Jornal 360 _edição 182 - Março 2021

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Jornal 360

Circulação Mensal: 3 mil exemplares Distribuição: • Águas de Santa Bárbara • Areiópolis • Assis • Avaré• Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira César • Chavantes • Espírito Santo do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos • Palmital • Pardinho • Piraju • São Manuel • São Pedro do Turvo • Timburi • Santa Cruz do Rio Pardo • Pontos Rodoviários: • Graal Estação Kafé • RodoServ • RodoStar www.jornal360.com

bem viver_Colaborar com causas humanitárias faz muito bem para a saúde. Veja as cam•p15 panhas em destaque

ANO 16 arte: Sabato Visconti

finanças_ A especialista em finanças Angela Nunes traz mais um capítulo dedicado a lidar com seu dinheiro •p14

nº182 Março/21

Grátis!

Depende de nós! O controle da epidemia está em nossas mãos


2 • editorial

Discernimento

Do latim como discernĕre, capacidade de compreender situações, de separar o certo do errado; capacidade de avaliar as coisas com bom senso e clareza; juízo, tino. O desafio de produzir um jornal de boas notícias enquanto o país inteiro, incluindo nossas cidades de circulação, é dizimado por uma epidemia descontrolada, que mata aqui, aqui e aqui também, não só ali e acolá, cada dia mais e mais rápido, é quase aterrador. Um convite à alienação, algo que um jornalista que se preze não pode aceitar.

Sim, mesmo com todo o descontrole e truculência do governo federal, mesmo diante da falta de capacidade de qualquer governador ou prefeito, nós podemos SIM, assumir o controle da situação. E com a ajuda de todos, não apenas de uns e outros. Basta USAR MÁSCARA. USAR MÁSCARA CORRETAMENTE. Em todo local onde se reúna com pessoas que por alguma razão convivem com outras, como em casa, quando várias pessoas trabalham fora. Em todo e qualquer momento que sair às ruas. Mesmo que para uma corrida ou uma caminhada ou até mesmo para pedalar. Em todas as vezes que formos às compras, nos certificando de que elas estão limpas e cobrindo perfeitamente a boa e o nariz. Essa medida simples, reconhecida mundialmente como eficaz até que estejamos todos vacinados, é suficiente. E só depende de nós adotá-la. O leitor poderá questionar: se todos sabem disso, por que não está adiantando? Porque as pessoas abandonaram o conceito do DISCERNIMENTO. Discernir não é ter opinião. Discernir não é ser de esquerda ou de direita. Discernir não é para letrados. Discernir é preciso. Todos sabem que o certo é usar máscara. Todos sabem que ela é inclusive exigida por lei, mesmo que o signatário dessa ordem não a cumpra, ela é obrigatória. Já passou da hora das pessoas pararem de agir de maneira insensata e observarem que esta é a conduta certa neste momento. Não adianta brigar pelo comércio fechado com legisladores que não têm autonomia e direito de legislar sobre isso. Nem com prefeitos e governadores que estão sendo obrigados a tomar medidas anti-populares para não piorar ainda mais a situação. O Brasil depende de nós para que não morram mais pessoas antes mesmo de conseguirem o devido atendimento médico. Não se trata de abrir hospitais de campanha e leitos em UTIS. A necessidade de um atendimento para pacientes graves de Covid-19 vai muito além disso, inclusive de suprimentos hospitalares que só o Ministério da Saúde tem o poder de comprar e distribuir. Trata-se de adotar um comportamento de pessoa civilizada, de pessoa educada, que sabe pensar, que sabe discernir entre o certo e o errado. No momento, o uso de máscaras sempre e corretamente é o certo. É nescessário. É obrigatório. E quem não cumpre está contribuindo para o comércio fechar, para as empresas quebrarem, para o desemprego e, para algo muito, mas muito pior: para a morte de centenas de milhares de brasileiros.

Foto: Flávia Rocha | 360

Também não cabe tapar o sol com a peneira. Mas eis que surge uma notícia apesar de tudo que estamos passando pela falta de uma liderança efetiva e eficaz no comando máximo da nação (antes que acusem prefeitos, governadores e administrações que já deixaram o poder, é bom lembrar que toda a estrutura para combater uma epidemia se concentra no órgão máximo da saúde de qualquer país, no caso do Brasil, o Ministério da Saúde, subordinado à presidência da República): Depende de Nós.

* Lutas inglórias fazem parte da jornada. Ao fundo, o rio Pardo, pelo qual trabalho desde 2012, tristemente represado, como mostra foto, feita em Águas de Santa Bárbara, em novembro de 2020. E o uso de máscara, prática que adotei há 1 ano e que defendo com veemência nesta edição, em defesa da vida de todos. * A edição traz em CIDADANIA, um encarte que é um cartaz onde estampamos as fotos, produzidas e cedidas para publicação, pelas pelas pessoas que se predispuseram a lembrar a todos o quanto usar máscaras não é só importante, mas fundamental neste momento. Fixe o cartaz na sua rua, na sua loja, na sua janela. Vamos lembrar a todos o quanto é importante usarmos máscaras e o quanto é fácil. Só depende de nós. Como não poderia deixar de ser, trazemos mais uma matéria sobre o rio Pardo, numa entrevista bem didática com talvez o maior conhecedor de suas águas, o professor e doutor Edson Pirolli, da Unesp, em MEIO AMBIENTE, em reverência ao Dia Mundial da Água (22 de março). Aproveite também as dicas do Pingo, que aparece usando máscara, nosso passatempo inspirado no assunto em MENINADA; os pensares de nossos colunistas, em PONTO DE VISTA; as receitas que levam peixe, em GASTRONOMIA; e uma homenagem às Mulheres, em ACONTECE, com a arte do poeta Roberto Rensi compondo com as artes plásticas de Adolfo Bueno. Usando máscara até para circular sozinha de carro, ou melhor, na companhia de meus amados filhos de quatro patas, desejo a todos uma boa leitura! E que usem máscara! Flávia Rocha Manfrin | editora c/w: 14 99846-0732 • 360@jornal360.com | www.jornal360.com

Salmo 85 Vs7

Ora ação!

