jornal 360 - edição 187 - agosto2021

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Jornal 360

acontece_ Com a reabertura das escolas, o uso das máscaras tornou-se ainda mais vital para evitar o contágio da Covid •p3

nº187

meio ambiente_ O lixo nosso de cada dia pode ser transformado em adubo e bio fertilizante. Veja como •p12

Agosto/21

Grátis!

A proteção à natureza é a base das lendas brasileiras foto: Flávia Rocha | 360. •. FAZENDA SÃO JOSÉ DA GRUMIXAMA /SCRPARDO

Circulação Mensal: 3 mil exemplares Distribuição: • Águas de Santa Bárbara • Areiópolis • Assis • Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira César • Chavantes • Espírito Santo do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos • Palmital • Pardinho • Piraju • Santa Cruz do Rio Pardo • São Manuel • São Pedro do Turvo •Timburi Rodovias: • Graal Estação Kafé • RodoServ • RodoStar Versão On line:

foto: Flávia Rocha | 360

especial_O folclore brasileiro é rico em personagens que agem em defesa da natureza e dos bons hábitos •p7

ANO 16

issuu.com/caderno360 facebook/jornal360

Proteger a natureza é plantar árvores, respeitar os ciclos das lavouras, usar métodos biológicos de produção, manter matas nativas para o abrigo dos animais silvestres. Somente uma natureza em sua totalidade é capaz de nos proteger e garantir a sobrevida do planeta Terra.

Ainda corremos risco de contágio e de vida. Por isso, não arrisque: USE MÁSCARA!


2 • editorial

Descoberta

Do Latim DISCOOPERIRE, “destapar”, formado por DIS-, “ação oposta”, mais COOPERIRE, “cobrir, tapar, enterrar”, por sua vez formado por COM, intensificativo, mais OPERIRE, propriamente “cobrir”. Consta que inicialmente ela se aplicava ao ato de “delatar, expor segredos alheios”. Um de nossos dicionários diz que ela entrou em nosso vocabulário em 1789. 1. Ato ou efeito de descobrir (algo), de retirar a proteção, a cobertura, a capa, o invólucro etc.; descobrimento. 2. Ação de achar o que ninguém havia encontrado antes. 3. Aquilo que se inventa, cria; invenção, criação. 4. O que se experimenta, se vivencia pela primeira vez. Fontes: origemdapalavra.com.br | www.dicio.com.br

As descobertas, como diz a própria definição, tendem a ser muito positivas e capazes de gerar muitas mudanças. A cura de uma doença, um novo tipo de uso para uma planta, um ingrediente. Um novo local para passear e recarregar as baterias. Uma nova amizade entre pessoas nunca imaginamos a conviver. Um novo passatempo, um novo gosto. Uma nova alegria. foto: Flávia Rocha | 360

2 Pedro 1 VS 7

As descobertas nos abrem as portas do prazer e da satisfação. Da fé e do ânimo, da perseverança, portanto. Elas também nos permitem entender que onde menos vemos alguma boa possibilidade pode surgir algo que mude todo o cenário, de maneira muito positivo, de um modo que jamais imaginamos, imprevisível. Elas nos levam além. Até onde nem ousamos sonhar. Há, no entanto, uma regra para ter acesso a toda a magia e benevolência de uma descoberta. É ter a mente e o coração abertos. Quem se fecha para o novo, para uma nova postura, para um novo olhar, jamais vai aproveitar as boas descobertas que a vida nos garante. Prova disso é o pensamento tacanho de quem está vendo tudo se perdendo, o circo pegando fogo, mas não abre mão da opinião, da postura, da decisão. Quanto se perde quando se vive assim! Esta edição está repleta de descobertas. A primeira delas, sobre o nosso Folclore, tão oculto no nosso dia a dia, nas nossas festividades, nas nossas vistas, seja como decoração, leitura, brinquedos. Uma seção especial de MENINADA, traz o Folclore Brasileiro, festejado em 22 de agosto, com direito a personagens, passatempos e dicas de leituras. Fonte de misteriosas lendas brasileiras, a natureza é uma fonte rica e constante de descobertas. Prova disso é a capacidade que ela tem promover felicidade nas pessoas, como vemos em BEM VIVER onde contamos o prazer de pessoas que são felizes cuidando de hortas, jardins e pomares. A edição também traz a descoberta dos benefícios ambientais e sensoriais gerados pela compostagem do lixo que geramos em nossas cozinhas, com dicas de como montar sua composteira e onde buscar informação para adotar esse hábito com segurança e precisão, como mostra a reportagem de MEIO AMBIENTE. Descobrir o quanto a própria terra tem valor, observando tudo que ela proporciona é o tema de artigo que

“E à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade.”

Código de Ética do Jornalismo * Um dia a sociedade vai finalmente descobrir que melhor do que muros, segurança é ter um convite desses em frente da sua prórpia casa * aparece em AGRONEGÓCIO. As reflexões continuam em PONTO DE VISTA onde nossos colunistas José Mario Rocha de Andrade e Fernanda Lira nos provocam a um olhar mais atento, capaz de nos fazer descobrir defeitos que podem (e devem) ser resolvidos e qualidades que merecem ser preservadas. Também podemos desobrir novos caminhos e fontes de renda, como nos ensina a seção FINANÇAS deste mês. Para completar, as descobertas que a epidemia está provocando na rede de ensino, em ACONTECE, e receitas que descobri na caixa de velhos cadernos de receita de minha mãe. Uma descoberta que vai render em muitas das próximas seções de GASTRONOMIA deste jornal 360, que se mantém assim, girando em todos os sentidos, sempre pronto a descobrir uma nova e boa pauta. Boa leitura! Flávia Rocha Manfrin | editora c/w: 1499846-0732 • 360@jornal360.com

Ora ação!

Artigo 10º

4- Exercer cobertura jornalística, pelo órgão em que trabalha, em instituições públicas e privadas onde seja funcionário, assessor ou empregado.

e xpediente O jornal 360 é uma publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados. Tiragem: 3 mil exemplares. Distribuição gratuita. RedaçãoColaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diagrmadora e jornalista responsável | Mtb 21563›, André Andrade Santos e Paola Pegorer Manfrim ‹colaboradores›, José Mário Rocha de Andrade, Fernanda Lira e Angela Nunes ‹colunistas›, Sabato Visconti ‹ilustrador›, Odette Rocha Manfrin ‹receitas e separação›, Camila Jovanolli ‹transcrições e comercial›. Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Endereço: R. Cel. Julio Marcondes Salgado, 147 - 18900-007 - Santa Cruz do Rio Par-do/SP• 360@jornal360.com • cel/whats: +551499846-0732 • 360_nº187/agosto2021


3 • acontece

O acessório é fundamental para que todos evitem pegar a Covid ou simplesmente levar o vírus para casa. Manter distância dos colegas e as mãos limpas, também Autorizadas a operar com 50% de sua capacidade de alunos em aulas presenciais, as escolas retornaram suas atividades vivendo um novo desafio: manter crianças e adolescentes em convívio diária seguindo os protocolos de combate ao contágio do coronavírus, o que implica uso correto de máscaras, distanciamento de um metro do colega e manter as mãos higienizadas. O desafio é grande e crescente se considerarmos a aparição crescente da variante Delta do vírus, ainda mais contagiosa, que diminui o índice de eficiência das vacinas, que agem de modo a diminuir as chances da covid ser dramática ou letal, mas não impede o contágio.

