Jornal 360 _ ed. 191 - dez21

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acontece_ O Centro Cultural Special Dog completa sete anos com filme estrelado por moradores de Santa Cruz •p12

Não solte fogos e rojões.

cidadania_ Como devemos tratar as pessoas em situação de rua e o risco de criminalizar a pobreza sem perceber •p3

Eles podem matar nossos pets!

ponto de vista_as vacinas são a melhor maneira de evitar epideminas da história. Saiba mais sobre o assunto •p4

issuu.com/caderno360 facebook/jornal360

nº191 ANO 17

Dezembro21

Grátis!

Projeto Nascentes promove a recuperação do Rio Pardo

•p10

foto: Flávia Rocha | 360.

Circulação Mensal: 3 mil exemplares Distribuição: • Águas de Santa Bárbara • Areiópolis • Assis • Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira César • Chavantes • Espírito Santo do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos • Palmital • Pardinho • Piraju • Santa Cruz do Rio Pardo • São Manuel • São Pedro do Turvo •Timburi Rodovias: • Graal Estação Kafé • RodoServ • RodoStar Versão On line:

arte: Sabato Visconti

Jornal 360

A iniciativa da ONG Rio Pardo Vivo, personificada pelo ambientalista e gestor hídrico Luiz Carlos Cavalchuki, já plantou mais de 450 mil árvores em torno de nascentes da bacia do Rio Pardo desde 2010 e estima alcançar a marca de um milhão de árvores produzindo água até 2026

Ainda é tempo de usar máscaras. E de tomar as doses de vacina anti Covid 19


2 • editorial

CARIDADE Do latim carĭtas.ātis, ternura, amor

Pensar em caridade, praticar a caridade não significa ajudar alguém. Isso é outra coisa. Você pode ajudar muitas pessoas sem praticar a caridade. Caridade significa ocupar-se do outro com atitudes de amor, de termura, de cuidado. E isso é muito diferente de ajuda. Isso envolve partilha, envolve doação. E o que é doação, senão amor?

2 PEDRO 1 VS 5-7

Esta edição, a primeira no Ano 17 do Jornal 360, quando completamos 16 anos ininterruptos de boas notícias apuradas com ética, independência e um compromisso gigante com você, leitor, está repleta de ações onde a caridade é o agente que move, que motiva, que faz as pessoas agirem pensando no bem estar do outro antes de mais nada. É com uma atitude caridosa, por exemplo, que o ambientalista Luiz Carlos Cavalchuki, da ONG Rio Pardo Vivo, se dedica a cuidar do rio Pardo, inclusive dentro de propriedades rurais que não lhe pertencem, doando seu tempo não apenas para acompanhar reflorestamentos, mas para buscar matéria-prima para que se aumente a disponibilidade de água no campo e na cidade, milhares de mudas de árvores, que ele consegue batendo à porta de empresas e organismos, como vemos na seção que reúne dois dos nossos assuntos diletos: o MEIO AMBIENTE e AGRONEGÓCIO. A caridade, sem dúvida alguma, é a origem de um projeto que completa sete anos em grande estilo, com vemos em, que traz o lançamento do primeiro curta metragem produzido inteiramente pelo Centro Cultural Special Dog, o braço cultural da empresa santacruzense que não poupa a cidade da caridade, do amor em servir o outro, no caso, seus colaboradores, os familiares deles, e toda a população. Esse amor em forma de atitude, de trabalho, de ação também deve estar na nossa decisão de pensar primeiro no coletivo e depois nas nossas próprias predileções, como nos chamam a atenção os colunistas de PONTO DE VISTA, que, sem saberem um do outros, colocaram em pauta a necessidade de que todos se vacinem para que possamos zerar o número de mortes pela epidemia de Covid-19, felizmente bastante reduzido por causa das vacinas, mas ainda resistente por causa dos que insistem, por motivos diversos, em não se submeter a esse processo que protege todos dos efeitos crueis e fatais da doença.

Praticar a caridade nem sempre é fácil. Nem sempre é óbvio. Muitas vezes, imbuídos das melhores intenções, acabamos assumindo posturas autoritárias, discriminatórias e até mesmo desumanas quando pensamos estar agindo da maneira ideal, como nos ensina com bravura e boas práticas, o padre Júlio Lancelotti, que combate os maus tratos a moradores de rua e tem mobilizados milhares de pessoas a denunciarem exemplos de aporofobia, que vem a ser a aversão aos pobres, à pobreza, como você poderá conferir na reportagem da seção ACONTECE. Para completar nossa edição de aniversário e de Boas Festas, convido o leitor a aproveitar as receitas que trazemos em GASTRONOMIA e a divertir-se com os passatempos e as aventuras do Pingo em MENINADA. Imbuída do espírito de amor ao próximo, que é o que aprendemos com o Cristo que celebramos no Natal, desejo a todos um 2022 focado na empatia e na caridade e convido o leitor a participar da Vaquinha do Alimento de Reis, ação que tem o nosso apoio! Flávia Rocha Manfrin | editora c/w: 1499846-0732 • 360@jornal360.com

Ora ação!

“E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, e à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade.”

e xpediente O jornal 360 é uma publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados. Tiragem: 3 mil exemplares. Distribuição gratuita. Redação-Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diagrmadora e jornalista responsável | Mtb 21563›, André Andrade Santos e Paola Pegorer Manfrim ‹colaboradores›, José Mário Rocha de Andrade, Fernanda Lira e Angela Nunes ‹colunistas›, Sabato Visconti ‹ilustrador›, Odette Rocha Manfrin ‹receitas e separação›, Camila Jovanolli ‹transcriçõ-es e comercial›. Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Endereço: R. Cel. Julio Marcondes Salgado, 147 - 18900-007 - Santa Cruz do Rio Par-do/SP• 360@jornal360.com • cel/whats: +551499846-0732 • 360_nº11/dezembro2021