“Mostra-nos, Senhor, a tua misericórdia, e concede-nos a tua salvação”

Código de Ética do Jornalismo

Artigo 10º

O jornalista não pode:concordar com a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, políticos, religiosos, raciais, de sexo e de orientação sexual;

e xpediente O jornal 360 é uma publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados. Tiragem: 3 mil exemplares. Distribuição gratuita. RedaçãoColaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diretora de arte e jornalista responsável | Mtb 21563›, André Andrade Santos e Paola Pegorer Manfrim ‹colaboradores›, José Mário Rocha de Andrade, Fernanda Lira e Angela Nunes ‹colunistas›, Sabato Visconti ‹ilustrador›, Odette Rocha Manfrin ‹receitas e se-paração›, Camila Jovanolli ‹transcrições›. Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Endereço: R. Cel. Julio Marcondes Salgado, 147 — centro — 18900-007 — Santa Cruz do Rio Pardo/SP • contato: 360@jornal360.com • cel/whats: +55 14 99846-0732 • 360_nº182/marçoo2021


3 • acontece

"Mulher Arco-íris" A mulher Arco-íris Tinge o céu de esperança Brilha depois da chuva Espera o tempo secar Vestida de aquarela Levita tranquila no ar Alma iluminada Palheta de pintar Sorriso no horizonte Soma de todas as cores O sol fica contente O mundo se abre em flores Aos poucos se despede Começa a desbotar A tarde vira noite Desaparece ao luar Roberto Rensi

Reprodução da obra “4 Mulheres”, de Adolfo Bueno, usando técnida de pontilhismo em óleo sobre tela


de vista

*José Mário Rocha de Andrade Às vezes ouço por aí que somente as pessoas superficiais gostam de frases feitas. Se isso é verdade, ou não, eu não sei, mas sei que adoro frases feitas. Há uma semana, a cirurgia estava no fim, anestesia local e a paciente era uma senhora de 70 anos. Ela poderia estar dormindo pela sedação, ou não. Nesses momentos, cirurgia terminada, conversamos, ou, como se diz, jogamos conversa fora. “Comigo não tem perdão. Pisou na bola, é uma vez só e tchau”, disse a anestesista. Existem pecados e pecados, retruquei, sempre há lugar para o perdão, insisti. Errar é humano! Persistir no erro é... ESCOLHA! Disse a paciente para surpresa nossa. Nos tempos da juventude, em Santa Cruz, havia aprendido que persistir no erro é burrice e também uma frase da Eleanor Roosevelt: “Se uma pessoa te trai uma vez, a culpa é dela. Se trai a segunda vez, a culpa é sua”. Pronto! Avalanche de lembranças. Dona Florinda: “Melhor ser boneca nas mãos de velho que peteca nas mãos de jovem” e o Dr. Marcílio que adorava comer bem: “À mesa não se envelhece” e “Quando eu passo bem, eu passo mal, quando eu passo mal, eu passo bem”, lembrando-se de seus excessos à mesa. No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, decidi me divertir com frases feitas sobre a MULHER e, nesse quesito, Oscar Wilde, “somen-

Frases Feitas

*médico santa-cruzense radicado em Campinas

imagem: Pixabay.com

4 • ponto

te as pessoas superficiais não dão importância à primeira impressão” é o meu favorito: “As mulheres existem para que as amemos e não para que as compreendamos.”

“ As mulheres não sabem o que querem e não dão descanso enquanto não recebem aquilo que querem.” “Quando um homem se casa pela segunda vez, é porque adorava a sua primeira mulher.

Atrás de todo homem bem-sucedido existe uma mulher. E, atrás desta, existe a mulher dele.”, Groucho Marx. “Deixemos as mulheres bonitas para os homens sem imaginação.”, Marcel Proust. “No amor, as mulheres são profissionais, os homens, amadores.”, François Truffaut. “Tirando a mulher, o resto é paisagem.”, Dante Milano. “Beleza é o poder pelo qual uma mulher encanta o amante e aterroriza o marido.”, Ambrose Bierce. “A curva mais linda de uma mulher é o sorriso.”, Bob Marley “Na vingança e no amor a mulher é mais bárbara do que o homem.”, Nietzsche. “Vista-se mal e notarão o vestido. Vista-se bem e notarão a mulher.”, Coco Chanel “Deus criou a mulher de uma costela, de um osso torto. Se procurares endireitá-la, quebrará. Tenham, pois, paciência com as mulheres.”, Maomé. “Não quero faca, nem queijo. Quero a fome.“, “A alma bela faz radiar o corpo feio, ou velho, mas por interesse puramente estético, procurar a bondade não funciona. O rabo aparece.”, Adélia Prado. “Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.” !” noite foi feita para dormir porque senão no escuro se compreende o que se quis dizer quando falaram em inferno, e tudo aquilo no que uma mulher não acredita de dia, de noite ela entenderá.”, Clarice Lispector.

O negacionismo mata. A ciência salva. *Fernanda Lira Sim, o negacionismo, que vem a ser a negação do que já foi cientificamente comprovado, mata. E mata a rodo. Em contrapartida, a ciência salva. Ou seja o profundo conhecimento técnico, conceitual e aplicado, ou seja, testado e comprovado, é a garantia da sobrevivência. Estamos vivendo uma situação muito pior do que o prevsito para o Brasil no caso da pandemia. Há um ano, a estimativa de 100 mil mortes no país assombrava a todos. Pois já passamos do triplo desse terrível índice. Mais de 300 mil pessoas mortas pelo negacionismo. O próprio, em muitos casos, e o alheio, o que é ainda pior, pois isso configura a ação do outro sobre a vida de quem quer se proteger. O fechamento de atividades está sendo rechaçado em todo lugar. Os negacionistas culpam governadores e prefeitos, enquanto os verdadeiros culpados dessa dramática situação que não tem sinal de retrocesso, são eles mesmos e o mandatário do cargo da Presidência da República. Evitar tudo isso seria perfeitamente possível. Bastaria que todos, sem exceção, usassem máscaras corretamente, tapando boca e nariz, todo o tempo em que estivessem fora de suas

casas e também na companhia de familiares. Mas a grande maioria não faz isso. Basta sair às ruas e constatar muito mais pessoas sem máscaras do que o contrário. Manter distância também ajuda. Mas os negacionistas insistem em querer chegar perto de você, como se isso não expusesse ambos ao contágio. Há negacionistas de todos os tipos e credos. A começar pelos negacionistas gratiluz como andei lendo por aí, que, munidos de suas convicções “natu-vegana-holísticas”, pregam a aversão a vacinas de toda espécie, num discurso tolo, calcado na prepotência de quem sabe ver o que a maioria não enxerga. Há também os negacionistas broncos, que reagem às recomendações de proteção com expressões como “Ahhh!”, “Raaaá.! Que nada! Hahahha”... Revelando também quase nenhuma capacidade de articulação verbal. Também temos os negacionistas shoppingcenter”, aqueles que continuam podendo comprar o que querem, ir aonde querem e se consideram tão lindos e limpos em seus carros do ano que não se prendem a protocolos. Viajam, fazem reuniões de amigos e de família. Se tocam, convivem sem máscara em praias, salas e piscinas. Afinal, estão acima de tudo e de todos, inclusive do coronavírus. Esses, ainda

