jornal 360_ed. 219 _ abril2024

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giro360 Pizzaria de Ourinhos figura em ranking das 50 melhores da América Latina segundo guia criado por jornalista italiano •p10

agroecologia Produtores rurais interessados em migrar para um sistema agroecológico têm apoio de órgãos públicos do estado •p8

gastronomia_ Setor de alimentos de Santa Cruz será tema de evento, publicação e filme sobre sua qualidade e diversidade

ANO 19

Santa Cruz se consagra como polo agrícola do estado de SP

Com resultados expressivos e empresários que se dedicam às questões produtivas de modo a garantir a sustentabilidade das culturas de grãos, Santa Cruz ganha notoriedade e reconhecimento de au-

toridades e organizações agrícolas como a Aprosoja, que congrega unidades em 16 estados brasileiros e dedidiu implantar na cidade sua sede paulista, criada em 2017.

O anúncio foi feito durante jantar que antecedeu a Feira da Colheita, realizada em 21 de abril no recinto de expoições José Rosso, reunindo milhares de pessoas do campo e da cidade.

nº219 Grátis!
•p6 •p5 Jornal 360 foto: Flavia Rocha | 360 foto: Flavia Rocha | 360 ABRIL 2024 Jornal360_ Circulação: • Avaré • Bernardino de Campos • Canitar • Chavantes • Espírito Santo do Turvo • Ipaussu • Ourinhos • Piraju • Santa Cruz do Rio Pardo • São Pedro do Turvo Rodovias: • Graal Estação Kafé • Graal Paloma • RodoServ • RodoStar 360 online: issuu.com/caderno360 (com links + formato celular + download) facebook/jornal360

Honra

Princípio que leva alguém a ter uma conduta proba, virtuosa, corajosa, e que lhe permite gozar de bom conceito junto à sociedade. consideração devida a uma pessoa que se distingue por seus dotes intelectuais, artísticos, morais;

É sempre uma honra assumir esse espaço para conversar diretamente com milhares de leitores de cada edição (imprensa ou online) deste periódico. Assim como sempre me senti honrada em nascer, crescer e, depois de 25 anos fora, trabalhar no interior.

Honra é algo que norteia meu dia a dia desde que me conheço por gente. Honrar pai e mãe. Honrar a palavra dada, honra o nome que trago da minha família, honrar a dádiva da vida, a condição que me foi dada, honrar meus amigos e meu trabalho, sempre foram práticas cotidianas.

Muitas vezes isso custa muito. Custa tempo, custa aborrecimentos, custa decepções, custa trabalho, muito trabalho. Muitas vezes sem a devida remuneração, afinal, quem nunca orçou para menos algo que na realidade exigiu muito mais tempo, esforço e dedicação? Mas trato é trato.

Apesar de vivermos uma época onde pouco,muitas vezes nenhum, valor se dá à própria honra, que implica, naturalmente, honrar com nossos compromissos, nossa palavra, nossos contratos, seja lá o que for que tenhamos empenhado, ela é essencial quando pretendemos criar uma história respeitável de vida. Há quem durma tranquilo sem o menor problema depois de faltar com o combinado. Depois de trair, depois da deslealdade, mas manter-se digno de admiração e respeito, isso não.

Esta edição está repleta de históricas cujos protagonistas honram seu trabalho e o compromisso que assumem com cada dia de muitas atividades, de muitas questões a serem resolvidas, de muitos obstáculos a serem superados. É o que vemos em AGRONEGÓCIO, onde o setor de produtores de soja, que enfrentaram grandes problemas com a colheita deste ano, não economizaram esforços para trazer para a região, a representatividade que ela merece no setor.

É também honrando com o compromisso de transformar que cultivos convencionais em modelos agroecológicos, que órgãos públicos como a CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), atendem demandas das mais diversas linhas de produção para pequenos, médios e grandes agricultores, como conta nosso entrevistado em AGRO-MEIO AMBIENTE

Honrar a devida produção de pizzas tipicamente napolitanas, garantiu ao casal Daniele e Gabriel, da Wilma’s Pizza, de Ourinhos, várias honrarias internacionais de qualidade, leia em ACONTECE.

* O título de uma das 50 melhores pizzaria da América Latina honra o tranalho do casal que criou a Wilma’s Pizza, em Ourinhos *

A edição também ensina a avaliar melhor as condições de créditos que são oferecidos em ambiente online para não ter que honrar pagamentos muito acima dos praticados por empresas idôneas, veja na seção FINANÇAS. E traz as análises de nossos colunistas que muito nos honram com suas colaborações voluntárias na seção PONTO DE VISTA.

Para completar, temos a honra de anunciar a realização do Santa Cruz Alimenta, um evento setorial criado a partir de uma publicação programada para circular antes da pandemia e que, agora, poderemos honrar este compromisso, veja logo depois das receitas vegetarianas, em GASTRONOMIA

Antes de encerrar, informamos que excepcionalmente nossa seção MENINADA, dedicada ao público infanto-juvenil e também a quem nunca deixa seu lado criança se perder, não consta nesta edição, mas voltará no mês que vem, com as aventuras do Pingo e os passatempos. Palavra de honra!

Boa leitura!

Flávia Rocha Manfrin

| editora

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Provérbios 21 VS 21

“O que segue a justiça e a beneficência achará a vida, a justiça e a honra.”

xpediente e

O jornal 360 é uma publicação da eComunicação. Todos os direitos reservados. Distribuição: gratuita. Tiragem: 2 mil exemplares. Circulação: mensa. Redação-Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin ˙editora, diagramadora e jornalista responsável -Mtb 21563˚, Fernanda Lira, Leonardo Medeiros, Angela Nunes e Maurício Salemme Corrêa ˙colunistas˚, Sabato Visconti ˙ilustrador˚, Odette Rocha Manfrin ˙receitas e separação˚. Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Endereço: R. Cel. Julio Marcondes Salgado, 147 - CEP 18900-007 - Santa Cruz do Rio Pardo/SP.

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2 • editorial
foto: Flavia Rocha \ 360 Ora ação!

Se as mulheres lembrassem do sofrimento do parto, não teriam um segundo filho.

Uma obstetra me disse isso, não estou chutando. Parece que o instinto de preservação da espécie provoca o esquecimento da parte ruim. As dores do parto e o caos dos primeiros meses vira uma nuvem romantizada, e só a fofura sobrevive com potência. Esse olvidar de memórias não acontece só no parto. Vítimas de traumas também “esquecem” dos acontecimentos traumáticos. Os neurologistas têm nome pra isso: amnésia funcional.

Já me contradizendo, não precisam acreditar em mim, não sou obstetra, muito menos neurologista. Como bom brasileiro, sou expert em medicina, futebol, direito e política, claro. Agora também somos todos roteiristas da Netflix, é bom lembrar. Vocês que são pessoas viajadas expliquem a esse velho caipira: existe povo no planeta mais palpiteiro e cheio de si que o brasileiro? Se o Brasil vendesse palpite, seríamos o país mais rico do mundo.

