RevistaBAB - Ano 1 - 3ª Edição

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ÍNDICE NESTA EDIÇÃO

06. TOUR PELO BAIRRO:

Estação Ferroviária

08. BIOGRAFIA: Gerôncio Bezerra

10. CAPA:

Tatuados no Bairro

16. FLASHBACK:

Farmácia Serra

17. EMPREENDEDOR: Jaime Aquino

18. CULINÁRIA: Receitas

19. RECORDAÇÕES: Sr. Aquino

20. HISTÓRIA:

Padre João Pessoa

22.SUPERAÇÃO: Capitão Silva

24. ESPIRITUALIDADE:

Campanha da Fraternidade 2015

25. FITNESS:

Saúde e Bem-Estar

28. ESPECIAL

Mulheres Guerreiras

30. MISSÃO:

Aonde mandar eu irei

Diretor e Webdesigner: Inácio Rocha

Diagramadora: Viviane Rocha

Digitadora: Victória Rocha

Historiador: Prof. Valentim Santos

Estacão Ferroviária de Antônio Bezerra Saudosa e inesquecível

As estações dos trens já foram sinônimo de progresso das cidades, vilas e bairros de Fortaleza. Era ali que desembarcavam os passageiros ilustres, mercadorias e era através do apito do trem que chegava o progresso vindo pelos trilhos.

As chegadas dos trens provocavam muita alegria nos vendedores que corriam a mostrar seus produtos para os passageiros. Muitos prédios foram testemunhas oculares do progresso de vilas e cidades do interior cearense. Entre os anos de 1873 a 1957, foram inauguradas 109 estações ferroviárias que funcionaram no Ceará. Hoje, passados muitos anos, existem apenas cinco no interior e outras na Região Metropolitana de Fortaleza.

O projeto da construção da estrada de ferro ligando a cidade de Fortaleza à cidade de Sobral passando pela cidade de Soure (antigo nome da cidade de Caucaia), entre outras cidades do interior cearense, teve o contrato assinado em 15 de Abril de 1872 pelos senhores Antonio da Cruz Guimarães e José Joaquim Guimarães, com a Companhia da Via Férrea de Baturité, que fora inaugurada em 25 de Junho de 1870, administrada pelos Srs. Senador Pompeu, Joaquim Cunha Freire, (Barão de Ibiapaba), Gonçalo Batista Viera (Barão de Aquiraz) além do Engenheiro José Pompeu de Albuquerque e o Engenheiro Inglês Henry Brockhust, mas este projeto não foi realizado por questões políticas.

Em 30 de Março de 1873, era inaugurada a estação ferroviária do Arroche. Na época, era município, que acabou sendo anexado a cidade de Fortaleza nos anos 1920. Em ja-

neiro de 1944 teve o nome alterado para Parangaba, por determinação do CNG - Conselho Nacional de Geografia, sendo a segunda estação ferroviária a ser construída, a primeira foi a João Felipe. Em 1909 foi iniciado a construção da linha férrea norte de Fortaleza a cidade de Sobral, publicada pelo decreto nº 9.657 de 10 de Julho de 1910. Trabalho realizado pela firma Inglesa “The South American Railway Construction Company Limited ”.

tensão de 19,600 km de linha férrea. A Inauguração solene aconteceu na estação do Barro Vermelho, batizada com o nome de “Mestre Rocha”, estiveram presentes o diretor da R.V.C, Engenheiro Henrique Eduardo Couto Fernandes, além de várias autoridades políticas e religiosas. Estiveram presente à solenidade vários moradores do Barro Vermelho entre eles Antonio Bezerra de Meneses, que inaugurou a estação. Em seu discurso solene agradeceu em nome dos moradores a construção desta estação ferroviária que traria progresso ao Barro Vermelho. Somente em 1950 foi concluída a estrada de ferro ligando Fortaleza a Sobral.

O prédio da saudosa estação Ferroviária do Barro Vermelho como ficou conhecida, era em estilo colonial inglês. Ficava situada no final da plataforma atual. Era composta de uma linha férrea que passava pelo lado esquerdo e outra pelo lado direito que encontrava-se logo adiante, como é atualmente.

O projeto original tinha a linha férrea em sentido tangente que iria de encontro ao vilarejo do Tabapúa, passando pela aldeia dos índios Tapeba, por este motivo o projeto foi modificado e teve que fazer um enorme contorno depois do Barro Vermelho, que hoje é conhecido como “ Volta da Jurema”.

Em 25 de Agosto de 1915, a firma inglesa passa o comando administrativo para a RVC (Rede Viação Cearense) que inicia a construção final da linha férrea Fortaleza a Soure inaugurada em 12 de Outubro de 1917 com uma ex-

Existiam três compartimentos: no primeiro, funcionava a sala do telégrafo, com janelas para cada lado; no segundo ficava a bilheteria e administração da estação e no terceiro ficava o depósito de cargas. Ao lado existiam vários bancos de madeiras, o telhado era em estilo tesoura onde existia um sino pendurado no teto no lado direito que anunciava com fortes badaladas a chegada e saída dos trens. A cor da fachada era sempre amarela com letras pretas identificando a parada, primeiro, Barro Vermelho, depois Antonio Bezerra e logo acima a logomarca da RVC e depois RFFSA. Não existiam grades ou cercas a seu redor. Era tudo aberto.

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TOUR PELO BAIRRO ESTAÇÃO
Por Valentim Santos, Professor, Historiador e Sociólogo
Valentim Santos

Em 1957 a RVC passa a ser RFF SA (Rede Ferroviária Federal S.A), em 1996 passa para RFN (Rede Ferroviária do Nordeste). Em 1988 com a criação da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) são implantadas novas plataformas nas antigas estações ferroviárias da capital. O prédio da nossa estação é demolido impiedosamente para construção da atual estação.

Já a antiga estação ferroviária da Parangaba foi preservada através de movimentos de preservação histórico e cultural. Foi Tombada pelo Patrimônio Histórico Municipal em 18 de janeiro de 2007, depois de várias ameaças de demolição. Já a nossa deveria ser preservada e tombada,

mas não existiu interesse de preservá-la por parte das lideranças políticas e culturais do nosso bairro.

Hoje a estação ferroviária de Antônio Bezerra é administrada pela METROFOR (Companhia Cearense de Transporte Metropolitano de Fortaleza). A Metrofor é responsável pela administração, construção e planejamento do sistema de metrô na cidade de Fortaleza e sua região metropolitana.

Hoje passado quase um século de sua inauguração, 98 anos de existência, muita coisa mudou. Os transportes ferroviários evoluíram, o que antes eram trens a vapor transformaram-se em trens elétricos, já estamos na era do metrô subterrâ-

neo e de superfície, já utilizamos modernos sistemas de interligações de transportes urbanos.

O progresso e as novas tecnologias modificam e ao mesmo tempo destroem um passado nostálgico, quando uma simples chegada do trem era motivo de festa nas vilas e cidades cearenses.

Da pequena estação ferroviária do Barro Vermelho, hoje apenas estação de Antônio Bezerra, ficaram apenas lembranças esquecidas nos registros da história dos transportes ferroviários. Ela teve seu papel na formação inicial do nosso bairro, tendo sido um marco histórico, referencial em termos de transporte ferroviário do Ceará.

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Hoje passado quase um século de sua inauguração, 98 anos de existência, muita coisa mudou.”

