Revista Viração - Edição 54 - Agosto/2009

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a r i V a z a f Veja quem

Sexo e Saúde

pelo Brasil

Associação Imagem Comunitária Belo Horizonte (MG)

Universidade Popular Belém (PA)

Casa da Juventude Pe. Burnier Goiânia (GO) Ciranda – Curitiba (PR) Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência

Centro de Refererência Integral de Adolescentes Salvador (BA)

Companhia Terra-Mar Natal (RN)

Centro Cultural Bájò Ayò João Pessoa (PB)

Catavendo Comunicação e Educação Fortaleza (CE)

Agência Uga-Uga Manaus (AM)

Bemfam - Recife (PE)

Cipó Comunicação Integrada Salvador (BA)

Girassolidário Campo Grande (MS)

Diretório Acadêmico Freitas Neto Maceió (AL)

Fundação Athos Bulcão Brasília (DF)

Rede Sou de Atitude Maranhão São Luís (MA)

Centro Cultural Escrava Anastácia Florianópolis (SC) Jornal O Cidadão - Rio de Janeiro (RJ)

Virajovem Vitória - Vitória (ES)

Grupo Cultural Entreface (Diversidade Juvenil, Comunicação e Cidadania) Belo Horizonte (MG)

Grupo Atitude - Porto Alegre (RS)


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l a r e g o ã ç a ip ic t r Pa v “

Conteúdo

Copie sem moderação!

ja não este esmo que m , le e ue d q r a medid ido fala recolher, ve ter ouv e e d stá d e á u j q s ê o c o scente , e ade. O t m a adole m sua cid ra e e s r u o p ig m v em para rasileiros i o assunto nicípios b de trazer r a ix alguns mu e nferência o d o podia as da I C ã m n e a t ir s o V d gosto. um ue falar. A a 30 de a mbém será 7 ta 2 r dando o q e e d lh o ia c íl re sete Bras toque de ação por e rola em debate. O uita dedic ública, qu P m a m ç o n c ra a u rad da Seg ue foi apu Nacional ortagem q p e r z uma a re fe edição tra 18. a ta Você con s in e g á d p re a s, vídeos ídia Liv Jovens, n a série M om notícia , c o ã ta Conselhos ç n o ra o c ntes da y, que m colab l Motobo s os flagra a o Falando e n d a o C t o m é te: capta m diferen am stas. Eles parada be t e se torn motocicli r o p s a id à interne z o u s d s e ro c p a s m e foto lulares co m seus ce errinha, . o cidade co n ango da T cotidia u R e o s ã e ç e d s s a da vez erder cronista . A delícia o dá pra p ís ã a n P . .. o o ra d o Ag ores de to iguaria rias e sab catupiry, m o c a com histó g n ra ue na mo tamos na é o charq e apresen u q e s n e a n ra a ura! p . Boa leit página 28

Quem somos a

Viração é um projeto social de educomunicação, sem fins lucrativos, criado em março de 2003 e filiado à Associação de Apoio a Meninos e Meninas da Sé. Recebe apoio institucional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), do Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo e da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi). Além de produzir a revista, oferece cursos e oficinas de capacitação em comunicação popular feita para jovens, por jovens e com jovens em escolas, grupos e comunidades em todo o Brasil. Para a produção da revista impressa e eletrônica (www.revistaviracao.org.br), contamos com a participação dos conselhos editoriais jovens de 21 Estados, que reúnem representantes de escolas públicas e particulares, projetos e movimentos sociais. Entre os prêmios conquistados nesses seis anos, estão Prêmio Don Mario Pasini Comunicatore, em Roma (Itália), o Prêmio Cidadania Mundial, concedido pela Comunidade Bahá'í. E mais: no ranking da Andi, a Viração é a primeira entre as revistas voltadas para jovens. Participe você também desse projeto. Veja, abaixo, nossos contatos nos Estados. Paulo Pereira de lima Diretor da Revista Viração – MTB 27.300

Você pode: • Copiar e distribuir • Criar obras derivadas Basta dar o crédito para a Vira!

Apoio Institucional

Conheça os 21 Virajovens em capitais brasileiras Belém (PA) – pa@revistaviracao.org.br B  elo Horizonte (MG) - mg@revistaviracao.org.br Brasília (DF) - df@revistaviracao.org.br Campo Grande (MS) - ms@revistaviracao.org.br Cuiabá (MT) - mt@revistaviracao.org.br Curitiba (PR) - pr@revistaviracao.org.br Florianópolis (SC) - sc@revistaviracao.org.br Fortaleza (CE) - ce@revistaviracao.org.br Goiânia (GO) - go@revistaviracao.org.br João Pessoa (PB) - pb@revistaviracao.org.br Maceió (AL) - al@revistaviracao.org.br Manaus (AM) - am@revistaviracao.org.br Natal (RN) - rn@revistaviracao.org.br Porto Alegre (RS) - rs@revistaviracao.org.br Recife (PE) - pe@revistaviracao.org.br Rio de Janeiro (RJ) - rj@revistaviracao.org.br Salvador (BA) - ba@revistaviracao.org.br São Luís (MA) - ma@revistaviracao.org.br São Paulo (SP) - sp@revistaviracao.org.br Teresina (PI) - pi@revistaviracao.org.br Vitória (ES) - es@revistaviracao.org.br

ParticiPe da vira! Gosta de escrever reportagens? Curte fotos? Ou seu lance são poesias, artigos, charges? Mande seu material pra gente! O endereço eletrônico é redacao@revistaviracao.org.br

atendimento ao leitor Rua Augusta, 1239 - conj. 11 - Consolação - 01305-100 - São Paulo - SP Tel./Fax: (11) 3237-4091 / 3567-8687 / 9946-5584 Horário dE atEndimEnto Das 9h às 13h e das 14h às 18h

E-mail da rEdação E assinatura redacao@revistaviracao.org.br assinatura@revistaviracao.org.br

Revista Viração • Ano 7 • Edição 53

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Escuta Soh!