Digo isso porque voltei a fazer novela. Depois de uns 5 anos longe das telinhas, estou de volta. Fui pego na armadilha da amnésia funcional. Esqueci do que se trata e resolvi voltar. Todo mundo acha que ser ator é in-

Salvem as Baleias

crível. Acreditem, não é. Além das intermináveis horas de espera entediantes, (porque o processo todo é incontrolável e cheio de variáveis quânticas,) ainda temos que decorar páginas e páginas de texto, um trabalho infernal que nos deixa todos à beira do colapso neuronial. O sucateamento da cultura pelo qual passamos reforçou essa ideia marota de que artistas tem que ser tratados como operários desqualificados. “Claro né, amore, quem essa gentinha acha que é? Nem estudou e ainda fica querendo moleza.” Ah, tem as horas sob o céu escorchante do Rio 40 graus, vestindo veludo cotelê. Puro glamour regado a parfum du CC, exalado junto a litros de suor.

O que salva são as companhias, os colegas de camarim. Porque artistas são figuras fora da casinha. Natural. Enxergam o mundo pelo viés da poesia, são extremamente sensíveis e se curam das agressões continuadas da vida com humor. Salvem os artistas! São os xamãs do nosso tempo. Não se engane, eles estão aí pra te curar. Parem de salvar as baleias, elas já têm mil ONGs trabalhando por elas. Está lançada a campanha: “Salvem os artistas”!

Um deputado aí, desses raivosos moralistas de fachada, recentemente engrossou o coro contra artistas, espumando despautérios sobre a lei rouannet, que ele nunca leu, só ouviu falar. Ninguém sabe nada e a de-

*ator, escritor e vocalista de banda de rock

sinformação graça no melhor estilo fofoca. As mídias sociais, ou mega grupelhos, criaram esse paradigma do retrocesso. Tudo virou fofoca. Todo palpite vira lei. Parece que o universo está sendo organizado por hordas de estagiários. Os eleitores gostam desse tipo de espetáculo de ignorância encenado por péssimos atores. Nosso futuro enquanto nação. Não nos enganemos, as sombras do atraso continuam escurecendo nosso horizonte. Depois do Rock in Rio, vamos reinventar a Idade Média. Eba!

Para esclarecer os incautos, artistas geralmente não tem nada a ver com patrocínios e captação de recursos, são meros assalariados. Esses são os privilegiados e sortudos como eu, porque 99,99% dos nossos artistas (xamãs) ou estão te atendendo no caixa de supermercado ou tocando violão no chão do metrô. Não se deixe enganar, somos uma classe desprivilegiada.

Maledicência: você pratica?

Dizem que a boca fala aquilo que o coração está cheio. Isso me lembra frase de letra de música do inesquecível Itamar Assunção “a boca espuma de ódio. É o que a gente mais vê nas redes sociais. Pessoas comuns, pessoas caretas, vamos dizer assim, pessoas pacatas, pessoas, entre aspas, de bem, que não perdem a oportunidade de espumar de ódio e de vociferar maledicências. É algo como uma porta para que o inferno se abra diante dos nossos olhos.

Vale tudo na hora de destilar ódio e veneno nas redes sociais. Senhorinhas, rezadeiras, mães de família, pais de família, trabalhadores, senhores, entre aspas, respeitáveis, senhores e senhoras respeitáveis, ficam à espreita de tudo que possa lhes garantir destilar o mais puro e o pior veneno, o da maledicência. Adoram poder atacar as pessoas sem sequer conhecê-las. Isso acontece em todo tipo de postagem.

Se você se manifesta a favor de algo que aquelas pessoas julgam errado,é horrível a maneira como elas reagem.Desumano, assustador até. Se você publica uma vaga de emprego, e é disso que eu vou falar concretamente, os diabos de plantão ficam à espreita. Você pode colocar no anúncio o que você quiser. Eles estão à procura de algo que possa cegá-los a ponto de que possam difamar seu nome e aquilo que você está oferecendo e que tanta gente

precisa, um emprego. Você pode colocar que é com carteira assinada que são as 44 horas semanais previstas na CLT, que o trabalho é de segunda a sábado, portanto, nada disso adianta. Basta você colocar algo que lhes suscite o veneno e eles começam a transbordar.

Coloque, além de todas essas informações, que você concede uma folga mensal. O que é uma folga mensal? Uma folga mensal é um dia que a pessoa trabalharia e não trabalha.Ela é remunerada por esse dia, mas ela não trabalha. Muitos empregadores concedem folgas mensais. Há quem conceda também folgas quinzenais e até semanais, além, naturalmente, do domingo que é previsto em lei.

Mas os demônios de plantão se apegam à frase folga mensal. E isso lhes basta. Eles não estão interessados em saber se está escrito logo acima que é de 2ª a sábado. Não

estão interessados em ler que são 44 horas semanais. Muito menos em perguntar que folga é essa, como ela acontece? Eles estão ávidos para difamar e denegrir a pessoa e o que ela está oferecendo.

E assim eles conseguem espantar gente em busca de emprego, pois muitos se sentem acanhados em procurar uma vaga que tantos apedrejam. Basta o “cidadão de bem” (só qie não), o iletrado demônio, se manifestar com uma frase do tipo “E o chicote, é por conta da casa?”, para logo ganhar muitas curtidas, inclusive daquelas com coraçãozinho, que significam “amei”, num efeito de cascata de delírio do mal.

E se ocê olhar as “curtidas”, os autores são pessoas “certinhas”, donas de casa, recatadas e religiosas, trabalhadores dedicados, gente toda “do bem” (só que do mal). Pessoas que dparecem ter tempo de sobra para expandir o mal que lhes habita.

Continuando no mesmo campo de exemplo, muitas vezes você posta uma vaga e nem sempre você consegue achar uma pessoa do perfil que você procura, assim como nem sempre o profissional que tenta ocupar aquela vaga se sente interessado em manter aquela ocupação. Então você reaplica a vaga, mas sempre vai ter um diabo de plantão para dizer olha isso, essa vaga está aqui de novo, ninguém para lá. A pessoa não sabe do que se trata, a pessoa não sabe o que aconteceu, a pessoa não sabe quem foi que decidiu pela demissão, a pessoa não sabe de nada de fato, mas ela precisa expandir o mal que lhe habita, ela precisa por para fora a maledicência.

As redes sociais já provaram que são o esgoto para que esses demônios se expandam, seguros, atrás de suas telinhas, para destilar o mal que lhes habita. Esses seres do mal que a gente acha que só existem em novela, mas estão aí cada vez mais comuns, dando as caras sem o menor constrangimento ou pudor.

