jornal 360_edição 188 _ setembro2021

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ros de casos e de óbitos por Covid estão caindo e a chegada da variante Delta •p3

bem viver_ O livre pensar anda ameaçado com tantos “influenciadores”, “mentores” e “treinadores” virtuais •p12

finanças_A especialista em gestão financeira Angela Nunes traz dicas para você evitar cair em fraudes e golpes •p13

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Jornal 360

nº188 ANO 16

Setembro21

Grátis!

Santa Cruz segue agindo para salvar o Rio Pardo

foto: Flávia Rocha | 360.

Circulação Mensal: 3 mil exemplares Distribuição: • Águas de Santa Bárbara • Areiópolis • Assis • Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira César • Chavantes • Espírito Santo do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos • Palmital • Pardinho • Piraju • Santa Cruz do Rio Pardo • São Manuel • São Pedro do Turvo •Timburi Rodovias: • Graal Estação Kafé • RodoServ • RodoStar Versão On line:

foto: Flávia Rocha | 360

acontece_ Por que os núme-

Jovens de Santa Cruz do Rio Pardo, que descem o rio de boia regularmente, estão sendo obrigados a caminhar em trechos do rio com alto nível de assoreamento. Projeto inédito da ONG Rio Pardo Vivo propõe desentulhar área do rio que passa na Chácara Peixe sem onerar o município

Ainda corremos risco de contágio e de vida. Por isso, não arrisque: USE MÁSCARA!


2 • editorial

Realidade

(do latim realitas isto é, "coisa") significa em uso comum "tudo o que existe"Fontes: origemdapalavra.com.br | www.dicio.com.br

Não adianta querer se enganar. Fatos são fatos. Fatos não são opiniões. Fatos não são ideologia. Fatos são fragmentos da realidade. Daquilo que acontece. Quer você queira ou goste ou aprove. Nada, ninguém consegue mudar o que é factual.

foto: Flávia Rocha | 360

A realidade, vale acrescentar, exige coragem para encará-la, mesmo quando nos aborrece, mas é seguramente, o melhor norte para a existência humana. Nada, nem ninguém se mantém por muito tempo numa situação almejada se não se comprometer com ela e sem se importar com ela. Jornais são originalmente factuais. Sua missão é reportar aos leitores a realidade, os fatos mais importantes. Nesse ambiente, que chamamos de editorial, cabem também as opiniões, que são, por exemplo, as colunas assinadas. Neste 360, as opiniões são constantes na nossa seção PONTO DE VISTA , ocupada pelos colunitas José Mário Rocha de Andrade e Fernanda Lira. Há também colunas assinadas por um convidado, ocasionalmente, ou por esta editora, quando há a intenção de assumir uma posição. No mais, são fatos. Como os contidos na matéria de capa, uma longa conversa repleta de informação e boas notícias, que produzimos a partir de uma conversa que provocamos entre jovens que frequentam as águas do rio Pardo da maneira mais sinérgica possível – descendo por suas águas em boias feitas de câmaras de veículos –e os dois maiores conhecedores do rio e de suas questões recorrentes, o ambientalista e gestor hídrico Luiz Carlos Cavalchuki, o Luizinho da ONG Rio Pardo Vivo, e o Prof. Dr. Edson Pirolli, estudioso e pesquisador da bacia hídrica do rio Pardo. Certamente, vale a pena percorrer pelas cinco páginas que trazem informações de maneira coloquial e boas novidades a repeito da preservação do rio, como vemos em MEIO AMBIENTE. Dados reais, concretos. Fatos. A realidade também permeia as seções BEM VIVER, que chama a atenção do leitor para a manipulação que hoje está ocupando a vida de muitas pessoas, que se deixam levar por influenciadores, mentores e treinadores, seguindo-os sem muitas vezes considerar a realidade e, por isso, distanciando-se delas; e ACONTECE que con-

* Nem tudo é o que parece ser. Daí a importância de apurarmos a realidade, os fatos. As águas aparentemente profundas de um rio podem, por exemplo nos surpreender com situações em que em vez de navegá-lo você tenha que caminhar sobre ele. Parece mentira, mas pode ser realidade * tinua trazendo informações sobre a epidemia, que felizmente está em decadência, mas ainda exige cuidados, porque esta afinal, é a realidade. Para completar, receitas deliciosas e fáceis de preparar para você preparar e provar acompanhas de bons vinhos, em GASTRONOMIA, e mais uma do Pingo, na versão texto e passatempo, em MENINADA. Ciente da missão que um jornalista assume, de comprometer-se com a realidade e em reportá-la com o devido respeito, desenho a todos uma Boa leitura! Flávia Rocha Manfrin | editora c/w: 1499846-0732 • 360@jornal360.com

Isaías 54 VS 14

Ora ação!

Com justiça serás estabelecida; estarás longe da opressão, porque já não temerás; e também do terror, porque não chegará a ti.”

e xpediente O jornal 360 é uma publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados. Tiragem: 3 mil exemplares. Distribuição gratuita. RedaçãoColaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diagrmadora e jornalista responsável | Mtb 21563›, André Andrade Santos e Paola Pegorer Manfrim ‹colaboradores›, José Mário Rocha de Andrade, Fernanda Lira e Angela Nunes ‹colunistas›, Sabato Visconti ‹ilustrador›, Odette Rocha Manfrin ‹receitas e separação›, Camila Jovanolli ‹transcrições e comercial›. Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Endereço: R. Cel. Julio Marcondes Salgado, 147 - 18900-007 - Santa Cruz do Rio Par-do/SP• 360@jornal360.com • cel/whats: +551499846-0732 • 360_nº188/setembro2021


3 • acontece

Uma fase mais tranquila, “pero no mucho”. É o que se pode dizer do momento atual, onde a pandemia finalmente parece ter sido controlada, mas uma nova e mais contagiante variante se dissemina

O alívio do controle e o sinal de cautela

Pode parecer errado, mas é isso mesmo. A pandemia está bem controlada, mas é preciso manter as medidas protetivas: uso correto de máscara, distanciamento social e higienização das mãos. As razões são simples e claras. Primeiro, ela ainda não acabou.

O segundo ponto é o fato de ainda não termos um medicamento que garanta a sua cura efetiva da doença. O risco de óbito, portanto, ainda existe. O terceiro fato é o pior deles: temos no cenário uma variante do vírus ainda mais contagiosa, a Delta, que já foi identificada em pacientes na maioria das cidades. E isso pode significar uma nova curva ascendente, ainda não temos como saber.

imagens: pixabay.com

O números números decrescentes de casos e óbitos deve-se exclusivamente à vacinação que vem ganhando novas proporções. Pessoas vacinadas tendem a não desenvolver a doença caso a contraiam. Isso não significa que não a transmitam. Tudo muito recente – As questões que envolvem o Coronavírus são muito delicadas porque sua ação avassaladora é muito recente. São 18 meses de epidemia no país, pouco mais do que isso no planeta. E para a ciência esse tempo é muito curto. Qualquer atitude extrema no sentido de abrir guarda da luta contra o vírus, pode ter sérias consequências. Temos que viver com cautela esse

processo de “abertura” do ir e vir, do reunir-se, do estar junto. Vacinas seguras – Para quem teme tomar as vacinas exatamente pelo curto prazo em que foram produzidas, é bom entender que nenhum laboratório seria autorizado a produzir um medicamento ou vacina que colocasse vidas em risco. Talvez isso explique o fato de serem ape-

nas atenuantes e não terem um efeito avassalador sobre o vírus. E só elas podem nos garantir a sonhada volta de uma vida normal ou pelo menos mais próxima do que era antes. A turma da terceira idade já está tomando sua terceira dose. Adolescentes já estão sendo imunizados. E isso deverá ser um ritual regular, como é a vacinação contra a gripe, com a diferença de estarmos evitando uma doença capaz de colocar todo mundo literalmente entocado dentro de casa. Liberdade e cautela – A dobradinha da vez nos ensina que a melhor saída é mesmo o caminho do meio. Vacinados, ir e vir usando máscara, mantendo o distanciamento social, a higienização das mãos. Aglomerações e confraternizações precisarão ser vividas com muita cautela. Então, se for, sair por aí, não beba, ou maneire. Agir com pouca consciência ou total descontrole e desatino, não é para esses novos (tomara curtos) prazos.