Confira o que rolou no Enco ntro Nacional de Ad olescentes e Jo vens Vivendo com HI V/aids em Curit iba (PR)

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Insegurança Pública

Bastante polêmicos, o toque de recolher e outras questões relacionadas à segurança da juventude brasileira fazem parte da reportagem de capa da Vira nesta edição

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Sempre na Vira

Manda Vê . . . . . . . . . . . . . . 6 Imagens que Viram. . . . . . 10 ECA . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Que Estilo Cola . . . . . . . . . 13 Galera Repórter . . . . . . . . 14 Rango da Terrinha . . . . . . 28 Que Figura . . . . . . . . . . . . 29 Fazedores de Vídeo . . . . . 30 No Escurinho . . . . . . . . . . 31 Todos os Sons . . . . . . . . . 32 Sexo e Saúde . . . . . . . . . . 33 Parada Social . . . . . . . . . . 34 Rap Dez . . . . . . . . . . . . . . 35

rter Motoboy Repóda cidade de São

Pelas ruas e avenidas ratam o cotidiano Paulo, 12 motoboys ret po real via internet da metrópole em tem

Conapir

Saiba como foi a II Conf erência Nac Igualdade Ra ional da cial e a opin ião dos jove participante ns s sobre este tema

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te o Adolescen s, ComunicaaçPlãataforma dos Centros Urbaitonos de

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RG VÁLIDO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL Conselho Editorial

Lilian Romão, Nayara Carvalho, Rafael Lira, Rafael Silva, Vânia Correia e Vivian Ragazzi

Eugênio Bucci, Ismar de Oliveira, Izabel Leão, Immaculada Lopez, João Pedro Baresi, Mara Luquet e Valdênia Paulino

Administração/Assinaturas

Equipe Pedagógica

Midiadores da Vira

Aparecida Jurado, Isabel Santos, Juliana Rocha Barroso, Lula Ramires, Nayara Teixeira, Roberto Arruda e Vera Lion

Acássia Deliê (Maceió – AL), Alessandro Diniz (Natal – RN), Alex Pamplona (Belém – PA), Gardene Leão de Castro (Goiânia – GO), Ionara Talita da Silva (Brasília – DF), Ismael Oliveira (Teresina – PI), Ivanise Andrade (Campo Grande – MS), Rosina Duarte (Porto Alegre – RS), Juliana Cordeiro (Curitiba – PR), Maria Camila Florêncio (Recife- PE), Niedja Ribeiro (João Pessoa – PB), Pablo Márcio Abranches Derça (Belo Horizonte –MG), Franklin Lima (São Luís– MA), Gizele Martins (Rio de Janeiro – RJ),

Diretor Paulo Pereira Lima paulo@revistaviracao.org.br

Equipe Adriano Sanches, Carolina Paiva, Giliane Esthael de Jesus Queiroz, Elizângela Nunes, Eric Silva, Gabriel Vituri, Gisella Hiche,

Juliana Giron e Sérgio Luiz

4 Revista Viração • Ano 7 • Edição 54

Amanda Nogueira e Clarissa Diógenes (Fortaleza – CE), Isabel Brasileiro e Nilton Lopes (Salvador – BA) e Luciano de Sálua, Simone Nascimento (São Paulo – SP), Cleidionice Gonçalves (Boa Vista – RR), Leonardo Norta (Rio Branco – AC), Cibele Sodré (Campo Grande – MS) e Lorena Bahia (Manaus – AM).

Projeto Gráfico

Colaboradores

redacao@revistaviracao.org.br assinatura@revistaviracao.org.br

Amanda Proetti, Bianca Pyl, Camila Caringe, Carol Lemos, Cristina Uchôa, Juliana Sayuri Ogassawara, Heloísa Sato, Lentini, Márcio Baraldi, Natália Forcat, Novaes, Paloma Klysis, Rassani Costa, Sálua Oliveira, Sérgio Rizzo, Ubirajara Barbosa e Vitor Massao

Consultor de Marketing Thomas Steward

Ana Paula Marques e Cristina Sayuri

Jornalista Responsável Paulo Pereira Lima – MTB 27.300

Divulgação Equipe Viração E-mail Redação e Assinatura

Preço da assinatura anual Assinatura Nova Renovação De colaboração Exterior

R$ 58,00 R$ 48,00 R$ 70,00 US$ 90,00


A Vira pela igualdade. Diga lá. Todas e todos Mudança, Atitude e Ousadia jovem.

! e t n e g a Fale com Joana Iara, via portal da Viração

Diga lá

Diogo Gomes dos Santos, presidente do Centro Cineclubista de São Paulo, via correio eletrônico Toda equipe da Vira, parabéns pelo reconhecimento com o Prêmo Mídia Livre, conquistado com com muita garra e conduta ética exemplar. Mais do que a revista em si, o processo de formação com essa juventude, do fazer acontecer, da produção do saber,com certeza, digno de um prêmio como este. Força pra galera e mais um vez PARABÉNS!!! Abraços. Olá Diogo! Agradecemos todo o apoio e colaboração de vocês! Contem sempre conosco!

Oi Joana! Ficamos muito felizes com seu depoimento. Continue lendo e participando da Vira!