por cima ocupam os poucos leitos disponíveis em hospitais quando voltam de resorts. Há também os negacionistas surfistas, que vão na onda, sem parar para pensar, e seguem o comando do atual desgoverno federal, que se regala com mortes e toda a quebradeira nacional que está acontecendo qual uma avalanche em efeito dominó. Também tem os negacionistas enrustidos, que discursam pelo fim da pandemia, pelo cumprimento de protocolos, enquanto bebem com

amigos em bares, festas e reuniões familiares. Do outro lado desse cenário inimaginável, pasmam almas sensatas que, desde o início, entenderam que ou cumprem protocolos ou colocam vidas em risco, a própria e as alheias. A diferença é que elas nunca são vistas. Afinal, ao contrário da maioria, estão isoladas em suas casas, como deve ser. *jornalista paulistana que adora o interior


Vô Zinho Um exemplo , é a forma que vejo neste que agora se vai! Um exemplo como avô, como esposo e como pai! Um querido amigo de quem muitos hoje se despedem , Mas não com um Adeus, e sim com um Até breve! Muitas lembranças nos deixa, Muito carinho , muito amor e muita música!! Sim , muita música, pois era sua maior marca!! Quantas vezes suas melodias italianas em nossos meio vinha a alegrar!! Quantas vezes se mostrava bravo, para depois com um sorriso nos brindar!! Descansa nas braços do Pai, meu querido avô, E junto dos seus de seus irmãos, retome a cantoria!! Olhe por nós, sua família, Que levaremos no coração sua eterna alegria! Gabriel Manfrim

Homenagem de toda a família Manfrim ao inesquecível Natale Manfrim Filho.


6 • gastronomia

Receitas para uma Feliz Páscoa imagem: pesquisa GOogle

texto e fotos:

Moqueca de Peixe Receita de Rita Lobo (adaptada)

imagem: pesquisa GOogle

_Ingredientes: • 2 tomates • 1 pimentão amarelo • 1 pimentão verde • 1 cebola • 1 dente de alho • 1 pimenta dedo-de-moça • ½ pimenta de cheiro (opcional) • 6 galhos de coentro (talo e folhas) • 200 ml de leite de coco • ¼ de xícara (chá) de azeite de dendê • 1 colher (sopa) de azeite • sal a gosto • folhas de coentro a gosto para servir _Preparo: Lave e seque os pimentões, os tomates, as pimentas e o coentro. Descarte as sementes dos pimentões e dos tomates e corte em cubinhos. Descasque e pique a cebola em cubos. O alho deve ser picado miudinho. Retire, com cuidado, as sementes e ranhuras do interior da pimenta e fatie fininho. Reserve esses ingredientes. No liquidificador, bata o leite de coco com o azeite de dendê e ½ colher (chá) de sal por 1 minuto até ficar bem emulsionado – assim o caldo da moqueca fica mais aveludado e a gordura do dendê e do coco não se separam do líquido. Tempere o peixe com sal a gosto. Leve uma panela média (ou frigideira de

Talvez o milagre dos peixes seja uma das mais conhecidas passagens bíblicas. A multiplicação desse alimento para que todos pudessem ter saciada a fome é emblemática na história de Jesus. Com sabor intenso, até o mais delicado peixe pode, em pequenas porções, ampliar o sabor do mais simples prato. É o caso da sardinha, do atum, do bacalhau, peixes que tradicionalmente são também acessíveis de maneira de longa durabilidade, seja em latas, caso das sardinhas e do atum, ou em sal, caso do bacalhau. Há também os pratos feitos com peixe fresco, que dão sabor a iguarias bem brasileiras, como a Moqueca (ensopado de peixes e legumes) e o Bobó (que além de legumes leva mandioca ou até mesmo abóbora. Nesta edição, brindando a Páscoa que está próxima, as dietas sem carne vermelha da quaresma e a qualidade do alimento que faz do pouco, muito, receitasfeitas com essas delícias vindas das águas.

borda alta) ao fogo médio para aquecer. Regue com o azeite, adicione a cebola, tempere com uma pitada de sal e refogue até murchar. Junte os pimentões e refogue por mais 3 minutos. Acrescente o alho e as pimentas e mexa por 1 minuto para perfumar. Abaixe o fogo, junte o coentro e o leite de coco batido com dendê. Adicione os tomates e misture bem. Com uma pinça, coloque o peixe entre os legumes para que ele cozinhe em meio ao caldo para cozinhar. Tampe a panela e deixe cozinhar por 15 minutos, ou até o peixe ficar cozido, mas ainda úmido, e os legumes macios. Sirva a seguir com folhas de coentro e farofa.

_Ingredientes: • 2 xícaras (chá) de macarrão do tipo casareccia (ou outra massa curta de grano duro) • 1,5 xícara de tomate picado ou cereja • 1 lata de sardinha em óleo (125 g) • 2 colheres (sopa) de vinho branco • ¼ de xícara (chá) de azeite • 2 ovos cozidos • salsinha picada a gosto • raspas de 1 limão • 1 folha de louro seca • sal e pimenta a gosto _Preparo: Leve uma panela média com água ao fogo alto para ferver. Lave, seque e corte os tomates ao meio, no sentido da largura. Coloque a sardinha num prato e tire a espinha central. Passe os ovos cozidos pelo espremedor de batatas para formar uma farofinha, reserve. Assim que a água ferver, acrescente 1 colher (sopa) de sal e junte o macarrão. Misture e deixe cozinhar pelo tempo indicado na

Macarrão c/ Sardinha Receita de Rita Lobo (adaptada) embalagem, ou até ficar al dente. Enquanto o macarrão cozinha, prepare o molho. Numa frigifdeira, aqueça o azeite em fogo médio. Uunte o louro, os tomates e refogue por 2 minutos até começarem a murchar. Regue com o vinho branco, junte as sardinhas e misture bem. Acrescente as raspas de limão, tempere com sal e pimenta a gosto e deixe cozinhar por 5 minutos, mexendo de vez em quando para formar um molho rústico – os tomates e as sardinhas vão desmanchar parcialmente. Desligue o fogo e reserve. Assim que o macarrão estiver cozido, reserve ½ xícara (chá) da água do cozimento. Escorra e transfira o macarrão ainda quente para a frigideira. Misture com o molho delicadamente e junte aos poucos a água do cozimento para deixar o molho mais fluído. Sirva a seguir, polvilhado com a farofinha de ovos e salsinha.


