360_ edição EXTRA (nº 83) _ dez12

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I e ÁT o d rio GR içã rsá ed ive an

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foto: acervo Rock do Bem

Fazer o bem_ Paola nossa repórter mirim mais que especial, nos ensina a praticar o bem, seja a quem for. Confira a opinião dessa menina antenada e descolada,

EMPRESAS da região assumem papel social

Extra ed. 83_ANO VIII dez 2012 Circulação Mensal. 12 mil exemplares Distribuição_ Cidades: Águas de Sta. Bárbara • Assis • Agudos • Areiópolis • Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Chavantes • Cerqueira César • Espírito Santo do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos Palmital • Piraju • Santo Cruz do Rio Pardo • São Manuel • São Pedro do Turvo • Tatuí • Timburi Pontos Rodoviários_ Cia. da Fazenda • Graal Estação Kafé • Orquidário Restaurante Café Rodoserv • RodoStar • Varanda do Suco

www.caderno360.com.br

Exclusivo_Traçamos um perfil de Lucas

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Peixe na folha de bananeira recheado com farofa de camarão e banana nanica •

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fotos desta página: Flavia Rocha | 360

Marques, o talentoso guitarrista de Palmital Praça de Sta. Cruz do Rio Pardo é revitalizada por ação envolvendo a iniciativa privada, uma escola, a polícia ambiental, a prefeitura e os moradores do bairro

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índice

Plantas e piso de madeira garantem uma varanda mais bonita e arejada •

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Torcedores festejam a conquista do Mundial pelo Corinthians •

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2_ editorial _ oração 4_ gente_esportes 5_ ponto de vista 6_ empresas 8_ meio ambiente 10_ gastronomia 12_meninada 12_ 13_bem viver 13_ 14_cultura 14_ 15_gente_papo cabeça 15_


2 • editorial

Seguir um

DETERMINAÇÃO. objetivo determinação de filha que pedi a Deus que me Muita gente confunde essa palavra com mostrasse por onde seguir. O resultado não sem se poderia ser mais divino. Pela primeira vez, teimosia. Outras com “viagem”, outras com insistência. E de fato, agir de forma determideixar temos duas edições num único mês. Com a nada requer alguma dose desses três estados mesma tiragem, com forte apoio dos anunabalar pela ciantes, com a mesma distribuição e com o do ser. Ocorre que a determinação é, mais do que uma atitude emocional ou temperamentorcida con- mesmo amor praticado na produção de cada tal. Ela está ancorada na nossa racionalidade. matéria, de cada página. Pode até soar piegas, tra é agir mas é com muito amor e determinação que Coragem, perseverança, fé, disposição.... são essenciais para se agir de forma determicom deter- fazemos este periódico. nada. Conhecimento e jogo de cintura tamminação É isso que o leitor irá conferir nas próximas bém. A determinação muitas vezes nos páginas. Exemplos de determinação e amor coloca contra pessoas que amamos, que não que resultam notórios, como a reportagem conseguem vislumbrar êxito naquilo que claramente estamos determinados a realizar. Também sobre a revitalização de uma praça e a ampliação de um pode nos fazer a colecionar fracassos, despedidas e con- centro cultural, que aparecem em EMPRESAS. Afinal, é prefortos que se colocam entre nós e o que estamos determi- ciso ter um coração pulsando para o bem e muita deternados a realizar. Situações estressantes, tristes, mas minação para transformar em realidade a supressão de passageiras para quem segue determinado. Afinal, como necessidades latentes das nossas comunidades: a prodizem, há luz no final do túnel. A determinação, para mim, moção da arte – e consequentemente da cultura – e a vaé como uma tábua de salvação, onde me agarro cada vez lorização da natureza. O verde e seu valor, aliás, também que me sinto náufraga num imenso oceano que me dis- aparece em MEIO AMBIENTE, com reportagem sobre os tancia dos meus sonhos, dos meus ideais, da minha benefícios que o plantio e a preservação de árvores, algo que requer muita determinação numa época onde mesmo condição de felicidade. que se apregoe a importância ambiental o que mais se vê A determinação, no meu entender, também é sinônimo de é a opção pelo concreto – ou pelo mármore, a depender força. Aquela que nos move, que nos tira do chão, que nos do bolso do cidadão. A determinação e o amor, além da fé, faz prosseguir. E se existe algo que faz o vigor brotar da aparecem ainda com grande evidência em CULTURA, onde dor, da incerteza, da solidão, acredito que isso se chama apresentamos um jovem prodígio da música, Lucas MarDeus. Não me parece à toa que sejamos educados a ques, que emociona a todos com seus solos de guitarra e chamá-lo Pai. A figura do provedor, do protetor, de quem com sua clara humildade. não apenas nos acolhe, mas nos ajuda a prosseguir e a Confira também as opiniões de nossos colunistas a repeito aprender como se trilha um caminho. de diversos campos da nossa vida, como o mundo dos ESEsta edição E xtra • nº83, 83, a primeira que pudemos fazer PORTES, tema que finalmente volta a aparecer por aqui graças ao apoio das empresas que toparam em duplicar graças à jovem Priscila Manfrim, aficionada pelo assunto sua conta publicitária neste mês de dezembro, quando e determinada a abordá-lo a cada mês em nossas páginas. fazemos aniversário, é fruto da determinação. Ela foi criada para que o 360 encerrasse o ano de 2012 cumprindo Aproveite também para desfrutar o final do ano saboresuas metas de negócio. E foi amparada por um Pai que ando mais uma de nossas receitas e se distraindo com o está no Céu, na Terra, em cada um que o escolhe. Com belo trabalho de nossos ilustradores, determinados e extodo respeito a todas as religiões e ao ateísmo, foi com uma pressar com arte os textos que lhe enviamos a cada mês.

