Jornal 360_ edição 189 _ outubro 2021

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acontece_ Porque devemos nos vacinar sem titubear. As razões impositivas do bem de todos acima do indivíduo •p3

meio ambiente_ Uma aula sobre a importância dos livros com o professor Pirolli, doutor sobre a bacia do rio Pardo •p14

meninada especial__o caderno do universo infantil traz o resultado do concurso Era uma vez... seu pet no 360

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nº189 ANO 16

Outubro21

Grátis!

Animais de estimação têm o direito de viver sua natureza foto: Flávia Rocha | 360.

Circulação Mensal: 3 mil exemplares Distribuição: • Águas de Santa Bárbara • Areiópolis • Assis • Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira César • Chavantes • Espírito Santo do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos • Palmital • Pardinho • Piraju • Santa Cruz do Rio Pardo • São Manuel • São Pedro do Turvo •Timburi Rodovias: • Graal Estação Kafé • RodoServ • RodoStar Versão On line:

Jornal 360

Criar um animal doméstico implica proporcinar a ele uma rotina que respeite sua essência animal e de sua raça. A border collie Boneca viveu por 10 anos tendo o direito a brincar e correr pelos campos desde bebezinha. Com toda segurança, ela teve garantido seu direito de fazer o que gostava.

Ainda é tempo de usar o mais eficiente meio de se evitar contágio: USE MÁSCARA!


2 • editorial

Existência

Do Latim Existentia, condição de tudo que tem vida; modo de viver; presença; Da célebre frase de Descartes, “penso, logo existo”, apresentada pelo filósofo francês como a única verdade absoluta, ao verso da linda canção de Caetano Veloso, “existirmos, a que será que se destina”, a existência é algo que deve valer a pena. Pensar a respeito da própria vida quando se é adulto e cuidar para que crianças possam ser educadas para poderem desenvolver essa capacidade de pensamento conforme forem crescimento deve ser o norte de cada pessoa.

Salmos 146 VS 8

Esta edição do 360 nos traz crianças e animais domésticos como tem central, como vemos em nosso encarte MENINADA ESPECIAL e na seção BEM VIVER. O primeiro, reproduzindo fotos de pets, como agora chamamos nossos animais de estimação, com crianças e em meio à natureza, dois universos que certamente são capazes de deixar qualquer cão ou gato muito feliz. A segunda, explorando a capacidade desses seres tão fáceis de nos cativar em tornar nossa existência muito mais equilibrada emocionalmente, desde que respeitemos e zelemos pela vida deles. Qual é o seu papel no mundo? Não é preciso ser um rei, um prefeito, um juiz, um médico, um professor, que cumprem importante papel social, para ter uma missão nobre na vida. Também um empresário, um agente social e produtor rural têm uma nobre missão na vida, pois podem melhorar ou piorar a vida de muitas pessoas. De fato, qualquer um pode ter a nobreza do existir quando coloca o coletivo acima do individual, como bem nos lembra a matéria da seção ACONTECE, destacando que a decisão de ser vacinado é imperativa por proteger toda a população do vírus que continua vitimando milhares de pessoas. Afinal, apesar da retomada de muitas atividades que envolvem o agrupamento de pessoas, chegamos ao número absurdo de 600 mil mortos. E ainda morrem mais de 500 pessoas por dia no Brasil. Isso deve ser motivo suficiente para que se deixe de lado questões pessoais e se vacine em defesa da vida de todos. Tirar a importância do coletivo do horizonte de uma existência certamente a deixará vazia. Um escritor, um músico, um pintor, não busca apenas produzir algo para sua satisfação pessoal. Alcançar mais e mais pessoas, tocar mentes e corações é o objetivo intrínseco de toda ação cultural. E esportiva também, pois o mérito de um gol exige torcida. Sem ela, de que vale uma vitória?

foto: Flávia Rocha | 360

Viver apenas pensando no quanto se vai lucrar, no quanto se está acumulando riquezas, no quanto se está adquirindo conhecimento, no quanto está se divertindo sem ter um compromisso com o que se faz no mundo torna-se um caminho, muitas vezes sem volta, onde o egoísmo, o individualismo e o consumismo turvam a consciência do existir. Do ser e estar.

Ora ação!

“O Senhor abre os olhos aos cegos; o Senhor levanta os abatidos; o Senhor ama os justos”

* Boneca, minha border collie, considerada a raça mais inteligente do mundo, aproveitou cada um dos minutos de sua existência. Manteve-se criança até seu último dia. foi alegre, foi brava, foi feliz. Correu, pulou, brincou, nadou, dormiu, rosnou, latiu, babou, lambeu e amou muito seus pais e sua avó * Acreditar que o acúmulo material pode substituir a admiração, o reconhecimento e a gratidão de uma existência voltada para o bem estar coletivo é pura ilusão. E muitas vezes, vive-se sem conseguir despertar do aprisionamento do consumo e da ostentação. Certamente, não é caso do professor Edson Pirolli, doutor em meio ambiente que não nega ajuda voluntária para ensinar a todos sobre a importância da preservação de nossos rios e as medidas para que isso ocorra, como ele mais uma vez nos ensina em MEIO AMBIENTE. Até mesmo as receitas da edição cumprem uma visão coletiva. Além de fáceis de fazer, são acessíveis e aptas a serem recriadas com o que setem disponível, acrescentando aqui, alterando ali, de modo a agradar a diferentes paladares e aproveitar todos os alimentar. Veja em GASTRONOMIA. A edição também traz, em PONTO DE VISTA , a disposição de nossos colunistas partilharem seu saber com nossos leitores, de modo a promover o livre, porém embasado, pensamento. Para encerrar, uma homenagem a toda a imprensa que ainda cumpre a missão de informar ancorada na verdade, sem subserviências políticas ou econômicas, como consta em nossa contra-capa onde destacamos o Prêmio Nobel da Paz 2021 concedido a dois jornalistas por cumprirem com o desafio de informar defendendo os direitos de seus povos. Boa leitura! Flávia Rocha Manfrin | editora c/w: 1499846-0732 • 360@jornal360.com

e xpediente O jornal 360 é uma publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados. Tiragem: 3 mil exemplares. Distribuição gratuita. RedaçãoColaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diagrmadora e jornalista responsável | Mtb 21563›, André Andrade Santos e Paola Pegorer Manfrim ‹colaboradores›, José Mário Rocha de Andrade, Fernanda Lira e Angela Nunes ‹colunistas›, Sabato Visconti ‹ilustrador›, Odette Rocha Manfrin ‹receitas e separação›, Camila Jovanolli ‹transcrições e comercial›. Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Endereço: R. Cel. Julio Marcondes Salgado, 147 - 18900-007 - Santa Cruz do Rio Par-do/SP• 360@jornal360.com • cel/whats: +551499846-0732 • 360_nº189/outubro2021


3 • acontece

Para quem resiste à ideia de tomar a vacina contra a Covid-19 por algum motivo pessoal, vale ponderar que a decisão não afeta só a só vida, mas a situação de todo o país.

