jornal360_ed179_dezembro2020

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gastronomia_O ovo, esse alimento completo e perfeito, em delícias, doces e salgada.

nº179

bem viver_O desafio de ten-

Dezembro 2020

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tar se proteger do coronavírus em meio a tanta gente que se •p3 nega a tomar cuidado

acontece_A FEMM, de Ourinhos chega aos 50 anos com trajetória exemplar focada na Educação para região. •p13

Jornal 360. Gostoso de ler. foto: Flávia Rocha | Faz. Grumixama - SCRP

ANO 16

Grátis!

Árvores podem garantir o futuro do agronegócio

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Circulação Mensal: 3 mil exemplares Distribuição: • Águas de Santa Bárbara • Areiópolis • Assis • Avaré• Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira César • Chavantes • Espírito Santo do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos • Palmital • Pardinho • Piraju • Santa Cruz do Rio Pardo • São Manuel • São Pedro do Turvo • Timburi Pontos Rodoviários: • Graal Estação Kafé • RodoServ • RodoStar Versão On line: jornal360.com


2 • editorial

Existir

Do latim existere, ou exsistere, vem da junção de “ex” (preposição que significa “a partir de”, ou trazer algo para fora) e do verbo “sistere”, que significa colocar de pé ou firmar alguma coisa; conter ou resistir a algo; algo que se mantém firme, no seu lugar sem se mexer ou abalar. O jornal existe, o rio existe, a cidade existe. Existimos. E queremos, todos, sem exceção, nos perpetuarmos, prolongarmos ao máximo essa misteriosa essência chamada vida.

Em lugar da gente gentil, amigável, hospitaleira, que recebe estrangeiros com pompa e subserviência, estamos convivendo, há 10 meses, com o negacionismo, a teimosia e a irresponsabilidade de milhões de pessoas deste imenso Brasil. Elas estão por toda parte. Reunindo-se em festinhas privadas. Em jantares e mesas de bar, amontoando-se em compras, viajando para excursões às ruas do Brás, na capital de São Paulo. Estão nas ruas, tomando sorvete e caminhando sem máscara. Estão nas filas de bancos e lotéricas procurando ficar mais próximas, como se infringir as regras exaustivamente explicadas e divulgadas fosse alguma vantagem. Essas pessoas estão também cuidando da própria beleza, da própria estética, frequentando academias, clínicas e salões de beleza, como se isso não pudesse representar a trágica notícia da morte de um pai, um tio, uma prima, uma irmã, um filho. Com esses, parecem não se importar, mesmo sabendo que são as maiores vítimas da epidemia, que maculou a qualidade do ensino e o ritmo da formação escolar em todas as esferas. Quando poderia eu imaginar que seria tão repleto de uma dura e obscura realidade que escreveria o editorial deste jornal dedicado às boas notícias. O contraponto, que trago ao leitor é que em meio a toda essa gente que insiste em tapar o sol com a peneira e não enxerga um palmo diante do nariz. Em meio a tantos letrados que, expondo seu racismo e o fascismo que lhes corre nas veias, insistem em defender um governo indefensável e criminoso, nós existimos. E essa nossa existência, com a força de quem tem a luz e a clareza da solidariedade, da consciência coletiva e do caráter humanitário que deve conduzir um povo, não se extingue. Ela permanece, vívida, forte e determinada a contribuir para que o mundo seja efetivamente melhor. O que só é possível quando amamos o outro, seja ele quem for, como amamos a nós mesmos.

2 Coríntios 9 Vs10 foto: FDaniela Damatti | 360

No mês em que completamos 15 anos de existência, sem perder a orientação editorial original, sem nos corrompermos e nos mantendo fieis à missão de informar com ética e profissionalismo, estamos também concluindo um período que pôs à prova a nossa existência. É triste noticiar que nossa mais trágica previsão alardeada em abril deste 2020, que colocava o Brasil entre os campeões de mortes por Covid-19, algo estimado em 100 mil pessoas, estamos encerrando o ano prestes a completar o dobro desse número. A considerar os resultados diários, em janeiro serão pelo menos 200 mil pessoas residentes deste país que não resistiram à avassaladora onda de individualismo e, melhor dizendo, egoísmo que tomou conta desse país tropical bonito por natureza.

“Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça.”

* O grato encontro com Paula Costa e Valter Ziantoni, da Pretaterra, durante o Fru.to 2020, em São Paulo * A edição deste dezembro de 2020 traz a determinação do existir. A começar por nosso encarte comemorativo, que narra como chegamos até aqui, nas nossas páginas centrais. A existência também se manifesta na comemoração dos 50 anos da Fundação Educacional Miguel Mofarrej, comemorada este ano, como vemos em CIDADANIA-ACONTECE. E na genuína, potente e milenar forma de produção de alimentos que prova que, mesmo que por séculos se tente destruir o que é bom para a maioria e para a permanência, o existir prevalece, como vemos na reportagem de AGRONEGÓCIO-MEIOAMBIENTE, sobre a agrofloresta e seus mais ilustres representantes mundiais, sediados em Timburi. A edição também traz a visão de mundo de nossos colunistas José Mario Rocha de Andrade e Fernanda Lira, em PONTO DE VISTA, a arte de nosso ilustrador Sabato Visconti, em MENINADA, e aconsistência de nossos patrocinadores, que se mantêm firmes na divulgação de suas marcas de modos a garantir nossa existência editorial como ela deve ser: 100% livre e independente. Para completar, GASTRONOMIA traz receitas feitas a partir daquilo que é o início da existência: ovo. Esse alimento puro, completo e que vem com a embalagem mais perfeita do universo. Com o desejo que mais e mais pessoas ajam com cristandade cada vez que escrevem ou dizem “Feliz Natal”, desejo a você e todos os seus muita saúde num Feliz Ano Novo. Boa leitura!

Flávia Rocha Manfrin | editora c/w: 14 99846-0732 • 360@jornal360.com www.jornal360.com

Ora ação!

Código de Ética do Jornalismo

Artigo 16º

O exercício da profissão de jornalista é uma atividade de natureza social e de finalidade pública, subordinado ao Código de Ética do Jornalismo.

e xpediente O jornal 360 é uma publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados. Tiragem: 3 mil exemplares. Distribuição gratuita. RedaçãoColaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diretora de arte e jornalista responsável | Mtb 21563›, André Andrade Santos e Paola Pegorer Manfrim ‹colaboradores eventuais›, José Mário Rocha de Andrade e Fernanda Lira ‹colunistas›, Sabato Visconti ‹ilustrador›, Odette Rocha Manfrin ‹receitas e separação›, Camila Jovanolli ‹transcrições›. Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Endereço: R. Cel. Julio Marcondes Salgado, 147 — centro — 18900-007 — Santa Cruz do Rio Pardo/SP • contato: 360@jornal360.com • cel/whats: +55 14 99846-0732 • 360_nº179/Dezembro2020


viver

O desafio de proteger-se quando a maioria ignora imagem: Pixabay.com

3 • bem

Onze meses depois de nos depararmos com uma epidemia e sermos obrigados a conviver com uma doença tratada com remédios adaptados e sem vacina (ainda estamos aguardando essa solução e ela vai chegar aos poucos), o que vemos é mais e mais pessoas infectadas pelo coronavírus e enfrentando a Covid-19. Alguns, maioria, por sorte, conseguem tratar-se em casa, sem a necessidade de internação hospitalar. Mas... isolados. Para não espalhar o vírus para seus familiares. Outros tantos tem a sorte de conseguir tratar a Covid em quartos de hospitais, devidamente supervisionados. Há muitos, nem sabemos quantos, que