Gerôncio Bezerra

Um Grande e Humilde Homem

Nasce esse “Grande e Humilde homem”, na cidade de Russas - Ceará, aos 06 de Dezembro de 1921. Filho de uma humilde família que tem como sobrevivência a agricultura. Recebe todo amor familiar quando pequenino e dependente de tudo. A escola vem somente a lhe ensinar as primeiras letras e as principais continhas. O trabalho é constante.

Atinge a maioridade. E com ela, a experiência dos dias vividos com seriedade. Não é corpulento mas possui a fortaleza doada pelo feijão, a farinha e a rapadura, que muitas vezes ameniza o suor que desce daquele corpo que trabalha a terra com vontade e esperança.

Casa-se com Hilda, em março de 1944, com as bençãos de Deus e da família. Nasce então o primeiro fruto desta santa união. Chama-se Francisco Anilton. A família aumenta, veio o segundo filho, o qual é batizado com o nome de José Maria, veio o terceiro filho (uma mulher) Maria José.

Deixando a família, chega este “grande e humilde homem” à capital do Ceará, com o coração apertado de saudades e de dúvidas. Consegue empregar-se em uma panificadora, denominada Santa Maria, no barro Vermelho, hoje conhecido, como bairro de Antônio Bezerra. O senhor Idelfonso, proprietário da padaria, a única da redondeza, coloca-o como ajudante de padeiro. Assim, inicia

outro filho que Deus lhe dera antes de lhe tirar o primeiro, para que sua dor não fosse tão profundamente desesperante. Resolve, então, deixar sua família na casa do sogro e parte mais aliviado.

A vida não pára, e com ele a força de vencer e o sonho de trazer sua família para junto de si. Houve a alegria de ser novamente pai de outro menino: João Bosco. Um ano depois veio o nascimento de José Hildo. Aluga sua primeira casa na “cidade grande” no bairro São João do Tauápe. Vencera um sonho! Agora tem seu lar para voltar e descansar do trabalho. Um lar onde recebe todo apoio e carinho da esposa e as graças ou peraltices dos filhos.

sua nova luta, sua nova esperança. O tempo passa, sua amizade aumenta no trabalho e no bairro. Seu Patrão torna-se seu admirador. Outra alegria, pois começa a ganhar melhor e a ter a certeza de que, muito breve, poderá trazer, para junto de sí aqueles que mais ama.

A Luta continua. E com ela a dor de perder seu primeiro filho. Morre distante. Novamente sua fé no Todo-Poderoso o fortalece. Pensa no

Nasce então a segunda filha e a primeira desta cidade grande. Seu nome Tereza Neuma. Com o nascimento desta, e já morando próximo a panificadora, seu patrão lhe vende um terreno por trás desta e assim, Gerôncio Bezerra ou “Bezerrinha”, para muitos que já lhe conheciam no bairro, inicia a construção de sua primeira casa própria. Mais um sonho realizado.

Os anos vão passando, e com eles, outros filhos: Tadeu, Elisabeth,Vera Lúcia. Helder, Fco. José e Maria do Socorro.

No ano de 1958, Gerôncio Bezerra tomou partido pela candidatura do então General Cordeiro Neto, que eleito prefeito desta cidade, fez uma exigência: Queria que Gerôncio

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BIOGRAFIA GERÔNCIO BEZERRA Por Maria José Bezerra Loyola

Bezerra ocupasse a sub-prefeitura do bairro, que não havia ainda, nenhum serviço prestado a pequena população. E eis aí mais um passo significante e mais um fruto colhido por Gerôncio, Sub-prefeito do bairro de Antônio Bezerra. Mesmo com essa posição, não perdeu sua humildade. Seu círculo de amizade foi crescendo e com isso o bairro também. Gerôncio Bezerra, iniciou um grande progresso nesse bairro no qual começou a residir desde 1951, iniciando também sua vida política.

Seu trabalho se desenvolve em benefício do bairro e daqueles habitantes menos privilegiados. Sua popularidade cresce admiravelmente.

Se faz conhecido sem ser arrogante, e com bases concretas, frutos colhidos de um trabalho constante, pleiteia uma cadeira na Câmara Municipal sendo eleito na terceira colocação de toda a bancada. Sua família continuou crescendo, com o nascimento de seus filhos: César, Marcos, Cândida e Rosemary.

No ano de 1974 consegue a reeleição e em 1976 é o vereador mais votado de toda Fortaleza.

Em 1978 consegue eleger-se para Deputado Estadual, muito realiza e reinvidica, não só para a capital, como pra muitos municípios cearences, com especialidade a sua terra natal.

Em 1982, elege seu filho para

Vereador e consegue a suplência de Deputado Estadual. Exerce então a presidência no Frigorífico Industrial de Fortaleza (Frifort).

Aposenta-se como deputado. E o mais admirável é que o bairro Antônio Bezerra mudou muito. E esta mudança, se deve a esse grande homem. “Quem te viu e quem te vê, não reconhece mais”! E meu orgulho está em ter convicção que este meu herói, este meu “grande e humilde homem”, teve participação profunda em noventa por cento deste desenvolvimento.

Gerôncio Bezerra, continuou participando neste bairro, ajudando pessoas carentes que o procuravam diariamente. Pessoas com problemas policiais, para obter um registro de nascimento ou de casamento, para pedir fotografias, vagas nas escolas, bolsas de estudo; problemas em construção embargadas, conselhos, etc...

E este meu herói sempre participou, pois era consciente que “é dando que se recebe e é morrendo que se vive para a Vida Eterna”.

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Corpos Tatuados em nosso bairro

Uma breve história da tatuagem:

A palavra tatuagem é comumente conhecida pela sua forma na lingua inglesa, tattoo, e é proveniente da dermopigmentação (“dermo” = pele / “pigmentação” = ato de pigmentar, ou colorir).

No começo do século 18, marinheiros europeus tiveram seu primeiro contato com povos que viviam em ilhas na região sul e central do Oceano Pacífico e tinham as tatuagens como um importante aspecto cultural. A nomenclatura da palavra tatuagem tem duas derivações que veio da língua polinésia “ ta “, que significa algo surpreendente e a palavra taitiana “ tatau “ que significa “ para marcar alguma coisa”.

A história da tatuagem começou há mais de 5.000 anos atrás, e é tão diversa quanto as pessoas que as usam, elas são criadas através da inserção de materiais coloridos sob a pele. As primeiras tatuagens foram provavelmente criados por acidente, alguém teve uma pequena ferida, e esfregou com uma mão que

estava sujo de fuligem e cinzas do fogo uma vez que a ferida tinha curado , eles viram que uma marca fixou-se no local permanentemente.

Uma tatuagem: Você faria?

De acordo com pesquisa realizada entre moradores de nosso bairro , num total de 380 entrevistados nas ruas e pela página da revista em uma rede social, 266 disseram que sim, fariam uma tattoo, enquanto 70 não fariam, outros 44 foram indecisos. veja o resultado no gráfico ao lado.

Ainda no resultado apresentado observamos que a grande maioria são jovens que já possuem sua independência financeira e que trazem pigmentados sobre seus corpos formas de animais, frases impactantes, religiosas, homenagem a entes queri-

CAPA CORPOS TATUADOS Por Inácio Rocha, textos e fotos

dos, brasões de times bem como uma grande maioria de símbolos.

O público feminino vem crescendo consideravelmente no registro de suas emoções e sensibilidade na pele traduzindo a essência da beleza na arte criativa.