4 • ponto

de vista

Por que você ainda apoia o presidente? *Fernanda Lira Ok! Eu sei que este jornal não cobre política. Mas, cobre comportamento. E é disso que costumo tratar na maioria dos meses em que aqui publico minha coluna, meu ponto de vista. A pergunta é objetiva: por que você ainda apoia o presidente?

Não pode ser porque ele é um bom administrador. Porque isso você também já sabe que ele não é. Em menos de dois anos, ele conseguiu levar de volta aos mais baixos índices de pobreza milhões de brasileiro. Colocando por terra o trabalho de todos os seus antecessores. Ok! Collor, Sarney e até mesmo Itamar, pouco fizeram nesse sentido. Mas FHC, assessorado por uma primeira data que, essa sim, honrava o título, Ruth Cardoso, Lula e Dilma, você goste ou odeie o PT, venho aqui dizer: fizeram bastante. Muito. A ponto de Lula ser aclamado nos mais elevados meios políticos, organizações e acadêmicos do mundo como um grande estadista. Você pode estar espumando de raiva. Mas isso não é minha opinião, que no caso, não conta. Isso é fato. E você não tem como mudar isso. Fake news, venho informar, significa MENTIRA. Ou seja, qualquer outra coisa que você diga ao contrário do que eu informei, baseada em

imagem: pixabay.com

Não pode ser porque ele é honesto. Porque isso você já sabe que ele não é. Corrupção (compra de vacinas?!), rachadinha (extorsão financeira de subalternos em troca da manutenção no cargo), gastro imobiliários da família na casa de dezenas de milhões, incompatíveis com as rendas declaradas, sem falar no caso notório do que hoje dá autógrafos, Queiroz envolvendo a conta bancária da primeira dama. Poderia aqui anotar mais uma série de sinais claros da desonestidade do presidente e de seus filhos e familiares. Agora, contestar isso é o mesmo que acreditar que a terra é plana (se você acredita, lamento dizer, você está redondamente enganado).

para o índice de óbitos no Brasil, que já era vista como estrondosa, afinal na China não chegou a 5 mil mortos, era de 100 mil mortos. E estamos aí beirando os 600 mil óbitos (585 mil hoje) chegando a 600% acima desse já assustador número inicial, estimado em abril do ano passado, e a passando de 1.250% em comparação à China, apesar daquele país ter uma população 1,41 bilhão de pessoas, enquanto somos 213,3 milhões no Brasil.

fatos, não será verdade. Mesmo que você queira insistir em acreditar e ainda saia passando atestado de ignorância por aí ao dizer isso publicamente. Não pode ser porque ele é um bom gestor também no que diz respeito a colocar o Brasil no mais elevado núcleo da economia mundial. Muito menos por ser um líder político apto a interagir interna e internacionalmente, principalmente com os líderes mundiais, que fazem o mundo dos negócios e do desenvolvimento girar. Nada disso. Todos eles têm verdadeiro asco, desprezo e aversão ao presidente e seu séquito polítco e familiar. Mesmo os EUA, pode acreditar. Nem mesmo na época de Trump. Ou seja, desde há muito tempo, há mais de 40 anos, a julgar pela abertura política e econômica do Brasil, a partir da década de 80, o Brasil nunca foi tão mal visto como agora. Talvez nunca tenha sido. Mesmo na época da ditadura mil-

itar, também desprestigiada internacionalmente, ainda mais na época dos truculentos Médici e Figueiredo. Cada um à sua maneira, deram grande vexame nesse sentido. Mas nenhum gerou tanto constrangimento quanto o atual presidente. Além de não ter agenda, não ter conhecimento, não ter argumentos, ele não tem noção do que está fazendo, do que cada âmbito que ele, por conta do cargo, obrigado ou honrado a conviver, representa, de qual é o seu papel. Ele não sabe bem se comportar numa quermesse, numa missa. Estão aí, vídeos, inúmeros, onde ele protagoniza cenas impensáveis até mesmo para um colegial. E esses, você sabe, não são montagem. Na área econômica, por mais que o setor agro esteja achando que está se dando bem, o buraco é não só mais embaixo, mas gigante. Estão aí os preços, disparados. Está aí a falta de muita matéria-prima, o encarecimento de tudo. E aumento acelerado do desemprego. Depressão, violência e queda educacional são consequências diretas deste cenário. Os números irão confirmar, lamentavelmente. A incapacidade de governar do presidente também é indiscutível quando observamos o cenário epidêmico que enfrentamos. Não é preciso ser petista, nem cirista, muito menos capitalista para saber que todos os outros presidentes deste país fariam melhor. Porque ao menos o básico, teria sido feito. Está aí Dória para comprovar isso. Mesmo que desagrade a oposição e os extremistas apoiadores do presidente, ele fez o que deveria ser feito. Assim como a maioria dos governadores e prefeitos estão fazendo, infelizmente tendo todos eles que se submeter às decisões federais. Centenas de milhares de vidas poderiam ter sido poupadas. A previsão

A prova de que o importante é usar máscara e vacinar a população o mais rápido possível, duas ações que o presidente fez e faz questão de atrapalhar e evitar, numa demonstração clara de sua insanidade mental, está aí, na queda do número de óbitos e de casos, na retomada das atividades comerciais que envolvem a reunião de pessoas, na disponibilidade de atendimento médico e hospitalar que por meses chegou ao mais elevado nível de demanda, num colapso de longo prazo que não apenas ceifou centenas de milhares de vidas, mas deixou centenas de milhares de órfãos, desestruturou famílias inteiras, milhares delas. E custou caro, muito caro aos cofres públicos. Para encerrar esta reflexão, eu lhe pergunto: por que você ainda defende essa cara? Mal educado, sem novação, sem graça, cafona. O que afinal o aproxima da sua identidade? Você realmente se identifica com alguém assim? Esse homem de péssimos hábitos e caráter, de parco conhecimento, que nunca se sobressaiu em nada do que fez, nem no exército, nem na câmara dos deputados, que se fez fazendo palhoça e servindo a um ricaço de péssimo gosto e hábitos norte-americano, que já perdeu o cargo, porque não há país que aguente bancar tanta ingerência. Você se identifica com ele? Com seus modos, com seus comentários de péssimo tom e alta vulgaridade, capaz de constranger o clima de qualquer ambiente? Sério? Justo você, que está aqui, me lendo? Que certamente é uma pessoa de bem. Que trabalha. Que quer o melhor para você e sua família. Que vai à missa, ao culto, ao futebol. Que tem filhos, que empreende, que estuda? Que leciona? Se isso está acontecendo apesar de todos os fatos cotidianos que o presidente deste país nos apresenta, você foi abduzido. Cuide-se. Às vezes é viagem sem vota. E lembre-se: num futuro muito próximo, você terá que viver o constrangimento de ter defendido e apoiado o indefensável. Ou a mesma cara de pau desse sujeito e negar que um dia o apoiou.

*jornalista paulistana que adora o interior


*José Mário Rocha de Andrade

O almíscar de cada um

Foi um dos grandes amores em minha adolescência e, naquela época, tudo acontecia “no escurinho do cinema chupando Drops de anis”, como canta Rita Lee. De fato, Drops Dulcora, balas Déa, Chocotofe, ou Chita. Assistíamos ao filme todo de mãos dadas e, uma vez e outra, em um arroubo de coragem aconteciam alguns beijos.

imagem: pixabay.com

Deliciei-me o dia todo entregue ao perfume que teimava em persistir e me transportar ao escurinho do cinema e ao êxtase que as paixões provocam.

A primeira surpresa foi saber que as fragrância possuem uma evolução olfativa que os entendidos descrevem como NOTAS de Cabeça, Corpo e Fundo.

uma propriedade inigualável, essencial para um bom perfume: sua capacidade de fixação, de permanência.

Há um pequeno animal, o cervo almiscarado, ou veado almiscarado encontrado no leste da Europa e na Ásia que atualmente é considerado em risco de extinção.