passaram pela doença sem nem saber, tal a ausência de sintomas. Há também muitos que são obrigados a passar por assustadores tramentos, que incluem intubação e sedação profunda. É fato, ainda, que em muitos organismos, inclusive de pessoas fora da idade de risco e sem doenças pré existentes, que se deparam com situações críticas em vários orgãos, como pulmões, coração, sistema vascular e nos rins, por exemplo. E, para completar essa lista trágica, há os que não resistem. Sim, mais de um milhão de pessoas já morreram, sendo o Brasil um dos países a ostentar um dos mais altos índices de óbitos. A princípio, falava-se em 100 mil, o que já era bastante alarmante. Mas já são mais de 180 mil mortos em território nacional. Diante de um cenário como esse, seria natural que todos estivessem tomando as medidas de prevenção anunciadas desde o início da pandemia: isolamento social, distanciamento físico, uso de máscaras, ambientes ventilados. Só que não. De consultórios médicos a escritórios administrativos de empresas, passando por pet shops, clínicas estéticas e odontológi-

cas, as portas se mantêm cerradas e o ar condicionado ligado. Chegar num desses lugares pedindo para que a ventilação seja feita e o ar desligado é se deparar com olhares reprovadores e a garantia de que está tudo sob controle. “Nós tomamos todas as providências e não nos expomos ao risco, pode ficar tranquila”, dizem os profissionais que insistem em manter o conforto do ar condicionado. O mesmo acontece com o uso de máscaras. É notório, onde quer que se vá, que a maioria das pessoas não usa ou usa errado. Máscaras no queixo ou abaixo do nariz são constantes. E ameaçam quem está seguindo à risca os procedimentos de combate à doença. A mesma reprovação ocorre a quem pede que comerciantes e atendentes, além de entregadores e balconistas, usem a máscara enquanto são atendidos. O mau humor e as reclamações dos que se negam a usar algo tão simples e eficaz é corriqueiro. Em relação ao distanciamento social e ao isolamento, é a mesma coisa. Mesmo diante de ameaças de multas as pessoas seguem reunindo-se. Nem que tenham que limitar a quantidade de convidados

para 10 ou 12 pessoas, número suficiente para disseminar a doença. Aniversários, festas da firma, reunião de amigos, bebedeiras, noivados, batizados..., tudo que poderia ser feito à distância ou em poucas pessoas continua acontecendo. Bares cheios, mesas lotadas. Gente comendo e bebendo, num negacionismo sem precedentes. O resultado é o constrangimento para quem segue disposto a se prevenir. E a ocorrência da doença cada vez mais se aproximando dessas pessoas através de parentes e amigos. Onde, está, então a boa notícia de tudo isso? Não há. O único alento para quem efetivamente quer se prevenir é a certeza de estar agindo da melhor maneira para si e para os outros. E entender que é preciso enfrentar os negligentes seguindo firme nas medidas de prevenção. Ou seja, pedindo para abrirem portas e janelas, desligando o ar condicionado, evitando contato físico com todos, inclusives familiares, manter a devida distância com quem for obrigado a conviver e usar máscara. Quem não entender, paciência!


4 • ponto

de vista

*José Mário Rocha de Andrade

Carros, estradas, pessoas

Viajar de Santa Cruz a São Paulo de carro nas décadas de 50 e 60 era uma aventura com direito a piquenique, os sanduíches de pão feito em casa e chamarisco (pernil desfiado com molho de tomate, uma delícia que as crianças adoravam) e a atolar o carro no areião, (ou deslizar na lama quando chovia) da Rodovia Raposo Tavares que, inaugurada em 1937 pelo Governador Washington Luís com seu lema: “Governar é abrir estradas”, começou a ser asfaltada somente em 1954, o que levou 20 anos.

outra aventura. Sem Waze, GPS, com mapas ruins, o jeito era perguntar. Com a ajuda do paulistano, sempre atencioso e prestativo, chegávamos ao nosso destino, mas, no Rio, papai ficava impressionado com a postura do carioca que, feliz por receber alguém de outra cidade, muitas vezes desviava de sua rota e dizia: “Pode me seguir que eu levo vocês lá”. Bons tempos em que os carros eram ruins, não havia freios ABS, cinto de segurança, air bags, telefone. As falhas mecânicas eram comuns, as estradas, em sua maior parte, também ruins, pouquíssimos postos de combustível, não havia comunicação, não havia no que confiar, a não ser nas pessoas que também estavam nas estradas.

De São Paulo a Santos, pela Via Anchieta, inaugurada em 1947, aberta ao trânsito em 1953 com seus 8 túneis e 58 viadutos era pura emoção e encanto com suas inúmeras curvas sobre precipícios em meio à Serra do Mar, com sua mata fechada, suas quedas d’água, o mar que surgia e sumia na paisagem. Na descida, cuidado com os freios, na subida o motor esquentava tanto que, por vezes, a água do radiador fervia e, carros parados no acostamento com o capô aberto saindo vapor

d’água em ebulição para que o motor esfriasse faziam parte da paisagem. De São Paulo, às vezes, íamos até o Rio de Janeiro. A Rodovia Presidente Dutra duplicada,

*Fernanda Lira

asfaltada, assim como a Via Anchieta, nos colocava no primeiro mundo e em janeiro próximo completará 70 anos de sua inauguração. Chegar em São Paulo, ou no Rio de Janeiro era

Bons tempos em que viajar era tempo para conversar, escutar as muitas histórias de nossos pais e desbravar encontrando paisagens e pessoas fantásticas. *médico santa-cruzense radicado em Campinas

Acha que sabe, mas não!

O problema no Brasil é a ignorância. Calma, não se ofenda. Não aja como um “ignorante”, como costumam ser chamados os que se recusam a ouvir e acreditam que assim mantêm sua autoridade e, o que é pior, tornam-se conhecedores, senhores da razão. De fato, muitas vezes essas pessoas estão erradas. Ou equivocadas. Então, seja civilizado: procure aprender e aprimorar-se sempre. Pra isso, abra seus ouvidos antes de estressar.

Índios, negros, imigrantes, trabalhadores, operários, pequenos produtores, mulheres, crianças, idosos… em maioria nos casos se deixam governar por quem assumidamente só pensa em explorá-los para desfrutar do alto padrão de vida que o poder proporciona.

aquilo que vai contra a sua vontade, pois senão não seríamos uma nação. Evoluir é tratar de, no mínimo, cumprir o que ela determina. E se organizar de maneira fundamentada e civilizada para mudar o que se mostra improdutivo e infrutífero para o bem comum.

Carros, serviçais, aviões, helicópteros, hoteis, jantares, roupas… tudo é custeado pelo dinheiro que a sociedade destina a quem incumbe, pagando muito bem por sinal, de zelar por ela. É como se você contratasse um funcionário que não fizesse nada, fosse servido por você e você ainda lhe pagasse um salário. Ou seja, não faz o menor sentido.

*jornalista paulistana que adora o interior

O Brasil é realmente um país onde a educação foi alvo de descaso por décadas, aliás, ainda é. E estamos pagando o preço disso. Tanto que chega-se ao ponto de muita gente se deixar enganar. Inclusive aqueles que são notadamente vítimas da nossa sociedade, que historicamente dizimou seu povo, aqueles que aqui vivem por direito.

