RevistaBAB - Ano 7 - 17ª Edição

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EDITORIAL Caríssimos, babinhos e babinhas, leitores e internautas da revista e do site BAB, na presente edição de nossa 17ª revista, escolhemos o tema Autismo com o lema Respeito, inclusão e igualdade, uma luta diária para pessoas portadoras do TEA (Transtorno do Espectro Autista) que buscam por uma educação diferenciada além da inclusão na sociedade. A ONU (Organização das Nações Unidas) em 2007 instituiu o 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, nessa data pontos turísticos do mundo todo se iluminam de azul (cor escolhida por haver, em média, 4 homens para cada mulher com TEA). A revista de nosso bairro sempre traz temas de relevância social para ser debatido entre nossos moradores sendo uma excelente opção para divulgar empresas que investem em nossa comunidade, tem boa impressão, bom conteúdo, layout profissional e principalmente agrega valor de forma recíproca. Temos como objetivo primordial o resgate de nossas memórias e valorização dos moradores da comunidade, identificando-os como protagonistas de nossa história. É muito importante ter o carinho recebido através das nossas redes sociais, encontradas na capa de nossas edições, por você que vem acompanhando nosso trabalho de comunicação no bairro ou que pela primeira vez está com esse exemplar nas mãos. A Revista BAB traz um conteúdo exclusivo e de qualidade para promovermos o bairro Antônio Bezerra em cada edição lançada, com uma diversidade de temas, objetos de reflexão e referenciais atuais. Desejamos que a leitura dessa revista seja proveitosa!!!

Nossa Capa: Por: Rubênio Lima

Inácio Rocha

Expediente Revista e Site BAB www.bairroantoniobezerra.com.br CNPJ: 12.711.394/0001-75 Jornalísta Responsável: Inácio Rocha Diagramação: Viviane Rocha Digitação: Victória Rocha (85)

989390281/ 98633.9404/ 98841.7336

Email: atendimento@bairroantoniobezerra.com.br

Os anúncios e produtos anunciados nesta revista são de inteira responsabilidade das empresas ou indivíduos que os representam e assinam. As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não representando necessariamente a opinião da revista.



HISTÓRIA RETROSPECTIVA Por Valentim Santos Professor, Historiador e Sociólogo

O tempo das TERTÚLIAS

no bairro ANTÔNIO BEZERRA Em busca de diversão nos salões.

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o início da década de 70 a diversão existente no bairro Antônio Bezerra para a maioria dos jovens e adolescentes, eram as saudosas Tertúlias. A palavra Tertúlia vem do termo Espanhol tertulia, que significa “reunião ou assembléia familiar, pequena reunião de pessoas”, sendo classificada também como um grupo de pessoas próximas, que têm algo em comum, isto é, lutam por um mesmo objetivo. A tertúlia entrou na Língua Portuguesa, através do castelhano, e o significado da palavra vem, principalmente, dos séculos XVII e XVIII. As noites de sábado e domingo eram momentos sagrados de diversão no bairro Antônio Bezerra, quando as tertúlias eram realizadas nas residências dos moradores. As diversões eram bem democráticas, muitas vezes as pessoas não se conheciam, eram momentos para fazer novas amizades. As tertúlias eram apenas reuniões nas casas dos moradores do bairro, quem iam para dançar músicas ao som das radiolas onde, eram tocados os famosos discos de vinil, ou fitas cassetes. Nessa época, existiam gravadores de rolo de fitas com várias horas de gravações utilizados nos equipamentos fonográficos, onde se dançava músicas internacionais, as mais românticas. Só se dançava bem agarradinho embalados nas músicas de Elton John, Bee Gess, Os Pholhas, Morris Albert,

Sarah Mclachlan, Super Eróticas, Alexandra Burke e Década Explosiva, além de outros sucessos românticos. A música mais tocada nas tertúlias era Je T´aim moi non plus e Rock And Roll Lullaby. Geralmente as salas era os locais escolhidos para realizar as festas. Nesta época, os LPs (Long Playing) e as fitas cassetes eram as mais utilizadas nos equipamentos de som. Nas grandes casas, ou pequenas, o ritual era o mesmo, radiolas no canto da parede, caixas de som espalhadas na sala e uma pessoa controlava as músicas, era uma espécie de discotecário da época. A iluminação era luz negra ou vermelha. Existiam os globos giratórios com espelhos pendurados no teto da sala. Nos finais de semanas, à noite, as pessoas se reuniam na pracinha da igreja, para saber onde existia uma tertúlia no bairro. Sabendo onde, as pessoas se dirigiam para os locais indicados. As mais famosas eram na casa do João Cesar, na rua Martins Neto e na casa do Teogênes, na rua Hugo Victor. João Cesar tinha uma imensa discoteca de músicas românticas para tertúlias, além de vários equipamentos de som, que eram alugados para as festas. Outro local preferido, era o auditório do Patronato da Sagrada Família, lá acontecia uma vez por mês uma grande tertúlia, sempre lotada, onde os casais dançavam os sons dos grandes sucessos internacionais da época. Era cobrado um preço simbólico, o qual, era revestido para as obras da igreja Jesus Maria e José. Outro espaço de festa tradicional no bairro, era o Menfis Clube de Antônio Bezerra, localizado entre as ruas Martins Neto e Joaquim Leitão. Nesse período, existia um romantismo muito grande entre as pessoas. Conheço vários casais que se conheceram nessas fes-

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“As noites de sábado e domingo eram momentos sagrados de diversão no bairro Antônio Bezerra, quando as tertúlias eram realizadas nas residências dos moradores. ”

tas, namoraram, noivaram e se casaram na Igreja, com a participação dos amigos das festas tertulianas. Hoje, as tertúlias só existem na memória de moradores sessentões que viveram estes momentos inesquecíveis, onde alguns moradores abriam as portas de suas casas para realizações destas festas, sem mesmo conhecer os frequentadores. Existia respeito e confiança de ambas as partes. As novas gerações, não sabem o que é tertúlia. Hoje, os jovens só conhecem balada, funk, rave, entre outras.

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EDUCAÇÃO INCLUSÃO Por Carla Bertin Advogada

Escolarização no Autismo O autista tem o direito de aprender.

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sse último ano, por causa da Pandemia, ficou tudo muito bagunçado não só na nossa vida, mas em especial na vida dos estudantes. Alunos que necessitam de professor auxiliar, adaptação de material, de conteúdo em sua grande maioria "perderam o ano", pois não foram ensinados de forma adequada. Estamos em um novo ano e com ele, novos problemas. A Lei 14.019/2020 determina que toda pessoa precisa usar máscara de proteção individual em qualquer ambiente público ou privado com acesso ao público, como ruas, supermercados, escolas, comércio, condomínios, ônibus, táxi, avião, igrejas, parques, shoppings, etc. O artigo 3º § 7º Lei 14.019/2020 determina que obrigatoriedade do uso de máscara de proteção individual será dispensada no caso de pessoas com transtorno do espectro autista. A lei é clara que o autista não é obrigado a usar a máscara de proteção individual, entretanto, lembramos que a máscara é um equipamento de proteção, portanto, se conseguir, use. Não precisa de laudo dizendo que o autista não consegue usar máscara, mas é importante, comprovar que a pessoa é autista, através de laudo/atestado, RG com identificação do autismo ou carteiras de identificação, desde que emitidas por órgãos oficiais.