Na volta às escolas, é preciso usar máscara Variante Delta aumenta o risco de se contaminar

atendendo com 50% da capacidade da sala, respeitado o distanciamento de 1 metro e todos os protocolos sanitários vigentes. Segundo a secretária da pasta, Josiane Aparecida Lopes de Medeiros, apenas a modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) está com aulas 100% presenciais, uma vez que a quantidade de matriculados é pequena e permite a adoção de protocolos de segurança.

Os protocolos envolvem aferição da temperatura de cada aluno tanto na entrada da escola quando em ônibus escolar, uso obrigatório de máscara, distanciamento social e higienização das mãos. “A entrada das turmas acontece com intervalo de 15 minutos para evitar aglomeração. Além disso, os diretores não permitem o ingresso de pessoas na unidade, a não ser em casos de urgência', esclarece Josiane. “As crianças estão bem preparadas. Como elas vêm acompanhando a pandemia através de meios digitais e da televisão, elas acabam se posicionando positivamente diante das restrições”, avalia a secretária de Educação de Avaré

imagens: pixabay.com

O risco de ser infectado pela Variante Delta é 2 vezes maior do que em relação às outras linhagens do coronavírus, de acordo com o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), do governo dos EsEm Avaré, as escolas que atendem o entados Unidos. Isso vale para pessino básico, sob responsabilidade da sesoas vacinadas ou não. cretaria de municipal de Educação estão Regas a serem mantidas – A realida- aplicado álcool gel. “Também estamos de das escolas municipais de Santa Cruz do Rio Pardo também mudou bastante e segue os mesmos procedimentos: uso de máscaras, higienização e distanciamento social. Também é feito um trabalho de conscientização dos pais, a fim de evitarem que filhos com qualquer sintoma gripal sigam para a escola. Segundo Marco Aurelio Marteline, secretário de Educação de Santa Cruz, a primeira tentativa de voltas às aulas, em fevereiro deste ano, foi interrompidas por causa do aumento de casos em todo o Estado e no município. Ele explica que o novo retorno, agora em agosto, está sendo marcado por um trabalho intenso de higienização e conscientização. “A primeira medida foi fazer uma capacitação específicade todos os profissionais, de acordo com suas áreas de atuação dentro da escola no sentido de receberem orientação de higiene e assepcia que estamos adotando para evitar a contaminação”, diz. Nas 21 escolas do município, assim que as crianças chegam é aferida a temperatura e

* Máscaras usadas corretaemnte, muito álccol em gel e manter o distanciamento social. As regras básicas valem para a vida na escolal *

utilizando amônia quartenária para fazer a assepcia de salas, corredores e banheiros. É um produto usado nos centros cirúrgicos que tem longa duração”, conta o cretário. “Adotamos todas essas medidas e focamos na orientação para o uso de máscaras e distanciamento social. Não estamos tendo problemas com os alunos nesse sentido”, avalia Marteline. Desafios diários – De acordo com o secretário de Santa Cruz, o comportamento dos alunos dentro das escolas está ótimo. Mas há sempre desafios a contornar, como a aglomeração de pais na porta das escolas. “Estamos adotando horários para cada turma sair, mas os pais chegam cedo e estamos tentando resolver essa questão. São desafios que surgem e temos que resolver para evitar o contágio”, informa.

Opção de aulas on line – A decisão por frequentar as aulas presenciais ou

Para se proteger da Variante Delta, do Coronavírus, as regras básicas de prevenção seguem as mesmas: uso correto de máscaras, distanciamento físico, boa ventilação dos ambientes e higiene das mãos. manter a atividade on line ainda cabe aos pais e segue determinação do governo estadual. Os pais que decidiram não mandar os filhos para a escola recebem o material pedagógico impresso. O aluno também tem acesso a conteúdos por meio da plataforma digital mantida pala secretaria de educação de cada município do Estado de São Paulo. “Acredito que essa opção será dada até o final do ano, mas acho que essa ferramente veio para ficar. Pretendemos usá-la de alguma maneira indefinidamente”, diz Marteline.


4 • ponto

de vista

*José Mário Rocha de Andrade

As Olimpíadas e a Constância

Uma de nossas atletas na Olimpíada de Tóquio disse assim: “esporte de alta performance e saúde são incompatíveis”. Lembrei-me de meu cardiologista dizendo: “o coração gosta de exercícios frequentes e sem excesso. Caminhe, ou se gostar, ou puder, corra poucos quilômetros 4 a 5 vezes por semana. O que você fizer além disso será para seu prazer, talvez estímulo, mas não trará nenhum benefício extra ao seu coração”.

imagem: pixabay.com

Mas, o que seria do mundo sem os nossos heróis. Hoje, as Rayssas, os Ítalos e tantos outros atletas de ouro, prata e bronze que brilharam e nos encantam com arte, determinação e constância. Eu gosto de brincar com uma amiga, a Constância, dizendo a ela: “meu pai sempre me aconselhava para eu me casar com você”. “Mas, seu pai nem me conheceu”. “Sem constância, meu filho, você não terá sucesso na vida”.

Tempo de Olimpíadas é, para mim, um tempo em que fico em estado de graça admirando e torcendo pelos recordes, a superação, o ser humano atingindo novos limites com arte, ciência, constância e raça.

Quando falamos dos salários ou do ganho com o trabalho, nosso costume é saber o ganho mensal, mas os americanos dizem: “Você irá ganhar 70 mil reais por ano”. No rádio, na imprensa escrita, ou mesmo nas redes sociais há com frequência o assunto

Escola de Racismo

dinheiro. Quanto tempo você levará para acumular um milhão de reais? O ditado, “de grão em grão a galinha enche o papo” pode ser traduzido por: de mil em mil você chega a um milhão, ou, sem a constância você não atinge o seu objetivo. Como papai dizia.

Hoje, o dia em que escrevo é o Dia dos Pais, o fim das Olimpíadas de Tóquio e o anúncio das novas Olimpíadas em Paris. Há um sonho que se renova, os franceses começam a arrumar sua casa para receber e oferecer o que têm de melhor, assim como cada país começa a se preparar para levar o que tem de melhor. Nas Olimpíadas, como na vida, dedicação, amor por nós mesmos, por nosso país e a constância nesses passos podem nos levar a um lugar melhor.

