Cobaia | #124 | 2013

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Cobaia

JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVALI Itajaí, setembro de 2013 Edição 124 Distribuição gratuita

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c e p

Comportamento

Comunidades

Esporte

Amor ou profissão

Solidariedade

Mudança para melhor

Para construir uma carreira bem sucedida às vezes é necessário tomar uma difícil decisão

Voluntários em Navegantes se mobilizam para garantir o bem estar dos animais

Conheça a história do grupo de amigos que adotou um esporte para viver com saúde

Literatura

Philip and Karen Smith

Letícia Dias da Costa

Divulgação

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06 e 07

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Acadêmico de Jornalismo Fernando Moraes estreia como contista

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Intercâmbio

Editorial

Pedro Henrique Homrich, Renata Rutes Henning

Três dias a mil Jane Cardozo da Silveira*

O

leitor já está cansado de saber que muitos olhos, mãos, sotaques, maneiras e jeitos ajudam a construir nosso jornal-laboratório. Mas em termos de trabalho conjunto e misturado, este número de setembro superou todas as marcas anteriores. É fácil entender por que isso aconteceu quando vemos a manchete principal da edição: “Olhares Múltiplos” 2013. Projeto que o Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Comunicação, Turismo e Lazer vem realizando há três anos consecutivos, “Olhares Múltiplos” é o que se pode chamar de um megaevento: durante três dias de setembro, reuniu mais de 4 mil pessoas em três campi – Itajaí, Balneário Camboriú e Florianópolis; ofereceu cerca de 250 atividades em todas as áreas de formação profissional cobertas pelo Ceciesa – CTL; manteve atrações em três turnos – manhã, tarde e noite. Enfim, descortinou, para a rapaziada dos tijolinhos laranjas, novas e sugestivas faces do mercado e das profissões. Dividimos nossa redação com o comitê organizador do “Olhares” em Itajaí . Portanto, acompanhamos de perto o

Queremos cultura brasileira!

... cada acadêmico podia optar por inscreverse nos mais diversos seminários, cursos, oficinas e palestras, e adaptamos o esquema de cobertura a essa condição. Resultado: transformamos em pauta o que inicialmente era só uma agenda individual. trabalho da equipe orientada pela coordenadora do Curso de Relações Públicas, professora Emiliana Silva Campos Souza. Foi uma rica experiência. Lição de planejamento, de interação e diálogo. Claro que estando tão próximos do grande evento, não íamos deixá-lo passar sem registro. Ainda mais porque o professor Carlos Praxedes, coordenador do Curso de Jornalismo, nos ajudou a

compor uma equipe de reportagem que acompanhou os trabalhos no campus Itajaí. Para dar conta do recado, distribuímos tarefas e funções de acordo com os horários, os interesses e o cronograma dos alunos. É que cada acadêmico podia optar por inscrever-se nos mais diversos seminários, cursos, oficinas e palestras, e adaptamos o esquema de cobertura a essa condição. Resultado: transformamos em pauta o que inicialmente era só uma agenda individual. Com as atividades em curso, passamos a receber informações on line para abastecer as redes sociais criadas especialmente para “Olhares”. Encerrados os trabalhos, adaptamos todo esse material para o impresso, criamos outros específicos do Cobaia e agora estamos aqui, frente a frente com você, leitor. Tomara que nossa síntese consiga pelo menos dar-lhe uma pista do que foi para nós esse efervescente mês de setembro. Boa leitura! Boa leitura!

Jane Cardozo da Silveira *Editora - Reg. Prof. SC 00187/JP

Fica esperto!

Espaço do Leitor

Vestibular 2014

Regata francesa

Estão abertas até 18 de outubro as inscrições para o vestibular de verão da Univali. Os interessados devem se inscrever pelo site www. acafe.org.br. A taxa custa R$ 70,00. As vagas estão distribuídas nos campi de Itajaí, Balneário Camboriú, Biguaçu, São José e Florianópolis. Ao todo, são 72 opções de cursos somando-se os diferentes turnos e campi. Os resultados serão divulgados até o dia 6 de dezembro.

Itajaí já vive a expectativa de receber a regata transatlântica Jacques Vabre. Mais de 80 velejadores vão navegar de Le Havre, no litoral da França, até Itajaí durante o mês de novembro. A rota deve ser cumprida em cerca de 20 dias. Quando chegarem, serão recebidos com uma grande festa. A edição da Marejada 2013 foi transferida de outubro para novembro com a intenção de que venha a fazer parte da recepção aos franceses. O curso de Jornalismo da Univali estará representado no evento pelas acadêmicas Raquel da Cruz e Karine Mendonça, que ganharam o concurso de reportagem instituído pela organização da regata. A vitória rendeu para as duas uma viagem à França e a chance de fazer a cobertura jornalística dessa aventura.

Patrimônio cultural O município de Penha está fazendo um levantamento do patrimônio cultural da comunidade. Até agora foram identificados pontos históricos e geográficos importantes, como a Capela de São João Batista do Itapocorói, e sítios arqueológicos. O centro de pesquisa da Univali, que funciona no bairro da Armação, também está relacionado aos valores considerados relevantes no cenário local. Antes do fim deste ano, o estudo vai ser apresentado a autoridades, lideranças e moradores da localidade para ser submetido à avaliação. Quando estiver concluído, o trabalho deve respaldar a elaboração do plano municipal de cultura.

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Sara Revert estuda Direito. Barbara Ferro, Comércio Exterior. Vindas da Espanha e Argentina, respectivamente, as estudantes sonhavam em vir ao Brasil e conhecer de perto a cultura brasileira. Ambas com 25 anos, cursam a Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) e fazem aqui um intercâmbio de seis meses. Sara gostaria de vivenciar mais a fundo a cultura brasileira: “A imagem do Brasil no exterior nem sempre é a realidade, gostaríamos de conhecer mais os costumes e tradições. Começamos até a fazer dança de salão com ritmos daqui para absorver um pouco mais disso tudo, pois queremos cultura brasileira!”. A estudante afirma que moraria no Brasil: “Tudo aqui é lindo, e se parece muito com a Espanha. Tendo uma economia estável, se torna um país em que vale muito a pena morar e trabalhar. Sem dúvida viveria aqui.” Sara e Barbara, juntamente com seus amigos Alberto Quesada, Beatriz Pinto e María Belén, dizem que o Brasil encanta por suas belezas naturais. María, 21 anos, cursa Turismo e Hotelaria e Relações Públicas na Univali, e veio da Argentina. Sua primeira impressão sobre o Brasil foram as belíssimas praias. Os primeiros dias foram difíceis, por não conhecer ninguém, mas já se habituou e criou muitas amizades por aqui. Essa procura pelo Brasil reflete o momento. Os holofotes estão voltados para o país por causa da Copa do Mundo, em 2014 , e Olimpíadas, em 2016. Dentro desta perspectiva, os jovens estrangeiros também sonham em trabalhar num país de economia mais segura e rentável, e com oportunidade de estudar. Muitas universidades espalhadas pelo mundo possuem convênios com brasileiras, com o intuito de promover o conhecimento em um país distante, com cultura e língua diferenciada, além da experiência de viver e estudar durante alguns meses em solo brasileiro. A Universidade do Vale do Itajaí dispõe de diversos intercâmbios para seus acadêmicos. Angélica Rosa, estagiária do CoAI (Coordenação de Assuntos Internacionais), afirma que chegam ao Brasil por volta de 50 alunos por ano, a maioria da Espanha. A duração do intercâmbio varia de seis meses a um ano. “Além da Espanha, possuímos convênio com três universidades dos Estados Unidos e estamos fechando acordo com a Irlanda.” Os alunos que querem fazer o intercâmbio devem passar por critérios de média, sendo necessário ter acima de 7,0. Eles também têm a oportunidade de aprender o nosso idioma enquanto vivem aqui. Sarah Rocha, professora do Nelle (Núcleo de Línguas Estrangeiras da Univali) esclarece que os alunos estrangeiros interessados em aprender o português têm a chance de cursarem uma Escola de Idiomas, em aulas particulares ou regulares. O curso dura um ano, que é o tempo máximo da permanência deles no Brasil.