Tomar vacina é agir pelo coletivo imagens: pixabay.com

Uma coisa é inegável: a vacinação em massa é a única forma que o ser humano encontrou até os dias atuais para evitar que uma doença contagiosa e fatal não coloque fim à humanidade. A vacina também é usada em caso de doenças que mesmo não transmissíveis, podem deixar graves sequelas, como a poliomielite. Toda e qualquer vacina é criada para aumentar a resistência do organismo a uma doença. E só ela é capaz de nos manter saudáveis para convivermos em grupo, para ir e vir mundo afora. Em todos os países há exigências sanitárias de vacinação. Isso não é uma novidade, muito menos autoritarismo. Isso se chama vigilância sanitária. Porque nenhuma das doenças desaparece. Os vírus continuam por aí. É a capacidade de defesa de cada um, adquirida pela vacina, que impede que o vírus tome conta da situação, faça vítimas e adoeça uma população. Vacina contra sarampo, caxumba, gripe, caratapora, febre amarela, meningite, tétano. Quantas doenças poderiam ter nos

abatido se não fosse um rigoroso e eficiente sistema de vacinação? Você sabia que num restaurante, o cozinheiro deve tomar vacinas contra tétano, por exemplo? Você sabia que para visitar o Peru, tem que estar com a vacina de febre amarela válida? Sim, porque muitas vacinas têm prazo de validade. Precisa de novas doses. Muitas não, você toma uma só vez e está protegido. A vacina contra a Covid-19 não foge a essa regra. E o fato de ter sido desenvolvida tão

rapidamente só prova o quanto o mundo está equipado de tecnologia e cientistas hábeis em trabalhar de modo a criar algo suficientemente seguro para a vida humana e capaz de conter a propagação em massa de uma doença. Qualquer teoria contrária à vacinação é revestida de uma questão muito importante: o egoísmo. Afinal, quando muitos não tomam a vacina, por qualquer justificativa, estão comprometendo o controle sanitário de toda a comunidade.

Felizmente a maioria está tomando vacina, mas já são mais de 17 milhões de brasileiros que não tomaram a segunda dose. E estima-se que sejam 10% da população, ou seja, mais de 20 milhões de pessoas, os que não pretendem tomar a vacina, segundo pesquisa realizada pela O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) em janeiro deste ano. Os dois grupos representam um número gigante de pessoas, maior do que algunas países. Juntos então, toran-se alarmante a atitude desses milhões de brasileiros em relação a toda a população, que continuará exposta ao risco. Lembre-se: mesmo com uma queda significativa, no número diário de mortos, já são 600 mil óbitos no país. Se você ainda não tomou as doses de vacina, está contribuindo para isso. Por essa razão coletiva, não cabe a ninguém deixar de se vacinar. Então, para não se tornar um agente que coloca a vida dos outros em risco, vacine-se. E, até que seja necessário, não se arrisque: use máscara!


de vista

*Fernanda Lira Quem costuma ler meus artigos sabe que além de amar o interior, eu adoro entretenimento. Aquele das séries, dos filmes, das novelas e dos programas que assistimos na televisão. Há um bom tempo, só a vejo on lime vários itens da programação, o que nem sei se é algo inteligente de se fazer, afinal, corre-se ao risco de se fechar num certo mundinho, abrindo-se apenas para o que se gosta. Nunca achei esse um bom caminho de se viver, afinal, pode-se perder muitos tesouros ao se tirar de cena o que aparentemente ou inicialmente não se gosta. Porém, o tema desta conversa é outro. É sobre olhar adiante quando se envolve em um trabalho. Não como o sonhador, que nem se dá conta do que lhe impõe cada passo, mas vai vivendo achando que de qualquer jeito vai chegar lá. Isso é muito arriscado, embora um modo idílico, portanto belo, de se viver. Também não é este o tema da conversa. Assisto ao The Voice Kids, uma linda competição de vozes onde a única coisa que me desgosta é o fato de não poderem virar as cadeiras para todos. Passada talvez metade do programa (ainda não terminei de ver, estou no programa do dia 12/09/21, assisto aos quatro finalistas de cada um dos times. Todos muito bons, tudo muito bem, mas eis

O melhor é aliar razão e coração Ao reunir cantores tão diferenciados, num universo onde todos os candidatos são muito bons desde o início, Michel Teló mostra foco. O foco de ser ele o campeão, ou não teria se tornado vencedor 5 outras vezes, o foco de selecionar o melhor time, de modo a abrir realmente uma porta no setor para o futuro. Porque é preciso mesmo preencher muitos pré-requisitos para se destacar nas artes. Não só nas artes, mas em qualquer questão que envolva a nossa rotina, o nosso trabalho, a nossa missão e tudo o que se almeja realizar.

imagem: instragram de Michel Teló

4 • ponto

que vejo o inevitável: a superioridade do time do músico e cantor Michel Teló. É gritante como o conjunto de jovens e mirins cantores que o representam é superior aos dos dois outros conjuntos de finalistas, dos outros técnicos, no caso o incrível Carlinhos Brown, cuja presença já vale passar tempo assistindo ao programa, e a liberta (exceto no vestuário, pois se prendeu em trajes plásticos e amarrados numa época que todos buscam a fluidez do que é sustentável e sem fronteiras e amarras –vista roupas mais livres e brasileiras, Gabi!) Amarantos.

É fácil encontrar predileção nos times de Brown e Gabi. Não no caso do time de Michel Teló, que aliás deixa claro conforme se apresenta que as demais etapas deveriam levar os quatro adiante, para ser realmente justo. Como a dinâmica não é essa, talvez ser parte do time dele não seja a melhor forma de chegar à final. Porém, o que quero falar é da capacidade de Teló em chegar ao que de melhor o programa tem a oferecer. E aí há muito justo e valioso.

Desta vez, a crítica foi ao meu artigo da edição 188, onde questiono quem ainda apoia o atual presidente. Então vamos lá, aos caríssimos leitores Jonathan Silva, que procurou o jornal por telefone, e Ugo Pasqualini, que enviou um e-mail ao jornal. Vamos aos esclarecimentos: 1- O 360, como informou quem lhes atendeu por fone e email, não cobre assuntos políticos. 2- Como em qualquer jornal, profissionais ou até mesmo pessoas que não são jornalistas, quando assinam uma coluna, como é o meu caso, escrevem ali o que bem entenderem. Esse é o trato quando se acerta um trabalho dessa natureza. Você assina e responde pelo conteúdo que o jornal publica no espaço que lhe concedeu. E, por isso, sou eu a responsável por cada linha de pensamento que aparece com a minha assinatura na seção “Ponto de Vista”, onde eu publico meus artigos. Como o próprio da seção determina, a cada mês eu trago um ponto de vista. Todos envolvendo o comportamento humano. Essa é a minha linha de produção para a coluna do 360. Nela desenvolvo um ponto de vista sobre comportamento a partir do que ouço, leio, assisto e observo da atualidade, questões que,

Quanto ao meu esquerdismo, isso também não vem ao caso, mas se os leitores querem saber, sou uma humanista. Eu penso sim no melhor para todos, sempre. Ou não escreveria (voluntariamente, no caso deste jornal) sobre comportamento humano. Eu me ocupo de procurar promover uma melhoria constante no comportamento humano. A começar pelo meu. E a buscar que isso ocorra mais e mais, afinal, sou uma comunicadora.

acredito, mereçam ser questionadas, ser alvo de reflexão. Afinal evoluir envolve refletir. A respeito do artigo “Por que você ainda apoia o presidente?” (360_ed188/set21), tema das críticas dos dois leitores, é importante destacar que não se trata de uma manifestação de minha visão política. O que penso nesse sentido, não vem ao caso, não escrevo aqui com este fim. Também não se trata de uma crítica ao atual presidente da república. Isso seria chover no molhado e creio que há muitos colegas jornalistas fazendo isso com toda a competência e propriedade em outros veículos de comunicação.