Ciro Tavares, da Gerência de Juventude de Florianópolis (SC) Oi galera! Fico feliz em saber que já existem movimentos sociais de Floripa (SC) tomando a iniciativa de procurar parceiros como vocês, mas fico mais feliz ainda em saber que ainda existe possibilidade de estarmos trabalhando juntos no futuro próximo. Gostaria muito de fazer algumas atividades aqui em Florianópolis, somos uma capital muito parada em algumas áreas da sociedade, especialmente quando se fala em JUVENTUDE.

Ops! Erramos! Na matéria Escola Quilombola, publicada na edição 52 (maio), página 28, o texto foi escrito por Winnie Samanú, do IIDAC, e não por Beatriz Caitana como foi publicado. Na edição 53 (junho/julho), o correio eletrônico publicado no rodapé da seção Imagens Que Viram é rn@revistaviracao.org.br, e não mg@revistaviracao.org.br. Na mesma edição, pisamos na bola na seção Que Estilo Cola. O nome do autor do livro Diário de Palco é Gustavo Pelogia, e não Pelagio. Foi mal!

Ponto G Para garantir a igualdade entre os gêneros na linguagem da Vira, onde se lê “o jovem” ou “os jovens”, leia-se também “a jovem” ou “as jovens”, assim como outros substantivos com variação de masculino e feminino.

Sou a Joana, de Jundiaí SP). Tenho 16 anos e vivo com HIV/aids desde os cinco. Amo todos vocês da Viração. Parabéns, fico feliz de ver vocês fazendo essa revista, porque é bom pra quem vive com doenças, principalmente HIV/aids, e agradeço a todos que leram a minha mensagem. A luta vem...mas a vitória é nossa!

Olá Ciro! Temos certeza de que nossa parceria render ótimos frutos. Um grande abraço!

Mande seus comentários sobre a Vira, dizendo o que achou de nossas reportagens e seções. Suas sugestões são bem-vindas! Escreva para nosso endereço: Rua Augusta, 1239 - Conj. 11 Consolação - 0135-100 - São Paulo (SP) ou para o e-mail: redacao@revistaviracao.org.br Aguardamos sua colaboração! Siga a Vira no Twitter! Nosso perfil é http://twitter.com/viracao

Parceiros de Conteúdo


Manda Vê Cibele Sodré, do Virajovem Campo Grande (MS)*, Maria de Fátima Ribeiro, do Virajovem Lavras (MG)

Todo mundo sabe que a base de uma vida saudável está na nossa boa alimentação. Mas hoje, em plena era dos agrotóxicos, é quase impossível conhecer a procedência dos alimentos. Entre a rapidez de produção e o lucro para os produtores está a nossa saúde. Será que estamos ingerindo alimentos de qualidade? A resposta está onde muitas pessoas nem imaginam ou conhecem: nos alimentos orgânicos. A produção orgânica é aquela cultivada sem nenhum tipo de agrotóxico ou produto químico, portanto são alimentos mais benéficos à saúde e ao meio ambiente. O Brasil ocupa o 34º lugar no ranking mundial de exportação. Somente na última década, houve um

crescimento de 50% na venda desses produtos. Isso significa mais qualidade e saúde na mesa dos brasileiros. Além disso, os orgânicos ajudam na preservação do meio ambiente, pois anulam o risco de contaminação da água e do solo. Os alimentos orgânicos são mais saudáveis e fomentam a agricultura sustentável, no entanto, são os mais caros do mercado devido à sua baixa escala de produção, que requer custos muito maiores. No Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais o pessoal resolveu dar sugestões e dizer o que acha dessa história de saúde, sustentabilidade e bons preços. Confira!

O QUE FAZER PARA TER UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E SUSTENTÁVEL SEM COMPROMETER O BOLSO?

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Yasmin Silva Chaves, 14 anos Nova Alvorada do Sul (MS)

Regiane Terra, 21 anos Campo Grande (MS)

Acredito que a saída seria a criação de um espaço permanente onde esses produtos possam ser disponibilizados com mais facilidade e a preços mais acessíveis. Na minha opinião, faltam incentivo e informação tanto da sociedade quanto do governo.

Como a produção desses alimentos demanda mais trabalho, tempo e mão-de-obra, isso acaba tornando os alimentos mais caros. Acredito que falta incentivo para esses trabalhadores. Esse incentivo é uma grande forma de dar mais acessibilidade a esses alimentos mais saudáveis e também de promover a sustentabilidade.

* Integrantes de Conselhos Jovens da Vira presentes em 21 Estados do País (ms@revistaviracao.o mg@revistaviracao.org.br)


cao.org.br,

Bruno Henrique Rezende, de 20 anos Campo Grande (MS) Uma saída é procurar associações que podem oferecer um valor mais baixo. Temos que lembrar que o alimento orgânico só nos traz benefícios. É mais saudável, bom para o meio ambiente, e claro, muito mais saboroso. Só que eles precisam ser mais divulgados. Acredito que com maior incentivo, aumentam a comercialização e a concorrência. Dessa forma, talvez os preços possam ficar mais acessíveis.

Andressa Barbosa, 16 anos Lavras (MG) Acredito que por morar em uma cidade do interior não tenha tanta dificuldade de achar alimentos orgânicos com baixo custo, mas em cidades onde isso não é possível, é legal que existam projetos em que as pessoas possam trabalhar em “hortinhas” e depois possam consumir esses alimentos.

Silmara dos Santos, 15 anos Lavras (MG) A nossa alimentação funciona como fonte de energia para o nosso corpo, por isso é necessário uma alimentação saudável. Alimentação saudável para mim é comer coisa bastante colorida e sem agrotóxico. Aqui em Lavras nós conseguimos isso e não pagamos caro.