Isso é sinal de pura ignorância. E, de novo não se ofenda. Ignorar não é pecado, não é crime, não é vergonha. Ignorar é desconhecer. Apenas isso. E não adianta se valer de artifícios para dar pinta de “sabedor”. Nem se valer da sua fortuna, da sua educação coronelesca, da subserviência pela qual você é cercado, com pessoas prontas para concordar sem você sem nem piscar os olhos. Isso não vai tirar você da ignorância. Também não adianta se valer de brados, gritos ou argumentos sem fundamentos. Quem não sabe, não sabe. A ignorância cega. Ela não esclarece. Ela confunde. Ou seja, ela leva você frequentemente a estar errado. Inclusive porque ao apegar-se a ela, você passa pelo ridículo de insistir em estar certo, quando está errado. O Brasil tem provado ter um povo majoritariamente ignorante. O que não quer dizer que sua gente ignorante não inclua bons médicos, empresários, engenheiros e qualquer outra atividade que exija inteligência, estudo e perspicácia. Entenda, ser ignorante não é ser imbecil. A imbecilidade também se mostra latente por aqui, mas não é o tema deste nosso encontro. Com tantos ignorantes, incluindo pessoas muito bem sucedidas, a única forma de proteger as nossas reservas, que nos dão autonomia enquanto nação, é delegar ao setor público cuidar de questões essenciais. E elas constam em algo que todo ignorante conhece pouco, muito pouco: nossa Constituição. Ela é nosso manual de cidadania. E evoluir não é tentar mudar nela


5 • gastronomia

foto: Flávia Rocha | 360

Simples e proteíco: o ovo é a receita Fui uma criança que só comia ovo quente. De outras forma, nem pensar. Quem diria que me tornaria uma adulta que AMA ovos. Mexidos no café da manhã, frito com a gema molinha, cozido regado com azeite, cremoso num molho à carbonara... A única exigência, no meu caso, é que sejam caipiras. Ou seja, de galinhas que vivem soltas em sítios e fazendas. Nesta edição, as receitas fáceis de ovos para suas Festas e para qualquer outra ocasião!

Pudim Molotov Preparada por Flávia Manfrin _Ingredientes da massa: • 100gs de queijo muçarela fatiado fino • 2 colheres de queijos ralados • 3 ovos • 1 colher café de requeijão ou creme de leite • 1 colher sopa de salsinha picadinha • 1 colher chá de manteiga ou azeite _Ingredientes do recheio:: • tomatinhos cereja cortados ao meio • queijo meia cura ralado grosso • abobrinha ralada • qualquer ingrediente que você quiser. • sal e pimenta a gosto. • 1 colher de azeite _Preparo: Misture os ovos com o requeijão ou creme de leite, o queijo ralado e a salsinha. Não precisa bater demais, só misturar bem. Adicione uma pitada de sal e reserve. Numa frigideira bem untada com azeite ou manteiga, deixe o fogo baixo e vá espalhando o queijo fatiado e deixe até ficar dourado. Espalhe por cima os ovos mexidos e vá juntando sobre o queijo para virar omelete. Acrescente o recheio e vá juntando tudo para um dos lados da frigideira, enrolando oomelete com a casca.

foto: Flávia Rocha | 360

Preparada por Flávia Manfrin _Ingredientes calda: • 170g de açúcar • 12 gemas • 200ml de água • 1 pau de canela _Ingredientes pudim:: • 270g de açúcar • 9 claras • 1 pitada de sal • óleo para untar foto: Flávia Rocha | 360 • amêndoas laminadas tostadas para decorar (opcional) _Preparo: Leve ao fogo a água ao fogo, o açúcar e o pau de canela e deixe ferver durante 3 minutos. Retire e deixe esfriar um pouco. Retire o pau de canela e adicione as gemas ligeiramente batidas, mexendo sempre. Leve ao fogo brando e deixe engrossar, mexendo sempre e sem deixar ferver. _Preparo: Bata as claras em neve com a pitadinha de sal, até se formar picos suaves. Adicione o açúcar aos poucos e continue a bater, até obter picos firmes. Despeje numa forma redonda, untada com óleo ou manteiga. Bata a forma sobre a mesa ou pia algumas vezes para sair o ar da massa. Coloque a forma para assar em banho maria, colocando numa forma maior com água fervendo até ¾ da altura da forma. Asse em forno pré-aquecido a 180ºc, por cerca de 10 minutos. Desligue o forno mas mantenha dentro do forno com a porta entreaberta por cerca de 1h30. Espere esfriar e desenforme. Regue com o doce de ovos. Decore com amêndoas laminadas tostadas e sirva.

Imagem: Google

Omelete Invertido

Ovos Caramelados Receita de Rejane do Couto Rosa

Rabanada Receita de Aldine Rocha Manfrin _Ingredientes: • 3 pães do tipo francês duros • 2 xícaras de leite ½ lata de leite condensado • canela em pó • açúcar refinado (ou cristal batido) _Preparo: Fatie o pão com 2cm de espessura. Misture o leite e o leite condensado e reserve. Em outra pirex, bata os ovos com uma pitada de canela e reserve. Num prato raso, coloque o açúcar e a canela. Umedeça cada fatia de pão na mistura de leites, passse depois no ovo.. Frite em óleo quente. Retire, deixe secar em papel toalha. Passe no açúcar com canela.

_Ingredientes: • 2 litros de leite • 1kg açúcar • 18 ovos _Preparo: Coloque o açúcar numa panela e leve ao fogo. Ao derreter e amarelar, adicione o leite. O açúcar vai endurecer com o foto: Aldine Manfrin leite, mas derreterá novamente quando o leite ferver. Quando estiver tudo fervendo e líquido, adicione os ovos previamente batidos, como um omelete. Mexa até dar ponto.


CUIDADO PINGO

arte: Sabato Visconti

O pai do Alvinho comprou um carro novo, uma SUV, e ela é muito alta. Alvinho treina judô e aprendeu a cair. Saber cair é muito importante, sempre fala seu pai. Todos caem várias vezes na vida e quem não sabe cair se esborracha, ou melhor, quebra um braço, uma perna. Alvinho e Pingo estavam prontos para pular do porta-malas da SUV. “Cuidado, Pingo, está muito alto”, gritava Alvinho enquanto pulava. Quando seus pés tocaram o chão, sentiu que estava muito pesado, girou o corpo, rolou do jeito que aprendeu nas aulas de judô enquanto olhava e via Pingo aterrissando suavemente no chão. Você parece um gato, Pingo, caiu macio como um felino! Pingo saiu orgulhoso de sua proeza, mas não deixou de comemorar: Au! Au!

Encontre as PALAVRAS abaixo no DIAGRAMA. E descubra nossa mensagem pra você nas casas em destaque!

arte: Sabato Visconti

10 • meninada

- ABRIGO - ABRAÇO - ALEGRIA - AMIZADE - AMOR - APRENDIZADO - ARTE - BEIJO - BENÇÃO - BONANÇA - CARIDADE - CARINHO - CURA - DANÇA - DINHEIRO - DOAÇÃO - EMPATIA - ENCONTRO - ENERGIA - ESPERANÇA - FARTURA - FÉ - FELICIDADE - FORÇA - FRATERNIDADE - GRATIDÃO - HARMONIA - HUMOR - JUSTIÇA - LUTA - LUZ - MÚSICA - NATUREZA - OPORTUNIDADE - ORAÇÃO - PAZ - PERDÃO - POESIA - PROSPERIDADE - RISO - SAÚDE - SORTE - SUCESSO - TRABALHO...

É o que desejamos a todos em 2021!!!

