Jornal 360 _ ed.212_set23

Page 1

finanças_ Problemas de saúde podem ser incorporados ao seu orçamento considerando não só gastos, mas descontos. •p4

ANO

•p10

Empresas podem colocar sua competência em ações sociais

Santa Cruz do Rio Pardo, promove o turismo da cidade com eventoe e a conservação de um dos patrimônios arquitetônicos que ainda resistem ao tempo. O prédio de dois andares, restaurado há mais de 10 anos pela em-

presa, ganhou um anexo que homenageia um dos mais talentosos e ilustres músicos da cidade, o maestro e compositor Mario Nelli, que por sinal é neto do coronel Moisés Nelli, dono original do prédio.

do Rio Pardo

acontece _ Cidades escolhem membros do Conselho Tutelar sem conhecer perfil de candidatos e suas atribuições 18 nº212 Grátis!
Jornal 360 fotos: Flavia Rocha 360 SETEMBRO 2023 •p6 Jornal360_ Circulação: • Avaré • Bernardino de Campos • Canitar • Chavantes • Espírito Santo do Turvo • Ipaussu • Ourinhos • Piraju • Santa Cruz
• São Pedro do Turvo Rodovias: • Graal Estação Kafé • Graal Paloma • RodoServ • RodoStar 360 online: issuu.com/caderno360 (com links + formato celular + download) facebook/jornal360
bem viver A assiduidade é uma excelente ferramenta para que se possa atingir objetivos e ter qualidade de vida •p11
Além de introduzir na cidade uma série de atividades artísticas para pessoas de todas as idades totalmente grátis, o Centro Cultural Special Dog, braço social da empresa que produz alimentos para cães e gatos sediada em

DECISÃO

Do latim, formada pelo prefixo “de” (parar, interromper) seguido de “caedere” (cindir, cortar), significa aquilo que se resolveu acerca de alguma coisa; habilidade para chegar a uma conclusão ou resolver algum problema; deliberação; coragem ou firmeza.

Tudo pode mudar quando tomamos uma decisão. Isso é óbvio, mas acontece muito de se ficar na lenga-lenga, na dúvida, em cima do muro. Muitas vezes a decisão é adiada, outras é evita-da, outras é temida. Outras é inusitada. Pode ser acertada. Ou não. Ela também pode nos dar muita dor de cabeça, tirar o sono. Assim como trazer o alívio da solução. O fato é que sem ela, não tem história.

A decisão exige coragem. Ousadia, caráter. E muitas vezes é um caminhos sem volta. Ela é pessoal. Ou você a toma, ou não.

Esta edição está repleta de decisões muito bem tomadas! A começar por nossa matéria de capa, da seção CIDADANIA, que traz o patrimônio arquitetônico de Santa Cruz em primeiro plano abrigando uma incrível escola de artes que se tornou referência para a cidade e para toda a região.

Ora ação!

* A decisão de uma empresa em assumir sua responsabilidade social criando uma fundação costuma ser um caminho sem volta. Um caminho de sucesso, vale dizer. Uma decisão acertada que vai ecoar para sempre. Na foto, alunos e professor de percussão do Centro Cultural Special Dog celebram com música a criação de mais um espaço para ensaios e aulas *

Um oásis onde todos têm a mesma importância, onde a grade de aprendizado é diversificada e ao mesmo tempo repleta de sincronismo entre mestres e gestores, entre a arte e o marketing, entre a filantropia e a estratégia de negócios. Tudo muito claro, transparente e decidido em conjunto, mas cada assumindo a sua responsabilidade. Veja na entrevista que fizemos diante dos quase 10 anos do empreendimento social que entrou para a história da cidade e de muitas vidas. Onde as aulas são gratuitas e dependem do comprometimento, já que a frequência é item essencial.

A assiduidade, aliás, é o tema da seção BEM VIVER, que nos alerta para o valor desse hábito que, quando não adquirido, torna-se um desafio absolutamente alcançável para quem decide incorporá-lo à rotina.

A decisão também aparece com destaque nas eleições para Conselho Tutelar que acontecem no dia 1º de outubro, ainda que pouco divulgadas apesar da importância dessas pessoas na vida de crianças e adolescentes em situações de vulnerabilidade. Informe-se a respeito na seção ACONTECE

Decidir preparar em casa alimentos mais saudáveis, práticos e saborosos também pode ser muito divertido e interessante, como vemos nas receitas que pescamos na internet e reproduzimos em GASTRONOMIA.

Para completar, nossos colunistas dão o seu recado em PONTO DE VISTA e nossa especialista em vida financeira alerta para descontos que podem fazer a diferença no seu Imposto de Renda, em FINANÇAS

A edição traz ainda um passatempo diferente, focado nos palíndromos, e o Pingo nos deixa com pulgas atrás das orelhas com a quantidade de significados que uma mesa palavra pode conter. Veja em MENINADA

Boa leitura!

Flávia Rocha Manfrin

| editora

c/w: 1499846-0732

• 360@jornal360.com

xpediente e

O jornal 360 é uma publicação da eComunicação. Todos os direitos reservados. Distribuição: gratuita. Tiragem: 2 mil exemplares. Circulação: mensa. Redação-Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin ˙editora, diagramadora e jornalista responsávelMtb 21563˚, Fernanda Lira, Leonardo Medeiro, Angela Nunes e Maurício Salemme Corrêa ˙colunistas˚, Sabato Visconti ˙ilustrador˚, Odette Rocha Manfrin ˙receitas e separação˚, Camila Jovanolli ˙transcrições˚. Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

Endereço: R. Cel. Julio Marcondes Salgado, 147CEP 18900-007 - Santa Cruz do Rio Pardo/SP.