Exigir que a pessoa com autismo use ou impedir que ela volte às aulas por não usar a máscara é crime de discriminação. Muitas escolas tem recusado a matrícula quando sabem que o aluno é autista. Se a escola não tem vaga para a turma e horário pretendido, não é obrigada a criar vaga para o autista. Se a escola tiver vaga disponível, negar para o autista, independente do motivo, é crime de discriminação. Lembramos que não existe limite de aluno de inclusão por turma. Algumas escolas, não recusaram a matrícula, mas ficam "enrolando", falam que precisa de laudo, de avaliação, que está na fila de espera. Atrasar, enrolar, impedir de acordo com a lei é a mesma coisa que negar a matrícula, pois está tratando o autista de forma diferenciada, o prejudicando em razão da sua deficiência. Em época de pandemia, ninguém é obrigado a voltar às aulas presenciais, quem decide isso são os pais. O autista tem direito a aprender assim como qualquer outro aluno, se todos os alunos retornam as aulas, impedir o autista por causa do autismo ou porque não usa máscara é discriminação. Alunos autistas têm direito ao ensino, material e avaliação individualizada, de acordo com as suas necessidades e capacidades.

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As adaptações de ensino e conteúdo são documentados através de um PEI – Plano de Ensino Individualizado, de acordo com suas dificuldades e potencialidades, tanto para o aluno presencial quanto on line. O PEI e as adaptações de material é feito pela escola, sem qualquer custo para o autista ou seus responsáveis. Tirar desconto do aluno autista, porque ele precisa de adaptações, ou precisa de professor auxiliar é uma cobrança indireta, portanto, ilegal. Em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns de ensino regular..., terá direito a acompanhante especializado, de acordo com Lei 12764/2012 no artigo 3º. É necessário que o autista necessite de um professor auxiliar e este profissional precisa ser especializado, necessário que tenha recebido capacitação, treinamento em autismo. Pode comprovar a necessidade por laudo, relatório médico ou dos terapeutas. Não se esqueça: DIREITO NÃO É FAVOR, EXERÇA! Muito sucesso pra todos! - Quer saber sobre todos os DIREITOS DO AUTISTA? Formulários, links e passo a passo sobre os direitos do autista, estão em: https:// blog.autismolegal.com.br/ - O E-BOOK sobre os direitos pode ser baixado GRATUITAMENTE https://www.autismolegal.com.br/e-book - Se inscreva no nosso YouTube e receba todas as informações e novidades. https://www.youtube.com/autismolegal?sub_confirmation=1 - Conhece nosso APP? http://app.autismolegal.com.br - NOSSAS REDES SOCIAIS https://www.facebook.com/autismolegal https://www.instagram.com/autismolegal https://www.twitter.com/autismolegal BairroAntonioBezerra.Com.Br


EDUCAÇÃO QUALIFICAÇÃO Por Régia Pereira Diretora do Colégio Educar

Formação de professores Capacitação para a educação de autistas.

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tualmente há uma necessidade, cada vez mais frequente, da capacitação dos profissionais da educação para o ensino de pessoas com Necessidades Educativas Especiais, em especial para crianças e jovens com Transtornos Globais do Desenvolvimento e Distúrbios da Aprendizagem. Quando falamos do Transtorno do Espectro Autista (TEA) nos referimos ao sujeito que, segundo o DSM-V, apresenta déficits da comunicação, interação social, padrões repetitivos de comportamento, dentre outras alterações que exigem da escola e do professor uma proposta pedagógica individualizada para alcançar suas necessidades. Assim o suporte educacional deve ser voltado principalmente para a realidade do aluno e seus interesses, pois não bastam termos técnicos e métodos. O trabalho do professor deve

focar principalmente na sua zona de interesse e nas suas características pessoais. Apesar de desafiadora, reforça-se, de maneira enfática, a necessidade constante de que a escola e o professor estejam em constante estudo e capacitação para, além de compreender as muitas formas na qual um aluno pode aprender, poder desenvolver conhecimentos e incorporar estratégias capazes de alcançar esses alunos. Deste modo, a busca ativa por informações que ampliem a qualidade de vida desses indivíduos e a conscientização por parte das famílias, trouxe à tona o que muitos não queriam ver ou deixaram de lado: a equidade só é alcançada quando oferecemos as condições individuais necessárias para o desenvolvimento pleno de cada ser. Assim, os governos e a sociedade como um todo, não devem se abster a essa realidade. O papel do professor,

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nesse contexto, deve ser de colaboração e de capacitação para tornar o ambiente escolar um constante aprendizado para essas pessoas e, desta forma, a escola se torna um ambiente favorável de inclusão e desenvolvimento de potencialidades. Por fim, ressalto que uma escola inclusiva não beneficia apenas o aluno com Necessidades Educacionais Especiais, mas sim fortalece o exercício de partilha (escola, aluno, pais e sociedade), facilitando o convívio, desenvolvendo ações conjuntas com a comunidade, tornando o aprender mais solidário e acessível para todos.

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SAÚDE DIAGNÓSTICO Por Beatriz Beltrame Pediatra

Sinais que indicam AUTISMO

Dos 0 aos 3 anos já é possível notar alguns sintomas.

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ormalmente a criança que possui algum grau de autismo tem dificuldade em se comunicar e brincar com outras crianças, embora não aparente nenhuma alteração física. Além disso, pode apresentar comportamentos inadequados que, muitas vezes, são justificados pelos pais ou familiares como hiperatividade ou timidez, por exemplo. O autismo é uma síndrome que causa problemas na comunicação, na socialização e no comportamento, e seu diagnóstico só pode ser confirmado quando a criança já consegue se comunicar e demonstrar os sinais, o que costuma acontecer entre os 2 e 3 anos de idade. Entretanto, no bebê dos 0 aos 3 anos de idade, já é possível notar alguns dos sinais e sintomas de alerta, como: 1. Recém-nascido não reage aos sons

a atenção dos pais ou de seus cuidadores com pequenos gritos e gemidos, que são chamados de balbuciar. Em caso de autismo, o bebê não emite nenhum som porque apesar de não ter nenhum comprometimento na fala, ele prefere ficar calado, sem interagir com os outros à sua volta, assim o bebê autista não emite sons como "baba", "ada" ou "ohh". As crianças com mais de 2 anos já devem formar pequenas frases, mas no caso do autismo é comum que eles não usem mais de 2 palavras, formando uma frase, e limitam-se apenas a apontar o que deseja usando o dedo de um adulto ou então repetem as palavras que lhe são ditas várias vezes seguidas. 3. Não sorri e não tem expressões faciais Os bebês podem começar a sorrir com cerca de 2 meses, e ainda que não saibam exatamente o que um sorriso significa, eles 'treinam' estes movimentos faciais, especialmente quando estão perto dos adultos e de outras crianças. No bebê autista o sorriso não está presente e a criança pode aparentar sempre a mesma expressão facial, como se nunca estivesse contente ou satisfeito. 4. Não gosta de abraços e beijos

O bebê é capaz de ouvir e reagir a este estímulo desde a gravidez e quando nasce é normal se assustar quando ouve um barulho muito alto, como quando um objeto cai perto dele. Também é normal que a criança vire o rosto para o lado de onde vem o som de uma música ou de um brinquedo e neste caso, o bebê autista não demonstra nenhum interesse e não reage a nenhum tipo de som, o que pode deixar seus pais preocupados, pensando na possibilidade de surdez. O teste da orelhinha pode ser realizado e demostra que não existe nenhum comprometimento auditivo, aumentando a suspeita de que o bebê possui alguma alteração. 2. Bebê não emite nenhum som É normal que quando os bebês estão acordados, tentem interagir, chamando

Normalmente os bebês gostam de beijinhos e abraços porque assim sentem-se mais seguros e amados. No caso do autismo, existe uma certa repulsa pela proximidade e por isso, não gosta de ficar no colo, não olha nos olhos 5. Não responde quando é chamado Com 1 ano de idade a criança já é capaz de responder quando é chamada, assim quando o pai ou a mãe chama por ela, ela pode emitir algum som ou ir ao seu encontro. O autista não responde, não emite nenhum som e não se direciona para quem a chama, ignorando-a completamente, como se não tivesse ouvido nada.

