preservar um hábito de cooperação dentro da família. O trabalho em conjunto foi uma das características dos imigrantes alemães no Brasil, o que se manifesta também nas atividades festivas. São ensinamentos que se perpetuaram.

Biscoitos Natalinos de Amido de Milho Ingredientes Amido de Milho - 250g; Manteiga - 200g; Açúcar - 2 xícaras; Sal - 1 colher de chá; Ovos - 4 unidades; Baunilha - 1 colher sopa; Leite - 200 ml; Fermento - 2 colheres sopa; Farinha de Trigo

Modo de preparo Junte em uma vasilha a manteiga, os ovos e o açúcar, misturando bem. Depois acrescente o leite, o sal, o fermento e o amido de milho, misturando-os. Para deixar a massa homogênea e chegar ao ponto de esticar com o rolo, coloque farinha de trigo conforme a necessidade. Com o rolo de massa abra-a até ficar com a espessura de meio centímetro. Corte no formato desejado. Asse em forno médio até ficar corado. Pode cobrir com glacê ou chocolate.

OLHARES DE UM MÉDICO BRASILEIRO

Pacientes alemães contam histórias de guerra? Por Juliano Emilio Diversos pacientes trouxeram histórias infelizes para meu consultório, independente da doença que os acometia ou o país onde viviam. No entanto, a Alemanha é uma nação com um extenso histórico de guerras recentes; os que viveram os horrores da Segunda Guerra Mundial ainda estão vivos e puderam me contar como sobreviveram a eles durante sua juventude. Com estes pacientes conheci o aspecto humano dos conflitos, de como o povo, de ambos os lados de uma guerra, é a maior vítima das bombas. As cicatrizes não estão só na mente destes sobreviventes, mas também no corpo: certa vez um paciente pediu para que não me assustasse com a radiografia de sua perna, caso encontrasse um projétil alojado ali, disparado pela pistola inimiga em 1945. Por estes seres humanos, depois de conhecer seus relatos, não pude sentir nada menos do que um profundo respeito. Como disse anteriormente, não se deve nunca generalizar acerca das características de um povo desta ou daquela nacionalidade. Ainda mais nos nossos dias, onde fluxos migratórios passaram a ser eventos cotidianos que, espero, contribuam para uma forma de enxergar o planeta cada vez mais como uma grande comunidade, tolerante e com respeito mútuo. O que aprendi com a experiência de tratar pacientes das mais diversas nacionalidades, credos, hábitos e culturas, foi que a educação é universal. Tratar bem os outros, ter respeito, ser gentil e sincero, são maneiras de interagir que, independentemente de onde e com quem se esteja, é a única linguagem universal que pode unir com harmonia as sociedades humanas.


Brasil, dezembro de 2017. Ano 2, nº 13. Pág. 04.

Na atualidade o avião em trânsito entre Alemanha e o Brasil provavelmente pousará no aeroporto de São Paulo. Mas a vinda de navio guarda outros destinos e surpresas. Conheça a continuação da história da alemã Rosemarie Taylor e sua ida para terras tropicais na década de 1950. Por Rosemarie Taylor. - Tradução de Elisangela Leitzke. No dia 28.07.1955 o capitão do navio nos informou da nossa chegada ao Rio de Janeiro no dia seguinte, e pediu para que estivéssemos no deque por volta de 04:00hrs da madrugada. Excitadíssimos todos os passageiros compareceram no horário marcado. Estava escuro a nossa volta. As luzes do navio estavam reduzidas a um mínimo. De repente uma luz se fez no horizonte. Quando nos aproximamos da luz, ela tomou forma. Era a estátua do Cristo Redentor no Corcovado - carinhosamente chamada pelos marinheiros de Lukenfiez, porque a estátua é a primeira a anunciar terra depois de muitas semanas em alto-mar.