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Tem algum assunto que você gostaria de ler nas próximas edições? Conte-nos! E-mail: cobaia@univali.br

Expediente JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVALI IN - Agência Integrada de Comunicação Itajaí, julho de 2013. Distribuição gratuita EDIÇÃO Jane Cardozo da Silveira Reg. Prof. SC 00187/JP PROJETO GRÁFICO Raquel Cruz DIAGRAMAÇÃO Estagiária Bárbara Porto Marcelino TIRAGEM 2 mil exemplares DISTRIBUIÇÃO Nacional

Itajaí, setembro de 2013


Conto

A

mulher do quadro

D

mãe ligou hoje cedo e vou passar o final de semana lá. - Tenha cuidado na estrada. – disse adentrando no museu. Já era tarde e Daniel ainda estava no museu, sentado em uma poltrona de couro sob a fraca luz do abajur. Em sua mão, o cálice com licor e, ao lado, a garrafa já quase vazia. De repente, ao virar o restante do líquido da garrafa no cálice, Daniel foi tomado pela lembrança da voz do velho: “A mulher deste quadro vive e ela é sua agora. Por isso, não busque aquilo que você deixou para trás. É só isso que tenho para lhe dizer”. Ao chegar em casa na manhã de segunda-feira, Bianca estava disposta a recuperar seu casamento, que parecia estar indo para o fim. - Daniel, cheguei amor, onde você está? Bianca andou pela casa toda e ficou assustada, pois parecia que ele havia sumido. Será que ele dormiu no museu? Ao abrir a porta de correr, de vidro temperado, ela sentiu o coração acelerar ao ver um pedaço de papel sobre a poltrona.

aniel Monteiro era um reconhecido curador que viveu na França por quatro anos e estava para voltar à sua cidade. Ele passou os dias entre pinturas de Michelangelo, Monet e Da Vinci. Como foram bons aqueles anos – visitas à Torre Eiffel, museus e passeios noturnos ao Arco do Triunfo. Mas, agora, queria voltar para cuidar de seu próprio museu. O relógio do aeroporto marcava 23:50, Daniel seguia um pouco preocupado, em meio a pessoas conversando ao celular e outras esperando nas filas para fazer o check-in. Suas malas estavam no caminhão usado para o transporte de bagagens e, uma coisa de valor, recém- adquirida, também era transportada – um quadro que comprou de um velho negro e cego de um olho, que estava na calçada, sentado em um banquinho de madeira, desenhando alguma coisa em uma tela manchada com tinta azul. Ele usava óculos estilo John Lennon e tinha as mãos enrugadas pelo tempo. – O quadro era de uma mulher de vestido preto e longos cabelos vermelhos que planavam no ar, assim como seu corpo, que era envolto por uma mistura de cores brancas, azul-claro e cinza. O que chamou sua atenção para querer comprá-lo foi que a mulher imaginava dançar com alguém que não era retratado no quadro. Durante a viagem, enquanto tomava uma dose de uísque, lhe vieram à cabeça as palavras do velho. O que ele quis dizer com aquilo de o quadro ser...? - pensou. Sete meses se passaram, Daniel montou o museu, que tinha quadros como O Grito de Edvard Munch, A Virgem dos Rochedos, Leda e o Cisne, O rapto de Ganimedes, de Da Vinci, Mulheres no Jardim, e Impressão, Nascer do Sol, de Monet, e de Arnold Böecklin: A Ilha dos Mortos, e Brincando nas Ondas; e esculturas que ganhou de presente do museu onde trabalhou; além disso, conquistou algo que planejou por anos, se casar com sua amiga de infância. Mas nem tudo estava sendo como imaginara. O museu quase sempre estava cheio, mas, Daniel se sentia diferente, seu casamento com Bianca tinha lá seus momentos ruins, e isso era normal. O grande problema era ele. Suas mudanças de temperamento eram constantes e sem motivos – uma hora raiva e, outras, um silêncio que deixava Bianca assustada. - Sete meses e aquele quadro continua ali, Dan? Daniel ficou tão fascinado pelo quadro que o colocou em destaque, era o primeiro a ser visto por quem entrasse no museu, que era interligado com a sala de estar. - Por que a implicância com ele? - Só não gosto dele, é isso. - Besteira sua – disse, enchendo um cálice com licor de pitanga. - Esses dias me peguei olhando você a admirá-lo. - E? - E? Achei estranho... É o único para o qual você mais olha. - Só não me diga que isso é ciúme? - Ah, Daniel, cansei. Minha Itajaí, setembro de 2013

Fernando Moraes

“Cometi um erro em voltar e achar que poderíamos viver juntos. Essa noite ela veio me buscar. Tentei retrucar, mas, ela disse que lhe pertencia, e era assim que deveria ser. Sinto pelo que fiz você passar”. Dias depois, Bianca arrumava as malas para ir passar uns tempos na casa da mãe. - Oi, Bianca, como que você está? - Bem... só um pouco... - Desculpe incomodar, é que esqueci de perguntar uma coisa. - Diga. - É sobre um dos quadros que você me deu, o da mulher de vestido preto dançando com um homem. Qual o nome dele? Tenho comprador, mas, não sei dizer qual é o nome. Pesquisei na internet e também não encontrei nada que falasse dele. - Também não sei... O Daniel ficava horas olhando para ele, era até estranho vê-lo admirar esse quadro. É só isso? Desculpe, é que... - Não quero te atrapalhar. Era só isso mesmo. Tchau! - Espere! Eu o ouvi chamá-lo de... Ino... Inominalecrix... O que significa? - Dominatrix! A Dominadora. Obrigado, Bianca e desculpe incomodá-la. ***

Jorge Luiz dos Santos

Cobaia

- Bianca! O que você faz aqui? - Preciso ver o quadro do qual falamos... aquele da mulher dançando. - Você não me parece bem. O que houve? - Quero ver o quadro! Por favor. - O comprador veio pegar ontem, mas tenho uma foto dele no computador, foi pelo meu site que ele encontrou. Venha, é por aqui. Mas por que todo esse interesse nele? - Se eu falar, você vai dizer que estou ficando louca. - Sente-se e relaxe. Pronto, aqui está ele. Bianca sentiu os pelinhos dos braços arrepiarem ao ver uma foto do quadro, em tela cheia, da mulher de vestido preto e cabelos vermelhos dançando com um homem que antes nunca esteve ali.

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Comportamento

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Aquilo que você veste revela o que você será Na Universidade, a moda eclética é a cara da diversidade do mercado e o visual dos acadêmicos ajuda a descobrir os perfis dos futuros profissionais Marina Baldissera e Olga Luisa dos Santos

sexto período de Direito. Entretanto, quem o vê pelo bloco não imagina que não é pelo curso que ele se veste dessa maneira. Gerente bancário, Werner exerce uma função que exige roupas formais e que demonstrem mais respeito e responsabilidade, por isso vem à aula vestido assim. “Se eu fizesse administração ou oceanografia eu viria da mesma forma, pois é desse jeito que eu trabalho”. A roupa adequada para cada ocasião é importante até mesmo nos cursos que permitem vestimentas esportivas e confortáveis, como Educação Física. Em certas situações, a camiseta e a bermuda devem ser substituídas por outros trajes. O fisioterapeuta e professor da Univali, Christian Marchi, conta que é comum os alunos do curso comparecerem às aulas vestidos com chinelos de dedo e camiseta regata. Por esse motivo, já chamou a atenção dos estudantes em momentos formais nos quais as roupas devem ser neutras e não sobressair às ideias. “Durante as aulas não há problema, mas em uma exposição de trabalho acredito que o modo como a pessoa se comporta e se veste deve ser compatível com a ocasião. Não acho que seja preconceito, mas apresentar trabalho com boné atravessado e chinelo não pode ser aceitável”.

