jornal 360_ed177_outubro20

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cultura_ Ler continua sendo a mais eficiente forma de se tornar uma pessoa capaz de pensar por conta própria •p10 gastronomia_As

crianças vão adorar ajudar a preparar as receitas fáceisr, nutritivas e muito gostosas. Confira! •p9

meninada especial_O encarte dedicado às crianças faz também homenagem ao dia dos animais e da natureza

nº177 Outubro 2020 ANO 15

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Outubro: mês de plantio e festa da mãe natureza

Jornal 360 Circulação Mensal: 3 mil exemplares Distribuição: • Águas de Santa Bárbara •Areiópolis • Assis • Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira César • Chavantes • Espírito Santo do Turvo • Fartura • Ibirarema

• Óleo • Ourinhos • Palmital • Pardinho • Piraju • Santa Cruz do Rio Pardo • São Manuel

Foto Flávia Rocha | 360

• Ipaussu • Manduri

• São Pedro do Turvo • Timburi Pontos Rodoviários: • Graal Estação Kafé • RodoServ • RodoStar Versão On line:

jornal360.com

Originária das Américas Central e do Sul, incluindo o Brasil, a Cássia Grandis, também conhecida como Cássia Rosa, Canafístula, Acácia, entre outros nomes, é uma árvore de médio e grande portes que produzi flores rosas que deixam qualquer lugar encantador. Nas ruas de Franca, interior de São Paulo, a espécie enfeita longas avenidas e a área rural. De fácil cultivo, é indicada para arborização urbana em espaços livres de rede elétrica, praças, canteiros e jardins.


2 • editorial

Criança

Do latim “creare”, palavra da qual também derivam criação e criatividade. Criança significa de pouca idade, infantil. egundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, considera-se como criança quem tem até 12 anos incompletos. Que dádiva conviver com uma criança. Que responsabilidade criar uma criança. Conduzir sua existência transmitindo-lhe valores. Até que possa pensar por conta própria, o que começa a acontecer na adolescência, a criança é extremamente influenciável, especialmente pelos pais, que são as pessoas que ela mais confia e ama, sejam eles biológicos ou não. Afinal, tem muita criança criada por tios, avós e até irmãos. Os professores também têm um importante papel no desenvolvimento da criança. E é disso que esta edição irá tratar. Das importantes atividades e abordagens do que está ao nosso redor para que as crianças cresçam saudáveis e capazes de fazer do mundo um lugar melhor.

Mateus 25 Vs 45

“Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.”

c artas

Nesta edição, as seções MEIO AMBIENTE, GASTRONOMIA, CULTURA, BEM VIVER, CIDADANIA e COMPORTAMENTO giram em torno da criança, festejada no dia 12 de outubro. A ideia foi endereçar essa abordagem aos pais, tios, avós e irmãos mais velhos, além dos educadores que de alguma forma interferem na formação de uma criança. Para celebrar essa fase tão importante da vida, criamos também mais uma edição de MENINADA ESPECIAL, um suplemento de quatro páginas trazendo textos e passatempos criados para informar e divertir quem está descobrindo o mundo durante essa divertida passagem da vida: a infância. Para tornar tudo mais completo, trazemos em destaque também os animais e a natureza, comemorados no dia 4 de outubro. Afinal, eles são primordiais para que vivamos plenamente a nossa existência e ajuda muito quando somos despertados para isso desde a infância. A edição traz, ainda, o livre pensamento de nossos colunistas José Mario Rocha de Andrade e Fernanda Lira, em PONTO DE VISTA, e, também o assunto que já cansou, mas ainda requer toda a nossa atenção: o coronavírus e a epidemia, que aparece em ACONTECE, vale a pena dar atenção ao assunto, mais uma vez.

Ora ação!

* Minha sobrinha-neta Gabriela, a Gabi, Gabizinha, Gabirobinha, como gosto de chamar, ilustra boa parte desta edição, assim como outras crianças da nova geração das famílias Rocha e Manfrin. na foto, ela se diverte em terreiro de café * _fotos: álbum de Gabriela

Com o desejo que toda criança possa desfrutar dos prazeres, da educação e do amor que sempre recebi e procuro retribuir a cada uma delas, desejo que não apenas o mês de outubro, mas cada dia, mês e ano seja tempo de praticar o respeito, o zelo e o carinho que toda criança merece, sem exceção. Boa leitura! Flávia Rocha Manfrin editora c/w: 14 99846-0732 360@jornal360.com

e xpediente O jornal 360 é uma publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados. Tiragem: 3 mil exemplares. Distribuição gratuita. Redação-Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diretora de arte e jornalista responsável | Mtb 21563›, André Andrade Santos e Paola Pegorer Manfrim ‹colaboradores eventuais›, José Mário Rocha de Andrade e Fernanda Lira ‹colunistas›, Sabato Visconti ‹ilustrador› e Odette Rocha Manfrin ‹receitas e separação› Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Endereço: R. Cel. Julio Marcondes Salgado, 147 — centro — 18900-007 — Santa Cruz do Rio Pardo/SP • contato: 360@jornal360.com • cel/whats: +55 14 99846-0732 • 360_nº177/Outubro2020 _ www.jornal360.com

Sou José Aparecido, de Ourinhos, leitor assíduo do jornal 360. Como é bom ver você falar da natureza, das caminhadas pelos sítios e fazendas, do respeito e reverência por ela. Também sou um praticante de caminhadas pelos sítios, especialmente no Bairro das Três Barras onde nasci e jamais deixei de retornar sempre que posso pra recarregar as baterias para o embate do dia a dia. Parabéns Flávia, continue divulgando isto no seu jornal, conte suas experiências de caminhadas pela zona rural, que isto sirva pra estimular o pessoal a praticar este hábito hiper saudável.