• cidadania

A atitude de cada um pode

salvar a vida da maioria

MÁSCARAS salvam vidas. Máscaras usadas corretamente protegem a população do contágio de qualquer doença. Inclusive da Covid‐19. Já são quase 300 mil vidas perdidas por causa da resistência do cidadão brasileiro em adotar um protocolo simples, que não custa nada, porque tem farta distribuição de máscaras em todo lugar. Usar máscara não machuca. Não impede uma conversa. Aliás, é nesse momento que a máscara é mais necessária. A mudança no cenário trágico que vivemos está em nossas mãos. Não nas de uns e outros, mas de todos nós. De cada um de nós.

imagem: Pixabay.com

Não há mágica nem milagre. Mas há poder. Individual e coletivo. Não é preciso ter conhecimento, nem dinheiro. Basta a boa vontade.

Quando tirar a máscara, higienize‐a, colocando em saquinhos para depois lavar ou aplicando produtos, como mistura de água, água sanitária e álcool, dobrar e colocar para lavar. Não use a máscara no queixo. Você transpira no pescoço, coloca as mãos no pescoço e abaixa a máscara, a contamina. Aí ao colo‐ car de novo no lugar certo, ela estará repleta de bactérias.

Não se aproxime demais das pessoas. Não toque nas pessoas. Não é indicado numa pandemia. Mantenha distância. Inclusive dentro de casa.

Lave as mãos sempre. Evite tocar o rosto, especialmente boca, nariz e olhos. Mas se precisar fazer isso, lave as mãos antes. Água e sabão são suficientes. Se não puder lavar, use o álcool em gel. Evite sair de casa. Distraia‐se vendo TV, usando o celular, brincando com seus filhos, seus pets, ligando para os amigos. Há muitas formas de convívio on line, salas gratuitas, quem tem um celular, pode fazer uma reunião de amigos, cada um na sua casa.

Faça compras por telefone. Os comerciantes têm demonstrado Nunca abaixe a máscara a maior boa vontade em mandar para conversar. imagens e preços por whatsapp. O som é perfeitamente normal Também não falta serviços de mesmo usando máscaras. entrega, todos fazem delivery! Aliás, o momento mais importante de usar a máscara é quando você Nada disso é difícil ou inacessível conversa com alguém. para a maioria das pessoas. Por isso é tão importante que a Então pratique. maioria, já que não dá para contar Use máscara! com todos, pare de resistir a essa Mantenha as mãos limpas. dica tão simples de proteção: Mantenha distância das pessoas. use Máscaras, corretamente, Ajude a mudar a situação. cobrindo sempre a boca e nariz. Ajude o comércio a abrir. Ajude o hospital a ter vagas. Tire a máscara apenas para se Ajude a salvar a sua e alimentar e faça isso com o devido as nossas vidas. distanciamento de outras pessoas, Depende de nós! mesmo que familiares. imagem: Pixabay.com

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Depende de n

O controle da e

DEPENDE DE NÓS usar a máscara cobrindo a boca e o nariz. Usar sempre, sem abaixá-la quando for conversar, sem deixar sob o queixo DEPENDE DE NÓS adotar esse acessório simples e eficaz para combater a epidemia.

Alice

DEPENDE DE NÓS usar máscara para evitar mortes. Usar máscara para salvar a sua vida e a vida de quem você ama. DEPENDE DE NÓS usar máscara para combater a epidemia e, assim, reativar a economia.

Use a máscara. Use a máscara sempre! Use a máscara corretamente! Conter a epidemia só DEPENDE DE NÓS

Uma campanha do Jornal 36


nós! Participe!

epidemia está em nossas mãos Faça como esses cidadãos. Use Máscara. Use Corretamente. Use para Conversar. Proteja-se e ao Outro.

o. Bia

João Rafael

Diego

Daniele

Luiz

Neide

João

Fatima

Marina

Clarice

Murilo

Erik

Acácio

Ana Flávia

Sandra

Erik

Mônica

Claudio

Mônica

William

Anna Beatriz

Fabiana

João Lucas

Alice

Francisco

Mônica

Marcos

Flávia

!

S!

0 para combatermos juntoa a epidemia de Covid-19



11 • meninada

Pingo na Quarentena Pingo ouvia as recomendações que a mãe passava para Alvinho. “Atenção! Atenção! O Prefeito decretou: Fase vermelha! Fim das aulas presenciais!” Pingo gostou muito. Já se imaginou brincado com Alvinho. “Nada de jogar bola, parquinho, ir na casa dos amigos brincar, passear com o Pingo!” Pingo não gostou nem um pouco! Um balde de água gelada em seu sonho. Máscara sim, álcool gel também, cumprimento de longe, hora de fechar a porta para os vírus, principalmente o Corona vírus! Alvinho quase bateu continência. Pensou que estava em um filme de faroeste, que era um soldado fardado ao lado de seu fiel cachorro pastor alemão Rin Tin Tin. De repente a corneta do soldado sentinela:Tá tá tá tá tá táaaaaaaaaaa!!! Máscara, soldado! Sim senhor! Álcool gel, soldado! Sim senhor! Rin Tin Tin a postos, soldado! Sim senhor! Rin Tin Tin! Gritou Alvinho!Trrrrriiiiiimmmmm! Tocou o despertador! Pingo não era um cachorro soldado pastor alemão, mas a Fase Vermelha era verdadeira e Alvinho não resistiu e bateu continência:À luta! Vamos Pingo! De máscara, álcool gel, com distanciamento e vacinas! Derrotar esse Corona Vírus! Au! Au! Latiu Pingo pronto para a guerra!

arte: Sabato Visconti

Encontre AS PALAVRAS no DIAGRAMA NÃO É À TOA QUE SEGUIMOS A CIÊNCIA QUANDO QUEREMOS MELHORAR A NOSSA VIDA E CUIDAR DA SAÚDE. O CONHECIMENTO É ESSENCIAL PARA QUE POSSAMOS NOS PROTEGER E TAMBÉM VIVER COM MAIS CONFORTO. NÃO FOSSE ISSO, NÃO TERÍAMOS LUZ ELÉTRICA. NEM ÁGUA LIMPA PARA BEBER NA MAIORIA DAS CASAS. É A CIÊNCIA QUE NOS PROPORCIONA A FACILIDADE DE ANDAR DE BICICLETAS E VIAJAR SOBRE QUATRO RODAS DE CARROS, TRILHOS DE TRENS E VOAR EM AVIÕES. ELA TAMBÉM ESTÁ PRESENTE NAS ROUPAS QUE VESTIMOS, NOS ALIMENTOS QUE DURAM MAIS TEMPO QUE O PREVISTO E ATÉ MESMO NA NOSSA DIVERSÃO, OU VOCÊ ACHA QUE UM VÍDEO GAME SURGIU COMO? A INTERNET, O CELULAR… TUDO QUE USAMOS TEM A CIÊNCIA POR TRÁS. ENTÃO EM VEZ DE NEGAR, OUÇA O QUE ELA DIZ: USE MÁSCARA!