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O diagnóstico do TEA só pode ser confirmado quando a criança já consegue se comunicar e demonstrar os sinais”

6. Não brinca com outras crianças Além de não procurar estar perto de outras crianças, os autistas preferem ficar longe delas, evitando todo tipo de aproximação, fugindo delas. 7. Tem movimentos repetitivos Uma das características do autismo são os movimentos estereotipados, que consistem em movimentos que são repetidos de forma constante, como por exemplo mexer as mãos, bater na cabeça, bater a cabeça na parede, ficar se balançando ou ter outros movimentos mais complexos. Estes movimentos podem começar a serem notados após 1 ano de vida e tendem a permanecer e se intensificar se o tratamento não for iniciado. O que fazer se suspeitar de autismo Caso o bebê ou a criança apresente alguns destes sinais é recomendado consultar o pediatra para avaliar o problema e identificar se é de fato um sintoma de autismo, iniciando o tratamento adequado com sessões de psicomotricidade, fonoaudiologia e remédios, por exemplo. Geralmente, quando o autismo é identificado precocemente, é possível fazer terapia com a criança, de forma a melhorar suas capacidades de comunicação e relacionamento, reduzindo drasticamente o grau de autismo e permitindo que tenha uma vida semelhante à das outras crianças da sua idade. BairroAntonioBezerra.Com.Br


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Pela campanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica, basta mostrar um X vermelho na palma da mão para que o atendente ou o farmacêutico entenda tratar-se de uma denúncia e em seguida acione a polícia e encaminhe o acolhimento da vítima. A ação é voltada para as mulheres que têm dificuldade para prestar queixa de abusos, seja por vergonha ou por medo. “A vítima, muitas vezes, não consegue denunciar as agressões porque está sob constante vigilância. Por isso, é preciso agir com urgência”.

Gente da Gente: Emagrecimento Saudável

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egundo a nutricionista Tatiana Zanin, reprogramar a mente para emagrecer é uma estratégia que ajuda a manter o foco na dieta e na atividade física de forma constante, para que a alimentação saudável e os exercícios tornem-se um hábito natural no dia-a-dia, o que favorece a manutenção do peso adequado por mais tempo, evitando o conhecido efeito sanfona. Assim, veja aqui 7 dicas para te ajudar nesse processo de reprogramação mental: 1. Acreditar que é capaz; 2. Evitar se pesar todo dia;

3. Fazer acompanhamento psicológico; 4. Relembrar e valorizar cada conquista; 5. Não focar só na aparência; 6. Praticar novos padrões de comportamento; 7. Estabelecer metas reais.

Ayrton Moura

Dessa maneira, é necessário identificar hábitos ruins e trocá-los por uma rotina mais saudável, mas que também seja prazerosa, pois só assim os hábitos saudáveis permanecerão de verdade. É muito importante iniciar a dieta e a atividade física tendo determinação para seguir de forma correta o que foi planejado por pelo menos algumas semanas, pois quanto mais tempo uma ação é repetida, mais ela se torna automática para o cérebro e mais fácil será para mantê-la como um hábito natural da rotina diária.


CAPA AUTISMO Por Kellyane Chaves

Fundadora e Presidente da APSACE

Foto: Rubênio Lima

AUTISMO

Respeito, inclusão e igualdade.

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momento do diagnóstico é, sem dúvidas, o momento que muitos de nós ou praticamente todos, não gostaríamos de ter vivido. É ponto pacífico e não cabe discussão. Mas e depois disso? Assumir ou não o Autismo de nossos filhos? Se optarmos pela primeira opção, como fazê-lo? E quando fazê-lo? Mais vocês se perguntam: O que é autismo? - Nome técnico oficial: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) — é uma condição de saúde caracterizada por déficit na comunicação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e comportamento (interesse restrito e movimentos repetitivos).

“O que funcionou com

a minha família pode não funcionar com a sua."

Não há só um, mas muitos subtipos do transtorno. Tão abrangente que se usa o termo “espectro”, pelos vários níveis de comprometimento — há desde pessoas com outras doenças e condições associadas (comorbidades), como deficiência intelectual e epilepsia, até pessoas independentes, com vida comum, algumas nem sabem que são autistas, pois jamais tiveram diagnóstico. Alguns sinais de autismo já podem aparecer a partir de um ano e meio de idade, até mesmo antes em casos mais graves. Há uma grande importância de se iniciar o tratamento o quanto antes — mesmo que ainda seja apenas uma suspeita clínica, ainda sem diagnóstico fechado —, pois quanto antes comecem as intervenções, maiores são as possibilidade de melhorar a qualidade de vida da pessoa. O tratamento para autismo é personalizado e interdisciplinar, ou seja, além da psicologia, pacientes podem se beneficiar com intervenções de fonoaudiologia, terapia ocupacional,

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entre outros profissionais, conforme a necessidade de cada autista. Na escola, um mediador pode trazer grandes benefícios, no aprendizado e na interação social. O que funcionou com minha família pode não funcionar com a sua. Outro aspecto que deve ser levado em consideração é o estado emocional desta mãe, deste pai, deste casal. Como está a cabecinha desta mãe? O diagnóstico foi uma surpresa, caiu como uma bomba? Ou já havia alguma desconfiança a respeito do assunto e seu coração já estava de certa forma “preparado”? De qualquer forma, em ambos os casos é sempre MUITO doloroso e NUNCA é uma situação fácil pela qual podemos passar incólumes. A Associação Pintando SeTEAzul tem como missão acolher e proporcionar qualidade de vida para pessoas autistas e suas famílias. Nosso trabalho é totalmente voltado para sermos referência em Autismo no Estado do Ceará, de forma autossustentável.

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Em minha experiência pessoal, compartilhar experiencias torna nossa caminhada mais leve, por isso fazer parte de uma associação é tao importante, pois através dela voltamos a ter vida social com amigos de luta. Por lei, o CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) deve prestar atendimento às pessoas diagnosticadas com TEA. Porém, há poucos pelo Brasil. Além disso, a inclusão da pessoa com TEA é assegurada por diversas leis, a principal delas, a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Lei Nº 12.764, ou Lei Berenice Piana), sancionada em 2012. Segundo esta, o indivíduo com TEA também é considerado pessoa com deficiência. Desse modo, a Lei Nº 7.853, que dispõe apoio à pessoas com deficiência e sua integração social, torna-se aplicável. Em 2007, a ONU declarou todo dia 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, quando cartões-postais do mundo todo se

iluminam de azul (cor escolhida por haver, em média, 4 homens para cada mulher com TEA). O símbolo do TEA é o quebra-cabeça, que denota sua diversidade e complexidade — criado em 1963 pela

National Autistic Society, no Reino Unido. Por fim, agradeço a revista pelo espaço, por nos ajudar a levar a informação e assim diminuir o preconceito.