Código de Ética do Jornalismo

Artigo 9º

É dever do jornalista: – Defender o livre exercício da profissão; – Respeitar o direito à privacidade do cidadão;


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cacontece_coronavírus

Ok, você já está saturado de ler sobre a epidemia, o Coronavírus, a Covid-19. Pois o assunto não se esgotou. Seria leviano deixar de dar espaço a essa questão sabendo que ainda estamos em meio ao desconhecido, em meio às dúvidas, em meio aos riscos. Tudo em menor escala, felizmente, mas ainda fato, realidade. E merecedora de atenção. A questão é procurar tirar do momento atual, aprendizado. Um deles, gostem ou não gostem, é o uso de máscaras e higienização das mãos,os sapatos e sacolas quando saímos de casa. E também quando estamos reunidos com outras pessoas. Muitos países tiveram baixos índices da doença e de mortes fazendo da máscara um hábito. Cabe a você, a mim, a todos os brasileiros, deixar de teimosia e usar a máscara corretamente. Outra atitude é pura insensatez. A proximidade à chegada da vacina, que está sendo desenvolvida em vários pontos do mundo, inclusive no Brasil graças a parcerias estabelecidas com países como China e Inglaterra, também é assunto recorrente. Não se trata de aceitar a dose na primeira, segunda ou décima quinta campanha. O importante é informar-se por meio de fontes seguras. Deixar opiniões movidas a egos à parte – inclusive de especialistas – e buscar dados. Dados e mais dados. Só assim você poderá decidir com segurança em que momento vai se submeter a essa proteção.

imagens: Pixabay.com

Coronavírus serve de alerta para necessidade de mudança social Um terceiro ponto, tão relevante quanto a proteção diária representada pelas máscaras e a proteção que pode nos tirar da zona de desconforto, representada pela vacina, é a reflexão sobre a eficácia das nossas sociedades atuais para reagir e lidar com imprevistos tão letais para a vida humana e para as economias, essas que tanto importam na nossa rotina e na nossa existência. O mundo provou que poucas sociedades foram capazes de reagir de forma a minimizar a mortalidade e também o desajuste social, do ponto de vista da produção e da formação (estudantes foram os

mais lesados nesse período em termos de impedimento de prosseguirem com seus planos). Não houve esquerda, nem direita. Nem democracia, nem totalitarismo, nem grandes potências, nem o terceiro mundo, capaz de driblar a questão. Além da Covid-19, o coronavírus nos traz a incidência de muitas outras doenças, potencializada em pessoas já portadores de algum problema de saúde, como a diabetes, a hipertensão, o câncer e tantas outras que diminuem a qualidade de nosso sistema imunológico. E daí surge o terno Sindemia, cunhado na década de 90 do século passado para designar algo

como o que está acontecendo agora: uma doença altamente contagiosa, ainda sem recursos de combate ou erradicação, que traz para a área da saúde o desafio de tratar muitas outras dela decorrentes. Deixo para o leitor uma frase do editor da revista científica The Lancet, uma das mais antigas e prestigiadas revistas médicas do mundo, divulgada em reportagem da BBC: “A menos que os governos elaborem políticas e programas para reverter profundas disparidades sociais, nossas sociedades nunca estarão verdadeiramente protegidas da covid-19.” – Richard Horton


4 • ponto

de vista

*José Mário Rocha de Andrade Houve o livro, depois o filme e ambos fizeram grande sucesso: “O Caçador de Pipas”. O personagem, em um dado momento, diz: “Existe apenas um pecado, um só. E esse pecado é roubar. Qualquer outro é simplesmente a variação do roubo. Quando você mata um homem, está roubando uma vida. Está roubando da esposa o direito de ter um marido, roubando dos filhos um pai. Quando mente, está roubando de alguém o direito de saber a verdade. Quando trapaceia, está roubando o direito à justiça...”.

R E S P E I TO

Que mundo é esse em que se reza o oposto, algo como: “defenderei até o último instante o meu direito de você não a dizer”, quase um hino à intolerância? Se houvesse respeito não haveria racismo, preconceito contra religião, opção sexual, etnias e tudo o mais. Um grande professor não se cansava de repetir: “não é que o exemplo seja o melhor que podemos deixar, o exemplo é a única coisa que deixamos”.