Arrependimento Minimizado

Em quase sua totalidade, pessoas que já utilizaram esse procedimento não se arrependem. Geralmente os principais motivos desse arrependimento é por imaturidade ou pelo fato de não terem tido um profissional capacitado realizando o delicado procedimento com técnicas aprimoradas e as tattoos serem uma marca permanente e não gostarem delas. E é justamente por isso que é tão importante uma boa seleção da tatuagem, um aprofundamento nos significados da mesma, além da procura de um tatuador que seja competente e criativo.

Segundo o tatuador

Celso Ricardo Moraes, ultimamente o cenário das “Tattoos” vem ganhando adeptos, independente do estilo, de sua crença religiosa ou das homenagens prestadas, acabando assim com o perfil estigmatizado, atualmente as pessoas não se preocupam com possíveis atosdediscriminação.

Mas, apesar do avanço, dessa quebra de paradigmas, o preconceito ainda existe, principalmente se o tatuado não vem de um berço social abastado. Observamos no dia a dia, que frequentemente temos o contato com alguém que mesmo de maneira tímida tem uma pequena tatuagem sobre seu corpo, seja no canto do pescoço escondido pelo cabelo, no pulso, tornozelo ou até mesmo um pequeno “design” por trás da orelha.

Outra vertente desse processo é a procura da mesma técnica utilizada para fins de maquiagem definitiva, tais como sobrancelhas e lábios.

O barato sai caro

Baratear o valor do procedimento é uma das primeiras características da tatuagem prejudicial à saúde. Geralmente os próprios profissionais da área orientam para uma pesquisa de mercado antes do cliente cair em alguma embuste. A mão de obra desqualificada também pode ser um fator negativo na hora da utilização de tintas de procedência duvidosa, uma observação criteriosa e uma análise aprofundada é o diferencial para questionar este aspecto antes de escolher o formato das artes incrustadas em seu corpo.

O espaço deve ser liberado pela vigilância sanitária para o funcionamento adequado dentro das normas de qualidade, com um estúdio que possa apresentar conforto necessário àqueles que vão a procura de seus serviços, tendo como observação da higiene do profissional e o uso de máscaras e luvas durante o procedimento.

Você sabia???

“Até bem pouco tempo, o assunto tatuagem era ignorado pela medicina. Hoje já existe uma série de regras que visam deixar o procedimento mais seguro e evitar problemas graves como alergias, intoxicações e até queimaduras. A norma mais recente ficou em discussão por mais de três anos e só em fevereiro saiu do papel.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que todas as tintas usadas pelos estúdios precisam ter registro sanitário, assim como o restante dos materiais, como agulhas e jatos. Até então, não havia nenhuma regulamentação quanto às tintas. Por conta disso, pigmentos usados para pintar carros, tinta de caneta e até substâncias tóxicas e excessos de metais podiam frequentar os salões dos tatuadores.”

Lembrete: A Tatuagem somente poderá ser feita em menores de idade com autorização dos pais.

Orientações de acordo com a ANVISA

Observe:

- Se o local está limpo e organizado;

- Aviso por escrito quanto aos riscos causados pelo material e/ou substâncias;

- Se o profissional lava as mãos com água e sabão, seguido de aplicação de álcool a 70%;

- Se é realizada a limpeza da pele do cliente com água potável e sabão líquido, seguida de aplicação de antisséptico (álcool a 70%, PVPI) entre outros;

- Se o profissional utiliza luvas descartáveis e máscara no momento da realização do serviço;

- As agulhas para aplicação da tinta de tatuagem, lâminas ou aparelhos para raspagem de pêlos devem ser descartáveis;

- Outros materiais que não são descartáveis deverão estar limpos e desinfetados com álcool 70%;

- A tinta utilizada na tatuagem não pode ser tóxica;

- Os materiais utilizados devem estar guardados em local limpo, organizado, fechado e sem umidade;

- Antes de fazer sua tatuagem avalie os riscos à sua saúde: AIDS, hepatites B e C, tétano, sífilis, sangramento intenso (hemorragias), infecções graves, comprometimento das vias aéreas superiores, dificultando a respiração e a fala, inflamações crônicas, que podem levar a câncer e quelóides.

Entrevista com Julianna Fernandes

eu ficar velha vai ficar tudo enrugado. Querendo ou não eu vou ficar velha e enrugada. Então, hoje sou uma jovem tatuada e amanhã vou ser uma velha enrugada e tatuada. (Risos.)

RB: E em relação a emprego, você tem dificuldades por conta das tatuagens?

JF: Dificuldade a gente sempre encontra, só que eu sou uma pessoa muito decidida sobre o que eu quero. Eu foquei na minha profissão. Quero trabalhar pra mim mesma, mas, existe realmente muito preconceito, o que não era pra acontecer.

Revista BAB: O que motivou você a fazer tatuagens?

Julianna Fernandes: Desde pequena eu gostava de desenhos. Pra mim, tatuagem é uma coisa artística, eu acho bonito, estético. Se o corpo é bom porque não enfeitá-lo, colori-lo?

RB: Todos querem saber Julianna, doeu muito pra fazer as tatuagens?

JF: Doeu muito sim, mas foi uma dor suportável. Acredito que varia de pessoa pra pessoa.

RB: Qual das tatuagens você gosta mais e qual o significado dela pra você?

JF: A que eu gosto é a do relógio, porque eu fiz uma homenagem para minha avó. Ela perdeu meu avô muito cedo, então guardou esse relógio de bolso que era dele e eu achava muito bonito aquele relógio. Também nele tem a hora em que nasci.

RB: Você tem medo de se arrepender de ter feito essas tatuagens quando chegar a velhice?

JF: Não tenho nenhum medo. Todos me fazem essa pergunta, pois dizem que quando

RB: Quais os cuidados necessários que as tatuagens exigem de você?

JF: Cuidados com o sol. Sempre passo filtro solar, hidratante, pois, tatuagem é uma cicatriz que você leva pra vida toda e requer cuidados, como um ferimento.

RB: Como as pessoas da sua igreja vêem o fato de você ser tatuada?

JF: Hoje eu me congrego na Comunidade de Cristo Maranatha no Montese. Desde pequena eu participo da Igreja cantando e quando eu comecei a me tatuar já era envolvida na obra de Deus e isso nunca me atrapalhou. Quase todo mundo tem uma tatuagem mesmo que seja pequena. No começo houve muito preconceito, pois, eu não era apenas um membro comum, sempre estive a frente de ministério cantando e ficava muito visível. Mas, hoje em dia isso não existe mais. É inevitável o preconceito. Sempre existem aqueles que julgam antes de conhecer, mas, depois que me conhece descartam tudo aquilo que pensavam de mim pois descobrem que eu não tenho nada a ver com as tatuagens, sou o que mostro ser.

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A história da tatuagem começou há mais de 5.000 anos atrás, e é tão diversa quanto as pessoas que as usam.”
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FLASHBACK FARMÁCIA SERRA

Farmácia Serra

41 anos servindo nossa comunidade.

Fundada pelo 1º Tenente Farmacêutico Bioquímico do Exército, Dr. Francisco Frota Filho, em sociedade com Valter Basílio Madeira, a Farmácia Serra instalou-se na sua criação, em um pequeno local de uma bodega, com paredes internas de taipa (barro e pedaços de pau), piso em cimento e cobertura de telhas, em 1974 à Av. Mister Hull, 5110.