OPINIÃO DIA A DIA Por Carlinhos Perdigão Arte-Educador

A Mídia e a (falta da) Educação

A construção do conhecimento em tempos de pandemia.

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empo desses, vendo televisão como forma de lazer, fiquei pensando. Por que na TV a Educação (o ato de conhecer!) não é mais atuante? Será tão ingrato assim se debruçar sobre questões do mundo da ciência? Em tempos de pandemia, com o valor do resguardo saudável em casa e a possível construção de conhecimento que surge a partir daí, acredito ser importante pensar sobre o distanciamento midiático do universo do conhecimento. Assim, surgiram questões como: é importante saber que a atriz mirim da Rede Globo trabalha bem? E qual será a próxima novela das 21 horas? Importa ainda solicitar ao Fantástico que passe os gols do nosso futebol? E quem vai ganhar o BBB 2021? Creio que sim. Ou melhor: é importante sim, assumamos logo! Isso tudo faz parte da nossa cultura! Por outro lado... Questões de prioridade. Será que programas educativos, no ar em horários menos sonolentos, tratados com dinamismo e bom gosto, divertidos e possivelmente inteligentes também não chamariam a atenção das pessoas? Nessa perspectiva: ídolos brasileiros poderiam falar mais sobre o ato da lei-

tura, por exemplo, inclusive indicando possíveis influências. Ainda: os programas (já os há, mas são muito poucos) poderiam atrair pontos da nossa vivência, comparando os usos da língua em diferentes momentos. Em tempo: quando falo aos meus alunos que a palavra "beijo" há cem anos tinha como sinônimo "ósculo" eles se divertem e ficam mais conectados aos objetivos da aula! Pois é: será que o ato de construir conhecimento/educar pessoas linguisticamente não poderia ser menos "careta"? E você, caro(a) leitor(a), poderia se perguntar: que caretice é essa? Respondo: a caretice de conhecer para não conhecer! Diga-me: para você, como usuário/produtor de textos, em que sentido saber que uma oração é coordenada assindética se traduz em competência nos atos de falar e escrever? Aliás, em torno desse aspecto, há mesmo pesquisadores, como a doutora em Linguística pela Universidade de Lisboa, Irandé Antunes, que sustentam a importância fundamental da contextualização no estudo da gramática! Isto é: que ela seja abordada com um trabalho pedagógico significativo, que valorize o uso da língua de uma forma sociointerativa

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e funcional. Mas o tema aqui é a mídia e a (falta da) Educação. Nesse sentido, até porque este texto não é doutrinário, e sim norteador de possíveis debates, cito o discurso (e o adapto ao tema) de Foucault, seguidor de Nietzche e um dos mais lúcidos pensadores dos últimos tempos: "a escola e a mídia são construções humanas, e podem ser questionadas, problematizadas para haver possibilidade de transformações". Transformar sociedades para um mundo melhor - com mais justiça e equidade entre as pessoas - é algo que depende de inúmeros fatores. Dentro desse quadro, há um basilar: o investimento em educação. Nessa conjuntura, não tenho dúvidas em afirmar que uma mídia com formação educadora - e que não esquecesse o entretenimento artístico, obviamente - seria uma aliada fundamental em todo o processo. Carlinhos Perdigão é linguista, arte-educador, produtor cultural, escritor e músico. Site: carlinhosperdigao.com.br

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SAÚDE COGNIÇÃO NO TEA Por Georgiane Mendes Castro Psicopedagoga

Autismo e as Funções Executivas

As FEs estão envolvidas em diversas atividades do dia a dia.

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s funções executivas (FE) é o conjunto de habilidades e capacidades que nos permitem executar as ações necessárias para atingir um objetivo. Ou seja, um mecanismo de controle cognitivo que direciona e coordena o comportamento humano de maneira adaptativa, permitindo mudanças rápidas e flexíveis ante as novas exigências do ambiente. É constituída por alguns componentes do cérebro que se localiza na região frontal, entre esses componentes temos a memória operacional, controle inibitório, flexibilidade cognitiva, criatividade, atenção. No caso de alguns transtornos de aprendizagem como (TDAH) transtorno de atenção com hiperatividade ou sem hiperatividade, autismo, (TOD) transtorno opositor do comportamento, transtorno global do desenvolvimento,

essas áreas são as mais comprometidas segundo exames de neuroimagens e pesquisas científicas de alguns estudiosos do caso como; Comitê Científico Núcleo Ciência Pela Infância, RATO & CALDAS, 2010, Feuerstein, entre outros. E no que diz respeito às pessoas portadoras de autismo especificamente, a flexibilidade cognitiva é bastante afetada. A flexibilidade cognitiva é a habilidade que nós temos de “pensar fora da caixa”, pensar em diferentes estratégias para chegar a um mesmo objetivo, dessa forma, contribuir para esse desenvolvimento cognitivo é parte importante do tratamento e dos cuidados domiciliar e escolar. Assim segue algumas dicas para pais, educadores e terapeutas que atuam nesse universo.

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• Mostrar que um problema sempre tem várias possibilidades de solução; • Tentar se antecipar a um evento para que seja possível um planejamento prévio; • Promover espaço de escuta e acolhimento; • Evitar rotulação e alimentar pensamentos de autoestima satisfatória; • Compreender as distorções cognitivas com empatia e contribuir para mudanças; • Lembrar sempre que nosso pensamento deve ser o menos dicotômico possível. Há sempre novas perspectivas a serem aprendidas; • Permitir que haja um engajamento inclusivo, seja escolar ou domiciliar com promoção de dialogo ainda que seja um dialogo corporal; • Por fim, possibilitar o filtro mental, ou seja, não se pode engessar tudo que ouvimos.

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SAÚDE PREVENÇÃO Por: Jéssica Leite

Acadêmica de Medicina

Câncer de Próstata Como curar o preconceito?

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próstata é uma glândula que apenas os homens possuem, sendo localizada na parte inferior do abdômen. É um órgão muito pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém as células espermáticas, liberado durante o ato sexual. Na atualidade, fala-se muito sobre as doenças da próstata, em especial do câncer de próstata (crescimento desordenado das células da próstata). Já que no Brasil é o segundo câncer mais comum entre os homens, sendo considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. Porém, com acompanhamento regular com o médico urologista, esta doença pode ser diagnosticada precocemente e tratada. O ideal é que o início do rastreamento deste câncer ocorra a partir de 45 anos, para os negros ou aqueles com parentes em primeiro grau com câncer de próstata, e aos 50 anos para os que não têm esse histórico familiar. Sendo feito, por alguns urologistas a partir dos 45 anos para os homens em geral. No entanto, mesmo com toda a modernidade da época atual, ainda há muito preconceito com relação a consulta com o urologista e ao exame de toque retal. Assim, muitos homens, só procuram o médico quando já estão em estágio avançado dessa neoplasia. Esse é o perigo no câncer de próstata, já que os sintomas só aparecem quando o tumor já está maior. Os principais sintomas são dificuldade para urinar (com jato fraco ou em gotas); dor ou ardor e vontade frequente de urinar; sensação de que a bexiga ainda está cheia, mesmo após urinar; urina ou sêmen escurecidos devido à presença de sangue ou mesmo dor ao ejacular. Aos primeiros sintomas é essencial que se busque atendimento médico, para assim evitar repercussões mais sérias na saúde e qualidade de vida dos pacientes.