Futuro ntos do e m li A s O liFolha) ge – Pub d u T n li (Co duzir

ro ais de p nicas atu c té s s a a az ostra O livro tr tos e m r alimen a s s e c tr e pro ra nu ir rmas pa fo s re o melh ões. as geraç o as próxim enta com ão apres ç a c li b u e Ap tágio d os ao es s chegam analisa o intensa, o ã ç s u lo d pro dos pe as causa ades problem possibilid re e g u s s, ricultura método ara a ag p s a v ti e alterna tos a alimen . e explic rgânicos o icos e n ê g s n a tr

Luciene Silva, Lavras (MG) No meu bairro tem uma senhora que planta em sua casa e passa vendendo alface, cebolinha, repolho e outras coisas. Passa com uma carroça, chama as pessoas pelo nome. Nós sempre compramos tudo fresquinho. É muito mais saudável.

Faz Parte

Bruno Guilherme Marchiotti, 19 anos Nova Alvorada do Sul (MS) As pessoas têm a alternativa de consumir os produtos orgânicos criando suas próprias hortas em casa, ou procurando hortas alternativas em suas cidades.

Confira o que a nutricionista Sandra Maria Ribeiro, de Lavras (MG), pensa sobre os alimentos orgânicos!

O custo-benefício deste alimento deve ser visto de forma mais ampla. O preço em si costuma ser mais alto do que o alimento não orgânico mas, ao consumirmos o orgânico, ganha-se também nutrientes e qualidade de vida. A opção seria fazer ou utilizar-se de uma horta comunitária, independente se a pessoa mora numa cidade grande ou não. A pessoa também pode fazer uma floreira no seu prédio de hortifruti com, por exemplo: couve, salsinha, cebolinha, alface, brócolis, tomate cereja, etc.


! r a l a c e s o Eles não vã (PR) em Curitiba o tr n o c n e m aliza e ao s e Jovens re à prevenção s a d a lt o Adolescente v s e açõ propostas e para discutir o HIV/aids tratamento d

Agência de Notícias Escuta Soh!, em Curitiba

E

ntre os dias 9 e 12 de julho, 90 jovens de todo o Brasil participaramdo Encontro Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/aids (RNAJVHA), que aconteceu em Curitiba (PR). O evento tem como objetivo a troca de experiência, o fortalecimento da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/aids (RNAJVHA) e a constituição de políticas públicas voltadas para a demanda desses jovens. Em sua quarta edição, o evento foi totalmente pensado, articulado e organizado por jovens membros dessa Rede Nacional. No primeiro dia, representantes de instituições não governamentais e governamentais falaram sobre a importância dos jovens cobrarem e atuarem junto aos órgãos públicos uma atuação mais focada nas na temática HIV/aids. E para que isso aconteça, foi ressaltada a importância do fortalecimento de ações feitas coletivamente. Para acompanhar o 4º RNAJVHA, o Escuta Soh! - rede de notícias feita pelos participantes da RNAJVHA, apoiado pelo Unicef, montou a Agência Jovem de Notícias que registrou momentos do que rolou no encontro. Acompanhe nesta edição algumas das matérias e acesse a produção dos jovens em www.revistaviracao.org.br/escutasoh.

ervam ontro res s do enc te n a u ip C ic r ritiba Part conhece rio para rá o h m u

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Troca de ex periências foi ponto RNAJVHA; a forte do partir da es querda: Raf Janete Bar ael Souza, bosa, Rapha ela Macha Santos, W do, Camila allace de O liveira, Ose dos Santo ias Cerquei s e Valquir ra ia Silvello


Nas entrelinhas No último dia do encontro, o jovem Kleyton Timbur, de São Paulo, fez um acróstico (poema em que as letras iniciais dos versos formam uma palavra, quando lidas na vertical) que foi lido no encerramento. Isso que passamos juntos Vai ficar como saudade de nos Encontrarmos Novamente para que possamos Conversar sobre muitos Outros assuntos além de Nossa sorologia, trabalhos Tratamento ou, até mesmo, as Realidades da vida, que nos oferece grandes Oportunidades para que possamos amar e ser amados Não importa A maneira, mas que seja Com carinho e sentimentos Inesquecíveis porque é Ótimo estarmos aqui Neste 4º Encontro Nacional com pessoas e jovens tão Adoráveis, encantadoras e Leais com os compromissos da rede. Minha vivência

Uso do pres ervativo foi pauta constante no s debates

m as fizera s artístic e õ ç a n e Enc des s ativida parte da

A participante Raphaela Machado conversou com o jovem Thompson Toledo, ativista e integrante da RNAJVHA no 4º RNAJVHA, que contou um pouco de sua história. Confira o bate-papo abaixo! Como foi descobrir sua vivência? Descobri aos oito anos de idade, mas não entendia o que era. Fui entender do que se tratava por conta do preconceito que passei a presenciar. Como era sua visão antes de você saber da sorologia? E depois? Não sabia o que era a aids antes. Depois que descobri, busquei informação, conhecimento e comecei a participar de grupos que atuam no combate ao preconceito. Hoje vivo normalmente.

Mesas de discussões abordaram assuntos como participação juvenil e questões trabalhistas aos jovens vivendo

V

Jovens documentaram propostas e ações para instituí-las como metas

Revista Viração • Ano 7 • Edição 54 09




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Ivo S sa ou

A C E o n o De olh Equipe do Portal Pró-Menino*

Para que serve o Conselho Tutelar? Qual a relação entre o Conselho Tutelar e as escolas?