Respeito segue o mesmo caminh. Era parte essencial da educação em minha geração e acredito que ainda o seja, apesar de existirem poucos exemplos de respeito à vista. Estive no Japão há 8 anos e aprendi a não conversar no elevador e em transporte público: “aqui não conversamos quando há pessoas próximas, pois podem estar pensando ou lendo”. Ele também usavam máscara se estavam com virose, para proteger o próximo“Não concordo com uma palavra do que dizes, mas defenderei até o último instante o teu direito de dizê-la”. Essa foi uma frase símbolo da minha adolescência,

Espero que esse professor esteja errado e que a nova geração não siga esses exemplos que encolhem o cérebro, limitam a visão, bloqueiam a compaixão e compreenda que respeito é fundamental e precisamos tê-lo acima de tudo. *médico santa-cruzense radicado em Campinas

Ignorância VERDE *Fernanda Lira Quem aí acha que não estamos vivendo sob os efeitos do desmatamento? As ondas de calor nunca vistas, o fogo em todos os cantos e matas. A falta de chuva. A eminente escassez de água? Você se acha muito esperto conseguindo driblar leis de reflorestamento? Acha-se muito inteligente plantando até a beira da estrada, onde deveria haver árvores a delimitar sua área de cultivo, protegê-la dos males que o vento traz e deter o mal que o vento leva? Sente-se um vitorioso por plantar até à beira de rios, riachos e nascentes ou para deixar que seu gado chegue até la? Poisa saiba que você é um ignorante verde. Você não entende o suficiente nem de agricultura, nem de economia e muito menos de oportunidade. O tempo em que queimar era solução já passou. E faz tempo. Só pra dar um exemplo: lembra de quando as usinas de cana-de-açúcar limpavam seus terrenos para replantar fazendo queimadas? Lembra que movimentos

quase um hino ao respei-to. É muito triste vê-la abandonada nesse mundo de hoje em que uma frase dita anuncia um rótulo, a soberba com desrespeito e o fim da conversa: Fascista, comunista.

ecológicos de ordem mundial pressionaram o país para proibir tais procedimentos? Lembra disso? As usinas foram obrigadas a adotar colheita mecânica, erradicando o trabalho dos boias-frias. E o que aconteceu? Elas perderam dinheiro? Elas quebraram? Não por causa disso. Muito pelo contrário. Elas trataram de fazer dessa realidade um bom negócio. E da palha da cana hoje se faz energia elétrica. O suficiente para alimentar as usinas e até com excedente para ser vendido ao país. Esse é apenas um exemplo do quanto resistir ao reflorestamento é uma atitude de quem ignora fatos, realidades e potencial de negócios. Floresta dá dinheiro, muito. Talvez mais do que desmatar para criar gado. Você duvida? Ótimo, quem sabe assim você se toca e vai pesquisar. Pronto falei, porque eu falo mesmo! Quem discorda, só me responder com uma carta para o jornal. *jornalista paulistana que adora o interior


5 • gastronomia

foto: Daniela Andrade Citelli

Receitas que as crianças vão gostar Eu fui a criança mais enjoada para comer que já conheci. Não comia nada com toma-te. Não comia (e ainda não como) nada ensopado. Não comia muita coisa. Gostava mesmo de tudo que fosse grelhado, de churrasco e de batata frita, muita batata frita. Com doces era a mesma coisa. Nesta edição, temos receitas muito fáceis de fazer e que qualquer

Peixe Frito Delícia

Pão de Queijo

receita de Régis Couto Rosa

receita de Flávia Manfrin

_Ingrediente: • 500g de filet de peixe fresco em pedaços, sem espinha e sem pele • 1 xícara de farinha de trigo ou arroz • 1 xícara de fubá • 1 limão • 1 colher de café de sal • 1 pouco de molho de pimenta vermelha ou de pimenta do reino _Preparo: Marine o peixe com o limão, o sal e a pimenta. Deixe pegar o tempero numa vasilha que tenha tampa. Adicione depois a farinha de trigo (ou de arroz) e mexa bem. Despeje o fubá, tampe a vasilha e chacoalhe para deixar todo o peixe empanado. Frite em óleo quente e sirva com limão. *Pode ser frango no lugar do peixe!

_Ingredientes: • 500g de polvilho (azedo ou misturado azedo e doce) • 200g de queijo meia cura ralado • 100g de queijo parmesão ralado • 100g de água • 100ml de leite • 50ml de óleo ou banha de porco • 2 ou 3 ovos • 1 colher de café de sal (experimente a massa quando estiver pronta pra ver se precisa mais sal) _Preparo: Misture a água, o leite, o óleo e o sal e leve ao fogo até ferver. Desligue. Coloque o polvilho numa vasilha e escalde com a mistura quente. Mexa com uma colher e conforme for esfriando, mexa com as mãos. Quando estiver mais frio, adicione os ovos um a um, para ir testando a massa, que não deve ficar muito mole. Adicione então o queijo ralado

criança vai gostar, até a mais enjoada. E todas comitens saudáveis, como peixe, mandioca (polvilho) e frutas frescas!

direito a dar aquela lambida na colher do suspiro!