No final do século XIX, o químico alemão Albert Baur sintetizou o almíscar que foi sendo aperfeiçoado a ponto de hoje todos os perfumes utilizarem o almíscar sintético.

Motivo: o macho tem uma glândula que produz o almíscar! E o que é o almíscar além de produzir um cheiro fétido de urina, de peixe e capaz de atrair a fêmea do veado almiscareiro?

Foi no dia seguinte ao primeiro dia de namoro no cinema que viajei com meus pais. O coração ainda palpitava, o corpo tomado e envolto em uma névoa de uma paixão até aquele momento desconhecida, eu escondia-me em meu silêncio entregue ao perfume que persistia em minhas mãos.

O enlevo que o perfume duradouro me intrigou na adolescência reviveu em mim no momento em que eu me interessei pelas fragrâncias.

aquele perfume sentido na adolescência tinha em sua fragrância notas de fundo de grande permanência.

Participei de um jantar de degustação de vinhos de uma Confraria da qual minha esposa faz parte e ouvi que vinhos têm NOTAS também. Notas amadeiradas, cítricas, de frutas em compota… O aroma que sentimos logo ao borrifar um perfume é de curtíssima duração e são as notas de cabeça, topo, ou saída.

Musk em inglês, musc em francês, a palavra tem glamour, sofisticação aromática, afinal, encontrase presente em quase todos os melhores e mais caros perfumes. As fragrâncias modernas, todas têm almiscares, desde os perfumes mais sofisticados até incensos, produtos de higiene corporal e de limpeza.

Na evolução desse perfume, chamada de Pirâmide Olfativa, em seu aroma ele deixa seu rastro, sua personalidade, são notas fortes, tenazes, as notas de corpo, meio, ou coração. As notas de fundo, ou base são as que determinam a duração da fragrância na pele e entendi que

O almíscar, em uma linguagem rude, é o “cheiro do macho”, mas, diluído revela suas notas aromáticas doces, sensuais, atalcadas como o cheiro da cabeça de bebê, um aroma de limpeza, maravilhoso! Acima de tudo, o almíscar tem

O almíscar é conhecido há milênios. Na Grécia clássica (século V a. C) Heródoto o des-creveu; no século XI o famoso médico persa Avicena o usava para tratar seus pacientes e no século XIX o seu preço era cotado em duas vezes o seu peso em ouro. Entender que a nossa pele tem o aroma que é peculiar a cada um, que, por isso o aroma que um perfume exala em uma pessoa não é igual em outra pessoa, que a persistência do perfume em minhas jovens mãos depois do escurinho do cinema não tirou o encanto. Na verdade me fez revivê-lo com amor à vida que vivi e ainda hei de viver, e que aqueele momento, assim como o perfume e os momentos que virão serão sempre únicos! *médico santa-cruzense radicado em Campinas


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• gastronomia

Flávia Rocha Manfrin

Pão & Vinho, a dupla infalível

Entenda-se aqui por pão qualquer alimento. Da carne assada ao bolo de banana, tudo vai bem com vinho. Branco, tinto, rosê. Seco, mais doce (os demisec ou frisantes). Espumante ou não. Vinho é muito bem vindo, tanto que até Jesus tratou de transformar água nesse líquido que além de nos entorpecer, faz bem à saúde se tomado na medida certa.

Minha irmã, que nunca foi de levantar copo, é apaixonada pela bebida, à qual se dedica em cursos e grupos de degustação. Nesta edição, ela indica espumantes brut (seco, sem dolçor) e vinho branco da uva Chardonay para acompanhar duas receitas da maranhense Geiza Alvez, que vive em Santaigo, no Chile, e um bolo da nossa prima Inocência, santa-cruzense que vive no Maranhão. Saúde!

Cevice e Salteado de Camarões e Salmão receitas de Geiza Alvez _Ingredientes da massa: • 500gr camarão fresco • 1kg de filé de salmão • 1 cebola roxa • 1 xícara suco de limão • 1/2 pimenta dedo sem sementes •1/2 colher de chá de sal •1 colher sopa de azeite • 3 colheres chá de coentro fresco picado _Preparo: Limpe bem os camarões, tirando a casca, cabeça e os filetes de sujeira que você encontra no dorso e na curva interna. Corte o salmão em cubos de 1,5cm. Fatie as cebolas bem fininho e passe numa água quente para tirar o excesso de acidez. Escorra a água. Misture tudo e adicione junto com o suco de limão, o azeite e o sal. Adicione a pimenta picadinha. Para terminar acrescente o coentro fresco.

Bolo de Banana com Aveia preparada por Inô Rocha de Andrade _Ingredientes da massa: • 500gr camarão fresco • 1kg de filé de salmão • 500g de anéis de lula • 200g de cogumelos frescos • 1 maço de aspargos frescos • 3 ou 4 dentes de alho ralado • azeite • sal e pimenta a gosto _Preparo: Tempere as proteínas (peixe, lula e camarão) com sal e piemnta. Refoque o alho em azeite e acrescente as proteínas e depois os cogumelos e aspargos. Mantenha em fogo quente até que seque a água que irá juntar.

_Ingredientes: • 4 bananas (banana-nanica) • 4 ovos • 1 xícara de chá de açúcar mascavo • 200 gramas de aveia em flocos • 1 colher de sopa de fermento em pó • 1 colher de chá de canela em pó * se quiser pode acrescentar passas ou castanhas na massa _Preparo: No liquidificador, bata as 3 bananas, os 4 ovos, 1/2 xícara de óleo e 1/2 xícara de açúcar mascavo. Seguidamente reserve a mistura; Separe uma tigela e acrescente aveia em flocos, fermento em pó, canela e uma banana picada. Nesta etapa, você pode incluir castanhas ou uva passas na massa; Adicione a mistura do liquidificador à massa da tigela; Misture bem para homogeneizar a massa;

Em uma forma untada com manteiga e farinha, adicione a massa preparada; Leve para assar em forno médio, préaquecido, por cerca de 40 minutos, ou até dourar. _extraído de www.terra.com.br/vida-e-estilo


7 • meio

ambiente

São quase 10 anos de luta formal pela preservação do rio Pardo, quando nos reunimos espontaneamente em torno da questão de instalação de PCHs que pretendiam represar o rio em três pontos dentro do município, em 2012. As Audiências Públicas, obrigatórias para se construir esse tipo de obra devido às suas enormes interferências na geografia hídrica da cidade e, consequentemente, na em muitos aspectos da vida urbana e rural, levaram pessoas conscientes da importância da sustentabilidade do rio a se unirem em estudos e análises que permitissem avaliar verdadeiramente a utilidade das obras e seus efeitos sobre nós. Já criada na época, a ONG Rio Pardo Vivo estava se estruturando legalmente, passando a não apenas liderar um movimento que juntou representantes dos setores agro, comércio, político e de informação, mas também a atuar de maneira constante na preservação do rio. Assim formou-se o grupo “Chegou a hora da onça beber água”, que teve a sorte de encontrar um acadêmico não apenas profundo conhecedor do rio Pardo, tema de sua tese de doutorado, mas também disposto a ceder seu tempo e seus esforços no sentido de informar tecnicamente os efeitos das obras sobre a cidade em todos os seus aspectos. O trabalho voluntário do Prof. Dr. Edson Pirolli nunca teve fim, como podemos ver em inúmeros eventos e reportagens sobre o rio Pardo. Assim como o do gestor hídrico da Sabesp e especialista em meio ambiente Luiz Carlos Cavalchuki, o Luizinho, que representa a ONG Rio Pardo Vivo e age não apenas na recuperação de nascentes, plantio de árvores, reflorestamento, limpeza de córregos e desova de milhões de peixes no Pardo. Ele também representa os interesses do rio em instâncias criadas para cuidar da hidrografia do Estado de São Paulo, como o Comitê de Bacias do Baixo Paranapanema, do qual nosso rio faz parte. O trabalho de Cavalchuki em defesa e preservação do Rio Pardo já soma duas décadas., pois desde 2002, quando foram anunciadas as concessões para exploração do rio para geração de energia elétrica ele já se ocupava de cuidar do rio onde ele encontrou respostas para questões pessoais em um momento delicado de sua vida. “Saba toda aquela mata que você vê nos dois lados do rio Pardo quando está chegando na cidade? Fomos nós que plantamos”, conta o ambientalista que tem todas as portas abertas na cidade