• f/w: 14 99846-0732 • 360@jornal360.com

• www.issuu.com/caderno360 • 360_nº212/set23

consultoria & projetos

. design

. conteúdo

. relações públicas

. branding

14 998460732

“Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez, e como teve misericórdia de ti.”
MARCOS 5 vs19
2 • editorial
foto: acervo Centro Cultural Special Dog

Meu herói brasileiro, o Jeca, jamais seria um patriota. A noção de país do meu caipira vai só até a cerca do vizinho. Esse sábio sentaria na soleira para ver as passeatas passarem, enrolando seu fumo num pito que termina nunca, preocupado solenemente se o quiabo está maduro.

Aqui entre nós, pra que perder tempo? A (des)inteligência artificial vai roubar nosso emprego, o zap vai dominar nosso pensamento, as corporações vão manipular nossas consciências; mas o sol vai continuar iluminando o capinzal da Mimosa para o leite matinal.

Mimosa, como todo mundo sabe, é o nome preferido por caipiras do Oiapoque ao Chuí para batizar a pobrezinha da vaquinha de leite, cheia de carrapatos despreocupados com o aquecimento global. Afinal de contas, se as tempestades vierem, é só trocar quiabo por jiló. Se destelhar a choupana, dorme-se no galinheiro.

Não estou pregando a alienação, só lembrando aquela milenar máxima chinesa que eu inventei agora, que diz: “não gaste energia com coisas que você não pode mudar.” Para comprovar a sabedoria desse fake Confúcio, é só fazer um retrospecto e lembrar quantas vezes as suas brigas, as suas pai-

xões, as suas fés nos humanos, te levaram a algum lugar. Nenhuma, aposto. Talvez uma, para os românticos.

Aposto também que as atitudes refletidas e ponderadas também não deram muito resultado.

O Jeca e eu sabemos que a vida é comple-

tamente aleatória, que nosso poder de mudar as coisas é praticamente nulo. Somos pequeninas e insignificantes peças no xadrez cósmico, com nossos mirrados desejos e nossos gigantescos afetos.

Todavia ainda existe o olhar meigo dos filhotes, a substância impalpável da mulher amada, a fidelidade do cão, o farfalhar mântrico da floresta e o crepitar do bambuzal. Na alma do Jeca Tatu, esse gigante, as sensações da soleira são mais poderosas que a titânica gravidade de Sagitário A* (procura no google).

O caipira não gasta energia a toa. Só na medida do sustento da mandioca de hoje.

Pra não dizer que somos niilistas e acomodados, vou te contar o que eu e o Jeca acreditamos ser possível fazer pra melhorar o mundo: ser gentil, respeitar o próximo, aceitar a diferença, proteger os oprimidos, conviver pacificamente com os adversários, nunca discutir política, futebol e religião, e aquelas outras coisas todas que um tal andarilho de Nazaré, muito falado mas pouco seguido, pregava maltrapilho.

E pra comemorar a humanidade, “vamo bebê, vamo pitá, que o mundo vai acabá.”

À procura da batida perfeita

É assim na vida de quase todos nós, sempre na busca de algo melhor, de uma vida mais próspera, mais feliz, por vezes até invejando a do “outro” que parece perfeita em fotos e vídeos, exibidos sempre com muito glamour e elegância nas redes sociais...

E no caminho, entre festas, comemorações, sorrisos e conquistas, nos vemos solitários, confusos e muitas vezes até tristes, mas nesses momentos especificamente, é natural que não sejam expostos publicamente.

Mas, vamos seguindo sempre na busca de algo melhor, mais auspicioso, mais promissor!!!

Que bom que é assim, pois é sinal que ainda estamos vivos e acreditando em um futuro melhor.

É mais ou menos quando éramos criança e em um quintal, de preferência embaixo da sombra de uma árvore, criávamos uma cidade imaginária, onde fazíamos as ruas, os prédios e depois de tudo pronto, a brincadeira não durava quase nada, pois na verdade, o maior prazer estava na criação das coisas e não nelas em si...

O grande Marcelo D2, em sua canção, traduz muito bem isso: “A procura da batida, vale mais que a batida prefeita”...

3 • ponto de vista
*Leonardo Medeiros *ator, escritor e vocalista de banda de rock
imagem_canva.com imagem_canva.com Ruminância Caipira
* Maurício Salemme Corrêa

o Mapa da MINA Por uma vida financeira mais tranquila!

Olá, Pessoal! Hoje escolhi como tema uma situação específica que pode significar um aumento de renda para muitas pessoas e ajudar no caminhar no Mapa da Mina para o TESOURO do BEM ESTAR FINANCEIRO

Angela Nunes

Imposto de Renda e doenças graves!

Vou falar de uma situação na maioria das vezes difícil, doenças graves, mas que traz um direito importante para os seus portadores... que nem todos conhecem: a isenção do imposto de renda sobre a aposentadoria, pensões ou reformas para os portadores de doenças graves. Essa isenção, pode ajudar no pagamento das despesas decorrentes de médicos, tratamentos e remédios. Então, vamos lá:

Quem pode se beneficiar dessa isenção?

De acordo com a regulamentação, podem se beneficiar dessa isenção os portadores de 16 doenças definidas como graves:

> AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida)

> Alienação Mental

> Cardiopatia Grave

> Cegueira (inclusive monocular)

> Contaminação por Radiação

> Doença de Paget em estados avançados (Osteíte Deformante)

> Doença de Parkinson

> Esclerose Múltipla

> Espondiloartrose Anquilosante

> Fibrose Cística (Mucoviscidose)

> Hanseníase

> Nefropatia Grave

> Hepatopatia Grave

> Neoplasia Maligna

> Paralisia Irreversível e Incapacitante

> Tuberculose Ativa

Como conseguir a isenção?

Para conseguir a isenção é preciso:

> Solicitar o laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, estados e municípios declarando a existência da doença grave. Deve ser fixado o prazo do laudo pericial, no caso de doenças passíveis de controle. Sempre que terminar o prazo de validade poderá ser solicitado um novo laudo.

> Apresentar o laudo à fonte pagadora solicitando que o desconto do Imposto de Renda pare de ocorrer .