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família para que se tenha conhecimento dos motivos deste abandono. Assim, o conselheiro será capaz de encaminhar o caso adequadamente, sempre no sentido de possibilitar que a criança volte à escola e de que a família consiga cumprir integralmente o seu papel pelo apoio de programas e auxílios.

V

*O Portal Pró-Menino, parceiro da Vira, é uma iniciativa da Fundação Telefônica em conjunto com o Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (CEATS/FIA).

Se quiser saber mais sobre o assunto consulte a seção Conselhos Tutelares no Portal Pró-Menino (www.promenino.org.br). Lá você vai encontrar mais informações sobre o conselheiro tutelar. O Portal Pró-Menino tem também uma seção de Endereços Úteis, que disponibiliza contatos com várias organizações de defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes no Brasil.

Ilustração: Lentini

O

Conselho Tutelar é um órgão criado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente para zelar pelos direitos infanto-juvenis. Composto por cinco conselheiros, o Conselho conta com uma sede física e sua localização deve ser de fácil acesso para todos os cidadãos. A lista de atividades do Conselheiro Tutelar é enorme. É ele quem deve receber e encaminhar casos de crianças vitimizadas ou em risco, aconselhar pais, apurar denúncias, abrigar ou colocar em famílias substitutas crianças e adolescentes, entre outras funções. O Conselheiro Tutelar é uma autoridade que não tem perfil repressivo, sua atuação deve priorizar a possibilidade de superação e a importância da convivência familiar saudável. O Conselho Tutelar não tem nada a ver com o antigo Comissário de Menores. Este sim tinha um caráter repressivo e punitivo. Não se preocupava com a garantia dos direitos das crianças e jovens. O surgimento do Conselho é uma vitória que deve ser sempre comemorada. Todo município deve ter pelo menos um Conselho Tutelar e qualquer pessoa pode ser eleita conselheira, desde que tenha mais de 21 anos e bons antecedentes. A cada três anos são feitas as eleições para o cargo e a remuneração varia de cidade para cidade. É bem bacana ficar atento ao que está rolando no seu município ou na sua comunidade, pois cabe a todos nós apoiar e fiscalizar. Com relação à escola, o Conselho deve ser visto como um parceiro, principalmente nos casos que envolverem a violação ou ameaça dos direitos das crianças ou dos adolescentes. Por exemplo, o ECA diz que a escola deve encaminhar ao Conselho os casos de evasão escolar. Então, o conselheiro irá procurar esta


Que estilo cola

T

odo mundo sabe que os jovens brasileiros inventam moda, inovam e quebram barreiras e tabus da sociedade, todo mundo sabe, mas sempre é bom conhecer gente nova e olhar a diversidade de vários grupos. Na edição 52 da Vira, no mês de maio, a revista apresentou aos nossos leitores uma nova seção, chamada Que Estilo Cola. A ideia é mostrar diversos grupos urbanos – e rurais também, por que não? – formados por jovens com características próprias e únicas - ideologias, estilos, bandas prediletas e características peculiares. Qualquer estilo é bem vindo, desde os mais fáceis de se encontrar até os mais diferentes. É uma seção que traz música, ideais, religião, comportamento e cultura com boas doses de bom humor e respeito às diferenças. Abaixo, segue um poema feito pela Lígia Martins, do Virajovem Goiânia (GO)*, que define nossa seção, nossos estilos e nossas vidas.

Que estilo cola?

Se você conhece algum estilo que deve ser mostrado aqui na Vira, mande sua sugestão pra gente, critique, pergunte, manifeste-se. Estamos à disposição para tirar todas as dúvidas e mostrar passo-a-passo como colaborar com esta estilosa seção!

Que estilo cola? Elemento de composição ou será uma verdadeira descomposição? Visual, imagem, personalidade? Quem define? Saca cara? Eu ainda não saquei... Ser o que se é ou parecer o que se quer ser? Está na moda ou me identifico com a ideologia da parada? Cabelo sarará, chapinha, floresta, moicano, mais parece um tubarão! Piercing, tatoo, alargadores de mentes strass ou sementes? Cara tô ficando tonto/a com tanta doideira. Tudo preto ou rosinha? Cores quentes ou frias? Magro/a ou gordinho/a? Que estilo cola? Ou melhor que estilo descola? Descola a indiferença, o ensimesmar-se numa constância que não vale a cadência. Cara, no fim é só casca... não precisa de tanta nóia. O gostoso está sob ela: cuidar pra que a polpa não adoeça pra que se aproveite cada tempo, cada estação e se torne cada vez mais saboroso viver!

V

* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 21 Estados do País (go@revistaviracao.org.br)

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Rango da terrinha

e s n e a n a r a p a i c Delí Juliana Cordeiro, do Virajovem Curitiba (PR)*

A

culinária paranaense é marcada pela utilização da abóbora como acompanhamento ou ingrediente a ser acrescentado em pratos como o barreado (carne cozida servida com arroz, farinha de mandioca e banana) e o charque (carne seca). A chef de cozinha do restaurante Estrela da Terra, Aline Guerra, de Curitiba (PR), especializado em comidas típicas do Estado, conta a história do prato conhecido como “charque na moranga”. O charque ou carne seca foi trazido para o Paraná pelos nordestinos, principalmente pelos baianos que vieram trabalhar nos açougues. No Nordeste, o charque é servido com uma abóbora que não é comum no Paraná, então o prato passou a ser feito com a moranga, um tipo de abóbora. Os barões da região provaram e gostaram do prato. Ele passou a ser servido diretamente na moranga, como se ela fosse a própria panela. Mais tarde, para dar mais sabor, foi acrescentado o requeijão tipo catupiry.