*médico santa-cruzense radicado em Campinas

Somos TODOS Iguais

*Fernanda Lira O Racismo é crime inafiançável no Brasil. Isso significa que não tem moleza. É cana. Xadrez. Sem direito a pagar fiança. Só que não. O Racismo, assim com destaque, como prefiro tratar, existe e está no cotidiano e no DNA do brasileiro. Até do preto brasileiro. É como a pobreza. Tão grande quanto nosso território, neste país, mas renegada até pelos desafortunados, que seguem, qual mentecaptos, lideranças que adorariam que eles fossem menos, muito menos em quantidade. E sem nenhum pudor, como é comum em países onde atitudes deploráveis e criminosas (inclusive no Brasil) vira regra, como aconteceu na Alemanha, na Itália, na Espanha e na Rússia em meados do século passado. Deu no que deu. Para o bem e para o mal. Explico: o mundo todo, todos os povos, todas as nações, já naquela época, entendeu que algumas atitudes não devem ser aceitas na vida em sociedade. A prática e o culto a atitudes violentas, promovidas por governos autoritários (seja qual for a ideologia, esquerda ou direita, não importa), e a apologia a este tipo de prática para organizar uma sociedade são duas delas. Esse consenso é o que se pode tirar de aprendizado da terrível segunda guerra mundial. O lamentável é termos aprendido de maneira tão cruel. Cultuar e mostrar-se adepto ao nazismo não é crime apenas no Brasil. Todo

o planeta o condena. Mesmo onde há governos de direita ou extrema direita, comumente apoiados por organizações que de uma forma mais ou menos secreta, acreditam-se superiores e, por isso, no direito de decidir sobre o destino da grande maioria das pessoas, que no planeta Terra são predominantemente pobres e pretos. O tempo passa e enquanto a tecnologia prova a capacidade e o talento do homem em gerar confortos, definir códigos de satisfação e reinventar-se, sua natureza onde a mente é capaz de criar e decodificar dados objetivos e subjetivos, continua exposta a todas as influências. Inclusive da perversidade. Apenas um verdadeiro e amplo conhecimento, uma constante e franca vontade de aprender, que são atos objetivos, e a busca pelo amor e pela felicidade, que são subjetivos, podem manter o homem livre de continuar acorrentado ao modelo animal de quem busca subjugar o outro de forma vil e rasteira, qual animais da pior espécie. Esse preâmbulo todo é pra falar de algo que gosto muito: novela. Sem novidades da teledramaturgia desde março, comecei a assistir a novelas que ainda não vi. A Globo, sempre com bons atores, boa direção, autores, produção e todos os tais, é a melhor prateleira. Já sem muitas opções, caio em Alto Astral. Com uma trama envolvendo médicos e médiuns.

A Globo, desde há um bom tempo, cumpre lá o roteiro que contempla cotas (no entender deles), necessárias num país atrasado em termos de empatia. O núcleo de pessoas negras é, naturalmente e injustamente, açoitado em armadilhas racistas. Chamamentos racistas por parte dos bad boys lindos, de olhos azuis e barriga tanquinho, sonho das debutantes de plantão.

Scarlet, você está horrorosa!!! Leopoldo Pacheco, o padrinho truculento, mas “do bem” . O novo nome da milionária internacional Scarlet? Cidinha. O que a deixou “feia” ou “embarangada”, como dizem as personagens? O cabelo crespo, afro. Foi essa a mudança que a destituiu da imagem que lhe conferia beleza e sofisticação.

Tudo segue no padrão politicamente correto até que surge a incrível Mônica Iozzi incorporando a pseudo mocinha, par romântico de um dos mocinhos, o campeão mundial de natação e herdeiro Ricardo. E eis que surge o diálogo, que deveria encher de vergonha autores, diretores, atores (deviam se negar a prestar esse papel) e todo o organograma executivo da Rede Globo de Televisão: “Eu vim te deixar feia!!! – cabeleireiro de Pindamonhangaba (ator desconhecido) “Eu fiz o pior que pude!! – cabeleireiro de Pindamonhangaba (ator desconhecido) Eu to me sentindo a última baranga do pacote. Mônica Iozzi, a it girl Scarlet.

Querida é só por ano!” consola a tia, já que é uma exigência do pai morto para que ela possa ter direito à herança milionária. “Eu não usaria isso nem para me fantasiar no Halloween”, chora Iozzi caracterizada como milhões de brasileiras afrodescendentes. Ok, muitos capítulos depois, o nobre Ricardo se encontra apaixonado pela moça com o novo visual, tão repudiado anteriormente. Mas isso salva a trama de promover o racismo? Não, não salva não!

*jornalista paulistana que adora o interior


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• gastronomia

Sobremesas de uma caixa de receitas Flávia Rocha Manfrin

Minha mãe já teve pelo menos uns 3 cadernos de receitas. Os dois primeiros estão detonados. Então agora, temos aqui uma caixa de relíquias culinárias. Uma diversão de pesquisa e experimentação, onde muitas vezes você não sabe se o que consta no verso de uma página faz parte da receita que você está vendo ou se é de outra. Riscos de criar um novo prato, feito de duas receitas à parte, nesta edição trago duas receitas. A primeira, uma deliciosa e inesquecível

torta de maçã, que aparece numa parte do caderno como “Torta de Maçã da Dalva”, minha tia super quituteira. O preparo ficou por conta de minha irmã Aldine, que sempre fazia essa torta décadas atrás. A outra, o delicioso petit gateau, só que neste caso troquei a receita que achei na caixa (ele é muito mais recente que os cadernos) pela original, criada pelo famoso chef Erick Jacquin. Voilá!

Torta de Maçã da tia Dalva Rocha preparo: Aldine Rocha Manfrin Leve ao fogo o creme de confeiteiro, evitando que empelote ou fique muito consistente. Tem que ter ponto de creme. Cubra a massa com o creme de confeiteiro e coloque as maçãs por cima, como pétalas de uma flor. Cubra com a calda do cozimento das maçãs.

preparo: Flávia Rocha Manfrin

foto: Aldine Manfrin

Fotos: Flávia Rocha | 360

_Ingredientes da massa: • 2 xícaras de farinha de trigo • ½ xícara de açúcar • 2 ovos • 2 colheres de sopa de manteiga sem sal • 1 colher de sopa de banha • 1 colher de sopa de fermento em pó • 1 pitada de sal _Ingredientes maçãs/calda: • 3 maçãs descascadas e fatiadas • 2 xícaras de água • 10 colheres de açúcar • suco de 3 laranjas • ½ colher de maisena _Ingredientes creme: • 3 copos de leite • açúcar a gosto (não coloque demais) • 2 gemas • 3 colheres de sopa de maisena •1 colher de café de essência de baunilha _Preparo: Abra a massa, coloque na forma e asse em forno pré aquecido. Deixe esfriar. Fatie as maçãs descascadas de modo que não fique nem muito fina, nem grossa demais. Cozinhe as maçãs na mistura de água, açúcar e suco de laranja. Quando estiverem cozidas (evite deixar muito moles), retire as maçãs e engrosse a calda com a ½ colher de maisena já diluída num pouco do suco de laranja. Reserve.