Maria Angela de Azevedo Nunes, CFP®, Planejadora Financeira Certificada pela Planejar - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. Graduada em Ciências Econômicas pela UERJ, com Especialização em Psicologia Econômica. É Consultora e Administradora de Valores Mobiliários autorizada pela CVM e sócia da Moneyplan - Consultoria em Planejamento Financeiro e Educação Financeira. Membro do Conselho de Administração e do Comitê Executivo da PlanejarAssociação Brasileira de Planejadores Financeiros, foi diretora do Banco Itamarati, da BCN Alliance Capital Management e do Banco BCN/Grupo Bradesco - e docente do Curso de Planejamento Financeiro do INSPER – Instituto de Ensino e Pesquisa. É também co-autora do livro “Planejamento Financeiro Pessoal e Gestão do Patrimônio – Fundamentos e Práticas”

A partir de que data a isenção será considerada:

> Caso o beneficiário não tenha como comprovar a data do início da doença grave, o direito de isenção começa a partir do momento que o laudo for apresentado.

> Agora, se o beneficiário conseguir comprovar e documentar que a doença grave teve início antes da solicitação do laudo pericial, ele poderá pedir a restituição do Imposto de Renda que foi retido indevidamente, limitado aos cinco anos anteriores.

Como vimos são muitos os tipos de doenças que são classificadas como doenças graves.

Vamos seguindo o nosso MAPA DA MINA, lembrando:

> Conhecer melhor os nossos direitos pode ajudar muito a nossa vida financeira.

> Uma vida mais simples é mais fácil de carregar! Links das referências legais que regulamentam esse direito: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7713co mpilada.htm

https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/meu-imposto-de-renda/preenchimento/molestia-grave

4 • finanças
imagem_canva.com
Aí está o tesouro:

Sobremesas bem fáceis

A ideia, para esta edição do 360 surgiu de tantos vídeos que vemos com receitas pela internet. A maioria replicado por muitas pessoas. Então resolvemos testar 3 receitas de sobremesas que encontrei no Instagram. Eu, minha mãe e irmã dividimos a tarefa. E o resultado foi bem bacana. Todas as receitas demandaram algum ajuste, como a quantidade de massa na torta de maçã, que poderia ser um pouco menos e com o cuidado de não juntar mais na parte central da frigideira do que nas bordas; o tempo de preparo do

Sorbet de Melão

preparo: Flávia Rocha Manfrin

_Ingredientes:

• 1 melão

• sementes de melão

• 200ml de água

• leite de coco (opcional)

• açúcar (opcional)

_Preparo: Abra o melão ao meio, retire as sementes e farpas do miolo colocando direto no liquidificador.

Acrescente a água (se o melão tiver bastante líquido, diminua a quantidade de água) e bata bem. Peneire em um coador fininho e coloque num pote para ir ao freezer. Esse é o leite de melão. Descasque o melão e corte em pedaços. Coloque no pote onde está o leite e leve ao congelador. Quando já tiver endurecido, retirem e use um mixer ou batedeira para bater tudo. Faça isso duas ou 3 vezes para aumentar a cremosidade. Você pode também colocar o leite de coco para aumentar a cremosidade e adoçar a gosto. Está pronto. Vai muito bem com calda de chocolate.

sorvete de chocolate, que só tomou forma mesmo no dia seguinte; e, finalmente, no processo do sorvete de melão. Eu achei que pode por menos água para fazer o leite com as sementes, para não ficar aguado. Eu usei um melão muito doce, o melão net. Para usar o melão comum, tipo rei, melhor incluir açúcar, para não ficar aguado. Também gostei da ideia do leite de coco para dar mais cremosidade, mas o resultado está mais para um sorbet do que para um sorvete cremoso, onde a gordura é fundamental.

Sorvete de Chocolate

preparo: Aldine Rocha Manfrin

_Ingredientes:

• 110g de chocolate em pó

• 1 colher de chá de cacau

• 1 lata de leite condensado.

• 2 cxs de creme de leite

• gotas de chocolate, frutas secas ou castanhas torradas (opcional)

_Preparo: Numa vasilha coloque o chocolate em pó, o cacau e o leite condensado. Bata por 3 minutos usando a batedeira. Acrescente o creme bem gelado, numa temperatura que esteja quase congelando. Bata bastante com a batedeira. Use um pote de sorvete, coloque metade da mistura e adicione (ou não) as gotas de chocolate, ou frutas cristalizadas ou castanhas torradas (fica a seu gosto). Misture e coloque o restanteda mistura. Leveao freezer por 3 horas. Quando servir, se ainda tiver cristais, bata de novocom a batedeirae volte ao freezer para ganhar cremosidade.

Torta de Mação de Frigideira

preparo: Odette Rocha Manfrin

_Ingredientes:

• 2 maçãs

• ½ limão

• 30g de manteiga

• 30g de açúcar

_Ingredientes massa:

• 1 ovo

• 30g açúcar

• 1 colher de café de essência de baunilha

• 30g de óleo

• 130g de farinha de trigo

• 8g de fermento em pó

• açúcar e canela para polvilhar

• 1 potinho de iogurte (usei o natural, sem açúcar)

_Preparo: Descasque as maçãs, tire o miolo e fatie em espessura média esprema o limão sobre elas. Numa frigideira antiaderente, derreta a manteiga, adicione o açúcar e deixe caramelizar em fogo baixo. Adicione as maçãs e vá cozinhando em fogo baixo. Enquanto isso bata o ovo, adicione o açúcar e a baunilha e mesa bem com um mexedor (fouet). Adicione então o óleo e misture, depois o iogurte, misture, finalmente a farinha e o fermento. Despeje essa massa sobre as maças e tampe com papel alumínio. Mantenha no fogo baixo até que a massa fique assada, o que você pode checar com um palito de dentes. Vire a frigideira sobre um prato, polvilhe açúcar e canela e pronto. Vai super bem com sorvete!