Ao se aproximar ainda mais da estátua apareceu uma linha de terra ao longe, a Baía da Guanabara. Aos poucos o dia ia clareando. Fantasmagoricamente um nevoeiro espesso cobria a linha de terra. E, ao fim, mostrou-se uma das mais lindas praias do mundo, a Praia de Ipanema. No nosso primeiro dia de hospedagem no hotel com vista para a Praia de Ipanema, foi o meu aniversário. Eu completava 13 anos e uma nova vida começara para mim. A claridade do sol, os cheiros tropicais das exóticas frutas frescas e o mar nos preenchiam com um sentimento de felicidade e uma admiração por esse país, de tal modo que é impossível achar palavras para descrever.

Imagem do Rio de Janeiro na década de 1950. Fonte: procrie.com.br

Falar alemão é abrir portas para o Mundo! Aulas presenciais em Munique ou online em todo o planeta. lise_leitzke@yahoo.com.br WhatsApp: +49 1511 0279078

Siga acompanhando a história de Rosemarie nas próximas edições do Boletim Der Hut.

Unser Umzug nach Blumenau, Brasilien (2) Am 28.07.1955 gab uns der Kapitän die Ankunft in Rio de Janeiro am nächsten Tag bekannt und bat uns, gegen 4 Uhr an Deck zu kommen. Voller Aufregung fanden sich alle Passagiere dann auch zur gegebenen Zeit dort ein. Es war dunkel um uns herum. Die Lichter des Schiffes waren auf ein Minimum reduziert. Plötzlich erschien am Horizont ein Licht. Als wir uns dem Licht näherten, nahm dieses Licht immer mehr Gestalt an. Es war die Christus-Statue auf dem Corcovado, von den Seeleuten liebevoll Lukenfiez genannt, weil die Statue als erste nach vielen Wochen auf See, Land ankündigt. Als das Schiff sich immer mehr der Statue näherte erschien auf einmal in der Ferne ein Landstrich, die Bahia da Guanabara. Es wurde ganz langsam hell. Gespenstisch lagen Nebelschwaden über dem Landstrich. Es zeigte sich einer der schönsten Strände der Welt, die Praia de Ipanema. Am ersten Tag unseres Aufenthaltes im Hotel, mit Blick auf den Strand von Ipanema, hatte ich Geburtstag. Ich war 13 Jahre jung und ein neues Leben hatte für mich begonnen. Die helle Sonne, die tropischen Gerüche von frischen exotischen Früchten und das Meer erfüllten uns mit einem Glücksgefühl und einer Bewunderung für dieses Land, für die ich keine Worte finden kann.

Elisangela Leitzke reside na Alemanha e é professora e tradutora desde 2013, com mais de 2500 horas/aula. Tem qualificação para ser avaliadora nas provas orais e escritas telc - The European Language Certificates, reconhecidas em toda a Europa - em escolas licenciadas.

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Nossa mudança para Blumenau no Brasil (2)


Brasil, dezembro de 2017. Ano 2, nº 13. Pág. 05.

Medien Zum Sehen und Hören Por Denis Gerson Simões

O ataque dos zumbís bávaros!

As imagens podem ser nojentas para os estômagos fracos, mas bem humoradas.

Aí pessoal! Começamos a nossa coluna Zum Sehen und Hören - Para ver e ouvir - com um filme bastante recente e cheio de folclore: O ataque dos zumbís bávaros. Não é zoeira minha não. Conheci essa preciosidade em meio a um momento zap - de ficar passando os canais da televisão - no meio da madrugada. Se você ainda não viu, vale a pena conhecer, nem que seja para ampliar o senso crítico. Como quase sempre acontece, a tradução do título original saiu um pouco deturpada: Angriff der Lederhosenzombies ou, em inglês, Attack of the Lederhosen Zombies. Pessoalmente me parece mais interessante O ataque dos zumbis tiroleses - mas é compreensível a escolha do nome, pois o grande público vai entender o clima da proposta através da bavaridade, Oktoberfest, essas coisas. A produção é austríaca, de 2016, com direção de Dominik Hartl. O cenário é repleto de neve, gravado no Südtirol - Alto Adige. Aparecem desde ce-

nas com Snowboard até uma festa típica em uma hospedaria, tudo regado a zumbís que se despedaçam como manteiga no garfo quente. É uma comédia trash repleta de bizarrices, com um monte de mortos vivos perseguindo uns mortais. Logo no começo aparecer um cervo zumbi comendo uma mão humana já dá o tom do roteiro. Não deixa de ser uma bem humorada propaganda do turismo de inverno nos Alpes, mas com um romance às avessas. Só não espere um filme em alemão: todinho falado em inglês, para facilitar a comercialização global. Se quiser ver em português mesmo, tem a versão dublada disponível no YouTube, que, aliás, não é possível acessar da Alemanha.