Ora, Ação! João 15 Vs: 15

Determinada a manter o 360 independente e em franco crescimento em 2013, e também a ser feliz, como reza a minha tradição, quero desejar a todos que ajudam a fazer deste periódico uma realidade, assim como a você e à sua família, um Feliz Natal e um Ano Novo de muita sorte! Ela também é bem vinda e necessária, conforme me ensinou nosso primeiro entrevistado, que cedeu à minha determinação de levar a público suas opiniões e histórias. Deus abençoe o seu, o meu, o nosso 2013. Boa leitura! Flávia Rocha Manfrin diretora-editora 360

| 360@caderno360.com.br

“Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” e xpediente

360 é uma publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados. Tiragem desta edição: 12 mil exemplares Circulação:• Águas de Sta. Bárbara • Agudos • Areiópolis • Assis • Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira César • Chavantes • Espírito Sto. do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos • Palmital • Piraju • São Manuel • São Pedro do Turvo • Sta. Cruz do Rio Pardo • Tatuí • Timburi e paradas das rodovias Castello Branco, Raposo Tavares, Eng. João Baptista Cabral Rennó e Orlando Quagliato. Redação e Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diretora de arte e jornalista responsável | Mtb 21563›, Luiza Sanson Menon ‹revisão›, Odette Rocha Manfrin ‹receitas›, Elaine Regina de Moraes ‹assistente de produção - separação›, Paola Pegorer ‹repórter especial›. Colunistas: José Mário Rocha de Andrade, Fernanda Lira e Tiago Cachoni. Ilustradores: Franco Catalano Nardo, Clara Basseto e Sabato Visconti. Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados não expressam necessariamente a opinião desta publicação. • Endereço: Praça Dep. Leônidas Camarinha, 54 - CEP 18900000 – Sta. Cruz do Rio Pardo/SP • F: 14 3372.3548_14 9653.6463 • Redação/Cartas: 360@caderno360.com.br • Publicidade/Assinaturas: comercial@caderno360.com.br • 360 digital: www.caderno360.com.br •extra_dezembro2012



• gente _ • esportes

O sabor da disputa

*Priscila Manfrim

A última semana foi cheia de emoção para os torcedores de duas das maiores forças do futebol paulista. São Paulo e Corinthians conquistaram títulos nos últimos torneios da temporada, para alegria das respectivas torcidas. Eu, “TRIcolor” fanática, vibrei muito na quarta-feira com a conquista da Copa Sul-Americana. Vibrei pelo fim de um jejum de títulos, que há 4 anos era motivo de piada entre os rivais. Já no domingo, como boa sãopaulina que sou, torci contra o Corinthians. Torcida que não adiantou de nada, já que os alvinegros – com muito mérito e competência, admito – conquistaram o MUNDO, para alegria dos “Fieis” que fizeram uma festa maravilhosa, tanto no Brasil como no Japão. Bom, quem torce sabe que os rivais sempre têm uma piada pronta pra fazer, independentemente se seu time ganhou ou perdeu. Desde a 4ª-feira após o jogo tenho aguentado diversas provocações sobre o título tricolor, de amigos que não reconhecem os feitos de um time que não seja o dele, uma pena.

§ fotos: FLÁVIA ROCHA_360 • Cobertura completa em Facebook / Caderno 360

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A provocação, a rivalidade, são ingredientes super necessários pro futebol, fazem parte da festa. Cabe a nós sabermos usá-los de maneira saudável, divertida e sem perder o respeito. Até porque não tem coisa mais gostosa para o Sãopaulino zoar o amigo Corintiano e vice-versa. Viva o futebol, viva os amigos e viva as provocações, afinal, qual seria a graça sem elas?

*Torcedora fanática desde sempre pelo SPFC, adora provocar os rivais e, por isso, tem que aguentar ser provocada.


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• ponto de vista

O homem da minha vi da

* Fernanda Lira

Quando olhamos o homem da nossa vida, entendemos que realmente “quem vê cara, não vê coração”, que “o amor é cego”, que “quem ama o feio, bonito lhe parece”…, e todos outros chavões fazem sentido. E isso não se aplica à aparência. O amor minimiza os defeitos, as discórdias, as decepções, as frustrações. E é por isso que ele vale a pena. Porque é um sentimento que nos reinventa, nos obriga a nos vermos numa situação que talvez nunca admitíssimos viver, ou

que nossos valores e crenças nos obriguem a lidar. Isso nos faz melhor, pode ter certeza. Afinal, quando somos movidos pelo amor e buscamos lidar com essas situações de modo a manter o outro ao nosso lado sem deixar de sermos quem somos, nos descobrimos capazes de agir e reagir de uma maneira mais legal. E isso, seja na companhia desse amor ou não, só acrescenta. Faz a pessoa ser melhor, mais segura, mais feliz e mais apta a ser relacionar.