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Passados mais de 10 anos de ativismo em defesa do rio Pardo, que nasce em Pardinho/SP e deságua no rio Paranapanema, em Salto Grande/SP, o maior estudioso no tema, Prof. Dr. Edson Pirolli, avalia a sua situação e capacidade de resistir às interferências que vem sofrendo há anos

Por que afinal, temos que salvar o Rio Pardo foto: Edson Pirolli | acervo pessoal

12 • acontece

360: Por que o professor decidiu estudar tão a fundo o rio Pardo? Prof. Pirolli: O principal aspecto que me levou a estudar o rio Pardo foi a importância de suas águas para o abastecimento de parte considerável da população urbana de Ourinhos e Santa Cruz do Rio Pardo, além de várias outras cidades, como Pardinho, onde estão suas primeiras nascentes. Também o fato de que o rio tem grande importância para as atividades econômicas realizadas na área de sua bacia, fornecendo água para dessedentação de animais, irrigação e até para o desenvolvimento do turismo, com destaque para as cachoeiras localizadas em vários de seus afluentes, como por exemplo nos municípios de Botucatu e Águas de Santa Bárbara. E ainda pelo fato de ser um rio com águas de qualidade muito boa e que por isso merecem atenção e cuidados para que não sejam degradadas e continuem atendendo as pessoas e suas atividades para sempre. 360: Quais suas principais descobertas? Prof. Pirolli: Há várias. Destaco a identificação de 3.281 nascentes na área da bacia hidrográfica do rio Pardo, o que é um número considerável e que chama a atenção. A área da bacia (que capta água das chuvas para o rio Pardo) é de 480.312 hectares (como se fossem mais de 480 mil campos de futebol). O ponto mais alto da bacia está localizado a 1.003m de altitude com relação ao nível do mar. Além do rio e de seus afluentes, há na bacia do Pardo 993 represas, sendo 16 com área alagada superior a 20 hectares. Outro dado interessante é que devido às nascentes, córregos, rios e represas, existem 29.742 hectares de Áreas de Preservação Permanente (áreas que devem ser mantidas com vegetação nativa) e, destas, 7.513 não têm a proteção de floresta, o que potencializa riscos às águas do rio Pardo. Estes locais precisam ser trabalhados visando a proteção integral das águas da bacia. 360: Muito se fala de rios e árvores. Afinal, quem depende de quem? Prof. Pirolli: Os rios em nossa região e estado são dependentes das árvores, principalmente das florestas. Isso porque as florestas permitem grandes taxas de infiltração da água das chuvas. Essa água se desloca lenta-

* O estudioso do rio Pardo, Edson Pirolli, conhecimento acadêmico e expedicionário * mente dentro do solo até chegar nas nascentes, que formam os córregos e depois os rios. Além disso, as florestas localizadas nas margens dos rios protegem as águas da entrada de sedimentos, resíduos e contaminantes. Por isso são chamadas de matas ciliares. Porque fazem o mesmo papel de proteção que os cílios fazem para nossos olhos. 360: Por que se fala tanto em salvar o rio Pardo? Prof. Pirolli: Porque o rio Pardo é fundamental para a população da região por abastecer com suas águas pessoas, criações e plantações, além de atividades industriais e comerciais. Se o rio for contaminado, modificado ou ter seu volume de água reduzido, a comunidade regional sofrerá prejuízos consideráveis. 360: O que precisa ser feito para que não tenhamos problemas de abastecimento de água na região? Prof. Pirolli: É muito importante que o rio Pardo e toda sua bacia sejam manejados de maneira a proteger a vegetação nativa, a se fazer a recuperação das matas ciliares onde inexistem, a proteger o solo com terraços em nível e com adoção de sistemas de plantio direto nas áreas agrícolas e de pecuária. Esse conjunto de técnicas aumenta a infiltração de água no solo, o que recarrega o lençol freático e abastece as nascentes. Além disso, essas técnicas reduzem a erosão o que diminui a entrada de sedimentos nos rios e consequentemente reduz os processos de assoreamento nestes. Outro fator crucial é não poluir e contaminar as águas. De nada adianta ter um rio do porte do Pardo passando pelas propriedades e cidades se suas águas não puderem ser utilizadas.

360: Quais os efeitos que o reservatório que vem sendo construído em Botucatu poderá causar para o rio e para o abastecimento das cidades por onde ele passa? Prof. Pirolli: Os principais riscos durante o período da construção do reservatório estão relacionados à contaminação das águas, ao assoreamento do leito do rio à jusante (abaixo) da obra e à retenção excessiva de água para enchimento do reservatório, o que pode comprometer o volume de água do rio, trazendo prejuízos, que podem ser graves para o seu ecossistema. 360: O que poderá ser feito para compensar essa obra e salvar o rio? Prof. Pirolli: A obra precisa ser fiscalizada e monitorada continuamente para evitar os problemas. Além disso, após o enchimento da represa a vazão do rio deve ser mantida ininterruptamente. Não pode haver retenção de água para manter o reservatório cheio, em detrimento da manutenção do fluxo do rio. O ecossistema sobrevive de água corrente. Assim, esta jamais pode faltar no leito do rio após o barramento. Da mesma forma, pessoas e atividades econômicas à jusante (abaixo) da represa de Botucatu precisam da água corrente. Então o grande desafio será, em períodos de secas mais prolongadas, atender a demanda de Botucatu, sem prejudicar a população dos demais municípios ao longo do rio. 360: Quais os efeitos que a PCH (Pequena Central Hidrelétrica) construída no rio, em Águas de Santa Bárbara, está causando no rio e para o abastecimento das cidades por onde ele passa depois? Prof. Pirolli: Os principais efeitos observa-