O cervo e seu prato típico...

Direitos autorais na Alemanha - GEMA Os brasileiros adoram gravar vídeos de danças típicas germânicas e postar na Internet. Contudo, nem sempre isso é algo que os alemães possam fazer. Em alguns casos as músicas são protegidas por direitos autorais. Na Alemanha há uma forte fiscalização que impede o uso de materiais com copyright. Esse controle é realizado pelo GEMA Gesellschaft für musikalische Aufführungs- und mechanische Verviel-

fältigungsrechte, que seria como o Ecad no Brasil. E não se engane acreditando que todas as danças folclóricas estão liberadas. Para estar em domínio público necessita que o autor ou interprete tenha falecido há mais de 70 anos ou cedido os direitos. Assim, cuidado com o que posta. Músicas como a Krüz König, compostas na década de 1920, por exemplo, estão no hall das protegidas pelo GEMA.

Feste und Musik Por William Schmidt Roese - Fritz

Hallo meine lieben Freunde! Sou William Schmidt Roese, resido em Não-Me-Toque-RS. Sou amante do folclore e da cultura alemã há 17 anos. Nesta mesma cidade interpreto um personagem, o qual apresenta o programa A Hora do Kerb, que vai ao ar todos os sábados, das 13h às 16h, na Rádio Comunitária 104.9 comunitaria1049.com - levando cultura, entretenimento e boa música alemã aos ouvintes. E a partir deste mês estarei com esta coluna falando de bailes folclóricos e bandas típicas. Acompanhe aqui Feste und Musik. XV Aratiba Chopp Fest E quem não gosta de um Tanzball? Eu estive em Aratiba no dia 11/11 e aproveitei uma ótima festa. Foi a XV Aratiba Chopp Fest, do Volkstanzgruppe Wahre Freundschaft. E tinha muita gente, viu. Foram 25 grupos, entre alemães e italianos, que se animaram junto com a Super Banda K'Necus, de Brochier-RS (mas olha que tiveram que pegar estrada pra chegar). Eles tem quatro categorias - Infantil, Juvenil, Adulto e Casados - somando 60 participantes. Têm o objetivo de resgatar e divulgar a cultura alemã. A festa folclórica em Aratiba acontece todos os anos, no segundo sábado de novembro. A gente apóia muito o pessoal que dança. Pode contar que o Fritz já está agendado para 2018! Neugierde! Curiosidade: toda sexta-feira que antecede o Aratiba Chopp Fest o Bierwagen passa pelas principais ruas da cidade trazendo música típica alemã e chope. Dando assim, uma provinha do que irá ocorrer no dia da festa.


Brasil, dezembro de 2017. Ano 2, nº 13. Pág. 06.

Gruppen Notícias dos Grupos de Danças / Infos JANEIRO 2018 * Cursos Danças Alemãs - Gramado: - 03 a 10/01 - Adulto 01; -12 a 19/01 - Adulto 02; -20 a 26/01 - Infanto-Juvenil. * 20/01 - 10º Encontro de Grupos Folclóricos - 35ª Festa Pomerana Pomerode-SC. (47) 999976241 festivaisculturais@gmail.com * 25 a 28/01 - 28. Sommerfest Domingos Martins-ES. MARÇO 2018 * 17/03 - Festa dos 25 anos do Schützenhaus Tanzgruppe - Nova Petrópolis-RS. * 24/03 - 12. Westfälischer Tanzabend Westfälische Tanzgruppe - WestfáliaRS. (51) 99995-0798