Petit Gateau do chef Erick Jacquin _Ingredientes p/ 6 unidades: • 150g de manteiga sem sal • 180g de chocolate meio amargo • 3 gemas • 3 ovos inteiros • 142g de açúcar • 60g de farinha de trigo _Preparo: Derreta a manteiga no micro-ondas cuidando para não queimar. A dica é colocar 1 colherinha de chá de água. Eu deixei por 1 minuto. Se for usar chocolate em barra, colocar junto. Se for usar chocolate em pó, misturar depois que a manteiga estiver derre-tida. Reserve. Numa vasilha, bata as 3 gemas (use um fouet, aquele mexedor que parece uma hélice ou, se preferir, uma batedeira na velocidade mínima). Acrescente os ovos e bata bem. Acrescente o açúcar e bata até ficar bem homogêneo (eu uso açúcar cristal bati-do no liquidificador e peneirado). Acrescente a farinha e mexa

muito bem para não ficar nenhuma pelota. Com a massa lisa, acrescente a mistura de manteiga com chocolate e mexa de novo muito bem. Coloque para gelar por pelo menos 30 minutos. Asse em forminhas bem untadas com manteiga (eu me arrependi de não ter colocado um pouco de farinha no fundo da forma, porque grudou em quatro das seis unidades que a receita rendeu). Asse em forno pré aquecido a pelo menos 180º. Retire quando perceber que o fundo está assado, mas apertando um pouco no meio, dá pra perceber que está mole por dentro. Afinal, isso é o que faz do petit gateau uma sobremesa tão deliciosa. Ele, na verdade é um bolo mal assado. O forno não dura mais que sete minutos. Sirva acompanhado com sorvete de creme ou flocos para quebrar um pouco a força do chocolate. Eu acho que se tiver frutas também combinam para acompanhar, como morangos, mexerica e maçã.


6 • agronegócio

Quanto vale a sua terra? Quanto vale a sua terra? Você que é proprietário rural, seja dono de um pequeno sítio ou grandes fazendas, sabe dizer quanto vale a sua terra?

Mas é só isso que ela vale? Eu aposto que não. A sua terra tem lhe rendido o sustento da sua família? Os alimentos, a casa, o carro, as suas despesas mensais? A sua terra tem lhe proporcionado viagens? Roupas? Eletroeletrônicos? É com o que você consegue tirar da sua terra que você banca os estudos dos seus filhos? Foi com o trabalho no campo, seja lavoura ou pecuária, que você pode fazer aquela festa, comprar aquele terreno, investir naquele novo negócio?

Fotos: Flávia Rocha | 360

A primeira ideia que talvez aparece é quanto está custando o alqueire, o hectare, na sua região e multiplicar o valor pela quantidade de alqueires ou hectares você tem.

você nasceu, que surgiu todo o grande patrimônio que você tem hoje? É na sua terra que você descansa, à beira de um trecho do rio que você pode chamar de seu? É onde você pesca? É onde colhe frutas sem se preocupar com o preço? É onde colhe ovos frescos e saudáveis? De onde sai aquele frango feito na panela de ferro acompanhado de polenta?

Foi na sua terra que você aplicou todo o seu esforço, deixou cair o seu suor, durante anos? Foi a sua terra que lhe tirou o sono em época de geadas? Foi ela que

É na sua terra que você cultiva aquelas árvores cujas flores encantam a tudo e a todos? Onde o céu é mais azul e as estrelas brilham mais mesmo em noites de lua cheia? É na sua terra que a chuva cheira bem e o vento traz aromas que só a natureza é capaz de produzir?

lhe trouxe o mais intenso prazer durante a colheita farta?

É com essa terra que você se garante? É ela que vai deixar de herança para sua família? É ela sua segurança? Seu quinhão no mundo onde só você decide o que pode ser feito? Ela que te abriga? Chova ou fala so?

Foi da sua terra, aquela rocinha onde

Então, meu caro, sua terra vale quanto?


7 • meninada

Folclore Brasileiro

Um menino de uma perna só, outro de pés virados para trás. Uma cobra que solta fogo pelas ventas, uma mula que tem fogo no lugar da cabeça. Um boto que vira homem, um homem que vira lobo, uma menina que é metade peixe. Um índio que se transforma em guaraná, uma índia que vira mandioca e outra que vira a maior flor da Amazônia. Um jacaré que assusta criancinhas desobedientes, um menininho judiado que ilumina o caminho das pessoas. Um boi que de almoço, vira entidade festiva....

Apesar de orignes além mar, em alguns casos, as lendas que constituem o Folclore Brasileiro nos permitem um mergulho no universo indígena e apresenta personagens intimamente conectados com a natureza e a benemolência. Infelizmente pouco festejadas, essas lendas nos ensinam amor e respeito de forma misteriosa e divertida. Entoadas por situações de temor e realismo fantástico, com alta dose de zombaria, elas são capazes de entreter adultos e crianças.

Esta seção especial de MENINADA, traz os principais personagens do nosso folclore, festejado no dia 22 de agosto. A publicação tornou-se possível graças à cessão de uso de imagem da Turma do Folclore, uma criação audiovisual que tem inúmeros vídeos no Youtube (vale a pena assistir, os vídeos estão no site www.turmadofolclore.com.br), ilustrada por Lucas Busatto, autor dos desenhos que aqui publicamos e que conseguiu autorização para que pudéssemos usá-los sem custo algum! Muito obrigada a todos!

O conteúdo foi extraído da leitura de muitos sites e fontes a respeito do tema, com destaque para o site Toda Matéria (www.todamateria.com.br), onde essas e muitas outras lendas são apresentadas com riqueza de detalhes. Vamos saber mais dos nossos amigos do Folclore Brasileiro?

Dicas de Leitura do Clube de Autores: www.clubedosautores.com.br

Poesias do Folclore Brasileiro (Mariele Tavares Urbano). Mais de 20 lendas e mitos que fazem parte do folclore brasileiro, como: Vitória Régia, Curupira, Boto cor de Rosa e Mula sem Cabeça, são contadas em forma de poesia nesta obra.

Uma Viagem através do Folclore Brasileiro (Israel Foguel). Uma viagem pelo folclore brasileiro, mitos, lendas, comidas típicas, músicas e muito mais, mostrando também qual a importância do país conhecer as raízes de suas tradições populares.