As crianças vão gostar de comer e de ajudar a fazer: empanar o peixe chacoalhando a vasilha, fazer os rolinhos ou bolinhas de massa de pão de queijo e montar a sobremesa, com

Frutas com merengue e coco receita da vó Joana Almeida Rocha

e misture, amasse até ficar homogêneo. Faça rolinhos compridos e coloque em assadeiras. Leve ao congelador. Depois separe em porções e embale com saquinnhos plas´ticos. Tire o ar mergulhando os saquinhos com a boca aberta (fota da água) até o ar sair. Torça com a parte submersa na água para não ficar nada de ar e, por isso, não juntar gelo. Quando for consumir, tire alguns rolinhos do congelador, deixe em temperatura ambiente por uns minutos para facilitar o corte em pequenos pedaços. Coloque numa forma e asse em forno pré aquecido a 180º.

* As priminhas Isabela Andrade Citelli, de 2 anos, e Lívia Andrade Pinho, de 4 anos, ajudam a vovó Fátima Andrade do Carmo a fazerr a sobremesa da tataravó Joana Rocha *

_Ingredientes: • 4 laranjas maduras • 3 claras de ovo • 1 xícara de açúcar refinado (ou cristal batido no liquidificador) • 1 coco seco ralado fino _Preparo: Descasque as laranjas, tire a pele branca, as sementes e corte os gomos em 3 pedaços cada um. Coloque num pirex. Sepradamente, bata as claras até chegar ao ponfoto: Daniela Andrade Citelli

tod e neve e vá acrescentando açúcar (é bom ir provando para não ficar muito doce). Bata bem para ficar um merengue lisinho. Coloque o merengue sobre as laranjas. E cubra com o coco ralado. Mantenha em geladeira por pelo menos meia hora antes de servir. Importante: pode usar outras frutas, como morangos, mexericas, uvas. E até mesmo fazer uma boa salada de frutas para colocar no lugar das laranjas.


6 • bem

viver

Conviver com a natureza é essencial para toda criança fizeram parte da nossa infância e por isso quisemos que ela também tivesse essa infância livre que nos remete a tantas boas lembranças. Com certeza esse brincar ao ar livre e o envolvimento dela junto à natureza contribuem não só para seu desenvolvimento, mas também a fazem crescer como ser humano, aprendendo a ter respeito e carinho ao próximo, unindo diversão e aprendizado. Apesar de morar em apartamento ela pede todos os dias para dar uma volta no jardim da praça, dar comida aos passarinhos e cuidar das plantinhas. Já virou rotina.

* Desde o nascimento de Gabriela Miranda Quagliato, seus pais Orlando e Maria Helena incentivam seu contato com a natureza. Água, terra, plantas e animais são parte de sua rotina e a deixam visivelmente muito feliz a cada nova aventura * _fotos: álbum de Gabriela Basta uma responsável pesquisa na internet para nos depararmos com muitos estudos que afirmam: a criança que tem contato com a natureza se desenvolve melhor e se torna uma pessoa melhor. Criatividade, apura os sentidos, melhora o sistema imunológico, o sistema motor, o equilíbrio e até mesmo a despertar o interesse da criança por comer frutas e legumes. Até no aprendizado essa vivência com o mundo natural e sua riqueza de formas, aromas e texturas vai ajudar. Para ilustrar esse conceito, fomos colher a opinião de uma jovem mãe, Maria Helena Miranda Quagliato, que não só permite que sua filhinha de três anos, Gabriela, fique descalça e pise na grama, na terra e até na lama, como faz questão de proporcionar essa vivência para a filha todos os finais de semana.

“Acredito que a Gabriela tenha uma predileção pela natureza e a vida ao ar livre. Todo esse carinho e cuidado foi a ela passado através dos exemplos que nós diariamente ensinamos e cultivamos. Desde cedo ela foi inserida nesse meio, junto à natureza, seja na terra ou água, mesmo morando em apartamento. Aos finais de semana, fazemos questão de levá-la para a fazenda ou na represa. E isso fez com que desde cedo ela despertasse ainda mais esse carinho e interesse pela natureza. Ela adora os animais, ama cuidar das flores e é apaixonada por água. Troca qualquer brinquedo tecnológico por uma boa farra na mangueira. Tanto eu quanto o pai dela fomos criados na fazenda, então a natureza e os animais

Ela adora se sujar e andar descalça. Aqui em casa, quando ela chega com os pés sujos, costumamos brincar que isso é sinal de saúde! Dica de leitura: " A última criança na natureza: resgatando nossas crianças do transtorno do deficit de natureza”, de Richard Louv, sintetiza pesquisas e histórias que relacionam a vivência de crianças com a natureza e seu bem-estar físico, emocional, social e acadêmico. O termo “Transtorno do Deficit de Natureza” foi criado por ele para indicar impacto negativo da falta da natureza na vida das crianças.


a n d i a n l e e a m speci da Criança.Encarte o Dia da a r ed pa l a içã i c e o1 p s e 77 o ã ç i do Ed jor nal 3 60.

Você tem um cãozinho? Um gatinho? Um lagarto? Um cavalo? Um pato, uma galinha? Sabe por que a gente diz “animal de estimação”? Porque devemos estimar esses seres que tanta festa, tanta farra e tanta arte fazem na nossa vida.