V O R T N O C N E D A D I N U T R O P O S U C E S S O Ã Ç A O D U E N E R G I A F L

P I B E S P E R A N Ç A P U C G E

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Nossos 15 anos

Dezembro2020 Fazenda Grumixama โ ข Santa Cruz do Rio Pardo foto: Flรกvia Rocha | 360


Vamos procurar um lugar 360? Era o que eu costumava propor aos meus sobrinhos que nasceram e cresceram em Santa Cruz e regiĂŁo. A ideia consistia em colocar oe dedos em volta do olho, qual luneta, e girar em torno de si, checando se tudo era belo. Se fosse, ali estava um lugar 360. Essa histĂłria ilustra a missĂŁo do jornal 360. Mostrar aos moradores do interior as virtudes do lugar onde vivem. Sem dĂşvida, este deveria ser o nome do jornal. E faz todo sentido. NĂŁo importa se vocĂŞ olha ao longe ou aqui perto. VocĂŞ pode ver tudo e todos de onde estiver, basta girar em torno, sem sair de onde se vive!

Dezembro de 2005, Consegui colocar em prĂĄtica um conceito inĂŠdito de jornalismo, onde a denĂşncia, o questionamento e a crĂ­tica, inerentes dessa atividade, deveriam ser apresentados sob a forma de uma boa notĂ­cia.

Para ilustrar este espaço comemorativo, escolhi fotos e capas que expressam nosso brilho do olhar e Mais pessoas me ajudaram e ajudam de lĂĄ atĂŠ agora. traduzem nossos valores: honestidade, desenvolviEntre elas, minha musa e maior incentivadora: mento sustentĂĄvel e amor. Ou seja, tudo que estĂĄ inOdette “mĂŁeâ€? Rocha Manfrin, e nossos colaboradores serido naquilo que nos envolve e inspira: a natureza! voluntĂĄrios, os colunistas JosĂŠ MĂĄrio Rocha de Andrade e Fernanda Lira, o artista plĂĄstico e ilustrador FlĂĄvia Rocha Manfrin Sabato Visconti e o colaborador nato AndrĂŠ Andrade | editora 360 Santos. cidadania_

como um problema de espaço rendeu uma linda biblioteca para um bairro carente •p3

especial_a cobertura do Rock Rio Pardo 2019 em imagens informando como foi o festival de Santa Cruz exclusivo_receitas

com um toque caipira, feitas de mandioca e milho, entre outros itens simples •p6

Circulação Mensal: 6 mil exemplares Distribuição: • Ă guas de Santa BĂĄrbara • AreiĂłpolis • Assis • AvarĂŠ • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira CĂŠsar • Chavantes • EspĂ­rito Santo do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Ă“leo • Ourinhos • Palmital • Piraju • Santa Cruz do Rio Pardo • SĂŁo Manuel • SĂŁo Pedro do Turvo •Timburi

#"! ANO 14

Agricultura conquista os jovens pelas mĂŁos da mĂŁe natureza

VersĂŁo On line:

ara al p eci esp ão Ediç

VocĂŞ tem um cĂŁozinho? Um gatinho? Um lagarto? Um cavalo? Um pato, uma galinha? Sabe por que a gente diz “animal de estimaçãoâ€?? Porque devemos estimar esses seres que tanta festa, tanta farra e tanta arte fazem na nossa vida. A Gabriela adora animais e se diverte muito quando estĂĄ em em meio Ă natureza. Ela nĂŁo tem sĂł um animal de estimação. Ela tambĂŠm estima as flores, as ĂĄrvores e os frutos. E fica muito feliz quando brinca descalça e livre entre as plantas e os bichos. E vocĂŞ, tambĂŠm estima as plantas e os animais? Gosta de brincar em meio Ă natureza? EntĂŁo aproveite esta edição Meninada Especial, dedicda Ă s plantas, aos bichos e Ă s criançcas, que sĂŁo o maior tesouro da mĂŁe natureza!

Pontos RodoviĂĄrios: • Cia da Fazenda • Graal Estação KafĂŠ • OrquidĂĄrio Cyber CafĂŠ • RodoServ • RodoStar • Varanda do Suco

ninada e me special

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foto: Maria Helena Miranda Quaglaito

A ideia, afinal, era trazer para o cenĂĄrio local, diminuto que fosse, o universo. Nasceu ali e visĂŁo “glocalizadaâ€?, como batizou minha amiga e consultora no desenvolvimento do projeto, Patricia “Pattuâ€? Podboi

Adachi. AlĂŠm dela, o 360 se tornou possĂ­vel graças ao trabalho e a parceria de Marco “Brotherâ€? Boaventura, a quem serei sempre grata.

foto: FlĂĄvia Rocha | 360

Foi uma ideia não apenas inovadora, mas de alguma maneira subversiva. Afinal, todo mundo conhece o jargão que diz que notícia ruim Ê a que vende de jornal. Não haveria esse risco para o 360, pois ele tambÊm nasceu com a missão de ser acessível a todos. Daí sua distribuição gratuita. Um marco na história do jornalismo, o 360 Ê tambÊm convicto do público que deseja informar: pessoas que vivem em pequenas cidades do interior. Assim, qualquer notícia, viesse de onde fosse, deveria trazer pråticas possíveis de ser implantadas numa pequena urbe.

o Dia

da Criança.Encarte

da ed içã o

17 7d oj orn al 36 0.

Edição nº 10

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Areia Alta, Areia Baixa. Lugar 360 O “Caminho das Areias”me foi apresentado por Ique Tucunduva, um pirajuense-paulistano que, como tantos da incrível Piraju, acolheu meu espírito de aventura, interesse por conhecimento e determinação em reportar no jornal a região em torno de minha cidade nas páginas do novo jornal. Ali encontrei minha visão de paraíso e fiz amizades das mais felizes com Maria, Geralda e Zé Pereira e toda a gente que elsses novos e grandes amigos me apresentaram a cada visita. Por sua razão de ser, o 360 só faria sentido se fosse distribuído regionalmente. Em quanto mais pequenas cidades circulasse, mais cumpriria sua missão. Assim, aportamos, logo no primeiro mês, em Piraju, Ipaussu, Chavantes, São Pedro do Turvo, Esprírito Santo do Turvo, Ourinhos, Bernardino de Campos, Óleo, Manduri, Cerqueira César, Avaré, Timburi e, por causa de seu encanto, Fartura. Depois agregamos Canitar e, com o apoio de um de nossos anunciantes, a Frutap, passarmos circular também em Assis, Cândido Mota, Palmital e Ibirarema, mais ao lado do Paraná, e também Botucatu, Areiópolis e São Manuel, a caminho para a capital. Recentemente, incluímos também Pardinho, cidade onde nasce o Rio Pardo. Também já circulamos por períodos longos em Agudos, Lins e Tatuí, quando amigos que lá residiam se propuseram a receber os exemplares e distribuí-los em locais estratégicos. Sempre gratuitamente. A capilaridade do 360 se amplia através de versões on line e de três importantes pontos rodoviários de lato padrão e circulação de pessoas: a rede RodoServ e RodoStar, na Rodovia Castello Branco, e o Graal Estação Kafé, na rodovia Engenheiro João Baptista Cabral Rennó, icônico posto de abastecimento e alimentação onde existe uma réplica da estação de trem de Santa Cruz do Rio Pardo a abrigar um museu do café.

Caminho das Areias • Fartura e estrada da Jacutinga • Santa Cruz do Rio Pardo fotos: Flávia Rocha | 360

Santa Cruz, coração 360 Quis fazer um jornal pra minha gente. Para a minha cidade. Para o lugar para onde sempre voltava quando tinha tempo livre e por onde eu juntava tempo para voltar trabalhando dias, noites, madrugadas. Meu céu azul-lápis de cor, ciano 360. Terra vermelho urucum, repleta de verdes reluzentes. agronegócio_ Plantar com o cuidado de preservar o meio ambiente é mais lucrativo a médio e longo prazos. •p11

nº178

gastronomia_É tempo de

Novembro 2020

manga. A fruta cheirosa, macia, saborosa e suculenta usada em pratos doces e salgados. •p5

SOS Rio Pardo Vivo_O rio Pardo está com níveis abaixo do normal para esta época do ano. Saiba o que acontece!