*Nota da autora: “maratonei” o programa e não deu outra: Teló foi consagrado hexacampeão com a vitória doe um notável cantor mirim Gustavo. *jornalista paulistana que adora o interior

Resposta aos leitores As pessoas gostam mais de criticar do que de elogiar. Elas se mobilizam muito mais para se manifestar quando é para se opor. E eu acho isso muito bom. Ou não seria uma jornalista.

Essa capacidade de olhar além. buscando um objetivo. sabendo ou tentando dar. da melhor forma, cada passo, desde o início, é um ensinamento. E isso me faz parar aqui para que você faça o mesmo que pretendo fazer agora: pensar no que almejo e o quanto estou dando um foco não apenas de fé e de amor, mas também de objetividade, ou seja, de pensamento, intuição, raciocínio... a cada um dos passos a seguir.

Na verdade, o texto faz um questionamento à nossa sociedade. Para o que, ao se apoiar o atual presidente da República do Brasil a essa altura dos acontecimentos, as pessoas se firmam ao não se importarem com tantos males que contabilizamos desde que ele tomou posse. Males gigantescos para as atuais e futuras gerações, vale dizer. Males reconhecidos no mundo todo, também vale dizer.

que as pessoas morram, o mal de não se importar que a pobreza extrema aumente, o mal de devastar nossa diversidade ambiental afrouxando leis e fazendo vista grossa à exploração irregular e à matança de povos nativos, o mal de mentir descaradamente e fazer da mentira um palanque para conquistar apoio, o mal de não se importar que as pessoas matem, sim, porque ninguém quer autorização para usar armas para se distrair em clubes de tiros. Isso já é autorizado. É para matar mesmo.

O artigo pretendeu questionar porque ainda há quem se deixe levar pelos discursos vazios, enganosos e irresponsáveis do presidente, algo inadmissível para quem ocupa um cargo dessa natureza. O artigo questiona quanto se está deixando de considerar todo o mal que o presidente promove. O mal de não se importar

Essas são questões que qualquer pessoa que ainda apoia o atual presidente deve tentar responder, para si, em seu foro íntimo. Porque isso tudo que escrevi não é opinião, isso são fatos. Fatos que quem apoia o presidente está, inevitavelmente, corroborando, ou seja, assinando embaixo.

Vale ainda informar aos caros leitores, que fosse qual fosse o partido ou a ideologia do atual presidente da república ou de qualquer um a ocupar cargos públicos que agisse como ele age, eu estaria claramente contra sua permanência no cargo por todo o mal que ele promove. Resumindo, não é preciso ser de esquerda, muito menos do PT, para ser contra o atual presidente da República. Basta não perder o bom senso, algo que pode acontecer com qualquer um. Seja por um porre que dura algumas horas, seja pelo fanatismo irracional. Caiam na real. Tirem sua carapuça do “mito” (sic), leiam sem preconceito. Reflitam! A melhor opinião é aquela formada com a mente aberta, sem preconceitos. Quero, finalmente, agradecer aos leitores que dedicam seus olhos aos meus escritos. E podem criticar sempre. Estamos aqui para isso também! Fernanda Lira


Com exceção das pessoas com poder aquisitivo alto, conviver com pessoas de outro país era um evento raro em minha infância e adolescência. Cursei a faculdade na década de 1970 e só havia brasileiros. O Brasil era um país isolado do mundo e, a não ser pelos livros, os filmes, as músicas, os jornais, a TV e as pessoas abastadas que viajavam ao primeiro mundo trazendo novidades, não havia contato com outros povos, outras culturas. Sob a influência da França regida por Luiz XIV, o Rei Sol, o francês chega às classes privilegiadas no Brasil, assim como a gastronomia, a cultura, o vestuário. No século XVIII, no Rio de Janeiro, as mulheres usavam espartilho de barbatanas de aço que apertavam o corpo e diminuíam a cintura e, sob uma temperatura de 40°, usavam roupas iguais às que haviam visto em Paris. Os homens usavam colarinhos altos, jaquetas, sobretudos, cartolas, luvas, polainas, monóculos. Passeavam na Rua do Ourives, hoje Travessa do Ouvidor, onde havia 66 joalherias, uma ao lado da outra. O galicismo, palavras de origem francesa por nós adotadas, enriqueceu nosso vocabulário: abajur, batom, bidê, bufê, buquê, cabaré, cachê, camionete, carnê, chalé, chantagem, chique, chofer, complô, crochê, croarte: Sabato Vusconti

A cara da minha terra

nha, nossa cara está em nossa música, nos Tom Jobim, Caetano, Gil, Chico, na feijoada, na Amazônia, no Carnaval, na cirurgia plástica, até nos aviões da Embraer que voam o mundo todo e competem de igual para igual com a Boeing americana e a Airbus da França, Alemanha, Espanha e Reino Unido.

Image by Victoria_Borodinova from Pixabay

*José Mário Rocha de Andrade

qui, cupom, para ficar somente até a letra C. Somos um país, um povo latino-americano, mas ter esse sentimento de integração, de unidade com os países e povos da América Latina tem sido um caminho lento e com obstáculos, afinal, em sua maioria, estão atrás do Brasil em relação às melhores universidades, infraestrutura, desenvolvimento econômico, mas, quanto mais convivemos

Pingo na Fazenda Muuuuuuuuu!!! Vários muuuuus! Foi o que Alvinho ouviu na estrada de

com eles, mais percebemos o quanto somos parecidos e nossas lutas se assemelham. Se houve um tempo em que o sonho era sermos refletidos nos espelhos da Corte de Luiz XIV, hoje esses espelhos encontram-se nos Estados Unidos, na Europa, na Austrália, mas, quando viajamos ao exterior e querem saber do Brasil, as perguntas são sempre as mesmas: Pelé, Ronaldo, Neymar, a caipiri-

terra quase chegando na sede da fazenda. Para nós humanos, Alvinho, o mugido da vaca é sempre o mesmo, mas uma cientista que passou 5 meses gravando ao lado de um pasto conseguiu identificar 333 mugidos diferentes. Isso significa que elas “conversam” entre si e com seus bebês, os bezerros. Alvinho lembrou-se de um livro em que se podia ouvir o canto de cada passarinho e aproveitou para perguntar: e os passarinhos, pai? Os passari-nhos gorjeiam, cantam, trinam, piam e cada um tem um pio, um cantar próprio.