Estamos cercados deles e as redes sociai,s como tudo que tem o lado bom, nos permite distinguir quem é quem. Pelo menos isso. Vade retro satanás! Vão lamber sabão!

* jornalista paulistana que adora o interior

3 • ponto de vista
imagem_canva.com imagem_canva.com
* Fernanda Lira
. . . . . . . .

Delícias vegetarianas

Muita gente torce o nariz quando se fala em pratos vegetarianos (sem proteína animal) ou veganos (sem nenhum derivado animal, como leite e ovos). O que muitos esquecem é que no próprio caderno de receita, ou histórico familiar, aparecem pratos feitos apenas com vegetais que são pra lá de deliciosos.

Lembro de uma torta ou quiche de legumes do Ritz, em São Paulo. Quantas e quantas vezes era esse o prato que eu pedia, não por ser vegetariano, mas por ser mesmo muito bom? E os bolinhos de arroz de en-

Strogonofe Cogumelos & Legumes

_Ingredientes:

• 2 batatas

• 1 cenoura

• 1 abóbrinha pequena

• 1porção de cogumelos frescos (shitake, shimeji, paris e/ou portobelo)

trada? Aqui em casa é a lasanha de dona Odette.

A edição traz pratos feitos apenas com vegetais que são fáceis de fazer, mais leves, porque essa é uma qualidade da cozinha vegetariana, possíveis de serem feitos em qualquer lugar e, na maioria das vezes, com menos dinheiro.

Aproveite para reproduzir as que seguem aqui e para listar as suas receitas vegetarianas, que você prepara sem nem se dar conta disso. E bom apetite.

• 1 porção de creme de leite ou nata

• 2 colheres de mostarda

• 2 colheres de ketchup

• 1 colher de molho inglês

• salsinha ou coentro fresco

• 2 dentes de alho

• 1/2 cebola picadinha

• 2 colheres de azeite

• 1 colher de café de manteiga

_Preparo: corte os legumes (que podem ser outros,) e desmembre os cogumelos (lembrando que não precisam ser lavados). Reserve.

Aqueça a panela e refogue o alho e a cebola no azeite misturado à manteiga. Adicione os legumes e por último os cogumelos. Salteie, tempere com sal e pimenta. Adicione então o molho i nglês, a mostarda e o ketchup. Quando estiverem cozidos, desligue o foto e adicione o creme de leite. Misture bem e então adicione a salsa ou coentro fresco. Sirva com batata palha e arroz.

_Ingredientes:

• alface ou rúcula ou agrião ou tudo junto

• tomate

• cenoura

• abobrinha

• beterraba

• maçã (verde ou vermelha)

• pitaya

• 1 colher sopa de suco de limão

• 1 colher de sopa de azeite

• sal a gosto

• 1 colher de café de mel

_Preparo: Junte as folhas, frutas e legumes que você mais gosta. Corte em cubos ou rale os vegetais. Corte as frutas em pedaços mais disformes. Tempere no prato colocando azeite, sal e limão. Misture tudo. Então dê uma regadinha com mel. Pronto. Você nunca mais vai torcer o nariz pra salada. O mel muda tudo!

_Ingredientes:

• 1 tomate bem suculento

• 1 cebola média

• queijo mozarela ou meia cura ou etc.

• 2 dentes de alho

• azeite

• orégano

• sal

_Preparo: Corte o tomate em pedaços médios de um jeito mais rústico e desigual.

Faça o mesmo com a cebola e o queijo. Aqueça bem uma frigideira ou wok, regue com azeite sem economia e deixe aquecer ainda mais, adicione o alho e antes que ele doure, adicione a cebola e o tomate.

Tem que estar mesmo bem quente. Vá salteando (pode ser tomates cereja), adicione o queijo para derreter sem deixar de ficar pedaçudo, polvilhe com orégano e tempere com sal e, se quiser, pimenta ou páprica. Sirva numa cumbuca. Nem precisa de pão pra acompanhar.

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• gastronomia
receita: Mônia Alla Flávia Rocha Manfrin Trio de Delícias receita: Flavia Rocha Manfrin foto: Flavia Rocha \ 360 arte: 360 com Canva.com foto: Flavia Rocha \ 360 Como Gostar de Salada dica: Mônica Alla

Setor de alimentos ganha espaço em festival de gastronomia de Santa Cruz

Empresas do agro, comércio e indústria estarão presentes na agenda do Santa Gastronomia, festival de Santa Cruz do Rio Pardo

Sucesso absoluto em sua primeira edição, realizada em 2023, o Festival Santa Gastronomia, realizado pela prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo, ganhou um apoio de peso na versão 2024 com a realização simultânea do Santa Cruz Alimenta, projeto que pretende reconhecer a importância e a qualidade do setor de alimentos da cidade.

Ações integradas – Composto por diversas ações, o Santa Cruz Alimenta inclui o lançamento de uma revista setorial destacando o talento e os resultados alcançados por empresas de alimentos da cidade, que contribuem fortemente para o cenário acima do comum registrado no município, como uma renda per capta que saltou de R$ 20 mil em 2010 para mais de R$ 58 mil em 2021, segundo dados do IBGE. “É notório que Santa Cruz tem toda essa estrutura e qualidade de vida graças à elevada quantidade de empresas do setor de alimentos que têm uma trajetória de sucesso e solidez, e isso merece ser reconhecido e documentado”, afirma a idealizadora do projeto Flávia Manfrin, que está à frente da produção da publicação e de um seminário previsto para ocupar o período da manhã do Festival Santa Gastronomia.

Público e privado – Além de ações dentro da programação do festival, previsto para 18 de agosto, o Santa Cruz Alimenta irá incrementar o lançamento do festival, que acontece dois meses antes, em 18/06, reunindo o setor de gastronomia da cidade e as empresas que oferecem itens que agregam qualidade à qualquer criação culinária. “O Santa Cruz Alimenta está trazendo a oportunidade de parcerias e aprendizado para os empreendedores do setor gastronômico”, avalia Renata Sartori, secretária de cultura do município que concebeu o Festival Santa Gastronomia.

Ela se refere à exposição dos produtos locais para que os profissionais de gastronomia possam conhecer e avaliar como possíveis ingredientes, assim como às aulas de gastronomia que serão realizadas no lançamento da versão 2024 do festival. “Vamos ter uma programação muito diferenciada, com a presença de um chef renomado do cenário nacional, aulas com chefs que irão utilizar produtos locais e ainda a divulgação das premissas para a participação do setor de gastronomia no festival, incluindo prazo de inscrição e demais regras”, conta Renata.