fotos: Flavia Rocha | 360

A preservação do Rio Pardo exige uma atitude coletiva

dada a sua dedicação e transparência nas atividades que promove, mas sobretudo, no reconhecimento dos munícipes, incluindo políticos, juristas e empresários, da importância da preservação do Rio Pardo VIVO, como ele ainda é hoje. Atualmente, ambos continuam a realizar expedições e estudos em busca de soluções para questões passíveis de serem tratadas pelo município, como assoreamento e desmatamento das margens, participando ativamente também do grupo remanescente da “turma da Onça”, o Movimento pelo Rio Pardo Vivo, que reúne poucas pessoas que se juntam sempre que a situação fica crítica e tratam de agir de maneira integrada na conscientização e na busca por soluções que garantam a preservação do rio Pardo. Se o leitor observar, verá que entre as concessões da ANEEL para uso do rio para geração de energia às propostas concretas de três PCHs dentro do município, passaram 10 anos. Tempo suficiente para que já se falasse em sustentabilidade, esse termo longo que veio nos lembrar que se não considerarmos a sobrevivência da natureza teremos graves consequências no futuro. Passada mais uma década, portanto depois de 20 anos das concessões e 10 anos das propostas, cá estamos ainda mais

conscientes da importância da preservação do rio e já sentindo os efeitos de tudo que possa interferir em seu curso natural, como a PCH instalada em Águas de Santa Bárbara apesar de todos os nossos esforços junto a todos os órgãos cabíveis – técnicos, como a Cetesb (unidade estadual que autoriza as obras mediante dados técnicos), jurídicos como o GAEMA (núcleo do Ministério Público que trata a questão e de onde partiu um processo de questionamento da obra, tendo sido este protelado pela Justiça enquanto o rio foi sendo represado naquela cidade) e político, já que foram apresentados Projetos de Leis na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, ambos aprovados pelas comissões técnicas cabíveis, de meio ambiente e legislação, mas sem terem sequer sido postos em votação, numa clara falha estrutural da ALESP, onde só são votados PLs de interesse do governo, já só entra em votação o que é previamente autorizado pelo líder do executivo, no caso o governador João Dória. Esse que a exemplo de Alckmin parece ser incapaz de compreender o valor de um rio preservado, dando força aio ditado de que só depois que você perde é que aprende a dar valor. Os efeitos de todas as interferências no rio Pardo já estão sendo notados nos últimos dois anos, especialmente em períodos de seca. O represamento em Águas de Santa

Bárbara, a construção de um reservatório em Botucatu e o uso maciço de suas águas subterrâneas na região de Avaré e Itatinga – todas ações comandadas pelo homem e aprovadas pelo órgão que deveria cuidar da preservação do rio, a Cetesb, também gerida por pessoas – são as principais causas desta situação, que poderá ser agravada caso o projeto de represamento em Iaras seja realizado e as propostas de CGHs (centrais de geração de energia hídrica), que já foram apresentadas em recentes edições deste 360 (184/mai21 e 185/jun21). Cabe também às pessoas fazer o contraponto da destruição. Através do uso racional da água (é triste ver pessoas varrendo e regando calçadas com água corrente limpa e tratada) e participando das ações em defesa, pois somo nós que elegemos nossos representantes estaduais, então cabe a eles nos ouvirem e garantirem a preservação de nosso potencial hídrico, do rio que abastece nossas casas, nossas empresas, nossos comércios e, naturalmente, nossa agricultura. As novas gerações têm um papel fundamental nesse empenho. E é com elas que dialogamos nesta reportagem.


Os jovens Gabriel Zilotti Bonanata, Murilo Ramos de Brito e Gudryan Adrien da Silva, de Santa Cruz do Rio Pardo conversam sobre a situação do rio Pardo com os especialistas Edson Pirolli, Prof. Dr. Eng. Florestal da UNESP, e Luiz Carlos Cavalchuki, presidente da ONG Rio Pardo Vivo. Mediação: Flávia Manfrin, editora do jornal 360 e membro do Movimento pelo Rio Pardo Vivo Flávia faz as apresentações. Explica que o professor Pirolli e o Luizinho vão responder perguntas sobre a problemática do rio Pardo: Por que em alguns lugares o nível da água está tão baixo? Gabriel: O rio chega a bater no pé. O problema é de cidades de cima que não está chegando água? Qual é o problema? Edson Pirolli: Nós estamos passando por um momento de seca bastante grande na Bacia do rio Pardo. Porque a água do rio Pardo não aparece do nada, ela depende da Bacia hidrográfica. A água que cai da chuva escoa para dentro do rio, mas um pouco infiltra no solo e vai recarregar as nascentes. Essas nascentes mantêm o rio Pardo vivo, funcionado. Ocorre que, nos últimos anos, por conta das secas e por conta também de muita ocupação com agricultura, com áreas urbanas e tal, a quantidade de água que infiltra reduziu. Então tem menos água nas nascentes. Aí quando nós temos períodos de seca mais prolongados, como agora, as nascentes com menos água diminuem o volume do rio. O rio que tinha uma profundidade de 1 metro começa a baixar. Além disso, teve a construção de uma usina hidrelétrica, uma PCH, em Águas de Santa Bárbara, que tem segurado a água principalmente durante o dia, para gerar energia à noite. E isso também faz com que, em alguns períodos do dia, o volume de água seja bastante reduzido. Então são três aspectos mais importantes: a seca mais prolongada, as mudanças na cobertura da Bacia do rio Pardo e também a implantação das represas. Tem um quarto fator, observado também nos últimos anos, que são os pivôs para irrigação de plantações implantados lá nas cabeceiras do rio Pardo, nos tributários, no rio Novo, no rio Pardo que é lá pro lado de Avaré e Itatinga. Quando 1 pivô retira uma determinada

* Print screen da conversa sobre o rio pardo realizada no dia 09 de setembro* quantidade de água baixa um pouquinho no rio, mas aí você tem lá 100 pivôs tirando água, já contribui pra baixar mais. Murilo: Mas isso vai dividindo o rio? Pirolli: Parte da água é tirada para irrigar as culturas e daí essa água não volta escoando pra dentro do rio. Uma parte infiltra lá, outra parte dessa água vai embora com as plantas que são colhidas, o que reduz o volume de água dos rios e contribui para que o Pardo seja do tamanho que ele é. 360: Se eu não estou entendendo errado, professor, porque eu nunca fui muito boa aluna de geografia, o rio nasce e conforme ele vai descendo tem uma série de riozinhos, criados por outras por outras nascentes, que desaguam nele e ele vai aumentando, é isso? Isso é a Bacia? Pirolli: A Bacia do rio Pardo é como se fosse o município de Santa Cruz do Rio Pardo, vocês já viram o mapa, né? A Bacia é um recorte espacial como se fosse um município, só que abrange mais municípios. Todas as nascentes que têm naquela região vão direcionar as águas para o leito do rio Pardo. A Bacia do rio Pardo tem 381 nascentes. A água que brota em cada uma dessas nascentes vai somando com a outra. Então, a primeira nascente vai somando com a segunda nascente, com a terceira nascente, a quarta nascente, aí vão formando pequenos córregos que vão se juntando e for-