Eu gosto da cara do nosso país, do nosso símbolo maior, o Cristo Redentor, do povo alegre, criativo, trabalhador, acolhedor, religioso, e, com tudo de bom e ruim que temos, essa é a nossa terra onde trabalho, da qual me orgulho e sou feliz. Meu pai nasceu no sítio, tinha quarto ano primário completo e aposentou-se como gerente do Banco do Brasil em São Paulo. Minha mãe foi professora do primário. Foram vencedores. O ser humano é complexo. Encontrar defeitos é o normal, falar mal é fácil, por isso escolho a cara boa e, cara por cara, a cara que eu vejo aqui é a de um povo que trabalha, que ri, que acolhe e dá um duro danado pra seguir em frente e o espelho que eu escolho e que gosto mesmo pra ver minha imagem refletida são os espelhos daqui. *médico santa-cruzense radicado em Campinas

Alvinho lembrou-se de suas aulas de inglês: pai, eu quero entrar um curso para aprender a língua dos animais! Seu pai riu: aqui na fazenda, Alvinho, você irá aprender passeando na mata, ouvindo os animais, sentindo os cheiros, comendo as frutas do pomar e conversando com o Zé Pedro que conhece tudo daqui. Aprender no meio da mata deve ser muito bom, riu feliz Alvinho com seu chapéu, suas botas, cheio de vontade para essa nova aventura de aprender fora da escola.


6 • bem

viver

A vida com um pet é infinitamente melhor do que será melhor para eles. E não é um exagero, como muitos podem pensar. Afinal, eles são minha família. São minha responsabilidade, estão sob meus cuidados.E são os amores da minha vida.

“Nunca quis animais em casa, mas foram eles que me tiraram da depressão quando me separei”, disse-me a simpática mãe de Elizabeta, minha colega de estudos que me recebeu em sua casa, um grande apartamento onde ela morava com a mãe, três gatos e dois cachorros. Eu estava vivendo o desafio de conviver com animais domésticos, algo que nunca tinha experimentado e a que tinha aversão.

Prioridade prazerosa – Como pequenas crianças ou idosos, pets precisam estar em primeiro lugar, afinal, não podem se proteger ou se virar sozinhos. Essa situação por si só já é uma grande escola de humanidade. Talvez por isso seja tão positivo que crianças tenham pets desde sempre.

Sem poder negar a estadia, afinal, seria muito rude de minha parte, encarei a situação. E foi ali que um muro entre eu e o universo “pet” (desculpem os que renegam termos em inglês, mas essa curta palavrinha é bem mais usual do que “animais de estimação”) caiu.

Amor incondicional – Foram necessários 15 anos depois dessa viagem, para eu ganhar meu primeiro animal de estimação. Eu aceitei a ideia de ter um cão guardando a casa onde funcionava o jornal, desde que fosse inteligente, porque achava cachorros meio bobos. Quanta ignorância a minha. Meu desejo foi aceito. Era outubro de 2011 quando meu sobrinho me ligou dizendo que tinha nascido uma fêmea na fazenda e, se eu ainda quisesse, poderia criá-la. Eu aceitei. Demorou pouco mais de um mês para eu poder ir buscar a Boneca. Sim, esse foi o nome perfeito para a minha cachorrinha. Afinal, eu sempre amei brincar de bonecas. No dia que fomos buscá-la eu nem sabia como segurar. Era esquisito ter aquele bichinho tão pequenino e tão fofinho se mexendo entre meus braços. Eu levei um pano, pois tinha medo do xixi, do coco, do que pudesse acontecer durante a curta viagem. Boneca era pura pelúcia. A cachorrinha mais linda de viver. E eu não tinha a menor ideia de como cuidar dela. Tinha medo que me passasse pulgas, tinha dificuldade com os arranhões das patinhas, com as lambidas. Enfim, eu não tinha a menor afinidade com animais. Mas não pude deixar de amá-la. Muito pelo contrário. Lembro que um dia, brincando com ela numa pracinha, algo que fazíamos quase que diariamente, afinal, uma Border Collie precisa de espaço e da liberdade de um cão de pastoreio, uma mulher me perguntou se era menino ou menina. “É fêmea!”, respondi, enfatizando que tratava-se de um cachorro. Não precisou muito tempo para eu chamá-la de filha e dizer: “Vem com a mamãe!” Era o que faltava para admitir que estava vivendo a mais incrível experiência da minha vida, que aliás, sempre foi muito intensa e repleta de acontecimentos e realizações.

foto: Flávia Rocha | 360

Todos os dias, logo de manhã, os cães entravam no quarto, vindos do corredor do da sala e saindo pela porta que dava para a área de serviço. Um doberman já idoso, seguido por um cãozinho menor. Bastaram alguns dias para eu me conformar e pensar: “a caravana passa”, quando eles entravam e saiam do quarto. Os gatos então, eram ainda mais presentes. Uma gata muito gorda não saia do sofá que circundava a mesa do café. De manhã, eu era acordada por Fisby, o gato que fez o muro ruir de vez. Do susto e aflição do primeiro dia, voltei para o Brasil apaixonada pelo bichano.

Minha dificuldade de contato inicial com Boneca, com suas lambidas e arranhões, a tornaram mais distante de mim nesse sentido. Com o tempo, me abrindo para esses contatos físicos com seus filhos, passei a desejar receber as lambidas que ela adorava dar no pai, que divide comigo a guarda desta pequena matilha. Hoje, sentir as unhas dos meus pets nas pernas, costas e braços me pedindo atenção e carinho, ficar com as mãos lambuzadas quando lhes dou um petisco, são momentos de puro amor, da mais feliz alegria.

Boneca quebrou todos os preconceitos que eu tinha. Ela simplesmente entrou na minha vida e no meu coração preenchendo um espaço que eu nem sabia que existia. Ela me fez sentir um amor novo, intenso e contínuo, daquele que fica ali, pulsando dia e noite. Sem parar. Eu nunca mais fui a mesma. Do afeto incondicional, esse que pai e mãe têm pelos filhos, à responsabilidade de dar a ela uma vida de acordo com sua natureza canina, respeitando as peculiaridades de sua raça, Boneca mudou a minha vida. Para melhor. Para muito melhor. Com ela eu exercitei como nunca a paciência, a tolerância, o bom humor, a disposição, a compreensão, a aceitação. Também aprendi a doar meu tempo. A colocar alguém antes do meu trabalho, coisa que nunca tinha conseguido na vida. Porque cuidar de um animal requer tudo isso, além de muito zelo. Sem tentar humanizá-la, mas respeitando sua natureza, viramos mesmo mãe e filha. Com o tempo, fui me abrindo e amando tudo aquilo que antes me causava estranheza. Um novo jeito de viver – Boneca deu cria e teve oito filhotes. Os mais velhos, Jack e Menina, ficaram conosco e se tornaram meus filhos. E tem também o Good, criado por um amigo, de quem sou “mãe biológica”, para se ter uma ideia do quanto esses animais mudaram meu olhar, meu sentir, minhas crenças. Minha vida gira em torno deles. As viagens, as ausências, a permanência na cidade, as escolhas… sempre partem