Acima das expectativas – O evento de lançamento, em junho, será exclusivo

para profissionais que trabalham com a produção e comercialização culinária. Além das aulas práticas, eles irão conhecer os resultados do evento de 2023, que superou todas as expectativas de público e de retorno financeiro para as 15 empresas participantes. “Foi realmente muito além do esperado, deixando os participantes muito satisfeitos”, afirma Renata.

* Foi na base da obstinação e convicção a respeito do potencial de um evento dedicado à gastronomia da cidade que Renata Sartori, secretária de cultura de Santa Cruz, realizou a primeira edição do Festival Santa Gastronomia, em 2023. O sucesso foi completo *

* O Santa Cruz Alimenta trará o chef Jimmy Ogro, do Churras Cast Santa Massa, para aula e palestra dedicada aos participantes do Fertival Santa Gastronomia 2024 *

Adesão setorial – Como é esperado, as grandes marcas da cidade devem participar do Santa Cruz Alimenta, levando para o setor de gastronomia, no dia 18/6, e depois, para o grande público da cidade, no dia 18/8, suas linhas de produtos, numa demonstração da qualidade e variedade de alimentos que Santa Cruz ofe-

rece ao mercado local e nacional. “A ideia é que tanto os chefs como os comensais possam se atualizar da diversidade de produtos de alta qualidade que são produzidos em Santa Cruz, inclusive do setor agropecuário”, destaca a organizadora do Santa Cruz Alimenta.

Cotas de apoio – As ações paralelas do que configuram o Santa Cruz Alimenta serão possíveis graças à participação das empresas do setor através de cotas de patrocínio. Uma das principais empresas de alimentos da cidade, sucesso em todo o país, a Santa Massa será a principal patrocinadora, trazendo para a programação o chef Jimmy Ogro, especialista em churrasco, que dará aulas e palestras para o setor de gastronomia, no dia 18/6, e levando aos eventos sua linha completa de produtos. A empresa também será uma das palestrantes no seminário do dia 18/8, apresentando ao público um painel sobre crescimento sustentável.

Gostinho de quero mais

Renata Sartori

Quando pensamos em realizar um festival gastronômico nem nos melhores sonhos eu poderia imaginar o que aconteceu no ano de 2023. Foi difícil colocar para rodar esse projeto porque dependíamos dos participantes, mas o resultado final foi encantador em cada detalhe, em cada suor derramado. Pode soar poético, mas foi mesmo. Pra gente foi.

Tivemos uma variedade interessante e importante de pratos. Nos bastidores tivemos que pensar em cada detalhe, em cada participante, na população que viria nos prestigiar, como foi importante cada etapa de planejamento.

As consultorias que os participantes receberam, os pratos elaborados, as fotos de cada prato, o sabor de cada prato. Cada um ficou incrível a seu modo.

Como sempre ressalto, não fazemos nada sozinhos. Uma equipe gigantesca para botar pra rodar esse projeto, que não foi apenas um evento. Todo mundo saiu melhor e mais sábio depois dele.

O público chegou cedo e cheio de fome

no recinto e os expositores chegaram preparados para tudo. Mal sabiam eles o sucesso que seria e que em poucas horas estariam quase todos esgotados. Um sucesso absoluto, um corre corre absurdo que valeu a pena.

O evento correu pacífico, o público presente lotou o local. Foi realmente lindo e ficou o gostinho de quero mais.

Para o ano de 2024 temos boas novidades. As parcerias estão mantidas e a vontade de fazer acontecer novamente também permanece. O público, os restaurantes e a cidade de Santa Cruz podem esperar pelo melhor, porque chegaremos com tudo, agregando ainda mais importância a este evento.

Santa Cruz e seu potencial no setor de alimentos será explorado. Pretendemos lançar as inscrições em junho e realizar a segunda edição do “Santa Gastronomia”, em agosto, com a presença de empresas e novidades, agregando além de boa culinária e bons temperos, a capacitação do setor e a aproximação de toda a cadeia produtiva.

Info: Santa Cruz Alimenta: 14 99846.0732 Festival de Gastronomia: 14 3332.2303
foto: Flavia Rocha 360 foto: Instagram Santa Massa foto: acervo pessoal

Produção de grãos eleva papel de Santa Cruz no setor agro

Município terá sede definitiva da APROSOJA-SP, brasço paulista da associação que tem 16 unidades de atendimento no país

Anunciada com um jantar antecedendo a Feira da Colheita, a construção da sede definitiva da Aprosoja-SP em Santa Cruz do Rio Pardo traz um novo destaque para o setor agro da região e o reconhecimento da cidade como “polo cerealista do agro paulista”.

Com uma boa representatividade no cultivo estadual de soja, da ordem de 40 mil hectares, o município também se destaca pela atuação de produtores locais na defesa do setor. O evento de lançamento da pedra fundamental da sede da entidade que vinha atuando com sedes itinerantes, contou com a presença do secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Guilherme Piai Silva Filizzola, produtores e autoridades do setor agro da região e prefeitos da UMMES (União dos Municípios da Média Sorocabana), que foram recebidos pelo prefeito Diego Henrique Singolani Costa, pelo presidentes do sindicato rural do município, Antonio Consalter, que também é membro da Aprosoja, e pelos diretores da entidade Andrey Rodrigues e Rogério Ferrari.

Sede definitiva – Com três agro-empresários da cidade atuando na diretoria da associação sem fins lucrativos que tem braços em 16 estados brasileiros, a unidade paulista da Aprosoja pretende atender produtores de todo o estado em questões que envolvem competitividade e sustentabilidade da soja, a exemplo da uni-

* Anúncio da construção de sede definitiva da Aprosoja-SP em Santa Cruz do Rio Pardo reúne autoridades e produtores em jantar prévio à Feira da Colheita 2024*

dade nacional, criada em 1990. A iniciativa tem apoio da prefeitura da cidade, que contribuiu com a doação de um terreno para que seja implantada a sede da associação, e dos prefeitos da UMMES.

O evento em Santa Cruz contou com a presença do secretário de agricultura do estado de São Paulo, Guilherme Piai, que discursou dando destaque para o lançamento de um projeto estadual de irrigação e para o uso da palhada para contenção de água e proteção do solo. Também esteve presente o presidente da

Aprosoja-SP, Azael Pizzolato Neto, que destacou a importância do estado de São Paulo para o setor. “Apesar do estado de São Paulo ter uma área pequena de soja, quando a gente compara com o Brasil, perto de 5%, tem uma importância muito grande para o complexo do soja. Aqui nós temos o grande mercado consumidor e temos o Porto de Santos que é por onde sai grande parte da nossa produção”, afirmou, destacando que 2024 é um ano importante para a soja. “São 100 anos dessa cultura no Brasil. E desde então tornou-se peça fundamental para o de-

senvolvimento econômico, tecnológico e social do nosso país. Está comprovado que onde tem soja tem geração de emprego, geração de renda, arrecadação de impostos. Está comprovado que onde tem soja o IDH é maior do que a média nacional. Então soja é progresso e quem se baseia em dados, fatos e estudos sabe que a soja é parte da solução e não dos problemas enfrentados pelo mundo”, destacou Pizzolato.