Hudson

Gabriel

mando riozinhos maiores que vão desaguar no rio Pardo. Vocês devem conhecer a foz do São Domingos, o córrego que corre pela cidade. O São Domingos é um dos rios que contribui para que o rio Pardo seja do tamanho que ele é. Tem muitos outros córregos como o São Domingos que jogam água dentro do rio Pardo. Gabriel: E pode demorar para o rio encher de novo, como era antes? Pirolli: Pode demorar. O problema é que quando começa a haver controle nas represas, quando começa a ter muita água sendo retirada para irrigação, quando começa a chegar menos água nas nascentes dentro do solo, se esse processo vai sendo modificado, a tendência é que tenha menos água ao longo do tempo. Para recuperar isso é muito importante trabalhos como o que o Luizinho e a ONG Rio Pardo Vivo fazem na recuperação de matas ciliares, para que a água volte a infiltrar melhor e as nascentes voltem a ser mais bem recarregadas. Gabriel: Ultimamente, a gente vai descendo e, Nossa Senhora, é só pedra, pedra. É difícil ter água porque está muito raso e a gente não vê a hora de chover bastante porque a gente não aguenta mais bater canela em pedra quando vai descer o rio de boia. Luiz Carlos Cavalchuki: Eu vi vocês descendo. Depois, próximo à Pedreira, vi uma fa-

Gudryan

mília grande com as boias descendo também. É um esporte muito delicioso para curtir a natureza da nossa região. Eu percebi que vocês estavam batendo nas pedras, as boias não estão passando. Meu caiaque encalhou. Pra falar a pura verdade, faz 35 anos que conheço o rio Pardo, que faço essas aventuras de caiaque e de boia. De 5 anos pra cá, nunca tivemos tão pouca água na nossa região. O dr. Pirolli já explicou bem o que está acontecendo. O rio Pardo está sofrendo o que todos os rios do país vêm sofrendo. Vocês perceberam um entulho de pedras ali, próximo ao Paradão? Aquilo é o resultado do mau planejamento da expansão urbana na Chácara Peixe, que causou erosão naquele bairro e assoreou o rio Pardo. Devido à diminuição do volume de água, vocês percebem que coisa horrorosa que está aquela região, o assoreamento ficou mais visível. Gabriel: Se desce de duas pessoas na mesma boia sempre enrosca, tem que ir andando. A gente mais anda que desce o rio de boia. Murilo: E os poços, como são criados nos rios? Pirolli: É interessante a gente considerar, quando faz esse tipo de análise, que o planeta Terra tem quase 5 bilhões de anos de evolução e, ao longo de todo esse período, foram ocorrendo eras geológicas que foram dando a forma que nós temos hoje. O leito do rio foi sendo formado ao longo de milhões de anos, passando água por ali e, às vezes, passando mais forte e abrindo um pouquinho a pedra e aprofundando. Isso durante milhões e milhões de anos. Em alguns lugares, a água chega com mais força, acaba escavando e formando os poços, como se fossem Bacias no fundo do rio. A água fica acumulada ali porque o rio não tem o fundo todo plano, então formam bacias mais fundas que são esses poços. Um problema que a gente tem observado em vários poços desses é que, como a velocidade da água vem reduzindo nos últi-

Murilo


* Os jovens descem carregam as boias para superar a área muito rasa do rio Pardo, na área do assoreamento da Chácara Peixe*

mos anos, muita terra e muito entulho está parando no fundo e aí eles vão ficando mais rasos. O que é um problema para os peixes e para o próprio rio.

Gabriel: Piso.. Murilo: A gente achou piso. Até mesa a gente achou! Gabriel: Pneu. 360: Quem jogou tudo isso, Luizinho? Porque a quantidade é muito grande, pra ter tanto entulho. Como isso se formou? Luizinho: Isso é na Chácara Peixe. A expansão da cidade foi mal planejada naquela região. Toda água de chuva daquela região de Os Galeguinhos, San Juan, Jornal Debate... não tinha para onde correr porque não tinha galerias pluviais nem drenagem de água. As pressões das chuvas romperam o asfalto daquela região causando uma grande tragédia, em 2002. Quase 2mil m3 de entulho que foi parar no rio. 360: Foi quando rompeu a estrada, afundou tudo ali? Luizinho: Sim. A rodovia foi interrompida e tudo foi parar no rio. Foi grande o volume do assoreamento. Depois de um tempo, a região foi recuperada, só que estourou de novo. Foram dois problemas ali. Aí com grande sacrifício e dinheiro público fizeram a galeria pluvial. Nós acionamos a Justiça, em 2002. Então existe um dossiê muito grande com todo o dano ambiental causado naquela época tramitando no inquérito civil. E a prefeitura tá pagando por aquele dano ambiental.

Marcos

Marcos

fotos: Flavia Rocha | 360

O Luizinho falou sobre a questão do assoreamento que tem ali naquele córrego, que é um assoreamento enorme, um monte de pedra e entulho. Aquilo acabou formando um pouco de poço porque reduziu a velocidade da água, mas também estreitou o rio do outro lado. E a profundidade do rio naquele pedaço está muito reduzida porque muito do que está no fundo do rio é tijolo, pedra, coisa que veio lá da cidade.

Luizinho: Não. Nós temos uma parceria com o clube na construção do parque aquático. Ali foi uma visão do passado, uma proposta que a ONG fez pra formar uma área de turismo na região.

Murilo: Sujou muito o rio ali.

360: Vocês sabem o que é assoreamento?

Luizinho: A análise dos engenheiros diz que ali tem 2mil m3 de entulho. Esse entulho se movimentou por toda a região até a ponte nova, ali na SABESP.

Gabriel: Mais ou menos.

Na semana passada, tivemos uma luz. O dr. Pirolli veio conhecer o local, e nós encontramos um ponto de equilíbrio pra retirar aquele entulho. Graças a Deus. 360: Você achou? Luizinho: Sim. Inclusive é uma novidade. Nós estivemos no Ministério Público hoje e vai ser retirado aquele entulho lá Gabriel: Pode contar detalhes de como vai funcionar esse projeto aí? Luizinho: Nós não vamos tirar o entulho, vamos remover para as laterais. Essa ideia surgiu quando eu e o Dr. Pirolli fizemos uma visita técnica nessa área, conversamos e chegamos nessa solução. No passado, engenheiros calcularam que era inviável tirar aquele entulho do rio. Eles achavam que o próprio rio ia movimentar o entulho. A gente provou por A+B que não foi isso que aconteceu, ao contrário, piorou. E com essa crise hídrica o entulho surgiu de forma muito agressiva porque a água baixou e o assoreamento apareceu.

Pirolli: Assoreamento é o acúmulo de material de fora pra dentro do rio. Quando a gente tem um volume de entulho, como no rio Pardo, a gente chama de assoreamento porque ele veio trazido de fora e ocupou o lugar da água no rio. Isso ocorre também com terra, muitas vezes, vem terra da lavoura ou de bairros novos, aí enche o rio de terra e a gente chama de rio assoreado. Luizinho: Como o dano ambiental foi muito grave naquela região do rio Pardo, os engenheiros no passado acharam que não era viável a retirada do assoreamento e a prefeitura, na época, precisou fazer grandes obras de contenção, gastaram muito dinheiro para poder tentar recuperar uma parte da explosão da erosão. Porque vocês perceberam que houve um grande buraco naquela região. Desde então, a prefeitura vem gastando muito dinheiro para resolver os danos ambientais no rio Pardo de uma maneira que nós achamos que não está resolvendo, porque o rio Pardo é um cartão postal, um dos lugares mais bonitos da região. Então nós tivemos uma ideia e levamos para o Ministério Público, para o Secretário do Meio Ambiente e para o Prefeito. Murilo: E aquele projeto na frente do Náutico, são vocês que estão fazendo?

Nosso município tem o certificado de Município de Interesse Turístico, MIT. Com esse certificado, a prefeitura recebe uma verba anual, do Governo de São Paulo, para usar nas atividades turísticas da cidade, permitindo geração de emprego e renda. Grande parte desse recurso foi destinado para investimentos naquela região, para reforma, construção, adequação e, brevemente, vai ser inaugurado. Murilo: Mas não vai ter nada no rio? Porque ouvi um boato que teria tirolesa, é verdade? Luizinho: Vai. O Projeto é muito bom, vai ter um circuito naquela região. Por isso, a nossa preocupação de remover aquele assoreamento. Ali vai ter um circuito ecológico e, inclusive, o Clube Náutico vai ser totalmente reformado e aberto para a comunidade. Vai ser um Parque Ecológico. No projeto tem um mirante, tem a tirolesa que vai atravessar as duas margens do rio. Gabriel: Olha que legal! Luizinho: É! É modelo europeu! Gabriel: Mas esse projeto é pra quando? Luizinho: Bom, é um trabalho de formiguinha. Primeiro, o Náutico e a Prefeitura precisam legalizar as terras para depois mexer com as obras. Em paralelo, estão fazendo o parque aquático, ali atrás do Senai. Creio que daqui uns 3 ou 4 anos, graças aos recursos vindos do Governo Estadual, através do MIT. Muito brevemente, Santa Cruz vai ser uma cidade turística, mas para isso, é preciso desassorear o rio, plantar árvores, devolver os peixes. Nós temos que cuidar do rio Pardo para concretizar nossa região como Município de Interesse Turístico.