Em pesquisa feita por estudantes de medicina da Universidade Federal do Ceará, do Campus de Sobral, constatou-se que dos homens a partir de 45 anos, 40% não tem feito ou nunca fizeram acompanhamento com o urologista. Estes dados são alarmantes, visto que esta doença tem tido aumento na sua incidência. Além disso, dados recentes indicam que um homem morre no Brasil, a cada 36 minutos, devido ao câncer de próstata. Isso revela a necessidade de um maior esclarecimento da população a respeito desta patologia. É importante estar atento aos fatores de risco, desta doença, para assim investir em medidas de prevenção mais eficazes. Dentre esses fatores, pode-se listar a idade, o histórico familiar, os hábitos de alimentação não saudáveis, a obesidade, o tabagismo e as doenças sexualmente transmissíveis. Diante disso, torna-se necessário incentivar a população masculina à cuidar de sua própria saúde, rompendo aos poucos as barreiras que o preconceito tem levantado. Sempre lembrando que o câncer de próstata tem tratamento e tem cura!

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PUBLICIDADE Por: Monalise Araújo Batista

Instituto de ARTE e CIDADANIA do CEARÁ

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Instituto de Arte e Cidadania do Ceará – IAC/CE é uma entidade civil sem fins lucrativos, fundada em 03 de julho de 1988, objetivando fortalecer/ incrementar ações sociais na comunidade, buscando a melhoria da qualidade de vida e tendo como missão promover assistência social às pessoas em situação de vulnerabilidade social, através da inclusão e do desenvolvimento humano, ofertando atendimento humanizado em todas suas ações que se baseiam no princípio da solidariedade, na garantia da dignidade humana, na luta pela cidadania e no respeito a todos os cidadãos. O IAC/CE nasceu da continuação de ações realizada pela Associação Cultural Beneficente Manoel Jacinto Coelho que atuava no desenvolvimento de trabalho com crianças e adolescen-

tes nas áreas cultural/educacional, suas ações estavam nas aulas de música, na administração de centros de iniciação profissional e no gerenciamento de creche em regime de cogestão, atuando ainda na capacitação de jovens e adolescentes. Foi na busca do desenvolvimento social integral nas diversas fases da vida, que em 04 de julho de 2016 a entidade é renomeada e o IAC/CE passa a ter nova sede agregando novos públicos como atendimento a pessoa idosa, mulheres e comunidade Hoje mantemos 03 creches, 02 abrigos para idosos e mulheres em regime de proteção, 01 república, centros de convivências de idosos, trabalhos estes que executamos em regime de cogestão, na sede da instituição dispomos de ações voltadas a comunidade do entorno assistindo crianças na categoria da

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Presidente do IAC/CE

primeira infância, jovens, adolescentes e idosos, ainda mulheres e a comunidade em geral. Hoje a instituição atende uma média/mensal de 1000 pessoas, sempre embasando seus atendimentos nos valores da justiça social, solidariedade, equidade, sustentabilidade e integridade.

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GENTE DA GENTE SUPERAÇÃO

Autobiografia

Simão ChanJan

Viveu o preconceito por ser Punk em uma sociedade hipócrita.

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asci no dia 14 de abril de 1963 em Paramoti, interior do estado e aos 11 anos vim morar na capital. O tempo foi passando e me tornei um adolescente. Começando a batalha pra ganhar alguns trocados, fui catador no lixão e depois vendedor de bronzeador nas praias. Em 1976 conheci o estilo bem maluco e pesado chamado rock in roll! E de repente queria ser um roqueiro, não cortei mais os cabelos e começei os festivais de rock. Os roqueiros sempre andavam com suas fitinhas nos bolsos e levavam pro som! Então comecei a co-

nhecer os roqueiros da cidade inteira, cada bairro tinha uma turma. Fiquei obcecado pelo rock! Tinha um sonho de montar uma banda, mas era impossível, pois, os rocks eram em inglês e muito difíceis de tocar. Então conheci Ramones e vi que dava pra rolar, porque não tinha solos de guitarra. Era punk rock o seu estilo e foi muito fácil aprender através deles. Logo depois montei a minha banda que se chamava Overdose e depois passou a se chamar Profetas do Lixo.. O tempo passou, me casei e os componentes dos profetas do lixo desistiram da banda, mas eu nunca desisti, sempre acreditando que o punk rock tinha força para mudar o mundo! Logo após o baixista da Repressão X que antes era Ramones me convidou para tocar com eles, aceitei na hora, e hoje sou um dos pioneiros do rock underground no Ceará com mais de 200 músicas no youtube, sendo todas autorais e minha atual banda é a Espirito Sonoro que formei em 87. Passei mais de 30 anos no underground sem me importar com outro tipo de revolução musical, eu sei que a maior revolução no Brasil foi o punk Rock. Quebrei todas as barreiras com um som distorcido simples e direto, transformando e usando a música como protesto, fui muitas vezes espancado

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pela polícia, pelas gangues, fui preso, mas se rolasse isso eu não tinha fúria e sim, mais vontade de lutar pelo mundo melhor! Da ditadura à democracia tocando rock em um lugar como esse aqui em Fortaleza, só rola todos esses anos porque sempre toquei por ideologia e quero continuar fazer o que eu fazia com os meus colegas no começo dos anos 80. Sem ganhar p@#!*% nenhuma mesmo. Eu acredito em um mundo melhor e não quero só pra mim, quero para nós!

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SOCIEDADE INCLUSÃO Por: Jenifer Longo

Psicóloga - CRP 06/125107

Autismo e Família

Funcionamento familiar pós diagnóstico.

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nascimento de uma criança acaba trazendo várias mudanças na rotina e na organização familiar, principalmente para os pais e/ou cuidadores que passam por uma preparação para lidar com essas transformações. Quando esta criança começa a apresentar um desenvolvimento atípico e dificuldades na interação social, a família passa por um momento angustiante e cheio de dúvidas que pode piorar quando é realizado o diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA) na criança. Sentimentos como o medo tomam conta dessa família que irá enfrentar obstáculos no seu cotidiano dos quais não estavam preparados, pois receber uma criança autista acarreta numa nova realidade. A família passa por novas adaptações para atender as necessidades da criança, com isso é natural que as relações familiares sejam afetadas, principalmente na saúde emocional desta família.

Com o impacto ao receber o diagnóstico de TEA, é comum os familiares passarem por um momento de negação. Há um luto devido à perda de uma criança que foi idealizada pela família, para que posteriormente consigam identificar as capacidades e potencialidades que a criança autista possui. Porém, essa negação não pode se prolongar, pois a intervenção precoce é extremamente importante. Emoções como o medo e o constrangimento em cuidadores de crianças autistas ocorrem devido à grande falta de informação, experiência e compreensão sobre o TEA. Compreender as causas do autismo e as consequências advindas são essenciais para os familiares entenderem as futuras mudanças.