Feira de negócios – O setor também esteve envolvido na realização da Feira da Colheita, evento que pretende ser anual. A ideia de uma feira ancorada na produção de grãos surgiu após Santa Cruz sediar a Abertura Nacional do Plantio de Soja, em 2022. Em 2023, foi promovida a Festa da Colheita, que superou todas as expectativas da organização, transformando-se, a partir deste ano, em Feira da Colheita. “Conversando com os diretores da Aprosoja e produtores da cidade, e com os prefeitos da UMMES, decidimos estabelecer a Feira da Colheita no calendário da cidade. Estamos trazendo bancos, representantes de insumos, equipamentos agrícolas e serviços para termos uma feira de negócios e também teremos festividades, com missas e orações”, afirmou o prefeito Diego Singolani durante o evento que reuniu milhares de pessoas no Recinto de Exposições José Rosso, conhecido como Expopardo, no dia 21 de abril.

6 • agronegócio
foto: Flavia Rocha | 360

* A partir da esquerda: Andrey Rodrigues e Rogério Ferrari, da Aprosoja-SP; Fabio Meirelles, da FAESP/SP; Guilherme Piai, secretário de agricultura do Estado de SP; Antonio Consalter, do Sindicato Rural de Sta. Cruz; e o prefeito Diego Singolani *

São Paulo é agro – No site da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, constam informações que referendam a importância paulista no setor agro. “Dados divulgados pelo IBGE e pelo Instituto de Economia Agrícola, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, relacionados ao ano de 2022 sobre a agricultura paulista, revelam que o estado de São Paulo foi a unidade federativa que obteve maior número de área colhida por hectares e rendimento médio com base no levantamento feito pelo Instituto. São Paulo apresentou um total de 8.640 milhões de hectares de área colhida, enquanto o Brasil apresentou 86.820 milhões de hectares”, informa o site, onde se lê: “Se comparadas as áreas dos demais estados brasileiros, São

Paulo possui o maior valor bruto de produção do país e a maior diversificação de culturas agrícolas do país.”

Criado numa família do setor agro, o atual secretário da pasta, o setor de grãos vai crescer no estado de São Paulo com novos programas do governo para irrigação, crédito e armazenamento. “Quando o setor é organizado, quando a cadeia é forte, essa estrutura, ela tem força para pautar assuntos políticos, para brigar por mais incentivos, para comprar melhor, para vender melhor. Então essa organização e força através da Aprosoja, que é uma entidade de credibilidade, é muito positiva para a região e para a cidade”, disse Guilherme Piai durante o jantar em Santas Cruz.

Defesa coletiva – Os diretores da Aprosoja-SP que estão à frente da instalação de sua sede em Santa Cruz, Andrey Rodrigues, Rogério Ferrari e Antonio Consalter, são unânimes em destacar a atuação da associação na defesa dos interesses de todos os produtores. “O que mais me chamou a atenção na Aprosoja é que é uma associação defende não só o grande, ela defende o pequeno e o médio produtor. Então percebi que tudo que eu fizesse para a Aprosoja-SP, eu estaria fazendo para toda a classe. Tudo que defendemos em Brasília ou na ALESP, em São Paulo, acaba contemplando todos os produtores, de todos os tamanhos”, afirma Rogério Ferrari, diretor da entidade que se associou a partir de 2022.

Ele foi precedido pela forte atuação de Andrey Rodrigues e Antonio Consalter, que integram o quadro da diretoria da Aprosoja-SP desde sua criação, em 2017. “Os produtores de Santa Cruz são bastante unidos e a gente quer que eles estejam mais unidos ainda agora, sendo da Aprosoja, como a maior parte já é. Então a gente vai consolidar essa associação aqui e ela vai se fortalecer, porque é uma entidade que luta pelos nossos anseios, defende a gente em relação a demandas comuns a todos e isso é muito bom. Precisa sempre ter alguém buscando defender o produtor”, avalia Andrey.

Rocha | 360
foto: Flavia

Produção agroecológica tem apoio técnico de órgãos públicos

Produtores interessados em migrar ou testar o sistema de produção agroecológico devem procurar a CATI na Casa de Agricultura

É possível transformar uma lavoura convencional, acostumada ao uso de agrotóxicos numa cultura agroecológica? Quem, do setor público de cada município, pode ajudar os pequenos, médios e grandes produtores nessa empreitada? Para responder a essas e outras perguntas, estivemos conversando com o engenheiro agrônomo Euvaldo Neves Pereira Junior – Eng Agrônomo e Diretor Técnico CATI Regional Avaré :

360: A CATI de Avaré tem um trabalho já de longa data em torno do desenvolvimento das culturas agroecológicas. Pode detalhar um pouco isso?

Junior-CATI: Este trabalho começou em 2013,com alguns produtores sendo atendidos pelo técnico Eng. Agr. Sergio Faria, o qual pertencia ao quadro da CATI Regional de Avaré. Em 2014 foi firmada uma parceria entre a CATI Avaré e o IFSP – Instituto Federal de São Paulo – Campus Avaré visando a formação de um Núcleo de Estudos de Agroecologia, é bom salientar que esta parceria com o IFSP se estende até hoje. Foi criada uma Associação “Orgânicos Avaré”, a qual por muito tempo teve apoio da Regional e hoje anda com as “próprias pernas”.

As dificuldades ao longo dos anos foram muitas. Muitos produtores iniciaram na área e não seguiram em frente, tivemos sempre um número de produtores flutuantes, alguns entraram, outros saíram, mas sempre trabalhando com cerca de 15 a 25 produtores da Regional, neste sistema.

Em 2021 teve a saída do Sergio Faria da CATI Regional de Avaré, mas sabendo da importância do tema destinamos um outro técnico para levar a frente os trabalhos da regional. Hoje quem conduz os trabalhos é a Técnica Eng. Agrônoma Ana Caroline 2.

* Projetos agroecológicos de Avaré com apoio da CATI segues com sucesso e são replicados na região. Programas de incentivo envolvem entidades e especialistas *

360: Essa atividade da CATI de Avaré em torno do desenvolvimento de cultivo agroecológico é uma prática da unidade de Avaré ou uma conduta global da CATI?

Junior-CATI: Uma conduta a nível de Estado de São Paulo. É claro que em algumas Regionais, ao todo são 40, os trabalhos sobre agroecologia estão mais desenvolvidos. Mas o produtor pode obter informações em todas as unidades da CATI 3.

360: Como produtores interessados em introduzir e desenvolver práticas agroecológicas em suas propriedades devem

agir para obter apoio da CATI, inclusive não pertencendo à regional de Avaré?

