POSTAL 1285 6MAI2022

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6 de maio de 2022

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Turismo perdeu glamour

E ainda Tavira: livro trilingue na “Capital Mundial do Provérbio”

A Associação Internacional de Paremiologia voltou a unir pessoas de países e culturas diferentes. P2

CCDR/Algarve explica situação do aterro sanitário do sotavento

A ambientalista Zero denunciou um alegado funcionamento ilegal do aterro do Sotavento. P10

Mais informações em www.hpz.pt

O mar e a náutica na capital algarvia

trabalhar nos hotéis e restaurantes", mas ao mesmo tempo em que há muita oferta de emprego, há muitos desempregados

No Algarve, há quem não “baixe os braços” e procure novas soluções P12 e 13

Casas inacessíveis com burocracia no licenciamento de novas habitações

Habitação com maior peso no Algarve

Oferta não consegue superar procura

ISP NOS COMBUSTÍVEIS

Costa admite impacto abaixo do esperado Caso em Tavira denunciado à ASAE

Demasiada burocracia, tempo e dinheiro

É o regresso da Farnáutica na Baixa de Faro. P7

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➡ "Faltam pessoas para

Vai poder viver um dia na Pré-História em Alcalar

É já este sábado que tem lugar uma recriação pré-histórica nos Monumentos Megalíticos de Alcalar em Portimão. P8

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P3

P6

PAULO SERRA

Vidas Seguintes, de Abdulrazak Gurnah Sontag, Vida e Obra, de Benjamin Moser

CS20 e 21

Fotógrafos controversos ao longo da História: fotojornalismo CS19

PAULO LARCHER

MARIA JOÃO NEVES

O papel da Arte

MAURO RODRIGUES

O ALGARVE DE COSTA-A-COSTA: CS16

Vila Real de Santo António CS18

JORGE QUEIROZ

Heranças da habitação mediterrânica e a contemporaneidades CS17

RAMIRO SANTOS

Milagre de luz e poesia

SAÚL NEVES DE JESUS

Como está a ser “vista” pelos artistas a guerra na Ucrânia?

CS15

Não há indícios de irregularidades no acolhimento de ucranianos no concelho de Albufeira P11

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CADERNO ALGARVE

Postal, 6 de maio de 2022

REGIÃO

Redação, Administração e Serviços Comerciais Rua Dr. Silvestre Falcão, 13 C 8800-412 Tavira - ALGARVE Tel: 281 405 028 Publisher e Diretor Henrique Dias Freire Diretora Executiva Ana Pinto

REDAÇÃO

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Tiragem desta edição

6.909 exemplares

Autores apresentam livro trilingue na “Capital Mundial do Provérbio” regular da AIP-IAP, tendo em atenção os novos estatutos e as finalidades nele vertidas”. A título de exemplo realçou “a importância da temática paremiológica na promoção da paz mundial dado que a AIP-IAP foi confirmada como uma Organização Não Governamental (ONG) da UNESCO acreditada para prestar serviço de consultoria ao Comité do Património Cultural Imaterial da UNESCO na área da tradição oral-paremiologia”. Em jeito de resumo enunciou os pensamentos: “Bem-aventurados os puros de coração porque a Deus verão (Bíblia)”; “Com esforço, fé, paciência e A delegação maltesa foi recebida nos Paços do Concelho pela presidente da Câmara de Tavira FOTOS AIP-IAP / D.R. esperança, tudo se alcança” e “Integridade é manter um Biblioteca Muni- uma das três línguas (Por- Associação Internacional John Camilleri terminou compromisso mesmo depois a sua intervenção com um que as circunstâncias mudacipal de Tavira tuguês, Inglês e Maltês); a de Paremiologia une agradecimento “à AIP-IAP ram“. acolheu, no pas- segunda apresenta os equiva- pessoas de países e pela capacidade de unir Os autores agradeceram ao sado dia 20 de lentes nas três línguas para culturas diferentes pessoas de países e culturas embaixador John Camilleri abril, pelas 18:00, os 111 provérbios do livro; na “por ter prefaciado o livro e a sessão de apresentação do terceira é dada uma possível Por seu turno, John Camille- diferentes”. livro “Provérbios Europeus explicação nas três línguas ri começou por se dirigir (em Charles Saliba retratou aspe- pela sua presença nesta ses/ European Proverbs / Pro- para cada um desses provér- português) aos membros da tos “de natureza psicossocial são cultural”; ao presidente verbji Ewropej”, da autoria bios; finalmente, na secção mesa, convidados e amigos dos dois povos e culturas, da Câmara de Ghajnsielem de Rui Soares (Tavira, Por- quatro, são apresentados para “expressar a honra e geograficamente distantes, (Gozo, Malta) e à presidente tugal) e Charles Saliba (Gozo, exercícios para que o leitor o prazer de estar presente mas cujas histórias se cruza- da Câmara de Tavira (PorMalta). Ana Paula Martins, possa treinar as suas compe- nesta sessão”. Continuou (em ram por mais de uma vez”. tugal), “pelas introduções presidente da Câmara Mu- tências linguísticas. inglês) referindo que “graças Acrescentou que “este livro exaradas no livro”; ao pesnicipal de Tavira, presidiu Durante a apresentação, ao meticuloso trabalho dos desperta a curiosidade do soal da Biblioteca Municipal à sessão que teve a honrosa usaram da palavra Ana Pau- autores, as tradições orais leitor português/maltês para de Tavira “por acolher o presença de uma delegação la Martins, John Camilleri, continuam vivas para que conhecer melhor as belezas evento”; ao secretário da da Embaixada da República Charles Saliba e Rui Soares. os cidadãos de cada nação de Malta/Portugal e saber Assembleia Geral da AIPde Malta em Portugal com- No seu discurso, Ana Paula possam apreciar a sabedoria mais acerca das respectivas -IAP, Tomás Ferreira, “por opinar sobre aspetos cienposta pelo embaixador e pelo Martins agradeceu a pre- que os seus pais inscreveram culturas”. conselheiro cultural, John sença da representação ao longo dos tempos e trans- Rui Soares enquadrou a edi- tíficos deste trabalho e pela Camilleri e Mario Buttigieg, diplomática e mencionou o miti-la às gerações futuras”. ção deste livro “na atividade sua relevância para o diáloapreço pelo trabalho da Asgo intercultural entre respetivamente. Malta e Portugal”. Na assistência encontra- sociação Internacional de Por fim, a delegação vam-se muitos amigos dos Paremiologia / International Durante a apresentação usaram da palavra Charles maltesa agradeceu “a autores e, entre outras perso- Association of Paremiolgy Saliba, John Camilleri, Ana Paula Martins e Rui Soares cordial reunião nos nalidades, alguns vereadores (AIP-IAP) em prol da prePaços do Concelho da Câmara, assim como o servação e difusão da cultura concedida pela prepresidente José Mateus e o ancestral. sidente da Câmara secretário Sérgio Pereira, da “A edição deste livro é mais Municipal de Tavira União de Freguesias de Tavi- uma oportunidade para pare a visita à sede da ra (Santa Maria e Santiago). tilhar o gosto dos autores AIP-IAP, onde apreEste livro, o 8º da série “Pro- pelo estudo do património inciaram a exposição vérbios Europeus / European tangível e, simultaneamente, de quadros com Proverbs / …” tem quatro sec- um contributo para revelar provérbios em hoções: a primeira é uma lista o enorme potencial que as menagem ao povo dos provérbios, ordenada expressões proverbiais enucraniano”. alfabeticamente para cada cerram”, salientou a autarca.

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REGIÃO

Casas estão inacessíveis com a burocracia no licenciamento de novas habitações

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uanto tempo leva uma nova habitação a ser licenciada? A verdade é que ninguém sabe ao certo. O Algarve é a região do país com o maior número de imóveis urbanos por habitantes e com mais casas de segunda habitação. Era suposto o processo de licenciamento urbano ser mais ágil, mas quem pensar em adquirir um lote urbano para começar a construir a sua habitação de "sonho" tem reservado uma tarefa titânica digna da expressão "passar as passas do Algarve". Há quem demore até um ano a aprovar arquiteturas e especialidades, mas não faltam casos que passam dos dois aos três anos. Para construir uma casa em Portugal, para além do atual custo "galopante" com a construção em si, junta-se toda uma parte documental e legislativa que implica longos tempos de espera. Maria José Rodrigues deixou o seu testemunho experiencial no então blogue "simplificar.gov.pt" sobre "a burocracia para a obtenção de licenças e autorizações, com custos financeiros elevadissimos, idas constantes a gabinetes camarários, atualizações de cadernetas prediais, registos notariais, emissões de licenças, plantas e alterações às plantas, envio de notificações, IMI, finanças, registo predial, etc. etc.". Das várias etapas, fases e obrigações vivenciadas, procurou elencar todas elas numa difícil missão que aqui partilhamos: - Plano de Informação Prévia: Câmara Municipal do local do imóvel; - Plano de Pormenor (se loteamento) ou Plano Director Municipal (se não loteamento); - Aval por parte da Câmara Municipal; - Levantamento topográfico; - Projeto de arquitetura; - Projeto de Especialidades - somente serão exigidos os projetos que se aplicam à intervenção em causa, mas pelo menos alguns destes são obrigatórios: Projeto de estabilidade, escavação e contenções periféricas, Projeto de alimentação

e distribuição de energia eléctrica, Projeto de instalação de gás, Projeto de redes prediais de águas e esgotos, Projeto de águas pluviais, Projeto de arranjos exteriores, Projeto de instalações telefónicas e telecomunicações (ITED), Estudo de comportamento térmico e declaração de conformidade regulamentar (DCR), Projeto de instalações eletromecânicas, Projeto de segurança contra incêndios

espera, e ainda outras tantas declarações e autorizações obrigatórias que há a acrescentar e que não estão referidas por desconhecimento, será o momento de obter o direito à licença de construção; - Depois a Construção do imóvel; - E por fim a Licença de habitação. Tudo isto leva meses, deslocações várias a vairiados gabinetes e serviços estatais e muito, muito, muito dinheiro".

Oferta do parque habitacional não consegue superar procura Os dados preliminares dos Censos 2021 mostram que Portugal registou um ligeiro crescimento do número de edifícios e de alojamentos destinados a habitação, nos últimos 10 anos. Mas trata-se de “um ritmo de crescimento bastante inferior ao verificado em décadas anteriores”. Os edifícios aumentaram +0,8% e as FOTO D.R.

em edifícios, Projeto de condicionamento acústico, Plano de segurança e saúde fase de projeto; - Requerimento para entrega dos projetos de especialidades; - Requerimento para dispensa de especialidades; - Taxas para verificação do projeto de gás; - Taxas para verificação de projetos de segurança contra incêndios; - Taxas para emissão de DCR; - Mais taxas camarárias de vários tipos, consoante a autarquia;

Demasiada burocracia, tempo e dinheiro para construção de uma habitação Diz Maria José Rodrigues que "se a Câmara aprovar tudo o que foi citado anteriormente com meses de

Modelo francês pode ser "tratado em menos de duas semanas" Como ponto de comparação, partilha o modelo francês que pode ser "tratado em menos de duas semanas", e que alberga o seguinte num só serviço: a) Registo do terreno/verificação da escritura do terreno; b) Verificação se pode ou não construir in loco; c) Assembleia de vizinhos (informação aos vizinhos que se encontram rodeados na área de construção caso existam); d) Aprovação do projeto de arquitetura (que contempla tudo de uma só vez); e) Contrução definitiva.

habitações +1,7%, quando na década anterior tinham subido 12% e 16% respetivamente. Na última década, entre 2010 e 2020, o maior aumento do parque habitacional no continente registou-se no Algarve, com mais 1,1% de edifícios e 3,2% de habitações. Mesmo assim, são números insuficientes: a oferta não tem conseguido colmatar a forte procura que se tem vindo a registar. Da análise feita no 'Imobilário' do jornal Público, "os Censos mostram que se reforçou 'ligeiramente' o peso da primeira habitação em detrimento das residências secundárias, num total de 4,1 milhões de residências permanentes e 1,1 milhões de residências secundárias ou de uso sazonal. Os alojamentos de primeira habitação representam 65% do total, mais 1,3% face a 2011,

e as segundas habitações perderam importância relativa em 0,8%. São 723.214 os alojamentos vagos, 0,4% do total".

Algarve com o maior peso das residências secundárias Diz o 'Imobiliário que "se Lisboa tem a maior percentagem de alojamentos de residência habitual, num total de 79,6%, e a menor percentagem de habitações secundárias, de 9,7%, o Algarve destaca-se com 38,6%, sendo a região com maior peso das residências secundárias. No entanto, também nesta região, nomeadamente em Faro, os analistas dizem que a procura por primeira habitação tem vindo a aumentar de forma acentuada". Especialmente no Algarve, as suas 16 autarquias não se podem dar ao luxo de serem “ineficiente” na habitação. Mas, numa consulta prévia a várias gabinetes de arquitetura e de engenharia na região, o POSTAL facilmente constata que os prazos de licenseamento, não só variam de autarquia para autarquia, como continuam a haver situações "bajuladas", umas pela 'sorte', outras pelo 'azar'. Recentemente, o presidente executivo da Avenue, uma das maiores promotoras imobiliárias em Portugal explicava ao jornal Expresso que por cada ano de atraso num processo de licenciamento para construção de habitação “são mais €500 por cada metro quadrado no momento em que as casas são colocadas à venda”. Aniceto Viegas exemplificava assim que, “se uma casa tivesse um preço inicial estimado em €2000 por metro quadrado, basta um ano à espera do licenciamento camarário para, no final da obra, cada metro quadrado já custar €2500. Ou seja, uma casa de 100 m2, em vez de custar €200 mil, pode acabar por ser vendida por €250 mil”. Este exemplo empírico, mesmo sem rigor científico, traduz-se num prejuízo médio de 2% por cada mês, face aos custos da burocracia com que alguém se depara em Portugal sempre que quer aprovar a construção de uma nova habitação. PUB.

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REGIÃO

Agrupamento de VRSA é o único no Algarve a integrar o projeto Escolas Bilingues e Interculturais de Fronteira

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Agrupamento de Escolas de Vila Real de Santo António é um dos quatro Agrupamentos, a nível nacional, a integrar o “Projeto Escolas Bilingues e Interculturais de Fronteira (PEBIF)”. Este desafio, que voltou este ano a abraçar, visa o desenvolvimento de projetos de investigação-ação e projetos de aprendizagem pautados pela inclusão e pela valorização da diversidade linguística e cultural no 1.º ciclo do ensino básico, fomentando práticas pedagógicas e didáticas bilingues e interculturais, bem como a produção de recursos educativos comuns. O Projeto de Escolas Bilingues e Interculturais de Fronteira tem como entidades participantes o Ministério da Educação de Portugal; o Ministerio de Educación y Formación Profesional de Espanha; a Junta

de Andalucía; a Junta de Castilla y León; a Junta de Extremadura; a Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura — OEI; a Universidade de Aveiro; a Universidad Complutense de Madrid; o Instituto Politécnico de Bragança; a Universidade do Algarve; a Universidade da Beira Interior e a Universidade de Évora. No âmbito do Projeto, as turmas de 2.º e 3.º ano da Escola EB1/ JI Manuel Cabanas do Agrupamento de Escolas de Vila Real de Santo António, em parceria com o CEIP Galdames (Ayamonte) e CEIP Virgen del Carmen (Punta del Moral), têm desenvolvido diversas atividades relacionadas com a importância da água nos nossos dias, no projeto de investigação ação a que deram o nome de “Água Sem Fronteiras/Agua Sin Fronteras”. Estão envolvidos no projeto as

docentes Maria José Silva, Paula Girão, Isabel Agostinho e o assistente de espanhol, Cristian Gónzalez, por parte do Agrupamento de Escolas

de Vila Real de Santo António e os docentes Dário Guerreiro e Marta Medel, de Espanha. Este projeto foi preparado pelas escolas parceiras, tendo por base todos os documentos legais em

vigor, nomeadamente, as Aprendizagens Essenciais e o PASEO (Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória) e os documentos correspondentes no ensino espanhol. As atividades incluíram a elaboração de biografias linguísticas; a criação de um logotipo; a realização de trabalhos diversos relacionados com o ciclo da água, com a utilidade deste recurso e com as formas de poupança/preservação; visitas de estudo a zonas agrícolas, a empresas de aquicultura e a praias; análise da Carta Europeia da Água; entrevistas; atividades artísticas (pintura e música) subordinadas ao tema da água e a prática de desportos náuticos. Todas as atividades visaram a interdisciplinaridade e decorreram no âmbito da autonomia e flexibilidade curricular, promovendo a

intercompreensão, a interculturalidade e a aquisição de competências bilingues. No dia 27 de abril realizou-se um encontro na escola EB1/JI Manuel Cabanas do Agrupamento de Escolas de Vila Real de Santo António entre todas as turmas envolvidas, onde os alunos puderam praticar diversas atividades, conviver, aprender e divertir-se num ambiente de intercompreensão e interculturalidade, desenvolvendo ao seu ritmo as competências de bilinguismo. Segundo explicam as docentes envolvidas no projeto, “foi uma manhã ‘mágica’, repleta de partilhas, convívio e aprendizagem, na qual participaram não só todos os alunos e docentes portugueses e espanhóis envolvidos no projeto, como também a Direção do Agrupamento e outros professores, os encarregados de educação e os assistentes operacionais”. PUB.