James


fotos: Flavia Rocha | 360

Murilo: É bom deixar o rio bonito, porque quando eu mudei pra cá, todo mundo falava mal do rio. Daí quando eu conheci achei que era a melhor coisa que eu fiz da minha vida. Tem um monte de gente que fala mal do rio, fica privando os outros de ir, mas o rio é super de boa. É super legal ir pro rio. A gente toma todo cuidado porque a gente sabe que o rio é perigoso, mas é uma paz que é só ir pra senti! Luizinho: É verdade. Domingo, tinha uma família grande descendo o rio. Uma família interessante, de 6 a 8 pessoas, eu até registrei com uma foto. Era uma família inteirinha descendo de boia naquelas pedreiras. Foi até bacana porque não precisa nem de colete porque não tem água no rio! (risos) Gabriel: Em Ourinhos, na ponte da FAPI, é rio Pardo também? Qual é a profundidade? Luizinho: A Bacia do Rio Pardo é bem extensa, passa por Ourinhos também. Ali tem lugares que é bem fundo também. 360: Luizinho, conte do reflorestamento que fez com amigos nas margens do rio, na chegada à cidade, há mais de 20 anos. Luizinho: Ali foi um esforço grande que deu bastante dor de cabeça para mostrar para os proprietários que aquela região tinha que ser reflorestada. Em algumas áreas, a Justiça determinou que tinha que ser reflorestada; em outras, a gente reflorestou gratuitamente. Nessa época, ainda não tinha a ONG Rio Pardo Vivo, que passou a ter esse título, com CNPJ, a partir da ameaça de hidrelétricas no rio, em 2012. Mas fazemos trabalho ambiental na região desde 2000. Gabriel:: Atualmente, o único lugar que é fundo é o Paradão, mesmo, porque o resto é só canela na pedra. 360:: Eu queria que o Luizinho e o Professor contassem pra vocês um pouquinho da nossa luta. Como o Luizinho já falou, a gente luta desde 2012 pra evitar que façam barragens no rio. Mesmo com toda essa luta, fizeram uma barragem lá em Águas de Santa Bárbara, que já está dando dor de ca-

beça. Luizinho, conte um pouco pra gente e o que eles podem fazer pra preservar o rio e ajudar nessa luta. Luizinho: Explica aí, Dr. Pirolli Pirolli: Existe uma demanda por energia elétrica no país. Vocês estão ouvindo agora a crise da energia, que a conta da luz vai aumentar etc. Isso é algo que já vem recorrente há bastante tempo. Há coisa de uns dez, doze anos, uma empresa resolveu que ia fazer barragens ao longo do Rio Pardo, com propostas iniciais de até 9 barragens. Em Santa Cruz, seriam duas; em Ourinhos, mais uma. Seriam barragens enormes e o rio, praticamente, ia parar, ia ficar só alguns grandes lagos. Aí o pessoal de Santa Cruz, o Luizinho, a Flávia, o ator Umberto Magnani, o Zé Vicente, o Plinio Rigon, um grupo grande, lutou bastante para impedir essas obras. Esse movimento da comunidade impediu que o rio fosse transformado numa sequência de represas. Se o rio corre, mesmo que fraco como ele está, mas ele corre, é graças ao trabalho desse povo aí que en-

frentou muita briga. A gente recebeu ameaças, propostas de suborno, mas nos mantivemos bastante firmes nessa luta. Mas, sem nenhuma dúvida, a cara desse movimento é o Luizinho, porque ele esteve sempre a frente, com muita coragem, encarando as broncas. E a Flavia também, junto. É uma história bonita que eu acho que tem que ser registrada pra posteridade porque Santa Cruz do Rio Pardo pode dizer que fez. A comunidade unida impediu que o rio fosse destruído. Mas a comunidade precisa continuar lutando porque seguidamente vem alguém querendo fazer barragem, inventar alguma coisa pra aproveitar o rio para gerar energia. E a gente acha que o rio tem que ser aproveitado, assim, como rio. Só pelo fato dele nos fornecer água, oportunidade de descer de caiaque ou boia. Por ele existir já é grandioso. Murilo: É nosso lazer! Gabriel: Se não fosse toda a luta de vocês, imagina como o rio iria tá hoje...

* O grupo de amigos durante a descida do rio, em local ainda navegável. Abaixo, caminhando sobre o assoreamento da Chácara Peixe, que deverá ser resolvido ainda este ano*

Pirolli: Estaria parado, não teria correnteza. Luizinho: Nós tivemos a oportunidade, naquele momento do impedimento da construção de barragens, de conhecer pessoas, técnicos experientes porque não entendíamos de rede elétrica, não sabíamos o significado de uma Bacia hidrográfica. O dr. Pirolli tem muita responsabilidade nessa briga ambiental, aqui na Bacia do Pardo, porque, na verdade, ele é um estudioso da Bacia do Rio Pardo. Nós soubemos, através dele, defender o rio tecnicamente. O dr. Pirolli é um pesquisador da UNESP, dá aula pra doutor. O que ele falava era lei porque a gente estava falando com um técnico. Então pra gente defender o rio tivemos que fazer documentos técnicos e foi graças ao dr. Pirolli, aos ensinamentos dele, que conseguimos algo inédito. Foi por causa dos ensinamentos dele que conseguimos impedir a cons-trução de 3 barragens no rio. Por enquanto. Porque a gente precisa se defender de pessoas que sempre querem se aproveitar do nosso rio.


Como preservar o Rio Pardo Luiz Carlos Cavalchuki - ambientalista, gestor hídrico e líder da ONG Rio Pardo Vivo texto e foto

As soluções existem. Estão aí, para serem tomadas pelas instâncias competentes. Enquanto o GAEMA (Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente) continua acatando denúncias e levando a questão da preservação do rio Pardo às instâncias jurídicas, enquanto deputados apresentam Projetos de Leis na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nós, cidadãos comuns também podemos agir. Se na Justiça e na ALESP, as questões são demoradas e anos passam sem que tenhamos resultados, no campo prático da cidadania temos tido efeitos positivos. Muitas áreas antes desmatadas, que provocariam um assoreamento ainda mais grave do que o atual, foram reflorestadas. Também temos trabalhado constantemente no plantio de árvores, especialmente junto às nascentes, pois é assim que se promove a permanência do fluxo hídrico. Cidadãos comuns também podem agir permeabilizando suas calçadas, seus quintais, suas áreas de lazer. Porque é com um calçamento que inclui pisos e vegetação que garantimos que a água da chuva volte para o rio, abastecendo-o diretamente. As pessoas também podem adotar hábitos mais conscientes do uso da água. Aprovei-

tando o que é usado nas máquinas de lavar roupa para lavar o quintal. Usando vassoura e não a mangueira aberta para varrer a calçada da sujeira. A ONG Rio Pardo Vivo segue olhando para todos os problemas que o rio Pardo enfrenta, assumindo sua voz ativa. O assoreamento é um deles. E neste campo, estamos conseguindo também encontrar soluções simples e eficazes. A mais recente iniciativa da ONG Rio Pardo Vivo, que já foi apresentada à administração do município e ao Ministério Público competente, vai resolver um problema que se tornou crônico e atravessa mandatos dos prefeitos, num acúmulo financeiro que supera R$ 23 milhões em multas. E com um custo praticamente zero, pois são necessários apenas equipamentos disponíveis na prefeitura para colocar o projeto em prática. Trata-se do grave assoreamento causado por entulhos da Chácara Peixe, área da cidade que foi urbanizada sem as devidas medidas em relação ao subterrâneo hídrico que por ali existe, décadas atrás. Muitos se lembram dos desmoronamentos que isso acarretou por duas vezes na rodovia que Engenheiro João Baptista Cabral Rennó, antes da ponte. Esses desmoronamentos cau-