Junior-Cati: Primeiro passo, procurar a Casa da Agricultura do seu município. Caso o seu município não possua uma, procurar a mais próxima ou uma das 40 Regionais no estado. Mesmo que a Regional ou o município não tenham algum trabalho sobre agroecologia, elas podem estar solicitando a outras regionais, técnicos que façam o atendimento a este produtor interessado.

360: Quais cidades a CATI Avaré atende?

Junior-CATI: A Regional Avaré, é composta por 12 municípios: Avaré, Arandú, Águas de Santa Bárbara, Barão de Antonina, Cerqueira Cesar, Coronel Macedo, Iaras, Itaí, Itaporanga, Manduri, Paranapanema e Taquarituba. Com uma área territorial total de cerca de 560. mil hectares.

360: O que é necessário para que as cidades ofereçam o que Avaré oferece em termos de apoio ao desenvolvimento de culturas agroecológicas?

Junior-CATI:Primeiro interesse no assunto. Segundo, vontade para trabalhar na área e, se possível, disponibilizar um técnico municipal, o qual poderá ser capacitado para tal, para trabalhar junto aos produtores rurais do seu município nesta área.

360: Qual a importância do apoio de governos municipais para que a CATI possa promover a agroecologia? Como deve ser esse apoio?

Junior-CATI: O apoio dos governos municipais é essencial à agroecologia. Isso porque uma das principais vertentes da agricultura agroecológica é o fortalecimento da produção rural regional e dos modelos participativos de produção, envolvendo e engajando não apenas os produtores rurais e os órgãos de ATER (Assistência Técnica e Extensão Rural), como também o setor de ensino e pesquisa, os consumidores e o poder público.

Quando falamos do poder público, o poder municipal é o que possui o contato mais próximo com os produtores rurais, diariamente os apoiando como profissionais e como cidadãos. Esse apoio profissional pode se dar pelo desenvolvimento de legislação que incentiva e valoriza os sistemas, as boas práticas, os produtos e os produtores agroecológicos; pelo investimento em infraestrutura e equipamentos voltados à agricultura agroecológica e familiar; pela capacitação de mão-de-obra dedicada a ATER no município; pela criação, incentivo e manutenção de canais e projetos de comercialização e de troca de conhecimento sobre o tema ou até pela demanda municipal dos produtos agroecológicos regionais 8

360: Existem programas públicos de auxílio ao produtor interessado em migrar para a agroecologia?

Junior-CATI: Existem atualmente programas públicos que já beneficiam o produtor agroecológico ou aquele que está em transição. Para acessar esses programas é muito importante que os produtores interessados busquem conhecer as organizações de Agroecologia e ATER’s mobilizadas em sua região. A CATI mesmo possui um programa de “Protocolo de Transição Agroecológica”, onde o produtor, ou grupo de produtores são acompanhados e orientados na transformação das suas bases produtivas e sociais para recuperar a fertilidade e o equilíbrio ecológico do agroecossistema em acordo com os princípios da Agroecologia.

Além disso há outros projetos, como o ILPF – Integração Lavoura, Pecuária, Floresta; Projeto Cacau SP, que nada mais são de sistemas agroecológicos que visam a melhora da fertilidade do solo, em conjunto com a conservação do solo, aumento da produtividade e preservação do meio ambiente, sempre integrando diversos sistemas de plantio e produção.

8 • agro_meio ambiente
foto: NEA Avaré

Temos ainda uma linha de financiamento através do FEAP – Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP –, que incentiva o investimento e o custeio da transição agroecológica e agricultura orgânica, com juros subsidiados a 3% ao ano.

O PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) estimula a aquisição de alimentos oriundos da agricultura familiar para a alimentação escolar, beneficiando com preço justo e diferenciado os agricultores familiares e, mais ainda, os agroecológicos. O mesmo ocorre com o PAA/ Cesta Verde (Programa de Aquisição de Alimentos), que distribui cestas de alimentos para famílias em situação de vulnerabilidade com valorização dos produtos agroecológicos. Existem ainda regularmente editais do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) que incentivam projetos envolvendo agroecologia, diagnósticos participativos, formação de núcleos de desenvolvimento regionais e outros temas correlatos.

360: É possível produzir agroecologia sem aumentar o valor do produto final para o consumidor?

Junior-CATI: É possível, porém não é simples. Dentre as principais etapas da transição de um sistema convencional para um agroecológico está o redesenho da propriedade rural visando o máximo aproveitamento de recursos e processos. O objetivo é simples: reduzir ao máximo as perdas e a dependência por insumos externos e aumentar o equilíbrio do sistema produtivo para que o custo de produção seja mais barato que o convencional.

Esse processo não é rápido e tampouco barato nos primeiros anos de transição. O redesenho de uma propriedade para o sistema agroecológico geralmente exige elevado investimento em infraestrutura, regularização ambiental, equipamentos e, ainda hoje, aumento da mão-de-obra. Além disso, o alcance de um sistema equilibrado demanda grande conhecimento técnico e prático sobre a região produtiva, as culturas exploradas, o manejo e a fertilidade de solo e infinitos outros temas a serem apreendidos pelos produtores.

Esse desenvolvimento do saber, mesmo em sistemas participativos, leva tempo por si só, ainda sem mencionarmos as safras necessárias para que as relações biológicas, físicas e químicas da propriedade se estabilizem.

Mesmo após a transição do sistema e o alcance do menor custo de produção, o preço para o consumidor ainda dependerá diretamente da forma como adquire o produto final, que pode ser através da venda direta ou intermediado por terceiros; da baixa oferta do produto na região, seja por falta de produtores, por alta demanda do produto e/ou por irregularidade da demanda; e da necessidade de fretes a longas distâncias, que encarecem ainda mais o produto.

Resumidamente, a produção agroecológica sem aumento do preço do produto final dependerá tanto do sucesso técnico do sistema produtivo, como do maior estreitamento regional entre produtor rural e consumidor.

360 Como o produtor que não tem uma CATI atuante como a de Avaré deve fazer para obter apoio para a introdução da agroecologia em sua propriedade?

Junior-CATI: Como disse anteriormente, ele pode estar procurando a Casa da Agricultura de seu município ou a Regional a que ele pertence, e estar solicitando atendimento nesta área. Caso a Regional não possua este trabalho ela estará solicitando a outras regionais o apoio para que este produtor seja atendido e possa se desenvolver no setor

360 Pode falar de projetos que deram certo e da perenidade que conseguem quando migram para a agroecologia?

Junior-CATI: São bons exemplos de projetos que deram certo a Associação de Orgânicos Avaré, onde comercializam produtos orgânicos e agroecológicos a preços justos diretamente aos consumidores.