AA NO 15

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A exuberância que só a natureza é capaz de criar

Jornal 360. Gostoso de ler. Circulação Mensal: 3 mil exemplares Distribuição: • Águas de Santa Bárbara •Areiópolis • Assis • Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira César • Chavantes • Espírito Santo do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri

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Foto Vera Quagliato

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A maior riqueza é acessível a todos. Bastam algumas sementes e um pouco de terra para se colorir e ornamentar muros antes desbotados, até mesmo casas inteiras podem ser cobertas por plantas. O entorno também pode revelar a exuberância que só mesmo as plantas com todas as suas cores e formas é capaz de imprimir a um lugar, a uma foto, a uma paisagem. Dar espaço a elas é o que devemos pensar quando construímos nossas casas e planejamos nossos jardins e calçamentos. A foto que ilustra a capa foi feita na área residencial da Usina São Luiz, onde o vasto jardim é repleto de árvores de grande porte. Este resultado não é acessível apenas a quem tem recursos, mas a todos que valorizam a presença da natureza na própria vida.


Nossos patrocinadores Um jornal depende substancialmente da publicidade para sobreviver. Para garantir sua independência editorial. Ainda mais quando é distribuído gratuitamente. Por razões que não precisam ser aqui apresentadas, o 360 se dedica muito pouco a alcançar resultados comerciais. O mais importante é que ele circule todos os meses. Livre, independente e seguindo o Código de Ética do jornalismo. Isso é possível graças ao apoio

incondicional de algumas poucas e incríveis empresas. Que nunca nos deixaram na mão. Que nunca nos pediram absolutamente nada em troca. Nem uma foto. Nem uma matéria, uma nota. Nada. Parabéns Special Dog, Guacira Alimentos, São João Alimentos, Frutap, ACE-Santa Cruz, Nantes Advogados. A longevidade do 360 é também mérito de seu apoio. Obrigada!

Nossos leitores Ninguém é tão importante para o 360 quanto o leitor. Quanto o morador da pequena cidade. As pessoas que vivem no interior inspiraram o projeto do primeiro jornal de boas notícias de que se ouviu falar no país. É para o leitor que todos os meses procuramos trazer novidades que possam lhe ser úteis. Notícias que possam lhe inspirar e artigos que contribuam para que sua visão de mundo, seu dia-adia e suas perspectivas possam ser cada

vez melhores e mais capazes de serem felizes e de praticarem o bem comum. A ecologia, a cidadania, a importância da cultura, da honestidade, da ousadia, do trabalho, da criatividade estão impressos nas 179 edições que já produzimos e serão a tônica do que virá. Essa é a nossa retribuição a cada palavra, linha, texto lidos todos os meses.

Nossos colaboradores Ninguém poderia representar melhor nossa estimada equipe de colaboradores do que Paola. Da mascote que estampou nossa primeira edição num editorial de moda e interpretou com sua fotos dezenas de assuntos das nossas edições mensais, ela passou de repórter mirim e, atualmente, é editora da nossa AGENDA on line.

Nossas causas É impossível fazer jornalismo sem crítica. Por mais construtiva ela seja, por melhores sejam as notícias, a premissa básica de informar é a crítica. Quem critica necessariamente precisa ter também conhecimento. Histórico e contemporâneo. É preciso acompanhar a realidade entendendo como chegamos a ela.

Desde 2012, além de acompanhar editorialmente a problemática que envolve a preservação dos rios Pardo e Paranapanema, as principais riquezas naturais da região onde circulamos, assumimos a articulação do Movimento pelo Rio Pardo Vivo, muito presente em nossas edições, inclusive.

Conhecer e acompanhar cotidianamente a realidade nos torna intensos. Quer no ceticismo, quer no cinismo, no patrulhamento ou no ativismo. Nós nos expressamos agindo. E muuuuuuito.

No campo social, também temos uma ação efetiva chamada Vaquinha do Alimento. Um programa de inclusão alimentar criado em novembro de 2018 que hoje atende mais de 280 crianças de 4 a 16 anos com itens de merenda aos quais eles não tiham acesso regularmente.

Nosso mascote arte: Sabao Visconti

Nosso prêmio Em 2015, com 10 anos de circulação, fomos premiados com o trofeu Imprensa do Bem, concedido pela ONG Sorriso do Bem, dirigida por Fábio Bibancos. Dividimos a honraria com o jornal Folha de São Paulo, por sua ação editorial com empreendedores sociais. jornal360.com +55 14 99846.0732


9 • agronegócio

A agrofloresta se expande pelo mundo a partir de Timburi Reconhecida como a alternativa mais eficaz para a preservação da produtividade agrícola e pecuária do planeta, a agrofloresta, sistema produtivo que resgata a produção diversificada em uma mesma área, assume grande destaque mundial, com direito a projetos de grande porte, um deles liderado pelo Príncipe Charles, do Reino Unido.

É da pequena cidade paulista, que a PRETATERRA está realizado projetos. Um deles, lançado no último dia 19, pretende mudar o cenário de produção cafeeira local, com a introduçao do sistema de agrofloresta com apoio financeiro de um banco internacional. À frente da PRETATERRA, estão Paula Costa e Valter Ziantoni, engenheiros florestais com larga experiência no assunto, considerados por especialistas os mais qualificados profissionais para expandir oa agrofloresta pelo mundo através de seus sistemas já testados no Brasil e no exterior. De fato, nosso primeiro contato com o eles aconteceu em janeiro de 2020, quando se apresentaram no Fru.to - Diálogos do Alimento. Muita coisa aconteceu de lá até agora. Veja:

Foto: Flávia Rocha | 360

Mas é um Timburi que funciona o “hub”, ou empresa que concentra e dispersa o maior conhecimento prático e científico no assunto.

guns anos na África pela UNDP, pelas Nações Unidas no Laos, pela FAO na Turquia. E na Europa, sempre com sistemas agroflorestais. Minha especialidade é a aplicação desse conhecimento prático para construir sistemas integrados que respeitam e entendem os meios de vida das pessoas que estão no campo. Encontrei com a Paula na Fazenda da Toca, onde desenhamos e modelamos economicamente praticamente todos os sistemas. A partir disso, resolvemos criar a pretaterra, com o apoio da Fazenda da Toca, de diversos outros clientes que angariamos e parceiros. Desde então, já são praticamente 4 anos de trajetória com projetos no Brasil e no mundo todo.