Respeito e Responsabilidade – Meu relato sobre minha vida com animais, revela duas questões muito importantes que eles nos ensinam e demandam. O respeito à sua natureza, procurando proporcionar atividades condizentes com sua raça, e a responsabilidade de lhes garantir abrigo, alimento e proteção. E isso nada mais é do que agir como ser humano de bem, que se ocupa de cuidar do outro. Está aí mais um motivo para que crianças possam ter um pet em casa. Quanto mais cedo praticarmos, melhor seremos por toda a vida. O momento do adeus – Todo mundo sabe que cães e gatos vivem menos do que humanos. E por temer esse momento eu sempre pedi a Deus que os abençoasse e que São Francisco os protegesse. E dizia a eles: você tem que viver muito, porque a mamãe não vive sem você. A expectativa de vida de um Border Collie é de cerca de 15 anos. Boneca estava prestes a completar 10 anos quando lancei o concurso “Era uma vez.... seu pet na capa do 360”, em setembro, para trazer histórias felizes de pessoas com seus pets, especialmente crianças. E eis que ela, em poucas horas, adoeceu e partiu. Para mim, está sendo um rombo no coração. O que me alenta é pensar no quanto ela foi feliz. No quanto ela fez muito tudo o que gostava de fazer. No quanto correu pelo campo, quanto mergulhou em alagados, quanto pegou sua bolinha, quanto rodopiou os tapetes de porta, quanto lambeu até o fim o picolé de limão, o quanto andou de carro, dormiu na minha cama nos dias mais frios e no chão gelado nas noites quentes, no quanto ganhou de carinho, no quanto ouviu “te amo”, “linda”e outras palavras de afeto. Pensar que um ser tão sensível, perspicaz e inteligente como um cão foi bem criado, respeitado e amado me faz querer adotar mais um cãozinho. Boneca me inspira a isso. A entender o ciclo da vida. A exercitar a resignação. A querer fazer mais um cãozinho feliz. E receber em troca o melhor amor do mundo. Sim, apesar de toda a dor do adeus, valeu cada instante ao lado dela.


a n d i a n l e e a m speci da Criança.Encarte da mês a r ed pa l içã a i c o1 spe e 89 o ã 21 do Ediç /20 o jor r tub nal 360. Ed o nº 11 • ou içã

Conheça o resultado do Concurso Era uma vez.... meu pet na capa do 360 Com o objetivo de homenagear tanto as crianças quanto os animais, afinal em outubro essas duas maiores riquezas da vida são celebradas, criamos um concurso para mostrar nossos pets com crianças ou em meio à natureza. Lançado na edição de setembro deste 360, o concurso envolvia o cumprimento de alguns critérios de ordem técnica que infelizmente não foram cumpridas, impossibilitando que uma das fotos estampasse a nossa capa. Porém, essa questão não nos impediu de eleger as 10 melhores fotos, 11, na verdade, pois uma delas, mesmo selecionada, não entrou no sorteio dos prêmios concedidos pela Special Dog em razão da familiaridade dos animais com a editora do jornal. Mas ela está aí, estampando nossa edição!

Otávio com Thor

foto: Marcos Antônio Rodrigues da Silva

Como foi a escolha – Para ranquear as 10 melhores fotos, convidamos o fotógrafo Marcelo Camacho, reconhecido e premiado especialmente por seu trabalho com aves. Dentista de formação, o paulistano que morou em diversas cidades paulistas, vive em Boa Vista, em Roraima, mas tem conexão com Santa Cruz e região, pois seus avós maternos eram daqui: os saudosos Binão e Carolina Trevisam, muito conhecido por todos. Com trabalhos publicados em veículos como a renomada National Geographic, e tendo participado de muitas exposições, Camacho atendeu nosso pedido de ranquear as 10 fotos merecedoras de premiação e de publicação.

Como nenhuma delas atendeu aos requisitos técnicos para ser capa da edição, os prêmios foram sorteados em uma transmissão ao vivo no Facebook, realizada pelo 360 no dia 14/10/21. Seja como for, agradecemos aos leitores e autores das imagens que nos confirmam, pelos olhos alegres de todos, inclusive dos pets, o quanto o convívio com animais e a natureza fazem bem para o nosso equilíbrio físico e emocional. Na próxima edição, teremos fotos da entrega dos prêmios. Aguardem! Flávia Rocha Manfrin

Kauê, Rafael e Lorena com Borys

foto: Camila Silveira


Yas

foto

Mariely com Nala

foto: Renata de Freitas Oliveira Nascimento

Ana Laura com Marujo

foto: Ana Claudia Sansevine Pastore

Tema 1: Pet e Crianças Conviver com animais de estimação é muito saudável para o pleno desenvolvimento das crianças. Além da questão afetivca, eles ensina a termos responsabilidade e zelo pelo outro.

Luiza com Mia

foto: Marcela Mantovanni Silvas


“Yasmim e Raposinha aproveitando os últimos raios de sol de uma tarde linda!! Um amor maior que esse, impossível. Raposinha ama a Special Dog Premium smin com Raposinha para cães adultos sabor carne!!” o: Ana Angélica Guimarães Ana Angélica Guimarães

_autora da foto sorteada com o 1º Prêmio do Concurso

Fernanda com Holly e Nina

foto: Lidiane Dionizio

Alexandre com Theo

foto: Lidiane Dionizio


Tema 2: Pets na Natureza Para os animais domésticos, manter contato direto com a natureza representa poder se expandir e agir livremente, segundo sua essência. Por isso, é muito saudável quando podem ir a praças e áreas rurais para brincar.

Chuvisco na horta da casa da vovó

foto: Marina Negrão

Jack e Menina curtindo o Sítio Jacutinga

foto: Marcos Zanette

Wood passeia pela cidade

foto: Flávio Rodrigues



12 • gastronomia

Flávia Rocha Manfrin

O básico com sabor é imbatível

Um pedaço de pão. Um ovo. Um tomate. Um pouco de sal. Um dente de alho. Uma colher de manteiga ou azeite ou margarina. Ou uma colher de banha. Um pedaço de bacon. Uma fatia de queijo. Um punhado de salsinha, de cebolinha, de coentro. Um tiquinho de pimenta. Uma colherinha de mostarda. Um pouco

de leite. Outro pouco de farinha. Uma pitada de noz moscada. Uma folhinha de manjericão. Um raminho de alecrim. Sobrinhas do almoço, do jantar. Resto de doce, de sorvete. Uma vontade enorme de fazer algo gostoso. Disposição para cozinhar a qualquer hora.

Sobras e ingredientes simples são capazes de fazer da hora do jantar, do lanche e do almoço de domingo momentos para se deliciar com a comida que você faz com facilidade e evitando o derperdício. Feliz Dia da Alimentação!