Temos ainda um produtor de Cerqueira

Cesar atendido pela CATI Regional Avaré, que esta fazendo um excelente trabalho, e agora migrando para a fruticultura, inclusive foi feito uma reportagem muito boa (https://www.youtube.com/watch?v=slbVyuOPP3g), e estamos montado nele uma Unidade Adaptativa de Tecnologia, para divulgação e demonstração a outros produtores que queiram iniciar na atividade.

360 Como você avalia o futuro das atividades rurais em 5, 10 e 20 anos?

Junior-CATI: Cada vez mais as atividades rurais vão ter que integrar diferentes formas de exploração, dando ênfase a sistemas que conciliem a preservação do meio ambiente com a produção de alimentos, que utilizem menos defensivos e que promovam o equilíbrio do Agro e da Ecologia!

360: Qual o papel da CATI e das secretarias de agricultura para que os pequenos e médios produtores possam avançar na implantação de práticas agroecológicas em suas propriedades?

Junior-CATI: Uma vez que as secretarias municipais de agricultura são os órgãos oficiais de maior proximidade nas propriedades do município e a CATI atua com Assistência Técnica e Extensão Rural focada no pequeno e médio produtor, seu principal papel é o de comunicação, incentivo e apoio para a implantação de práticas agroecológicas. Além do apoio prático essencial com a infraestrutura, os equipamentos e o auxílio ao crédito e políticas públicas, ambos os órgãos tem a responsabilidade de trazer

o conhecimento da agroecologia aos proprietários interessados e de incentivar aqueles que desejam implantar esse modelo durante todo o processo.

360: Qual seu recado para pequenos e médios produtores sobre a migração pra agroecologia?

Junior-CATI: É um nicho de mercado que tende a crescer cada vez mais. Não tenha medo de fazer a transição, mas faça de forma gradual sempre acompanhado de um técnico habilitado, seja privado ou público.

As Casas da Agricultura são da Secretária de Agricultura do Estado de São Paulo, mas na maioria dos municípios estão sendo tocadas pelas Secretarias Municipais de Agricultura, ou Departamento de Agricultura das prefeituras municipais, mas sempre sobre a atenção de nós do Estado.

* Junior, diretor da CATI Regional Avaré *

Pizzaria de Ourinhos entre as melhores da América Latina

Conhecida em Ourinhos e região por sua pizza diferente do que estamos acostumados, a Wilma's Pizza, especializada no estilo napolitano de preparar as massas cobertas com molho, queijo e outros ingredientes que fazem sucesso no mundo todo, acaba de ganhar um reconhecimento internacional. Sem nem mesmo saber, a pizzaria que funciona numa esquina da avenida Horácio Soares, no Jardim Paulista, foi visitada, avaliada e selecionada, ingressando no seleto ranking do guia 50 Top Pizza América Latina, versão América Latina da famosa publicação, lançada pela primeira vez este ano no nosso continente. Contando com a Wilma's, o Brasil aparece com 25 endereços, sendo a maioria, naturalmente, em São Paulo, já conhecida como a capital da pizza, onde estão também a primeira e terceira colocadas do ranking divulgado no dia 17 de abril, no Rio de Janeiro.

As melhores do mundo – Criado em 2017 pelo jornalista, escritor e gastrônomo Luciano Pignataro, que divide a curadoria com Barbara Guerra e Albert Sapere, o 50 Top Pizza surgiu na Itália e foi se espalhando pelo mundo, com versões Europa, Estados Unidos, Ásia e América Latina, além de uma versão onde os 10 primeiros colocados de cada área de avaliação são apresentados como os melhores do mundo num ranking de 100 pizzarias.

A mecânica da avaliação, que ocorre anônima, segue análise das pizzas, das combinações, carta de vinhos, ambiente, atendimento. Como eles chegam até às pizzarias para a inspeção anônima também não é revelado. “Recebemos um e-mail falando que tinha sido votado e entrado para o ranking, mas não sabiíamos a colocação”, afirma Daniele Bombonatte Spina, que divide com o marido – e pizzaiolo –Gabriel Salgueiro Tritapepe o pequeno salão e o jardim da Wilma's Pizza, que figura em 48º no ranking do 50 Top Pizza América Latina.

Eles tiveram que manter segredo até a cerimônia de premiação, que no Brasil aconteceu no Consulado Italiano da capital carioca. “A gente ficou superfeliz, ainda mais por estarmos aqui em Ourinhos. A gente fica pensando, como que eles chegaram aqui?”, diz Daniele, responsável por gerir o salão que abre de 4ª a domingo e também pelas sobremesas, que são bem variáveis, segundo ela.

Qualidade aferida – Conquistar o reconhecimento de especialistas em pizza não é para qualquer pizzaiolo. Porém, a desenvoltura e talento de Gabriel para produzir pizzas napolitanas já são conhecidos e garantiram à Wilma's Pizza posição de destaque em seletivas de concursos de pizzas tipicamente napolitanas,

* Damiele nos recebe com duas redondas tipicamente napolitanas da Wilma’s Pizza*

com direito a viagens à Italia, e também a certificação de autenticidade concedida pela Associação Vera Pizza Napolitana (VPN), criada por produtores italianos da pizza que tem características peculiares daquela cidade e região, como a espessura da farinha tipo 00. “É mais e não é comercializada no Brasil”, diz Gabriel. Segundo ele, também faz parte da classificação “napolitana” a fermentação da massa –que leva 24 horas na Wilma's Pizza –, as bordas estufadas, ingredientes frescos e o assamento. “Precisa de um forno específico, que tem uma altura diferente, uma boca menor, que chega numa temperatura mais alta. É uma coisa bem artesanal e bem difícil, por isso é importante esse processo artesa-nal, fazer a massa, o oleamento, a seleção de ingredientes”, explica o chef Gabriel.

Para garantir que os consumidores possam desfrutar de pizzas tipicamente napolitanas, a VPN faz uma rigorosa avaliação do processo de produção da pizza para então incluir em seu grupo mun-dial, que é, inclusive, numerado. A pizzaria de Ourinhos é o associado 817 da VPN. “A pizza napolitana está em alta, mas tem que tomar cuidado para não cair na propaganda errada”, alerta Gabriel. “Para ter

uma experiência verdadeira a dica é optar por endereços que possuem o selo VPN. “É para garantir que você vai comer alguma coisa não igual a Nápoles, mas uma pizza boa, como eles fazem há muitos anos”, ensina o pizzaiolo.