5
• gastronomia
fotos: Flavia Rocha | 360

Quando a iniciativa privada assume o papel de agente social e cultural

A ideia de uma empresa assumir sua Responsabilidade Social não é algo novo. Desde os anos 90 do século passado, esse conceito povoa as mentes e corações de empresários bem sucedidos. Implantar um projeto dessa natureza de maneira gradativa e perene, como é o caso do Centro Cultural Special Dog, no entanto, é um feito ainda raro no mundo das corporações.

Veja na conversa que mantivemos com Priscila Pegorer Manfrim, diretora administrativa da Speccial Dog, como a empresa conseguiu traduzir sua maneira de ver o mundo em um projeto que não é apenas bem sucedido, mas está consolidado e, por essa razão, se tornou uma atividade que se perpetuará na trajetória de sucesso da marca.

360: Como se chega a essa ação de criar uma estrutura independente para atividades comunitárias?

Priscila Manfrim: Desta fundação, a empresa teve esse olhar muito genuíno para pessoas, pro ser humano. A princípio, há 22 anos, o foco era no colaborador, nas pessoas que faziam parte do negócio e como essas pessoas precisavam também prosperar, junto com a empresa. Com o desenvolvimento da empresa e também através de muito aprendizado, de literatura e do interesse dos fundadores em aprender, em evoluir, conseguimos expandir o nosso olhar também para a comunidade de Santa Cruz, que é a casa da empresa e a cidade de origem da família. Foi mais ou menos assim que surgiu a iniciativa.

360: Você falou em prosperidade dos funcionários. Quer dizer que vocês acreditam que cultura é um item importante para alguém prosperar?

Priscila: Sem dúvida. A cultura é uma ferramenta transformadora. Eu enxergo a cultura como uma ferramenta de educação que transforma vidas. Crianças e jovens em situações de vulnerabilidade, por exemplo, têm a oportunidade de descobrir um talento que não seria descoberto se não não fosse por

uma instituição, uma organização, e esse talento pode se transformar em uma profissão. Então que está muito relacionado à prosperidade. E mesmo que isso não aconteça, o desenvolvimento cultural sempre agrega benefícios em todos os campos, inclusive no âmbito profissional, ampliando o olhar para sociedade, a visão de mundo, e isso contribui muito no ambiente de trabalho.

360: Nesses 10 anos, quanto o Centro Cultural ocupa a estrutura de recursos humanos e financeira da empresa?

Priscila: A gente enxerga ao Centro Cultural como parte da estratégia de negócio da empresa. Ele está presente no nosso planejamento estratégico como principal braço do indicador que visa contribuir para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental da comunidade onde estamos inseridos. E o Centro Cultural, por ser o principal investimento social-privado, tanto em termos de recursos financeiros como em atenção, por ser algo diretamente 100% mantido pela Special Dog. Ele segue um orçamento anual, que é construído na diretoria da empresa de

acordo com o resultado operacional da companhia e um percentual que a gente destina ao nosso investimento social-privado, que chamamos promoção social.

360: O que o Centro Cultural rende em termos de negócios?

Priscila: Não medimos um retorno financeiro. O Centro Cultural traz um retorno em valores intangíveis, como reputação da marca. Reputação é algo muito amplo e também muito importante para ter uma imagem positiva, de empresa cidadã, que se preocupa e se ocupa de uma forma bem holística de públicos, entre os quais está a comunidade. É um retorno que está totalmente alinhado à nossa estratégia de negócio, ao nosso propósito como empresa, que é impactar positivamente a nossa cadeia de valores, a comunidade em que estamos inseridos. A Special Dog tem como propósito “alimentando pets por um mundo melhor”, é muito genuína a nossa preocupação em impactar positivamente, ser uma empresa que gera um retorno positivo.

360: Vocês se valem dessa ação para trabalhar públicos como autoridades, clientes, fornecedores, parceiros?

Priscila: O Centro Cultural faz parte de todos os roteiros de visita à empresa. Todos os meses, realizamos o Special Day, quando recebemos em torno de 40 clientes para conhecer nossa realidade, que inclui visita às nossas fábricas para conhecer nosso processo produtivo, para conhecer nossas boas práticas de fabricação, nosso controle de qualidade, quanto isso impacta na produção de um alimento de qualidade, que é o nosso Core Business. E o Centro Cultural faz parte desse roteiro, onde as pessoas conhecem não somente a estrutura, o prédio, mas têm a oportunidade de ver uma aula de coral, de viola, o que estiver acontecendo ali no momento e também conhecer um pouco da história, dos números, do propósito por trás do Centro Cultural. E a sensação sempre é de encantamento, de surpresa mesmo que a empresa é responsável por tudo aquilo, um olhar que é tão sensível, tão preocupado e

tão genuíno. Acho que o Centro Cultural permite mostrarmos como a empresa quer contribuir positivamente.

360: As empresas podem usar parte do valor de impostos para financiar projetos culturais, sociais, esportivos através de leis de incentivo fiscal. Quanto vocês investem desses recurssos no Centro Cultura?

Priscila:A maior parte dos recursos aplicados em cultura através de leis de incentivo fiscal, como a lei Rouanet e o PROAC são aplicados nas demandas do Centro Cultural, mas não nos restringimos a isso. Esses recursos também contemplam projetos de terceiros. E mantemos um comitê multidisciplinar para avaliar e analisar todas as propostas que chegam. EE essa análise não é somente quantitativa, mas qualitativa, para os projetos estarem alinhados à nossa estratégia de negócio e de investimento social-privado. Contamos também com parceiros externos que conhecem todo o trâmite, para nos ajudar a viabilizar os projetos.

360: Quanto do valor anual que vocês investem no Centro Cultural corresponde a recursos de incentivo fiscal?

Priscila: Em termos do orçamento anual do Centro Cultural, cerca de 30% faz parte de recursos via leis de incentivo. E 70% advém de recursos próprios da empresa.

360: Dá para fazer só com leis de incentivo?

Priscila: Da maneira que nós temos o Centro Cultural e que nós mantemos, não. É feito um aporte de recursos próprios.