Brusquetas Variadas receitas de Aldine e Flávia _Ingredientes de cobertura fria: • 1 pão italiano tipo bengala ou redondo. Também pode ser um ciabatta ou pão francês, neste caso, amanhecido para estar mais durinho • tomate picado sem o miolo • abobrinha ralada (opcional) • azeite • sal e pimenta a gosto • queijo ralado não muito fininho • folhas de manjericão fresco •1 colher sopa de azeite • 3 colheres chá de coentro fresco picado _Preparo: Fatie o pão com altura de 1cm a 1,5cm. Unte bem a frigideira com azeite (ou óleo ou manteiga). Aqueça e coloque as fatias do pão sem apertar. Regue a parte de cima com um pouco de azeite antes de virar. A ideia é que fiquem torrados sem exagero. Separadamente, pique o tomate, adicione a abobrinha, se for usar, e tempere. Coloque boa porção de tomates sobre a torrada e polvilhe com o queijo. _Ingredientes de cobertura quente: • tomatinhos cereja bem miúdos inteiros • um dente de aho ralado

• 2 colheres de azeite • sal e pimenta a gosto • queijo ralado Preparo: Torre os pães da mesma maneira. Enquanto isso, esquente bem o azeite numa panela pequena. Tempere os toamates com salk e alho e pimenta e adicione no azeite quente. Mexa por uns 30 segundos, só até dourar o alho e tire. O Coloque esse tomate quente sobre as torradas e cubra com o parmesão frio. *O azeite que sobrar na panela pode ser usado depois tanto com pão frio quanto no preparo de uma massa. Estará delicioso!

Crepioca por Aldine R. Manfrin _Ingredientes: • 2 ovos • 1 colher bem cheia de tapioca • 2 colheres de queijo ralado (mode misturar vários se quiser) • sal e pimenta a gosto • 2 colheres de manteiga • legumes e recheios são opcionais _Preparo: Coloque uma colher bem servida de manteiga numa frigideira, de preferência antiaderente. Aqueça enquanto mistura num prazo todos os outros ingredientes e meia colher de manteiga. Despeje na frigideira e vá cuidando para não grudar. Pode virar para deixar torrado dos dois lados ou não. Se quiser, pode rechear e enrolar ou colocar outros ingredientes na massa. É deliciosa de qualquer jeito. Inclusive só com o queijo, como na receita original, que ficou divina!


13 • finanças

o Mapa da

MINa

Por uma vida financeira mais tranquila! Olá, Pessoal! Hoje vou falar sobre um tema que tem atingido uma grande parte dos brasileiros e que prejudica muito a caminhada no Mapa da Mina para o TESOURO do BEM ESTAR FINANCEIRO. Vamos falar sobre ENDIVIDAMENTO. Angela Nunes

Aí está o tesouro:

Capítulo 9 - endividamento É muito comum as pessoas só se considerarem, realmente, endividadas quando começam a não conseguir pagar as suas dívidas.

Vale reforçar que esses compromissos de pagamento, comprometem o nosso dinheiro no futuro e, portanto, precisam ser registrados no orçamento de despesas. Agora, vamos a um passo a passo que pode ajudar você a se organizar para sair do endividamento:

1- Faça um levantamento de TODAS as dívidas. É muito importante ter uma visão completa de todas as dívidas, para que seja possível conhecer o tamanho real do endividamento e buscar uma saída do problema como um todo. Registre em detalhes: o valor das dívidas, os prazos para pagamento, as taxas de juros de cada dívida.

2- Envolva toda a família no projeto “SAIR DAS DÍVIDAS”. Imagine você e sua família em um grande campeonato! O troféu será o bem estar de não ter mais dívidas, deitar a cabeça no travesseiro e dormir um sono tranquilo. Todo esforço vai valer a pena e TODOS da família devem estar envolvidos em buscar caminhos para criar capacidade para o pagamento das dívidas, como: REDUZIR OS GASTOS - controlando, o máximo possível, as despesas e eliminando tudo o que não seja, verdadeiramente necessário.

jadora Financeira Certificada pela Planejar - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. Graduada em Ciências Econômicas pela UERJ, com Especialização em Psicologia Econômica. É Consultora e Administradora de Valores Mobiliários autorizada pela CVM e sócia da Moneyplan - Consultoria em Planejamento Financeiro e Educação Financeira. Membro do Conselho de Administração e do Comitê Executivo da Planejar - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros, foi diretora do Banco Itamarati, da BCN Alliance Capital Management e do Banco BCN - Grupo Bradesco - e docente do Curso de Planejamento Financeiro do INSPER – Instituto de Ensino e Pesquisa. É também co-autora do livro “Planejamento Financeiro Pessoal e Gestão do Patrimônio – Fundamentos e Práticas”

4- Mantenha-se informado e, se necessário, procure ajuda:

• Procure material de orgãos competentes, como Banco

Central, Procon, para conhecer mais sobre como não se endividar ou como sair do endividamento.

Não ter como pagar as dívidas e mais do que estar endividado, é estar inadimplente. Uma palavra “complicada”, mas que significa o não pagamento de uma conta, como a de luz ou de uma dívida, como um empréstimo bancário, por exemplo. A inadimplência pode fazer com que o nosso nome fique com restrições, o conhecido “nome sujo”.

• Exitem profissionais, como os Planejadores Financeiros Certificados, conhecidos pela sigla CFP® que podem auxiliá-lo no processo de evitar e sair do endividamento. imagens: pixabay.com

Então, vale esclarecer que toda vez que que assumimos um compromisso de pagar um determinado valor, em uma determinada data, de acordo com condições estabelecidas - o parcelamento de compra em uma loja ou no cartão de crédito, por exemplo, significa que assumimos uma dívida. Portanto, devemos analisar bem se teremos grana para pagar esse compromisso, ou melhor, essa dívida.

Maria Angela de Azevedo Nunes, CFP®, Plane-

AUMENTAR AS RECEITAS – procurando gerar rendas extras de trabalho ou com venda de algum bem que tenha valor e não seja fundamental para o dia a dia da família. - Se você tem um carro, uma moto que não são instrumentos de trabalho ou essencial para alguma atividade, analise com bastante “carinho” se não vale a pena vendê-los e usar para o pagamento da dívida. Além de ter a receita da venda, haverá a redução das despesas em mantê-los. Ah! Como estamos chegando no fim do ano, quem recebe o 13º salário poderia utilizá-lo para pagamento das dívidas. NÃO FAZER NOVAS DÍVIDAS – pagando à vista, evitando o rotativo do cartão de crédito e o uso do cheque especial.

3- Renegocie as dívidas.

Depois de mapear TODAS as dívidas e buscar criar capacidade de pagamento, chegou a hora de renegociar as dívidas com os credores e buscar melhores condições de prazo e taxas: • Comece pelas dívidas mais caras – como o cheque especial e o rotativo do cartão de crédito) e as que podem trazer problemas se não forem pagas (por exemplo, o financiamento do carro, se você trabalhar como Uber). • Compare as condições apresentadas pelos credores com as de outras instituições. Se for mais vantajoso, faça a portabilidade da dívida. • Solicite e guarde toda a documentação da renegociação.