* Luiz Carlos Cavalchuki e Edson Pirolli inspecionam o assoreamento da Chácara Peixe, em Santa Cruz do Rio Pardo e encontram solução simples, rápida e barata * saram um acúmulo de entulho no rio de mais de 2 mil m3. E uma multa pública que vem aumentando ano a ano, pois na época, acreditou-se que não seria necessário retirar o entulho e que o pró-prio rio o absorveria, o que não aconteceu. A solução vai aliviar os cofres públicos desse gasto. A retirada desse entulho, se você for orçar, deveria chegar na casa dos R$ 200 mil, para se ter uma ideia. Em recente expedição pelo rio acompanhado do Prof. Dr. Edson Pirolli, engenheiro florestal que é doutorado no rio Pardo, seu objeto de estudos científicos, chegamos a uma solução simples: com o uso de máquinas, o entulho, em vez de extraído, será depositado nas margens, criando um corredor sólido, pois trata-se de material como cimento e concreto, que será reflorestado com o uso de plantas nativas com sistemas radiculares, que estabilizam as margens, como

Dicionário da defesa do Rio Pardo Afluente Aquífero Assoreamento Bacia Hidrográfica Calha CGH Efluente Erosão Espelho D’Água Foz Mata Ciliar Nascente PCH Represa Reservatório Vazão

ingá e bambu. Para se ter uma ideia da simplicidade e viabilidade do projeto, se feito pela iniciativa privada, custaria em torno de R$ 10 mil reais. E além da viabilidade econmica, porque só vai ser preciso usar retroescavadeira, não haverá dano ambiental. Aliás, o entulho servirá de base para um reflorestamento e vai ficar muito bonito. Essa obra acessível e simples, que resgatar o fluxo natural do rio Pardo naque-le importante trecho usado para lazer, fazendo jus a seu protagonismo turístico na nossa cidade, é uma prova de que nós, cidadãos comuns, com base em informação e articulação, indo em busca de soluções, muitas vezes a encontramos de maneira simples e eficaz. E aí, vamos salvar o rio e garantir a nossa água? Conto com você.

Colaboração: prof. e geógrafa Victória Helena Borsa Piroli

Rios e cursos de água menores que desaguam em rios principais. São eles que alimentam o rio principal Formação geológica subterrânea capaz de armazenar água, formando imensos lagos no subsolo que auxiliam no curso de águas superficiais, como lagos, nascentes, fontes e rios, mantendo-os estáveis, já que todo o excesso de água da chuva é absorvido por eles. Acúmulo de sedimentos (areia, terra, rochas), lixo e outros materiais levados até o leito dos rios e córregos pela ação da chuva, do vento ou do ser humano. Diminui o volume de água, pode levar a ocorrência de enchentes e até a seca do rio. Áreas do território ou de uma região compostas por um rio principal e seus afluentes, que escoam para o mesmo curso d'água É o espaço que pode ser ocupado por um curso d'agua São usinas hidrelétricas de tamanho e potência ainda menores que as PCHs. Para serem construídas modificam a paisagem natural. Resíduos gerados por atividades humanas e industriais. Ao serem lançados nos corpos d’água interferem na qualidade e levam à poluição. Processo de desgaste, transporte e sedimentação do solo, dos subsolos e das rochas como efeito da ação dos agentes erosivos, tais como a água, os ventos e os seres vivos. Leva a perca de nutrientes do solo e assoreamento dos rios. Superfície contínua de água exposta à atmosfera e visível de uma determinada altitude. Ponto de desaguamento de um rio, que pode ser feito no mar, numa lagoa ou em outro rio. Vegetação nas proximidades de cursos d'água, tais como rios e lagos. Representam uma proteção natural dos cursos d’água. Local onde a água subterrânea atinge a superfície, dando origem a um curso d'água (córrego, ribeirão, rio). Um mesmo rio pode ter diversas, sendo protegidas pelas matas ciliares. Pequena Central Hidrelétrica, usinas menores do que as tradicionais, mas que também usam a força e a velocidade da água para gerarem energia. Geram pouca energia, mas requerem obras de grande impacto ambiental por envolverem grandes lagos represados. É uma barreira artificial, feita em cursos de água para a retenção de grandes quantidades de água; o corpo de água resultante é um lago artificial. Pode levar ao desenvolvimento de plantas aquáticas invasoras, barrar a migração de peixes. Lagos artificiais feitos geralmente por barramento de um rio, para gerar energia elétrica, irrigação, abastecimento d´água, ou outro fim. Volume de água que passa em um determinado ponto de rio por um determinado período de tempo.


12 • bem

viver

Pensar faz bem para a mente e pra vida A crítica é um exercício mental saudável e necessário para a vida de qualquer pessoa. Ela também pode ser desenvolvida através da arte, como o cinema, por exemplo. Então, procure assistir a muitos filmes. E dê uma chance aos filmes premiados em festivais que acontecem em diversas partes do mundo (não apenas o Oscar americano). Geralmente, essas obras do cinema costumam ajudar ainda mais a termos capacidade reflexiva,

Mentoria, coach, incluencers, seguidores. Quem hoje em dia não ouvir falar desses termos? Os “mentores” hoje substituem os “consultores”, profissionais que analisavam questões do seu negócio ou empresa para apontar soluções. Na mesma linha, só que no campo pessoal, aparecem os “coachs” ou treinadores, em tradução literal, substituindo o trabalho de psic[ologos, esses estudiosos do comportamento humano que nos ajudam a pensar por conta própria, resolvendo através de nós mesmos as nossas questões.

Liberdade de pensamento – E qual a vantagem de todo esse esforço de pensar por conta própria? Bom, promeiro isso nem deveria significar um esforço. Pensar por conta si é na verdade um direito e uma garantia de se viver a própria vida.

Os influenciadores, bem, esses não subs-tituem ninguém, nem são a evolução ou nova versão de nada. Na verdade, são pessoas que sabem se colocar em redes sociaisa a ponto de conquistar milhares de “seguidores”. E, enfim, chegamos a eles, os milhões de seres humanos que decidem seguir centenas de influencers como se eles fossem grandes estudiosos, contratar coachs para resolverem seus problemas pessoaise, ainda serem orientados por mentores em seus negócios.

A comodidade da apatia – Uma das maneiras de se evitar cair nesse processo passivo de aceitação de que pensem por você é livrar-se da preguiça de refletir a respeito do que se ouve ou lê. Afinal, você é uma pessoa, não um marionete para agir pela cabeça dos outros. Desta forma, ouvir, pesquisar e ler sobre determinado assunto valendo-se de diversas fontes de informação, é um caminho que pode ajudar a evitar cair em ciladas, fazer escolhas erradas, defender ideias que não fazem sentido e envolver-se em situações que não condizem com o que você realmente é ou gostaria de ser.

imagem: pixabay.com

O que esse cenário nos mostra, com todos esses títulos, é que vivemos uma época em que pensar, refletir e raciocinar por contra própria parecem ter sido substituídos por hábitos onde a própria pessoa se coloca sob concreta – e perigosa – manipulação. Ou seja, escolhese “seguir” mentores, influenciadores e treinadores (coachs) em vez de valer-se de conhecedores de determinados assuntos para para uma ação de debate e troca de informações que permitam que cada um pense e aja por conta própria.

A vantagem disso, primeiro, é não fazer papel de bobo ou servir do que se usa chamar “massa de manobra” para oportunistas e também para não deixar decisões importantes e pessoais, inclusive de seus negócios, serem tomadas por quem muitas vezes acredita ter qualificação para ajudar você em suas questões pessoais ou profissionais, mas na verdade não tem. Afinal, hoje ser “certificado” como coach, mentor e inflenciador é algo corriqueiro e comum.