360: Você acha que para uma empresa que nunca teve uma ação própria, dá para estabelecer um projeto social-privado como o Centro Cultural Special Dog? Dá para começar pequeno?

Priscila: É totalmente possível. É algo que vai ter evolução gradativa.

360: Por onde se deve começar?

Priscila: O primeiro passo seria entender a vocação da empresa. Entender o que expressa a visão de mundo da empresa, como

6 • cidadania _ empresas
* Priscila Pegorer Manfrim, diretora administrativa da Special Dog * * O dia a dia do Centro Cultural é intenso, com aulas diurnas e noturnas de prepação cênica, gastronomia, conto coral, viola, corte e costura, ballet, atividade
foto: acervo Special Dog Company

ela quer contribuir para a comunidade. Pode ser a cultura, educação, esporte, pode ser o setor de bem estar social. E pode ser por público também. Eu posso atuar com o PCD, com jovens em situação de vulnerabilidade, com idosos... O principal é que cada empresa entenda a sua vocação. E começar a direcionar um investimento para isso.

360: Você acha fundamental criar uma fundação, como ocorre com a Special Dog?

Priscila: Uma vez identificada a vocação da empresa, você não precisa começar por criar uma instituição. Você pode buscar parcerias com ações que já existam. Por exemplo, pode contribuir com o desenvolvimento de uma instituição, de um projeto, de uma iniciativa, de uma campanha. E, gradativamente, buscar evoluir se isso fizer sentido dentro da estratégia da empresa. Mas acho que o principal, é ter um interesse genuíno e querer fazer acontecer. Porque demanda recursos, não só financeiros, mas de tempo, de pessoas. Se não for genuíno, de verdade, acho que é muito difícil de manter.

360: Vocês são procurados por empresas que gostariam de criar um projeto social bem estabelecido como o da Special Dog?

Priscila: Eu não me lembro, pode ser que você já tenha acontecido de ter havido essa demanda, mas não foi diretamente comigo. Mas já participamos de um ou dois eventos com o objetivo de compartilhar as boas práticas da empresa. E dentro do ESG (Environmental, Social and Governance, que significa Meio Ambiente, Social e Governança) da empresa, certamente o Centro Cultural é a iniciativa de maior relevância.

360: Você frequenta o Centro Cultural?

Priscila: Frequento para cursos esporádicos

de gastronomia, mas não sou aluna regular. Da minha família, quem participa regularmente é a minha mãe.

360: Como avalia a atividade da sua mãe?

Priscila: Eu vejo muito a questão da realização pessoal, de algo que é um talento que ela sempre teve. Então não foi algo que ela buscou para aprender, foi uma oportunidade de inserir na rotina dela um talento que ela tem, um prazer, um hobby, que é o canto, que é a música. Eu vejo como algo 100% positivo, porque além do coral promover esse reencontro com algo que é tão importante para a vida dela, é também a oportunidade de conhecer pessoas novas , de conviver com pessoas que talvez ela não teria chance se não fosse pelo coral. Essa questão do convívio social, eu acho que é muito importante. E tem também a questão da disciplina, do compromisso com as aulas semanais. Por não haver mensalidade, eles pedem um comprometimento, uma de frequência mínima. Uma exigência que é bem rígida, até porque existe uma fila de espera.

360: Dentro da sua equipe, você tem pessoas que participam, pais de pessoas que participam, rola algum burburinho que envolva o Centro Cultural?

Priscila: O Centro Cultural é muito vivo dentro da empresa, até porque todos os eventos e atividades são divulgados no nosso canal oficial de comunicação interna. Tudo é muito disseminado dentro da empresa. Como eu falei, é um braço da Special Dog, a gente não enxerga como algo separado, só está fisicamente em um outro local. A época da Cantata de Natal, sem dúvida, é o ápice, porque é o maior evento anual, mas o público da empresa, da minha área, se interessa muito pelos cursos de gastronomia, tem pessoas que fazem aula de instrumento,

às vezes filhos de colaboradores, ou irmãos, primos, então existe sim esse burburinho.

360: Vocês lançaram uma nova marca para o Centro Cultural focada no prédio, uma edificação histórica da cidade que vocês restauraram. Acha que isso pode distar a imagem dessa atividade comunitária da marca Special Dog?

Priscila: Foi algo que decidimos envolvendo a equipe de marketing da empresa e do Centro Cultural. Quisemos dar uma identidade própria à instituição, reforçando a imagem do prédio que tem tanto a ver com o Centro Cultural. A nova marca tem inclusive uma versão quando avaliarmos ser o caso.

360: Dessa nossa conversa, o que você acha que é importante destacar?

Priscila: Eu acho vale destacar, como já falei, que as iniciativas do Centro Cultural não acontecem de forma aleatória. Seguimos um caminho que envolveu primeiro entender a vocação da empresa, o nosso propósito. E nosso foco é mesmo educação e cultura, com ênfase na primeira infância, porque sabemos a importância do processo de formação, se desde o início as crianças tiverem uma educação de qualidade, acesso à cultura e à educação de qualidade isso fará diferença na vida delas. A gente também faz filantropia, doações pontuais, porque elas

* Para melhor atender os alunos, o Centro Cultual Special Dog ganhou um anexo (à direita na foto ao lado) projetado para não comprometer a estrutura original do prédio que faz parte do patrimônio aquitetônico da cidade. Abaixo, novas salas, inclusive uma com tratamento acústico *

são importantes, mas grande parte dos nossos recursos de promoção social, de investimento social-privado, são destinados às ações que estão relacionadas à nossa estratégia de negócio e à nossa visão de mundo, aos nossos valores.