3 • cidadania

Tudo começou quando um jornal local divulgou uma postagem de padre Julio no Instagram, onde um cartaz assinado pela prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo, orientando as pessoas a não darem esmolas, aparecia com uma tarja atribuindo uma atitude de ódio por parte da cidade. Conhecedora das inúmeras ações da população santa-cruzense e também da administração pública em benefício dos menos favorecidos, resolvi questionar a análise do padre. Meu argumento se baseou no que observo e constato na cidade, onde quase toda a gente, inclusive as mais humildes, não se abstêm de ajudar os menos favorecidos. São incontáveis ações, entre campanhas pontuais, programas regulares e eventos que acontecem para ajudar quem precisa o ano todo. Padre Julio explicou que não quis se referir à comunidade, mas à atitude do governo local. “O Estado não deve interferir nisso, não deve tutelar a consciência”, defende padre Julio, acrescentando “é uma questão de foro íntimo e de consciência pessoal”. Para ele, o poder público deve agir de maneira positiva e acolhedora. “O que nós precisamos de proteção social. Acesso a moradia , a educação, a saúde, a dignidade humana. Se esses lugares de atendimento social que as prefeituras tanto falam fossem bons, não precisariam de propaganda. O pessoal estaria indo lá. As pessoas vão atrás de uma coisa boa. Mas o serviço lá é burocrático e extremamente inadequado”, ressaltou. O prefeito da cidade, Diego Singolani, lamenta o julgamento do padre e explica que a campanha envolveu muitas cidades e inclusive o Ministério Público. “Respeito o ponto de vista do padre Julio, por quem tenho grande admiração, mas foi um julgamento injusto. Santa Cruz é uma cidade muito solidária e nossa administração também. Além disso, nossa realidade é muito diferente da que ele vive em São Paulo. De qualquer forma,

giar, sem tutelar, sem institucionalizar, sem aporofobia. Menos hostilidade e mais hospitalidade”, ressalta.

foto: Instagrm do Padre Julio Lancelotti

De boas intenções o inferno está cheio. Quem nunca ouviu essa frase? E, como todo bom ditado popular, ela merece reflexão, pois muitas vezes erramos acreditando estarmos fazendo o bem. Essa foi, a origem da reportagem sobre aporofobia, que significa aversão a pobres ou à pobreza. O ensinamento veio de um servo das pessoas menos favorecidas e discriminadas por viverem nas ruas, padre Julio Lancelotti, muito conhecido por questionar ações públicas que tornam ainda mais vulneráveis pessoas que vivem na extrema pobreza, especialmente na capital paulista, onde trabalha e vive.

É preciso menos hostilidade e mais hospitalidade aos pobres foto: Prefeitura Municipal de SCRPardo

Com uma campanha contudente apontando ações “aporofóbicas em todo o país, padre Julio Lancelotti nos alerta para práticas aparentemente humanas que ferem o verdadeiro espírito cristão

* O prefeito de Santa Cruz do Rio Pardo, Diego Singolani, em frente ao terreno onde será construído um condomínio para idosos, acredita no diálogo para que o mal entendido sobre a campanha contra esmolas seja desfeito. À direita, o padre Julio Lancelotti, incansável defensor e protetor das pessoas em situação de rua * acho que seria produtivo se ele procurasse conhecer nossas ações, como lidamos com os menos favorecidos e as pessoas em situação de rua, e nos apontasse soluções, pois a dura crítica que nos atribuiu não condiz com o espírito da cidade”, avalia o prefeito, que tentou, sem sucesso, contato com o padre para propor uma troca de ideias. Cartazes em todo o país – O cartaz em questão é na verdade uma ação promovida em âmbito nacional, adotado por várias cidades de maneiras bastante distintas. Em todas elas, aparece a orientação para que as pessoas sejam encaminhadas a unidades de apoio dos municípios em vez de receberem esmolas. Padre Julio alerta para o erro cometido por esse tipo de comunicação. “As campanhas para não dar escolas parecem ser até humanistas, mas elas escondem atrás desse discurso que pode parecer piedoso, uma criminalização do pobre. Ao invés de discutir a pobreza, eles querem criminalizar os pobres dizendo que as pessoas estão nas ruas porque recebem esmolas. Que a causa de estarem nas ruas é a esmola. E a esmola não é a causa. Ela é o efeito dessa pauperização e da crise humanitária. E quando as pessoas dizem 'não dê esmolas porque sustenta o vício, porque se acomoda e isso e aquilo', é um movimento de criminalização, aporofóbico, de geração de ódio e rejeição às pessoas pobres”, argumenta padre Julio. Lição de vida cristã – Questionado sobre qual seria atitude correta das pessoas em relação aos moradores de rua e a qualquer pessoa em situação de pobreza ou abandono, padre Julio propõe

uma atitude mais positiva e acolhedora. “Não é com proposições negativas como 'não dê esmolas, não faça isso ou aquilo' que se combate a aporofobia, mas com proposições afirmativas. Casa para todos, alimentos para todos, saúde para todos, condições de vida para todos, renda mínima, proteção social, locação social, tudo aquilo que faz a vida valer a pena de se viver sem punir, sem negar, sem vi-

Campanha se alastra – Com milhares de seguidores em sua rede social, padre Julio tem publicado imagens de situações onde a aporofobia é explícita, como grades, pedras e cercas em locais públicos onde pessoas em situação de rua poderiam se abrigar. Há, inclusive, igrejas que cercaram suas praças e inúmeros comércios e locais públicos onde a crueldade de banir pessoas nos ensina que precisamos aprender a ser gente de bem de verdade. “A campanha começou para resistir ao massacre e à crise humanitária que estamos vivendo em São Paulo e em todo o Brasil. E as pessoas espontaneamente estão me mandando as fotos constatando esses sinais de rejeição, sinais de violência e sobretudo, sinais de criminalização”, conta o padre. Disposto a rever posturas e a desfazer a má interpretação que teve da sua administração, Singolani espera conseguir se reunir com o padre Julio. “Não sou favorável a campanhas curativas, mas preventivas e estamos fazendo isso em muitos projetos. Respeito muito o padre Lancelotti e acho que somaria bastante, pois essa é uma questão que todos queremos resolver”, afirma o prefeito de Sta. Cruz.