A leitura, incluindo necessariamente li-vros e informativos respeitáveis por seu conteúdo editorial, é uma garantia de se ter uma mente capaze de reflexão. Porque até mesmo para se valer dos novos especialistas é preciso ter senso crítico. Ou você pode obter resultados que não convergem para a conquista dos seus objetivos. Isso vale para questões pessoais e, especialmente, para seus negócios.

Lembre-se não existe atalho para o co-nhecimento. É preciso muito tempo dedicado a estudos bem elaborados para se chegar a um nível de saber suficiente para se pensar em aconselhar alguém. E quem realmente se dignar a servir você com orientações dentro de um limite, que respeite seu direito de escolha, se apresentará de uma maneira diferente.


13 • finanças

o Mapa da

MINa

Por uma vida financeira mais tranquila! Olá, Pessoal! Nossa coluna de hoje é sobre um tema que pode atrapalhar muito a caminhada no Mapa da Mina para o TESOURO do BEM ESTAR FINANCEIRO. Vamos falar sobre FRAUDES E GOLPES! Angela Nunes

Aí está o tesouro:

Em momentos muito confusos e difíceis como estamos vivendo, tem crescido muito as fraudes e os golpes. Além disso, os fraudadores estão cada vez mais audaciosos, especialmente com o aumento do uso cada dos meios digitais. No começo da pandemia, por exemplo, houve o golpe do falso cadastro da vacina e do falso pedido de auxílio emergencial. As fraudes e golpes têm acontecido de diversas maneiras. Vamos listaras mais conhecidas para a gente ficar atento:

1- Mensagens de familiares ou amigos pelo WhatsApp

pedindo para transferir dinheiro porque está passando por uma emergência e não está conseguin-do acessar o banco. Geralmente, o telefone do amigo que está pedindo dinheiro foi roubado ou clonado. Como agir: verifique sempre, por outro meio que não o próprio WhatsApp, se o seu amigo está realmente precisando do dinheiro.

2- Mensagens de WhatsApp pedindo para entrar em

um determinado link, para receber algum prêmio ou completar um cadastro. Quando se entra no link, o número de celular é “sequestrado” pelos fraudadores e passa a ser usado para golpes como, por exemplo, o descrito no item anterior. Como agir: nunca entre em links que não conhece.

3- Ligações por telefone com solicitação de confirmação de dados pessoais, atualização de token, se-nhas de conta e cartão de crédito e solicitação da entrega física de documentos e cartões. Como agir: não passe nenhuma informação pessoal ou bancária por telefone ou mesmo por WhatsAPP. Verifique junto ao seu gerente se algum tipo de atualização precisa ser feita. Importante: > nunca retorne para o número de tele-

imagens: pixabay.com

Capítulo 8 - fraudes e golpes

fone que for informado por quem ligou para você. > se o seu cartão estiver com problema e você precisar descartá-lo, inutilize o chip antes de jogá-lo fora (corte o chip em pedaços com uma tesoura). > cuidado com cartões que pagam por aproximação. Se você utiliza o sistema de aproximação, deixe o limite baixo para liberação por aproximação sem a digitação da senha. ATENÇÃO: Instituições Financeiras (ex.: bancos): > Nunca pedem atualizações cadastrais como as formas descritas no itens 2 e 3 acima. > Nunca mandam portadores retirar o cartão de crédito na casa da gente.

4- Nas compras online pela internet podem aparecem ofertas incríveis que muitas vezes são de sites "fantasmas" que não entregam os produtos. Como agir: verifique se são sites das lojas originais. Não faça compras em sites desconhecidos, especialmente, sem pesquisar se existem reclamações. O PROCON-SP tem uma lista de sites que devem ser evitados: https://sistemas.procon.sp.gov.br/evitesite/list/evitesites.php 5- nas aplicações financeiras, desconfie se estiverem oferecendo investimentos sem risco e com alta rentabilidade e ganho rápido. Essas ofertas aparecem sempre com a pressão da urgência de que “tem que ser feito imediatamente, porque o excelente negócio está terminando”. Desconfie!!! > Tem, também, a conversa de que todo mundo está fazendo e que você não pode ficar de fora! Como agir: > nunca, em hipótese alguma, faça uma transferência para um investimento que não seja para uma conta no seu próprio nome.

Maria Angela de Azevedo Nunes, CFP®, Planejadora Financeira Certificada pela Planejar - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. Graduada em Ciências Econômicas pela UERJ, com Especialização em Psicologia Econômica. É Consultora e Administradora de Valores Mobiliários autorizada pela CVM e sócia da Moneyplan - Consultoria em Planejamento Financeiro e Educação Financeira. Membro do Conselho de Administração e do Comitê Executivo da Planejar - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros, foi diretora do Banco Itamarati, da BCN Alliance Capital Management e do Banco BCN - Grupo Bradesco - e docente do Curso de Planejamento Financeiro do INSPER – Instituto de Ensino e Pesquisa. É também co-autora do livro “Planejamento Financeiro Pessoal e Gestão do Patrimônio – Fundamentos e Práticas”

> Consulte o site da CVM - Comissão de Valores Mobiliários http://www.cvm.gov.br/ e verifique se a empresa que está oferecendo o investimento é regular e está registrada. LEMBRE-SE: “NO MUNDO DOS INVESTIMENTOS, NÃO EXISTE ALMOÇO GRÁTIS!” Ah, mais uma coisa: não aceite ajuda de estranhos nos caixas eletrônicos de bancos. Se você está com alguma dúvida ou dificuldade, peça ajuda a um funcionário do banco. Vamos seguindo o nosso MAPA DA MINA, lembrando que: > a gente deve ficar atento e acreditar que fraudes e golpes podem acontecer com qualquer um de nós. Golpistas são especialistas e conhecem nossas fragilidades!

> uma vida mais simples é mais fácil de carregar!


artes: Sabato Visconti

Ria enquanto pode Alvinho ria sem parar. Na Catequese, ele aprendeu que, no tempo de Jesus Cristo, as meninas não podiam ir à escola e somente iam os meninos. Resultado: as mulheres mal conseguiam ler. Pensando nas meninas de sua classe, Alvinho as imaginou todas analfabetas e caiu na risada. Seu pai sabia muito bem que os melhores alunos da classe eram as meninas e Alvinho ria porque, da história ele podia rir, mas na sala de aula a realidade era outra: ria, Alvinho, enquanto pode e, assim ele fez. Foi brincar com Pingo morrendo de rir… Ahahahah. Elas nem sabiam ler…

Frutas Exóticas O mundo todo é repleto de frutas que nunca imaginamos existir. Diferentes nas formas, sabores e texturas, são conhecidas como frutas exóticas. Encontro no diagrama as 25 frutas a seguir e complete as casas em destaque com o nome de uma sobremesa bastante saudável: acerola - açaí - amora - bacuri - cajá - caju- carambola - cupuaçu - damasco - fisális - gabiroba - graviola - ingá - jaca - kiwi - lichia - maná - pitaia - pitomba - romã - sapoti - siriguela - tamarindo - umbú - uvaia. Ã

10 Diferenças

E S A A B M O T I P U I

L O I V A R G E V O R

M I

U A I

L T M W

A I U O I

I C M H O A I R M T A A A R S I S M U Ã C A M C O N E S H U U C A B

L P G R E K E O A O B U

E U J A C E S N H K O T

U B M E B I S Á L I S L

G U K A I R A G Ç B A A

I R I N O R E N O A C L

R E M S Á M O I I L I O

I I B C E Ç Ã B E R E B

E Ç U O R L U N A T L M

à C U P U A Ç U U G I A A

O A P I A L O R E C A E R

T A J Á A N O E D M N I I T R O A P M A A S T B A C

1- Língua do Pingo. 2- Marca da patinha do Pingo. 3 – Nariz do Pingo. 4- Sombrancelha do Pingo. 5- Prendedor da cortina. 6- Pinta da coxa da jaguatirica. 7- Nariz da jaguatirica. 8- Garra da Jaguatirica. 9- Folhagem à direita. 10 – Olho do tucano.

14 • meninada




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