E você, também estima as plantas e os animais? Gosta de brincar em meio à natureza? Então aproveite esta edição Meninada Especial, dedicda às plantas, aos bichos e às criançcas, que são o maior tesouro da mãe natureza!

foto: Maria Helena Miranda Quaglaito

A Gabriela adora animais e se diverte muito quando está em em meio à natureza. Ela não tem só um animal de estimação. Ela também estima as flores, as árvores e os frutos. E fica muito feliz quando brinca descalça e livre entre as plantas e os bichos.

020 o/2 r b tu • ou Edição nº 10


Animais devem ser Bem tratados E PROTEGIDOS Cachorro, gato, tartaruga, coelho, galinha, cavalo, porco, lagarto... são alguns dos animais que muitas crianças adotam como seus amiguinhos de estimação. Cães e gatos, a gente pode manter dentro de casa, mas, claro, todo bichinho, assim como a gente, precisa e quer estar em contato com a natureza. Afinal, é onde eles reencontram a sua essência animal, a liberdade que lhes garante saúde, diversão e muita felicidade. Gabriela tinha apenas um ano de idade quando sua tia lhe deu um dos filhotes da sua cachorra. Batizada de Vic, a cachorrinha sem raça definida está crescendo junto com ela. As duas se divertem muito junto à natureza, enquanto aprendem uma com a outra!

Fotos do álbum de Gabriela, produzidas por Maria Helena Miranda Quagliato

O CACHORRO E O GATO SÃO ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO. QUANDO VOCÊ RESOLVE ADOTAR UM DELES, É PRECISO TRATAR COM MUITO AMOR E CARINHO. E CUIDAR BEM, POIS ELES DEPENDEM DA GENTE PARA VIVER COM SAÚDE. PRECISA LIMPAR XIXI E COCÔ PARA EVITAR O MAU CHEIRO, ALIMENTAR, DAR ÁGUA, DAR BANHO E DEIXAR UM BOM LUGAR PARA ELE DORMIR. PRECISA ENTENDER SUAS PERALTICES, AINDA MAIS QUANDO É FILHOTE. SABER QUE VAI LATIR, MIAR, UIVAR... AFINAL, TODO ANIMAL PRECISA SE SENTIR LIVRE, BRINCAR, SE EXERCITAR, PASSEAR E VIVER SEGURO DE QUE NUNCA SERÁ ABANDONADO. PARA NÃO FICAR DOENTE, DEVE PASSAR PELO VETERINÁRIO, VACINAR E TER HORA PARA COMER ALIMENTOS PRÓPRIOS PARA ELE. QUANDO FIZER ALGO ERRADO, NÃO PODE CASTIGAR O BICHINHO. ELE PODE APRENDER MUITA COISA COM RESPEITO E PACIÊNCIA. E VAI RETRIBUIR COM UMA AMIZADE TÃO ESPECIAL QUE VAI DEIXAR SUA VIDA MAIS FELIZ!

encontre NO DIAGRAMA AS PALAVRAS COLORIDAS L

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a natureza NOS DIVERTE ENQUANTO NOS ENSINA Árvores, flores, grama, terra, areia, lama, mar, rio, frutos. A natureza é um paraíso de descobertas de cores, formas, sabores, texturas, aromas e mistérios que toda criança pode descobrir por conta própria.

4 de outubro: Dia da natureza E dos Animais

VERDADEIRO OU FALSO? [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [

] 1- MALTRATAR ANIMAIS É CRIME. ] 2- PATINHAS DE CÃES PODEM SE MACHUCAR FACILMENTE. ] 3- PLANTAR ÁRVORES FAZ NASCER ÁGUA. ] 4- QUEIMAR MATO NÃO CAUSA INCÊNDIOS. ] 5- TODAS AS FLORES SÃO PERFUMADAS. ] 6- É POSSÍVEL TER UMA HORTA DENTRO DE CASA. ] 7- ALIMENTOS ORGÂNICOS SÃO MAIS SAUDÁVEIS E GOSTOSOS. ] 8- ANDAR DESCALÇA DEIXA O PÉ CHATO. ] 9- BRINCAR NA TERRA FORTALECE O ORGANISMO. ] 10- SUBIR EM ÁRVORE FAZ MAL PRA SAÚDE. ] 11- É PRECISO TER ABELHAS PARA HAVER ALIMENTOS. ] 12- TOMAR CHUVA SEMPRE CAUSA RESFRIADO. ] 13- TODAS AS FRUTAS DÃO EM ÁRVORES. ] 14- CÃES E GATOS SÃO INIMIGOS. ] 15- A VACINA CONTRA A RAIVA PROTEGE CÃE E GATOS.