Tanzfest Porto Alegre 2017 com salão cheio Faltou lugar para atender a todos os interessados em participar da Tanzfest 2017. O evento ocorreu em 11/11 no Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre. Os destaques para essa edição ficaram no festival de chopes artesanais, contando com quatro marcas e uma pluralidade de variedades, e nos jogos germânicos: Pau de Sebo, Serrar o Tronco, Marreta, Tudo Premiado e Golpe do Sabre. Outra característica foi a grande integração entre os

presentes. Houve quatro (4) danças apresentadas coletivamente e outras 12 que contaram com a participação do público. A oportunidade de os dançarinos trocarem experiências e poderem conhecer na pista os colegas de outros municípios. A temática das festas de São Martinho na Europa esteve presente desde a decoração até as atividades durante o evento. O desfile das lanternas iluminou o salão do Centro Cultural, tendo mais de 100 delas transitando com os convidados. As famílias, unindo crianças e adultos de todas as idades, foram um diferencial da Tanzfest deste ano.

* 24/03 - Encontro de Grupos de Danças - G.D. Jugendfreund - Restinga Sêca -RS. ABRIL 2018 * 07/04 - Encontro de Grupos de Danças Folclóricas Alemãs - G. D. F. A. Tanzen i s t F re i h e i t - Fo r q u e t i n h a - R S . grupotanzenistfreiheit@gmail.com * 14/04 - 3º. Encontro de Grupos Fo l c l ó r i c o s - B l a u t h s c h n e i s s Volkstanzgruppe - Farroupilha-RS. g.d.desvioblauth@bol.com.br Jogo da Marreta e os grupos de danças na Das Fenster. Foto: Walter Krause.

*28/04 - 1. Heimatlandfest Heimatland Volkstanzgruppe Pinhalzinho-SC. (45) 99981-2349 *28/04 - Aniversário 18 anos G.D.F.A. Wiedergeburt - Encontro - Igrejinha-RS. bitamuller@yahoo.com.br * 28/04 - 30° Baile do alemão - G.D.F.A. Immer lustig und durstig - Não-MeTo q u e - R S . ( 5 4 ) 9 9 1 2 1 0 2 0 1 contato@comunitaria1049.com MAIO 2018 * 19 e 20/05 - 69. Sudetendeutscher Tag - Augsburg - www.sudeten.de * 20/05 - 11º Encontro de Grupos - Der Deutsche Jugendtanz - Vale do Sol-RS. gertrudesmelchior@yahoo.com.br NOVEMBRO 2018 * 10/11 - Tanzfest Porto Alegre 2018. D. V. Tanz mit uns. Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre. Baile Temático Danças Alemãs. www.25brasil.com.br

Casa da Juventude recebe inscrições para seus cursos Quer dançar em janeiro? Nesse período quem gosta de Gruppentänze tem a opção de participar dos Cursos da Associação Cultural Gramado - ACG. Anualmente um tema é escolhido e ministram essas atividades formativas professores vindos da Europa. Neste ano serão os professores ministrantes Landulf e Silvia Jäger, que vem de Erlangen, na Alemanha. O foco serão coreografias sorabias, mostrando vertentes diferentes da cultura européia. Como já é tradicional, serão três cursos oferecidos pela ACG: dois (2) para a categoria adulta e um (1) para a infantil (datas constam no cronograma

da coluna ao lado). Os participantes trabalham em sistema de imersão, durante os três turnos do dia, ficando hospedados na Casa da Juventude de Gramado e realizando as refeições no mesmo local. Mais informações e inscrições, que já estão abertas, pelo site acg-gramado.com.br.

Curso de danças, 2016. Foto: Denis Simões.


Brasil, dezembro de 2017. Ano 2, nº 13. Pág. 07.