360: Você é uma jovem executiva, tem formação em marketing, viajou muito antes de iniciar sua carreira profissional, visita muitas empresas, enfim, tem uma vivência abrangente do mercado. Se fosse para decidir por uma ação social agora, sob sua gestão, você criaria um Centro Cultural, com todas as demandas de recursos humanos e financeiros que ele envolve? Priscila: Sem dúvida. Acredito piamente que o papel da empresa vai muito além de gerar lucro, que é algo essencial justamente para você conseguir viabilizar todo o restante. Na minha visão de mundo, o papel das empresas é contribuir para uma transformação positiva da sociedade. A gente fala muito de governo, das obrigações do poder público. Eu acredito que a transformação só vai acontecer de uma forma consistente, de uma forma perene e sustentável, por meio das parcerias público-privadas. Então é algo que precisa andar junto e o pilar social é muito importante, é o transformador.

360: Então você entende que é uma necessidade do país?

Priscila: Exatamente. O país tem um índice de desigualdade social enorme, onde a educação de qualidade para a grande parte da população é precária, infelizmente. Então a empresa que conseguir contribuir, independente do seu porte, independente de como será essa contribuição, mas se conseguir contribuir de alguma forma para essa transformação da sociedade estará cumprindo um propósito que eu acredito ser o papel de uma empresa, deveria ser de todos nós.

es da melhor idade, orquestra, percussão, formação de bandas entre outras. Para participar basta se inscrever. Havendo vagas, é feito processo de admissão * fotos: acervo Centro Cultural Special Dog foto: Flavia Rocha 360 fotos: acervo Centro Cultural Special Dog foto: acervo Centro Cultural Special Dog

O investimento social gera retorno de imagem e desenvolvimento urbano

Juliana Manfrim, gerente do Centro Cultural Special Dog, nos conta como funciona o projeto social da marca

Um relato tão claro e objetivo merece ser reportado na primeira pessoa:

Como gerir um Centro Cultural – A cultura é um organismo vivo. Então estamos sempre buscando nos reinventar naquilo que a gente já faz. Por exemplo, o Canto Coral, que foi com o que começamos, em em 2015, hoje ele já é cênico, já envolve teatro, porque foi caminhando para esse lado. Então vários fatores são levados em consideração. Fazemos muita pesquisa, a gente precisa assistir muita coisa para elaborar as nossas ideias e desenvolver projetos. Tem que pensar também na formação de plateia, tem que pensar como fidelizar nossos alunos. Então temos que inovar. Somos uma área da empresa, como todas as outras. Tudo é reportado para a Special Dog através de relatórios. Eles fazem todo o acompanhamento do orçamento. Eles acompanham tudo. E estamos indo bem.

De onde vem os recursos – Temos recursos que são um investimento da empresa, que gira em torno de 70% do nosso orçamento anual, e também obtidos por leis de incentivo fiscal, como Proac e Lei Rouanet. O planejamento de 2024, por exemplo, que estamos fazendo agora, já contempla isso. Claro que, assim como já falei, a arte é um organismo vivo, então eu não consigo definir já o repertório da cantata do ano que vem, mas eu consigo fazer uma prévia, por exemplo, do que eu posso gastar, em que mês que eu quero fazer um determinado espetáculo. Então vou elaborando o orçamento de acordo com que a Special Dog pode disponibilizar.

Este ano precisei de recursos para a ampliação do Centro Cultural. Mesmo tendo o benefício do PROAC, porque tivemos inflação e os recursos do incentivo não foram suficientes, cobriram 70% da obra. O restante, a Special Dog completou. A lei Rouanet a gente usa para a formação da orquestra. O valor cobre 90% dessa atividade, o restante também vem de recursos diretos da Special Dog. Temos uma empresa que nos presta consultoria para os projetos a serem contemplados por leis de incentivo dentro da empresa.

Atendimento comunitário – Temos cerca de 600 alunos, entre colaboradores e familiares da Special dog, que representam 30% dos alunos, e pessoas da nossa comunidade, que são a maioria. Atendemos todas as faixas etárias, a partir de três anos e seguimos até a turma mais longeva, com o o grupo da melhor idade. As atividades são Canto Coral, Corte e Costura, Gastronomia, Circo, Ballet e Música, esta com muitas atividades, como a orquestra, a percussão e o atendimento a todas as idades. A ampliação que fizemos

foi para atender melhor quem já está conosco, não para aumentar as vagas.

Trabalho em equipe – Tenho uma gestão muito aberta. Hoje trabalho com 30 pessoas e converso muito com os professores. Temos uma equipe extremamente profissional e qualificada. A gente conversa muito para criar as atividade. O Natal, por exemplo, envolve o diretor cênico, o professor do Circo, do Balé, do Canto Coral e também a turma da Costura, que desenvolve o figurino. Também envolvemos o pessoal da iluminação. E assim criamos de forma conjunta e harmônica, falando de tudo.

Sempre nos reunimos para trabalhar na parte de pesquisa, de elaboração dos nossos espetáculos, checar o que é legal colocar nas vozes das crianças, o que que é bacana ensinar, como trabalhar e os ganhos na parte pedagógica. Enfim, tudo é muito conversado. A gente precisa ouvir quem é da área. É importante a gente ter essa troca, é isso que nos faz crescer e evoluir artisticamente.

Muitas coisas são levadas para o marketing também. Quando vamos fazer um material de vídeo, passo para eles. Muitas ideias vêm deles. O novo logo, por exemplo, foi sugestão do marketing usar a iamgem do prédio. Eu gosto muito dessa relação, é super importante. Temos um entrosamento entre as áreas que é muito, muito favorável mesmo.

Repercussão pública – Esse braço social da empresa é extremamente bem visto. Na cidade, na região, o Centro Cultural já tem um grande reconhecimento e eu acho muito importante que a Special Dog tenha essa ação em conjunto. Quando tem visitantes na empresa, eles fazem questão incluir o Centro Cultural. No Special Day, que traz lojistas para conhecer a empresa, eu tenho o maior orgulho do Centro Cultural fazer parte. É muito gratificante.