Movido pela vontade de ter sua própria farmácia, quando em vez de apenas responsável por outras farmácias, Dr. Frota, sem recursos necessários, conseguiu a doação das prateleiras em modelo de armários, pelo Prof. Dr. Serra, oriundas de sua farmá-

cia, uma das primeiras farmácias de fortaleza, localizada na Praça José de lencar, a Farmácia Brasil. Daí a sua denominação inicial de Farmácia Serra, em gratidão ao Prof. José Mariano Serra, exemplo de farmacêutico obstinado e dedicado às comunidades de suas farmácias.

A então Farmácia Serra inicia suas atividades diárias às 6:00hs da manhã e encerra às 22:00hs de segunda a domingo, em dias santos e feriados, com a presença constante do Dr. Frota, que atraía cada vez mais em seu expediente, grande

quantidade de pessoas, sobretudo crianças.

Sete anos depois se instala melhor na mesma Avenida, 5130 e hoje, quinze anos após sua criação, passa-se para sua sede própria à rua Candido Maia, 166, no bairro Estação de Antônio Bezerra com nova denominação: Farmácia Frota, onde permanece modernizada em sede adquirida recentemente, pelo seu proprietário farmacêutico bioquímico, de importante capacidade empreendedora, Dr. Valter Basílio Madeira Frota, com abrangência crescente e a peculiar cordialidade da Farmácia Frota nos seus serviços a comunidade de Antônio Bezerra e adjacências. Com a transferência de propriedade da matriz da Farmácia Frota para o seu sobrinho Dr. Valter, o seu fundador, aos 71 anos, em 2011 instala mais uma Farmácia Frota no bairro Vila União, no modelo de Farmácia Comunitária, criada pelo Conselho Federal de Farmácia. Além de 05 outras Farmácias Frota de propriedades dos seus sobrinhos farmacêuticos: Dr. Bruno, Dr. Gisley, Dr. Iverlano, Dr Ivo e Dr. Valter.

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Por Dr. Francisco Frota Filho

Jaime Tomaz de Aquino

Capacidade Empreendedora do Empresário Nordestino.

Nasceu em Jaguaribe sertão do Ceará, órfão, ainda menor, passou a viver com D. José Terceiro, na época vigário da cidade de Pereiro-CE. Por orientação do padre Terceiro, estudou na Escola Apostólica dos Jesuítas, em Baturité-CE.

Atingindo a maioridade, foi prestar o serviço militar obrigatório, no período em que se deflagrava a 2a. Guerra Mundial, sendo licenciado como Ex-Combatente.

Foi caminhoneiro nas estradas do Nordeste e do Brasil, quando, por acaso, descobriu que levar castanhas de caju do Ceará para São Paulo seria um bom negócio, e começou, então a vender sacas de castanhas nas confeitarias e fábricas de chocolates. A clientela cresceu, e daí surgiu a idéia da Instalação de uma Industria de beneficiamento de castanha de caju, que afinal, foi fundada em 1.962, com a denominação de COMPANHIA INDUSTRIAL DE ÓLEOS DO NORDESTE - CIONE, gerando, hoje mais de 02 (dois) mil empregos diretos, com uma exportação que atinge a cifra de cerca de 30 milhões de dólares anuais.

Além da industrialização da castanha de caju, Jaime Aquino sen-

tindo a escassez da matéria-prima, entrou na área da produção, sendo hoje considerado o maior plantador de cajueiros do mundo, tendo, aproximadamente 90/100 mil hectares de plantação de cajueiros em suas fazendas denominadas: Fazenda Uruanan, Fazenda Pimenteira, Fazenda Jacaju, Fazenda JK I, Fazenda JK II, Fazenda Santos Dumont, Fazenda Tronco do Ipê no Ceará, Fazenda Planalto, Fazenda Alvorada, Fazenda Esplanada, Fazenda Serra Nova, Fazenda São Vicente no Piauí, no município de Pio IX, num total, aproximadamente de 100 mil hectares.

Em todas as suas Fazendas foram construídas casas para os colonos, com água, instalações elétrica e sanitárias, com ruas pavimentadas, com televisão comunitária, posto de saúde, atendimento odontológico, escola primária, igreja católica e templos evangélicos - como uma verdadeira cidade.

rito do Exercito - 1992; - Medalha do Mérito Agropecuário João Mendes O. de Melo -1992; - Diploma e Prêmio Parceiros de Visão - Sec. De Turismo do Ceará - 1998; - Medalha João Lima dos Santos - 1995;

- Troféu da Comissão Desportiva Militar do Brasil - 1997; - Troféu “Trompa do Caçador” 23º Batalhão de Caçadores - 1998; - Troféu Mérito de Fruticultura - 1999;

- Medalha do Mérito Gen. Prof. Aryone Brasil - 1999; - Medalha José Martiniano de Alencar - PMCe - 2000; - Diploma Sócio Benemérito da PM - 2000; - Medalha Marechal Trompowsky - Magistério Militar - 2000; - Diploma Honra ao Mérito - Ag. Brasileira de Inteligência - 2000; - Troféu da Base Área de Fortaleza e da Aviação de Caça - 2001; - Diploma Empresário do Ano - Rotary Clube de Fortaleza2001; - Troféu e Diploma Batalhão Marechal Castelo Branco - 2001;

ALGUMAS HOMENAGENS:

- Sereia de Ouro - Grupo Edson Queiroz - 1980; - Produtor Modelo

- Ministério da Agricultura - 1980 e 1982; - Prêmio Produtor Rural - Ministério da Agricultura - 1981;

- Prêmio Produtor Modelo - Ministério da Agricultura -1982; - Medalha da Abolição - Governo de Estado - 1987; - Medalha do Mérito Industrial - FIEC -1990 e 1999; - Medalha colaborador Emé-

- Medalha Marechal Mascarenhas de Moraes - FEB - 2001; - Medalha Mérito Bombeiro Militar - Gov. do Estado - 2002; - Medalha do Mérito Rural - Prof. Prisco Bezerra – FAEC - 2002; - Diploma Destaque Empresarial - 2002; - Troféu Soja de Ouro Honorífico – Barreiras Bahia –2002; - Medalha Celso Nunes – MéritoRotário Distrital. - 2004. Dentre outras condecorações.

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“CIONE, gera hoje mais de 2 mil empregos diretos.”
EMPREENDEDORISMO SR. AQUINO

Quitutes do Tio Bil

O seu dia com gostinho de quero mais.

Lasanha de Pão com Calabreza e Azeitona

Preta

Ingredientes:

- Dois pacotes de pão de forma;

- 500ml de leite para molhar;

- 1kg de calabresa picada, frita e acebolada;

- 100g de azeitonas pretas;

- 200g. de mussarela fatiada;

- 200g de queijo qualho;

- 100g de queijo parmesão para polvilhar.

Ingredientes do molho branco:

- 1 litro de leite;

- 1 cebola ralada;

- 100g de margarina;

- 50g de farinha de trigo;

- 200g de creme de leite;

- Sal a gosto.

Modo de fazer: Refogue a cebola na margarina, junte a farinha de trigo, acrescente o leite aos poucos, mexendo sempre para ferver e encorpar.

Montagem da Lasanha: Em uma refratária, acomode camadas de pão, molhe com leite, arrume a calabresa, a mussarela, o queijo qualho, finalize com o molho e o queijo parmesão e leve para assar.