* João Paulo Camarinha Figueira teve toda disposição para conferir de perto e na companhia de espacialistas, a expedição para avaliar a situação do rio Pardo * 360: Qual a formação de vocês e como surgiu a pretaterra? PAULA COSTA: Sou formada em engenharia florestal pela ESALQ/USP de Piracicaba e em biologia pela UNESP/Ribeirão Claro. Trabalhei com recuperação de áreas degradadas e restauração de área florestal. Trabalhei em diversos contextos, especialmente na floresta Amazônica, no norte do Mato Grosso, na região de Manaus. Também trabalhei no interior de São Paulo, em alguns assentamentos pequenos, com agricultura familiar, com comunidades indígenas. Depois dessa experiência em campo, próxima dos agricultores e tendo mais conhecimento prático, atuei na Fazenda da Toca, que na época era um dos maiores empreendimentos florestais do Brasil e do mundo, onde conheci o Valter

Ziantoni. Lá, nosso desafio era implementar os sistemas agroflorestais em larga escala, fazer com que fossem bem planejados, com clareza da viabilidade econômica e da técnica operacional. Após essa experiência, criamos a pretaterra justamente para disseminar esse sistema em outros contextos, com outros agricultores, e assim espalhar a agrofloresta pelo mundo. VALTER ZIANTONI: Sou engenheiro florestal formado pela UFPR, mestre em agrofloresta, pela Bangor University, no Reino Unido, tenho especialização em gerenciamento pela FGV e mais um monte de coisa. Minha experiência no florestal tem mais de 15 anos, trabalhando cerca de sete anos na Amazônia (brasileira, peruana e boliviana). Trabalhei al-

360: O que é a pretaterra? VALTER: A pretaterra oferece uma metodologia de implantação da agrofloresta considerando todos os aspecto desse sistema produtivo. Logo de início, assinamos um grande contrato com a WRI Brasil, instituto de pesquisa que promove a proteção do meio ambiente. Ficamos quase um ano e meio na Amazônia, onde implantamos 20 unidades de sistemas agroflorestais, que continuam funcionando e sendo monitoradas por nós. Desde então, já implanamos mais de 100 sistemas agroflorestais com pequenos produtores rurais em diversos estados do Brasil: Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Bahia, Paraíba, Amazonas, Pará, Santa Catarina. Em Minas Gerais foram diversos trabalhos com café agroflorestal na Serra da Mantiqueira. 360: Como explicar o sistema agroflorestal? PAULA: loresta é um sistema produtivo, uma maneira de plantar e de colher onde há biodiversidade. Ou seja inclui várias culturas, inclusive árvores. Trazemos árvores para a paisagem agrícola ou produção agrícola para


para um sistema produtivo agroflorestal não vai ter resiliência climática dentro do seu sistema. Além da pressão do consumidor que está cada vez mais esclarecido e busca produtos agroflorestais, regenerativos, agroecológicos, de práticas diferenciadas que trazem um valor nutricional maior. Sabe aquele produto da roça que não recebe agrotóxico, que tem muito mais vitamina, como a gente costuma dizer? Isso é chamado de valor nutricional.

dentro da floresta. E isso faz toda a diferença porque a presença de árvores na paisagem é o que traz tudo o que a gente chama de serviço ecossistêmico: proteção de solo, conservação e regulação do ciclo da água, manutenção do microclima, refúgio para a fauna e para polinizadores. Além de uma ciclagem de nutrientes profunda. Porque as árvores têm raízes muito profundas que captam nutrientes em camadas do solo que culturas agrícolas não são capazes de alcançar. Os nutrientes chegam às folhas que, quando caem no solo e se decompõem, devolvem esses nutrientes para a superfície do solo, são liberados e disponibilizados para os cultivos agrícolas. Essa utilização do uso dos nutrientes do solo faz toda a diferença para resiliência do sistema produtivo, que é a capacidade desse sistema reagir em situações desfavoráveis, como a estiagem, a geada, as pragas e outros fatores adversos. 360: O que é essa resiliência na agricultura? PAULA: A resiliência é a capacidade de reagir ao adverso e esse é um aspecto muito importante da agrofloresta. Isso se dá pela biodiversidade desse sistema de produção, que fortalece e o torna mais resistente. A resiliência também aparece no negócio, pois o produtor passa a ter uma grande diversidade de produtos para comercializar e também para consumo próprio, familiar. Ou seja, ele se fortalece porque não fica dependendo de apenas um produto agrícola. 360: Então o produtor sai ganhando? PAULA: Sim. A agricultura tem que ser encarada como um negócio. Colocar todos os ovos em uma mesma cesta é muito arriscado. A diversificação da produção é muito bem-vinda para a resiliência do agricultor. 360: Por que tantos resistem ao sistema? PAULA: Por ser um sistema produtivo biodiverso, a agrofloresta tem a sua complexidade. Os agricultores ainda estão presos ao pensamento da monucultura. Todo conhecimento dele, o mercado dele está focado para só uma espécie. Inserir muitas espécies em um ecossistema traz alguns desafios. Por isso, nos dedicamos a planejar os sistemas agroflorestais de uma maneira esquematizada, com conceitos que trazemos como fundamentais para fazer com que o sistema de fato seja viável. 360: Essa ruptura do sistema de trabalho

convencional para migrar para o agroflorestal custa quanto para o produtor? VALTER: Agrofloresta é para todos. Você aproveita a mesma área para produzir muito mais alimentos porque faz maneo de forma tridimensional, como se fosse um cubo e não uma área. Quando se fala de 1 hectare, por exemplo, a gente pensa nos andares dentro desse espaço e, normalmente, se consegue produzir 60% a mais e não apenas de um mesmo produto. Então, se nesse 1 hectare de plantação de café for implantada a agrofloresta, teremos um pouco menos de café, mas na somatória de todos os produtos teremos uma produção muito maior. Então é economicamente viável para o pequeno, para o médio e para o grande produtor. 360: Pode falar como seria com cada tipo de produtor, pequeno, médio e grande? VALTER: Para o grande produtor a agrofloresta é muito viável porque, cedo ou tarde, ele vai ter que adotar esse tipo de produção. Muitos vão ser mais relutantes porque detêm poder aquisitivo, crédito no banco, maior extensão de terra, possibilidade de hipoteca, maquinário, trabalhadores, então eles estão vivendo o mesmo status quo por muito tempo. Mas, hoje, a gente vive um momento de mudança climática. Quem não migrar

Há também a pressão das mudanças climáticas. Quando têm árvores no sistema, você protege as plantas e, principalmente, o solo que é o maior bem produtivo. Porque se salinizar, se o solo perder a nutrição, não será mais possível produzir e nem arrendar para cana. Muitos já estão começando, estão na linha de frente. A pretaterra está implantando um piloto de 1200 hectares no Mato Grosso para expandir para 23 mil hectares de gado, transformando tudo em agrofloresta. Quanto ao pequeno produtor, é quem mais se beneficia. O pequeno, no jargão, a gente chama de agronegocinho porque ele copia o agronegócio e faz uma produção de commoditie. O produtor tem 2, 3, 5 hectares e planta milho, feijão, arroz, às vezes até soja. Dependendo da área, faz estufa e planta pimentão, pepino. Tudo com altíssima quantidade de veneno e com um custo altíssimo. Daí, ele compete com o latifundiário que tem produção em escala, que tem as colhedeiras, as maiores plantadeiras. É óbvio que ele vai viver endividado ou se matar de trabalhar, mas sem nunca conseguir aumentar a renda, sem competir em nenhum mercado porque o custo de produção dele é muito maior que o de quem produz em escala. Quando esse produtor adota um sistema agroflorestal ele diversifica. Primeiro, ele protege e garante a resiliência do sistema dele porque coloca árvores. Segundo, passa a ter soberania alimentar. Com a diversidade de produtos que, se a coisa ficar feia, tem comida suficiente e diversa porque ninguém come soja ou só milho. Tendo diversidade, ele vive bem. A diversidade o torna capaz de competir no mercado. Se o preço de um commoditie cai