respostas: 1-Verdadeiro: maltratar animais é crime e pode dar cadeia. 2-Verdadeiro: deve-se evitar passeios muito longoe e solo com pedras ou muito áspero e quente. 3-Verdadeiro: o plantio de muitas árvores nativas promove o ressurgimento de nascentes de água doce. 4-Falso: muitos incêncios são causados por queima de mato em quintais e beira da estrada. 5-Falso: nem todas as flores têm perfume. 6-Verdadeiro: o plantio de hortaliças não depende de grandes espaços. 7-Verdadeiro: o sabor de produtos sem agrotóximos é mais intenso e eles não prejudicam a saúde. 8-Falso: andar descalço faz bem para os pés e para o corpo. 9-Verdadeiro: quando temos contato com a natureza desenvolvemos anticorpos e nos tornamos mais resistentes às doenças. 10-Falso: não tem nada errado em subir em árvores. 11-Verdadeiro: as abelhas polinizam as plantas e assim há frutos. 12-Falso: você pode tomar uma deliciosa chuva de verão sem ficar doente por causa disso. 13-Falto: muitas frutas são rasteiras, como a melancia, ou dão em folhagens, como as uvas. 14-Falso: cães e gatos costumam conviver muito bem na mesma casa. 15-Verdadeiro: vacine seu pet todos os anos.

Gabriela adora estar em contato com a natureza. Descalça, com pouca roupa, sem frescura e sem medo, desde bebezinho ela brinca enquanto aprende a explorar com simplicidade esse universo infinito do qual somos parte e que sempre nos surpreende.


12 de outubro: Dia das crianças PingoPingo PingoPingoPingoPingoPingo Alvinho acordou pensando, lembrou-se do Pingo bebê, de como a mamãe Pingo rosnava ameaçadoramente se alguém chegasse perto e perguntou: “Mãe, por que existe o Dia das Crianças?”. “Para lembrar a todo o mundo que as crianças precisam ser protegidas, cuidadas e amadas para que cresçam sadias, cuidando e amando esse mundo que as recebeu.” Alvinho sabia que era um dia de festa, de muita alegria e brincadeiras para ele,

mas sentiu algo diferente e somente mais tarde aprendeu o que era, consciência, e fez um pedido: “Mãe, quero que a senhora ajude os pais de uma criança pobre para que ela ame e cuide desse mundo como eu”, e saiu correndo como se tivesse feito uma grande arte. Foi feliz com Pingo, seu eterno companheiro de brinquedo que aplaudia a grande arte do Alvinho e latia gostoso: Au! Au! Au! Au! Au! Auuuuuu!

arte: Sabato Visconti

que delícia de infância Quem não gosta de brincar no parquinho? Encontre as 20 diferenças na diversão da turminha.

respostas: 1- Nuvem da esquerda. 2- Florzinha amarela perto da árvore á esquerda. 3- Pilar do chalé. 4- Água da fonte. 5- Cor da fonte. 6- Árvore perto do escorregador. 7- Caracol. 8Libélula. 9- Grilo. 10- Olhos a menina pulando corda. 11- Flor laranja no canteiro da direita. 12- Menino pulando corda sozinho. 13- Degrau do escorregador. 14- Corda no chão. 15Cabo traseiro do triciclo. 16- Trave esquerda do balanço. 17- Vagão do trenzinho. 18- Bola. 19- Borboleta. 20- Língua do cachorro.

arte: Flávia Manfrin com elementos Pixabay


7 • meio

ambiente

Quem não quer comer o que plantou? Quando a gente faz uma semente virar planta e depois essa planta nos oferece um alimento, naturalmente vamos ter muito mais disposição e vontade para comer. Por essa simples e divertida razão, ter uma horta no quintal ou até mesmo no muro, se valendo das alternativas verticais de plantio, é uma boa atividade para reunir toda a família, incluindo crianças. Muita coisa pode ser produzida em casa e isso certamente vai estimular a criança a comer esse alimento, que será mais saudável, pode ser tempero, fruta ou legume e, ainda, por não ter agrotóxicos. O ideal é optar por sementes ou mudas orgânicas, para que a produção não tenha nenhum resquício de toxicidade.

O que é fácil de plantar – Quando se tem boa vontade, tudo é fácil de produzir. Basta se informar a maneira mais correta de fazer. Por exemplo, a batata (doce ou convencional), deve ser plantada quando começa a criar brotos em meio a uma terra bem areada. Ou seja, você deixa a terra bem fofa embaixo, em torno e em cima da muda, sem comprimir a terra. Outra planta fácil de produzir é a mandioca. Basta pegar um galho e colocar numa cova rasa de terra, cobrir e pronto.

foto: acervo pessoal Cristina Manfrim

Plantar ensina ecologia e estimula uma dieta saudável

* Cristina Manfrim se diverte

com as netas Laura e Luíza Manfrim, de 3 e 4 anos, e Joana Manfrim Queiroz, de 9 anos, enquanto cuida da horta de temperos, colhe frutas e prepara o plantio de legumes e verduras no quintal da casa *