Estilosos A técnica em estilismo e bacharel em moda, Gisele Sinegalia, considera que a forma como os acadêmicos se vestem para frequentar a universidade é influenciada pelo local e área de

Mariana Baldissera

O detalhe de algumas roupas revela facilmente qual é o curso frequentado pelo universitário

atuação no mercado de trabalho. Ela percebe diferenças em cursos voltados para a arte em geral, como moda, design, arquitetura, teatro e artes plásticas. “Geralmente o que se observa é que estes alunos são mais ousados no quesito estilo, já que, talvez, tenham a mesma liberdade da vestimenta em seu ambiente trabalho”. A maneira de se vestir para ir à aula pode ser também um atrativo para indicações a vagas de estágio. A partir do modo como o acadêmico se apresenta, ele se credencia mais (ou menos) para o mercado de trabalho.

Gisele lembra, porém, que não há uma regra clara de como se vestir para causar uma boa impressão na universidade. “O que existe é o bom senso, além disso, as pessoas têm de conhecer seu estilo e seu corpo. Cada um sabe como se sente bem, independente do que está na moda ou não. Saber se comportar dentro de uma roupa também vale. Na dúvida, seja básico, não tente impressionar ninguém, menos é mais.” Para o mercado de trabalho, manter uma boa aparência é fundamental, e pode ser decisivo para uma contratação. Por isso,

em uma entrevista de estágio, os acadêmicos devem vestir-se com sensatez. Segundo a coordenadora de Recursos Humanos, Leonice Maria Amaral, além das informações obtidas no currículo e durante a entrevista, as vestimentas podem representar as atitudes do candidato. “O que vai determinar sua contratação é a iniciativa, energia, interesse em aprender e empreender. Mas o modo como nos apresentamos reflete essas atitudes”. Para causar uma boa impressão, a dica da profissional é: ficar atento para que a roupa esteja limpa, bem passada e sem rasgos.

Bárbara Porto

Bárbara Porto

o vai e vem de gente nos extensos corredores que ligam os blocos da Univali, modelos e cores das roupas são tão variados quanto o jeito e a cultura de cada um. Há os ousados e diferentes; outros facilmente associados ao curso escolhido. A forma como se vestem pode dizer muito sobre o que desejam ser no mercado de trabalho esses futuros profissionais. Dessa maneira, alguns estereótipos se reafirmam e outros são criados. Moletom, tênis, camiseta e bermuda compõem parte do armário de Anderson Jheison Silva, de 22 anos. Acadêmico do sétimo período, não é difícil identificá-lo como estudante de Educação Física. Porém, se engana quem pensa que esta é a maneira como Silva costuma se vestir fora da universidade. Adepto do estilo esporte-chique, em que uma camiseta bem transada, calça jeans e sapatos, ou sapatênis - mais despojados - compõem o look, ele afirma que se comporta e se veste de acordo com a ocasião. “Não faz sentido eu vir com roupas mais arrumadas para a faculdade se eu sei que vou ter que rolar no chão e praticar exercícios com as crianças”. Silva acredita que as roupas que usa não definem quem ele é, nem sua escolha pelo curso. Com uma linha de pensamento um pouco diferente e em um bloco distante de Anderson está Thiago Lapa Werner, de 28 anos. O traje social o acompanha durante todo o dia, desde o momento em que se dirige ao trabalho, pela manhã, até as 22h30min enquanto estuda no

Mariana e Luzara, acadêmicas de jornalismo adotam o estilo informal

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Para o mercado de trabalho, manter uma boa aparência é fundamental e pode influenciar na contratação Cobaia

Itajaí, setembro de 2013


Comportamento

Amor ou Profissão - qual a sua escolha Conheça a história de pessoas que passaram por essa situação e de que forma a superaram Maria Carolina Cândido e Flaiane Lizote

N

amorar, fazer planos, sonhar com casamento, filhos, apartamento, domingo com família reunida no cinema ou na casa dos pais. Qual o casal que nunca conversou sobre o futuro? Tudo parece lindo e romântico até que a vida profissional entra em jogo. De repente, você recebe uma bolsa de estudos fora do país, uma oportunidade única de emprego longe da sua cidade, ou uma proposta de intercâmbio. Pode ser algo com que você sempre sonhou, ou uma chance que você nem imaginava ter. O que fazer nessa situação? Romper o namoro ou manter um relacionamento à distância? Faltando dois meses para completar três anos de namoro, Aldo Morel, de 21 anos, vive essa situação. Neste segundo semestre, ele viaja para Portugal onde vai ficar dois anos estudando. Aldo comentou com a namorada que estava inscrito em um programa de bolsa de estudos e sobre a oportunidade única de ir para fora do país. Mas, agora que a oportunidade chegou, o futuro do relacionamento só o tempo irá dizer. “Não decidimos nada de início, mas sabemos que há possibilidades de sim e não. Mas não me arrependo, penso que quando queremos al-

Há histórias

de pessoas que tentaram manter a relação, mas acabaram não conseguindo

cançar nossos objetivos é necessário fazermos escolhas. Graças a Deus posso manter o contato com a minha família que me dá total apoio”. Histórias como a de Aldo acontecem em muitos outros relacionamentos. Cada casal encontra a sua maneira de superar. No caso de Natália Sebastiany e de João Brendler, ambos de 28 anos, o namoro à distância deu tão certo que resultou em casamento. A assistente social e o agrônomo namoraram durante nove anos, e nesse período, a maior parte do tempo estavam longe um do outro. “Sempre quis conhecer outros países e acreditei no nosso namoro, conversei com o João e pude viajar sem Itajaí, setembro de 2013

Arquivo Pessoal

Natália aproveita o passeio longe do parceiro em uma de suas viagens ao Alaska, nos Estados Unidos

problemas. A distância nunca foi e nunca será problema quando um casal enfrenta junto”, reforça Natália. Os nove anos de namoro foram necessários para adquirirem uma casa própria e melhores condições de vida. Após dois anos de casamento, João revela que nunca pensou em terminar o namoro com Natália por ela sempre viajar sozinha. “Eu sabia que apesar de ela ter que viajar muitas vezes para poder adquirir uma renda melhor, eu deveria dar o apoio. A maioria das viagens dela foi baseada em nosso futuro casamento, então não tinha como não ser compreensível e aceitar numa boa”, conta. Outra história que deu certo foi a do casal Israel Goulart, de 29 anos e Andreia Farias Goulart, de 37. Ele cursava História na Univali, enquanto ela morava em Maceió e já era formada em Psicologia e Letras. Os dois se conheceram pela internet, num chat de poesia em que conversavam sobre qualquer coisa, menos poesia. Namoraram durante um ano e meio à distância, até que tiveram o primeiro encontro pessoalmente quando Andreia resolveu passar duas semanas em Santa Catarina. “A partir daí, o namoro já estava mais do que sério”, revela Israel. Após se formar em História, Israel fazia estágio na área e estava bem próximo de ser efetivado. Mesmo assim, decidiu ir para Maceió e tentar a vida com ela por lá. “Não me arrependo

Arquivo Pessoal

Andréa e Israel se conheceram pela internet e estão casados Cobaia Cobaia

da escolha, às vezes penso em como seria se continuasse em Santa Catarina, estamos casados há dois anos e muito felizes com o nosso relacionamento”. O psicólogo Antônio Clóvis Gartner explica de que maneira a pessoa deve avaliar as suas escolhas sem interferir no psicológico de ambos. “Muitas pessoas avaliam seus sentimentos e valores quando se deparam com esta situação. É preciso lidar com as perdas de maneira equilibrada, sabemos que a crise acontece, mas não deve ser uma dependência este sentimento”. Há histórias de pessoas que tentaram manter a relação, mas acabaram não conseguindo. É o caso de Andreia Santos, que decidiu fazer faculdade de Geografia e ficar longe da família e do namorado, com quem conviveu por 14 anos. Namorou anos à distância, porém quando ficaram perto, não deu certo, pois segundo ela, não havia mais amor e sim amizade. “Penso que devemos fazer o que o coração manda. Se achar que deve mudar de cidade em busca de uma oportunidade de emprego, faça. O máximo que pode acontecer é ter que voltar. Se não der certo é porque o namoro não é verdadeiro. Conheço dúzias de pessoas que têm muitos bens materiais e não são felizes, que trocariam tudo por um abraço sincero, por um chope com os amigos. A vida é tão curta para preocupações tolas. Devemos viver com intensidade, sem medo de nada”, diz Andreia.