dos têm sido a redução do volume de água no leito do rio Pardo. Durante o período de enchimento da represa, o aumento dos sedimentos em suspensão e o assoreamento de partes do leito do rio abaixo da represa. O aumento dos sedimentos em suspensão aumenta os custos do tratamento da água para seus diversos usos, principalmente doméstico. Uma consequência grave deste tipo de obra é o seccionamento do ecossistema do rio. Muitas espécies aquáticas precisam se deslocar ao longo do rio para se alimentarem, se protegerem e reproduzir. A presença de uma barragem impede esse deslocamento. Devemos destacar ainda que o corte raso da mata ciliar do rio Pardo na área em que a represa foi construída seccionou o corredor ecológico que permitia que várias espécies da fauna regional se deslocassem de maneira segura. Além disso a retirada da proteção da mata ciliar expôs as águas do rio à entrada de sedimentos e contaminantes. Isso sem contar a perda do abrigo para a macro e micro fauna (de sapos a abelhas, por exemplo) que habitava o local ou se deslocava pelo mesmo e a perda de espécies epífitas como bromélias e orquídeas, por exemplo, que foram destruídas com o corte raso da vegetação. 360: O que poderá ser feito para compensar essa PCH e salvar o rio? Prof. Pirolli: É necessário que haja fiscalização contínua com relação à retenção e liberação de água, principalmente em períodos de estiagem, para evitar que a geração de energia seja prioritária em detrimento da manutenção do rio e de seu ecossistema. Além disso, deve haver a recomposição imediata da mata ciliar em toda extensão do reservatório visando a proteção das águas e o restabelecimento do corredor ecológico e do habitar para a fauna silvestre da região. Para minimizar o impacto sobre as espécies aquáticas, a escada de peixes indicada no parecer da CETESB deve estar operacional ininterruptamente. Importante destacar ainda o atendimento imediato do compromisso da concessionária para com os proprietários rurais da área atingida tanto no tocante à indenização quanto à recomposição da vegetação nativa. 360: Quais outros problemas afetam e comprometem a vida do rio Pardo? Prof. Pirolli: O despejo de efluentes (esgotos) oriundos de áreas urbanas e a contaminação das águas por agroquímicos e dejetos de animais de criação são um risco e devem ser completamente evitados. A falta de matas ciliares e a falta de manejo das áreas de produção agrícola e pecuária precisam ser resolvidas com programas de recomposição da vegetação das margens dos rios e adoção de técnicas de produção sustentáveis de uso do solo e da água.


360: O que ainda precisa ser feito pelo rio Pardo?

360: O que as empresas, que usam muita água em sua produção, devem fazer para salvar o rio Pardo?

Prof. Pirolli: Precisa de um plano de manejo dos recursos naturais da bacia, de intensificação de pesquisas para aprofundamento do conhecimento do rio, de sua bacia e da gente que vive na área. Também é fundamental envolver comunidade, políticos e o comitê da bacia na proteção efetiva da água na área.

Prof. Pirolli: Se tiverem corpos d´água em suas áreas, protegê-los com matas ciliares, preservá-los não jogando efluentes nos córregos e rios, reduzindo o uso de água e reutilizando-a ao máximo. Devem envolver nestas atividades seus colaboradores, estimulando-os a adotarem estas práticas também em suas casas. Devem também investir em projetos de captação de água das chuvas em seus espaços, de produção de água na bacia onde estão inseridas, de educação ambiental e similares.

360: O que cada cidadão pode fazer pelo rio Pardo?

360: O que prefeitos das cidades da região devem fazer para salvar o rio Pardo? Prof. Pirolli: Em primeiro lugar se interessar e se informar com relação ao assunto água, bacias hidrográficas e sua importância para a população e para as atividades econômicas de seus municípios. Se todos tiverem claro de onde vem a água que abastece sua população e para onde vão os efluentes gerados em seus municípios, já teremos um grande avanço. Devem ainda desenvolver políticas de proteção das águas em seus municípios, envolver a população a partir de campanhas de conscientização, e criarem um consórcio para investimentos na proteção da bacia do rio Pardo, pois todos dependem das águas do rio e estas passam por todos os municípios da bacia. Imaginemos que se um município do alto ou do médio curso do Rio Pardo permitir atividades que degradem as águas do rio os demais municípios que estão na sequência não poderão usá-las ou terão grandes custos para tratá-las. Neste contexto, para que sempre cheguemos a bons termos é importante que os municípios não decidam isoladamente usos intensivos das águas, sem considerar os demais. É fundamental também que os prefeitos participem do comitê da bacia para se integrarem, contribuírem e aprenderem. E, obviamente, devem investir em saneamento, com enfoque no tratamento eficiente de esgotos; e em planejamento ambiental sério e comprometido nas áreas de expansão urbana visando reduzir os processos erosivos, os assoreamentos e a contaminação das águas dos córregos e rios urbanos.

360: O que poderá acontecer se nada for feito? Em quanto tempo? Prof. Pirolli: Em um cenário de descompromisso dos moradores da área da bacia, dos produtores rurais e dos gestores municipais, o solo pode ficar cada vez mais desprotegido, o que reduzirá a infiltração da

bacia do Pardo. Em segundo lugar um plano de manejo da bacia toda, envolvendo população, produtores rurais, políticos, gestores públicos de todos os municípios da bacia, pesquisadores e comitê da bacia. Este plano conteria uma caracterização de toda área, um cronograma de recuperação das áreas degradadas, um plano de preservação das áreas em boas condições, um sistema de monitoramento das condições do solo, da água, da vegetação nativa, das atividades agropecuárias, industriais, comerciais, e todas as demais. Também implantaria programas de orientação e de apoio a produtores rurais, a empresários urbanos, à população em geral e, principalmente, aos professores e alunos das escolas de todos os níveis, visando o preparo de todos para um convívio harmônico com os recursos da bacia. 360: Qual sua mensagem para quem vive nas cidades que dependem das águas do rio Pardo?

foto: Edson Pirolli | acervo pessoal

Prof. Pirolli: Primeiro conhecê-lo e saber da sua importância para a região. A partir daí atuar no seu dia a dia de maneira a não poluir e contaminar suas águas. Pequenas ações como não jogar lixo na rua (que poderá ser arrastado pela água das chuvas até o rio); manter parte do quintal permeável para permitir infiltração de água das chuvas o que vai recarregar o lençol freático e as nascentes; e manter árvores na calçada nas áreas urbanas, são importantes para manter o volume e a qualidade das águas do rio Pardo. Além disso, é muito importante que cidadãos participem de órgãos como o Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema (CBH-MP) contribuindo com ideias e ações para proteção do rio. Também precisamos que as pessoas votem em políticos que tenham clareza da importância da água e dos recursos naturais para que tenhamos gestores capacitados para implantar as políticas de preservação e recuperação e mantê-las ao longo do tempo.

corpos d´água ou próximo às suas margens. Importante lembrar que a adoção deste conjunto de técnicas nas áreas rurais, mantém a capacidade produtiva dos solos, a qualidade e a quantidade de água, o que mantém, inclusive, as condições econômicas dos produtores rurais.