“É que não há céu de tal 'splendor Nem rio azul tão belo e prateado Como o Guadiana, o meu rio encantado De mansas águas, suspirando amor!” PoemadeLutegardaGuimarães deCaires” (Poetisa natural de VRSA)

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REGIÃO

Algarve apresenta os preços de transação mais elevados Este diferencial varia de região para região, sendo a do Algarve a que apresenta os preços de transação mais ele-

vados na comparação com as avaliações efetuadas pelos peritos registados na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). No caso desta região, o preço médio do metro quadrado de compra ascendeu a 2.114 euros no final do ano passado, contra 1.731 euros médios da avaliação, “o que deixa implícita uma sobrevalorização dos imóveis em 22,1%”, no caso do Algarve. Uma análise de âmbito municipal, indica que nos concelhos de Lagoa e de Lagos o diferencial entre o preço pago pelos imóveis e o valor atribuído pelos peritos nas casas avaliadas ronda os 42%. No primeiro caso, o preço de venda médio ascendeu aos 2.351 euros por metros quadrado e o da avaliação a 1.658 euros. Em Lagos, os valores foram de, respetivamente, 2.547 euros e 1.843 euros. Fora da região algarvia, surgem outros concelhos onde a diferença entre um preço e o outro ultrapassa os 30%, sendo este o caso de Alcochete ou Cascais. Já em Lisboa, a diferença é de 16%, em resultado de um preço de venda médio de 3.723 euros o metro quadrado e de um valor médio de avaliação de 3.215 euros. Há, no entanto, regiões que fogem à regra, ou seja, em que as avaliações ficam acima dos preços de transação, nomeadamente Centro e Alentejo, sendo que no primeiro caso, os imóveis são avaliados a 904 euros por metro quadrado, sendo os negócios realizados a um valor de 896 euros, enquanto no Alentejo os valores são de 867 e 800 euros, respetivamente.

Bota é o mandatário distrital de Montenegro O ex-conselheiro diplomático da União Europeia junto da Santa Sé, José Mendes Bota, é o mandatário distrital da candidatura de Luís Montenegro à liderança do PSD, soube o POSTAL junto do próprio. “Na atual conjuntura e circunstâncias, considero que dos nomes falados para disputar a liderança do partido, Montenegro é o mais

bem posicionado e capacitado de todos para ocupar o lugar, sem beliscar a competência e dedicação ao partido de Jorge Moreira da Silva que me merece todo o respeito”, acrescentou o ex-deputado social democarata. E acrescentou: “Durante vários anos tive a oportunidade de testemunhar a capacidade de coordenação e de intervenção

políticas de Luís Montenegro como líder parlamentar do PSD, que revelou total confiança em mim para tarefas de responsabilidade quer ao nível do parlamento quer na minha nomeação para o Conselho da Europa”. As eleições diretas para a escolha do próximo presidente do PSD estão marcadas para o dia 28 de maio.

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7 de Maio

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PRÉMIO

de Estatística, (INE), com referência ao final de 2021. Em média, o preço por metro quadrado da avaliação bancária foi, no quarto trimestre de 2021, de 1.285 euros, enquanto o preço médio de venda ascendeu a 1.355 euros por metro quadrado. A existência de valores de compra e venda acima dos valores a que os peritos avaliam os imóveis aquando dos pedidos de financiamento faz com que seja mais difícil às famílias conseguir a aprovação dos créditos, nota o estudo, lembrando que os bancos usam a avaliação para calcular o valor do empréstimo a conceder. “Tendo em conta esta regra, e à luz do diferencial existente entre os preços médios de compra e venda e os das avaliações, muitas vezes só com um nível de capitais próprios elevado ser consegue obter o financiamento”, lê-se na análise. Assim, “havendo uma avaliação favorável, aplica-se o limite dos 90% do valor do imóvel, o que faz com que o comprador tenha de avançar com apenas 10% do preço a pagar, mas, considerando os diferenciais existentes atualmente, há situações em que quem pede o empréstimo poderá ter de entregar até 40% do valor da compra”, acrescenta.

Pré

Historia

Lagoa e Lagos são os concelhos do país com a maior diferença entre valor da venda e valor da avaliação dos imóveis (cerca de 40%)

O

DIA -

um

na

preço das casas aumentou 9,4% em 2021, mas as avaliações mantêm-se abaixo dos valores de mercado, segundo uma análise da unidade de ‘research’ da BA&N, indicando que em Lagos e Lagoa a discrepância ronda os 40%. De acordo com este estudo, o preço médio por metro quadrado alcançou em 2021 os 1.355 euros, traduzindo uma subida de 9,4%, tendo o valor dos alojamentos transacionados ao longo do ano passado ascendido a 28,1 mil milhões de euros, mais 31,1% do que em 2020. “Esta dinâmica tem sido acompanhada por um crescimento acentuado do financiamento bancário para a compra de habitação”, indica o estudo, acentuando, porém, que nem sempre as avaliações exigidas pelos bancos para concederem estes empréstimos estão a acompanhar a evolução sentida. “Há concelhos em que os valores das habitações transacionadas superam em muito aquele que é, em teoria, o valor real”, refere a unidade de ‘research’ da BA&N, precisando que a “escalada de preços tem sido acompanhada” pela da avaliação atribuída por peritos avaliadores, “mas não totalmente”. Para a BA&N “há, à luz das avaliações feitas pelos peritos, uma sobrevalorização dos imóveis no momento da transação que a nível nacional é de 5,4%”, tendo em conta os dados de avaliação bancária e dos preços da habitação divulgados pelo Instituto Nacional

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CIDADANIA E DESENVOLVIMENTO A Delegação Socialista no Parlamento Europeu, Grupo S&D, atribui o Prémio Mário Soares a estudantes do 3° ciclo do Ensino Básico e Secundário que se distingam em trabalhos que valorizem a Cidadania Europeia. PRÉMIO Visita ao Parlamento Europeu Candidaturas de 2 a 31 de maio de 2022 Para mais informações visite premiomariosoares.eu


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REGIÃO

Descida ISP/combustíveis: Costa admite impacto abaixo do esperado. Caso em Tavira denunciado à ASAE

O

primeiro-ministro reiterou que o Governo baixou a carga fiscal dos combustíveis em 20 cêntimos, como tinha anunciado. “Aquilo que o Governo anunciou e se comprometeu a fazer está feito. A carga fiscal sobre os combustíveis baixou 20 cêntimos por litro desde segunda-feira. Sem este desconto em matéria fiscal, os preços hoje seriam mais 15,5 por litro na gasolina e mais 14,2 cêntimos no gasóleo“, de acordo com as contas feitas, esta quarta-feira, pelo primeiro-ministro. Confrontado com queixas de que o preço dos combustíveis não registou uma descida mais significativa, depois de o Governo ter baixado novamente o ISP na passada segunda-feira, o líder do executivo começou por alegar que a componente fiscal é apenas uma das componentes para a fixação dos preços de venda dos combustíveis. António Costa disse que no mercado internacional houve uma subida dos preços e referiu que também importa ter em conta as margens de lucro das gasolineiras e operadores que atuam no processo de abastecimento. Na sua resposta, o primeiro-ministro citou depois as comunicações que o executivo tem recebido da ASAE, que fiscaliza no terreno, e da entidade reguladora, a ERSE. Procurou então deixar uma garantia: “Pela parte do Governo, haverá uma vigilância muito atenta para verificar o que se passa relativamente às margens [de lucro] e não se hesitará em tomar as medidas necessárias caso se verifiquem que há abusos aproveitando a redução da tributação”. Neste momento, de acordo com o

FOTO D.R.

primeiro-ministro, “tal como se verifica pelos gráficos publicados pela ERSE, há uma queda de 10 cêntimos em média”. “Todas as situações que existirem de abusos irão determinar uma atuação”, reforçou. Já sobre a questão de o Governo poder fixar margens máximas de lucro, o líder do executivo indicou que isso pode acontecer “sob proposta da ERSE, ouvida a Autoridade da Concorrência”. “Até ao momento, a ERSE não apresentou qualquer proposta e, da análise que fez, não considera que neste momento se justifique a adoção dessa medida, porque em regra e em média tem vindo a existir um ajustamento do preço sem abuso das margens”, alegou o primeiro-ministro. Em relação à atuação da ASAE, António Costa assinalou que a prática das bombas de gasolina tem sido comunicada publicamente. “Em função disso, o Governo toma as medidas necessárias”, acrescentou. “Estamos totalmente empenhados em combater a inflação por via do controlo dos preços. Isso implica agir em algo que depende exclusivamente de nós, a componente fiscal. Não tivesse sido essa redução e hoje o preço que estaria a ser pago seria logo 15,5 cêntimos superior na gasolina e 14,02 cêntimos por litro a mais no preço do gasóleo”, advertiu.

O caso em Tavira em que preço dos combustíveis não desceu No final da tarde desta segunda-feira, o POSTAL noticiou, na sua edição online, um caso que detetou de um posto de abastecimento de combustíveis que manteve preços da

O caso em Tavira em que preço dos combustíveis não desceu semana anterior, apesar da descida do ISP anunciada pelo Ministério das Finanças. Conforme é verificável pelos dois recibos de uma gasolineira em Tavira, datados de 26.04.2022 (terça-feira) e 02.02.2022 (segunda-feira), que acima reproduzimos, o preço do gasóleo simples manteve-se igual (€1,939) à semana anterior. O caso foi denunciado à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), apesar de só o ter sido realizado após uma segunda insistência. Isto é, na primeira chamada telefónica, a ‘operadora’ telefónica da ASAE afirmou literalmente que a denúncia deveria ser feita não à ASAE, mas sim a ENSE – Entidade Nacional para o Setor Energético. NaENSE foi respondido que a denúncia não era com eles. Depois de uma segunda ligação telefónica à ASAE em Faro foi finalmente apresentada a respetiva

denúncia, mas, na altura, o inspetor confessou que teria de aguardar as instruções dos serviços centrais em Lisboa para poder haver uma atuação no terreno.

ASAE detetou uma situação de incumprimento e recebeu cerca de 200 denúncias Dos serviços centrais da ASAE foi dito na terça-feira ter apenas detetado uma situação de alegado incumprimento na aplicação da redução do ISP nos postos de combustível que monitorizou, apesar de ter recebido cerca de 200 denúncias. Em comunicado, a entidade revelou que realizou “durante o dia de ontem [segunda-feira], uma monitorização, a nível nacional, dos postos de abastecimento de combustível, direcionada à verificação da implementação da nova medida de redução dos preços dos combustíveis, resultante da descida

Espanha tem desconto direto de 20 cêntimos nas estações No país vizinho, o contraste com Portugal é grande O Governo de Espanha simplificou o processo: desde de 1 de abril, as estações de serviço aplicam um desconto de pelo menos 20 cêntimos por litro de combustível aos clientes, medida justificada para conter o aumento dos preços da energia. O regulamento aprovado pelo Governo espanhol prevê um

desconto mínimo de 20 cêntimos por litro, dos quais 15 cêntimos serão sempre dados pelo Estado e o resto pelas estações de serviço. No entanto, as grandes companhias petrolíferas anunciaram descontos mais elevados, apesar de algumas os condicionarem à utilização pelo cliente dos seus programas de fidelidade, podendo o montante da redução ir até 28 cêntimos por litro, dependendo das condições. Na localidade espanhola de

Ayamonte, município da região autónoma da Andaluzia que faz fronteira com Castro Marim e Vila Real de Santo António, o desconto dado pelas estações de serviço e que será depois coberto pelo Governo espanhol chega aos 10 euros num depósito de 80 euros. Com o desconto atribuído pelo Governo espanhol, atravessar a fronteira para abastecer do lado de lá volta de novo a compensar. Em março, com a subida abrupta do preço do petróleo, a diferença

de preços dos combustíveis entre Portugal e Espanha foi praticamente anulada. Mas a intervenção do Executivo espanhol voltou a distanciar os preços a partir de abril. Para combater a concorrência espanhola, os revendedores portugueses, das zonas de fronteira, aguardavam com expectativa a entrada em funcionamento da redução de impostos anunciada pelo Governo português, mas dizem que "a montanha 'voltou' a parir um rato".

do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP)”. Esta ação “teve como pressuposto a verificação da oscilação dos preços por litro comparativamente a períodos anteriores, em especial, avaliando o impacto da redução do ISP no preço final ao consumidor”. De acordo com a ASAE, “até ao momento e como balanço foram monitorizados cerca de 71 postos de abastecimento de combustível, a nível nacional, tendo sido constatadas entre o dia 1 e 2 de maio taxas de variação de preços de venda ao público, de gasolina e gasóleo, entre um mínimo de 0% (sem alteração) e um máximo de menos 9,3%, correspondendo a uma variação de descida entre 0,00€/litro e 0,18€/ litro”. A ASAE garantiu que “continuará a desenvolver ações de forma a verificar o cumprimento das obrigações legais e a assegurar a saúde pública, a segurança alimentar e a defesa do consumidor e da leal concorrência”. A redução do ISP num valor igual ao que resultaria da descida do IVA dos combustíveis traduz-se, desde segunda-feira, num desconto adicional de 15,5 cêntimos por litro de gasolina e de 14,2 cêntimos no gasóleo. A dimensão do impacto da descida do ISP foi anunciada pelo Ministério das Finanças num comunicado emitido no final da semana passada, tendo em conta a entrada em vigor de uma medida de mitigação do aumento dos preços dos combustíveis, através da qual é refletida no ISP uma redução com efeito semelhante à descida da taxa do IVA dos combustíveis de 23% para 13%.


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Em destaque

REGIÃO FARNÁUTICA

O mar e a náutica em exposição na capital algarvia até domingo

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epois de dois anos de interregno, devido às restrições causadas pela pandemia, a União das Freguesias de Faro está realizar, desde de quinta-feira e até domingo, a Farnáutica – Mostra do Mar e da Náutica de Faro que decorre, mais uma vez, no Jardim Manuel Bivar, na Baixa de Faro. Além da presença de embarcações de recreio e material náutico, o evento conta com a presença de cerca de duas dezenas de instituições e empresas ligadas ao setor do mar e a existência de uma tenda de

gastronomia com tasquinhas que servem almoços, lanches e jantares, essencialmente com pratos e petiscos relacionados com peixes e mariscos, como lingueirão, chocos, ostras, amêijoas, conquilhas, sapateiras, xarém e camarões grelhados e fritos. Esta mostra, que vai na sua 6ª edição, tem como objetivo “promover as atividades relacionadas com o mundo da náutica e com o setor do mar”. A União das Freguesias de Faro pretende, assim, “reforçar a vocação e a relação da cidade de Faro com o litoral, com o mar e

com a ria formosa vincando a sua história, a sua cultura e a sua identidade em que o mar tem um papel de crucial importância”. A entrada é gratuita e o horário de funcionamento da mesma está compreendido entre as 11h e as 23h. Em simultâneo com esta mostra a União das Freguesias de Faro vai realizar em parceria com o Sport Faro e Benfica o primeiro torneio de canoagem K1 da cidade, com cerca de uma centena de atletas, a realizar-se nas águas da Ria Formosa, em frente às portas do mar, no sábado, dia 7 de maio

enquanto que no domingo vai decorrer um passeio de kayak. Na tarde de quinta-feira, decorreu no auditório do Hotel 3HB a conferência MAR: Transformar o potencial em valor. Durante todo o certame, no recinto da mostra há diversas conferências, atividades e exposições promovidas pelo Centro de Ciência Viva, CIMA, CCMAR, Docapesca e Associação Bandeira Azul da Europa. Para aceder ao programa completo, pode consultar a página eletrónica da União das Freguesias de Faro em www.uf-faro.pt.

Algarvia Ariana tem apenas 15 anos e foi admitida na prestigiada escola Opus Ballet em Itália Ariana Emídio, aluna da Academia de Ballet Contemporâneo (ABC), em Vila Real de Santo António, foi aceite no programa de estudos intensivo da escola Opus Ballet, em Florença – Itália Ariana, com 15 anos, tem vindo a conquistar prémios em diversos concursos. Segue o sonho

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da dança desde criança e prova, a cada participação em concursos nacionais e internacionais, que tudo é possível. “A escola Opus Ballet foca a sua atenção em desenvolver jovens bailarinos em artistas completos, sendo que cada aluno é visto como um indivíduo com as suas próprias características e escolhas”, explica a ABC.

O objetivo destes cursos profissionais, “cuja admissão carece de audição obrigatória, é fornecer aos alunos o máximo nível de preparação e especialização com vista à entrada no mundo da dança profissional e artes performativas em geral”. Desde que foi fundada em 2016 em Vila Real de Santo António, a ABC tem somado conquistas, tendo

já arrecadado, ao longo dos últimos anos, prémios em várias competições nacionais e internacionais. “Tanto a entrada da aluna Ariana Emídio na escola Opus Ballet como, no ano transato, a admissão da aluna Matilde Livramento, de 12 anos de idade, na Escola de Dança do Conservatório Nacional, em Lisboa, comprovam que o trabalho levado a cabo

pela ABC é de excelência e ímpar em todo o Sotavento Algarvio”, destaca a Academia de Ballet Contemporâneo. De maneira a apoiar estes alunos do Programa de Alto Rendimento (PAR), a ABC continua em busca de patrocínios para que haja ainda mais oportunidades de participações em audições e concursos deste género.