a carne a limpeza n m u ça Fa : Dica zinhá-la, antes de co e u rq a ch de e por isso e segunda pois ela é d rvos. Para rduras e ne contém go linária ceitas da cu re s a tr u o r sabe mais a e conhecer paranaense e o site ss Estado, ace cultura do br. o ente.pr.g v. www.prdag

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upiry Como fazer o Charque na Moranga com Cat Ingredientes 2 abóboras moranga (uma pequena e uma média) 2 folhas de louro 1 pitada de orégano 1 cebola ralada (pequena) 1 dente de alho amassado 400g de charque (carne seca) 500ml de leite 200g de catupiry Sal a gosto

eiro ana Cord Foto: Juli

oranga, ar o charque na m ar ep pr o m co a ib Sa raná prato típico do Pa

Modo de preparo Descasque a moranga pequena e coloque para cozinhar em uma panela com um pouco d'água. Na véspera ou pelo menos quatro horas antes, coloque o charque em uma vasilha com água para retirar o excesso de sal da carne. Será necessário fazer pelo menos quatro trocas de água. Na troca da última água, coloque a carne na panela de pressão (tome cuidado ao utilizá-la; se não souber usar peça a alguém para ajudar, certo?), e deixe cozinhar por 15 minutos. Retire do fogo, corte em cubos pequenos e reserve. Aqueça o leite, coloque os pedaços da moranga cozida, amasse até virar um creme grosso e depois reserve. Em uma panela, aqueça um pouco o óleo e depois coloque a cebola e o alho, deixando-os

fritar um pouco. Acrescente o charque já cozido e cortado. Mexa bem, deixando fritar. Acrescente as folhas de louro e o orégano, frite um pouco mais e depois reserve. Pegue a outra moranga, abra ao meio em forma circular e retire as sementes. Coloque em uma panela com água e deixe cozinhar por 20 minutos com o furo virado para baixo. Após esse tempo, retire a moranga com cuidado, pegue o creme de moranga que estava reservado e acrescente o charque mexendo bem (não se esqueça de retirar o louro). Acrescente o catupiry e mexa levemente. Acrescente sal e coloque essa mistura na moranga já cozida. Para decorar o prato, coloque um pouco de catupiry na borda da moranga.

V

*Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 21 Estados do País (pr@revistaviracao.org.br)


Que Figura!

e d o i a l O Ba o i a p m a S Moyara Araújo Kossmann, do Virajovem Vitória (ES)*

Ilustração : Novaes

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érgio Moraes Sampaio nasceu no dia 13 de abril de 1947, em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo (ES). Filho mais velho dentre os cinco de Raul G. Sampaio, que era maestro de banda e completava o orçamento da família com uma fábrica de tamancos, e de Maria de Lourdes Moraes – professora do primário –, pode-se dizer que um dos traços mais marcantes de sua poética é um lirismo existencial, onde angústias e possibilidades utópicas se fazem presentes, caracterizando a sociedade contemporânea. Aos 9 anos, começou a ajudar seu pai na tamancaria e oito anos mais tarde ingressou na carreira de locutor da rádio local. Pouco depois, mudou-se para o Rio de Janeiro para tentar a vida como cantor-compositor. Depois de peregrinar por várias rádios - chegando a dormir ao relento e pedir esmolas -, finalmente, conseguiu ingressar na rádio Continental. Só no início dos anos 70 sua vida mudaria para melhor, tempo em que conheceu Raul Seixas (produtor da gravadora CBS naquela época), de quem se tornou amigo e parceiro. Foi justamente na gravadora de Raul que Sampaio teve seu primeiro compacto lançado, em setembro daquele mesmo ano. O LP Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta: Sessão das 10 mistura letras sarcásticas com ritmos nordestinos, de rock e de samba, e conta com a presença de Sérgio Sampaio, Raul Seixas, Miriam Batucada e Edy Star. Com outros amigos produziu também o LP Eu Quero é Botar Meu Bloco Na Rua, um grande fracasso de vendas e ícone de críticas. Em 1978, teve sua primeira internação por crise de pancreatite. Recuperou-se e logo voltou à sua vida rotineira de shows, agora lotados. Cinco anos mais tarde, nasceu João Sampaio, fruto da união com Ângela, o que não foi suficiente para Sérgio largar os hábitos boêmios que cultivava. Sua mulher logo o deixou.

Na década de 90, mudou-se para a Bahia. Lá ele se reergueu na carreira e, no aniversário de 10 anos do seu filho, anunciou que largara a bebida, mas, um ano depois, em 1994, foi internado e morreu pouco depois, no dia 5 de maio. Silenciado, não silencia sua obra. Em 2006, a gravadora Saravá Discos lançou o disco Cruel, com canções pouco conhecidas ou mesmo inéditas de Sampaio. O disco marca o lançamento tardio e necessário de mais um capítulo na obra de Sérgio. Mais uma oferta no balaio do artista capixaba.

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* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 21 Estados do País (es@revistaviracao.org.br)

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Fazedores de Vídeo

Que feira é essa? R

ealizado por jovens da Oficina Itinerante de Vídeo Tela Brasil em Sapopemba – um distrito da cidade de São Paulo (SP) –, o vídeo desta edição tem como pano de fundo um evento comum a municípios de todos os lados do País: as feiras de rua. Ambiente repleto de contradições, as feiras livres são frequentadas por diferentes pessoas nas mais variadas condições. O jovem William de Melo Santos, um dos realizadores do documentário, define outro ponto fundamental retratado no filme: “Queríamos abrir os olhos não só os contrastes, como também para outro tema importante na sociedade atual, que é o desperdício de alimentos”.