próximas ou capazes de ver por diferentes aspectos, opiniões a respeito da nossa relação com o amor da nossa vida. Porém, apenas como um ponto de vista, que não inclui a certeza do que é a realidade dos fatos, porque foi narrado por um ou pelos dois que formam o casal, não foi vivido, já que terceiros não participam da intimidade de um par. Por isso não dá pra se deixar conduzir pela opinião alheia. Elas devem ficar no campo da nossa ponderação. A escolha é de quem está dentro dessa fogueira chamada relação a dois, que nos cega, nos envolve e nos leva.

arte: Jaqueline Araujo | 360

É aquele eu amo agora, hoje, neste exato momento. Esse é o homem da minha vida. Ele pode ter mais ou menos afinidade comigo do que outros amores. Pode ter mais ou menosrreciprocidade ao que seu sinto do que outros homens, outros amores. Ele pode ser mais ou menos companheiro, amigo, fiel, leal, verdadeiro, honesto, carinhoso, gostoso… o fato é que é ele o homem da minha vida. É ele que eu amo.

O relacionamento de um casal, seja qual for a dupla, é único. É uma relação que extrapola os limites da amizade. Traz a intimidade do parentesco sem ser de fato sê-lo, já que pode ser finita, ao contrário do vínculo de sangue. É, por ser única, uma relação muito mais delicada, única e incomparável. Você pode até tirar exemplos de relações entre amigos, parentes, outros

casais, outros amores que teve, mas terá que adaptá-los a uma relação que tem nuances próprias, que pertence àquele

casal e só ele vai poder avaliar o que acontece de verdade. Muitas vezes, claro, podemos ouvir de pessoas confiáveis,

O fato é que quando você consegue manter essa relação, o homem da sua vida será sempre o mesmo. E quando você não consegue, por uma razão ou outra, às vezes por um sim-

ples “clic” do coração, que se desconecta do outro, a sorte é que você vai encontrar de novo o homem da sua vida. E, de repente, quem sabe, você se sairá melhor dessa vez. Seja como for, aproveite quando o homem da sua vida estiver ao seu lado. Tente encontrar e manter com ele uma sintonia fina, amena e intensa, para que a vida de vocês seja tranquila e aventureira, romântica e imprevista... Os extremos, assim como o meio termo, ajudam muito o amor a se preservar. Pode acreditar.

* jornalista paulistana que adora o interior | felira@caderno360.com.br


6 • empresas

MuITO além dos negócios Responsabilidade social é um termo que apareceu no mundo das empresas na década de 90, quando a nova ordem mundial dos negócios e do marketing corporativo clamava por uma postura mais efetiva por parte das grandes corporações no sentido de assumir a tarefa de ajudar a eliminar as mazelas das nações. No caso do Brasil, essa onda veio de encontro à imensa necessidade de ajuda que as comunidades apresentavam e à terrível situação econômica que se encontrava o país, ainda apontado como um grande celeiro carente do terceiro mundo. Naquela década, esse movimento encontrou eco multinacionais ancoradas no Brasil e também nas grandes compannhias tupiniquins, geralmente sediadas na grande São Paulo. O interior ainda se valia da tradicional ação comunitária, onde as entidades pedem e a empresa dá a sua contribuição. Novo jeito de ajudar – Felizmente, muita coisa evoluiu nos últimos 20 anos e isso aparece com eviência no interior de

A partir da esquerda.: moradores, pessoal da escola e da Special Dog

São Paulo. Somente neste mês, na região e Ourinhos e Sta. Cruz, duas empresas locais mostraram que o empresário do interior já está em sintonia com o mundo global. Em-

foto: Flavia Rocha | 360

Empresas da região mostram que o envolvimento comunitário é prática diária em sua rotina, envolvendo diretores, funcionários e a comunidade.

penhadas em fazer a sua parte, elas deram às comunidades dois grandes presentes, que serão aproveitados de maneira contínua e perene.

Uma nova praça – Em Santa Cruz do Rio Pardo, a novidade está sendo entregue à população pela Special Dog. Trata-se de uma praça que foi totalmente revitalizada por conta da empresa, num projeto que incluiu calçamento, iluminação e replantio de árvores. Ciente da importância de uma ação em equipe, a empresa que tinha como meta fazer algo dessa natureza, procurou a Polícia Ambiental para indicar-lhe o local. A escolha recaiu sobre a praça Ernesto Morbi, no bairro da Estação, onde funciona o o Centro Educacional Prof. Wilson Gonçalves, unidade de ensino fundamental da prefeitura que já desenvolve um bom trabalho de conscientização dos alunos e de participação comunitária.


Siga o líder – A participação do alto comando de uma empresa nessas ações, tem um efeito multiplicador. Afinal, além de ser o prin-

cipal modelo para os demais colaboradores, alguém com poder de decisão acaba dando aos projetos ainda mais força, quer pela adesão dos demais, quer pela agilidade em aprovar iniciativas e custos. É o que vimos no caso da Special Dog, cujo diretor Erik Manfrim esteve diretamente envolvido no projeto, tanto que estava lá no momento da foto sem que isso tivesse sido agendado. E também da Usina São Luiz, cujo Centro Cultural, um projeto iniciado em 2004, foi reinaugurado para atender ao crescente contingente de crianças e jovens interessados em participar de uma série de projetos de música e de dança. Com uma festa cuja programação foi digna de qualquer grande centro cultural de uma grande cidade,