Quiche Lorraine

- 1 ovo;

- 50ml de água;

- farinha de trigo suficiente.

Modo de fazer:

Misture a manteiga com o ovo e a água, acrescente a farinha de trigo até soltar das mãos, forre uma forma para quiche com a massa e préasse.

Ingredientes do Recheio:

- 3 colheres de sopa de manteiga;

- 1 cebola picada;

- 400g de creme de leite;

- 6 ovos;

- 100g de bacon picado e frio;

- 100g de queijo parmesão;

- 200 de mussarela;

- Queijo e orégano para polvinhar.

Ingrediente da massa:

- 200g de manteiga;

Modo de fazer o recheio: Refogue a cebola na manteiga, deixe esfriar levemente, acrescente o bacon, a mussarela, o parmesão, os ovos e o creme de leite, acomode essa mistura sobre a massa, polvilhe o parmesão e leve para terminar de assar, pode-se fazer em forma de porção individual.

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CULINÁRIA RECEITAS Por Solange Sousa

Sr. Aquino

Relembrando os antigos moradores da Av. Mister Hull, que foram testemunhas oculares de um passado nostálgico, onde abrigou os primeiros moradores que foram marcos na história do nosso bairro de Antônio Bezerra, que é o primeiro bairro para quem chega a cidade de Fortaleza e o ultimo para quem sai da cidade para a zona norte. Destacamos entre vários moradores um personagem que contribuiu para o engrandecimento do nosso bairro, esquecido pelo tempo e pelas novas gerações. Este homem sempre esteve a frente do seu tempo, um sonhador, um idealista, um socialista. É sobre este homem que vamos relembrar, sua trajetória, suas realizações e persistência.

Existiu na esquina da rua Dr. Vale Costa com a Av. Mister Hull, onde hoje está localizado um condomínio residencial, uma residência e ponto comercial de nº 4915 pertencente ao Sr. Aurélio Uchoa de Aquino, mais conhecido como Seu Aquino. Nascido na cidade de Lavras da Mangabeira em 1918, veio para a cidade de Fortaleza em meados de 1930 para residir. Em janeiro de 1957 compra uma residência no então Barro Vermelho onde passa a morar com a família. Em março de 1958 inicia em sua residência um comércio de tecidos e alumínio, vale ressaltar, que foi a primeira e única loja de tecidos do bairro até o presente momento. Sua casa era alta com duas portas grandes além de duas janelas.

Dentro da loja existia um balcão de madeira que dividia o espaço entre cliente e seu Aquino que geralmente atendia seus fregueses com grande cortesia. Ao fundo da loja

existia três prateleiras de madeira, duas repletas de tecidos, onde podia-se encontrar peças de Tricoline, Brim Inglês, Tergal, Chita, Mescla, Popeline e Volta ao mundo, tecidos usados na época, além de uma variedade de produtos e assessórios como zíper, botão, agulhas e uma variedade de linhas de cores. Na outra prateleira era repleta de bacias, panelas de alumínio. Seu Aquino tinha uma clientela dos mais variados bairros tais como Floresta,

Foram libertos horas depois pelo Dr. Ruy Farias.

hoje Padre Andrade, Casas Populares, (Henrique Jorge) Coqueirinho (Parquelandia) Boatan (Parque rio Branco) e adjacências.

Seu Aquino gostava muito de política partidária, sempre lia muitos jornais e revistas além dos livros, a maioria socialista. Homem de ideias marxista-leninista, era simpatizante do Partidão como era conhecido os integrantes do PCB. Tive o privilégio de conhecê-lo e discutir muitos temas políticos nacionais e internacionais, era uma enciclopédia de conhecimentos de uma cultura fascinante.

Chamado pelos conservadores de comunista. Chegou e ser preso pelos militares em 1965, juntamente com outros simpatizantes do PCB no bairro, entre eles: Sr. João Lima, Juarez, Antonio Silva e meu pai José Augusto além de outros.

Era casado com D. Maria Hilza Botão de Aquino, deste casamento tiveram os filhos: Roberto Botão de Aquino, Ivan Botão de Aquino, José Botão de Aquino, Luiz Botão de Aquino, Aurélio Uchôa de Aquino Filho, Heloisa Botão de Aquino, Aurisa Botão de Aquino, Denise Botão de Aquino, Isa Botão de Aquino e Marisa Botão de Aquino. Em 1973 seu Aquino decide iniciar um novo tipo de comércio, vende sua casa para a família Romcy e compra um imóvel residencial pertencente ao Sr. Expedito Siqueira na rua Tenente Queiroz esquina com a rua Coronel Joaquim Leitão, compra a sorveteria EDU pertencente ao Sr. Carlos Eduardo, onde passa a industrializar sorvetes e picolés. Posteriormente transformada em Sorveteria Ideal, atualmente tem o nome comercial de Sorbetto que atua no mercado de sorvetes desde 1991, tendo como seu fundador o Sr. Roberto Botão de Aquino, que não por acaso tinha como referência e herdado o gosto por essa atividade do seu pai Aurélio Uchoa de Aquino, homem íntegro, do qual adquiriu valores morais e éticos incontestáveis.

Em 2009 seu Aquino recebe a “ Comenda Barro Vermelho” concedida pelo Conselho Comunitário de Defesa Social do Bairro, homenageando os 70 anos de fundação do bairro. Esta medalha é o reconhecimento daquelas pessoas que prestaram grande serviço ao nosso bairro.

Em 27 de maio de 2010 seu Aquino veio a falecer, deixando um imenso vazio na vida política e comercial do nosso Antônio Bezerra.

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RECORDAÇÕES
Um homem sempre a frente do seu tempo.
Por Valentim Santos, Professor, Historiador e Sociólogo

O Paroquiato do Padre João Pessoa

Uma vida dedicada ao sacerdócio

Pe. João Pessoa de Carvalho, natural de Senador Pompeu-CE, tendo como pais o Sr. José Pessoa de Carvalho e dona Francisca Pessoa Moura.

Nasceu a 19 de abril de 1929. Fez o curso primário na cidade natal, sendo matriculado no seminário da Prainha no ano de 1942, quando se celebrou a missa de 1 ano da morte do Chico Barbosa da Aldeota. Passou 13 anos interno cursando todas as disciplinas da admissão ao ginásio até o 4° ano de teologia, ordenando-se no dia 04 de dezembro de 1954, quando era arcebispo de Fortaleza Dom Antônio de Almeida Lustosa.

Em fevereiro de 1955 foi nomeado Vigário Paroquial de Itapipoca. Em maio do mesmo ano foi chamado para substituir o pároco de São Gerardo - Pe. José Afonso Ponteque tirou férias para repouso. Seu trabalho em São Gerardo foi provisório, pois seu destino era assumir a paróquia de Jesus, Maria e José. Nomeação e posse na paróquia de Antônio Bezerra em 05 de junho de 1955.

No dia 05 de junho o Pe. João Pessoa de Carvalho foi investido do múnus de Vigário ecônomo da nossa paróquia. Dois sacerdotes o orientaram para o seu paroquiato: Mons. Hélio Campos que lhe disse: “Pe. João você vai para Antônio Bezerra, enterre-se na areia”. Mons. Gaspar, pároco do Carmo, lhe disse: “Só faça o que puder, não queira o impossível”. Deste aconselhamento

surgiu um lema de trabalho: aculturamento e perseverança.