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Comunidades

Batalha em prol dos animais de Navegantes Voluntários se mobilizam para sensibilizar a população e amenizar o sofrimento dos bichos Letícia Dias da Costa, Pricilla Tiane Vargas e Raquel da Cruz

Letícia Dias da Costa

Esses olhos doces estão à espera de um lar que os acolha e retribua o carinho de que um cão é capaz

Alguns passam despercebidos, outros só são vistos quando cruzam vias movimentadas. Há quem os resgate, dê comida ou faça um cafuné, mas também quem os capture apenas para lhes fazer mal. O descaso e maus tratos a animais é ato considerado crime passível de prisão, embora raramente seja fiscalizado e nem sempre punido. Só na cidade de Navegantes, são mais de 5,5 mil cachorros em condição de abandono, estimados pelo Censo de 2010, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Uma forma de resposta ao abandono, encontrada por al-

guns moradores, é a de oferecer as próprias casas para receber hóspedes de quatro patas. São os chamados lares temporários. Cleimir Levandoski é servidora pública municipal e, desde que se mudou para Navegantes, há cinco anos, já perdeu a conta de quantos animais abrigou temporariamente. Alguns ficaram: “Tenho seis que são meus mesmo, todos resgatados e o coração não permitiu mais que saíssem. Hoje, tenho nove na minha casa, seis meus e três de lar temporário”. A mais nova companhia é Benji, uma cachorrinha resgatada com menos de quatro meses.

Quando recolhida, tinha feridas da cabeça aos pés. Estava tomada pela sarna. Nem os olhos da peluda despertavam vida. “Ela estava à beira da inanição e naquele dia não sobreviveria se ficasse nas ruas. Cheguei a questionar o veterinário se era justo deixá-la sofrer tanto, e ela - a Benji - me mostrou o quanto eu estava enganada, foi guerreira e persistente”, relembra emocionada. Dois meses recebendo medicação, muitos banhos, vitaminas e atenção, o resultado é vê-la saracoteando pela casa: “Ela é a estrela de uma família, linda e brincalhona, minha maior vitória” A boa vontade de Cleimir é

compartilhada por mais gente em Navegantes. São os voluntários da Pró-bichos, entidade local voltada para o cuidado de animais vulneráveis ou em sofrimento. “Mesmo com muitas restrições e dificuldades de qualquer grupo independente, nunca ouvi falar de um só caso que não foi ajudado”. Cleimir faz questão de ressaltar que prestar esse tipo de voluntariado exige compromisso, afinal, os animais também ficam velhos, doentes e precisam receber atenção. Da mesma forma que Cleimir, outras pessoas da comunidade também contribuem com a causa, e assim surge a Pró-bichos. A única instituição no município voltadoa à causa animal nasceu nas redes sociais e reuniu voluntários que agem fora da rede. A página no Facebook, criada em 2011 pela atual presidente da associação, Ligia Maria Mello Oliveira, hoje tem mais de mil participantes. Apesar do esforço, o grupo que atua na cidade há quase três anos e conta com a ajuda de vinte voluntários regulares só conseguiu ser reconhecido como entidade jurídica sem fins lucrativos em agosto. “O que fazemos para cuidar desses animais? Dívidas! E a gente também reza bastante”, brinca a vice-presidente, Ana Selma Moreira. Ela, assim como todas as pessoas envolvidas, dedica parte de seu tempo ao resgate e cuidado de animais, sem receber nada por isso. Cerca de 60 animais em situação de risco, entre gatos e cachorros, são recolhidos todo mês e recebem um novo lar. Sem receber qualquer tipo de

apoio municipal, os voluntários da Pró-bichos, além de abrigarem os animais em lares temporários, fazem feiras e mobilizam discussões sobre políticas públicas. “Nós começamos a desenvolver um trabalho partindo do principio de amenizar o sofrimento dos animais doentes abandonados nas ruas, e dos animais mais vulneráveis, como os filhotes, hoje esse foco aumentou”, descreve a presidente da Associação. Os maiores obstáculos à ação da entidade, explica Ligia, são a falta de recursos e a pouca mobilização de pessoas que possam colaborar de forma espontânea. “Nós nunca quisemos constituir um canil, para que não vire um depósito dependente de dinheiro público, em que cortando a verba, os animais acabem indo para as ruas”, completa Ana Selma Moreira. Nessa linha, a ajuda vem de outras formas: doação de ração, roupas, medicação, camas, jornais, coleiras, vasilhas, em forma de dinheiro e o próprio trabalho nas feiras de adoção. “As pessoas precisam abrir seu coração para os lares temporários, porque eles são de suma importância nessa causa, já que não possuímos abrigo para os mais necessitados”, desabafa Cynthia Rosangela de Souza, voluntária que colabora com o grupo há mais de um ano. Ela já chegou a abrigar 25 animais ao mesmo tempo no lugar onde mora. A Pró-bichos recebeu apoio do governo municipal entre março e outubro de 2012. A ajuda foi corCleimir Levandoski

Cleimir Levandoski

Quando foi recolhida, a cadela estava prestes a morrer. Com os cuidados de Cleimir, Benji foi curada

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Cobaia

Clemir ressalta que ser voluntário exige compromisso

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Letícia Dias da Costa

Esse cãozinho encontrou um lar, mas é apenas um de uma ninhada com cinco filhotes abandonados

tada quando o período de campanhas eleitorais de prefeitos e vereadores se iniciou em todo o Brasil. Lígia, presidente da associação, explica que agora estão em fase de reativar o convênio com o município: a associação está juntando os documentos exigidos pela Prefeitura, e trabalha no projeto

que precisa ser apresentado para justificar o emprego da verba pública. “É um caminho que está em construção”, acrescenta. A reportagem procurou o prefeito Roberto Carlos de Souza (PSDB), para conversar sobre o assunto, mas ele respondeu que não daria entrevista, pois disse não es-

tar habilitado para falar a respeito. O prefeito também não indicou quem pudesse responder.

Lei a favor dos animais Dos quase seis mil animais que estão nas ruas de Navegantes, cerca de 1,3 mil estão abandonados

e o restante são semi-domiciliados – têm dono, mas vivem soltos. Para tentar mudar esse cenário, foi criado o Código de Proteção, Defesa e Bem Estar Animal do município. Um anteprojeto, feito pela Pró-bichos em parceria com o curso de Direito da Faculdade de Navegantes.

O código apresenta mais de 130 artigos. Nele está previsto conselho da causa animal, diretoria da causa animal, regulamentação de animais domésticos e silvestres. De acordo com Ana Selma Moreira, a cláusula mais polêmica veta completamente o trânsito de carroça, mas dá a opção de substituição do cavalo por triciclos com gaiolas, que possam ser, inclusive, usadas para marketing e divulgação, outro meio de renda para os catadores. Para elaboração do código foram consultados o Grupo Especial de Defesa dos Direitos dos Animais (GEDDA), criado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), pessoas afetas à causa e veterinários. A proposta foi recentemente apresentada na Câmara de Vereadores de Navegantes, aprovada e indicada ao Executivo. “Como gera custo, o projeto de lei tem que sair do Executivo. Só assim, teremos o código implantado na cidade”, diz Ana Selma Moreira. Existe punição legal para quem maltrate ou cometa algum crime contra os animais. O artigo 32, da Lei Federal n˚ 9.605, de 1998, diz que praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, é crime. Quem pratica tal ato pode ser condenado de três meses a um ano de prisão, mais multa. A pena é aumentada de 1/6 a 1/3 se o animal morrer. Toda pessoa que testemunhe atentados contra animais pode e deve comparecer à delegacia mais próxima e registrar um Termo Circunstanciado, espécie de boletim de ocorrência, citando o Artigo 32 da lei. Caso o delegado ou responsável, recuse-se a fazer o registro, deve-se citar o artigo 319 do Código Penal, que prevê crime de prevaricação: receber notícia de crime e recusar-se a cumpri-la. Em Santa Catarina, a denúncia por telefone pode ser feita pelo número: 181.