Website da TAVIRAVERDE com novas funcionalidades A Taviraverde lançou esta segunda-feira o seu novo website em www.taviraverde. pt com uma imagem mais apelativa, novos conteúdos e novas funcionalidades, pretende ser mais eficiente, moderno e intuitivo. Os utilizadores têm acesso a informações, sempre atualizadas, sobre as áreas de atuação e os serviços prestados pela empresa, sobre os eventos programados, noticias, vagas para recrutamento de pessoal, entre outras. Os alertas têm um destaque especial para permitir a visualização imediata de qualquer ocorrência que condicione a normal prestação dos serviços, entre as quais as interrupções programadas de fornecimento de água. A comunicação de avarias que provoquem interrupção do fornecimento de água também passará em breve a ser noticiada por esta via. Relacionado com o apoio ao cliente, podem ainda ser consultados os regulamentos e tarifários, exportados formulários para celebração/gestão do contrato, podem ser pedidas informações ou mesmo submissão de uma reclamação ou sugestão e solicitação de serviços (entre eles recolha de resíduos volumosos ou de jardim, verificação extraordinária de contadores). A grande novidade deste website, é a incorporação de uma nova funcionalidade, os Serviços Online ou Área de Cliente, com a finalidade de simplificar a interação entre a empresa e os seus clientes. Nestes serviços online, após registo, o cliente pode aceder e gerir aos seus contratos, consultar todo o seu histórico de consumos, as faturas eletrónicas, consultar faturas em atraso, solicitar referências de MB para pagamento, enviar a leitura de contador, entre outros. Através desta área, o cliente tem também a possibilidade de solicitar serviços específicos, entre eles um novo ramal ou solicitar a alteração de ramal existente, solicitar um novo contrato de prestação de serviços, a recolha de resíduos volumosos ou de resíduos de jardim, entre outros. Desta forma o cliente poderá solicitar qualquer serviço através de um simples clique e de forma cómoda e rápida. PUB.


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REGIÃO FOTOS D.R.

Venha viver um dia na Pré-História em Alcalar: uma viagem temporal de cinco mil anos É já este sábado, dia 7 de maio, que tem lugar uma recriação pré-histórica nos Monumentos Megalíticos de Alcalar, entre as 10:00 e as 18:00, no âmbito das comemorações do 14º aniversário do Museu de Portimão, com entrada livre e após dois anos de interregno A já tradicional iniciativa volta a ser promovida pela Câmara de Portimão, através do seu museu, em colaboração com os Municípios de Monchique e de Lagos, as Juntas de Freguesia de Portimão, Alvor, Mexilhoeira Grande, a Direção Regional

de Cultura do Algarve e o Grupo de Amigos do Museu de Portimão. Durante o dia, os participantes poderão conhecer de uma forma interativa o quotidiano das populações pré-históricas através de um conjunto diversificado de ateliês práticos e didáticos, representativos das atividades de caça, olaria, gravura, tecelagem, fabrico de ferramentas, processos de talhe, preparação e cozedura de alimentos, fabrico de cerveja pré-histórica e de instrumentos agrícolas e adornos, transporte de grandes monolíticos e moagem. A edição deste ano contará com a animação dos alunos dos cursos profissionais de Interprepação Teatral e

de Cordas e Teclas do Agrupamento das Escolas da Bemposta que ao longo do dia recriarão sons e cenas do quotidiano daqueles tempos milenares.

Uma viagem temporal A arqueologia experimental volta a marcar a oferta da iniciativa, através de um conjunto de propostas que permitirão ao visitante participar e assistir ao processo de preparação dos alimentos, até à sua confeção. Os mariscos, o berbigão, a amêijoa, o peixe e as carnes de porco e borrego fazem igualmente parte da ementa, que os mais curiosos poderão provar.

Sem fósforos e com facas de sílex, a equipa especializada neste tipo de experimentação vai fazer o fogo e preparar os alimentos numa viagem temporal até cinco mil anos atrás, utilizando os instrumentos de pedra. Para além da preparação e cozedura de alimentos, os visitantes ficarão também a conhecer o fabrico de ferramentas, os processos de talhe, a confeção de cerveja pré-histórica, a produção de instrumentos agrícolas e adornos, o transporte de grandes monolíticos, a moagem, participando igualmente numa oficina de gravura com base nos padrões gráficos das placas de xisto. Esta recriação, que permite a centenas de famílias participarem nas

atividades realizadas na pré-história de forma divertida e pedagógica, integra o conjunto de iniciativas que têm vindo a ser desenvolvidas desde 2006 pelo Museu de Portimão, na necrópole megalítica de Alcalar, considerada Monumento Nacional, e constitui um dia de experiências fundamentadas pelos estudos já realizados sobre o território alcalarense e os trabalhos desenvolvidos por parte de investigadores das universidades de Sevilha e Lisboa (arqueologia), Córdoba (estudos de faunas) e Stuttgart (botânica). Mais informações podem ser solicitadas através dos telefone 282 405 230 e 282 248 594 ou pelo e-mail: museu@cm-portimao.pt

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Foi oficialmente homologada mais uma Pista de Atletismo no Algarve

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Pista de Atletismo do AP Victoria Sports & Beach, localizado na Praia da Falésia em Albufeira, recebeu a aprovação por parte da Federação Portuguesa de Atletismo no passado dia 14 de abril. Após visita às instalações, onde foram realizadas medições e várias verificações sobre as condições da pista, “é com grande orgulho” que a unidade hoteleira informa que “a pista de atletismo, bem como os setores de saltos e lançamentos, estão oficialmente homologados”. Esta certificação permite aos atle-

tas que treinem nas instalações, verem as suas marcas reconhecidas internacionalmente para efeitos de ranking, assim como para eventuais recordes. A realização de provas profissionais de atletismo poderá ser também uma possibilidade. O AP Victoria Sports & Beach congratula-se “por ter recebido esta certificação, pois a mesma atesta o forte investimento e empenho colocado neste projeto, que visa oferecer as melhores condições para a prática do desporto num resort que permite aliar as férias à atividade física em sofisticadas instalações”.


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REGIÃO

Projeto de aproveitamento hídroagrícola no Algarve "debaixo de fogo" (Duas explorações de abacate em causa)

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Plataforma Água Sustentável (PAS) criticou esta quarta-feira o projeto-piloto que tenciona criar o primeiro sistema de aproveitamento hidroagrícola de múltiplas origens do país, no sotavento (este) algarvio, por destinar investimento público à rega em explorações privadas. O projeto foi anunciado pelo diretor regional de Agricultura do Algarve, Pedro Valadas Monteiro, que destacou à Lusa o seu caráter pioneiro, por permitir regar cerca de 600 hectares de explorações agrícolas com água proveniente de três fontes distintas: da barragem de Odeleite, de aquíferos em recuperação e de águas residuais tratadas na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Vila Real de Santo António. A PAS mostrou-se crítica quanto ao projeto anunciado por aquele responsável e manifestou, num comunicado, o seu “mais profundo

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desagrado e oposição à operacionalização do investimento para o projeto, cujo objetivo é ajudar a região a fazer frente à falta de água e aos efeitos da seca. A plataforma, que reúne várias associações ambientais e cívicas, justificou a sua oposição ao projeto por considerar que este “pretende gastar o dinheiro que é de todos para, aparentemente, beneficiar maioritariamente duas empresas privadas em prejuízo do interesse público, hipotecando o futuro das novas gerações”. A PAS quer que a Direção Regional de Agricultura e Pescas (DRAP) do

Algarve preste esclarecimentos adicionais sobre o projeto, no qual estão previstos investimentos “entre os três e os quatro milhões de euros" para beneficiar 500 a 600 hectares, incluindo duas grandes explorações de monocultura de abacates”, e endereçou várias questões àquele organismo. O investimento inclui obras como a recuperação de dois aquíferos ou a criação de condutas de para levar as águas residuais tratadas da ETAR de Vila Real de Santo António até aos reservatórios das explorações agrícolas beneficiadas, previstas no Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve e financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). No entanto, a plataforma manifestou-se contra a utilização de fundos públicos para promover rega em monoculturas de abacate, em vez de servir para garantir o consumo humano de água, criticando as opções previstas.

“Dessalinizadora, que disponibiliza água de mais baixa qualidade e muito mais cara, fica para consumo humano”

“Ou seja, a água da barragem e de aquíferos subterrâneos, de melhor qualidade e mais barata, irá servir os interesses da agricultura intensiva. Em contrapartida, a dessalinizadora, que disponibiliza água de mais baixa qualidade e muito mais cara, fica para consumo humano, onerando as despesas das famílias”, protestou. A plataforma lamenta que a DRAP, “em vez de adaptar os consumos aos recursos

hídricos” existentes”, e “a pretexto de uma pretensa eficiência hídrica e económica”, se prepare para “consumir e poluir as águas dos aquíferos do sotavento”, em vez de “constituir uma reserva estratégica para consumo humano”. Nas perguntas destinadas à DRAP, a PAS quer saber se a área agrícola a beneficiar já existe ou vai ser criada, quais são as empresas que vão receber a água proveniente do novo sistema de múltiplas origens, se estas têm sede em Portugal ou se têm títulos de utilização de recursos hídricos válidos. A plataforma quer ainda que a DRAP esclareça, entre outras questões, se os “normativos da RAN [Rede Agrícola Nacional], da REN [Rede Ecológica Nacional] e eventualmente da Rede Natura 2000 nessa área de 600 hectares a beneficiar são respeitados” e se “há um estudo e uma Avaliação de Impacto Ambiental para esse aproveitamento hidroagrícola”.

Unidos pelas Praias e Juntos pelo Futuro

Por nós e pelas espécies que delas dependem ou desfrutam. Desta forma, e pela quarta vez, o Algarve acolherá no domingo, dia 8 de maio, a OPERAÇÃO PRAIA LIMPA 2022. Estas praias de cinco concelhos algarvios (Silves, Albufeira, Lagoa, Loulé e Faro) irão ser “inundadas”, entre as 9:30 e as 11:00, por generosos voluntários desejosos de contribuir para o que já é uma tradição anual nos nossos areais: a recolha de resíduos que nunca deveria ter chegado às nossas praias e aos nossos fundos marinhos. As inscrições (https://praialimpa. zoomarine.pt/) para este voluntariado ambiental são gratuitas, encerram às 15 horas do dia 6 de maio (sexta-feira), e são importantes para garantir que os participantes fiquem protegidos por um seguro, tenham acesso a um certificado digital de participação e, claro, a um simbólico lanche. Esta quarta-feira, já existiam mais de 250 participantes inscritos, pelo que se prevê uma

grande festa regional pela defesa do Ambiente. Iniciada em 2017, em articulação com a “Operação Montanha Verde” (2016), a “Operação Praia Limpa” faz parte da iniciativa de responsabilidade ambiental “Together We Protect – Juntos Protegemos”, idealizada pelo Zoomarine e que visa remover, ao longo de vários quilómetros (ao nível da faixa costeira e dos fundos marinhos), os detritos de origem humana que nunca se deveriam encontrar nos habitats naturais. Este ano, a parceria foi ampliada a mais dois municípios e contará com o empenho e cooperação das seguintes entidades: ALGAR SA, a Universidade do Algarve (V+), Agência Portuguesa do Ambiente, Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, a Marinha Portuguesa, a Autoridade Marítima Nacional, a Região de Turismo do Algarve, Águas do Algarve SA, LIPTON, Vila Vita Parc Resort & Spa, Centro Europe Direct Algarve, OLIMAR Reisen (Viagens) e Zoomarine. Esta iniciativa, pedagogicamente ativa, integra o vasto programa da Marinha Portuguesa nas celebrações do Dia da Marinha 2022, que este ano se irão centrar na

cidade de Faro até 22 de maio, e do Dia Europeu do Mar. Dia 8 de maio, diz o Zoomarine que "será uma honra e uma alegria contar com a ajuda de todos

(famílias, amigos e colegas de todas as idades), durante alguns minutos (10 a 90, dependendo da disponibilidade e energia de cada um...), para se poder passar

duas mensagens fundamentais: o lixo marinho poderá não ter produzido por todos, mas a todos prejudica e as praias são de todos (humanos e não-humanos),

e delas devemos poder desfrutar sem poluição, sem riscos, e sem culpas. Assim sendo, este domingo podemos contar com a Vossa generosa ajuda?". [Ler P24] PUB.

São nove das praias mais limpas e seguras do Mundo... e, por isso mesmo, urge alertar, sensibilizar e mobilizar para que assim se mantenham!


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breves Apreensão de lingueirão e amêijoa em Tavira A Polícia Marítima de Tavira realizou no domingo uma ação de fiscalização dirigida à prática da atividade de captura de bivalves em Tavira, da qual resultou a apreensão de cerca de 30 quilos de lingueirão e 20 quilos de amêijoa. Durante esta ação foram detetados diversos mariscadores em plena atividade de captura de bivalves, com recurso a artes de pesca denominadas “ganchorras de mão” e “xalavar”, sem o devido licenciamento, tendo os mesmos acabado por se colocar em fuga ao aperceberem-se da aproximação dos elementos da Polícia Marítima.

Suspeito de tráfico de droga em Portimão Foi detido em flagrante delito pela PSP de Portimão, na tarde da passada sexta-feira, um homem, com 23 anos, quando efetuava uma transação de estupefaciente. Na busca efetuada à sua residência, foram apreendidos 2064 doses de heroína, 535 doses de cocaína, cerca de 1340 euros que se suspeitam provenientes da atividade ilícita e diverso material de pesagem, corte e acondicionamento de produto estupefaciente.

Apanhados em flagrante a furtar catalisador A GNR de Lagoa deteve em flagrante duas mulheres de 33 e 49 anos e um homem de 20 anos, por tentativa de furto de catalisador, em Ferragudo. Após uma denúncia, os militares deslocaram-se rapidamente ao local, onde surpreenderam os suspeitos em flagrante, sendo que o homem ainda se encontrava com a serra de corte na mão a realizar a subtração. Assim que se aperceberam da chegada da patrulha, os suspeitos tentaram colocar-se em fuga, tendo sido intercetados. Após a detenção, realizaram-se diversas diligências policiais, que culminaram na apreensão de uma viatura, três relógios, um macaco elevatório de automóveis; várias lâminas para serras elétricas e uma serra elétrica.

CCDR/Algarve explica situação do aterro sanitário do sotavento (que Associação

Zero diz funcionar ilegalmente desde 2017)

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associação ambientalista Zero denunciou esta terça-feira o alegado funcionamento ilegal do aterro do Sotavento Algarvio, em Loulé, desde 2017, pedindo uma auditoria à legalidade dos aterros sanitários em Portugal, por acreditar que há mais aterros nessa situação. O aterro do sotavento (leste) recebe os resíduos urbanos de metade dos concelhos algarvios – Alcoutim, Castro Marim, Faro, Loulé, Olhão, São Brás de Alportel, Tavira e Vila Real de Santo António -, sendo os da outra metade encaminhados para o aterro do barlavento (oeste), em Portimão. Em comunicado enviado à Lusa, a Zero refere que a exploração do aterro começou em junho de 2020, inicialmente com duas células, atualmente encerradas, tendo começado a ser construída uma terceira célula em 2017 – a célula C -, cuja exploração começou em julho de 2020. No entanto, a construção da terceira célula do aterro “ocorreu previamente ao seu licenciamento sem Avaliação de Impacte Ambiental”, tendo a consulta pública referente ao processo de licenciamento único deste aterro terminado na segunda-feira. Segundo a Zero, a consulta pública que agora terminou é uma “artimanha” para fugir à Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) e “esconde que a obra de ampliação do aterro, iniciada em 2017 e concluída em 2018, com a construção da célula C”, deveria ter sido sujeita a AIA, “conforme previsto na lei”. Assim, segundo a associação ambientalista, o aterro encontra-se a “funcionar ilegalmente desde 2017, altura em que, pela força das alterações profundas de ampliação do

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projeto existente, deixou de estar eficaz a licença ambiental”. Além disso, acrescenta, tratando-se de uma ampliação que veio a superar os 20% da capacidade instalada e também da área de instalação que já existia, “deveriam ter sido adotados os procedimentos obrigatórios” para a AIA. “Em qualquer dos casos, constata-se que, mais uma vez, quer a Agência Portuguesa do Ambiente, quer a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve foram permissivos à continuada ilegalidade de incumprimento das regras ambientais favorecendo o infrator, em detrimento das populações que há muito reclamam sobre a má gestão do aterro”, sublinha. Para a associação, o aterro tem sido responsável “pela contaminação dos cursos de água, nomeadamente da Ribeira do Vascão”, e não apresenta uma “solução de longo prazo para os resíduos produzidos” na área abrangida, o que se prevê que aconteça até 2026. “A atuação das entidades competentes rela-

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Licença ambiental é válida até 16 de agosto de 2026 Contactada pela Lusa, fonte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve esclareceu que se trata “de uma alteração de uma instalação existente, localizada em área sensível” da Rede Natura 2000, que não foi anteriormente sujeita a AIA. A CCDR acrescenta que a consulta pública que terminou na segunda-feira é “relativa à alteração do procedimento de licenciamento ambiental e do licenciamento da exploração do aterro” e que a licença ambiental do Aterro Sanitário do Sotavento, emitida pela Agên-

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tivamente à contaminação das águas superficiais e subterrâneas tem sido de total permissividade”, sublinha, sugerindo que a Licença de Utilização de Recursos Hídricos “deveria ser mais abrangente no que respeita à monitorização do meio recetor, tanto nos pontos a monitorizar quanto nos parâmetros analisados”.

cia Portuguesa do Ambiente, é válida até 16 de agosto de 2026. Segundo a CCDR, a Algar, empresa que explora o aterro e é responsável pela valorização e tratamento de resíduos sólidos no Algarve, submeteu àquele organismo os elementos exigidos pelo Regime Jurídico de Avaliação de Impacte Ambiental para “emissão de decisão sobre a necessidade de sujeição do projeto a AIA”. No entanto, o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), entidade com competência na gestão daquela área classificada, considerou, “em virtude de ter emitido anteriormente parecer favorável condicionado ao Estudo de Incidências Ambientais do projeto de ampliação do aterro, não ser necessário sujeitar a célula C a procedimento de AIA”. Neste sentido, acrescenta a CCDR do Algarve, “foi considerado que as medidas propostas para a mitigação, prevenção e monitorização dos impactes identificados são suficientes para evitar ou minimizar os efeitos negativos significativos no ambiente, nomeadamente, quanto à consecução da exploração e desativação da célula C”. No entanto, sublinhou, a licença de exploração a emitir inclui “a obrigatoriedade de cumprimento de todas as medidas previstas” no Regime Jurídico de Avaliação de Impacte Ambiental (RJAIA), “assim como vários condicionantes adicionais determinados por esta CCDR, enquanto autoridade de AIA, para evitar ou prevenir efeitos significativos no ambiente”. Segundo a CCDR, a emissão da renovação da licença de exploração não ocorreu em 2016 “porque não se verificavam observados os pressupostos referentes à restrição de utilidade pública da Reserva Ecológica Nacional”. No entanto, acrescenta, em 26 de março de 2021 foi publicado em Diário da República o aviso que estabeleceu “a alteração da delimitação da Reserva Ecológica Nacional do município de Loulé, para a área afeta ao aterro, o que permitiu prosseguir com o procedimento de licenciamento desta instalação”.