PARA TERMINAR – No caso de superendividamento o Procon-SP, tem o “Programa de Apoio ao Superendividado – PAES” ,ação que tem como objetivo auxiliar os consumidores superendividados, orientando e promovendo a renegociação de dívidas com os seus credores.” Vamos seguindo o MAPA DA MINA, lembrando que:

• o endividamento pode ser um dos maiores inimigos

do bem estar financeiro!

• uma vida mais simples é mais fácil de carregar!


14 • meio

ambiente

Por que preservar o Rio Pardo? Pergunte ao professor

360: Podemos dizer que a preservação de um rio é o mais importante passo para a preservação da vida? Por que? Prof. Pirolli: Se considerarmos nossas necessidades mais fundamentais como água, ar e alimentos, sem dúvida. Porque os rios podem ser considerados as veias do Planeta Terra. É neles que a água percorre seu caminho e é onde está mais acessível ao uso de todas as pessoas e de todas as espécies animais, que também dependem de água potável para viver. Rios com águas poluídas e contaminadas extinguem quase todas as formas de vida que entram em contato com suas águas. Incluindo a espécie humana. Veja que praticamente todas as cidades mais importantes construídas pela humanidade surgiram e se desenvolveram próximas aos rios. As sociedades antigas usavam as águas dos rios para matar a sede e a de suas criações, para se deslocar usando embarcações, para se alimentar com seus peixes e para irrigarsuas plantações.

Com o passar do tempo, os rios foram formando seus ecossistemas, suas planícies de inundação, seus banhados, e o solo de suas margens. Essas características permitiram que determinadas espécies vegetais se estabelecessem criando condições para que espécies animais se desenvolvessem e se adaptassem tanto dentro do rio quanto em suas margens. Ou seja, processos de formação de rios e de seus ecossistemas são extremamente morosos. Por isso não podemos permitir que uma ou poucas gerações destrua rios que existem desde muito antes da humanidade ter surgido sobre o planeta.

foto: Edson Pirolli

Para reverenciar todos os mestres pelo Dia do Professor, trazemos um “beabá” sobre a importante tarefa que temos de preservar o que resta dos nossos rios, fonte da vida, do nosso conforto e de todos os negócios, da cidade e campo, com o superprofessor Pirolli, doutor em meio ambiente e em sustentabilidade dos recursos hídricos naturais. Com tantos títulos ele não perdeu a capacidade essencial de um professor: conseguir nos ensinar a todos, sem exceção.

Foi o acesso à água dos rios que permitiu nossa evolução social, econômica, cultural, e ainda nosso avanço por novas áreas do planeta. Neste contexto, embora na atualidade sejam dominadas técnicas de busca de água em grandes profundidades e até de dessalinização da água do mar, o acesso a corpos d’água limpos e correntes ainda é um fator diferencial de qualidade de vida e de segurança hídrica para seres humanos. É somente em rios vivos e saudáveis que outras espécies conseguem continuar sobrevivendo. E nosso modelo de vida depende dessas outras espécies a partir dos serviços ambientais por elas prestados.

360: Como um rio é formado? Prof. Pirolli: Um rio é formado pela água das chuvas e de nascentes que ao longo do tempo vão escavando seu leito e dando sua forma. Esses processos são contínuos e ainda estão ocorrendo. Se tomarmos rios como o Paranapanema e o Pardo, podemos dizer que existem há centenas de milhares de anos, talvez milhões. Ou seja, desde que o clima regional tomou as características próximas das atuais, esses rios existem.

360: Quais as fontes de renovação e abastecimento naturais de um rio? Prof. Pirolli: No caso do Brasil os rios são formados por seus conjuntos de nascentes e pelas águas das chuvas. E de onde vem as águas das nascentes? Também vem das chuvas. Mas da parte da água das chuvas que infiltrou no solo. Como isso acontece? Quando chove, a tendência natural é da água infiltrar no solo e lentamente descer até o lençol freático. O lençol freático é onde o solo passa a ter todos os espaços preenchidos por água. Ele pode estar a alguns centímetros da superfície ou até alguns metros abaixo da superfície. É essa água acumulada no lençol freático que vai brotar nas nascentes. E é a água das nascentes que mantém o rio perene (com água o ano todo). Por isso é tão importante que sejam desenvolvidos projetos que aumentem a infiltração de água no solo. Para aumentar a água que vai brotar nas nascentes e man-


ter os rios com mais água ao longo dos períodos em que não está chovendo. 360: O que há sob o fundo de um rio? Prof. Pirolli: Normalmente o fundo do rio é composto por rochas ou por sedimentos acumulados. Ultimamente nossos rios têm cada vez mais sedimentos trazidos dos processos erosivos. Esses sedimentos em excesso são chamados de assoreamento. Que é quando o rio, ou parte dele, fica cheio de terra ao invés de água. 360: Quais os principais atos que podem comprometer a sustentabilidade do rio? Prof. Pirolli: Pensar na manutenção do volume e qualidade das águas de um rio nos leva à necessidade de considerar também a bacia hidrográfica do rio, que é formada pelas áreas onde a água das chuvas que cai é direcionada para o rio. Então tudo o que acontece diretamente no leito do rio ou em sua bacia hidrográfica pode comprometer a sustentabilidade do rio se não forem tomados cuidados. Como exemplo, podemos dizer que a retirada de toda a cobertura florestal nativa de uma bacia hidrográfica de um rio compromete bastante a recarga do lençol freático, o que vai reduzir o volume de água que brota nas nascentes e consequentemente do rio. Se as atividades agropecuárias forem mal conduzidas, surgem processos erosivos o que vai aumentar o assoreamento dos rios. Além disso, nesses casos, agroquímicos também podem ser levados pelas águas das chuvas para dentro do rio, o que vai contaminar suas águas e em muitos casos, comprometer a vida das espécies que vivem nelas. Nas áreas urbanas, a ampla impermeabilização do solo compromete a recarga de água das nascentes, e ao mesmo tempo, direciona produtos químicos, óleos, graxas, combustíveis e outros materiais para dentro dos rios. Isso também causa impactos graves neles. Além dessas, a retirada excessiva de água para irrigação e outros usos, a construção de barramentos em seus leitos, o derrame de efluentes industriais, o despejo de esgotos sem tratamento, entre outras ações, causam grandes problemas aos rios e têm comprometido a saúde de rios do planeta. 360: Quando queremos cuidar de um rio, isso inclui também de seus afluentes? Prof. Pirolli: Sim. Precisamos considerar que se um pequeno córrego é contaminado ou destruído, o rio também terá prejuízo porque ele depende da água de todos os seus córregos, riachos e ribeirões, que são seus afluentes. Ou seja, que levam água até o rio para mantê-lo com água corrente. É importante salientar que os afluentes podem melhorar ou piorar a qualidade da água de um rio, dependendo das condições das águas que despejam no rio. 360: O que o fez escolher a bacia do rio Pardo como tema de tese de doutorado?