Tänze

Tanzbeschreibung: a descrição da dança Quando se fala de uma coreografia a imagem que vem à cabeça das pessoas são as figuras de uma dança sendo executada. Contudo, anotar ou ler uma descrição coreográfica é uma necessidade de quem é dançarino ou instrutor. Nos Tanzgruppen alemães gradativamente foram se apresentando metodologias de registros, o que se tornou importante para a difusão desse segmento. Não existe uma forma única de descrever as danças típicas. Os autores de livros sobre o tema buscaram registrar ao seu modo o que viam nas comunidades e foram aplicando seus próprios conceitos e linguagens. Entretanto, com o tempo foi se consolidando certa tendência que pode ser hoje identificada em manuais e revistas. Assim, termos como passo (Schritt), posição (Fassung), formação inicial (Aufstellung), compasso (Takt) são bastante utilizados; compreendê-los é essencial. Não se trata de mera questão de idioma, pois mesmo alemães não versados na área não compreendem esses textos técnicos. Por isso, para quem quer adentrar nessas leituras é fundamental conhecer essa metodologia de registro. Há descrições mais elaboradas e outras que tendem a simplificar os dados em tópicos. Em qualquer dos dois casos é importante contextualizar aquela dança, vendo onde foi realizada, qual a vestimenta típica do lugar, quando foi composta ou registrada, entre outros elementos. A interpretação pode mudar muito a partir do conhecimento da história de uma coreografia, por exemplo, ou mesmo como cada lugar denomina seus passos. Veja no quadro ao lado um exemplo. A cada edição do Der Hut esse assunto será tratado, trazendo diferentes abordagens sobre o tema. Siga conosco nessa dança.

Desvendando a descrição (1) Lott ist tot / Lot is doot FORMAÇÃO INICIAL: Vários pares em posição convencional (Gewöhnliche Fassung) na circunferência do círculo. Os dançarinos de costa para o centro. PASSOS: lateral (Nachstellschritt), galope (G aloppschritt ) e polca (Polkaschritt). ?01-04: quatro (4) passos laterais no sentido anti-horário; ?05-08: oito (8) passos de galope, curtos e rápidos, no sentido horário; ?01-08: Repetir 01-08; ?09-16 e 09-16: Polca rodada, segue no sentido anti-horário do círculo. Depois recomeça do início.

Por Denis Simões

Lott ist tot (em dialeto Lott is doot ou em português Lott está morto) é uma Vierschritt, em função da figura dos quatro (4) passos laterais. Na Alemanha teve seu destaque na década de 1820, sendo conhecida por toda a região, podendo ter diferentes nomes, como Manchester, Krebspolka e 1,2,3,4.

FORMAÇÃO INICIAL (Aufstellung) é como os dançarinos deverão estar dispostos na introdução da música. Descreve a formação - em círculo, colunas, quadrilhas, entre outras - e como estão posicionados Fontes: Walter Kogler Verlag - Stuttgart enlaçados, frente a frente, etc. DOBERENZ, Sigrid. Das Federbett. Leipzig. Neste exemplo, destaca que há pares na circunferência do círculo (Kreis), com os raCOMPASSO. Esse número pazes de costas para o indica em quantos compassos centro. Esse conjunto (Takt) da música o que está também é chamado em aledescrito vai acontecer. Não mão de Flankenkreis. confunda passo com compasso. Os compassos são contados a POSIÇÃO CONVENCIONAL. O termo partir do início do verso musical. Fassung quer dizer posição. Esta é para Quando uma parte se repete a pares, estando frente a frente; ele leva a numeração também o faz. Ao mão direita junto às costas dela; ela iniciar uma parte nova a coloca a mão esquerda sobre o contagem recomeça de onde ombro direito dele; a mão havia parado. esquerda dele segura a Neste caso da Lott ist tot do direita dela, ficando os braços compasso 01-04 terá sim quatro de ambos arqueados para passos laterais, mas na 05-08, frente. também com quatro (4) compassos, haverá 8 passos de galope (Galoppschritt). É necessário cantar junto com a dança. Existem muitas versões da letra. REPETE DUAS VEZES Quando duas sequências de LOTT IS DOOT compassos estão uma ao lado da Lott is doot, Lott is doot, outra quer dizer que repetem o Julchen liegt im Sterben tempo. Nesse exemplo, de 09-16 Röschen komm, Röschen komm em oito (8) compassos terão 16 wir wolln alles erben passos de polca. Como repetirá, Eins, zwei, drei, vier, terá no total ao final dessa parte, Mädchen gib mit einen Kuß, ich geb dir vier dafür que é dobrada, 32 passos de polca em 16 compassos binários.


Brasil, dezembro de 2017. Ano 2, nº 13. Pág. 08.