Crianças e jovens se apresentam na abertura no novo Centro Cultural que funciona na fazenda onde está sediada a USL, em Oruinhos

foto: Marcelo Fernandes Brasil

Com a ajuda da diretora Noriko Kawabata Izumi, os moradores foram chamados a participar do projeto, que resultou na troca de árvores frutíferas por ipês, mais adequados para esse tipo de local de convivência. Além de uma área para leitura e reunião dos vizinhos, a praça tem área lúdica para as crianças e calçamento com distâncias percorridas demarcadas, contribuindo para a turma que faz caminhada. Novas ou antigas, as árvores também ganharam padrinhos, que se comprometeram a zelar por elas, como mostram as placas colocadas pela empresa.

foto: Flavia Rocha | 360

As árvores da Praça Ernesto Morbi, no bairro da Estação, ganharam padrinhos. Vão zelar por sua integridade

a USL apresentou as novas instalações que congregam hoje mais de 500 alunos em aulas de diversas modalidades de dança e música, além dos grupos que são mantidos para apresentação nas cidades brasileiras e até no exterior.

À frente do empreendimento, está Adriana Quagliato Vessoni, diretora do grupo que pertence à sua família. Seguramente, seu envolvimento direto com os profissionais de cultura que ela trouxe para o projeto, os melhores da região, vale destacar, faz a diferença e é sentido por todos: parceiros, alunos e funcionários da empresa, muitos, pais dos alunos do CCQI (Centro Cultural Irmãos Quagliato).

Modelo a ser seguido – Para quem tem a mania de torcer o nariz para projetos envergados por empresas de grande destaque local, como é o caso da USL e da Special Dog, vale ressaltar que a responsabilidade social pode ser praticada por todos. Empresas e pessoas físicas. Inclusive com dinheiro que é gasto em impostos, pois é permitido aplicar um pequeno percentual em projetos esportivos, ambientais e culturais. É o caso do CCIQ, que se vale do benefício da Lei Rouanet de inventivo à cultura.

Isso não significa que a empresa não coloque a mão no bolso em um projeto dessa natureza. Isso sempre acaba acontecendo, mas a otimização do uso de recursos públicos é uma prática saudável que pode e deve ser absorvida no dia a dia empresarial.

No caso da Special Dog, Erik nos conta que envolveu seus funcionários e os custos não passaram da casa dos 40 mil reais, um valor que para uma – ou várias empresas juntas – é bastante praticável. Então, empresários, mãos à obra!


8 • meio

ambiente

O bucolismo dos grandes campos do interior paulista talvez justifiquem a falta de importância dada ao plantio – manutenção e cultivo de grandes árvores – que se vê hoje em dia nas pequenas cidades. Seja nas ruas, avenidas e praças, responsabilidade da adminsitração pública, seja nos jardins e calçadas das residências e prédios comerciais, o descaso em conservar árvores de grande porte já existente e o desinteresse em plantá-las prevalece em benefício de pequenas árvores e arbustos para decorar os jardins.

O que muitos esquecem é que não há ar con-dicionado que ajude tanto quanto as grandes árvores a refrescar casas, escritórios e toda a cidade. O efeito das sombras gigantes e por longo período do dia características das grandes árvores é insubstituível. Pode-se até discordar do quanto também embelezam casas, ruas, praças, cidades. Porém, seu efeito refrescante é inegável.

A eficiência da sombra de uma – ou mais árvores – foi comprovada pelo casal Lori e Yone Botelho. Donos de uma grande casa, eles não economizaram em mudas de plantas de todos os portes em seu jardim, tanto na frente quanto no fundo da residência. O resultado, além da beleza, é uma casa mais fresca e aconchegante. “Depois que árvores atingiram altura da janela do nosso quarto, ficou muito mais fresco", garante Lori. Segundo ele, o sol que bate a tarde naquele cômodo o tornava extremamente quente, mesmo com o uso do ar condicionado. A disposição do casal não se aplicou apenas em gramar quase toda a área externa da casa e nela plantar dezenas de mudas que já tomam conta de todo o ambiente, fazendo sombra e refrescando a varanda, como podemos perceber nas fotos. Na época da construção, eles discordaram dos profissionais contratados para projetar e executar a obra a fim de preservar a

foto: Flavia Rocha | 360

SOMBRA e vida fresca

O Casal Lori e Yone Botelho sob o pinheiro que plantaram há 10 anos. Sombra e alicerce para vasos de belas orquídeas.


Essa opção aparece na residência de outro casal que optou por manter no quintal uma grande árvore. “Todos me diziam para tirá-la, mas decidimos mantê-la. Além da sombra em época de florada fica repleta de orquídeas que fomos pendurando no tronco", diz Marco Antonio de Almeida Mello, o Marcão da Stoke.

Quem cuida tem – Cuidar de uma árvore grande o suficiente para fazer sombras que realmente refresquem uma casa ou uma cidade não é tarefa fácil, mas necessária. O fato de serem muito altas, terem troncos largos e vigor exuberante, não significa que devem ser deixadas à própria sorte. É preciso podar corretamente e extirpar pragas que possam comprometer sua saúde e longevidade. É assim que se evita que apodreçam ou que sejam infestadas por cupins, por exemplo.

Quem vive em locais onde as grandes árvores existem, seja em seus jardins, ou nas áreas públicas ao redor, e ainda não entendeu o quanto elas são importantes para a qualidade de vida das pessoas pode ter certeza que não haverá tecnologia que lhes garanta o conforto da famosa sombra, a mesma que nos remete à tranquilidade e belprazer quando ouvimos se diz: Só quero sombra e água fresca!