Há grandes expectativas, tanto positivas como negativas, quanto ao futuro e o desenvolvimento da criança, e isso pode ser influenciado pelo entendimento e compreensão das informações e recursos oferecidos. A reação dos pais frente ao diagnóstico é procurar ajuda e assistência para aquele filho, mas acabam esquecendo da importância da família se reestruturar para conseguir proporcionar um ambiente enriquecedor, sem estressores, com amor, afeto e compreensão da família, além de estimular as qualidades e habilidades que aquela criança pode apresentar. A forma como cada criança autista evolui é única e depende de diferentes fatores, como o grau de comprometimento psíquico e principalmente o engajamento da família no processo terapêutico, contribuindo na evolução e na retomada do desenvolvimento. Por isso, é essencial que a família consiga se reestruturar para conseguir harmonizar a rotina familiar às novas mudanças, cuidando não só do membro com TEA, mas também adquirindo estrutura psicológica para todos os familiares que estão envolvidos diretamente. As gravidades dos sintomas do autismo podem ocasionar estresse nos familiares envolvidos. Como estratégia de enfrentamento temos o acesso a assistência de bons profissionais e programas educativos que levam informações proporcionando apoio psicológico para os familiares. O papel da psicologia com a saúde mental em qualquer instância não se limita apenas na atuação do psicólogo com os autistas, mas também em proporcionar acolhimento à família que necessita de orientação neste momento, através de grupos de pais/cuidadores ou até mesmo na terapia individual, auxiliando na informação sobre o autismo para que consigam cuidar da pessoa com TEA e também para que consigam futuramente serem acolhedores de outros familiares.

Katia e Davi Lill

Psicopedagoga

Publicado também no site:www.vittude.com

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TRABALHO NOVO NORMAL Por: Alex Machado

Advogado - OAB/CE 25281

Legislação Trabalhista Inovação e praticidade durante a pandemia.

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Pandemia vem trazendo mudanças nos aspectos sociais e econômicos desde 2020. O que se sabe por meio dos especialistas, é que os impactos trarão consequências transformadoras nas relações humanas. Atualmente o que se denota é uma crise econômica sem precedente, com empresas fechando as portas, declarando o fim de suas atividades e a demissão de seus empregados sem a percepção de seus direitos. A legislação trabalhista com sua reforma mais recente já trazia a inovação de home office em alguns setores, todavia, com o caso de força maior a vigência se dava pela Medida Provisória 927 que por sua vez, só teve validade até 31 de dezembro de 2020. Enquanto isso a praticidade vem se dando junto ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (Lei nº 14.020/2020). Com a continuidade e o agravamento da pandemia e novas cepas do vírus, parece que teremos um longo caminho de cuidados enquanto a vacina não chega para todos, e com ela virão outros questionamentos. Entretanto, algumas empresas não cessaram as atividades e outras vão, aos poucos, retornando com os cuidados necessários para a contenção da contaminação do vírus, exigindo de seus empregados novos hábitos, desde o uso de máscara até o controle de

aglomeração de empregados e colaboradores nos locais de trabalho. Do que tínhamos como regra no ambiente de trabalho, nada teria mudado, mas agora foi acrescentado um componente que, se no passado foi relevado, agora é fundamental para a convivência: o cuidado do outro a partir do cuidado de si próprio, isto é, a solidariedade no combate à Covid-19. O uso de máscara, por exemplo, não é apenas um cuidado individual, mas diz respeito à proteção do outro e, desse modo, não poderia ser negligenciado no ambiente de trabalho. Cabe ao empregador criar as condições e exigências necessárias para a proteção dos seus empregados e colaboradores no ambiente de trabalho e, para isso, deveria estabelecer regras claras e fiscalizar de modo severo o comprometimento de todos. A partir da pandemia da Covid-19, os cuidados ambientais deixaram de ser apenas um compromisso contratual já previsto na CLT, que tem o empregador de cuidar da saúde de seus empregados, inclusive com fornecimento de EPI e fiscalizar seu uso. Como o fornecimento de máscara é obrigatório pelo empregador (art. 3º B - Lei nº 14.019/20), a este cabe o cuidado de facilitar seu uso com a disponibilidade no local de trabalho em modelo de sua escolha. Naqueles casos em que houver necessidade de máscara específica, o empregador deverá disponibi-

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lizar sempre de forma gratuita. Seria conveniente que, para evitar reuso de máscaras, que elas fossem oferecidas em modelos descartáveis, diariamente. A resistência do empregado ao uso de máscara de proteção fornecida pelo empregador poderia ser assimilada à recusa de utilização de equipamento de proteção individual, passível de punição até com falta grave. Contrariamente, o empregador que releva o uso de máscara pelos seus empregados poderá ser responsabilizado civilmente em caso de contaminação no local de trabalho.

“O uso de máscara não é apenas um cuidado individual, mas diz respeito à proteção do outro, não podendo ser negligenciado no ambiente de trabalho.”

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GENTE DA GENTE ARTE Por Bárbara Teles Mestra em Letras

A Arte de João Teles

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as raízes desse bairro que já traz em seu nome personificação artística e literária, surgiram grandes artístas, que encontraram também na áurea das bucólicas e residenciais ruas do antigo Barro Vermelho e nas cenas urbanas de nossa cidade motivos de inspiração para músicas, poemas e, principalmente, artes plásticas. Nesta edição da Revista BAB, destacamos a arte de João Teles, morador ilustre, nascido, criado e “vivido” na Periguari, rua fronteiriça de nosso bairro. Filho da saudosa D. Nazaré, descobriu-se encantado pela arte logo cedo, aos 9 anos de idade, quando via amigos e professores do antigo Colégio São Vicente envolvidos em tintas, pinceis, lápis e papeis que coloriam os dias. Autodidata em desenho e pintura, sempre buscou inspirações para suas pinceladas. A que mais formou seu olhar artístico foi o Impressionismo, movimento francês do século XIX. O fato de dedicar-se aos detalhes da natureza, das luzes e sombras dos corpos em cena, do horário em que a “tela acontece”, faz João Teles sentir que suas raízes artísticas estão fincadas nesse movimento. Para o artista, “o prazer na arte de pintar está no sentimento profundo de realização de um sonho, de pensamento, de poder tornar visível o coração, a alma e o sentimento de uma cena, chegando, às vezes, a

transportarmos para dentro do cenário que o pincel e as tintas fazem nascer. Além disso, quando fixamos nosso olhar e dedicamos horas às pinceladas, é possível também sentir cheiros, sabores e até a brisa do dia ou o vento da noite retratadas na cena”. Em meio as suas inspirações, há também espaço para releituras famosas, de grandes mestres, que também geram um prazer em João Teles, pois, para ele, é como poder recontar a cena daquele quadro a partir do seu ponto de vista. Após um hiato temporal, os dias em isolamentos do atípico ano de 2020 despertaram em João Teles o velho prazer em dedicar tardes e mais tardes às pinceladas e à mistura de cores. Começou pelo bel-prazer de rever uma tela em branco e querer trazer vida a ela; depois, chegaram os pedidos antigos de amigos e familiares para que suas obras ocupassem um lugar de destaque na sala da casa ou na galeria da vida de cada um. Entre uma pincelada e outra, João Teles dedica-se ao estudo de novas técnicas artísticas e também a ensinar quem queira traçar as primeiras linhas do desenho e da pintura. Para o futuro, ele deseja que os dias sejam mais coloridos, com luzes e reflexos, longe de cores acinzentadas; com músicas que toquem sinfonias de alegria; ou com poesias que tragam a felicidade em seus versos; enfim, com arte!