FICHA TÉCNICA Que Feira é essa? Direção: Coletivo Produção: Thamires Cardoso e Sidnei Ferreira Gênero: Documentário Alunos Realizadores: Rafael Fernandes, William de Melo Santos, Thamires Cardoso SantAnna, Sidnei Ferreira da Silva, Emerson Silva Marques, Gabriel Gomes dos Santos (Oficina Itinerante de Vídeo Tela Brasil Sapopemba (SP) - Junho/2009) Duração: 09:51 ASSISTA! Vídeo Completo: http://www.telabr.com.br/oficinasitinerantes/curtas-oficina/?cat_oficina=298

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SINOPSE O documentário Que feira é essa? aborda diferentes pessoas que convivem num mesmo bairro e ambiente, a feira de Sapopemba. A escolha de ter uma feira livre como cenário para o filme está muito ligada à intenção de mostrar as contradições presentes no bairro, que podem ser facilmente observadas em feiras de outros lugares do País. V

Mande seu vídeo pra gente! Não se esqueça de mandar a ficha técnica, fotos dos bastidores e o link do vídeo para: redacao@revistaviracao.org.br Rua Augusta, 1239 - cj 11 Consolação – 01305-100 São Paulo (SP) - 11 3237-4091


No Escurinho

o n a l p o r t u o A rede em Sérgio Rizzo, crítico de cinema Fotos: Divulgação

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omunicadores instantâneos, blogs e redes sociais (como o Orkut, o Facebook e o Twitter) integram hoje o cotidiano de milhões de jovens no Brasil, mesmo que não tenham computador ou telefones celulares ao alcance de quase todas as camadas da população, também contribuem para expandir a malha por meio da qual a circulação de informações adquiriu características até então inéditas. Primeiro longa brasileiro a abordar de maneira incisiva o impacto dessas transformações sobre a vida da população jovem de classe média, Nome Próprio trata de fenômenos sociais que ocorreram a partir da expansão da “blogosfera”, o vasto território da internet ocupado por sites pessoais, boa parte de cunho autobiográfico, em que os autores falam a respeito do que fazem, pensam e sentem. Um dos primeiros “blogueiros” a se tornar personalidade da internet brasileira foi Clarah Averbuck, que expôs sua intimidade em textos de caráter literário, muito próximos da ficção. Diretor de Nunca Fomos Tão Felizes (1984) e (1996), Murilo Salles se baseou nas experiências de Averbuck para compor a protagonista do filme, Camila (Leandra Leal), jovem aspirante a escritora, que usa experiências cotidianas, em especial as amorosas, para alimentar seu blog. Dessa forma, passa a misturar sua identidade de “carne e osso”, ao alcance somente de

quem a cerca, com sua identidade virtual, que mora na internet. Salles dá ênfase ao solitário e dolorido processo de autoconhecimento da protagonista, e opta por engenhosa solução visual para sugerir a confluência entre as “duas vidas” de Camila: os textos que ela escreve no blog aparecem em letras gigantes sobre as suas próprias imagens, estabelecendo o diálogo entre os dois planos.

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Making of do longa de Murilo Salles

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Todos os Sons

Foto:K azuo K ajihara

a r i L o r r o Soc o e do mundo Cantando a história do sertã

Bruno Castro, Hellen Neves e Simone Nascimento, do Virajovem São Paulo (SP)*

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oetisa, intérprete, instrumentista e produtora cultural, Socorro Lira coloca em suas letras a cultura do povo do Sertão da Paraíba. Ainda criança, já ouvia as cantigas de sua terra, cantadas naturalmente, e é assim que ela transmite sua música para as pessoas. Iniciada com a chamada Música da Caminhada que era cantada para animar encontros de reflexão política do movimento juvenil da igreja católica -, Socorro já aprendia a arranhar o violão e tocava durante os encontros, mas não tinha ideia da proporção que isso iria tomar na sua vida. Socorro Lira é formada em psicologia pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e hoje é uma artista independente, com cinco discos produzidos ao longo de sua carreira. “Meus trabalhos são independentes, com alguns apoios, alguns patrocínios, mas, em geral, são independentes”. Atualmente, o cenário da música independente no Brasil vem se tornando um assunto sério. A democratização dos meios de produção possibilitou que muitos artistas aparecessem. “Às vezes eu fico até meio receosa de dizer que sou artista, não sei mais quem é quem”. Na opinião de Socorro, é preciso perceber o que tem valor artístico e o que tem valor econômico. A artista é a sua própria produtora, e recebe algumas ajudas. Além da produção, Socorro cuida também da divulgação; ela utiliza a internet e conta com alguns colaboradores. Seus amigos e as pessoas que admiram seu trabalho também vão levando e espalhando a notícia, “e então é assim, cada um vai levando e vamos dando os pulos, aqui ou ali, e assim vai acontecendo”, diz.

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Socorro criou o projeto Memória Musical da Paraíba, e produz discos de outros artistas do estado. No momento, está produzindo o quarto CD do projeto. Socorro Lira produz também músicas colaborativas com pessoas de outras cidades e países; há três anos e meio, está envolvida em um projeto que conta com a participação de pessoas da Galícia na Espanha, de Lisboa, em Portugal, de outros lugares da Europa, além de Salvador e São Paulo.

No terr eiro da casa d um do e Mãe s CDs d Joana é a artis ta

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Tá na

Mão

Quem quiser ouvir todos os sons e conhecer melhor o trabalho da artista Socorro Lira, acesse: www.socorrolira.com.br www.myspace.com/socorrolira

* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 21 Estados do País (sp@revistaviracao.org.br)


Sexo e Saúde ajovem às dúvidas do pessoal do Vir Este mês, quem respondeu Miranda e educadora social Jandira Belém (PA)* foi a assistente venção ual de Saúde na área de pre da Silva, da Secretaria Estad a DSTs e HIV/aids.