Vamos completar 10 anos e é muito bacana o que a gente tem de retorno. Inclusive na parte pedagógica. O quanto tem surtido efeito nas famílias que estão com a gente. Porque acho que o principal que

temos que focar sempre é o quanto isso é um objeto de transformação social e um diferencial para a cultura de Santa Cruz e da nossa região, porque já somos uma referência. E é inspirador que isso venha da iniciativa privada. Porque é uma ferramenta importante dentro da sociedade.

Retorno para a empresa – Em termos de retorno, é medido o impacto social, o alcance das nossas atividades. Por isso temos um planejamento envolvendo as ações e público atingido. E quando encontramos alguma dificuldade, como este ano a falta de teatro, que está em reforma, temos que nos reinventar para dar essa devolutiva para a empresa. Tenho que colocar esses alunos no palco. Porque é frustrante você estar frequentando os ensaios, se dedicando e não ter o aplauso da plateia. Isso que impulsiona as nossas crianças, adultos, todos os públicos, todos os nossos alunos. Para eles é importante esse reconhecimento, essa troca de energia que só a arte proporciona.

* No alto, Juliana Manfrin e a nova identidade visual do Centro Cultura Special Dog. Acima, partir da esquerda: Viviane, Maíra, Juliana, Cássia, Débora. Eliete, Rose e Bruno. Trabalho diário no atendimento de mais de 600 alunos a partir de 3 anos * imagens: acervo Centro Cujlturaçl Special Dog

A confusão da muda!

Pingo está ansioso pra ir visitar seus amigos Border Collies na Jacutinga e ouve uma conversa de humanos: "não esqueça de levar uma muda de roupa. Vamos ficar até amanhã por lá."

Só que logo depois, sem ouvir qualquer retorno, a mesma voz pergunta: "o que foi, não vai dizer nada?

Ficou muda?"

Pingo achou aquilo esquisito, mas correu para o carro, ansioso para chegar no sítio.

No caminho, ouviu a seguinte conversa: "nossa! Quanto pelo neste carro!. De onde apareceu tudo isso?" "Do Pingo, claro, tá na época de muda dele."

Pingo pensou: muda de roupa, ficar muda, minha muda? Que tanto de muda é isso?

Em meio a tantas “mudas”, ele ouviu mais um

PALÍNDROMO

trecho da conversa: "...Tá bom, para de inventar! Você não muda nada mesmo!"

Opa! Outra “muda”?!!!!

Pingo encasquetou.

Que história é essa de muda de roupa, troca de pelo, ficar quieto e ser sempre do mesmo jeito usando a mesma palavra de quatro letras?

O carro para e Pingo percebe quem nem aproveitou a viagem de tanto pensar nessa muda que uma hora é uma coisa, depois outra, e outra e outra. Ufa!

Au au au au.... festejam Menina, Jack e Boneca quando Pingo chega.

E lá vai ele, feliz, deixando pra lá todas as dúvidas do caminho.

Corre pra lá, corre pra cá e Pingo esbarra numa mesa repleta de vasinhos. "Cuidado Pingo!", avisa Jack, cada vaso desses tem uma muda do famoso melão do papai!"

Pingo pasma!!! Au au auuuuuu????

É o nome que se dá para palavras ou frases que podem ser lidas de trás para frente e de frente para trás, claro!

Encontre os políndromos no diagrama:

3letras: •ASA •OVO •RIR •SÓS 4letras: •ESSE •OSSO

5letras: •ARARA •MIRIM •RADAR •RAIAR •REGER •RELER •REVER

•SAIAS •SALAS •SOCOS 7letras: •LUZ AZUL •OLÁ, GALO! •REVIVER

•RODADOR •SOPAPOS 9letras: •A BABÁ BABA 13letras: •A GRAMA É AMARGA

23letras: •ANOTARAM A DATA DA MARATONA

17letras: •A BASE DO TETO DESABA

9 • meninada
SO L U ÇÃO
arte: Sabato Visconti

Conselho Tutelar: desinformação e confusão

A realização das eleições para o Conselho Tutelar (CT) no dia 01/10/23 faz com que se multipliquem nas redes visões distorcidas e informações erradas sobre a atuação desses conselheiros. Há postagens que reproduzem equívocos que são hoje responsáveis por ameaçar os direitos principalmente de crianças negras e pobres.

O CT não é órgão de atendimento, mas de defesa de direitos, não tendo atribuição nem competência para realizar qualquer tipo de atendimento técnico. Os conselheiros são eleitos e não se exige (no ECA) nenhum tipo de especialização prévia. O que o Conselho deve fazer é garantir que as instituições responsáveis prestem os atendimentos necessários, nunca realizar ele mesmo qualquer atendimento.

Por exemplo, o Conselho Tutelar pode aplicar a medida de orientação, apoio e acompanhamento temporário. Na visão equivocada, são os próprios conselheiros que fazem isso, e muitos têm feito Brasil afora – o que é um absurdo, pois isto é uma medida de proteção definida no art. 90 do ECA, a ser realizada por entidades especializada, não pelo próprio CT. É ab-

surdo as crianças, adolescentes e suas famílias serem orientados por conselheiros, em vez de técnicos com formação e expertise para isso.

Há vários exemplos desse descaminho, mas o mais grave é a retirada do convívio familiar. Por alegada “situação emergencial”, crianças e adolescentes são retiradas de casa e encaminhados a serviços de acolhimento (o “abrigo”). O ECA prevê acolhimento emergencial apenas em casos de violência e abuso sexual. E, mesmo assim, a ser avaliado (é sempre recomendável afastar o agressor).

Eleições do Conselho Tutelar de 01/10 não informam sobre qualificação dos candidatos

A renovação do Conselho Tutelar dos municípios acontece em todo o pais no dia 01/10/23. Apesar de ser de grande importância, não é comum as comunidades se ocuparem de conhecer o perfil dos candidatos e muito menor de ir votar. É um equívoco pensar desta maneira, pois se trata de um importante grupo em defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Segundo o site do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidania, o Conselho Tutelar pode aplicar medidas como encaminhamento da criança ou do adolescente aos pais ou responsável; orientação, apoio e acompanhamento temporários; matrícula e frequência obrigatória em unidades de ensino; inclusão em serviços e programas oficiais; requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial, entre outros.