Algumas realizações:

- O Pe. Jairo Ferreira da Silva concluíra a Casa Paroquial em terreno doado pela Srta Georgia Bezerra de Menezes, filha de Antônio Bezerra de Menezes.

- O novenário dos padroeiros Jesus, Maria e José se realizou como era costume no mês de setembro. A participação do povo surpreendeu aos organizadores, as ofertas em dinheiro foram suficientes para um reparo geral na igreja.

- Realiza uma limpeza no forro de madeira da Igreja que estava arreando.

- Os padres do Sagrado Coração construíram a Escola Apostólica Nossa Senhora de Fátima, bairro de Cachoeirinha, hoje Pe. Andrade.

- Inaugura a capela cujos trabalhos foram iniciados em 14 de fevereiro de 1954.

- A Catequese, já estava bastante organizada. O catecismo contava com a cooperação dos religiosos da paróquia e da escola apostólica São Vicente de Paulo, Escola Apostólica Nossa Senhora de Fátima, patronato da Sagrada Família e Ginásio Santa Isabel.

- As páscoas coletivas se realizaram de abril a maio com 7 grupos especializados e pregadores diferenciados, a estrutura paroquial já estava pronta, pois a pa-

róquia funcionava desde 1946.

- As associações religiosas eram: Apostolado da Oração, Mães Cristãs, Filhas de Maria, Doutrina Cristã e Vicentinos.

- Dom Antônio de Almeida Lustosa, realizou visita pastoral em 1957. Fez mais uma vistoria geral na organização do tempo e arquivos paroquiais. Não havia ação pastoral e nem missionária. Com a realização do concilio ecumênico vaticano II, que se iniciou em 1962, a renovação na vida da igreja chegou a paróquia de Antônio Bezerra.

- Começavam os primeiros projetos de pastoral de conjunto. Graças aos planos de pastoral que foram surgindo, a juventude passou a se organizar em grupos de estudo, trabalho, recreação e esporte. O engajamento na liturgia, corais, catequese foi o campo de apostolado da turma jovem.

O padre João Pessoa dedicou 26 anos e 9 meses de sua vida a comunidade de Antônio Bezerra de onde saiu para assumir a Paróquia de Nossa Senhora do Carmo onde permaneceu até sua morte em 07 de agosto de 2014.

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HISTÓRIA PE.JOÃO PESSOA Por Terezinha Pessoa Moura
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Capitão Silva

Menino de Rua que se tornou oficial da PM

Nasci no estado do Ceará, na cidade de Crato, em um local especificamente conhecido como Baixio das Palmeiras. Tive a infelicidade de perder meus pais quando ainda era bem jovem, minha mãe com apenas quatro anos de idade e meu pai aos sete.

Um ano depois do falecimento de meu pai, abandonei o local de nascimento e fui viver na cidade do Crato. Como não tinha onde morar, dormia nas ruas abrigando-me na porta da Igreja São Francisco, de onde fui expulso várias vezes, tendo que perambular por vários locais daquela cidade, sozinho e abandonado.

Nessa mesma época, o povo da cidade passou a me apelidar de “Já Morreu”, já que era tão franzino e sujo.

Por um bom tempo morei no cemitério da cidade e saia pedindo restos de comida pelas casas para me alimentar, às vezes recebia, outras vezes ficava sem nada para o almoço ou jantar. Quando conseguia algo para comer ia até a Praça São Vicente, lavava o rosto e dormia nos bancos da praça ou nos arredores.

Em outra ocasião, a Feira da Rapadura foi meu local de recolhimento onde dormia enrolado numa esteira ou numa barbearia, muitas vezes, rodeado de baratas por toda a noite até o amanhecer. Dessa vez o apelido era outro, passaram a me chamar de “Zé Gobira”.

Já maior, fui trabalhar como gari na Prefeitura Municipal do Crato,, dormia dentro do caminhão de trabalho e acabava acordando devido

as baratas que lá também corriam sobre todo meu corpo.

Revezava esse emprego com outros, quando saia ia lavar carros, fazer serviços de chapeador, vender picolés ou pirulitos, retornando no dia seguinte ao trabalho de gari.

Em 1971 recebi um convite para trabalhar na construção da Transamazônica como servente de pedreiro, passei apenas seis meses e voltei novamente para o Crato. Sem condições de me sustentar ainda, continuava pelas ruas daquela cidade como antes tinha sido.

Minha condição de vida era precária, paupérrima, possuía apenas uma cueca, uma camisa e uma bermuda. Para lavar minhas roupas, tinha de ficar apenas de cueca e logo após esperar que as mesmas secassem em meu corpo.

Recebi um outro convite para trabalhar fora do estado do Ceará, dessa vez no estado da Bahia, na construção da ponte Rio Salgadinho, lá fui eu novamente, mantiveme por algum tempo lá, depois fui à cidade de Recife, onde trabalhei como “galego”. Meu objetivo era o de conseguir organizar minha vida e sair daquela pobreza absoluta em que me encontrava morando pelas ruas da cidade.

À frente chegou a época de me apresentar ao exército brasileiro, alistei-me e passei a servir na Companhia do Tiro de Guerra do Crato, o ano era de 1976.

Quando saí do exercito fui trabalhar no Crato Hotel, logo depois meu amigo José Welington de Miranda convidou-me para trabalhar como trocador de ônibus em Fortaleza. Durante à noite estudava no primário cursando a quarta série.

Trabalhei em várias empresas em Fortaleza e no ano de 1979 resolvi fazer o concurso para a Polícia Militar do Estado do Ceará, onde fui aprovado na função de soldado.

Fiz o curso para cabo, promovendo-me logo então a terceiro sargento, segundo sargento, primeiro sargento, subtenente e tenente; atualmente ocupo o cargo de capitão da Polícia Militar do Estado do Ceará, com muita honra e orgulho, pois nunca me desanimei diante das dificulda-

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SUPERAÇÃO CAPITÃO SILVA Por José Gonçalves da Silva, Capitão da PMce

des que encontrei pelo caminho. Já trabalhei em diversos postos da corporação da polícia militar e hoje como capitão, faço parte da Coordenação de Disciplina do Ensino Fundamental I, do Colégio da Polícia Militar de Fortaleza.

Não esqueço jamais de todos os meus amigos do Crato, lembrarei de todos eles por toda a minha vida.

Nesse meu testemunho de vida carrego comigo a missão de incentivar a todos os jovens, principalmente os menores abandonados, digo-lhes que lutem como eu lutei em minha vida por dias melhores.

Mostro-lhes que o estudo e o trabalho são fundamentais para que consigam melhorar suas vidas e que não desistam nunca de lutar por dias melhores, pois a esperança e a fé em Deus, também são muito importantes para que alcancemos nossos objetivos, nossos sonhos e nossa felicidade.

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ACampanha da Fraternidade esse ano tem como tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir” (cf. Mc 10, 45). O Tema escolhido pela CNBB com o objetivo de inserir a CF nas comemorações do jubileu de encerramento do Concilio Vaticano II. Já o lema “Eu vim para servir” nos lembra muito a proposta do Documento de Aparecida (Texto conclusivo da V Conferencia Geral do Episcopado Latino-Americano e do Carine de 13 a 31 de maio de 2007 em Aparecida) do qual gostaria de fazer uma pequena partilha.

Eu vim para servir, pois eu vim para ser um Verdadeiro Discípulo Missionário.

Os parágrafos do Documento de Aparecida que separei para nossa meditação:

18. Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou aos nos chamar e nos escolher...