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Postal, 6 de maio de 2022

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REGIÃO

Não há indícios de irregularidades no acolhimento de ucranianos no concelho de Albufeira

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Câmara Municipal de Albufeira garantiu não haver qualquer denúncia ou indícios de irregularidades no apoio aos refugiados ucranianos no concelho. A autarquia, que está entre as que mais refugiados ucranianos já recebeu em Portugal, é também o município algarvio com mais proteções temporárias concedidas, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). A Câmara de Albufeira tem contado com o apoio da Associação Alegria de Leste na integração de pessoas e que assegurou à SIC não receber apoio financeiro da Rússia ou de entidades russas, nem estar envolvida em iniciativas políticas. Uma outra associação de ucranianos no Algarve também diz não ter queixas sobre o acolhimento de refugiados em Albufeira. Segundo a última atualização fei-

ta pelo SEF, já foi atribuido proteção temporária a 34.562 cidadãos ucranianos e a estrangeiros que residiam na Ucrânia. Do total de pedidos de proteção temporária aceites pelas autoridades portuguesas 23.144 dizem respeito a mulheres e 11.418 a homens. Do total de proteções temporárias concedidas, 11.775 dizem respeito a menores, acompanhados e não acompanhados. “Desde o início do conflito, o SEF já comunicou ao Ministério Público 607 menores que se apresentaram na presença de outra pessoa que não o seu progenitor ou representante legal comprovado,

FOTO D.R.

sem perigo atual ou iminente”, adiantou o SEF. À Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) foi comunicada a

chegada de “15 menores não acompanhados e/ou na presença de outra pessoa que não o seu progenitor ou representante legal comprovado,

em perigo atual ou iminente”. Lisboa, Cascais, Sintra, Porto e Albufeira são os municípios com mais proteções temporárias concedidas. “Quanto a certificados de autorização de residência ao abrigo do regime de proteção temporária, contendo números de utente de saúde, de segurança social e de identificação fiscal atribuídos pelas respetivas entidades, o SEF já emitiu 28.892”, adiantou. O SEF tem uma plataforma ‘online’, em três línguas, para pedidos de proteção temporária por residentes ucranianos, disponível em: https://sefforukraine.sef.pt PUB.

EXPOSIÇÃO

RAÍZES MARGARIDA TENGARRINHA

MUSEU DE PORTIMÃO 23 ABRIL - 19 JUNHO


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Postal, 6 de maio de 2022

Trabalhar no turismo Ouvimos duas instituições privadas de referência no Algarve sobre a "falta de pessoas para trabalhar" na região. Ambos são unânimes: o elevado custo dos arrendamentos urbanos é um dos problemas!

O

ano de 2022 poderá vir a ser um dos melhores anos turísticos de sempre para Portugal ou mesmo o melhor para a região algarvia, mas nunca a questão da falta de

mão de obra foi tão falada sobretudo na área turística: “Perdemos com a pandemia 27% de colaboradores”, adiantou recentemente Luísa Pinho, ‘senior account’ da Randstad Portugal.

No Algarve, há quem não “baixe os braços” e procure novas soluções. A empresa algarvia de trabalho temporário Timing, a maior em número de trabalhadores do setor privado na região, já começou a de-

senvolver novas soluções tecnológicas para o problema e, segundo Ricardo Mariano, “a Timing tem vindo a dar passos muito interessantes nesta matéria”. Também o parque temático mais icónico >>

Os preços do arrendamento urbano são proibitivos; os transportes públicos são quase sempre inexistentes P “Faltam pessoas para trabalhar no Algarve”. O que tem que ser feito?

Isabel Delgado Diretora de Recursos Humanos e Marketing do Zoomarine

Temos mais de 230 vagas disponíveis que vão desde o biólogo/a à cozinheira/o, passando pela receção, o atendimento nas lojas ou nos restaurantes, a manutenção e tantas outras vagas diferentes e desafiantes

R As medidas adoptadas por efeito da pandemia covid-19 afetaram muito o normal funcionamento do mercado de trabalho no Algarve, as regras sanitárias, as restrições à mobilidade e os apoios financeiros de certa forma alteraram o funcionamento do setor – o turismo embora represente uma significativa parcela do PIB parece ter passado a atividade não-grata, onde se trabalha muito em pouco tempo, se é mal remunerado e ainda tem uma elevada exposição a contacto direto com pessoas eventualmente infetadas pelos mais variados vírus. Esta disseminação de meias-verdades prejudica claramente uma região que há décadas que luta contra os efeitos da sazonalidade climática, o Algarve não é apenas o mês de agosto, temos uma região lindíssima com um clima moderado que permite fazer turismo de qualidade pelo menos de março a outubro. A oferta de alojamento turístico e atividades complementares é variada e com cada vez maior qualidade, sendo que essa responsabilidade recai maioritariamente nos empregadores privados que assumem a responsabilidade de contratar por 12, 9 ou 6 meses para garantir formação e estabilidade às suas equipas quando o boom de clientes ocorre apenas em época estival. Esta sazonalidade cria nas pequenas empresas como o Zoomarine um ónus tremendamente difícil de ultrapassar se o mercado de trabalho não oferecer capital humano suficiente para garantir um serviço de qualidade.

A tarefa complica-se para os empregadores quando os preços do arrendamento urbano são proibitivos, muitas vezes em contraciclo com o normal funcionamento das empresas; os transportes públicos são quase sempre inexistentes ou apenas funcionam dentro dos aglomerados urbanos e por isso as próprias empresa têm de assegurar o transporte aos seus colaboradores; a densidade populacional é abaixo da média nacional e para agravar ainda mais essa já dura realidade “trabalhar no turismo perdeu glamour”. O que pode ser feito passará por resolver com medidas estruturais cada um destes problemas por forma a permitir a melhoria das condições de vida da população em geral por forma a fixar na região mais pessoas em idade ativa e disponíveis para aceitar as muitas ofertas de trabalho na região – coisa que nada tem a ver com questões salariais diretas, uma vez que as múltiplas ofertas de trabalho que proliferam nas redes sociais diariamente não chegam sequer a ser respondidas para indagar as condições oferecidas. P Faltam estratégias para colocar empregadores e empregados em contacto direto? R No caso do Zoomarine, historicamente sentimos que sempre fomos e seremos uma “empresa-escola” no sentido em que somos um empregador com características diferenciadas – é difícil encontrar no mercado pessoas já com a formação especifica que necessitamos. Fazemos muito recrutamento interno e como tal as

possibilidades de crescimento são uma realidade, temos um departamento especializado em capital humano que está em contacto permanente com as mais variadas universidades e escolas do país, que cuida de cada pessoa como um membro de uma grande família, por isso optamos por não ter dentro do parque empresas sub-contratadas, fazemos uma contratação direta e muito focada em perfis que permitam o crescimento pessoal orientado para uma cultura de lazer, animação e educação ambiental, é isso que cultivamos diariamente nos nossos colaboradores. O benefício mais direto e amplamente aceite da pandemia covid-19 foi o aumento da literacia digital, nesse sentido o contacto entre empregadores e empregados é hoje mais fácil, o primeiro contacto já se faz de forma digital e até muitos processos de seleção já são inteiramente online, abriu-se um leque de possibilidades, tanto para uns, como para outros. No caso do Zoomarine, avançámos esta quarta-feira em live stream com um “Dia Aberto de Recrutamento” inteiramente online, disponível a nível nacional, onde os candidatos puderam conhecer as chefias, as vagas disponíveis, esclarecer dúvidas e colocar questões, bastou ter internet, aceder ao evento através de um link enviado no momento da inscrição e participar online. Temos mais de 230 vagas disponíveis que vão desde o biólogo/a à cozinheira/o, passando pela receção, o atendimento nas lojas ou nos restaurantes, a manutenção e tantas outras vagas diferentes e desafiantes. PUB.


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Postal, 6 de maio de 2022

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perdeu glamour? >>

do Algarve investe em novas respostas. O Zoomarine assume-se como uma “empresa-escola” no sentido em que é um empregador com características diferenciadas, salienta Isabel Delgado ao POSTAL. Mesmo assim, o panorama é preocupante e há quem sinta que as profissões na restauração e hotelaria já “não são percecionadas como atrativas para a maioria das pessoas”.

Faltam igualmente soluções estruturais na mobilidade e sobretudo no acesso à habitação que agravam as estratégias para colocar empregadores e empregados em contacto direto. "Faltam pessoas para trabalhar nos hotéis e restaurantes", mas ao mesmo tempo em que há muita oferta de emprego, há muitos desempregados. Vejam-se os números recentes de oferta do IEFP de Faro no quadro aqui publicado.

PROFISSÃO

CPP

N.º INSCRITOS

COZINHEIRO

51200

455

AJUDANTES DE COZINHA

94120

1095

TRABALHADORES LIMPEZA ESCRITÓRIO E HOTÉIS

91120

1798

EMPREGADOS DE MESA

51310

1142

EMPREGADOS DE BAR

51320

224

JARDINEIROS

61134

262

Solução passa por soluções tecnológicas e a Timing tem vindo a dar passos muito interessantes nesta matéria P “Faltam pessoas para trabalhar no Algarve”. O que tem que ser feito?

Efetivamente, existem fatores a nível das condições de trabalho que podem ser melhorados. A questão dos horários por turnos ou repartidos, a disponibilização de transportes para os colaboradores, a alimentação fornecida, a duração dos contratos e as remunerações praticadas assumem, nos dias de hoje, uma particular relevância, e nem todas as empresas deste setor na região estão tão atentas como deveriam, aos pontos mencionados. O elevado custo dos arrendamentos é um problema que demorará anos a ser resolvido e, que passa, obrigatoriamente, pelo lançamento de medidas públicas. R

P Será que faltam igualmente estratégias para colocar empregadores e empregados em contato direto?

Excelente pergunta! Efetivamente, todos os dias há vagas por R

preencher e pessoas que gostariam de as ocupar, ficando o trabalho por fazer ou deixando os restantes colegas ao serviço sobrecarregados. Isto acontece porque ambas as partes não conseguem chegar uma à outra nesse momento. A solução passa obrigatoriamente por soluções tecnológicas e a Timing tem vindo a dar passos muito interessantes nesta matéria.

P E da parte dos colaboradores, as expetativas mudaram em relação às empresas?

A pandemia veio expor algumas fragilidades do setor. Horários e folgas rotativas, turnos repartidos, entre outros pontos chocam, nos dias de hoje, com as expetativas da maior parte dos trabalhadores do setor. Assistimos a aumento visível das remunerações praticadas pelos empregadores e a duração dos contratos assume uma particular importância. R

P Sente que existem diferenças entre as necessidades de mercado e a oferta providenciada pelas instituições de ensino?

Quais são as vagas mais difíceis de preencher em hotelaria?

R Na última década o crescimento a que assistimos na indústria hoteleira, não foi acompanhado pelas instituições de ensino e respetiva oferta formativa. Temos muitos desafios pela frente, principalmente, na correta adequação dos cursos e do que neles ensinam com as necessidades do mercado de trabalho, que se encontra em constante mudança.

R Desde há muitos anos que em determinadas profissões a dificuldade na contratação é superior. Ou seja, quanto mais numeroso e qualificado for o departamento, mais moroso é o processo de recrutamento e seleção. Contratar um bom cozinheiro, ou um bom empregado de mesa é hoje uma tarefa difícil. Na receção de hotel o cenário é o mesmo.

P

Ricardo Mariano CEO do grupo empresarial algarvio Timing

O elevado custo dos arrendamentos é um dos problemas PUB.

Prof. Joana Baltazar

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14 de

maio

participamos na competição da ADA. Campeonato de crews e XIII convenção de Hip Hop Dance Algarve, em Faro no Pavilhão da Penha

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ARTES VISUAIS

Como está a ser “vista” pelos artistas a guerra na Ucrânia? SAÚL NEVES DE JESUS Professor Catedrático da Universidade do Algarve; Pós-doutorado em Artes Visuais; http://saul2017.wixsite.com/artes

E

screvemos o último artigo, intitulado “Como são tratadas as obras de arte durante a guerra?”, após o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, procurando dar conta da destruição de museus e de obras de Mural “Freedom fighter” (“Lutador pela liberdade”), de MrDheo (Matosinhos, arte de artistas ucranianos, apresentando como exemplos do que tinha 2022) FOTOS D.R. acontecido no Museu Ivankiv, em Kiev, no Museu Nacional Andrey Sheptytsky, em Lviv, e no Museu de Arte em Kharkiv. É claro que isto parece ter pouca importância, comparativamente à devastação total de algumas cidades e à destruição de vidas humanas, sendo enorme o número de mortos e feridos, nomeadamente civis, para além de um número já superior a 10 milhões de deslocados ou refugiados ucranianos. É realmente uma tragédia humanitária, com elevadas perdas e sofrimento. À ESQUERDA EM CIMA Mural “War No entanto, a arte e o património culChild” (“Criança na guerra”), de tural material do mundo é a nossa Hilack (Los Angeles, 2022) herança comum, marcando a identidade e constituindo uma inspiração para À DIREITA EM CIMA Mural “Stop toda a humanidade, tendo o poder de War” (“Parem com a guerra”), de nos unir e de promover a paz. Nesse Jef (Austin, 2022) sentido, em 1954, estipulou-se o artigo 53º da Convenção de Haia para a ProteÀ ESQUERDA Mural de My Dog ção da Propriedade Cultural no Caso de Sights (Cardiff, 2022) Conflito Armado, sendo explicitado que são proibidos “quaisquer atos de hostilidade dirigidos contra monumentos históricos, obras de arte ou locais de culto que constituam património cultural ou espiritual dos povos”, sob pena de serem considerados crimes de guerra. Infelizmente, a guerra na Ucrânia continua, sendo imprevisível a sua duração... Durante as semanas em que tem decorrido esta guerra, têm sido inúmeras as manifestações de apoio ao povo ucraniano, muitas delas feitas por artistas. Neste âmbito foi já produzido um elevado número de imagens, sobretudo na forma de arte urbana, quer na Ucrânia, quer noutros locais do mundo, por artistas de vários países, expressando o impacto mundial que esta guerra está a ter, num mundo que é cada vez mais global e interconectado. Mural de Seth Globepainter (Paris, 2022)

Aproveitando a força das redes sociais, existem links que integram essas imagens, nomeadamente #artagainstwar# (“arte contra a guerra”), que já tem vários milhares de ilustrações, e #standwithukraine# (“fica com a Ucrânia”), que conta com centenas de milhares de publicações. De uma forma geral, as imagens pedem paz, manifestam revolta pela morte de crianças e pela separação de famílias, elogiam a resistência ucraniana e responsabilizam Putin pelo conflito. São imagens que falam por si, algumas feitas por artistas já conhecidos, outras por artistas jovens e desconhecidos, procurando expressar, não apenas a sua visão sobre esta guerra, mas também o seu apoio aos ucranianos que estão a viver esta situação dramática e traumática. Um dos artistas mais conhecidos é Hilack que realizou um mural em Los Angeles intitulado “War Child” (“Criança na guerra”), em que aparece uma criança com um urso num braço a desenhar o símbolo da paz no outro, numa parede cheia de buracos de balas. Também nos EUA, mas em Austin, Texas, Jef realizou o mural “Stop War” (“Parem com a guerra”) em que também aparece uma criança com uma mão aberta fazendo sinal para parar e com essa mensagem escrita. É também uma criança, com uma bandeira da Ucrânia, caminhando por cima de tanques de guerra que Seth Globepainter pintou em Paris. Por seu turno, em Cardiff, no País de Gales, o artista denominado My Dog Sights desenhou um olho com uma lágrima, usando as cores da Ucrânia, azul e amarelo, podendo ver-se na iris o reflexo daquilo que este olho está a ver, um monumento ucraniano a ser bombardeado. Numa entrevista, este último artista referiu “não posso pegar em armas, não tenho influência a não ser usar minha arte para fazer as pessoas pararem e pensarem”. Em Portugal, destaca-se o mural em Matosinhos, intitulado “Freedom fighter” (“Lutador pela liberdade”), da autoria do artista MrDheo. Este artista, que tinha já criado uma obra de apoio aos enfermeiros pelo trabalho realizado na guerra contra a pandemia da Covid-19, procura agora apelar à paz e homenagear a resistência do povo ucraniano. Tendo contado com o apoio da autarquia e de outras entidades e empresas parceiras, retrata os destroços provocados pela guerra e um homem que leva o

símbolo da paz. Segundo as palavras do próprio artista, "esta é a minha homenagem a todos os que perderam a vida, aos que tiveram de fugir do seu país e sobretudo a quem continua no terreno a desafiar o destino. À união de um povo, à defesa da sua honra e à sua resiliência em prol da bandeira. Um apelo para que os valores humanos falem mais alto e para que a paz prevaleça". São imagens que expressam como esta guerra está a ser “vista” pelos artistas em todo o mundo e que vão permitir manter viva a memória desta tragédia. A história é feita de acontecimentos marcantes, uns bons e outros maus, podendo a arte visual ajudar a manter vivas no presente as memórias do passado, ajudando a construir os caminhos do futuro. Acreditamos que, no âmbito de um movimento de “educação para a paz”, a arte visual pode ajudar a parar no tempo e a refletir, de forma a que não se repitam no futuro os erros do passado e, neste caso, do presente. Oxalá que quando escrever o próximo artigo para o Cultura.Sul se trate apenas de passado e já não de presente. Seria sinal de que esta guerra tinha terminado, para bem de todos. Vamos ver...