Meus pés virados caminham com dificuldade (Pedro Paiva) Os mitos brasileiros contados em formato que leva o leitor à uma época remota com figuras que fazem parte do imaginário coletivo como: o coronel, os escravos, os índios, a mocinha bonita e o rapaz que volta da cidade já formado.

Brasil em Contos (diversos autores) Coletânea que homenageia os personagens universais que criam vida na boca do povo. Bumba meu boi, Saci Pererê, Cuca, Caipora, Iara, Boto, Lobisomem e outras fantasias que trazem a realidade da crença da gente brasileira.

Lendas, Contos e Tradições do Folclore brasileiro (Marco A. Stanojev Pereira) Ddiversas lendas e tradições do folclore brasileiro em formas de contos. Ao todo são 37 textos que criam uma característica folclórica própria


Quem sou eu?

Boitatá

1

Nasci de um broto de bambu. Sou um menino negro, de uma perna só, que fuma cachimbo e carrega uma carapuça vermelha que me concede poderes mágicos. Sou muito travesso e me divirto fazendo brincadeiras com os animais e com as pessoas. Gosto de fazer tranças no rabo dos animais durante a noite, esconder objetos, assobiar de maneira muito estridente para assustar os viajantes, trocar o sal pelo de açúcar e distrair as cozinheiras para elas queimarem a comida. Fico muito contrariado com quem não respeita as plantas da floresta. Por isso, sou guardião das ervas e das plantas medicinais e confundo as pessoas que tentam pegá-las com descuido. Tenho influências africanas e de Portugal, de onde vem o meu gorro, mas meu nome de batismo tem origem indígena e vem do Tupi, estando relacionado a um passáro. Há quem tente me capturar e prender numa garrafa. Para isso é preciso arremessar uma peneira num redemoinho de vento e retirar meu gorro. Mas quem disse que alguém consegue? Porque sou muito rápido, esperto e matreiro.

Lobisomem

Negrinho do Pastoreio

Boto Cor-deRosa

4

2 Sou um anão forte e ágil de cabelos ruivos que possui os pés virados para trás. Por isso, engano os que querem me perseguir na floresta. Sou protetor das matas, onde vivo e defendo os animais e as plantas de caçadores e malfeitores. Faço muitas travessuras e por minha causa as pessoas do mal se perdem na mata. E sou bem curioso também, o que me traz problemas dom armadilhas. Quando encontro um novelo de cipó, esqueço da vida procurando o fio da meada. Quem quer me agradar me oferece fumo e cachaça. Sou nativo do Brasil e fui descrito pelo Padre José de Anchieta lá no século XVI, quando o Brasil foi colonizado.

Iara

3 Sou uma índia protetora dos animais e guardiã das florestas e estou sempre acompanhada de um porquinho Vive nas florestas e tenho o poder de dominar e ressuscitar os animais, os quais livro dos caçadores. Para espantar esses malfeitores, eu os confundo com armadilhas, muitos ruídos e pistas falsas até eles se perderem na floresta. Fui cirada pela mitologia indígena Tupi-guarani e meu nome significa “habitante do mato”.

Sou uma bruxa velha com corpo de jacaré e unhas imensas. Minha voz assusta as crianças desobedientes, para quem apareceço quando fazem malcriações. Estou sempre acordada. Só durmo uma vez a cada sete anos, poir isso estou sempre à espreita de quem não obedece os pais. Apareci pela primeira vez, nas terras da Espanha e Portugal, onde me chamam de Coca. Mas fiquem famosa mesmo com a ajuda da Turma do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato. Para quem me acha feia, aviso que fui retratada por uma das mais importantes artistas brasileiras, a pintora Tarsila do Amaral, numa tela de 1924, exposta no Museu de Grenoble, na França.

Caipora

5 Dizem que fiquei assim porque me apaixonei por um padre. Mas a verdade é que sou uma mulher que assume a forma de um lindo equíno com uma tocha de fogo no lugar da cabeça nas noites de quinta feira e assim fico até o amnahecer depois que o galo cantar três vezes. Uso ferraduras de prata e relincho tão alto que me ouvem de muito longe, nas matas, campos e cidades.matas e campos assustando as pessoas e os animais. Fui trazida para a América pelos colonizadores. Tenho uma prima no México, chamada Malora, e outra na Argentina, a Almamula.

6

Sou muito bonito e visto, vestido de preto e muitas pedrarias. Gosto de dançar ao som dos tambores, rodeado de gente vestida de cocores e fitas coloridas. Mas nem sempre foi assim. Eu fazia parte de um rebanho muito vistoso, bem tratado pelo dono da fazenda. Até que um trabalhador da fazenda, o pai Francisco, quis me matar e dar de comer a minha língua, para satisfazer o desejo de sua esposa Catirina. Mas por sorte meu dono a Deus rogou, uma pajé me rezou e renasci assim, todo feliz a dançar. Ele perdoou o Chico e a esposa, afinal, tenho final muito feliz. Dizem que que minha origem é em Portugal, mas é no Brasil que me tornei mais famoso e onde faço festas espetaculares graças às influências das culturas africana e indígena.


Mula sem Cabeça Boi Bumbá Ilustrações de Lucas Busatto gentilmente cedidas pela Turma do Folclore

Saci-Pererê

Vitória-Régia

7 Sou muito bonito, charmoso e gentil com as pessoas. Nasci no Amazonas e tenho duas formas de vida. Nas águas sou todo cor-de-rosa, contrariando o resto do cardume. Em terra, me visto de branco, para as festas das noites de lua cheia. Namoro as moças donzelas, escondendo meu segredo sob o chapéu. Nelas faço um filho e depois parto rumo às águas límpidas do rio. Ganhei fama até no cinema, num filme do diretor Walter Lima Jr., de 1987.

Cuca

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Eu era a linda índia Naiá e me apaixonei por Jaci, a lua que enamorava a todas. Um dia vi Jaci refletida nas águas e me debrucei para beijá-la. O beijo me levou por rio abaixo e nunca mais voltei. Jaci se comoveu e resolvei me transformar na maior flor do Brasil, conhecida como a estrela das águas.

9

Sou famoso no mundo inteiro, onde causo o terror. Meus uivos assustadores, deixa todos escondidos dentro de casa. De dia sou um cara tranquilo, simples e trabalhador. Mas nas noites de lua cheia, me transformo num lobo muito feroz. Dizem que assim sou por castigo ou quando tenho sete irmãs mais velhas. Minha natureza aparece, quando completo 13 anos de idade. Vim da Europa para o Brasil e toda a Amética Latina, mas a verdade é que sou famoso desde a Grécia antiga.