4 • ponto

de vista

*José Mário Rocha de Andrade

Bye bye doenças ças que, mesmo hoje, com todo o avanço da medicina, não teriam tratamento antiviral. Existissem nos dias de hoje a Paralisia Infantil, a Varíola, o Sarampo, pergunto: que pai, que mãe iria correr o risco de ter seu filho paralítico para o resto da vida dizendo: “eu sou contra as vacinas” ?

A Paralisia Infantil, ou Poliomielite, é uma doença que existe desde a antiguidade, mas o vírus foi identificado somente no início do século XX. A vacina foi liberada para aplicação em humanos no fim da década de 1.950 e no Brasil partir de 1.980 com iniciativas internacionais de controle e erradicação.

Estamos aprendendo a lidar com a Covid, estamos aprendendo sobre a eficácia das vacinas, o mundo está apenas parcialmente vacinado e vivemos uma pandemia. imagem: Pixabay.com

O ano era 1.967 e eu, aos 14 anos de idade, fui morar em Sorocaba com dois amigos para cursar o primeiro ano do colegial. Um deles tinha as sequelas da Paralisia Infantil, as duas pernas finas atrofiadas e sem movimento. Caminhava com uma bengala e uma estrutura metálica articulada nas pernas.

Antes da vacina, a poliomielite foi uma das principais doenças incapacitantes de caráter permanente em todo o mundo. Nos EUA mais de 20.000 casos de poliomielite paralítica eram notificados anualmente durante a década de 1950. Mais de 300 milhões de doses da vacina foram administradas levando a uma redução de 90% na incidência. A doença foi erradicada no Brasil em 1.989, mas o vírus ainda circula no mundo, por isso a vacina aqui é obrigatória, mas estamos vacinando menos do que o recomendado e existe o risco de retornar, como o sarampo que estava erradicado e vivemos um novo surto dessa outra doença terrível.

Não há tratamento específico nem cura para a poliomielite. O bairro do Bixiga em São Paulo tem esse nome porque as pessoas todas tinhas a pele bexiguenta, com marcas na pele, sequela da varíola, outra doença horrorosa e erradicada pelas campanhas de vacinação.

Não existe tratamento para nenhuma dessas doenças, assim como não existe tratamento para eliminar o vírus da gripe, ainda tratada como faziam nossas avós. É muito triste ver esse movimento anti-vacinas no mundo todo. Ele somente existe porque as vacinas erradicaram inúmeras doen-

Taí o desenho. Entendeu? *Fernanda Lira

São 4.500 pais, filhos, netos, avós, maridos, esposas, tios, primos e amigos morrendo aos milhares a cada mês apenas porque uma parcela da população se nega a tomar a vacina que já provou ser eficaz para conter a epidemia e inóqua para a vida humana. Mas os negacionistas de plantão se portam como doutores, como cientistas, achando-se superiores em seu suposto saber. Pois só sabem é de se manter fechado no seu universo paralelo. Isso não seria um problema se esse comportamento de parte da população, da imensa população brasileira, não fosse suficiente para manter todos esses óbitos. Todo esse extermínio. Atenção negacionistas: a conta vai chegar para vocês. Essa atitude absurdamente egoísta vai pesar na sua vida. De uma maneira ou de outra. E não é torcida contra

arte: jornal 360

E aí fanáticos religiosos e natutalistas gratiluz insistem em manter a epidemia e a matança de pessoas. Sim, graças à vacina, o número de mortes diárias por Covid-19 despencou da casa dos mais de 1.000 mortos diários para 150 pessoas. Só que as mortes continuam diariamente!!!!! Ou seja, 150 pessoas X 30 temos 4.500 mortos pela doença a cada mês.

não, que não disso. São fatos e também é a energia maléfica que você está colocando no mundo que uma hora vai lhe pesar.

prepotente e absolutamente desumano. Feliz Ano Novo para todos. Até para você!

Os números estão aí: a queda no número de mortes é inversamente proporcional ao número de pessoas vacinadas. Argumentos descabidos não colam. Você que ainda não se vacinou está sendo egoísta,

*editora do Jornal 360

Sim, vacinar é preciso! Assim como usar o álcool gel, máscara, evitar aglomeração. Ainda não sabemos tudo sobre a Covid, estamos aprendendo e, enquanto isso, há que se ter cautela, paciência e confiança que o pior já passou porque já sabemos fazer as vacinas e, se uma variante nova surge, a vacina sabemos fazer, basta adaptar, como se faz com a gripe que todo ano tem uma nova vacina adaptada para suas variantes. Para dizer BYE BYE DOENÇAS, vacinar é preciso!

*médico santa-cruzense radicado em Campinas


5 • finanças

o Mapa da

MINa

Por uma vida financeira mais tranquila! Olá, Pessoal! Como o tempo passa rápido... hoje estou escrevendo a última coluna do ano! Sem dúvida, 2021 teve muitos desafios e aprendizados para cada um de nós. Espero, de todo coração, poder ter contribuído um pouco na caminhada de alguns de vocês no Mapa da Mina para o TESOURO do BEM ESTAR FINANCEIRO. Então, vamos em frente juntos... porque viver no Espírito de Comunidade é muito melhor do que caminhar sozinho. O nosso tema de hoje são os PRESENTES E FESTAS de Natal e do fim do ano. Angela Nunes

Maria Angela de Azevedo Nunes, CFP®, Planejadora Financeira Certificada pela Planejar Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. Graduada em Ciências Econômicas pela UERJ, com Especialização em Psicologia Econômica. É Consultora e Administradora de Valores Mobiliários autorizada pela CVM e sócia da Moneyplan - Consultoria em Planejamento Financeiro e Educação Financeira. Membro do Conselho de Administração e do Comitê Executivo da Planejar - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros, foi diretora do Banco Itamarati, da BCN Alliance Capital Management e do Banco BCN - Grupo Bradesco - e docente do Curso de Planejamento Financeiro do INSPER – Instituto de Ensino e Pesquisa. É também co-autora do livro “Planejamento Financeiro Pessoal e Gestão do Patrimônio – Fundamentos e Práticas”

Aí está o tesouro: Capítulo 12 - presentes e festas Começo falando um pouco sobre o Natal, uma data que tem uma razão muito especial de ser celebrada, mas que, com o passar do tempo, tem tido um apelo comercial muito forte, com base mais nos presentes do que do verdadeiro sentido do Natal... a renovação da Esperança em tempos melhores e mais fraternos.