Letícia Dias da Costa

Quem pode adotar? É preciso ser maior de idade, possuir residência fixa e assinar um termo de responsabilidade que prevê multa, caso o adotante descumpra uma das cláusulas. Isso para evitar a devolução ou a adoção não consciente. Além disso, tem de se preocupar com algumas questões que podem influenciar na boa estada do animal: • Mora em casa alugada ou não? • Caso necessite mudar, poderá levar o animal consigo? • A casa em que mora possui muro? • Como pretende evitar a fuga do animal? • Possui quantos animais em casa? • Tem condições de levar o animal ao veterinário uma vez por ano? • Tem condições de vacinar o animal? Para doações entre em contato pelo telefone (47) 9688-8887 ou se informe na página da Pró-bichos no Facebook: Pró-bichos de Navegantes. Antes de serem recolhidos, os animais sofrem maus tratos e quando confinados ficam ariscos

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Especial

O conceito de inteligência orgânica ajudando

O megaevento “Olhares Univali em setembro profissionais ex acadêmicos conhecimentos e visõe Texto e fotos: Acadêmicos dos cam

ro” Oficina “Transformando uma Ideia em Rotei

Marketing e os se ntidos que ele ag uça foi um

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o WAW na oficina Comunicaçã

“Todo mundo Precisa de um RP” com Guilh erme Alf

Aderbal Filho e o mercado jorn alístico

Junior Köche

Maquiagem para produções fotográficas e audiovisuais

Oficina d e Arte

nn alista e professor Anderson Hartma “Inovação Sensorial” com o jorn

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Coletiva com profe ssor Rafa el Silveira

ues Negócios Sociais por Ewerton Cardoso Rodrig

Cobaia

Itajaí, setembro de 2013


a multiplicar olhares e a qualificar o mercado

Múltiplos 2013” trouxe à xperientes para compartilhar com os es de mundo. Confira: p. 08 a 15. mpi de Itajaí e Balneário Camboriú.

Coral da Univali abrindo a palestra “A nova TV” ministrada por Delton Batista Mesa - redonda sobre convergência midiática

Pasa de Cerimônias” por Evandro Luiz Palestra “O profissional: Mestre

Customização Criativa de Tênis Cineasta Marx Vamerla tti

em Mesa redonda: Publicidade

SC

Workshop “Graffit: Criação, Linguagem e Técni ca”,

com Fernando dos Santos Cardoso

Professor Rafael Bona

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Olhares Múltiplos 2013 Junior Köche

Você sabe o que é gafe?

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maior gafe de todas está voltada a suas atitudes. Não respeitar pontos de vista, ignorar os sentimentos e opiniões de outras pessoas, além de um grande desrespeito é também a mais terrível gafe que se pode cometer. Quem diz isso é Maria Aparecida Santana, fundadora da High Class Consultoria. Com larga experiência em secretariado e formada em Pedagogia e em Relações Públicas, Maria Aparecida conduziu a palestra “Etiqueta Profissional & Mercado de Trabalho”. A ministrante abordou temas que vão desde hastear corretamente as bandeiras a quando é deselegante repetir o prato de comida. A palestra foi dinâmica, com testes avaliativos e amplo espaço para participação dos ouvintes. Bárbara Porto Marcelino Junior Köche

Publicidade no rádio

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a Arena Mercado, Cleber Maçaneiro ministrou o Workshop de Locução Publicitária. Cleber é radialista desde 1989 e atualmente é proprietário da Casa do Rock Studio. Sua vasta experiência facilitou na hora de transmitir conhecimento ao público presente. Criatividade é o que Cleber acredita ser o mais importante na publicidade do rádio. O jornal impresso tem o auxílio de imagens e ilustrações, o mesmo se pode dizer da TV. Já no rádio é necessária uma boa “sacada”, que chame a atenção do público e um bom trabalho de edição faz toda a diferença, diz Cleber. No fim da palestra foi aberto um espaço para perguntas que acabou se tornando uma roda de conversa descontraída. Foram discutidos música, carreira profissional e as grandes bandas nacionais com quem Cleber já teve contato, como Legião Urbana, Raimundos e Natiruts. Bárbara Porto Marcelino

Em tempos de internet ...

As lições básicas do jornalismo continuam valendo”, afirma Romí de Liz, editora executiva de O Sol Diário. É inevitável a pergunta: até quando o impresso vai ter vez em um mundo tão digitalizado e informatizado? As informações são curtas, rápidas e objetivas, o público que procura pelas notícias em sites e blogs quer tudo muito simplificado, mas com conteúdo. Em meio a esse bombardeio, onde vai parar o impresso? Segundo Romí, é preciso reinventar para atuar e entender o universo online, o impresso ainda tem vez. “ O jornalismo básico continua valendo. O lead continua valendo. O leitor quer saber: o que, quem, como, onde, porque”, afirma Romí.

Neste novo jornalismo é preciso ser multimidia, a profissão está pedindo que o jornalista entenda um pouco de tudo

Divulgação Univali

Bons textos sempre terão espaço

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om informações e experiências profissionais, Romí de Liz se aproximou dos futuros profissionais durante a palestra sobre Jornalismo Cultural e Feminino. A editora executiva do O Sol Diário esclareceu dúvidas e fez recomendações: “Neste novo jornalismo é preciso ser multimidia, a profissão está pedindo que o jornalista entenda um pouco de tudo, saiba apurar, redigir, editar, fotografar e filmar, o que não é permitido é perder a informação. Ninguém consegue fazer jornalismo sozinho, se não tiver um meio e alguém para publicar, o seu texto ficará no caderninho, jornalismo tem que contar uma boa história e envolver as pessoas”, afirma Romí. O momento histórico vivido hoje pelo jornalismo foi alvo de intensa discussão durante a conversa, mas a conclusão aponta: os novos profissionais precisam ficar atentos, bons jornalistas sempre terão espaço, bons textos sempre terão leitura. Amanda Zopelaro

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Olhares

Criatividade impulsiona Assessorias Ana Paula Ruschel dá exemplos de inovação em Comunicação Institucional Luciano Pinheiro

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ornar-se a maior e melhor empresa de assessoria de imprensa de Santa Catarina até 2016. O sonho ousado é da jornalista Ana Paula Ruschel, sócia-proprietária da agência da Oficina das Palavras, que apresentou um pouco de seu trabalho de comunicação institucional para estudantes e profissionais envolvidos com a área, no Olhares Múltiplos 2013. Ana Paula tem um rosto conhecido no Vale do Itajaí. Por muitos anos, foi repórter e apresentadora da RBS TV Blumenau, afiliada da Rede Globo na região. Desenvolveu inúmeros projetos de sucesso na emissora, como reportagens especiais internacionais. Entretanto, o descontentamento com a rotina da redação da TV e a veia empreendedora que cultivava desde os anos de faculdade deram-lhe coragem para dar uma virada em sua vida profissional: depois dos anos frente às câmeras, a jornalista deixou o trabalho televisivo e foi correr atrás de uma paixão antiga: montar a própria agência de assessoria de imprensa. Para tanto, uniu-se ao ex-colega de emissora Ricardo Ruas, e lançou em 2006 a Oficina das Palavras, que hoje, além da matriz em Blumenau, conta

com uma agência em Itajaí. A apresentação da jornalista no evento da Univali foi pautada por uma ideia principal: a busca pela diferenciação na atividade de assessoria de imprensa. Segundo ela, foi esta procura constante em ir além do trivial que trouxe a Oficina das Palavras à posição de destaque de hoje. “Não gosto de press-releases. Eles fazem parte do trabalho da minha empresa, mas o que incentivo em meus colaboradores é que haja inovação em todos os projetos realizados.”, afirmou Ana Paula à plateia. A empresária trouxe ao público exemplos de parcerias de sucesso realizadas por sua agência. Dentre eles, pode-se destacar o fam press: projeto ousado e de alto custo que traz jornalistas dos grandes centros de mídia do país a determinada região para que eles visitem os empreendimentos dos assessorados, como restaurantes, hotéis e cervejarias, e os recomendem em suas reportagens. Quanto ao trabalho diário dos assessores de imprensa, Ana Paula explica que há maneiras de se diferenciar dos demais ao executá-lo. Por exemplo, ao sugerirem uma pauta a um veículo de imprensa, os assessores devem revelar à re-

dação todos os detalhes para o bom cumprimento dela. Incluem-se neles, os horários para se contatar as fontes, links para tudo o que foi publicado sobre o assunto, proposta de angulação editorial inédita etc. Bruna Passos, acadêmica do 6º período de Jornalismo e assessora da AMFRI, diz que estas dicas são valiosas aos profissionais que estão começando em assessorias já que a falta de experiência costuma limitá-los às atividades básicas da área, como os tradicionais releases iniciados por lead e a clipagem sem análises. Outro trabalho que Bruna destaca como exemplar é a Oficina do Bem, projeto da Oficina das Palavras que presta serviços de comunicação gratuitos a instituições sem fins lucrativos. Em relação às polêmicas éticas em torno de jornalistas que trabalham com Assessoria de Imprensa, Ana Paula argumenta que o profissional certo para exercer determinada função é o capacitado. Acrescenta que durante a formação superior em Jornalismo, é necessário que haja estímulos aos acadêmicos desenvolverem visões empreendedoras para que possam considerar outras possibilidades na carreira, além das redações de imprensa.