Prof. Pirolli: Economizem água, reduzam a poluição, mantenham gramados e jardins nos seus quintais, plantem árvores nas suas calçadas, participem dos programas de coleta seletiva, façam compostagem e, se puderem, coletem água das chuvas e implantem sistemas de geração de energia solar. 360: O que significa Rio Pardo VIVO?

* O rio Pardo, em local onde deságua nas águas do rio Paranapanema, no município de Salto Grande. Riquesa que atravessa 15 cidades e é importante para toda a região * 360: O que os produtores rurais, que dependem da água em sua produção, devem fazer para salvar o rio Pardo? Prof. Pirolli: Devem manter as matas ciliares ao redor das nascentes, córregos, rios e lagos em suas propriedades. Também devem adotar terraços em nível e bacias de infiltração da água no final destes e ao longo de estradas rurais; e plantar suas culturas em sistemas de preparo mínimo do solo, como plantio direto no caso de culturas que permitem essa técnica (grãos em geral), e abertura de covas somente onde for plantar mudas, como para o caso de frutíferas, silvicultura e similares. Além disso, devem manter a palhada sobre o solo o ano todo, evitando queimadas, para proteção deste dos impactos das gotas da chuva, evitando o surgimento de erosões e assoreamento dos cursos d´água. Aqueles que utilizam sistemas de irrigação precisam extrair o mínimo possível de suas fontes e otimizar a aplicação visando o mínimo de perdas. Já os pecuaristas, além deste conjunto de recomendações, devem evitar o livre acesso de suas criações em qualquer ponto dos córregos e rios, privilegiando locais mais resistentes onde o impacto do pisoteio seja reduzido. O ideal seria retirar a água do rio por meio de mangueiras para que os animais bebam sem precisar entrar nos rios. Da mesma forma, devem evitar o despejo de dejetos de suas criações diretamente nos

água e diminuirá a vazão das nascentes. Isso, consequentemente, reduzirá o volume de água nos córregos e no rio Pardo. A água que não infiltrar, passará a escoar superficialmente causando erosões, enxurradas e assoreamento do leito dos córregos e rios. Não podemos esquecer que solo exposto perde nutrientes. E solo pobre empobrece os agricultores, e consequentemente toda população. Da mesma forma, menores volumes de água nos rios trazem dificuldades para a população urbana, inclusive para as atividades econômicas, uma vez que todas em maior ou menor grau, dependem de água. Ao mesmo tempo a água que não infiltra escoa em grandes volumes causando as inundações, que também trazem prejuízos à população. Estas dificuldades já são observadas em algumas partes da bacia. Então caso nada seja feito em questão de anos ou décadas a situação pode se agravar muito. No entanto, na minha visão, há um aumento significativo na consciência sobre estes riscos o que me faz ter esperança de que não chegaremos em situação tão drástica. Mas é importante estarmos atentos. 360: Se pudesse decidir o que fazer para salvar o rio Pardo, o que faria? Prof. Pirolli: Primeiro, uma grande campanha de conscientização da população sobre a importância do rio e de suas águas, e da preservação dos recursos naturais da

Prof. Pirolli: Significa as águas do rio Pardo correndo limpas e protegidas desde suas nascentes até sua foz. Significa o ecossistema do rio equilibrado, permitindo a vida em todas as suas formas e fornecendo água para pessoas e suas atividades. Devemos lembrar que os rios são as veias e artérias do planeta Terra. Neste contexto, o rio Pardo é a artéria que transporta a água, e consequentemente a vida na sua bacia hidrográfica. Deixar o rio morrer seria condenar a nossa espécie a perecer. Assim, o Rio Pardo VIVO significa a parcela da humanidade que habita sua bacia hidrográfica VIVA. 360: Por que as águas merecem um dia mundial? Prof. Pirolli: Porque as águas são fundamentais para todos os seres vivos, com destaque para os seres humanos. Nosso corpo é formado por 70% de água. Nós precisamos beber água todos os dias. E água limpa. No entanto, muitas de nossas atividades contaminam as águas. As mesmas águas que nós precisamos beber! E, muitas vezes as pessoas, no seu dia a dia, esquecem disso. Muitas nem sabem de onde vem a água que chega em suas torneiras. Muitas pessoas não sabem para onde vai a água depois de usada em sua casa. E esse desconhecimento gera descompromisso. Mas, se todos dependemos de maneira vital da água, precisamos conhecê-la em todo seu ciclo e em todos os seus caminhos. Então é importantíssimo que esta consciência esteja presente em todas as pessoas o tempo todo. Mas, para demarcar um dia especial, de reflexão e conscientização, e principalmente, de lembrança desta dependência que temos da água, é que foi definido, em 1993 pela ONU, o dia 22 de março como o Dia Mundial da Água.


14 • finanças

o Mapa da

MINa

Por uma vida financeira mais tranquila! O Mapa da Mina para atingirmos o TESOURO do BEM ESTAR FINANCEIRO é um percurso com diversas paradas técnicas para: análise e reflexão e ... AÇÃO! Uma parada técnica importante é a sobre as nossas Angela Nunes

Aí está o tesouro: COMO ANDAM AS SUAS RECEITAS?

Como gerar receita sempre requer um grande esforço de trabalho e, em função da pandemia, estamos passando um momento muito difícil (comércio fechado, redução de jornada de trabalho, demissões etc.), é muito importante analisarmos se podemos criar fontes de receitas mais diversificadas. Assim, se paramos de ter receitas de uma fonte, teremos alguma outra receita para nos ajudar. Não existe fórmula mágica e que nada disso é simples! Mas, é muito importante usarmos as nossas diversas capacidades, dons e criatividade para passarmos por momentos mais complicados!

Como são compostas as suas receitas?

1- Do salário que recebe da empresa para a qual trabalha? 2- Do seu trabalho individual, como autônomo? 3- De algum benefício (aposentadoria, pensão) do INSS?

As receitas são suficientes para cobrir as despesas?

Se as receitas não são suficientes, precisamos: ✓ Quanto falta para cobrir as despesas ou ter que ser reduzido do orçamento? ✓ Fazer um esforço possível para reduzir as despesas.

Uma coisa importante. que a experiência tem me mostrado, é que muitas pessoas não fazem esse movimento de busca adicional de renda usando suas habilidades por um pouco de vergonha ou receio do que podem pensar dela? Peço licença para mandar um recado para quem se sente assim: Por favor, tente superar essa fase em nome do seu bem estar. Todos nós deveríamos estar fazendo isso. Deixo aqui alguns exemplos de como devemos controlar nossas receitas, porque é muito importante falarmos de RECEITAS LÍQUIDAS depois de deduzidos todos os descontos e custos.vem podemos tentar melhorá-las e até mesmo pensar em alguma atividade que nos gere alguma renda extra.