• a pandemia não acabou e que devemos evitar ao máximo nos aglomerarmos, mesmo que em família. • uma vida mais simples é mais fácil de carregar!

ATÉ O ANO QUE VEM!!!

arte: Canva.com

Partindo desse olhar, o mais importante é: não será o valor do presente que a gente vai dar que representará o quanto a pessoa presenteada significa para nós. Muitas vezes um “mimo”, algo que a gente possa fazer em casa, pode representar e “falar” mais da nossa relação, do nosso carinho e amor do que um presente caro.

E vamos seguindo o MAPA DA MINA, lembrando que:

Presentear, festejar, comemorar é muito bom... todos nós gostamos de fazer isso. Mas, nos tempos complexos que estamos vivendo, faço uma proposta para que famílias e os amigos façam um acordo para que os presentes sejam simbólicos e significativos, mas de baixo custo. Há muitos anos tenho essa prática: estabeleço com meus amigos e familiares um valor máximo para os presentes a serem trocados. Dessa forma, ninguém fica chateado e não há o risco de presentes com valores muito diferentes. Acreditem, dá muito certo! Além disso, entre os adultos utilizamos sempre o “amigo secreto ou oculto”. As crianças, quando possível, recebem um maior número de presentes,mas sempre dentro de um valor preestabelecido.

Outra prática legal, e que está sendo cada vez mais usada, são as “ceias comunitárias”, na qual cada um traz uma parte do cardápio e das bebidas. Assim a festa fica bem montada sem pesar muito no bolso.

Pode parecer estranho fazer esse tipo de “combinado”, mas ajuda muito para que ninguém gaste mais do que pode, parcelando no cartão de crédito ou mesmo utilizando o cheque especial.

Ou seja, é possível se organizar de forma a presentear e comemorar o Natal e as festas de fim de ano sem que isso cause um problema no nosso orçamento e sem que a gente comece 2022 com contas a pagar de 2021.

Só para exemplificar, pessoas que recebem 13º salário, muitas vezes, em vez de utilizá-lo para pagar dívidas, para as despesas do início de ano como IPTU, IPVA, matrícula e material escolar ou mesmo guardar para uma emergência, acabam usando boa parte do dinheiro nos festejos e presentes do fim de ano.

Quando menos pendências financeiras tivermos, maior será a nossa tranquilidade para começar o Ano Novo. Para concluir, desejo a todos um abençoado Natal e um Ano Novo de muita saúde, paz, alegria e prosperidade!


6

• gastronomia

Flávia Rocha Manfrin

Receitas de um casal chegado à boa mesa

Tem coisa melhor do que comer e beber? Até tem, mas desde que vocês não esteja com fome ou com sede. O fato é que almoços, jantares e até mesmo o café da manhã, estão no topo da lista de lazer preferido de 9 entre 10 casais. Além do tempo para conversar en-

quanto se degusta uma boa bebida e os sabores de um prato bem feito, a gastronomia também é um convite ao prepado a quatro mãos. Quando um ajuda o outro preparando ingredientes, dando ideias e palpites e experimentando, chegase a resultados ainda melhores.

Aldine e Régis já têm filhos adultos e, por isso, têm tempo para passar juntos na cozinha testando receitas. Sorte a nossa que temos aproveitado a boa mão do casal, que sabem apreciar a boa mesa e, por isso, selecionam pra gente receitas que valem a pena ser reproduzidas.

Salmão Grelhado

Moqueca de Tilápia

receita de Aldine R. Manfrin

receita de Régis Couto Rosa

_Ingredientes: • 500g salmão • 1 mexerica ou laranja (suco) • 1/2 limão (suco) • 150ml de vinho branco seco • 1 colher de chá de orégano • 1 colher de chá de alecrim • Sal e pimenta a gosto _Preparo: Coloque num recipiente o suco do limão, da mexerica ou laranja, as ervas, sal e pimenta a gosto. Coloque os pedaços de salmão deixando cobrir com a marinada e leve à geladeira por pelo menos 2 horas. Após marinar, grelhe ou asse o salmão em fogo alto até dourar (cuidado para não assar ou grelhar demais, pois o peixe fica seco facilmente). Coloque a marinada numa panela e adicione o vinho e deixa ferver até o líquido reduzir bem e formar o molho. Coloque o salmão no prato e regue com o molho para servir.

_Ingredientes: • 600g de tilápia ou outro peixe em pedaços • 4 tomates sem pele e sementes picado • 1 cebola picada • 1 pimentão picado • 2 colheres de sobremesa de azeite • 2 colheres de sopa azeite de dendê • 300ml de leite de coco • 1 limão • coentro fresco ou cheiro verde a gosto • sal e pimenta a gosto _Preparo: Tempere o peixe com limão, sal e pimenta. Numa panela, coloque a cebola, tomate e o pimentão no azeite já aquecido. Deixe refogar um pouco, então coloque os pedaços de peixe, o alho e o leite de coco. Deixe cozinhar por uns 10 minutos. Desligue o fogo, polvilhe com cheiro verde e sirva com arroz branco.

Pavê de Nutella com Morangos receita de Aldine R. Manfrin _Ingredientes: • 300g de Nutella • 120ml de creme de leite • 1/2 xícara de mel • 1 xícara de leite em pó integral • 1 xícara de água quente • 300g de biscoito Maizena • 400ml de leite • 2 canela de pau • 1 tablete pequeno de chocolate _Preparo: CEm banho-maria, misture a Nutella e o creme de leite. Reserve. Bata no liquidificador o leite em pó, a água quente e o mel, coloque num recipiente e deixe por 1/2 hora no congelador. Ferva o leite com a canela de pau. Em uma taça (ou pirex) coloque o creme que já está bem gelado no fundo. Cubra com uma camada de morangos picados. Coloque então as bolachas umedecidas no leite fervido com canela. Cubra com a Nutella misturada com o creme de leite e depois com uma segunda camada do creme gelado. Finalize com morangos e polvilhe chocolate ralado. *Opção Diet: substituir a Nutella por Creme de Avelã Flormel, as bolachas Maizena por versões zero açúcar e o chocolate por versão diet.