Ficha técnica Direção GORDA, Associação Sócio-Cultural Editor Henrique Dias Freire Responsáveis pelas secções: • Artes Visuais Saúl Neves de Jesus • Espaço AGECAL Jorge Queiroz • Espaço ALFA Raúl Coelho • Filosofia Dia-a-dia Maria João Neves • Fios De História Ramiro Santos • Letras e Literatura Paulo Serra • Mas afinal o que é isso da cultura? Paulo Larcher Colaborador desta edição Mauro Rodrigues e-mail redação: geralcultura.sul@gmail.com publicidade: anabelag.postal@gmail.com online em www.postal.pt e-paper em: www.issuu.com/postaldoalgarve FB https://www.facebook.com/ Cultura.Sulpostaldoalgarve


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FILOSOFIA DIA-A-DIA

O papel da Arte

A banda Pink Floyd e o cantor ucraniano Andriy Khlyvnyuk, da banda BoomBox, gravaram o tema Hey hey rise up FOTOS D.R. MARIA JOÃO NEVES PH.D Consultora Filosófica

V

ivemos numa época em que a especialização prevalece e a distância e a separação se constituem em palavra de ordem. Os domínios da arte, do conhecimento e da ética encontram-se diferenciados e totalmente independentes uns dos outros. Contudo, nem sempre foi assim. Platão, no séc. IV a.C. estabelecia uma equivalência entre a verdade, a beleza e o bem. Esta trilogia durou até ao momento em que Aristóteles “libertou” as, pela primeira vez assim chamadas, “Belas Artes” da obediência à verdade. Já no séc. XVIII o filósofo alemão Emanuel Kant estabeleceu o belo como símbolo do bem, sendo este vínculo amplamente tratado na sua obra Crítica da Faculdade do Juízo, que versa sobre o belo na arte e o sublime na natureza. À medida que o tempo avançou, as divisões continuaram a suceder-se a e a multiplicar-se. O belo deixou de ser a única categoria estética reconhecida. Poder-se-ia até dizer que o belo ficou fora de moda, tendo outras categorias estéticas - como o interessante ou o grotesco - adquirido preponderância. O objecto a ser retratado pela arte não tem que ser belo e a forma como este é representado também não. E que dizer do bem e da verdade? Estes dois outros componentes da equivalência platónica também deixaram de importar. Porém, num momento em que a guerra eclode em plena Europa, interrompendo um extenso período de paz, parece que a arte volta a assumir o seu papel de embaixadora de uma causa: A famosa banda Pink Floyd reuniu-se para, junto com o cantor ucraniano Andriy Khlyvnyuk da banda BoomBox, gravar o tema Hey hey rise up. A canção, inspirada na marcha patriótica ucraniana intitulada Oi u luzi Chervona Kalyna foi lançada em vários canais de streaming, como o YouTube.

Os lucros revertem a favor do fundo Ukrainian Humanitarian Relief. A cantora ucraniana Jamala, que venceu o Festival da Eurovisão em 2016, é hoje uma refugiada da guerra. Quase como um prenúncio,

A cantora ucraniana Jamala, que venceu o Festival da Eurovisão em 2016, é hoje uma refugiada da guerra

esta canção vencedora intitula-se 1944 transportando-nos para o ano em que os tártaros da região da Crimeia - entre eles a bisavó da cantora- foram deportados. Esta limpeza étnica foi levada a cabo pelo exército da União Soviética, sob o pretexto de alegada colaboração desta minoria étnica Muçulmana com as forças da Alemanha Nazi. Agora é a bisneta Jamala, filha de mãe arménia e pai muçulmano (tártaro da Crimeia), quem foge da sua pátria com dois filhos pequenos nos braços. Os horrores da guerra teimam em repetir-se, e a canção de Jamala, vencedora há 6 anos atrás, reveste-se de uma aura de terrível profecia.

o mundo criaram murais comoventes para apoiar a Ucrânia. No caso português, o grafiti tem a autoria de MrDheo, intitula-se “Freedom Fighter” (Lutador pela Liberdade) e pode ser contemplado na rua Roberto Ivens em Matosinhos. A famosa revista de moda Vogue, habitualmente dedicada a questões mais frívolas, lançou a campanha Fashion for Peace com uma colecção exclusiva de 10 obras de seis artistas nascidos e sediados na Ucrânia - Anna October, Anton Belinskiy, Gunia Project, Ienki Ienki, Gudu e DressX - sendo que todos os lucros reverterão a favor da instituição Save The Children Ukraine. Trata-se de uma colaboração especial da Vogue Ucrânia e da Vogue Singapura que coloca obras de arte, esboços, e fotografias à venda na plataforma OpenSea. O “Intergalactic Freedom Dress” - um vestido longo em tule azul marinho, com metade do corpete em armadura dourada - inspira-se não apenas nas cores da bandeira ucraniana, mas também na delicadeza e coragem deste povo lutador. Foi criado pela retailer de moda digital DressX. Fonte da Exaustão, intitula-se a escultura de Pavlo Makov, é o ex-libris do pavilhão ucraniano na Bienal de Veneza que começou a 23 de Abril e durará até 27 de Novembro deste ano. A obra compõe-se de 28 funis de bronze, cada um deles com 2 canais de saída, organizados em forma piramidal. A água que escorre dos funis divide-se ao meio, sucessivamente, tornando-se cada vez mais escassa. No momento da sua criação, o autor tinha em mente uma metáfora: o esgotamento da humanidade e da democracia. Porém, nas actuais circunstâncias de invasão da Ucrânia pela Rússia, a escultura assumiu uma nova identidade, tornou-se “arte de guerra” e aponta para a batalha contínua que se vive neste momento. Pavlo Makov e a sua equipa de curadores sentem-se embaixadores do seu pais e da sua cultura. Neste momento crucial em que a existência da Ucrânia como nação é posta em causa pelo país invasor, consideram essencial

O “Intergalactic Freedom Dress”, um vestido longo em tule azul marinho, com metade do corpete em armadura dourada

presta também um tributo a Maria Prymachenko, uma das artistas mais conceituadas do séc. XX, cujo museu contendo muitas das suas obras foi bombardeado pelas forças russas.

de única de transmitir emoção e perda. Acrescentou que todas as tiranias se opõem à livre expressão artística por causa de sua capacidade de ilustrar erros morais. “A arte pode dizer ao mundo o que não pode ser partilhado de outra forma. É a arte que transmite sentimentos.” De facto, vários artistas ucranianos recorremàarteparaseexpressarenquanto se abrigam dos bombardeamentos. Os esboços de Daniil Nemirovsky, desenhados num bunker em Mariupol são um exemplo das obras que vão estar em exibição em Veneza. A violinista Vera Lytovchenko, de Kharkiv, leva consigo o instrumento cada vez que se abriga das bombas num bunker. O seu violino silencia-as e traz conforto aos que ali se encontram. A música é a arte mais “invasora” de todas as artes, ela entra-nos pelos poros adentro, queiramos ou não, ela interfe-

Fonte da Exaustão, intitula-se a escultura de Pavlo Makov, é o ex-libris do pavilhão ucraniano na Bienal de Veneza

A equipa de curadores, entrevistada re com a pulsação do nosso coração, a pela CNN Style a 22 de Abril, foi ques- unidade rítmica primordial. Mesmo tionada sobre a capacidade da arte sob a ameaça do perigo eminente, a para acabar com o actual conflito. “Eu contemplação do belo pode transcencostumo dizer que a arte é mais um der o sofrimento. diagnóstico do que um remédio. Não tenho a certeza de que a arte possa salvar Inscrições para o Café Filosófico: o mundo, mas pode ajudar a salvá-lo”, filosofiamjn@gmail.com respondeu Makov. Lanko também já * A autora não escreve segundo o acordo ortográfico tinha expressado a sua opinião na mesma linha de raciocínio: “A arte não vai parar esta guerra imediatamente, mas pode evitar a próxima.” Para German, a Fonte da Exaustão não é um símbolo de optimismo, mas acredita que o facto de terem chegado a Veneza estimula a esperança e mostra que a Ucrânia é capaz de avançar mesmo nos tempos Os esboços de Daniil Nemirovsky, mais sombrios: “Mesmo em tempos desenhados num bunker em Mariupol de guerra, somos capazes de construir nosso futuro.” No seu discurso, por videoconferência, na Bienal de Veneza, o presidente Zelensky afirmou que a arte pode desempenhar um papel poderoso na Grafiti da autoria de MrDheo, intitula-se “Freedom Fighter” (Lutador pela Liberdade) representação do sofrimento da Ucrânia A violinista Vera Lytovchenko, de Kharkiv, leva A chamada “arte de rua” tem tido um demostrar que a Ucrânia possui uma às mãos da Rússia, por consigo o instrumento cada vez que se abriga papel preponderante: artistas de todo identidade cultural sólida. O pavilhão causa da sua capacidadas bombas num bunker


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FIOS DE HISTÓRIA

Milagre de luz e poesia FOTO D.R.

RAMIRO SANTOS Jornalista ramirojsantos@gmail.com

O

sol já passara sobre Cacela. E sentado no muro caiado da aldeia pequena e bela onde nasceu, lá está ele embriagado pela luz do sol poente que tingia o mar, e tudo à volta, de um vermelho laranja cor de fogo. As ondas que banham suavemente a pequena ilhota um pouco mais abaixo, trouxeram-no em sonho do seu exílio onde se encontra em Ceuta. Nas suas memórias, Ibn Darray al-Qastalli repara que, no largo agora com o seu nome, não tinha ideia da igreja existente ao lado do muro, e a cidade parecia-lhe mais pequena do que a antiga onde crescera e brincara quando criança. Iam longínquos os tempos! Dos seus antepassados, mantinha vivas as lembranças de um sétimo avô que viera nas campanhas do exército de Tariq Zihad. Esse ano de 711, no calendário cristão, marcou o início da chegada dos povos berberes a este lado do canal, tornando-os senhores da península do grande al-Andaluz.

Desse avô distante, de que recebeu o apelido de família mais o da cidade conquistada, guardou ele as vidas contadas que fizeram do nada o princípio de tudo: ibn Darraj al-Castalli, ou seja, filho de Darraj de Cacela. O nome, a terra e a história, herdeiras e guardiãs de um passado que gerações sucessivas prolongaram por séculos adiante. Naquele tempo, seguia a vida tranquila na pacatez da cidade, quando, pelo seu talento de poeta e homem da escrita, viria a ser eleito entre os melhores para glorificar os feitos e conquistas de Abdul Amir Almançôr, o novo governador do al-Andaluz. Como cronista da corte e do califado de Córdoba, percorreu o império árabe, gozando, por isso, dos privilégios de uma vida plena e feliz, interrompida, anos depois, por um exílio forçado e triste em Ceuta. E é agora dali que, no barco da nostalgia, empreende a viagem possível de regresso à sua aldeia de infância. Na distância e ao alcance de um olhar de saudade. Recorda, como se fosse hoje, que no seu tempo, Castalli se transformara num dos faróis de cultura e riqueza do Garb al-Andaluz. Era a terceira cidade em prestígio logo a seguir a

Xilbe - a Bagdad do Ocidente -, e à capital Ukxunuba – a antiga Ossónoba romana. Segundo o historiador Ahmed Tahri “ali nasceram ilustres poetas e intelectuais que deixaram a sua influência no pensamento, na gramática, na poética e na literatura da época”. O seu esplendor “ultrapassou as fronteiras do al-Andaluz, abarcando o Dar-al-Islam, tanto do oriente como do ocidente”. Ibn Darraj al-Castalli, foi - diz o investigador - “o maior do seu tempo” e embora poeta oficial de Almançôr, o seu brilho de pensamento e de expressão poética, “tornou-o porta voz e inspirador de uma geração de autores que floresceram no império islâmico” e em todo o território peninsular. Com a derrocada do califado e a dispersão do poder em pequenos reinos e taifas um pouco por todo o al-Andaluz, o domínio árabe mudou de mãos, e quando os cristão ali chegaram, Cacela ou Castalli já não era a cidade dos seus anos de menino. Todavia, ainda que transformada numa modesta povoação islâmica, soube preservar na sua alma identitária, a cultura e os valores árabes do al-Andaluz mais profundo.

Hoje Cacela, na sua pequena dimensão, “quando o tempo a vê em todo o seu esplendor/Vê tudo o que poderia sonhar de mais belo”, escreveu o poeta Abu Amer: o mar, o sol, a luz, a cor, a terra. E em redor do largo, lá estão a igreja, a cisterna, as casas térreas, a casa do pároco, a fortaleza e a memória do pelourinho que ali havia. E Sophia eternizou-a assim: “As praças fortes foram conquistadas/por seu poder e foram sitiadas/ as suas cidades do mar pela riqueza/ porém Cacela/ foi desejada só pela beleza”. Passados tantos séculos, robusta como a fortaleza que foi, ali permanece

imperturbável perante a pressão e as ameaças de novas ‘invasões’. Cacela é um “milagre e poesia”, diz o poeta José Carlos Barros, fazendo eco da voz que ali ressoa vinda do outro lado do mar: “... Nos muros de Cacela um poeta de longe vem com as ondas/ para morrer para morrer para morrer”. Referências e citações: “Cacela e o seu Poeta, Ibn Darray al-Qastalli na História e na Literatura do al-Andaluz Amhed Tahiri, CM VRSA e Fundação Al Idrise, 2009; José Carlos Barros, idem; “Livro Sexto”, Sophia de Mello Breyner Andressen..

ESPAÇO AGECAL

Heranças da habitação mediterrânica e a contemporaneidade JORGE QUEIROZ Sociólogo, sócio da AGECAL

A

s cidades portuguesas mais antigas e os territórios rurais por todo o País conservam a herança cultural das presenças romana e muçulmana, civilizações mediterrânicas que contribuíram para a nossa língua de origem latina, urbanismos, arquitecturas, engenharia hidráulica e viária, agricultura comunitária, religiosidades, alimentação, tradições festivas e celebrações cíclicas, entre muitos outros aspectos, em suma, o que se designou por estilo de vida ou “daiata”. As cidades romanas seguiram um modelo organizativo, definindo a estratificação social, funções e formas de construir, bairros e residências, o fórum e os templos, aquedutos e termas, anfiteatros, ... Em Lisboa conhecem-se as galerias subterrâneas da Baixa, o teatro romano de Olisipo (séc. I-II d.C.), o hipódromo que existiu num vazio a que chamavam tal como hoje o Rossio.