demais, ele tem outro porque não arrancou todos os pés de café para plantar só soja, tem algumas linhas de milho, dentro do café, tem uma árvore produzindo determinada castanha, tem linhas de banana, tem galinha, porco... tem toda uma produção integrada que para vender independente da flutuação de mercado. Outro aspecto muito importante é a agregação de valor. Um produto agroflorestal traz a possibilidade de vender com valor agregado, o que dá condição de ganhar muito mais pela produção. O médio produtor está no meio disso. Tem amplos benefícios, tanto os do pequeno quanto os do grande. Assim como as dificuldades, de mudar a forma de pensar. É difícil falar para o produtor que a vida inteira criou gado e que o avô, tataravô vem derrubando floresta para ter alguma terra, e você explicar que agora ele vai ter que plantar árvore.É uma mudança de paradigma, que tem que ser feita de uma maneira muito robusta, mostrando com números. Vale a pena destacar que todos os sistemas que a pretaterra faz são respaldados com modelagens financeiras econsiderando valores conservadores de preço. Não colocando sistemas de preço, colocando valores altos de combustível, de máquina, depreciação, de custo de mão de obra, para justamente mostrar como esse sistema se comporta com números. Normalmente, a gente altera se for necessário e cria um sistema que de fato funcione, economicamente falando. 360: Quanto tempo demora para migrar para o sistema agroflorestal? E o que o produtor, que investiu faz com seus equipamentos? Como aplicar numa grande extensão de cana, que usa máquinas gigantes. Ou numa estufa de melão? PAULA: Agrofloresta é um termo genérico porque existem mil possibilidades, mil formatos e conformações para a implementação um sistema agroflorestal. Não tem espécie, espaçamento ou arranjo espacial predeterminado. O que vai determinar é o agricultor, o contexto e, principalmente, os recursos já existentes. A maneira como ele já


Também oferecemos uma plataforma para pequenos proprietários que não podem se comprometer com a consultoria , o Academy, uma frente da pretaterra que se dedica a cursos de formação e mentorias. Nós juntamos grupos de pessoas que têm o mesmo objetivo, como por exemplo o café, e nós damos mentorias. Conversamos por uma série de reuniões online, remotas, onde ajudamos a traçar uma linha, nortear como funciona o sistema. Outra frente são os cursos, já gravados, que pode fazer por módulos. Nós temos os módulos Pioneer, Intermediate e Climax. E tem o primeiro curso de todos que é Seeds (sementes), totalmente de graça, que está no nosso site. É só se cadastrar, fazer os cursos que, ao concluí-los, recebe uma certificação.

faz a agricultura é importante porque o sistema tem que ser aderente, tem que fazer sentido para aquele agricultor, para dar certo. Por exemplo, quando falamos de um pequeno agricultor, que é pouco capitalizado e tem uma área pequena, é possível fazer uma maneira um mais biodiversa, mais complexa, já que é aquele agricultor menor que conhece cada cantinho do sistema dele, que vai manejar e vai cuidar. Agora, quando é um sistema que precisa ser mecanizado e incluir algumas espécies como a cana, que você mencionou, os arranjos e espaçamentos das árvores vai ser determinado pela largura das máquinas. A entrelinha vai ser larga o suficiente para a máquina passar e transitar, não tem problemas nenhum. O sistema é adaptável a todos. No caso do melão, a ideia é que a agrofloresta faça o papel da estufa e que a biodiversidade promova um sistema sem o ataque tão intensivo de pragas e doenças. O que tem que ficar claro é que a viabilidade econômica vai ser proporcional ao planejamento que o agricultor fizer. Então, nada impede que ele faça um sistema que tenha, por exemplo só duas espécies. Eu tenho linhas

de eucaliptos a cada 35 metros intercalados com linhas de cana, sem problema algum. Simplesmente dobrou o número de espécies no cultivo e incluiu árvores na paisagem. Isso já é um grande avanço. Tem todo um gradiente de possibilidades, desde um sistema mais simplificado até um mais complexo, com 50 espécies. Não tem que insistir em dizer que só é agrofloresta quando tem mais de 30 espécies porque não é assim. A gente tem que ter árvores na paisagem, biodiversidade e tem que ser gradual para que os agricultores consigam transformar essa maneira de pensar. 360: Como os produtores podem ter acesso a esses sistemas da pretaterra?

Uma outra forma de fazer a consultoria, sendo pequeno, é fazê-la remota. Principalmente agora em tempos de Covid-19. O proprietário envia as análises de solo, envia o kmz, a delimitação da área pelo Google Earth, diversos vídeos e fotos do solo, da área. Com essas análises, a gente faz toda uma revisão demográfica de produção e fazemos uma série de conversas, tudo remoto. Agora, é claro que temos diversas fases. Desde a fase de imersão e diagnóstico até a fase de planejamento, modelagem financeira e depois a fase de campo de fato, onde a gente vai presencialmente e implanta. Nossa equipe pode implantar 100%, na área que for, do tamanho que for, pequeno médio ou grande. Ou capacitando as equipes locais. Ou simplesmente acompanhando nos primeiros dias para garantir que o processo seja seguido como planejado.

De qualquer forma, se o proprietário tiver sua própria equipe ou quiser contratar uma outra equipe para implantar, ele terá condições de conduzir inteiramente a conversão à agrofloresta, sem a necessidade de nos estarmos presentes. 360: Vocês estão lançando um projeto para cafeicultores de Timburi. Do que se trata? PAULA: Levamos dois anos em busca de apoio para construir um projeto agroflorestal em Timburi. A ideia é implementar 100 hectares de agrofloresta em um ano e meio com agricultores familiares, recuperando APPs (áreas de proteção permanente), plantar muitas árvores, diversificar os cafezais e fortalecer a agricultura familiar da região. VALTER: Serão cerca de 30 agricultores, queremos fazer café agroflorestal e agregar valor a essa produção. Vamos buscar mercado e mudar o cenário de Timburi, vamos fazer um Timburi novo! 360: Vocês estão envolvidos em um projeto do príncipe Charles, da Inglaterra? VALTER: Sim. Fomos convidados pelo Príncipe Charles para liderar a frente agroflorestal da Circular Bioeconomy Alliance (Aliança pela Bioeconomia Circular), formada no final desse ano. Em janeiro, teremos a primeira reunião com o Príncipe, quando vamos definir as áreas de ação prioritárias na América Latina. O 360 trará mais informações das atividades da pretaterra nas próximas edições,. Info: Veja onde obter mais dados e acessar os cursos da pretaterra: www.pretaterra.com www.youtube.com/pretaterra

VALTER: Existem várias formas. A pretaterra tem muito material publicado, é possível replicar o que já está feito. Nós fazemos um trabalho muito forte em redes sociais. No nosso canal do YouTube há vários cursos completos. Se precisar de um financiamento, é importante buscar uma consultoria onde a gente oferecemos toda a modelagem financeira, inclusive de carbono, se a ideia for a venda de créditos de carbono no futuro.

Agroterenas


14 • acontece

fotos: acervo UNIFIO/FEMM

FEMM completa 50 anos com estrutura nota 100 Para celebrar os 50 anos da Fundação Miguel Mofarrej, de Ourinhos, que compreende atualmente o Colégio Santo Antonio, de ensino fundamental e médio, e a UNIFIO, centro universitário que oferece 21 cursos supereiores, além de pós gradução, estivemos conversando com exclusividade com um dos quatro cidadãos que estiveram à frente da direção da entidade sem fins lucrativos. Há 30 anos na função, o empresário Roque Quagliato nos fala do desafio e da satisfação de trabalhar voluntariamente em benefício da Educação e não esconde a admiração e expectativa com os gestores e com a filha, Beatriz, que assumiu a vice-presidência.