10 • agronegócio

+ meio ambiente

Reflorestamento gera água e lucro ao agronegócio O plantio de árvores nativas ao redor de nascentes perenes contribui para aumento de água em propriedades rurais

A essência do projeto é trabalhar os pontos de nascentes perenes (que não se esgotam em época de estiagem) de toda a bacia do Rio Pardo que estão mais vulneráveis, recuperar as mais afetadas pelo desmatamento e ampliar a mata em torno das que já contam com reserva legal, para que tenham sua capacidade de geração de água ampliada, como está sendo feito na Fazenda Botelho, uma propriedade de 100 alqueires que produz leite e gado de corte. “Desde o início do projeto, em 2010, já plantamos mais de 450 mil mudas e a meta é alcançar um milhão de árvores plantadas até 2026”, informa Cavalchuki. Além de prover as propriedades de mudas, a ONG Rio Pardo Vivo presta um trabalho gratuito de monitoramento por pelo menos seis anos, até que a mata

foto: Flávia Rocha | 360

É preciso plantar árvores para colher água. A célebre frase que estampa as camisetas e materiais do Movimento pelo Rio Pardo Vivo tem se provado uma das melhores estratégias para o combate ao desgaste hídrico de toda a Bacia do Rio Pardo. Prova disso é o Projeto Nascentes, promovido e realizado pela ONG Rio Pardo Vivo com apoio de empresas que atuam na região e produtores de mudas. “Grande parte das mudas estão vindo da CTG Brasil, da CDVale e a Floravale nos enviam mudas. Também tem empresas que nos ajudam com recursos financeiros para a logística desse trabalho, como a Special Dog, a CTG Brasil, a Sabesp e a própria Fazenda Botelho.

valchuki, informando que a Bacia Hídrica do Rio Pardo tem mais de três mil nascentes.

* Boneca, minha border collie, considerada a raça mais inteligente do mundo, aproveitou cada um dos minutos de sua existência. Manteve-se criança até seu último dia. foi alegre, foi brava, foi feliz. Correu, pulou, brincou, nadou, dormiu, rosnou, latiu, babou, lambeu e amou muito seus pais e sua avó * esteja formada e possa ser registrada. “É feita uma averbação em cartório para perpetuar essa vegetação nativa”, explica o presidente da ONG. Iniciado em 2020, o plantio que está sendo feito na Fazenda Botelho vai ampliar em 10 alqueires hectares a reserva legal já existente na propriedade ,que já cumpre as determinações previstas pelo Código Ambiental. Esse excedente, segundo Cavalchuki, soma 15 mil árvores de 82 espécies nativas em torno das nascentes da fazenda. “Nós seguimos normas técnicas que determinam uma grande diversidade de espécies típicas da nossa região, que é de mata de Cerrado”, explica o presidente da Rio Pardo Vivo.

Parceria com produtores – A mecânica do Projeto Nascentes envolve uma parceria direta com cada propriedade, que ganhará um projeto de acordo com suas necessidades e potencialidades, além do monitoramento da Rio Pardo Vivo. “Fazemos uma parceira com o produtor rural, porque ele é também produtor de água. As nascentes perenes de sua propriedade contribuem para a produção de água para o rio” diz Ca-

Para participar do projeto, o produtor deve entrar em contato com a ONG Rio Pardo Vivo. “Nós fazemos uma vistoria no local e traçamos um reflorestamento lateral, contemplando todo o trajeto da nascente, para aumentar o potencial de geração de água”, explica Cavalchuki. Na Fazenda Botelho, que tem um grande potencial de nascentes, mesmo já tendo toda a reserva necessária, o proprietário Lorival Botelho, decidiu aumentar a área de floresta para, consequentemente, ter mais reposição e disponibilidade de água. “Nós precisamos de água. E quando você melhora as nascentes e as matas ciliares, melhora também o microclima da propriedade. Se todo mundo fizer isso, melhora para todo mundo, em épocas de seca, de clima muito quente”, afirma o proprietário da Fazenda Botelho Floresta e água a baixo custo – Ao aderir ao Projeto Nascentes da ONG Rio Pardo Vivo, os proprietários rurais têm uma grande economia na reposição e ampliação das matas nativas em torno de nascentes, pois todas as mudas são doadas pelo projeto. Há também o trabalho de monitoração, que é feito gratuitamente. “O que estamos fazendo aqui na Fazenda Botelho ficaria na casa do R$ 300 mil”, estima Cavalchuki, explicando


que a formação de uma árvore, da muda até o tamanho adulto, é de cerca de R$ 22,00. Naturalmente, o produtor arca com custos internos, como o preparo das covas, o plantio e a manutenção das mudas, que em muitos casos envolve uso de adubos e herbicidas. Esse custo, no entanto, se dilui a médio com o aumento da disponibilidade de água que a propriedade passa a ter sem prejudicar o rio. “O investimento vale a pena com certeza”, afirma Lori. Como em todas as propriedades onde é realizado, na Fazenda Botelho o trabalho prático, de reflorestamento está sendo executado pelos próprios funcionários, sob a liderança do administrador da propriedade, Renato Cracco. “Nós cuidamos da preparação do solo, do plantio e da manutenção, porque o tempo está seco, tem que regar, evitar o ataque de formigas. É um manejo detalhadoque requer atenção diária para que se forme a floresta”, explica. “Temos que incluir essa atividade à nossa rotina”, afirma Renato. “Isso vai nos garantir abundâcia de água no futuro”, afirma. Mais água, mais lucro – Engana-se quem pensa que aumentar a área de reflorestamento, significa diminuir a rentabilidade do agronegócio. “Não há perda de produtividade com o reflorestamento, porque o potencial hídrico traz muitos ganhos na produção”, afirma Cavalchuki. O proprietário da Fazenda Botelho concorda.“Todo mundo tem um pedaço de terra que não está usando muito e que pode ser usada para reflorestar. Isso não vai fazer diferença na área produtiva, mas vai fazer muita diferença na disponibilidade de água para a fazenda e para o município. Cavalchuki também destaca as vantagens financeiras adicionais que a geração de água representa para uma propriedade. “O proprietário pode obter um certificado de produtor de água e conseguir