No mundo urbano romano, de inspiração grega, o “domus” é a casa das famílias ricas, com “atrium”, quartos, sala de refeições, jardim ou “hortus”, à frente a “tabernae” para comercio. Nas “villae” viviam os proprietários rurais romanos, foram estruturadas para funções agrícolas e de habitação, unidades que podemos ver em Braga, Conimbriga, Beja e outras regiões, mas também em Milreu (sec. II a.C.) perto de Estoi, “villae” onde se produzia azeite no lagar, se salgava peixe em tanques, onde ainda se conservam mosaicos temáticos. A maior concentração do País “cetárias”, tanques para salga e preparação do “garum,” encontra-se em Tróia. Os “montes”, alentejanos e algarvios, integram as herdades, se forem de menores dimensões chamam-lhes quintas. Existem por todo o sul exemplares de “montes” que sobreviveram, alguns deles melhorados pelos proprietários, revelando sensibilidade e respeito pelo património. Os bárbaros entraram na Península no século V, primeiro os suevos convertidos ao cristianismo e logo seguida da conquista

militar e estruturação do Reino Visigodo, de características feudais e organização por paróquias. Povos guerreiros vindos das florestas, eram cultural e artisticamente menos avançados que os habitantes da bacia mediterrânica, daí terem absorvido os conhecimentos e tradições locais, os aspectos construtivos, a chamada tardo-romanização. Historiadores designaram por Antiguidade Tardia o período entre os séculos III e VI, da Antiguidade Clássica à queda de Constantinopla, marco do início da Idade Média. Surgem as basílicas paleocristãs, a transformação e renovação das villae romanas, também as pequenas igrejas e capelas destinadas ao culto, as ecclesia. Mértola possui um dos mais significativos exemplares de basílica paleocristã que a arqueologia pôs a descoberto nos últimos anos. Com entrada do exército de Tarik em 711 pelo Estreito se dá início à feudalização muçulmana da Península, ao desenvolvimento de medinas cercadas por muralhas, mas trata-se de uma continuidade das formas de vida mediterrânicas. Surgem para o culto

local, mesquitas como a da Idanha-a-Velha ou a de Mértola, esta do período almóada, parte delas com o avanço dos cristãos para sul transformadas em igrejas, normalmente consagradas a Nossa Senhora. Xelb, actual Silves, foi centro político e residência de uma comunidade do Iémen, é a mais importante fortificação ou “alcácer” muçulmano do País, mas por todo o território surgem vestígios de estruturas militares dessa época, como o castelo de Paderne feito em taipa. A herança da islamização na parte ocidental do Al Andalus, em matéria de construções, não foi tão exuberante como na Andaluzia, onde Sevilha, Córdova e Granada foram centros difusores de cultura, ciência e arte, também porque os edifícios foram transformados pela cristianização. Mas a cultura herdada continua presente na toponímia e vocabulário corrente, existem na língua portuguesa mais de três mil vocábulos de origem árabe, também permanecem em formas de habitar. A casa muçulmana integra compartimentos para cozinhar, comer e dormir que rodeiam um

pateo interior, normalmente possuem um tanque ou poço, pavimentos em tijoleira, paredes em taipa e os telhados cobertos por telha mourisca. O ambiente da casa mediterrânica é agradável, com sons de água, aromas de fruteiras e plantas. Para além do “neoárabe” inserido no movimento romântico do século XIX, surgiram no urbanismo e arquitectura mais recente, concepções e intervenções inspiradas nas linhas estéticas da tradição, nas formas ecológicas que utilizam técnicas da arquitectura da terra materiais da região. Entre os exemplos de urbanismo e habitação de inspiração mediterrânico-muçulmana, o mais reconhecido é o Bairro da Malagueira em Évora, concebido pelo arquitecto Álvaro Siza Vieira. Para enfrentarmos as alterações climáticas, encontraremos as soluções mais simples e económicas no nosso património cultural, na sabedoria ancestral de equilíbrio com a natureza. * O autor não escreve segundo o acordo ortográfico


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MAS AFINAL O QUE É ISSO DA CULTURA?

O Algarve de Costa-a-Costa: Vila Real de Santo António FOTOS ANTÓNIO HOMEM CARDOSO / D.R.

PAULO LARCHER Jurista e escritor

F

oi em Tavira, no verão do ano ido de 2021, numa noite morna em que conversávamos à beira do sossegado Rio Gilão, que eu e o António(1) tivemos a ideia de uma travessia exclusivamente ferroviária de um extremo do Algarve ao outro e, nesse percurso que sentíamos como mágico, encarnaríamos o papel de descobridores de factos culturais para tentar responder à insolúvel questão que titula estas crónicas “Afinal o que é isso da cultura?”. No rescaldo da pandemia que assolara o País, o ar cheirava-nos a liberdade e todos os projetos pareciam realizáveis. Todavia, mais tarde, iríamos perceber que atravessar o Algarve utilizando apenas o comboio era uma maneira de viajar incómoda, comparada com a facilidade em utilizar o automóvel privado e, embora o Manuel da Fonseca, o Diego Mesa e o Saramago tenham andado, dois em carro próprio e o outro de camioneta nas suas patrióticas travessias pelos algarves(2), a combinação fora firmada e - mesmo com exemplos tão ilustres - já era tarde para algum de nós pro-

por ao outro uma alternativa ao caminho de ferro. É pois desde agosto do ano passado que andamos à volta com estes percursos e com as concomitantes crónicas. Começámos exatamente por Vila Real de Santo António, que delimita o Sotavento, enfrenta o Guadiana e fita Espanha na outra margem. Partimos para esse início da peregrinação como se esta cidade fosse um mero cais de embarque, o que pareceria injusto se não tivéssemos a firme intenção de a ela voltar com mais vagar, e é hoje esse dia. O nosso plano na conquista de cada uma das localidades com estações da linha do Algarve passa naturalmente por fotografar esses sítios, não de um modo extensivo mas de uma forma intensiva, ou eu não estivesse acompanhado por alguém que fotografa não com a máquina mas com o coração. O António tenta sempre captar o espírito do lugar, sendo-lhe um pouco indiferente o local onde opera, seja ele um deserto ou a avenida comercial de uma grande cidade. Esta cidade, convém que se diga porque a história também é cultura, foi a expressão

de um vasto pensamento e de uma vontade de resgatar Portugal do marasmo desencadeado pelo esgotamento do ouro do Brasil. Como refere Gonçalves (2009)(3): “Vila Real de Santo António é, pelo que se sabe, a primeira fun-

dação urbana criada para desempenhar uma função económica específica, ou seja, terá sido o primeiro caso pensado e concretizado daquilo que, nos dias de hoje, se designaria como cidade-fábrica.” Esse foi o pensamento económico-social que presidiu à construção e que permitiu erguer do nada, e com pouquíssimos meios uma das cidades portuguesas mais simbólicas do espírito de uma época, o Iluminismo. A longa e elegante frontaria da Baixa

Mar (assim designam os vila-realenses a Av. da República) esconde um esmerado saber fazer, quer no que respeita aos aspectos construtivos, quer no que concerne às funcionalidades: “[…] As doze unidades correspondentes

às Sociedades pesqueiras, são autênticos complexos industriais de manufactura, armazenamento e comercialização de sardinha […]”, Figueiras (1999)(4). Contudo, terminado o ciclo do atum (é enternecedor que numa rotunda movimentada se tenha erguido uma estátua de homenagem ao dito bicho), os vila-realenses viram-se confrontados com um vazio que só viria a ser colmatado mais tarde com um tímido crescimento no turismo,

mas o caso é que a cidade não tem verdadeiramente um ponto focal que possa ser apreciado de per si. Não tem palácios. Não tem catedrais. Não tem as belezas naturais dos litorais de águas cristalinas e rochas cénicas. Não tem arribas imponentes. Terá então algum coisa a oferecer aos turistas? Claro que sim, pois a própria cidade é um monumento com dois séculos e meio de história e que ainda está vivo. É necessário promover o respeito por esse património e nesse “respeito” cabe não só a preservação do edificado mas também o património imaterial, a memória da fábrica-cidade e dos seus saberes. Como disse Horta Correia: “É que não há casas pombalinas a preservar em Vila Real de Santo António. Vila Real de Santo António é uma única e grande casa e é enquanto tal que ou se salva ou se condena.”(5) Para além desse aspecto crucial, e a modos de exemplo, quem passeia pela Baixa Mar inevitavelmente tropeça em duas estátuas que representam dois aspectos bem relevantes da vida da terra. Uma e vo c a u m a v i l a-realense, Luthgarda Guimarães de Caires e a outra lembra Sebastião José de Car valho e Melo, marquês de Pombal, que por acaso nunca pôs aqui os pés. Luthgarda foi uma mulher bem à frente do seu tempo. Nasceu em 1873 mas ainda jovem foi para Lisboa onde casou com João de Caires. Mercê de episódios muito dolorosos na sua vida pessoal, irá dedicar-se a diversas causas sociais de grande relevo. A partir de 1905 luta contra as injustiças do seu tempo, publicando artigos de âmbito social em diversos jornais onde, nomeadamente, defende o direito das mulheres à igualdade. Em 1922, publica Violetas, um livro de poemas dedicado ao irmão.(6) O Marquês de Pombal foi o mandante da construção da Vila em 1773 e a primeira pedra foi por sua ordem lan-

çada em 17 de março de 1774. As memórias do fundador estão por todo o lado e todos os vila-realenses sabem que devem a esse homem visionário e cruel a existência desta pérola do Sotavento algarvio. Outros poderiam ser lembrados e outras figuras poderíamos ainda nomear, todas elas contribuindo para a cultura, para a “Alma” da cidade: Vicente Campinas… António Aleixo… mas, para além de todos esses, devemos lembrar e celebrar o engenho e bravura do povo do Sul que arrancava das águas o seu sustento e a sua glória. Tudo mudou. O peixe rareou, as fábricas encerraram, os locais emigraram e a cidade afundou-se numa depressão que só o turismo de massas viria reanimar. Sobrevive-se com o fluxo diário de espanhóis que vêm em busca de atoalhados e de peixe grelhado e com pouco mais. A autarquia luta bravamente para manter a chama acesa, a academia apoia com avisados conselhos e estudos urbanísticos, entre outros, mas falta ainda muito para Vila Real de Santo António se poder levantar com o antigo esplendor. Não devemos porém perder a esperança porque bem sabemos que no Mundo a única coisa imutável é precisamente a mudança. (1) António Homem Cardoso, fotógrafo. (2) Vide as crónicas anteriores sobretudo a de novembro passado. (3) GONÇALVES, Adelino, “Vila Real de Santo António, Planeamento de pormenor e salvaguarda em desenvolvimento” in Monumentos 30: Vila Real de Santo António, A “Cidade Ideal”, Dezembro 2009. (4) FIGUEIRAS, Rui, “Vila Pombalina – Vila Real de Santo António”, Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, 1999. (5) CORREIA, José Eduardo Horta, O lugar de Vila Real de Santo António na história do urbanismo português, Editorial do Departamento de Arquitectura, Universidade de Coimbra. Consultado a 2 de setembro de 2021 em http://hdl.handle. net/10316.2/37888 (6) CAIRES, Lutgarda Guimarães de, Violetas, Bibliotrónica Portuguesa, Lisboa, 2020


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ESPAÇO ALFA

Fotógrafos controversos ao longo da História: fotojornalismo

Fotografia de Donna Ferrato – Um homem ameaça a sua mulher depois de lhe bater. Saddle River, Nova Jérsia, 1982 FOTOS D.R.

MAURO RODRIGUES Membro da ALFA Associação Livre Fotógrafos do Algarve

A

mera existência da máquina fotográfica, transformou o Mundo como nós o conhecemos, a imagem como forma de documentar a realidade autêntica e como forma de expressão artística da condição Humana veio criar ao longo da sua História momentos e figuras controversas que testam os limites da liberdade de expressão. Eu sou da opinião que a Humanidade é capaz do melhor e do pior e são sempre nos limites da nossa compreensibilidade, tanto física como mental, que o Mundo realmente avança ou se manifesta ou se descobre com novo conhecimento… sobre ciência, intelecto, lugares ou simplesmente sobre a nossa relação de uns com os outros e de como a sociedade tem de dar lugar a todas as formas de expressão e opinião sem que daí resulte a nossa própria aniquilação ou desentendimentos como por exemplo a guerra e a exploração. O fato de a fotografia ou outras artes do entretenimento como a música, o cinema, escultura, desenho, pintura ou a escrita, mostrarem estes momentos extremos ou escandalosos, só mostra que o artista em causa desencadeou uma emoção em nós que pode ser de vergonha, raiva, constrangimento ou surpresa, emoções essas que dado o que a fotografia mostra podem ser desencadeadoras de ação, podem dar início a discussão e debate que no fim podem ser benéficos para o avanço da sociedade.

Vamos conhecer algumas dessas fotografias e fotógrafos que de alguma forma ou outra criaram ou exploraram temas controversos, principalmente na área do fotojornalismo, como por exemplo Charles Moore (1931-2010) que foi responsável por documentar o movimento de direitos civis da comunidade negra nas décadas de 50/60 nos EUA, o debate sobre o racismo seria iniciado seriamente quando fotografou Martin Luther King Jr. ao ser preso por dois polícias. Donna Ferrato (1949-), fotojornalista na década de 80 foi

primeira vez cenas de alta brutalidade das consequências da guerra, com corpos mutilados e desfigurados caídos nos campos e nas ruas. Ron Galella (1931-) é o original fotógrafo que desencadeou o estilo de fotografia paparazzo, tendo imortalizado muitas celebridades fora do olhar do público, principalmente a partir dos meados dos anos 60, as fotografias saíram na maior parte das grandes publicações mundiais, mas também criou um movimento que testa os limites do direito à privacidade mesmo sendo figuras públicas. Stanley Forman (1945-) ficou famoso por ter sido o primeiro fotógrafo a ganhar o Prémio Pulitzer na categoria de fotojornalismo, duas vezes seguidas, uma dessas fotografia foi a de uma mãe e filha que em 1975 caíram desamparadas de umas escadas de serviço de incêndio de um prédio, esta série de fotografias quando foram publicadas no jornal, criaram sentimento de raiva e foram acusadas de sensacionalismo por parte do público um pouco por todo o mundo, mas levaram

Fotografia de Nick Ut – Crianças e soldados Vietnamitas fogem de um bombardeamento incendiário de Napalm a 8 de junho, 1972

responsável por muitas fotografias cândidas e íntimas dos seus sujeitos, da sua vida familiar, onde capturava situações de violência doméstica, principalmente contra as mulheres, algumas delas bastante violentas, o que originou um intenso debate sobre o assunto, que levou à aprovação de legislação para combater este problema. Mathew Brady (1822-1896) foi um dos primeiros fotógrafos de guerra, nomeadamente a Guerra Civil Americana. Em 1862 realizou uma exposição em Nova York em que mostrava a violência dos campos de batalha, onde seriam mostradas pela

a que as leis de segurança destes equipamentos fossem revistas em muitas cidades dos Estados Unidos. Kevin Carter (1960-1994) era um fotojornalista Sul Africano que além da brutalidade do apartheid na África do Sul documentou também a fome extrema no Sudão, em que numa das suas fotografias, fotografou um pequeno rapaz negro de magreza extrema caído no chão, com um abutre ao seu lado. Devido a depressão, dívidas e ao constante testemunho de tamanhas atrocidades que documentou, acabou por se suicidar, uma sombra que

paira em muitos destes fotógrafos. Nilufer Demir (1986-) mostrou ao mundo o quanto problemático se encontra a crise dos refugiados na Europa quando em 2015 fotografou um pequeno rapaz Sírio afogado numa praia, fotografia essa que causou uma reação bastante intensa entre o público do mundo moderno e desenvolvido, que pressionou os governos a tomarem atitudes e projetos mais humanitários para lidarem com este problema, além de ter mudado o rumo das eleições no Canadá. Nick Ut (1951-) um fotógrafo Vietnamita-Americano ganhou um prémio Pulitzer quando em 1973 fotografou uma série de crianças a fugir de um bombardeamento na guerra do Vietnam, incluindo uma rapariga totalmente despida, depois do seu corpo ter sido regado com Napalm (um agente químico incendiário extremamente volátil), o fotógrafo posteriormente acabou por salvar a sua vida do fogo. Esta fotografia veio mostrar ao povo Americano que o governo estava errado na demonização do povo Vietnamita. Chris Hondros (1970-2011) foi um fotojornalista da guerra do Iraque que em 2005 mostrou ao mundo como as motivações e participação dos EUA nesta invasão, eram bastante questionáveis quando soldados americanos dispararam contra cidadãos inocentes que regressavam a casa e foram confundidos por terroristas, a fotografia mostra uma criança coberta de sangue a chorar pela morte dos pais, rodeada de soldados norte-americanos. Perante tal violação dos direitos humanos, os EUA foram obrigados a rever as suas políticas e a procurar por soluções alternativas na deteção de terroristas. Kerstin Langenberger, fotógrafo de natureza, em 2015 fotografou um urso polar tão magro que só se notavam os ossos, esta visão é simplesmente mais um aviso sério, uma peça no puzzle das alterações climáticas, que pouco a pouco alteram significativamente o ambiente natural em que estes animais vivem, levando-os, tal como o urso polar, ao risco de ficarem extintos para sempre. Therese Frare (1958-) em 1990 fotografava David Kirby, um gay ativista

Fotografia de Therese Frare – David Kirby, infetado com o vírus da SIDA rodeado com a sua família numa cama no hospital

vítima do flagelo pandémico do vírus da SIDA, num estado moribundo, rodeado pela sua família numa cama de hospital, esta foto foi usada pela United Colors of Benetton numa campanha publicitária, que durante dois anos espalhou sensibilidade e notoriedade sobre a real escala e problemática da doença. Richard Drew (1946-) ficou famoso pela fotografia que tirou a 11 de setembro de 2001 de um homem em queda livre, quando se atirou do arranha-céus World Trade Center em desespero para fugir das chamas e do fumo, edifícios que momentos antes tinham sido vitimas de ataque terrorista, vários aviões comerciais foram desviados num curto espaço de tempo com o intuito de criar caos e terror numa das mais desenvolvidas metrópoles do Mundo. Sebastião Salgado (1944-), fotógrafo brasileiro, é responsável por documentar muitas condições desumanas em redor do Mundo, como por exemplo a exploração das minas de ouro da Serra Pelada (Brasil) e campos/rotas migratórias de refugiados em África entre outros locais. Por fim, não vou deixar de fa-

lar do fotógrafo português José Ferreira (1986-) que em 2012 fotografou uma das maiores lixeiras do Mundo em Moçambique, onde retratou pessoas que viviam nas condições mais desumanas, fotografias que impressionaram o canal de notícias da CNN, onde foi convidado para uma entrevista. O fotógrafo dedica-se a retratar outros temas controversos como por exemplo drogados, travestis, comunidades ciganas, entre outros. É preciso dizer que infelizmente, só quando é chocante, provocatório, escandaloso e aos olhos de todos que realmente se passa à ação e se mudam as coisas. O fotojornalismo é um dos pilares da liberdade de expressão, informação e comunicação e deve ser visto sempre com um olhar crítico de análise, mas também de Humanidade, estas fotografias servem para mostrar um lado negro da História da Humanidade que deve servir de reflexão, principalmente pelos que governam o Mundo. No próximo artigo vamos explorar figuras importantes e controversas na área mais artística.