147. Jesus saiu ao encontro de pessoas em situações muito diferentes: homens e mulheres, pobres e ricos, judeus e estrangeiros, justos e pecadores... Convida-los a segui-lo. Hoje continua convidando a encontrar nele o amor do Pai...

347. “A Igreja peregrina é missionaria por natureza, porque tem sua origem na missão do Filho e do Es-

pirito Santo, segundo o desígnio do Pai”. Por isso, o impulso missionário é fruto necessário à vida que a Trindade comunica aos discípulos.

349. O chamado de Jesus no Espírito Santo e o anuncio da Igreja apelam sempre à nossa acolhida, que a fé nos confia. “Aquele que crer em mim tem a vida eterna”. O batismo não só purifica dos pecados. Faz renascer, conferido-lhe a vida nova em Cristo...

352. Dos que vivem em Cristo se espera um testemunho muito crível de santidade e compromisso. Desejando e procurando essa santidade não vivemos menos, e sim melhor, porque, quando Deus pede mais, é porque está oferendo muito mais: “Não tenham medo de Cristo! Ele não tira nada e dá tudo!”

362. Assumamos o compromisso de uma grande missão em todo o Continente, que de nós exigirá aprofundar e enriquecer todas as razões e motivações que permitam converter cada cristão em discípulo missionário. Necessitamos que cada comunidade cristã se transforme num poderoso centro de irradiação da vida em Cristo. Por isso, é imperioso assegurar momentos de oração comunitária que alimente o fogo de um ardor incontido e tornem possível um atraente testemunho de unidade “para que o mundo creia” (Jo 17, 21).

364. Fixamos o olhar em Maria e reconhecamos nela a imagem per-

feita da discípula missionária. 545. Conscientes de que a missão evangelizadora não pode estar separada da solidariedade com os pobres e sua promoção integral, e sabendo que existem comunidades eclesiais que carecem dos meios necessários, é imperativo ajudá-las, imitando as primeiras comunidades cristãs, para que verdadeiramente se sintam amadas...

Uma Igreja inteiramente animada e mobilizada pela caridade de Cristo, Cordeiro imolado por amor, é a imagem histórica da Jerusalém celeste, antecipação da cidade santa, resplandecente de glória de Deus.

Conclusão:

Diante de tudo que vimos, a Santa Madre Igreja nos desperta através da Campanha da Fraternidade 2015 e do Documento de Aparecida, a sermos mais humanos e sensíveis aos irmãos e irmãs que sofrem diariamente, sofrimento de dores e mágoas da alma, e sofrimentos das necessidades necessárias para viver com dignidade.

Nossa missão é sermos Verdadeiros Discípulos Missionários do Senhor a exemplo de Maria Santíssima, e com muita alegria servir.

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ESPIRITUALIDADE Vim para Servir
Por Márcio Humberto, Comunidade Católica DOM
“ Eu vim para ser um verdadeiro discípulo missionário.”

Saúde e Bem-Estar

No nosso país, durante muitos anos e ainda agora, a grande preocupação e promessa de nossos políticos sempre foi dar comida aos famintos. No Brasil, eles sempre chegaram a milhões e o Lula, que foi Presidente, em seu primeiro discurso inaugural, exaltava que sua meta seria garantir pelo menos duas refeições por dia a todos os Brasileiros. Não posso afirmar se o objetivo foi alcançado, mais enfim não viemos aqui para tratar de política, o importante é frisar o outro lado da moeda, a nutrição que continua a ser um problema já que agora o que nos preocupa é o extremo, as pessoas que comem de forma não orientada, conclusão, está aumentando assustadoramente o número de pessoas com excesso de peso ou com obesidade mórbida, o ponteiro virou para o outro lado.

Nas grandes cidades é sempre os pratos cheios, aumentando o poder calórico da população. Basta ficar um tempo observando as pessoas que transitam, ou que estão numa fila, numa parada de ônibus, num

banco, num hospital e assim por diante. Como falamos aqui no nosso querido nordeste “O Bucho cresceu” amigo leitor, a barriga aumentou, o andar é lento.

Olhamos os jovens, com blusas mais frouxas, calças mais largas, estilo GG. A maioria nem se incomoda, passa longe das dietas e academias de ginástica, às vezes, achando caro R$ 50,00 Reais pelo mês todo de exercício, enquanto uma pizza custa o mesmo valor, mas porém, o corpo começa a pagar, começam a aparecer doenças crônicas, hipertensão, diabetes, cardiopatias, enfim, o número de AVC’s e infartos só aumentam.

Então o alerta está dado. A todos um desafio em pauta, podemos combater esse mal com mais exercícios e pouco remédio, com mais exercício e menos comida. Como diz nosso ditado popular, “melhor prevenir que remediar”.

O número de academias de ginástica aumentou em todos os bairros, inclusive no nosso. Procure

uma orientação profissional, com exercício físico aliado a bons hábitos alimentares, hoje conhecidos como medicina preventiva, você pode viver melhor, ter mais longevidade e qualidade de vida. Muitos estudos já provam isso, então a dica que passo para vocês é: não espere a doença chegar devido a maus hábitos, antes que isso ocorra, procure profissionais capazes de cuidar de sua saúde, educadores físicos, nutricionistas, porque a obesidade não escolhe classe social, cor, sexo e muito menos idade.

Desejo um 2015 de muita saúde a todos.

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Procure uma orientação profissional, com exercício físico aliado a bons hábitos alimentares.”
Prof: Miguel Ângelo Santil Educador Físico: CREF 3999/ Esp. Fisiologia do Exercício e Prescrição de Treinamento/ Professor de Jiu-Jitsu

Retífica

Rua: São Vicente de Paulo, 49 (atrás da rodoviária) Antônio Bezerra

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Mulheres Guerreiras

Construtoras da História.

todos possam viver com plenitude. “ Eu vim para que todos tenham vida” (João 10:10). É a mulher que conheceu a história dos profetas de antes, denunciando as injustiças e anunciando a vinda do Messias pra salvar a humanidade.

Para falar sobre mulher, ressalto as condutoras de histórias das lutas populares que transformam vidas e conduzem à humanização, como Maria, personagem bíblica migrante, em busca de abrigo para parir o filho, devido a perseguição política do Rei Herodes, a mulher que contesta o poder opressor e conclama todos a transformar aquela realidade de injustiça social: “Derruba do trono os poderosas e eleva os humildes” (Lc 1.52) a mesma, morou na África vivendo no Egito, e conheceu a história de quarenta anos de luta de Moisés e sua irmã Mirian para libertar os escravos, andando como nômade, em busca da “terra prometida”, uma espécie de quilombo.

Falar de Maria é entender uma mulher que viu o filho como preso político, sendo torturado até a morte e não recuar, estando sempre ao seu lado afirmando o projeto de um reino de justiça, amor e, sobretudo, de liberdade, do corpo e do espírito para que

São tantas as mulheres guerreiras, que não caberia neste espaço destacálas, porque elas se apresentam em diversas frentes de lutas transformadoras da realidade, a exemplo de Anita Garibaldi, que participou de guerras no Brasil e na Itália ao lado do marido, como Maria Bonita no cangaço ao lado de Lampião, como Olga Benário, judia que foi entregue aos nazistas, como Bárbara de Alencar, que lutou no movimento abolicionista, pelo fim da escravidão no Brasil, como Dandara, que lutou no Quilombo dos Palmares ao lado de seu companheiro Zumbi, como Chiquinha Gonzaga, que na vida de artista enfrentou o machismo, o preconceito e defendeu o fim do escravismo, como Margarida Alves, que como camponesa e sindicalista enfrentou o latifúndio, Irmã Doroti, que como religiosa defendeu o meio ambiente contra o desmatamento da Amazônia, Irmã Filomena, que, como freira, esteve ao lado dos agricultores no Maranhão, defendendo a reforma agrária, Rosa Luxemburgo líder política, filósofa e uma das principais revolucionárias marxistas do século XIX, dentre outras.