ajuda do governo para ganhar royalties como produtor de água”, diz. Novo agro – Ações como o aumento de matas, recuperação de nascentes e introdução da agricultura sintrópica são tendências que vieram para ficar no segmento agro. Elas ampliam não apenas a potencialidade de produção de qualidade a custos mais baixos, mas também o valor da propriedade graças aos benefícios dessas práticas para a qualidade do solo. “Onde se tem florestas, onde se tem mata nativa abundante, se tem diversidade, se tem riqueza. Muitos agroempresários em todo o planeta já lucram não apenas com uma produção mais equilibrada, a custos mais baixos, sem tantos gastos com produtos químicos, mas também com a riqueza da biodiversidade”, afirma o Cavalchuki. O presidente da Rio Pardo Vivo, sugere que os produtores que ainda não despertaram para essa tendência se informem a respeito. “Basta se fazer uma pesquisa no Google para se deparar com grandes e pequenas produções, todas ancoradas nesses novos conceitos, que na verdade resgatam a agricultura que era praticada antes da metade do século 20”, reflete Cavalchuki, referindo-se ao movimento que se estabeleceu em todo o mundo após a segunda guerra mundial, onde o agrotóxico fabricado para o combate bélico passou a ser usado na agricultura com a prerrogativa de se aumentar a produtividade. “Hoje, passados mais de 60 anos, sabemos que o caminho da química no campo o esgota, onera a produtividade, seja em qual escala for, e significa um problema para a saúde humana e do planeta”, alerta o ambientalista que foi premiado pelo governo paulista por seu trabalho em defesa do Rio Pardo que envolve recuperação de nascentes e matas ciliares. além de estar à frente do movimento que reivindica leis de proteção permanente de toda a extensão de 264km do rio Pardo.

foto: Flávia Rocha | 360

foto: Luiz Carlos Cavalchuki | ONG Rio Pardo Vivo

* O agroempresário Lori Botelho e a esposa Yone ensinam o neto Matteo que plantar árvores é essencial para se manter o equilíbrio ambiental e garantir a produção agropecuária *

* Renato Cracco, administrador da Fazenda Botelho, e Luiz Carlos Cavalchiki, da ONG Rio Pardo Vivo à frente do reflorestamento que vai aumentar ainda mais a mata nativa da propriedade, garantindo abundância de água para as atividades do agronegócio e contribuindo também para o abastecimento do município e região *


12 • acontece

Quando a arte imita a vida Depoimento de equipe externa reporta o diferencial de uma empresa do interior que decide investir em cultura envolvendo toda a sua comunidade

foto: Bruno de Marchi | CCSDog

Fizemos um filme que tem a cidade. Todas as locações, o elenco e muitos profissionais da área técnica também. O Daniel Simpson, produtor executivo, foi um dia na empresa e fez um discurso emocionado, dizendo que o Centro Cultural e a Special Dog deveriam fazer um workshop para empresas de São Paulo, do Rio, do Brasil aprenderem como lidar com as relações, com o profissionalismo, com as verbas, com a ética. A Special Dog é muito diferente.

Tive toda liberdade para criar uma história. É fascinante isso para um roteirista. O universo conspirou o tempo todo a favor dessa produção cinematográfica, porque havia muita gente envolvida com amor, com vontade de fazer uma obra inesquecível e sem medir esforços. Uma verdadeira mágica que de um papel foi crescendo e agregando dezenas, centenas de pessoas maravilhosas com talento, profissionalismo, dedicação e principalmente amor. Como eu disse para o Joel (produtor de imagem que arregimentou toda a equipe), a produção de “O bem sempre retorna” é um filme dentro do filme. Tudo o que aconteceu por trás dos bastidores é uma incrível história de Natal.” Luciana Gonçalves, roteirista “Fui avisando pelo meu produtor, que meu nome estava aventando num projeto bacana de ficção no interior e eu adoro o interior, adoro essa quebra de barreira, de paradigma, de sair do eixo. Eu amo trabalhar viajando. A gente consegue juntar as duas coisas, conhecer um pouco da cultura de outros lugares e também fazer essa integração.

* Luciana Gonçalvez na avant premiere do filme “O Bem Sempre Retorna, com ator Oswaldo Eugênio ao fundo. Acima, a partir da esquerda, o diretor de produção Daniel Oliver Simpson , o diretor Telso Freite e o produtor e montador Joel Jota Junior * O filme é um conto de Natal da cidade. O cenário é a cidade, o elenco é a cidade, o objeto é a cidade, a figuração é da cidade. É tudo aqui. Criamos uma amizade tão grande, que trouxemos nossos famílias para a o lançamento. Foi o meu Natal.” Telso Freire, diretor “O pessoal da Special Dog e do Centro Cultural são pessoas fora curva. A maneira como eles tratam o ser humano, o carinho, o respeito, isso é uma coisa muito diferenciada. O Telso, diretor do filme, me confidenciou que ele pensou, no primeiro momento: “tá, eu to acostumado, o pessoal do interior é mais receptivo que o pessoal da capital, sem grandes surpresas”, mas a partir do momento que pisou aqui, conheceu o Centro Cultural, con-

heceu a Juliana e toda equipe dela, ele veio falar comigo “Joel, é realmente fora da curva”. E o que aconteceu nesse projeto foi quase um milagre de Natal, porque o prazo era muito curto, tinha muita coisa a se fazer com muito cuidado técnico, com muito cuidado artístico, com muita responsabilidade. E teve uma integração muito legal entre as equipes de São Paulo e de Santa Cruz, tudo fluiu de uma maneira que foi mágico. Essa é a verdade.” Joel Jota Junior, videomaker e produtor “A princípio, pra mim, era só mais um trabalho, um trabalho pequeno. Mas aí eu fui me informando sobre o Centro Cultural, sobre o trabalho que fazem e fui ficando muito interessado e fascinado,

foto: Flávia Rocha | 360

“O dia estava começando a clarear quando ouvi um pássaro cantando. Um canto bonito, cheio de esperança. Parecia um sinal e então surgiu uma frase na minha mente: “o bem é como um passarinho, que sempre retorna para o seu ninho.” A partir dessa frase, minha cabeça voou e como meu coraçãotrabalha junto com a minha imaginação, a história foi surgindo com a força de um milagre natalino.