Fotografia de José Ferreira – Uma das maiores lixeiras do mundo em Maputo, Moçambique onde pessoas vivem do lixo


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Vidas Seguintes, de Abdulrazak Gurnah em 1914), Ilyas decide juntar-se a esse exército de mercenários africanos, prometendo à irmã voltar em breve. A promessa fica por cumprir. Muitos anos depois, enquanto o paradeiro desconhecido do irmão continua a ensombrar a vida de Afiya, ela conhece Hamza (personagem que passa a ser o centro da intriga a partir do terceiro capítulo), ele próprio um desertor que conseguiu escapar aos horrores da guerra.

Guerras alheias e colonialismo

Livro é o primeiro do Nobel de Literatura a ser publicado em Portugal PAULO SERRA Doutorado em Literatura na Universidade do Algarve; Investigador do CLEPUL

V

idas Seguintes, de Abdulrazak Gurnah, é o primeiro livro do Prémio Nobel de Literatura 2021, a ser publicado entre nós, pela Cavalo de Ferro, com tradução de Eugénia Antunes. Lançado originalmente, na língua inglesa, em 2020, foi finalista do Orwell Prize for Political Writing 2021 e nomeado para o Walter Scott Prize for Historical Fiction 2021. A Cavalo de Ferro dá, aliás, continuidade à publicação deste autor, lançando agora em maio mais uma obra, Paraíso. Abdulrazak Gurnah nasceu em 1948 em Zanzibar e foi laureado com o Nobel «pela forma determinada e humana com que aborda e aprofunda as consequências do colonialismo e o destino do refugiado no fosso entre culturas e continentes».

Vidas Seguintes A ação de Vidas Seguintes desenrola-se no território que é hoje a Tanzânia, num

tempo indeterminado, possivelmente os primeiros anos do século XX, por volta de 1907. Adiante, perceberemos como, ainda que os ecos sejam distantes, se aproxima a eclosão da Primeira Guerra. O romance inicia centrando-se na personagem de Khalifa, como anunciado na frase de abertura deste romance: «Khalifa tinha vinte e seis anos quando conheceu o comerciante Amur Biashara» (p. 7). Todo o primeiro capítulo serve para nos dar a conhecer Khalifa, desde a infância ao casamento. O segundo capítulo centra-se numa nova personagem, recém-chegada. Passamos a conhecer o jovem Ilyas, que rapidamente se tornará amigo de Khalifa, a quem conta a sua própria história; como, «em criança, fugira de casa e deambulara por vários dias até ser raptado na estação de comboios por um askari da Schutztruppe e levado para as montanhas. Aí foi então libertado e mandado para uma escola alemã, a escola de uma missão religiosa.» (p. 28) Quando chega à cidade, a preocupação de Ilyas passa a ser reencontrar a família, mas apenas encontra a irmã mais nova, Afiya. Anos mais tarde, perante a iminência de uma grande guerra entre Britânicos e Alemães (que estalaria em Tanga,

Na primeira parte do livro, conforme a Alemanha se prepara para entrar na Primeira Guerra, destaca-se a questão de como os africanos combatem uma guerra que não é a deles. É o caso de Ilyas que integra a Schutztruppe, a feroz «tropa de protecção» da África Oriental Alemã, e de Hamza. Ressalve-se que usualmente, quando se fala na presença colonial europeia em África, não se considerava o papel da ocupação alemã. Remontando a um período mais tardio, nos finais do século XIX, o império alemão compreendeu colónias na Namíbia, Camarões e parte da Tanzânia e do Quénia. A Namíbia, um dos países mais civilizados de África, representa bem como o domínio alemão foi tão brutal quanto eficaz… Foi também aí que se deu o primeiro genocídio do século passado, em 1904, com a campanha de exterminação das tribos Herero e Nama. Numa prosa quase sempre contida e desapaixonada, são raras as intervenções que se podem atribuir ao narrador, profundamente irónicas, como na passagem: «Quem é que não quereria sair de Zanzibar? Todas as doenças possíveis e imaginárias podiam encontrar-se em Zanzibar, incluindo o pecado e o desapontamento.» (p. 112) A crítica ao colonialismo que perpassa o livro é, geralmente, subtil, de uma fina ironia, como acontece aqui: «Os Alemães e os Britânicos e os Franceses e os Belgas e os Portugueses e os Italianos, e quem quer mais que fosse, tinham já feito o seu congresso e desenhado os seus mapas e assinado os seus tratados» (p. 9). O início da narrativa fala-nos justamente do período em que a colonização se enraíza de forma sistematizada, com a política colonial europeia que procurava encorajar os europeus a estabelecer-se na África Oriental Britânica: «As melhores terras foram tomadas à medida que mais colonos alemães chegavam. O regime de trabalho forçado foi alargado para construir estradas e valetas, e fazer avenidas e jardins para lazer dos colonos e em prol do bom nome do Kaiserreich. Os Alemães eram retardatários no que tocava à construção de impérios naquela parte do mundo, mas aplicaram‑se diligentemente com o objectivo de ficar por muito tempo e queriam sentir‑se

confortáveis enquanto levavam a cabo essa missão. As suas igrejas, os seus edifícios com colunatas e as suas fortalezas guarnecidas de ameias foram construídas tanto para providenciar uma vida civilizada como para maravilhar os seus súbditos recém‑conquistados e impressionar os seus rivais.» (p. 21) A primeira parte do livro fala-nos assim de como o «mundo inteiro estava em convulsão» (p. 140). Mas enquanto, além das guerras, uma epidemia de gripe dizima milhares de pessoas pelo mundo, e na Rússia uma revolução dita a morte do czar e da família, naquela terra tudo parece continuar como no princípio dos tempos: «É um lugar sem qualquer importância na história das proezas ou das conquistas humanas. Podíamos arrancar esta página da história do Homem que não faria diferença nenhuma. Compreende-se porque é que as pessoas conseguem viver satisfeitas num lugar como este» (p. 140).

Abdulrazak Gurnah venceu o Prémio Nobel da Literatura de 2021 FOTO MARK PRINGLE / D.R.

Amor e paz A história de amor a que a sinopse se refere consiste na segunda metade do livro. Note-se aliás como os casamentos referidos nos capítulos iniciais são absolutamente desapaixonados, tomados de forma puramente convencional e contratual. Há, contudo, de forma mais subliminar, a relação homoerótica do oficial alemão e Hamza, que consiste sobretudo num desejo recalcado ou, melhor dizendo, sublimado na forma como o tenta educar… O romance de Hamza e Afiya coincide ainda com o restabelecimento do país e, perto do final, com o princípio do fim dos impérios europeus. Entrelaçando história e ficção, é um romance lúcido e trágico sobre África, o legado colonial e as atrocidades da guerra, bem como as infinitas contradições da natureza humana. Vidas Seguintes, no início, parece ressoar a obra de V.S. Naipaul, pelo retrato das personagens deslocalizadas, em errância pelo mundo. Pode causar surpresa ao leitor a forma como a narrativa se descentra igualmente com frequência, nomeadamente na primeira metade, passando

de uma personagem para outra, sem que nada aparente uni-las. Ao longo de capítulos inteiros, ficaremos a conhecer personagens que, ainda que essenciais à história, se tornam depois secundárias, pelo que a atenção que o livro lhes concede pode parecer supérflua. A prosa é escorreita, essencialmente descritiva. Estão presentes temas centrais ao autor, como a experiência africana, o colonialismo, o refugiado, e a noção de identidade e do valor humano. Independentemente da colonização, há várias personagens cujas vidas são tratadas como se fossem capital, como o pai que vende o filho para cobrir as suas dívidas… O narrador é quase mudo, deixando as opiniões a cargo da forma como expõe as situações e, principalmente, no discurso das personagens. O final do livro pode parecer um pouco desequilibrado, uma vez que, para poder fechar a narrativa e encerrar algumas pontas soltas, há um salto temporal e a própria escrita perde o tom encantatório de antes, tornando-se mais factual. Releve-se ainda a centralidade da leitura e do livro, como símbolo de um povo e de um continente que se pretendeu mantido na obscuridade. Quando os tios de Afiya descobrem que ela está a aprender a ler e a escrever, é agredida de tal forma que se arrisca a perder o uso de uma mão. Quando o alemão que tomou Hamza a seu cargo, como uma espécie de patrão, ao mesmo tempo que pretende ser seu tutor, desaparece da sua vida, é justamente um livro que lhe deixa como presente, que segundo alguém era «demasiado valioso para um simples nativo» (p. 142). Isto depois de o oficial alemão ter ensinado quase diariamente ao soldado nativo a língua alemã, para que Hamza um dia fosse capaz de ler Schiller.

Autor e obra Na década de 1960, Abdulrazak Gurnah foi forçado a sair de Zanzibar, então em revolução. Na altura com 18 anos, chegou como refugiado ao Reino Unido, para poder continuar a estudar. Foi professor de Inglês e Literaturas Pós-coloniais na Universidade de Kent. Paraíso, a segunda e mais recente obra do autor, publicada por cá este mês, é uma fusão de um romance de formação, ficção histórica e literatura de viagens. Originalmente publicado em 1994, finalista do Booker Prize e do Whitbread Award, foi o romance que projetou Abdulrazak Gurnah para o palco internacional, consagrando-o como um dos grandes escritores da actualidade. No conjunto da sua obra destacam-se ainda os romances By the Sea (2001), nomeado para o Booker Prize e finalista do Los Angeles Times Book Award, e Desertion (2005), finalista do Commonwealth Writers.


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LETRAS & LEITURAS

Sontag, Vida e Obra, de Benjamin Moser

Benjamin Moser publicou a biografia de Susan Sontag em 2020 FOTO BEOWULF SHEEHAN / D.R.

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ontag, Vida e Obra, de Benjamin Moser, premiado com o Prémio Pulitzer de Biografia em 2020, apresenta-se como «o grande romance americano sob a forma de biografia», publicado pela Editora Objectiva. Incluindo dezenas de imagens, este livro parte de inúmeras entrevistas conduzidas em diferentes países. O biógrafo foi o primeiro a ter como fonte os arquivos privados da escritora e testemunhos inéditos de várias pessoas que com ela privaram, tendo realizado entrevistas com personalidades como Annie Leibovitz. Além disso Sontag deixou inúmeros diários, como quem nasce determinada a fazer nome e deixar um legado para a posteridade. É, na verdade, um dos aspetos mais marcantes desta biografia: a forma como compreendemos a determinação de Sue Rosenblatt se transformar em Susan Sontag. Essa capacidade de remodelar a realidade parece aliás vir da leitura: «Uma criança mais feliz talvez nunca se tivesse tornado uma leitora tão consumada.» (p. 41)

diários desde cedo (a Quetzal reeditou recentemente Renascer, Diários e Apontamentos, de 1947 a 1963). A autora teria então cerca de 14 anos, em 1947, e já então assume estar a escrever para futuros biógrafos… A biografia é escrita, geralmente, com avanços e recuos, de modo a tornar mais coerente ao leitor a linha de pensamento que se segue. É curioso como, paradoxalmente, se nota o fascínio do biógrafo por Sontag ao mesmo tempo que emerge uma acutilante certeza de que a figura era bastante pouco humana para os que lhe eram mais próximos. Por outro lado, Sontag era dotada de um genuíno altruísmo, como veremos adiante. Sontag mostrava muitas vezes consciência do quão difícil era; intransigentemente exigente consigo mesma e com os outros, perdeu inúmeros amigos ao longo da vida, especialmente nos últimos anos, ainda que se mantivesse intacto o fascínio e admiração que tinham por ela. Tirânica ao ponto de recusar-se a admitir que dormia, como qualquer outro ser humano. Tão genial quanto alheada

Susan Sontag foi uma das principais intelectuais americanas do século XX

«Infeliz em casa, esquisita na escola, deslocada geograficamente, refugiava-se dentro de si, na leitura – e, cada vez mais, na escrita.» (p. 51) Susan tinha uma relação conturbada com a mãe, figura que assombra todos os seus futuros relacionamentos, como mãe e amante, e começa a escrever

FOTO D.R.

de ações quotidianas essenciais, como tomar banho, lavar os dentes, ou pagar as contas. Em contrapartida, via todas as óperas, lia todos os livros. Um livro que explora quer as forças, quer as fraquezas de uma mulher mitificada, ainda quando viva, profundamente ciente de que ela própria vestia

uma máscara, movida por ambições tão precoces quanto arreigadas. Benjamin Moser denota isso mesmo nos diários da autora, que supostamente seriam textos íntimos e privados, escritos para si mesma: «Uma sensação de estar a representar, de se estar a esforçar para dar a impressão que era alguém que não era, permeia esses textos. Há um abismo não apenas entre a pessoa que ela é e a que os outros percecionam, mas também, mais incisivamente, entre si própria e alguma força superior que estivesse a zelar por ela. Fazer pose: não é coincidência que Susan Sontag tenha sido uma das figuras públicas mais fotogénicas da sua geração, nem que, no seu melhor romance, O amante do vulcão, a protagonista seja uma especialista em “atitudes”.» (p. 72) Até à publicação deste romance, que Sontag sente dever ser considerado a sua grande obra, tornara-se uma espécie de lugar-comum considerá-la uma excelente ensaísta, mas uma má ficcionista. Também os filmes que realizou eram bastantes crípticos, sem que os próprios atores compreendessem o que estavam a fazer. Quanto mais lemos, e mais nos é exposto sobre a sua vida e obra, mais fugaz parece ser a certeza de efetivamente a conseguirmos tocar e perceber. O próprio biógrafo parece reconhecer que falamos de duas mulheres: a Susan humana e a Sontag simbólica, ou seja, a metáfora. Quando jovem escritora, a tendência de Sontag em ver «o mundo como um fenómeno estético» implicava excluir o impacto da política e da ideologia (p. 173), por isso em França nunca menciona que o país quase mergulhou numa guerra civil por causa da Argélia, não menciona factos como o assassinato de Kennedy nos seus diários, e ao visitar Cuba em 1960 não há qualquer referência à revolução, apenas mencionando Fidel Castro para dar conta das suas opiniões sobre poesia. Décadas depois, Sontag torna-se muito mais envolvida socialmente e revela-se dotada de grande altruísmo, ainda que as suas atitudes denotem alguma inconsistência. Por exemplo, é presa por se manifestar contra a guerra no Vietname, mas durante a crise da sida nos anos 80 recusa terminantemente assumir a sua homossexualidade (nunca se assumiu como lésbica, da mesma forma que nunca assume a sua sobejamente conhecida relação com Annie Leibovitz). Quando escreve o ensaio «A sida e as suas metáforas», a reação geral foi de indiferença, sem que o artigo seja sequer referenciado, apesar da insistência dos amigos para que ela dissesse “eu”, “o meu corpo”, recusando-se a admitir que fizesse diferença ela “sair do armário” – quando, na verdade, era uma intelectual influente e uma das escritoras mais famosas do país, com incomparável autoridade cultu-

Obra foi vencedora do Prémio Pulitzer de Biografia em 2020

ral. Mais tarde, Sontag é das primeiras a apoiar Salman Rushdie, durante a fatwa em que a sua cabeça fica a prémio, e fá-lo justamente na condição de primeira presidente mulher do PEN América. Em 2003 na Feira do Livro de Bogotá recebe uma ovação da plateia colombiana por denunciar o apoio de Gabriel García Márquez a Fidel Castro, mesmo quando ele avança com a execução de intelectuais. Em abril de 1993, faz a primeira de 11 viagens a Sarajevo, levando a peito o dever público do escritor e demonstrando incompreensão perante os que não compareceram; há hoje uma praça no centro da cidade com o seu nome e o filho ponderou enterrá-la ali. Foi também capaz de escrever sobre o 11 de Setembro de forma tão profética quanto incompreendida, deixando a América em choque, como se já previsse que o governo de Bush estava prestes a mergulhar «na maior catástrofe de política externa desde o Vietname» (p. 544), manipulando dados e opinião pública. Uma leitura apaixonante que é também uma radiografia do século XX, ao longo da intimidade de uma mulher que escreveu sobre alguns dos grandes acontecimentos e conturbações sociopolíticas

das décadas ao longo das quais viveu. Os seus ensaios e outros textos, sobre arte, política, feminismo, homossexualidade, drogas, fascismo, freudianismo, radicalismo e comunismo, são igualmente passados à lupa por Moser, capaz de uma análise arguta, sem cair no risco de deificar a pensadora. Benjamin Moser nasceu em Houston em 1976. Formou-se em História pela Universidade de Brown, onde também estudou Português, escolha que influenciaria o seu trabalho futuro. Em 2009, publicou Porquê este mundo: uma biografia de Clarice Lispector, aclamada biografia da autora brasileira de origem ucraniana, finalista do National Book Critics Circle Award e classificada pelo New York Times como um notable book. Trabalha, há quase vinte anos, na edição anglo-americana das obras de Lispector. Mais tarde, na Holanda, onde vive atualmente, doutorou-se pela Universidade de Utrecht. Em 2020, publicou a biografia de Susan Sontag, agora traduzida entre nós, que foi na altura vencedora do Pulitzer, finalista do prémio PEN e considerada «Livro do Ano» para a Spectator, o Telegraph, a New Statesman e o Financial Times.