Fotojornalismo discute novas tecnologias Ícone da fotografia em SC, Marcos Porto fala de seu trabalho e conquistas com bom humor Luciano Pinheiro

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ma atmosfera de papo informal entre amigos pairava dentro da sala de aula universitária. A palestra “Fotojornalismo: Paixão e Experiência”, ministrada por Marcos Porto, grande referência da área em Santa Catarina, foi uma metáfora da dinâmica de seu trabalho diário de registrar fatos, histórias e personagens do cotidiano. O repórter fotográfico revelou ao público que diálogos descontraídos e irreverentes, como o que norteava sua apresentação no Olhares Múltiplos 2013, costumam ser a matéria-prima de suas grandes coberturas para os veículos do grupo RBS. O fotógrafo, que há 20 anos trabalha na imprensa, declarou aos 18 participantes do fórum que para se construir uma boa narrativa fotojornalística é necessário ouvir todas as peças que possam colaborar para a sua composição. Incluem-se aí aquelas que possam parecer insignificantes por não terem vínculo direto com os fatos, mas, que nas entrelinhas de uma conversa “despretensiosa” podem ajudá-lo a enxergar novas possiblidades e apurar o olhar sobre a história que pretende retratar. Entre uma piada e outra do palestrante, a platéia lançava perguntas sobre a paixão e as experiências de Porto que, em sinal de agilidade jornalística, não se livra dos equipamentos fotográficos (sempre sem a tamItajaí, setembro de 2013

pa da lente) em nenhum momento do dia, inclusive durante a palestra. Guilherme Busnardo, acadêmico do 4º período de Jornalismo, por exemplo, questionou se carregar câmeras nos momentos de folga não prejudicava seu lazer. Com a descontração que lhe é peculiar, Porto explicou que já fez grandes fotografias enquanto se entretinha com a família e que os anos de estrada lhe ensinaram a fazer isso sem estragar a diversão. Outra questão dos participantes foi sobre as mudanças e o futuro do fotojornalismo. Sobre isso, o repórter esclareceu que boa fotografia ainda se faz com luz e caixa preta (câmera fotográfica), e que, apesar da tecnologia, o talento e dedicação dos fotógrafos são indispensáveis para uma boa cobertura jornalística. Completou a afirmação, explicando que isso vai garantir que a profissão não entre em extinção, como afirmam alguns especialistas. “As fotos de câmera dos celulares de amadores nunca vão substituir o trabalho de um fotojornalista profissional que se diferencia pela busca constante de novos ângulos”, afirma o palestrante com tom de convicção. Marcos Porto, vencedor do The Best of Newspaper Design (considerado o Oscar do jornalismo gráfico internacional) e do Prêmio Embratel com Cobaia

a fotografia “Morte no trabalho” em 2011, causou surpresa ao declarar que não costumar buscar referências no trabalho de outros profissionais da área. Para Eliza Doré Milanesi, acadêmica do 4º período de Jornalismo, que esteve presente no evento para, além de fazer a cobertura fotográfica, aprender um pouco mais com Porto, este é o único pecado do profissional. “O fotojornalista tem a mesma função do repórter que produz textos: narrar acontecimentos e histórias. Para se escrever bem é preciso ler muito e exercitar. O mesmo aplica-se aos fotógrafos: deve-se estar sempre estudando, buscando conceitos, lendo imagens e textos, ou seja, exercitar a interpretação visual.” Eliza garante ser uma admiradora do trabalho de Porto que, ao fim da conversa com o público, declarou ter ficado maravilhado com a interação da plateia, que não hesitou em tietá-lo antes que ele deixasse a universidade e voltasse para suas funções de jornalista fotográfico.

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Olhares Múltiplos 2013 Junior Köche

Elaboração e Execução Na arena mercado Ana Clara Marques promoveu o curso: Projetos para Captação de Recursos: Elaboração e Execução. Ana Clara é formada em Relações Públicas pela Univali e trabalha na área desde 2009. Um dos temas em discussão foi a diferença entre apoiadores e patrocinadores, e quais as vantagens e desvantagens de tê-los. Yasmin Danielle de Oliveira, estudante do 6º período de Relações Públicas, participou e disse que é muito bom poder unir o que o professor fala em sala de aula com a experiência de um profissional da área e também que a teoria é necessária para que na prática o trabalho se desenvolva de maneira correta. Ana Clara Marques é o tipo de profissional que participa de todas as fases do trabalho, do planejamento ao desenvolvimento à execução, o que dá a ela um olhar amplo para todo o processo de elaboração de um evento. Bárbara Porto Marcelino

Junior Köche

Uma equipe tem que ter experiência e quanto mais cedo nos envolvermos com trabalhos em nossa área melhor

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Direção de Criação

lysson Correia falou o quanto é importante o projeto “Olhares Múltiplos”. Em sua primeira formação, Alysson não teve a oportunidade de participar de eventos que lhe mostrassem como seria o mercado de trabalho e ele afirma que isso fez falta em seu primeiro emprego. Diretor de Criação na Imagining Soluções em Imagens, Alysson tem um currículo extenso, sempre com foco em Design Gráfico. “Uma equipe tem que ter experiência e quanto mais cedo nos envolvermos com trabalhos em nossa área, melhor. Aprender fazendo é a melhor maneira de adquirir conhecimento”, ele afirma, ao mesmo tempo que aconselha os estudantes a estagiar, participar dos eventos e projetos que a universidade oferece. Visão ampla, repertório diversificado e buscar conhecer outros segmentos são características essenciais para os profissionais da atualidade. Seja multidisciplinar! Essa é uma das principais dicas de Allyson. Bárbara Porto Marcelino

Choice Movimento

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Junior Köche

a arena social, Ewerton Cardoso Rodrigues, estudante de Administração do Sistema de Ensino Superior Público em Santa Catarina promoveu o curso: Negócios Sociais. Ewerton é um dos 340 embaixadores do Movimento CHOICE, que pretende disseminar a discussão sobre negócios sociais nas universidades e atualmente é a maior rede de universitários engajados em negócios sociais do Brasil. Com apenas 18 anos de idade, Ewerton é bem dinâmico e seguro. Ele usa diversos meios para entreter e manter a atenção dos participantes. Por meio de jogos, apresenta algumas realidades brasileiras que chocam o público presente, como o fato de que no Brasil há mais escolas com acesso à internet do que escolas com bibliotecas.