Mulheres camponesas, negras e indígenas, quebradeiras de coco, descascadoras de macaxeira, catadeiras de algodão e feijão, que enfrentam o sol ardente ou a chuva, formando coro com a oralidade de

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ESPECIAL MULHERES
Leonardo Sampaio Educador Popular e Pedagogo

cantigas populares em momentos de trabalho desvendando suas culturas ancestrais, indígenas e africanas, fazendo a circularidade com as danças de coco, ciranda e capoeira, ou a espiritualidade indígena com o Torem, pisando o chão como símbolo de gratidão à Mãe Terra, por parir a vida e alimentar o corpo.

Falo também sobre as mulheres de religiões de matrizes africana, as Mães de Santo, que invocam os orixás, seus deuses, pra confortar a vida a partir da natureza, do alimento e do sacrifício pra libertarse.

As mulheres poetas, escritoras que trazem em suas escritas a inspiração da mulher mãe que se torna cuidadora, ocupando todas as dimensões de carinhos, conforto, ternura e necessidades pessoais dos(as) filhos(as). Há também as mães que vendem o corpo como profissão, como trabalhadoras, utilizando a sexualidade pra sustentação da vida e as tornam felizes.

As professoras, que transmitem o conhecimento e absorvem o saber de cada aluno ou aluna trazidos do seio da família, ou das ruas, nos ambientes coletivos, esportivos, culturais, religiosos ou até da marginalidade o que tornam essas mulheres não mais só professoras, mas parte da família, como tias e educadoras.

Não posso deixar de fora as feministas que lutam em defesa de direitos iguais; das mulheres negras que lutam por dignidade, enfrentando o racismo e o preconceito, mesmo trazendo na pele, no cabelo e no corpo a beleza do ser negra; as rezadeiras (curandeiras ou benzedeiras) que trazem da ancestralidade africana, o poder da mediunidade e o uso das plantas para afastar doenças nas pessoas; das que fazem parte da política nas casas legisladoras; as executoras de gestões públicas que buscam sensibilizar por um poder de Estado humanizado; as feministas lésbicas que lutam contra o preconceito, a discriminação e o direito de amar e viverem sua sexualidade livres.

É assim meu olhar e compreensão pro papel da mulher na sociedade, em que todas as Marias, Rosas, Lúcias, Luzias, Célias, Veras, Anas, Ângelas, Sandras, Fátimas, Francinetes, Artemizas, Franciscas, Marinas, Elianes e outras que cumprem missões de ternura e construção de uma sociedade justa e fraterna em que o amor constrói a paz.

“Maria, Maria, é um dom, uma certa magia. Uma força que nos alerta.Uma mulher que merece viver e amar. Como outra qualquer do planeta.” (Milton Nascimento e Fernando Brant).

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“São tantas as mulheres guerreiras, que não caberia neste espaço destacá-las.”

Eu vim para servir

É com o lema da Campanha da Fraternidade 2015, que descrevo a trajetória do jovem seminarista

José Augusto Leitão

Brasileiro. Augusto é o segundo filho do casal Bartolomeu

Brasileiro e Regina Leitão, tendo como irmãs Isabel e Beatriz, de famílias tradicionais do bairro de Antônio Bezerra em Fortaleza.

Na missa de Envio ao seminário arquidiocesano, dia 18/01/2015, na Igreja Jesus, Maria e José, com a presença de familiares e amigos, todos felizes com a pregação do Pároco, Padre Marcos, também, esse público ficou atento ao pronunciamento que Jose Augusto fez, detalhando sua caminhava até o primeiro “sim” e disse:

“Com oito anos de idade, em 2005, fiz minha primeira comunhão; no ano seguinte passei a fazer parte do Ministério de Coroinhas. Foi nesse período que senti uma inquietação no coração, algo que eu não sabia compreender, mas que aos poucos foram traduzidos. Principalmente, quando entrei no Movimento do Jovem Católico, trabalhando junto ao Pe. Marcos, fundador da obra; participava do grupo Filhos da Rainha da Paz e fiz parte dos jovem que foram a Jornada Mundial da Juventude, em 2014, no Rio de Janeiro. Tudo aconteceu para que eu compreendesse o chamado de Deus, para servir o sacerdócio. Assim sendo, Senhor aqui estou!”

Esse chamado que dava inquietação, lembra o que o menino Samuel sentia e que perguntava a seu sacerdote Eli se ele havia lhe chamado. Augusto pode encontrar vários “Eli” que orientaram e hoje ele disse, aqui estou. Se for da tua vontade Senhor, vou servir o Ministério Sacerdotal.

João Batista alegrou o mundo

São João Batista é lembrado como uma pessoa que viveu com muita seriedade e com muito rigor, na austeridade e na penitência, anunciador da verdade e da justiça, prometendo tempos bons e o futuro tão esperado pela humanidade. Foi consagrado de tal modo, que ainda no seio materno, ele exultou com a chegada do Salvador da humanidade e seu nascimento trouxe grande alegria ao mundo. É a esterilidade de seu Pai, Zacarias, que se transformou em fecundidade e o homem mudo, passou a ser um profeta corajoso e exuberante (cf. Lc 1, 57s).

O Evangelho de São João, logo no início, trata do batismo realizado por João no Rio Jordão, batizando o autor do batismo nas águas santificadas, tendo como ponto alto o seu encontro com Jesus, que ao ver passar, reconhece-o e assim se expressou:“Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo” (Jo 1, 29).

Para vivermos bem e realizados, é necessário que se faça o seguimento de Jesus, que tem origem no seu projeto de amor para conosco, através da experiência central e decisiva, na obediência ao projeto do Pai em favor da humanidade, a exemplo de João Batista, que recebeu a imprescindível missão de testemunhá-lo como luz e desse modo preparar um povo bem disposto a acolhê-lo.

A afirmação de Jesus, “Eis-me aqui, ó Pai, para fazer a tua vontade” (Hb 10, 9), nos indica o caminho da verdade e da vida, através próprio Filho Deus, que ao se encarnar e entrar no mundo realiza a vontade daquele que o enviou. Daí a importância de olhar para a grandeza do precursor, do homem que se alimentava de gafanhotos e mel da selva, figura humana e divina, que recebeu o maior do todos os elogios do seu Mestre e Senhor, ao afirmar: “Dos nascidos de mulher, ninguém é maior que João Batista” (MT, 11, 11).

Deus nos dê a graça da esperança, de sempre sonhar com tempos novos, quando nos assegura que podemos ser maior que João Batista, transformando-nos em artífices do reino de Deus, na busca da justiça e da verdade, da solidariedade e da paz, no caminho do bem.

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Por: Francisco Pessoa Jornalista
MISSÃO AONDE MANDAR EU IREI Confira mais no site: BairroAntonioBezerra.Com.Br
Por: Padre Geovane Saraiva Arquidiocese de Fortaleza
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