8 • cidadania

Respeito, amizade e carinho. A saudável relação da criança com seu pet

“É uma relação que ensina muito sobre amizade e responsabilidade.” A afirmação é de Juliana Cravol Manfrim, mãe da pequena Alice Pereira Manfrim, de 2 anos e já totalmente familizarizada com Malu, a cachorrinha da família. “Quando ela nasceu já tínhamos a Malu. E ela adora passear e dar snack para ela”, conta Juliana. Indiscutivelmente, a convivência com animais de estimação é muito saudável para as crianças , mas precisa ser saudável também para o animal, como explica o veterinário Guilherme Zaia, pai de Bernardo Franciscon Zaia, de 4 anos, que vive às voltas com bichinhos de estimação. “A criança tem a tendência de oferecer as coisas para os animais, comida, brinquedo. Tem que tomar cuidado, para que o animal não engula um brinquedo ou coma o que não deve”, explica Guilherme. Preocupado com a questão de maus tratos, Guilherme enfatiza essa questão. “Tem que mostrar para a criança que o animal precisa ser tratado com respeito. Os maiores erros que crianças e adultos cometem é mesmo com a alimentação. Ou se dá muita ração ou muita comida temperada, de humanos”, alerta o veterinário.

* À esquerda, Guilherme e Bernardo com os cães da família. Acima, Bernardo, ainda bebezinho, com o cachorrinho Esqueleto, que foi adotado. O convívio com cães e gatos é natural para o menino, que também gosta de lagartos que passeiam pelo jardim *

_fotos: álbum de Bernardo

Ele também adverte para a escolha do animal de estimação. “Na hora de decidir ter um animal, pense no que ele vai precisar. Quanto maior o animal, mais gastos ele vai representar e pode pesar no seu orçamento. Então avalie bem para evitar o abandono, que é crime”, diz. Sobre o que seriam maus praticados por crianças, o veterinário lembra que “animal sente dor igual a gente,

* Quando Alice nasceu, Malu, sua cachorrinha, já fazia parte da família. Ela gosta de brincar, passear e dar snacks para sua mascote, tudo da Special Dog, claro! * _foto: álbum de Alice

* A pequenina Clara Paulin Quagliato está completando três meses e já se entende com o peralta Whisky * _foto: álbum de Clara

tem as mesmas necessidades e precisa de mais ajuda do que a gente, porque não pode falar quando não está bem”, explica. “É muito importante evitar maus tratos. Ensinar a criança a não bater e maltratar o animal, mas brincar com respeito”, ensina. Em sua casa, ele tem dois cães, um deles foi adotado depois de sofrer maus tratos. “Os animais precisam de água e carinho para sobreviver, ensina Bernardo, que ensina também que é bom para o animal fazer “passeios distantes”.


O NOSSO FUTURO MERECE RESPEITO E CARINHO. A Special Dog Company está comemorando 20 anos de parceria com a Fundação Abrinq como Empresa Amiga da Criança. Com o compromisso de contribuir com a infância e adolescência através da qualificação da educação e apoio às iniciativas de proteção social, queremos construir um mundo melhor para todos!

12 DE OUTUBRO

FELIZ DIA DAS CRIANÇAS.


10 • cultura

Livros trazem o universo para dentro de casa que há dois anos ela passou a atuar com os outros professoras numa atividade interdisciplinar. Para quem não a conhece, vale acrescentar que Pricila também é criadora do Kimiquinho, o boneco que tem até programa de rádio!

Indicações da prof. Priscila:

Seja em tempo de pandemia ou quando temos toda a liberdade de ir e vir, ler é a mais importante fonte de conhecimento e prazer. Ler nos leva a um universo completamente distinto do nosso e a comportamentos diferentes para realidades semelhantes às que vivemos. Ler nos leva ao passado, ao presente e ao futuro. Ler é o melhor hábito que os pais podem ensinar aos filhos. E desde pequenininhos. Ler vai tornar a criança mais independente, mais tranquila, criativa e capaz de compreender qualquer outra matéria na escola. Porque ler nos leva a pensar, a refletir a raciocinar, a abstrair.

0 a 2 anos: “A fazendinha maluca” autor: Ziraldo 3 a 4 anos: “Você troca?” autora: Eva Furnari 5 a 6 anos: “O jogo e a bola” autores :Mary França e Eliardo França 7 a 8 anos: “Bom dia, todas as cores!” autora: Ruth Rocha) 9 a 10 anos: “Cavalgando o arco- íris” autor: Pedro Bandeira 11 a 12 anos: “A turma da rua quinze” autor: Marçal Aquino

já se tornaram corriqueiros. Estimule esse hábito no seu filho. Presenteie sempre com livros, visite bibliotecas e, se quiser ser ainda mais eficaz nesse ensinamento, leia você também!