Ano Novo com Volkstänze em Munique

A festa já começou! No dia seguinte à Tanzfest 2017 a do próximo ano já começou. No domingo, 12/11, os integrantes do Deutsche Volkstanzgruppe Tanz mit uns se reuniram para avaliar a atividade que ocorreu e projetar a nova. Foi confirmada a de 2018 para o dia 10/11, sábado, e seguirá com o foco no protagonismo dos presentes. A atividade acontece no Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre e manterá os jogos germânicos, o festival de chope artesanal e as danças para a integração dos presentes. Outra escolha feita foi manter quatro (4) danças para apresentação coletiva. A escolha desse repertório de 2018 é uma homenagem os cursos de danças alemãs ocorridos em Gramado. Serão Holsteiner Dreitour, trabalhada em 1988, Utrechter Hornpipe, em 1998, Pankepolka, em 2008, e Sorbische Polka, que está no material do Curso de 2018. Estarão também disponíveis outras 12 músicas para integração de todos os presentes. Também foram confirmados para 2018 o Pau de Sebo, o Jogo da Marreta, o Serrar o Tronco, o Golpe do Sabre e o Tudo Premiado. Estão sendo estudados o acréscimo de atividades, como o Concurso de Caretas e o Cabo de Guerra. É fundamental ter as atividades que incluam toda a família, inclusive as crianças, destacou o coordenador do evento e presidente do Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre, Denis Simões. A Tanzfest é um evento que une as culturas alemã, suíça e austríaca dentro da capital gaúcha.

Dançando Das Fenster. Foto: Denis Simões.

Münchner Silvester, no Löwenbräukeller em Munique. A festa contou com danças folclóricas, música ao vivo e jantar à la carte com opções típicas. Foto: Denis Simões.

Por Denis Simões e Elisangela Leitzke

O brasileiro na virada do ano gosta de festa, indo para a beira da praia estourar um espumante e pular as ondinhas. Ou também tomar uma bebedeira com os amigos vendo os fogos de artifício e comendo churrasco. Pelo menos são dois dos estereótipos de festas brasileiras para abrir o novo ano. Agora, se estiver na Alemanha neste mesmo período ou necessitará de espírito esportivo para conhecer algo diferente, ou terá uma grande frustração. Na Baviera existe uma comemoração bastante diferente da dos brasileiros: um Réveillon com todos trajados tipicamente e dançando melodias tradicionais. Nesse Silvester,

como os alemães chamam a virada do ano, além do ambiente estar decorado com temática bávara o cardápio segue no mesmo estilo. Contudo, não pense que se trata de uma Festa do Chope - a estilo teuto-brasileiro-: o conjunto que toca ao vivo segue o cronograma de danças, mantendo sempre um tom solene (sem esquecer das muitas e muitas pausas que eles fazem). Estão entre as Volkstänze da noite a Auftanz, Krebspolka, Siebenschritt, Woaf, Salzburger Dreher, Münchner Francaise e um monte de Zwiefacher. Aproveite o ambiente com os amigos para conversar, rir bastante e projetar bons planos para o ano vindouro.

Curitiba com Natal de muitas etnias Uma das capitais mais organizadas do Brasil - com destaque à sua estrutura viária e ao planejamento urbano - também vem se destacando na valorização das comunidades étnicas da cidade. Para os visitantes não faltam opções culturais e naturais, podendo transitar com a já conhecida Jardineira - ônibus turístico - pelos muitos pontos da cidade, como parques e memoriais. Agora no período natalino há eventos diferenciados ligados às etnias, mostrando diversos pontos de vista sobre esse período de final de ano. Exemplo foi o a Laternenfest, quando muitas crianças desfilaram no Pavilhão Étnico da cidade com lanternas coloridas e conheceram a

história de São Martinho, reportando a tradições alemãs. Outras atividades serão realizadas, como as italianas e as afro-brasileiras. Veja o cronograma de atividades culturais em fundacaoculturaldecuritiba.com.br e natalcuritiba.com.br/eventos

Carlos Daitschman explicou ao público a história de São Martinho. Foto: Wallace Albuquerque.


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