O site traz declaração do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida: “cabe ao conselheiro e à conselheira proteger as crianças e adoles-

centes de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. O Conselho Tutelar tem a missão de garantir que as crianças e adolescentes tenham todos os seus direitos respeitados. Por isso que são consideradas pessoas essenciais na proteção da infância e adolescência no Brasil.”

Ação municipal – Cabe aos municípios organizar as eleições e divulgar à população apenas quem são os candidatos., o local e horário das eleições. Não é papel do executivo municipal informar perfis dos candidados, o que impede uma tomada de decisão mais acertada.

Faltas dados sobre candidatos– Sem a obrigatoriade de sairem em campanha divulgando seus méritos e currículos, os candidatos são eleitos na base da amizade ou simpatia. Nenhuma informação sobre suas qualificações é divulgadaem sites do governo federal.

Info: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2023/junho/voce-sabepara-que-serve-o-conselho-tutelar

No entanto, muitos Conselhos Tutelares usam o argumento de suposta “negligência”, atribuída às mães, para levar criança e adolescentes para abrigos. Casos em que crianças são encontradas sozinhas em casa, mal alimentadas e em ambiente “sem higiene” sustentam a maior parte de suposta “negligência”, que, note-se, não é propriamente negligência, é miséria.

O que o Conselho Tutelar deveria fazer é determinar imediato atendimento por parte da Assistência Social para garan-

tir as condições mínimas de vida dessas crianças e adolescentes e suas famílias, mandar apurar responsabilidades por falta de creche, determinar imediata avaliação médica, entre outras tantas ações para garantir os direitos. Em vez disso, provoca o rompimento da convivência familiar. As mães injustamente acusadas de negligência são na maioria pobres e negras, perdem seus filhos, e seus filhos perdem a família.

Os conselheiros precisam retornar ao papel de agentes a serviço da sociedade para garantir que os governos e as instituições cumprem seu dever de assegurar os direitos. Eles não são técnicos de atendimento, não são policiais: são a ponta de lança, institucionalizada, da sociedade que luta para garantir a prioridade absoluta dos direitos das crianças e adolescentes.

*Sociólogo e jornalista, diretor da Kairós Desenvolvimento Social http://www.kairos.srv.br/

10 • cidadania_acontece
imagem_canva.com
?

Assiduidade: por que para tantos é um desafio

Quando me perguntam sobre trabalho voluntário, sobre engajamento e ativismo, a primeira questão que aparece é a assiduidade. Não adianta eu ser engajada, postar mil coisas nas redes sociais, assinar petições e defender causas. Para ser uma ativista ambiental ou agente social, duas funções que agreguei à minha rotina há mais de uma década e há quase cinco anos, respectivamente, é preciso estar ali, agindo, atuando. Não apenas quando eu posso, mas sempre que é preciso.

A assiduidade é algo que aprendemos desde a infância. Quando passamos a ir a escola, ela é cobrada todos os dias, na chamada pelo nome, logo que chegamos para a aula. Ela continua sendo importante e pesando nos nossos resultados durante toda a vida escolar. Muitos têm facilidade para esse hábito que implica não achar justificativas para se ausentar. Afinal, justificativas a gente encontra para tudo.

Exemplo em casa – Minha mãe sempre foi uma pessoa assídua. Apesar de não ocupar uma função que a obrigasse a cumprir horários depois que se casou, ela sempre compareceu aos seus compromissos. Reuniões da igreja, encontros familiares, apoio às nossas atividades extra-curriculares, consultas médicas, tratamento odontológico.... Tudo era cumprido em sua diversificada agenda, pautada nos cuidados com a família, na religiosidade e na caridade.

Hoje, prestes a completar 92 anos, ela continua assídua.

Para ela, comparecer ao seus compromissos é algo absolutamente natural. E muito saudável, vale destacar. Graças à assiduidade, ela frequenta aulas de incentivo à memória e à convivência com pessoas da sua idade, comparece às sessões de fisioterapia, aos eventos para os quais é convidada e às nossas atividades de ação social, que realizamos juntas. Chova, faça frio ou faça sol, ela está sempre pronta para tudo. Sem atraso, sem preguiça, sem faltar.

Desafio da frequência – Ao contrário de minha mãe, a assiduidade é algo bastante desafiador para mim. Na infância, por conta de viagens de meus pais e da facilidade de aprendizado, faltei bastante à escola. E isso me acompanhou até o final da minha vida acadêmica.

Cheguei a pegar um exame, na faculdade não por ter tido notas baixas, mas por faltar mais do que poderia. A assiduidade só me pega quando se trata de trabalho. Seja ele voluntário ou não. Porque nesses casos, envolve o senso de responsabilidade, de cidadania e de empatia. Afinal, como eu mesma sempre digo: quando alguém falta no trabalho, o serviço não fica esperando, alguém vai ter que se desdobrar para realizá-lo. Essa injustiça se sobrepõe à minha dificuldade de ser assídua.

Já naquilo que corresponde à minha qualidade de vida ou até mesmo ao meu prazer, acabo sucumbindo. E acabo desistindo das atividades físicas, por exemplo, algo que me enche de culpa, mas acaba sendo atropelado pela minha falta de assiduidade.

Adquirindo hábito – Dizem alguns doutores que se conseguimos manter uma atividade por 68 dias consecutivos, conseguimos nos habituar a ela. Talvez eu deva experimentar essa tese colocando-a em prática no que tange a não deixar de comparecer a um só compromisso de cunho pessoal por esse período que ultrapassa dois meses. Talvez me estimule pensar que se sou capaz de comparecer a todos os meus compromissos de trabalho, inclusive os de cunho voluntário, posso também desenvolver essa capacidade no que tange ao meu bem estar e à atividade física, quem sabe!

E você, quanto a assiduidade lhe é natural?

11 • bem viver
imagem: canva.com
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.