De Ourinhos para o mundo – As conquistas internacionais da Wilma's

Pizza revelam o lado empreendedor e estudioso do casal de ourinhenses que são formados em arquitetura e, ainda hoje, apesar de bastante ocupados com a pizzaria, assinam projetos na cidade. Isso também explica a ambientação que eles criaram na pizzaria que está prestes a mudar de endereço. “Vamos voltar para o centro, onde a gente começou, em 2016, num galpãozi-nho onde funcionava o nosso escritório de arquitetura. Começamos a conversar so-bre o quanto ele tinha potencial para um restaurante. E então numa pesquisa, o Ga-briel descobriu a pizza napolitana. Foram dois anos de desenvolvimento do projeto, contratação de consultoria para ele aprender a fazer, já que sempre gostou de cozi-nhar”, conta Daniele. Segundo ela, o nome é uma homenagem à avó do marido, que na época do lançamento da pizzaria, mo-rava fora do Brasil. “Tínhamos criado um logo para ela usar num empreendimento que não aconteceu. Lembramos disso e resolvemos usar”, acrescenta.

Ingredientes selecionados – Uma das diferenças que o consumidor encontra na Wilma's Pizza, além das redondas de massa leve, fina e com borda estufada, são as combinações, que fogem do padrão convencional, e a qualidade dos ingredientes, que são preferencialmente locais. Essa exigência, aliás, aparece também no menu de bebidas, onde há vinhos em taça de excelente qualidade, cervejas artesanais e drinks. Além das pizzas, que são individuais mas podem ser divididas, ele não se importam, há entradas imperdíveis, saladas e sobremesas. O elevado padrão também se aplica ao atendimento, que costuma ser impecável. Não deixe de ir.

Info: Wilma’s Pizza 14 99736-6525 Ourinhos/SP 4ª a dom. ww.instagram.com/wilmas_pizza/

10 • giro 360_acontece
| 360
fotos:
Flavia Rocha

o Mapa da MINA Por uma vida financeira mais tranquila!

Olá, Pessoal! Hoje vou falar sobre um tema que tem atingido a maior parte das famílias brasileiras e que prejudicado muito a caminhada no Mapa da Mina para o TESOURO do BEM ESTAR FINANCEIRO.

Angela Nunes

Aí está o tesouro:

Crédito Online

No mundo atual, nada Vamos falar sobre ENDIVIDAMENTO, um mal que atingiu 78,1% das famílias brasileiras em março de 2024 conforme aponta a pesquisa da CNC – Confederação Nacional do Comércio, Serviços e Turismo.

A gente vai falar, mais precisamente, da CET –CUSTO EFETIVO TOTAL, a taxa mais importante que devemos observas ANTES de tomar um empréstimo ou financiamento.

E o que é CET ?

“CET é a taxa que corresponde a todos os encargos e despesas incidentes nas operações de crédito. Inclui a taxa de juros, as tarifas, os impostos e outras despesas. “OCET precisa ser informado antes da concessão do empréstimo ou de um financiamento,” segundo o Banco Central do Brasil.

Repararam que o Banco Central não fala apenas de juros?

Aí está o ponto de atenção que não sei se todos sabem: quando se contrata um empréstimo ou financiamento, a gente não tem só a taxa de juros para pagar! Acredite, a gente pode pagar muito mais coisas além do juros, como por exemplo:

> TRIBUTOS – como o IOF (Imposto sobre operação financeira)

> TARIFAS e TAXAS – para cadastro, análise de crédito, para avaliação do imóvel (em caso de financiamento imobiliário) etc.

> SEGUROS – como, por exemplo, o seguro para cobrir o caso de morte do tomador do empréstimo

Muitas vezes, a taxa de juros pode parecer baixa e até interessante, mas quando se analisa o CET, o custo final é pode ser alto.

Então, o primeiro conselho é: se você não tem alternativa e precisa pegar um empréstimo ou financiamento, não olhe apenas para a taxa de juros ou se o valor da prestação cabe no seu bolso.

Antes de tudo pesquise e compare as ofertas apresentadas pelas diversas instituições! A forma de você fazer isso é comparando o CET

A gente precisa pesquisar e comparar, porque o que

é cobrado varia de instituição para instituição.

Fique atento... Nem sempre as Instituições destacam e apresentam o CET, mas de acordo com o Banco Central “para que o consumidor possa comparar melhor as condições dos financiamentos oferecidos pelas instituições financeiras, os bancos e outras instituições financeiras devem informar ao cliente o CET e fornecer a respectiva planilha de cálculo previamente à contratação da operação.”

Para você conferir as comparações, tem um link muito bom do PROCON/SP que ajudará você nas simulações: https://sistemas.procon.sp.gov.br/webcet/

Vamos a um exemplo:

Suponha que você solicitou a Instituição o valor de R$ 15.000,00 e para liberar o empréstimo foram cobrados os seguintes encargos e despesas:

• Tarifa de Cadastro = RS 900,00

• IOF = 360,03

• Seguro = R$ 399,84

Ou seja, para receber os R$ 15.000,00, além dos juros, você teve um custo de R$ 1.659,87 para contratar o empréstimo.

No nosso exemplo, que é um caso real, o custo de R$ 1.659,87 foi incorporado ao valor principal do empréstimo e refletiu no valor da prestação a ser paga. Portanto, o valor da sua dívida não é de R$ 15.000,00 e sim de R$ 16.659,87.

Vamos aos dados que foram utilizados no simulador do PROCON:

Valor Líquido Recebido – R$ 15.000,00

Maria Angela de Azevedo Nunes, CFP®, Planejadora Financeira Certificada pela Planejar - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. Graduada em Ciências Econômicas pela UERJ, com Especialização em Psicologia Econômica. É Consultora e Administradora de Valores Mobiliários autorizada pela CVM e sócia da Moneyplan - Consultoria em Planejamento Financeiro e Educação Financeira. Membro do Conselho de Administração e do Comitê Executivo da PlanejarAssociação Brasileira de Planejadores Financeiros, foi diretora do Banco Itamarati, da BCN Alliance Capital Management e do Banco BCN/Grupo Bradesco - e docente do Curso de Planejamento Financeiro do INSPER – Instituto de Ensino e Pesquisa. É também co-autora do livro “Planejamento Financeiro Pessoal e Gestão do Patrimônio – Fundamentos e Práticas”

Prazo do empréstimo – 12 meses

Prestação mensal – R$1.731,00

Data do Contrato – 15/03/2024

Vencimento da 1a Parcela – 22/04/24

CET calculado pelo simulador do Procon: CET ao Ano = 83,03%

CET mensal equivalente ao CET anual = 5,17%

Como você pode ver, é muito importante que você conheça os detalhes do CET antes de tomar o empréstimo.

Sugiro que você assista o vídeo do Banco Central que estou deixando aqui que explica mais sobre a CET: https://www.youtube.com/watch?v=Q5ZcVRVuLB 0

Para terminar, dois conselhos do Banco Central: “Verifique se a instituição é autorizada a funcionar pelo Banco Central.” E “Nenhuma instituição pode exigir que você deposite previamente dinheiro na conta dela para contratar empréstimo ou financiamento com você ou para liberar o dinheiro.”

11 • finanças
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