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CIDADANIA REFLEXÃO Por: Jack de Carvalho

Jornalista

Bandeira Verde e Amarela Com um prato vazio no meio.

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comprovar essa verdade. Faltam políticas públicas para combater a desigualdade social, falta emprego e joga-se comida fora. No Brasil, são 41 mil toneladas de alimentos jogados fora todo dia diante de olhos famintos. Alguns de nós já passou pelo constrangimento de comer em algum lugar com um faminto olhando nosso prato e pedindo ajuda. Nosso PF pago com vale-alimentação nos faz privilegiados de ter feijão com arroz. É constrangedor ter um prato cheio diante de um irmão faminto. Mas é também a oportunidade de compartilhar o pão. O SerPonte e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), respectivamente de atuação em Fortaleza e nacional, são dois exemplos de como organização e comprometimento com as pessoas mais pobres são essenciais para combater à fome. No país onde nos anos 1980 comia-se barro para matar a fome no Ceará, não duvidem que, se não tomarmos como compromisso a segurança alimentar, o barro em nosso país pode voltar. Ao passo que alguém grita que nossa bandeira jamais será vermelha, um grande prato vazio parece ocupar Se não tomarmos como compro- o que restava do azul, entre o verde e amarelo. Betinho, saudades. misso a segurança alimentar, o barro pode voltar no nosso país . "

fome é a pauta do dia para quem tem fome, sempre. Para quem não tem o que comer, qual é a outra prioridade? Mas a fome está pautada cada vez mais na imprensa. A fome tinha acabado e voltou agora? Não. Ela sempre esteve aqui. Havia diminuído? sim. Saímos do Mapa da Fome da ONU em 2014 porque o número de famintos no Brasil havia caído para menos de 5% da população (linha de corte), reflexo de políticas de combate à pobreza implementadas pelos governos petistas. Mas já em 2017, mais de 5 milhões de brasileiros não tinham segurança alimentar, ou seja, o acesso a pouco ou nenhum alimento. Com levantamento feito entre julho de 2017 e julho de 2018, o IGBE apontou para 10 milhões o número de brasileiros que não têm se alimentado regularmente. Em 2020, a pandemia acentuou a desigualdade. O que vemos agora são reportagens e notas editoriais deixando claro que ela não apenas continua existindo, como também aumenta de tamanho. Nas ruas e comunidades, não faltam pessoas para

Fonte: Jornal OOTIMISTA do dia 3 de fevereiro de 2021

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CULTURA ARTE POPULAR Por: Flávia Bessa Jornalista

Ao som das margens cearenses, o batuque provocativo de Baticum.

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mbalado pelo axé do Maracatu, um ritmo sincronizado salta a voz nas rodas dos blocos de rua: ba-ti-cum, ba-ti-cu-m. Onomatopéia melódica ao som do tambor que identifica e reconhece o poeta, arte educador, ator, batuqueiro e ocupador Antônio Viana Rocha. Do codinome Baticum, uma origem que guarda história e tradição: Maracatu Solar à Nação Pici, foi nos grupos de matrizes africanas onde Baticum se reconheceu como arte educador e fez do seu processo de aprendizado o caminho para a prática cultural. O endereço dele é a rua. Na vitrola, toca o álbum ‘’Clandestino’’, de Mano Chao. ‘’Correr es mi destino’’, canta o verso da música, trilha sonora da conversa com o ocupador. Correr também sempre foi o destino de Baticum, que fez da necessidade de sobreviver na periferia a realização de alternativas transformadoras para mudar a sua vida e das pessoas nas comunidades da cidade. Tudo começou da ideia de ser provocador cultural, com a criação do coletivo Provocações. Dessa vontade de provocar, nasceu em 2006 a movimentação Okupação, junto ao Sarau Okupação. Há três anos, a comunidade do bairro Antônio Bezerra se reúne na Rua do Amor para vivenciar a poesia de rua. Entre uma rima e outra, Baticum resolveu organizar um projeto de leitura comunitária, dando início em 2017 a Biblioteca Okupação. Unindo a comunidade, ele conseguiu realizar o primeiro Encontro de Sarau do Ceará, realizado no bairro do Conjunto Ceará. De lá pra cá, Baticum e sua Okupação já promoveram a Bienal Itinerante de Poesia, movimentando mais de 10 lugares de Fortaleza em um percurso com duração de dois meses. Da itinerância, ele também pensou o projeto Periferia Vive, que funciona como uma experiência escolar itinerante reunindo cerca de 60 a 100 jovens e crianças através da poesia, música e oralidade.

‘’Somos também seres e sujeitos políticos, que têm suas particularidades e a sua importância para a sociedade’’

Foto: Igor de Melo

Como educador, Baticum atua em escolas nos bairros João XXIII e Jardim Iracema, acompanhando também as turmas de teatro no Centro Cultural do Bom Jardim e na Granja Portugal. Atravessou o Parque Universitário do Pici para construir a biblioteca comunitária Papoco de Ideias e escreve poesia nas ruas do bairro Autran Nunes, com a mostra competitiva Islam. No trajeto dos tambores e percussões, o arte educador está na ativa com a escola de ritmistas do Bloco Doido é tu, no bairro Rodolfo Teófilo. Circular pela cidade e emancipar as periferias através da sua arte é o combustível diário da “okupação” de Baticum. Fonte: www.somosvos.com.br

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GENTE GATA BAB

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GUIA COMERCIAL Farmácia

Moto-Serviços

Auto-Escola

Frigorífico

Construção

Alimentação

Concessionária

Alimentação

Construção

Alimentação

Eventos

Auto-Serviços

Moda Feminina

Frigorífico

Advocacia

Bar e Restaurante

Alimentação

Alimentação

Auto-Serviços

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SAÚDE TRATAMENTO Por: Pedro Henrique Falcão Educador Físico

A Educação Física

na REABILITAÇÃO para portadores de AVC.

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AVC ou acidente vascular cerebral se dá pelo comprometimento de alguma artéria cerebral. Dizemos que o AVC é hemorrágico quando há o rompimento de um vaso cerebral, ocorrendo um sangramento (hemorragia) em algum ponto do sistema nervoso. A diferença do AVC hemorrágico para o AVC isquêmico é que o segundo decorre da obstrução de uma artéria, e não de seu rompimento. ALGUMAS CAUSAS: - Inflamação nos vasos sanguíneos, que podem se desenvolver a partir de doenças como sífilis, doença de lyme, vasculite e tuberculose; - Distúrbios de coagulação do sangue, como a hemofilia; - Ferimentos na cabeça ou no pescoço que resultam em danos aos vasos sanguíneos na cabeça ou no pescoço; - Tratamento com radiação para cancêr no pescoço ou cérebro; - Angiopatia amilóide cerebral (uma doença degenerativa dos vasos sanguíneos); - Aterosclerose; - Arritmia cardíaca; - Doenças das válvulas cardíacas, como prolapso da válvula mitral ou estenose de uma válvula cardíaca; - Endocardite; - Forame oval patente, que é um defeito cardíaco congênito; - Distúrbios de coagulação do sangue - Vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos); - Insuficiência cardíaca; - Infarto agudo do miocárdio. FATORES DE RISCO Fatores que você pode tratar ou alterar: Hipertensão; Fibrilação atrial; Diabetes; Tabagismo; Colesterol alto; Uso pesado de álcool; Sobrepeso e obesidade; Sedentarismo. PRINCIPAIS CONSEQUENCIAS: - Dificuldade em movimentar um lado do corpo;

- Alterações na face; - Dificuldade para falar; - Incontinência urinária e fecal; - Confusão e perda de memória; - Depressão e sentimentos de revolta. TRATAMENTO/ REABILITAÇÃO O tamanho da equipe envolvida na reabilitação dependerá das necessidades de cada paciente, sendo composta de médico fisiatra, neurologista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo, enfermeiro e nutricionista. Assistentes sociais e educadores físicos, também podem contribuir. Uma pessoa que sofreu alterações da fala terá um acompanhamento com fonoaudiólogo, assim como uma pessoa que sofreu paralisia fará fisioterapia. A recuperação começa enquanto você ainda está no hospital ou em um centro de reabilitação e continuará quando você volta para casa. Durante a recuperação, você vai aprender a gerir.