Muita gente promove a derrubada de árvores dentro da área urbana. Sob o argumento de que colocam em risco casas, carros e pessoas, árvores de grande porte que resistem ao tempo, como a Sibipiruna, muito comum na região, são extirpadas. As razões na maioria das vezes são causadas pela falta de manutenção anual que esse tipo de ;arvore requer, a fim de retirar pragas e outras doenças que possam comprometer sua integridade. Outra questão importante é o replantio. Quando realmente afetada por podridão ou cupins, é indicado replantar mudas da mesma espécie já em tamanho adequado para que cresçam com segurança. A substituição por mudas de árvores de menor porte ou menos frondosas resultarão no aumento da temperatura daquele espaço. E quando isso é feito em larga escala, de toda a cidade. Confira as dicas do especialista Elias Sahade Junior, da ERP Mudas Nativas, para se evitar a derrubada das árvores.

Plantio de árvores de grande porte foto: Flavia Rocha | 360

grande sibipiruna que existe na calçada externa. “Isso prejudicou o acesso à garagem, mas vale a pena", garante Yone, que supervisiona o trabalho de jardinagem que é feito frequentemente. Uma tarefa que exige profissionais, mas cujo custo, segundo Lori, não é maior do que o que seria gasto com água e produtos de limpeza caso tivesse optado por pavimentar todo o espaço.

MANuTENçãO de grandes árvores

Podocarpos (árvores de tronco muito fino) plantados bem rentes ao muro refrescam a área interna da residência

(ex.: Sibipiruna) 1- Fazer uma cova (buraco) compatível com o tamanho do torrão e cunstruir uma mureta em volta com a profundidade necessária para que a raiz cresça para baixo evitando estragos a calçadas e edificações. Quando isso não acontece e a raiz cresça para a calçada, deve-se

foto: Flavia Rocha | 360

Foto: acervo particular Marcão da Stoke

Graças à sua consciência, Marcão e sua família (a partir da esquerda os filhos Maria, João,e Amanda, e a esposa Adriana) desfruta do frescor e do prazer de sentar-se à sombra de uma árvore.

fazer uma poda bastante criteriosa para que a árvore não perca a estabilidade.

Árvores adultas e em crescimento: 1- A cada ano, fazer a poda de formação, quando se dá à muda a configuração desejada, como galhos altos e ramificações acima de 2,5m. 2- Na poda anual também devem ser retirados os galhos secos e os que “cruzam” a muda de um lado para outro. 3- Nos cortes de galhos vivos deve-se passar algum produto para cicatrizar, como calda bordalesa, encontrada pronta no mercado. Obs.: É importante que a prefeitura ou empresa contratada para fazer a manutenção das árvores, incluindo as podas, conte com um técnico que realmente conheça os problemas e possa apontar soluções de preservação eficazes.


foto: Flavia Rocha | 360

10 • gastronomia

CEIA TROPICAL por Flávia Manfrin A ideia é fugir do tradicional jantar pautado nas carnes vermelhas sem deixar de lado a opção por assado acompanhado de uma boa farofa. O resultado, em mais uma contribuição do gourmet Leo Spigariol, foi um prato saboroso, leve e ideal para acompanhar um bom vinho gelado,branco ou rose.

Peixe na banana

1.

Ingredientes farofa: • 1 tainha de 900g inteira aberta pelas costas (pode ser tilápia ou pacú) • suco de 1 limão • 2 colheres de azeite extra virgem • 1 folha de bananeira grande o suficiente para embrulhar o peixe • sal e pimenta-do-reino a gosto Ingredientes farofa: • 4 colheres de manteiga • 2 colheres de cebola picadinha • 2 tomates sem pele cortados em cubos • 1/2 talo de alho-poró fatiado fino • 8 camarões-rosa limpos e picados • 1 colher de salsinha picada • 1 colher de cebolinha picada • 1 xícara de farinha de mandioca • 2 bananas-nanicas firmes • sal e pimenta-do-reino a gosto

3.

4.

foto:s Flavia Rocha | 360

receita de Leo Spigariol

2. Preparo Farofa: Aqueça uma frigideira grande em fogo alto, derreta a manteiga (coloque um fio de azeite para não queimar) e refogue os camarões picados com o alho- poró e a cebola. Quando dourar, junte os tomates, o sal e a pimenta e cozinhe por alguns minutos. Acrescente a salsinha e a cebolinha. Adicione a farinha de mandioca até obter uma farofa bem úmida. Corte as bananas em rodelas e misture tudo. Preparo Peixe: Tempere o peixe com o limão misturado ao azeite, sal e pimenta. Recheie com a farofa. unte a folha de bananeira com azeite, coloque o peixe e embrulhe bem. Leve para grelhar na churrasqueira por cerca de 10 minutos cada lado.

Vinhos •:360 indica

Lunae da Salton

Eles são deliciosamente refrescantes quando ervidos bem gelados. Nas versões suave (mais doce) doce e demisec (mais ácido), os vinhos Lunae, fa-bricados pela vinícula Salton, uma das melhores do país, têm a grande vantagem do preço: em torno de R$15,00 nos supermercados! Ótimos para acompanhar frutos do mar, como o peixe que desta edição! Tim tim! imagem: pesquisa Google

Para acompanhar, uma boa salada mista, feita com a sua criatividade e arroz branco com amêndoas ou com cheiro verde, que foi a nossa opção. Bom apetite. Boas Festas!