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CADERNO ALGARVE

Postal, 6 de maio de 2022

NECROLOGIA REGIÃO

VENDE-SE ou ARRENDA-SE MARIA MANUEL MARTA TEODORO PIMENTA DASFERNANDES CHAGAS 29-12-1942 22-01-1942 23-04-2022 13-01-2022 Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os os que que se a acompanharam dignaram a acompanhar em vida eo nas seu suas ente querido cerimónias à sua exéquias última morada, ou que de ou algum que demodo quallhes quer manifestaram forma, lhes manifestaram o seu sentimento o seuepesar. amizade.

4 terrenos agrícolas com excelente localização e acessibilidade, com água da barragem, situados na Asseca a 3 minutos da cidade de Tavira

èPomar de citrinos: 8.158 m2 èTerra de semear: 8.000 m2 èTerra de semear: 9.788 m2 èPomar de citrinos e terra de semear 6.370 m2 èÁrea total: 32.316 m2

SANTA CONCEIÇÃO MARIA- -TAVIRA TAVIRA SANTASÉMARIA E SÃOEPEDRO SANTIAGO - FARO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Contacto: 918 201 747

MARIA MARTA MARIA PIMENTA CUSTÓDIA FERNANDES

MARIA VICTORINO MARTAJOSÉ PIMENTA BARROS FERNANDES PERES

08-10-1921 22-01-1942 25-04-2022 13-01-2022

19-03-1951 22-01-1942 26-04-2022 13-01-2022

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, exéquias ou que de algum algummodo, modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, exéquias ou que de algum algummodo, modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

SANTA SANTA MARIA MARIA -- TAVIRA TAVIRA SANTASÉMARIA E SÃOEPEDRO SANTIAGO - FARO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SANTA SANTA MARIA MARIA -- TAVIRA TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

MARIA ANA MARTA MARIA AMENDOEIR PIMENTA FERNANDES A PUGA

MARIA MARTA MARIAPIMENTA DE LOURDES FERNANDES

26-07-1936 22-01-1942 30-04-2022 13-01-2022

22-01-1942 14-11-1924 01-05-2022 13-01-2022

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

SANTA CATARINA SANTADA MARIA FONTE- TAVIRA DO BISPO - TAVIRA SANTASÉMARIA E SÃOEPEDRO SANTIAGO - FARO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SANTA CACHOPO MARIA- TAVIRA - TAVIRA SANTASÉMARIA E SÃOEPEDRO SANTIAGO - FARO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

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CADERNO ALGARVE

Postal, 6 de maio de 2022

A NÚNCIOS REGIÃO

Edital Direito de preferência de prédio rústico

Edital Direito de preferência de prédio rústico

Constantino Emídio Gonçalves de Jesus, divorciado, com NIF 206 958 870, e sua mãe Vitalina Dias Gonçalves, viúva, com NIF 185 013 775, residentes em Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 9, 2.º B, 8800-412 Tavira, vendem a Raphaël Anthony Jacquinot, solteiro maior, com NIF 310 405 360, residente em 12 Rue Gaston Billotte, porta n.º 51, andar n.º 5, 10000 Troyes, França o prédio rústico com artigo matricial nº 47688, descrito na conservatória do registo predial de Tavira sob o nº 1522. O referido prédio possui como partilheiros a norte caminho público, a sul estrada nacional, a nascente Manuel Gonçalves e a poente José Cristino e Viegas. O referido prédio é vendido pelo valor global de 4.000€. Caso algum dos partilheiros pretenda exercer o direito de preferência deverá de comunicar o seu interesse para os legítimos proprietários via carta regista dentro de 10 dias úteis.

Constantino Emídio Gonçalves de Jesus, divorciado, com NIF 206 958 870, e sua mãe Vitalina Dias Gonçalves, viúva, com NIF 185 013 775, residentes em Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 9, 2.º B, 8800-412 Tavira, vendem a João Francisco Guerreiro da Palma Batista com NIF 129671495 casado em comunhão geral de bens com Ana Maria Palma Barão, com NIF 178871532, o prédio rústico sito no Marco, concelho de Tavira, freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, com artigo matricial nº 44404, descrito na conservatória do registo predial de Tavira sob o nº 1520. O referido prédio possui como partilheiros a norte José T. Pereira, a Sul João M. Amendoeira, a nascente Manuel de Jesus e outro, a Poente João M. Cordeiro. O referido prédio é vendido pelo valor global de 9.000€. Caso algum dos partilheiros pretenda exercer o direito de preferência deverá de comunicar o seu interesse para os legítimos proprietários via carta regista dentro de 10 dias úteis.

(POSTAL do ALGARVE, nº 1285, 6 de Maio de 2022)

(POSTAL do ALGARVE, nº 1285, 6 de Maio de 2022)

Bruno Filipe Torres Marcos Notário Cartório Notarial em Tavira

Bruno Filipe Torres Marcos Notário Cartório Notarial em Tavira

EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO

EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de justificação, celebrada a 28.04.2022 e exarada a folhas 141 e seguintes do competente Livro n.º 201-A, que:

- CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de justificação, outorgada em 21.04.2022, exarada a folhas 93 e seguinte do competente Livro n.º 201-A, que:

- José Fernandes Rodrigues Machado, natural de Conceição, Tavira, casado sob o regime da comunhão de adquiridos com Maria Clarice Horta Fernandes Machado, residente em Conceição, Tavira:

- António de Brito Branquinho, solteiro, maior, natural de Conceição, Tavira, residente em Cabanas de Tavira;

- Declarou que é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem e com a natureza de bem próprio, do prédio rústico, composto por terra de cultura, com a área de 1.000,00 m2, que confronta a norte, a sul e a nascente com Manuel Fernandes e a poente com Leotina Jesus Viegas, sito em Curincheses, freguesia de Conceição e Cabanas de Tavira, concelho de Tavira, inscrito na matriz sob o artigo 2104, com origem no artigo 1978 da extinta freguesia de Conceição, com o valor patrimonial tributário de 11,56 €, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira;

- Declara ser dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, do prédio urbano, composto por edifício térreo de construção antiga com várias divisões, com a área total de 95,98 m2, sendo a área coberta de 37,99 m2, e descoberta de 57,99 m2, que confronta do norte com Joaquim Gil, do sul com Manuel Gomes Noe, do nascente com Rua, e do poente com António Rosa, sito na Rua Capitão Jorge Ribeiro, n.º 29, conforme declarou, em Cabanas de Cabanas, na freguesia de Conceição e Cabanas de Tavira, concelho de Tavira, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 78, com origem no artigo 24 da extinta freguesia de Cabanas de Tavira, com o valor patrimonial tributário de 15.214,85, não descrito na Conservatória do Registo Predial.

- Tendo alegado para o efeito que: - Este prédio, com a indicada composição e área, chegou à sua posse no estado de solteiro, maior, no ano de 1977, em data que não pode precisar, por doação nunca reduzida a escritura pública, feita pelos seus pais, Manuel Rodrigues Machado e Beatriz de Jesus Fernandes Machado, ele já falecido, residente que foi em Carrapateira, caixa postal 410-Z;

- Tendo alegado para o efeito que:

- Desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesar quaisquer direitos de outrem e ainda convencido de ser o único titular do mencionado direito de propriedade sobre o identificado prédio, e assim o julgando as demais pessoas, tem possuído o mesmo – cultivando-o, amanhando a terra, suportando os encargos ou despesas com a sua manutenção –, pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriu por usucapião o referido imóvel, o que invoca.

- Desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesar quaisquer direitos de outrem e ainda convencido de ser o único titular do direito de propriedade sobre o identificado prédio – tendo já chegado a fazer obras de reparação e conservação necessárias, suportando os encargos ou despesas com a sua manutenção, e pagando contribuições e impostos devidos – pelo que, tendo em consideração das referidas características de tal posse, adquiriu o referido prédio urbano por USUCAPIÃO.

Tavira e Cartório, em 28 de abril de 2022.

Tavira e Cartório, em 21 de abril de 2022.

- Adquiriu este prédio, em data imprecisa do ano de 1990, por partilha meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita por óbito de seus avós Alexandrino da Conceição e Florentina das Dores, residentes que foram em Cabanas de Tavira;

O Notário,

O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos

Bruno Filipe Torres Marcos

Conta registada sob o n.º 2/1465

Conta registada sob o n.º 2/1382.

(POSTAL do ALGARVE, nº 1285, 6 de Maio de 2022)

(POSTAL do ALGARVE, nº 1285, 6 de Maio de 2022)

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. A.G.

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. T.S.

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Remoção "pioneira" de açude em Alcoutim - Barreira fluvial obsoleta desde 2014 A Associação Natureza Portugal (ANP) anunciou esta quarta-feira a remoção do açude de Galaxes no concelho de Alcoutim, no Algarve, adiantando que a barreira fluvial, considerada obsoleta em 2014, “nunca desempenhou o propósito" da sua construção. A associação ambientalista informou que a remoção do açude, na freguesia de Vaqueiros, no distrito de Faro, vai decorrer entre junho e julho, tratando-se da “primeira remoção impulsionada pela sociedade civil”. De acordo com a ANP, o derrube da barreira fluvial, “num gesto pioneiro em Portugal”, permitirá a “reconexão” do curso da ribeira de Odeleite, na bacia do rio Guadiana, numa ação em parceria com a Câmara de Alcoutim e com o apoio do programa europeu Open Rivers. De acordo com a associação, o açude de Galaxes foi considerado “obsoleto pelo ICNF em 2014, por nunca ter desempenhado o propósito pretendido com a sua construção”. Segundo Ângela Morgado, diretora executiva da ANP/WWF, citada na nota, ao longo do último século, assistiu-se “a um aumento exponencial da instalação de barreiras” em rios, com um “impacto muito negativo para a natureza”, como “o bloqueio das rotas migratórias e dos movimentos” de peixes e outras espécies. “Estas barreiras podem também ter consequências no bem-estar das pessoas, devido aos riscos que derivam da sua falta de manutenção, agravamento da erosão das praias e do aquecimento global”, reforçou, acrescentando que o “projeto pioneiro” deve servir “para impulsionar outras remoções de barreiras fluviais”. A ANP refere que a remoção do açude visa “melhorar as condições de habitat de diversas espécies de peixes ameaçadas de extinção, com destaque para o saramugo – a espécie de peixe não migratório mais ameaçada nas águas doces portuguesas, endémica à bacia do rio Guadiana – e para a enguia, que fazia parte da biodiversidade da ribeira e ainda é usada na gastronomia local”. “Esta remoção será, assim, essencial para restaurar a conectividade fluvial de 7,7 quilómetros de rio que, por sua vez, vai impulsionar a conservação das populações de peixes e de várias espécies de aves ribeirinhas e mamíferos icónicos, como a lontra e o endémico e ameaçado lince ibérico”, lê-se no documento. A associação adianta que a remoção da barreira levará cerca de um mês, seguida da recuperação dos ecossistemas ribeirinhos naturais, incluindo as margens do rio e as galerias ripícolas, um processo que será monitorizado uma vez a cada três meses, durante o período de um ano. O vice-presidente da Câmara de Alcoutim, Paulo Paulino, também citado na nota da ANP, apontou “não fazer qualquer sentido manter no município uma barreira fluvial que nunca serviu o seu propósito nem nunca trouxe benefícios para a população”. “Tivemos o cuidado de sensibilizar a população local para este projeto, de forma a perceberem os benefícios resultantes da remoção deste açude para a região”, refere.

Algarvia Joana Santos vence Jogos Surdolímpicos

A

judoca algarvia Joana Santos juntou esta terça-feira ao título mundial surdolímpico na categoria -57 kg a conquista da medalha de ouro nos Jogos Surdolímpicos, competição que está a decorrer em Caxias do Sul, Brasil. Depois de ter sido porta-estandarte da delegação portuguesa, na cerimónia de abertura realizada no domingo, a atleta do Judo Clube do Algarve, de 32 anos, chega ao objetivo assumido, na sua primeira participação nos -57 kg – antes competia em -63 kg. Em outubro passado, sagrou-se campeã mundial, em Versalhes, França, o que a catapultou para o estatuto de favorita. Na sua quarta participação em Jogos Surdolímpicos, Joana Santos manteve a tradição de conquistar medalhas, de-

E ainda...

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pois de ter alcançado o ouro em Taipé2009, a prata em Sófia2013 e o bronze em 2017. Joana Santos é a única mulher numa comitiva de 12 atletas. Licenciada em design de comunicação, área na qual faz

Dia da Marinha com atividades para todos em Faro

trabalhos pontuais, e com um filho de três anos, Joana Santos divide o tempo entre o judo e a família, algo que mudará depois da competição no Brasil, já que pretende dedicar-se mais à família.

Linha de autocarro mais 'instagramável' do país é da Vamus Algarve

VIAJAR Chama-se Eva Cliffs Line a nova linha de autocarro da Vamus Algarve que transporta o viajante por um cenário idílico à beira-mar plantado. “São 19 as paragens que nos ligam entre Alvor e o Zoomarine”, explica a Vamus Algarve em comunicado, acrescentando que “pelo caminho carimbamos a nossa passagem pelos principais pontos turísticos do Algarve em modo ‘hop on hop off'”. Isto significa que “o visitante no mesmo dia e com o mesmo bilhete consegue tomar o pequeno-almoço na Praia da Rocha, ir conhecer as famosas Grutas de Benagil, dar um mergulho na praia da Marinha e ainda visitar o Zoomarine”. Também poderá a qualquer momento “descer numa paragem e percorrer parte do Percurso dos Sete Vales Suspensos de Lagoa que foi outrora eleito o melhor destino para caminhadas da Europa”. O bilhete diário para o Eva Cliffs Line é adquirido a bordo, nas bilheteiras ou num EVAKiosk nos prin-

cipais terminais rodoviários do Algarve. O passe turístico também é válido nesta rota podendo ser utilizado de forma contínua durante 3 ou 7 dias. Este passe ainda dá acesso a toda a rede de autocarros interurbanos do Algarve sem qualquer limite de viagens podendo ser adquirido nas Agências Vamus Algarve, Postos de Turismo e Ticketshops aderentes. No smartphone, que irá utilizar para fotografar a costa algarvia pode facilmente instalar a app Vamus Algarve utilizando o wi-fi a bordo. Nesta aplicação acede-se a informação sobre os percursos, paragens, verificam-se horários dos autocarros em tempo real e o mais interessante é a possibilidade de compra de títulos de transporte que podem ser apresentados com um simples QR CODE. A nova linha EVA Cliffs Line já entrou em funcionamento em abril e promete “deliciar as vistas dos turistas que optem por viajar nos transportes públicos do Algarve”.

vamusalgarve.pt

Distribuição quinzenal nas bancas do Algarve

Tiragem desta edição

6.909 exemplares

POSTAL regressa a

20 de maio

A capital do Algarve recebe este mês as comemorações do Dia da Marinha. As celebrações irão concentrar-se de 19 a 22 de maio, mas desde o dia 3 são muitas as atividades que assinalam a efeméride. Até 22 de maio está patente ao público no Forum Algarve uma exposição de capacidades e valências de várias áreas da Marinha, como demonstrações operacionais de Fuzileiros, de militares da Marinha da área da hotelaria e cozinha e diversas oficinas e workshops. Também a Banda da Armada tem atuações no Forum Algarve. O público pode ainda ter diversas experiências nas tendas de demonstração militar, de Airsoft e ainda na torre de escalada. Com o tema “Novas Tecnologias na Marinha”, o público tem oportunidade ainda de, durante quatro dias, visitar navios, realizar batismos de mar, de mergulho, visitar a exposição no Museu Municipal de Faro, participar em provas desportivas, assistir a atuações da banda da Armada, entre muitas outras atividades. As atividades estarão divididas entre o exterior, de acesso livre, de 19 a 22 de maio no Jardim Manuel Bivar, e interior, no Museu Municipal de Faro. No dia 20 de maio, a Banda da Armada subirá ao palco na companhia do cantor algarvio Nuno Guerreiro às 21:30 no Jardim Manuel de Bivar. No dia 22 de maio, às 12:00, no Jardim Manuel Bivar, acontece a habitual cerimónia militar que encerra as comemorações. O Dia da Marinha regressa assim à sua celebração habitual numa localidade, após dois anos em que foi celebrado com um programa online, devido à pandemia causada pela Covid-19. Os objetivos mantêm-se os de sempre, nomeadamente estreitar os laços entre a população portuguesa e a sua Marinha, dando a conhecer o trabalho desenvolvido por este ramo das Forças Armadas. O Dia da Marinha comemora-se em homenagem ao feito de Vasco da Gama que no dia 20 de maio de 1498, pela primeira vez na História, ligou, por via marítima, a Europa ao Oriente, com a chegada a Calecute, na Índia. [Ler P9]


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