EXEMPLO 1

Quem é funcionário de uma empresa, com contrato em CLT, deve verificar exatamente o que recebe, checando todos os descontos que tem sobre o salário.

EXEMPLO: se eu sei costurar e meu filho está precisando

COMO GERAR RECEITA EXTRA

Seja buscando um trabalho que possamos fazer de forma complementar à nossa atividade atual ou desenvolvendo um negócio com alguma coisa que façamos bem que pode virar um produto ou serviço.

EXEMPLO: Posso consertar os computadores de ami-

jadora Financeira Certificada pela Planejar - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. Graduada em Ciências Econômicas pela UERJ, com Especialização em Psicologia Econômica. É Consultora e Administradora de Valores Mobiliários autorizada pela CVM e sócia da Moneyplan - Consultoria em Planejamento Financeiro e Educação Financeira. Membro do Conselho de Administração e do Comitê Executivo da Planejar - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros, foi diretora do Banco Itamarati, da BCN Alliance Capital Management e do Banco BCN - Grupo Bradesco - e docente do Curso de Planejamento Financeiro do INSPER – Instituto de Ensino e Pesquisa. É também co-autora do livro “Planejamento Financeiro Pessoal e Gestão do Patrimônio – Fundamentos e Práticas”

gos e vizinhos ou posso vendar alguma especialidade culinária ou dar aulas particulares ou vender ovos e verduras que produzo no meu sítio e aí vale a análise e a criatividade de cada um.

Para reduzir as despesas devemos analisar não só os itens que podemos cortar, reduzir ou substituir, como também pensar em trocar produtos e serviços que precisamos por algum que podemos oferecer. Assim reduziremos esses itens nas despesas. de um reforço em matemática, posso combinar de trocar o meu trabalho como costureira por aulas de matemática. Cada um de nós tem um dom que pode ser “trocado” com dom do outro.

Maria Angela de Azevedo Nunes, CFP®, Plane-

EXEMPLO 2

Quem é autônomo tem que ter mais cuidado ainda, porque além da renda ser incerta, é necessário incluir o custo do negócio. Vamos imaginar que você faça bolos em casa para vender. Será que o seu negócio está sendo lucrativo? Será que você cobra um preço justo e que dê lucro? Você precisa montar um controle para saber disso. Vou apresentar um modelo simples de controle.

Vamos seguindo o MAPA DA MINA, lembrando que: ✓ Somos uma grande comunidade e que o ideal é sempre interagirmos e cooperarmos uns com os outros, especialmente em momentos de crise e ✓ Uma vida mais simples é mais fácil de carregar!


15 • bem

viver

A liberdade de ser você Ser é uma questão. Muitas vezes, é uma questão de honra; outras, uma questão de natureza. Quando algo na nossa natureza, que aflora conforme a gente cresce e amadurece, não é bom – e isso pode acontecer com qualquer um, em qualquer família, independente da educação recebida em casa ou na escolar, das oportunidades –, não é bom para uma vida em sociedade, a gente procura ajuda para reorientar, acalmar isso em nós. Dependendo da intensidade, do quanto se consegue controlar, você vai precisar de ajuda psicológica. Primeiro porque se você for direto para a ajuda psiquiátrica, sairá com tubos de remédios que lhe custarão a vida. Não a vida do ser vivo, mas a vida do estar vivo, do estar conectado com a vida. A química é sim útil, mas anda sendo prescrita sem muito critério, deixando milhões de pessoas apáticas, principalmente no Brasil, onde o índice de consumo de medicamentos anti-depressivos é bem elevado, sendo o maior em toda a América Latina. Segundo matéria disponível no Portal do ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, “a depressão é a principal doença que mais causa incapacitação no mundo, limitando o indivíduo até mesmo nas atividades básicas, como lazer e trabalho. Entretanto, apenas uma pequena parte desses pacientes é diagnosticada de forma correta e recebe o tratamento adequado”. Toda substância química utilizada para lazer ou necessidade, sejam drogas ilícitas ou remédios controlados, causa dependência. Torna-se o fio condutor da nossa vida. A gente acaba por viver em função dela e, por isso, deve ser evitada ao máximo. Por isso, muito cuidado na hora de entregar seu destino a uma receita médica. Sempre podemos, aliás, perguntar a qualquer médico: há um tratamento natural para isso? Há uma

imagem: Pixabay.com

outros. Aí, sim, é o caso de uma prescrição médica. Outra é querer padronizar por completo o comportamento social das pessoas. Isso é um perigo.

forma de resolver sem medicamentos? Afinal, atividade física, um hobby e até mesmo uma mudança radical na vida podem ser a chave para a paz interior. Infelizmente, muitos de nós somos ensinados a nos acabrunhar diante da autoridade médica. Como se devessemos obedecer a tudo que um médico diz sem qualquer questionamento. Não é por aí. Um bom médico, aquele que realmente está interessado na sua saúde e na sua qualidade de vida, vai receber bem e responder todas as suas dúvidas. Vai também respeitar suas escolhas. E falo por experiência própria. Não foram nem um, nem dois, nem mais de três médicos com os quais me consultei que me prescreveram medicamentos mais naturais, com efeitos colaterais mínimos ou inexistentes. E sem nenhuma zanga, pois o tratamento do paciente deve considerá-lo como um todo: suas crenças, seus recursos e seus hábitos. Prescrever remédios que potencializam o efeito do álcool, por exemplo, tende a

torna-se uma perigosa droga e piorar ainda mais o efeito da bebida sobre ele e sobre os que com ele convivem. Outro ponto a analisar é quanto o temperamento de cada um deve ser aceito. Uma coisa é agir de maneira a comprometer a saúde e a integridade de si e dos

Não somos bois, para agirmos todos igualmente, no modo automático. Somos pessoas, com diferentes modos de sentir e reagir. Costumo observar muito o conteúdo do que me dizem e fazem do que o modo. Porque já tive, por exemplo, chefes temperamentais, que muito me ensinaram e tinha conduta exemplar na condução do trabalho, e outros de um delicadeza e safadeza sem fim. É preciso deixar as pessoas serem o que são. Enfim, deixa fluir o que é bom porque a gente também não está aqui para ser castigado, para ser um robô. Não se permita ser um robô. Faça o seguinte exercício de identidade: dance como se ninguém estivesse vendo, cante como se ninguém estivesse ouvindo, brinque como se ninguém estivesse olhando. Afinal, você trabalha, cria seus filhos, é responsável, ganha seu dinheiro, luta, para quê? Para viver em uma caixinha de fósforo?



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