TALENTO para a música e para a vida Lucas Marques. Guarde esse nome. O garoto – sim, ele tem apenas 23 anos – é um fenômeno e deve ganhar espaço conforme o tempo se apressar em levá-lo para lugares de mais visibilidade e oportunidades. Enquanto isso, e sem qualquer ranço de “aqui não acontece nada”, ou “aqui nunca serei alguém”, pensamento típico de quem esnoba o interior, Lucas simplesmente arrasa por onde vai e toca seu ins-trumento, a guitarra. Autodidata, o garoto de Palmital, pequena cidade próxima a Assis, no sudoeste do Estado de São Paulo, começou a tocar no coral da igreja aos 10 anos. E nunca mais parou. Aos 15 já migrou para as bandas de bailes de salão, muito frequentes no interior. E aos 23 é o professor mais procurado – com direito a fila de espera para conseguir frequentar suas aulas – de uma escola de música de Santa Cruz do Rio Pardo, onde vive durante a semana lecionando de 2ª a 6ª, nos três períodos da escola.

Lucas também é bastante ocupado nos finais de semana. É contratado da Landau 69, banda de pop rock que faz shows pela região. A performane do garoto é tamanha e sua energia tão instigante que o som da banda nunca foi mesmo. O fato é que Lucas tem talento nato aliado a uma qualidade técnica fora do comum para um jovem da sua idade e com tão pouco tempo de estudos supervisionados. Sim, porque mesmo tendo frequentado poucas escolas de música – fez aulas em Palmital por pouco mais um ano, quando tinha 14 anos e depois pelo mesmo período frequentou a escola de música de Ourinhos–, ele estuda religiosamente em casa, tocando guitarra, violão e teclado.

Fotos: Flavia Rocha | 360

12 • cultura

MARCELO Yoneda, vocalista da banda Black Tie e aluno de Lucas “Apesar de ele ter idade para ser meu filho e parecer que os gostos musicais vão se chocar, acontece justamente o contrário. É muito bom ter essas aulas, não somente a parte musical, mas também a troca. Ele tem muito talento, é humilde, estudioso. É só querer que você aprende com ele, não só sobre música, mas também outras qualidades. Ele tem o dom de contagiar.”

tando todos os mestres como seus preferidos com grande propriedade.

Foco e fé – O segredo do jovem músico que também é compositor e sonha ser regente, não reside apenas em seu talento. Lucas tem a seu favor fatores que podem lhe garantir o sucesso: é humilde, a ponto de acreditar que sempre pode aprender mais e mais e sendo capaz de se relacionar com desenvoltura no vaidoso ambiente da arte, sem despertar rivalidades, e é extremamente focado no que faz e nos seus objetivos. “Tenho em casa mais de 200 cartolinas onde eu anotava todos os dias do ano e programava meus estudos", revela o jovem profissional que deciciu que seria músico ao receber o primeiro pagamento, quando tocava na banda de bailes.

Segundo ele, essa organização e pragmatismo só se aplica no campo da música. Mesmo residindo ainda numa cidade pequena, de 50 mil habitantes, onde naturalmente as oportunidades são raras e de menores proporções, Lucas se mostra ao mesmo tempo satisfeito com suas conquistas e disposto a ir além. E não é para menos. O caçula da casa foi quem comprou o primeiro carro da família, gente que ele preza com um orgulho e uma carga de afeto emocionantes. Pai, mãe, irmãos, avós, Lucas fala de todos como personagens de

grande importância em sua vida e para quem quer retribuir sempre com seu talento e seu trabalho. Nesse campo, Deus também se faz presente, com muita fé.

O belo garoto, sim, além de tudo ele tem uma pinta que o destaca ainda mais nos palcos, onde se joga ao som da guitarra sem tomar uma gota de álcool – “gosto de estar ali sem máscaras, a bebida me distrai”– conquista a todos com seus acordes e derrete corações não apenas das meninas que frequentam os shows. Seus amigos e companheiros de banda não esconomizam elogios ao rapaz de Palmital, como aparece a seguir e também na página ao lado, na crônica de nosso colunista Tiago Cachoni, vocalista da Landau 69. Por isso, aproveitem o verão e procurem os shows onde Lucas Marques toca. Ouvi-lo é preciso.

RODRIGO Donato, sócio da escola que o contratou

EDER Chagas, “Eu queria um guitarrista primeiro professor com experiência em vários em Palmital estilos e marquei pra tocar “O Lucas é curioso. E isso é bom para o músico, não ficar preso a amarras culturais e tabus sociais. Música deve ser algo que liberte. Ele entendeu isso, viu que é importante conhecer a história, os estilos, a concepção por trás de um arranjo. Ele tem identidade musical.”

LuCAS Marques por....

Lucas na Banda Black Tie: Tributo a Beatles

Todo aluno se impressiona ao vê-lo tocar. Inclusive ele quebra paradigmas de alunos mais velhos que buscam professores experientes e acabam se convencendo de que o Lucas é um músico diferenciado. Na Landau69 ele encaixou como uma luva. Além de ser divertido tocar com ele, você vê que ele consegue cativar o público só pelo prazer que demonstra em estar tocando.” Ele é diferenciado e as pessoas diferenciadas sempre terão um destaque maior. Ele merece tudo oque conquista. A humildade desse moleque é o que mais brilhante ele tem, mesmo tocando mais que muito guitarrista gabaritado, ele se mantém humilde.