Público aderiu Ewerton criou com os grupos o “Choice Game”, jogo exclusivo da Artemisia, desenvolvido com o apoio da Potência Ventures, Instituto Inspirare e Fundação Telefônica, para que universitários vivenciem a experiência de criar um negócio social em educação. A palestra durou uma tarde toda, com grande participação do público. Bárbara Porto Marcelino

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Olhares

Redes Sociais além do senso comum Professor Marco Pinheiro apresenta aos estudantes novos mecanismos para análise de ferramentas da web Luciano Pinheiro

Privacidade na Internet é mito!” A frase, dita pelo professor Marco Antônio Pinheiro aos 16 alunos de Comunicação Social que participaram de seu curso sobre Análise de Redes Sociais no Olhares Múltiplos 2013, não soaria tão real antes de setembro deste ano. No primeiro dia daquele mês, veio a público, por meio de denúncias veiculadas pelo Fantástico da Rede Globo, a existência de um esquema de espionagem do governo norte-americano a inúmeros cidadãos brasileiros, inclusive a presidente Dilma Rousseff. Além de uma crise diplomática entre os dois países, o episódio causou uma preocupação entre os milhões de usuários da rede mundial de computadores: até que ponto pode-se utilizá-la sem que a intimidade dos internautas seja violada? Os dados sigilosos que circulam pela web diariamente perpassam uma vasta gama de informações privilegiadas que, se acessadas indiscriminadamente, podem ser usadas contra pessoas e instituições de qualquer país. Por outro lado, a utilização da internet, de maneira ética e responsável, pode trazer grandes benefícios

à humanidade, como o enriquecimento de muitas áreas do conhecimento, inclusive a Comunicação Social. Nesse contexto, as redes sociais, espaço fértil para a revelação de interesses, preferências e inclinações ideológicas de vários segmentos da sociedade, apresentam-se como uma área em potencial a ser desbravada pelos analistas de mídias. O professor Marco Antônio, de Publicidade e Propaganda e Relações Públicas, revela que muitos profissionais destas áreas desconhecem os softwares gratuitos que auxiliam nas análises. “É muito comum que, na hora de apresentarem os resultados de campanhas fundamentadas em redes sociais aos contratantes, os comunicólogos se utilizem apenas de relatórios fornecidos pelos próprios gestores do Facebook, Twitter etc. Nas minhas palestras, eu apresento o NodeXL, plug-in gratuito do Microsoft Office Excel, que tem inúmeras ferramentas para ampliar a medição do alcance destas mídias”, esclarece o palestrante. O cientista da computação demonstrou o potencial, que softwares específicos de análise de redes

Divulgação Univali

sociais têm para contrariar medições superficiais, tomadas por valiosas pelo senso comum, dando um exemplo: “Em junho deste ano, quando o país passava pelas manifestações populares, muitos diziam que as redes sociais tinham papel importante para chamar as pessoas às ruas. Eu fiz uma análise do Twitter e percebi que essa informação é questionável já que pouquíssimas mensagens que continham ‘#vemprarua’ foram replicadas por outros usuários.” Ao conhecer o software apresentado pelo proNa palestra, Marco falou sobre softwares gratuitos que auxiliam em análises fessor, o acadêmico do 4º período de Relações Públicas, Daniel Klann, afirmou que vy, do 6º período de Publicidade nio Pinheiro avaliou a oportunidapretende começar a usá-lo para e Propaganda, que trabalha na de como construtiva e proveitosa aprimorar as análises que já fazem secretaria de turismo de Bombi- devido à interação dos participanparte do seu cotidiano. “Conside- nhas, revela que as redes sociais tes que demonstraram fascínio rava complicado trabalhar com as fazem parte de seu trabalho diário pelas informações que lhes foram redes sociais, mas acredito que, e que o curso irá ajudá-la a cons- apresentadas. Revelou que tem com as ferramentas que conheci truir audiências segmentadas no expectativa que eles consigam no curso, posso atingir melhores Facebook, tarefa que, apesar das levá-las para além do meio acaresultados nos projetos que de- tentativas, não havia conseguido dêmico e, ao explorá-las, diferenciem-se dos demais no mercado senvolvo na minha área”, diz o realizar até então. Ao fim do curso, Marco Antô- profissional. estudante de RP. Já Taiana Dela-

Divulgação Univali

Em pesquisas, o cientista da computação Marco Prinheiro questiona o papel que as redes sociais tiveram em meio às manifestações de julho deste ano

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Olhares Múltiplos 2013 Uma história de sucesso

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ntre as mais concorridas, a palestra Branding Mormaii: como se constrói uma marca de sucesso atraiu pelo empreendedorismo e jovialidade dos expositores. A equipe de marketing da Mormaii acredita que é preciso ir além dos produtos oferecidos. Antes de exteriorizar seus propósitos, a marca aposta em conceitos verdadeiros, vivenciados por seus colaboradores, sempre calcados na qualidade de vida- seu principal jargão. A história da empresa é surpreendente já que começou sem a intenção de se tornar um braço forte do segmento no país. Tudo partiu de um hippie que quis confeccionar as próprias roupas. Thaís Turossi

rmaii Divulgação Mo

A nova TV

Sugestões e críticas são sempre bem vindas, qualquer marca que está atenta e participa com seu público sabe disso, precisamos dessa interatividade com o nosso telespectador

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om a palestra A nova TV: como as inovações tecnológicas e o mundo digital têm transformado a experiência de assistir à televisão e impulsionado as oportunidades de marketing, o diretor comercial da RBS TV em Santa Catarina, Delton Batista, fez um parâmetro de como a televisão está presente nos lares brasileiros. Segundo Delton, a TV ainda é o meio mais usado na busca de informação: “A televisão está presente em quase todos os lares brasileiros, na maioria dessas residências a TV é o centro e esse chega a ser um ponto em comum para as pessoas dentro de casa”. Foram cerca de 40 minutos de apresentação. Delton referiu-se ao encontro não como uma palestra, mas como uma troca de experiências. A fala dele foi seguida por uma rodada de perguntas. Os participantes não se limitaram à televisão, debatendo também sobre os rumos de todo o grupo RBS em Santa Catarina: os planos para o estado, quais são as perspectivas para os próximos anos e também como lidam com as criticas e sugestões. As respostas frente a tantos questionamentos vieram recheadas de exemplos. “Sugestões e críticas são sempre bem vindas, qualquer marca que está atenta e participa com seu público sabe disso, precisamos dessa interatividade com o nosso telespectador”, resumiu.

Divulgação Univali

Amanda Zopelaro

A importância de fotografar o que o Brasil não vê

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ornalista, fotógrafo e editor. Essas são algumas das funções de Valdemir Cunha, que falou sobre “Fotografia de Natureza”, no campus da Univali, em Itajaí. Na sua primeira fala, o jornalista disse que ia discorrer muito sobre a fotografia e comentou sobre a dificuldade de existir revistas com o assunto natureza, que divulguem o trabalho de fotógrafos relacionados ao assunto. “E foi por isso que eu criei uma editora, para mostrar esse Brasil que ninguém vê”, comenta. Com uma câmera na mão, o jornalista e fotógrafo traz em seus livros o que muita gente não vê. É por isso que o também criador da editora Origem viaja pelo Brasil afora em busca de peculiaridades do povo brasileiro.Foi com esses assuntos e um longo bate-papo que o fotógrafo contou sua trajetória aos acadêmicos presentes em mais uma palestra do Olhares Múltiplos. Referindo-se a um trabalho feito no Pantanal, o editor falou que é mais importante para ele acompanhar os pequenos centros do que São Paulo, Rio de Janeiro e outras cidades deste porte. Por fim, ele comenta em uma das suas respostas: “Priorizo lugares onde tenho o direito de ir e vir”.

Perfil do jornalista brasileiro

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valorização da profissão passa pela mobilização da classe e pela organização em torno das entidades representativas da categoria. A afirmação resume a palestra ministrada no campus da Universidade do Vale do Itajaí pelo diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Santa Catarina, Aderbal João da Rosa Filho, o Deba. Ele veio conversar com acadêmicos e professores a convite da organização do evento “Olhares Múltiplos 2013”, uma iniciativa do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Comunicação, Turismo e Lazer da Univali para estreitar as relações entre a Instituição e a sociedade. Na primeira parte da palestra, Deba apresentou os resultados da pesquisa do perfil do jornalista brasileiro, realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da UFSC em convênio com a Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ, com apoio do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo – FNPJ e da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo – SBPJor. A parte final do evento se converteu em um bate-papo em que os acadêmicos trocaram ideias com o representante do sindicato, fazendo perguntas e esclarecendo dúvidas acerca das condições de trabalho, estágio, emprego e remuneração do jornalista profissional catarinense. Um acadêmico sugeriu que interações como esta se repitam e sejam ampliadas, porque esse contato em fase inicial da formação leva o futuro profissional a conhecer as entidades e pode incentivá-lo depois a participar delas mais ativamente.