360: Em 50 anos, a FEMM chegou aonde poderia ou foi além? ROQUE QUAGLIATO: A Fundação foi criada há 50 anos por empresários, políticos da época, profissionais liberais, Lions, Rotary, toda classe viva de Ourinhos participou da criação desta instituição de ensino. Ela foi firmando, criando cursos, criou o ensino fundamental e médio, que era das irmãs, alugou o prédio, enfim, tinha uma estrutura pequena, mas funcionou. Teve grande valor o trabalho daqueles companheiros de 50 anos atrás. Isso foi até 1990, quando fomos convidados a assumir a direção, o Nildo Ferrari, da Caninha Oncinha, e eu da Usina São Luiz, duas das empresas que participaram da criação dessa fundação. Já são 30 anos que estamos na direção. O Nildo já faleceu, agora continuamos nós. Não acho que chegamos onde pretendíamos. Nós pretendemos muito mais. Mas por falta de conhecimento, nós éramos alheios, nãos entendíamos e até agora continuamos aprendendo, podíamos ter feito muito mais. Mas conseguimos chegar num patamar muito respeitável. A Fundação hoje tem um patrimônio, que foi criado durante esses 30 anos. Na nossa

gestão, adquirimos o Colégio Santo Antonio, construímos o campus lá no cruzamento da rodovia BR 153 com a Raposo Tavares, que é muito bem feito e muito bem estruturado, é um fazendinha onde funciona a Agronomia, a Veterinária e mais 19 cursos. São 21 cursos presenciais e mais outros tantos de ensino à distância que estamos iniciando, um pouco atrasado, talvez, mas estamos iniciando para dar mais oportunidade. 360: Qual é o maior mérito da Fundação em seus 50 anos de história na sua opinião? ROQUE Q.: Eu penso que o grande mérito da Fundação nesses 50 anos é ter dado oportunidade para esses jovens fazerem cursos de graduação nos diversos campus, aqui em Ourinhos, porque, antes, os jovens tinham que sair daqui e das cidades daqui e do norte do Paraná e iam para Bauru, Londrina, Prudente. Hoje, eles param aqui. Nós temos um raio de 70 cidades que, todos os dias, vêm até o campus da UNIFIO estudar. Então ajudou muito. Deu oportunidade para todos estudarem, com bolsas de todas as formas, bolsas reembolsáveis, o FIES ajudou bastante, também. Então, nós ajudamos esse jovens para que eles tivessem mais oportunidade para estudar. Hoje, só não estuda quem não quer, porque nós damos oportunidade para que todos tenham acesso à Educação. Eu penso que é somente pela Educação que um país pode chegara a primeiro mundo. Se não houver, nunca chegará lá. 360: A FEMM sempre contou com a dedicação de empresários de Ourinhos na sua direção, sendo o senhor o que, mais tempo se dedica a essa atividade. Como consegue conciliar essa tarefa com sua agenda à frente de uma grande empresa? ROQUE Q.: A FEMM foi criada pela força de políticos, como falei. Os empresários que apoiaram sua criação, deram suporte para que fosse criada, principalmente, a parte financeira para ter um caixa para iniciar as atividades. Muitos deles se dedicaram. O próprio Miguel Mofarrej, que emprestou seu nome à Fundação, foi o que mais colaborou financeiramente e esteve sempre presente àquela época. Mario Sintra Leite, Alberto Moraes, a Usina Jacarezinho, a Usina São Luiz, Caninha Oncinha, Avoa Transportes, Ito do Móveis Bandeirantes, enfim, todas as empresas vivas participaram fazendo uma parte. De 30 anos para cá, ficamos à frente só o Nildo, que faleceu há 4 anos, da Caninha Oncinha, e eu, da Usina São Luiz. No começo, nós fomos convocados para ajudar. Eu

mesmo achava que não ia ter tempo. O Nildo falou que seria de vice se eu fosse o presidente. Eu resisti, mas daí ele disse que seria presidente e me queria de vice. Olha, eu vou dizer que depois de uns anos nós criamos tanto amor por essa instituição, pela Educação.... Enxergamos o quanto é importante a Educação e, como falei, não pode chegar a primeiro mundo sem Educação. Nós deixamos, às vezes, nossos negócios particulares para atendermos a Fundação. Hoje, estou com 80 anos e posso te dizer que estou deixando algumas das minhas funções da empresa, já temos os sucessores, os filhos, os sobrinhos na cabeça da empresa, e estamos nos dedicando à Fundação. Então, como a gente sempre conciliou muito bem, agora está até mais fácil. Hoje, temos uma equipe bastante entrosada na Fundação. São 3 profissionais com seus colaboradores, que estão à frente da parte executiva da gestão da Fundação. Elas estruturaram uma equipe muito boa que eu tenho a impressão que vão chegar muito além de onde nós já chegamos. O sonho nosso é trazer a faculdade de medicina. Vamos ver se conseguimos nos próximos anos.


* O álbum de recordações da FEMM é repleto de cenas que marcam conquistas e a determinação em fazer de Ourinhos um centro de ensino superior capaz de atender a jovens da região e do país. Abaixo, as instalações atuais *

360: O que estar à frente da FEMM significa para você? ROQUE Q.: Estar à frente da UNIFIO é uma honra muito grande. Eu me sinto realizado pelo trabalho que eu posso prestar para a sociedade. Eu acho muito importante essa Fundação educacional, que presta serviço desde o berçário até a graduação e pós graduação. Isso é muito importante para mim na formação dos jovens. Todo final de ano, por ocasião da colação de grau dos mais variados cursos, de ver a UNIFIO colocar à disposição do mercado de trabalho jovens preparados nas mais diferentes áreas,realmente é uma realização.

bem conservado muito bem adaptado para o ensino desde o berçário até o cursinho. E construímos o campus lá na rodovia, feito com muita seriedade. Por um tempo nos perdemos um pouco o espaço porque ela estava inchada, com muita despesa, mas depois enxugamos e ficou bem melhor. Por ser uma entidade sem fins lucrativos, o que sobra é investido em melhorias constantes, temos condições de oferecer um ensino muito bem avaliado por um preço mais barato. O que sobra não é um lucro a ser dividido, mas investido em modernização e qualidade do ensino.

360: Quais as conquistas mais significativas da Fundação? ROQUE Q: Eu acho que maior conquista da UNIFIO, da FEMM, foi ocupar seu espaço dentro da comunidade estudantil paulista, brasileira, do norte do Paraná, regional. brasileira. Somos bem avaliados pelo MEC e construímos um patrimônio, porque no início não tinha praticamente nada. Era um prédio alugado. Hoje temos um prédio próprio no centro da cidade, que é o antigo colégio das irmãs, muito

360: Qual a missão da FEMM? ROQUE Q: A missão da é ofertar à nossa comunidade acadêmica, aos nossos jovens um ensino de alto nível, é formar jovens respeitadores ,prontos para enfrentar as dificuldades da vida e do mundo e preparados de caráter. Não simplesmente ensinar a matemática, mas criar jovens preparados para enfrentarem o mundo.

360: Quais foram os principais desafios desses 50 anos para chegar a esse patamar? ROQUE Q: Desde o primeiro anohouve pessoas empenhadas em fazer o melhor. Foram quatro presidentes trabalhando com seriedade e isso que foi importante para que ela se firmasse Fundação educacional de bom nível. Quero conclamar a toda nossa comunidade, que se doe para essa Fundação, nos ajudando e conclamar toda a sociedade regional, todos os municípios, porque a FEMM é propriedade de todos. Conclamamos a todos que venham prestigiar a nossa Fundação porque tudo o que faturamos é aplicado em benefício da instituição. A UNIFIO é hoje auto-sustentável e já não depende do aporte de empresários. É bem gerida, tem uma equipe de grande capacidade, um corpo docente de primeira linha, estrutura em constante modernização. É um centro universitário de alta qualidade acessível, à disposição da comunidade. Esperamos os jovens estudantes para aproveitar tudo isso que criamos para nossa região, nosso Estado, nosso país.



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