O diferencial desse projeto é que o Centro Cultural Special Dog está formando sua personalidade. Depois de sete anos, está começando a transformar de fato a cidade, a ajudar a cidade a transformar seus jovens e eus futuros formadores de opinião. E o cinema é fundamental nessa hora, tem um poder transformador, é considerado a sétima arte. Envolve trabalho com música, fotografia, com as artes cênicas, artes plásticas. Eu até brinquei que nada aconteceria se não fosse a arte das relações.

foto: Flávia Rocha | 360

Era para ser uma matéria sobre o filme que o Centro Cultural Special Dog estava prestes a lançar. Aí virou uma reportagem sobre os sete anos do braço cultural de uma das maiores empresas do segmento pet do país. Então, avaliei que era sobre a maneira diferenciada da empresa fazer as coisas acontecerem que eu deveria tratar... No final das contas, ao entrevistar os “forasteiros” da produção que leva assinatura do Centro Cultural Special Dog, tem uma diretora executiva local, a gerente do CCSD, Juliana Pereira Manfrim, contou com uma equipe técnica minada de profissionais da cidade e da região, como a professora de canto e coral Daniele Montuleze e o produtor musical Renato Nelly, ambos de Ourinhos, e quase todo o elenco, incluindo três protagonistas infanto-juvenis, coadjuvantes e figurantes, da própria cidade, entendi que, pela primeira vez, eu deveria me eximir de alinhavar o texto. Ele foi escrito integralmente por meus entrevistados.

porque é uma coisa tão inédita, tão ímpar o que fazem. Eu fiz o trabalho com muita satisfação, acabei me envolvendo muito. Acabou sendo mais que uma mera participação. Aí fiquei sabendo que ia ter uma estreia e quis assistir e conhecer. Eu fiquei fascinado. Eu fiquei muito emocionado de ver essa possibilidade acontecendo aqui. Eu fico imaginado se a gente tivesse em cada cidade de 50 mil habitantes uma iniciativa dessas, provavelmente a gente seria uma potência de produção e de exportação de cultura e de produção de riqueza. Eu me senti na Alemanha, na Inglaterra. Na Alemanha tem companhias de dança, de ópera, de teatro em pequenas cidades,


foto: Bruno de Marchi | CCSDog foto: Bruno de Marchi | CCSDog

mática, é saber viver num país capitalista de uma maneira legal onde as pessoas tenham acesso à riqueza cultural, social, à interação. Isso que o Centro Cultural Special Dog faz é um exemplo, é um case. Devia se estudado, adotado pelas cidades.”Leonardo Medeiros, ator foto: Flávia Rocha | 360

O interior de São Paulo é uma Bélgica, é muito poderoso e rico. Estatisticamente a gente sabe que pra cada R$1,00 que você investe em cultura voltam R$5,00 pra cidade. Então, não é só uma questão pequena, ideológica, nada disso, é mate-

A produção do Centro Cultural Special Dog em substituição à sua tradicional Cantata de Natal, impedida de acontecer por conta dos resquícios da pandemia, tem apoio do PROAC (Programa de Ação Cultural) do Estado de São Paulo. Em cena, todos os atores e figurantes, à exceção do personagem Sr. João, o pipoqueiro, interpretado pelo ator Oswaldo Eugênio, são moradores da cidade em sua primeira experiência cinematográfica. O filme traz os alunos de circo do CCSD, Breno Ryan Sesca (Pedro), Julia Moraes Cordeiro (Carol),

* O ator Leonardo Medeiros, que fez a narração, com Juliana Manfrim no Centro Cultural Special. Ventindo a camisa *

foto: Flávia Rocha | 360

É emocionante porque a gente percebe o potencial que a gente tem no país. É uma coisa espetacular. Porque a gente tem um empresariado meio tacanha, a gente tem uma crença popularizada que a cultura é uma coisa menor. E a gente sabe, estatisticamente, que a cultura é um setor vibrante da economia, que não pode ser tratado assim como uma coisa me-nor. No auge da produção cultural no Brasil a gente significava 4% do PIB, girava mais que a indústria farmacêutica.

Sinopse: “O Bem Sempre Retorna” é um filme sobre a aventura de três crianças que acabam despertando o espírito natalino de uma pequena cidade, ao criar uma ingênua surpresa para alegrar o velho pipoqueiro da escola, sem trabalho por causa da pandemia. O que ninguém esperava é que, quando os corações se unem, a magia do Natal acontece, transformando a ação infantil em um milagre que vai mudar a vida de todos os personagens. Afinal, o bem é como um passarinho que sempre volta para o seu ninho.

foto: acervo pessoal Juliana Manfrim

que são as melhores do mundo. A Inglaterra também é muito vibrante. São dois países que eu conheço mais, que têm um interior muito vibrante, toda pequena cidade tem uma companhia de teatro profissional. E a gente vê um projeto desse aqui, com essas pessoas desprendidas que, a princípio, fazem investimento na cultura meio a fundo perdido, querendo ajudar, querendo oferecer qualidade de vida, mas a gente sabe que o retorno que isso dá também ao longo prazo é muito grande. Porque além de melhorar as pessoas, a qualidade de vida da cidade, as habilidades sociais, cria uma relação de afeto e de amor com a cidade, com a empresa.