Ismail Pereira filho

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Inteligência Orgânica Junior Köche

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Comunicação WAW!

atson Weber contagiou os alunos na oficina Comunicação WAW! Oratória e Novas Técnicas de Apresentação Oral. Watson é especialista em Comunicação, publicitário, pós-graduado em Novas Mídias, Rádio e TV e atualmente apresenta o Trimania da Ric Record. Com toda sua experiência, ele atraiu a atenção do público com suas dinâmicas divertidas e fez com que os estudantes participassem com entusiasmo de sua palestra.

Confiança faz diferença O oficineiro fez as pessoas mostrarem como se autopromoveriam, como venderiam produtos exóticos, inclusive de que modo venderiam seus próprios amigos. Confiança é a chave para que alguém acredite na sua oratória e conclua que vale a pena comprar o seu produto, garante Watson. Para finalizar, ele também falou sobre a importância de transformar nossos sonhos em metas. Coloque paixão naquilo que você faz, que provavelmente você se dará bem e com certeza será feliz e realizado! Bárbara Porto Marcelino

Projeto Rondon Junior Köche

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rofessor Marcelo Juchen é professor de fotografia e de publicidade e propaganda na Univali e no último dia de Olhares Múltiplos ele conversou com os estudantes sobre Empreendedorismo Social: Projeto Rondon. Coordenado pelo Ministério da Defesa, o Rondon se baseia em integrar a participação de voluntários, estudantes e universitários na busca de soluções que contribuam para o desenvolvimento sustentável de comunidades carentes e ampliem o bem-estar da população. O Rondon já atingiu cerca de 800 municípios brasileiros e é o maior projeto voluntariado do país. Professor Marcelo deixa claro que o foco do projeto Rondon são os UNIVERSITÁRIOS, levá-los aos lugares carentes, totalmente diferentes do ambiente da universidade. Marcelo já participou de algumas expedições do Projeto Rondon e passa para os estudantes as experiências, dificuldades e emoções de ser voluntário em um projeto como esse. Para os interessados em participar, as operações do Projeto Rondon são realizadas em janeiro e julho de cada ano, durante o período de férias escolares. Os editais são divulgados no site: www.defesa.gov.br/projetorondon. Bárbara Porto Marcelino

Jornalismo com olhar catarinense O editor-chefe do Diário Catarinense, Edgar Gonçalves Junior, falou aos acadêmicos no último dia de “Olhares Múltiplos”. Tema: “o modo catarinense de ver as coisas e interpretar o mundo.” Edgar elogiou a formação jornalística proporcionada pela Univali, destacando que os egressos do curso têm qualificado o mercado da região e do estado.

Internet não é ameaça A rede mundial de computadores, disse Edgar, é um estímulo ao jornalismo impresso. Abre perspectivas e permite interações valiosas. Ao expor essa ideia, ele aproveitou para exibir de capas e matérias do jornal selecionadas a partir de algum diferencial. O interessante em algumas capas é que elas não têm manchete. Como se vê aí ao lado, a foto de pessoas cruzando de barco uma cidade alagada dispensa palavras.

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Esporte

Muito além das montanhas Conheça a história de amigos que se uniram por mais saúde e agora se aventuram nas cordilheiras latinas Júlia Marasciulo e Thaís Turossi

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udo começou quando o publicitário blumenauense Juliano Sant’Ana traçou duas metas: reeducar sua alimentação e iniciar uma atividade física, optando pelo trekking, que já praticava como turista. Nessa fase, dedicou-se a estudar o esporte e planejou como meta de recuperação física uma expedição ao monte Aconcágua, na Argentina, que é o ponto mais alto das Américas, com 6.962 metros de altitude. Juliano iniciou então a prática de trilhas de alto nível e motivou seus amigos a participarem. Foi assim que surgiu, em 2011, o KOT ou Keep on Trekking (“mantenha a caminhada”). Em 2012, o projeto Aconcágua tomou mais fôlego, os amigos toparam o desafio com Juliano, e criaram o KOT 6000+, com o objetivo de realizar não apenas uma, mas duas expedições em montanhas acima dos 6 mil metros: o Aconcágua, na Argentina e o Huayana Potosi, na Bolívia, as montanhas mais altas da América Latina. Mesmo com agendas agitadas, o que impede em alguns momentos a prática esportiva, Juliano afirma que o principal para atingirem sua meta é o planejamento: “O ano de 2012 foi dedicado à nossa preparação física, alimentar e psicológica. Fizemos provas de corrida, academia, treinamento funcional e muita trilha”.

Preparação Oficializado o projeto KOT 6000+ e na corrida contra o tempo, é dada a largada para o processo de preparação. Foi incluída na rotina dieta balanceada e

Thaís Turossi

Juliano Sant’Ana e a bandeira oficial do grupo que idealizou

a prática de exercícios físicos, paralelos aos compromissos diários dos integrantes do grupo. Dessa forma, o grupo mostra que mesmo pessoas que estão longe do dia a dia de um atleta também podem superar os desafios e conciliar as atividades, promovendo grandes benefícios. “O KOT mudou minha vida no ano de 2012. Apesar de gostar muito de atividades junto à natureza, a rotina do dia a dia não me permitia realizá-las. Quando entrei no grupo sabia que as coisas teriam que mudar e que deveria ser persistente e determinada para conseguir alcançar os objetivos”, comenta a fisioterapeuta Dóris Dalmolin. Os exercícios, o contato direto com a natureza também serviram para resgatar antigos hábitos, como revela o médico Charles Zwicker: “Voltei a praticar muitas coisas do passado que achei que

nunca mais viveria. Há alguns anos participei de um grupo escoteiro e sempre fui fascinado por atividades ao ar livre”. Hoje, um final de semana na cidade já é sinônimo de saudade. As trilhas se tornaram a terapia do grupo, o seu anti stress. Quando não estão praticando, sentem falta da montanha e da vida simples.

Aconcágua Em janeiro de 2013 o grupo finalizou a expedição ao monte Aconcágua. Depois de muitos dias de trekking, baixas temperaturas e as modificações de altitude, um dos integrantes chegou ao cume. Os outros participantes venceram 5 mil metros, dos 6.962 totais do Aconcágua, dando ao KOT uma grande vitória. Atualmente, o grupo se prepara para subir o Huayana Potosi, na Bolívia.

Thaís Turossi

Thaís Turossi

Divulgação

Agora o grupo se prepara para subir o Huaya em Potosi, na Bolívia

Para interessados em praticar o trekking, o estudo e as pesquisas constantes também fazem parte de toda a evolução do grupo KOT. Segundo eles, é muito importante, antes de praticar, entender sobre as melhores técnicas de comportamento em trilhas de aventura. Por isso, sempre se planeje com antecedência e antes de realizar essas atividades, verifique: • as condições climáticas e possíveis variações para levar roupas e equipamentos adequados ao ambiente muitas vezes hostil; • alimentos corretos e suficientes para o número de dias em que se estará nas trilhas, considerando também possíveis emergências; • sempre informe detalhadamente para alguém (como um familiar ou um amigo) o local em que você estará e o tempo que vai ficar, telefone de um acampamento base ou de um ponto de referência próximo ao local da trilha; • em trilhas e travessias mais complexas recomenda-se a contratação de guias com conhecimento de sobrevivência em áreas remotas. Nesses locais, é necessária bastante noção de deslocamento com GPS e outros tipos de navegação, resgate e outras características de fundamental importância e segurança. Dê preferência para guias certificados; • procure sempre conscientizar seus colegas de aventura e as pessoas que você encontra pelas trilhas para as práticas ecológicas. Ainda existem pessoas que deixam alimentos, restos de embalagens e muita sujeira pelo caminho. Leve sempre seu lixo com você e jogue em local apropriado. Compartilhe as boas práticas! Divulgação

Dóris Dalmolin, fisioterapeuta

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Charles revela ter resgatado velhos hábitos com o Kot Cobaia

Em janeiro, o grupo finalizou a expedição ao Monte Aconcágua

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