Prof. Pirolli: Todas as pessoas que moram em Ourinhos, assim como em Santa Cruz do Rio Pardo, deveriam ter um olhar de muito carinho para com o rio, uma vez que é dele que sai boa parte da água que atende as populações. Particularmente, por saber da importância do rio para atendimento às pessoas, às atividades agropecuárias, turismo, entre outras, e por saber dos riscos que o rio tem corrido, me propus a estudá-lo com mais profundidade. Nesse processo, o carinho pelo rio e por sua bacia aumentou ainda mais, porque já são anos estudando a área, com muitos alunos envolvidos e com muitas propostas sendo trabalhadas para sua preservação. E acima disso tudo, foram as análises no rio Pardo que me permitiram obter o título de livre docente, que é uma realização pessoal e profissional. 360: O que o levou a ser um porta-voz voluntário das implicações técnicas e ambientais de obras e ações degradadoras que podem comprometer a sustentabilidade do rio Pardo? Prof. Pirolli: O fato de estudar o tema e de conhecer relativamente bem a bacia do Pardo, me faz saber que o rio tem limites de capacidade. Ele não suportará todo e qualquer tipo de ação que qualquer um resolva fazer sem considerar esses limites. Então, quando surgiram propostas de construção de várias represas que tornariam o rio Pardo uma cascata praticamente exclusiva de geração de energia, me senti na obrigação de alertar sobre os riscos que isso traria ao ecossistema do rio, ao ambiente regional e à população residente na área da bacia. Sabemos, por estudar a construção de represas no Brasil e no mundo e de suas operações posteriores, que quando são implantadas, passam a ser as detentoras do rio e de suas águas. E devido a isso controlam o fluxo de água no leito do rio e limitam o acesso das pessoas às “suas áreas”, que muitas vezes compreendem vastas extensões de terra ao longo das represas e dos rios. Neste contexto, obviamente a prioridade de quem detém o poder de abrir ou fechar comportas para gerar energia e lucro, não necessariamente é a mesma dos municípios que estão à jusante (abaixo), que dependem da água para matar a sede de suas populações. Isso tudo apontamos há mais de dez anos, desde que as primeiras propostas de barramentos foram apresentadas. E isso está acontecendo agora com a única represa que foi implantada em Águas de Santa Bárbara, a PCH Ponte Branca. Em um contexto de poucas chuvas e baixo volume de água no Rio Pardo, ela tem controlado a liberação de água em alguns períodos do dia. Isso tem causado mudanças na lâmina de água do rio Pardo em Santa Cruz do Rio Pardo e Ourinhos que atinge dezenas de centímetros ao longo do mesmo dia, segundo registros efetuados na SABESP e na SAE. Essa variação de altura da lâmina de água do rio em períodos reduzi-

dos de tempo é muito prejudicial ao ecossistema do rio. Além de colocar o atendimento da população em risco. Agora, imaginemos se não tivéssemos lutado e conseguido impedir a implantação das outras três represas que estavam previstas para os municípios de Santa Cruz do Rio Pardo, que eram bem maiores do que a PCH Ponte Branca. Certamente hoje principalmente Ourinhos, não teria água do Rio Pardo para atender sua população. Ou então estaríamos em guerra ou precisando negociar com os “donos” da água para que liberassem o suficiente para atender minimamente as pessoas de Ourinhos. 360: O que um professor altamente graduado e conhecedor de preservação de um rio gostaria que todos aprendessem e praticassem? Prof. Pirolli: Primeiramente é fundamental que as pessoas voltem a se conectar com a natureza. Nas últimas duas ou três gerações houve um distanciamento imenso das pessoas do que é natural. Até meados do século XX praticamente todas as pessoas sabiam de onde vinha a água que bebiam. E provavelmente a maioria precisava buscá-la na fonte, puxá-la do poço com baldes ou fazer a manutenção dos encanamentos que a traziam até suas casas. Isso aproximava as pessoas da água. Fazia com que tomassem cuidado para preservá-la e soubessem o quanto é custoso ter um balde de água dentro de casa. Da mesma maneira, quase todas as pessoas produziam seus alimentos ou parte deles. Hoje, estamos chegando ao cúmulo de ver pessoas comprando frutas já descascadas e vegetais já cortados. Isso nos distancia ainda mais do natural. E isso, inclusive, nos traz inúmeros problemas pessoais, de relacionamento e nos distancia inclusive de outros seres humanos. Então a recomendação é basicamente: mantenha seu quintal permeável, plante árvores e flores, visite rios,

saiba seus nomes, colete água da chuva, recicle seus resíduos sólidos, gere energia fotovoltaica, abra suas janelas, sinta o ar fresco (se tiver árvores ao redor de sua casa...), faça compostagem, tenha uma horta, mesmo que em vasos, se dê conta de que você é natureza. Você e eu somos na essência, água e minerais. E mais dia menos dia, devolveremos tudo à natureza. 360: Onde interessados podem obter conhecimento sobre o assunto? Prof. Pirolli: Nos sites da UNESP, principalmente dos campus de Ourinhos, Botucatu e Presidente Prudente, no site da ONG Rio Pardo Vivo e nas edições do Jornal 360 há muito material sobre o Rio Pardo e sua bacia hidrográfica. Há também os sites do Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema e do comitê federal do Rio Paranapanema, o site da Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA), da secretaria estadual do meio ambiente, do Fehidro, entre outros que têm bastante material sobre a temática.

10 ações que colocam em risco a sustentabilidade de um rio, segundo o professor Pirolli 1 – Modificar o leito do rio; 2 – Retirar a mata ciliar do rio; 3 – Movimentar o solo das margens do rio; 4 – Retirar água do rio acima da sua capacidade; 5 – Contaminar as águas do rio; 6 – Barrar o rio; 7 – Reduzir a infiltração da água no solo da bacia do rio; 8 – Concentrar água em pontos específicos, causando erosões que vão assorear o rio; 9 – Impedir o acesso das pessoas e animais ao rio; 10 – Ignorar técnicas de manejo adequadas do solo, da água e da vegetação nas áreas de produção agropecuária e áreas urbanas


Prêmio Nobel da Paz 2021 será dividido entre jornalistas por defenderem a liberdade de imprensa em seus países. Os jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov ganharam o Prêmio Nobel da Paz por sua "luta corajosa" em defesa da liberdade de expressão nas Filipinas e na Rússia, respectivamente. “O prêmio para os jornalistas "visa salientar a importância de proteger e defender esses direitos fundamentais (as liberdades de expressão e informação)”, informa o Comitê do Nobel.

Prêmio Nobel da Paz 2021 contempla dois jornalistas

“Os laureados são representantes de todos os jornalistas que defendem este ideal em um mundo em que a democracia e a liberdade de imprensa enfrentam condições cada vez mais adversas.” Berit Reiss-Anderson, presidente do conselho do Nobel

“"O jornalismo livre, independente e baseado em fatos serve para proteger contra o abuso de poder, mentiras e propaganda de guerra. O comitê norueguês do Nobel está convencido de que a liberdade de expressão e a liberdade de informação ajudam a garantir um público informado”, diz o informativo divulgado em 08/10/21

Jornal 360 • Gostoso de Ler


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