Sei que quando tiver minha primeira vez algo vai mudar, a cabeça muda, o corpo muda. Queria saber como vou reagir, como ficará meu corpo? F. de A., 14 anos A resposta para esta pergunta não é fácil, pois existem fatores biológicos, psicológicos e sócio-culturais que contribuem para a tomada desta decisão, que varia para cada pessoa. No entanto, deve ser uma decisão particular bem refletida e avaliada. Sobre as mudanças que podem ocorrer psicologicamente, depende da expectativa criada para este momento. É importante o diálogo, verificar quais suas expectativas e motivação para a relação sexual, avaliar se você e seu parceiro desejam e esperam a mesma coisa, para que não haja decepção, culpa ou tristeza pela decisão. Lembre-se que este deve ser um momento de prazer, descoberta e amadurecimento pessoal, em que não pode haver pressões ou influência dos amigos. Se não se sente segura ainda, espere um pouco mais. Posso comprar produtos contraceptivos sem a presença dos meus pais?

CUPOM DE ASSINATURA anual e renovação 10 edições É MUITO FÁCIL FAZER OU RENOVAR A ASSINATURA DA SUA REVISTA VIRAÇÃO

F. de A., 14 anos O correto no caso de anticoncepcional é não usá-lo sem orientação médica e sem uma receita médica. No caso da camisinha, não há nenhum impedimento para compra, ela pode ser adquirir nos postos de saúde do seu bairro gratuitamente e não necessita de autorização dos pais.

Para o pagamento, escolha uma das seguintes opções:

Como podemos saber se a mulher realmente teve um orgasmo, sentiu prazer? Diógenes Silva, 19 anos

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1. CHEQUE NOMINAL e cruzado em favor de PROJETO VIRAÇÃO. 2. DEPÓSITO INSTANTÂNEO numa das agências do seguinte banco, em qualquer parte do Brasil: • BRADESCO – Agência 126-0 Conta corrente 82330-9 em nome de PROJETO VIRAÇÃO o: Na tali a Forcat

* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 21 Estados do País (pa@revistaviracao.org.br)

: Natalia F Ilustração orca t

O sinal mais visível na mulher é a maior lubrificação da vagina e o aumento dos batimentos cardíacos. Mas, se sua preocupação é saber se está dando prazer à sua parceira, o melhor a fazer é conversar com ela e perguntar quais toques lhe dão mais prazer e que áreas de seu corpo lhe deixam mais excitada.

Basta preencher e nos enviar o cupom que está no verso junto com o comprovante (ou cópia) do seu depósito.

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OBS: O comprovante do depósito também pode ser enviado por fax. 3. VALE POSTAL em favor de PROJETO VIRAÇÃO, pagável na Agência Augusta – São Paulo (SP), código 72300078 4. BOLETO BANCÁRIO (R$2,95 de taxa bancária)


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EST. CIVIL BAIRRO

StopX

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Cheque nominal Depósito bancário no banco Vale Postal Boleto Bancário

FONE(RES.) ESTADO

DATA DE NASC.

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Bruno Castro, mobilizador adolescente da plataforma StopX, do Virajovem São Paulo (SP)* Foto: Eric Silva

Assinatura nova Renovação De colaboração Exterior

FORMA DE PAGAMENTO: TIPO DE ASSINATURA:

Um jeito diferente de falar sobre exploração sexual

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SEXO

Assinatura nova Renovação De colaboração Exterior

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Parada Social

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PREÇO DA ASSINATURA

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III Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, realizado no Rio de Janeiro em novembro de 2008, sediou o lançamento da plataforma virtual para que o tema não seja esquecido. Trata-se do StopX, comunidade virtual criada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef – Estados Unidos) em parceria com a Revista Viração. Esta ferramenta é mais do que um site de relacionamentos: acima de tudo, é um espaço de livre discussão sobre a temática da exploração sexual, oferecendo inúmeros recursos para que todos os membros do StopX possam se expressar, seja por meio de fotos, vídeos ou artigos. Simone Nascimento, de 16 anos, de São Paulo (SP), diz: “Além de proporcionar um grande elo entre as iniciativas e organizações locais, com o StopX elas podem eficientemente melhorar e avançar na luta contra a exploração sexual”. Ela também ressalta que o StopX faz com que fique inteirada sobre os assuntos que estão rolando com as outras pessoas que participaram do Congresso. Eduardo Méndez, de Caracas, Venezuela, enfatiza o papel de mediador que o site proporciona. “O StopX é uma ferramenta bastante importante para a articulação e socialização de informação relacionada ao Congresso.”

Durante o Congresso, uma equipe de voluntários auxiliava na mobilização do site, cadastrando novos membros, explicando as funções da ferramenta, traduzindo textos, postando fotos e vídeos. Estas ações foram mantidas depois do Congresso por meio da newsletter, que é um informativo enviado por e-mail, com textos dos jovens da comunidade virtual, eventos de juventude que estão acontecendo ao redor do mundo, e instruções sobre o uso da plataforma, um meio de deixar as pessoas mais íntimas e donas do espaço que lhes é dado. O espaço contará com muitas novidades em breve. Tudo para contribuir com o compartilhamento de informações, discussões e avançar na luta contra a exploração sexual de crianças e adolescentes. V

*Integrante de um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 21 Estados do País (sp@revistaviracao.org.br)

www.stopx.org


Roteiro de Acássia Deliê, do Virajovem Maceió (AL)



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