* “O livro que mais gostei de ler foi ‘Dudu e a Caixa’, que ensina como podemos reaproveitar o papelão, porque gosto de criar muitas coisas!", diz Lavínia Andrade Carvalho de Souza, 9 anos *

* " O que mais gostei em ‘A turma da rua quinze’ foi o mistério e a aventura. Uma história que me prendeu a atenção", diz Milena Andrade Carvalho de Souza, 11 anos, filha de Priscila e irmã de Lavínia *

fotos: Priscila Andrade santos Carvalho de Souza

Gibis, livrinhos, jornais, revistas. São tantas as fontes de leitura. Até livros virtuais

Para ajudar, pedimos uma lista de leitura para a professora e contadora de histórias Priscila Andrade Santos Carvalho de Souza. Formada em Pedagogia e especialista em Arte/Educação, há 20 anos ela leciona no colégio OAPEC, em Santa Cruz do Rio Pardo, onde é professora de Leitura, Dança e Teatro pra crianças até 11 anos. Criativa ao extremo, ela montou um carrinho de leitura, que recebe novos temas a cada ano e visita as salas de aulas dos alunos. Sua atividade é tão eficiente


11 • comportamento

Por que meu filho é diferente? Mesmo sabendo que cada um é cada um, muitos pais sofrem com filhos que fogem do padrão O filho não tira boas notas na escola. Vive desligado. Ou não para quieto. A filha é a aluna com as melhores notas da sua sala. Mas não sai para brincar com outras crianças. É o que basta para muitos pais começarem a pressionar seus filhos a terem um comportamento “normal”.

360: Quais as vantagens e desvantagens para a criança em ter seu comportamento padronizado? Layss Pinheiro: Nenhuma padronização é saudável. A criança deve ter liberdade de ser e expressar aquilo que ela é.

Movidos a uma preocupação exacerbada e boa dose de projeção sobre a vida dos filhos, muitos pais passam a exigir da criança e do adolescente um padrão de comportamento e reagir mal quando isso não acontece. Ao mesmo tempo em que reconhecem que cada filho tem seu jeito de ser e personalidade –“nem os dedos das mãos são iguais” –, os comparam entre si e, pior, com colegas da escola, primos e qualquer outra criança e jovem da mesma idade. Naturalmente, observar o comportamneto e desenvolvimento do filho e procurar ajuda quando ele foge demais do padrão, é dever dos pais. Mas querer ajustálos na marra, muitas vezes à base de medicamentos, é seguir um procedimento

imagem: Pixabay.com

questionável. Ou seja, antes de medicar seu filho, mesmo que sob supervisão médica, procure mais opiniões e alternativas naturais para o seu desenvolvimento. Procure saber se há algum problema com o jeito de ele ser. Ouvir professores e coordenadores de ensinam pode ajudar a evitar cobranças indevidas dos pais.

foto: Flavia Rocha | 360

A educadora Layss Pinheiro é doutora em Literatura e leciona há quase 30 anos. Professora das séries da Educação Básica no Colégio Camões, em Santa Cruz do Rio Pardo, ela nos ajuda a avaliar o conceito de padronização de comportamento de crianças e adolcescentes:

* Layss Pinheiro, participa de debate sobre educação durante a FLISC 2018, Feira do Livro de Santa Cruz, realizada pelo Colégio Camões, onde ela leciona *

360: Como educadora, qual sua avaliação a respeito das particularidades de cada criança e adolescente? Layss Pinheiro: Cada criança é um universo a ser desvendado e a ser acolhido. Os adultos são responsáveis por ajudá-las a conhecer a si mesmas, suas singularidades físicas, emocionais e comportamentais de maneira que possam desenvolver autoestima serem felizes e saudáveis. Na escola, a criança adentra em um ambiente propício para interagir, conhecer as diferenças e se reconhecer como diferente. Vejo a escola como um ambiente que favorece a estruturação da

identidade, de sua autoimagem e de valorização e respeito à diversidade. 360: Muitas escolas orientam pais a procurarem ajuda psicológica para filhos que fogem de um padrão de comportamento. Isso não seria uma forma de induzir os pais a padronizarem os filhos? Layss Pinheiro: Entendo que não é a “fuga de um padrão de comportamento” que pode levar a escola a orientar os pais a procurarem orientação psicológica, mas quando o comportamento da criança apresenta indícios de que algo não vai bem com ela. Uma criança muito agressiva, muito inquieta, que fica tentando chamar atenção exageradamente pode ser sinal de distúrbios que, se não tratados por profissionais, podem comprometer a aprendizagem e a convivência saudável com os pares.

360: Como as demais crianças reagem a colegas que fogem do padrão? Layss Pinheiro: As crianças estão abertas para aprender. Se forem ensinadas a respeitar, se conviverem em ambiente que respeita a diversidade, irão, naturalmente, aprender a respeitar o outro. Obviamente que, pelo fato de vivermos em uma sociedade em que a intolerância e o preconceito estão presentes em todos os espaços, as crianças acabam reproduzindo isso ao chegar no ambiente escolar. Cabe às instituições escolares – e esse é seu papel – cultivar o respeito às diferen-ças das mais diversas formas. Por exemplo, através de projetos, de leituras, de encenações, entre outros. 360: Como educadora, que dica você daria aos pais de crianças fora do padrão? Layss Pinheiro: Antes de mais nada, não acredite em padrão. Se um adulto idealiza um padrão para uma criança, muito provavelmente ela vai acreditar que só vai ser amada se for aquilo que esperam que ela seja. Penso que deveríamos voltar nossos olhos para as crianças com um olhar menos questionador e mais acolhedor, menos crítico e mais flexível. Acredito que o único caminho para a felicidade plena é ser quem você é. Então: que os adultos ajudem as crianças a saberem quem elsa são.



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