O Bem Sempre Retorna Raissa Martins Pedroso (Rafa) em sua primeira incursão pelo cinema com grande desenvoltura e carisma. “Já que realizar a cantata seria inviável, decidimos fazer um filme que trouxesse a cidade para toda a cidade. E temos agora uma linda história de Natal”, conta Juliana Manfrim, diretora executiva da produção e gerente do Centro Cultural Special Dog. “A finalidade do Centro Cultural é retribuir para a cidade tudo que ela nos proporciona. Somos daqui, somos nascidos aqui, criamos nossos filhos aqui. É gratificante ver essas crianças e jovens envolvidos com uma formação artística abrangente, podendo experimentar cada vertente da arte, ver nossos colaboradores no filme, nossa cidade na tela”, firma Erik Manfrim, CEO da Special Dog Company. Com apresentações realizadas entre 18 e 20/12 em locais públicos de Santa Cruz do Rio Pardo, cidade que compões todo o cenário do filme de 15 minutos, “O Bem Sempre Retorna” estará em breve no canal da Special Dog no Youtube. Fique ligado!


14 • meninada

Sol de ferver

arte: Sabato VIsconti

Quase verão e o sol queima a pele de quem não se protege. Pingo, que é bem sabido, procura o caminho das sombras. Alvinho recebe sempre reclamando o protetor solar que sua mãe passa em sua pele quando ele sai no sol. Na casa do Alvinho não há piscina, mas na do Lisinho, seu vizinho, tem. “Tigum” pulam Alvinho e Lisinho enquanto Pingo não tira os olhos dos dois e corre em volta. Nessas horas ninguém se lembra do sol que não perdoa e queima sem dó. Pingo acostumou-se a brincar com esguicho de água quando Alvinho lava o carro de seus pais e, em volta da piscina, recebe muita água da brincadeira dos amigos e adora! Au! Au!

Encontre no diagrama 47 palavras positivas para termos um Feliz 2022

AFETO - AJUDA - ALEGRIA - ALTRUÍSMO - AMIZADE - AMOR - BONDADE - CALMA CARIDADE - CARINHO - COMPREENSÃO - DIÁLOGO - DOAÇÃO - EMPATIA ESPERANÇA - ÉTICA - FRATERNIDADE - FÉ - FORÇA - GENEROSIDADE - GENTILEZA GRAÇA - GRATIDÃO - HARMONIA - HONESTIDADE - HUMOR - JUSTIÇA - LEVEZA OPORTUNIDADE - OTIMISMO - PACIÊNCIA - PERDÃO - PROSPERIDADE RESILIÊNCIA - RESPEITO - RISO - SABEDORIA - SAÚDE - SOLIDARIEDADE - SORTE SUCESSO - TERNURA - TOLERÂNCIA - TRABALHO - UNIÃO - VENTURA - VERDADE

S I E D A D E I R A D I L O S I A J A

O H N O I U G R E S P E I O Ã D R E P

E L C P N F R A T C R C E H C E R U C

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R D E D E U I D E Z O T L H N E O D I

E O P A O T N S A N E A U E G E T A D

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G A G F E G O S E R T A E A Z Ã P N E

P R O S P E R I D A D E R H R O S A B

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L D A O I C R A U T D Z M E D E A O M

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L D R F U Ê Ç S Z E N Ç O A A I E L I

B E B R O I A I A Ç D N A C I T E V M

H J A U P C M O H R J U D A J B I F I

I N Ç F R A T E R N I D A D E R U A T

A Z R E O P I A L T R U I S M O E L O


15 • bem

viver

O seu olhar traça a sua vida Sabe a célebre frase “Não sabendo que era impossível, foi lá e fez”? (do cineasta e escritor francês Jean Cocteau, que vivem entre os séculos 19 e 20). Acho que ela traduz o recado de final de ano e início de um novo ciclo da terra em torno do sol. Porque muita gente se apega demais à uma palavrinha danada de ruim, que coloca as pessoas para baixo, atrai o desânimo e pôe planos por água abaixo. Você consegue adivinhar qual é? Vamos lá. Imagine que você trabalha o dia todo, cuida dos filhos, faz um curso à noite e nas horas vagas ainda ajuda seu marido na contabilidade do pequeno ne-gócio que ele toca sozinho. Aí aparece um trabalho extra, temporário, que pode dobrar a sua renda mensal, mas que exige ser conciliado com toda a sua carga de atividades. Ou então vamos supor que você estuda numa escola pública, seus pais estão de-

arte: Pixabay.com

um celular último modelo, mas não trabalha e todo dinheiro que cai na sua mão, você dá para a sua mãe pagar o curso que você faz e vai durar anos.

sempregados, você tem cinco irmãos mais novos para cuidar o dia todo e sua casa está em manutenção. Nessa situação de desordem e carestia, você descobre que tem uma bolsa de inercâmbio para os Estados Unidos para tirar a maior nota dentre mil candidatos. Mudando a situação, você quer comprar

Saindo da esfera material, você tem mais de 60 anos, está bem acima do peso, não tem grana. E sonha ser um atleta do pedal. Ou então, você está concorrendo a uma vaga de emprego com dezenas de pessoas mais experientes e com diplomas e cursos.

Qual a chance de uma coisa ou outra acontecer? Ah, isso aí, difícil!!! Difícil, né? Muito difícil. Pois aí reside o seu olhar. Tem gente que, diante de qualquer desafio, não pen-sa no quanto ele é difícil de ser superado, ou que diante de uma me-ta, não pensa como ela dificilmente será alcançada. Há pessoas, muitas aliás, que já partem para

um plano de ação. Elas não perdem tempo com em avaliar se é difícil ou não. Elas vão à luta. Para ser assim também, é preciso colocar o seu olhar, a sua energia, o seu pensamento, na busca por caminhos, ideias e formas de vencer cada obstáculo. Essa virada de chave do cérebro muda tudo na vida da gente. Em vez de ficar ali, patinando, limitados pelas dificuldades, atolados na inércia da preguiça, do medo que o que parece difícil nos impõe, podemos simplesmente não pensar nisso. E sim, juntar todo o desejo pelo que se quer e porcurar alternativas para hegar lá. Você consegue perceber a diferença entre vencer obstáculos e encarar dificuldades? Então é isso. Em 2022, risque essa palavra soturna do seu vocabulário. Quando for pensar na dificuldade, pare. respire e pense: como eu vou chegar lá?


Jornal 360 • Gostoso de Ler


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