10

Sou um menino sofrido, contemplado pela mão de Deus. Sofri muito com o açoite, na fazenda onde nasci escravo. Num dia, sem querer, deixei um cavalo escapar. Foi o que bastou para meu dono querer me matar. Primeiro me bateu muito com o chicote, depois me jogou desfalecido sobre um formigueiro. Mas por obra do Divino, no dia seguinte eu estava ali, inteiro e sem marcas. Montado no cavalo perdido, ao lado da Virgem Maria, saí galopando feliz e livre no cavalo baio. Desde esse dia protejo as crianças judiadas e ajudo a encontrar pessoas e objetosperdidos, iluminando os caminhos. Em 1973, cheguei aos cinemas em um filme do diretor Antônio Augusto da Silva Fagundes, baseado na obra “Lendas do Sul” de Simões Lopes Neto.

11

Sou protetor das florestas, uma grande serpente de foto. Protejo os animais e as matas de quem pretender lhes fazer mal, principalmente de quem promove queimadas. Posso me transformar num tronco em chamas para enganar os invasores e destruidores das matas. Quem ousar me olhar, vai ficar cego e louco. Para proteger a floresta, assusto as pessoas que vão às matas durante à noite. No norte e nordeste do Brasil, a imensa cobra de fogo vive nos rios e sai no momento em que há invasores nas florestas para queimá-los. Muitos dizem que queimo tudo que chega até mim e até que me salvei do dilúvio de Noé. Há também quem diga que sou um touro feroz que solta fogo pela boca.

Curupira

12 Sou uma linda sereia das águas doces do Amazonas, Meus longos cabelos negros cobrem meu dorso ornado de flores. Meu canto é doce e encanta os moços que por ali rodeiam. A cada um que escolho,levo a mergulhar comigo. Nasci uma corajosa guerreira, dona de uma beleza invejável. Com inveja, meus irmãos queriam me dar um fim, mas fui mais forte e habilidosa e inverti a situação. Meu pai, muito zangado, me lançou ao rio como castigo. Mas os peixes decidiram me salvar, ms transformando em metade mulher, metade peixe. Quem escapar do meu canto vai ficar meio louco, só mesmo o pajé da tribo pode quebrar o encanto.


Pingo e as Olimpíadas! Vez por outra Alvinho chamava o Pingo: “Corre, venha ver aqui na televisão “. Na tela, um cachorro surfando em uma prancha no mar, ou patinando em uma prancha de skate. Pingo nunca se interessou por esses malabarismos. Gostava mesmo era de correr e morder uma bolinha atirada por Alvinho, rolar na grama e brincar. Dessa vez Alvinho não precisou chamar, pois não saía da tela e Pingo, curioso, foi ver. São as Olimpíadas de Tóquio, disse empolgado Alvinho. Rayssa voava na prancha de skate em rampas e corrimãos, Ítalo também voava, mas nas ondas surfando no mar. Isso é outra coisa, pensou Pingo e imaginou se Alvinho seria um dia atleta olímpico.

arte: Sabato Visconti

Nada disso, Pingo. Meu esporte é brincar com você, para a enorme alegria e alívio de Pingo que não iria perder o amigo de brincadeiras e latiu gostoso: Au! Au!

Alvinho percebeu o olhar do Pingo e entendeu.

Ache os personagens da Turma do Folclore: Nas casas em destaque, escreva o nome desse grupo: BOI BUMBÁ • BOITATÁ • BOTO COR DE ROSA • CAIPORA • CUCA • CURUPIRA • IARA • LOBISOMEN • MANI • MULA SEM CABEÇA • NEGRINHO DO PASTOREIO • SACI PERERÊ

B O U C N E I A G O J I Z

O B M I B A A I U S C A N E R L Ç R F E U P V O A U

O I R A B A L H O U B M Ç A B P O D E C O U A Z G R I N T U B A E P L O R I N A B R O J B A D U I L C A

L E I E O F H V T M C B R

U M P C I O R O E A B O U

E A U A E L O X I S Z I P

S N R F R C U O E

O A U I O L B I T H

R L C E T I A O R E D

E O A I S S E M I R B A

O E I U T J O I E R

I B I O A G R U J T G Z

O I M P P A R O P I A C U R

A E O N E U A N A S D T I E

M A N H U Q L U G O I B A P

Marque as 15 diferenças da noite de lua e viola da Turma do Folclore Diferenças: 1-Sino da igreja. 2-Segunda árvore. 3-Bandeirinha vermelha. 4-Galhos da Fogueira. 5-Rabo do galo. 6-Colar do padre. 7-Cordas do violão. 8-Estrela. 9-Sorriso da lua. 10-Laranja da primeira árvore. 11-Galho da árvore atrás do padre. 12-Boca do tatu. 13-Nariz do Tamanduá. 14-Rabo da mula sem cabeça. 15-Pescoço da galinha.



12 • meio

ambiente

Para produzir essa matéria, além de conversar com quem já faz compostagem, assisti ao vídeo de um especialista, que oferece e aulas on line sobre vários tipos de compostagem, com ou sem minhocas. Rodrigo Marquez, nos vídeos das redes sociais, informa que se dedica há mais de seis anos a esta prática, tendo criado o método “Compostagem Descomplicada” ao “perceber as dificuldades e frustrações das pessoas que começavam a fazer compostagem sozinhas e acabavam desistindo do processo”. Não fiz o curso e nem consegui retorno de um pedido de entrevista, mas vamos às dicas que ele oferece: Ele primeiro explica que a compostagem é um processo aerób-io, que envolve oxigênio. Então deve ser feita onde haja espaço para o ar se acumular e agir. Daí a necessidade de se revirar os materiais orgânicos regularmente nas caixas de compostagem. E também dos furos nas caixas, como mostram os desenhos. “O sucesso da compostagem está relacionado ao equilíbrio entre temperatura, umidade e oxigenação do ambiente”, ensina em sua aula on line gratuita. Ele, sem seguida passa a lista:

• Deixar o lixo da cozinha sempre bem fechado. Lixeiras de tampas basculantes não são indicadas porque moscas podem entrar e colocar ovos. Esses ovos podem depois gerar muitas larvas indesejáveis na sua composteira. • Colocar um pouco de matéria seca no fundo do lixo da cozinha para evitar o excesso de umidade. • Picar ao que for descartar ntes de colocar no lixo, para facilitar a decomposição. Não é o caso de triturar as sobras de alimentos, pois isso aumentaria a umidade e diminuiria a oxigenação da compostagem. • Limpar bem os alimentos antes de cozinharpara evitar que o que for para o lixo, como restos e cascas, tenha algum ovo de mosca. Isso evitará a infestação de larvas na composteira. • Colocar a composteira num local fresco e arejado, protegida da chuva e do calor excessivo. Isso é importante porque se estiver sob o sol ou local muito quente vai provocar que as minhocas queiram fugir da composteira, caso você opte por fazer com minhocas e também porque isso vai aumentar a umidade, provocando mau cheiro e atraindo moscas. • O primeiro ciclo de compostagem sempre vai ser mais longo. No verão ele dura em média 30 dias. No inverno, dura uns 45 dias. • Pó de serra ou mesmo farinha podem ser usados se a umidade estiver excessiva na composteira, • O bio fertilizante deve ser retirado semanalmente ou a cada 15 dias. Ele é bem concentrado e deve ser diluído em água na proporção 1por 10 (1 parte do bio fertilizante e 10 de água). Pode borrifar nas plantas e também aplicar no solo. Serve como adubo e também de bio inseticida. Não se deve aplicar demais, pois excesso de nutrientes também faz mal às plantas. Deve ser usado quinzenalmente e armazenado no máximo por seis meses. • Nos primeiros meses deverão aparecer insetos, como formigas, mosquinhas que ficam rodeando frutas, além de pequenos insetos como ácaros. Isso não deve assustar. Eles fazem parte e vão ficar dentro da composteira. “Existe um período de adaptação da pessoa, da casa à tecnologia viva (composteira) e ela esteja funcionando bem”, destaca Rodrigo no vídeo onde apresenta o proces-so. Ele acrescenta que os desafios são as verdadeiras provas do curso que ministra. “Superando os desafios a pessoa tem um salto no aprendizado”, afirma.

imagem: Pixabay.com

Compostagem: quando o lixo nos conecta com a natureza

Segundo ele, fazer compostagem é simples, mas não necessariamente fácil. Ele compara a aprender a andar de bicicleta, onde você tem a ajuda de pessoas antes de fazer de maneira independente. “Não comece a fazer de qualquer jeito. Siga um método eficiente, segundo ele, é a forma de garantir o êxito nesse processo que é de médio a longo prazos. “As técnicas são simples, mas precisam ter uma sequência correta e atenção a detalhes específicos, afirma, indicando os cursos on line que ele oferece. “A reciclagem dos resíduos orgânicos é só o começo. A vida melhora. O seu bem estar melhora”, diz o especialista. Diferenças de compostagem – Apesar de poder ser feitas de diversas maneiras, a compostagem podese dividir entre dois tipos: com ou sem minhocas. A compostagem com uso de minhocas, que produzem um húmus de alta qualidade e aceleram o processo, exige que não se coloque na composteira restos de alimentos cítricos ou cozidos, pois fazem mal às minhocas. Já a compostagem sem uso de minhocas permite que se recicle todo o lixo orgânico. Neste caso, usa-se apenas um balde no processo que, naturalmente, é mais demorado. “Gosto de ensinar os métodos mais acessíveis e simples de se pratica”, afirma Rodrigo. Compostagem COM Minhocas Materiais: • 3 recipientes de plástico iguais com tampa (eles ficarão empilhados). Em tamanho compatível com a quantidade de resíduos orgânicos que são produzidos.O ideal é buscar reutilizar materiais (baldes de margarina, disponíveis em padarias). • 1 torneira adaptada. Equipamento: furadeira ou outro material para fazer furos nas laterais (alto) e tampas e dois baldes. Montagem: Instale a torneira em um dos baldes, a mais ou menos 4 ou 5 dedos do fundo. Faça vários furos na tampa deste balde. Coloque o segundo balde sobre a tampa do balde inferior (com torneira) fazendo antes furos no fundo do balde e ao redor, na parte alta do balde). A tampa também deve ter furos. O terceiro balde, que vai por cima, também deve ter furos em torno, no alto e no fundo. Neste caso a tampa não tem furos. Fazendo a compostagem: Coloque o material no balde do meio. Coloque um pouco de terra com as minhocas, cubra com os resíduos orgânicos (como as cascas de frutas, legumes, folhas, casca de ovo, pó de café) cortados em pedaços pequenos e por cima deles coloque folhas secas de árvores ou serragem. A função do material seco é equilibrar a umidade e a temperatura da composteira. Coloque o terceiro balde sobre o segundo.

Quando o segundo balde estiver cheio, com camadas de resíduos orgânicos e material seco, comece a encher o terceiro com as mesmas camadas, de terra, resíduos orgânicos e folhas secas. Quando as minhocas terminarem o trabalho de decomposição do material do segundo balde, elas começarão a subir para o terceiro balde, atraídas pela comida. Espere mais uns 30 dias e já poderá retirar o material do segundo balde para utilizar como adubo nas plantas. Após retirar o adubo do segundo balde, coloque-o sobre o terceiro e assim vá alternando sempre que o balde do meio ficar cheio. Cerca de dois meses após o início da construção da composteira o adubo poderá ser retirado. O adubo, que também pode ser chamado de “composto orgânico” ou “húmus”, é bem escuro, com cheiro e aparência de terra úmida e tem muitos nutrientes. Enquanto o adubo não fica pronto, você pode ir utilizando o líquido que vai ficar acumulado no terceiro balde. Compostagem SEM Minhoca Materiais:• 2 baldes escuros e com tampa, com volume para 45 dias dos seus resíduos cada (para revezamento). • 2 torneiras de bebedouro com vedação • Tela metálica fina • Tijolos, pedriscos ou pedras de argila expandida (ideal por serem mais leves) Equipamento: Furadeira e brocas (ou outra técnica para fazer furos em plástico). Pedaço de madeira da altura do balde. Jornal sem cor, serragem ou folhas secas Montagem: Fure os baldes 2 cm do fundo e fixe as torneiras. Faça alguns furos nas tampas dos baldes e nas laterais superiores. Coloque pedaços de tijolo, pedriscos ou argila expandida cobrindo o furo da torneira. Corte dois pedaços da tela metálica nas dimensões do balde e de forma circular. Fixe a tela no fundo sobre os pedriscos. Cubra a tela com serragem e deposite os resíduos. Cubraos totalmente com serragem ou folhas secas. A proporção deve ser 2 partes secas para 1 parte de resíduos. Use o primeiro balde até o topo e depois deixe compostar por 30-45 dias. Revire os resíduos semanalmente com o auxílio do pedaço de madeira. Você pode também adotar uma colher de pau grande para a tarefa. Após 30-45 o composto deverá estar pronto para uso Fontes de pesquisa para compostagem: https://compostagemdescomplicada.com.br/ https://semeandoagua.ipe.org.br/composteira-faca-asua-agora-mesmo/Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) https://tecsamb.paginas.ufsc.br/composteira-domestica/


13 • finanças

o Mapa da

MINa

Por uma vida financeira mais tranquila! Maria Angela de Azevedo Nunes, CFP®, Plane-

Olá, Pessoal! O nosso tema de hoje é sobre uma coisa muito importante que pode nos ajudar na geração de renda e na nossa caminhada no Mapa da Mina para o TESOURO do BEM ESTAR FINANCEIRO. Angela Nunes

Aí está o tesouro:

Vamos falar sobre GANHOS EXTRAS No artigo do mês de março, escrevi sobre a importância de buscar alguma forma alternativa de gerar receita, mesmo em períodos difíceis como os que a gente está vivendo hoje em dia. Seja buscando um trabalho que possamos fazer de forma complementar a nossa atividade atual ou desenvolvendo um negócio com alguma coisa que façamos bem e que pode virar um produto ou serviço.

ilustracao 360 | com artes Pixabay.com

Capítulo 7 - ganhos extras

A qualificação profissional pode, efetivamente, abrir novos horizontes no mercado de trabalho, ajudar a gerar renda e melhorar as chances na nossa caminhada em direção a sustentabilidade financeira. A busca constante por qualificação ajuda a gente a ter mais oportunidades no mercado de trabalho e a ser um bom profissional no longo prazo, ou seja, hoje e sempre! Vamos seguindo o nosso MAPA DA MINA, lembrando que: como dizia meu pai: “Aprender nunca é demais e conhecimento não ocupa espaço”. uma vida mais simples é mais fácil de carregar!