Na minha concepção o primeiro momento de um paciente que teve o AVC e passou por todos os especialistas, seria colocar o paciente dentro de uma piscina.” O papel do profissional de educação física entrará em parceria com o fisioterapeuta pois em determinadas atividades o educador físico terá que agir com mais rigor diante de algumas valências físicas que deixaram de existir devido a patologia, tais como: reflexo, força, resistência muscular, coordenação, equilíbrio, dentre outras, que podem ser reconsideradas de acordo com um cronograma de treinamentos e exercícios orientados de perto pelo profissional de Educação Física. Na minha concepção o primeiro momento de um paciente que teve o AVC e passou por todos os especialistas como fonoaudiólogo, traumatologista, fisioterapeuta dentre outros profissionais seria colocar o paciente dentro de uma piscina pois, para inicio

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de atividade física, é o mais seguro e eficiente para reabilitar algumas funções e desenvolver através de atividades funcionais exercícios como caminhar e correr (melhorando a postura, equilíbrio e flexibilidade, aumentando assim a força e resistência dos músculos, principalmente dos braços, pernas e abdômen) saltar, simular o movimento da bicicleta com aparelhos específicos, chutar, puxar e empurrar. A água tem um grande aliado para reabilitação pois, envolve as propriedades do empuxo, pressão hidrostática, flutuação, viscosidade, densidade, dentre outros. Após alguns meses e ainda em parceria com o fisioterapeuta o paciente é avaliado fora da água e feito alguns testes como caminhar sozinho, sentar, levantar, subir, descer e após um diagnóstico positivo de ambos os profissionais, o mesmo é retirado das atividades aquáticas e levado para uma sala de musculação onde, novamente acompanhado do professor de educação física, iremos continuar desenvolvendo de uma forma mais volumosa e intensa suas valências físicas, com segurança, pois agora na sua reabilitação já existem riscos concretos de quedas ou possíveis contusões, diferente do ambiente aquático. Iniciados os treinamentos para reabilitar o paciente, o profissional deve periodizar todo o seu treino e mês após mês avaliar, junto com o fisioterapeuta e outros profissionais que estão junto nesta caminhada, a sua evolução funcional dos movimentos, devolvendo aos poucos suas diversas valências físicas que foram comprometidas pelo acidente vascular celebral.

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GUIA COMERCIAL Turismo

Funerária

Alimentação

Supermercado

Doceria

Moda Praia

Confecção

Segurança

Floricultura

Máquinas

Auto-Serviços

Alimentação

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Fonte: https://saudebrasil.saude.gov.br/

SAÚDE VIDA LONGA

Parar de fumar Traz benefícios evidentes aos idosos.

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e por um lado, o consumo de cigarros mata milhões de indivíduos a cada ano e diminui a longevidade, sendo fator de risco para inúmeras doenças, parar de fumar causa efeitos benéficos evidentes em todas as faixas etárias, inclusive nos idosos, principalmente na qualidade e na expectativa de vida. “Mesmo já sendo idosa, a pessoa que deixa de fumar se beneficiará de melhora na sua qualidade de vida. O uso do tabaco está relacionado com o agravamento de várias doenças que podem surgir com o avanço da idade, como as doenças cardiovasculares”, explica a psicóloga Vera Borges, da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). Vera Borges destaca que muitos idosos tabagistas desejam parar de fumar, mas o fato de terem sido tabagistas por muitos anos aumenta e reforça a dependência do tabaco, dificultando a decisão. “Um dos fatores que mais contribui para o idoso parar de fumar é o surgimento de doenças ocasionadas pelo uso de tabaco ao longo da vida”, afirma. Entre outros danos, o cigarro torna o idoso tabagista mais sujeito a ter irritação das vias aéreas, podendo desenvolver enfisema pulmonar, bron-

idade, que vão além da fragilidade física, como sentimentos de perdas, medos e incertezas. “É preciso considerar que o tabaco ocupou um espaço grande demais na vida dessa pessoa, e que ela terá dificuldades importantes para estabelecer outro padrão, criar uma rotina em sua vida que não inclua o cigarro”, afirma. Vera acredita que é fundamental sensibilizar o idoso para parar de fumar, mas é preciso compreender suas dificuldades e motivá-lo a ir vencendo-as aos poucos. “Esse pode ser um caminho de encorajamento para superar seus limites. Parar de fumar é um processo que pode levar algum tempo até que se efetive”, conclui. quite e gripes que podem levar à pneumonia. “O tabagismo é uma dependência química que, além de ser uma doença por si só, produz outras doenças, aumentando as chances de câncer, doenças cardiovasculares, pulmonares, dentre outras. Quanto mais cedo o tabagista parar de fumar, mais saúde ele terá, e, ao mesmo tempo, menos riscos de contrair doenças ocasionadas pelo tabaco”, reforça a psicóloga. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo. O cigarro é responsável por 63% dos óbitos relacionados às doenças crônicas não transmissíveis. Dessas, o tabagismo é responsável por 85% das mortes por doença pulmonar crônica (bronquite e enfisema), 30% das relacionadas a diversos tipos de câncer (pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, colo de útero, estômago e fígado), 25% de doença coronariana (angina e infarto) e 25% de doenças cerebrovasculares (acidente vascular cerebral). * Terceira Idade A psicóloga traça diferenças importantes, do ponto de vista físico e mental, para a fase caracterizada como terceira

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* Benefícios de parar de fumar: - Normalização da pressão arterial após 20 minutos; - Queda de 50% dos níveis de nicotina e monóxido de carbono no sangue, com normalização da oxigenação do sangue após 8 horas; - Melhora do olfato e paladar após 48 horas; - Melhora da capacidade de andar e correr após 2 a 12 semanas; - Redução do risco de derrame e de infarto semelhante a quem nunca fumou após 5 a 15 anos. * 10 passos para parar de fumar: 1. Determinação; 2. Marque um dia para parar; 3. Corte gatilhos do fumo; 4. Escolha um método: abrupto ou gradual; 5. Encontre substi tutos saudáveis; 6. Livre-se das lembranças do cigarro 7. Encontre apoio de amigos e familiares; 8. Escolha a melhor alimentação; 9. Procure apoio médico; 10. Troque experiências em um grupo de apoio. BairroAntonioBezerra.Com.Br


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