MAuRíCIO Salemme baterista da banda Black Tie e parceiro no projeto Beatles “O que falar de um cara , com vinte e poucos anos, com um conhecimento musical profundo desde o rock mais pesado à Cristian e Ralf, de quem ele é fã declarado?! Nunca na vida vi tanta humildade em um cara que sabe tanto.Tocar com ele é mágico. Ele é bem fora da media. Quem viiu o que ele fez no encerramento do show Tributo aos Beatles, de improviso…meu Deus, ele não é daqui!!!

LuCIANO Pimentel, o Barry, baterista da Landau 69 e dono da Studio Musical, escola onde Lucas dá aulas

Eclético e apaixonado – Enquanto fala de sua profissão numa entrevista que renderia muitas páginas, Lucas revela que ama o rock pelo virtuosismo, é fanático pelos Beatles, Led Zepelim… mas não fica apenas neste universo. Dos irmãos mais velhos, com quem aprendeu a gostar de música na infância, ele recebeu também a influência sertaneja. E ouve muita música erudita, ci-

só eu e ele . Toquei de uma maneira pra ele se perder e ele não se perdeu no som. Toquei rock, jazz, reggae, funk e samba. Coloquei um violão na mão dele e achei que ele tocou como um músico mais experiente. Acho que no futuro ele vai virar referência como guitarrista para a região.”

Lucas Landau 69: contagiante


13 •

gente_ papo cabeça

Tr i bu t o aos Be a tl es ! As incríeveis noites de rock rural de Sta. Cruz do Rio Pardo ganharam brilho a mais. Músicos entregues às canções dos rapazes de Liverpool deixaram o público de mais de 500 pessoas em êxtase com repertório e performances inesquecíveis. Sucesso absoluto! Vale destacar a organização do G7, grupo que promove as festas de rock com maestria e promete incluir o show de 8/12 (aniversário de morte de John Lennon) no calendário anual do Bar do Cersão, reduto roqueiro da cidade. Bandas:

B l a c k T i e , L a n d a u 6 9 , N o F a te e Do n a T q u i l a L u c a s M a r q u e s ( g u i t a r ra / v o c a l ) (Bar do Cersão _Sta. Cruz)

Participação Especial:

Ohomemque sabia demais Fã de Legião Urbana, Beatles, aficionado por Chaves e sãopaulino. É guitarrista e canta na banda Landau69. Não, jovens, não falo de mim. Sujeito pacato, caseiro, não bebe e nem é dado a noitadas intermináveis. Agora vocês têm certeza de que não se trata deste que lhes assopra estas mal traçadas. Nesta vida louca (e no meu caso, paralela) de banda, a gente tem experiências inesquecíveis (tanto boas quanto ruins), e conhece muita gente, algumas verdadeiramente especiais. É o caso de quem falo: Lucas Marques. Costumo ser meio ranzinza no que tange à música. A palavra “músico”, para mim, no sentido pleno, é muito mais do que simplesmente saber tocar um instrumento. É ter sensibilidade, carisma, presença de palco, conhecimento, técnica, mente aberta, é ser

*Tiago Cachoni

diferente, como diria o coxinha-mor Caio Ribeiro. Adjetivos todos abarcados com maestria por este garoto de apenas 23 anos (e já professor há alguns deles). Em 9 meses de convivência, tenho presenciado, dividindo o palco com Lucas, verdadeiros frenesis shows afora. Gostando ou não de rock, curtindo ou não as músicas que a gente toca, é impossível passar incólume por esse cara, que ao mesmo tempo carinhosa e selvagemente - e por vezes até com a boca - trata o seu instrumento de guerra: a guitarra. Com tão pouca idade e tanto talento, é de se imaginar o que vem pela frente e onde esse cara vai chegar, além de torcer por ele e pela boa, velha e bem tocada música. “It’s only rock and roll, but I like it”.

*Vocalista da banda Landau69 que tem imenso orgulho de ter ao seu lado o grande Lucas Marques

§ fotos: FLÁVIA ROCHA| 360

Cobertura completa em Facebook / Caderno 360


14 • meninada

arte: Sabato Visconti | 360

Pingo vive à procura do Alvinho. Dia após dia, nada de achá-lo em casa. Procura em baixo da cama, atrás da porta, deitado na cama com aqueles fones de ouvidos que o levam pra outro planeta. Que Alvinho, que nada.

Au! Au! Que planeta é esse? Está num lugar chamado Japão, Pingo. Se você cavar nessa direção, passar pelo centro da Terra, você chegará nesse Japão e, para nós, é como se estivesse de ponta cabeça. Pingo lembrou-se de uns desenhos japoneses que Alvinho gosta de assistir. Todos de olhos puxados. Até os cachorros. Cachorro de olhos puxados? Pingo achou tudo tão estranho que decidiu sossegar e esperar Alvinho chegar, quem sabe fazendo um buraco no meio da sala.

R edação : P ao la Pe g o r e r M a n f r i m A r te : C l a r a El i z a Basseto

Ache a s 10 Dife re nças

http://www.caderno360.com.br/apre360.pdf

A mãe de Alvinho percebeu sua tristeza: Pingo! Alvinho está nessa direção: apontou para o chão. Au! Au! Pingo ficou no ar. Nessa casa não há porão, pensou. Alvinho está de ponta cabeça do outro lado do planeta.