Um caminho que pode facilitar muito a nossa busca de novas alternativas de trabalho ou mesmo melhorar o desempenho em alguma atividade que a gente já faz, é nos prepararmos melhor, através da qualificação para atuarmos em uma determinada atividade. A qualificação profissional nos torna mais aptos ao trabalho, através de cursos focados na área que a gente deseje conhecer, se atualizar ou se aprimorar para trabalhar. Quem sabe a gente não descobre um dom, uma capacidade que nem sabemos que temos. Fazer um curso profissionalizante ou de aprimoramento em uma determinada atividade, pode abrir a possibilidade para uma nova profissão ou fazer da gente profissionais ainda melhores no que já somos, fazendo melhor o que já fazemos bem! Se o curso der um certificado, ainda melhor! A gente vai ter mais chance de ser contratado por alguma empresa ou de comprovar a nossa capacidade técnica como empreendedores. Aqui vale um alerta importante: não adianta participar de um curso de qualificação profissional só para ter um certificado. Será necessário que você, realmente, se dedique para adquirir conhecimento e se tornar um profissional de alta qualidade. Afinal, a concorrência no mercado de trabalho é grande. Não estou dizendo que isso seja fácil, mas é possível! Existem cursos muitos bons para serem, no mínimo, pesquisados. Alguns cursos são gratuitos e, com a pandemia, aumentou o número de cursos on-line.

jadora Financeira Certificada pela Planejar - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. Graduada em Ciências Econômicas pela UERJ, com Especialização em Psicologia Econômica. É Consultora e Administradora de Valores Mobiliários autorizada pela CVM e sócia da Moneyplan - Consultoria em Planejamento Financeiro e Educação Financeira. Membro do Conselho de Administração e do Comitê Executivo da Planejar - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros, foi diretora do Banco Itamarati, da BCN Alliance Capital Management e do Banco BCN - Grupo Bradesco - e docente do Curso de Planejamento Financeiro do INSPER – Instituto de Ensino e Pesquisa. É também co-autora do livro “Planejamento Financeiro Pessoal e Gestão do Patrimônio – Fundamentos e Práticas”

Instituições muito conhecidas, como SEBRAE, SENAC, SENAI, SESI e CIEE, só para falar de algumas, oferecem cursos gratuitos que podem ajudar muito na formação profissional, não só para quem quer procurar um emprego, como também para quem quer empreender. Especialmente se você quer montar o seu próprio negócio, como por exemplo, ser um eletricista ou um pintor profissional, vai se necessário que você, além do seu conhecimento técnico sobre a atividade, também desenvolva habilidades como empreendedor, como por exemplo: saber se relacionar com o cliente, dar o preço para o seu serviço, fazer os controles financeiros, identificar oportunidades para expandir o seu negócio e planejar o seu empreendimento.


14 • bem

viver

Onde está a sua felicidade?

Flávia Rocha Manfrin_ texto e fotos

Minha prima Cris envia-me quatro vídeos mostrando o pequeno pomar, a horta e o galinheiro que instalou no jardim de sua casa. "Olha meus rabanetes, que coisa mais linda!", exulta ela, em explícita demonstração da mistura de alegria e satisfação que chamamos felicidade. Ela não estava a exibir o que o dinheiro pode comprar. Nem as aventuras sofisticadas que sua situação financeira lhe permitem. Plantar e colher seu próprio alimento a fazem feliz. Tanto que ela filmou cada árvore frutífera, os legumes, temperos e animais que recebem seu cuidado e sua atenção. “A minha felicidade está sendo isso hoje em dia. Eu não sabia que eu gostava tanto de mexer com terra e dessa coisa que é plantar e colher. É uma felicidade tão boa, isso me faz tão bem que se todo mundo soubesse disso, nessa pandemia ninguém estaria tomando remédio, ficando deprimido. Não há dinheiro que pague a felicidade que eu sinto trabalhando com minha horta e meu pomar”, diz Cristina Manfrim. É assim também que minha mãe percorre seu pequeno jardim e encontra as minús-

culas rosas que enfeitam sua jardineira. Apenas uma mudinha basta para que ela se encha de felicidade ao ver a pequena roseira florir. Nosso lazer é percorrer bairros rurais, onde ela se encanta com as cores, flores e animais silvestres. Eu encontro felicidade coisas muito simples. Olhar o céu azul da minha cidade é uma delas. E já falei do tom azul-lápis de cor, que me faz sentir itensa felicidade. Árvores também me deixam feliz. Visitar minha irmã, que mora em Franca, é um mergulho nessa sensação, pois são ruas e ruas e ruas das mais altas e vigo-rosas árvore, com suas copas floridas e potentes. A maior felicidade que sinto, no entanto, vem do convívio com meus cães. A intensa sensação de amor que flui em meu ser quando estou com eles ou quando os contemplo ao meu redor enquanto trabalho, me fazem completamente feliz. Felicidade assim só sinto quanto vejo os olhos de minha mãe brilharem com algum quitute que lhe preparo. Ou com a caridade, essa ação mágica que transforma profundamente nosso modo de viver.

* Odette se encanta e distrai enquanto admira as orquídeas plantadas em árvore durante passeio a bairro rural *

Quanto vejo tantas pessoas infelizes, sofrendo, especialmente por aquilo que não podem ter, vítimas da sociedade de consumo em que vivemos, penso que devemos tentar alertá-las da intensa fonte de felicidade que reside naquilo que não

* Cristina mostra ogalinheiro, que ela mantém limpo e farto em alimento para galinhas, frangos e até um galo. Abaixo, ela colhe verduras e legumes livres de agrotóxico em seu próprio quintall *

custa nada: a natureza. Que inclui, plantas, animais e nós, seres humanos. Ser feliz é simples e fácil. Basta abrir os olhos e ocoração. A sensação de alegria e satisfação chamada felicidade do que é simples, não vai abandonar você jamais.




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