Respostas: 1- Floco de neve grande perto das notas musicais. 2- Nota musical. 3- Cor do pompom do gorro verde. 4- Franja do cachecol verde. 5- Cores do presente de cima. 6- Cor da fita do presente rosa. 7- Cor do assento do trenó. 8- Pompom do gorro do passarinho. 9- Botão do boneco da direita. 10-Cor do cachecol do boneco da esquerda.

P I N G O

cachorro japonês

Fazer o Bem Sem Olhar a Quem

Pois é gente o Natal já esta aí!!! E o que a gente mais escuta nesta época é “vamos ajudar o próximo, vamos entrar no espírito de Natal”. Eu estava conversando sobre o Natal e me perguntaram o que eu entendia com a frase “fazer o bem sem olhar a quem”. Eu fiquei pensando... Então, depois que pensei (muito), eu entendi. E o que a frase significa para mim é que quando você ajuda o próximo de coração você já fez uma

boa ação de Natal, independentemente se aquele que você ajudou não estava com boas intenções ou sendo falso, achando que consegue te “passar a perna”. Mesmo que você ache que a pessoa fez e faz isso, continue ajudando porque o pecado é dela, não seu.

Bem, isso foi o que eu entendi da frase… mas, o que você entende? Um Feliz Natal para todos vocês e um ótimo Ano Novo!!!!!! Beijos.

Paola e Clara

Manoel Inácio Rodrigues Bueno, o Manu, tem apenas 8 anos, e em dois anos nadando por aí, já tem uma coleção de 16 medalhas e 8 troféus. Ele começou a nadar aos 5 anos e desde que passou a competir não parou mais de ganhar. No último Circuito Mirim 2012, uma competição estadual, ele conquistou 3 medalhas de ouro para a equipe Special Dog/ Aquanad. Estudante do Colégio Objetivo, ele abre um sorrisão quando lhe perguntamos: Como é ganhar tantas medalhas???? Bom demais, né?!!! Claro!!!!


15 • ponto

de vista

CABEçA, corpo, alma e coração José Mário Rocha de Andrade*

Após um dia inteiro caminhando pelas estações do metrô da cidade mais populosa do mundo, 80 minutos na fila para subir na Skytree,a Torre mais alta do mundo, caminhando pelas ruas do sofisticado bairro Ginza a 8°C depois de atravessar na diagonal o cruzamento de pedestres mais movimentado do mundo, na cidade com a maior renda per capita do mundo, gorro, luvas, estendi a mão cheia de moedas enquanto o caixa da padaria mostrava na tela do monitor o valor em ienes a ser pago. Pediu-me para colocá-las na mini bandeja, jogou-as em uma máquina que somou o valor de todas, subtraiu o valor a ser pago e despejou o troco em moedas enquanto meu filho e eu olhávamos tentando entender e saímos rindo muito de volta às ruas geladas.

arte: Franco Catalano Nardo | 360

Desculpe-me meu amor, mas estava morto quando cheguei ontem à noite no hotel e você sabe, todo o mundo sabe que morto não envia notícias. Havia um sinal de vida em meu corpo: uma dor lancinante em queimação gritando por toda a região plantar de meus pés inchados: “De cabeça pra baixo já! Pés ao alto! Pés ao alto!” Pra quem olha de outro planeta, você que está no Brasil e eu no Japão, estamos de ponta cabeça um para o outro. “De ponta cabeça pra quem está em Tóquio já”, exigiam meus pés gritando: “Pés ao alto! Pé ao alto!”

Uma hora antes havíamos almoçado. Sobre um trilho que corre por todo o balcão desfilavam sushis e sahimis em exibição que íamos escolhendo no cardápio com fotos e eram servidos em pires de variadas pinturas e cores correspondentes ao valor de cada um. A cada novo cliente os sushimen cantavam saudando. O sushi vai inteiro para a boca. Ficou um pedaço do peixe para fora, o japonês

manobra e engole como se fosse um peixe comendo outro peixe. Pedida a conta a garçonete passa o leitor óptico na lateral da pilha e a conta esta feita. Nas ruas, em todos os lugares, sempre há alguém usando máscara, dessas que os médicos usam nas salas de cirurgia. Medo de infecção, proteção contra a poluição. Há um restaurante de sucesso em Tóquio que anuncia: 80%

de seu cardápio (carne de porco, picles, saquê, frutos do mar) vem de Fukushima, região contaminada pelo desastre de março de 2011 depois do derretimento de 3 de seus reatores nucleares. Na medida em que o governo japonês avalia os produtos e os declara em níveis aceitáveis de radiação os japoneses os consomem. Há um sentimento de honra, outro de respeito. Estávamos Thiago e eu para pisar na escada rolante em direção ao metrô,quando surge um japonês correndo, o trem já estava na plataforma, ele sobe a escada rolante saltando os degraus, mas não sem antes inclinar-se em saudação de agradecimento a nós. Ontem foi o primeiro jogo do Corinthians no Campeonato Mundial de Clubes da FIFA. O Toyota Stadium da cidade de Toyota fica a 4 horas de ônibus de Tóquio. Essa é outra estória que fica pra outro dia. *médico santa-cruzense radicado em Campinas | zemario@caderno360.com.br



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